34
0 Resolução Comentada da Prova do Concurso Curso de Formação de Oficiais 2014 Resolução Comentada da Prova Escrita do Concurso Curso de Formação de Oficiais 2014

Resolucao Comentada CFO 2014

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Prova + Resoluções comentadas

Citation preview

  • 0

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    Resoluo Comentada da Prova Escrita do Concurso

    Curso de Formao de Oficiais

    2014

  • 1

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    PARTE I 1. A cidadania nos Estados nacionais contempo-

    rneos um fenmeno nico na Histria. No podemos falar de continuidade do mundo an-tigo, de repetio de uma experincia passada e nem mesmo de um desenvolvimento pro-gressivo que unisse o mundo contemporneo ao antigo. So mundos diferentes, com socie-dades distintas, nas quais pertencimento, par-ticipao e direitos tm sentidos diversos.

    (Norberto Luiz Guarinello, Cidades-Estado na Antiguidade

    Clssica. In PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (orgs.).

    Histria da Cidadania. So Paulo: Contexto, 2008, p. 29.)

    Entre as diferenas que separam o Estado nacional contemporneo da cidade-estado da Antiguidade, possvel destacar a) o aspecto militar, que no passado era con-

    siderado parte das responsabilidades parti-culares de cada cidado e hoje um dever do Estado.

    b) a concepo de cidadania, muito mais res-trita poca do que hoje, de tal forma que mulheres, estrangeiros e escravos no eram considerados cidados.

    c) a poltica educacional, de carter pblico e direcionada a toda a populao no mundo antigo, enquanto hoje coexistem institui-es pblicas e privadas.

    d) a poltica de reforma agrria, desneces-sria no mundo antigo devido igualdade econmica existente, enquanto hoje parte importante das polticas sociais.

    e) a questo econmica, quela poca co-mandada pelo poder pblico e hoje sob a responsabilidade dos agentes privados, que gozam de grande autonomia.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A questo se prope a discutir as questes re-lativas democracia e cidadania. Embora o con-ceito de democracia tenha sido desenvolvido na Grcia Antiga, h uma grande diferena da demo-cracia contempornea e da antiga e um dos prin-cipais pontos de diferenciao justamente a questo da cidadania. O texto era til ao candidato uma vez que frisava a singularidade da cidadania contempornea. 2. Observe os mapas 1 e 2 para responder

    questo.

    Mapa 1

    (Henricus Martellus, cerca de 1490)

    Mapa 2

    (Martin Waldseemuller, 1507)

    As mudanas ocorridas nos territrios re-presentados entre os mapas 1 e 2 esto re-lacionadas a) reforma protestante, que permitiu aos

    cartgrafos ampliar os horizontes da repre-sentao devido menor presso religiosa.

    b) Revoluo Industrial, que levou expan-so do capitalismo e ampliao das fron-teiras da economia mundial.

    c) ao avano do Iluminismo na Europa, que defendia a abertura do olhar para outros povos e culturas, desbravando novos conti-nentes.

    d) expanso martimo-comercial, que fez com que os europeus se deparassem com terras at ento desconhecidas.

    e) retrao manufatureira e industrial na Eu-ropa, o que levou os europeus a buscarem alternativas econmicas em outras regies do planeta.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    No mapa 1 observamos o mundo oficialmente conhecido at 1490, ou seja, identificamos o con-tinente europeu, a asitico e a africano. J no ma-

  • 2

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    pa 2, de 1507, observamos, alm das regies an-teriormente citada, um novo territrio: o Novo Mundo. A mudana decorre do processo de ex-panso martima comercial europeia que, entre outras questes, foi responsvel pela conquista de terras no Novo Mundo, ou a regio que hoje co-nhecemos por Amrica, e a ampliao do mundo conhecido pelos europeus. 3. Observe a imagem para responder ques-

    to.

    A obra O banqueiro e sua mulher (1514), de Quentin Matsys, retrata o casal a) como membros da nobreza europeia, ca-

    racterstica evidenciada pelos trajes, pelo espao em que se encontram e pela ati-vidade que esto desenvolvendo.

    b) de forma elogiosa, refletindo a mudana de mentalidade europeia em relao s finan-as devido s revolues burguesas ocor-ridas no incio do sculo XVI.

    c) como representante da avareza, fruto de um contexto em que o emprstimo a juros, o lucro e a usura eram duramente critica-dos pela Igreja Catlica.

    d) de forma crtica, ressaltando o vnculo exis-tente poca entre os banqueiros e os operrios, o que levou luta radical contra o Antigo Regime e a monarquia.

    e) como pessoas simples e pobres, com pou-cos recursos, em um contexto histrico em que burgueses e camponeses tinham a mesma situao econmica.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    A imagem do sculo XVI retrata a mentalidade que perdurou durante toda a Idade Mdia e du-

    rante o incio da Idade Moderna. A acumulao in-devida de capitais era considera um pecado, nesta imagem representada pela avareza um dos pe-cados capitais. O chamado justo-preo era o va-lor defendido pela Igreja, o comrcio em si no um pecado, mas sim lucrar sobre este. 4. Observe as imagens para responder

    questo.

    Cacau, Guaran e Castanha-do-par: forte ligao com a Histria do Brasil.

    Os trs produtos representados nas ima-gens estiveram relacionados interioriza-o da colonizao, principalmente entre os sculos XVII e XVIII. O processo hist-rico que explica essa relao a) a tentativa da Coroa Portuguesa de cultivar

    tais produtos na regio do Maranho e Gro-Par, para garantir a Portugal a ocu-pao de um territrio historicamente pou-co habitado.

    b) a instalao de misses jesuticas no atual sul do Brasil, o que garantiu a Portugal a posse sobre algumas terras que at ento estavam sob o controle da Coroa Espa-nhola.

    c) o movimento de conquista e desbravamen-to do interior do Nordeste por vaqueiros e pecuaristas, que cuidavam do gado ao mesmo tempo em que procuravam tais produtos.

    d) a busca incessante dos bandeirantes por algumas riquezas no interior do pas, entre as quais as especiarias tropicais, mais va-lorizadas no comrcio internacional do que o prprio ouro.

    e) a explorao das drogas do serto ao lon-go do vale amaznico tanto por jesutas, preocupados tambm com a catequizao dos indgenas, quanto por colonos

    Resoluo

    Alternativa correta: e

  • 3

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    Diversos fatores contriburam para a interio-rizao da colnia e a ao dos missionrios je-sutas foi fundamental, mas no a nica, para este processo. Ao adentrarem o serto da colnia para ampliar a sua ao catequizatria os jesutas fo-ram responsveis pela explorao das drogas do serto, estes produtos eram como as especiarias dos Brasil, no tnhamos o cravo-da-ndia, mas possuamos o guaran. 5. Sob qualquer aspecto, a revoluo industrial

    foi provavelmente o mais importante aconte-cimento na histria do mundo, pelo menos desde a inveno da agricultura e das cida-des. E foi iniciado pela Gr-Bretanha. evi-dente que isto no foi acidental. Qualquer que tenha sido a razo do avano britnico, ele no se deveu superioridade tecnolgica e cientfica.

    (HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revolues. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998, p. 45)

    Entre as razes para o pioneirismo britni-co, possvel citar a) a importncia que o despotismo esclareci-

    do teve na Inglaterra para a modernizao da produo e para o estmulo industria-lizao.

    b) a presena de trabalhadores negros escra-vizados nas cidades industriais inglesas, o que ampliava a margem de lucro dos capi-talistas.

    c) a inexistncia de colnias inglesas na Am-rica, diferentemente de Portugal, Frana e Espanha, o que incentivou o empreendedo-rismo ingls.

    d) o cercamento de terras, que levou muitos camponeses a perderem suas terras e os transformou em trabalhadores industriais em potencial.

    e) a irrelevncia da produo txtil inglesa de-vido competio que sofria da produo francesa, o que levou a Inglaterra a diversi-ficar a produo.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    Entre os principais fatores que contriburam para o pioneirismo ingls podemos destacar: a disponibilidade de matrias-primas, mo de obra em abundncia, capitais acumulados, mentalidade empreendedora da burguesia local, organizao poltica diferenciada etc. O processo dos cerca-mentos foi responsvel por expulsar os trabalha-dores dos campos, estes passaram a compor a larga e barata mo de obra disponvel nas cida-des; estas terras, no mais ocupadas pelos cam-poneses, passaram a ser ocupadas por ovinos

    que serviam de matria-prima para empresas txteis. 6. Para responder questo, leia um trecho

    adaptado de uma entrevista concedida pelo historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello ao Jornal do Commercio, de Reci-fe, em 22 de janeiro de 2008, por ocasio do bicentenrio da chegada da famlia real ao Brasil.

    JORNAL DO COMMERCIO O Brasil tem motivos para comemorar os 200 anos da chegada da famlia real?

    EVALDO CABRAL DE MELLO S os ca-riocas. O Brasil ou oito ou oitenta. H alguns anos, era oito: tinha grande xito um filme que punha na tela antigos cha-ves sobre a presena da corte lusitana no Rio. Hoje estamos no oitenta: dom Joo VI passou de idiota rgio a estadista ocidental.

    JORNAL DO COMMERCIO Se pudssemos simplificar em duas palavras, a vinda da famlia real trouxe mais benefcios ou pre-juzos para o Nordeste?

    EVALDO CABRAL DE MELLO Claro que prejuzos, e imediatos. Primeiro, a corte fi-cava muito mais perto, segundo, houve a espoliao das provncias promovida pela famlia real, em terceiro lugar, a presena de dom Joo era o esforo de um futuro regime centralizador, embora no se possa dizer que desde dom Joo o assunto j fosse de favas contadas.

    Entre as reaes poltica estabelecida pe-la famlia real, possvel citar a) a Revoluo Pernambucana de 1817 e a

    Confederao do Equador (1824), em Per-nambuco, que questionavam a espoliao fiscal e a centralizao do poder promo-vidas pelo Rio de Janeiro, capital do Imp-rio Portugus a partir de 1808 e, depois de 1822, capital do Imprio do Brasil.

    b) o Levante dos Mals (1835) e a Sabinada (1837-38), ambos na Bahia, que questiona-vam de forma radical a ordem escravista e colocavam em xeque o poder dos grandes proprietrios da regio, tendo obtido, nos dois casos, apoio massivo de escravos e ex-escravos.

    c) a Cabanagem (1835-1840), no Par, e a Balaiada (1838-1841), no Maranho, que objetivavam estabelecer, no Brasil, uma re-pblica jacobina nos moldes da repblica existente na Frana, na tentativa de radi-calizar as lutas sociais existentes no pero-do regencial.

