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Resenhas sobre Políticas públicas em Comunicação

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Compilação de resenhas com o tema de políticas públicas utilizadas na matéria de Políticas em Comunicação na UnB.

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  • Aluna: Rayssa Arajo 12/0134012

    A) Estado, sociedade e cidadania no Brasil

    Exibio de episdios Matriz Lusa - da srie O Povo Brasileiro (baseado na obra de Darcy Ribeiro). (15 linhas)

    O documentrio, no episdio Matriz Lusa, mostra Darcy falando dos sonhos do Infante D. Henrique, segundo ele, filho pleno da Idade Mdia e da revoluo tecnolgica, na arte de navegar. Ele foi responsvel por Portugal ser vanguarda dos povos e por seus incentivos navegao, trazendo grandes inovaes como barco a velas com bssolas, se transformou com isso, na primeira Nao dos tempos modernos. As suas experincias incluam as de rabes caberia dizer que a maior influncia - e de judeus como os traos da economia mercantilista -, e os fizeram um pas de navegadores. Ao longo do filme, Roberto Pinho nos descreve a cultura portuguesa com as festividades como o menino que era coroado na rua em um banquete e com algumas poesias lidas ao longo do filme, por exemplo. A sua origem vem dos fencios, gregos e dos cartagineses, alm da submisso ao Imprio Romano. Darcy chega a defender que Portugal mais rabe do que latino devido ao grande nmero de rabes.

    O filme termina com um resgate do passado e com uma possvel mudana de perspectiva sobre quem nos colonizou, pois fomos descobertos pelo povo mais avanado que havia na poca. E quer nos mostrar justamente, as razes do povo brasileiro, quo heterogneos so quem mora por aqui.

    HOLANDA, Srgio Buarque de. Razes do Brasil. So Paulo: Companhia das Letras, 2006; Prefcios, Captulo 1. Razes do Brasil (Direo de Nelson Pereira dos Santos). (28 linhas)

    Escreveu o livro Razes do Brasil abordando aspectos da cultura brasileira e considerado um clssico da historiografia e da sociologia do pas.

    Inicialmente, o captulo busca explicar o sistema de produo dos livros de Srgio Buarque, as parcerias e porqus de ter escrito o livro como escreveu e como o nomeou. Ele comea o livro de forma bem didtica, seguindo o tema da publicao - as razes do Brasil e fala sobre os costumes e cultura portuguesa com suas peculiaridades. O interessante ver como o fato desse pas ter colonizado o Brasil ainda ter grande influncia e hbitos enraizados por aqui. A partir disso, Srgio apresenta denncias e crticas as desigualdades da sociedade incorporando estudos na Alemanha.

    Sobre Portugal, Srgio se aprofunda e consegue conceituar algumas caractersticas do pas como o cio, que seria a repulsa pelo trabalho regular, o Personalismo a cultura pelo desleixo, que seria a frouxido na burocracia, por exemplo - e o Homem-cordial, aquele que se apresenta como disponvel, porm tem falta de compromisso, moral frente da sociedade. Alm disso, v-se tambm a cultura da vontade de subir na vida sem esforo, ambio de aes e a no-realizao delas, o culto ao exibicionismo, ao improviso e tudo isso, todos esses conceitos e caractersticas observadas nos portugueses so possveis de serem reparados aqui no Brasil.

    Outra ao apontada por Srgio e criticada como caracterstica presente no Brasil a relao de privilgios que forma a base do pas. Encontramos na poltica, hoje em dia, deputados colocando parentes para trabalhar junto consigo e manter o dinheiro na famlia, mas esse tipo de ao de tentar privilegiar por contatos j antiga. Desde a poca de colonizao, essa atitude foi trazida de herana. E que pode-se ver no somente em cargos de trabalho, mas tambm dentro de uma espcie de necessidade de colocar ou apontar o problema para pessoas de menor influncia ou poder que o possudo pela primeira parte.

    A soluo encontrada por Srgio para resolver todos esses problemas bem simples: da mesma forma que o homem saiu dos campos para a cidade, o homem que tem o poder de mudar a sociedade e essa situao. No mais s idealizar, mas tornar palpvel. eliminar de vez

  • o jeitinho,as amarras do passado e parar de se acomodar. O homem se colocou nessa posio e pode se tirar, o que o autor defendia.

