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 RESOLUÇÃO Nº 92, DE 13 DE MARÇO DE 2013 (Alterada pela Resolução 103/2013) Apr ova o no vo Re gi mento In te rn o do Conselho Nacional do Ministério Público e dá outras providências. O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício da competência fixada no artigo 130-A, parágrafo 2º, inciso I, da Constituição Federal; em conformidade com a decisã o Plenária proferida na 3ª Sessão Ordinár ia, realizad a em 13 de março de 2013; CONSIDERANDO a permanente necessidade de contar o Conselho com instru- mento regimental facilitador do desempenho de suas atividades; CONSIDERANDO as lacunas, omissões e eventuais incorreções observadas no atual regimento interno; CONSIDERANDO os recentes avanços doutrinários e legislativos a exigirem a ade quação do diploma regimental do Conselho, sob pena de tornar-se obsoleto e irrelevante; CONSIDERANDO, ainda, a necessidade de preparar o regimento interno para a adoção de ferramentas de tecnologia da informação, mormente no que respeita à implanta- ção do processo eletrônico; CONSIDERANDO, por fim, o disposto no artigo 19, inciso XIV, do Regimento In- terno, RESOLVE: Art. 1º Aprovar o anexo Regimento Interno.

Resolução Nº 92 (Regimento Interno Do CNMP)

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regimento interno CNMP

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  • RESOLUO N 92, DE 13 DE MARO DE 2013

    (Alterada pela Resoluo 103/2013)

    Aprova o novo Regimento Interno do

    Conselho Nacional do Ministrio Pblico e

    d outras providncias.

    O CONSELHO NACIONAL DO MINISTRIO PBLICO, no exerccio da competncia fixada no artigo 130-A, pargrafo 2, inciso I, da Constituio Federal; em conformidade com a deciso Plenria proferida na 3 Sesso Ordinria, realizada em 13 de maro de 2013;

    CONSIDERANDO a permanente necessidade de contar o Conselho com instru-mento regimental facilitador do desempenho de suas atividades;

    CONSIDERANDO as lacunas, omisses e eventuais incorrees observadas no atual regimento interno;

    CONSIDERANDO os recentes avanos doutrinrios e legislativos a exigirem a ade quao do diploma regimental do Conselho, sob pena de tornar-se obsoleto e irrelevante;

    CONSIDERANDO, ainda, a necessidade de preparar o regimento interno para a adoo de ferramentas de tecnologia da informao, mormente no que respeita implanta-o do processo eletrnico;

    CONSIDERANDO, por fim, o disposto no artigo 19, inciso XIV, do Regimento In-terno,

    RESOLVE:

    Art. 1 Aprovar o anexo Regimento Interno.

  • Art. 2 Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao, revogando-se o regimento interno anterior.

    Braslia, 13 de maro de 2013

    ROBERTO MONTEIRO GURGEL SANTOSPresidente do Conselho Nacional do Ministrio Pblico

  • CONSELHO NACIONAL DO MINISTRIO PBLICO

    O CONSELHO NACIONAL DO MINISTRIO PBLICO, NO EXERCCIO DE SUAS ATRIBUIES, RESOLVE EDITAR O SEU REGIMENTO INTERNO, APROVADO NA 3 SESSO ORDINRIA DE 2013 PELA RESOLUO N 92, DE 13 DE MARO DE 2013

    REGIMENTO INTERNO

    LIVRO IDA COMPOSIO, COMPETNCIA E ORGANIZAO

    TTULO IDA COMPOSIO

    Art. 1 O Conselho Nacional do Ministrio Pblico - CNMP, instalado no dia 21 de junho de 2005, com atuao em todo o territrio nacional e sede em Braslia, Distrito Federal, compe-se de catorze membros, nos termos do artigo 130-A, da Constituio Federal.

    TTULO IIDA COMPETNCIA

    Art. 2 Compete ao Conselho Nacional do Ministrio Pblico o controle da atuao administrativa e financeira do Ministrio Pblico e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:

  • I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministrio Pblico, podendo expedir atos regulamentares no mbito de sua competncia, ou recomendar providncias;II zelar pela observncia do artigo 37 da Constituio Federal e apreciar, de ofcio ou mediante provocao, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou rgos do Ministrio Pblico da Unio e dos estados, podendo desconstitu-los, rev-los ou fixar prazo para que se adotem as providncias necessrias ao exato cumprimento da lei, sem prejuzo da competncia dos Tribunais de Contas;III receber e conhecer das reclamaes contra membros, ou rgos do Ministrio Pblico da Unio ou dos estados, inclusive contra seus servios auxiliares, sem prejuzo da competncia disciplinar e correcional da instituio, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoo, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsdios ou proventos proporcionais ao tempo de servio, e aplicar outras sanes administrativas, assegurada ampla defesa;IV rever, de ofcio ou mediante provocao, os processos disciplinares de membros do Ministrio Pblico da Unio ou dos estados julgados h menos de um ano;V elaborar relatrio anual, propondo as providncias que julgar necessrias, sobre a situao do Ministrio Pblico no Pas e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no artigo 84, XI, da Constituio Federal.

    TTULO IIIDA ORGANIZAO

    CAPTULO IDOS RGOS

    Art. 3 So rgos do Conselho:I o Plenrio;II a Presidncia;III a Corregedoria Nacional do Ministrio Pblico;IV os Conselheiros;V as Comisses;VI a Ouvidoria Nacional.

    CAPTULO IIDO PLENRIO

    Art. 4 O Plenrio representa a instncia mxima do Conselho e constitudo por seus membros, estando validamente instalado quando presente a maioria deles.Pargrafo nico. O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ter assento e voz no Plenrio, podendo se fazer representar em suas sesses por membro da Diretoria do Conselho Federal da entidade.

    Art. 5 Alm de outras competncias que lhe sejam conferidas por lei ou por este Regimento, compete ao Plenrio:I julgar os processos administrativos disciplinares regularmente instaurados, assegurada ampla defesa, determinando a remoo, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsdios

  • proporcionais ao tempo de servio, e aplicar outras sanes administrativas previstas em lei;II encaminhar ao Ministrio Pblico notcias ou documentos que indiquem a existncia de fato que configure ato de improbidade administrativa ou crime de ao penal pblica;III representar ao Ministrio Pblico para a propositura de ao civil com vista decretao de perda do cargo ou de cassao da aposentadoria;IV requisitar das autoridades competentes informaes, exames, percias e documentos imprescindveis ao esclarecimento de fatos submetidos sua apreciao, ressalvados os casos que dependam de autorizao judicial, nos quais legitimado a formular requerimento instncia judicial competente;V deliberar sobre o encaminhamento de notas tcnicas quando caracterizado o interesse institucional do Ministrio Pblico;VI deliberar quanto criao, transformao ou extino de cargos e fixao de vencimentos dos servidores do seu quadro de pessoal, cabendo ao Procurador-Geral da Repblica o encaminhamento da proposta;VII aprovar a proposta oramentria do Conselho;VIII deliberar sobre o provimento, por concurso pblico, dos cargos necessrios sua administrao, ressalvadas as nomeaes para cargos em comisso, declarados em lei de livre nomeao e exonerao;IX decidir, na condio de instncia revisora, os recursos contra as decises monocrticas proferidas pelo Presidente do Conselho, pelo Corregedor Nacional do Ministrio Pblico e pelos Relatores;X julgar e homologar os processos de restaurao de autos;XI fixar critrios para as promoes funcionais de seus servidores;XII alterar este Regimento Interno;XIII resolver as dvidas suscitadas pelo Presidente ou pelos demais membros do Conselho sobre a ordem do servio ou a interpretao e a execuo deste Regimento Interno;XIV conceder licena aos Conselheiros;XV eleger o Corregedor Nacional;XVI deliberar sobre pedido de afastamento das funes ou excluso, parcial ou integral, da distribuio de processos no rgo de origem do Conselheiro, quando necessrio e conveniente para o desempenho de seu mandato;XVII apreciar as arguies de impedimento e suspeio dos membros do Conselho;XVIII responder as consultas apresentadas em tese pelos Procuradores-Gerais e Corregedores-Gerais ou pelo Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou de entidade de classe representativa dos membros ou servidores do Ministrio Pblico;XIX declarar a perda de mandato do Conselheiro, nos casos do artigo 29 deste Regimento. 1 As consultas de que trata o inciso XVIII deste artigo devero indicar com preciso seu objeto, demonstrar a pertinncia temtica com as respectivas reas de atribuio e ser instrudas com o parecer do rgo de assistncia tcnica ou jurdica da autoridade suscitante, acerca da matria veiculada.

  • 2 A resposta do Conselho s consultas de que trata o inciso XVIII deste artigo no constitui julgamento definitivo do objeto apreciado.

    Art. 6 Dos atos e decises do Plenrio no cabe recurso, salvo embargos de declarao.

    Art. 7 As sesses plenrias sero ordinrias ou extraordinrias. 1 As sesses ordinrias sero realizadas em dias teis, sendo, no mnimo, duas a cada ms, conforme calendrio semestral institudo e publicado na ltima quinzena do semestre anterior. 2 As sesses extraordinrias sero convocadas pelo Presidente do Conselho, de ofcio, com pelo menos cinco dias de antecedncia ou por requerimento da maioria absoluta dos Conselheiros, em pea escrita e fundamentada, com a indicao do tema objeto de deliberao, para se realizar em at quinze dias. 3 As pautas das sesses plenrias expressaro a ordem do dia e sero publicadas no Dirio Oficial da Unio, com pelo menos trs dias de antecedncia, conjuntamente, se houver sesses ordinrias e extraordinrias subsequentes, devendo ser encaminhada aos Conselheiros a documentao pertinente a cada um de seus pontos. 4 Em caso de reconhecida e inadivel necessidade, mediante aprovao da maioria dos Conselheiros presentes, podero ser includos assuntos que no se encontrem inscritos na pauta da sesso. 5 Os processos no julgados permanecero em pauta, observada a ordem de incluso.

    Art. 8 Nas sesses plenrias, o Presidente do Conselho sentar-se- ao centro da mesa; sua direita, sucessivamente, o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o Corregedor Nacional; sua esquerda, o Secretrio-Geral. 1 Os demais Conselheiros, a partir da primeira cadeira da bancada, direita do Presidente, tomaro assento segundo a sua antiguidade, direita e esquerda, alternadamente. 2 O disposto neste artigo aplica-se s comisses, no que couber.Art. 9 De cada sesso plenria ser lavrada ata pelo Secretrio-Geral ou por quem regularmente o substitua, contendo a data da reunio, o registro sucinto dos debates e das deliberaes, os nomes do Presidente, dos Relatores, dos Conselheiros presentes, inclusive dos que firmaram impedimento ou suspeio, e dos advogados ou interessados que tiverem realizado sustentao oral. 1 A ata especificar se as votaes foram por maioria ou por unanimidade, devendo constar o nmero dos votos proferidos e o sentido de cada um deles e, se for o caso, do autor do primeiro voto divergente. 2 O Secretrio-Geral providenciar a juntada da certido de julgamento e dos votos escritos aos autos.

    Art. 10 Sempre que possvel, o Plenrio fixar prazo para o cumprimento de suas decises.

    CAPTULO IIIDA PRESIDNCIA

  • Art. 11 O Conselho ser presidido pelo Procurador-Geral da Repblica.

