126
UNICAMP UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA HUGO MITSUO SILVA OSHIMA Cirurgião- Dentista RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE PRATA ASSOCIADAS À RETENÇÕES AUXILIARES EM DENTINA E SISTEMAS ADESIVOS Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do TÍTULO DE MESTRE EM ODONTOLOGIA ÁREA: MATERIAIS DENTÁRIOS. Piracicaba - SP 1999

RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

UNICAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

HUGO MITSUO SILVA OSHIMA Cirurgião- Dentista

RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE PRATA ASSOCIADAS À RETENÇÕES

AUXILIARES EM DENTINA E SISTEMAS ADESIVOS

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do TÍTULO DE MESTRE EM ODONTOLOGIA ÁREA: MATERIAIS DENTÁRIOS.

Piracicaba - SP 1999

Page 2: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

HUGO MITSUO SILVA OSHIMA Cirurgião- Dentista

RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE PRATA ASSOCIADAS À RETENÇÕES

AUXILIARES EM DENTINA E SISTEMAS ADESIVOS

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do TÍTULO DE MESTRE EM ODONTOLOGIA ÁREA: MATERIAIS DENTÁRIOS.

Orientador: Prof. Dr. Mario Fernando De Goes

Piracicaba - SP 1999

Page 3: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

UNIDADE __ N! CHAM<.C!~;

Os26r

Ficha Catalográfica

Oshima, Hugo Mitsuo Silva. Resistência à tração de restaurações em amálgama de prata

associadas à retenções auxiliares em dentina e sistemas adesivos. I Hugo Mitsuo Silva Osbima.- Piracicaba, SP: [s.n.], 1999.

135p.: il.

Orientador : Prof. Dr. Mario Fernando de <roas. Dissertação (Mestraclo) - Universidade Estadual de Campinas,

Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

L Adesivos dentários. 2. Dentina. 3. Amálgamas dentários. 4. Materiais dentários. 5. Odontologia. I. Goes, Mario Fernando de. IT. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. ill. Título.

Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária :Marilene Girello CRB f 8-6159, da Biblioteca da Facnldade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP.

Page 4: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de MESTRADO, em

sessão pública realizada em 01 de Março de 1999, considerou o

candidato HUGO MITSUO SILVA OSHIMA aprovado.

1. Prof. Dr. MARIO FERNANDO DE GOES ________ ~~~~~~······==~~----~-·-·-~-~=·~~·------

2. Prof. Dr. JOÃO FELIPE MOTA PACHECO ~~ ... ~ /~~ ~/M~~#~.==~--+,-------------1/

j·'·

3. Prof. Dr. SIMONIDES CONSANI _____________ ~~.--------·-----------------

Page 5: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Dedico este trabalho

À Deus, por tudo.

Aos meus país, KUSUO e MARIA EUNICE, que fizeram da educação dos filhos, o

objetivo maior de suas existências.

Ao meu irmão, HUMBERTO, pela amizade e apoio em todas as etapas da minha

vida

Page 6: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Agradecimentos Especiais

Ao Prof. Doutor MARIO FERNANDO DE GOES, Adjunto da Área de Materiais

Dentários da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual

de Campinas, cuja dedicação, seriedade e competência científica proporcionaram

segura orientação na realização deste trabalho.

Ao Prof. Doutor SIMONIDES CONSANI, Titular da Área de Materiais Dentários da

Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas,

pelos ensinamentos básicos durante o desenvolvimento do curso de Pós­

Graduação.

Meus sinceros agradecimentos

Page 7: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Agradecimentos

À Direção da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual

de Campinas, na pessoa do seu Diretor Prof. Dr. ANTÔNIO WILSON SALLUM e

do Diretor Associado Prof. Dr. FRAB NORBERTO BOSCOLO.

Aos Profs. da Área de Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de

Piracicaba - UNICAMP, Dr. LOURENÇO CORRER SOBRINHO e Dr. MÁRIO

ALEXANDRE COELHO SINHORETI, pela amizade e ensinamentos durante o

curso.

Ao técnico especializado da Área de Materiais Dentários da Faculdade de

Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, Engenheiro MARCOS BLANCO

CANGIANI, pelo auxílio durante a realização do ensaio mecânico e obtenção das

fotomicrografias.

Ao Profs. Drs. ELLIOT W. KITAJIMA e BRENO LEITE do NAP-ESALQ, por

permitirem a utilização do Microscópio Eletrônico de Varredura.

Page 8: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

À SILVÂNIA MACHADO, Bióloga do NAP-ESALQ, pelo auxílio durante o preparo

das amostras.

À Sra. SELMA A. B. SOUZA, técnica da Área de Materiais Dentários da

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, pela atenção prestada

durante o curso.

À Profª. Drª. ROSANA ONO, da Unidade de Odontologia Social e Preventiva da

Universidade Federal de Uberlândia, por ter incentivado o meu ingresso no Curso

de Pós-Graduação.

Ao Prof. Dr. VANDERLEI LUIZ GOMES, Titular da Área de Prótese Total da

Universidade Federal de Uberlândia, pelas oportunidades oferecidas durante o

curso de graduação e pelo incentivo na carreira docente.

Ao Prof. ÁLVARO DELLA BONA, da Faculdade de Odontologia da Universidade

de Passo Fundo, pela doação do material Amalgambond Plus.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq,

pela concessão da bolsa de estudos que permitiu a realização do Curso de Pós­

Graduação.

Page 9: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

SUMÁRIO

1-LISTA 1 1.1- Tabela 3 1.2 - Figura 4 1.3- Abreviaturas e siglas 7

2-RESUMO 9

3-ABSTRACT 13

4- INTRODUÇÃO 17

5- REVISÃO DA LITERATURA 23

6- PROPOSIÇÃO 67

7- MATERIAIS E MÉTODO 71

7.1 - MATERIAIS 73

7.2- MÉTODO 75 7.2.1 - Preparação das amostras 75 7.2.2 • Preparação da superfície das amostras 76 7.2.3- Confecção dos orifícios em dentina ("Amalgapins'? 78 7.2.4 - Preparação dos corpos-de-prova para o ensaio de tração 83 7.2.5 - Análise da região fraturada em Microscopia Eletrônica de Varredura 90

8-RESULTADOS 93

8.1 - Ensaio de resistência à tração 95

8.2- Análise morfológica da superfície fraturada após o ensaio de 98

resistência à tração 98

9- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 103

10 ·CONCLUSÃO 113

11- REFERÉNCIAS BIBLIOGRÃFICAS 117

12-ANEXO 125

Page 10: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

1- LISTA

Page 11: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

1- LISTA

1.1- Tabela

Tabela 1 - Materiais utifizados no estudo, fabricantes e lotes. ------------ 73

Tabela 2- Descrição dos sistemas adesivos utilizados no estudo. ---------- 7 4

Tabela 3- Grupos experimentais e forma de retenção _______________ 77

Tabela 4- Seqüência de manipulação e aplicação para os materiais Amalgambond Plus e

Scotchbond Multi-Uso Plus. ------------------------ 84

Tabela 5- Análise de variãncia para os valores de resistência à tração da união obtida entre a

estrutura dentinária e o amálgama de prata empregando os diversos tratamentos. ____ 95 -

Tabela 6- Médias de resistência à tração após a utilização dos sistemas adesivos e retenções

mecânicas, individualmente ou em associação (lcg/cm2). ------------- 96

Tabela 7- Resultados dos ensaios de tração em kgf, lcg/cm2 eMPapara o tratamento Pin._ 127

Tabela 8 • Resultados dos ensaios de tração em kgf, kg/cm2 eMPapara o tratamento

Scotchbond Multi-Uso Plus. ---------------------- 127

Tabela 9 • Resultados dos ensaios de tração em kgf, kg/cm2 eMPapara o tratamento Pin +

Scotchbond Multi-Uso Plus. ----------------------- 128

Tabela 10- Resultados dos ensaios de tração em kgf, kglcm2 eMPapara o tratamento

Ama/gambond Plus. _________________________ 128

Tabela 11- Resultados dos ensaios de tração em lcgf, kg/cm2 eMPapara o tratamento Pin +

Ama/gambond Plus. _________________________ 129

3

Page 12: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

1.2- Figura

Figura 1 • Amostra posicionada na base met·áJica para o procedimento de desgasle. (A) base

metálíca; (B) amostra, (C) parafuso lateral para fixação da amostra. __________ 76

Figura 2- Orifícios confeccionados na dentina ("amalgapins"). (A) orifícios veslibulares; (B)

orifícios linguais. 80

Figura 3- Guia plástico posicionado sobre a superfície dentinária para demarcar os orifícios.

(A} guia plástico (B) resina acrílica; (C) cílimfro de plástico. 80

Figura 4- Desenho esquemático dos orifici<>S confeccionados em dentina com suas

respectivas dimensões e distâncias. 81

Figura 5- Dispositivo utilizado para confecção dos orifícios em dentina. (A) turbina de alta

rotação com a broca acoplada; (B) dispositilfo para fixação da turbina de alta rotação; (C)

amoslra; (D} dispositivo para fixação da amostra; (E} parafuso para deslocamento da amoslra

no sentido ãntero-poslerior; (F} parafuso para deslocamento da amostra no sentido látero­

lateral; (G) parafuso para movimentação da turbina de alta rotação no sentido vertical. __ 81

Figura 6- Broca carbide n9 330 posicionada sobre as marcações para confecção dos orifícios

em dentina. (A) broca; (B) marcação com grafite na superfffcie dentinária 82

Figura 7- Broca cartJide n9 4 posicionada para confecção do bise/ na embocadura dos

orifícios. (A) broca; (B) orifício confeccionado na dentina. 82

Figura 8 - Area da superfície dental (A) delimitada pela fita adesiva (B) no cilindro de plástico

preenchido com resina acrílica ativada quimlcamente (C). 87

Figura 9 -Amostra e porção inferior do dispositivo metálico fixados à haste metálica presa à

banca<ta de trabalho. (A) amostra; (B) porção inferior do dispositivo metálico; (C) parafuso para

fixação da amostra; (D) haste metálica. 87

Figura 10- Posicionamento da matriz de teflon na porção superior do dispositivo metálico e

fixação do conjunto à porção inferior do dispositivo metálico. (A) matriz de teflon; (B) orificio

na matriz de teflon; (C) porção superior do dlspositivo metálico; (D) parafusos para fixação da

4

Page 13: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

porção superior e inferior do dispositivo metálico; (E) parafuso para fixação da matriz de teflon;

(F) haste metálica. 88

Figura 11- Matriz de teflon posicionada sobre a região dentinária delimitada com fita adesiva.

(A) matriz de teflon; (B) superfície dentínária (C) porção superior do dispositivo metálico (D)

parafuso para fixação da matriz de teflon; (E) parafusos de fixação da porção superior e inferior

do dispositivo metálico·--------------------------- 88

Figura 12- Disposição sequencial dos dispositivos e matriz utilizados para confecção do

corpo-de-prova. (A) amostra; (B) porção inferior da matriz metálica; (C) porção superior da

matriz metálica; (D) matriz de teflon; (E) parafusos de fixação; (F) corpo-de-prova. ____ 89

Figura 13- Corpo-de-prova posicionado para o ensaio de tração. (A) haste metálica do

dispositivo de tração; (B) rolamento axial; (C) garra metálica; (D) haste metálica. ---- 89

Figura 14- Ilustração gráfica dos valores médios de resistência à tração após a realização dos

respectivos tratamentos (kglcm1. 96

Figura 15- Aspecto morfológico da interface dentina-adesivo evidenciando a formação da

"camada híbrida" quando foi utilizado o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus (500X). (M)

camada de adesivo, (NJ "camada híbrida", (O} "tags" de resina. 99

Figura 16- Aspecto morfológico da interface dentina-adesivo evidenciando a formação da

"camada híbrida" quando foi utilizado o sistema adesivo Ama/gambond Plus (500)(). (M)

camada de adesivo, (N) "camada híbrida", (O) "tags" de resina. 99

Figura 17- Aspecto morfológico da superfície de dentina na região de fratura, após o ensaio de

tração utilizando o sistema adesiva Scotchbond Multi-Uso P/us (1000)(). Notar os resíduos de

adesivo (a) próximos à região onde ocorreu desprendimento do adesivo e remoção dos "tags"

de resina (b). 100

Figura 18- Aspecto morfológico da superfície de dentina na região de fratura, após o ensaio de

tração utilizando o sistema adesivo Amalgambond Plus (1000)(). Notar o recobrimento

completo da superfície dentinária pelo sistema adesivo (a). ____________ 100

5

Page 14: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Figura 19- Aspecto morfológico da superfície do amálgama de pra1a na região de fratura, após

o ensaio de tração utilizando os sistemas acresivos (1000X). Notar os resíduos de adesivo (a)

no interior do amálgama de prata (b). 101

Figura 20- Aspecto morfológico da região traturada no amálgama de prata evidenciando que

os "amalgapins" falharam coesivamente na entrada dos orifícios em dentina (500X). Notar a

presença do adesivo (a) penetrando no amálgama de prata (b), condensado no interior dos

orifícios confeccionados em dentina (c). _______________________________ 101

6

Page 15: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

1.3 -Abreviaturas e siglas

%

IJffi

4-META

AMB

Bis-GMA

cm/min.

cols.

et ai.

g

HCL

HEMA

HPA

kg/cm2

kg/mm2

kgf

Ltda.

M.E.V.

mm

mm/min.

MMA

MOD

MP a

-por cento

- micrometro

- 4 Metacriloxietil Trimelitato Anidro

- Amalgambond Plus

- Bisfenoi-A Glicidil Metacrilato

- centímetro por minuto

- colaboradores

-abreviatura de et alii (e outros)

-grama

-Ácido Clorídrico

- Hidroxietil Metacrilato

- High Performance Additive (Aditivo de Alta Performance)

- quilograma por centímetro quadrado

- quilograma por milímetro quadrado

- quilograma força

-limitada

- Microscopia Eletrônica de Varredura

-milímetro

-milímetro por minuto

- Meti! Metacrilato

- Mésio-Ocluso-Distal

- Mega Pascal

7

Page 16: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

N

NaOCI

o

P.V.C

p<0,05

p>0,05

pH

Pin

PMMA

PSI

r.p.m

SBMUP

TBB

-Newton

- Hipoclorito de Sódio

-número

-grau

- grau Celsius

- Poli Vinil Cloreto rígido

- probabilidade menor que 5 por cento

-probabilidade maior que 5 por cento

- potencial hidrogeniônico

- amalgapin

- Poli Meti! Metacrilato

- Libras por polegada ao quadrado

- rotações por minuto

- Scotchbond Multi-Uso Plus

- T ri Sutil Borano

8

Page 17: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

2- RESUMO

Page 18: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

2 -RESUMO

A proposta deste estudo foi avaliar "in vitro", a resistência à tração de

restaurações de amálgama de prata unidas à estrutura dental, através de retenções

auxiliares em dentina e sistemas adesivos. A característica morfológica da interface

foi observada por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura Foram utilizados 50

terceiros molares humanos hígidos e recém-extraídos, os quais tiveram suas coroas

incluídas em tubos plásticos com resina acrílica ativada quimicamente. A face oclusal

foi desgastada com lixas d'água de granulação 220 e 400, respectivamente, até a

obtenção de uma superfície plana em dentina. Os dentes foram divididos em cinco

grupos de 1 O dentes cada e executados os seguintes procedimentos: Grupo A -

retenções auxílíares seguida pela restauração em amálgama de prata (Permite C -

SDI); Grupo B - Scotchbond Multi-Uso Plus (3M Co ) aplicado sobre a superfície de

dentina seguido pela restauração em amálgama de prata; Grupo C - Amalgambond

Plus (Parkell) aplicado sobre a superfície de dentina seguido pela restauração em

amálgama de prata; Grupo D - retenções auxiliares associadas ao sistema adesivo

Scotchbond Multi-Uso Plus aplicado sobre a superfície de dentina seguida pela

restauração em amálgama de prata; Grupo E - retenções auxiliares associadas ao

sistema adesivo Amalgambond Plus aplicado sobre a superfície de dentina seguida

pela restauração em amálgama de prata. As retenções auxiliares confeccionadas na

superfície de dentina dos Grupos A, D e E, mediam 2mm de profundidade e 1 mm de

diâmetro. O amálgama de prata e os sistemas adesivos empregados no estudo

foram manipulados de acordo com as recomendações dos respectivos fabricantes.

Os corpos-de-prova foram armazenados a 37°C e 100% de umidade relativa,

11

Page 19: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

durante 1 hora, e posteriormente armazenados em água destilada a 37°C, por 23

horas. Em seguida, os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de tração em

uma máquina de ensaio universal lnstron, à uma velocidade de 1 ,Omm/min.

Posteriormente, os corpos-de-prova de cada grupo foram revestidos com ouro-

paládio sob alto vácuo para observação da interface de união em Microscopia

Eletrônica de Varredura. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância

e teste de Tukey em nível de 5% de significância. Os valores médios foram: Grupo

A= 12,20kg/cm2; Grupo B: 4,47 kg/cm2; Grupo C= 12,98 kg/cm2

; Grupo D= 15,01

kg/cm2; Grupo E= 41,33 kg/cm2 O Grupo E foi superior estatisticamente em relação

aos demais grupos (p<0,05). Os Grupos A, C e D não apresentaram diferença

estatística entre si (p>0,05), mas apresentaram diferença estatisticamente

significante em relação ao Grupo B. As fotomicrografias da interface fraturada

mostraram predominância de falha COElsiva no adesivo nos Grupos C e E. Para os

Grupos B e D houve predominância de falha coesiva na "camada híbrida".

Palavras-chave: Adesivos Dentários Dentina Amálgama de prata Odontologia Tração- Materiais dentários

12

Page 20: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

3-ABSTRACT

Page 21: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

3-ABSTRACT

The purpose of this study was to evaluate "in vitro" the tensile bond strength of

amalgam restorations retained to tooth structure by amalgapins, adhesive systems or

amalgapins in conjuction with adhesive systems. Scanning electron microscopy was

used to observe the failure pattern occurred in tooth/amalgam interface. Fifty human

extracted third molars, were mounted in self-curing acrylic resin and the occlusal

surfaces were ground wet by using 220 and 400 grit silicon carbide paper to provide

a flat dentín surface. The specimens were randomly divided into five groups of 1 O

teeth, and submitted to following procedures: amalgapins (Group A); Scotchbond

Multi-Purpose Plus (Group B); Amalgambond Plus (Group C); amalgapins +

Scotchbond Multi-Purpose Plus (Group O); and amalgapins + Amalgambond Plus

(Group E). The specimens of groups A, O and E, received four amalgapins 2mm in

depth, 1 mm in diameter wíth a beveled entrance. The specimens in groups B and O

were treated wíth Scotchbond Multi-Purpose Plus (3M Co.), and specimens in groups

C and E were treated wíth Amalgambond Plus (Parkell) in accordance to the

respective manufacturer's instructions. The amalgam Permite C (SOl) was triturated

mechanically and condensed into Teflon molds wíth a conic retentive central cavity.