    LEAL,Victor Nunes. Coronelismo, Enxada e Voto. Prefcio 2. edio e Captulo Primeiro. Rio: Nova Fronteira, 1997. (37 linhas)

    Victor Nunes Leal foi um jurista brasileiro, ministro do supremo tribunal de justia e professor na atual UFRJ, sua obra foi considerada um divisor de guas e bastante utilizado nas cincias sociais. Destacou-se pela sua abordagem e metodologia aplicada, pois j havia vrias publicaes de outros autores sobre esse mesmo tema. O livro possui trs prefcios, de acordo com suas edies. Inicialmente, o texto fala da vida de Victor Nunes e o que o levou a escrever sobre o Coronelismo e a realidade brasileira da poca Repblica Velha -, com isso, Victor consegue envolver o leitor em uma viagem histrica e reflexo sobre a atual atuao do Brasil em sua questo poltica.

    Segundo o autor, uma anlise regional seria melhor para avaliar esse evento, porm no pode o fazer, mas no o impediu de se aprofundar no assunto. Ele nos apresenta o conceito de coronelismo, que para ele uma troca de proveito entre o poder pblico e a decadente influncia social dos chefes locais, donos de terras e s pode entend-lo por meio do sistema agrrio. A partir dele surgem os filhotismos, o abuso no poder eleitoral o falseamento de votos e a desorganizao pblica local. Qualquer que fosse o chefe local, o foque era dado no coronel que podia ser de ttulo comprado que liderava com discrio o voto de cabresto, e que normalmente j era uma pessoa com que os fazendeiros e pessoas da regio j se dirigiam para algum tipo de ajuda cotidiana, ento era algum de confiana popular, o que lhe concedia mais poder ainda. Os coronis eram geralmente os donos de grandes propriedades, que lhes conferia riqueza e influncia local.

    Olhando positivamente a situao, o coronelismo no era somente corrupo. O coronel fazia o bem a populao para mostrar poder aos seus amigos s vezes, isso permeava o ilegal e o lcito e para manter-se no poder por mais tempo. Ento, no era de todo o mal. Porm, acostumou a sociedade a corrupo e ao tpico poltico rouba, mas faz. O coronelismo est ligado a sociedade agropecuria do Nordeste, mas no existe somente l. Com o desenvolvimento da propaganda na rea poltica, principalmente diminuiu-se os cochichos que existiam na poca sobre poltica. Era como se a propaganda fosse absoluta e como a informao chegava mais diretamente a seu pblico, de forma geral, dava maior conscincia poltica, o que enfraquecia o coronelismo. Este se adequa, se transforma porque a sociedade tambm o faz, socialmente e atravs dos meios de comunicao. Algumas traies dos empregados aos fazendeiros foram vistos em fase de eleio, mas no foram feitos nenhum estudo sobre isso ainda. Observadores locais dizem que esse evento ocorre devido a propaganda radiofnica que conseguia atingir pblico mais carente e interiorano e dava maior contato com a sede urbana, juntamente com mais informaes.

    interessante observar como o texto aborda pocas passadas e ainda encontramos vestgios do tema nos dias atuais. E como apesar do avano da tecnologia, a informao ainda no suficiente para combater o coronelismo. At porque ele se traveste de outras formas, conhecidas e s veze, pouco vistas.

    CARVALHO, Jos Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho, Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2002; Introduo: Mapa da viagem; Captulo IV, A cidadania aps a redemocratizao. (27 linhas)

    A noo de cidadania foi criada a partir do comeo da reconstruo da democracia brasileira em 1968 e onde surgiu um sentimento de esperana, ps-fim da ditadura militar em 1985 a Constituio de 1988 foi at chamada de Constituio Cidad, por eliminar obstculos de universalidade de votos, no critrio de idade, ampliar direitos sociais, por exemplo - mas permaneceu a violncia urbana, o desemprego, a m qualidade de educao, caractersticas que indicam desenvolvimento e mudana poltica e econmica e que no fim, geraram a falta de

  • perspectiva. Para o autor, a cidadania se mostra um tema complexo e nesse assunto que gira o texto apresentado.

