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CONSELHO ESTADUAL DA JUVENTUDE CONSELHO ESTADUAL DA JUVENTUDE CONSELHO ESTADUAL DA JUVENTUDE CONSELHO ESTADUAL DA JUVENTUDE PALÁCIO PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA, SETOR CENTRAL – GOIÂNIA - GOIÁS 6º ANDAR – ALA LESTE CEP: 74.088-900 FONE: (62) 3201-5646 / 9605-7361 E-MAIL: [email protected] RELATÓRIO DILIGÊNCIAS DOS CONSELHOS ESTADUAIS DA JUVENTUDE E DE DIREITOS HUMANOS AOS CENTROS DE INTERNAÇÃO DE MENORES – SECRETARIA DE CIDADANIA E TRABALHO JUNHO/2012 LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente: (Grifos nossos) Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre outras: I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes; II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação; III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos; IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente; V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares; VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares; VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal; VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos; X - propiciar escolarização e profissionalização; XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças; XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente; XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual; XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto- contagiosas; XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;

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RELATÓRIO DILIGÊNCIAS DOS CONSELHOS ESTADUAIS DA

JUVENTUDE E DE DIREITOS HUMANOS AOS CENTROS DE INTERNAÇÃO

DE MENORES – SECRETARIA DE CIDADANIA E TRABALHO

JUNHO/2012

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente: (Grifos nossos)

Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;

VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;

VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;

X - propiciar escolarização e profissionalização; XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de

acordo com suas crenças; XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo

máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente;

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;

XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;

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XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;

XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.

Metodologia das Visitas:

Primeiramente, visitamos a estrutura física dos Centros de Internação,

observando a capacidade de fornecimento de cursos, aulas, recreação, atendimentos

médicos, psicológicos e de assistência social, bem como farmácia, cozinha,

almoxarifado e estoque de comidas, refeitório, alojamento dos servidores,

administração dos Centros. Fez-se necessário tal inspeção, para podermos nos

inteirar de quais as possibilidades cabíveis para cada local. Ali é realmente possível

fornecer ressocialização ao menor?

Em seguida, passamos a conversar com os menores infratores. Jovens que ali

se encontram por quaisquer práticas ilícitas cometidas. Quais eram suas

reclamações? O que lhes falta, para realmente serem ressocializados? O que a

Coordenação nos passa no papel, é realmente a realidade vivida pelos menores?

Pedimos ainda sugestões a eles, sobre o que poderíamos fazer, em que pontos agir,

para que eles finalmente pudessem sair daquela vida.

Por fim, tivemos conversa franca e aberta com os servidores de cada Centro de

Internação (equipe de plantão no momento), isso porque se trata dos principais atores

de convivência com os Jovens. Eles têm condições de trabalho? Foram instruídos de

como tratar adolescentes? Sabem o que fazer em situação de conflito? Necessário se

faz olhar para o servidor com cuidado, para que ele possa, enfim, repassar sua

satisfação em tratar daqueles jovens. Precisamos que, primeiramente eles, acreditem

na ressocialização e mudança deles.

Visitas “In Loco”:

* 1ª Visita: CIP – Centro de Internação Provisória de Menores (25/06/2012)

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Na data da visita o Centro de Internação contava com 53 menores cumprindo

medida provisória no local (medida de 45 dias).

Estrutura improvisada no interior do 7º Batalhão da Polícia Militar,

completamente inadequada para a custódia de menores. Na entrada do local está

instalada a administração do CIP, bem como um alojamento destinado a isolamento.

São duas camas instaladas em um pequeno corredor, onde, normalmente, o menor

fica de medida.

No centro das instalações fica uma área de convívio (bem pequena) onde os

menores realizam refeições e assistem à televisão por período curto, e ainda podem

jogar “ping-pong” em uma mesa disponibilizada pela administração. Em volta do

espaço de convívio e às margens dos alojamentos estão duas salas de atendimento,

psicológico e de Assistência Social, além de uma sala de enfermagem. A

administração informou que sempre há técnicos em enfermagem à disposição para os

primeiros socorros em casos de necessidade. Foi verificado pelos visitantes e

constatou-se a falta de medicamentos básicos. Foi-nos informado também, que há

atendimento psiquiátrico para os usuários de drogas a cada 15 dias.

Ao lado das salas de atendimento ficam duas salas de aula, com capacidade

para no máximo 20 alunos, locais onde são ministradas as aulas regulares para os

menores. A administração garante que as aulas são dadas de forma regular, com um

período de aulas por dia, e elas não são prejudicadas pelas “medidas”; mas em

conversas com os menores infratores em cumprimento de medida provisória, eles

afirmaram que as aulas são diárias (desde que não ocorram fatos que impeçam, tais

como revistas e outras. Segundo eles, no final das contas tem aulas de duas a três

vezes por semana), porém com duração máxima de 40 minutos.

Há ainda uma sala de informática com cerca de 10 computadores, que se

encontra desativada, segundo a direção por falta de servidor específico para a

atividade. Havia um Professor fornecido pela Secretaria da Educação que foi

exonerado, ficando sem meios de ministrarem as aulas de informática.

