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QUARTA-FEIRA 11 ABRIL 2018 www.imobiliario.publico.pt PUBLICIDADE PUBLICIDADE Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente SUPLEMENTO COMERCIAL Reabilitação Urbana consolida-se como “verdadeiro desígnio nacional” Decorre esta semana a V edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, numa altura em que o setor atravessa um novo ciclo de consolidação da reabilitação como um verdadeiro desígnio nacional p03 e 04 Mercado e Financiamento na RU É urgente atrair mais e melhor investimento para as nossas cidades Movimento da reabilitação chega cada vez mais longe em Lisboa Reabilitação Urbana vai continuar a ser tendência Promotores apresentam ao Governo propostas para a habitação IFRRU 2020: pedidos de financiamento já totalizam 194 milhões Santander quer ser referência no financiamento à RU p08 e 22 DR EMPREENDIMENTO NOVAFACAR EM MATOSINHOS, PORTO AÇÃO DE VENDA POR CARTA FECHADA

Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

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Page 1: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

QUARTA-FEIRA 11 ABRIL 2018 www.imobiliario.publico.pt

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Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente

SUPLEMENTO COMERCIAL

Reabilitação Urbana consolida-se como “verdadeiro desígnio nacional” Decorre esta semana a V edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, numa altura em que o setor atravessa um novo ciclo de consolidação da reabilitação como um verdadeiro desígnio nacional p03 e 04

Mercado e Financiamento na RU

É urgente atrair mais e melhor investimento para as nossas cidades

Movimento da reabilitação chega cada vez mais longe em Lisboa

Reabilitação Urbana vai continuar a ser tendência

Promotores apresentam ao Governo propostas para a habitação

IFRRU 2020: pedidos de financiamento já totalizam 194 milhões

Santander quer ser referência no financiamento à RU

p08 e 22

DR

EMPREENDIMENTO NOVAFACAREM MATOSINHOS, PORTOAÇÃO DE VENDA POR CARTA FECHADA

Page 2: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

02 Opinião IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

Vamos Reabilitar Portugal

O paradoxo do português

Sendo verdade que

Portugal encarou, de

forma unânime, a Rea-

bilitação Urbana co-

mo um dos motores

da produtividade territorial e da

estratégia global de dinamização

económica e social, é certo que os

bons resultados alcançados se ali-

cerçaram, quase em exclusivo, no

investimento privado, nacional e

estrangeiro. É, pois, fundamen-

tal, completar o ciclo, para dar

dimensão nacional à Reabilitação,

correspondendo às necessidades

de todo o País.

O financiamento, continua a

ser uma das maiores difi culdades,

sobretudo para os proprietários

que não dispõem de recursos pa-

ra promover as intervenções que

os seus edifícios

exigem. Por isso,

são necessários

m e c a n i s m o s

que permitam

a mobilização e

disponibilização

de recursos pú-

blicos para pro-

gramas específi -

cos de fi nancia-

mento.

R e a f i r m o ,

pois, a impor-

tância de ferra-

mentas como o

“Programa Casa

Efi ciente 2020” –

promovido pelo

Governo e pela

CPCI – Confede-

ração Portugue-

sa da Constru-

ção e do Imobili-

ário – destinado

a todo o tipo de

proprietários, independentemente

da sua dimensão e localização geo-

gráfi ca, que irá ser apresentado na

próxima sexta-feira. De igual modo,

é o caso do IFRRU, um instrumento

centrado nas Áreas de Reabilitação

Urbana e do FNRE - Fundo Nacio-

nal de Reabilitação do Edifi cado,

que irá apoiar operações de reabi-

É surpreendente a capaci-

dade que nós, portugue-

ses, temos de esquecer o

passado, mesmo que es-

te seja muito recente.

António Variações cantava “esta

insatisfação, não consigo compreen-

der” e de facto, é incompreensível

que não estejamos nunca satisfei-

tos com a nossa realidade, mesmo

quando apresenta melhorias em

relação ao dia de ontem.

Estive recentemente na Grécia,

um dos países que alinhavam ao lado

de Portugal nos “PIGS”, sigla usada

para identifi car os quatros países da

zona euro (Portugal, Itália, Grécia e

Espanha) com um elevado desequi-

líbrio das contas públicas e elevadas

taxas de desemprego. E, apesar das

melhorias que se registaram desde

este “batismo”,

a verdade é que,

ao ver com os

meus olhos a

realidade grega,

em que a pobre-

za e o ambiente

ainda são hostis,

não pude deixar

de me sentir or-

gulhoso pela for-

ma como Portu-

gal, com todas

as dificuldades

e incertezas que

ainda atravessa,

conseguiu dar

de certa forma

a “volta”, com

a preciosa ajuda

do Turismo e da sua “união de facto”

com o Imobiliário.

Mas a “turistifi cação” de Portugal

parece não agradar a ninguém, ou

pelo menos é essa a imagem que se

transmite, nomeadamente quando

a nossa imprensa passa frequente-

mente um refl exo agressivo dos ma-

lefícios que o turismo e o imobiliá-

rio estão a trazer aos portugueses,

ignorando completamente que, na

balança, os benefícios são muito

superiores a quaisquer constrangi-

mentos que possam existir.

Neste momento, em que o Turis-

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litação de edifícios, destinados ao

arrendamento.

São claramente instrumentos

complementares que, funcionando

em conjunto, muito poderão contri-

buir para o arranque de um “novo

ciclo” na reabilitação. Este foi um

dos aspetos que fi caram patentes

na Sessão de Abertura da V Edição

da Semana da Reabilitação Urbana

de Lisboa. Para além de estar em

causa o direito fundamental que é

o acesso à habitação, reabilitar é

devolver as cidades às pessoas e,

ao mesmo tempo, é desenvolver,

de uma forma transversal, a ati-

vidade económica e a criação de

emprego.

As empresas corresponderam aos

desafi os de um mercado complexo

e com uma dinâmica exponencial,

mas o seu esforço tem de ser apoia-

do. Basta ver que os números apu-

rados pelo INE, relativos às licenças

de obras de alteração emitidas em

2017 refl etem uma queda de 0,5%,

face a 2016, o que não correspon-

de à reabilitação que está à vista

de todos. Se há intervenções que

não estão sujeitas a licenciamento,

outras haverá que escapam à ati-

vidade fi scalizadora das entidades

competentes. Estão em causa situ-

ações de trabalho clandestino que

decorrem à margem do mercado,

às quais há que pôr fi m.

Foi, por isso, que a AICCOPN -

Associação dos Industriais da Cons-

trução Civil e Obras Públicas, criou

a marca R.U.-I.S. e lançou uma cam-

panha nacional que alerta para os

riscos associados à informalidade

e ilegalidade e reitera a importân-

cia de contratar empresas qualifi -

cadas. Distinguir quem atua com

cumprimento das regras exigidas,

é um contributo essencial para este

desafi o que é valorizar e qualifi car

o tecido empresarial e, simultanea-

mente, reabilitar as cidades de for-

ma inteligente e sustentável.

Presidente da AICCOPN –

Associação dos Industriais

da Construção Civil e Obras

Públicas

mo é um dos principais responsá-

veis pelo nosso desenvolvimento

económico e em que o imobiliário

tem desempenhado um papel im-

portantíssimo na criação de empre-

go, fazendo mexer múltiplas ativi-

dades, a montante e a jusante do

sector, insiste-se na ideia de que o

alojamento local está no centro dos

problemas habitacionais existentes,

quando por outro lado, esteve no

centro da recuperação das cidades,

e das suas dinâmicas económicas.

Recordo um passado bem recen-

te, em que, por exemplo, a Reabilita-

ção Urbana era apontada como um

desígnio nacional, que acabou por

se concretizar, levada a cabo maiori-

tariamente por privados, que inves-

tiram nos centros das cidades, até

então devolutos e sem condições,

para promover uma aposta num

segmento que se apresentava com

grande potencial de valorização.

Devido ao impacto que o Aloja-

mento Local teve em duas ou três fre-

guesias da Capital, e uma ou duas da

Invicta, discutem-se agora propostas

de lei que irão matar este mercado,

ignorando completamente os benefí-

cios que está a trazer a outras cidades

do País, através do investimento que

capta e do emprego que gera.

Não nos podemos dar ao luxo de

voltar a por tudo em causa, por um

mercado que está a funcionar impe-

cavelmente e que tem lavado a ca-

ra deste nosso Portugal. O impacto

negativo que eventuais mexidas na

legislação do alojamento local terão

no mercado, será muito maior do

que aquilo que se possa prever. É

muita ingenuidade pensar que ao

travar o alojamento local se criará

mais e melhores soluções habitacio-

nais para os portugueses. Isso não

acontecerá. As consequências serão

mais desastrosas do que benéfi cas.