The samples were stored in 100% relative humidity and 37°C for 1 hour, and then, in

water at 37°C for 23 hours. After the storage time, the samples were loaded in tension

in an lnstron Universal Testing Machine at a crosshead speed of 1 mm/min. until

failure. Representative specimens from each group were coated wíth gold-palladium

and examined by Electron Scanning Microscopy. The values were submitted to

15

Page 22: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

ANOVA and Tukey's test at the 5% significance levei. The mean values were: Group

A= 12.20 kg/cm2; Group B= 4.47 kg/cm2

; Group C= 12.98 kg/cm2; Group D= 15.01

kg/cm2; and Group E= 41.33 kg/cm2

. The Group E was superior statistically in

relation to other groups (p<0.05). The1 groups A, C and O, did not differ among

themselves (p>0.05) but showed statistically difference in relation to group B. The

photomicrographs showed the predominance of cohesive failure in adhesive layer in

groups C and E. The groups B and O showed the predominance of cohesive failure in

the "hybríd layer''.

Keys-word: Dental adhesíves

Dentin

Dental amalgam

Dentistry

T ensíle - Dental materiais

16

Page 23: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

4- INTRODUÇÃO

Page 24: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

4 - INTRODUÇÃO

Freqüentemente, o amálgama de prata é usado para reconstruir parte da

estrutura dental perdida. Mesmo em casos de restaurações complexas, o amálgama

de prata tem sido um dos materiais de escolha devido ao seu baixo custo, técnica de

aplicação simples e longevidade clínica.

Para que o desempenho clínico seja satisfatório, o amálgama de prata

necessita de cavidades que possuam forma de retenção e resistência23. Em diversas

situações clínicas, o comprometimento ou perda de parte da estrutura dental exige

que o profissional forneça esses requisitos através de retenções adicionais. Várias

técnicas têm sido sugeridas para desenvolver a forma de retenção e resistência das

restaurações extensas em amálgama de prata. O maior avanço surgiu com o

desenvolvimento e uso de vários tipos de dispositivos na forma de pinos, os quais

têm sido largamente aceitos e utilizados 4

MARKLEY19 foi quem primeiro descreveu a utilização de pinos cimentados à

dentina com a finalidade de aumentar a retenção de restaurações de amálgama.

Posteriormente, GOLDSTEIN12 descreveu um método no qual pinos eram fixados à

dentina através de fricção, e GOING 11 descreveu um outro método no qual pinos

auto-rosqueáveis eram fixados em pequenos orifícios confeccionados em dentina

Nos dois casos, era empregada a elasticidade da dentina para a retenção4 Riscos

de inflamação pulpa~, perfuração pulpar', trincamento da dentína32 e diminuição na

resistência compressiva e transversal do amálgama33 estão entre as desvantagens

da utilização destes sistemas.

19

Page 25: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Devido ao custo elevado e técnica apurada requerida pelos pinos pré­

fabricados, SHAVELL26, em 1980, desenvolveu uma técnica denominada de

"amalgapin", na qual pequenos orifícios eram confeccionados em dentina com a

finalidade de reter restaurações de amálgama através de extensões do próprio

material. Segundo DAVIS e cols.4, quatro "amalgapins" são tão resistentes à fratura

quanto seis ou oito pinos rosqueáveis.

O amálgama de prata não apresenta união à estrutura dental e segundo

EAKLE e cols.8, a confecção de retenç:ões mecânicas aumentaria a susceptibilidade

à fratura do dente. Em 1987, SHIMIZU e cols.27 propuseram que restaurações em

amálgama de prata poderiam ser unidas à estrutura dental através de sistemas

adesivos. A idéia da aplicação clínica da associação entre o sistema adesivo e o

amálgama de prata foi baseada no conceito de que monômeros contendo

grupamentos hidrófilos e hidrófobos tinham a capacidade de penetrar na superfície

da dentina previamente desmineralizacla por ácido e promover união mecânica com

a estrutura dental. A região do tecido clentinário infiltrada pelos monômeros formava

uma zona de transição ácido resistenb~ denominada de "camada híbrida", e que foi

considerada o principal mecanismo de retenção de restaurações poliméricas, de

acordo com NAKABAYASHI et al.21.

STANINEC e HOLT29, comprovaram através de ensaios de tração e

microinfiltração, a viabilidade de aplicação clínica da associação entre sistemas

adesivos e amálgama de prata. Outros autores também comprovaram a eficiência

dos sistemas adesivos em aumentar a retenção e resistência em amálgama de

prata6·7

•16

•2a Em função disso, foi sugmido a associação entre sistemas adesivos e

20

Page 26: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

dispositivos para retenção mecânica na forma de pinos, como uma alternativa viável

para restaurar dentes extensamente destruídos.

No entanto, os melhores resultados de resistência à fratura e de união entre

as restaurações complexas em amálgama de prata e substrato dentinário foram

demonstrados quando da utilização de adesivos com componentes monoméricos

que possuem afinidade por íons metálicos 1. Por outro lado, a popularização na

aplicação do procedimento técnico tem sido extrapolada aos sistemas adesivos

universais que não trazem na composição componentes com afinidade a metais e

estão baseados apenas na adição de componentes químicos que tornam o sistema

adesivo auto-polimerizável.

Dessa forma, o propósito deste estudo foi verificar a resistência à tração de

restaurações em amálgama de prata associadas à retenções auxiliares em dentina e

sistemas adesivos.

21

Page 27: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

5- REVISÃO DA LITERATURA

Page 28: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

5- REVISÃO DA LITERATURA

MARKLEY19, em 1958, descreveu um método para reforçar e reter núcleos e

restaurações em amálgama de prata. Para tal, pinos de aço com 0,63 mm de

diâmetro eram fixados a orifícios de 0,68 mm de diâmetro, previamente

confeccionados na dentina com o auxílio de uma broca. Para a cimentação, o autor

sugeria que fosse utilizado cimento de oxifosfato de zinco, o qual era levado aos

orifícios com uma broca tipo Lentulo. Enquanto o cimento tomava presa em volta dos

pinos, uma banda de cobre era fixada ao redor do dente e o amálgama de prata era

inserido e condensado, sendo que a escultura era realizada logo em seguida. Para a

confecção de núcleos, o passo da escultura era dispensável. O autor conclui que o

método descrito é confiável para salvar remanescentes radicülares e dentes com

coroas extensamente destruídas, preservando assim a função do elemento dental.

GOLDSTEIN12, em 1966, alegando desvantagens na técnica dos pinos cimentados

para reter restaurações de amálgama, desenvolveu uma técnica na qual pinos de

0,55 mm de diâmetro eram fixados sob fricção em orifícios de 0,53 mm de diâmetro

previamente confeccionadas em dentina. Para demonstrar o fato de que a

elasticidade da dentina garantia o sucesso desta técnica, o autor realizou um teste

no qual a superfície oclusal de um molar recém-extraído foi planificada, para em

seguida receber 25 pinos de 0,55 mm de diâmetro, os quais foram friccionados até

uma profundidade de 3,0 mm. Posteriormente, a superfície dentinária foi observada e

nenhuma trinca ou fenda pode ser encontrada próxima aos pinos. Segundo o autor,

25

Page 29: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

os pinos friccionados podem ser utilizados em situações que vão desde a

reconstrução de uma cúspide fraturada até restaurações tipo classe V.

Ainda em 1966, GOING 11, realizou um trabalho comparando e avaliando as técnicas

do pino cimentado, pino friccionado e pino rosqueado, para reter restaurações em

amálgama de prata. Segundo o autor, as três técnicas apresentam vantagens e

desvantagens, sendo que nenhuma de~las pode ser considerada superior em todos

os aspectos. O autor ressalta ainda a necessidade de pesquisas futuras em relação

aos efeitos da tração e cisalhamento sobre as restaurações de amálgama reforçadas

por pinos, sendo que em restaurações extensas, estes tipos de tensão podem ser de

maior importância que as forças compressivas.

WELK & DIL TS33, em 1969, realizaram um estudo para avaliar a influência dos pinos

de aço sobre a resistência compressiva e transversal do amálgama de prata, bem

como a retenção destes no interior do material. Para a realização do teste de

resistência à compressão, pinos cimentados, pinos friccionados e pinos rosqueados,

foram montados em anéis de latão que serviam de base para um molde bipartido.

Em seguida, o amálgama de prata era condensado no interior dos moldes,

resultando em amostras de 7 mm de comprimento por 7 mm de diâmetro. O número

de pinos no interior de cada amostra variou de zero (controle) a seis. Para o teste de

resistência transversal, pinos friccionados e pinos rosqueados foram colocados no

interior de amostras de amálgama de prata medíndo 6 mm de largura, 3 mm de

espessura e 13 mm de comprimento. Foram confeccionadas amostras com zero

26

Page 30: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

(controle) ou três pinos, as quais foram submetidas a um sistema de carregamento

de três pontos. Para o teste de retenção, o amálgama de prata foi condensado ao

redor de cada um dos três tipos de pino, os quais ficaram projetados de 1 a 6 mm da

base de amálgama. As amostras assim obtidas, foram posicionadas em um sistema

de alinhamento, e os pinos foram presos por meio de uma garra, à célula de carga

da máquina de ensaio universal. Todos os testes foram conduzidos em uma máquina

lnstron, a uma velocidade de 1 ,O milímetro por minuto. Os resultados mostraram que

a presença de pinos diminui a resistência compressiva e transversal do amálgama de

prata. O teste de retenção mostrou uma superioridade dos pinos cimentados e

rosqueados, em relação aos pinos friccionados.

SCHUCHARD & REED25, em 1973, realizaram um estudo pará a avaliar a resposta

pulpar frente aos procedimentos de inserção de pinos cimentados, pinos rosqueados

e pinos friccionados. Foi também objeto do estudo a profundidade empregada, o tipo

de cimento e a resposta à exposição pulpar. A primeira parte do estudo envolveu 34

dentes de babuínos com idades variando entre 7 e 15 anos. Após sedação dos

animais, radiografias dos dentes foram tomadas e os incisivos laterais e pré-molares

inferiores foram extraídos com o objetivo de se avaliar a condição de normalidade da

polpa. Em seguida, quatro dentes receberam preparos profundos, sendo que dois

foram refrigerados com ar e dois refrigerados com água. Após 24 horas ou 30 dias,

um dente de cada grupo foi extraído para verificar a resposta pulpar. Posteriormente,

orifícios para pinos foram confeccionados no terço cervical de dentes anteriores e na

superfície oclusal de pré-molares, utílízando uma broca tipo cone invertido nº 35 a

27

Page 31: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

1800 r.p.m. e refrigeração a ar. Oito pinos foram fixados com cimento à base de

óxido de zinco e eugenol, e treze foram fixados com cimento de fosfato de zinco sem

a aplicação prévia de um forramento. Oito pinos foram friccionados sem a aplicação

de um forramento e treze foram friccionados com aplicação prévia de um verniz

capai. Dez dentes contendo os três tipos de pino foram extraídos em 24 horas e os

remanescentes em 30 dias. Após o exame histológico, a segunda parte do estudo foi

iniciada utilizando 40 dentes de dois babuínos. Vinte e oito pinos foram cimentados

com óxido de zinco e eugenol, sendo que havia exposição pulpar em 15 dos orifícios.

Três pinos foram cimentados com fosfato de zinco, sendo que não havia exposição

pulpar em nenhum dos orifícios. Sete pinos foram friccionados, sendo que em três

orifícios havia exposição pulpar e oito pinos foram rosqueados, sendo que em três

orifícios havia exposição pulpar. Adicionalmente, dez orifícios com exposição pulpar

foram capeados com hidróxido de cálcio e selados com óxido de zinco e eugenol.

Todos os dentes foram extraídos e avaliados histologicamente após 30 dias. Após

análise histológica, os autores concluíram que houve exposição pulpar em

aproximadamente 30% dos dentes. A resposta pulpar frente ao preparo com

refrigeração à ar ou água foi similar. O capeamento com óxido de zinco e eugenol e

hidróxido de cálcio apresentou sucesso. A resposta pulpar inicial foi relacionada à

proximidade entre o orifício para o pino e a polpa. O capeamento dos orifícios não

reduziu a resposta pulpar quando da utilização dos pinos friccionados. O cimento de

fosfato de zinco produziu a maior injúria pulpar inicial, porém a recuperação foi

similar aos casos que empregaram cimento à base de óxido de zinco e eugenol.

28

Page 32: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Alegando desvantagens na utilização dos pinos pré-fabricados para a confecção de

restaurações complexas em amálgama de prata, SHAVELL 26, em 1980, descreveu

um método denominado de "amalgapin". Nessa técnica, orifícios de 2 a 3 mm de

diâmetro e paralelos à superfície proxímal, eram confeccionados em dentina com a

finalidade de reter restaurações em amálgama de prata. Para a confecção dos

orifícios, o autor empregava brocas cilíndricas nº 1156, 1157 e 1158 (SS WHITE).

Após a apresentação de diversos casos clínicos, o autor conclui que esta técnica se

constitui em um meio rápido e confiável para reter grandes quantidades de

amálgama de prata à dentes extensamente destruídos.

Em 1982, NAKABAYASHI et al.2\ avaliaram a efetividade da resina 4-META na

união ao esmalte e a dentina. Dentes bovinos e humanos foram desgastados e em

seguida condicionados por 30 segundos, com uma solução de 1% de ácido cítrico +

1% de cloreto férrico, ou a mesma solução nas concentrações de 10% e 3%

respectivamente. Os monômeros MMA ou 4-META em MMA, e TBB parcialmente

oxidado, foram misturados com O, 1 g de pó PMMA para formar um cimento, o qual

serviu para a fixação de cilindros de resina à superfície de esmalte ou dentina

condicionados. Os corpos-de-prova assim obtidos, foram deixados por 30 minutos à

temperatura ambiente, imersos em água a 37° C, e submetidos ao ensaio de tração

a uma velocidade de 2 mm/min. A resistência de união à dentina atingiu 18 MPa.

Segundo os autores, monômeros com grupamentos hidrofílicos e hidrofóbicos como

o 4-META, infiltram-se nos tecidos duros e promovem boa adesão à estrutura dental

após a polimerização. As fotomicrografias eletrônicas obtidas no estudo, sugerem

29

Page 33: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

que estes monômeros possuem afinidade aos tecidos duros dentais. Ainda, segundo

os autores, a boa união não foi proporcionada pelo imbricamento mecânico no

interior dos túbulos dentínários como havia sido sugerido anteriormente.

DAVIS et al.4, em 1983, realizaram um estudo para verificar a forma de resistência

fornecida à restaurações complexas em amálgama de prata, quando pinos

rosqueados de dois tipos diferentes (Regular e Minim) ou "amalgapins" são

utilizados. Para isso, 60 molares humanos tiveram suas superfícies oclusais

desgastadas em uma politriz refrigeracla à água, de modo à expor uma superfície

plana em dentina a 3 mm da junção cemento-esmalte. Em seguida, as raízes de

cada dente receberam entalhes para retenção e foram incluídas em bases de resina

acrílica. As amostras assim obtidas, foram divididas em seis grupos de 10 amostras

cada. Para os "amalgapins", orifícios com 3 mm de profundidade e situados a 0,5mm

da junção amelo-dentinária, foram preparos com o auxílio de brocas n2 1157. Um

bisei de 0,5 mm foi confeccionado nc1 entrada de cada orifício de para fornecer

"corpo" ao amálgama. Para os grupos que receberam pinos rosqueados, orifícios não

paralelos a 0,5 mm da junção amelo-clentinária, foram confeccionados com brocas

de 0,7 mm de diâmetro (pinos tipo Flegular), e 0,5 mm de diâmetro (pinos tipo

Minim). Após os procedimentos de preparo dos orifícios para "amalgapins" e

colocação dos pinos rosqueáveis, um<:1 banda de cobre foi colocada e estabilizada

com godiva ao redor de cada dente. Em seguida, o amálgama de prata Dispersalloy

(Johnson & Johnson) foi preparado de acordo com as instruções do fabricante e

condensado dentro dos orifícios e ao redor dos pinos, utilizando um condensador

30

Page 34: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

mecânico com uma ponta de 0,8 mm de diâmetro. Vinte e quatro horas após o

término da condensação, o amálgama foi desgastado 4 mm acima da margem cavo­

superficial do preparo. Em seguida, as amostras foram posicionadas em uma

máquina de teste universal lnstron, de modo que o longo eixo dos dentes ficasse

angulado 45° em relação ao solo. Posteriormente, uma carga de teste foi aplicada a

cada amostra a uma velocidade transversal de 1 ,O mm por minuto até a fratura. Os

autores concluíram que: (1) Quatro pinos rosqueáveis tipo Minim fornecem menor

resistência que quatro, seis ou oito "amalgapins" ou seis ou oito pinos rosqueáveis

tipo Regular; (2) Quatro "amalgapins" são tão resistentes quanto seis ou oito

"amalgapins", ou seis ou oito pinos rosqueáveís de tipo Regular.

PLASMANS et al.23, em 1986, realizaram um estudo para determinar a resistência à

tração de restaurações extensas em amálgama de prata, utilizando vários métodos

de retenção auxiliar. Para isso, 16 molares humanos, hígidos e recém-extraídos

foram armazenados em 1 00% de umidade relativa, exceto durante o período de

teste. Em seguida, os dentes foram incluídos individualmente com resina acrílica

termo-polimerizável, em um cilindro de acrílico, 2 mm coronalmente à junção amelo­

cementária. Logo após, as superfícies oclusais foram reduzidas com lixa d'água de

granulação nº 400, de modo a expor uma superfície plana em dentina ao nível do

cilindro. Em seguida, quatro grupos de quatro amostras cada, foram selecionados

aleatoriamente e designados para um método experimental diferente. Os métodos

experimentais empregados foram: "amalgapin", "slot'' e "slot" circunferencial, os quais

foram comparados ao grupo controle utilizando pinos rosqueáveis tipo Minim. Os

31

Page 35: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

orifícios para "amalgapin" foram confe,ccionados nas regiões correspondentes às

cúspides, a uma profundidade de 2 mm, utilizando uma broca de extremo

arredondado. Posteriormente, a entrada dos orifícios foi biselada com uma broca

esférica. O "slot" foi preparado na mesma localização dos orifícios para "amalgapin",

à uma profundidade de 1,3 mm e 0,95 mm em diâmetro. Um bisei foi confeccionado

na entrada dos slots da mesma maneira descrita para os "amalgapins". O slot

circunferencial foi confeccionado de maneira contínua, seguindo a circunferência do

dente, à uma profundidade de 1 ,3 mm e distante O, 75 mm da junção amelo­

dentinária. A margem foi biselada à semelhança dos procedimentos descritos

anteriormente. Para o grupo controle,, 4 pinos rosqueados foram inseridos na

superfície oclusal dos dentes como recomendado pelo fabricante, paralelamente à

superfície externa do dente e a 1 mm da junção amelo-dentinárla. Para a realização

dos testes, foi desenvolvida uma matriz para restaurar o dente e transmitir a força de

tração. Este método, que permitiu simplificar e padronizar o procedimento

experimental, utilizava uma porca modificada, em aço inox, onde o amálgama era

inserido e condensado. Parte da porção interna da porca foi torneada de modo a se

encaixar na parte superior do cilindro de resina. Parte da porção interna da porca

permaneceu inalterada, preservando a rosca que serviu de retenção para que o

amálgama não se deslocasse durant13 o procedimento de tração. O amálgama

utilizado foi o Cavex non-gama2 (Keur en Sneltjes, Dental Mfg Co.), o qual foi

condensado mecanicamente no interior da matriz. As matrizes e as amostras foram

envelhecidas em óleo por uma semana, fixadas aos mordente superior e inferior de

uma máquina de teste universal lnstron, e tracionadas a uma velocidade de 0,5 mm

32

Page 36: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

por minuto até a falha. Após a análise dos resultados, os autores chegaram as

seguintes conclusões: (1) nenhuma diferença estatisticamente significante foi

encontrada entre restaurações com quatro pinos rosqueados e restaurações com

slots circunferenciais; (2) diferenças estatisticamente significantes foram encontradas

entre restaurações com quatro "amalgapins" e restaurações com slots; (3) diferenças

estatisticamente significantes foram encontradas entre restaurações com 4 pinos

rosqueados ou slot circunferencial e quatro "amalgapins" ou slots; e (4) a confecção

de restaurações extensas em amálgama de prata sem meios de retenção adicional,

tais como "amalgapins" ou slots deveriam ser consideradas com cuidado. Ainda,

segundo os autores, a forma de retenção e resistência fornecida as cavidades é de

extrema importância para o sucesso clínico das restaurações em amálgama de

prata.