Questionada a direção acerca de atividades oferecidas aos internos, menores

infratores, foi-nos informado que há aulas regulares (no momento estão de férias) e

futebol diário de 40 minutos. O futebol é considerado banho de sol, ou seja, os

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menores ficam em convívio (fora dos alojamentos) apenas no período em que estão

jogando futebol, pelo período de 40 minutos. O menor não tem escolha. Caso não

goste de futebol, terá que jogar assim mesmo, pois é a única atividade oferecida. Não

há a atividade ou banho de sol em dias de visita, e finais de semana. Quando os

menores estão cumprindo medida, por quaisquer infrações internas, ele é privado do

futebol, sendo levado ao banho de sol pelo período entre 5 e 15 minutos. Não há

oferecimento de quaisquer cursos profissionalizantes, ou aulas de pintura, música,

artesanato, ou quaisquer outras que tomem o tempo do menor e ensine a eles um

ofício.

Os menores ficam instalados em alojamentos coletivos, todos com quatro

camas, e em média com oito menores cada. Quem não tem oportunidade de ficar em

camas ficam apenas com colchões (ruins e finos) no chão, o que fere o instituído pelo

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, que garante alojamentos

individuais aos menores infratores, além da individualização do cumprimento das

medidas de internação.

Passamos a conversar com os menores que ali se encontravam em

cumprimento de medida de internação provisória. É geral a reclamação por ausência

de aulas, e pequena duração quando elas ocorrem. Também é geral a reclamação por

ausência de atividades de profissionalização e artesanato. O que fazem de dobraduras

e costura de artesanato é o que os menores que já sabem fazer ensinam aos demais,

mas apenas quando a direção disponibiliza materiais (o que quase não ocorre). Eles

reivindicam a possibilidade de fazer algo, que não se restrinja a ficar no alojamento

durante todo o dia.

Os menores internados naquele Centro de Internação Provisória reclamam

também da ausência de atendimento médico e odontológico. Não há medicamentos

sequer para dor de cabeça. Eles garantem ficar constantemente constipados e

resfriados devido a revistas policiais que são realizadas durante a madrugada, quando

os policiais retiram todas as suas roupas e suas cobertas, deixando-os dormir apenas

de cueca, passando frio durante toda a noite. Após as ocorrências, não há

atendimento médico ou psicológico.

As reclamações e denúncias de agressões policiais também é unânime.

Garantem que a Polícia Militar ingressa nos alojamentos com a suposta intenção de

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realizar revistas e acabam por destruir os alojamentos, os artesanatos que estejam

prontos, e ainda agridem os menores com “taser” (armas de choque), toalhas

molhadas e outros. Os menores afirmam que os Policiais Militares somente ingressam

no interior dos Alojamentos com a solicitação expressa da Coordenação do Centro de

Internação ou da Técnica responsável pelo Plantão. Ou seja, trata-se de conivência

por parte da Coordenação local que mais que permite, solicita a entrada e abusos da

PM.

Após as agressões Policias, ou brigas internas entre menores, não há

encaminhamento dos agredidos ao Instituto Médico Legal para realização de exame

de corpo de delito, nem encaminhamento deles, ou de responsáveis às Delegacias

competentes para registro de ocorrência. As denúncias foram realizadas nos sete

alojamentos existentes no interior do Centro de Internação.

Os menores não tem o que reclamar dos Servidores da Secretaria de

Cidadania e Trabalho, que os trata com respeito.

A Unidade (CIP) é a única que não conta com serviço de lavanderia para

realizar a higienização da roupa dos menores, ficando os mesmo responsáveis pela

lavagem, que é feita a mão em um único tanque existente, a última máquina de lavar

foi destruída em rebelião.

Há reclamações pela não entrada de alimentos levados por familiares.

Somente podem comer a comida levada por parentes no dia da visita e o que a visita

levar. Não é permitido ingressar com tais alimentos nos alojamentos, além de não

haver dia específico para entrada de alimentos levados pelos familiares – denominada

vulgarmente de “cobal” (SIC). A Administração local garante que se trata de norma

interna, registrada no Regimento Interno do CIP. Quando solicitamos o Regimento

Interno, foi-nos negado acesso, sendo sugerido que façamos solicitação diretamente à

Superintendência de Criança e Adolescente da Secretaria de Cidadania e Trabalho.

Após escutar todos os menores ali internados, passamos a conversar com os

servidores, atores imediatos no trato com os Jovens ali encontrados. Fomos

informados por eles que o trabalho é constantemente em tensão, perigo. Isso porque

são agredidos, física e verbalmente pelos menores. Há casos de servidores

hospitalizados após agressões de jovens infratores.

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O Plantão não tem efetivo suficiente, por isso a necessidade de ingresso da

Polícia Militar para realização de procedimentos de segurança, como revistas, que

seria, teoricamente, papel do quadro de servidores de segurança da Cidadania e

Trabalho, porém esses servidores acumulam função de Serviços Gerais, motoristas,

cozinheiros, além dos trabalhos de educação e segurança. Há momentos em que

estão somente dois servidores para abrir os alojamentos e retirar os menores para o

convívio (08 menores).

Não há mínimos cuidados com Segurança do Trabalho, tendo em vista não

terem materiais específicos para realização de funções básicas, tais como luvas para

revistas, álcool para assepsia das mãos, e sequer materiais de limpeza, como

detergente e desinfetante, que tem que ser trazidos de casa. Devido ainda a falta de

estrutura do local, existem diversos casos de feridas e machucados nas trancas dos

alojamentos, casos em que o servidor tem que procurar postos de saúde para

realização da vacinação antitetânica.