    Art. 12 Alm de outras competncias que lhe sejam conferidas por lei ou por este Regimento, compete ao Presidente do Conselho:I cumprir e fazer cumprir este Regimento;II dar posse aos Conselheiros, ao Secretrio-Geral, aos diretores e aos chefes das unidades administrativas do Conselho;III representar o Conselho;IV convocar e presidir as sesses plenrias;V exercer o poder de polcia nos trabalhos do Conselho, podendo requisitar o auxlio da fora pblica;VI antecipar, prorrogar ou encerrar o expediente nos casos urgentes, dando disto cincia ao Plenrio;VII submeter ao Plenrio as questes de ordem suscitadas;VIII conceder licena aos servidores do Conselho;IX autorizar o pagamento de dirias, passagens, ajuda de custo, transporte e/ou indenizao de despesa, em conformidade com as tabelas aprovadas pelo Conselho e a legislao aplicvel espcie;X aprovar as pautas de julgamento organizadas pelo Secretrio-Geral;XI assinar as atas das sesses plenrias;XII despachar o expediente do Conselho;XIII executar e fazer executar as ordens e as deliberaes do Conselho;XIV decidir as matrias relacionadas com os direitos e deveres dos servidores do Conselho;XV prover, na forma da lei, os cargos do quadro de pessoal do Conselho;XVI prover cargos em comisso e designar servidores para exercer funes de confiana;XVII definir, em ato prprio e especfico, a organizao e a competncia das chefias e rgos internos do Conselho;XVIII zelar pela ordem e disciplina do Conselho, bem como aplicar penalidades aos seus servidores;XIX exonerar servidor do quadro de pessoal do Conselho;XX requisitar membros e servidores do Ministrio Pblico e conferir-lhes atribuies, dando disto conhecimento ao Plenrio;XXI determinar o desconto nos vencimentos e/ou proventos dos servidores do quadro de pessoal do Conselho nos casos previstos em lei;XXII autorizar, homologar, anular e revogar os procedimentos licitatrios, mediante deciso fundamentada;XXIII reconhecer as situaes de dispensa e inexigibilidade de licitao;XXIV celebrar contratos e convnios do Conselho, ouvido o Plenrio nos casos em que os ajustes importarem a realizao de despesas estimadas no limite estabelecido no artigo 22, I e 1 c/c artigo 23, I, c e II, c, da Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993;XXV ordenar as despesas do Conselho, podendo delegar atos especficos ao Secretrio-Geral;XXVI delegar aos demais membros do Conselho e ao Secretrio-Geral a prtica de atos de sua competncia;

  • XXVII apresentar ao Plenrio relatrio circunstanciado dos trabalhos do ano;XXVIII praticar, em caso de urgncia, ato de competncia do Plenrio, submetendo-o a referendo na primeira sesso subsequente;XXIX instaurar e conduzir o processo de perda de mandato de Conselheiro;XXX apreciar liminarmente, antes da distribuio, os requerimentos annimos, sem formulao de pedido ou estranhos competncia do Conselho. 1 A requisio prevista no inciso XX deste artigo, exceo do previsto no artigo 130-A, 3, III, da Constituio Federal, dar-se- com ou sem prejuzo das funes do membro ou servidor no rgo de origem e por perodo de um ano, admitindo prorrogaes sucessivas, desde que observado o prazo mximo de quatro anos. 2 Os membros e os servidores requisitados do Ministrio Pblico conservaro os direitos e as vantagens inerentes ao exerccio de seus cargos ou empregos no rgo de origem.

    Art. 13 Compete ao Presidente, nas sesses plenrias:I dirigir os debates, podendo limitar a durao das intervenes;II considerar o assunto em discusso suficientemente debatido, delimitando os pontos objeto da votao e submetendo-o deliberao do Plenrio;III chamar ordem todo aquele que se comporte de forma inadequada, extrapole o tempo previamente estipulado ou aborde assunto alheio ao objeto de deliberao;IV suspender a sesso quando houver motivo relevante e justificado, fixando a hora em que deva ser reiniciada;V proferir voto.

    Art. 14 Os servios da Secretaria-Geral sero dirigidos pelo Secretrio-Geral, membro de qualquer dos ramos do Ministrio Pblico, auxiliado pelo Secretrio-Geral Adjunto, escolhidos e nomeados pelo Presidente do Conselho.Pargrafo nico. O Secretrio-Geral e seu adjunto exercero suas atividades na sede do Conselho, com dedicao exclusiva.

    CAPTULO IVDA CORREGEDORIA NACIONAL DO MINISTRIO PBLICO

    Art. 15 Os procedimentos que tramitam na Corregedoria Nacional so pblicos, podendo, se for o caso, ter o acesso restrito aos interessados e aos seus procuradores, durante as investigaes, na forma da lei.

    Art. 16 A Corregedoria Nacional disciplinar, por ato prprio, sua organizao, bem como as atribuies e rotinas de trabalho de suas unidades internas, devendo o Conselho facilitar-lhe os recursos materiais e financeiros necessrios.

    Art. 17 O Corregedor Nacional ser eleito entre os membros do Ministrio Pblico que integram o Conselho, para um mandato de dois anos, vedada a reconduo. 1 Proceder-se- eleio pelo voto secreto, na sesso imediatamente posterior vacncia do cargo, sendo eleito o candidato escolhido pela maioria absoluta.

  • 2 No sendo alcanada a maioria absoluta, os dois candidatos mais votados concorrero em segundo escrutnio, proclamando-se vencedor, em caso de empate, o mais antigo no Conselho. 3 O Corregedor Nacional tomar posse imediatamente aps a proclamao do resultado da eleio. 4 O mandato do Corregedor Nacional expirar juntamente com seu mandato de Conse-lheiro. 5 O Corregedor Nacional exercer suas funes em regime de dedicao exclusiva, ficando afastado do rgo do Ministrio Pblico a que pertence.

    Art. 18 Alm de outras competncias que lhe sejam conferidas por lei ou por este Regimento, ao Corregedor Nacional compete:I receber reclamaes e denncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministrio Pblico e dos seus servios auxiliares;II exercer funes executivas do Conselho, de inspeo e correio geral;III requisitar e designar membros do Ministrio Pblico e requisitar servidores de rgos do Ministrio Pblico;IV determinar o processamento das reclamaes que atendam aos requisitos de admissibilidade e arquivar, sumariamente, as annimas ou aquelas manifestamente improcedentes ou desprovidas de elementos mnimos para sua compreenso, dando cincia ao interessado;V propor ao Plenrio a avocao ou a reviso de procedimentos acompanhados por reclamaes disciplinares instauradas na Corregedoria Nacional, quando discordar, respectivamente, do trmite ou das concluses;VI instaurar sindicncia de ofcio ou, quando houver indcios suficientes de materialidade e autoria da infrao, processo administrativo disciplinar, observado o disposto no 2 do artigo 77 deste Regimento;VII realizar, de ofcio ou mediante provocao, inspees e correies para apurao de fatos relacionados aos servios do Ministrio Pblico, em todas as reas de sua atuao, havendo ou no evidncias de irregularidades;VIII elaborar e apresentar ao Plenrio relatrio trimestral sobre as atividades desenvolvidas na Corregedoria Nacional, divulgando relatrio consolidado no final do exerccio;IX executar e fazer executar as ordens e as deliberaes do Conselho sujeitas sua competncia;X expedir recomendaes orientadoras, no vinculativas, destinadas ao aperfeioamento das atividades dos membros, rgos e servios auxiliares do Ministrio Pblico, em processos e procedimentos que tramitem na Corregedoria Nacional;XI requisitar das autoridades fiscais, monetrias, judicirias e outras, informaes, exames, percias ou documentos, sigilosos ou no, imprescindveis ao esclarecimento de processos ou procedimentos submetidos sua apreciao;XII manter contato, no que diz respeito s matrias de sua competncia, com as corregedorias e demais rgos das unidades do Ministrio Pblico, bem como com autoridades judicirias ou administrativas;

  • XIII promover e participar de reunies peridicas com os rgos e os membros do Ministrio Pblico envolvidos na atividade correcional para fins de estudo, acompanhamento e apresentao de sugestes;XIV realizar a coleta de dados necessrios ao bom desempenho das atividades administrativas, correcionais e disciplinares da Corregedoria Nacional e dos rgos do Ministrio Pblico, podendo constituir e manter bancos de dados, disponibilizando seus resultados aos rgos do Conselho ou a quem couber o seu conhecimento, respeitado o sigilo legal;XV indicar nomes ao Presidente do Conselho, para provimento de cargo em comisso e designao de servidores para o exerccio de funo de confiana, no mbito da Corregedoria Nacional;XVI delegar aos demais Conselheiros, membros auxiliares ou servidores expressamente indicados, atribuies para a prtica de procedimentos especficos.

    CAPTULO VDOS CONSELHEIROS

    Art. 19 O Conselheiro nomeado pelo Presidente da Repblica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para cumprir mandato de dois anos, admitida uma reconduo.

    Art. 20 At cento e vinte dias antes do trmino do mandato ou imediatamente aps a vacncia do cargo de Conselheiro, o Presidente do Conselho oficiar aos rgos legitimados, solicitando indicao nos termos do artigo 130-A, da Constituio Federal.

    Art. 21 Os Conselheiros tomam posse formalmente perante o Presidente do Conselho, com a assinatura do termo respectivo. 1 O prazo para a posse de trinta dias contados da nomeao, prorrogvel uma vez por igual perodo, por motivo justificado. 2 Em caso de reconduo, a assinatura do termo de compromisso dispensa a formalidade da posse, mantendo o Conselheiro sua antiguidade, independentemente da data da nova investidura.

    Art. 22 O Conselheiro tem os seguintes deveres:I participar das sesses plenrias para as quais for regularmente convocado;II declarar impedimentos, suspeies ou incompatibilidades que lhe afete;III despachar, nos prazos legais, as peties e expedientes que lhe forem dirigidos;IV elaborar e assinar as decises tomadas pelo Conselho nas quais tiver atuado como Relator;V desempenhar as funes prprias do cargo ou que lhe forem cometidas pelo Plenrio. 1 O Conselheiro membro do Ministrio Pblico ou magistrado estar sujeito s regras de impedimentos, suspeies e incompatibilidades que regem as respectivas carreiras. 2 Os demais Conselheiros tero as mesmas prerrogativas, deveres, impedimentos, suspeies e incompatibilidades que regem a carreira do Ministrio Pblico, no que couber,

  • salvo quanto vedao do exerccio da advocacia, que ser regulada pelo disposto na Lei n 8.906, de 4 de julho de 1994. 3 Ao Conselheiro vedado o exerccio da advocacia perante o Conselho nos dois anos subsequentes ao trmino do seu mandato.

