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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE DOUTORADO EM ODONTOLOGIA CONCENTRAÇÃO EM MATERIAIS DENTÁRIOS RESINAS COMPOSTAS: COMPARAÇÃO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS Porto Alegre, maio de 2005.

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE DOUTORADO EM ODONTOLOGIA

CONCENTRAÇÃO EM MATERIAIS DENTÁRIOS

RESINAS COMPOSTAS: COMPARAÇÃO DE PROPRIEDADES

MECÂNICAS

Porto Alegre, maio de 2005.

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE DOUTORADO EM ODONTOLOGIA

CONCENTRAÇÃO EM MATERIAIS DENTÁRIOS

RESINAS COMPOSTAS: COMPARAÇÃO DE PROPRIEDADES

MECÂNICAS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da PUCRS como parte dos requisitos para obtenção do título de DOUTOR EM ODONTOLOGIA, área de concentração em Materiais Dentários.

EDUARDO GONÇALVES MOTA

Orientador: Prof. Dr. Hugo Mitsuo Silva Oshima

Porto Alegre, maio de 2005

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“... a pessoa pode pedir ao Pai

Nosso a inteligência, a vontade e o

desejo de servir a Deus, ajudando o

próximo a viver uma vida feliz.”

Rev. Dr. Martim Carlos Warth

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À minha amada esposa Gabriele e

adorada filha Ana Luiza

que nunca deixaram de me amar; me apoiaram, incentivaram,

renovaram minhas esperanças e, principalmente, souberam me acompanhar.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus pelas graças derramadas e pala vida cristã;

À Prof. Dra. Nilza Pereira da Costa, coordenadora da Pós-Graduação da

Faculdade de Odontologia da PUCRS;

Ao meu orientador, Prof. Dr. Hugo Mitsuo Silva Oshima, pela dedicação

em minha formação;

Ao Dr. Lowell Troester e sua família que me permitiram realizar o sonho

do Doutorado;

À Brazilian Mission Society, em nome do Rev. Dr. Thompson e sua

esposa Patricia, por serem instrumentos de Deus;

Aos docentes do Programa de Doutorado da Faculdade de Odontologia

da PUCRS;

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Aos colegas do Programa de Doutorado das sub-áreas de Materiais

Dentários, Dentística e Prótese Dental;

Ao amigo e colega Prof. Luiz Antonio Gaieski Pires;

Aos alunos da graduação e funcionários da ULBRA e a todos que

auxiliaram na produção deste trabalho;

Às famílias Mota, Warth, Raymann e Scherer pelo amor e paciência

imensuráveis nos últimos anos.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................... vi

RESUMO.................................................................................................... ix

ABSTRAC................................................................................................... xii

LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS.......................................... xv

1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 23

2. PROPOSIÇÃO........................................................................................ 27

3. REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 29

4. MATERIAIS E MÉTODO......................................................................... 62

4.1 Materiais............................................................................................ 63

4.2 Método.............................................................................................. 65

4.2.1 Resistência à Compressão...................................................... 65

4.2.2 Módulo de Elasticidade........................................................... 67

4.2.3 Microdureza Vickers................................................................ 68

4.2.4 Análise Termogravimétrica...................................................... 71

5. RESULTADOS........................................................................................ 73

6. DISCUSSÃO........................................................................................... 83

7. CONCLUSÃO......................................................................................... 93

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 95

9. ANEXOS.................................................................................................104

9.1 Análise Estatística dos Resultados...................................................105

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABREVIATURA DESCRIÇÃO

° C Grau Celcius

µm Micrometro

AD Admira, Voco

ADA American Dental Association

ANOVA Análise de Variância

ANSI American National Standards Institute

BisEMA Bisfenol A polietileno glicol diéter dimetacrilato

BisGMA Bis-fenol glicidil dimetacrilato

CH Charisma, Heraeus-Kulzer

CP Corpo-de-porva

DP Desvio padrão

EDMA Etileno glicol dimetacrilato

Fig. Figura

FTIR Espectrofotometria infravermelha por transformação de Fourier

g Grama

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GPa Gigapascal

h Hora

HPMA 3-hidroxipropril metacrilato

IN InTen-S, Ivoclar Vivadent

ISO International Standards Organization

KHN Número de dureza Knoop

m Metro

mg Miligrama

min. Minuto

ml Mililitro

mm Milímetro

Mol% Mol porcento

MPa Megapascal

MPS γ-metacrilolpropilsilano

N Newton

p Nível de significância

P4 Point 4, Kerr

PTFE Politetraflúoretileno

rpm Rotação por minuto

s Segundo

TC Tetric Ceram, Ivoclar Vivadent

TEDMA Trietileno dimetacrilato

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TEGDA Trietileno glicol diacrilato

TEGDMA Trietileno glicol dimetacrilato

TEGMA Trietileno glicol metacrilato

TGA Análise termogravimétrica

TTEGDA Tetraetileno glicol diacrilato

UDMA Uretano dimetacrilato

VHN Número de dureza Vickers

Vol% Percentual em volume

Wt% Percentual em peso

Z2 Z250, 3M ESPE

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Resumo

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo avaliar propriedades mecânicas selecionadas

de seis marcas comerciais de resina composta para uso direto, determinando a

resistência à compressão, módulo de elasticidade, microdureza Vickers e

conteúdo de carga em peso, assim como, correlacioná-las. Diferentes resinas

compostas em matriz orgânica e carga foram testadas (Admira (AD), Voco;

Charisma (CH), Heraeus-Kulzer; InTen-S (IN) e Tetric Ceram (TC),

IvoclarVivadent; Point 4 (P4), Kerr; Z250 (Z2), 3M ESPE). Para cada grupo, a

resistência à compressão (n=12), módulo de elasticidade (n=12), microdureza

Vickers (n=10) e conteúdo de carga em peso (n=10) foram determinados. Os

resultados obtidos nos ensaios foram comparados estatisticamente com

análise de variância e Tukey (p < 0,05). As propriedades mecânicas foram

correlacionadas ao conteúdo de carga em peso com o coeficiente de

correlação de Pearson (p < 0,01). O modelo de regressão linear simples foi

aplicado para determinar o grau de influência do conteúdo de carga em peso

sobre as propriedades mecânicas. As médias obtidas para resistência à

compressão (MPa) foram: AD 119,21; CH 169,98; IN 150,81; P4 76,60; TC

155,11; Z2 222,33. As médias obtidas para módulo de elasticidade (GPa)

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foram: AD 3,38; CH 3,42; IN 2,56; P4 3,07; TC 4,35; Z2 4,59. As médias para

microdureza Vickers (VHN) foram: AD 61,5; CH 66,92; IN 78,36; P4 50,53; TC

80,61; Z2 87,88. Para o conteúdo de carga em peso (Wt%): AD 75,55; CH

76,33; IN 72,51; P4 75,61; TC 79,56; Z2 78,72. Houve diferença

estatisticamente significante entre as resinas quando comparadas nos

diferentes ensaios (p < 0,05), assim como, correlações positivas fortes (0,881 ≤

r ≤ 0,992; p < 0,01) foram observadas quando as propriedades mecânicas

foram correlacionadas ao conteúdo de carga. Z2 apresentou, estatisticamente,

a maior média para resistência à compressão. Z2 e TC apresentaram,

estatisticamente, as maiores médias para o módulo de elasticidade,

microdureza Vickers e conteúdo de carga. Baseado nos resultados, o conteúdo

de carga influiu fortemente nas propriedades mecânicas das resinas testadas

(0,78 ≤ R2 ≤ 0,98; p < 0,01).

Palavras-chave: Materiais Dentários, Cimentos de resina;

Restauração Dentária Permanente; Mecânica; Dureza.

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Abstract

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xiii

ABSTRACT

The purpose of this study was evaluate selected mechanical properties of six

different composite resins. Compressive strength, elastic modulus, Vickers

microhardness and weight filler content were evaluated and correlated.

Different composites in organic matrix and filler type were tested (Admira (AD),

Voco; Charisma (CH), Heraeus-Kulzer; InTen-S (IN) and Tetric Ceram (TC),

IvoclarVivadent; Point 4 (P4), Kerr; Z250 (Z2), 3M ESPE). Samples were tested

for compressive strength (n=12), elastic modulus (n=12), Vickers

microhardness (n=10) and weight filler content (n=10). Data were compared

statistically with ANOVA and Tukey (p < 0.05). The mechanical properties were

correlated to filler content using Pearson correlation coefficient (p < 0.01).

Linear regression model was applied to determinate the influence of weight filler

content over the mechanical properties tested. Mean values for compressive

strength (MPa) were: AD 119.21; CH 169.98; IN 150.81; P4 76.60; TC 155.11;

Z2 222.33. Mean values for elastic modulus (GPa) were: AD 3.38; CH 3.42; IN

2.56; P4 3.07; TC 4.35; Z2 4.59. Means for Vickers microhardness (VHN) were:

AD 61.5; CH 66.92; IN 78.36; P4 50.53; TC 80.61; Z2 87.88. For filler weight

content (Wt%): AD 75.55; CH 76.33; IN 72.51; P4 75.61; TC 79.56; Z2 78.72.

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There were statistical differences between the composites on the different tests

(p < 0.05). Strong positive correlation (0.881 ≤ r ≤ 0.992; p < 0.01) were

observed when the mechanical properties were compared to filler weight

content. Z2 showed the highest average for compressive strength. Z2 and TC

showed highest averages for elastic modulus, Vickers microhardness and filler

weight content. The results of this study indicate that the weight filler content

strongly influences mechanical properties of resins composites tested (0.78 ≤

R2 ≤ 0.98; p < 0.01).

Key-words: Dental Materials; Resin Cements; Dental Restoration,

Permanent; Mechanics; Hardness.

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LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS

FIGURA 1 - Dispositivo utilizado para confecção dos corpos-de-prova para o

teste de resistência à compressão: (A) anel metálico para fixação da matriz

de PTFE bipartida (B) no qual é confeccionado o corpo-de-prova.

Fotoativação do último incremento de resina composta (C).......................66

FIGURA 2 - Ensaio mecânico de resistência à compressão: (D) corpo-de-prova;

(E) base para posicionamento do corpo-de-prova; (F) dispositivo utilizado

para comprimir o corpo-de-prova................................................................67

FIGURA 3 - Dispositivo para confecção das amostras para o teste de

microdureza Vickers: (G) suporte metálico; (H) matriz bipartida de PTFE..70

FIGURA 4 - Obtenção do número de dureza Vickers no Microdurômetro HMV

(Shimadzu, Jap.).........................................................................................70

FIGURA 5 - (I) Dispositivo TGA 2050 (TA Instruments, EUA) e (J) inserção da

amostra de resina composta.......................................................................72

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FIGURA 6 - Exemplos de impressões realizadas nos diferentes corpos-de-

prova............................................................................................................77

FIGURA 7 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina

Admira.......................................................................................................123

FIGURA 8 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina

Charisma...................................................................................................124

FIGURA 9 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina InTen-

S................................................................................................................125

FIGURA 10 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina Point

4.................................................................................................................126

FIGURA 11 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina Tetric

Ceram........................................................................................................127

FIGURA 12 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina

Z250..........................................................................................................128

GRÁFICO 1 - Representação gráfica das médias (MPa) de resistência à

compressão.................................................................................................75

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GRÁFICO 2 - Representação gráfica das médias (MPa) de módulo de

elasticidade..................................................................................................76

GRÁFICO 3 - Representação gráfica das médias (MPa) de microdureza

Vickers.........................................................................................................77

GRÁFICO 4 - Representação gráfica das médias obtidas para conteúdo de

carga em peso (Wt%)..................................................................................78

GRÁFICO 5 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina

composta Admira, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de

decomposição.............................................................................................79

GRÁFICO 6 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina

composta Charisma, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de

decomposição.............................................................................................79

GRÁFICO 7 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina

composta InTen-S, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de

decomposição.............................................................................................80

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GRÁFICO 8 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina

composta Point 4, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de

decomposição.............................................................................................80

GRÁFICO 9 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina

composta Tetric Ceram, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura

de decomposição........................................................................................81

GRÁFICO 10 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina

composta Z250, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de

decomposição.............................................................................................81

GRÁFICO 11 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina

Admira quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

resistência à compressão..........................................................................105

GRÁFICO 12 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina

Admira quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

módulo de elasticidade..............................................................................106

GRÁFICO 13 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina

Admira quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

microdureza Vickers..................................................................................107

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GRÁFICO 14 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina

Charisma quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

resistência à compressão..........................................................................108

GRÁFICO 15 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina

Charisma quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

módulo de elasticidade..............................................................................109

GRÁFICO 16 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina

Charisma quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

microdureza Vickers..................................................................................110

GRÁFICO 17 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina InTen-

S quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

resistência à compressão..........................................................................111

GRÁFICO 18 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina InTen-

S quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo

de elasticidade...........................................................................................112

GRÁFICO 19 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina InTen-

S quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

microdureza Vickers..................................................................................113

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GRÁFICO 20 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Point

4 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

resistência à compressão..........................................................................114

GRÁFICO 21 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Point

4 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo

de elasticidade...........................................................................................115

GRÁFICO 22 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Point

4 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

microdureza Vickers..................................................................................116

GRÁFICO 23 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Tetric

Ceram quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

resistência à compressão..........................................................................117

GRÁFICO 24 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Tetric

Ceram quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

módulo de elasticidade..............................................................................118

GRÁFICO 25 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Tetric

Ceram quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

microdureza Vickers..................................................................................119

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GRÁFICO 26 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Z250

quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e resistência

à compressão............................................................................................120

GRÁFICO 27 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Z250

quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo de

elasticidade................................................................................................121

GRÁFICO 28 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Z250

quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e

microdureza Vickers..................................................................................122

TABELA 1 - Divisão dos grupos, marcas comerciais, número do lote, matriz

orgânica, composição da carga, tamanho médio (µm), forma da carga e

conteúdo de carga (Wt%)............................................................................64

TABELA 2 - Comparação das médias dos grupos de ensaio de resistência à

compressão, desvio-padrão e coeficiente de variação...............................74

TABELA 3 - Comparação das médias dos grupos de ensaio para o módulo de

elasticidade, desvio-padrão e coeficiente de variação................................75

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TABELA 4 - Comparação das médias dos grupos de ensaio para microdureza

Vickers, desvio-padrão e coeficiente de variação.......................................76

TABELA 5 - Conteúdo de carga em peso (Wt%), desvio-padrão e coeficiente de

variação dos grupos testados......................................................................78

TABELA 6 - Comparação das correlações de Pearson (r) e coeficiente de

determinação (R2) entre o percentual de carga em peso (Wt %) nos grupos

e as propriedades mecânicas......................................................................82

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1. Introdução

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24

INTRODUÇÃO O introdução das resinas compostas na clínica odontológica

proporcionou a aplicação de técnicas restauradoras mais conservadoras e

estéticas (Craig, Powers e Wataha, 2002). Devido ao desenvolvimento dos

compósitos iniciado por Bowen (1963), as indicações deste material, hoje,

abrangem desde restaurações diretas para dentes anteriores e posteriores à

técnica indireta na confecção de inlays, onlays, facetas, coroas e próteses

parciais fixas.

Com o surgimento das resinas sensíveis a luz visível, as dificuldades de

controle do tempo de presa e redução da inibição da polimerização pelo

oxigênio foram minimizadas (Anusavice, 1998). Foi então que, em 1983, Lutz e

Phillips propuseram uma classificação para as resinas compostas baseada no

tamanho médio das partículas de carga. Devido às inúmeras diferenças entre

os materiais classificados nos mesmos grupos, outras classificações foram

sugeridas. Hosoda, Yamada e Inokeshi (1990) classificaram as resinas

compostas auto e fotopolimerizáveis através de microscopia eletrônica de

varredura. Lang, Jaarda e Wang (1998) utilizaram o tamanho médio da carga

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inorgânica como forma de classificar as resinas compostas, porém através da

eliminação da matriz orgânica com solvente.

Em 1992, Willems et al. preocuparam-se em classificar as resinas

compostas baseando-se no módulo de elasticidade, percentual de carga em

volume, tamanho médio da carga, rugosidade, dureza e resistência à

compressão. De forma semelhante, outros estudos avaliaram diversas

variáveis, como o tipo de carga inorgânica incorporada ao material, seu

percentual em peso (Li et al., 1985; Neves et al., 2002; Kim, Ong e Okumo,

2002, Mitra, Wu e Holmes, 2003), sua silanização, o tipo de matriz orgânica e

seus diluentes (Asmussen e Peutzfeldt, 1998; Shortall, Uctasli e Marquis,

2001). As propriedades mecânicas destes materiais tem sido avaliadas, como

as resistências à compressão, tração diametral (Brosch et al., 1999; Cobb et

al., 2000) e flexural, módulo de elasticidade, microdureza (Say et al., 2003),

resistência a abrasão de corpo triplo (Reich et al., 2004), assim como o próprio

grau de polimerização (Chung e Greener, 1990), visto que este tem influência

direta sobre as propriedades das resinas compostas.

No entanto, diferentes resinas compostas são lançadas ao mercado

classificadas, apenas, pelo tamanho médio de partículas, sugerindo que

materiais do mesmo grupo apresentam comportamento mecânico similares.

Isto justifica o estudo das propriedades mecânicas como forma de avaliação

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imediata, possibilitando um ranqueamento e comparação entre os materiais

disponíveis.

Baseado nesta questão, este estudo trabalha com a hipótese de que as

resinas de uso universal microhíbridas apresentam propriedades mecânicas

(resistência à compressão, módulo de elasticidade e microdureza Vickers)

similares. Assim como, o conteúdo de carga em peso incorporado ao material

pode interferir nestas propriedades mecânicas.

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2. Proposição

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PROPOSIÇÃO

Este estudo teve como objetivo:

1) determinar e comparar a resistência à compressão, módulo de

elasticidade e microdureza Vickers de seis marcas comerciais de resina

composta;

2) avaliar o conteúdo de carga em peso e correlacionar com as

propriedades mecânicas testadas;

3) determinar o grau de influência do conteúdo de carga em peso nas

propriedades mecânicas através do modelo de regressão linear simples.

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3. Revisão de Literatura

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REVISÃO DE LITERATURA

Bowen em 1963, comparou o efeito do tratamento da superfície de

partículas de sílica com vinil silano incorporadas na resina BisGMA com outros

materiais estéticos (cimento de silicato e a resina acrílica) e, também, com a

resina BisGMA com partículas sem tratamento. Para tanto, foi obtida uma

mistura de 70 % em peso de sílica tratada (55 Vol%) para 30 % do monômero

BisGMA diluído em 10 % de metil metacrilato e 10 % do monômero TEGDMA

para a comparação com os demais materiais estéticos. Com isso, o autor pode

concluir que a resina BisGMA com sílica tratada diminuiu a solubilidade, sorção

de água, coeficiente de expansão térmica e contração de polimerização,

aumentando o módulo de elasticidade, resistência à compressão e tração

quando comparada aos demais materiais do estudo. Portanto, a resina BisGMA

reforçada com sílica tratada melhorou as propriedades do material restaurador

estético.

Bowen (1964) buscou obter uma maior relação entre resina e vidro e

determinar se esta alteração pudesse alterar certas propriedades dos

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compósitos. O autor comparou uma resina sem carga, cimento de silicato,

esmalte e dentina humanos e sete diferentes misturas de resina e partículas

foram realizadas (partículas esféricas e irregulares de vidro, esféricas e

irregulares de sílica e partículas de sílica não tratadas com vinil silano). O

percentual em peso da fase inorgânica variou de 87 à 68 Wt% e foi

determinado pela queima de cinco amostras polimerizadas queimadas à 704

°C por 30 min. ao ar livre. Os testes de resistência à compressão, coeficiente

de expansão térmico, dureza Rockwell, estabilidade de cor, resistência ao

cisalhamento e à tração e módulo de elasticidade foram executados. A resina

composta reforçada com 87 Wt% de partículas esféricas de vidro apresentou

as maiores médias em relação aos outros compósitos e cimento de silicato,

porém, inferiores ao esmalte e dentina. Segundo o autor, o tratamento das

partículas com vinil silano reduz o conteúdo de resina e aumenta a resistência

dos compósitos. As propriedades parecem estar correlacionadas com o

tamanho e forma da carga e percentual de resina no compósito. Maiores

resistências foram obtidas com partículas esféricas e as resinas compostas

com reduzido conteúdo de matriz orgânica apresentaram módulo de

elasticidade mais próxima ao esmalte e dentina humanos do que resinas

compostas para restauração direta sem partículas de carga.

Ruyter e Svendsen, em 1978, analisaram qualitativamente os grupos

metacrilatos não reagidos e remanescentes em materiais restauradores a base

de compósitos. Seis marcas de resina composta (Adaptic, J&J; Compact,

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Svedia Dental Industry; Concise, 3M; Epolite, GC; Prestige, Lee

Pharmaceuticals; Protosit, A. Kettenbach) foram investigados através de

espectroscopia infravermelha. A reflexão infravermelha foi realizada antes da

polimerização e repetida após os compósitos serem submetidos à

polimerização e armazenados à 37 °C por 24 h. A quantia de grupos

metacrilatos não reagidos residuais foi determinada e os dados foram

expressos em percentual da quantia total de grupos metacrilatos nos materiais

não polimerizados. A quantia de grupos metacrilatos não reagidos nos seis

compósitos variou de 25 a 48 %. Os resultados demonstraram que os

compósitos comercialmente disponíveis exibiram diferentes graus de

conversão após 24 h do início da polimerização.

Raptis, Fan e Powers (1979) compararam propriedades mecânicas de

resinas compostas microparticuladas e convencional. As resinas Isocap,

Isopast, Silar, Superfil, Fotofil e Concise foram avaliadas quanto ao conteúdo

de carga inorgânico em peso, resistência à tração diametral, resistência à

compressão, módulo de elasticidade, absorção de água, resistência à

indentação e coeficiente de expansão térmico linear. O conteúdo de carga em

peso foi determinado pelo método gravimétrico no qual as amostras foram

pesadas antes e após a queima à 500 °C. Para o teste de resistência à

compressão e módulo de elasticidade, cinco amostras com 6 mm de diâmetro e

12 mm de altura foram levados à máquina de ensaio universal e testadas a

uma velocidade de 0,2 mm/min. O conteúdo de carga (Wt%) variou de 77,7 à

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33,2; já a resistência à compressão (MPa) de 284 à 216 e módulo de

elasticidade (GPa) de 13,7 à 3,2. Segundo os autores, as diferenças

observadas nas propriedades das resinas compostas testadas pode estar

relacionado com as diferenças no conteúdo de carga inorgânica.

Lutz e Phillips (1983) apresentaram uma revisão e classificação das

resinas compostas disponíveis no mercado daquele momento, assim como, as

vantagens e desvantagens. Para os autores, os materiais restauradores a base

de resina composta são definidos como uma composição tridimensional: fase

orgânica (a matriz), fase interfacial (agente de união) e a fase dispersa (carga).

A fase orgânica é normalmente composta de BisGMA e suas modificações,

UDMA, TEGDMA e inúmeros diluentes. A fase interfacial é composta de

moléculas bipolares, principalmente organossilanos, os quais fazem a união da

carga à matriz orgânica. Baseado na técnica de fabricação, o tamanho médio e

a composição das partículas de carga são usados como critério de

classificação para as resinas compostas. As partículas foram classificadas,

segundos os autores, em macropartículas (100 µm), micropartículas e três

diferente complexos microparticulados. As micropartículas (0,001 e 0,1 µm) são

formados por hidrólise e precipitação e consiste de esferas radiolúcidas de

vidro em dispersão coloidal. Os complexos microparticulados foram

desenvolvidos a fim de permitir um aumento no conteúdo de carga. Estes

complexos podem ser do tipo agrupado pré-polimerizado onde a sílica é

incorporada à matriz e aquecida para, então, este conjunto ser moído. Estas

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partículas são erroneamente chamadas de partículas orgânicas, uma vez que

contém sílica envolta em resina. Os complexos esféricos pré-polimerizados são

confeccionados pela mistura da carga em esferas de polímero parcialmente

polimerizados com diâmetro médio de 20 a 30 µm. Este método permite uma

inserção maior de carga. Os complexos aglomerados (1 a 25 µm) caracterizam-

se por agrupamentos artificiais de micropartículas puramente inorgânicas.

