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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS LICENCIATURA PLENA EM LETRAS HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA RESENHA O Milagre de Anne Sullivan Emília Querino Celestino O milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker), estreou em 1962, nos Estados Unidos. O drama biográfico foi dirigido por Arthur Penn e retratou a história verídica de Anne Sullivan (Anne Bancroft), uma professora contratada para educar Helen Keller (Patty Duke), uma menina de 11 anos que cega e surda. Baseada no livro The Story of my Life, e escrita pela própria Helen Keller, a produção foi bastante premiada. O drama apresenta a difícil aceitação da família, até porque na época não havia a mesma concepção de hoje sobre os cegos e surdos. Ao longo do filme, fica claro que pessoas assim não eram vistas nem mesmo como seres dotados de sentimentos. Como a personagem Anne já havia sido cega quando muito jovem, mostrou uma outra visão a família de Hellen: a de que a menina poderia aprender não só a conviver socialmente, mas a entender o mundo e si mesma. Para isso, a professora precisou de uma persistência absurda já que Hellen não cooperava com ela. Apesar de tudo, Anne conseguiu mostrar a garota uma oportunidade de comunicar-se através da língua de sinais e assim fazer parte da sua própria família. Notavelmente, o filme aborda pelo menos quatro posições diante de sua problemática: a posição da sociedade que, para tais casos, direcionava as pessoas que julgava fisicamente ou psicologicamente incapazes para asilos com condições desumanas; a posição familiar que entendia que a menina era incapaz de receber educação, portanto a tornava uma criança indisciplinada; a posição da professora Anne, que almejava que a menina fosse não só uma pessoa que aprendesse a obedecer (como a família achava ser suficiente), mas um ser humano capaz de se expressar e compreender o mundo e a si mesma; e a posição da própria Hellen: distante e agressiva, como certamente seria outro alguém em suas circunstâncias.

Resenha - O Filme O Milagre de Anne Sullivan

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Um resumo do filme.

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Page 1: Resenha - O Filme O Milagre de Anne Sullivan

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS

LICENCIATURA PLENA EM LETRAS

HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

RESENHA

O Milagre de Anne Sullivan

Emília Querino Celestino

O milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker), estreou em 1962, nos

Estados Unidos. O drama biográfico foi dirigido por Arthur Penn e retratou a história

verídica de Anne Sullivan (Anne Bancroft), uma professora contratada para educar

Helen Keller (Patty Duke), uma menina de 11 anos que cega e surda. Baseada no livro

The Story of my Life, e escrita pela própria Helen Keller, a produção foi bastante

premiada.

O drama apresenta a difícil aceitação da família, até porque na época não havia a

mesma concepção de hoje sobre os cegos e surdos. Ao longo do filme, fica claro que

pessoas assim não eram vistas nem mesmo como seres dotados de sentimentos. Como a

personagem Anne já havia sido cega quando muito jovem, mostrou uma outra visão a

família de Hellen: a de que a menina poderia aprender não só a conviver socialmente,

mas a entender o mundo e si mesma. Para isso, a professora precisou de uma

persistência absurda já que Hellen não cooperava com ela. Apesar de tudo, Anne

conseguiu mostrar a garota uma oportunidade de comunicar-se através da língua de

sinais e assim fazer parte da sua própria família.

Notavelmente, o filme aborda pelo menos quatro posições diante de sua

problemática: a posição da sociedade que, para tais casos, direcionava as pessoas que

julgava fisicamente ou psicologicamente incapazes para asilos com condições

desumanas; a posição familiar que entendia que a menina era incapaz de receber

educação, portanto a tornava uma criança indisciplinada; a posição da professora Anne,

que almejava que a menina fosse não só uma pessoa que aprendesse a obedecer (como a

família achava ser suficiente), mas um ser humano capaz de se expressar e compreender

o mundo e a si mesma; e a posição da própria Hellen: distante e agressiva, como

certamente seria outro alguém em suas circunstâncias.

Page 2: Resenha - O Filme O Milagre de Anne Sullivan

O Milagre de Anne Sullivan não teve nada de místico, como o nome do filme

parece propor. Porém, não há como negar que o esforço, a coragem e a conquista de

Anne diante de posições tão desafiadoras, foi sobrenatural. Conhecer a língua de sinais

com certeza mudou para sempre a vida de Hellen e de todos aqueles que a

acompanharam.