    Art. 23 O Conselheiro tem os seguintes direitos:I ter assento e voto nas sesses plenrias e das comisses para as quais haja sido regularmente designado, e voz em todas as reunies do Conselho ou de seus rgos colegiados;II registrar em ata o sentido de seus votos ou opinies manifestados durante as sesses plenrias ou das comisses para as quais tenha sido designado, fazendo juntar seus votos, se entender conveniente;III eleger e ser eleito integrante de comisses institudas pelo Plenrio;IV apresentar projetos, propostas ou estudos sobre matrias de competncia do Conselho ou subscrever proposta apresentada pela Comisso a que pertena ou por outro Conselheiro;V requisitar de quaisquer rgos do Ministrio Pblico ou do Conselho as informaes e documentos que considere teis para o exerccio de suas funes;VI propor Presidncia do Conselho a constituio de grupos de trabalho ou comisses necessrios elaborao de estudos, propostas e projetos a serem apresentados ao Plenrio;VII desempenhar a funo de Relator nos processos que lhe forem distribudos;VIII requerer a incluso, na ordem dos trabalhos, de assunto que considere sujeito deliberao do Plenrio ou das comisses e propor ao Presidente do Conselho a realizao de sesses extraordinrias;IX propor o convite a especialistas, representantes de entidades ou autoridades para prestarem os esclarecimentos que o Conselho entenda necessrios;X gozar das licenas, frias e afastamentos concedidos pelos rgos de origem e as deferidas pelo Plenrio;XI ter vista de processos, observada a regra do artigo 59 deste Regimento;XII indicar ao Presidente do Conselho os nomes dos servidores a serem nomeados para os cargos em comisso e as funes de confiana que a lei reserve sua assessoria;XIII propor ao Plenrio a reviso do feito arquivado por deciso monocrtica.Pargrafo nico. Aprovada a proposta de que trata o inciso XIII deste artigo, o Plenrio designar o Conselheiro revisor, observada a posterior compensao, que apresentar suas concluses na sesso subsequente.

    Art. 24 Os membros do Conselho Nacional do Ministrio Pblico sero substitudos, em seus eventuais impedimentos ou ausncias:I o Presidente do Conselho, pelo Vice-Procurador-Geral da Repblica e, em caso de ausncias ou impedimentos de ambos, pelo Corregedor Nacional do Ministrio Pblico;II o Corregedor Nacional, pelo representante do Ministrio Pblico mais antigo;III o Presidente de Comisso, pelo mais antigo entre seus membros;IV o Relator, observado, sempre que possvel, o disposto nos artigos 38 a 40 deste Regimento, pelo Conselheiro:a) imediato em antiguidade, entre os Conselheiros do Plenrio ou da Comisso que integre, conforme o caso, quando se tratar de deliberao sobre medida urgente;

  • b) autor do primeiro voto divergente, quando vencido no julgamento, para fins de redao do acrdo;c) nomeado para a vaga que ocupava, em caso de vacncia do cargo. 1 A substituio prevista nos incisos I, II e III deste artigo dar-se- tambm em caso de vacncia, at o provimento dos respectivos cargos. 2 Nos casos de impedimento, suspeio ou afastamento do Relator por perodo superior a trinta dias, os processos sero redistribudos.

    Art. 25 A antiguidade do Conselheiro, para todos os fins regimentais, ser apurada observada a data da respectiva posse no Conselho e a ordem de composio constitucional do rgo, adotando-se, quanto aos membros do Ministrio Pblico e da magistratura, a antiguidade na carreira e, quanto aos membros da advocacia, a inscrio na Ordem dos Advogados do Brasil.Pargrafo nico. Aplica-se a regra prevista no caput, primeira parte, ainda que tenha havido interrupo no exerccio do cargo, nos casos de reconduo.

    Art. 26 A licena de Conselheiro ser requerida com a indicao do perodo, comeando a correr do dia em que passar a ser usufruda.Pargrafo nico. O Conselheiro licenciado no poder exercer suas funes no Conselho, mas poder reassumir o cargo a qualquer tempo, salvo contraindicao mdica, entendendo-se que renunciou ao restante do prazo.

    Art. 27 A renncia ao cargo de Conselheiro dever ser apresentada por escrito ao Presidente do Conselho, que a comunicar ao Plenrio na primeira reunio que se seguir, informando, inclusive, as providncias adotadas para o preenchimento da vaga.

    Art. 28 Ao membro do Ministrio Pblico, durante o exerccio do mandato, vedado:I integrar lista para Procurador-Geral, promoo por merecimento ou preenchimento de vaga na composio de tribunal;II exercer cargo ou funo de chefia, direo ou assessoramento na instituio a que pertena;III integrar o Conselho Superior ou exercer a funo de Corregedor;IV exercer cargo de direo em entidade de classe.

    Art. 29 O Conselheiro perder o mandato em razo de:I condenao, pelo Senado Federal, por crime de responsabilidade;II condenao judicial, por sentena transitada em julgado, nas infraes penais comuns;III alterao na condio que legitimou sua indicao ao cargo ou supervenincia de incapacidade civil. 1 O procedimento para perda do mandato ser conduzido pelo Presidente do Conselho, que ouvir o Conselheiro interessado, no prazo de quinze dias. 2 Declarada a perda do mandato por voto de trs quintos dos membros do Conselho, comunicar-se- a deciso aos Presidentes da Repblica e do Senado Federal e ao rgo legitimado para a nova indicao, nos termos do artigo 130-A, da Constituio Federal.

  • CAPTULO VIDAS COMISSES

    Art. 30 O Conselho poder criar comisses permanentes ou temporrias, compostas por seus membros, para o estudo de temas e de atividades especficas, relacionados s suas reas de atuao. 1 As comisses permanentes sero compostas por, no mnimo, trs Conselheiros, sendo um deles no integrante do Ministrio Pblico, assegurada, sempre que possvel, a representao proporcional dos rgos legitimados pelo artigo 130-A, da Constituio Federal. 2 As comisses temporrias sero constitudas na forma e com as atribuies previstas no ato de que resultar a sua criao e tero suas atividades encerradas ao fim do prazo estabelecido ou to logo atinjam o fim a que se destinam.

    Art. 31 So comisses permanentes do Conselho:I Comisso de Controle Administrativo e Financeiro;II Comisso da Infncia e Juventude;III Comisso de Preservao da Autonomia do Ministrio Pblico;IV Comisso do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurana Pblica;V Comisso de Planejamento Estratgico;VI Comisso de Acompanhamento Legislativo e Jurisprudncia;VII Comisso de Defesa dos Direitos Fundamentais.

    Art. 32 Os presidentes das comisses sero eleitos pelo voto da maioria do Plenrio, na sesso imediatamente posterior vacncia do cargo, para mandato de um ano ou, no caso de comisso temporria, at o encerramento de suas atividades. 1 No caso de substituio de membro de comisso, o substituto a integrar pelo tempo restante do seu mandato ou at o encerramento das atividades da comisso temporria. 2 As comisses podero propor ao Presidente do Conselho a contratao de assessorias e auditorias, bem como a celebrao de convnios com universidades ou outras instituies. 3 As comisses, no mbito especfico de suas competncias, podero indicar membros e servidores do Ministrio Pblico, observado o disposto no artigo 12, XX e 1 e 2, deste Regimento, para auxiliar nos trabalhos que lhe so afetos. 4 Cada comisso comunicar as matrias e as proposies aprovadas em seu mbito ao Presidente do Conselho, que providenciar a incluso da matria na ordem do dia do Plenrio.

    CAPTULO VIIDA OUVIDORIA NACIONAL

    Art. 33 A Ouvidoria Nacional o rgo de comunicao direta e simplificada entre o Conselho Nacional do Ministrio Pblico e a sociedade e tem por objetivo principal o aperfeioamento e o esclarecimento, aos cidados, das atividades realizadas pelo Conselho e pelo Ministrio Pblico.

  • 1 O Ouvidor ser eleito entre os membros do Conselho, em votao secreta, na sesso imediatamente posterior vacncia do cargo, para mandato de um ano, vedada a reconduo, e tomar posse imediatamente aps a eleio. 2 A estrutura e o funcionamento da Ouvidoria Nacional sero regulamentados por ato do Plenrio. 3 A Ouvidoria Nacional, no mbito especfico de suas competncias, poder indicar membros e servidores do Ministrio Pblico, observado o disposto no artigo 12, XX e 1 e 2, deste Regimento, para auxiliar nos trabalhos que lhe so afetos.

    Art. 34 Compete Ouvidoria Nacional:I receber, examinar, encaminhar, responder e arquivar crticas, comentrios, elogios, sugestes e quaisquer expedientes que lhe sejam dirigidos acerca das atividades desenvolvidas pelo Conselho;II promover a integrao das ouvidorias do Ministrio Pblico, com vistas implementao de sistema nacional que viabilize a consolidao das principais demandas e informaes colhidas, de forma a permitir a formulao de estratgias nacionais relacionadas ao atendimento ao pblico e ao aperfeioamento da instituio;III manter registro atualizado da documentao relativa s suas atribuies, preferencialmente em meio eletrnico;IV apresentar, semestralmente, dados estatsticos sobre os atendimentos realizados, objetivando o aprimoramento dos servios;V divulgar sociedade, permanentemente, seu papel institucional;VI funcionar, no mbito do Conselho, como unidade responsvel pelo Servio de Informao do Cidado SIC, para os efeitos da Lei n 12.527, de 18 de novembro de 2011, e de recebimento peridico de informao das decises proferidas pelas unidades do Ministrio Pblico que, em grau de recurso, negarem acesso a informaes.Pargrafo nico. A Ouvidoria Nacional no processar demandas relacionadas s unidades do Ministrio Pblico, de forma a preservar suas competncias, as atribuies de suas Ouvidorias e do prprio Conselho.

    Art. 35 A Ouvidoria Nacional no processar solicitaes annimas, mas poder resguardar a identidade do solicitante, caso haja fundada circunstncia que justifique esta medida.

    LIVRO IIDO PROCESSO

    TTULO IDISPOSIES GERAIS

    CAPTULO IDO REGISTRO E CLASSIFICAO

    Art. 36 As peties, documentos e processos recebidos ou instaurados de ofcio sero protocolados, registrados e autuados imediatamente, na ordem de recebimento, podendo a juntada e a digitalizao ser realizadas em at trs dias teis. 1 As peties, representaes ou notcias devero ser acompanhadas da qualificao do autor, mediante a informao de seu nome completo e a apresentao de cpia dos

  • documentos de identidade, inscrio no Cadastro das Pessoas Fsicas CPF ou no Cadastro Nacional das Pessoas Jurdicas CNPJ e comprovante de endereo, sob pena de no serem conhecidas pelo Relator. 2 Se a petio apresentada por procurador no estiver acompanhada do instrumento de mandato, do qual constem poderes especiais para essa finalidade, o Relator marcar prazo razovel para ser sanado o defeito, sob pena de arquivamento. 3 Nos casos dos pargrafos 1 e 2 deste artigo, se a gravidade ou a relevncia dos fatos noticiados exigirem apurao, o Relator, mediante despacho fundamentado, considerar suprida a ausncia de qualificao ou o defeito de representao e dar prosseguimento ao feito, passando a constar o Conselho como autor. 4 Se o requerimento inicial contiver cumulao de pedidos que no guardem pertinncia temtica, o requerente ser intimado para, no prazo de quinze dias, individualizar em peas autnomas cada uma das pretenses deduzidas, sob pena de arquivamento. 5 Os requerimentos, pedidos ou documentos relativos aos processos em andamento, mas recebidos diretamente nos Gabinetes, sero encaminhados Secretaria do Conselho para protocolo e registro nos sistemas de acompanhamento processual. 6 As peties e documentos podero ser apresentados por meio eletrnico ou por fac-smile, devendo ser os originais encaminhados ao Conselho no prazo de cinco dias, sob pena de no serem conhecidos, salvo se a autenticidade puder ser de pronto reconhecida ou admitida pelo setor tcnico da Secretaria do Conselho. 7 Ato da Presidncia do Conselho, ratificado pelo Plenrio, poder regulamentar as hipteses e condies do peticionamento obrigatrio com o uso de ferramentas de tecnologia da informao, com vistas implementao plena do processo eletrnico. 8 O Conselho manter, em seu stio eletrnico na internet, relao atualizada dos processos em tramitao, da qual constem a natureza do feito, seu nmero de ordem e o nome das partes, salvo o dos autores, quando for deferido o sigilo.