EAKLE et al.8, em 1986, realizaram um estudo clínico para determinar a faixa etária

dos pacientes que apresentavam fraturas em dentes posteriores, os dentes e as

cúspides que fraturavam com maior frequência, e a largura do istmo das

restaurações existentes nos dentes fraturados. Para isso, pacientes que procuravam

o serviço de emergência odontológica e a clínica de Pós-Graduação com sintomas

de fratura dental completa e incompleta, eram examinados por estudantes e

professores. O exame era constituído de visualização com o auxílio de luz de fibra

óptica, exploração da estrutura dental fraturada, sondagem periodontal, teste de

percussão, testes de oclusão, evidenciação das fraturas com corante de azul de

metileno, testes de vitalidade térmicos e elétricos e radiografias periapicais. Foram

33

Page 37: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

examinados, no período de um ano e m1~io, 191 paciente com 206 fraturas completas

e incompletas de dentes posteriores e idade variando entre 14 e 76 anos, com uma

média de 37,6 anos. O número de fraturas foi igual em cada arco, sendo que o

primeiro molar foi o dente mais acometido. Dentes com restaurações mais

conservativas foram menos acometidos que aqueles com istmos muito largos ou com

a presença de retenções adicionais. Os autores recomendam que as fraturas dentais

devem ser prevenidas pela utilização de métodos menos invasivos, tais como

selantes oclusais e aplicação tópica de flúor, bem como preparos cavitários mais

conservativos.

SHIMIZU et al.27, em 1987, propuseram que restaurações de amálgama poderiam

ser unidas à estrutura dental através de sistemas adesivos. Segundo os autores, a

técnica do "amálgama adesivo" pode sm muito útil para restaurar dentes com grande

destruição coronária, porém que apresentam vitalidade pulpar. A técnica proposta

consistia em: (1) isolamento absoluto elo campo operatório; (2) remoção da dentina

cariada; (3) proteção pulpar com cimento de hidróxido de cálcio, se necessário; (4)

preparo cavitário, o mais conservador possível; (5) aplicação de flúor; (6) colocação

do material de base, de preferência ionômero de vidro; (7) condicionamento ácido do

esmalte por 60 segundos e aplicação do cimento resinoso Panavia {Kuraray); e (8)

confecção da restauração em amálg<lma de prata e polimento. As restaurações

mostraram-se satisfatórias nos períodos de 15 dias , 7 e 11 meses de avaliação

clínica.

34

Page 38: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Visando avaliar a técnica de união do amálgama de prata à estrutura dental,

STANINEC & HOLT29, em 1988, realizaram testes de tração e microinfiltração em

molares humanos hígidos e recém-extraídos. Para a realização do teste de tração,

superfícies planas em esmalte com no mínimo 5 mm de diâmetro, foram obtidas

através do desgaste das superfícies vestibular ou lingual dos dentes com lixas d'água

de granulação 600. Superfícies planas em dentina foram também obtidas através da

redução da superfície oclusal, de maneira semelhante a descrita anteriormente.

Cada dente foi montado com gesso, internamente à parte inferior de um dispositivo

para tração e em seguida a parte superior do mesmo foi posicionada de modo que

uma abertura de 5 mm de diâmetro ficasse em contato com a superfície de dentina

planificada. Uma fita adesiva contendo um orifício de 5 mm de diâmetro foi aplicada

previamente de modo a delimitar a área onde seria realizada á união. Em seguida,

as superfícies foram condicionadas com gel de ácido fosfórico por 30 segundos,

lavadas pelo mesmo tempo, e secas com ar por 20 segundos. Após este

procedimento, uma fina camada de cimento resinoso adesivo (Panavia, Kuraray Co.)

manipulado de acordo com as instruções do fabricante, foi aplicada sobre a

superfície condicionada. No grupo controle, duas camadas de verniz cavitário foram

aplicadas sobre a superfície de esmalte não condicionado. Em seguida, uma liga

esférica para amálgama fornecida em cápsulas pré-dosadas (Tytin, Sybron/Kerr), foi

triturada por 1 O segundos em um amalgamador de alta velocidade, e imediatamente

condensada no interior do orifício contido na parte superior do dispositivo para

tração. Todo o conjunto foi armazenado por 24 horas em água à temperatura

ambiente, e em seguida tracionado em uma máquina de teste universal lnstron, a

35

Page 39: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

uma velocidade de 2mm por minuto. Os valores foram registrados e convertidos em

psi. Para o teste de microinfiltração, foram selecionados 2 grupos de 1 O dentes cada,

nos quais foram preparadas cavidades e! asse V em superfícies opostas, sendo que a

margem oclusal estava situada em esmalte e a margem gengiva! em cemento. O

grupo 1 consistia de restaurações forradas com cimento resinoso em uma das faces

e restaurações forradas com verniz cavitário na face oposta. O grupo 2 apresentava

restaurações forradas com cimento resinoso em uma das faces e nenhum tipo de

forramento na face oposta. Os procedimentos de restauração foram semelhantes

aos descritos para o teste de tração, sendo que as cavidades restauradas e que

receberam forramento com cimento resinoso, foram cobertas com gel de Oxyguard

pelo tempo de 6 minutos, com o intuito de promover a polimerização do material.

Todos as restaurações foram armazenadas em água à temperatura ambiente, pelo

período de 24 horas, e em seguida tiveram as superfícies levemente desgastadas

com disco de lixa (Sof-lex, 3M Co.), para remover qualquer traço de resina ou verniz.

Após este procedimento, todas as mstaurações foram submetidas a 100 ciclos

térmicos entre 4° C e 60° C, e deixadas por uma noite em uma solução corante de

fucsina básica. Após a coragem, todas as restaurações foram cortadas ao centro

com um disco diamantado, montadas e avaliadas em um estereomicroscópio. Após

análise dos resultados, os autores conçluíram que a técnica proposta para união do

amálgama à estrutura dental pode ser utilizada com sucesso, resultando em maior

resistência de união e menor microinfiltração, quando comparada com a utilização do

verniz cavitário. Ainda, segundo os autores, a técnica poderia ser utilizada com

possíveis implicações clínicas para o tipo de preparo cavitário, resistência à fratura

36

Page 40: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

do dente restaurado e cáries recorrentes, sendo que essas propriedades bem como

os fatores que afetariam a resistência de união necessitariam de investigações

adicionais.

STANINEC28, em 1989, avaliou a resistência de união de restaurações

confeccionadas pela técnica adesiva em preparos sem retenção adicional e

comparou os resultados aqueles obtidos em restaurações confeccionadas em

cavidades sem aplicação prévia de adesivo, porém com retenções adicionais. Para

isso, foram utilizados 52 terceiros molares superiores hígidos e recém-extraídos, os

quais receberam preparos em forma de caixa na face mesial utilizando uma broca

carbide nº 245. Após a realização dos preparos, os dentes foram divididos

aleatoriamente em 4 grupos de 13 dentes cada, sendo que ós grupos 1 e 2 não

receberam nenhum tipo de retenção adicional, o grupo 3 recebeu retenções

proximais tipo canaleta e o grupo 4 recebeu retenções por oclusal tipo "cauda de

andorinha". Os dentes dos grupos 1 , 3 e 4 foram lavados, secos e restaurados com

amálgama (Unison), após a colocação de uma matriz. No grupo 2, as cavidades

foram limpas com solução aquosa de ácido poliacrílico a 20%, por 15 segundos,

lavadas e secas. Em seguida, a dentina foi protegida com cimento de ionômero de

vidro (Ketac-bond) e após 5 minutos, todo o preparo (esmalte e base ferradora) foi

condicionado com gel de ácido fosfórico a 37%, por 20 segundos, lavadas e secas.

Após este procedimento, uma fina camada de cimento resinoso (Panavia), foi

aplicada com um pincel sobre as paredes cavitárias, incluindo a base de ionômero de

vidro. Após a colocação de uma matriz, as cavidades foram restauradas com

37

Page 41: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

amálgama e cobertas com um gel de álcool polivinílíco (Oxyguard), por 6 minutos,

para garantir a polimerização da re~sina nas margens do preparo. Após os

procedimentos de restauração, todos os grupos foram lavados e imersos em água

por 14 dias. Após este período, os dentes foram montados individualmente em

blocos de acrílico e posicionados em urna máquina de teste lnstron, de modo que as

restaurações fossem submetidas à uma carga oclusal simulada, a uma velocidade de

5 mm por minuto, até que ocorresse o deslocamento. A força em quilogramas

requerida para deslocar a restauração, bem como o tipo e localização da falha, foram

registrados. Os resultados mostraram que a falha ocorrida nos grupos 1, 3 e 4 foi

entre o amálgama de prata e o dente, e no grupo 2 a falha mais freqüente foi no

esmalte. As restaurações confeccionadas pela técnica adesiva mostraram os mais

altos valores de união, os quais diferiram estatisticamente dos demais grupos.

WEBB et al.32, em 1989, realizaram um estudo para avaliar as fraturas ocorridas em

elementos dentais submetidos à colocação de 4 tipos de pinos auto-rosqueáveis

comumente empregados. Para isso, 60 molares humanos recém-extraídos e

exibindo pouco ou nenhum envolvimonto por cárie, foram limpos e seccionados

horizontalmente 1 a 1 ,5 mm coronalrnente à junção amelo-dentinária. Os dentes

foram divididos em 4 grupos de 15 amostras cada, e em seguida armazenados em

100% de umidade relativa para evitar a desidratação. No estudo, foram empregados

os seguintes pinos auto-rosqueáveis: ( 1 )TMS Regular (O, 7 mm de diâmetro), (2)

Minim (0,5 mm de diâmetro), (3) Minikin (0,4 mm de diâmetro), e (4) Minuta (0,25 mm

de diâmetro. Somente um tipo de pino foi usado por grupo de amostra. Os orifícios

38

Page 42: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

para cada tipo de pino foram preparados em baixa velocidade de rotação e distantes

no mínimo 0,5 mm da junção amelo-dentinária. Dois orifícios foram preparados em

cada dente, sendo que um era controle. Uma hora após a inserção, todos os pinos

foram removidos e cada dente foi coberto com duas camadas de verniz de butil

acetato, de modo que apenas os orifícios ficassem expostos. Em seguida, todos os

dentes foram imersos em uma solução aquosa de corante verde a 1% (Procion, ICI,

Americas Inc.), e colocados em um forno a vácuo, por 2 horas, para remover

qualquer bolha aprisionada no interior dos orifícios. Após este procedimento, os

dentes foram colocados em frascos de solução corante, os quais foram colocadas

em uma centrífuga a 500 r.p.m, por 10 minutos. Em seguida, todos os dentes foram

armazenados em solução corante, à temperatura ambiente, por 48 horas. Após este

período, os dentes foram lavados em água destilada, secos, e a cobertura de butil

acetato foi removida com o auxílio de instrumentos manuais. Os dentes foram então

descalcif1cados em solução de ácido nítrico a 5%, lavados e desidratados em

concentrações ascendentes (70%, 80% e 95%) de etano!. Em seguida, os dentes

foram clareados em metíl salicilato e examinados para penetração de corante dentro

dos orifícios para os pinos e passagem do corante dos orifícios para a câmara

pulpar. Os pinos auto-rosqueáveis do tipo Regular e Minim, exibiram as mais altas

incidências de trincamentos sub-superficiais da dentina associados à colocação dos

pinos. Os pinos do tipo Regular exibiram as mais altas incidências de trincamento

subsuperfícial da dentina, com resultante comunicação entre o orifício para o pino e a

câmara pulpar.

39

Page 43: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Em 1991, FEL TON et ai. 9 , realizaram um estudo para avaliar a resposta pulpar frente

a colocação de pinos rosqueáveis ou confecção de retenções mecânicas tipo "slot".

Vinte e quatro dentes severamente abrasionados de um macaco, foram

selecionados aleatoriamente e divididos em três grupos, sendo que dois grupos de

1 O dentes cada foram submetidos á colocação de pinos rosqueáveis ou retenções

circunferenciais tipo "slot" e um grupo cJe 4 dentes serviu como controle. Os grupos

que receberam os pinos rosqueáveis ou "slots", foram em seguida restaurados com

uma resina composta fotopolímerizável (Lumifor, Bayer), sem os passos do

condicionamento ácido e aplicação de sistema adesivo. Após quatorze dias, os

dentes foram extraídos e examinados histologicamente. Os autores verificaram que a

retenção tipo "slot", causou menor iníúria pulpar que os pinos rosqueáveis. Foi ainda

observado, que a espessura de dentina remanescente foi um fator determinante na

ocorrência de resposta inflamatória quando os pinos rosqueáveis foram colocados.

Alegando que a associação entre o amálgama de prata e os sistemas adesivos

aumentava a resistência de dentes restaurados, EAKLE et ai. 7, em 1992, realizaram

um estudo comparativo entre dentes restaurados com amálgama de prata pela

técnica convencional e pela técnica adesiva. Para isso, dentes pré-molares

superiores extraídos por razões ortodônticas, foram incluídos em gesso e separados

em 40 pares, sendo que cada par era constituído de dentes do mesmo paciente.

Cavidades MOD foram confeccionadas em cada dente com uma broca n9 56, em alta

velocidade de rotação e refrigeração ar-água, de modo que a largura do istmo do

preparo correspondesse a um-terço da distância entre as cúspides. As caixas

40

Page 44: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

proximais possuíam 4 mm de largura no sentido vestíbulo-lingual com a parede

gengiva! em esmalte medindo 1,5 mm de profundidade e situada a 1 mm da junção

amelo-dentinária. Os dentes de cada par foram selecionados aleatoriamente para

receber o procedimento adesivo ou convencionaL Nos dentes restaurados pela

técnica convencional, era colocada uma matriz de aço e em seguida o amálgama de

prata (Tytin, Kerr) era condensado verticalmente e lateralmente no interior do

preparo, esculpido e nenhum tipo de acabamento e polimento era realizado. Nos

dentes que receberam a técnica adesiva, o esmalte era condicionado com gel de

ácido fosfórico a 37%, por 30 segundos, lavado pelo mesmo tempo e seco com ar.

Uma resina adesiva auto-polimerizável (Panavia EX, Kuraray), era manipulada de

acordo com as instruções do fabricante e uma fina camada era aplicada nas paredes

do preparo com um pincel fino. Em seguida, o amálgama de prata era condensado

no interior do preparo e esculpido. As margens do preparo eram cobertas com gel de

álcool polivinílico (Oxyguard, Kuraray), para garantir a polimerização da resina. Os

dentes eram armazenados em 100% de umidade relativa e 48 horas após, eram

removidos do gesso e submetidos a 240 ciclos térmicos entre 5°C e 55°C. Em

seguida, as raízes dos dentes eram cobertas com plástico vinílico para simular uma

membrana periodontal e montados em blocos de resina acrílica. Os dentes foram

armazenados por 48 horas, e em seguida submetidos ao carregamento contínuo, a

uma velocidade de 5mm por minuto, em uma máquina de teste universal lnstron. O

carregamento era realizado até a fratura, utilizando uma ponta metálica que tocava

apenas as cúspides. Os resultados mostraram que os dentes restaurados pela

técnica adesiva foram significantemente mais resistentes que os dentes restaurados

41

Page 45: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

pela técnica convencional. O modo de falha das restaurações unidas com adesivo foi

misto, com predominância de falhas coElsivas na resina.

Em 1992, CHARL TON et ai?, realizaram um estudo para avaliar a eficácia de três

sistemas adesivos disponíveis comercialmente em reduzir a microinfiltração e

fornecer retenção entre o amálgama de prata e a estrutura dental. Para o teste de

retenção, foram empregados 100 molares human()s hígidos e recém-extraídos, os

quais foram incluíd()s em cilindros com resina acrílica ativada quimicamente, de

modo a expor uma superfície plana ·~m esmalte nas faces vestibular, lingual ou

proximal. Em seguida, os dentes receberam preparos não retentivos com 3,5 mm de

profundidade e 3,0 mm de diâmetro, e foram divididos em cinco grupos de teste

contendo vinte dentes cada. Os grupos foram tratados da seguinte forma: Grupo 1,

sem verniz ou forramento; Grupo 2, VE!rniz Copal (Harry J Bosworth Co.); Grupo 3,

Prisma Universal Bond 2 (L D Caulk Co.); Grupo 4, Panavia Ex (J Morita); Grupo 5,

Amalgambond (Parkell). Antes dos sistemas adesivos serem aplicados, um prego

com % de polegada em diâmetro foi colocado na cavidade de modo que a sua

extremidade plana ficasse em contato com o assoalho da cavidade, e uma camada

de verniz copa! foi aplicada na superfície do prego para prevenir qualquer tipo de

união com o amálgama de prata. Em seguida, os sistemas adesivos foram

manipulados e aplicados à cavidade de acordo com as instruções dos fabricantes, e

uma liga para amálgama (Tytin, Sybron/Kerr) foi triturada mecanicamente e

imediatamente condensada no preparo com o auxílio de um condensador de

pequeno diâmetro. No grupo 4 (Panavia Ex), as margens da restauração foram

42

Page 46: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

cobertas com gel Oxyguard ccmo recomendado pelo fabricante. Posteriormente, as

amostras foram armazenadas por 24 horas, em água destilada a 37° C. Após este

período, as amostras foram submetidas a 2.500 ciclos térmicos entre 5° C e 55°C, e

em seguida armazenadas em água destilada a 37°C. Os testes de retenção foram

realizados cinco dias após o preparo das amostras, em uma máquina de ensaio

universal lnstron. As amostras foram fixadas aos mordentes da máquina e

submetidas ao !racionamento, a uma velocidade de 2 mm por minuto, até a falha.