O alojamento dos Servidores não passa de uma salinha, que não cabe sequer

um colchão. Não contam com armários para guardar seus pertences.

Falta no local uma normatização de rotina, de segurança e até mesmo de

cargos. Quando do Concurso Público, cada servidor prestou para um cargo específico,

Segurança / Educação / Técnicos (enfermagem, assistência social, etc), porém na

prática, todos realizam a mesma função, e estão todos em acúmulo de função.

* 2ª Visita: CASE – Centro de Atendimento Sócio Educativo (27/06/2012)

Na data da visita o Centro de Atendimento Sócio Educativo contava com 65

menores cumprindo internação no local, sendo 14 meninas e 51 meninos. O CASE é o

único Centro de Internação que recebe mulheres sejam em medida Provisória, ou

custódia definitiva. Os meninos que ficam em custódia definitiva no CASE são os mais

novos, ou com menor porte físico, tendo em vista a estrutura ser mais frágil que nos

demais Centros de Internação. Todos os casos de violência sexual são encaminhados

para esse Centro.

Estrutura construída em espaço próprio no Conjunto Vera Cruz I, área grande,

onde provavelmente sejam edificados uma ampliação do CASE, para substituição do

CIA (1º BPM) e um Centro de Internação Provisória em substituição ao atualmente

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existente no 7º BPM. A Polícia Militar fica restrita a uma pequena equipe em guarita na

portaria do Centro de Atendimento, e reforça as equipes de segurança, fazendo

revistas em dias de visita. Não ingressam para o interior dos alojamentos.

A parte da frente da edificação fica a Administração do CASE, separada da

área de alojamentos e convivência dos menores. Juntamente com a administração

ficam duas salas voltadas para atendimento psicológico e de Assistência Social. Foi-

nos informado pela administração que a quantidade de técnicos existentes atualmente

no CASE, supre a demanda local. Foi-nos disponibilizada relação de técnicos que

atendem no local. Há uma programação semanal de atendimentos e todos os jovens

tem atendimento no mínimo uma vez por semana, seja psicológico, seja de assistência

social.

Há uma sala para atendimento de Enfermagem, com uma farmácia que tem

medicamentos básicos, mas fomos informados pela coordenação que sempre faltam

medicamentos. A Coordenação nos informou também que sempre há uma enfermeira

ou técnica em enfermagem de plantão para atendimentos de emergência e primeiros

socorros. Foi-nos informado ainda que há atendimento psiquiátrico para dependentes

químicos uma vez por semana. Casos mais graves são acompanhados no CAPs

(Centro de Atenção Psicossocial). Há ainda convênio com o PSF do Conjunto Vera

Cruz.

O alojamento dos servidores é em uma sala, com armários, onde ficam

também registradas as medidas (sanções) aplicadas aos menores, teoricamente de

responsabilidade deles.

Ao fundo dessa área administrativa fica uma sala de artes, onde as meninas

fazem cursos de pintura, artesanato e bijuteria.

Na entrada do Centro de Atendimento Sócio Educativo, ficam expostos os

trabalhos confeccionados pelos menores (porta-retratos de dobraduras, porta joias,

latas de diversos tamanhos, bijuterias, dentre outros) com valores, porém ainda não há

meios de vendê-los. Quando da venda, o dinheiro é revertido para a aquisição de mais

materiais.

Foi-nos informado pela Coordenação que há no interior do CASE aulas

regulares, oficinas voltadas a Dança, Informática, Bijuteria, Grafitagem e Educação

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Física. Terminou recentemente o curso de Panificação, oferecido pelo SENAI e iniciará

em breve curso de Pedreiro, também pelo instituto. (Conversando com os menores,

verificamos divergências).

Quando passamos pelo interior do pátio de convívio e banho de sol, chegamos

a uma edificação externa do local, onde fica a cozinha, o local de armazenamento de

alimentos, o refeitório dos Servidores, as salas de aula e os estúdios de artesanato e

oficinas. Uma estrutura bastante ampla, adequada para o oferecimento de diversas

oficinas e cursos, porém, pouco utilizada.

Foi-nos informado ainda que há um veículo recém chegado à Unidade, doado

pela Secretaria Nacional de Direitos Humano do Governo Federal; o motorista é um

servidor da casa (Agente de segurança ou educador). Dessa forma, são realizados

agendamentos de saídas com o veículo, quando há gasolina.

Os alojamentos no CASE são padrão, todos com área de convívio, banheiro

com chuveiros coletivos e estrutura à parte onde ficam alojamentos teoricamente

individuais. Nesses alojamentos individuais não há banheiros ou mictórios, sendo

necessária a retirada do menor do alojamento toda vez que necessitam usar o

banheiro. Com a insuficiência de servidores, os meninos acabam urinando em

garrafas e as meninas em vasilhames vazios de produtos de limpeza.

Passamos a conversar com os menores que estavam internos no local.

Inicialmente visitamos a área de semiliberdade, que não é utilizada para tal fim, sendo

assim usada para a custódia das menores de sexo feminino. Uma menina em cada

alojamento. Quando não estão em cumprimento de medida, ficam no convívio durante

todo o dia, tomam banho por volta das 17h00 e são trancadas após esse horário. Tais

alojamentos são bastantes frágeis, com pequenos cadeados, facilmente quebráveis e

telhado superior quebrado em decorrência a tentativas de evasão das menores.