  • 4

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    d) a Revoluo Farroupilha (1835-1845), no Rio Grande do Sul, e a Revoluo Praieira (1848), em Pernambuco, que tinham como princpio poltico fundamental a defesa do separatismo e da formao de repblicas democrticas em que no haveria escravido.

    e) o Golpe da Maioridade (1840) e a Poltica de Conciliao (1850-1870), que buscavam romper com a herana poltica de D. Joo VI e D. Pedro I a partir de uma proposta de implementar no Brasil o federalismo, que descentralizava o poder e garantia autono-mia s provncias.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    A famlia real permaneceu no Brasil entre os anos de 1808 e 1821, dos eventos citados nas al-ternativas o nico que se encontra neste perodo a Revoluo Pernambucana (1817). Quando Eval-do Cabral menciona a espoliao das provncias refere-se a excessiva cobrana de impostos para financiar e pagar a conta das modernizaes pro-movidas no Rio de Janeiro por D. Joo o Rio precisava se tornar uma cidade digna para abrigar uma corte europeia. A Confederao do Equador (1824), durante o Primeiro Reinado, tambm pode ser colocada neste contexto, pois questiona a con-tinuidade destas polticas autoritrias, mas agora sob o comando de D. Pedro I.

    7. A partir de 1890, quando a capoeira foi crimi-nalizada, atravs do artigo 402 do Cdigo Pe-nal, como atividade proibida (com pena que poderia levar de dois a seis meses de reclu-so), a represso policial abateu-se duramen-te sobre seus praticantes. Os capoeiristas eram considerados por muitos como mendi-gos ou vagabundos. Outras prticas afro-brasileiras, como o samba e os candombls, foram igualmente perseguidas.

    (Revista de Histria da Biblioteca Nacional, 21 jul.08)

    A criminalizao descrita no trecho pode ser associada a) poltica de valorizao da diversidade

    promovida pela Repblica, desde que no fossem prticas imorais.

    b) dificuldade das autoridades da poca de combaterem a malandragem e a prostitui-o sem o apoio da lei.

    c) inteno da elite da Repblica Velha de civilizar o pas, reprimindo aspectos de uma cultura selvagem e primitiva.

    d) iniciativa do poder pblico de proteger a populao de prticas historicamente liga-das vadiagem e criminalidade.

    e) s marcas do racismo e da discriminao da cultura afro--brasileira, mesmo aps a abolio da escravido.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    Criminalizar a capoeira no era apenas uma forma de combater a vagabundagem, uma vez que outras prticas dos afrodescendentes tambm foram discriminadas. H uma tentativa por parte do governo e da sociedade, no geral, em excluir estes indivduos da sociedade, assim como a sua cultura. 8. O episdio considerado por muitos his-

    toriadores como o preldio da Segunda Guerra Mundial e que ops a esquerda direita fascista foi a) a Guerra Civil Espanhola. b) o Congresso de Versalhes. c) a Conferncia de Berlim. d) o Congresso de Viena. e) a Guerra Franco-Prussiana.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    A Guerra Civil Espanhola, em 1936, ops os republicanos aos nacionalistas. No incio de 1936 a esquerda espanhola, at ento fragmentada, uniu-se na Frente Popular para poder concorrer nas prximas eleies, no entanto, diante deste crescimento das esquerdas e de sua vitria nas eleies, a direita representada pelos naciona-listas, liderados pelo general Francisco Franco iniciou um levante armado contra os republicanos. A direita de Franco de Franco contou com o forte recebeu o apoio da Alemanha e da Itlia que uti-lizaram este episdio para testar suas armas, por este motivo muitos historiadores consideram a Guerra Civil Espanhola a Antessala da Segunda Guerra Mundial. 9. Observe a imagem para responder ques-

    to.

    Cartaz de propaganda de Getlio Vargas, 1943.

  • 5

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    Entre as msicas associadas a mensagem poltica do cartaz, possvel identificar o samba a) Com que roupa?, de Noel Rosa, que canta

    vou tratar voc com fora bruta pra poder me reabilitar.

    b) Leno no pescoo, de Wilson Batista, que canta eu vejo quem trabalha andar no miser, sou vadio porque tive inclinao.

    c) Bonde So Janurio, de Ataulfo Alves e Wilson Batista, que canta quem trabalha que tem razo, eu digo e no tenho medo de errar.

    d) Pudesse meu ideal, de Cartola, que canta pudesse meu ideal, que o carnaval de encantos mil, valorizar neste poema.

    e) Pelo telefone, de Donga, que canta o che-fe da polcia pelo telefone manda me avi-sar, que com alegria no se questione para se brincar.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    O cartaz do perodo do Estado Novo exalta o trabalho, por isso o samba de Ataulfo Alves e Wilson Batista o que melhor identificado com a propaganda governista, uma vez que mostra a aposentadoria do malandro (Antigamente eu no tinha juzo/ Mas resolvi garantir o meu futuro) e a ascenso do trabalhador (O bonde de So Ja-nurio/ Leva mais um operrio:/ Sou eu que vou trabalhar). 10. A Constituio de 1967 teve como objetivo

    a) institucionalizar a censura e a perseguio poltica, prticas recorrentes poca, mas ainda no previstas pela legislao e pouco aceitas pelos sujeitos polticos do perodo.

    b) incorporar os atos institucionais da ditadura militar, de forma a superar os impasses en-tre a ordem autoritria iniciada em 1964 e a Constituio democrtica de 1946.

    c) reconhecer a legitimidade da tortura, prati-cada desde 1964 como parte das aes autoritrias das Foras Armadas, mas ain-da no reconhecida pelo aparato legal da ditadura.

    d) estabelecer os parmetros legais para o fechamento do Congresso em meio dita-dura, tendo em vista que o Poder Legis-lativo s voltaria a funcionar na dcada de 1980.

    e) garantir aos oficiais torturadores uma es-pcie de salvo--conduto legal, que os isen-taria de toda e qualquer responsabilidade sobre as suas aes violentas naquele contexto.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A Carta de 1967 resolveu questes que, at ento vinham sendo contornadas com os atos institucionais. O golpe de 1964 diferentemente do golpe de 1937 no anulou a constituio vi-gente e governou com a Carta de 1946, como esta no atendia a todos os desgnios dos militares eram utilizados os AI. A Constituio de 1967 trs temas que j haviam sido propostos pelos Atos, como a eleio indireta para Presidente. 11. Ora, as questes policiais enfrentadas pe-

    los direitos humanos constituem apenas pe-quena parte (situada no mbito dos direitos civis) de seu amplo contedo. Jos Reinaldo de Lima Lopes esclarece que os casos de defesa dos direitos humanos de meados da dcada de 70 para c s parcialmente se referem a questes policiais. A sua imensa maioria no noticiada pela grande imprensa esteve concentrada nas chamadas questes sociais (direito terra e moradia, direitos tra-balhistas e previdencirios, direitos polticos, direitos sade, educao, etc). E no decor-rer da segunda metade da dcada de 80, principalmente nos anos de 1985 a 1988, as organizaes de defesa dos direitos humanos multiplicaram informaes sobre a Constitui-o e a Constituinte, inclusive apresentando proposta (includa no regimento interno do Congresso Constituinte) de emendas ao pro-jeto de Constituio por iniciativa popular. As-sim, a tentativa de restringir os direitos huma-nos s questes policiais , seno carregada de ignorncia quanto ao amplo contedo e alcance dos direitos humanos, motivada de m-f por grupos de poder historicamente obs-truidores do irreversvel processo evolutivo dos direitos humanos.

    (Alci Marcus Ribeiro Borges. Direitos humanos: conceitos e preconceitos.

    Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1248, 1 dez. 2006. Disponvel em: http://jus.com.br. Acesso: 20.05.2013)

    O texto apresentado procura a) provar que a prtica dos direitos humanos

    no uma preocupao dos representan-tes polticos democraticamente eleitos.

    b) demonstrar que a defesa dos direitos hu-manos tem como objetivo salvaguardar os direitos dos criminosos a um julgamento justo.

    c) criticar aqueles que consideram que a de-fesa dos direitos humanos se reduz s questes policiais.

  • 6

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    d) defender que a implantao de leis que promovam os direitos humanos suficiente para evitar a violncia e a injustia social.

    e) mostrar que houve poucos registros de vio-lao de direitos civis durante a dcada de 80 no Brasil.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    Ao que se refere a Direitos Humanos no Bra-sil, o conceito corresponde a uma m interpreta-o dos meios de comunicao, na qual os di-reitos a terra e a moradia, direito a sade, a edu-cao e etc. no tem maior notoriedade. Contudo, as questes policiais ganham um carter de maior importncia. 12.

    Enquanto os homens se contentaram com suas cabanas rsticas, enquanto se limitaram a costurar com espinhos ou com cerdas suas roupas de peles, a enfeitar-se com plumas e conchas, a pintar o corpo com vrias cores, a aperfeioar ou embelezar seus arcos e fle-chas, a cortar com pedras agudas algumas canoas de pescador ou alguns instrumentos grosseiros de msica em uma palavra: en-quanto s se dedicaram a obras que um nico homem podia criar, e a artes que no solicita-vam o concurso de vrias mos, viveram to livres, sadios, bons e felizes quanto o pode-riam ser por sua natureza, e continuaram a gozar entre si das douras de um comrcio independente; mas, desde o instante em que um homem sentiu necessidade do socorro de outro, desde que se percebeu ser til a um s contar com provises para dois, desapareceu a igualdade, introduziu-se a propriedade, o tra-balho tornou-se necessrio e as vastas flores-tas transformaram-se em campos aprazveis que se imps regar com o suor dos homens e nos quais logo se viu a escravido e a misria germinarem e crescerem com as colheitas.

    (J. J. Rousseau. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. So

    Paulo, Abril Cultural, 1978)

    A partir da anlise do texto, assinale a al-ternativa correta. a) O homem que consegue sobreviver inde-

    pendentemente do auxlio de outros ho-mens est condenado a uma existncia miservel.

    b) O homem necessita viver com outros ho-mens em sociedade, pois somente assim poder desfrutar de uma existncia digna e prspera.

    c) Assim que o homem sentiu necessidade de viver em sociedade, a igualdade floresceu

    com o surgimento da propriedade e do trabalho.

    d) A vida do homem em sociedade fez com que a desigualdade passasse a dominar e a escravido e a misria tornaram-se cada vez maiores.

    e) A escravido e a misria predominam quando o homem no tem necessidade de viver em conjunto com outros.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    Ao que diz respeito introduo do homem na sociedade, J. J. Rousseau retrata o desenvolvi-mento do interesse, da posse (propriedade pri-vada) e a corrupo como fatores sociais para a desigualdade entre os homens. Aumentando, as-sim, a atuao do domnio sobre a escravido e a misria. 13.