Li et al. (1985) determinaram os efeitos do conteúdo e tamanho de carga

nas propriedades mecânicas de dois grupos de resina composta. Ambos

grupos foram preparados pela incorporação de carga a base de borossilicato

de bário em uma matriz fotossensível de polietileno polimetacrilato. Um grupo

recebeu carga com tamanho de partícula de 2 µm, com conteúdo de 20, 40, 45,

50 e 53 (Vol%). O segundo grupo recebeu carga de 15 µm na quantia de 20,

40, 50, 60 e 65 (Vol%). Os testes realizados foram: profundidade de

polimerização, dureza, sorpção de água, comportamento tensão-deformação

sob lenta compressão, abrasão e desgaste por hidroxiapatita. A análise dos

dados indicaram que níveis maiores de conteúdo de carga resultaram num

aumento de dureza, resistência compressiva e tenacidade e diminuição na

sorpção de água. A incorporação de carga com 2 µm diminuiu a resistência

abrasiva das resinas comparada à resina sem carga, enquanto a adição de

carga com 15 µm aumentou a resistência. Houve uma tendência do aumento

na resistência ao desgaste com o aumento no nível de carga. O tamanho da

partícula apresentou uma moderada influência nas propriedades. Quando

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comparado com resinas com carga de 15 µm ao mesmo volume, o grupo de 2

µm apresentou propriedades inferiores em termos de profundidade de presa,

resistência compressiva, sorpção de água e resistência abrasiva. As

propriedades que menos foram influenciadas pelo tamanho da carga foram

dureza, tenacidade e resistência ao desgaste pela hidroxiapatita.

Ferracane e Greener (1986) determinaram os efeitos das variáveis na

formulação de resinas compostas como a concentração de diluente, tipo de

catalisador e concentração, modo de polimerização, grau de conversão e

propriedades mecânicas. A resistência à tração diametral, resistência à

compressão, dureza, resistência e módulo flexural foram testadas e os

resultados correlacionados ao grau de conversão. Os resultados apresentaram

uma correlação significante entre as propriedades mecânicas e o grau de

conversão. O grau de conversão variou de 60,1 à 73,4%, resistência à

compressão de 58,7 à 91,2 MPa, dureza de 82,3 à 87,7 (durômetro D) e

módulo de flexural 0,67 à 2,02 GPa. A maior polimerização foi alcançada pela

maior incorporação de diluente e baixas concentrações de inibidores nas

resinas.

Chung (1990) avaliou a influência da concentração de carga nas

propriedades e durabilidade de resinas compostas. O conteúdo de carga foi

determinado pela análise termogravimétrica, assim como, o grau de conversão,

tração diametral, dureza Knoop e Barcol e resistência à abrasão foram

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avaliados. As resinas Marathon, Fulfil Compules, P-30, Estilux Posterior CVS,

Siterifil, Occlusin e Bis-fil I foram avaliadas. O grau de conversão das resinas

compostas variou de 58,2% à 74,2%. A resistência à tração diametral, dureza

Knoop e Barcol foram 39,8 à 60 MPa, 41,8 à 81,9 e 76,3 à 89,2,

respectivamente. Correlações significantes (p<0,01) foram obtidas entres o

conteúdo de carga e a resistência à tração diametral (r=0,89) e entre o

conteúdo de carga e o número de dureza Knoop (r=0,89). Segundo o autor, o

aumento da resistência com o aumento na concentração de carga pode estar

relacionado com a união da carga à matriz orgânica.

Hosoda, Yamada e Inokoshi (1990) examinaram resinas compostas em

microscopia eletrônica de varredura e análise qualitativa a fim de obter uma

classificação apropriada para uso clínico. Vinte e quatro resinas compostas

quimicamente ativadas e vinte e uma resinas fotopolimerizáveis foram

analisadas. A partir da avaliação de superfícies polidas das resinas testadas

em microscopia eletrônica e determinação qualitativa da composição

superficial, sete grupos foram determinados pelos autores: resina composta

tradicional (macro); resina composta micropartículada (0,06 à 0,04 µm) com

complexo unido ou aglomerado; resina composta submicroparticulada (0,3 à

0,2 µm); resina composta híbrida com complexo unido ou aglomerado; resina

composta semi-híbrida altamente carregada com carga.

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A correlação entre o grau de conversão de monômero, concentração de

partículas inorgânicas e propriedades mecânicas foram estudadas por Chung e

Greener (1990). Sete marcas comerciais de resinas compostas foram avaliadas

neste estudo sendo que todas foram polimerizadas por luz halógena: 1)

Marathon (DentMat); 2) Ful-fil Compules (L,D, Caulk); 3) P30 (3M); 4) Estilux

Posterior (Kulzer); 5) Sinterfil (Teledyne Getz); 6) Occlusin (Imperial Chemical

Industries); 7)Bis-fil I (Bisco). A reação de polimerização foi monitorada pela

espectrofotometria (FTIR) através da taxa de absorbância das ligações

alifáticas (C=C). O conteúdo de partículas inorgânicas foi determinado pela

técnica de gravimetria e a densidade pela picnometria. Cilindros de resinas

compostas foram preparados para o teste de resistência compressiva e tração

diametral. Amostras de resinas compostas de 6 mm X 3 mm foram preparadas

para o teste de dureza Knoop. Os resultados mostraram que o grau de

conversão variou de 43,5% a 73,8%. A densidade de partículas variou de 1,89

a 2,69 g/ml-1. A percentagem em peso de partículas variou de 66,4% a 85,5% e

o volume 58,2% a 74,2%. A variação das médias dos valores de resistência à

compressão e diametral foi de 242,3 a 324,7 MPa e 39,8 a 60,6 MPa,

respectivamente. A média de dureza Knoop variou de 41,8 a 81,9 (KHN). Para

todos os materiais, significantes correlações foram observadas entre o volume

de partículas e a tração diametral (r=0,89) e entre volume de partículas e

dureza Knoop (r=0,89). Nenhuma correlação foi encontrada entre o grau de

conversão de monômeros e as propriedades mecânicas. Os autores

concluíram que a utilização de Bis-GMA ou UDMA na matriz resinosa permite

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aos fabricantes formularem seus compósitos em variados modos o qual passa

pela seleção dos diluentes bem como a composição das partículas e sua

concentração. Ainda, assumiram que a concentração de partículas

desempenha o papel de maior importância nas propriedades das resinas

compostas.

McCabe e Kagi (1991) avaliaram a dureza, resistência à compressão,

fadiga e desgaste abrasivo de um compósito para inlay com e sem

polimerização adicional. A resina estudada foi especialmente desenvolvida

para esta pesquisa sendo composta de BisGMA e TEGMA como matriz

orgânica, partículas de boro-silicato como carga e um agente de união. Duas

cores foram confeccionadas, dentina e esmalte, variando a composição. Os

resultados deste estudo apresentaram que a resina de cor de dentina

apresentou uma melhora significativa nas propriedades mecânicas em relação

à cor de esmalte. As propriedades como dureza após 24 h, 7 dias, resistência à

compressão e desgaste aumentaram seus resultados após a polimerização

adicional. No entanto, a resistência à fadiga diminuiu para ambas cores

testadas. Houve uma melhora nas propriedades no grupo com polimerização

adicional, no entanto, os autores apresentaram dúvidas a respeito de tal

pequena melhora nas propriedades em relação a um significante efeito na

durabilidade clínica.

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Lang, Jaarda e Wang (1992) classificaram resinas compostas com base

no tamanho médio das partículas de carga e avaliaram a resistência ao

desgaste. Doze marcas comerciais de resinas compostas foram dissolvidas em

acetona a fim de separar o conteúdo inorgânico. A carga residual foi avaliada

posteriormente em microscopia eletrônica de varredura. Quatro grupos distintos

foram observados: grupo 1 com partículas maiores que 25 µm (Visio-Fil, Status,

Heliomolar e Distalite); grupo 2 com tamanho médio de 10 µm (P-10, P-30,

Bisfil I e Estilux Posterior); grupo 3 com tamanho médios de 5 µm (Ful-Fil, Siter-

Fil II e Adaptic II) e grupo 4 híbrida com 1 µm (Herculite Condesable). Houve

diferença estatisticamente significante quanto à resistência ao desgaste entre

as resinas testadas e foi facilmente correlacionada com a classificação

proposta. Com isso, os autores concluíram que o sistema de classificação de

resinas compostas dever ser revista.

Willems et al. (1992) classificaram as resinas compostas (n=89) mais

comuns disponíveis no mercado em função do tamanho médio da partícula,

distribuição do conteúdo de carga, volume de carga incorporado, módulo de

elasticidade, rugosidade superficial, dureza, resistência à compressão e

imagem em microscopia eletrônica de varredura. Devido ao elevado número de

marcas comerciais, as resinas compostas foram classificadas em cinco

principais categorias: compósitos densos, compósitos microfinos, compósitos

heterogêneos, compósitos tradicionais e compósitos reforçados por fibras. Esta

classificação baseou-se no módulo de elasticidade, percentual em volume de

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carga, tamanho médio da carga, rugosidade, dureza e resistência à

compressão e não somente no tamanho médio da carga como outros autores

anteriormente fizeram. O grupo dos compósitos densos foi subdivido em

parcialmente carregados (< 59 Vol%) e compactamente carregados (> 60

Vol%), pois altos conteúdos de carga resultam no aumento da dureza e

resistência compressiva.

Htang, Ohsawa e Matsumoto (1995) avaliaram o efeito do nível de carga

na resistência ao impacto de resinas compostas. Uma série de compósitos

experimentais foi preparado pela incorporação da partículas de quartzo

silanizado (3-5 µm) em uma resina fotossensível a base de BisGMA e

TEGDMA. O conteúdo de carga em peso com compósitos experimentais variou

de 40 à 85%. Os compósitos foram aplicados em cavidades padronizadas tipo

Classe I em dentes bovinos. As amostras receberam ciclagem mecânica (1,6 x

10 -2 joule) por 50000 a 150000 ciclos. As fraturas induzidas pela ciclagem

mecânica foram observadas na superfície das amostras seccionadas. Os

compósitos considerados de baixo ou alto conteúdo de carga (<60% ou >80%

em peso) apresentaram resistência significantemente menor à fratura. Os

resultados revelaram uma relação linear inversa entre conteúdo de carga e

resistência à fratura de resinas compostas com um certo conteúdo de carga

(<60%). Níveis aumentados de carga (>80%) não aumenta a resistência à

fadiga de uma resina composta determinada pela aplicação de carga de

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impacto repetitiva. Porém níveis intermediários de conteúdo de carga em peso

(75 Wt%) apresentaram as maiores médias de resistência ao impacto.

Venhoven et al. (1996) avaliaram a influência de três parâmetros de

partículas inorgânicas na coesão mecânica de compósitos com diferentes

sistemas de monômeros. A coesão mecânica foi determinada através do teste

de abrasão in vitro. Três bases resinosas foram confeccionadas com misturas

de BisGMA e MPS, BisGMA e HPMA e BisGMA e TEGDMA. Nestas misturas,

dois diferentes tipos de carga (vidro-cerâmico e vítreo com tamanho médio de

0,7 à 3,6 µm) foram incorporados e comparados com um grupo sem reforço de

carga. O compósito contendo a mistura de BisGMA e TEGDMA reforçada por

carga de vidro-cerâmico pré-tratado com MPS apresentou a melhor

performance ao resistir o desgaste. O tipo de pré-tratamento da carga

apresentou baixa influência nos resultados. O espaço entre as partículas de

carga, segundo os autores, é o fator responsável pelas diferenças observadas

na resistência ao desgaste. Segundo os autores, o tamanho médio da carga

apresenta um efeito adverso sobre a resistência ao desgaste, uma vez que

partículas maiores apresentam menor área de contato para união com a matriz

orgânica e permitem a desunião da carga deixando espaços vazios na resina

composta.

Kildal e Ruyter, em 1997, avaliaram as diferenças nas propriedades

mecânicas de 3 compósitos em relação às técnicas de polimerização intra e

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extra oral de restaurações diretas e indiretas (inlay), e como as mesmas são

afetadas pela absorção de água. As características de fratura em compressão,

assim como a relação tensão-deformação em carga constante, tanto em

compressão quanto flexural, foram determinadas. Um segundo objetivo foi

investigar a influência do conteúdo de carga e composição do monômero nas

propriedades mecânicas. Os materiais testados foram Brilliant (Coltene),

Charisma (Kulzer) e EOS (Vivadent), que foram polimerizados com 2 métodos.

O método A consistiu em fotopolimerizar com uma unidade manual de

fotopolimerização e o método B foi realizado em uma caixa de luz. A absorção

de água diminuiu os valores de resistência para todas amostras. O método B

(polimerização em fornos) aumentou significantemente a resistência em

relação ao método A. A absorção de água diminuiu o módulo de elasticidade

para as amostras do método A. Os valores finais de resistência também

diferiram-se das amostras testadas em seco e submersas com o método B.