    Tornou-se comum associar a cidadania liberdade, direitos civis garantem a vida em sociedade -, polticos o direito de voto - e sociais garantem a participao na riqueza da sociedade -, quando ela vai muito alm desses termos. O cidado vai alm daquele que possui esses direitos. O autor cita A. T. Marshall, que complementa a ideia com o direito de educao popular que pauta como pr-requisito, apesar de ser classificada como direito social, para a expanso de todos os outros direitos. Inicialmente, surge essa noo de cidadania na Inglaterra e logo, cada pas consegue a sua. No Brasil no foi diferente, no se aplicava o modelo ingls, mas era bastante similar, porm com nfase principalmente no direito social. Um cidado ingls no o mesmo que um cidado brasileiro e como eles se distinguem se ambos possuem cidadania? A cidadania vista pela lealdade ao Estado e identificao com uma nao, aqui que se encontra a diferena e a partir dessa complexidade que o autor inicia o seu texto provocando a reflexo sobre a cidadania existente no Brasil e colocando o posicionamento do pas ao longo do tempo sobre essa questo.

    Ao longo do texto, o autor nos mostra atos de cidadania brasileira em que houve participao popular como julgadora e decisiva com relao s decises do governo como o primeiro presidente eleito a partir do voto direto e o impeachment desse mesmo presidente quando surgiram associaes dele com a corrupo do pas, o que deu ao povo a sensao de que podiam sim interferir sobre o ato de seus governantes.

    B) Polticas pblicas

    Exibio do filme Pro dia nascer feliz (Direo de Joo Jardim) (32 linhas)

    O cineasta Joo Jardim fez esse documentrio entre 2004 e 2005 abordando o sistema educacional brasileiro nas escolas pblicas, particulares e uma em especial, direcionada para alunos que possuem infraes s leis que no citada o nome - e o cotidiano de adolescentes em estados como Pernambuco, So Paulo e Rio de Janeiro com o objetivo de debater sobre a complexidade das polticas pblicas, em como difcil mudar essa realidade educacional.

    O filme se inicia com uma voz em off citando bordes sobre a precariedade da educao no Brasil e apresentando dados que provem essa afirmao. Alm disso, o Joo Jardim entrevista estudantes e professores descrevendo a estrutura e tudo ao redor do tema escolar ao longo do filme que do maior credibilidade ao assunto. Cada aluno mostrando suas dificuldades e seu contexto, seja ele familiar ou como processo estudantil, envolvem o pblico e mostram que as frustraes no so apenas de um ou outro, mas um ponto de vista geral. Assuntos em que o filme mostra como falta de professores, desrespeito entre a relao de aluno e professor, o modelo de ensino dado pelas escolas e a de aprovao automtica incomodam bastante ao assistir o filme, ainda mais tendo a viso dos dois lados: do aluno e do professor. Ser que o ato de estudar est ficando defasado, nada mais est sendo acrescentado e o mtodo j no se adequa ao novo tempo? O documentrio nem chegou a abordar a insero dos alunos no mundo da tecnologia, o que eu acho que seria ainda mais agravadora a situao.

    Gosto de como no filme abordado o papel do professor na sociedade e como visto o profissional abandonado pelo Estado e at mesmo pela prpria escola que submete o professor ao aluno, ou maquia situaes para que a educao flua como previsto passando alunos, aluno evoluindo e tudo sendo considerado normal. Uma frase que ficou na minha cabea foi a viso de uma professora que diz que estamos em uma escola do sculo passado e que diz que a escola deveria ser repensada, que a atual no cumpre mais a sua funo inicial e que o mundo est oferecendo muito mais do que o ensino. Ento fica a abordagem de que o mundo e a escola so duas coisas totalmente distintas e que no conversam entre si, o que a meu ver deveria ser uma complementar da outra.

  • No trmino do filme, a cmera nos mostra a expresso e a fisionomia de diversos alunos do pas e nos coloca a refletir se no nos encaixamos em algum momento com as histrias retratadas ali. Se o que aprendemos no fim das contas, no com a vida e no com a escola e como seria pensar uma nova soluo para esse problema que no individual, muito menos regional, de interesse de todos, pois aborda mais do que s educao, mas tambm preconceito, violncia, esperana, desigualdades sociais e regime econmico.