    Se o homem deixou um dia o abrigo se-guro da natureza e aventurou-se pela rota incerta da cultura foi porque, como ser inte-ligente e livre, ele s pode operar pensando e escolhendo os seus prprios fins e no rece-bendo-os predeterminados pela natureza. Isso significa que os fins propriamente humanos s se constituem tais enquanto avaliados e esco-lhidos pelo prprio homem, ou seja, enquanto so valores. A cultura, como domnio dos fins humanos , pois, uma imensa axiognese, uma gestao incessante de bens e valores, desde os bens materiais que alimentam a vida aos valores espirituais que exprimem as ra-zes de viver.

    (Henrique Cludio de Lima Vaz, Escritos de Filosofia III filosofia e cultura, So Paulo, Edies Loyola, 1997)

    A partir da anlise do texto, assinale a al-ternativa correta. a) Os valores que o homem cria e adota so

    resultado da influncia da natureza sobre ele.

    b) Pensar a relao do homem com a cultura significa compreender o homem como ca-paz de refletir e, voluntariamente, escolher os seus prprios fins.

    c) O conjunto de fins que o homem pode criar limitado aos bens materiais que tornam possvel sua sobrevivncia.

    d) Mesmo sendo dotado de inteligncia e tendo a liberdade de escolher os seus fins, a cultura criada pelo homem reflete o que a natureza determina.

    e) O homem livre para escolher seus pr-prios fins somente quando a natureza per-mite que ele aja desse modo.

  • 7

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    Cultura tudo que fora desenvolvido pelo ho-mem e para o homem, sendo coligadas suas re-flexes e atuaes, de maneira autnoma perante o meio e seus comportamentos, sendo tal homem responsvel palas suas aes. 14.

    certo que na vida cotidiana estamos acos-tumados a falar de belas cores, de um belo cu, de um belo rio, como tambm de belas flores, de belos animais e, ainda mais, de belos seres humanos, embora no queiramos aqui entrar na discusso acerca da possibili-dade de se poder atribuir a tais objetos a qua-lidade da beleza e de colocar o belo natural ao lado do belo artstico. Mas pode-se desde j afirmar que o belo artstico est acima da na-tureza. Pois a beleza artstica a beleza nas-cida e renascida do esprito e, quanto mais o esprito e suas produes esto colocadas aci-ma da natureza e seus fenmenos, tanto mais o belo artstico est acima da beleza da na-tureza. Sob o aspecto formal, mesmo uma m ideia, que porventura passe pela cabea dos homens, superior a qualquer produto natural, pois em tais ideias sempre esto presentes a espiritualidade e a liberdade.

    (G.W.F. Hegel, Cursos de Esttica, vol.1, So Paulo, Edusp, 2001)

    De acordo com texto apresentado, pode-se concluir que a) a beleza que podemos observar na natu-

    reza superior e mais importante que a beleza produzida pelo homem.

    b) quando os produtos humanos so mal ela-borados espiritualmente, eles se tornam in-feriores ao belo natural.

    c) na medida em que o homem capaz de produzir obras de arte cada vez mais belas, mais o belo artstico superior ao belo natural.

    d) possvel atribuir beleza natureza, pois os rios, as flores e os animais j possuem uma beleza intrnseca.

    e) as obras de arte produzidas pelo homem so consideradas belas quando se igualam com o belo natural.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    O conceito de Esttica que Hegel discute se refere ao pensamento do homem e sua atuao ao desenvolver o belo, cujo esprito passa a ser superior ao belo natural. Portanto, quanto maior a

    fundamentao do pensamento humano e sua criao do belo, maior a sua superioridade ao belo natural. 15.

    As percepes da mente humana se re-duzem a dois gneros distintos que chamarei impresses e ideias. A diferena entre estas consiste nos graus de fora e vividez com que atingem a mente e penetram em nosso pensa-mento ou conscincia. As percepes que en-tram com mais fora e violncia podem ser chamadas de impresses; sob esse termo in-cluo todas as nossas sensaes, paixes e emoes, em sua primeira apario alma. Denomino ideias as plidas imagens dessas impresses no pensamento e no raciocnio, como, por exemplo, todas as percepes des-pertadas pelo presente discurso, excetuando-se apenas as que derivam da viso e do tato, e excetuando-se igualmente o prazer ou o desprazer imediatos que esse mesmo discur-so possa vir a ocasionar. Creio que no sero necessrias muitas palavras para explicar es-sa distino. Cada um, por si mesmo, percebe imediatamente a diferena entre sentir e pen-sar.

    (David Hume, Tratado da natureza humana. So Paulo, Unesp, 2009. Adaptado)

    Segundo o texto apresentado, correto afirmar que a) sentimento e pensamento so rigorosa-

    mente idnticos na alma humana. b) as percepes do esprito humano se re-

    duzem a ideias. c) as impresses so imagens apagadas pre-

    sentes no esprito humano. d) as ideias so as imagens mais fortes e vio-

    lentas presentes no pensamento. e) as impresses so as primeiras percep-

    es do esprito humano. Resoluo

    Alternativa correta: e

    Hume como um filsofo ctico e Emprico, fun-damenta seu conceito na experincia, na qual impresses (maneira inicial de reconhecer e per-ceber sentimentos, experincias e aes ao en-volto) so os primeiros fatores para desenvolver e embasar as primeiras percepes dos sentidos de um ser humano. 16. As principais instituies sociais respons-

    veis pela socializao de um indivduo so a famlia e a escola. A socializao um processo que diz respeito

  • 8

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    a) obteno do conhecimento cientfico ne-cessrio vida social.

    b) exteriorizao das expectativas das crian-as quanto s normas de convvio com os grupos sociais.

    c) interiorizao de normas, regras, valores, crenas e saberes de uma sociedade.

    d) seleo das formas eficazes de conduzir as crianas a posies de prestgio social.

    e) integrao social da criana por meio do reconhecimento das hierarquias sociais.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    O processo de socializao muito cobrado na prova do CFO, geralmente so utilizados exemplos de crianas que foram criadas com animais dificultando a socializao. No caso dessa questo ela foi mais direta, sem um texto auxiliar, o aluno deveria dominar o conceito para respon-der a questo. Na alternativa E temos uma as-sertiva correta, porm a alternativa C mais completa relativa a escola que passa os saberes da sociedade. 17. O etnocentrismo como uma postura que

    avalia os outros a partir dos valores de sua prpria cultura est associado a prticas sociais de a) integrao cultural, desenvolvimento social

    e participao poltica. b) dilogo inter-religioso, desenvolvimento co-

    operativo social e participao comunitria. c) integrao cultural, xenofobia e desigual-

    dade social. d) intolerncia tnica, intolerncia religiosa e

    violncia social. e) tolerncia inter-tnica, igualdade social e

    democracia. Resoluo

    Alternativa correta: d

    Nessa questo, como foi a tnica na prova de sociologia, o conceito foi cobrado sem textos de apoio como normalmente a Vunesp faz. Para res-ponder a questo o aluno deveria dominar o con-ceito de etnocentrismo. 18. Leia o texto a seguir.

    E necessrio contrapor-se a tal ausncia de conscincia, preciso evitar que as pes-soas golpeiem para os lados sem refletir a respeito de si prprias.

    (Theodor Adorno. Educao aps Auschwitz. Disponvel em: https://ead.ufrgs.

    br/rooda/biblioteca/abrirArquivo.php/.../11142.pdf. Acesso em 18.05.2013)

    (Disponvel em: http://commons.wikimedia.org/ wiki/File:Wikibully.jpg?uselang=pt-br. Acesso em

    16.06.2013)

    A violncia definida como o uso inten-cional da fora fsica ou do poder contra si mesmo, outra pessoa, um grupo ou uma comunidade. A violncia simblica pode ser definida como a) toda forma de ameaa que indique proba-

    bilidade de causar leso fsica. b) o tipo de violncia em que se usa do poder

    de persuaso contra outra pessoa. c) o tipo de violncia que no causa a morte,

    mas atenta contra a integridade fsica dos indivduos.

    d) toda forma de violncia que envolva grupos organizados.

    e) o tipo de violncia em que o agressor des-tri os bens da vtima.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A violncia simblica aquela que no en-volve a parte corporal e nesse sentido a palavra persuaso da alternativa b define bem a questo simblica e no a parte fsica, a palavra e os signos so os principais mecanismos da violncia simblica. 19. Segundo a Constituio da Repblica Fe-

    derativa do Brasil de 1988, todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nesse sentido, o exerccio do poder atri-budo a) aos poderes executivo e legislativo, por se-

    rem escolhidos pelo voto popular. b) ao poder legislativo pela prerrogativa de

    criar leis. c) ao Governo constitudo a partir de eleies

    majoritrias livres e diretas. d) ao poder judicirio pela prerrogativa de

    garantir o cumprimento das leis. e) aos cidados pelo poder do voto e tambm

    pelos mecanismos legais de democracia direta.

  • 9

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    Recentemente est aventada a possibilidade de um plebiscito que uma das maneiras de democracia direta, onde o povo vota para decidir questes importantes sem que haja represen-tantes para o voto, como ocorre no legislativo. Portanto alm da eleio na qual o povo vota para escolher seus representantes, tambm decide di-retamente nos plebiscitos. 20. Leia o texto a seguir.

    DECLARAO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

    Adotada e proclamada pela resoluo 217 A (III) da Assembleia Geral das Naes Unidas

    em 10 de dezembro de 1948.

    Artigo XV

    1. Toda pessoa tem direito a uma naciona-lidade.

    2. Ningum ser arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mu-dar de nacionalidade.

    (Disponvel em: http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/ legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm. Acesso em

    12.05.2013)

    Entende-se por direito nacionalidade: a) direito de pertencer a uma cultura. b) direito de possuir uma identidade. c) direito de habitar um determinado territrio. d) direito de participar das instncias de poder

    poltico de um Estado. e) direito de proteo de um Estado.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    A questo trata da clssica distino entre pas (unidade territorial independente) e nao (unidade de caractersticas culturais), muito voga como a questo dos curdos, bascos e palestinos. 21. Observe a figura.