Tem direito a banho de sol diário e fazem oficinas de pintura e colagem e

bijuterias, de acordo com o desejo de cada uma delas. (Presenciamos duas menores

sendo instruídas por educadoras a fazerem pinturas e colagens em latas).

Elas se queixaram da quantidade e tempo de aulas que são oferecidos

(Segundo elas, duas aulas por semana, cm duração máxima de uma hora). Reclamam

de suposta falta de respeito de servidores e servidoras.

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Garantem ter atendimento psicológico, de assistência social, e médico quando

necessários.

Nos deparamos com duas adolescentes grávidas, que recebem

acompanhamento pré-natal e médico necessário. A Coordenação do local não tem

ainda uma adequação para caso as crianças venham a nascer no interior da Unidade.

Passamos a conhecer o espaço edificado para alojamento de medida de

Internação, onde atualmente estão sendo custodiados os menores do sexo masculino.

O local foi construído, conforme os demais, com a previsão de um alojamento por

menor, porém devido a atual superlotação, nos deparamos com 12 alojamentos com

02 menores cada.

A primeira reclamação dos internos foi a de que estariam passando fome,

devido à quantidade de comida oferecida ser insuficiente para satisfazer as

necessidades diárias. (Café da manhã e lanche da tarde são confeccionados no local,

almoço e jantar são oferecidos em marmitex, serviço terceirizado pela SECT). Ainda

reclamaram da qualidade das refeições oferecidas no almoço e jantar. (Tivemos

oportunidade de verificar a marmitex que havia sido oferecida aos menores no almoço.

Uma mistura de arroz, com um outro carboidrato não identificado, um pedaço de carne

e no fundo um feijão, que quase não víamos).

Não tiveram reclamação quanto à quantidade de aulas, tem todos os dias em

um período do dia. Solicitaram mais vagas em cursos e oficinas, visto que os poucos

cursos oferecidos não alcançam a todos os menores internados no local. Clamam por

mais atividades que lhes ensinem um ofício, para tentar mudar de vida quando de

suas saídas dali. Informaram-nos que o artesanato fora suspenso pela Coordenação

da Unidade, e não podem sequer fazê-los mais. Disseram ainda que as oficinas

informadas pela Coordenação não estão ocorrendo.

Todos os menores que se encontravam no alojamento que estávamos

visitando no momento assumiram que entraram no mundo da criminalidade devido ao

uso ou tráfico de drogas, e mesmo assim não tem acompanhamento para sair delas

adequado e/ou suficiente.

Houve reivindicação, também unânime, quanto à qualidade dos colchões

oferecidos aos menores, que mais se parecem com cobertas, devido à finura deles.

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Solicitaram ajuda, e mais políticas públicas para o auxílio e encaminhamento

dos menores egressos do Sistema Socioeducativo. Muitas vezes por falta de

oportunidades de mudar de vida, fora das Unidades de Internação é que voltam para o

mundo da criminalidade, das drogas e do erro.

Informaram ainda que em tempos passados era disponibilizada pelo Estado

uma ligação para familiares durante a semana, o que foi suspenso, sob a alegação de

alto custo para a administração pública. Muitas vezes quem não recebe visita fica sem

contato com a família por mais de semanas.

Solicitaram, por derradeiro, assistência médica e odontológica, que é precária,

quase inexistente.

Não tem o que reclamar dos Servidores da Secretaria de Cidadania e Trabalho

(Educadores e Agentes) , que os trata com dignidade, nem mesmo dos Polícias

Militares, que não têm o hábito de adentrar nos alojamentos.

A angústia maior, vivenciada por nós nesta visita, foi o contato direto com o

menor que nos demonstrou em diversas vezes receio de sair do Centro de Internação

e voltar ao seio familiar, pois, entraram na criminalidade e principalmente nas drogas,

por intermédio da família.

Passamos então a conversar com os servidores. A Coordenação foi muito

cortês, nos deixando bastante à vontade para ouvir o que eles tinham a nos relatar.

Os servidores questionam o fato de não terem sido preparados para lidar com

jovens, não havendo formações quanto à segurança, treinamento. Não possuem

respaldo legal para agir em casos de agressões, ou necessidade de contenção dos

menores. Segundo eles, há aprovação do Ministério Público para utilização de armas

menos que letais, em casos extremos, porém, não há disponibilização por parte da

direção.

Não há padronização dos procedimentos de segurança no Sistema

Socioeducativo, nem sequer entre plantões de um mesmo Centro, menos ainda algo

que una os três Centros de Internação. No CASE há ordens e respeito entre menores

e servidores, quando os agentes vão ingressar na área de convívio, todos os menores

se sentam ao redor da mesa, em demonstração de respeito e disciplina, uma

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conquista do servidor com cuidado e respeito aos menores, mas somente ocorre no

CASE.