Para o teste de microinfiltração, foram empregados 100 dentes caninos e pré­

molares humanos hígidos e recém-extraídos. Em cada dente, foi confeccionada uma

cavidade tipo classe V medindo 3 mm no sentido mesio-distal, 2 mm no sentido

ocluso-gengival e 2 mm de profundidade. Em seguida, os dentes foram divididos em

cinco grupos de vinte dentes cada, os quais receberam os mesmos sistemas

adesivos empregados para o teste de retenção. As cavidades foram restauradas com

amálgama de prata (Tytin), e em seguida os dentes foram armazenados por 24 horas

em água destilada a 37°C . Posteriormente, os dentes foram termociclados e

armazenados da mesma maneira descrita anteriormente. Cinco dias após o preparo,

as amostras foram imersas por 24 horas em solução aquosa a 2% de ccrante

fluorescente. Em seguida, os dentes foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual

e analisados para penetração de ccrante segundo um escore pré-determinado. Os

resultados mostraram que o grupo 5 (Amalgambond) apresentou menor infiltração

que os demais grupos. Os grupos que empregaram Amalgambond ou Panavia EX

como ferradores, apresentaram os maiores valores de resistência à tração.

43

Page 47: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Em 1992, NAKABAYASHI20, publicou um trabalho de revisão no qual o mecanismo

de atuação da resina 4-MET A é descrito. Segundo o autor, os metacrilatos que

possuem grupamentos hidrofílicos e hiclrofóbicos, como o 4-META, são capazes de

penetrar na dentina intertubular, promovendo uma impregnação monomérica, a qual

resulta em aumento da resistência de união. O sistema adesivo 4-META em metil­

metacrílato (MMA), com pó poli-MMA iniciado por tri-n-butil borano parcialmente

oxidado (TBB), chamado de 4-METAIMMA-TBB, é também descrito como excelente

promotor de união. Ainda segundo o autor, o condicionamento dentinário com a

solução 10-3 (10% de ácido cítrico + 3% de cloreto férrico), estabiliza o colágeno

durante a remoção da apatita mineral, preservando a configuração tridimensional.

Este fenômeno permite a penetração do monômero resinoso 4-META, o qual tem a

sua polimerização iniciada pelo TBB em conjunção com o· oxigênio e a água

presentes na dentina. Uma vez polimerizada, a resina forma um emaranhado com as

fibras colágenas, encapsulando os cristais de hidroxiapatita e criando uma zona de

transição ácido-resistente chamada de "camada híbrida".

Ainda em 1992, TEMPLE-SMITHSON E!t a1.3), realizaram um estudo para determinar

a força requerida para deslocar restaurações de amálgama confeccionadas em

cavidades não retentivas, associadas à verniz cavitário (controle); Panavia Ex

(Kuraray); Amalgambond (Parkell); ou pinos rosqueáveis. Quarenta dentes molares e

pré-molares extraídos, foram limpos e armazenados em solução de glutaraldeído

(Cidex), até o início do experimento. Os dentes receberam preparos não retentivos,

foram codificados e divididos em quatro grupos de acordo com o procedimento a ser

44

Page 48: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

realizado. O grupo controle recebeu duas camadas de verniz cavitário e foi

restaurado com amálgama de prata. O segundo grupo foi submetidos à confecção

prévia de um orifício, onde um pino TMS Regular de titânio foi rosqueado e

posteriormente, duas camadas de verniz cavitário foram aplicadas no pino e na

cavidade, antes da restauração com amálgama de prata ser realizada. No terceiro

grupo, a dentina foi coberta com uma fina camada de cimento de ionômero de vidro

fotopolimerizável (Vitrabond) e em seguida, o esmalte foi condicionado com gel de

ácido fosfórico a 37%, por um minuto, lavado pelo mesmo tempo e seco com ar.

Após este procedimento, uma fina camada de cimento resinoso Panavia Ex,

manipulado de acordo com as instruções do fabricante, foi aplicada no esmalte

condicionado e na base de ionômero de vidro com o auxílio de um pincel. Em

seguida, uma matriz metálica coberta com vaselina foi colocada ao redor do dente, o

amálgama de prata foi inserido, e a margem cavo superficial foi coberta com gel

Oxyguard, para prevenir a inibição da polimerização pelo oxigênio. No quarto grupo,

foi realizado o condicionamento ácido do esmalte e da dentina pelos tempos de 30 e

1 O segundos respectivamente, seguindo a recomendação do fabricante do produto

Amalgambond. Em seguida, o agente adesivo foi aplicado na cavidade e seco com

ar por 30 segundos. Posteriormente, a base e o catalisador fornecidos com o produto

foram misturados, aplicados à cavidade e o amálgama de prata foi condensado

sobre a mistura ainda não totalmente polimerizada. Após a realização dos

procadimentos acima citados, todos os grupos foram armazenados por um mês, em

solução salina a 37°C. Posteriormente, todos os dentes foram embutidos em acrílico

e as restaurações submetidas a uma carga aplicada em 45°, através de uma

45

Page 49: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

máquina de ensaio universal Howden EU 500, a uma velocidade de 0,75 mm por

minuto, até que a falha fosse observada. Embora as restaurações retidas através de

pinos apresentassem uma maior resist13ncia ao deslocamento, o modo de falha e a

energia requerida para deslocar as nastaurações nos grupos com Panavia-Ex e

Amalgambond, indicaram que esse tipo de restauração possui vantagens

significantes sobre as restaurações retidas a pino, principalmente em regiões

próximas à polpa. O alto desvio-padrão apresentado pelos dados foi atribuído à

sensibilidade da técnica utilizada nesse tipo de experimento.

KAWAKAMI et al.16, em 1994, avaliaram a resistência de união ao cisalhamento de

sistemas adesivos utilizados para unir o amálgama de prata à dentina, e compararam

os resultados aqueles obtidos com esses sistemas associados às resinas

compostas. Para isso, 84 dentes pré-molares humanos hígidos, tiveram as

superfícies oclusais desgastadas com lixas de carbeto de silício de granulação 600,

até expor totalmente a dentina. Em seguida, os dentes foram incluídos com gesso no

interior de cilindros metálicos, e uma área circular com 5 mm de diâmetro foi

delimitada na superfície dentinária com uma fita adesiva. Após este procedimento,

tubos de polietileno com 5 mm de diâmetro interno foram colocados e presos com

cera sobre as áreas previamente dE!limitadas. Em seguida, as amostras foram

divididas em 7 grupos, os quais receb,9ram a aplicação dos sistemas adesivos (AII­

Bond 2, Liner-F, SuperBond C&B, Amalgambond, Photo Bond, e Panavia),

associados ou não entre si. Após a aplicação dos agentes adesivos, as amostras

foram restauradas com amálgama (Dispersalloy) ou resina composta (Ciearfil Photo

46

Page 50: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Posterior e Bis-Fi!). No caso do amálgama, este foi condensado imediatamente após

a aplicação dos agentes adesivos. As amostras assim obtidas, foram armazenadas

por 24 horas, à temperatura ambiente e 100% de umidade relativa. Após este

período, as amostras foram submetidas ao teste de cisalhamento, em uma máquina

de ensaio universal lnstron, a uma velocidade de 0,5 mm por minuto. A associação

entre AII-Bond 2 e Liner-F, apresentou os melhores resultados dos sistemas adesivos

empregados com o amálgama de prata. As resistências de união ao cisalhamento do

amálgama de prata e das resinas compostas à dentina foram comparáveis, exceto

para os grupos que empregaram o adesivo Ali Bond 2.

VARGAS et al.31, em 1994, realizaram um estudo para avaliar a resistência de união

ao cisalhamento do amálgama à dentina, utilizando cinco diferentes agentes

adesivos: Amalgambond Plus (Parkell), Optibond (Kerr), lmperva Dual (Shofu), AII­

Bond 2 (Bisco) e Clearfíl Liner Bond (Kuraray). Para isso, cinquenta terceiros

molares hígidos foram incluídos com resina acrílica em anéis fenólicos, e em seguida

tiveram as superfícies oclusais desgastadas com lixas d'água de granulação 240,

400 e 600, até expor uma superfície plana em dentina. Os dentes foram divididos

aleatoriamente em cinco grupos de dez dentes cada, os quais foram designados

individualmente para um dos adesivos testados. Em seguida, um molde cilíndrico de

plástico foi fixado nas superfícies dentinárias, e estas foram condicionadas com ácido

antes de receberem a aplicação dos sistemas adesivos. Os sistemas adesivos foram

aplicados de acordo com as recomendações dos fabricantes e o amálgama de prata

Tytin (Kerr), foi triturado e inserido no interior dos moldes plásticos. Vinte minutos

47

Page 51: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

após a condensação do amálgama, os moldes foram removidos e as amostras foram

armazenadas em água destilada por 24 horas, para em seguida serem submetidas a

300 ciclos térmicos entre 5° C e 55° C. Quarenta e oito horas após, as amostras

foram submetidas ao teste de cisalhamento em uma máquina de ensaio universal

lnstron, a uma velocidade de 5 mm por minuto, até a fratura. As amostras que

receberam a aplicação do sistema adesivo Amalgambond Plus, apresentaram os

mais altos valores de resistência de união ao cisalhamento, diferindo

estatisticamente dos demais grupos. Os autores atribuíram essa superioridade à

presença do HPA (aditivo de alta performance), o qual possui fibras de

polimetilmetacrílato. Ainda segundo os autores, essas fibras poderiam atravessar a

interface entre o amálgama e o agente adesivo, produzindo uma conexão reforçada

entre os dois materiais.

Em 1994, HADAVI et al.13, realizaram um estudo para avaliar a resistência ao

cisalhamento da união amálgama-estrutura dental, quando da utilização dos

sistemas adesivos AII-Bond 2 (Bisco) e Amalgambond Plus (Parkell), ou emprego de

pinos rosqueáveis TMS Minim (Whaledent). Quarenta e cinco dentes molares

humanos higidos e recém-extraídos, foram incluídos em cilindros plásticos com

resina acrílica ativada quimicamente e em seguida divididos aleatoriamente em três

grupos de quinze dentes cada. As superfícies oclusais dos dentes foram reduzidas

até expor dentina, e em seguida des~jastadas com lixa d'água de granulação 600.

Após a manipulação dos materiais de acordo com as recomendações dos fabricantes

e a realização de um dos três tratamentos, um molde cilíndrico partido (5mm de

48

Page 52: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

diâmetro X 4mm de altura) foi posicionado sobre a dentina, e uma liga para

amálgama (Valiant) foi triturada e condensada no interior do molde. Quinze minutos

após a condensação do amálgama, o molde cilíndrico foi cuidadosamente removido,

e as amostras assim obtidas foram colocadas em um banho de água a 37°C, por 24

horas. Em seguida, as amostras foram levadas à uma máquina de ensaio universal

(Lioyd lnstruments), e uma força de cisalhamento foi aplicada na interface amálgama

- dente com o auxílio de um cinzel, a uma velocidade de 0,2 mm por minuto, até que

a falha ocorresse. Todos os sistemas empregados promoveram união I retenção do

amálgama à dentina. O sistema adesivo AII-Bond 2 foi estatisticamente superior ao

sistema adesivo Amalgambond Plus, o qual não diferiu estatisticamente do pino

rosqueável. O alto desvio-padrão apresentado pelos grupos que empregaram

sistemas adesivos (AII-Bond 2 e Amalgambond Plus), foi· atribuído à grande

sensibilidade técnica que esses materiais apresentam por requererem muitos passos

e mistura de vários componentes.

BARKMEIER et al.1, em 1994, realizaram um estudo com os seguintes objetivos: (1)

determinar. a resistência de união ao cisalhamento de um material restaurador

resinoso (Silux Plus, 3M) à dentina, utilizando o sistema adesivo Amalgambond

(Parkell) com e sem a adição do HPA; (2) avaliar se existe diferença na resistência

de união quando se emprega uma matriz plástica em forma de cilindro ou a matriz de

cápsula de gelatina para inserção de materiais resinosos em laboratório; (3) avaliar a

resistência de união de um material restaurador resinoso à superfície dentinária

quando esta é dessecada ou mantida úmida após o condicionamento ácido, e (4)

49

Page 53: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

avaliar a resistência de união do amálgama (Dispersalloy, Johnson & Johnson) à

dentina quando empregado o sistema adesivo Amalgambond com HPA. Cento e dez

molares humanos tiveram as superfícies vestibulares desgastadas com lixas d'água

de granulação 600 até expor dentina, Ei foram divididos em 11 grupos de 1 O dentes

cada, como se segue: Grupo 1: Restaurador resinoso/ Instruções do fabricante/

Matriz plástica; Grupo 2: Restaurador resinoso/ Instruções do fabricante/ Matriz de

cápsula de gelatina; Grupo 3: Restaurador resinoso/ Instruções do fabricante sobre

dentina úmida/ Matriz plástica; Grupo 4: Restaurador resinoso/ Instruções do

fabricante sobre dentina úmida/ Matriz de cápsula de gelatina; Grupo 5: Restaurador

resinoso/Instruções do fabricante modificadas (4 camadas de adesivo) sobre dentina

úmida/ Matriz plástica; Grupo 6: Restaurador resinoso/ Instruções do fabricante

modificadas (adição de HPA) sobre dentina úmida/ Matriz de ~cápsula de gelatina;

Grupo 7: Restaurador resinoso/ Instruções do fabricante modificadas (adição de

HPA)/ Matriz plástica; Grupo 8: Restaurador resinoso/ Instruções do fabricante

modificadas (adição de HPA)/ Matriz de cápsula de gelatina; Grupo 9: Restaurador

resinoso/ Instruções do fabricante modificadas ( adição de HPA) sobre dentina

úmida/ Matriz plástica; Grupo 1 O: Restaurador resinoso/ Instruções do fabricante

modificadas (adição de HPA) sobre dentina úmida/ Matriz de cápsula de gelatina;

Grupo 11: Amálgama de prata/lnstruçêíes do fabricante com adição de HPA Após a

realização dos procedimentos acima citados, todas as amostras foram armazenadas

por 72 horas em água destilada a 37°C~ Posteriormente, os dentes foram montados

em anéis fenólícos com resina acrílíca ativada quimicamente para facilitar a

realização do teste~ Em seguida, as amostras foram submetidas ao teste de

50

Page 54: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

cisalhamento em uma máquina de ensaio universal lnstron, a uma velocidade de

5mm por minuto, até que a falha fosse observada. A resistência de união ao

cisalhamento do material restaurador resinoso (Sílux Plus) à dentina utilizando o

sistema adesivo Amalgambond sem HPA, variou de 17,55 ± 1,96 MPa a 22,47 ± 3,89

MPa. A resistência de união ao cisalhamento observada quando o material

restaurador resinoso foi unido à dentina com Amalgambond associado ao HPA,

variou de 20,33 ± 3,84 MPa a 22,50 ± 3,69 MPa. Não existiu diferença significante

(p>0,05) na resistência de união ao cisalhamento entre os grupos que empregaram a

matriz plástica ou a matriz de cápsula de gelatina. Não existiu também, diferença

significante (p>0,05) na resistência de união ao cisalhamento quando a dentina foi

dessecada ou mantida úmida. O uso de múltiplas camadas do sistema adesivo

Amalgambond não aumentou a força de união. A resistência de união ao

cisalhamento do amálgama (Dispersalloy) à dentina quando utilizado os sistema

adesivo Amalgambond Plus, foi de 10,41 ± 1 ,47 MP a.

ÕLMEZ & ULUSU22, em 1995, realizaram um estudo para avaliar a habilidade do

sistema adesivo Amalgambond Plus com HPA, em unir uma resina composta

(Superlux Molar) e uma liga para amálgama (AIIoxy, Fine Cut), à dentina de dentes

decíduos. Além disso, o desempenho clínico do material foi avaliado durante 15

meses em preparos mesio-ocluso-distais, restaurados com amálgama e resina

composta. Os seguintes parâmetros foram avaliados: adaptação marginal, cáries

secundárias, hipersensibilidade pós-operatória e retenção. Cinqüenta molares

decíduos, hígidos e recém-extraídos, foram incluídos em cilindros plásticos com o

51

Page 55: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

auxílio de resina acrílica ativada quimicamente, e em seguida tiveram as suas

superfícies oclusais desgastadas com o auxílio de uma politriz, até expor uma

superfície plana em dentina. Em seguida, os dentes foram divididos em dois grupos

de 25 dentes cada, e as superfícies dentinárias foram tratadas com o sistema

adesivo Amalgambond Plus seguindo as recomendações do fabricante. O grupo 1

recebeu a aplicação da resina composta e o grupo 2 recebeu a aplicação do

amálgama de prata. Os materiais foram inseridos em moldes circulares medindo 3

mm de diâmetro, os quais estavam fixados aos dentes com cera pegajosa. As

amostras foram armazenadas em água, por 24 horas, e em seguida testadas em

tração utilizando um tensômetro Hounsfield, a uma velocidade de 2,8 mm/min. Os

valores foram registrados em kg/mm2 e posteriormente convertidos em MPa. As

resistências à tração para a resina e o amálgama foram 6,40"± 2,17MPa e 2,95 ±

0,92 MPa respectivamente. Os modos de falha das amostras foram 100% adesivos

para o amálgama e 76% adesivo-coesivo e 24% adesivo para a resina composta. Os

autores encontraram valores de tração tão baixos quanto 1 ,27MPa, os quais foram

atribuídos às diferenças individuais existentes entre as amostras. Além disso, a

técnica de aplicação do material Amalgambond Plus exige vários passos, o que toma

o procedimento altamente sensível. Na avaliação clínica, as restaurações de

amálgama e resina composta associadas ao Amalgambond Plus, demonstraram

excelente adaptação marginal e retenção, sendo que cáries secundárias e

hipersensibilidade pós-operatória não foram observadas.

52

Page 56: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

LO et al.17, em 1995, realizaram um estudo para avaliar a resistência ao

cisalhamento da união amálgama de prata-estrutura dental, quando empregados

sistemas adesivos e pinos pré-fabricados. Para este propósito, 240 molares

humanos foram embutidos com resina epóxica e tiveram os terços coronários

removidos para expor uma superfície plana e não retentíva em dentina. As

superfícies dentinárias foram lixadas e lavadas, e as amostras foram divididas

aleatoriamente dentro de 24 grupos de 1 O amostras cada. Cento e vinte amostras

receberam orifícios paralelos com 1,5 mm de profundidade, nos quais foram

inseridos pinos auto-rosqueáveis tipo Minikin (Coltene/Whaledent). As superfícies

das 120 amostras restantes não receberam nenhum tipo de retenção adicional. Seis

diferentes materiais foram selecionados para o estudo: (1) Verniz capai (Copalite);

(2) Amalgambond (Parkell); (3) All-bond (Bisco); (4) Amargambond com HPA

(Parkell); (5) Panavia Ex (J. Morita); e (6) Photobond (J. Monta) com Panavia (J.