    (Paulo Cesar Zangalli Junior et al. As mudanas climticas globais: uma questo de escala, 2012. daptado)

    O fenmeno climtico representado na fi-gura ocorre porque a) a rea de baixa presso formada na rea

    rural empurra a massa de ar quente para a rea centro e se estabiliza.

    b) h, na rea parque, absoro de raios ul-travioleta e a produo de oznio aumen-tando a temperatura das reas adjacentes.

    c) a rea comercial centraliza o maior nmero de carros, provocando uma mxima tem-peratura nas reas rurais.

    d) a rea residencial suburbana apresenta o albedo elevado, influenciando na dinmica microclimtica da rea centro.

    e) o centro possui materiais de grande absor-o e baixa refletividade da radiao solar concentrando fontes antrpicas de calor.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    O fenmeno da ilha de calor faz tempo que no era cobrado nos vestibulares, ainda bem na nossa ltima aula vimos esse conceito que pos-sibilitava responder a questo, apesar do grau de dificuldade da questo, primeiro porqu o aluno no est acostumado com a geografia fsica, se-gundo pelo excesso de nomenclatura da questo. 22. Observe a figura.

    (Fernando Shinji Kawakubo. Avaliao das mudanas na linha de costa na foz do rio Ribeira de Iguap, 2008.

    Adaptado)

    Analisando a figura, observam-se mudan-as na linha de costa, em destaque, ocor-ridas no perodo de 1976 a 2000. A for-mao do esporo arenoso foi provocada pelo contnuo processo de a) urbanizao. b) industrializao.

  • 10

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    c) desmatamento. d) sedimentao. e) regresso.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    A questo de fcil entendimento e que aponta para uma palavra chave na hora da prova (sedi-mentao), que so dicas importantes para o alu-no que passado no curso da AFAM. Nesse caso no foi necessrio fazer associaes, a prpria palavra chave era a resposta. 23. As sociedades humanas, por toda sua

    existncia, sempre retiraram do meio na-tural os recursos necessrios para sua sobrevivncia. Portanto, o impacto de suas atividades acompanhou o desenvolvimento da capacidade tcnica de cada organizao social. Com relao interao sociedade-natureza, ao longo da histria da huma-nidade, assinale a alternativa correta. a) O maior impacto da sociedade primitiva,

    formada por poucos indivduos, foi a cons-truo de moradias fixas no interior das florestas.

    b) As sociedades agrrias, surgidas h cerca de 10 000 anos, introduziram as mquinas para melhorar a produo.

    c) As tcnicas de plantio, quando desenvolvi-das pelas sociedades humanas, protagoni-zaram a revoluo agrcola.

    d) O incio do sculo XX marcado pela conscincia das sociedades industriais em buscar novas fontes de energia.

    e) A proposta da sociedade de consumo era apresentar medidas para desacelerar a produo industrial.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    Questo que envolvia o meio tcnico e o meio natural, muito cobrada pela teoria de Milton San-tos, nessa questo ela foi abordada de maneira simples possibilitando o aluno de acert-la sem maiores problemas. 24. Leia o trecho do poema a seguir, de Silvana

    Maria Nogueira Leite, para responder questo.

    O rio ---------- uma riqueza

    Nasce l na Serra da Canastra Corta serras, matas e vales.

    Desenha o seu percurso na natureza. Passa por aqui e banha nossa regio

    Serve ao povo sua gua pura

    Mata a sede e molha a agricultura E ainda, faz caminho atravs da navegao.

    um rio que s traz alegrias Para as famlias do serto.

    (http://educador.brasilescola.com. Adaptado)

    Assinale a alternativa que identifica cor-retamente a bacia hidrogrfica a que a autora se refere, cujo rio principal desgua no Oceano Atlntico, entre os Estados de Sergipe e Alagoas, e, apesar de seu peque-no volume de gua, aproveitado para irrigao, navegao e produo de ener-gia. a) Bacia do Atlntico Nordeste Oriental. b) Bacia dos Rios Tocantis e Araguaia. c) Bacia do Rio Parnaba. d) Bacia do Rio So Francisco. e) Bacia do Atlntico Leste.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    A questo cobrava o domnio da localizao mesmo sem utilizar o mapa a poesia j dava uma dica da nascente do rio (serra da canastra) e a prpria pergunta faz referncia a foz do rio entre Alagoas e Sergipe. 25. Observe a figura.

    O modelo de apropriao

    (LAtlas du Monde diplomatique, 2009. Adaptado)

    Analisando a figura, pode-se afirmar cor-retamente que ela representa a) a corrida imperialista do sculo XIX, mar-

    cada pela diviso do continente africano em reas de explorao de matria--prima.

    b) os acordos bilaterais estabelecidos, aps o fim da segunda guerra mundial, entre o bloco geoeconmico africano e outros.

  • 11

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    c) as atuais polticas neoliberais, que repro-duzem estratgias semelhantes ao perodo de colonizao.

    d) os fluxos de exportao da produo indus-trial dos pases africanos entre seus par-ceiros comerciais.

    e) o interesse dos pases emergentes em en-volver o continente africano nas decises polticas e econmicas mundiais.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    Escolha infeliz do mapa, j que o mapa deve conter o menos possvel de informaes escritas, privilegiando os smbolos, alm do que as pala-vras escritas no mapa estavam um pouco trun-cadas dificultando a leitura. A principal palavra contida no mapa, e que era chave para acertar a questo era investimentos, que no eram feitos no sculo XIX e sim s a explorao. 26. Observe a figura.

    A Exportao de Produtos Agrcolas e Alimentcios no Mundo (2010)

    (www.sciences-po.fr/cartographie)

    Analisando a figura, pode-se afirmar cor-retamente que a) a produo de alimentos no mundo con-

    centra-se em pases de economia estvel e no afetados pela crise financeira de 2008.

    b) as naes europeias mais desenvolvidas procuram diminuir sua dependncia alimen-tar aumentando a rea de cultivo.

    c) a alta produtividade nos pases perifricos garantida em funo do alto grau de mecanizao das lavouras e ausncia de trabalhador rural.

    d) os pases em desenvolvimento abastece-ram os seus mercados internos por meio das importaes de produtos primrios.

    e) alguns pases com grande capacidade de produo e baixo consumo tornam-se gran-des exportadores.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    Nesse mapa sim temos o fluxo de mercadorias representado por smbolos, facilitando o entendi-mento sem poluies visuais do mapa anterior. O aluno deveria dominar o conceito de plantation pa-ra acertar a questo. 27. Em oposio aos processos de globaliza-

    o, ativistas do movimento anticapitalista buscam nos espaos pblicos o direito de se manifestarem, alm de fazerem uso das novas tecnologias sociais com o objetivo de divulgar na rede os seus protestos. A respeito do movimento anticapitalista, pode-se afirmar que a) desde a falncia dos regimes socialistas,

    os movimentos anticapitalistas concen-traram-se nos pases de origem islmica e possuem seguidores nos pases em desen-volvimento.

    b) entre as bandeiras levantadas por esse grupo, destaca-se o combate ao programa econmico neoliberal adotado nos pases capitalistas.

    c) os ativistas costumam aproveitar as reu-nies e fruns de debates internacional para reivindicarem um Estado Nacional, j que possuem um idioma comum.

    d) a realidade desejada pelo movimento a interveno dos pases centrais e emer-gentes na economia dos pases subde-senvolvidos.

    e) boa parte dos lideres dos pases desenvol-vidos e em desenvolvimento apoiam o ati-vismo antiglobalizao e financiam seus projetos.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A questo mais fcil da prova de geografia foi essa envolvendo protestos anticapitalismo e o neoliberalismo, as alternativas no deixavam dvi-da para a resposta. 28. A crise econmico-financeira que se aba-

    teu sobre os Estados Unidos a partir de 2008 e se globalizou no fim do mesmo ano provocou algumas mudanas nos fluxos migratrios internacionais. Com relao a essa crise e suas consequncias, assinale a alternativa correta.

  • 12

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    a) O Brasil vem se consolidando como rea de expanso das migraes latino-ameri-canas devido aos benefcios de uma eco-nomia em desenvolvimento.

    b) A Pennsula Ibrica tornou-se uma regio propcia para receber migrantes por causa das oportunidades de emprego.

    c) O Mercosul legitimou instrumentos legais para frear a mobilidade intrarregional da populao sul-americana.

    d) A Europa Setentrional apresentou um pro-cesso de evaso crescente da populao por conta da crise.

    e) A China props dilogos interculturais entre os povos migrantes a fim de suprir a ne-cessidade de mo de obra.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    A questo possvel de acertar pela presena de um grande nmero de imigrantes no Brasil, (principalmente bolivianos) e tambm que vimos exaustivamente que o PIIGS, estavam localizados no sul da Europa e no Norte como apresentou uma das alternativas. 29. medida que o processo de urbanizao

    foi se desenvolvendo no mundo, algumas cidades tornaram-se maiores e mais com-plexas. Em certas reas onde existem v-rias cidades prximas, ocorreu um fen-meno espacial denominado conurbao. Caso tpico nas cidades brasileiras a for-mao de regio metropolitana como te-mos: regio metropolitana de So Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, entre ou-tros.

    (SAMPAIO, F. dos S. et al Geografia: ensino mdio, volume nico. Adaptado)

    Pode-se afirmar corretamente que o fen-meno da conurbao resultado da a) verticalizao da produo de bens, con-

    sumo e servios entre cidades. b) expanso horizontal entre cidades forman-

    do uma grande rea integrada. c) modernizao dos elementos constitutivos

    da rea rural entre cidades. d) interao entre cidades para facilitar a ad-

    ministrao pblica. e) parceria comercial entre cidades para se

    tornarem mais competitivas. Resoluo

    Alternativa correta: b

    Essa questo gerava dvidas, pois a alterna-tiva C estava correta, porm no tinha relao

    com a pergunta. Outra alternativa (A) que gerava confuso era a que continha verticalizao da pro-duo de bens, consumo e servios entre as ci-dades. 30. O processo de industrializao brasileira, a

    partir da dcada de 1960, motivou um n-mero considervel de rurais a se desloca-rem para as cidades. Entretanto, alm da industrializao, outros fatores contribu-ram para a intensificao do xodo rural. Assinale a alternativa que apresenta cor-retamente um desses fatores. a) Oportunidade de trabalho feminino. b) Garantia de casa prpria dada pelos go-

    vernantes. c) Crescente populao relativa das reas de

    cultivo. d) Segurana pblica das reas urbanas. e) Expanso dos direitos trabalhistas aos tra-

    balhadores do campo. Resoluo

    Alternativa correta: e

    A questo no ficou bem colocada, ela deveria estar presente na parte da Histria do Brasil, j que cobrava conhecimento especfico sobre o FUNRURAL criado nos anos 1960, alm do mais o trabalho feminino tambm um dos fatores da migrao e do xodo rural, j que a maioria das diaristas que trabalham na cidade so oriundas da zona rural, como contemplava a alternativa A. 31. Leia a tira.