Não há materiais específicos/adequados para a realização dos trabalhos

básicos. Em diversas vezes há a necessidade de fazer revistas em esgoto e vasos

sanitários, e a luva que usam é a cirúrgica, que não protege o suficiente. Não há

mascaras. Não há detector de metais para auxiliar nas visitas, e o número de

servidores é insuficiente para a realização das revistas em dias de visitas, e por isso

necessitam do reforça da Policia Militar. Ocorre que a PM também está com falta de

efetivo, e atualmente se recusa a realizar essas revistas. Dessa forma, elas estão

sendo feitas de forma improvisada, até porque os servidores da Cidadania e Trabalho

não tiveram treinamento para fazê-lo. Os menores ao chegarem para internação

necessitam passar por revista íntima, devido ao fato de não haver detector de metais

ela é feita com as mãos; e, diversos casos os menores tem doenças, que não são

informadas aos servidores. Quando houve vacinação dos menores contra gripe e

outras doenças, os funcionários não receberam a mesma imunização, ficando a mercê

das doenças, podendo transmiti-las aos menores.

Os uniformes atualmente usados pelos servidores foram confeccionados por

iniciativa deles, que procuraram uma confecção e fizeram por si mesmos, a

administração/coordenação nunca se preocupou com a identificação dos servidores

(atualmente só os servidores do CASE usam uniforme, está sendo estendido aos

demais Centros de Internação). Não há carteira de identificação funcional, que é

promessa da Coordenação, para identificação dos servidores, que em diversas vezes

necessitam realizar escoltas externas com os menores infratores.

Não há rádios de comunicação para os servidores, e ainda assim a

Coordenação proibiu o uso de celulares no local. Caso exista alguma ocorrência

(como a última existente, só se conseguiu chamar reforço graças ao celular de um

servidor), e não haja servidores com celular, eles estarão isolados, somente com os

menores infratores. As más condições de trabalho ainda vão além, chegando aos

cadeados que trancam os alojamentos que desmontam ao serem abertos, deixando o

servidor sem ação nesse momento. Os molhos de chave são quase infinitos,

dificultando ainda mais os trabalhos. Em casos de tentativas de suicídio por parte de

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menores, até o Agente/Educador achar a chave certa, para socorrer o menor, ele já

obteve êxito em seu feito.

Em diversos casos de agressões ocorridas entre internos, os menores só são

levados ao IML para exame de corpo de delito, ou à Delegacia para registrar

ocorrência quando os próprios servidores exigem.

Atualmente não há distinção de funções nas Unidades. Há falta de efetivo, mas

isso se agrava devido ao acúmulo de funções; os Agentes de Segurança e

Educadores fazem papel de motorista, cozinheiros, operadores de serviços gerais,

limpeza da Unidade, além de oferecerem as oficinas existentes aos menores.

A Coordenação e Superintendência estão impondo Circulares e Portarias que

afrontam as leis, apenas para ir de encontro aos servidores. Eles não mais conversam

com a Superintendente, isto que ela não se interessa com assuntos relacionados a

funcionários, tratam diretamente com o Secretário, na medida do possível. Quando os

servidores reclamam das condições a eles impostas, sofrem perseguições, mudanças

de plantão, de Centro de Internação, etc. Existem diversos casos de funcionários

doentes, física e psicologicamente.

Os Servidores que conversaram conosco garantiram que com certeza preferem

encontrar com esses menores atualmente em cumprimento de medida de internação,

fora dos Centros de Internação, ressocializados, trabalhando, fora dos mundos das

drogas, do que encontrá-los novamente em criminalidade. Estão dispostos a acreditar

na mudança de vida dos menores, mas para isso precisam de condições de trabalho.

A Coordenadora pediu para que os auxiliemos com as solicitações dos

menores e ainda, ajudemos com palestras e qualificação dos Servidores. E ainda, nos

forneceu uma relação de Técnicos que atendem no CASE e a programação de

atividades mensal correspondente ao mês de junho.

* 3ª Visita: CIA – Centro de Internação para Adolescentes (28/06/2012)

Na data da visita o Centro de Atendimento Sócio Educativo contava com 56

menores cumprindo internação no local, todos do sexo masculino. Os meninos que

ficam em custódia definitiva no CIA são os mais velhos, ou com delitos de maior

potencial ofensivo.

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A estrutura é improvisada no espaço do 1º Batalhão da Polícia Militar, no

Areião. A Polícia Militar está por todas as partes no local, mas no Centro de Internação

especificamente em guarita na entrada. A Polícia Militar reforça a segurança do local,

realizando revistas nas visitas, os menores, nos alojamentos e ainda realiza as

escoltas dos menores a postos de saúde, quando necessário.

A parte da frente da edificação fica a Administração do CIA, separada da área

de alojamentos e convivência dos menores, por um corredor e dois portões. No

mesmo corredor da administração fica a cozinha, onde os servidores

(agente/educador) prepara café da manhã e lanche da tarde dos menores. As

marmitex que chegam para almoço e jantar dos menores tem tamanho reduzido e é

insuficiente. Há uma abertura na parede, por onde as refeições são passadas aos

jovens internos.

Há ainda no mesmo corredor um único banheiro, que é dividido entre homens e

mulheres. O único utilizado pelos servidores. Sala dos funcionários, que trata-se de

um armário com gavetões para guardar bolsas e mochilas.

Há uma sala de informática, que a Coordenação informou estar recém

equipada, porém não foi disponibilizada a abertura dela para vermos. Foi-nos

informado ainda que um servidor (agente de segurança) irá ministrar aulas de

informática para os menores, de forma voluntária.