Morita). Todos os materiais foram manipulados e aplicados à superfície dentinária de

acordo com as instruções dos respectivos fabricantes. Em seguida, um molde

circular possuindo um orifício central medindo 4,2 mm de diâmetro e 3,0 mm de

altura, foi posicionado sobre as superfícies dentinárias. Posteriormente, o amálgama

de prata fornecido em cápulas pré-dosadas Dispersalloy (Johnson & Johnson), foi

triturado e condensado manualmente no interior dos moldes. As amostras foram

então imersas em solução salina e armazenadas em estufa a 37° C, por 7 ou 30 dias

antes do teste. Após o período de armazenagem, as amostras foram submetidas ao

teste de cisalhamento em uma máquina de teste universal lnstron, a uma velocidade

de 0,5 mm/min. O sistema adesivo Amalgambond com HPA apresentou os maiores

53

Page 57: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

valores de resistência de união ao císalhamento (8,61 a 8,70 MPa). A associação

entre os pinos e os sistemas adesivos não contribuí significantemente para aumentar

a resistência de união ao císalhamento, exceto quando foi empregado o material

Amalgambond com HPA.

IMBERY et al.14, em 1995, realizaram um estudo para comparar a resistência à

fratura de restaurações complexas em amálgama de prata, retidas através de uma

das seguintes formas: Amalgambond (Parkell); Amalgambond Plus (Parkell); quatro

ou seis pinos auto-rosqueáveis TMS (ColteneJWhaledent); e quatro pinos auto­

rosqueáveís TMS em combinação com Amalgambond. Foi também objetivo do

estudo avaliar o efeito do período de armazenagem em água sobre a resistência de

união dos sistemas adesivos estudados. Oitenta e quatro molares humanos não

irrompidos e recém-extraídos, foram in~;Juídos em acrílico através de suas raízes, e a

porção coronária foi desgastada até expor uma superfície plana em dentina a 2 mm

da junção cemento-esmalte. Posteriormente, os dentes foram aleatoriamente

distribuídos em 7 grupos de 12 dentes cada, os quais foram designados para um tipo

de tratamento em particular: Grupo A: Amalgambond com armazenagem por 3

meses; Grupo 8: Amalgambond com armazenagem por 6 meses; Grupo C:

Amalgambond Plus com armazenagem por 3 meses; Grupo D: Amalgambond Plus

com armazenagem por 6 meses; Grupo E: Quatro pinos auto-rosqueáveis TMS e

armazenagem por 6 meses; Grupo F: Seis pinos auto-rosqueáveis TMS com

armazenagem por 6 meses; Grupo G: Quatro pinos auto-rosqueáveis TMS

associados ao Amalgambond e armaz•:lnagem por 6 meses. Uma matriz de cobre foi

54

Page 58: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

adaptada ao redor de cada dente com o auxílio de godiva e as superfícies

dentinárias receberam um dos tratamentos seguindo as recomendações de cada

fabricante< Posteriormente, a liga para amálgama Dispersalloy (Caulk) foi triturada e

condensada mecanicamente no interior das matrizes de cobre. Antes do teste, todas

as amostras foram termocicladas 1.250 vezes entre 6° C e 600 C. Posteriormente, as

amostras foram fixadas à um máquina de teste universal lnstron, e uma carga em 45°

em relação ao longo eixo do dente foi aplicada às restaurações, à uma velocidade de

1 mm/min. A carga requerida para a falha foi registrada em Newtons, e os dados

foram submetidos à análise estatística. As restaurações retidas com Amalgambond

foram significantemente mais fracas que aquelas retidas com Amalgambond Plus,

quatro ou seis pinos TMS, e 4 pinos TMS em conjunção com Amalgambond. O

sistema adesivo Amalgambond Plus forneceu tanta resistência quanto quatro ou seis

pinos TMS. A maior resistência foi alcançada quando pinos TMS e Amalgambond

foram combinados. A armazenagem em água não afetou significantemente a

resistência de união de restaurações retidas com Amalgambond ou Amalgambond

Plus.

Ainda em 1995, IMBERY et al.15, realizaram um estudo para comparar a resistência

à fratura de restaurações complexas em amálgama de prata retidas através de uma

das seguintes formas: quatro pinos auto-rosqueáveís TMS (Coltene/Whaledent);

quatro "amalgapins"; Amalgambond (Parkell); ou quatro "amalgapins" associados ao

Amalgambond. Sessenta molares humanos não irrompidos e recém-extraídos, foram

incluídos em acrílico através de suas raízes, e a porção coronária foi desgastada até

55

Page 59: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

expor uma superfície plana em den!lina a 2 mm da junção cemento-esmalte.

Posteriormente, os dentes foram divididos aleatoriamente em 4 grupos de 15 dentes

cada, os quais foram designados para um dos tratamentos propostos. O grupo A

recebeu quatro pinos auto-rosqueáveis TMS, os quais foram colocados em orifícios

de 2 mm de profundidade e situados a 1 mm da junção amelo-dentinária. O grupo B

recebeu quatro "amalgapins" com 2 rnm de profundidade e situados a 1 mm da

junção amelo-dentinária. Os orifícios para os "amalgapins" foram confeccionados em

alta velocidade de rotação com uma broca carbide nº 330. Uma broca esférica nº 4

foi utilizada para confeccionar um bisei na entrada dos orifícios para fornecer corpo

ao amálgama. O grupo C recebeu somente a aplicação de Amalgambond e o Grupo

D recebeu quatro "amalgapins" associados ao Amalgambond. Uma matriz de cobre

foi adaptada ao redor de cada dente com o auxílio de godiva e em seguida, uma liga

para amálgama (Dispersalloy), foi triturada e condensada mecanicamente. As

amostras foram armazenadas por 60 dias em água destilada e posteriormente

submetidas a 1000 ciclos térmicos entre 5° C e ei5° C. Em seguida, as amostras

foram fixadas à um màquina de teste universal lnstron, e uma carga em 45° em

relação ao longo eixo do dente foi aplicada às restaurações, a uma velocidade de

1 mm/min. A carga requerida para a falha foi registrada em Newtons, e os dados

foram submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram que Amalgambond

( 1.834 N), quatro "amalgapins" ( 1597' N), e quatro "amalgapins" associados ao

Amalgambond (1818 N), foram mais resistentes que quatro pinos rosqueáveis TMS

(1259 N).

56

Page 60: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Segundo MAHLER et al.18 (1996), a possibilidade de unir restaurações de amálgama

à estrutura dental utilizando sistemas adesivos, tem chamado a atenção dos

clínicos. Ainda, segundo o autor, esse tipo de associação traria vantagens como:

diminuição das fraturas de cúspide como resultado do fortalecimento da estrutura

dental, e redução da sensibilidade pós-operatória como resultado do selamento dos

túbulos dentinários.

BURGESS et al.2, em 1997, avaliaram a resistência à fratura de restaurações

complexas em amálgama de prata, retidas através de um dos seguintes meios: o

sistema adesivo Amalgambond Plus (Parkell), pinos auto-rosqueáveis TMS

(ColteneNVhaledent), ou a associação entre os pinos auto-rosqueáveis e o

Amalgambond Plus. Trinta terceiros molares humanos extraídos, foram incluídos em

acrílico através das suas raízes e tiveram as porções oclusais desgastadas até expor

uma superfície plana em dentina a 2 mm da junção cemento-esmalte.

Posteriormente, os dentes foram divididos em três grupos de dez dentes cada, os

quais foram designados para um dos três tratamentos propostos. Os grupos 1 e 2

receberam quatro pinos auto-rosqueáveis TMS, os quais foram inseridos em orifícios

de 2mm de profundidade e situados a 0,5 mm da junção amelo-dentinária. No grupo

1, duas camadas de verniz capai (Cooley & Cooley) foram aplicadas antes da

inserção dos pinos. Nos Grupos 2 e 3, o sistema adesivo Amalgambond Plus foi

aplicado de acordo com as instruções do fabricante, antes do amálgama ser

condensado. Após estes procedimentos, uma fita matriz de cobre foi colocada e

estabilizada com godiva ao redor de cada dente e em seguida ,uma liga para

57

Page 61: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

amálgama (Tytin) foi triturada mecanicamente e condensada manualmente em cada

preparo. Dez minutos após a condensação, a matriz de cobre foi removida e as

amostra foram submetidas a 2.500 ciclos térmico entre 6° C e 60° C, e

posteriormente armazenadas em água destilada por 1 mês, até o início do teste. Em

seguida, as amostras foram fixadas a uma máquina de teste universal lnstron, e uma

carga em 45° em relação ao longo eixo do dente foi aplicada às restaurações, a uma

velocidade de 5mm/min. A carga requerida para a falha foi registrada em Newtons, e

os dados foram submetidos à análise estatística. As amostras com 4 pinos em

conjunção com o Amalgambond Plus (Grupo 2), apresentaram resistência à fratura

significantemente maior que os outros dois grupos (p<O,OS). A resistência à fratura

das amostras que utilizaram somente 4 pinos auto-rosqueáveis (Grupo 1 ), e das

amostras que utilizaram somente o sistema adesivo Amalgamoond Plus (Grupo 3),

não foram significantemente diferentes (p>O,OS).

Em 1997, DIEFENDERFER & REINHARDT', realizaram um estudo para comparar a

resistência de união ao cisalhamento de várias combinações entre duas ligas para

amálgama e cinco sistemas adesivos. Para isso, cem molares humanos hígidos e

recém-extraídos, foram limpos e armazenados em água destilada até o início do

experimento. Duas ligas para amálgama com alto conteúdo de cobre foram

selecionadas para este estudo: Tytin (Sybron/Kerr), a qual é composta de partículas

esféricas; e Dispersalloy (Caulk!Dentsply), a qual é uma liga de fase dispersa. Os

sistemas adesivos selecionados foram: (1) AII-Bond (Bisco), (2) Amalgambond Plus

(Parkell), (3) Amalgambond Plus com HPA (Parkell), (4) Optibond (Sybron/Kerr), e (5)

58

Page 62: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Resinomer (Bisco)_ Os dentes foram incluídos em anéis fenólicos com resina acrílica

auto-polimerizável, e tiveram as superfícies oclusais desgastadas com lixas d'água

de granulação 240, 400 e 600, até expor uma superfície plana em dentina. Em

seguida, os dentes foram divididos em 1 O grupos de dez dentes cada, os quais foram

designados para uma das combinações amálgama/adesivo. Após a manipulação e

aplicação dos sistemas adesivos de acordo com as instruções dos fabricantes, um

molde de teflon bipartido medindo 3 mm de altura por 2 mm de diâmetro, foi

adaptado à superfície dentinária_ Em seguida, as ligas para amálgama foram

trituradas mecanicamente de acordo com as instruções dos fabricantes e

condensadas manualmente no interior dos moldes. Os moldes de teflon foram

removidos após o período de 15 minutos para a liga Tytín, e 30 minutos para a liga

Dispersalloy. Posteriormente, as amostras foram armazenadas- em água destilada a

37° C, pelo período de 7 a 10 dias, submetidas a 300 ciclos térmicos entre 5°± 5° C

e 50° ± 5° C, e armazenadas em água destilada a 37° C, por 36 horas. Após estes

procedimentos, as amostras foram submetidas ao ensaio de cisalhamento em uma

máquina para teste de materiais Zwick, a uma velocidade de 5mm/min. Os valores

obtidos foram registrados em MPa, e os modos de falha foram avaliados com o

auxílio de uma lupa estereoscópica. A combinação Tytin/Optibond produziu a mais

alta resistência de união ao cisalhamento (14, 17 MPa), enquanto a combinação

Dispersalloy/Amalgambond Plus produziu a mais baixa (3,89 MPa). Em geral, os

sistemas adesivos que contêm carga (Amalgambond Plus com HPA, Optibond e

Resinomer) produziram resistências de união ao cisalhamento mais altas que os

sistemas adesivos sem carga (Ali Bond 2, Amalgambond Plus)_ Adicionalmente, para

59

Page 63: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

quatro dos cinco adesivos estudados, as resistências de união ao cisalhamento

foram mais altas com Tytin que com Dispersalloy, embora as diferenças fossem

estatisticamente significantes em somente dois grupos.

WINKLER et al.34, em 1997, realizaram um estudo para avaliar se o modo de

ativação e a presença de carga nas resinas adesivas influenciaria na resistência de

união dos agentes adesivos para amélgama, quando utilizados em preparos tipo

classe V. Para isso, foram empregados os seguintes sistemas adesivos: uma resina

ativada quimicamente e sem a presença de carga (Ciearfil New Bond, Kuraray); uma

resina ativada fisicamente, sem a presença de carga e a possibilidade de ativação

química (Ciearfil Photo Bond, Kuraray); uma resina ativada fisicamente, com a

presença de carga e a possibilidade de ativação química (Clearfil Photo Bond +

Protect Uner, Kuraray); uma resina com ativação dupla e sem a presença de carga

(AII-Bond 2, Bisco); e verniz copa! (Copalite, Cooley & Cooley), o qual serviu como

controle. Para cada grupo de adesivos, 20 preparos classe V medindo 2,5 mm de

profundidade e 3,0 mm de largura, foram confeccionados sobre as superfícies

vestibular, lingual ou proximal de molares humanos, os quais foram incluídos em

resina acrílica. Após a manipulação e aplicação dos sistemas adesivos de acordo

com as instruções dos fabricantes, unn prego de % de polegada foi colocado no

interior dos preparos, de modo que a sua extremidade mais larga ficasse em contato

com a parede pulpar. Em seguida, uma liga para amálgama (Tytin, Kerr), foi triturada

mecanicamente e condensada em volta dos pregos, e as amostra assim obtidas

foram armazenadas em água destilada a 37° C, por 24 horas. Após este período, as

60

Page 64: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

amostras foram submetidas a 2.500 ciclos térmicos entre 8° C e 48° C, e

armazenadas por 1 mês até o início do experimento. Após estes procedimentos, as

amostras foram submetidas ao ensaio de tração em uma máquina de teste universal

lnstron, a uma velocidade de 2 mm/min, até a falha. Os valores assim obtidos foram

registrados em kg e submetidos à análise estatística. Adicionalmente, as amostras

foram analisadas em microscopia "Confocal" e eletrônica de varredura, com a

finalidade de obter as espessuras das camadas de adesivo e correlacionar estes

valores aos obtidos no ensaio de tração. Os sistemas adesivos que proporcionaram

camadas mais espessas, demonstraram resistências de união significantemente

maiores que àqueles onde se evidenciou camadas mais finas.

Ainda em 1997, RAMOS & PERDIGÃ024, avaliaram a resistência de união ao

cisalhamento entre o amálgama de prata e a dentina, quando dois adesivos de

frasco único, cinco adesivos de múltiplos frascos, e um cimento de ionômero de vidro

modificado por resina, foram empregados. O aspecto ultra-morfológico da interface

adesiva produzida entre o amálgama e a dentina, foi também objeto de estudo.

Oitenta molares humanos hígidos e recém-extraídos, foram incluídos em anéis

fenólicos com resina acrílica ativada quimicamente, e em seguida tiveram as

superfícies oclusais desgastadas com lixas d'água de granulação 240, 400 e 600,

até expor uma superfície plana em dentina. As superfícies dentinária foram tratadas

com um dos seguintes sistemas adesivos, seguindo as recomendações dos

fabricantes: AII-Bond 2 (Bisco}, Amalgambond Plus (Parkell), Fuji Duet (GC), One

Step/Resinomer (Bisco), Optibond (Kerr), Optibond FL (Kerr), Prime & Bond

61

Page 65: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

2 0/Dyract Cem (Dentsply), Scotchbond Multi-Purpose Plus (3M). Após estes

procedimentos, uma liga para amálgama (Megalloy/Dentsply) foi triturada

mecanicamente e condensada manualmente sobre a superfície dentinária, através

do orifício central de uma matriz de silieone, a qual estava fixada ao dente com cera

pegajosa. Dez minutos após a condensação, procedeu-se a remoção cuidadosa da

cera e da matriz, e as amostras foram armazenadas em água destilada à

temperatura ambiente, por 24 horas. Após este período, as amostras foram

submetidas a 500 ciclos térmicos entre 5° C e 55° C, com um intervalo de 30

segundos entre cada banho. Em seguida, a resistência de união ao cisalhamento foi

determinada em uma máquina de ensaio universal Shimadzu, a uma velocidade de

0,5 cm/min, e os valores assim obtidos foram convertidos em MPa e submetidos à

análise estatística. Para a visualização das interfaees adesivas, preparos cavitários

MO ou OD foram preparados em amostras intactas, as quais foram ciciadas

termicamente como descrito anteriormente, e seccionadas vestíbulo-lingualmente

através da interface amálgama-dentina. As secções assim obtidas foram

desmineralizadas em HCI 6N, por 30 segundos e desproteinizadas por 1 O minutos

em NaOCI a 1%, com o objetivo de observar a interdifusão da resina e formação da

camada híbrida. Posteriormente, as amostras foram fixadas por 12 horas em 2,5%

de glutaraldeído em cacodilato de sódio tamponado em pH 7,4, lavadas por 1 hora

em 20ml de cacodilato de sódio 0,2M tamponado em pH 7,4, e imersas em graus

ascendentes de etano!. Em seguida, as secções de dentina foram secas por 1 O

minutos em hexametildisilazano, montadas em suportes e cobertas com ouro-paládio

para observação em microscopia eletrônica de varredura. Os resultados mostraram

62

Page 66: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

que Prime & Bond 2.0/Dyract Cem, Amalgambond Plus, e Scotchbond Multi-Purpose

Plus resultaram nos maiores valores de resistência de união ao cisalhamento. A

observação em microscopia eletrônica de varredura mostrou acúmulo de adesivo

abaixo das restaurações de amálgama, e uma interpenetração entre o amálgama e o

adesivo, exceto para Optibond e Optibond FL. Todos os sistemas, exceto Fuji Duet,

formaram uma zona de interdifusão dentina/resina. Segundo os autores, o tipo e

idade do dente, o grau de mineralização dentinária, o tipo de teste (cisalhamento ou

tração), o meio de armazenagem e a umidade relativa do ambiente, seriam fatores

responsáveis pelo alto desvio-padrão e largas variações ocorridas nos valores dos

testes de resistência de união à dentina.