    Art. 37 O registro e a autuao far-se-o em numerao contnua e seriada, observadas as seguintes classes processuais:I Inspeo;II Correio;III Reclamao Disciplinar;IV Sindicncia;V Representao por Inrcia ou Excesso de Prazo;VI Processo Administrativo Disciplinar;VII Avocao;VIII Reviso de Processo Disciplinar;IX Reclamao para Preservao da Autonomia do Ministrio Pblico;X Reclamao para Preservao da Competncia e da Autoridade das Decises do Conselho;XI Procedimento de Controle Administrativo;XII Arguio de Impedimento ou Suspeio;XIII Restaurao de Autos;XIV Pedido de Providncias;XV Remoo por Interesse Pblico;

  • XVI Proposio;XVII Reviso de Deciso do Conselho;XVIII Procedimento Avocado;XIX Consulta;XX Acompanhamento de Cumprimento de Deciso;XXI Procedimento Interno de Comisso;XXII Nota Tcnica;XXIII Anteprojeto de Lei. 1 Sero autuados como:I Procedimento Avocado, os autos oriundos de pedidos de avocao procedentes, devendo o registro indicar seu tipo e origem;II Consulta, as dvidas suscitadas, presentes o interesse e a repercusso gerais, sobre a aplicao de dispositivos legais e regimentais concernentes matria de competncia do Conselho, observado o disposto no artigo 5, XVIII e 1 e 2 deste Regimento;III Acompanhamento de Cumprimento de Deciso, as deliberaes do Conselho que contenham determinaes;IV Procedimento Interno de Comisso, os documentos destinados a estudo, manifestao ou desenvolvimento de atividades especficas relacionadas s competncias das comisses do Conselho;V Nota Tcnica, a solicitao de manifestao do entendimento do Conselho em determinado assunto ou documento, para divulgao pblica ou encaminhamento a rgo da administrao;VI Anteprojeto de Lei, os anteprojetos de lei encaminhados ao Conselho, para manifestao. 2 Na reautuao de processos mudar-se- a classe, mantendo-se a numerao e indicando-se a classe do processo originrio. 3 Ato do Presidente do Conselho regulamentar a distribuio e o trmite dos processos registrados nas classes processuais no disciplinadas neste Regimento.

    CAPTULO IIDA DISTRIBUIO

    Art. 38 A distribuio de processos ser realizada imediatamente pela Secretaria-Geral, entre todos os Conselheiros, por meio de sorteio eletrnico em sesso pblica, com excluso do Presidente do Conselho e do Corregedor Nacional, observada a ordem de autuao. 1 O sorteio incluir os Conselheiros ausentes ou licenciados por at trinta dias, ressalvadas as medidas urgentes, que necessitem de soluo inadivel. 2 Concludo o sorteio, os autos sero imediatamente conclusos ao Relator, com ele permanecendo mesmo durante os afastamentos temporrios. 3 A distribuio no realizada a Conselheiro ausente ou licenciado por prazo superior a trinta dias ser compensada quando do trmino da licena ou ausncia, salvo se o Plenrio dispensar a compensao. 4 No ser distribuda a reclamao disciplinar, cuja tramitao iniciar-se- na Corregedoria Nacional.

  • 5 O exerccio do cargo de Presidente de Comisso no exclui o Conselheiro da distribuio de processos.

    Art. 39 Na data de encerramento do mandato, o Conselheiro devolver os processos Secretaria-Geral, que os redistribuir ao Conselheiro sucessor. 1 Em caso de vacncia de mais de um cargo de Conselheiro, os processos remanescentes sero distribudos igualmente entre os novos Conselheiros. 2 Se a vacncia durar mais de trinta dias, os processos remanescentes sero distribudos entre todos os Conselheiros, mediante posterior compensao de feitos para os Conselheiros que ingressarem. 3 O Conselheiro reconduzido manter sob sua Relatoria os processos que lhe tenham sido distribudos no exerccio do mandato anterior. 4 Aps a distribuio aos Conselheiros sucessores e a contagem residual dos processos sob Relatoria dos Conselheiros reconduzidos, bem como daqueles cujo mandato no tenha se encerrado, a contagem de distribuio do sistema eletrnico ser reduzida a zero.

    Art. 40 Havendo conexo ou continncia, considera-se prevento, para todos os feitos supervenientes, o Relator a quem foi distribudo o primeiro, operando-se a distribuio por preveno tambm no caso de sucesso do Relator original. 1 Ser compensada a distribuio realizada por preveno. 2 A preveno cessa com o trnsito em julgado da deciso monocrtica ou colegiada, exceto quanto ao acompanhamento de sua execuo, com vistas a garantir a efetividade das decises do Conselho, nos termos dos artigos 64 a 66, deste Regimento.

    CAPTULO IIIDA COMUNICAO DOS ATOS

    Art. 41 As partes e demais interessados sero intimados dos atos processuais por meio de publicao do ato no Dirio Oficial da Unio ou no stio oficial do Conselho. 1 A juzo do Relator, alm da forma prevista no caput deste artigo, a intimao poder ser:I por carta registrada, com aviso de recebimento;II pessoalmente, por servidor designado;III por correio eletrnico ou fac-smile, na forma dos 2 e 4 deste artigo;IV por edital publicado no Dirio Oficial da Unio. 2 No processo originado por requerimento eletrnico, as intimaes sero preferencialmente realizadas na forma do inciso III. 3 A parte ou interessado poder solicitar sejam as intimaes enviadas para o endereo eletrnico ou nmero de fac-smile que espontaneamente informar, ou que utilizar para remeter documento ao Conselho, casos em que no poder alegar ausncia de comunicao. 4 A intimao por meio do stio oficial, correio eletrnico ou fac-smile dever ser impressa, certificada e juntada aos autos, mediante termo do qual conste dia, hora e endereo, nos casos de publicao no stio ou envio de correio eletrnico, ou relatrio de transmisso contendo o nmero do telefone e o nome da pessoa que confirmou a legibilidade dos documentos recebidos, no caso de fac-smile.

  • 5 Nos feitos de que possa resultar aplicao de sano disciplinar, as intimaes do requerido sero realizadas na forma do inciso II, do 1 deste artigo, ou na forma do inciso IV do mesmo pargrafo, se no encontrado. 6 Presumem-se vlidas as intimaes dirigidas ao endereo residencial ou profissional declinado na inicial, cabendo s partes manter atualizados os respectivos endereos. 7 Quando o membro ou servidor do Ministrio Pblico a ser intimado na forma do inciso II do 1 deste artigo tiver domiclio fora do Distrito Federal, os mandados de intimao pessoal sero encaminhados chefia correspondente, que lhes dar cumprimento. 8 Ato da Secretaria-Geral disciplinar a elaborao, a expedio e o controle da entrega das intimaes.

    CAPTULO IVDOS PRAZOS

    Art. 42 Os prazos sero computados excluindo o dia do comeo e incluindo o do vencimento. 1 Considera-se prorrogado o prazo at o primeiro dia til subsequente, se o vencimento se der em fim de semana, feriado ou dia sem expediente no Conselho. 2 Os prazos comeam a contar:I da publicao na imprensa oficial ou no stio oficial do Conselho;II da juntada aos autos do aviso de recebimento;III da juntada aos autos do mandado cumprido;IV da data do envio da comunicao, nos casos do artigo 41, III, deste Regimento;V da data do recebimento da solicitao ou requisio de informaes e documentos. 3 Feita a intimao mediante mais de uma das modalidades previstas no artigo 41 deste Regimento, iniciar-se- a contagem do prazo na forma prevista para a ltima delas.

    TTULO IIDA COMPETNCIA DO RELATOR

    Art. 43 Compete ao Relator:I dirigir, ordenar e instruir o processo, podendo realizar atos e diligncias necessrios, bem como fixar prazos para os respectivos atendimentos;II conceder vista dos autos aos interessados, observadas as hipteses de sigilo;III submeter ao Plenrio, Comisso ou Presidncia, conforme a competncia, quaisquer questes de ordem para o bom andamento do processo;IV decidir os incidentes que no dependerem de pronunciamento do Plenrio, bem como fazer executar as diligncias necessrias ao julgamento do processo;V requisitar, se necessrio, os autos originais dos processos submetidos a seu exame em traslados, cpias ou certides, assim como os feitos que com eles tenham conexo ou dependncia, desde que j findos;VI lavrar o acrdo, com a respectiva ementa;VII manifestar-se sobre prescrio, decadncia e intempestividade dos feitos que lhe forem distribudos, para deciso pelo Plenrio;

  • VIII conceder medida liminar ou cautelar, presentes relevantes fundamentos jurdicos e fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao;IX sem prejuzo da competncia do Plenrio, decidir monocraticamente quando:a) no estiverem atendidos os requisitos estabelecidos nos pargrafos do artigo 36 deste Regimento;b) concluir por manifesta improcedncia, falta de interesse, perda de objeto ou impossibilidade jurdica do pedido ou ainda reconhecer a litispendncia ou coisa julgada;c) o pedido no se enquadrar na competncia do Conselho ou no contiver providncia a ser adotada;d) o pedido estiver em manifesto confronto com as resolues e os enunciados do Conselho ou com a smula do Supremo Tribunal Federal;e) manifesta a prescrio.X propor conciliao s partes em litgio, podendo reduzir a termo o acordo, que ser submetido ao Plenrio, para homologao;XI decidir o pedido de sigilo do procedimento, nas hipteses previstas neste Regimento, comunicando a deciso ao requerente;XII requisitar das autoridades fiscais, monetrias, judicirias e outras, informaes, exames, percias ou documentos, sigilosos ou no, imprescindveis ao esclarecimento de processos ou procedimentos submetidos sua apreciao;XIII praticar os demais atos de sua competncia, bem como os que lhe sejam facultados por lei e pelo Regimento ou delegados pelo Presidente do Conselho. 1 O Relator poder delegar a membro auxiliar a realizao de atos instrutrios. 2 As decises monocrticas de arquivamento sero comunicadas por escrito ao Plenrio, na primeira sesso subsequente, pelo Secretrio-Geral. 3 Na hiptese do inciso VIII deste artigo, o Relator poder, a seu critrio, submeter a deciso ao referendo do Plenrio. 4 No caso do inciso XI, se a deciso for denegatria, a comunicao do ato dever indagar do requerente o interesse na continuidade do procedimento. 5 O Relator, mediante deciso fundamentada, poder determinar o sigilo da realizao de determinados atos instrutrios, permitindo somente a presena das partes e de seus advogados, ou apenas destes, desde que tal medida no prejudique o interesse pblico. 6 Da deciso que concede ou denega sigilo ao feito cabe recurso, no prazo e na forma preconizados nos artigos 153 a 155 deste Regimento. 7 O Relator poder propor ao Plenrio a correo da deciso, quando constatar a existncia de erro material.