Houve, apenas, uma pequena diferença nas propriedades compressiva e

flexural entre as amostras polimerizadas de acordo com o método A e B.

Krishnan, Manjusha e Yamuna (1997) usaram quatro cadeias alifáticas

orgânicas longas (TEGDMA, EDMA, TEGDA e TTEGDA) como diluentes para

confecção de resina composta fotossensível. Amostras polimerizadas de pasta

preparadas usando os diluentes foram armazenadas separadamente por

períodos de 60 dias em água destilada à 37 °C e testadas quanto à resistência

compressiva, tração diametral e microdureza em períodos específicos de 1, 7,

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14, 21, 28 e 60 dias. As amostras preparadas usando TEGDMA apresentaram

maiores valores de resistência comparavelmente aos demais diluentes, embora

estas apresentaram uma leve deterioração quando armazenadas em água

destilada em 60 dias. As amostras preparadas usando EDMA apresentaram

um baixo coeficiente de variação nos resultados, enquanto, as amostras

preparadas usando TEGDA e TTEGDA apresentaram grande variabilidade dos

resultados de resistência durante os primeiros 28 dias. Segundo os autores, o

TEGDMA pareceu ser a melhor escolha dentre os diluentes testados,

apresentando melhor resistência à compressão e tração diametral, embora

haja uma tendência de redução nos valores com o tempo de armazenagem. As

características de resistência não são drasticamente afetadas pela alteração do

diluente, embora o uso de cadeias de baixo peso molecular tais como EDMA

pareceu manter estáveis as propriedades com o tempo de armazenagem.

Krishnan e Yamuna (1998) avaliaram a influência da inserção de carga

de vidro radiopaco em substituição a partículas convencionais na resistência à

compressão, tração diametral e microdureza. A concentração do iniciador

canforoquinona, o tempo de exposição da fonte de luz e o tamanho da partícula

foram outras variáveis testadas no estudo. Doze diferentes pastas foram

confeccionadas tendo como matriz o BisGMA e TEGDMA como diluente. Para

o teste de microdureza, doze amostras foram preparadas com 6 mm de

diâmetro e 3 mm de altura, levados ao microdurômetro e uma carga de 100 g

foi aplicada por 15 s em cada amostra. Para o teste de resistência à

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compressão, dez amostras de cada pasta foram confeccionadas com 3 mm de

diâmetro e 6 mm de altura, armazenadas por 24 h à 37 °C e testadas em

máquina de ensaio universal à 10 mm/min. Os dados foram analisados com

teste t de Student e análise de variância à 5 %. A microdureza da resina

composta fotoativada aumentou com maiores tempos de exposição de forma

que uma concentração de iniciador de 0,25 à 0,5 % em peso produziu

compósitos com excelente resistência à compressão e tração diametral. O

excesso de iniciador deve ser evitado pois poderá alterar a cor da resina

composta polimerizada. Partículas de carga com tamanho de 0,7 à 1 µm

produziram melhores propriedades mecânicas.

Asmussen e Peutzfeldt (1998) determinaram o efeito do UEDMA,

BisGMA e TEGDMA em propriedades mecânicas selecionadas de resinas

compostas experimentais. Trinta misturas de monômeros de TEGDMA e

BisGMA e/ou UEDMA foram confeccionadas. Cinco misturas básicas

apresentavam as seguintes relações molares entre TGDMA e BisGMA: 30:70,

40:60, 50:50, 60:40 e 70:30. Outras misturas foram produzidas nas quais o

BisGMA foi sucessivamente substituído pelo UEDMA a 10 mol% por vez.

Nestas misturas foram acrescidos fotoiniciadores e carga. A resistência à

tração diametral, resistência flexural e módulo de elasticidade foram

determinados 7 dias após a confecção das amostras. A resistência à tração

diametral das resinas compostas variou entre 52 e 59 MPa, a resistência

flexural entre 137 e 167 MPa e o módulo de elasticidade entre 8 e 11,1 GPa. A

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análise estatística (ANOVA, p < 0,05) mostrou que a substituição do BisGMA

ou TEGDMA pelo UEDMA resultou no aumento da resistência à tração e

flexural e que a substituição dos BisGMA pelo TEGDMA aumentou a tração,

mas reduziu a resistência flexural. O valor do módulo de elasticidade diminuiu

com o aumento do conteúdo de UEDMA. Com isso, os autores concluíram que

variando o conteúdo de UEDMA, BisGMA e TEGDMA em conjunto à carga,

pode-se obter uma resina composta com propriedades diferentes baseado na

necessidade de cada situação quanto à resistência e resiliência.

Taylor et al. (1998) relacionaram o tipo e conteúdo de carga, composição

e viscosidade da matriz resinosa e as características de escoamento de

diferentes formulações de compósitos. Pastas com BisGMA e análogos a este

foram diluídos com TEGDMA produzindo soluções com 1000 e 2000 cp

correspondendo à variabilidade de escoamento das matrizes de compósitos

comerciais. Todas matrizes foram misturadas com carga híbrida (0,76 µm

médio de partícula) silanizada e uma micropartícula silanizada (menor que 0,5

µm). Para cada combinação, o conteúdo máximo de carga foi determinado,

assim como a consistência da pasta (plasticidade). A consistência das pastas

foram avaliadas por uma modificação da especificação da ADA desenvolvido

para determinar a consistência padrão dos cimentos de fosfato de zinco e

silicato. Para cada combinação de carga-monômero, o aumento do conteúdo

de carga reduziu a plasticidade. Para os materiais usados, o conteúdo máximo

de carga foi de 86 Wt% para a carga híbrida e 36 Wt% para o material

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microparticulado. Nos valores mais baixos de conteúdo de carga, diferenças na

plasticidade foram observadas mesmo em conteúdos iguais de carga e

viscosidade da matriz. Esta variedade na plasticidade pode ser explicado pela

quantia de TEGDMA presente na mistura. Segundo os autores, para cada

combinação matriz-carga, há uma característica de máximo conteúdo de carga.

O conteúdo máximo de carga está relacionado à natureza da carga. Menos

carga microparticulada é necessária para produzir uma pasta de mesma

plasticidade que a híbrida. Para todas misturas, a redução do conteúdo de

carga aumenta a plasticidade e, em mesma plasticidade, matrizes mais

viscosas aceitam mais carga aumentando suas propriedades.

Brosh et al. (1999) determinaram e correlacionaram as resistências à

compressão e à tração de resinas compostas, o padrão e a probabilidade de

falha sob condições de tensão. Dez marcas comerciais de compósitos

(Herculite XRV, Kerr; Brilliant, Coltene; Z100, 3M; Graft LC, GC; Charisma,

Kulzer; TPH, Dentsply; Pertac, Espe; Tetric, Vivadent; Aelitefil, Bisco;

Amelogen, Ultradent) foram testados quanto a resistência à tração diametral e

compressão. Vinte e cinco amostras de cada material foram confeccionadas

para cada teste mecânico. Para o teste de compressão, amostras com 3 mm

de diâmetro e 6 mm de altura foram confeccionadas, enquanto que para tração

diametral, amostras com 6 mm de diâmetro e 3 mm de altura foram

preparados. As amostras foram armazenadas por 7 dias em recipiente

protegido da luz e foram testados em máquina de ensaio universal com

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velocidade de 0,5 mm/min. Os valores de resistência à tração diametral foram

aproximadamente 20 % da resistência compressiva dos materiais. Os testes de

comparação múltipla indicaram que as propriedades de resistência à tração

diametral foram muito mais sensíveis na predição de diferenças entre as

resinas compostas quando comparadas ao teste de resistência compressiva. O

Pertac (Espe) apresentou a maior resistência compressiva. Nas resinas Graft

LC (GC) e Z100 (3M) observaram-se os maiores valores de resistência à tração

diametral. Os valores de resistência à compressão variaram de 300 à 198 MPa.

Nenhuma correlação foi encontrada entre a resistência à compressão e tração

diametral.

Xu (1999) avaliou o uso de filamentos mono-cristalinos (nitrato de sílica)

como carga de resina composta, assim como, o efeito do conteúdo deste tipo

de carga nas propriedades do compósito. Partículas de sílica foram fundidas

nos filamentos a fim de facilitar a silanização e criar irregularidades nas

mesmas permitindo uma maior retenção à matriz orgânica (BisGMA e

TEGDMA). A resistência flexural, o módulo de elasticidade, microdureza e grau

de conversão foram medidos em função do conteúdo de carga em peso (0 à 70

%). O módulo de elasticidade e a dureza aumentaram uniformemente com o

nível de carga. A resistência flexural aumentou inicialmente, porém ficou em

platô com o aumento do conteúdo de carga a partir de 55 Wt%. O grau de

conversão diminuiu com o aumento do conteúdo de carga. Com isso, o autor

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concluiu que o reforço pelos filamentos cerâmicos pode aumentar

significantemente as propriedades mecânicas das resinas compostas.

Cobb et al. (2000) compararam as propriedades físicas de três resinas

compostas compactáveis, uma híbrida convencional e uma microparticulada.

Os autores avaliaram resistência à tração diametral, resistência à compressão,

flexural e profundidade de cura. Os autores avaliaram as resinas compostas

Alert, Surefil, Soliaire, TPH Spectrum e Heliomolar. Todas amostras foram

confeccionadas de acordo com as especificações da American National

Standards Institute (ANSI). Os resultados demonstraram que a resina

composta híbrida apresentou significantemente maiores resultados em

resistência flexural e tração diametral do que os outros materiais. Alert e Surefil

apresentaram semelhante resistência em tração diametral e flexural, os quais

foram maiores que para Heliomolar. A resina composta Solitaire apresentou os

mais baixos valores em relação a estes testes. Surefil apresentou o maior valor

de resistência à compressão, seguido pela TPH Specrum, Solitaire e Alert, os

quais apresentaram resultados similares, porém significantemente maior que

Heliomolar. TPH Spectrum e Alert apresentaram o maior valor de profundidade

de cura comparado aos outros compósitos seguido pela Surefil, Solitaire e

Heliomolar. Para os autores, embora as resinas compostas compactáveis

testadas neste estudo apresentaram propriedades físicas superiores à

microparticulada, estas não foram melhores do que a resina convencional

híbrida.

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Shortall, Uctasli e Marquis, em 2001, avaliaram a resistência à fratura de

uma grande variedade de resinas compostas restauradoras fotoativadas

disponíveis atualmente. Os produtos indicados somente para uso em anterior

foram testados juntamente com materiais universais para dentes posteriores. O

material universal e o posterior produziram maiores valores de torque à fratura

(T) no geral em comparação aos produtos para anterior. Trinta e seis

compósitos foram avaliados. Seis destes produtos foram desenvolvidos e

indicados para uso em anterior; 22 foram identificados como materiais

universais e 8 foram exclusivamente desenvolvidos para uso em posterior.

Amostras chanfradas de 5 mm de diâmetro (±0,1 mm) e 2 mm de profundidade

(± 0,1 mm) foram preparadas com um entalhe central com ângulo de 90 º. A

fratura foi induzida utilizando uma máquina de ensaios universal Instron com

velocidade de 1mm/min. utilizando uma esfera de 3 mm de diâmetro que

promovia dois pontos de contato distribuídos igualmente a fim de fraturar a

amostra em duas metades. Dez amostras foram preparadas para cada grupo

de teste. Os valores médios (DP) de torque (N/mm) variaram de 8,04 (0,97) a

13,58 (0,86) para os compósitos de uso em anteriores; 9,04 (0,66) a 18,88

(1,86) para os materiais universais e 8,7 (0,68) a 17,32 (1,59) para os produtos

recomendados para uso em posterior. Além disso, os produtos para anterior

apresentaram médias significantemente menores para os valores de torque

em relação ao outros grupos testados. Não houve diferença estatisticamente

significante entre os produtos de uso universal e para posterior. As resinas

compostas fotoativadas atualmente disponíveis apresentam uma grande

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variedade de valores de resistência à fratura. Para os produtos avaliados nesta

pesquisa, os compósitos universal e para uso posterior apresentaram médias

de resistência à fratura significantemente maiores. De acordo com os

resultados deste estudo, alguns dos novos materiais para posterior podem ser

susceptíveis à fratura marginal e do corpo em situações de grande estresse in

vivo.

Vaidyanathan e Vaidyanathan (2001) avaliaram as diferenças entre

resinas compostas microparticuladas, miniparticuladas e híbridas em relação à

deformação sob tensão e recuperação influenciadas pelo conteúdo de carga.