FRITZ & FINGER10, em 1998, realizaram um estudo com os seguintes objetivos: (1)

avaliar a resistência de união ao cisalhamento entre o amálgama e a dentina; (2)

avaliar a o efeito do 4-META como um componente das resinas adesivas indicadas

para união entre o amálgama e a dentina; e (3) avaliar o papel da quantidade de

resina não polimerizada disponível para mistura com o amálgama durante a

condensação. Adicionalmente, uma liga para amálgama esférica (Tytin/Kerr) e uma

de fase dispersa (Dispersalloy/Dentsply), foram utilizadas no estudo para avaliar o

efeito da composição sobre a adaptação marginal. A resistência de união ao

cisalhamento foi avaliada utilizando os seguintes sistemas adesivos: Amalgambond

Plus (Parkell); AII-Bond 2 (Bisco); um adesivo experimental de frasco único baseado

em acetona, contendo UDMA, HEMA e 4-META (EX1 ); o adesivo EX1 em

combinação com uma resina de ativação dupla (EX2); e o adesivo EX1 sem o

63

Page 67: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

componente 4-META (EX3). Para isso, 25 molares humanos hígidos e recém­

extraídos, foram incluídos em resina epóxica de modo que uma das faces proximais

ficasse exposta. Em seguida, as amostras foram desgastadas até expor uma

superfície plana em dentina suficientemente larga para receber um cilindro de

amálgama com 3,5 mm de diâmetro. Após este procedimento, os sistemas adesivos

foram manipulados e aplicados sobre a superfícies dentinárias. Posteriormente, uma

liga para amálgama (Dispersalloy) foi triturada mecanicamente e condensada

manualmente no interior de moldes bipartidos de teflon (3,5 mm de diâmetro por 2

mm de altura), os quais estavam firmemente adaptados às superfícies dentinárias.

As amostras foram armazenadas por uma hora, em 1 00% de umidade relativa, e 23°

C, antes dos moldes serem removidos. Após este procedimento, as amostras foram

armazenadas em água a 37° C, por 23 horas, e em seguida sutimetidas ao ensaio de

cisalhamento a uma velocidade de 1 rnm/min., até a falha. As larguras máximas de

fenda foram determinadas microscopicamente ao longo das margens de seis

cavidades cilíndricas confeccionas em dentina, possuindo 3,5 mm de largura e 1,5

mm de profundidade. As cavidades foram restauradas com Dispersalloy ou Tytin,

ern combinação com um dos adesivos testados, e as amostras assim obtidas foram

armazenadas por 24 horas em água. A micromorfologia marginal foi avaliada através

de microscopia eletrônica de varreclura, em uma amostra de cada grupo da

combinação Dispersalloy/sistema adesivo. Os resultados do ensaio de cisalhamento

mostraram diferenças estatisticamente significantes (p<0,05), entre o adesivo EX3 e

os 4 demais adesivos testados. Segundo os autores, esses resultados comprovam a

hipótese de que o 4-META contribui para a retenção através da interação química

64

Page 68: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

com o amálgama. Quando a largura máxima de fenda foi analisada, os grupos

restaurados com Tytin se mostraram menos efetivos que àqueles restaurados com

Dispersalloy. Nenhuma diferença estatísticamente significante foi encontrada entre

os grupos restaurados com a mesma liga para amálgama em conjunção com

qualquer um dos adesivos testados. A observação em microscopia eletrônica de

varredura demonstrou para cada uma das cinco alternativas, a formação de uma

camada híbrida pelo lado da dentina.

DELLA BONNA & SUMMI"IT5, em 1998, avaliaram a carga requerida para fraturar

restaurações classe 11 confeccionadas em cavidades com diferentes tipos de preparo

e associadas à sistema adesivo. Para isso, foram utilizados sessenta molares

humanos, hígídos e recém-extraídos, os quais foram incluídos ém anéis plásticos de

modo que as suas coroas ficassem expostas. Em seguida, as amostras foram

dívidas em cinco grupos de doze dentes cada, os quais foram designados para um

tipo de preparo classe 11. O grupo 1 recebeu um preparo com extensão oclusal até a

fossa central e as amostras do grupo 2 a 5 receberam preparos estritamente

proxímais ("slot"). No grupo 2 nenhum tipo de retenção adicional foi confeccionada,

enquanto que os grupos 3 e 5 receberam canaletas vestibulares e linguais, as quais

se estendiam da parede gengiva! até a face oclusal. As amostras do grupo 4 não

receberam retenções adicionais porém apresentavam esmalte proximal sem suporte.

Após a confecção dos preparos, as amostras receberam matrizes metálicas e os

grupos 1 a 4 foram restaurados com o sistema adesivo Amalgambond (Parkell), sem

a adição do HPA, e com a liga para amálgama Valíant (lvoclar). No grupo 5 não foi

65

Page 69: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

utilizado sistema adesivo. Todos os materiais foram manipulados de acordo com as

instruções dos fabricantes. Posteriormente, as amostras foram armazenadas em

água, por 24 horas, e submetidas a 1.000 ciclos térmicos entre 6° C e 60° C. Em

seguida, a região da crista marginal foi planificada com o auxílio de uma broca nº

557, até a obtenção de uma área medindo 1 ,O mm X 1 ,5 mm. Após este

procedimento, as amostras foram posicionadas em uma máquina de teste universal

lnstron, e uma haste metálica com extremo plano foi utilizada para exercer

compressão na porção proximal das restaurações, a uma velocidade de 1 mm/min.,

até que a falha ocorresse. Os resultados obtidos Elm Newtons foram submetidos à

análise estatística, e nenhuma diferença foi encontrada entre qualquer um dos cinco

grupos. Nas restaurações estritamentH proximais ("slot"), as retenções adicionais

proporcionaram resistência ao deslocamento semelhante ao fornecido quando se

utilizou somente o Amalgambond. Não houve diferença significante entre os grupos

que empregaram o Amalgambond, independente do tipo de preparo.

66

Page 70: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

6- PROPOSIÇÃO

Page 71: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

6 - PROPOSIÇÃO

Embora os sistemas adesivos compostos por monômeros que possuem

afinidade a íons metálicos tenham sido responsáveis pelos bons resultados de

resistência à fratura entre as restaurações complexas em amálgama de prata e o

substrato dentinário, o procedimento técnico restaurador que une a liga para

amálgama de prata e retenções auxiliares tem sido associado também aos sistemas

adesivos universais sem afinidade a íons metálicos.

Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a resistêncía à tração de

restaurações em amálgama de prata, associando retenções mecânicas auxiliares em

dentina a sistemas adesivos indicados para união com amálgama de prata.

Adicionalmente, avaliar a característica morfológica das interfaces sistema adesivo­

dentina e sistema adesivo-amálgama de prata.

69

Page 72: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

7 - MATERIAIS E MÉTODO

Page 73: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

7- MATERIAIS E MÉTODO

7.1- MATERIAIS

Foi utilizado no estudo um sistema adesivo indicado para união a diversos

substratos (Scotchbond Multi-Uso Plus), um sistema adesivo específico para união

com o amálgama de prata (Amalgambond Plus), e uma liga para amálgama de prata

com alto conteúdo de cobre (Permite C). Os materiais utilizados no estudo,

fabricantes e lotes, estão dispostos na Tabela 1. A composição dos sistemas

adesivos está descrita na Tabela 2.

Tabela 1. Materiais utilizados no estudo, fabricantes e lotes.

Material Fabricante Lote

Amalgambond Plus Parkell, Farmingdale, NY, USA S370

Scotchbond Multi-Uso Plus 3M Dental Products Division, St. Paul, MN, USA 6EL

Permite C Southern Dentallndustries, Australia 708373

73

Page 74: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Tabela 2. Descrição dos sistemas adesivos utilizados no estudo.

Sistema adesivo Condicionador "Primer" Adesivo

*Amalgambond Plus ãcído cítrico a 10% + 35% HEMA, água Base: 4-META, MMA

cloreto férrico a 3% Catalísador: tri-n-butíl

borano

Pó HPA: PMMA

**Scotchbond Multi- ãcido fosfórico a 35% Ativador: sal do Catalisador: Bís-GMA,

Uso Plus

* lnfonnações do fabricante (bula) ** Perfil técnico do produto (3M)

ácido sulfínico, HEMA, hexafluorfosfato,

etano!, fotoiniciador iniciador químico

Primer: HEMA, ãcido Adesivo: Bis-GMA, HEMA,

policarboxílico, hexafluorfosfato,

ãgua fotoíniciador

74

Page 75: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

7.2- MÉTODO

7.2.1 -Preparação das amostras

Foram utilizados neste estudo, 50 terceiros molares humanos hígidos e

recém-extraídos. Os dentes foram submetidos à profilaxia utilizando uma pasta

constituída de pedra-pomes e água a qual foi aplicada ao dente através de uma

escova t1po pincel, em baixa velocidade de rotação. Após o procedimento de

profilaxia, os dentes foram armazenados em soro fisiológico à temperatura ambiente

até o início do experimento.

Os dentes foram incluídos com resina acrílica ativada quimicamente (Ciáss1co,

Artigos Odontológicos Ltda ) em cilindros plásticos, com 20mm de diâmetro externo

por 20mm de altura, com a face oclusal exposta e projetada 3,0mm além da borda do

cilindro plástico.

75

.... r.'. ·~ .:~

Page 76: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

7.2.2- Preparação da superfície das amostras

Os c1nquenta dentes embutidos com res1na acrílica nos cilindros plást1cos

(amostras) foram posicionados individualmente na região central de uma base

metál1ca circular medindo 20,5 mm de diâmetro 1nterno por 75,0 mm de diâmetro

externo por 29,0 mm de altura. A inserção da amostra foi feita até que a borda

supenor do Cilindro plástico ficasse paralela à superfície da base metálica e a face

oclusal do dente projetada além das bordas JUStapostas. Para garantir esse

posiCionamento, a amostra foi fixada à base metálica por meio de um parafuso

1nserido numa das faces laterais da base metálica (Figura 1 ).

F1gura 1 -Amostra posicionada na base metálica para o procedimento de desgaste. (A) base metálica; (8) amostra, (C) parafuso lateral para fixação da amostra.

76

Page 77: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Em seguida, com o auxílio de uma politriz horizontal (Arotec S.A. Indústria e

Comércio) e lixas d'água de granulação número 220 e 400 (Carborundum Abrasivos

Ltda.), a superfície foi reduzida cuidadosamente sob refrigeração à água para prover

uma superfície plana em dentina. Após este procedimento, as superfícies das

amostras foram examinadas em uma lupa estereoscópica (Carl Zeiss, Alemanha)

para assegurar que restos de esmalte não tivessem permanecido na região

delimitada pela junção amelo-dentinária. Após este passo, as amostras foram

divididas aleatoriamente em cinco grupos de dez dentes cada, de acordo com a

forma de retenção empregada (Tabela 3).

Tabela 3. Grupos experimentais e forma de retenção

Grupo

A (Pin)

8 (SBMUP)

C (AMB)

O (Pin + SBMUP)

E (Pin + AMB)

Forma de retenção

Quatro "amaigapins"

Scotchbond Multi-Uso Plus

Amalgambond Plus

Quatro "amalgapins" + Scotchbond Multi-Uso Plus

Quatro "amalgapins" + Amalgambond Plus

77

Page 78: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

7.2.3- Confecção dos orifícios em dentina ("Amalgapins")

As amostras dos grupos A, D e E receberam quatro orifícios confeccionados

em dentina com 2,0 mm de profundidade, 1 ,O mm de largura, distantes no mínimo

1 ,O mm da junção amelo-dentinária e situados nas extremidades correspondentes às

regiões mésio-vestibular, mésio-lingual, disto-vestibular e disto-lingual (Figura 2).

Todos os orifícios estavam restritos à uma área circular com 6,0 mm de diâmetro.

Para a confecção dos orifícios, um guia plástico de forma circular possuindo quatro

perfurações de 1 ,O mm de diâmetro cada, foi posicionado sobre a superfície

dentinária (Figura 3), e as regiões correspondentes às perfurações foram

demarcadas com grafite. No lado vestibular as perfurações distavam 3,0 mm entre si,

no lado lingual distavam 2,0mm entre si, e as duas perfurações -vestibulares estavam

a 3,0 mm das perfurações linguais (Figura 4). Para a confecção dos orifícios, foi

utilizada broca de carbeto de tungstênio nº 330 (SS White) montada em uma turbina

de alta rotação (Roll Air 2, Kavo do Brasil), que por sua vez foi fixada a um

dispositivo que permitia a movimentação tanto no sentido horizontal quanto vertical ,

possibilitando assim a obtenção de paralelismo entre os orifícios (Figura 5). A broca

foi posicionada sob a região previamente demarcada para em seguida, sob intensa

refrigeração ar - água e alta velocidade de rotação, ser abaixada lentamente até que

penetrasse 2,0 mm além da superfície de dentina, profundidade esta determinada

pelo comprimento da ponta ativa da broca (Figura 6).

Posteriormente, com uma broca de carbeto de tungstênio nº 4 (SS White)

montada no mesmo dispositivo descrito anteriormente, foi confeccionado um bisei na

entrada dos orifícios, sob intensa refrigeração ar-água (Figura 7). As brocas

78

Page 79: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

utilizadas foram substituídas por novas a cada duas amostras. Após os

procedimentos acima descritos, todos os dentes foram levados a um aparelho de

banho ultrassônico (Thornton. Un1que Indústria e Comérc1o), para limpeza por 5

mmutos em água destilada de possíveis resíduos.

79

Page 80: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Figura 2 - Orifícios confeccionados na dentina ("amalgapins") (A) orifícios vestibulares; (8) orifícios linguais.

Figura 3- Guia plástico posicionado sobre a superfície dentinária para demarcar os orifícios. (A) guia plástico (8) resina acrílica; (C) cilindro de plástico

80

Page 81: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Vestibular

3mm

2mm Lingual

·· .. / 3mm

Figura 4 - Desenho esquemático dos orifíc1os confeccionados em dentina com suas respectivas dimensões e distâncias.

F1gura 5 - Dispositivo utilizado para confecção dos orifícios em dentina. (A) turbina de alta rotação com a broca acoplada; (8) dispositivo para fixação da turbina de alta rotação; (C) amostra; (D) dispositivo para fixação da amostra; (E) parafuso para deslocamento da amostra no sentido ântero-posterior, (F) parafuso para deslocamento da amostra no sentido látero-lateral; (G) parafuso para movimentação da turb1na de alta rotação no sentido vert1cal.

81

Page 82: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Figura 6 - Broca carbide nº 330 posicionada sobre as marcações para confecção dos orifícios em dentina. (A) broca; (B) marcação com grafite na superfície dentinária

Figura 7 - Broca carbide nº 4 posicionada para confecção do bisei na embocadura dos orifícios. (A) broca; (B) orifício confeccionado na dentina.

82

Page 83: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

7 .2.4 - Preparação dos corpos-de-prova para o ensaio de tração

Após a preparação da superfície dental, uma fita adesiva (Contact) circular

com um orifício central medindo 6,0 mm em diâmetro, foi aderida sobre a superfície

de dentina com a finalidade de delimitar a área onde se efetuaria a união dentina­

material restaurador (Figura 8). Em seguida, as amostras dos grupos B, C, D e E,

tiveram as superfícies dentinárias tratadas com os sistemas adesivos conforme a

divisão descrita na Tabela 3. Após o condicionamento ácido de acordo com as

recomendações dos fabricantes, as superfícies dentinárias foram lavadas em água

corrente com o auxílio de uma seringa tríplice. e secas com bolinhas de algodão

hidrófilas, tomando-se o cuidado de não dessecar a dentina. Exceção foi feita as

amostras que receberam a aplicação do material Amalgambond Plus, o qual

recomenda a secagem completa da superfície dentinária com jatos de ar. Após os

procedimentos de condicionamento ácido, as amostras foram posicionadas

Individualmente na porção inferior de um dispositivo metálico com diâmetro interno

de 20,5 mm (Figura 9, 8). A inserção da amostra foi feita até que a superfície plana

do dente incluído em resina acrílica ficasse paralela à margem superior do dispositivo

metálico, sendo mantida em posição por meio de um parafuso inserido em uma das

faces laterais (Figura 9, C). Este conjunto foi fixado junto à uma haste metálica,

fixada previamente à bancada de trabalho através de parafuso (Figura 9, D). No

passo seguinte os sistemas adesivos foram aplicados à superfície dentinária,

inclusive no interior dos orifícios, seguindo as recomendações dos fabricantes. Os

procedimentos para manipulação e aplicação dos sistemas adesivos estão descritos

na Tabela 4.

83

Page 84: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Tabela 4- Seqüência de manipulação e aplicação para os materiais Amalgambond Plus e Scotchbond Multi-Uso Plus.

Amalgambond Plus

Aplicar o condicionador sobre a dentina e deixar por 1 o segundos. Lavar e secar.

Aplicar o agente adesivo e secar levemente para deixar uma camada fina . Deixar sem perturbar por 30 segundos.

Scotchbond Multi-Uso Plus

Aplicar o condicionador sobre a dentina e deixar por 15 segundos. Lavar por 1 5 segundos e secar levemente com o cuidado de deixar a dentina úmida.

Aplicar o Activator sobre a dentina e secar levemente por 5 segundos. Em seguida, aplicar o primer sobre a dentina e secar levemente por 5 segundos.

Misturar a base (3 gotas). o catalisador Misturar o catalisador (1 gota) e o adesivo (1gota), e o pó HPA (1 medida) e aplicar (1 gota) e aplicar uma fina camada sobre a uma fina camada sobre a dentina. dentina.

Condensar o amálgama imediatamente Condensar o amálgama imediatamente enquanto o material ainda não está enquanto o material ainda não está completamente polimerizado. completamente polimerizado.

Posteriormente, uma matriz circular de teflon com 20,5 mm de diâmetro

externo (Figura 1 O, A), foi posicionada e fixada por meio de um parafuso lateral

(Figura 1 O, E) na porção superior da matriz metálica (Figura 1 O, C). O conjunto matriz

de teflon - porção superior da matriz metálica, foi posicionado sobre a porção inferior

da matriz metálica, e fixado à este por meio de dois parafusos (Figura 1 O, D). A

região central da matriz circular de teflon possuía um orifício em forma de um tronco

de cone com S,Omm de altura, base maior medindo 10,0 mm de diâmetro e base

menor medindo 6,0 mm de diâmetro a qual estava voltada para a superfície de

dentina e coincidindo exatamente com a área delimitada pela fita adesiva (Figura 11 ).