    CASTRO, M. H. G. de. Polticas pblicas: conceitos e conexes com a realidade brasileira in CANELA, G. Polticas pblicas Sociais e os Desafios para o Jornalismo. So Paulo: Cortez Editora, 2008. (24 linhas)

    A autora, sociloga, professora, graduada e mestre em Cincias Sociais e especialista em educao, escreveu um texto sobre polticas pblicas: conceitos e conexes com a realidade brasileira com a inteno de ampliar os conhecimentos e vises sobre o tema a partir da viso de um especialista. No comeo, ela compele uma srie de definies importantes para a compreenso do texto e para iniciar o contexto do tema dentro do campo da cincia poltica. Para isso, ela cita alguns autores como Marshall, que definem a poltica pblica como todo bem produzido para promover as coletividades em diversos campos, nesse caso, educao, sade, transporte, saneamento bsico, as caractersticas bsicas de um pas bem consolidado e desenvolvido, com isso ela desenvolve as tendncias atuais relacionadas a polticas pblicas existentes e as consequncias e impactos de um feito de uma poltica pblica mostrando tambm o histrico do Brasil diante dessa noo na poca de redemocratizao, do regime militar e da dcada de 90. A poltica pblica tambm permeia a noo de direitos que cada indivduo da sociedade possui e a autora enfatiza alguns deles e como a sociedade avanou na luta da incorporao desses direitos de forma vitalcia e os principais desafios enfrentados por quem, em sntese, j deveria possu-los. Na segunda parte do texto, h uma viso da redao escrita por Marta Salomon, jornalista brasileira e reprter especial na Folha de S. Paulo, que descreve uma pequena conversa com Louriana da Cunha e mostra a sua busca pelo documento de certido de nascimento na quais trs geraes da sua famlia nos os possua. com essa histria que Marta comea sua abordagem sobre polticas pblicas e busca superar a rea da burocracia para obter alguma informao e explica o contexto da situao poltica atual aos olhos de quem est dentro dela e de quem est fora tentando conseguir seus direitos, apresentando tambm os resultados e a eficincia da burocracia que a poltica pblica envolve relacionando todo o tema, com enfoque, no jornalismo investigativo.

    SARAVIA, Enrique. Introduo teoria da poltica pblica in SARAVIA, E; FERRAREZI, E. Polticas pblicas: coletnea. Braslia: ENAP, 2009, pp. 21-42. (71 linhas)

    Na aula de hoje, tivemos uma convidada especial que trabalha na Casoteca de Gesto Pblica da ENAP e veio nos apresentar como se realiza um estudo de caso e as suas principais caractersticas, juntamente com a sua importncia em ambientes de aprendizagem, alm de apresentar a funo do seu trabalho.

    A Casoteca uma proposta educacional da ENAP que voltada para o ensino de aplicao em que os casos de estudos esto imersos, incorpora a prtica e a teoria em relaes que podemos ver na vida. Para isso, criou um acervo digital com dezenas de estudos de casos apurados com sucesso ou no, para construir uma documentao de experincias e de acesso facilitado e gratuito podendo ter, inclusive, colaboradores em seus casos. O estudo de caso no um documento e no precisa ser necessariamente baseado em fatos, ele deve conter um problema e estimular uma discusso para a soluo, estimulando tambm a tomada de deciso com as informaes que so possudas naquele instante, assim como so tomadas na vida real sem conhecimento pleno de tudo o que rodeia o problema. Dessa forma, ele serve para repassar conhecimentos, aprender com erros e acertos alm de desenvolver habilidades anlise, relaes interpessoais, gesto, questionamento e sntese -, reforando a teoria aprendida em sala de aula, no caso, envolvendo, expondo o aluno em algo mais aplicado e com possveis

  • abordagens orientadas para perguntas e no solues pr-estabelecidas. Fazendo um estudo de caso, voc deve se perguntar como ele funciona, qual o problema, como o evito, como lido com ele, o que eu posso aplicar, se fosse outra pessoa, como resolveria? O que faria? aconselhado tambm, ao escrever um estudo de caso, escrever uma nota pedaggica para que seja lida pelo professor e para orient-lo aonde pode ser aplicado para ilustrar suas aulas. Os estudos de casos possuem dimenses, estas sendo: conceituais, informativas e analticas. As suas estruturas so baseadas em: Introduo, onde deve conter o foco, o problema e a questo, alm de despertar interesse em quem estiver lendo; a Narrativa, que a parte onde h a descrio do problema, descrevendo os personagens, as suas relaes, caractersticas, tudo dando um contexto para o leitor entender a situao que ser analisada e por fim, a nota pedaggica, j citada. H uma checklist dentro desse sistema com questes a serem feitas para que as informaes estejam completas e claras para a futura anlise, mas o que define um bom estudo de caso se ele surpreende, se possui os detalhes, se orienta para a deciso, se bem escrito e se consegue ser dramtico, atrai o leitor.

