Resolução CMN nº 4174_2012

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/30/2019 Resoluo CMN n 4174_2012

    1/4

    RESOLUO N 4.174, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012

    Dispe sobre a classificao de produtores rurais esobre critrios para a apurao de saldos e para afiscalizao de financiamentos rurais.

    O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9 da Lei n 4.595, de 31 de dezembrode 1964, torna pblico que o Conselho Monetrio Nacional, em sesso extraordinria realizadaem 27 de dezembro de 2012, tendo em vista as disposies do art. 4, inciso VI, da Lei n 4.595,de 1964, e dos arts. 4, 10 e 14 da Lei n 4.829, de 5 de novembro de 1965,

    R E S O L V E U :

    Art. 1 Fica estabelecido que, na concesso de crdito rural, deve ser observada aseguinte classificao do produtor rural, pessoa fsica ou jurdica, de acordo com a receita brutaagropecuria anual (RBA) auferida ou, na falta dessa ou em caso de expanso da atividade, coma receita estimada:

    I - pequeno produtor: at R$160.000,00 (cento e sessenta mil reais);

    II - mdio produtor: acima de R$160.000,00 (cento e sessenta mil reais) atR$800.000,00 (oitocentos mil reais);

    III - grande produtor: acima de R$800.000,00 (oitocentos mil reais).

    1 Para os efeitos da classificao prevista neste artigo:

    I - a RBA deve corresponder ao somatrio das receitas provenientes de todas asatividades rurais exploradas pelo produtor, observado o disposto no 3;

    II - entende-se por atividade rural a explorao agropecuria e extrativista vegetale animal, bem como os servios afins prestados pelo produtor, de acordo com as disposieslegais em vigor;

    III - a RBA deve ser representativa de um ano civil de produo normal, a critrio

    da instituio financeira, verificada entre os trs ltimos anos;

    IV - considerado pequeno produtor rural o beneficirio detentor de Declaraode Aptido ao Pronaf (DAP), prevista na Seo 10-2 do Manual de Crdito Rural (MCR);

    V - considerado mdio produtor rural o beneficirio que for enquadrado nascondies do Programa Nacional de Apoio ao Mdio Produtor Rural (Pronamp), previsto naSeo 8-1 do MCR;

    VI - considerado grande produtor rural o beneficirio cujos rendimentosprovenientes de atividades no rurais representem mais de 20% (vinte por cento) de sua receita

    bruta total, independentemente do montante de suas receitas e sem prejuzo da observncia dasnormas estabelecidas nos incisos IV e V deste 1.

  • 7/30/2019 Resoluo CMN n 4174_2012

    2/4

    Resoluo n 4.174, de 27 de dezembro de 2012 2

    2 A RBA deve ser estimada no caso de produtor iniciante na atividade rural ede produtor que no tenha tido uma produo normal nos ltimos trs anos, a critrio da

    instituio financeira.

    3 As receitas estimadas podem ser somadas quelas apuradas na forma doinciso I do 1, no caso de expanso de atividade.

    4 A classificao do produtor, em crdito concedido a condomnio ou a grupoem regime de parceria, deve corresponder quela identificada para o condmino ou para oparceiro detentor da maior RBA.

    5 A classificao do produtor de responsabilidade da instituio financeira,que deve efetu-la pelos meios ao seu alcance como parte integrante da ficha cadastral do

    muturio, de que trata a Seo 2-1 do MCR.

    Art. 2 A apurao dos saldos dirios das operaes de crdito rural obtidamediante a aplicao da taxa efetiva de juros anual e, quando houver, de taxa representativa deremunerao varivel anual, conforme frmula de clculo abaixo:

    onde:

    St = saldo apurado no dia t;

    St-1 = saldo apurado no dia anterior (t-1);

    Teja = taxa efetiva de juros anual (pr-fixada);

    Trvat (1) = taxa de remunerao varivel anual (ps-fixada), quando houver (TR, TJLP, etc.);

    (1) quando a Trvat for expressa em unidade de tempo diferente de ano, deve-se calcular,

    previamente, a taxa equivalente anual para aplicao na frmula;

    Xt = pagamento efetuado pelo beneficirio do crdito rural no dia t;

    Yt = valores liberados ao beneficirio no dia t, passveis de financiamento e em conformidadecom as normas estabelecidas no MCR.