84

Page 85: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Esta justaposição era possível em função de pequenas movimentações permitidas

na matriz de teflon, através da liberação de parafusos laterais (Figura 11 , E) . Após

os procedimentos acima descritos, a liga para amálgama de prata foi triturada em um

amalgamador mecânico (Uitramat 2, SOl), inserida no interior da matriz com o

auxílio de um porta amálgama (JON). Nas amostras onde foram confeccionados os

orifícios em dentina (Grupos A, O e E), o amálgama foi condensado no interior destes

com o auxílio de um condensador de Hollemback nº 1 (Mocar). Em todos os grupos,

o término da condensação foi realizado com um condensador de Ward nº 2 (Duflex),

até que a matriz de teflon fosse preenchida até 3mm da sua altura. Dez minutos após

o término da condensação do amálgama, os parafusos laterais da matriz metálica

foram liberados, permitindo assim a remoção do conjunto amostra- matriz de teflon

(corpo-de-prova) (Figura 12). Logo após a confecção, os corpos-de-prova foram

armazenados a 37° C e 100% de umidade relativa em estufa (Fanem Ltda.), durante

01 hora, e em seguida armazenados por 23 horas, em água destilada a 37° C, até o

início do teste. Após este procedimento, os corpos-de-prova foram submetidos ao

ensaio de tração em uma máquina de ensaio universal lnstron (lnstron Corporation,

Canton, MA), a uma velocidade de 1 ,Omm por minuto. Para a realização do teste,

uma garra metálica possuindo um rolamento axial, foi fixada ao corpo-de-prova,

através de um rebaixo confeccionado na porção inferior da matriz de teflon (Figura

13). A fixação na região inferior do corpo-de-prova foi realizada através de uma

haste metálica, a qual era atravessada em um orifício confeccionado

transversalmente na base do cilindro de PVC, com uma broca de aço, logo após a

85

Page 86: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

inclusão dos dentes (Figura 13). A resistência à tração foi calculada pela seguinte

fórmula:

F Rt=-

A

onde, Rt é a resistência à tração; F, a força aplicada; e A, a área de união.

86

Page 87: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Frgura 8- Área da superfície dental (A) delimitada pela fita adesrva (8) no cilindro de plástico preenchrdo com resina acrílica ativada qurmrcamente (C).

Figura 9 - Amostra e porção inferior do disposrtrvo metálico fixados à haste metálica presa à bancada de trabalho. (A) amostra; (8) porção inferior do drspositivo metálico, (C) parafuso para fixação da amostra; (O) haste metálica.

87

Page 88: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Figura 1 O - Posicionamento da matriz de teflon na porção superior do d ispositivo metál1co e fixação do conjunto à porção inferior do dispositivo metálico. (A) matriz de teflon, (8 ) orifício na matriz de teflon, (C) porção superior do dispositivo metálico; (O) parafusos para fixação da porção superior e inferior do dispositivo metálico; (E) parafuso para fixação da matriz de teflon; (F) haste metál ica.

Figura 11 - Matriz de teflon posicionada sobre a região dentinária delimitada com fita adesiva. (A) matriz de teflon; (8 ) superfície dentinária (C) porção superior do dispositivo metál ico (O) parafuso para fixação da matriz de teflon; (E) parafusos de fixação da porção superior e inferior do dispositivo metálico.

88

Page 89: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

F1gura 12 - Disposição seqüencial dos dispositivos e matriz utilizados para confecção do corpo-de-prova. (A) amostra: (B) porção inferior da matriz metálica, (C) porção superior da matriz metálica; (D) matnz de teflon; (E) parafusos de fixação; (F) corpo-de-prova.

Figura 13- Corpo-de-prova posicionado para o ensaio de tração. (A) haste metálica do dispos1t1vo de tração; (B) rolamento axial; (C) garra metálica; (D) haste metálica.

89

Page 90: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

7.2.5- Anál ise da região fraturada em Microscopia Eletrônica de Varredura

Foram utilizadas nesta parte do estudo amostras fraturadas representativas

de cada grupo Logo após a realização dos ensaios de resistência à tração, as

superfíc1es dentais foram revestidas com liga de ouro-paládio, sob alto vácuo

(Balzers - SCD 050 sputter coater. Germany), para observação em Microscopia

Eletrônica de Varredura (Zeiss DSM 960, Germany), com o objetivo de venficar o

t1po de falha ocorrida e a morfologia da região fraturada.

Adicionalmente, duas amostras representativas dos grupos B, C, O e E, foram

preparadas para verificação da formação da "camada híbrida". conforme protocolo

descrito por Ramos e Perdigão24 Primeiramente as amostras foram seccionadas no

sentido do longo eixo sob refrigeração à água, com o auxílio de um disco diamantado

de dupla face acoplado à uma máquina para corte (South Bay Technology,

California) As secções de esmalte e dentina assim obtidas, foram desgastadas em

uma politnz (Arotec S A Indústria e Comérc1o) sob intensa refrigeração à água.

utilizando lixas d'água de granulação 220, 400, 600, 800 e 1000 (Carborundum

Abrasivos Ltda.) Em seguida, as secções foram polidas com disco de feltro e pasta

diamantada (Arotec) de 11-Jm e X 1-1m utilizando lubrificante à base de si11cone

(Arotec) Após este procedimento. as secções foram lavadas ultrasson1camente

(Thornton. Un1que Indústria e Comércio), em 100% de etanol por 5 minutos. e

desmineralizadas em 6N de HCI por 30 segundos, e desproteinizadas em NaOCI a

1% por 1 O minutos. Em seguida, as secções foram desidratadas em graus

crescentes de imersão em etano I (25% - 20 min ; 50% - 20 min ; 75% - 20 min.; 95%

- 30 m1n.; 100%- 60 min.). Após este procedimento as amostras foram secas pela

90

Page 91: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

imersão em hexametildisilazano (Eiectron Microscope Sciences, Fort Washington,

PA, USA) por 10 minutos, montadas em porta-amostras, recobertas com ouro­

paládio e observadas em Microscopia Eletrônica de Varredura.

91

Page 92: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

8- RESULTADOS

Page 93: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

8- RESULTADOS

8.1 - Ensaio de resistência à tração

O delineamento experimental sugerido por ocasião do estudo foi o bloco ao

acaso. Os resultados obtidos no ensaio de resistência à tração entre a superfície

den!ináría e o amálgama de prata, dentro dos vários tratamentos, estão registrados

nas tabelas 8, 9 , 10 e 11 (Anexo). As médias originais foram transformadas e em

seguida submetidas à análise de variância unifatorial, onde o fator tratamento foi

analisado para os diversos grupos De acordo com a Tabela 5, o fator tratamento

apresentou diferença estatísticamente significante em nível de 5% de sígnificância,

pelo teste F. Os valores médios foram submetidos ao teste de Tukey, em nível de 5%

de significância e estão apresentados na Tabela 6 e ilustrados na Figura 14.

Tabela 5 - Análise de variâncía para os valores de resistência à tração da união obtida entre a estrutura dentinária e o amálgama de prata empregando os diversos tratamentos.

CAUSAS DA TRATAMENTO RESÍDUO TOTAL

G.L 4

45 49 1

MÉDIA GERAL= 3.903403 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO= 20,543%

S.Q. Q.M. 98,3569369 24,5892342 28,9353611 0,6430080

95

VALOR F PROB.>F

38,2409 0,00001

Page 94: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Tabela 6 - Médias originais de resistência à tração após a utilização dos sistemas adesivos e retenções mecânicas, individualmente ou em associação (kg/cm2

)

NOME MÉDIAS Amplitude 5%

PIN + AMB (Grupo E) 41.33 ( 11 '99) 33,37 a

PIN + SBMUP (Grupo O) 15,01 (5,70) 18,33 b

AMB (Grupo C) 12,98 (6, 18) 17,21 b

PIN (Grupo A) 12,20 (8, 19) 27,30 b

SBMUP (Grupo 8) 4,47 (2,36) 7,15 c

Média seguidas por letras distintas diferem entre si em nível de significância indicado. D.M.S. 5%= 1,02064 ( ) Desvio Padrão

IIPin + AMB

11 Pin +SBMUP

IIIIAMB

OPin

IISBMUP

Barras seguidas por letras distintas diferem entre si em nível de 5% de significância, pelo teste de Tukey.

Figura 14 - Ilustração gràfica dos valores médios de resistência à tração após a realização dos respectivos tratamentos (kg/cm2

).

96

Page 95: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

O teste de Tukey mostrou que a associação entre os orifícios confeccionados

em dentina ("amalgapins") e o sistema adesivo Amalgambond Plus, produziu os

maiores valores de resistência de união sendo estatisticamente diferente dos demais

grupos (Tabela 6 e Figura 14). Na Tabela 6 e Figura 14 pode ainda ser verificado

que os tratamentos Pin, AMB, e Pin + SBMUP, não diferiram estatisticamente entre si

em nível de 5% de significância. O mesmo não ocorreu com o tratamento SBMUP, o

qual apresentou os menores valores de resistência de união, diferindo

estatisticamente dos demais grupos.

97

Page 96: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

8.2 -Análise morfológica da superfície fraturada após o ensaio de resistência à tração

Nesta parte do estudo foram obtidas fotomicrografias dos corpos-de-prova,

para análise morfológica da região de fratura.

A observação fotomicrográfica na interface dentina-adesivo mostrou que

houve interdifusão do monômero adesivo para o interior da região desmineralizada

da dentina e formação da "camada híbrida" , para os dois sistemas adesivos

utilizados no estudo (Figuras 15 e 16). Na Figura 17, podemos observar que na

superfície dentinária das amostras onde se empregou o sistema adesivo Scotchbond

Multi-Uso Plus houve fratura coesiva no adesivo. No entanto, foram observados

algumas áreas de ocorrência de fratura adesiva onde provavelmente não tenha

havido a formação da "camada híbrida", devido a sensibilidade técnica no uso desse

material. No caso do sistema adesivo Amalgambond Plus, observamos que a fratura

foi coesiva no adesivo, sem a evidência de remoção da camada de adesivo da

superfície dentinária (Figura 18).

A análise morfológica da superfície fraturada do amálgama de prata (Figuras

19 e 20), evidenciou a penetração dos dois sistemas adesivos no interior do material.

Além disso, a análise morfológica da região de fratura revelou que os "amalgapins"

sempre falharam coesivamente na entrada dos orifícios confeccionados em dentina

(Figura 20).

98

Page 97: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Figura 15 - Aspecto morfológico da interface dentina-adesivo evidenciando a formação da "camada híbrida" quando foi utilizado o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus (500X). (M) camada de adesivo, "camada híbrida", (O) "tags" de resina.

-'1!&,',' .,. .,; w """

• • Figura 16 - morfológico evidenciando a formação da "camada híbrida" quando foi utilizado o sistema adesivo Amalgambond Plus (500X). (M) camada de adesivo, (N) "camada híbrida", (O) "tags" de resina.

99

Page 98: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Figura 17- Aspecto morfológico da superfície de dentina na região de fratura, após o ensaio de tração utílizando o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus (1000X), Notar os resíduos de adesivo (a) próximos à região onde ocorreu desprendimento do adesivo e remoção dos "tags" de resina (b),

Figura 18 -Aspecto morfológico da superfície de dentina na região de fratura, após o ensaio de tração utilizando o sistema adesivo Amalgambond Plus (1000X), Notar o recobrimento completo da superfície dentinária pelo sistema adesivo (a),

100

Page 99: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

9- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Page 100: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Figura 19 - Aspecto morfológico da superfície do amálgama de prata na região de fratura, após o ensaio de tração utilizando os sistemas adesivos (1 OOOX). Notar os resíduos de adesivo (a) no interior do amálgama de prata (b).

Figura 20 - Aspecto morfológico da região fraturada no amálgama de prata evidenciando que os "amalgapins" falharam coesívamente na entrada dos orifícios em dentina (500X). Notar a presença do adesivo (a) penetrando no amálgama de prata (b), condensado no interior dos orifícíos confeccionados em dentina (c).

101

Page 101: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

9- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O amálgama de prata necessita de cavidades que possuam forma de

retenção e resistência e segundo PLASMANS, WELLE e WRIJHOEF23, esses

requisitos são de extrema importância para o desempenho clínico satisfatório das

restaurações. Em nosso estudo, as retenções mecânicas tipo "amalgapin" foram

empregadas por se constituírem em um meio tradicional para reter restaurações em

amálgama de prata e por apresentarem, segundo DAVIS et al.4, resistência

semelhante a sistemas mais sofisticados como os pinos rosqueados. Os valores

obtidos neste estudo, para as retenções mecânicas tipo "amalgapin", também

mostraram a possibilidade de se conseguir alto desempenho clínico desse tipo de

restauração, quando submetida aos esforços de tração e confirmam alguns estudos

prévios 15·23

.

Quando o valor obtido para as retenções mecânicas tipo "amalgapin" foi

relacionado com a união produzida por sistemas adesivos, observamos que para o

sistema "Amalgambond Plus", o valor obtido não foi diferente estatisticamente

(p>0,05) daqueles registrados para os "amalgapins" (Tabela 6, Figura 14) . Esses

resultados podem ser comparados aos obtidos nos estudos realizados por DELLA

BONNA e SUMMir, e BURGESS, ÁLVAREZ e SUMMIT2, onde restaurações

complexas em amálgama de prata utilizando retenções mecânicas ou o sistema

adesivo Amalgambond se comportaram de maneira semelhante mecanicamente,

mesmo utilizando diferente metodologia para a mensuração da resistência de união.

No entanto, os valores médios encontrados com a aplicação do sistema adesivo

Scotchbond Multi-Uso Plus, foram inferiores e diferentes estatisticamente (p<0,05)

105

Page 102: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

em relação ao sistema "Amalgambond Plus", e as retenções mecânicas tipo

"amalgapin" (Tabela 6, Figura 14).

Embora, os dois sistemas adesivos empregados tenham sido capazes de

produzir união entre o amálgama de prata e a estrutura dental, a clara diferença nos

valores médios de resistência à tração apresentada pelo sistema adesvio

Amalgambond Plus, parece estar baseada na sua formulação. A presença do

monomero 4-MET A aumenta a resistência de união de restaurações em amálgama

de prata à dentina, conforme foi comprovado por FRITZ e FINGER10, quando

adesivos experimentais com e sem a presença do 4-META foram comparados.

Entretanto, neste estudo, não podemos afirmar que a superioridade dos valores de

resistência à tração apresentada pelo Amalgambond Plus, se deva unicamente à

presença desse monômero, visto que o fabricante fornece o componente químico

denominado de Aditivo de Alta Performance (HPA), especialmente formulado para

aumentar a resistência de união ao amálgama de prata. Esse componente é

apresentado na forma de um pó contendo fibras de polímetíl metacrílato, o qual é

adicionado ao material no momento da sua manipulação. Este aditivo, segundo

VARGAS, DENEHY e RATANANAKIN3\ seria o principal responsável pelos altos

valores alcançados pelo material Amalgambond Plus. Ainda, segundo estes autores,

a função das fibras de metacrilato seria de atravessar a interface entre o amálgama

é o agente adesivo produzindo uma conexão reforçada entre os dois materiais. A

opção pela utilização do HPA, em nosso estudo, se baseou na indicação do

fabricante, o qual recomenda o uso desse componente somente em casos de

restaurações complexas, onde uma ou mais paredes cavitárias estejam ausentes.

106

Page 103: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Por outro lado, o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus, com a indicação

para ser usado em qualquer tipo de substrato, apresenta a ativação química

produzida pela mistura da amina terciária contida no frasco com o adesivo e o

peróxido de benzoíla contida no frasco com o catalisador, como única característica

indicativa para o emprego com o amálgama de prata. A ausência de aditivos ou

componentes que atuem como carga, talvez justifique os baixos valores de união

apresentados pelo material Scotchbond Multi-Uso Plus. Segundo DIEFENDERFER e

REINHARDT6, os adesivos que contêm carga produzem resistências de união mais

altas que aqueles sem carga. Além disso, RAMOS e PERDIGÃ024 e WINKLER e

cols.34, relataram que a presença de carga nos adesivos parece aumentar a

espessura de película. Assim, adesivos que possuem tal característica apresentam

resistência de união maior ao amálgama de prata.

A observação fotomicrográfica na interface dentina-adesivo mostrou que

houve interdifusão do monômero adesivo para o interior da região desmineralizada

da dentina e formação da camada híbrida20•21

, para os dois sistemas adesivos

utilizados no estudo (Figuras 15 e 16). A zona de transição ácido-resistente é

considerada atualmente como o principal mecanismo de união dos materiais

poliméricos20·21

. Apesar disso, a observação da superfície dentinária nas amostras

onde se empregou o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus, mostrou que a

fratura foi coesiva no adesivo, com desprendimento completo do adesivo e camada

híbrida. Em alguns casos, com !racionamento e remoção completa dos "tags" de

resina do interior dos túbulos dentinários (Figura 17).

107

Page 104: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

No caso do sistema adesivo Amalgambond Plus, ocorreu fratura coesiva na

superfície da camada de adesivo (Figura 18). Essas diferenças na característica

morfológica da região de fratura na interface dentina-adesivo, parecem estar

relacionadas à fatores como tipo, concentração e tempo de aplicação do

condicionador ácido. O sistema adesivo Amagambond Plus utiliza a solução com

1 O% de ácido cítrico e 3% de cloreto férrico como condicionador ácido, durante 1 O

segundos. De acordo com NAKABAYASHI20, o ácido cítrico remove o conteúdo

mineral e o cloreto férrico estabiliza a rede colágena preservando a configuração

tridimensional. Por outro lado, o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus utiliza o

ácido fosfórico a 35%, durante 15 segundos, como agente condicionador. Além

disso, o fabricante recomenda que a superfície da dentina permaneça úmida durante

o procedimento de aplicação do adesivo, enquanto que, para o sistema adesivo

Amalgambond Plus, a recomendação é para a secagem da superfície da dentina.

Assim, a sensibilidade na técnica de aplicação dos adesivos também compromete a

formação da "camada híbrida" na superfície da dentina.

Adicionalmente, a penetração monomérica na dentina parece estar

diretamente relacionada ao mecanismo de ativação presente nos sistemas adesivos

indicados para união ao amálgama de prata. A alta taxa de conversão monomérica

resultante do processo de ativação química, contribui para o rápido aumento da

viscosidade destes materiais, produzindo uma penetração e difusão pouco efetiva.

Além disso, segundo BARKMEIER e cols.1, a presença de carga nos sistemas

adesivos ativados quimicamente torna a reação de polimerização mais lenta,

facilitando assim a penetração e difusão monomérica na superfície dentinária.

108

Page 105: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Foi observada também uma grande variação nos valores de resistência à

tração para os grupos onde os sistemas adesivos foram empregados (Tabela 6).

Isto pode estar relacionado à sensibilidade técnica apresentada pelos

materiais adesivos, que requerem muitos passos e a mistura de vários componentes

durante a aplicação clínica 13•30 Ainda, segundo RAMOS e PERDIGÃ<i'4 , o tipo e

idade do dente, o grau de mineralização dentinária, o tipo de teste (cisalhamento ou

tração), o meio de armazenagem e a umidade relativa do ambiente, seriam fatores

responsáveis pelo alto desvio-padrão e amplas variações ocorridas nos valores dos

testes de resistência de união à dentina.

Os sistemas adesivos e os "amalgapins" foram empregados conjuntamente

como meio de avaliar as vantagens mecânicas decorrentes dessa associação.