    TTULO IIIDAS PROVASCAPTULO I

    DOS DOCUMENTOS E INFORMAES

    Art. 44 As provas requeridas devem estar vinculadas aos fundamentos do pedido, podendo ser motivadamente indeferidas, se consideradas protelatrias ou desnecessrias.

  • Art. 45 Se o reclamante no puder desde logo instruir suas alegaes por impedimento ou demora em obter certides ou cpias autenticadas de peas junto aos rgos do Ministrio Pblico, o Corregedor Nacional ou o Relator conceder-lhe- prazo para esse fim ou as requisitar diretamente, quando necessrio comprovao dos fatos ou quando, justificadamente, o reclamante solicitar.

    Art. 46 O interessado poder ser intimado a falar sobre documento juntado aps sua ltima interveno no processo.

    CAPTULO IIDOS DEPOIMENTOS

    Art. 47 Os depoimentos sero reduzidos a termo e assinados por quem presidir o ato, pelo depoente, pela parte e pelos advogados presentes. 1 Quando gravados, os depoimentos sero, se necessrio, degravados e, depois da certificao de sua autenticidade pelo Secretrio-Geral, permanecero disposio das partes, observado o sigilo, se for o caso. 2 Aplica-se o disposto neste artigo ao interrogatrio dos acusados em processos administrativos disciplinares, sendo, neste caso, obrigatria a presena de defesa constituda ou dativa.

    CAPTULO IIIDAS AUDINCIAS

    Art. 48 As audincias para instruo dos feitos sero realizadas em local, dia e hora designados pelo Relator ou pela autoridade que presidir o ato. 1 A abertura e o encerramento da audincia sero apregoados pelo servidor designado para secretariar os trabalhos. 2 Nas hipteses previstas em lei e naquelas em que a preservao do direito intimidade assim o recomendar, as audincias podero ser realizadas em carter reservado, com a presena apenas dos Conselheiros, no caso de a competncia ser do Plenrio, ou do Relator, do secretrio designado, das partes e de seus advogados.

    Art. 49 O secretrio lavrar a ata, na qual registrar o nome da autoridade que houver presidido o ato, das partes e de seus respectivos advogados, se presentes, e, ainda, os requerimentos verbais eventualmente apresentados e todos os outros atos e ocorrncias.

    Art. 50 exceo dos advogados, os presentes audincia no podero retirar-se da sala sem a permisso da autoridade que a presidir.

    TTULO IVDAS SESSESCAPTULO I

    DAS DISPOSIES GERAIS

  • Art. 51 Todas as sesses do Conselho sero pblicas.

    Art. 52 Nas sesses do Plenrio e das Comisses observar-se- a seguinte ordem:I verificao do nmero de Conselheiros;II discusso e aprovao da ata da sesso anterior;III apreciao da pauta na ordem em que houver sido publicada.

    Art. 53 Tero preferncia de julgamento os feitos disciplinares. 1 Em caso de relevncia ou urgncia, o Relator poder solicitar preferncia para o julgamento. 2 O Presidente tambm poder dar preferncia aos julgamentos nos quais as partes pretendam produzir sustentao oral.

    Art. 54 Aps a apresentao de relatrio e voto pelo Relator, e havendo pedido de sustentao oral, o Presidente dar a palavra, sucessivamente, ao requerente ou recorrente e ao requerido ou recorrido. 1 As inscries para sustentao oral sero realizadas no stio eletrnico do Conselho, desde a publicao da pauta at dezenove horas da vspera da sesso, ficando condicionado o deferimento da preferncia presena do solicitante no momento do prego. 2 A sustentao oral ter o prazo de at dez minutos. 3 Havendo interessados com pretenses convergentes, o prazo ser de vinte minutos, divididos igualmente entre os do mesmo grupo, se no o convencionarem diversamente. 4 No ser admitida sustentao oral no julgamento de Embargos de Declarao.

    Art. 55 Podero ocupar a tribuna, pelo prazo de dez minutos, autoridades, tcnicos ou peritos que, a critrio do Presidente, possam contribuir para o julgamento do caso com o esclarecimento de questes de fato. 1 Os Procuradores-Gerais e os presidentes das entidades representativas dos membros e servidores do Ministrio Pblico, assim comprovados, podero usar da palavra, uma nica vez, por at dez minutos, antes da votao dos temas de interesse direto e coletivo dos segmentos representados. 2 Havendo mais de uma inscrio por segmento representado, o prazo ser de vinte minutos, comum a todos os inscritos.

    Art. 56 Durante os debates, cada Conselheiro poder falar tantas vezes quantas forem necessrias ao esclarecimento do assunto em discusso ou, em regime de votao, para explicar a modificao do voto.

    Art. 57 Questes preliminares podero ser suscitadas durante o julgamento por qualquer Conselheiro, podendo as partes usar da palavra exclusivamente para esclarecimento de matria de fato, pelo prazo regimental. 1 As questes preliminares sero julgadas antes do mrito, dele no se conhecendo se incompatvel com a deciso proferida.

  • 2 Rejeitada a preliminar, ou se a deciso for compatvel com a apreciao do mrito, seguir-se-o a discusso e o julgamento da matria principal.

    Art. 58 O julgamento, uma vez iniciado, ser concludo na mesma sesso, salvo se for convertido em diligncia ou houver pedido de vista. 1 O julgamento poder ser convertido em diligncia, quando essencial ao deslinde da causa. 2 Se a converso em diligncia decorrer de questo preliminar suscitada e votada pelo Plenrio, o Relator do processo conduzir a providncia a ser adotada, ainda que tenha sido vencido nessa votao, submetendo o feito a ulterior julgamento. 3 Caso a converso em diligncia tenha sido decidida durante os debates em torno do mrito, e desde que tenha sido vencido o Relator, ser o processo redistribudo ao Conselheiro que houver inaugurado a divergncia, cabendo a este conduzir a diligncia e submeter o feito a ulterior julgamento.

    Art. 59 O pedido de vista ser deferido uma nica vez, de forma coletiva e extensiva a todos os Conselheiros que manifestarem interesse, sendo-lhes encaminhada reproduo digitalizada dos autos, permanecendo os originais na Secretaria do Conselho.Pargrafo nico. Apresentado ou no voto-vista, o Presidente dar prosseguimento ao julgamento na sesso seguinte, desde que presente o Relator, quando o feito ter preferncia.

    Art. 60 Concludos os debates orais, o Presidente tomar o voto dos demais Conselheiros, na ordem da precedncia prevista no 1 do artigo 8, deste Regimento. 1 Os Conselheiros podero antecipar o voto, bem como alterar o voto antecipado. 2 O voto antecipado dos Conselheiros sucedidos no poder ser modificado. 3 Encerrada a votao, o Presidente proclamar a deciso. 4 Vencido o Relator na questo principal do processo submetido a julgamento, ser designado para lavrar o acrdo o Conselheiro que houver proferido o primeiro voto vencedor. 5 O Corregedor Nacional votar em todos os feitos, inclusive nos processos administrativos disciplinares.

    Art. 61 Ao reiniciar-se o julgamento, sero computados os votos j proferidos pelos Conselheiros, ainda que no compaream ou hajam deixado o exerccio do cargo.Pargrafo nico. No participaro do julgamento os Conselheiros que no tenham assistido ao relatrio ou aos debates, salvo quando se derem por esclarecidos.

    Art. 62 Salvo disposio regimental em contrrio, as deliberaes do Plenrio e das Comisses sero tomadas pela maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. 1 No ser permitida a absteno de Conselheiro nos julgamentos. 2 No caso de empate na votao, sero:I declarados improcedentes os seguintes feitos:a Representao por Inrcia ou Excesso de Prazo;

  • b Avocao;c Reclamao para Preservao da Autonomia do Ministrio Pblico;d Reclamao para Preservao da Competncia e da Autoridade das Decises do Conselho;e Procedimento de Controle Administrativo;f Pedido de Providncias;II rejeitadas as arguies de impedimento ou suspeio;III improvidos os recursos internos.

    Art. 63 A aplicao de sano disciplinar ser decidida por maioria absoluta.Pargrafo nico. Decidida a aplicao de sano disciplinar e havendo divergncia quanto pena, sem que se tenha formado maioria absoluta por uma delas, proceder-se- votao sucessiva das penas propostas, em ordem decrescente de gravidade.

    CAPTULO IIDA EFETIVIDADE DOS ATOS E DECISES

    Art. 64 A Presidncia, por meio da Secretaria-Geral ou, facultativamente, o Relator, acompanhar o cumprimento das decises do Plenrio, devendo a Corregedoria Nacional acompanhar o cumprimento de suas decises.Pargrafo nico. Os atos normativos que contenham determinao ensejaro, aps sua publicao e por determinao do Relator no voto que os aprovar, a abertura de procedimento nico de acompanhamento pelo Secretrio-Geral, abrangendo todo Ministrio Pblico.

    Art. 65 Comprovada a resistncia ao cumprimento de ato ou deciso do Conselho, por mais de noventa dias alm do prazo estabelecido, a Secretaria-Geral certificar o ocorrido, extrair cpias dos documentos de acompanhamento e as enviar Secretaria Processual para autuao e distribuio. 1 Caso o ato ou deciso no estabelea prazo para seu cumprimento, este ser de trinta dias aps o trnsito em julgado, podendo ser prorrogado, motivadamente, pelo Relator, que comunicar ao Plenrio a prorrogao. 2 O Plenrio, por sugesto do Relator ou do Corregedor Nacional, ou ainda por reclamao de interessado, adotar as providncias necessrias imediata efetivao da deciso, sem prejuzo da instaurao do procedimento disciplinar contra a autoridade recalcitrante e, quando for o caso, do envio de cpias ao Ministrio Pblico competente para a adoo das providncias cabveis.

    Art. 66 O Conselho determinar autoridade recalcitrante, sob as cominaes do disposto no artigo 65 deste Regimento, o imediato cumprimento do ato ou deciso, quando impugnado perante outro juzo que no o Supremo Tribunal Federal.

    TTULO VDOS DIVERSOS TIPOS DE PROCESSOS

    CAPTULO I

  • DA INSPEO E DA CORREIO

    Art. 67 A Corregedoria Nacional poder realizar inspees para verificao do eficiente funcionamento dos servios do Ministrio Pblico, em todas as suas reas de atividade, havendo ou no evidncias de irregularidades, sem prejuzo da atuao das Corregedorias-Gerais do Ministrio Pblico. 1 O Corregedor Nacional apresentar ao Plenrio do Conselho, no incio de cada semestre, o calendrio de inspees ordinrias a serem realizadas. 2 Sem prejuzo do disposto no 1 deste artigo, as inspees podero ser realizadas a qualquer tempo, por iniciativa da Corregedoria Nacional ou por deliberao do Plenrio. 3 Mediante deciso fundamentada, as inspees podero ser realizadas independentemente de comunicao prvia, com ou sem a presena das autoridades responsveis pelos rgos inspecionados, podendo ser colhidas, individualmente ou em audincia pblica previamente convocada, manifestaes de interessados e autoridades, que podero prestar esclarecimentos e protocolar documentos que reputem relevantes. 4 A audincia pblica ser presidida pelo Corregedor Nacional ou Conselheiro ou membro auxiliar designado, a quem caber manter a ordem dos trabalhos.