Há ainda duas salas de atendimento psicológico e de Assistência Social, salas

estas que não tem vidros, não trancam, ou seja, os atendimentos são realizados de

forma exposta, sem qualquer privacidade. Ao lado das salas de atendimento fica uma

pequena enfermaria e farmácia, faltando todos os medicamentos básicos. Foi-nos

informado que existem dois técnicos de enfermagem e dois enfermeiros que realizam

atendimentos básicos e de primeiros socorros. Informaram ainda que há atendimento

psiquiátrico para dependentes químicos de 15 em 15 dias. Não há quaisquer acordos

com postos de Saúde para atendimentos dos menores, como há no CASE (com o PSF

do Vera Cruz), quando da necessidade de levar menores a hospitais e CAIS, verifica-

se o mais perto e a Polícia Militar realiza a escolta.

A coordenação nos informou que há aulas nos três períodos (multisseriado e

EJA), em extensão de uma Escola Estadual. Garantiram que todos os menores

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recebem educação, porém nós não tivemos oportunidade de ver as salas de aula onde

são ministradas essas aulas.

No fundo oposto ao da administração há uma grande sala de artes, que

também é utilizada em dias de visita. Segundo à coordenação, voluntários dão oficinas

para os menores, de pintura, colagem e artesanato em geral. São feitos bazares com

o artesanato fabricado pelos jovens, e a verba arrecadada é revertida para a aquisição

de mais matérias primas.

Foi-nos informado pela Coordenação que todos os dias há banho de sol com

duração de duas horas, para todos os menores, sendo que às segundas e quartas-

feiras há futebol em quadra no local de convívio, e às sextas-feiras futebol em campo,

do lado de fora dos alojamentos. Há uma escala com revezamento dos menores que

irão para esta atividade.

A estrutura de internação é dividida em quatro “alas”, divididas em alojamentos, com

banheiros individuais. Em média são internados seis adolescentes por alojamento, o

que fere o instituído pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE,

que garante alojamentos individuais aos menores infratores, além da individualização

do cumprimento das medidas de internação.

Todos tem colchões. No centro dos alojamentos fica o espaço para banho de

sol, que é utilizado para futebol e à esquerda um refeitório com televisão.

Passamos a conversar com os menores que estavam naquele momento em

banho de sol. Eles nos informaram do isolamento constante, com ausência de cursos,

sejam profissionalizantes ou de entretenimento.

Todos os adolescentes ali presentes admitem ter entrado na criminalidade

devido ao uso ou tráfico de drogas, porém não recebem tratamento adequado para

deixar o vício. Apenas alguns assumem a necessidade de tratamento.

Reclamam da qualidade da comida servida, e ainda que os alimentos levados

pelos familiares não podem ser levados para os alojamentos, e não há mais “cobal”

(entrada de alimentos fora dos dias de visita, levados pelos familiares).

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Reclamam de constante falta de água nos alojamentos, e ainda da demora de

atendimento médico e medicamentoso. Não há atendimento médico ou odontológico.

Muitos menores reclamam de dores e necessidades de cirurgias.

Os jovens infratores denunciam ainda que a Polícia Militar ingressa nos

alojamentos quase todos os dias e agride aos menores, principalmente os que estão

em isolamento. Quando há agressões, mesmo quando deixam marcas e escoriações,

a coordenação não os leva ao IML para realização de Exame de Corpo de Delito.

Quando vai haver escoltas para audiências ou Postos de Saúde, a algema é muito

apertada, deixando marcas profundas nos pulsos dos menores escoltados. Não têm o

que reclamar dos Servidores da Secretaria de Cidadania e Trabalho (Educadores e

Agentes).

Reclamam da inexistência de visita íntima aos menores que são casados ou

tem registro de União Estável, e ainda um caso de menor que tem filho, mas a criança

não tem registro e é impedida de ver o pai, interno naquele Centro.

Presenciamos fatos pelo menos curiosos naquele CIA, que passaremos a

relatar agora. Assim que chegamos para a visita (às 15h00), nos deparamos com um

adolescente passando mal por uso indevido de medicamento (usou psicotrópico de

colega de cela). O motorista da SECT chegou para levar o menos ao pronto socorro

às 16h15, e garante que apenas levará o menor, devido ao tardar da hora, quem o

buscaria, não seria problema dele. A escolta foi realizada pela Polícia Militar, mas

antes da saída do menor do Centro de Internação, ele ainda ouviu da técnica

responsável do CIA: “Vou deixar você morrer da próxima vez, para aprender a tomar

remédio dos outros. Tá vendo o trabalho que tá dando?”.

Logo após a saída da escolta, presenciamos uma servidora (técnica) buscando

um dipirona na bolsa pessoal, e entregando a outro servidor para que medicasse um

menor que estava reclamando de dores. Isso sem a presença de médico, ou

enfermeiro, ou ao menos técnico de enfermagem.

Presenciamos ainda a colocada de fogo no Alojamento “A”. Houve correria e a

Polícia Militar foi ao local verificar. Quando questionamos à administração acerca do

fato, informaram que seriam “teresas” feitas pelos menores com papel higiênico para

espantar muriçocas.