    (Folha de S.Paulo, 23.04.2013)

    O efeito de humor da tira decorre do fato de que ler um livro de novo no correspon-de ideia de releitura esperada como res-posta. A expresso releitura significa a) criao de uma obra. b) ocultao de sentidos de uma obra. c) reinterpretao de uma obra. d) memorizao da histria de uma obra. e) negao dos sentidos de uma obra.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    Uma questo de interpretao de nvel bsico que evoca o repertrio do candidato e percepo quanto ao tom em que se consubstancia o humor

  • 13

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    da charge. Na verdade, a questo se torna sim-ples pelo afastamento das demais alternativas quanto ao que oferecem.

    Leia o soneto de Cludio Manuel da Costa para responder s questes de nmeros 32 a 35.

    Se sou pobre pastor, se no governo Reinos, naes, provncias, mundo, e gentes; Se em frio, calma, e chuvas inclementes Passo o vero, outono, estio, inverno; Nem por isso trocara o abrigo terno Desta choa, em que vivo, coas enchentes Dessa grande fortuna: assaz presentes Tenho as paixes desse tormento eterno. Adorar as traies, amar o engano, Ouvir dos lastimosos o gemido, Passar aflito o dia, o ms, e o ano; Seja embora prazer; que a meu ouvido Soa melhor a voz do desengano, Que da torpe lisonja o infame rudo.

    (Biblioteca Virtual de Literatura. Em: www.biblio.com.br)

    32. A caracterstica rcade que norteia o es-

    tabelecimento de sentidos no poema : a) inutilia truncat, ou cortar o que seja intil,

    propondo que as paixes pessoais devem sobrepor-se s paixes coletivas.

    b) aurea mediocritas, ou equilbrio do ouro, propondo que a simplicidade deve sobre-por-se ao luxo e ostentao.

    c) fugere urbem, ou fugir da cidade, propondo que a vida no campo pode ser to mais atrativa e rica que a do meio urbano.

    d) locus amoenus, ou lugar ameno/agradvel, propondo que o verdadeiro lder governa do campo, longe das atribulaes.

    e) carpe diem, ou aproveitar o presente, pro-pondo que os prazeres mundanos devem ser explorados intensamente.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    O princpio rcade urea mediocritas per-meia todo o trecho citado, ao sobrepor a sim-plicidade de quem vive em uma choa, por e-xemplo, ao luxo e ostentao Dessa grande for-tuna: assaz presente, como dito em certo verso. Para um rcade, luxo e ostentao eram vistos como algo inconcebvel e pregavam a vida sim-ples, como podemos perceber pelo soneto de Cludio Manuel da Costa. 33. O eu-lrico deixa claro que

    a) dissemina traies e enganos. b) teme viver sem um amor. c) sofre por no ser admirado.

    d) rechaa os falsos e bajuladores. e) vive aflito com seu destino.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    O eu-lrico aceita todos os tormentos prove-nientes de uma vida simples, vida essa daquele que busca fugir do que no essencial. Portanto, ele s se satisfaz com o que verdadeiro (mesmo que isto seja aceitar os infortnios de tal vida) e repudia, assim, os falsos e os bajuladores, como podemos atestar nos versos: ...que a meu ouvido/ Soa melhor a voz do desengano,/Que da torpe lisonja o infame rudo.. 34. No verso Se sou pobre pastor, se no

    governo a conjuno, que se repete, esta-belece relao de a) condio. b) concesso. c) finalidade. d) causa. e) proporo.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    A conjuno SE, no texto tem valor condi-cional. 35. Considerando-se o contexto em que est

    inserido o verso Nem por isso trocara o abrigo terno , a forma verbal destacada poderia ser substituda, sem prejuzo de sentido e em conformidade com a norma-padro da lngua portuguesa, por a) troquei. b) trocava. c) trocasse. d) troque. e) trocaria.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    Uma das caractersticas do Pretrito Mais- que-Perfeito do Indicativo a de equivaler ao Fu-turo do Pretrito, principalmente quando usado em textos poticos.

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 36 a 43.

    Fronteiras do pensamento

    SO PAULO O livro um catatau de

    quase 600 pginas e traz s uma ideia. Ainda

  • 14

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    assim, Surfaces and Essences (superfcies e essncias), do fsico convertido em cientista cognitivo Douglas Hofstadter e do psiclogo Emmanuel Sander, uma obra importante. Os autores apresentam uma tese que a um s tempo capital e contraintuitiva a de que as analogias que fazemos constituem a matria-prima do pensamento e se pem a de-monstr-la.

    Para faz-lo, eles se valem de um pouco de tudo. A argumentao opera nas fronteiras entre a lingustica, a filosofia, a matemtica e a fsica, com incurses pela literatura, o estudo comparativo dos provrbios e a enologia, para enumerar algumas poucas das muitas reas em que os autores se arriscam.

    A ideia bsica que o crebro pensa atravs de analogias. Elas podem ser infantis (mame, eu desvesti a banana), banais (termos como e e mas sempre introduzem comparaes mentais) ou brilhantes (Galileu revolucionou a astronomia vendo os satlites de Jpiter como luas), mas esto na origem de todas as nossas falas, raciocnios, clculos e atos falhos mesmo que no nos demos conta disso.

    Hofstadter e Sander sustentam que o pro-cesso de categorizao, que muitos especia-listas consideram a base do pensamento, no envolve nada mais do que fazer analogias.

    Para no falar apenas de flores (mais uma analogia), o livro ganharia bastante se tivesse passado por um bom editor disposto a cortar pelo menos uns 30% de gorduras. Algumas das digresses dos autores so francamente dispensveis e eles poderiam ter sido mais contidos nos exemplos, que se contam s centenas, estendendo-se por pginas e mais pginas, quando meia dzia teriam sido su-ficientes.

    A prolixidade e o exagero, porm, no bastam para apagar o brilho da obra, que definitivamente muda nossa forma de pensar o pensamento.

    (Hlio Schwartsman, Fronteiras do pensamento. Folha de S.Paulo, 19.05.2013. Adaptado)

    36. Para o autor do texto, a obra de Douglas

    Hofstadter e Emmanuel Sander Surfaces and Essences (superfcies e essncias) a) relevante para a anlise do pensamento

    humano, uma vez que lana novas pers-pectivas para estud-lo.

    b) importante para a anlise do pensamento humano, uma vez que o desvincula da relao com analogias elementares.

    c) indiferente para a anlise do pensamento humano, uma vez que se vale de vrias reas do conhecimento para estud-lo.

    d) inovadora para a anlise do pensamento humano, uma vez que comprova que este se d sem formas de categorizao.

    e) prescindvel para a anlise do pensamento humano, uma vez que no traz estudos expressivos para explic-lo.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    Questo tpica de interpretao que se for-mula pelas vias da inferncia (compreenso global do texto). Nesse tipo de questo arriscado ba-sear-se apenas no primeiro grau do texto (nvel referencial) pois a assertiva apresentada na alter-nativa A se relaciona com o aspecto macrotextual do texto. 37. Para o autor, Surfaces and Essences de-

    veria ser uma obra mais a) completa. b) coerente. c) concisa. d) acadmica. e) interessante.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    Esta uma questo bastante simples para quem entende a prova do CFO. O enunciado da questo motiva uma busca imediata ao que est escrito no texto, pois utiliza a expresso Para o autor, que equivalente a De acordo com o tex-to. uma operao de inteligncia muito mais pautada na compreenso no sentido de identi-ficao de ncleos imediatos do texto do que na interpretao propriamente dita. 38. Na passagem do terceiro pargrafo ...

    mas esto na origem de todas as nossas falas, raciocnios, clculos e atos falhos mesmo que no nos demos conta disso. a expresso em destaque pode ser su-bstituda, sem prejuzo de sentido ao texto, por a) inclusive que. b) at que. c) por mais que. d) se bem que. e) ainda que.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    Trata-se de mera sinonmia. Ambas indicam concesso

  • 15

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    39. No trecho do terceiro pargrafo Elas po-dem ser infantis (mame, eu desvesti a banana), banais (termos como e e mas sempre introduzem comparaes mentais) ou brilhantes (Galileu revolucio-nou a astronomia vendo os satlites de Jpiter como luas)... as informaes or-ganizam-se de tal forma que acabam por constituir, quanto ao seu sentido global, uma relao de a) contradio. b) gradao. c) causa e efeito. d) redundncia. e) equivalncia.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A questo testa o conhecimento especfico do candidato quanto a figuras de linguagem, especi-ficamente de sintaxe. A gradao no difcil de entender, mas, digamos, difcil de identificar (alm de no ser to estudada quanto a metfora, me-tonmia, paradoxo ou anttese, etc); no entanto, as demais alternativas acabam se afastando muito do efeito contido neste trecho que, no mnimo, aponta para uma sequncia enumerativa onde se vislum-bra a natureza semntica da gradao. 40. Na frase que inicia o segundo pargrafo

    Para faz-lo, eles se valem de um pouco de tudo. o pronome -lo recupera a seguin-te informao: a) pensar por analogia. b) escrever o livro. c) formular a ideia. d) demonstrar a tese. e) estudar o pensamento.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    Uma das caractersticas do pronome assina-lado, principalmente ao iniciar novo pargrafo, justamente recuperar o tpico (ideia) mais impor-tante que finaliza o pargrafo anterior. 41. Sobre o trecho do penltimo pargrafo

    Para no falar apenas de flores (mais uma analogia), o livro ganharia bastante se ti-vesse passado por um bom editor disposto a cortar pelo menos uns 30% de gorduras. , correto afirmar que a expresso a) falar apenas de flores, no contexto em

    que est empregada, pode ser entendida como questes superficiais.

    b) mais uma analogia ratifica o postulado pelos autores de Surfaces and Essences

    de que o crebro pensa atravs de ana-logias.

    c) ganharia bastante significa que o livro venderia mais se os autores fizessem uma verso mais comercial da obra.

    d) se tivesse passado por um bom editor sinaliza que o livro apresenta srios pro-blemas de traduo que comprometem o entendimento.

    e) 30% de gorduras revela que as ideias essenciais do livro esto concentradas em 30% das suas 600 pginas.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A questo tem um grau mais elaborado de interpretao, pois prope uma compreenso de expresses com sentido figurado (para no falar apenas em flores/ cortar 30% gorduras), em um texto no literrio, cujos os efeitos devem ser con-siderados em relao a todo o discurso. uma questo para quem sabe ler, no sentido tcnico da palavra. 42. Em conformidade com a norma-padro da

    lngua portuguesa e mantendo-se a coeso textual, a orao do segundo pargrafo ... em que os autores se arriscam. est cor-retamente reescrita em: a) ... cujos os autores se arriscam. b) ... aonde os autores se arriscam. c) ... nas quais os autores se arriscam. d) ... que os autores se arriscam. e) ... s quais os autores se arriscam.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    Trata-se do pronome relativo que (em que), equivalente ao pronome relativo o qual (tambm regido pela preposio em). 43. Assinale a alternativa correta quanto nor-

    ma-padro e em conformidade com o sen-tido do texto. a) Para apagar o brilho da obra, no basta,

    pois, a prolixidade e o exagero. b) No bastam, portanto, a prolixidade e o

    exagero para apagar o brilho da obra. c) Para apagar o brilho da obra, no entanto, a

    prolixidade e o exagero no basta. d) Enquanto no bastam para apagar o brilho

    da obra a prolixidade e o exagero. e) Todavia, no basta a prolixidade e o exa-

    gero para apagar o brilho da obra.