Assim, os maiores valores de resistência de união foram obtidos quandos as

retenções mecânicas foram associadas ao sistema adesivo Amalgambond Plus e

estão de acordo com os dados relatados por IMBERY, HILTON e REAGAN15. Por

outro lado, a associação entre o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus e as

retenções mecânicas tipo "amalgapin", não contribuiu de maneira significativa para

aumentar os valores de resistência de união. Os valores obtidos para esse grupo (O)

não diferiram estatísticamente (p>0,05) daqueles encontrados para os grupos onde

os "amalgapins" (A) e o Amalgambond Plus (C) foram empregados como meio de

retenção para o amálgama de prata. LO, MILLSTEIN e NATHANSON17, também

demonstraram que a resistência de união ao cisalhamento do amálgama à estrutura

dental, utilizando pinos pré-fabricados associados à sistemas adesivos, não foi

efetivo para os sistemas adesivos indicados para uso em qualquer substrato.

109

Page 106: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Segundo os autores, os valores de resistência de união aumentaram somente

quando foi empregado o material Amalgambond com HPA.

Apesar dos corpos-de-prova do grupo onde os "amalgapins" foram associados

ao Scotchbond Multi-Uso Plus (D), apresentarem uma tendência à valores

ligeiramente maiores que as do grupo onde foram utilizados somente os

"amalgapins" (A), os valores médios de resistência de união que não diferiram

estatisticamente entre si (p>0,05).

A análise em M.EV das superfícies de amálgama de prata fraturadas

evidenciaram a presença dos sistemas adesivos no interior do amálgama, fato esse

resultante do processo de condensação do material enquanto o adesivo ainda não

estava totalmente polimerizado (Figuras 19 e 20). Segundo DIEFENDERFER e

REINHARDT6, a condensação do amálgama de encontro à superfície não

polimerizada do adesivo, facilita a formação de uma união mecânica entre o

amálgama e o adesivo após a polimerização. A análise morfológica da superfície

fraturada do amálgama de prata, revelou ainda que os "amalgapins" sempre falharam

coesivamente na embocadura dos orifícios (Figura 20).

Com base nos resultados do presente estudo, podemos conjeturar que os

adesivos indicados para união ao amálgama de prata devem possuir uma reação de

polimerização lenta o suficiente para permitir a condensação do amálgama de prata.

Além disso, a adição de carga aos adesivos parece contribuir significativamente para

o aumento da resistência coesiva destes materiais. Todos esses achados parecem

indicar que restaurações em amálgama de prata podem ser unidas à estrutura dental

através da associação entre sistemas adesivos e retenções mecânicas, resultando

110

Page 107: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

em vantagens consideráveis do ponto de vista mecânico. Devemos considerar

também outras vantagens das restaurações adesivas como diminuição da infiltração

marginal e redução da sensibilidade pós-operatória3•18

•29

. Os sistemas adesivos

especialmente formulados para o emprego com o amálgama de prata parecem

promissores e o aperfeiçoamento destes materiais poderia eliminar a necessidade

da confecção de retenções mecânicas em dentes extensamente destruídos e em

regiões próximas à polpa.

111

Page 108: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

1 O - CONCLUSÃO

Page 109: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

1 O -CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que:

1. A resistência à tração na união dentina-amálgama de prata com a aplicação do

material Amalgambond Plus assocíado às retenções mecânicas ("amalgapins") foi

superior estatisticamente aos demais grupos (p<0,05);

2. Os valores médios de resistência à tração não diferiram estatisticamente entre si

(p>0,05) para os grupos A (''amalgapin"), C (Amalgambond Plus) e D ("amalgapin"

+ Scotchbond Multi-Uso Plus); e estes grupos foram superiores estatisticamente

(p<0,05) ao Grupo B (Scotchbond Multi-Uso Plus);

3. As fotomícrografias realizadas na interface fraturada amálgama de prata-dentina,

revelaram falhas do tipo misto (adesiva e coesiva) para o material Scotchbond

Multi-Uso Plus, enquanto que para o material Amalgambond Plus as falhas

predominantes foram do tipo coesiva;

4. A análise fotomicrográfica das amostras onde os "amalgapins" foram empregados

(Grupos A , D e E) revelaram que o amálgama de prata sempre falhou

coesivamente na entrada dos orifícios.

115

Page 110: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 111: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS'

1. BARKMEIER, W.B. Laboratory evaluation of Amalgambond and

Amalgambond Plus. Am. J. Dent., San Antonio, v.7, n.5, p.239-242,

Oct. 1994.

2. BURGESS, J.O., ÁLVAREZ, A., SUMMIT, J.B. Fracture resistance of

complex amalgam restorations. Operative Dent., Seattle, v.22, p.128-

132, 1997.

3. CHARL TON, D.G., MOORE, BK, SWARTZ, M.L. In vitro evaluation

of the use of resin liners to reduce microleakage and improve retention

of amalgam restorations. Operativa Dent., Seattle v. 17 p. 112-119,

1992.

4. DAVIS, S.P. et ai. Self-threading pins and "amalgapins" compared in

resistance form for complex amalgam restorations. Operative Dent.,

Seattle, v.8, p.88-93. 1983.

5. DELLA BONNA, A., SUMMITT, J.B. The effect of amalgam bonding on

resistance form of class 11 amalgam restorations. Quintessence int.,

Berlin, v.29, p.95-1 01, 1998.

• De acordo com a NBR-6023, de agosto de 1989, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Abreviatura dos periódicos em conformidade com o "World List of Scientific Periodicals".

119

Page 112: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

6. DIEFENDERFER, K.E, REINHARDT, JW. Shear bond strenghts of

10 adhesive resin/amalgam combinations. Operative Dent., Seattle,

v.22, p.S0-56,1997

7. EAKLE, W.S., STANINEC, M., LACY, A.M. Effect of bonded amalgam

on fracture resistance of teeth. J. prosth. Dent., Saint Louis, v.68, n.2,

p257-260, Aug. 1992.

8. ., MAXWELL, E. H., BRAL Y, B.V. Fracture of posterior teeth

in adults. J. Am. dent. Ass., Chicago, v.112, p.215-218, Feb. 1986.

9. FEL TON, D. et ai. Pulpal response to threaded pin and retentive slot

techniques: A pilot investígation J. prosth. Dent., Saínt Louis, v.66,

n.5, p.597 -602, Nov.1991.

10. FRITZ, U.B., FINGER, W.J. Bonding amalgam to dentin: Bond

strength, marginal adaptation, and micromorphology of the coupling

zone. Am. J. Dent., San Antonio, v.11, n.2, 61-66, Apr.1998.

11. GOING, R.E. Pin-retained amalgam. J. Am. dent. Ass., Chicago,

v.73, p. 619-624, Sept 1966.

12. GOLDSTEIN, P. M. Retention pins are friction locked without use of

cement J. Am. dent. Ass., Chicago, v.73, p.1103-1106, Nov. 1966.

120

Page 113: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

13. HADAVI, F. et ai. Bonding amalgam to dentin by different methods.

J. prosth. Dent., Saint Louis, v.72, n.3, p.250-254, Sept. 1994.

14. IMBERY, TA, BURGESS, J.O., BATZER, RC. Comparing the

resistance of dentin bonding agents and pins in amalgam restorations.

J. Am. dent. Ass., Chicago, v.126, p.753-759, June 1995.

15. ___ ., HILTON, T.J., REAGAN, S.E. Retenlion of complex

amalgam restorations using self-threading pins, "amalgapins", and

Amalgambond. Am. J. Dent., San Antonio, v.8, n.3, p.117-121, June

1995.

16. KAWAKAMI, M. Shear bond strength of amalgam ad~esives to dentin.

Am. J. Dent., San Antonio, v.7, n.1, p.53-56, Feb. 1994.

17. LO, C. H., MILLSTEIN, P.L, NATHANSON, D. In vitro shear strength

of bonded amalgam cores with and without pins. J. prosth. Dent.,

Saint. Louis, v. 74, nA, p.385-391, Oct. 1995.

18. MAHLER, D.B. et ai. One-year clinicai evaluation of bonded amalgam

restorations. J. Am. dent. Ass., Chicago, v.127, p.345-349, Mar.

1996.

19. MARKLEY, M.R Pin reinforcement and retention of amalgam

foundations and restorations. J. Am. dent. Ass., Chicago, v. 56, p.675-

679, May 1958.

121

Page 114: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

20. NAKABAYASHI, N. Adhesive bonding with 4-META. Operative Dent.,

Seattle, v.5, p.125-130, 1992. [Supplement, 5]

21. ., KOJIMA, K., MASUHARA, E. The promotion of adhesion

by lhe infiltration of monomers into tooth substrates. J. Biomed. mat.

Res., NewYork, v.16, n.3. p..265-273, May 1982.

22. OLMEZ, A., ULUSU, T. Bond strength and clinicai evaluation of a new

dentina! bonding agent to amalgam and resin composite.

Quintessence int., Berlin, v.26, n.11, p. 785-793, 1995.

23. PLASMANS, P.J.J.M., WELLE, P.R., VRIJHOEF, M.M.A. The tensile

resistance of extensive amalgam restorations with auxiliary retention.

Quintessence int., Berlin, v.17, n.7, p.411-414, 1986.

24. RAMOS, J.C., PERDIGÃO, J. Bond strengths and SEM morphology of

dentin-amalgam adhesives. Am. J. Dent., San Antonio, v.1 O, n.3,

p.152-158, June 1997.

25. SCHUCHARD, A. , REED, O.M. Pulpal response to pin placement. J.

prosth. Dent., Saint Louis, v.29, n.3, p.292-300, Mar. 1973.

26. SHAVELL, H.M. The amalgapin technique for complex amalgam

restorations. J. Calif. dent. Assoe., California, v.8, Apr. 1980.

122

Page 115: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

27. SHIMIZU, AVLT., KAWAKAMI, M., TSUCHITANI, Y Amalgam

restorations using an adhesive resin cement as a cavity liner. J.

Osaka Univ. dent. Sch., Osaka, v.27, p.147-155, Dec. 1987.

28. STANINEC, M. Retention of amalgam restorations: undercuts versus

bonding. Quintessence int., Berlin, v.20, n.5, p.347 -351, 1989.

29. ., HOL T, M. Bonding of amalgam to tooth structure: tensile

adhesion and microleakage tests. J. prosth. Dent., Saint Louis, v.59,

nA, p.397-402, Apr. 1988.

30. TEMPLE-SMITHSON, P.E., CAUSTON, B.E., MARSHALL, KF. The

adhesive amalgam- fact or fiction? Br. dent. J., London, v.25, p.316-

319, 1992.

31. VARGAS, MA, DENEHY, G.E, RATANANAKIN, T. Amalgam shear

bond strength to dentin using different bonding agents. Operative

Dent., Seattle, v.19, p.224-227, 1994.

32. WEBB, E. L, STRAKA, W.F., PHILLIPS, C. L Tooth crazing associated

with threaded pins: A three-dimensional modeL J. prosth. Dent., Saint

Louis, v.61, n.5, p.624-628, May 1989.

33. WELK, DA, DIL TS, W.E. lnfluence of pins on the compressive and

transverse strength of dental amalgam and retention of pins in

amalgam. J. Am. dent. Assoe., Chicago, v.78, p.101-104, Jan. 1969.

123

Page 116: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

34. WINKLER, M.M. et ai. Comparison of retentiveness of amalgam

bonding agent types. Operative Dent., Seattle, v.22, p.200-208, 1997.

124

Page 117: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

12- ANEXO

Page 118: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

12-ANEXO

Tabela 7 - Resultados dos ensaios de tração em kgf, kg/cm2 e MPa para o tratamento Pin.

Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

kgf 4,35 3,52 1,27 5,87 3,89 1,31 2,54 2,24 8,98 3,39

kg/cm2

15,41 12,47 4,49

20,77 13,78 4,66 9,02 7,94

31,79 12,03

MP a 1,51 1,22 0,44 2,04 1,35 0,46 0,88 0,78 3,12 1,18

Tabela 8 -Resultados dos ensaios de tração em kgf, kg/cm2 eMPapara o tratamento Scotchbond Multi-Uso Plus.

Amostra kgf kg/cm2 MPa 1 0,87 3,08 0,30 2 0,52 1,85 0,18 3 1,65 5,84 0,57 4 1,37 4,86 0,48 5 2,12 7,51 0,74 6 2,54 9,00 0,88 7 0,81 2,88 0,28 8 1,51 5,33 0,52 9 0,55 1,93 0,19 10 1,48 5,22 0,51

127

Page 119: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Tabela 9 - Resultados dos ensaios de tração em kgf, kg/cm2 e MPa para o tratamento Pin + Scotchbond Multi-Uso Plus.

Amostra kgf kg/cm MP a 1 3,44 12,17 1,19 2 6,30 22,30 2,19 3 4,60 16,29 1,60 4 3,28 11,60 1,14 5 6,54 23,16 2,27 6 5,64 19,95 1,96 7 4,55 16,11 1,58 8 3,15 11,17 1 '10 9 1,36 4,83 0,47 10 5,15 18,23 1,79

Tabela 10 - Resultados dos ensaios de tração em kgf, kg/cm2 e MPa para o tratamento Amalgambond Plus.

Amostra kgf kg/cm2 MP a 1 1,86 6,58 0,65 2 4,34 15,36 1,51 3 3,06 10,84 1,06 4 2,43 8,59 0,84 5 3,04 10,75 1,05 6 5,73 20,29 1,99 7 1,65 5,85 0,57 8 5,97 21 '11 2,07 9 3,93 13,89 1,36 10 6,52 23,06 2,26

128

Page 120: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Tabela 11 - Resultados dos ensaios de tração em kgf, kg/cm2 e MPa para o tratamento Pin + Amalgambond Plus.

Amostra kgf kg/cm MP a 1 12,14 42,96 4,21 2 10,17 35,99 3,53 3 11,91 42,14 4,13 4 10,35 36,62 3,59 5 17,68 62,56 6,14 6 10,89 38,54 3,78 7 11,56 40,91 4,01 8 11,98 42,39 4,16 9 8,25 29,19 2,86 10 12,95 45,82 4,49

129

Page 121: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

. . . SANEST- SISTEMA DE ANALISE ESTATISTICA

Autores: E!io Paulo Zonta -Amauri Almeida Machado Instituto Agronômico de Campinas -IA C

Análise da Variável Teste- Arquivo: Hugo

CÓDIGO DO PROJETO TESE RESPONSÁVEL: HUGO

DELINEAMENTO EXPERIMENTAL: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO

TRANSFORMAÇÃO DAS OBSERVAÇÓES SEGUNDO RAIZ (X+O)

NOME DOS FATORES FATOR NOME

A TRATAMENTO

QUADRO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA

I CAUSA~ DA G.L SQ. Q_M_ VALOR F PROB.>F I VARIAÇAO I TRATAMENTO 4

RESÍDUO 45 TOTAL 49

MÉDIA GERAL= 3,903403 COEFICIENTE DE V ARIAÇÃCF 20,543%

98,3569369 24,5892342 38,2409

28,9353611 0,6430080 127,2922980

TESTE DE TUKEY PARA MÉDIAS DE TRATAMENTO

NUM. NUM. NOME NUM. MÉDIAS MÉDIAS 5% ORDEM TRAT REPET. ORIGINAIS

1 5 PIN + AMALGAMB. 10 6,429368 41,336771 a

2 3 PIN+SBMUP 10 3,875510 15,019578 b

3 4 AMALGAMB. 10 3,603303 12.983794 b

4 1 PIN 10 3,493189 12,202368 b

5 2 SBMUP 10 2,115644 4,475950 c Média seguidas por letras distintas diferem entre si em nível de significância indicado. D.M.S. 5%= 1,02064 - D.M.S. 1% = 1,24316

130

I 0,00001

1%

A

B

B

6

c

Page 122: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Análise fixando o nível Pin do fator Tratamento

ESTATÍSTICAS TESTE

Num. Obs 10

Valor Min. 2,118962

Valor Max. 5,638262

Amplitude 3,519300

Total 34,931889

Média 3,493189

Variância 1,148480

D. Padrão 1,071671

D. P. Média 0,338892

Coef. Var.% 30,678888

Coef. Assim. 0,549022

Coef. Curt. 2,760758

Mediana 3,499859

Quartíl lnf. 2,817801

Quartil Sup. 3,925558

IC 5% L.S. 4,259086

IC 5% L. I. 2,727292

IC1%L.S. 4,594589

IC 1% LI. 2,391789

131

Page 123: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Análise fixando o nível SBMUP do fator Tratamento

ESTATÍSTICAS TESTE

Num. Obs 10

Valor Min. 1,360147

Valor Max. 3,000000

Amplitude 1,639853

Total 21,156439

Média 2,115644

Variância 0,304501

D. Padrão 0,551816

D. P Média 0,174499

Coef. Var.% 26,082638

Coef. Assim. 0,028419

Coef. Curt. 1,899163

Mediana 2,244636

Q uartil I nf. 1,697056

Quartil Sup. 2,416609

IC 5% L.S. 2,510013

IC 5% LI 1,7:21275

IC 1% L.S. 2,682767

IC1%U 1,548521

132

Page 124: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Análise fixando o nível AMB do fator Tratamento

ESTATÍSTICAS TESTE

Num. Obs 10

ValorMin. 2,418677

Valor Max. 4,802083

Amplitude 2,383405

Total 36,033031

Média 3,603303

Variância 0,720228

D. Padrão 0,848663

D. P. Média 0,268371

Coef. Var.% 23,552349

Coef. Assim. 0,059843

Coef Curt. 1,679345

Mediana 3,509672

Quartil lnf. 2,930870

Quartil Sup. 4,504442

IC 5% L.S. 4,209821

IC 5% LI. 2,996786

IC 1% LS. 4,475508

IC 1% LI. 2,731099

133

Page 125: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Análise fixando o nível Pin + SBMUP do fator Tratamento

ESTATÍSTICAS TESTE

Num. Obs 10

Valor Min. 2,197726

Valor Max. 4,812483

Amplitude 2,614757

Total 38,755096

Média 3,875510

Variância 0,623804

D. Padrão 0,789812

D. P. Média 0,249761

Coef. Var.% 20,379572

Coef. Assim. -0,792059

Coef. Curt. 3,016550

Mediana 4,0:24907

Quartil lnf. 3,405877

Quartil Sup. 4,466542

IC 5% L.S. 4,439969

IC 5% L.L 3,311051

IC 1% L.S. 4,687232

IC1%L.L 3,063788

134

Page 126: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE …

Análise fixando o nível Pin + AMB do fator Tratamento

ESTATÍSTICAS TESTE

Num. Obs 10

ValorMin. 5,403703

Valor Max. 7,909489

Amplitude 2,505786

Total 64,293678

Média 6,429368

Variância 0,418026

D. Padrão 0,646549

D. P Média 0,204457

Coef. Var.% 10,056183

Coef. Assim. 0,893142

Coef. Curt 4,222556

Mediana 6,443812

Quartil lnf. 6,051446

Quartil Sup_ 6,554388

IC 5% L.S. 6,891440

IC5%U 5,967296

IC 1% LS. 7,093853

IC1%U. 5,764884

135