    No texto, Enrique Saravia aponta inicialmente a viso sobre a atividade estatal, feita ao longo dos tempos e sob diversas perspectivas. Ele contextualiza o sistema jurdico ao redor do mundo e percebe que o que muda de uma cultura para a outra a forma externa, porque a substncia bastante similar. Aps a contextualizao, o autor comea a descrever a histria da administrao pblica que se criou com os estudos de Woodrow Wilson, professor de Cincia Poltica e posteriormente, presidente dos Estados Unidos. O administrador pblico, como ele cita Tnia Fischer, at os anos 30 era considerado um mero executor de polticas, dentro de princpios de eficincias, no s do sistema, mas dele mesmo. Aps a Primeira Guerra Mundial, esse conceito passou a mudar e ganhar a percepo de formulador de polticas pblicas. Peter Drucker, especialista em management empresarial, aponta no texto que a primeira vez que foram aplicados os princpios da administrao por curiosidade, no foi em uma empresa, foi dentro do exrcito dos Estados Unidos, em 1901 por Elihu Root, secretrio da Guerra de Theodore Roosevelt, alm disso, o primeiro congresso de administrao Praga, 1922 no foi feito por empresrios tambm, foi feito por Herbert Hoover, secretrio de comrcio americano, por Thomas Masaryk, historiador e presidente-fundador da Repblica Tchecoslovquia. A administrao reconhecida como a de empresas aconteceu somente depois da Grande Depresso.

    Na segunda parte do texto, ele busca ver a perspectiva da poltica pblica e compara as empresas privadas com as estatais. No mbito das empresas privadas, h a necessidade de se manter ativa no mercado e nesse contexto de rpida mutao. Nos anos 50 e 60, as empresas adotaram um planejamento organizacional objetivos e metas fixas para alcanar finalidades almejadas. No mbito estatal, o planejamento era governamental. Os pases institucionalizaram rgos destinados a elaborar planos de desenvolvimento e no geral, foram bem-sucedidos. Com o tempo, essas estratgias se desgastaram e as empresas estatais se posicionaram tardiamente a essas questes o que resultou em insatisfao na capacidade de resposta a populao e aumentou o desejo de participao popular de forma democrtica no governo. Todos esses casos levaram, nos anos 80, na ao baseada na ideia de poltica pblica, o que deu ao pblico uma noo maior das caractersticas mais gerais do sistema poltico e ainda por cima, integra a dimenso jurdica que apontada no texto como se somente as leis resolvem os problemas - j tratada inicialmente.

    O conceito de poltica pblica para o autor de que um fluxo de decises pblicas, orientada para manter uma ordem social para mudar a realidade, bem como valores, ideia e vises. So estratgias que so desejados por diversos grupos que participam desse processo de deciso para a consolidao da democracia, justia social e felicidade das pessoas, podendo permear o campo da poltica. Ela, segundo o autor, contm algumas caractersticas, podendo ser Institucional, decisria, comportamental e causal. Elas precisam ser estudadas, o autor se baseia em Hogwood e Gunn para citar 7 modos de se estudar as polticas pblicas, so eles: os estudos de contedos polticos, o de processos das polticas, o dos produtos da polticas, das avaliaes das mesmas, da informao para a sua elaborao, da anlise dos processos e da anlise da prpria poltica. As suas etapas de formao so normalmente a agenda, a elaborao, a formulao, a implementao, a execuo, o acompanhamento e por fim, a avaliao.

  • C) Democratizao da Comunicao: em busca de polticas de comunicao.

    a) LINS, Bernardo F. E. Anlise Comparativa de Polticas Pblicas de Comunicao Social. Braslia: Cmara dos Deputados, 2002. (31 linhas)

    Bernardo F. Lins, Consultor Legislativo da rea XIV Comunicao Social, Telecomunicaes, Sistema Postal, Cincia e Tecnologia, apresenta conceitos importantes apesar de estarem desatualizados em seu texto que explora como a rea de comunicao est sendo mais trabalhada, alm de estimular o debate sobre as justificativas para a existncia de um sistema pblico e comunitrio de comunicao que permite maior liberdade de expresso, discute temas mais palatveis.Ele contextualiza o ambiente dos anos 2000 e pontos que possibilitam a regularizao da Comunicao Social, pois segundo o autor, haveria uma necessidade de regularizar devido a mdia fazer uso de bens escassos no h canais suficientes para todas as demandas e ele relaciona isso com a falta de tcnica, por a mdia tender a construir oligoplios, concentrar audincia alm de concentrar contedo graas as caractersticas do mercado e juntamente com esse problema, precisa-se encontrar um meio de balancear o contedo veiculado, o que conversa com o direito de liberdade de expresso com o cuidado com as crianas e adolescentes com esse tipo de contedo, a incitao a violncia, a diversidade de opinies, ao controle da pornografia e das limitaes da propaganda, por exemplo, e junto com a garantia dos direitos autorais.