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Após todas as surpresas e impressões retiradas da visita ao CIA, passamos a

conversar com os servidores. Inicialmente, houve resistência da Coordenação em

deixá-los conversar conosco alegando que atrapalharia na rotina de segurança do

local. Os servidores do CIA têm as mesmas reclamações dos funcionários dos demais

Centros de Internação, Não tem materiais de trabalho, no máximo luvas. Não há rádio

comunicador, ou detector de metais, e os servidores não receberam formação para

começar os trabalhos.

No CIA também não há padronização de ações, nem de segurança, porém

percebemos que lá também não há rotina. Os menores não respeitam os servidores, e

não há disciplina entre eles. Os funcionários reclamam da insubordinação e falta de

respeito dos menores que os tratam como seus empregados. Uma técnica faz o

seguinte comentário: “Acontece que os meninos são muito mais organizados que a

equipe de servidores”. Percebemos que os funcionários estão estressados, com medo

e ainda pressionados pela coordenação.

Eles não contam mais com horário de almoço. Comem em no máximo 10

minutos e já tem que voltar para as atividades com os menores.

Após algum tempo de conversa com os servidores, a administração

interrompeu a conversa, alegando que não poderia mais deixar os alojamentos sem a

presença dos servidores, mesmo estando todos os menores na tranca.

Percepções ao fim das visitas:

Após três dias de visitas aos Centros de Internação de menores da Secretaria

de Cidadania e Trabalho, pudemos perceber que a nossa juventude além de estar

ingressando na criminalidade cada dia mais cedo, não está sendo reeducada, ou

reinserida naqueles locais. O que percebemos é que ali é a preparação para o

Sistema Prisional.

Grande parte dos menores ali internos não tem sequer documentação pessoal.

Uma simples ação da própria Secretaria de Cidadania e Trabalho, o Balcão de Direitos

Humanos, oferece à população a retirada de documentos pessoais, porém não

alcança os jovens ali internos.

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Apesar de a vida e situação daqueles menores ser totalmente atípicas eles tem

tratamento educacional semelhante ao do jovem livre. Tem aulas de no máximo 4

horas diárias, com feriado, greve e férias. Há a necessidade de repensar a situação de

Educação destes menores.

Não há quantidade de cursos (profissionalizante) e vagas suficientes para

ocupar a mente dos menores ali internados. E apenas em um dos Centros de

Internação há o oferecimento real desses cursos, que é o CASE.

O servidor, literalmente jogado naquele lugar, é produto do meio e não acredita

na recuperação desses menores, isso porque não tem condições de trabalho, nem

formação específica para tratar com adolescentes. Necessita-se de qualificação

profissional e instrumentalização dos servidores daquela casa. Além de respeito, por

parte da Administração. Necessita-se de forma urgente de padronização das ações de

segurança e respaldo legal das ações realizadas pelos servidores nos interiores dos

Centros de Internação. Vemos que onde o servidor impõe limites (CASE), mas ao

mesmo tempo demonstra respeito aos menores, a rotina do local funciona.

Algumas medidas devem ser tomadas de forma imediata, como a confecção de

documentação dos menores que não os tem; solicitar parceria da OVG, para que o

ônibus de atendimento odontológico vá aos Centros de Internação (pelo menos uma

semana em cada) para fazer limpeza e profilaxia dentária nos menores infratores;

Oficiar à Secretaria de Cidadania e Trabalho sobre as reiteradas denúncias de maus

tratos e abusos por parte dos Policiais Militares, o que deverá ser investigado e

evitado, usando-se servidores da própria SECT para a realização de procedimentos

básicos de segurança, valendo-se da PM apenas em casos de extrema necessidade.

Há a necessidade de envio imediato do presente relatório aos responsáveis,

para tomada de medidas emergenciais, para iniciar mudanças no quadro atualmente

vivido pelos jovens internos no Sistema Socioeducativo.

CONSELHO ESTADUAL DE JUVENTUDE em Goiânia, aos 10 dias do mês de

julho de 2012.

Subscreve,

Ana Carolina Leles Lacerda

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Conselheira Relatora Representante da Secretária de Segurança Pública e Justiça

Eduardo de Oliveira Silva Presidente do Conselho Estadual de Juventude Representante da Universidade Estadual de Goiás

RESOLUÇÃO CONJUVE/ N°. 001 DE 10 DE JULHO DE 2012.

Dispõe sobre a tomada de ações emergenciais mediante aprovação de Relatório De Diligência aos Centros de Internação de Menores do Sistema Socioeducativo.

O PLENO DO CONSELHO ESTADUAL DE JUVENTUDE (CONJUVE/GO) no

uso de suas atribuições legais que lhe confere o Decreto nº. 7.558/2012, ao apreciar e deliberar sobre o relatório de diligência realizado ao Sistema Socioeducativo, em específico ao CASE, CIA E CIP. RESOLVEM;

Art.01º – Por parte da Secretária de Cidadania e Trabalho (SECT):

a) Agendar e enviar de forma imediata o programa Balcão de Direitos, para a confecção de documentos civis dos menores que estão desprovidos de documentação;

b) Suspensão imediata do Contrato de Prestação de Serviços da Empresa de provimento de Alimentação aos Centros de Internação – por descumprimento contratual quanto à qualidade e peso das refeições oferecidas aos internos;

c) Reprogramação imediata das visitas dos familiares – que ocorrem em dias de semana, para fins de semana, possibilitando o convívio dos menores e a continuidade de vida profissional dos pais, mães e responsáveis legais;

d) Aumento de efetivo em plantão e para revistas nos dias de visitas; e) Solicitar a SECT e a Escola de Governo, imediata capacitação dos agentes e

educadores para o trabalho e convívio com os menores;

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f) Padronizar emergencialmente e em caráter de extrema urgência os procedimentos de segurança, mediação de conflitos e outros procedimentos pertencentes ao melhor andamento e segurança dos Centros.