As resinas compostas Clearfil (Kurary, híbrida), Charisma (Heraeus-Kulzer,

minipartículada) e Durafill (Heraeus-Kulzer, microparticulada) foram avaliadas.

As deformações elástica e viscoelástica dos compósitos foram avaliadas sob

tensão constante e subsequente recuperação da tensão. O conteúdo de carga

em peso foi determinado pela análise termogravimétrica (TA Instruments 951).

As propriedades mecânicas dinâmicas dos materiais também foram avaliadas.

Os resultados indicaram diferença significante (p < 0,0001) entre as resinas

compostas testadas. O sistema microparticulado deformou significantemente

mais que a miniparticulada, e esta mais que a híbrida. As diferenças

observadas foram prontamente explicadas pelas diferenças no tipo e volume

do conteúdo de carga nos compósitos. As diferenças de deformação e

recuperação das resinas compostas testadas foram fortemente influenciadas

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pelas diferenças nos parâmetros das partículas de carga (Clearfill, 85Wt%;

Charisma 73Wt%; Durafill 53Wt%).

Condon e Ferracane (2002) avaliaram o efeito de nanopartículas

silanizadas ou não na distribuição do estresse de contração de polimerização.

Três tipos de nanopartículas foram avaliados: tratado com silano funcional,

tratado com silano sem grupamento funcional e não tratado com agente de

união. A estes foram adicionados cinco diferentes níveis em volume de

fotoiniciadores em três diferentes monômeros (BisGMA, TEGDMA e UDMA). A

tensão gerada por estes materiais quando polimerizados foi medido em uma

máquina de ensaio universal. O efeito do peso molecular do monômero foi

avaliado pelo preparo de três formulações com níveis de co-monômero

variados e carga silanizada e não tratada. Reduções na tensão de

polimerização de até 31% foram alcançadas entre ambas resinas

nanoparticuladas. Os materiais que apresentaram maior nível de monômero

diluente produziram níveis maiores de tensão.

Sabbagh, Vreven e Leloup (2002) avaliaram e comparam o módulo de

elasticidade estático e dinâmico de 34 resinas compostas, assim como o

conteúdo de carga em peso e o efeito da armazenagem por 6 meses. Cinco

amostras de cada material foram preparadas de acordo com a especificação

ISO 4049. O módulo de elasticidade dinâmico foi determinado inicialmente por

um método não destrutivo através de vibração e detecção da freqüência

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fundamental. Enquanto, o módulo estático foi obtido a partir do teste de

resistência flexural de três pontos. O percentual de carga em peso foi

determinado através da queima, ao ar livre, de aproximadamente 0,5 g de cada

resina no qual foi aquecido até 900 °C por 1 h. A diferença, em peso, antes e

após a queima determinou o conteúdo de carga. Os autores observaram uma

forte correlação entre o percentual de carga em peso e os módulos de

elasticidade estático (r = 0,82, p < 0,05) e dinâmico (r = 0,90, p < 0,05). A

armazenagem em água não afetou as correlações entre o conteúdo de carga e

ambos módulos de elasticidade.

Neves et al. (2002) avaliaram a correlação entre grau de conversão e

microdureza em resinas compostas, e o efeito do conteúdo de partículas e do

tipo de unidade fotoativadora sobre esses parâmetros. Três resinas compostas

(Artglass®, Hareaus-Kulzer; Solidex®, Shofu; Zeta LC®, Vita) foram

polimerizadas em três diferentes unidades laboratoriais (UniXS®, Hareaus-

Kulzer; Solidilite®, Shofu; e unidade Experimental). Para cada material, quinze

corpos-de-prova foram confeccionados em uma matriz metálica, e submetidos

às análises do grau de conversão por meio de espectrofotometria por

infravermelho e da microdureza. O conteúdo de partículas inorgânicas foi

determinado por análise termogravimétrica (TGA). O comportamento conjunto

das variáveis - grau de conversão e microdureza - foi medido através do

coeficiente de correlação de Pearson. Para a resina Artglass®, o grau de

conversão variou de 37,5% a 79,2%, com valores de microdureza de 32,4 a

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50,3 (r = 0,904). Para a resina Solidex®, o grau de conversão variou de 41,2% a

60,4%, com valores de microdureza de 33,3 a 44,1 (r = 0,707). Para a resina

Zeta LC®, os valores de conversão e microdureza foram, respectivamente, de

62,0% a 78,0% e de 22,6 a 33,6 (r = 0,710). Concluiu-se que o uso das

diferentes unidades resultou em variações dos valores de conversão em função

das características específicas de cada unidade. Para cada material, uma forte

correlação entre conversão e microdureza foi observada. Além disso, quando

materiais diferentes foram comparados, observou-se que o conteúdo de

partículas inorgânicas afetou diretamente os valores de microdureza, não

interferindo no grau de conversão.

Kim e Okuno (2002) avaliaram a resistência à fratura de resinas

compostas contendo partículas de carga com forma irregulares. Um padrão de

emissão acústico durante o ensaio de resistência descreveu o processo de

microfratura, somado aos achados superficiais, auxiliaram na compreensão do

mecanismo de microfratura. As resinas compostas AElitefil, Charisma, Herculite

XR, Hipolite, TPH e Veridonfil foram testadas. A determinação do conteúdo de

carga em peso foi realizado através do aquecimento de uma amostra de cada

resina em um forno elétrico à 600 °C por 30 min. A diferença entre o peso

inicial e o final resultou no conteúdo em peso. Os valores de conteúdo de carga

(Wt%) e resistência à fratura (MPa.m-1/2), respectivamente, foram: Aelitefil

(74,8; 0,98), Charisma (72,3; 0,75), Herculite XR (76,2; 1,02), Hipolite (71,9;

1,14), TPH (74,7; 1,04) e Veridonfil (74,0; 1,08). Segundo os autores, não

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houve diferença entre as resinas quanto ao conteúdo de carga (Wt%), porém

houve diferença em relação à resistência à fratura. Isto pode ser explicado pela

superfície de fratura ser afetada pela morfologia da carga.

Anzai et al. (2002) sintetizaram um tipo de partícula de carga composta

de um componente orgânico e um inorgânico em nível molecular e avaliaram

as propriedades desta carga. Após a síntese da partícula, foi observado, no

teste termogravimétrico, um conteúdo de 16 Wt% de partículas orgânicas

inorgânicas, 83,1 Wt% de componente inorgânico e 0,4 Wt% de água residual.

Uma resina composta para os testes mecânicos foi confeccionada com UDMA,

TEGDMA, 68 Wt% da partícula sintetizada e caforoquinona como fotoiniciador.

A resistência à compressão foi avaliada em amostras de 4 mm de diâmetro e 8

mm de altura com velocidade de carregamento de 2 mm/min., resistência

flexural de três pontos e módulo de elasticidade foram determinados. O

compósito de teste apresentou uma resistência à compressão (MPa) média de

397,0. Para resistência flexural e módulo de elasticidade, apresentou 142,5

MPa e 11,5 GPa, respectivamente. Baseado nos resultados, os autores

demonstraram que partículas híbridas orgânicas-inorgânicas podem ser usadas

como carga para as resinas compostas.

Kim, Ong e Okuno (2002) classificaram resinas compostas comerciais

de acordo com a morfologia da carga inorgânica, avaliaram a influência da

morfologia na conteúdo presente na resina e avaliaram o efeito do conteúdo e

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morfologia na dureza, resistência flexural, módulo flexural e resistência à

fratura. A microscopia eletrônica de varredura e a espectroscopia por dispersão

de energia foram usados para classificar 3 amostras de 14 compósitos em 4

grupos de acordo com sua morfologia. O conteúdo de carga em peso foi

determinado pelo método termogravimétrico, onde as amostras foram

aquecidas até 600 °C a fim de volatilizar a parte orgânica. A dureza Vickers foi

determinada com uma carga de 200 g por 15 s, a resistência flexural e o

módulo flexural foram testados em uma máquina de ensaio universal. Os dados

foram comparados com análise de variância seguido do teste múltiplo de

Duncan (p < 0,05). Os compósitos foram classificados em 4 categorias de

acordo com a morfologia da carga: pré-polimerizada, formas irregulares, pré-

polimerizada com formas irregulares e partículas esféricas. O conteúdo de

carga presente nos compósitos foi influenciado pela morfologia deste. Os

compósitos que continham cargas pré-polimerizadas apresentaram baixos

valores de conteúdo de carga (25 à 60 %). As propriedades mecânicas dos

compósitos foram relacionados com o conteúdo de carga. Os compósitos com

o maior quantia de carga apresentaram maior resistência flexural (120 a 129

MPa), módulo flexural (12 a 15 GPa) e dureza (101 a 117 VHN). A resistência à

fratura também foi afetada pelo volume de carga, mas o resultado máximo de

resistência foi encontrado com um nível de 55 % de carga. Com isso, os

autores puderam concluir que os compósitos testados puderam ser

classificados pela morfologia da carga. Esta propriedade influenciou no

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conteúdo de carga. Ambos, morfologia e conteúdo, influenciaram a resistência

flexural, módulo flexural, dureza e resistência à fratura.

Mitra, Wu e Holmes (2003) desenvolveram duas resinas compostas

nanoparticuladas e compararam suas propriedades mecânicas in vitro com um

compósito híbrido, microhíbrido e microparticulado. As resinas desenvolvidas

foram carregadas nanopartículas e nanoaglomerados. As propriedades

mecânicas avaliadas foram resistência à compressão, tração diametral e

flexural, resistência abrasiva de corpo triplo, resistência à fratura, manutenção

do polimento e morfologia superficial. O tratamento estatístico dos resultados

foi realizado com análise de variância e o teste pareado Tukey-Krame (p <

0,05). Os resultados de resistência à compressão, diametral e fratura foram

equivalente ou maior que os compósitos convencionais testados. Os

compósitos nanoparticulados apresentaram melhor manutenção do polimento

que a resina híbrida e microhíbrida, no entanto, similar ao microparticulado. Os

autores puderam concluir que o sistema nanoparticulado apresentou alto

polimento e a manutenção deste similar ao compósito microparticulado

enquanto manteve propriedades mecânicas e resistência ao desgaste similar

aos demais compósitos.

Say et al. (2003) determinaram a resistência abrasiva de corpo triplo de

cinco resinas P-60, Solitaire 2, Ariston AT, Tetric Ceram e Admira. O estudo

avaliou também a correlação entre a resistência e dureza dos compósitos. O

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teste de desgaste de corpo triplo foi realizado usando uma máquina de abrasão

ACTA com 15 N de força de contato usando milho moído como abrasivo. A

profundidade (µm) foi avaliada por um profilômetro após 200000 ciclos. O teste

de dureza foi realizado usando um microdurômetro digital (carga de 500 g por

15 s). Os dados foram analisados pelo teste Kruskal Wallis (p < 0,05). Houve

diferença significante entre os compósitos quanto à abrasão (P-60 < Solitaire 2

< Ariston AT < Tetric Ceram < Admira). A resina P-60 apresentou o maior valor

de microdureza. Nenhuma outra diferença significante foi observada entre as

demais resinas quanto à microdureza. Os resultados deste estudo indicam que

há diferenças significantes na resistência abrasiva dos compósitos. A

correlação entre dureza e desgaste foi significante (r: - 0,91). Portanto, os

autores concluem que há uma correlação negativa entre dureza e desgaste de

corpo triplo dos compósitos testados.

Abado et al. (2003) avaliaram o conteúdo de partículas inorgânicas em

volume e a resistência flexural de resinas compostas compactáveis para

dentes posteriores em comparação a compósitos híbridos convencionais. A

determinação do conteúdo de partículas inorgânicas foi realizada pela

verificação do peso do compósito polimerizado antes e após a eliminação da

fase orgânica em solvente líquido. A resistência flexural de três pontos foi

avaliada de acordo com a norma ISO 4049:1988. Os resultados apresentaram

os seguintes conteúdos de carga em volume: Alert, 67,26%; Z100, 65,27%; P

60, 62,34%; Ariston pHc, 64,07%; Tetric Ceram, 57,22%; Definite, 54,42%;

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Solitaire, 47,76%. Em relação ao teste de resistência flexural, os materiais

apresentaram resistência na seguinte ordem decrescente: P 60 (170,02 MPa)

> Z100 (151,34 MPa) > Tetric Ceram (126,14 MPa) = Alert (124,89 MPa) >

Ariston pHc (102,00 MPa) = Definite (93,63 MPa) > Solitaire (56,71 MPa). Com

isso, os autores observaram que resinas com diferentes conteúdos de carga

em volume como Alert e Tetric Ceram apresentavam médias de resistência

flexural similares. Este comportamento, segundo os autores, se deu pela

composição similar dos monômeros UEDMA, BisGMA e TEGDMA na matriz

orgânica dos compósitos.