  • 16

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    A conjuno porm perfeitamente substi-tuvel pela conjuno todavia.

    A posposio do sujeito composto permite que se concorde o verbo o com o ncleo mais pr-ximo.

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 44 a 55.

    A seca

    De repente, uma variante trgica. Aproxima-se a seca. O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graas

    ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.

    Entretanto no foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo can-dente que irradia do Cear.

    Buckle, em pgina notvel, assinala a ano-malia de se no afeioar nunca, o homem, s calamidades naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o peruano; e no Peru as crianas ao nascerem tm o bero embalado pelas vibraes da terra.

    Mas o nosso sertanejo faz exceo re-gra. A seca no o apavora. um complemen-to sua vida tormentosa, emoldurando-a em cenrios tremendos. Enfrenta-a, estoico. Ape-sar das dolorosas tradies que conhece atra-vs de um sem-nmero de terrveis episdios, alimenta a todo o transe esperanas de uma resistncia impossvel.

    Com os escassos recursos das prprias observaes e das dos seus maiores, em que ensinamentos prticos se misturam a extra-vagantes crendices, tem procurado estudar o mal, para o conhecer, suportar e suplantar. Aparelha-se com singular serenidade para a luta. Dois ou trs meses antes do solstcio de vero, especa e fortalece os muros dos au-des, ou limpa as cacimbas. Faz os roados e arregoa as estreitas faixas de solo arvel orla dos ribeires. Est preparado para as plantaes ligeiras vinda das primeiras chu-vas.

    Procura em seguida desvendar o futuro. Volve o olhar para as alturas; atenta longa-mente nos quadrantes; e perquire os traos mais fugitivos das paisagens...

    Os sintomas do flagelo despontam-lhe, en-to, encadeados em srie, sucedendo-se infle-xveis, como sinais comemorativos de uma molstia cclica, da sezo assombradora da Terra. Passam as chuvas do caju em outu-

    bro, rpidas, em chuvisqueiros prestes delidos nos ares ardentes, sem deixarem traos; e pintam as caatingas, aqui, ali, por toda a parte, mosqueadas de tufos pardos de rvores mar-cescentes, cada vez mais numerosos e maio-res, lembrando cinzeiros de uma combusto abafada, sem chamas; e greta-se o cho; e abaixa-se vagarosamente o nvel das cacim-bas... Do mesmo passo nota que os dias, es-tuando logo ao alvorecer, transcorrem abra-santes, medida que as noites se vo tornando cada vez mais frias. A atmosfera absorve-lhe, com avidez de esponja, o suor na fronte, enquanto a armadura de couro, sem mais a flexibilidade primitiva, se lhe endurece aos ombros, esturrada, rgida, feito uma coura-a de bronze. E ao descer das tardes, dia a dia menores e sem crepsculos, considera, entristecido, nos ares, em bandos, as primei-ras aves emigrantes, transvoando a outros climas...

    o preldio da sua desgraa.

    (Euclides da Cunha, Os Sertes. Em: Massaud Moiss, A literatura brasileira atravs dos tempos, 2004.)

    44. No texto, o narrador apresenta

    a) o pavor do sertanejo diante da seca, da qual foge to logo ela se anuncia.

    b) a fragilidade do sertanejo, ante a ao do meio qual este no tem como resistir.

    c) a inadaptao do sertanejo ao meio em que vive, face s contnuas calamidades.

    d) a gnese do sertanejo, em funo do seu condicionamento ao meio em que vive.

    e) o desinteresse do sertanejo pelo meio em que vive, que faz suas energias e sua existncia minguarem.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    No incio do trecho, Euclides da Cunha des-creve o comportamento dos peruanos face aos terremotos que so frequentes em seu pas, que no de adaptao, pelo contrrio, ele utiliza a palavra pavor, demonstrando o desconforto que eles tm ante as situaes de calamidades natu-rais. Em contrapartida, descreve o comportamento do sertanejo frente seca, que uma exceo regra, ou seja, se um peruano j nasce com me-do do que lhe possa acontecer, o sertanejo j nas-ce preparado para enfrentar os desafios que o meio em que nasce o impem. 45. Considere os enunciados:

    O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graas ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.

  • 17

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    Mas o nosso sertanejo faz exceo regra. ... tem procurado estudar o mal, para o conhecer, suportar e suplantar.

    Com essas informaes, o narrador afirma, respectivamente, que o sertanejo a) desdenha a possvel chegada da seca; re-

    conhece as suas prprias limitaes; estu-da o mal para conhec-lo, suport-lo e domin-lo.

    b) julga a chegada da seca um mistrio in-sondvel; comporta--se como os vizinhos peruanos; estuda o mal para conhec-lo, suport-lo e administr-lo.

    c) tem dificuldade para reconhecer os sinais objetivos da seca; alimentado pelo fla-gelo; estuda o mal para conhec-lo, su-port-lo e control-lo.

    d) reconhece a seca pelos seus sinais c-clicos; est afeioado s calamidades na-turais; estuda o mal para conhec-lo, suport-lo e super-lo.

    e) sabe da chegada da seca pelos seus sinais inequvocos; teme os episdios terrveis como qualquer homem; estuda o mal para conhec-lo, suport-lo e venc-lo.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    Podemos considerar tal alternativa como cor-reta pela correspondncia ao primeiro enunciado. O sertanejo, como podemos afirmar na questo anterior, diferentemente dos peruanos que muitas vezes no conseguem prever a chegada de um terremoto, reconhece a seca pelos seus sinais cclicos, pois essa adivinhao citada no trecho retirado do texto tem um ritmo singular, prprio, o qual j est absorvido na gnese do sertanejo. 46. No penltimo pargrafo do texto (Os sin-

    tomas do flagelo despontam-lhe (...) a ou-tros climas...), h a) um relato sobre situaes em que o flagelo

    se dissipa da realidade do sertanejo. b) uma crtica ao comportamento das pes-

    soas, notadamente quando querem resistir ao flagelo.

    c) uma anlise subjetiva do flagelo, mostran-do que sua chegada pouco notada pelas pessoas.

    d) uma descrio da disseminao dos efeitos do flagelo no cotidiano das pessoas.

    e) uma observao jocosa em relao ao comportamento das pessoas vitimadas pelo flagelo.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    Em todo o pargrafo observamos a descrio do cotidiano das pessoas afetadas pela seca, e descrio j uma caracterstica marcante da obra de Euclides da Cunha. Neste ltimo par-grafo, que o maior, notamos que ele buscou descrever toda vivncia da chegada da seca, afe-rida no incio do texto. 47. Na frase do ltimo pargrafo o preldio

    da sua desgraa. o termo em destaque significa a) fim. b) sinal. c) retorno. d) espetculo. e) arrefecimento.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A questo depende da relao do termo pre-ldio com o contexto em que empregado. Na verdade, o termo, apesar de compor expresso figurada, no se afasta do uso corrente que cos-tuma ter. Questo simples que s pe prova o repertrio mnimo que o candidato deve ter nesta prova. 48. Na frase Aproxima-se a seca. , a expres-

    so a seca tem a mesma funo na sin-taxe da orao que a destacada em: a) ... com que se desencadeia o flagelo. b) ... de se no afeioar nunca, o homem, s

    calamidades naturais que o rodeiam. c) Aparelha-se com singular serenidade para

    a luta. d) ... sucedendo-se inflexveis... e) ... as noites se vo tornando cada vez mais

    frias. Resoluo

    Alternativa correta: a

    Na frase Aproxima-se a seca. , a expresso a seca exerce a funo de sujeito a mesma que exerce a palavra flagelo na alternativa A. 49. Assinale a alternativa em que o termo em

    destaque pode ser substitudo por prono-me possessivo. a) O sertanejo adivinha-a... b) ... assinala a anomalia de se no afeioar

    nunca, o homem... c) Os sintomas do flagelo despontam-lhe,

    ento...

  • 18

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    d) ... medida que as noites se vo tornando cada vez mais frias.

    e) A atmosfera absorve-lhe, com avidez de esponja, o suor na fronte...

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    O pronome pessoal oblquo LHE funciona no texto com valor possessivo: A atmosfera absorve o suor dele. Trata-se de emprego que d certa elegncia ao texto. 50. Assinale a alternativa em que a frase do

    texto reescrita mantm a correta relao entre as palavras, em conformidade com a norma culta e sem alterao do sentido original. a) O sertanejo adivinha-a e prefixa-a devido o

    ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.

    b) Entretanto no foge logo, abandonando a terra muito pouco invadida pelo limbo can-dente que irradia do Cear.

    c) Povo algum tem mais pavor aos terremotos que o peruano, e l as crianas ao nas-cerem tm o bero embalado pelas vibra-es da terra.

    d) Est o homem sertanejo ligeiramente pre-parado para as plantaes vinda das primeiras chuvas.

    e) A armadura de couro, sem mais a flexi-bilidade do passado, endurece os ombros do sertanejo, esturrada, rgida, pois feita de bronze.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    A questo tambm interpretativa, porm tra-balha com conhecimentos lingusticos especficos relacionados ao tema das variantes lingusticas. A alternativa C, a questo simples; mas, a lei-tura das alternativas o que toma tempo do can-didato nesse tipo de questo. 51. Observe os trechos do texto.