    Art. 68 A Corregedoria Nacional realizar inspees ordinrias nas Corregedorias-Gerais das unidades do Ministrio Pblico da Unio e dos estados, para verificao do funcionamento e regularidade das atividades desenvolvidas. 1 O Corregedor Nacional apresentar ao Plenrio do Conselho o calendrio anual de inspees ordinrias nas Corregedorias-Gerais. 2 O Corregedor Nacional comunicar ao chefe da unidade ministerial e ao seu Corregedor-Geral, com antecedncia mnima de trinta dias, o dia e a hora que se iniciar a inspeo ordinria, fazendo publicar edital. 3 Das inspees realizadas nas Corregedorias-Gerais ser elaborado relatrio a ser apreciado pelo Plenrio do Conselho, com as recomendaes e providncias a serem adotadas.

    Art. 69 A Corregedoria Nacional poder realizar correies para apurao de fatos determinados relacionados com deficincias dos servios do Ministrio Pblico, bem como de seus servios auxiliares. 1 A correio ser precedida de ato convocatrio com indicao dos fatos a apurar e realizada na presena das autoridades responsveis pelos rgos objeto da correio, que podero prestar esclarecimentos e fazer as observaes que reputem relevantes para elucidao do objeto da apurao. 2 Em caso de urgncia ou em virtude de motivo relevante devidamente fundamentado, a correio poder ser realizada sem a comunicao prvia e independente da presena e/ou cincia da autoridade ou servio responsvel.

    Art. 70 O Corregedor Nacional, ou os membros auxiliares e servidores por ele expressamente autorizados, disporo de livre acesso aos locais onde se processarem as atividades de inspeo e correio, podendo, se entender conveniente, compulsar ou

  • requisitar documentos, livros, registros de computadores ou qualquer outro dado ou informao que repute relevante para os propsitos da inspeo e da correio. 1 Para auxiliar nos trabalhos de inspeo e correio podero ser requisitados servidores do Ministrio Pblico ou, mediante cooperao, solicitados servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio. 2 No exerccio de sua funo, o Corregedor Nacional poder ser acompanhado de Conselheiros, membros auxiliares, peritos ou servidores da Corregedoria Nacional.

    Art. 71 Concludos os trabalhos, o Corregedor Nacional ou aquele por ele designado, mandar lavrar auto circunstanciado, nele mencionando tudo quanto for til aos objetivos da inspeo ou correio.

    Art. 72 O Corregedor Nacional poder desde logo adotar as providncias de sua competncia e propor ao Plenrio do Conselho a adoo das demais medidas cabveis, vista do apurado em suas atividades de inspeo e correio. 1 O Conselho encaminhar traslado dos autos de inspeo ou de correio aos rgos do ramo do Ministrio Pblico inspecionado ou submetido a correio, para a adoo das providncias a seu cargo. 2 Os fatos que em tese configurem ilcito penal sero imediatamente comunicados ao Ministrio Pblico competente.

    Art. 73 O Plenrio do Conselho poder, tendo em vista o contedo das atas de inspeo e correio, regulamentar prticas administrativas, uniformizando procedimentos tendentes melhoria da organizao, do funcionamento e do controle dos servios do Ministrio Pblico.

    CAPTULO IIDA RECLAMAO DISCIPLINAR E DA SINDICNCIA

    Art. 74 A reclamao disciplinar o procedimento investigativo de notcia de falta disciplinar atribuda a membro ou servidor do Ministrio Pblico, proposta por qualquer interessado, nos termos do artigo 130-A, 2, III e 3, I, da Constituio Federal.

    Art. 75 A reclamao disciplinar, dirigida ao Corregedor Nacional, dever conter a descrio dos fatos, a identificao do reclamado, a qualificao e a assinatura do reclamante, de acordo com requisitos previstos no artigo 36 deste Regimento, sob pena de indeferimento liminar. 1 Diante da gravidade, relevncia ou verossimilhana dos fatos noticiados, poder o Corregedor Nacional, por deciso fundamentada, considerar suprida a ausncia de qualificao e, agindo de ofcio, prosseguir na instruo. 2 At deciso definitiva sobre a matria, o Corregedor Nacional poder conferir tratamento sigiloso autoria da reclamao.

    Art. 76 O Corregedor Nacional poder notificar o reclamado para prestar informaes no prazo de dez dias, podendo ainda realizar diligncias para apurao preliminar da

  • verossimilhana da imputao ou encaminhar a reclamao ao rgo disciplinar local, para proceder na forma do artigo 78 deste Regimento.Pargrafo nico. O Corregedor Nacional arquivar de plano a reclamao se o fato narrado no configurar infrao disciplinar ou ilcito penal, devendo dar cincia da deciso ao Plenrio e ao reclamante.

    Art. 77 Prestadas as informaes pelo reclamado, decorrido o prazo sem manifestao ou encerradas as diligncias, o Corregedor Nacional poder adotar uma das seguintes providncias:I arquivar a reclamao, se ocorrer a perda do objeto ou se o fato no constituir infrao disciplinar ou ilcito penal;II instaurar sindicncia, se as provas no forem suficientes ao esclarecimento dos fatos;III encaminhar cpia da reclamao ao rgo disciplinar local, para proceder na forma do artigo 78 deste Regimento;IV instaurar, desde logo, processo administrativo disciplinar, se houver indcios suficientes de materialidade e autoria da infrao ou se configurada inrcia ou insuficincia de atuao, publicando a respectiva portaria;V propor ao Plenrio a reviso do processo administrativo disciplinar instaurado na origem;VI encaminhar a matria para distribuio a outro Conselheiro, se se fizer necessrio o exame preliminar da legalidade do ato praticado.

    1 Na hiptese do inciso IV deste artigo, o feito ser submetido ao referendo do Plenrio na primeira sesso subsequente, quando ser apreciado com preferncia. (Revogado pela Resoluo 103/2013)

    2 Referendada pelo Plenrio a deciso do Corregedor Nacional, o processo administrativo disciplinar ser encaminhado para distribuio a outro Conselheiro.

    2 Na hiptese do inciso IV deste artigo, o Corregedor Nacional ad referendum poder afastar o acusado pelo prazo previsto na respectiva lei orgnica ou por at cento e vinte dias, prorrogveis justificadamente, se omissa a legislao pertinente, assegurado o subsdio ou remunerao integral. (Acrescentado pela Resoluo 103/2013)

    3 Da deciso de afastamento do acusado no cabe recurso interno. (Acrescentado pela Resoluo 103/2013) (Acrescentado pela Resoluo 103/2013)

    4 Instaurado o processo administrativo disciplinar, o feito ser encaminhado para distribuio a outro Conselheiro. (Acrescentado pela Resoluo 103/2013)

    Art. 78 O rgo disciplinar local que receber reclamao disciplinar encaminhada pelo Corregedor Nacional dever:I instaurar procedimento, caso tenha tomado conhecimento dos fatos apenas pela comunicao do Corregedor Nacional, cientificando-o, no prazo de dez dias, das providncias adotadas, inclusive com cpias dos respectivos atos;

  • II informar, no prazo de cinco dias, a preexistncia de procedimento disciplinar sobre os fatos, remetendo cpia integral dos autos e informaes sobre o andamento, caso ainda no esteja encerrado;III apresentar, no prazo de dez dias, justificativa para o arquivamento das peas encaminhadas, remetendo cpia da deciso fundamentada Corregedoria Nacional, quando entenda no ser o caso de abertura de procedimento disciplinar. 1 Nas hipteses dos incisos I e II deste artigo, o Corregedor Nacional sobrestar a reclamao disciplinar, por meio de deciso que assinar ao rgo disciplinar de origem o prazo de at noventa dias, contados da comunicao, para concluir o procedimento e, ao final, remeter cpia integral do feito. 2 O Corregedor Nacional poder, motivadamente, prorrogar, por prazo certo, o prazo de que trata o 1 deste artigo.

    Art. 79 Informado da medida adotada pelo rgo disciplinar de origem e divergindo de suas concluses, o Corregedor Nacional poder:I realizar diligncias complementares;II adotar uma das medidas previstas nos incisos I, II, IV, e V do artigo 77 deste Regimento.

    Art. 80 Transcorridos os prazos previstos no artigo 78 sem resposta ou concluso do procedimento, no havendo sido apresentado motivo justificado, a reclamao, a juzo do Corregedor Nacional, ter prosseguimento perante o Conselho Nacional, apurando-se, em procedimento autnomo, a responsabilidade do rgo disciplinar de origem pela omisso, quando necessrio.Pargrafo nico. O Corregedor Nacional poder arquivar a reclamao disciplinar quando considerar suficiente a atuao do rgo disciplinar de origem, cientificando-o, bem como ao reclamante e ao reclamado.Art. 81 A sindicncia procedimento investigativo sumrio destinado a apurar irregularidades atribudas a membro ou servidor do Ministrio Pblico, com prazo de concluso de trinta dias, contados da publicao da portaria inaugural, prorrogvel, motivadamente, por prazo certo, a juzo do Corregedor Nacional, que disso dar cincia ao Plenrio na sesso imediatamente aps sua deciso.

    Art. 82 A portaria inaugural, expedida pelo Corregedor Nacional, designar comisso sindicante composta por membros vitalcios ou servidores estveis do Ministrio Pblico, que no podero ocupar cargo de hierarquia inferior ao do sindicado, indicando, entre eles, seu presidente.Pargrafo nico. A portaria de instaurao deve conter ainda, sempre que possvel, a qualificao do sindicado, a exposio circunstanciada dos fatos e o prazo para concluso dos trabalhos.

    Art. 83 O Corregedor Nacional, ou a comisso sindicante por ele designada, determinar a oitiva do sindicado, que ter o prazo de quinze dias para apresentar, querendo, as alegaes que entender pertinentes defesa de seus direitos, oferecendo, desde logo, as provas pelas quais possa demonstrar, se for o caso, a improcedncia da imputao.

  • Art. 84 Encerrada a instruo, ser elaborado relatrio conclusivo, cabendo ao Corregedor Nacional arquivar a sindicncia ou instaurar processo administrativo disciplinar, indicando, neste caso, os fundamentos da deciso, a infrao cometida e a sano que entender cabvel.

    Art. 85 Os autos da reclamao disciplinar e da sindicncia sero apensados ao processo disciplinar dela decorrente, como pea informativa da instruo.

    Art. 86 Os procedimentos da reclamao disciplinar e da sindicncia contra membro do Ministrio Pblico obedecero ao disposto neste Regimento e, no que couber, ao disposto na Lei Complementar n 75, de 20 de maio de 1993, na Lei n 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, e na legislao estadual editada com amparo no artigo 128, 5, da Constituio Federal, conforme o caso.