Halvorson, Erickson e Davidson (2003) avaliaram a influência do

conteúdo de carga e conteúdo de silano na conversão de resinas compostas

fotossensíveis através da espectroscopia infravermelha por transformação de

Fourier (FTIR). A carga de sílica/zircônia foi processada com um agente de

união silano. A carga tratada foi inserida em uma matriz resinosa a base de

BisGMA/TEGDMA formando uma pasta contendo sólidos em 72 Wt%. A

reflectância difusa FTIR foi usada para caracterizar a insaturação do

metacrilato ao silano na partícula de carga enquanto a conversão de

monômeros foi determinada usando FTIR por transmissão. A conversão da

matriz resinosa foi determinada pelo ajuste da conversão pela insaturação do

silano. Duas pastas adicionais foram manufaturadas a fim de obter uma

variação na relação carga-resina usando partículas de carga não tratadas e

partículas de carga processadas com 8 Wt% de silano. As pastas com carga

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contendo um percentual de silano variável demonstrou uma conversão

linearmente diminuída (R2=0,986) com o aumento no conteúdo de silano. Com

isso, os autores concluíram que a conversão de monômeros progressivamente

diminui com o aumento do conteúdo de carga e este efeito foi independente de

se tratar ou não a partícula de carga com silano.

Reich et al. (2004) determinaram o desgaste de corpo triplo, resistência

à fratura e módulo de elasticidade de quatro resinas compostas para uso

indireto (Artglass, Vita Zeta LC e Targis) e uma resina para uso direto (Z100).

Além disso, o teste de desgaste foi realizado nas matrizes puras dos materiais

e comparados ao amálgama como referência. O desgaste dos materiais

indiretos foi maior do que Z100 (13 µm) e amálgama (14 µm) (p < 0,01, Mann-

Whitney). As resistências médias de fratura para os compósitos indiretos

variaram de 127,5 MPa (Targis) à 71,6 MPa (Vita Zeta LC). O módulo de

elasticidade dos compósitos variaram de 2,9 à 12,8 GPa. O grau de desgaste

das matrizes não diferiram significantemente. O desgaste das resinas é

influenciado pelo seu conteúdo de carga, tamanho médio de carga, tipo, forma

e silanização da mesma.

Debnath et al. (2004) testaram a hipótese que o módulo e resistência

flexurais e resistência à fratura são diretamente proporcionais à resistência

interfacial ao cisalhamento entre a carga e matriz. A matriz resinosa do

compósito experimental consistiu de uma mistura de BisGMA:TEGDMA

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(60:40). Dois níveis de fotoiniciadores foram usados: 0,15 e 0,5%. A análise

termogravimétrica foi usado para quantificar o grau de silano, borracha ou

polímero unida à sílica e partículas de vidro. A resistência ao cisalhamento da

união interfacial resina-partícula foi testada pelo método de microunião. As

resinas compostas contendo partículas de vidro com vários tratamentos

superficiais foram preparados e os testes de resistência flexural, módulo

flexural e resistência à fratura foram executados. As propriedades mecânicas

foram medidas em amostras secas e úmidas. Segundo os autores, para as

propriedades mecânicas testadas, o módulo flexural foi independente do tipo e

tratamento superficial da carga; a resistência flexural e à fratura foram maiores

para o vidro silanizado, e menor inserção de resina nas partículas de carga

silanizadas foi observada quando a concentração de iniciador diminuiu. Estes

achados sugerem que o aumento na resistência de união entre a carga e

matriz não resultou no aumento das propriedades mecânicas de resinas

compostas.

Saad et al. (2004) avaliaram a microdureza nas superfícies de topo e de

base de corpos-de-prova confeccionados com duas marcas comerciais de

resinas compostas microhíbridas: Filtek Z250 (3M ESPE) e Vitalescence

(Ultradent), ambas nas cores A3 e incisal. Foram confeccionados cinco corpos-

de-prova para cada grupo de materiais, cada corpo-de-prova teve suas

superfícies de topo e base divididas em quatro quadrantes e realizado o teste

de microdureza Vickers com três impressão em cada quadrante de 50 g por 30

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s, totalizando 120 impressões por grupo testado. Os resultados foram avaliados

pelo teste de Tukey, significativo ao nível de 5%. Na superfície de topo a resina

Z250 cor incisal apresentou 265 VHN e na base 194,3 VHN. Para cor A3, 310,8

e 267,9 VHN respectivamente. A resina Vitalescence cor PF apresentou 359,7

VHN na superfície e 288,1 VHN na base. Para cor A3, 332,3 e 275,0 VHN,

respectivamente. As resinas de cor A3 apresentam dureza Vickers

significativamente superior às resinas transluscentes, tanto nas superfícies de

topo quanto nas de base. Observou-se também diferença significativa de

microdureza entre as superfícies de topo e base de todos os grupos testados.

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4. Materiais e Método

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MATERIAIS E MÉTODO

4.1 Materiais

Foram selecionadas seis resinas compostas disponíveis no mercado

classificadas como microhíbridas. Os critérios de inclusão destes materiais

foram: diferentes tipos de carga em forma, composição, percentual em peso e

tamanho médio, assim como, uma variedade de monômeros na matriz

orgânica. Todas resinas compostas utilizadas neste estudo foram de cor A2. As

resinas compostas divididas nos grupos de ensaio estão descritas na Tabela 1.

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TABELA 1 - Divisão dos grupos, marcas comerciais, número do lote, matriz orgânica, composição da carga, tamanho médio (µm), forma da carga e conteúdo de carga (Wt%).

Grupo Marca comercial Número do Lote

Matriz Orgânica

Composição da carga Tamanho médio(µm)

Forma da carga

Conteúdo de carga (Wt%)

Tempo de exposição

AD1 Admira (Voco, Alemanha)

360192 BisGMA UDMA

TEGDMA

Vidro de bário-alumínio-boro-silicato e dióxido de silício

0,7 Não descrita

pelo fabricante

77 40 s

CH2 Charisma

(Heraeus-Kulzer, Alemanha)

080034 BisGMA

Vidro de bário-alúminio-silicato e

partículas de dióxido de silício

0,7 Irregulares

76,4

40 s

IN3 InTen-S

(Ivoclar Vivadent, Liechtenstein)

E41790 BisEMA etoxilato

Vidro e bário e triflúor itérbio

0,7 Irregulares e esféricas

Não descrito pelo

fabricante 10 s

P44 Point4

(Kerr, EUA) 009328 Dimetacrilatos

Não descrita pelo fabricante

0,4 Não descrita

pelo fabricante

76,5 40 s

TC5 Tetric Ceram

(Ivoclar Vivadent, Liechtenstein)

F53751 BisGMA UDMA

TEGDMA

Vidro de bário, sílica, triflúor itérbio, vidro alumínio fluorssilicato

de bário

0,7 Irregulares e esféricas

80

20 s

Z26 Z250

(3M ESPE, EUA) 1370A2

BisGMA BisEMA UDMA

Zircônia e sílica 0,6 esféricas 80

20 s

1 VOCO Research & Development, 2005. 2 Charisma Microglass Universal Hybrid Composite [on line], 2005. 3 Ivoclar Vivadent. InTen-S documentação científica, 2002. 4 Kerr Sybrom Dental. Manual Point 4, 2000. 5 Ivoclar Vivadent. The Tetric Ceram Family, 2000. 6 3M ESPE, 1998.

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65

4.2 Método

4.2.1 Resistência à Compressão

O teste de resistência à compressão foi realizado baseado nas

metodologias de Kildal e Ruyter (1997); Krishnan, Manjusha e Yamuna (1997);

Krishnan e Yamuna (1998) e Brosh et al. (1999). Para confecção das amostras

(n=12) de cada grupo, uma espátula Thompson no 6 foi utilizada para inserir

cada incremento (2 mm) de resina composta em uma matriz de PTFE cilíndrica

bipartida com 3 mm de diâmetro e 6 mm de altura (Fig. 1). A matriz foi

posicionada sobre uma tira de poliéster a fim planificar a resina. Três

incrementos de 2 mm foram inseridos. A cada incremento, a resina composta

foi fotopolimerizada pelos tempos descritos na Tabela 1. Após a inserção do

último incremento de material, uma nova tira de poliéster foi adaptada sobre a

matriz e, sob pressão de uma placa de vidro, a amostra foi planificada. A fonte

de luz utilizada foi do aparelho fotopolimerizador XL - 1500 (3M ESPE) e a

intensidade deste foi verificado a cada 5 exposições (Curing Radiometer Model

100, Demetron Co., EUA). A intensidade de luz variou de 450 ± 20 mW/cm2. Os

excessos de resina foram removidos com auxílio de uma lâmina de bisturi n°

12. Todas as amostras, após a confecção, foram armazenadas em recipientes

plásticos individuais imersos em água destilada pelo período de 24 h à 37°C

em uma estufa para culturas (Modelo 002 CB; Fanem, Br.) aguardando a

conversão de monômeros residuais (Ruyter e Svendsen, 1978).

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66

FIGURA 1 - Dispositivo utilizado para confecção dos corpos-de-prova para o teste de resistência à compressão: (A) anel metálico para fixação da matriz de PTFE bipartida (B) no qual é confeccionado o corpo-de-prova. Fotoativação do último incremento de resina composta (C).

Decorrido o período de 24 h, o ensaio de resistência à compressão foi

realizado em uma máquina de testes Universal EMIC DL-2000 (Br) com uma

velocidade de 0,5 mm/min. baseado na metodologia de Brosch et al. (1999,

Fig. 2). Os resultados obtidos em newtons (N) foram transformados em

megapascal (MPa) de acordo com a fórmula descrita por Krishnan e Yamuna

(1998):

F

RC =

π . r2

Onde RC é a resistência à compressão (MPa), F é a força máxima obtida

(N) e r é o raio da amostra (1,5 mm).

A

B C

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67

FIGURA 2 - Ensaio mecânico de resistência à compressão: (D) corpo-de-prova; (E) base para posicionamento do corpo-de-prova; (F) Dispositivo utilizado para comprimir o corpo-de-prova.

Os resultados da resistência à compressão foram analisados

estatisticamente através da análise de variância (ANOVA) e teste Tukey (p <

0,05).

4.2.2 Módulo de Elasticidade

A partir dos dados obtidos no teste de resistência compressiva, o módulo

de elasticidade foi calculado utilizando a seguinte fórmula descrita por

Anusavice (1998):

D

E

F

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68

P / A

E =

∆l / l0

Onde P é a carga aplicada (N); A é a área transversa; ∆l alteração no

comprimento; l0 o comprimento original.

Os resultados do módulo de elasticidade (GPa) foram analisados

estatisticamente através da análise de variância (ANOVA) e teste Tukey

(p<0,05).

4.2.3 Microdureza Vickers

Foram confeccionadas 5 amostras de resina composta para cada grupo

de teste. Uma matriz bipartida de PTFE com 4 mm de diâmetro e 3 mm de

altura (Fig. 3) foi utilizada para inserção da resina composta. A resina foi

inserida em dois incrementos e fotopolimerizada pelo tempo descrito na Tabela

1 com o aparelho XL 1500 (3M ESPE) com intensidade de luz aferida a cada 5

exposições. As amostras foram, então, embutidas em cilindros de PVC com 20

mm de altura por 25 mm de diâmetro com resina acrílica quimicamente ativada

(Jet, Clássico, Br.). Após a presa do acrílico, as amostras receberam uma

seqüência de acabamento em uma politriz (DPU - 10 Panambra, Br) com lixas

de granulação 100, 200 e 600 à 200 rpm sob refrigeração de água por 1 minuto

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em cada lixa. Durante a planificação, as amostras foram fixadas em um bloco

metálico a fim de padronizá-las. Logo após, as amostras foram armazenadas

em recipientes individuais e imersos em água destilada em estufa para culturas

(Modelo 002 CB; Fanem, Br.) à 37°C por 24 horas. Os corpos-de-prova foram

testados no microdurômetro HMV (Shimadzu, Jap.) (Fig. 4) e duas impressões

foram realizadas em cada amostra com intervalo de 1 mm. Uma ponta de

diamante de base quadrada foi utilizado para determinação da dureza Vickers.