    Ao longo do texto, o autor tambm justifica a radiofuso pblica e alternativa pela necessidade de manter intacto os valores frgeis as concesses e monoplios para divulgar a forma independente em informaes sobre fatos polticos e econmicos relevantes, mas pouco discutidos por no terem relevncia para o grande pblico, no so agendados na mdia, como as notcias mais comunitrias e as mais regionais.

    Ao final do seu texto, conclue-se que a liberdade de expresso valorizada como meio para alcanar objetivos pessoais do cidado, da democracia e da ordem daqueles que fazem parte do governo e da formao da opinio pblica, com isso, mostra-se que o papel da comunicao vai alm da divulgao de informaes, mas carrega consigo uma dimenso sociocultural que envolve todos da sociedade,faz parte do ato democrtico assegurar a aderncia da mdia quanto a sua funo e os seus resultados que variam conforme a cultura e a instituio do pas que se encontra. Em relao s polticas pblicas voltadas pra comunicao, tem uma certa resistncia dos empresrios e do prprio governo porque eles veem nas emissoras pblicas e comunitrias uma forma de concorrncia sobre o que alcanam com as receitas de publicidade alm do espao criado para divulgar um pensamento poltico, apesar de serem importantes para a sociedade devido a alternativa a uma programao mais diversificada, sem abusos ticos e pelas possveis atividades culturais, sociais e comunitrias, quando se trata de divulgao de fatos que importam ao pblico.

    b) ANDI. Mdia e polticas publicas de comunicao. Braslia: Andi, 2007. Acesso em 22 fev. 2008. Captulo 1. (13 linhas)

    A Agncia de Notcias dos Direitos da Infncia (ANDI), criada em 1993 monitora e analisa a ateno dedicada as mdias e suas temticas para a agenda social com destaque para aquelas que envolvem crianas e adolescentes. Por meio das diversas anlises de contedo j produzidas pela organizao, pode-se perceber o meio que atuar o campo jornalstico e busca influenciar uma noo de responsabilidade sobre o que se refere a cobertura de polticas pblicas sociais. Tanto a formao dos profissionais da rea da comunicao, o contexto social, poltico e econmico no qual o setor est inserido e as empresas de comunicao alm das polticas pblicas que regulam a atividade miditica so algumas das variveis que so consideradas pela organizao para poder fazer o monitoramento.

    A ANDI busca suprir uma necessidade de preencher o espao que a regulao e as politicas publicas j criadas no alcanam, como debater eventuais respostas s indagaes do

  • pblico e a inteno deles justamente trazer o debate dos contedos apresentados e enriquecer o campo das Polticas Pblicas em comunicao.

    b) RAMOS, Murilo Csar. As Polticas Nacionais de Comunicao e a Crise dos Paradigmas. In L'Amrique et les Amriques. Por Jacques Zylberberg e Franois Demrs (Orgs.), pp. 136-149. Saint-Foy (Qubec): Les Presses de L'Universit Laval, 1992. (21 linhas)

    Esse conceito de polticas nacionais de comunicao, segundo o autor, surge do mbito da Unesco, organizao das Naes Unidas que questiona a educao, a cincia e a cultura, criticando o capitalismo e influenciada pelo momento de mudana que a organizao sofria na poca. Na dcada de 60, foi desenvolvido uma linha de polticas pblicas na Unesco para a comunicao que previa uma interveno dos Estados nacionais, direta e indireta, de explorao por meio estatais de comunicao ou por regulamentos, que regulasse os meios privados aos programas, objetivos e metas impostas pela sociedade.