    CAPTULO IIIDA REPRESENTAO POR INRCIA OU POR EXCESSO DE PRAZO

    Art. 87 A representao contra membro do Ministrio Pblico por inrcia ou excesso injustificado de prazo na realizao de atos processuais ou administrativos poder ser formulada por qualquer interessado ou Conselheiro. 1 A representao ser apresentada por petio instruda com os documentos necessrios sua comprovao e distribuda a um Relator. 2 No sendo o caso de indeferimento sumrio, o Relator notificar previamente o representado, encaminhando-lhe cpia da representao e dos documentos que a instruem, facultando-lhe o prazo de quinze dias para que preste as informaes que entender cabveis. 3 Se houver prova pr-constituda do fato e o caso exigir providncia urgente, o Relator poder fixar desde logo prazo para que a irregularidade seja sanada. 4 Decorrido o prazo do 2 deste artigo com ou sem as informaes, o Relator, se entender no ser o caso de extino por perda de objeto, pedir a incluso do feito em pauta, a fim de que o Plenrio decida sobre a necessidade de instaurao de processo administrativo disciplinar. 5 As disposies deste artigo so aplicveis, no que couber, ao pedido de representao por excesso de prazo apresentado contra servidor do Ministrio Pblico.

    CAPTULO IVDO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    Art. 88 O processo administrativo disciplinar, em que se asseguraro o contraditrio e a ampla defesa, o instrumento destinado a apurar a responsabilidade de membro ou servidor do Ministrio Pblico por infrao disciplinar.

  • Art. 89 Decidida a instaurao de processo administrativo disciplinar no mbito do Conselho, o feito ser distribudo a um Relator (Alterado pela Res. 103/2013)

    3 No processo administrativo disciplinar, o Relator ad referendum e o Plenrio podero afastar o acusado pelo prazo previsto na respectiva lei orgnica ou por at cento e vinte dias, prorrogveis justificadamente, se omissa a legislao pertinente, assegurado o subsdio ou remunerao integral. (Alterado pela Res. 103/2013)

    2 A portaria de instaurao, expedida pelo Corregedor Nacional, no caso do artigo 77, IV, deste Regimento, ou pelo Relator, nos demais casos, dever conter a qualificao do acusado, a exposio circunstanciada dos fatos imputados, a previso legal sancionadora e o rol de testemunhas, se for o caso. 3 O Plenrio, ao referendar ou determinar a instaurao do processo administrativo disciplinar, poder, sempre que o caso recomendar, afastar o acusado pelo prazo previsto na respectiva lei orgnica ou por at cento e vinte dias, se omissa a legislao pertinente, assegurado o subsdio ou remunerao integral. 4 A indicao da previso legal sancionadora, exigida nos termos do 2 deste artigo, no vincula as concluses do processo administrativo disciplinar, observado o disposto no artigo 97 deste Regimento.

    Art. 90 O processo administrativo disciplinar ter prazo de concluso de noventa dias, a contar da publicao da portaria inaugural, prorrogvel, motivadamente, pelo Relator, em deciso a ser referendada pelo Plenrio na primeira sesso subsequente.

    Art. 91 Autuada a portaria com as peas informativas que lhe deram origem ou outros elementos de prova existentes, o Relator deliberar sobre a realizao de diligncias necessrias comprovao da materialidade dos fatos e de sua autoria e determinar a citao do acusado.

    Art. 92 O acusado ser citado pessoalmente, recebendo cpia integral dos autos em meio digital, sendo-lhe concedido o prazo de dez dias, contados da citao, para apresentar defesa prvia. 1 Aps a citao, o Relator produzir cpia reprogrfica dos autos e a entregar ao acusado, mediante solicitao escrita. 2 Se o acusado no for encontrado ou furtar-se citao, ser citado por edital publicado uma vez no Dirio Oficial da Unio, concedendo-lhe o prazo do caput deste artigo para apresentar defesa prvia. 3 Se o acusado no atender citao e no se fizer representar por procurador, ser declarado revel, designando-se-lhe defensor dativo, sem prejuzo de seu direito indicao, a qualquer tempo, de defensor de sua preferncia. 4 O processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado ou, no caso de mudana de domiclio, no comunicar o novo endereo.

  • Art. 93 O acusado indicar seu defensor na primeira oportunidade que se manifestar no processo.Pargrafo nico. Caso o acusado no indique um defensor, nem opte pela autodefesa, o Relator designar-lhe- um defensor dativo, reabrindo-lhe o prazo de defesa prvia.

    Art. 94 Na defesa prvia o acusado poder apresentar rol de testemunhas, juntar prova documental, requerer diligncias, oferecer e especificar as provas que pretenda produzir. 1 O Relator poder indeferir pedidos considerados impertinentes, meramente protelatrios ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. 2 Ser indeferido o pedido de prova pericial quando a comprovao do fato independer de conhecimento especial de perito.

    Art. 95 Transcorrido o prazo para defesa prvia, o Relator promover a instruo, realizando as diligncias necessrias, podendo recorrer prova pericial.Pargrafo nico. O acusado ou seu defensor dever ser intimado de todos os atos e termos do processo, com antecedncia mnima de trs dias teis.

    Art. 96 As testemunhas sero intimadas por mandado, devendo a segunda via ser juntada aos autos, com o ciente do intimado.

    Art. 97 Durante a instruo, caso o Relator identifique fatos novos conexos com o objeto de apurao que possam configurar indcios ou novas infraes disciplinares por parte do acusado, poder aditar a portaria ou adotar outra providncia cabvel.Pargrafo nico. Aditada a portaria inaugural, ser aberto novo prazo para a defesa se manifestar.

    Art. 98 Concluda a instruo, o Relator promover o interrogatrio do acusado, que poder requerer diligncias complementares.Pargrafo nico. O Relator decidir sobre as diligncias requeridas e poder determinar outras que julgar necessrias, em decorrncia das provas j produzidas.

    Art. 99 Quando houver dvida sobre a sanidade mental do acusado, o Relator propor a realizao de exame por junta mdica oficial.

    Art. 100 Constar dos autos cpia dos assentamentos funcionais do acusado.

    Art. 101 Superada a fase de diligncias complementares, o acusado ter vista dos autos, por dez dias, para alegaes finais.

    Art. 102 Transcorrido o prazo, com ou sem a apresentao das alegaes finais, o Relator apreciar as provas colhidas e as razes de defesa, elaborando relatrio no qual propor, fundamentadamente, o arquivamento, a absolvio ou a punio do acusado, indicando, neste caso, a pena considerada cabvel e seu fundamento legal.

    Art. 103 Havendo mais de um acusado, os prazos sero comuns.

  • Art. 104 Concludos os trabalhos, o Relator solicitar a incluso do feito na pauta de julgamento e enviar cpia integral dos autos, em meio digital, aos demais Conselheiros.

    Art. 105 Alm das disposies deste Regimento Interno, o processo administrativo disciplinar instaurado no mbito do Conselho obedecer, subsidiria e sucessivamente, s disposies da Lei Complementar n 75, de 20 de maio de 1993, e das Leis ns 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.Pargrafo nico. As penas disciplinares aplicadas sero as previstas no artigo 130-A, 2, III, da Constituio Federal e no respectivo estatuto funcional do membro ou servidor acusado.

    CAPTULO VDA AVOCAO

    Art. 106 A avocao de procedimento ou processo administrativo disciplinar em curso contra membro ou servidor do Ministrio Pblico dar-se- mediante proposio de qualquer Conselheiro ou representao fundamentada de qualquer cidado, dirigida ao Presidente do Conselho, a quem caber determinar sua autuao e distribuio a um Relator.Pargrafo nico. Se o processo objeto do pedido de avocao estiver sendo acompanhado em sede de reclamao disciplinar no mbito da Corregedoria Nacional, o Relator solicitar informaes ao Corregedor Nacional sobre o andamento do feito e as alegaes do pedido.

    Art. 107 O Relator ouvir em dez dias o membro ou o servidor do Ministrio Pblico e o rgo disciplinar de origem. 1 Findo o prazo do caput deste artigo, com ou sem as informaes, o Relator pedir a incluso do processo em pauta, para deliberao pelo Plenrio. 2 Decidindo o Plenrio pela avocao, a deciso ser imediatamente comunicada ao Ministrio Pblico respectivo, para o envio dos autos no prazo mximo de cinco dias.

    Art. 108 Recebidos os autos do feito avocado, sero estes novamente autuados com distribuio ao mesmo Relator, por preveno. 1 Tratando-se de procedimento de natureza investigativa ou inquisitiva, preparatrio ao processo administrativo disciplinar, ser encaminhado ao Corregedor Nacional. 2 Ao Relator ou ao Corregedor Nacional, conforme o caso, caber ordenar e dirigir o procedimento avocado, podendo aproveitar os atos praticados regularmente na origem.

    CAPTULO VIDA REVISO DE PROCESSO DISCIPLINAR

    Art. 109 Os procedimentos e os processos administrativos disciplinares contra membros do Ministrio Pblico, definitivamente julgados h menos de um ano, podero ser revistos de ofcio ou mediante provocao de qualquer cidado.Pargrafo nico. No ser admitida a reiterao do pedido de reviso, sob os mesmos fundamentos.

  • Art. 110 O pedido de reviso ser fundamentado e instrudo com a certido de julgamento e a comprovao dos fatos alegados, devendo ser dirigido ao Presidente do Conselho, que o distribuir a um Relator.Pargrafo nico. Caso o requerente no tenha acesso s peas necessrias instruo do pedido, por restrio do rgo disciplinar de origem, o Relator diligenciar para que sejam enviadas ao Conselho.

    Art. 111 O Relator indeferir de plano o pedido de reviso que se mostre intempestivo, manifestamente infundado ou improcedente, em deciso da qual caber recurso.

    Art. 112 Se na instruo da reviso de processo disciplinar o Relator verificar que o procedimento disciplinar objeto do pedido j tenha sido apreciado no mbito da Corregedoria Nacional por meio de Reclamao Disciplinar, solicitar informaes ao Corregedor Nacional.Pargrafo nico. Verificando que o procedimento disciplinar objeto do pedido teve regular tramitao na Corregedoria Nacional, o Relator arquivar o feito.

    Art. 113 O Relator poder determinar o apensamento dos autos originais ou de suas cpias, requisitando ao rgo competente do Ministrio Pblico as providncias necessrias nesse sentido, assinando-lhe o prazo de dez dias.

    Art. 114 Finda a instruo, o membro acusado ou seu defensor ter vista dos autos por dez dias, para alegaes finais.Art. 115 Julgado procedente o pedido de reviso, o Plenrio poder instaurar ou determinar a instaurao de processo administrativo disciplinar, alterar a classificao da infrao, absolver ou condenar o membro do Ministrio Pblico, modificar a pena ou anular o processo.

    CAPTULO VIIDA RECLAMAO PARA PRESERVAO DA AUTONOMIA

    DO MINISTRIO PBLICO

    Art. 116 O Conselho zelar pela independncia funcional e pelo livre exerccio das competncias administrativas do Ministrio Pblico, de ofcio ou mediante provocao, sempre que houver ofensa, ameaa ou restrio independncia funcional de seus membros ou interferncia indevida na autonomia de seus rgos, observando-se o procedimento previsto nos artigos 118 a 122 deste Regimento.

    Art. 117 Julgada procedente a reclamao, o Conselho expedir ato regulamentar ou recomendar providncia, conforme o caso, para eliminao da ameaa ou da restrio sofrida.

    CAPTULO VIIIDA RECLAMAO PARA PRESERVAO DA COMPETNCIA E DA

  • AUTORIDADE DAS DECISES DO CONSELHO

    Art. 118 Caber reclamao para preservar a competncia do Conselho ou garantir a autoridade de suas decises plenrias. 1 A reclamao poder ser instaurada de ofcio pelo Plenrio ou mediante provocao de qualquer cidado, devendo ser instruda com prova documental. 2 Se a reclamao noticiar descumprimento de julgado do Conselho, sero a ela apensados os autos do procedimento em que prolatado o decisrio alegadamente violado, com posterior distribuio.