Art.02º – Por parte da Secretaria Gestão e Planejamento:

a) Solicitar a antecipação do calendário de obras para criação de novas vagas e adequação dos espaços dos CENTROS DE INTERNAÇÃO, no Programa de Ações Integradas de Desenvolvimento - PAI.

Art.03º – Por parte da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) :

a) Solicitar a suspensão imediata do ato de férias dos professores que ministram aulas nos centros de internação;

b) Instalação de um grupo de trabalho para apresentar melhoras no andamento de aulas e condições de ensino aprendizado dos internos.

Art.04º – Por parte do Conselho Estadual de Educação (CEE):

a) Normatização de diretrizes educacionais aos jovens goianos privados de liberdade;

Art.05º – Por parte da Secretária de Saúde (SES):

a) Estabelecer convênio com as regionais de saúde e secretária municipal de saúde de Goiânia e dos outros municípios, bem como o Sistema Único de Saúde (SUS), para atendimento humanizado aos jovens internos;

b) Priorizar a redução de danos no trabalho com jovens em situação de dependência química, bem como disponibilizar equipes médicas para tratamento;

c) Garantir nos Centros de Internação de Jovens Privados de Liberdade, oficinas de Sexualidade Segura, bem com o trabalho de Educação e Orientação Sexual, pautado na diversidade sexual: gênero e identidade de gênero; bem com garantir o provimento dos métodos preventivos às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s) e Hepatites Virais.

d) Prever junto a SECT vacinas para imunização de doenças aos Educadores (as) e Agentes de Segurança, bem com a equipe técnica que lida cotidianamente com os/as jovens privados de liberdade.

e) Garantia de tratamento odontológico aos detentos na rede pública de saúde em parceira com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), com agendamento do serviço nas unidades de internação.

Art.06º – Por parte da Secretaria de Segurança Pública e Justiça (SSPJ):

a) Abertura de processo de investigação das denuncias de maus tratos ocorridos nos CIA E CIP, relatados a Comissão.

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b) Acompanhar a elaboração dos padrões de segurança, bem com a capacitação para o uso gradual da força, em momentos delicados e de rebeliões.

c) Envio a este Conselho de relatório de Denúncias dos últimos 02 (anos) referentes aos Centros de Internação de Jovens do Sistema Socioeducativo em Goiás.

Art.07º – Por parte da Tribunal de Justiça (TJ):

a) Garantia de acompanhamento do Interno em dia de audiência com os juízes;

Art.08º – Por parte Defensoria Pública:

a) Efetivar nos Centros de Internação – equipe jurídica para acompanhamento dos processos judiciais dos Internos.

Art.09º – Por parte da Secretaria de Ciência & Tecnologia (SECTEC):

a) Garantir o acesso aos egressos do Sistema Socioeducativo, ao Programa Bolsa Futuro.

b) Garantir acesso aos cursos dos Centros de Educação Profissional (CEPs) aos egressos do Sistema Socioeducativo;

c) Formular resolução específica de educação profissionalizante para jovens do sistema socioeducativo (Conselho de Ciência e Tecnologia);

Art.10º – Por parte Secretaria de Indústria e Comércio:

a) Estudo para inclusão e acesso dos egressos a programas de geração de emprego e renda.

Art.11º – Por parte Controladoria Geral do Estado:

a) Abertura de processo administrativo a servidores com base na apresentação do relatório das diligências – que apontou negligência da Superintendente da Criança e do Adolescente da Secretaria de Cidadania e Trabalho, bem como a denuncia de maus tratos por parte da responsável técnica do Centro de Internação do Adolescente (CIA), instalado dentro do 1º Batalhão da Polícia Militar (PM), em Goiânia e investigação no sentido de apurar a facilitação de entrada de armamento, celular e drogas, por agentes e educadores do recinto.

Art.12º – Por parte Secretaria de Articulação Institucional / Superintendência de Juventude:

a) Acompanhamento das ações por este Conselho sugeridas.

Art.13º – Salvo e guarde oficio com as explicações das pastas e seus responsáveis, e na ineficácia das medidas solicitadas, este egrégio conselho solicitará a imediata

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interdição dos Centros de Internação de Menores Infratores – CIA e CIP – por descumprimento à LEI Nº 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012, Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO ESTADUAL DE JUVENTUDE em Goiânia, aos 10 dias do mês de julho de 2012.

EDUARDO DE OLIVEIRA SILVA -Presidência

Paulla Leles Laurindo – Secretaria Geral

Ricardo Gonçalves Tavares 1º Secretário

Allan Maximo de Holanda

Ana Carolina Leles Lacerda

Débbora de Queiroz

Jair Hevert

Jorge Alves Ribeiro

Lucas Mota Torres Honorato

Marco Aurélio de Oliveira

Murillo Rodrigues

Rafael Bastos Lousa

Ricardo Costa Gonçalves

Sara Pereira Moraes Lima