    Com a intensidade de debates, o ganhador do prmio Nobel, Sean MacBride fez um relatrio frente da sua Comisso Internacional para o Estudo dos Problemas da Comunicao, em 1980, que era impreciso em seus resultados, mas o mais completo sobre a temtica. O presidente norte-americano da poca liderou um movimento de esvaziamento da Unesco com a falta de financiamento para promover a continuao do debate e ficou ausente dos campos acadmicos e polticos nos anos 80, por pura onda neoliberal.

    O autor para contextualizar, se referencia a uma obra clssica de Kuhn, onde dizia que a cincia avana por meio de revolues, cada qual rejeitando muito mais o que j foi feito e recomeando sob um nova perspectiva. Seu conceito chave aquele de paradigma, que significa o modo de olhar a realidade. Aqui, o autor passa a falar sobre o Estado e a relao socialista/capitalista em diversos pases e a contextualizar as revolues j ocorridas nesse aspecto buscando que as polticas nacionais de comunicao foram originalmente configuradas como instrumentos de Estados para assegurar o desenvolvimento das naes e dos seus povos essas polticas devem ser pensadas como pblicas.

    b) PL 29 e Conferncia Nacional de Comunicao. (21 linhas)

    PL 29, projeto de lei cujo objetivo disciplinar a produo, programao e provimento de contedo audiovisual brasileiro para distribuio por meio eletrnico, de autoria do deputado Paulo Bornhausen (PFL-SC) regulamenta os servios de TV por assinatura no Brasil e permite a entrada das operadoras de telecomunicaes neste mercado. um projeto de lei polmico justamente por envolver interesse de grupos grandes do mercado de comunicao e tambm por causa das emendas que recebeu, estabelecendo cotas para veiculao de contedo nacional na programao das emissoras. O grande desafio para sociedade civil participar como terceira fora efetiva no embate entre interesses conservadores e liberais e, no que se refere CNC, o desafio conseguir que o Executivo convoque a Conferncia que se constri como frum pblico fundamental de debates sobre a reforma do atual modelo do sistema de comunicaes.

    A CONFECOM foi realizadada de 14 a 17 de dezembro de 2009 no Centro de Convenes Ulysses Guimares, em Braslia, coordenada pelo Ministrio das Comunicaes, e contou com a participao de representantes do Poder Pblico, da Sociedade Civil e da Sociedade Civil Empresarial inclusive, do presidente Lula, mostrado em um vdeo no Youtube pelo professor em sala de aula. O objetivo dessa conferncia foi a tentativa de elaborar propostas para a formulao da Poltica Nacional de Comunicao, atravs de debates democrticos e diversificados com a sociedade brasileira. O tema central era Comunicao: meios para a construo de direitos e de cidadania na era digital. A apresentao de propostas, bem como a organizao dos resultados, foi embasada por 3 temas: produo de contedo, os meios de distribuio e a cidadania, direitos e deveres. Para essa discusso, houveram trs segmentos para representao dos participantes: poder pblico, sociedade civil e sociedade civil empresarial, em especfico.

  • HAJE, Lara; LEAL, Sayonara; PAULINO, Fernando O. Polticas de Comunicao e sociedade civil: movimentos pela democratizao das comunicaes no Brasil em 2007/2008. Natal: XXXI Intercom, 2008. (26 linhas)

    Um dos grandes temas do Estado contemporneo a ampliao da democracia frente tendncia de democratizao da democracia. O atual modelo de governo para administrar todas as polticas pblicas dificultam a participao popular e problematiza o aspecto de democracia nessa dimenso cvica por no contemplar a diversidade de opinio em um momento que deveria ser pblico. Os autores citam outros autores como Mouffe e Young, que concordam que a poltica no deveria estar centrada nas instituies de poder do Estado, pois para os cidados saberem mais sobre elas, devem se engajar mais aos processos sociais e polticos e a realidade mostra uma atitude diferente, vindo de uma democracia em que a poltica problemtica em questes histricas e at mesmo culturais. J se apresentam alguns ganhos nessa discusso como a criao do Conselho de Comunicao Social e as diretrizes para as politicas de comunicao, mas no tem contribudo muito devido a falta de regulamentao especfica para esse tema, nem para as mdias eletrnicas do pas que possuem trs vertentes, apontadas por Bolno, so elas: liberais (operadores de telecomunicaes, empresrios de comunicao, partidos de direita), progressistas (organizaes da sociedade civil, partidos de esquerda) e conservadores (Ministrio das Comunicaes, radiodifusores). Alguns exemplos dessas articulaes que esto tendo efeito, por exemplo, que em 2006, foi escolhido o padro tecnolgico do Sistema Brasileiro de TV digital e em 2007, houve a criao da Empresa Brasil de Comunicao - a EBC.