A superfície da amostra foi examinada microscopicamente com 40 X de

aumento e a ponteira foi movida até a posição e uma carga de 500 g foi

aplicada por 15 s (Say et al., 2003). A ponteira foi deslocada e, então, a

objetiva (40x) foi reposicionada para focar a impressão. As dimensões das

diagonais na impressão foram medidas. A microdureza Vickers (VHN) foi

calculada usando a fórmula citada por Krishnan e Yamuna (1998):

1854,4 . P

VHN (Kg/mm2) =

D2

Onde P é a carga aplicada em gramas e D é a distância média das

diagonais em micrometros. Os resultados (VHN) obtidos foram analisados

estatisticamente com análise de variância (ANOVA) e teste Tukey (p < 0,05).

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70

FIGURA 3 - Dispositivo para confecção das amostras para o teste de microdureza Vickers: (G) suporte metálico; (H) matriz bipartida de PTFE.

FIGURA 4 - Obtenção do número de dureza Vickers no Microdurômetro HMV (Shimadzu, Jap.).

G

H

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71

4.2.4 Análise Termogravimétrica

Para cada grupo, dez amostras de 20 (± 10) mg da resina composta foi

inserida em um cadinho de platina e submetida a uma taxa de aquecimento de

20 °C/min. até 700 °C no dispositivo TGA 2050 (TA Instruments, EUA) (Fig. 5).

Neste dispositivo, a temperatura de decomposição da matriz orgânica foi

determinada assim como o percentual em peso (Wt%) de carga inorgânica. No

momento em que houve uma estabilização do peso da amostra (Neves et al.,

2002; Kim, Ong e Okumo, 2002), a quantia de resíduo inorgânico foi registrada.

Os dados obtidos na análise termogravimética de cada grupo foram

comparadas entre os grupos com análise de variância e Tukey (p <0,05). Os

dados de conteúdo de carga em peso foram correlacionados (coeficiente de

correlação de Pearson, p < 0,01) com os resultados de microdureza,

resistência compressiva e módulo de elasticidade. O modelo de regressão

linear simples (coeficiente de determinação R2) foi aplicado a fim de verificar o

grau de influência do conteúdo de carga sobre as propriedades mecânicas.

Em cada análise termogravimétrica, uma linha do percentual do

conteúdo orgânico em ebulição em relação à temperatura (%/°C) foi

apresentada. Estes dados foram utilizados para comparação qualitativa da

incorporação de diferentes monômeros nas resinas compostas testadas.

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FIGURA 5 - (I) Dispositivo TGA 2050 (TA Instruments, EUA) e (J) inserção da amostra de resina composta.

I

J

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5. Resultados

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74

RESULTADOS

Baseado nos ensaios, as médias, o desvio padrão e o coeficiente de

variação estão apresentados nas Tabelas de 2 à 6, Gráficos 1 à 10 e Figura 6.

TABELA 2 - Comparação das médias dos grupos de ensaio de resistência à compressão, desvio-padrão e coeficiente de variação.

Grupos Média (MPa)

Desvio-padrão

Coeficiente de variação

Z2 222,33 A 44,78 20,14

CH 169,98 B 59,43 34,96

TC 155,11 BC 41,96 27,05

IN 150,81 BC 34,10 22,61

AD 119,21 CD 31,10 26,09

P4 76,60 D 22,11 28,86

* Médias seguidas de diferentes letras diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de análise de variância e Tukey.

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75

119,21

169,98

150,81

76,6

155,11

222,33

0

50

100

150

200

250

MPa

Admira Charisma InTen-S Point4 TetricCeram

Z250

A

BC

CD

B BC

D

* Médias seguidas de diferentes letras diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de análise de variância e Tukey.

GRÁFICO 1 - Representação gráfica das médias (MPa) de resistência à compressão.

TABELA 3 - Comparação das médias dos grupos de ensaio para o módulo de elasticidade, desvio-padrão e coeficiente de variação.

Grupos Média (GPa)

Desvio-padrão

Coeficiente de variação

Z2 4,59 A 0,37 8,09

TC 4,35 A 0,81 18,73

CH 3,42 B 0,70 20,48

AD 3,38 B 0,63 16,80

P4 3,07 BC 0,53 17,56

IN 2,56 C 0,63 24,98

* Médias seguidas de diferentes letras diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de análise de variância e Tukey.

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76

3,38 3,42

2,56

3,07

4,35 4,59

00,51

1,52

2,53

3,54

4,55

GPa

Admira Charisma InTen-S Point4 TetricCeram

Z250

AAB

CD BC

D

CD

* Médias seguidas de diferentes letras diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de análise de variância e Tukey.

GRÁFICO 2 - Representação gráfica das médias (MPa) de módulo de elasticidade.

TABELA 4 - Comparação das médias dos grupos de ensaio para microdureza Vickers, desvio-padrão e coeficiente de variação.

Grupos VHN Desvio-padrão

Coeficiente de variação

Z2 87,88 A 8,95 10,19

TC 80,61 AB 8,39 10,41

IN 78,36 B 6,7 8,56

CH 66,92 C 2,46 3,68

AD 61,50 C 3,43 5,58

P4 50,53 D 2,27 4,49

* Médias seguidas de diferentes letras diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de análise de variância e Tukey.

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77

61,566,92

78,36

50,53

80,61

87,88

0102030405060708090

100

VHN

Admira Charisma InTen-S Point4 TetricCeram

Z250

AAB

DC

B

D

* Médias seguidas de diferentes letras diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de análise de variância e Tukey.

GRÁFICO 3 - Representação gráfica das médias (VHN) de microdureza Vickers.

FIGURA 6 - Exemplos de impressões realizadas nos diferentes corpos-de-prova.

CH IN

P4 TC

AD

Z2

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TABELA 5 - Conteúdo de carga em peso (Wt%), desvio-padrão e coeficiente de variação dos grupos testados.

Grupos Wt% Desvio- padrão

Coeficiente de variação

TC 79,56 A 0,86 1,08

Z2 78,73 A 1,10 1,41

CH 76,33 B 0,77 1,01

P4 75,61 B 0,56 0,74

AD 75,55 B 0,98 1,31

IN 72,51 C 1,06 1,46

* Médias seguidas de diferentes letras diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de análise de variância e Tukey.

75,55

76,33

72,5175,61

79,56 78,73

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Wt%

Admira Charisma InTen-S Point4 TetricCeram

Z250

B BC

B A A

* Médias seguidas de diferentes letras diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de análise de variância e Tukey.

GRÁFICO 4 - Representação gráfica das médias obtidas para conteúdo de carga em peso (Wt%).

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79

GRÁFICO 5 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina composta Admira, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de decomposição.

GRÁFICO 6 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina composta Charisma, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de decomposição.

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80

GRÁFICO 7 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina composta InTen-S, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de decomposição.

GRÁFICO 8 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina composta Point 4, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de decomposição.

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GRÁFICO 9 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina composta Tetric Ceram, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de decomposição.

GRÁFICO 10 - Representação gráfica da análise termogravimétrica da resina composta Z250, conteúdo de carga em peso (Wt%) e temperatura de decomposição.

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82

Os coeficientes de correlação de Pearson (r) e os coeficientes de

determinação (R2) entre o conteúdo de carga e as propriedades mecânicas

estão apresentadas na Tabela 6. Diagramas de dispersão e retas de regressão

linear simples estão apresentados nos gráficos 11 à 28 (Anexo).

TABELA 6 - Comparação das correlações de Pearson (r) e coeficiente de determinação (R2) entre o percentual de carga em peso (Wt %) nos grupos e as propriedades mecânicas. Grupo e percentual

de carga em peso

(Wt%)

Resistência à

compressão

Módulo de

elasticidade Microdureza

AD (75,55) r = 0,949

R2 = 0,90

r = 0,992

R2 = 0,98

r = 0,929

R2 = 0,86

CH (76,33) r = 0,957

R2 = 0,92

r = 0,980

R2 = 0,96

r = 0,960

R2 = 0,92

IN (72,51) r = 0,967

R2 = 0,93

r = 0,899

R2 = 0,81

r = 0,953

R2 = 0,91

P4 (75,61) r = 0,968

R2 = 0,94

r = 0,881

R2 = 0,78

r = 0,885

R2 = 0,78

TC (79,56) r = 0,935

R2 = 0,87

r = 0,962

R2 = 0,92

r = 0,945

R2 = 0,89

Z2 (78,73) r = 0,956

R2 = 0,91

r = 0,949

R2 = 0,90

r = 0,940

R2 = 0,88

(-1 ≤ r ≤ -0,7 correlação negativa forte; -0,7 < r ≤ -0,3 correlação negativa moderada; - 0,3 < r < 0 = correlação negativa fraca; 0 < r < 0,3 correlação positiva fraca; 0,3 ≤ r < 0,7 correlação positiva moderada; 0,7 ≤ r < 1 correlação positiva forte) (0 ≤ R2 ≤ 0,4 - influência fraca; 0,4 < R2

≤ 0,7 - influência moderada; 0,7 < R2 ≤ 1 - influência forte)

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6. Discussão

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84

DISCUSSÃO

As resinas compostas microhíbridas, segundo Craig, Powers e Wataha

(2002) estão indicadas para restaurações de Classe I, II, III, IV e V. Portanto,

esperava-se que os materiais inseridos nesta classificação apresentassem

propriedades mecânicas similares. No entanto, em relação à resistência à

compressão, observou-se uma diferença significante entre os grupos cujas

médias variaram entre 222,33 MPa (Z250) e 76,60 MPa (Point 4).

Brosh et al. (1999) observaram uma resistência à compressão média

para a resina composta Charisma maior (282 ± 64 MPa) do que o encontrado

neste estudo 169,98 (± 59,43 MPa). Os resultados deste estudo discordam de

Chung e Greener (1990) cujas médias variaram entre 242,3 e 324,7 MPa e

Cobb et al. (2000) entre 236,9 e 310,6 MPa apesar destes pesquisadores

compararem e correlacionarem resinas compostas de marcas comerciais

diferentes, porém com matrizes orgânicas (BisGMA, TEGDMA e UDMA) e

conteúdo de carga (66-85 Wt%) próximos à alguns utilizados neste estudo. As

diferenças em tamanho dos corpos-de-prova, a velocidade de carregamento da

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máquina de ensaio e a armazenagem em meio úmido ou seco são as

prováveis justificativas para tais diferenças.

No entanto, os resultados deste estudo concordam com Raptis, Fan e

Powers (1979), Li et al. (1985), Chung (1990), Chung e Greener (1990) e

Willems et al. (1992), os quais observaram diferenças nas propriedades

mecânicas das resinas compostas e justificaram-nas baseado nas diferenças

do conteúdo de carga inorgânica. Portanto, os percentuais de carga em peso

influíram diretamente no aumento da resistência à compressão (0,78 < R2 <

0,98). Esta influência, no entanto, fica limitada para as resinas testadas cujos

conteúdos de carga variaram de 72,51 à 79,56 Wt%, pois segundo Htang,

Ohsawa e Matsumoto (1995), as resinas compostas com conteúdo de carga

abaixo de 60 Wt% ou acima de 80 Wt% apresentam baixa resistência

mecânica em comparação aos compósitos com 75 Wt%.

Segundo Lutz e Phillips (1983) os materiais restauradores a base de

resina composta são definidos como uma composição tridimensional (carga,

matriz e agente de união silano). Logo, outros fatores como o diluente

(Krishnan, Manjusha e Yamuna,1997), grau de conversão (Ferracane e

Greener, 1986; McCabe e Kagi, 1991), a forma de polimerização (Kildal e

Ruyter, 1997), a composição, forma (Kim e Okuno, 2002), tamanho médio da

fase inorgânica e concentração de iniciador (Krishnan e Yamuna, 1997;

Krishnan e Yamuna, 1998; Mitra, Wu e Holmes, 2003) são citados na literatura

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como explicações para tais diferenças. Portanto, múltiplas variáveis influenciam

na resistência mecânica das resinas compostas.

A tecnologia ORMOCER®, cerâmica organicamente modificada,

introduzida na resina Admira, levaria a uma maior resistência, segundo o

fabricante, pela união mais efetiva da matriz resinosa à uma partícula orgânica-

inorgânica (VOCO Research & Development, 2005; Anzai et al. 2002). Porém,

esta resina apresentou uma resistência média à compressão (119,21 MPa)

estatisticamente menor que Charisma e Z250 com mesmo tamanho médio de

partícula (0,7 µm), igualando-se apenas à Point 4 (76,60 MPa). Esta

observação está de acordo com Venhoven et al. (1996) e Debnath et al. (2004),

os quais concluíram que, o aumento na resistência de união entre a carga e

matriz não resulta no aumento das propriedades mecânicas das resinas

compostas com alto conteúdo de carga.