Não podemos continuar a viver

neste paradoxo, em que estamos

insatisfeitos com o que é negativo

e com o que é positivo. Quando

surgem oportunidades, temos que

saber aproveitá-las em vez de as

ameaçarmos.

Presidente da APEMIP

Manuel Reis Campos

Luís Lima

Recordo um passado bem recente, em

que, por exemplo, a Reabilitação Urbana era apontada como

um desígnio nacional, que acabou por se

concretizar, levada a cabo maioritariamente

por privados, que investiram nos centros

das cidades

O financiamento, continua a ser uma das maiores dificuldades,

sobretudo para os proprietários que não dispõem de recursos

para promover as intervenções que os seus edifícios exigem. Por isso, são necessários

mecanismos que permitam a mobilização

e disponibilização de recursos públicos para programas específicos

de financiamento

Page 3: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018 Atualidade 03

O setor atravessa “um novo ciclo de

consolidação da reabilitação como

um verdadeiro desígnio nacional”,

disse Manuel Reis Campos, presiden-

te da CPCI - Confederação Portugue-

sa da Construção e do Imobiliário,

na abertura da V edição da Semana

da Reabilitação Urbana de Lisboa,

que decorre até 15 de abril na capital

portuguesa.

Manuel Reis Campos referiu que

“estamos no bom caminho, Portugal

encarou a reabilitação como um dos

motores da produtividade territorial

e dinamizadora económica e social”,

e considera que “Lisboa é hoje uma

metrópole cosmopolita que fi gura

nos principais roteiros mundiais”.

Esta dinâmica “permite-nos afi rmar

que é o momento certo para recupe-

rar as cidades, num momento rege-

nerador. Está em causa mais do que

a recuperação física do património

construído, mas também uma reabi-

litação inteligente e sustentável para

a competitividade territorial”.

O presidente da CPCI admite que

o acesso ao fi nanciamento “continua

a ser uma das difi culdades”, com o

investimento privado a ser notório,

mas também não deixou de referir

que “a disponibilização de recursos

públicos começa a ser uma realidade

no terreno, com Lisboa a assumir o

seu protagonismo”.

Para este responsável, é claro que

“as empresas assumiram este desa-

fi o”. E devem ser apoiadas, apontan-

do como principais reptos questões

como o trabalho clandestino ou o

já referido acesso ao fi nanciamen-

to. “Há intervenções que não estão

sujeitas a licenciamento e outras

escapam à fi scalidade. Há trabalho

clandestino ao qual há que colocar

um fi m”.

O presidente mencionou ainda a

marca RU-IS - Reabilitação Urbana

Inteligente e Sustentável, cujo “nível

de adesão é regulador do seu inte-

resse e importância”, sendo que “os

donos de obra reconhecem atributo

à marca do qual não querem pres-

cindir para garantir a qualidade má-

xima das suas obras”.

Reabilitação é central nas políticas urbanasA abertura da Semana da Reabili-

tação de Lisboa contou com a pre-

sença de João Pedro Matos Fernan-

des, ministro do Ambiente. Para o

governante, é tempo de tomar de-

Ana Tavares

Reabilitação Urbana consolida-se como “verdadeiro desígnio nacional”Decorre esta semana a V edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, numa altura em que o setor atravessa “um novo ciclo de consolidação da reabilitação como um verdadeiro desígnio nacional”

DR

cisões na área da habitação. “Hoje,

a Reabilitação Urbana é um objetivo

central das politicas urbanas”, e a

sua contribuição para a proteção e

qualifi cação do meio ambiente “é

essencial e consensual”.

Realçando a importância do apoio

e qualifi cação das empresas, desta-

cou programas como o IFRRU, que já

regista “números impressionantes”,

o Casa Efi ciente, que verá um novo

protocolo assinado ainda esta sema-

na, ou a constituição do Fundo Na-

cional de Reabilitação do Edifi cado,

que fi cará pronto “em menos de um

mês”. Já o Reabilitar para Arrendar

“está em velocidade cruzeiro”.

E notou que “a política de reabi-

litação do Governo não acaba aqui.

Queremos criar condições para que

a reabilitação passe de exceção à re-

gra. A reabilitação é um desafi o par-

tilhado pelo Governo”. Além disso,

“será evidente o papel da reabilita-

ção nas novas políticas de habitação,

e o inverso terá também de ser ver-

dadeiro”, concluiu.

O ministro explicou na sessão de

abertura que a construção e infra-

estruturação acarretam um enorme

consumo de recursos, pelo que “a

expansão da urbanização terá sem-

pre impacto”. E clarifi cou que o edi-

fi cado é o consumidor da maior quo-

ta de energia e “grande fonte de resí-

duos”. Na sua opinião, a Reabilitação

Urbana (RU) promove a reutilização

efi ciente dos recursos, em contra-

ponto ao abandono da expansão dos

centros para as periferias. “Permite

melhorar a efi ciência energética,

uma das formas mais efi cazes para

dar cumprimento aos compromissos

de redução de emissões”.

De resto, João Pedro Matos Fer-

nandes assevera que “confrontamo-

nos com um problema humano”, até

porque “somos nós a geração futura

do desenvolvimento sustentável”.

“Enganamo-nos se pensarmos que

a génese do problema está ligada

à energia. Teremos sempre fontes

de energia ao nosso dispor, mas os

materiais e as matérias-primas vão

Durante a abertura do evento, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, anunciou que será apresentado “ainda no primeiro semestre” a nova operação da zona de Entrecampos, incluindo a antiga Feira Popular

mesmo acabar”, exemplifi cou. “E a

construção precisa de muita. Já ex-

traímos da terra todos os materiais

que precisamos para reabilitar ou

construir nos próximos anos. Recur-

sos não se regeneram no tempo das

nossas gerações”. Daí salientar ser

fundamental o bom uso das maté-

rias-primas e “apostarmos declara-

damente na Reabilitação Urbana”.

O Governo e a RUMas a política de RU do Governo

não acaba aqui, garante João Pedro

Matos Fernandes. E para além da já

referida criação de condições para

que a Reabilitação Urbana passe de

exceção, o ministro falou ainda na

“confi ança que os programas e medi-

das apresentados mostram a aposta

decisiva do Governo na RU”.

“A aposta na Reabilitação Urbana

é forte e clara na procura de cida-

des mais densas e partilhadas, mais

capazes de servir os cidadãos a cus-

tos baixos”. Mas João Pedro Matos

Fernandes assegura que sua c

Luí s Campos Reis, presidente da CPCI,

diz haver intervenç õ es que nã o estã o sujeitas

a licenciamento e outras que escapam à

fiscalidade. “Há trabalho clandestino ao qual há que colocar um fim”

Page 4: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

efetivação agrega todo o “vosso”

empenho. “A Reabilitação Urbana

é desafi o partilhado pelo Governo,

meio académico, ordens profi ssio-

nais, instituições fi nanceiras, todos

os cidadãos e profi ssionais, um setor

que dá cartas mundo fora”.

Lisboa lança nova operação de EntrecamposDurante a abertura do evento, o

presidente da Câmara Municipal de

Lisboa, Fernando Medina, anunciou

que será apresentado “ainda no pri-

meiro semestre” a nova operação da

zona de Entrecampos, incluindo a

antiga Feira Popular, incluindo “lotes

de edifícios e terrenos municipais ao

longo da Avenida das Forças Arma-

das, ou lotes de escritórios e equipa-

mentos ao longo da Avenida Álvaro

Pais”. “Queremos apresentar a todos

uma visão integrada para o desenvol-

vimento de uma zona que tem uma

oportunidade única para fazermos

cidade. É das operações imobiliárias

mais importantes do país este ano,

certamente das maiores em toda a

Europa, e será um momento mar-

cante na vida da cidade”.

Fernando Medina acredita que “é

à fi leira da construção e do imobiliá-

rio que devemos muitos dos resulta-

dos que o país está a ter. Não existira

uma dinâmica tão grande do turismo

sem a reabilitação. O setor respira

outra confi ança depois de quase 20

anos de quebra contínua”.

Deixando a sua “palavra de enco-

rajamento e confi ança para prosse-

guirmos a requalifi cação de Lisboa

e a projeção do setor”, O autarca sa-

lientou as linhas de orientação fun-

Depende do nosso empenho e de-

terminação. As nossas cidades não

podem perder esta oportunidade.

O futuro das nossas cidades está nas

nossas mãos”.

Ciclo longo e complexoLuís Saraiva, secretário-geral da

CPCI, que falou no evento sobre o

programa Casa Efi ciente, admite já

ter sido percorrido “um ciclo longo

e complexo”. Na sua apresentação,

que ocorreu na passada segunda-

feira, explicou que a Casa Efi ciente

tem por objetivo complementar os

outros programas e instrumentos

fi nanceiros que estão no mercado,

com o objetivo de “chegar ao pro-

prietário sem quaisquer condicio-

nalismos”. “Visa fi nanciar operações

de Reabilitação Urbana em eixos fun-

damentais de efi ciência e sustentabi-

lidade, potenciando aquilo que são

estas intervenções”.