    Com os escassos recursos das prprias observaes e das dos seus maiores, em que ensinamentos prticos se misturam a extra-vagantes crendices, tem procurado estudar o mal, para o conhecer, suportar e suplantar. Os sintomas do flagelo despontam-lhe, en-to, encadeados em srie, sucedendo-se infle-xveis, como sinais comemorativos de uma molstia cclica, da sezo assombradora da Terra.

    ... as primeiras aves emigrantes, transvo-ando a outros climas...

    No contexto em que esto empregadas, a preposio Com, no primeiro trecho; a conjuno como, no segundo; e a pre-posio a, no terceiro, estabelecem nos enunciados, respectivamente, sentido de a) modo, comparao e movimento. b) meio, conformidade e finalidade. c) modo, causa e lugar. d) meio, conformidade e comparao. e) modo, comparao e tempo.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    A preposio com introduz adjunto adverbial de modo; a conjuno como introduz orao su-bordinada adverbial comparativa: ... sucedendo-se inflexveis, como (se sucedem) sinais come-morativos de uma molstia cclica... Lembremos que a as oraes comparativas (normalmente) tra-zem o verbo oculto. A forma verbal transvoando transmite preposio a noo de movimento. 52. Do ponto de vista da literatura, correto

    afirmar que o texto trata de a) uma apologia seca, havendo na argu-

    mentao do autor a defesa em favor da terra, normalmente judiada pelo sertanejo.

    b) um relato pessoal, havendo na abordagem da psicologia do sertanejo uma forma de denunciar as desigualdades sociais.

    c) uma denncia poltica, havendo mescla do cientificismo em moda e do subjetivismo herdado dos escritores romnticos.

    d) um manifesto, havendo nas consideraes do autor um claro apego terra descrita e aos sertanejos que nela vivem.

    e) uma problemtica social, havendo no enfo-que cientfico do autor um expediente para evitar o subjetivismo exagerado.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    Na obra, Euclides da Cunha procurou, com escrita de cunho jornalstico, muito semelhante ao gnero do relato, responder de forma realista a viso ufanista do incio do sculo XX, retratando a problemtica social da seca em paradoxo ao sub-jetivismo exagerado que alguns autores herdaram dos escritores romnticos. 53. Observe os pargrafos iniciais do texto.

    De repente, uma variante trgica. Aproxima-se a seca.

  • 19

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graas ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.

    Entretanto no foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo candente que irradia do Cear.

    Esses pargrafos permitem afirmar que o estilo do autor a) impreciso, subjetivo e conciso. b) incisivo, preciso e despojado. c) objetivo, claro e prolixo. d) ameno, sugestivo e empolado. e) contundente, paradoxal e rebuscado.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A questo relativamente difcil por ser de na-tureza inferencial (dedutiva) e principalmente por pedir que o candidato faa uma apreciao esti-lstica do trecho, o que no para principiantes. A alternativa B, que se d pela seleo lexical, pelo esquema sinttico (perodos curtos, pausa-dos apenas pelo ponto final onde se obtm a marca incisiva) e tambm pelo discurso.

    Leia a letra da cano do cantor cearense Falco para responder s questes de n-meros 54 a 58.

    Guerra de Faco

    A dor do cocho no ter rao pro gado A dor do gado no achar capim no pasto A dor do pasto no ver chuva h tanto tempo A dor do tempo correr junto da morte A dor da morte no acabar com os nordes-tinos A dor dos nordestinos ter as penas exage-radas E a viola por desculpa pra quem lhe pisou no lombo e lhe lascou no cucurute vinte quilos de lajedo. Em vez de achatar pra caixa-prego o vaga-bundo, que se deitou no trono e acordou num pau-de-sebo. Eh eh eh boi, eh boiada, eh eh boi A dor do jegue, tadin, nasceu sem chifre A dor do chifre no nascer em certa gente A dor de gente confiar demais nos outros A dor dos outros que nem todo mundo besta A dor da besta no parir pra ter seu filho A dor pior de um filho chorar e me no ver. T chegando o fim das pocas, vai pegar fogo no mundo,

    e o pior, que os vagabundos toca msica estrangeira em vez de aproveitar o que da gente do Nordeste. Vou chamar de mentiroso quem dizer que cabra da peste.

    (Falco, Guerra de Faco. Em: http://letras.mus.br. Adaptado)

    54. O tema comum ao texto de Euclides da

    Cunha e letra da cano a a) fome. b) resignao. c) msica. d) seca. e) migrao.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    A letra da cano Guerra de Faco relata v-rias temticas que envolvem o nordestino, porm a nica que est em conformidade com o texto de Euclides da Cunha a seca. 55. Na cano, o verso A dor da morte no

    acabar com os nordestinos tem sentido bastante prximo da seguinte passagem do texto de Euclides da Cunha: a) O sertanejo adivinha-a e prefixa-a... b) ... se no afeioar nunca, o homem, s

    calamidades naturais que o rodeiam. c) Enfrenta-a, estoico. d) Procura em seguida desvendar o futuro. e) ... considera, entristecido, nos ares, em

    bandos, as primeiras aves emigrantes... Resoluo

    Alternativa correta: c

    Tal alternativa est correta por ser a nica a relatar que o sertanejo resiste seca, ou seja, no ir sucumbir ao seu mal, mas vai enfrent-lo. 56. Considerando o gnero textual, um dos re-

    cursos de composio presente na letra da cano o emprego a) de linguagem popular, marcada por termos

    obscenos. b) de palavras arcaicas, indicativas de lingua-

    gem formal. c) de termos ambguos e infrequentes na lin-

    guagem cotidiana. d) da repetio de termos, notadamente no

    incio de cada verso. e) da rima alternada em todos os versos.

  • 20

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    Questo simples, j que o aspecto formal da repetio to explcito nos versos da cano, no sendo necessria qualquer explicao. 57. Observe o trecho da cano: T chegando

    o fim das pocas, vai pegar fogo no mun-do,/ e o pior, que os vagabundos toca msica estrangeira / em vez de aproveitar o que da gente do Nordeste. / Vou chamar de mentiroso quem dizer que cabra da peste.

    Nessa passagem, o autor vale-se de regis-tros coloquiais, em conformidade com suas intenes comunicativas, em funo do gnero textual utilizado. Isso se com-prova com as expresses: a) fim das pocas, vai pegar, e o pior. b) T, toca, dizer. c) toca, o que , Vou chamar. d) e o pior, msica estrangeira, cabra da peste. e) pegar fogo, os vagabundos, da gente.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A questo tambm trabalhou com o tema das variantes lingusticas, tambm de uma forma sim-ples. No h grandes riscos de erro pelas al-ternativas que so apresentadas ao lado de B que a correta. A questo se torna simples por perguntar sobre o registro coloquial, aquele que est na boca do candidato literalmente. 58. No verso A dor pior de um filho chorar e

    me no ver. , a conjuno e articula duas oraes, encerrando entre elas sem-tido de a) alternncia. b) causa. c) oposio. d) consequncia. e) finalidade.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    A conjuno coordenativa E, quando articu-lada com o advrbio no, tem sentido opositivo, equivalente conjuno mas.

    Para responder s questes de nmeros 59 e 60, leia o poema de Camilo Pessanha.

    gua morrente

    Meus olhos apagados, Vede a gua cair. Das beiras dos telhados, Cair, sempre cair. Das beiras dos telhados, Cair, quase morrer... Meus olhos apagados, E cansados de ver. Meus olhos, afogai-vos Na v tristeza ambiente. Ca e derramai-vos Como a gua morrente.

    (Camilo Pessanha, Clepsidra)

    59. Levando em conta as informaes textuais,

    correto afirmar que est presente no poema a) o pessimismo, por meio do qual o eu-lrico

    expressa a sua desintegrao interior. b) a idealizao da existncia, por meio da

    qual o eu-lrico afasta o medo da morte. c) a indiferena, por meio da qual o eu-lrico

    expressa o marasmo de sua existncia. d) o encantamento amoroso, por meio do qual

    o eu-lrico reconhece o valor da vida. e) a desiluso amorosa, por meio da qual o

    eu-lrico se desencantou pela prpria vida. Resoluo

    Alternativa correta: a

    Levando em conta as informaes presentes no texto, levantamos a hiptese coerente de que, no poema, h a presena do pessimismo, fre-quentes na obra de Camilo Pessanha, poeta sim-bolista portugus do final do sculo XIX, que her-dou fortes caractersticas romnticas, uma delas a que est em destaque na alternativa correta. 60. No verso Na v tristeza ambiente. , o

    adjetivo em destaque significa a) imperceptvel. b) desejvel. c) opulenta. d) comum. e) vazia.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    Questo que visa a interpretao de um verso, mas no isoladamente. A tristeza ambiente des-crita pelo poeta vazia, no h nada que a pre-encha; vide o primeiro verso: Meus olhos apaga-dos, que mostra no um eu-lrico cego, de fato, mas um eu-lrico que nada v de importante. Rei-

  • 21

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    tero: seus olhos no tm nada de bom para ser visto, ento eles se apagam.

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 61 a 64.

    Violence Prevention Among Young People

    in Brazil

    Crime and violence have increased dramatically in Brazil in recent decades, particularly in large urban areas, leading to more intense public debate on causes and solutions. The right to life is the most fundamental of all rights. Having security means living without fearing the risk of violation of ones life, liberty, physical integrity or property. Security means not only to be free from actual risks, but also to be able to enjoy the feeling of security. In this respect, human rights are systematically undermined by violence and insecurity.

    UNESCO expects to play a primary role in supporting actions of social inclusion to help in the prevention of violence, especially among young people. The attributes and resources to be found in the heart of the Organizations different areas will be grouped around this objective.

    Violence is seen as a violation of fundamental human rights, as a threat to the respect for the principles of liberty and equality. An approach focused on the access to quality education, to decent jobs, to cultural, sports and leisure activities, to digital inclusion and the protection and promotion of human rights and of the environment will be implemented as a response to the challenge of preventing violence among youths. Such approach should also help in creating real opportunities for young people to improve their life conditions and develop their citizenship.

    (www.unesco.org. Adaptado)

    61. The text presents the idea that the rise in

    crime and violence menaces a) public debate. b) actual risks. c) insecurity. d) human rights. e) leisure activities.