Outra explicação para a forte correlação entre resistência à compressão

e o conteúdo de carga em peso pode ser encontrada nos estudos de Xu (1999)

e Halvorson, Erickson e Davidson (2003). Estes autores afirmaram que o grau

de conversão de monômeros diminui com o aumento do conteúdo de carga e

do tipo de monômero incorporado à resina. Abado et al. (2003) observaram que

resinas compostas com conteúdo de carga em peso diferentes podem

apresentar resistência flexural similares dependendo do conteúdo de UEDMA,

BisGMA e TEGDMA. Segundo Asmussen e Peutzfeldt (1998), resinas

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compostas com 70 mol% de UDMA e 30 mol% de TEGDMA sem BisGMA

apresentam excelente resistência mecânica e composições de 50% BisGMA e

50% TEGDMA sem UDMA apresenta um alto módulo de elasticidade. O

TEGDMA aumenta o grau de conversão dos compósitos porém aumenta o

escoamento e a contração de polimerização (Condon e Ferracane, 2002), já os

monômeros de maior peso molecular como UDMA e BisEMA permitem uma

polimerização com maior espessura do incremento, diminuem a contração de

polimerização, porém apresentam menor grau de conversão de monômeros

(3M ESPE, 1998).

O tamanho médio das partículas de carga parece sugerir uma influência

nesta resistência, a resina Point 4, cujo tamanho médio é de 0,4 µm segundo o

fabricante, apresentou estatisticamente a menor média de resistência à

compressão de 76,60 MPa (p < 0,05) apesar do respectivo fabricante afirmar

que este material comporta-se mecanicamente de forma similar às resinas

microhíbridas. Entretanto, as resinas compostas com tamanho médio de 0,6 à

0,7 µm apresentaram médias estatisticamente maiores (Z2, CH, TC e IN, p <

0,05). Do mesmo modo, a forma da partícula pode ser outro fator de influência

nos resultados (Bowen, 1964). A resina composta Z250 é a única com

partículas exclusivamente esferoidais. Esta, portanto, apresentou

estatisticamente a maior média de resistência compressiva (222,33 MPa, p <

0,05). As resinas InTen-S e Tetric Ceram, segundo os fabricantes são misturas

de formas esféricas e irregulares de vidro de bário, sílica, triflúor itérbio, vidro

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alumínio flúorssilicato de bário, apresentaram médias estatisticamente menores

(150,81 e 155,11 MPa, respectivamente) que a Z250, porém iguais entre si (p <

0,05). Portanto, baseado nos resultados, uma resina com matriz de maior peso

molecular (BisEMA) associado a partículas esferoidais de carga, apresentam

maior resistência à compressão que compósitos de partículas irregulares e

matrizes orgânicas com diluentes de menor peso molecular.

Outra propriedade mecânica avaliada foi o módulo de elasticidade. Este

representa um comportamento mecânico obtido a partir do gráfico tensão-

deformação. O módulo de elasticidade é inversamente proporcional à

capacidade de uma material deformar-se. Neste estudo observou-se uma

variação de 2,56 à 4,59 GPa. Estes resultados diferem de Asmussen e

Peutzfeldt (1998) que obtiveram resultados entre 8 e 11,1 GPa; Kim, Ong e

Okuno (2002) entre 12 e 15 GPa e Reich et al. (2004) de 2,9 à 12,8 GPa.

Isto se explica pelos diferentes métodos aplicados. Asmussen e

Peutzfeldt (1998) e Sabbagh, Vreven e Leloup (2002) obtiveram seus dados de

módulo de elasticidade a partir do teste de resistência flexural de três pontos e

Reich et al. (2004) da resistência à fratura onde a distribuição de tensões é

diferente do ensaio de compressão.

A forte correlação positiva entre o conteúdo de carga e o módulo de

elasticidade (0,88 < r < 0,99) concorda com Xu (1999) que observou um

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aumento uniforme do módulo e dureza com o nível de carga. Da mesma forma,

este concorda com Sabbagh, Vreven e Leloup (2002) que obtiveram uma

correlação positiva forte (r = 0,82) entre o percentual de carga em peso e o

módulo de elasticidade.

As diferenças podem ser explicadas pela diferença na matriz orgânica,

pois o valor do módulo de elasticidade diminuiu com o aumento do conteúdo de

UEDMA. Com isso, variando o conteúdo de UEDMA, BisGMA e TEGDMA em

conjunto à carga obtém-se resinas com comportamento mecânico diferentes

(Asmussen e Peutzfeldt, 1998). Resinas compostas com maior conteúdo de

diluente TEGDMA apresentam maior grau de conversão e maiores

propriedades mecânicas (Ferracane e Greener, 1986). Como o módulo é

inversamente proporcional à deformação, Vaidyanathan e Vaidyanathan (2001)

concluíram que a deformação está relacionada ao conteúdo de carga e

fortemente influenciada pelas diferenças nos parâmetros das partículas de

carga.

Em relação à microdureza, os valores variaram de 50,53 VHN (Point 4) à

87,88 VHN (Z250) e são compatíveis com os resultados de Kim, Ong e Okuno

(2002) cujas médias observadas foram de 26 à 117 VHN. Para estes autores,

os compósitos com partículas arredondadas permitem um maior conteúdo de

carga, e maior dureza, como observado neste estudo para as resinas Z250

(78,73 Wt%, 87,88 VHN) cujas partículas são arredondadas e Tetric Ceram

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(79,56 Wt%, 80,61VHN) cujas partículas apresentam uma mistura de

esferoidais com irregulares. Porém, este dois grupos não apresentaram

diferenças estatisticamente significantes. Resinas com partículas irregulares

exclusivamente apresentam resultados de dureza intermediário como

observado para resina Charisma (66,92 VHN) e Admira (61,50 VHN). No

entanto, Saad et al. (2004) obtiveram uma média de 310,8 VHN nas superfície

da resina Z250, diferindo consideravelmente da observada (87,88 VHN). As

variações obtidas entre os diferentes estudos está na metodologia, pois a peso

aplicado pela ponteira e o tempo de impressão sobre as amostras variaram

consideravelmente em diversos estudos (Neves et al., 2002; Kim, Ong e

Okuno, 2002; Say et al., 2003, Saad et al., 2004).

Todos materiais testados apresentaram valor de microdureza Vickers

acima do requerido mínimo de 34 Kg/mm2 para resinas compostas citado da

especificação n. 27 da ADA (1977). A correlação forte (0,88 < r < 0,96)

observada entre conteúdo de carga e microdureza concorda com Xu (1999), o

qual conclui que a dureza aumenta uniformemente com o nível de carga.

Neves et al. (2002) observaram, também, que o conteúdo de partículas

inorgânicas em peso afetou diretamente os valores de microdureza.

A análise termogravimétrica é um método de determinação do conteúdo

de carga baseado na diferença, em peso, da amostra antes e após a

volatilização de todo conteúdo orgânico através de aquecimento até 700°C em

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uma atmosfera saturada de nitrogênio. O conteúdo observado neste estudo

variou de 72,51 à 79,56 Wt%. Vaidyanathan e Vaidyanathan (2001)

observaram um conteúdo de carga para a resina Charisma de 73 (± 2,8) Wt% e

Kim e Okuno (2002) 72,3 Wt% o que se aproxima de 76,34 (± 0,77) observado

neste estudo.

Outros métodos foram propostos por Bowen (1964) e Sabbagh, Vreven

e Leloup (2002) porém este são discutíveis metodologicamente, pois os

pesquisadores aqueceram a amostra de resina composta ao ar livre, o que

poderiam levar à combustão e incorporação de carbono ao invés de levar à

ebulição da matriz orgânica, expondo assim um viés possível de elevar os

valores de conteúdo de carga em peso. Ou então, determinaram o conteúdo de

carga em volume e, baseado na densidade dos materiais, determinaram o

conteúdo em peso. As diferenças no conteúdo de carga entre os compósitos

pesquisados pode ser explicado por Taylor et al. (1998) os quais concluíram

que o conteúdo máximo de carga está relacionado à natureza da carga e

monômeros de peso molecular maiores como BisGMA, UDMA e BisEMA que

aceitam mais carga o que foi observado nas resinas Tetric Ceram (79,56 Wt%)

e Z250 (78,73 Wt%). A análise termogravimétrica traz, neste estudo, o

percentual do conteúdo orgânico em ebulição em relação à temperatura (%/°C;

Gráficos 5 à 10). Pode-se observar diferenças entre os picos de ebulição dos

materiais testados. Dois picos principais são observados em temperaturas

aproximadamente de 430°C e outro de 200 à 300 °C. O primeiro corresponde

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aos monômeros de maior peso molecular como pode ser verificado para as

resinas Admira, Charisma, InTen-S, Tetric Ceram e Z250 (Gráficos 5, 6, 7, 9 e

10, respectivamente). O segundo ponto, situa-se entre 200 e 300 °C, o qual

representa monômeros de peso molecular menores os quais funcionam como

diluentes do material (Gráficos 5 e 8). Os dados de temperatura de ebulição

dos diferentes monômeros utilizados nos compósitos dentais não estão

disponíveis na literatura, portanto, maiores inferências sobre estes resultados

ficam limitadas.

Com isso, baseado nas limitações de um estudo in vitro, pode-se

observar uma grande variação nas propriedades mecânicas quando

comparam-se resinas compostas microhíbridas diferentes em matriz orgânica e

carga. Porém, outras propriedades devem ser avaliadas como grau de

conversão, resistência à tração diametral, resistência flexural e módulo flexural.

Portanto, sugere-se a continuidade de estudos nesta mesma linha de pesquisa.

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7. Conclusão

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CONCLUSÃO

Baseado nos ensaios mecânicos e de acordo com a metodologia

aplicada pode-se observar que as resinas compostas microhíbridas testadas

não comportam-se de forma similar. Diferenças estatisticamente significantes

foram observadas entre os grupos quanto à resistência à compressão, módulo

de elasticidade e microdureza Vickers (p < 0,05). Correlações positivas fortes (r

> 0,7, p < 0,01) foram observadas quando o conteúdo de carga em peso foi

comparado às propriedades mecânicas testadas de modo que o aumento nas

propriedades mecânicas ocorreu com a elevação do conteúdo de carga. Com

isso, o conteúdo de carga influiu fortemente nas propriedades mecânicas das

resinas testadas (0,78 ≤ R2 ≤ 0,98; p < 0,01).

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8. Referências Bibliográficas

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9. Anexos

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ANEXOS

9.1 Análise estatística dos resultados

GRÁFICO 11 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Admira quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e resistência à compressão.

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GRÁFICO 12 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Admira quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo de elasticidade.

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GRÁFICO 13 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Admira quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e microdureza Vickers.

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GRÁFICO 14 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Charisma quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e resistência à compressão.

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GRÁFICO 15 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Charisma quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo de elasticidade.

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GRÁFICO 16 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Charisma quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e microdureza Vickers.

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GRÁFICO 17 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina InTen-S quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e resistência à compressão.

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GRÁFICO 18 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina InTen-S quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo de elasticidade.

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GRÁFICO 19 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina InTen-S quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e microdureza Vickers.

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GRÁFICO 20 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Point 4 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e resistência à compressão.

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GRÁFICO 21 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Point 4 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo de elasticidade.

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GRÁFICO 22 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Point 4 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e microdureza Vickers.

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GRÁFICO 23 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Tetric Ceram quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e resistência à compressão.

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GRÁFICO 24 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Tetric Ceram quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo de elasticidade.

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GRÁFICO 25 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Tetric Ceram quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e microdureza Vickers.

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GRÁFICO 26 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Z250 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e resistência à compressão.

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GRÁFICO 27 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Z250 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e módulo de elasticidade.

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GRÁFICO 28 - Diagrama de dispersão e reta de regressão para a resina Z250 quando correlacionados o conteúdo de carga em peso (Wt%) e microdureza Vickers.

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FIGURA 7 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina Admira.

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FIGURA 8 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina Charisma.

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FIGURA 9 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina InTen-S.

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FIGURA 10 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina Point 4.

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FIGURA 11 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina Tetric Ceram.

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FIGURA 12 - Resultados obtidos no ensaio de compressão para a resina Z250.

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