Na prática, diz Luís Saraiva que se-

rão concedidos “empréstimos em

condições favoráveis, envolvendo

várias entidades”. O programa apli-

ca-se a todo o território nacional,

sobre prédios urbanos ou frações

autónomas. A CPCI “porque agrega

toda a fi leira do setor”, será a pro-

motora do programa, trabalhando

na sua divulgação. “Todo o processo

será desmaterializado, assente no

princípio da simplifi cação”.

Na primeira fase, o montante en-

volvido é de 200 milhões de euros,

metade do Banco Europeu de Inves-

timento e metade da banca comer-

cial. “Estamos certos de que será um

sucesso e que será alargado a todo o

território nacional”.

04 Atualidade IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

damentais que a autarquia pretende

seguir nos próximos anos, nomea-

damente continuar a requalifi cação

do espaço público, em especial na

zona ribeirinha até Santa Apoló-

nia. A prioridade à mobilidade pelo

transporte público será também ela

uma prioridade, bem como o pro-

grama Renda Acessível. Acredita que

há que “lidar com a outra face” do

crescimento do turismo e da reabi-

litação das cidades, respondendo a

uma nova dinâmica da habitação

que se verifi ca.

RU enquanto motor de fi xação de pessoasAbel Mascarenhas, administrador-

executivo do IFRRU, na sua apre-

sentação, admite não ter qualquer

dúvida que este é um tema de maior

relevância, classifi cando a Reabili-

tação Urbana de “motor de fi xação

das pessoas e atividades e fator de

inclusão social e de preservação da

identidade de cada território”. O ad-

ministrador é da opinião que esta é

uma forma de “urbanismo mais ra-

cional e sustentável, dando resposta

às necessidades do país, das cidades

e das pessoas” e clarifi cou que Portu-

gal tem um milhão de edifícios que

requerem reparação.

Mencionou ainda o protocolo as-

sinado com a Associação dos Mu-

nicípios Portugueses, “executando

uma verdadeira política de descen-

tralização”. E o facto de estarem a

trabalhar “com a AICEP para um

novo protocolo para captação de fi -

nanciamento estrangeiro e para os

nossos emigrantes que podem ver

no IFRRU 2020 uma oportunidade

para reabilitar as suas casas”.

Abel Mascarenhas diz mesmo que

o IFRRU 2020 já é visto fora das fron-

teiras nacionais como “um caso de

estudo europeu” porque consegue

combinar diferentes fontes de fi nan-

ciamento, de diferentes entidades.

“Transformamos 100 milhões de eu-

ros do Portugal 2020 em 1,4 milhões

para a Reabilitação Urbana”.

Aliás, A Reabilitação Urbana é,

nas palavras de Abel Mascarenhas,

a chave da mudança para um novo

paradigma, para políticas centradas

nas pessoas, para criar cidades com

futuro. “Não temos qualquer tipo de

restrição. Queremos mais reabilita-

ção, mais desenvolvimento, maior

sustentabilidade. É um instrumen-

to do Portugal 2020 integrado nas

novas políticas da habitação. É o

melhor instrumento que existe em

Portugal, tem as melhores condições

fi nanceiras, e há um interlocutor pri-

vilegiado em cada município, para

que a Reabilitação Urbana encontre

aqui uma Via Verde para os seus in-

vestimentos”.

Garantindo que apoiam “os proje-

tos bons e sustentáveis com o apoio

dos municípios e dos certifi cados

da ADENE”, clarifi ca serem proje-

tos selecionados que podem usufruir

de condições fi nanceiras únicas no

mercado junto dos bancos parceiros.

“Podemos dizer que a Reabilitação

Urbana está em marcha, o IFRRU

está no terreno a fi nanciar. São 60

as candidaturas com valor de inves-

timento de 194 milhões de euros. E

o nosso potencial de investimento

traduz-se em 400 intenções de inves-

timento num valor de mil milhões.

Decorre esta semana a V edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, numa altura em que o setor atravessa “um novo ciclo de consolidação da reabilitação como um verdadeiro desígnio nacional”

“Hoje, a Reabilitação Urbana é um objetivo central das politicas

urbanas”, e a sua contribuição para a

proteção e qualificação do meio ambiente “é

essencial e consensual”, diz João Pedro Matos

Fernandes, ministro do Ambiente

Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, anunciou que será apresentado “ainda

no primeiro semestre” a nova operação da

zona de Entrecampos, incluindo a antiga Feira

Popular

Page 5: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

Saiba mais em millenniumbcp.pt na área de imobiliário

MILLENNIUM. AQUI CONSIGO.

EMPREENDIMENTO NOVAFACAREM MATOSINHOS, PORTOAÇÃO DE VENDA POR CARTA FECHADA

O Lote 6 do empreendimento NovaFacar em Matosinhos, é um terreno para construção de edifício habitacional com uma área de terreno de 1.472m2 e uma área bruta de construção de 9.936m2, dos quais 7.452m2 acima do solo.

A ação de Venda por Carta Fechada tem como valor base 1.000.000 de euros e a entrega de propostas deve ser feita na:

Predial Parque, Rua Marechal Saldanha, 56, 4150-557 até às 16H30 do dia 8 de Maio de 2018, sendo a abertura das mesmas às 17H00 desse mesmo dia.

O imóvel é propriedade do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Imosotto Acumulação, detido pelo Banco.

Page 6: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

Oportunidades

06 Oportunidades IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

MILLENNIUM BCP

O empreendimento NovaFacar está junto da Exponor e da IKEA, em Leça da Palmeira

O Millennium bcp está a promover,

com o apoio da Predial Parque, a ven-

da do Lote 6 do empreendimento No-

vaFacar, situado em Leça da Palmei-

ra (Matosinhos), através de concurso

por carta fechada pelo valor base de

€1.000.000. Propriedade do Fundo

de Investimento Imobiliário Fechado

(FII) Imosotto Acumulação, o ativo

poderá ser alvo de propostas até às

16h30 de 8 de maio, a entregar na

sede da Predial Parque (Porto) e com

abertura marcada para as 17h00. “No

momento em que a procura se mos-

tra superior à oferta disponível e a

abertura dos bancos ao fi nanciamen-

to do setor da construção é uma rea-

lidade, o Millennium bcp não pode

deixar de mostrar ao mercado ativos

que, pela sua localização e potencia-

lidades construtivas, proporcionam

excelentes soluções para colmatar a

insufi ciência de oferta face à procu-

ra”, diz Nuno Marçal, Responsável

de Vendas – Grandes Imóveis Norte

da Direção de Negócio Imobiliário do

banco. A julgar pela “movimentação

que tem havido em torno do ativo”,

a venda promete ser um sucesso:

Lote habitacional no topo da NovaFacar em venda por carta fechada Integrado neste empreendimento em Leça da Palmeira, o Lote prevê a construção de 78 fogos e tem um valor base de €1.000.000. A boa projeção de vendas finais no atual momento do mercado é um argumento de peso.

“é um investimento extremamente

aliciante”, reforça Domingos Silva,

gerente da Predial Parque.

O Lote, com uma área de constru-

ção de 9.936 m2, prevê a construção

de um prédio residencial com um

total de 78 fogos distribuídos por 10

pisos e mais 1 recuado (7.452 m2 de

área bruta de construção acima do

solo), além de estacionamento em

cave para 99 viaturas. Está situado

no “topo do empreendimento, com

3 frentes de arruamentos”, detalha

Nuno Marçal, acrescentando que

“tem uma excelente localização”

num empreendimento a partir do

qual se pode chegar “rapidamente ao

Porto, a Matosinhos, ao aeroporto,

ou a qualquer outro local do Norte

ou sul do país, através do fácil aces-

so às diversas autoestradas e outras

vias de comunicação”. A NovaFacar

situa-se na margem Norte do Por-

to de Leixões, junto à Exponor e à

IKEA, a escassos minutos da praia e

a poucos metros do Porto de Mar de

Leixões, dispondo de acessos privi-

legiados a vias como a A28, A1, IC24,

A3 e A4. Além disso, disfruta de um

preço do lote é extremamente com-

petitivo” face aos resultados poten-

ciais das vendas, o que “permitirá

uma excelente rentabilidade”.