    Sobre os direitos humanos e a Conferncia Nacional de Comunicao, os autores debatem sobre a formulao de polticas de comunicao nos ltimos anos e mostra a preocupao com as concesses, o contedo veiculado pela mdia e tentam abordar os princpios ticos e os direitos humanos na televiso brasileira, buscando sempre o debate sobre a atuao da radiodifuso no Brasil. Com isso, apresenta uma srie de conferncias e projetos de leis sobre o tema para reafirmar o contedo do artigo. Por fim, lembramos que a sociedade civil, conforme se apresenta neste artigo, tem grande capacidade de captar os ecos dos problemas sociais que ressoam nas esferas privadas, condensando-os e os transmite, a seguir, para a esfera pblica poltica (Estado). (PAULINO, Fernando. 2008).

    A UNESCO como plo central de debates: a) por uma Nova Ordem Mundial da Informao e da Comunicao; b) as polticas nacionais de comunicao; c) a Comisso e o Relatrio McBride; d) o fim do comunismo e a hegemonia liberal; e e) desafios contemporneos.

    Direito de acesso a informaes pblicas

    MENDEL, T. Liberdade de informao: um estudo de direito comparado. (10 linhas)

    Toby Mendel bacharel em Matemtica e Direito alm de diretor do Programa Jurdico do Artigo 19 e da organizao no governamental de direitos humanos que trabalha na promoo e defesa da liberdade de expresso e do acesso informao e est sediada em Londres. O livro Liberdade de informao: um estudo de direito comparado, teve a primeira edio lanada em 2003 e, em 2009 a segunda edio passou por revises e atualizaes. uma obra democrtica que apresenta a importncia do direito a informao ou do direito ao conhecimento, assim como aponta a garantia do direito de saber e a necessidade do sigilo de algumas informaes, disponibilizando um relatrio das leis e prticas que envolvem o tema e que atinge principalmente a sociedade civil, mas tambm acadmicos que se prope a estudar o desenvolvimento desse tema -, pela mdia e pelo governo.

  • O caso Direitos de Resposta e o controle pblico da mdia Intervozes (25 linhas)

    O texto discute a existncia de monoplios nos meios de comunicao e explicam como ele sobrevive at hoje no caso, graas ao patrimonialismo h tempos existente na relao de pblico-privado na poltica do Brasil e principalmente pelo Estado no tem muita preocupao em garantir uma pluralidade e forma democrtica - nas informaes transmitidas no espao da mdia. Com a privatizao, o espao televisivo brasileiro passa sair do que se estabelece a Constituio. Surge o Direitos de Resposta, a concessionria prestadora do servio pblico de radiodifuso achava-se no direito de, todos os dias, ganha dinheiro humilhando e ofendendo mulheres, pobres e homossexuais em especfico, a RedeTv! com um programa de pegadinhas. Foi ento que, em fins de 2005, uma extraordinria conjuno de fatores e o trabalho coletivo de algumas dezenas de pessoas perturbou a ordem autoritria vigente e criaram uma luta para garantir o espao pblico a quem de direito.

    A partir dessa contextualizao, o autor apresenta o Intervozes, ativistas reunidos que em 2002 iniciou suas atividades e em 2003, se formou como uma associao civil sem fins lucrativos que busca a regulao do sistema de comunicao brasileiro, a materializao do interesse pblico e a proteo ao direito humano a comunicao. Os tpicos apresentados em seguinte exemplificam e retificam a necessidade do debate e da criao desse grupo. Inicialmente, ele apresenta discusses sobre o poder pblico e o poder da mdia, falando sobre a questo de contedos exibidos, acessibilidade aos veculos e do papel do Estado na regulao, os principais problemas enfrentados, as exigncias de um profissional do meio, apresenta tambm partes da legislao que tocam o assunto. A partir desse ponto, ele desenvolve o papel que o Estado tem e o papel da sociedade civil como agente de mudanas. Para o autor, o controle pblico da mdia deve agir como um sensor captando as necessidades existentes que possam ser atendidas pelos meios eletrnicos de comunicao, num processo permanente de consultas e pesquisas (pg. 18). Os autores mostram assim, ao longo do texto, todos os processos e liminares que se feito para um caso como este.