    Art. 119 O Relator requisitar informaes da autoridade a quem for imputado o ato comissivo ou omissivo, que sero prestadas no prazo de dez dias.Pargrafo nico. O Relator poder determinar autoridade reclamada, liminarmente ou vista das informaes prestadas, o imediato cumprimento do ato ou deciso, submetendo a determinao ao referendo do Plenrio.

    Art. 120 Qualquer interessado poder impugnar o pedido do reclamante.

    Art. 121 Julgada procedente a reclamao, o Plenrio poder:I avocar o processo em que se verifique usurpao da competncia do Conselho;II cassar o ato ofensivo deciso do Conselho;III determinar medida adequada preservao da competncia do Conselho;IV instaurar processo administrativo disciplinar contra a autoridade reclamada.

    Art. 122 O Presidente do Conselho determinar o imediato cumprimento da deciso, ainda que o acrdo venha a ser lavrado posteriormente.

    CAPTULO IXDO PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO

    Art. 123 O controle dos atos administrativos praticados por membros, rgos e servios auxiliares do Ministrio Pblico ser exercido pelo Conselho, de ofcio ou mediante provocao, sempre que restarem contrariados, em tese, os princpios estabelecidos no artigo 37 da Constituio Federal.Pargrafo nico. No ser admitido o controle de atos administrativos praticados h mais de cinco anos, salvo quando houver afronta direta Constituio Federal.

    Art. 124 A petio dever conter a indicao clara e precisa do ato impugnado, sendo autuada e distribuda a um Relator.

    Art. 125 A instaurao do procedimento de controle administrativo, de ofcio, ser determinada pelo Plenrio, mediante proposio de qualquer Conselheiro ou do Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

  • Art. 126 O Relator requisitar informaes dos requeridos no prazo de quinze dias, podendo determinar a publicao de edital para notificao dos interessados.Pargrafo nico. O Relator poder determinar, liminarmente, de ofcio ou mediante provocao, a suspenso da execuo do ato impugnado.

    Art. 127 Julgado procedente o Procedimento de Controle Administrativo, o Plenrio determinar a desconstituio ou a reviso do respectivo ato administrativo e instaurar, se for o caso, processo administrativo disciplinar.Pargrafo nico. O Plenrio disciplinar as relaes jurdicas decorrentes do ato desconstitudo ou revisado e fixar prazo para o cumprimento de sua deciso.

    Art. 128 Havendo disposio legal considerada pela maioria do Plenrio como contrria Constituio Federal, a deciso, aps o trnsito em julgado, ser encaminhada ao Procurador-Geral da Repblica.

    CAPTULO XDA ARGUIO DE IMPEDIMENTO OU SUSPEIO

    Art. 129 O Conselheiro dever declarar seu impedimento ou suspeio oralmente, em sesso de julgamento ou, no caso de ser o Relator do processo, por deciso escrita, quando ento devolver os autos Secretaria do Conselho para redistribuio, observada a posterior compensao.

    Art. 130 O interessado poder arguir o impedimento ou a suspeio de Conselheiro em petio fundamentada e devidamente instruda com documentos e rol de testemunhas, no prazo de cinco dias a partir da data da publicao da distribuio dos autos, do fato que provocou o impedimento ou a suspeio ou, ainda, da primeira oportunidade que lhe for facultada a manifestao, caso venha a integrar o feito em momento posterior ao seu incio. 1 Reconhecido o impedimento ou a suspeio pelo Relator, este devolver os autos Secretaria do Conselho, para redistribuio. 2 Se o Relator rejeitar a arguio, determinar seu imediato desentranhamento e remessa Secretaria do Conselho, para autuao e distribuio. 3 Enquanto no decidida a arguio pelo Plenrio, o processo ficar suspenso, permanecendo vinculado ao Relator.

    Art. 131 No sendo o Conselheiro arguido o Relator do processo, a Secretaria do Conselho autuar a arguio e a apensar ao feito, devolvendo-o ao seu Relator, que solicitar informaes no prazo de cinco dias. 1 Se o arguido reconhecer a procedncia da arguio, o Relator comunicar o fato ao Plenrio, por ocasio do julgamento. 2 Se o arguido rejeitar a arguio, o Plenrio decidir o incidente na mesma sesso em que julgar o processo principal.

    Art. 132 O Plenrio decidir:I pela procedncia da arguio, ficando o arguido impedido de atuar no processo;

  • II pela improcedncia da arguio, caso em que o feito seguir seu trmite regular.Pargrafo nico. Sendo procedente a arguio, os autos sero remetidos Secretaria do Conselho para redistribuio, se o arguido for o Relator.

    CAPTULO XIDA RESTAURAO DE AUTOS

    Art. 133 Os autos originais de processos extraviados ou destrudos no mbito do Conselho sero restaurados. 1 Se existir e for exibida cpia autntica ou certido de inteiro teor do processo, ser uma ou outra considerada como original. 2 Na falta de cpia autntica ou certido de inteiro teor do processo, a restaurao dos autos far-se- mediante petio ao Presidente do Conselho, que a distribuir, sempre que possvel, ao Conselheiro que funcionou como Relator no processo extraviado ou destrudo. 3 Tm o mesmo valor dos documentos referidos no pargrafo primeiro deste artigo eventuais digitalizaes de autos previamente produzidas a pedido do Relator e, como tais, certificadas por ocasio da restaurao.

    Art. 134 A outra parte interessada, se houver, ser intimada para se manifestar sobre o pedido no prazo de cinco dias, cabendo ao Relator requisitar cpias, contrafs e reprodues dos atos e documentos que estiverem em seu poder.Pargrafo nico. Se a parte intimada concordar com a reconstituio, lavrar-se- o respectivo auto que, assinado pelos interessados e homologado pelo Relator, suprir o processo desaparecido.

    Art. 135 Poder o Relator determinar que a Secretaria-Geral junte aos autos as cpias de documentos e peas de que dispuser, dando vista aos interessados.

    Art. 136 Julgada a restaurao, os autos restaurados valero pelos originais.Pargrafo nico. Se os autos originais forem localizados, os atos processuais subsequentes sero neles incorporados, ficando apensos os autos da restaurao.

    Art. 137 No processo de restaurao de autos aplicar-se-o, supletivamente, os Cdigos de Processo Civil e Penal, competindo ao Relator assinar o auto de restaurao e lev-lo homologao do Plenrio.

    CAPTULO XIIDO PEDIDO DE PROVIDNCIAS

    Art. 138 Todo e qualquer requerimento que no tenha classificao especfica nem seja acessrio ou incidente de processo em trmite ser autuado como pedido de providncias, devendo ser distribudo a um Relator.

  • Art. 139 Verificando-se que o objeto do procedimento se adequa a outro tipo processual, o Relator solicitar a sua reautuao, seguindo o procedimento de conformidade com a nova classificao.

    Art. 140 Atendidos os requisitos mnimos, e sendo o caso, o Relator solicitar a incluso do feito na pauta de julgamento.

    Art. 141 Aplica-se ao Pedido de Providncias, no que couber, as disposies relativas ao Procedimento de Controle Administrativo.

    CAPTULO XIIIDA REMOO POR INTERESSE PBLICO

    Art. 142 A remoo por interesse pblico, quando no decorrente de sano disciplinar, somente poder ser iniciada ou avocada por deciso do Plenrio, mediante provocao de qualquer autoridade ou cidado.

    Art. 143 Determinada pelo Conselho a instaurao, reviso ou avocao do processo de remoo por interesse pblico, o feito ser distribudo a um Relator, a quem competir orden-lo e instru-lo. 1 O Relator ouvir o interessado, que poder, no prazo de cinco dias, apresentar defesa preliminar e requerer provas orais, documentais e periciais, pessoalmente ou por procurador. 2 Podero ser produzidas provas determinadas pelo Plenrio e pelo Relator, bem como as requeridas pelo interessado, podendo ser arroladas no mximo cinco testemunhas pelo Relator ou interessado e igual nmero na defesa preliminar, nesta ordem.

    Art. 144 Antes de encerrada a instruo o interessado ser interrogado e cientificado para, querendo, oferecer razes finais no prazo de cinco dias, aps o que o Relator emitir relatrio final e solicitar a incluso do feito na pauta de julgamento, ao qual se dar preferncia.

    Art. 145 A remoo por interesse pblico ser decidida pelo voto da maioria absoluta dos membros do Conselho.Pargrafo nico. Considerando procedente a remoo por interesse pblico, o Conselho comunicar a deciso ao chefe da unidade ministerial respectiva, que dever observar o seguinte:I inexistindo cargo vago disponvel, o removido ficar disposio da Procuradoria-Geral, devendo ser lotado na primeira vaga, de igual entrncia ou categoria, aberta aps a deciso;II havendo mais de uma vaga, o removido ser lotado na mais antiga.

    Art. 146 Alm das disposies deste Regimento, o processo de remoo por interesse pblico obedecer aos procedimentos estabelecidos nas leis orgnicas.

    CAPTULO XIV

  • DA PROPOSIO

    Art. 147 Qualquer membro ou Comisso poder apresentar Proposta de:I Resoluo;II Enunciado;III Emenda Regimental;IV Recomendao;V Smula.

    Art. 148 A proposta dever ser redigida na forma articulada, com observncia das disposies da Lei Complementar n 95, de 26 de fevereiro de 1998, e ser lida em sesso, juntamente com sua justificativa.Pargrafo nico. A proposta ser autuada na Classe Proposio, distribuda e remetida por cpia aos Conselheiros, com excluso do proponente.

    Art. 149 As emendas, apresentadas ao Relator no prazo de trinta dias, sero aditivas, supressivas, modificativas ou substitutivas e devero ser acompanhadas de justificao sucinta. 1 Findo o prazo de apresentao de emendas, o Relator emitir parecer, no prazo de trinta dias, podendo incluir emendas de sua iniciativa ou optar pela apresentao de substitutivo, enviar cpia integral dos autos, em meio digital, aos demais Conselheiros, e solicitar a incluso do feito na pauta de julgamento. 2 Em casos de excepcional relevncia e urgncia, os prazos podero ser reduzidos ou suprimidos pelo Plenrio. Art. 150 As proposies que versem sobre matria de contedo idntico ou correlato sero apensadas.

    Art. 151 O Plenrio votar em primeiro lugar a proposta do Relator, ressalvados os destaques dela requeridos e as emendas, que sero votados em separado.Pargrafo nico. A proposio considerar-se- aprovada se obtiver o voto favorvel da maioria absoluta do Plenrio e ser publicada no Dirio Oficial da Unio.

    CAPTULO XVDA REVISO DE DECISO DO CONSELHO

    Art. 152 A deciso de mrito do Conselho, transitada em julgado, poder ser revista pelo Plenrio quando:I se fundar em prova falsa;II o autor obtiver documento de que no pde fazer uso ou cuja existncia ignorava, capaz, por si s, de lhe assegurar pronunciamento favorvel;III fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos do feito. 1 O requerimento de reviso ser distribudo a Conselheiro diverso do Relator da deciso atacada.

  • 2 O Relator poder determinar a suspe