Os construtores e promotores lo-

cais estão entre os principais inte-

ressados para a aquisição deste Lo-

te, mas também de todo o Grande

Porto e até de âmbito nacional, que

“investem cada vez mais fora da sua

zona de ação” e que são atraídos “pe-

los bons resultados que podem reti-

rar da construção neste local, além

das boas perspetivas para a venda

em planta neste mercado”, nota o

gerente da Predial Parque. Não será

de estranhar, por isso, que esta ação

possa impulsionar o interesse nou-

tros ativos do Millennium bcp nes-

te empreendimento. Do total de 22

lotes que compõem a NovaFacar (e

onde se incluem seis já edifi cados,

com uma área comercial, um hotel

e habitação), 13 dos lotes disponíveis

são maioritariamente propriedade

do FII Imosotto Acumulação. Estes

últimos apresentam geometrias e

áreas diferenciadas entre 810 e 4.802

m2, admitindo construção de habi-

tação, comércio, escritórios e hotel.

“Todos os projetos que resultarem

destes lotes vão marcar o desenvol-

vimento do local”, diz Domingos Sil-

va, e “quem não conseguir comprar

agora, poderá ter oportunidade de

adquirir outros lotes no futuro”, ter-

mina Nuno Marçal.

“local calmo, numa combinação de

habitação, turismo e serviços, exce-

lente para focalizar o crescimento de

Leça da Palmeira, um local agradável

com muitos atrativos para se viver”,

comenta ainda Nuno Marçal.

Estes atributos do empreendi-

mento, “que sempre marcará a

diferença no concelho pela sua

localização, acessibilidade e pela

harmonia do plano urbanístico”,

diz Domingos Silva, prometem ser

um catalisador das vendas fi nais. O

segmento médio-alto é o principal

alvo destas casas, destacando-se as

famílias portuguesas para residência

permanente e a aquisição para in-

vestimento, com colocação no mer-

cado de arrendamento de longo pra-

zo. Ainda que em menor escala, os

estrangeiros também podem estar

entre os compradores destas casas,

especialmente os reformados que

querem “uma vida calma e casas de

qualidade numa vila pequena, plana

e com uma luz muito especial. Numa

perspetiva conservadora, as vendas

dos apartamentos resultantes deste

lote poderão atingir os €15.000.000,

de acordo com uma estimativa da

Predial Parque, acrescendo que o

tempo de venda das casas no con-

celho é hoje bastante mais rápido.

No atual momento de mercado, em

que “a oferta não satisfaz a procura,

vende-se o produto novo em pouco

tempo e em início de construção”,

diz Domingos Silva. Desta forma, “o

Mais Oportunidades Millennium na área de imobiliário de millenniumbcp.pt. Marque as suas visitas através da linha M Imóveis 707 91 20 20 (atendimento personalizado das 10h-22h). Custo máximo por minuto: 0,10€ para chamadas a partir da rede fixa e 0,25€ para chamadas a partir da rede móvel. Acresce IVA.

Page 7: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018 Oportunidades 07

HabitaçãoMatosinhos com subida homóloga de 7,9%O Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário aponta no sentido de uma valorização no mercado da habitação em Matosinhos. No último trimestre de 2017, os preços subiram cerca de 3% face ao trimestre anterior e cerca de 7,9% quando comparados com o mesmo período do ano anterior.O índice de Preços Residenciais neste concelho regista numa sequência de valorização desde o 2º trimestre de 2016, período em que preços tinham caído cerca de 7,5%.

De acordo com o SIR-Sistema de Informação Residencial, o preço médio de oferta no concelho era de 1409 euros/m2 no 4º trimestre de 2017, enquanto que no 2º trimestre de 2016 estava nos 1.244 euros/m2.

Os dados do Pipeline Imobiliário mostram que entraram em licenciamento 142 projetos residenciais no ano de 2017 neste concelho, dos quais sete possuem uma área superior a 1000 m2. A estes 142 projetos correspondem 370 fogos. Os apartamentos concentram 16,9″% dos novos projetos em licenciamento e a 66,2% dos novos fogos, sendo a grande maioria referente a projetos de construção nova.

7,9%Subida homóloga dos preços em Matosinhos (4ºT 17)

1409 euros/m2Preço médio de oferta das casas em Matosinhos (4ºT 17)

142Projetos de habitação que entraram em licenciamento em Matosinhos (2017)

Em 2017 entraram em licenciamento

370 novos fogos distribuídos por 142

projetos no concelho de Matosinhos

(dados da Confi dencial Imobiliário),

o que revela crescimentos face a 2016

de, respetivamente, 148% e 109%. Es-

tes foram mesmo os aumentos mais

expressivos na Área Metropolitana

do Porto (AMP) – apenas superado

pela subida do número de fogos em

Valongo (313% para 233 unidades).

Este ritmo é também muito mais

acelerado do que a média metro-

politana, onde o pipeline de novos

fogos em 2017 cresceu 63% (para

5.855 unidades) e o número de pro-

jetos aumentou 36% (para 237). O

dinamismo de Matosinhos resultou

no aumento do seu peso no total da

oferta da região, com o número de

fogos em licenciamento no conce-

lho em 2017 a pesar 6,3% do pipeline

metropolitano, quando em 2016 esse

peso era de 4,1%.

Ainda assim, o concelho, à seme-

lhança, do que acontece por todo o

país, continua a sofrer de um dese-

quilíbrio entre a oferta e a procura.

Na verdade, “precisaríamos do triplo

da oferta que está no mercado. Há

um grande défi ce de casas. A pro-

cura é muito elevada e a oferta não

a satisfaz”, diz Domingos Silva, ge-

rente da mediadora Predial Parque,

que está a apoiar o Millennium bcp

Matosinhos mais que duplica fogos em licenciamento, mas oferta continua baixaAna Tavares

numa ação de venda por carta fecha-

da de um Lote para construção de

habitação multifamiliar no empre-

endimento NovaFacar, em Leça da

Palmeira. “Os projetos novos, mes-

mo com um ciclo de produção mais

longo que o da reabilitação, estão a

ganhar nova atratividade junto dos

promotores/construtores”, tendo em

conta a consolidação da procura e

também a rapidez de colocação do

produto, com “projetos vendidos na

fundação”.

Construção recuperaNão é de estranhar, por isso, que a ati-

vidade de construção esteja também

a reagir positivamente. Aliás, esta

ação promovida pelo Millennium bcp

visa “estar em linha e corresponder à

tendência de crescimento do setor da

construção em Portugal e, em espe-

cial na região do Grande Porto, onde

o nível de vida tem vindo a benefi ciar

de boas melhorias e onde o turismo

tem crescido signifi cativamente”,

considera Nuno Marçal, Responsável

de Vendas – Grandes Imóveis Norte

da Direção de Negócio Imobiliário

do banco. De acordo com os dados

do Instituto Nacional de Estatística

(INE), a produção na construção em

Portugal aumentou 3% em janeiro

(face a janeiro de 2017), acelerando

face ao mês anterior. Da mesma for-

ma, também o emprego neste setor

apresentou um crescimento homó-

logo de 2,2% pelo terceiro mês con-

secutivo e as remunerações aumen-

taram 2,9%, acelerando face aos 1,6%

registados em dezembro. O setor da

construção tem sido mesmo um dos

que mais se destaca na criação de

empresas este ano, apresentando,

no acumulado dos dois primeiros

meses, uma das maiores subidas no

número de empresas constituídas

(dados InformaD&B), em cerca de

30,8% (ou seja, mais 222 nascimen-

tos para 942). O ritmo de criação de

empresas (total de todos os setores)

neste período foi de 12,1%. De acor-

do com esta fonte, existirão cerca

de 38.883 empresas de construção

ativas em fevereiro de 2018

Matosinhos foi o concelho da Área Metropolitana do Porto onde o pipeline de habitação mais cresceu em 2017

ISTOCK.COM/BALDO81

TERRENO URB. NOVAFACAR – LOTE 6

Refª: 12674Valor base: €1.000.000Concelho /Freguesia: Matosinhos /Matosinhos e Leça da PalmeiraAno: 2000Ação de venda através de proposta em Carta Fechada

Page 8: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

08 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

Falar de reabilitação urbana é falar

de sustentabilidade, de efi ciência tec-

nológica e ambiental, de otimização

de recursos naturais, de inovação e

empreendedorismo e de qualidade.

Manuel Reis Campos, presidente da

AICCOPN – Associação dos Indus-

triais da Construção Civil e Obras

Públicas, admite que, para dar res-

posta a estes desafi os, as empresas

têm de assumir a sua identidade pela

diferenciação no mercado. “Os níveis

de atividade têm melhorado. Porém,

fenómenos como a concorrência des-

leal e a ilegalidade, particularmente

graves em segmentos como a reabili-

tação urbana, colocam em causa to-

das as empresas cumpridoras e que

apostam na qualifi cação e na valori-

zação dos seus serviços e recursos”,

disse ao Público Imobiliário.