    Resoluo

    Alternativa correta: d

    A questo pergunta sobre a ideia apresentada no texto, quanto a que se dirige a ameaa rela-cionada ao aumento da violncia e do crime. A alternativa correta D, ideia explicitamente en-

    contrada no pargrafo de nmero 2 (seguindo a numerao utilizada aqui para facilitar a referncia s partes do texto). 62. According to the text, the approach aimed

    at preventing violence among young people should include a) improvement of life conditions through

    charity campaigns. b) government programs for better housing

    and education. c) online courses to promote citizenship. d) access to sport and culture. e) control of sport related violence, mainly in

    football. Resoluo

    Alternativa correta: d

    A questo pergunta sobre a abrangncia da abordagem de preveno violncia entre pes-soas jovens proposta pela UNESCO. A resposta aparece no final do ltimo pargrafo (4). Algumas palavras como approach, cultural, sport e education marcam bem o pargrafo que aponta para a alternativa D. O verbo should tambm uma deixa do avaliador ao candidato que tem noo de verbos conhecidos como esse modal. 63. No trecho do primeiro pargrafo Security

    means not only to be free from actual risks, but also to be able to enjoy the feeling of security. a expresso not only but also indica a) comparao. b) alternativa. c) adio. d) excluso. e) contradio.

    Resoluo

    Alternativa correta: c

    A questo, tpica desta prova, verifica o conhe-cimento da expresso not only... but also (no s...mas tambm que tem sentido aditivo) empregada no pargrafo 2. No uma questo difcil, principalmente pelas opes elencadas nas demais alternativas. 64. No segundo pargrafo this objective refere-

    se, no texto, a) ao acesso educao pblica de quali-

    dade. b) violncia sofrida por jovens vulnerveis. c) rea de atuao da UNESCO. d) violao dos direitos humanos e do di-

    reito liberdade.

  • 22

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    e) preveno da violncia por meio da in-cluso social.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    A questo formulada num modelo pouco fre-quente na prova do CFO. Uma simples questo de referncia de relaes coesivas que est dis-posta no pargrafo 3. Exige habilidade bsica de interpretao, principalmente no texto em anlise, extremamente aberto leitura para qualquer nefito.

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 65 a 70.

    What is organized crime?

    Organized crime was characterised by the

    United Nations, in 1994, as: group organization to commit crime; hierarchical links or personal relationships which permit leaders to control the group: violence, intimidation and corruption used to earn profits or control territories or markets; laundering of illicit proceeds both in furtherance of criminal activity and to infiltrate the legitimate economy; the potential for expansion into any new activities and beyond national borders; and cooperation with other organized transnational criminal groups.

    It is increasingly global. Although links between, for example, mafia groups in Italy and the USA have existed for decades, new and rapid means of communication have facilitated the development of international networks. Some build on shared linguistic or cultural ties, such as a network trafficking drugs and human organs, which links criminal gangs in Mozambique, Portugal, Brazil, Pakistan, Dubai and South Africa. Others bring together much less likely groups, such as those trafficking arms, drugs and people between South Africa, Nigeria, Pakistan and Russia, or those linking the Russian mafia with Colombian cocaine cartels or North American criminal gangs with the Japanese Yakuza. Trafficked commodities may pass from group to group along the supply chain; for instance heroin in Italy has traditionally been produced in Afghanistan, transported by Turks, distributed by Albanians, and sold by Italians.

    Organized crime exploits profit opportunities wherever they arise. Globalization of financial markets, with free movement of goods and capital, has facilitated smuggling of counterfeit goods (in part a reflection of the creation of global brands), internet fraud, and money-laundering. On the other hand, organized

    crime also takes advantage of the barriers to free movement of people across national borders and the laws against non-medicinal use of narcotics: accordingly it earns vast profits in smuggling migrants and psychoactive drugs. Briquet and Favarel have identified deregulation and the rolling back of the state in some countries as creating lacunae that have been occupied by profiteers. The political changes in Europe in the late 1980s fuelled the growth in criminal networks, often involving former law enforcement officers. Failed states, such as the Democratic Republic of Congo or Sierra Leone, have provided further opportunities as criminal gangs smuggle arms in and commodities out, for example diamonds, gold, and rare earth metals, often generating violence against those involved in the trade and in the surrounding communities. Finally, there are a few states, such as the Democratic Republic of Korea and Burma and Guinea-Bissau (once described as a narco-state) where politicians have been alleged to have played an active role in international crime.

    Organized criminal gangs have strong incentives. Compared with legitimate producers, they have lower costs of production due to the ability to disregard quality and safety standards, tax obligations, minimum wages or employee benefits. Once established, they may threaten or use violence to eliminate competitors, and can obtain favourable treatment by regulatory authorities either through bribes or threats.

    (www.globalizationandhealth.com. Adaptado)

    65. De acordo com o texto, uma das carac-

    tersticas do crime organizado, segundo a ONU, a) lavar dinheiro obtido ilegalmente para fi-

    nanciar o crime. b) imiscuir-se em atividades legais como dis-

    farce para o crime. c) estabelecer relacionamentos pessoais com

    altos funcionrios do governo. d) fundar empresas transnacionais em para-

    sos fiscais. e) criar uma hierarquia fictcia com cargos

    ocupados por laranjas. Resoluo

    Alternativa correta: a

    A questo bsica, pois alm do prprio enunciado reduzir a busca da informao em torno do ncleo semntico ONU, tudo est em portu-gus. A alternativa A e obtida pela leitura do primeiro trecho de nmero 1 (conforme a traduo do texto).

  • 23

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    66. No trecho do segundo pargrafo those linking the Russian mafia with Columbian cocaine cartels or North American criminal gangs with the Japanese Yakuza. a pa-lavra those refere-se, no texto, a a) criminal gangs. b) international networks. c) mafia groups. d) trafficking arms. e) cocaine cartels.

    Resoluo

    Alternativa correta: b

    A questo tambm no surpreende na exi-gncia, mas elabora no grau de exigncia da re-lao de associao que deve ser estabelecida entre o pronome those (aqueles/as) e o termo re-des criminosas (veja a marcao disponvel na traduo).

    67. No trecho do segundo pargrafo

    Trafficked commodities may pass from group to group along the supply chain; for instance heroin in Italy has traditionally been produced in Afghanistan, transported by Turks, distributed by Albanians, and sold by Italians. a expresso for instance pode ser substituda, sem alterao de sentido, por a) for example. b) likely. c) because. d) as well as. e) however.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    A questo no foi difcil para o candidato que conhece a prova do CFO. Questo previsvel e nada complexa. A expresso for instance quer dizer por exemplo em portugus, portanto a alter-nativa A, no havendo necessidade de qual-quer busca no texto. 68. No trecho do terceiro pargrafo The

    political changes in Europe in the late 1980s fuelled the growth in criminal networks, often involving former law enforcement officers. a palavra fuelled equivale, em portugus, a a) investigaram. b) processaram. c) ocultaram. d) impediram. e) estimularam.

    Resoluo

    Alternativa correta: e

    A questo verifica noes bsicas de vocabu-lrio e interpretao. A fuelled at mesmo em seu sentido imediato (abastecer) aponta para a alter-nativa E nesse contexto (veja a traduo). 69. Segundo o texto, um dos fatores que in-

    centiva o crime organizado o a) turismo e a imigrao ilegal, pois movi-

    mentam pessoas. b) lucro fcil nos mercados financeiros globa-

    lizados. c) uso disseminado de drogas por parte dos

    jovens em pases ricos. d) envolvimento da estrutura dos governos

    com atividades ilegais. e) baixo custo operacional devido ao desres-

    peito s leis trabalhistas. Resoluo

    Alternativa correta: e

    A questo foi estrategicamente simples para quem conhece esse tipo de prova, pois a ex-presso crime organizado ir aparecer relacio-nada expresso lower costs (preos baixos) contida na alternativa E (confira a traduo). 70. According to the text, the country where

    politicians have been accused of supposed participation in international crime is a) Burma. b) Russia. c) Italy. d) Paquistan. e) Colombia.

    Resoluo

    Alternativa correta: a

    A questo, interpretativa, tambm exige habili-dade do candidato em associar expresses em-pregadas pela prpria pergunta (nesse caso politicians) para estabelecer relao das alter-nativas com o texto. Para quem conhece esse pro-cedimento, mais um acerto considerando certas condies impostas pela prpria leitura do texto em lngua estrangeira.

    O que o crime organizado? (TRADUO)

    1. O crime organizado era caracterizado pelas Naes Unidas, em 1994, como: grupo orga-nizado para cometer crime; ligaes hierr-quicas ou relaes pessoais as quais permi-tem aos lideres controlar o grupo: violncia,

  • 24

    Resoluo Comentada da Prova do Concurso Curso de Formao de Oficiais 2014

    intimidao ou corrupo utilizada para obter proveito ou controle de territrios ou merca-dos; (questo 65) lavagem ou procedimen-tos ilcitos, ambos para a fomentao de atividades criminais e infiltrao legtima economia; o potencial para expanso em qualquer atividade nova e alm das fronteiras nacionais; e cooperao com outros grupos criminais transacionais organizados

    2. crescentemente global. Embora ligaes entre, por exemplo, grupos de mfia da Itlia e o EUA tenham existido por dcadas, novos e rpidos meios de (questo 66) comunicao tm facilitado o desenvolvimento de redes internacionais. Algumas formaes baseadas em vnculos lingusticos ou ligaes culturais, tais como a rede de trfico de drogas e r-gos humanos, as quais ligam gangues crimi-nosas em Moambique, Portugal, Brasil, Pa-quisto, Dubai e frica do Sul. 3. Outras tra-zem juntas grupos muito menos provveis, tais como aqueles que traficam armas, dro-gas e pessoas entre a frica do Sul, Nigria, Paquisto e Rssia, ou aquelas (redes inter-nacionais) ligadas mfia Russa e aos car-tis de cocana da Colmbia ou gangues criminosas da America do Norte com a j-ponesa Yakuza. Mercadorias traficadas po-dem passar de grupos para grupos ao longo cadeia de suprimentos; pelo menos a herona na Itlia tem sido tradicionalmente produzida no Afeganisto, transportada por turcos, dis-tribuda por Albaneses, e vendida por italianos. 4. O crime organizado explora as oportunida-des de lucro sempre que elas crescem. A glo-balizao e os mercados financeiros, com livre movimentao de produtos e capitais, tem fa-cilitado o contrabando e falsificao de produ-tos (em parte, um reflexo da criao das mar-cas globais), fraudes na internet e lavagem de dinheiro. Por outro lado, o crime organizado tambm tira vantagem dos obstculos livre movimentao de pessoas atravs das frontei-ras nacionais e das leis contra o no uso me-dicinal de narcticos: consequentemente ele (crime organizado) tira vasto proveito em mi-graes contrabandeadas e drogas psicoati-vas. 5. Briquet e Favarel tm identificado irre-gularidades e a queda do estado (fraquezas e dficits) em algumas cidades