    Pargrafo nico. Para fins do clculo referido no caput:

    I - deve ser excludo o dia da liberao dos recursos objeto de crdito na contavinculada operao e includo o dia do pagamento efetuado pelo beneficirio (parcial ou total);

    II - deve ser considerado o nmero de dias corridos do ano civil de 365 (trezentose sessenta e cinco) dias, assim entendido o perodo de 1 de janeiro a 31 de dezembro;

  • 7/30/2019 Resoluo CMN n 4174_2012

    3/4

    Resoluo n 4.174, de 27 de dezembro de 2012 3

    III - devem ser consideradas cinco casas decimais, desprezando-se as trs ltimas,na apresentao final do valor a ser exigido do beneficirio ou a ser levado a registro na conta

    vinculada operao.

    Art. 3 Ficam as instituies financeiras autorizadas a fiscalizar por amostragemos empreendimentos beneficiados com crdito de valor superior a R$300.000,00 (trezentos milreais), cuja localizao da lavoura ou da pastagem seja identificada por meio de coordenadasgeodsicas necessrias delimitao da poligonal da rea objeto do crdito.

    Pargrafo nico. As coordenadas geodsicas devem:

    I - constar do oramento simplificado, plano ou projeto apresentado instituiofinanceira por ocasio da contratao do crdito de custeio agrcola;

    II - ser fornecidas por gleba, quando se tratar de empreendimento cuja cultura sejaexplorada em duas ou mais reas no contguas vinculadas ao mesmo crdito, observadas asrecomendaes previstas nas Sees 1-5 e 2-3 do MCR;

    III - ser cadastradas no Sistema de Operaes do Crdito Rural e do Proagro(Sicor), previsto na Seo 3-5-A do MCR.

    Art. 4 Os itens 3 e 5 da Seo 2-7 do MCR passam a vigorar com a seguinteredao:

    3 - Exige-se a fiscalizao direta dos empreendimentos em todos oscrditos "em ser" concedidos ao mesmo muturio quando a soma dosvalores contratados ultrapassar:

    a) R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), no caso de operaes decrdito rural:

    I - amparadas no Programa Nacional de Fortalecimento da AgriculturaFamiliar (Pronaf);

    II - beneficirias de subvenes econmicas, concedidas com base na Lei n8.427, de 27/5/1992;

    III - lastreadas com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamentodo Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO);

    b) R$300.000,00 (trezentos mil reais), no caso de operaes noenquadradas na alnea "a". (NR)

    5 - Permite-se a fiscalizao direta por amostragem dos crditos "em ser"concedidos ao mesmo muturio, observadas as seguintes faixas de valor epercentuais mnimos:

    a) crditos amparados no Pronaf, demais operaes com subvenoeconmica na forma da Lei n 8.427/1992, e/ou lastreadas com recursos doFNO, do FNE e do FCO, com valor contratado:

  • 7/30/2019 Resoluo CMN n 4174_2012

    4/4

    Resoluo n 4.174, de 27 de dezembro de 2012 4

    I - de at R$40.000,00 (quarenta mil reais): 5% (cinco por cento);

    II - superior a R$40.000,00 (quarenta mil reais) at R$200.000,00 (duzentosmil reais): 10% (dez por cento);

    III - superior a R$200.000,00 (duzentos mil reais) at R$250.000,00(duzentos e cinquenta mil reais): 15% (quinze por cento);

    b) crditos com valor contratado de at R$300.000,00 (trezentos mil reais),no caso de operaes no enquadradas no caput da alnea "a": 10% (dez porcento);

    c) crditos com valor contratado superior a R$300.000,00 (trezentos mil

    reais), no caso de operaes cuja rea cultivada tenha sido identificada pormeio de coordenadas geodsicas, na forma admitida neste manual: 30%(trinta por cento). (NR)

    Art. 5 Esta Resoluo entra em vigor na data da sua publicao, produzindoefeitos a partir de 1 de janeiro de 2013.

    Carlos Hamilton Vasconcelos ArajoPresidente do Banco Central do Brasil, substituto

    Este texto no substitui o publicado no DOU de 28/12/2012, Seo 1, p. 60, e no Sisbacen.