Exatamente por este motivo, a

AICCOPN criou a marca R.U.- I.S. –

Reabilitação Urbana Inteligente e

Sustentável, “a pensar nas pessoas

e para as pessoas, distinguindo quem

atua com cumprimento das regras

exigidas, dá um contributo essencial

para este desafi o que é valorizar e

qualifi car o tecido empresarial”. Ex-

plica Reis Campos que, a exemplo

do que se passa nos principais países

europeus, valores como a confi an-

ça, a segurança ou a qualidade são

requisitos exigidos pelos donos de

obra e é necessário afastar o risco de

recorrer a entidades que promovem

a clandestinidade, o trabalho ilegal e

não cumprem requisitos básicos.

Mercado de 24 mil milhões de eurosSegundo dados da AICCOPN, estima-

se que o custo das intervenções mais

relevantes ao nível do edifi cado habi-

tacional ascendam aos 24 mil milhões

de euros sendo que, nas palavras do

presidente, “o parque habitacional

português continua profundamen-

te degradado”. E explica: “basta ver

que, de um total de quase seis mi-

lhões fogos existentes, um milhão e

meio, necessitam de conservação”.

De resto, é no segmento da reabi-

litação onde se têm observado as ta-

xas de crescimento mais elevadas do

setor, registando-se um crescimento

médio do valor bruto da produção

de 9,1% nos últimos três anos. Para

2018, as previsões desta associação

apontam para um aumento de 9,7%,

em termos homólogos. “São taxas de

crescimento signifi cativas, mas que

Susana Marvão

“É urgente atrair mais e melhor investimento para as nossas cidades”Manuel Reis Campos, presidente da AICCOPN, alerta que apesar dos resultados positivos conseguidos em certos espaços urbanos é necessário ganhar uma dimensão nacional e aproveitar as oportunidades que a atual conjuntura tem proporcionado

DR

refl etem, também, a dimensão deste

mercado e o seu enorme potencial”,

comentou Reis Campos.

Atrair mais e melhor investimentoEm algumas entrevistas, Manuel Reis

Campos já havia comentado o facto

de, apesar de os “números” da Rea-

bilitação Urbana serem animadores,

ainda estarem muito aquém do seu

potencial. O que falta, então? Para o

presidente, mais do que tudo, é ne-

cessário atrair mais e melhor inves-

timento para as cidades e, em parti-

cular, para a Reabilitação Urbana. “É

que apesar dos resultados positivos

conseguidos, em especial, em certos

espaços urbanos como é o caso de

Lisboa e do Porto, a verdade é que,

por um lado, é necessário ganhar uma

dimensão nacional e, por outro, apro-

veitar as oportunidades que a atual

conjuntura tem proporcionado”.

O presidente recordou, por exem-

plo, as questões de natureza buro-

crática e administrativa que têm im-

pedido a atração de investidores ao

programa dos vistos “gold” e que a

falta de estabilidade do nosso siste-

ma fi scal tem criado desconfi ança

junto de muitos potenciais interes-

sados no Regime de Tributação de

Residentes Não Habituais. “Mes-

mo no Alojamento Local, que é um

exemplo de uma atividade que tem

dado um excelente contributo para

a reabilitação do nosso património e

para a revitalização das cidades, com

efeitos inegáveis em diversos setores

de atividade, como o comércio e o

turismo, a necessidade de regular es-

ta atividade parece querer pôr em

causa a sua continuidade”.

Explana Reis Campos que o Aloja-

mento Local precisa é de bom senso

e de ponderação e não de uma indefi -

nição, que afasta os potenciais inves-

tidores. “Fiscalidade justa e equili-

brada, acesso ao fi nanciamento, mais

oferta de habitação e um mercado

do arrendamento com dimensão,

são questões que precisam de ser

resolvidas”.

O impulso dos instrumentos fi nanceirosOs instrumentos de fi nanciamento

que foram criados – designadamente

o “IFRRU 2020”, o “Reabilitar para

Arrendar” e a “Casa Efi ciente 2020”,

que conta com a participação da

CPCI – Confederação Portuguesa da

Construção e do Imobiliário, como

entidade dinamizadora, e que deverá

em breve entrar em funcionamento

– são consideradas por Reis Campos

como “uma oportunidade para as

cidades e para as empresas, que se

espera venham a dar um contributo

signifi cativo para ganhar a dimensão

nacional que defendemos para a Re-

abilitação Urbana”. E assume que es-

tes instrumentos darão, seguramen-

te, um grande impulso ao mercado.

No entanto, também não deixa de

enfatizar o facto da AICCOPN defen-

der a necessidade de adotar uma vi-

são global que integre os diferentes

vetores estratégicos deste mercado.

“A qualifi cação e valorização das em-

presas do setor, a tributação do imobi-

liário, a necessidade de criar um ver-

dadeiro mercado do arrendamento

são fatores prioritários que têm de ca-

minhar ao lado destes instrumentos,

de forma a que se possa concretizar

a visão global que defendemos para

o mercado da Reabilitação Urbana”.

Investimento estruturantePara este ano, o presidente da AIC-

COPN apela a um novo ciclo ao nível

É no segmento da reabilitação onde se têm observado as taxas de crescimento mais elevadas do setor, registando-se um crescimento médio do valor bruto da produção de 9,1% nos últimos três anos.

do investimento estruturante, assen-

te num verdadeiro pacto de regime.

Cumprido o primeiro trimestre, Reis

Campos admite que “o ano está no

bom caminho, uma vez que se espera

um crescimento da atividade, com

as estimativas a apontar para uma

variação positiva de 4,5% na produ-

ção do setor, num contexto em que

as principais varáveis macroeconó-

micas se mantêm favoráveis”. No en-

tanto, alerta para o facto de relativa-

mente a questões de natureza mais

estrutural, como a defi nição de um

adequado planeamento e calendari-

zação do investimento estruturante,

os progressos, até ao momento, não

terem sido muito grandes. “Os con-

sensos em matéria de investimento

existem, e domínios como os portos,

aeroportos, infraestruturas ferroviá-

rias, energia ou água, apenas para ci-

tar alguns exemplos, são amplamen-

te reconhecidos como essenciais. No

entanto, ainda não existem os neces-

sários compromissos, que possam

garantir que, independentemente

dos ciclos económicos ou das conjun-

turas de curto-prazo, o País é capaz

de concretizar os investimentos de

que carece”.

Page 9: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

Palácio dos Condes de Tomar – Arquivo Revista Brotéria

Palácio de São Roque – Museu Casa Ásia

Auditório do Complexo de São Roque

Convento Santo Antão o Velho - Coleginho

Quinta Alegre Fase 2 – Estrutura Residencial Sénior

Hospital da Estrela – Nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados

Edifício Monsanto – Estrutura Residencial Sénior

Mitra – Polo de Inovação Social

Convento São Pedro de Alcântara

Edifício Travessa do Rosário, 31 – Creche

Edifício Marques da Silva, 1 – residência de acolhimento

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www.scml.pt

Page 10: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

10 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

Embora seja hoje reconhecido como

a zona mais “prime” para investir

neste setor, preferencialmente para

projetos residenciais na gama alta

e turísticos, atualmente a aposta

em reabilitação urbana em Lisboa

já não está apenas focada no centro

histórico.

Funcionando como um barómetro

da economia, o mercado de reabili-

tação refl ete o atual posicionamento

de Lisboa como cidade empreende-

dora, inovadora e inclusiva, sendo

palco para o desenvolvimento de

novos conceitos e produtos imobi-

liários mais direcionados para a no-

va procura, conduzida pelos jovens

empreendedores, pelo público inter-

nacional e, sobretudo, pela geração

“millennials”.

Conceitos como o ‘coworking’ ou

o ‘student housing’ são hoje reco-

nhecidos e apreciados por um públi-

co cada vez mais vasto, com a maior

parte do novo produto a surgir no

mercado através de projetos de re-

abilitação desenvolvidos em zonas

alternativas da cidade, com desta-

que para o eixo do Beato e Marvila.

E, perante um mercado em mudan-

ça, a tendência é para que no futu-

ro possamos também a assistir ao

lançamento de projetos residenciais

que apostem em novos modelos de

arrendamento urbano, sendo a re-

abilitação urbana um campo fértil

para os modelos de co-living que,

passo a passo, vão crescendo lá fo-

ra e que, inevitavelmente, tomarão

o seu caminho até Portugal.

Coworking expande-se na frente de rioEmbora ainda se encontre numa fase

inicial comparativamente a outros

mercados europeus, o coworking

tem vindo a crescer de mãos dadas

com a reabilitação urbana em Lisboa,

encontrando nos antigos armazéns

e edifícios de serviços na frente de

rio um terreno fértil para a sua ex-

pansão. Pelas contas da Cushman

& Wakefield, atualmente Lisboa

conta com cerca de 40 centros de

co-working que oferecem mais de

35.000 m² de escritórios partilhados.

Um valor que praticamente duplica-

rá no fi nal deste ano, graças ao Hub

Criativo do Beato.

De frente para o Tejo, num espaço

totalmente desativado desde 2011 e

Susana Correia

Movimento da reabilitação alastra-sepor toda a cidade de LisboaO movimento da reabilitação urbana continua a alastrar-se por toda a cidade de Lisboa, saindo do centro rumo a novas localizações e contagiando cada vez mais segmentos de mercado. O resultado está à vista, com uma cidade cada vez mais criativa e inclusiva!

DR

que serviu, durante o Estado Novo

para a produção de bens alimentares

para as Forças Armadas, vai nascer

um gigantesco polo de empreende-

dorismo e inovação, promovido pela

Câmara Municipal de Lisboa e pela

Startup Lisboa, a quem a autarquia

confi ou a dinamização, programação

e gestão do espaço. O Hub Criativo do

Beato ocupará os 35.000 m² e as du-

as dezenas de edifícios que durante

anos estiveram vazios e degradados,

dando lugar a um dos maiores polos

de empreendedorismo da Europa.

Beato: o novo bairro criativo da cidadeA Factory, a Mercedes Benz, a Web

Summit e o Super Bock foram os pri-

meiros quatro ocupantes confi rma-

dos no Hub do Beato, investindo na

recuperação dos edifícios onde se

instalarão já a partir do fi nal deste

ano. E, passo a passo, tudo aponta

para que o Beato se torne no novo

bairro criativo de Lisboa.

Vinda de Berlim, a Factory esco-

lheu o Beato para a sua primeira loca-

lização internacional, montando ain-

da mais um espaço onde start-ups e

grandes empresas poderão trabalhar

lado a lado. A também alemã Merce-

des Benz instalará no Hub o seu pri-

meiro centro digital a nível mundial,

onde programadores portugueses e

estrangeiros passarão a desenvolver

os sites a aplicações da fabricante au-

tomóvel. A Web Summit, por seu tur-

no, vai transferir para ali os seus atu-

ais escritórios localizados no Cais do

Sodré. Já a Super Bock quer ali criar

uma micro-cervejeira para produção

de cerveja artesanal, mas também

explorar os territórios da música e

arte urbana aos quais se tem vindo

a associar ao longo dos anos.

A ligação à rede de ciclovias da

cidade, a instalação de bicicletas

partilhadas, a criação de shuttles de

ligação permanente a Santa Apoló-

nia e à Gare do Oriente, bem como

o reforço das carreiras da Carris

(com novas paragens na avenida

Infante D.Henrique) e a construção

de estacionamento automóvel fazem

parte dos planos da autarquia para

melhorar a acessibilidade à zona do

Beato.

Requalifi cação do espaço público avança na frente rio com mais mobilidade partilhadaSimultaneamente, prossegue a estra-

tégia de requalifi cação dos espaços

públicos levada a cabo pela autar-

quia, com o duplo objetivo de me-

lhorar as condições existentes e ofe-

recidas aos cidadãos e de alavancar o

investimento privado na reabilitação

das áreas intervencionadas.

A Doca da Marinha, que abrange

Hub Criativo do Beato

toda a área entre a antiga Estação

Fluvial Sul e Sueste e o novo terminal

de cruzeiros, é o próximo espaço da

frente ribeirinha que vai ter obras. O

protocolo assinado no passado dia

21 de fevereiro pela autarquia com

a Administração do Porto de Lisboa

e a Marinha, vai permitir a requalifi -

cação de todo aquele espaço, cum-

prindo a parte que faltava do projeto

traçado pelo arquiteto João carrilho

da Graça para a requalifi cação do es-

paço público no Campo das Cebolas,

cujas obras estão, entretanto, quase

a acabar.

Ao abrigo desta intervenção, sur-

girá uma alameda pedonal repleta

de árvores a ladear a zona viária da

Avenida Infante Dom Henrique, bem

como algumas construções novas.

Além disso, a linha de elétrico vai

entrar na Infante Dom Henrique já

quase na extremidade da doca, per-

mitindo a ligação do Cais do Sodré

a Santa Apolónia, que agora acaba

abruptamente na Rua Cais de Santa-

rém que, por sua vez, passará a ter

passeios mais largos, desaparecendo

muitos dos atuais lugares de estacio-

namento.

A frente ribeirinha e o arrendamento

acessível parecem ser, em termos geográficos

e setoriais, duas das atuais prioridades

estratégicas na atual fase do ciclo

da reabilitação

Page 11: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

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desenvolve soluções técnicas específicas para os desafios e

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Page 12: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

12 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

Nas principais cidades de Portugal

reabilitar é, na opinião de Francisco

Quintela e Carlos Penalva, o futuro.

Os sócios da Quintela e Penalva – Re-

al Estate admitem existirem poucos

terrenos ainda disponíveis para cons-

trução de raiz nos grandes centros e

menos ainda no casco antigo, pelo

que a reabilitação é algo que se irá

manter no futuro.

Aliás, ao Público Imobiliário, os só-

cios avançam que os clientes tendem

a ver este setor como interessante.

“Muitos procuram as características

das casas dos ‘velhos tempos’, com

a harmonia e o conforto da atuali-

dade, sem dúvida que a fusão entre

o tradicional e o contemporâneo é

muito procurada”.

Desde meados de 2012 que este

mercado tem, no entender destes

executivos, estado substancialmen-

te ativo. “Principalmente nos centros

históricos e devido, em grande par-

te, à afl uência de turistas, fator que

impulsiona a venda através da pro-

cura de imóveis para arrendamentos

turísticos”.

Assim, a Quintela e Penalva – Re-

al Estate acredita que 2018 será um

ano de “afi nações e compensações

no mercado”. E acrescentam que es-

te mercado “irá estabilizar e seguir

o seu rumo normal como qualquer

outro mercado maduro”.

Por tudo isto, a reabilitação é um

setor particularmente interessante

para a Quintela e Penalva – Real Esta-

te. “A maioria das nossas vendas dão-

se precisamente em projetos reabi-

litados. Lisboa, Cascais e Porto são

cidades com cariz histórico, umas

mais do que outras, mas sempre com

um carácter histórico evidenciado

pela antiguidade dos edifícios”.

Negócio cresce de forma sustentadaDe resto, o mercado imobiliário tem

vindo a evoluir de forma sustentada,

com excelentes indicadores a curto e

médio prazo. E a Quintela e Penalva –

Real Estate não podia estar a aprovei-

tar este momento da melhor forma:

2017 foi de crescimento acentuado,

com um aumento de 69% face ao ano

anterior. Uma tendência que os sócios

Carlos Penalva e Francisco Quintela

acreditam ir ter continuidade em 2018.

Mas apesar do ano se avizinhar

excelente, os dois sócios admitem

que vai igualmente ser desafi ante,

até porque, “ao contrário do ano que

passou, a oferta vai aumentar signifi -

cativamente e todos os clientes que

Reabilitação Urbanavai continuar a ser tendênciaFrancisco Quintela e Carlos Penalva admitem existirem poucos terrenos ainda disponíveis para construção de raiz nos grandes centros e menos ainda no casco antigo, pelo que a reabilitação é algo que se irá manter no futuro

DR

antes não tinham tanta escolha, vão

passar a ter, daí o desafi o dos me-

diadores ser maior”. Por outro lado,

admitem que, atualmente, há que

dar resposta a um leque muito mais

abrangente do tipo de investidores,

mais exigentes e inovadores.

Porto em expansãoO segmento médio/alto continua a

ser um dos mais ativos em Portugal,

dizem ambos os sócios, explicando

que apresenta valorização de preços

até 20% nas principais zonas de Lis-

boa, como a Av. da Liberdade, Chia-

do ou Príncipe Real. “O Porto tam-

bém está em expansão e com maior

oferta do que em Lisboa. Os clientes

portugueses continuam a liderar nes-

te segmento, responsáveis por cerca

de 60% das nossas transações”.

Dentro do mercado de luxo, rea-

bilitar continua a ser uma tendên-

cia. “O setor de luxo tem-se vindo

a aprimorar devido à exigência dos

clientes, especialmente internacio-

nais, no que concerne aos layouts

dos apartamentos e prédios ou aos

seus acabamentos que já entram co-

mo sendo premium”.

Aliás, Portugal é ‘trendy’, dizem

Carlos Penalva e Francisco Quinte-

la. “Estamos fi nalmente no mapa e

temos um país muito atrativo: com

imensa história arquitetónica e diver-

sidade; boa gastronomia; um clima

ameno; segurança e, obviamente,

benefícios fi scais para investidores

internacionais. Todos estes fatores

potenciam inevitavelmente a procu-

ra aos mais diversos perfi s de inves-

tidores e nacionalidades”.

Investidores estrangeiros crescemApesar dos investidores nacionais as-

segurarem a maior fatia do mercado,

os investidores internacionais foram

responsáveis, na Quintela e Penalva –

Real Estate, por 40% das transações

Carlos Penalva e Francisco Quintela, sócios da Quintela e Penalva – Real Estate

em 2017, o que representou mais 13%

que no ano anterior, “dando a rele-

vância merecida ao nosso departa-

mento internacional, assim como o

de Concierge e Relocation, que tem

vindo a trazer maior qualidade de

serviço aos nossos clientes, princi-

palmente os estrangeiros”.

Os sócios revelaram estarem a tra-

balhar maioritariamente com clientes

de nacionalidade chinesa, brasileira,

turca, americana, inglesa, francesa e

também do Médio Oriente.

De resto, no entender de Carlos Pe-

nalva e Francisco Quintela, as pesso-

as já perceberam que, atualmente,

investir em ativos imobiliários em

Portugal é mais atrativo e seguro,

em termos de rendimentos, do que

investir em ativos fi nanceiros. “A

instabilidade geopolítica e do setor

fi nanceiro faz com que cada vez mais

investidores estrangeiros e portugue-

ses apostem em ativos reais, como é

o caso do imobiliário”.

Muitos clientes procuram as

características das casas dos ‘velhos tempos’, com a

harmonia e o conforto da atualidade, sem dúvida que a fusão

entre o tradicional e o contemporâneo é muito

procurada

Page 13: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

Solidez e confiançaestão na base do nosso crescimento

NO APOIO À REABILITAÇÃO URBANA

MAIS FORTES

713 Milhões de Euros para financiamento de projetos

Page 14: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

14 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

A “Conferência da Promoção Imo-

biliária – Os fazedores de Cidades”,

que se realiza amanhã, no âmbito

da V Semana da Reabilitação Urba-

na de Lisboa servirá para a APPII

- Associação Portuguesa dos Pro-

motores e Investidores Imobiliários

apresentar perante a Secretária de

Estado da Habitação, Ana Pinho, os

seus contributos às propostas e es-

tratégias contidas no programa da

“Nova Geração de Políticas da Ha-

bitação”. Programa preparado por

um grupo de trabalho criado para

o efeito na associação, liderado por

Fernando Santo, administrador exe-

cutivo do Montepio Gestão de Ati-

vos Imobiliários ACE e presidente

da Assembleia-Geral da APPII. Estas

propostas foram discutidas em reu-

nião de associados, promotores e

investidores imobiliários ativos no

imobiliário nacional.

Hugo Santos Ferreira, vice-presi-

dente executivo da APPII, comenta

que estas propostas começam por

“identifi car as principais oportuni-

dades que Portugal e em especial es-

te mercado hoje apresentam, sendo

algumas delas verdadeiras benéfi cas

novidades, de onde destacaria, por

um lado, a oportunidade que repre-

senta e que não deve se desperdiça-

da de um crescimento da procura

de habitação por estrangeiros, para

turismo ou para residência tempo-

rária com fi ns fi scais ou legais com

a consequente retenção de inves-

timento que tal representa, assim

como a notável atração dos jovens

e famílias pelos centros das cidades,

invertendo a tendência das últimas

décadas (contrariamente ao que se

tem querido fazer passar junto da

opinião pública)”.

Por outro lado, o vice-presidente

executivo da APPII destaca “a exis-

tência de centenas de habitações

devolutas, ao mesmo tempo que

assistimos a um aumento da procura

de habitações para arrendamento,

invertendo também aqui a tendên-

cia das últimas décadas, factos estes

que devem ser totalmente aprovei-

tado e em harmonização com os

primeiros”.

A conferência acontece no Pátio

Ana Tavares

Promotores apresentam ao Governo propostas para a habitaçãona Semana da ReabilitaçãoAmanhã, 12 de abril, decorre no âmbito da V Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa a “Conferência da Promoção Imobiliária – Os fazedores de Cidades”, uma iniciativa da APPII e da Vida Imobiliária

DR

da Galé, a partir das 10 horas e conta

com o apoio da EY, BCP, Caixiave,

MLGTS e Victoria Seguros.

Iniciativa da Vida Imobiliária e da

Promevi, a Semana da Reabilitação

Urbana de Lisboa decorre desde o

dia 9, até ao próximo dia 15 de abril,

no Pátio da Galé.

Urge melhor legislação e estabilidade fi scalNo passado mês de fevereiro, um

estudo elaborado pela EY e apre-

sentado em conjunto com a APPII,

explanava que o imobiliário portu-

guês ainda tem muito que melhorar

no que diz respeito à legislação e

estabilidade fi scal na hora de rece-

ber investimento estrangeiro. A ins-

tabilidade legislativa ou as elevadas

taxas de IRC são alguns dos entraves

que os investidores identifi caram

no estudo.

Nos últimos nove anos, a lei fi scal

mudou quase todos os anos, o que

não abona a favor da estabilidade

tanto desejada por investidores e

pelo imobiliário português. Estas

foram algumas das conclusões do

novo estudo “Tax competitiveness

study in the real estate sector”.

Também a incidência do Imposto

de Selo sobre os fi nanciamentos

ou a grande burocracia são alguns

dos pontos onde Portugal pode me-

lhorar, face a outros países concor-

rentes.

Este estudo comparou Portugal

com a Holanda, Alemanha, Itália e

Espanha, mas os responsáveis ad-

mitem ter sido difícil encontrar mé-

tricas comparáveis entre os países.

Na apresentação do estudo, Tiago

Rosa, Manager, International Tax

Services Real Estate, Hospitality &

Construction da EY explicou que

Há que aproveitar o crescimento da procura de habitação por estrangeiros, para turismo ou para residência temporária

“a tributação agregada na aquisi-

ção de imóveis em PT poderá em

determinadas situações mostrar-se

bastante menos onerosa que nos

restantes países analisados. O IS

poderá consubstanciar um fator

negativo em termos de atratividade

no que diz respeito ao fi nanciamen-

to”. E conclui que “existe trabalho

a fazer no que diz respeito ao IMT

e ao IS, este imposto está acima da

média” dos outros países.

Por outro lado, afi rmou na mes-

ma conferência que, para os investi-

dores, “o IMT é maior preocupação

que o IMI. Apesar de os termos de

incidência do IMI estarem em linha

com práticas nos outros países, a

tributação na fase de detenção a

nível de IRC está a um nível eleva-

do. A elevada taxa agregada do IRC

poderá constituir um fator negativo

de atratividade”.

Hugo Santos Ferreira destaca a existência

de centenas de habitações devolutas,

ao mesmo tempo que assistimos a um aumento da procura de habitações para

arrendamento, invertendo também

aqui a tendência das últimas décadas

Page 15: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português
Page 16: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

16 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

IFRRU 2020: Pedidos de financiamentojá totalizam 194 milhões de eurosO IFRRU 2020, Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, já registou 60 candidaturas desde novembro passado, num total de 194 milhões de euros.

São já 60 as candidaturas, num total

de 194 milhões de euros, registadas

no IFRRU 2020, Instrumento Finan-

ceiro para a Reabilitação e Revitaliza-

ção Urbanas. Além das candidaturas,

o IFRRU 2020 tem já cinco contratos

assinados, que ultrapassam os 12 mi-

lhões de euros de investimento. Dois

dos contratos localizam-se no Fun-

chal, um em Lisboa, um no Porto e

outro em Elvas, de resto o maior in-

vestimento deste lote, com um valor

superior a cinco milhões de euros.

Neste âmbito, as intenções de in-

vestimento registadas pelos bancos

parceiros, que ainda não forma-

lizaram candidaturas, “já ul-

trapassam os mil milhões de

euros”, disse à Lusa o mi-

nistro do Ambiente, João

Matos Fernandes, à mar-

gem do início da 5.ª edição

da Semana da Reabilitação

Urbana de Lisboa.

O IFRRU realizou concur-

so público internacional, tendo

sido selecionados os bancos Millen-

nium BCP, o Banco BPI e o Banco

Santander que por sua vez acumulou

por integração a tranche reservada

ao Banco Popular, que também foi

selecionado. A análise de risco fi -

ca assim a cargo das mencionadas

instituições fi nanceiras, que acom-

panham em termos de capital fi -

nanciado a componente pública.

O Millennium BCP é a entidade

que maximiza o montante de fi nan-

ciamento, com cada euro aprovado

pelo IFFRU, o Millennium BCP as-

segura uma tranche adicional de fi -

nanciamento de 1,30 euros. O Banco

Santander por sua vez tem a maior

tranche de fi nanciamento IFFRU.

Empréstimos em condições vantajosasO denominado Instrumento Finan-

ceiro para a Reabilitação e Revitali-

zação Urbanas dispõe de 1,4 mil mi-

lhões de euros para fi nanciar projetos

desta índole, dos quais 703 milhões

de fundos públicos provenientes de

fundos europeus do Portugal 2020,

Orçamento de Estado, Banco Euro-

peu de Investimento (BEI) e Banco

de Desenvolvimento do Conselho da

Europa (CEB), aos quais acrescem

os recursos da banca comercial em,

pelo menos, igual montante.

Este programa disponibiliza, atra-

vés da banca comercial, emprésti-

mos “em condições mais vantajosas”

para reabilitação urbana e efi ciên-

cia energética, “em produtos mais

competitivos” do que aqueles que

existem atualmente no mercado: ma-

turidades mais longas (até 20 anos),

período de carência mais alargado

(até quatro anos) e taxas de juro in-

feriores às que são hoje praticadas no

mercado (por força da combinação

das dotações da banca e as dotações

públicas sendo estas últimas – com

taxa zero, no caso dos FEEI e OE ou

com taxas muito reduzidas pelo facto

das dotações do BEI e CEB consisti-

rem em empréstimos à República).

Segundo dados do INE, existem

cerca de um milhão de edifícios

com necessidades de intervenção.

Nos termos da legislação comunitá-

ria aplicável (Auxílios de Estado), o

investimento em reabilitação urba-

na está limitado a 20 milhões de eu-

ros e, na componente de efi ciência

energética, a 10 milhões. No entan-

to, estes limites, segundo a comissão

diretiva do Instrumento Financeiro

Reabilitação Urbana, “não impedem

o fi nanciamento de múltiplos proje-

tos do mesmo promotor que, isola-

damente, sejam enquadráveis, mas

cujo investimento agregado” supere

os referidos montantes.

O instrumento pretende chegar a

todo o tipo de benefi ciários, sejam

eles singulares ou coletivas, públicas

ou privadas. Para os projetos que não

disponham de garantia bastante, o

IFRRU 2020 disponibiliza ainda, al-

ternativamente, uma garantia atra-

vés do Sistema Português de Garantia

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Page 18: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

18 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

Os números são da C&W, divulga-

dos no “Portugal Retalho – março

2018”, que fez uma análise do setor

do retalho neste período de tempo.

Segundo a consultora, “a entrada

dos investidores deu-se pelos cen-

tros comerciais”, que nos últimos

anos perceberam o potencial do

comércio de rua de Lisboa e Porto,

impulsionado pelas alterações à lei

do arrendamento e pelo aumento do

turismo. E são cada vez mais as na-

cionalidades que escolhem investir

em Portugal. Até porque o setor dos

centros comerciais no nosso país é

muito maduro, e a grande novidade

é mesmo a rua.

“Com a antiga lei do arrendamen-

to, podemos dizer que não havia co-

mércio de rua. O turismo e a reabi-

litação urbana, a par da maturidade

dos centros comerciais, deram uma

nova dinâmica”, comenta Sandra

Campos, Head of Retail da C&W,

Reabilitação Urbana dinamiza setor do retalho O setor do retalho em Portugal, incluindo os vários tipos de ativos, atraiu um total de 6,7 milhões de euros em investimento nos últimos 15 anos, cerca de 50% do total investido em imobiliário comercial no país

DR

que alerta que “esta lei é poderosa

o sufi ciente para por em causa toda

a dinâmica de uma cidade”.

Entre 2015 e 2017, foram registadas

1.600 operações no setor do retalho,

57% em centros comerciais, impul-

sionadas pelas novas aberturas de

shoppings como o Évora Plaza ou o

MAR Shopping Algarve, e pela expan-

são do Colombo. Mas, na verdade,

“Não houve mais procura nos shop-

pings”, explica Marta Esteves Costa,

Associate e diretora de Research da

C&W. Já as rendas prime aumenta-

ram cerca de 53% para o total da ofer-

ta desde 2013, cerca de 100% na zona

de Santa Catarina, no Porto, 81% na

Rua Augusta e 43% no conjunto dos

centros comerciais de Lisboa.

Prova do dinamismo do comércio

de rua em Lisboa é que, depois de

ter sido superada com o Colombo, a

área comercial da Baixa supera agora

este grande centro comercial, com

91.000 m2, segundo Sandra Campos.

“A ligação é muito mais contínua” no

que diz respeito à oferta entre a Ave-

nida da Liberdade e o rio, e tanto Lis-

boa como o Porto “estão no mapa da

expansão dos retalhistas”.

A Baixa de Lisboa concentra 46%

da oferta (m2) do comércio de rua da

cidade, seguida pelos 21% da Avenida

da Liberdade, dos 20% do Chiado e

dos 13% da zona dos Restauradores

e Rossio. Mas foi na zona dos Restau-

radores e Rossio que a oferta mais

cresceu entre 2007 e 2017, cerca de

50% em 10 anos. Só no eixo Flores/

Mouzinho da Silveira, no Porto, abri-

ram 170 novas lojas desde 2015.

As zonas de comércio mais antigas

da cidade são as que têm um maior

peso dos retalhistas tradicionais. E o

dinamismo do comércio de rua nas

principais artérias tem tido “um efeito

de contágio” a outras zonas. É o caso

do Parque das Nações, das Avenidas

mento do retalho em Portugal, im-

pulsionando a procura pelo comér-

cio de rua. Este é uma das novas ten-

dências que parece estar para fi car.

Os novos hábitos de consumo que

fi caram depois da crise estão a ter

um grande impacto na mudança da

oferta de lojas, que “já não se limitam

a vender o seu produto, mas também

a associar alguma experiência”. Va-

loriza-se “a experiência individuali-

zada dentro do espaço físico”, numa

altura em que “a fi delidade à marca

é menos importante que a experiên-

cia”, nota Sandra Campos. O lazer e a

proximidade são outras componen-

tes essenciais.

Uma nova “preocupação com o

saudável ou sustentável” também

é visível nos novos conceitos, bem

como o grande peso que a restaura-

ção tem agora na oferta, dominando

as novas aberturas de 2017, e muito

ligada também à experiência.

Com a antiga lei do arrendamento, a C&W diz que não havia comércio de rua. O turismo e a reabilitação urbana, a par da maturidade dos centros comerciais, deram uma nova dinâmica ao setor

Novas, do Cais do Sodré ou do Prín-

cipe Real, zonas com uma oferta mui-

to específi ca. E “as próximas zonas

serão sempre as perpendiculares e

paralelas das grandes artérias comer-

ciais de Lisboa e Porto”, como a zona

ribeirinha do Braço de Prata, Santos,

Alcântara ou a Avenida Almirante

Reis, em Lisboa, e a zona de Cedo-

feita, no Porto, nota Sandra Campos.

Mudança do perfi l do consumo marca a indústria do retalho A procura da proximidade é outros

dos fatores que está a pautar o mo-

Page 19: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

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20 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

Santander quer ser referênciano financiamento à Reabilitação UrbanaTendo a seu cargo 53% dos 1.400 milhões de euros disponibilizados para financiar o setor ao abrigo do IFRRU, o Santander quer ser “o” banco de referência na reabilitação urbana em Portugal, revela o diretor da área de fomento à construção, António Fontes

cias bem localizadas e de estarmos

muito presentes nas Açores e Madei-

ra também foi muito importante.

Ao gerir uma linha de fi nancia-

mento de mais de 700 milhões

de euros, qual o papel que ambi-

cionam ter para o sucesso deste

mecanismo e, claro, para capita-

lizar a reabilitação dos territórios

nacionais?

Todos nós sabemos que Lisboa e Por-

to estão com um forte dinamismo na

reabilitação urbana. O que gostarí-

amos era que esta linha permitisse

que este dinamismo se espalhasse ra-

pidamente pelo resto do País. Por is-

so apostamos numa forte divulgação

na comunicação social, utilizamos as

nossas agências para publicitar e es-

tamos a fazer ações de sensibilização

por todos os municípios. Não há ne-

nhuma agência que não tenha publi-

cidade a este instrumento fi nanceiro.

E agimos rapidamente porque o

programa tem uma duração limita-

da, sendo assim importante desper-

O Santander foi o melhor classi-

fi cado no concurso público in-

ternacional para a gestão desta

linha do IFRRU, fi cando respon-

sável por praticamente metade

da verba disponibilizada ao setor.

Qual foi o valor acrescentado da

proposta do banco face aos res-

tantes? Gostaria de comentar?

O Santander fez um esforço para

apresentar uma proposta que fos-

se ao encontro das necessidades

do programa, isto é, que tivesse um

spread mais competitivo, não tivesse

limites mínimos nem máximos de

fi nanciamento, para além daqueles

que o programa já tinha, e que es-

tivesse disponível para todos, quer

fossem particulares, empresas, setor

público, IPSS, etc. Obviamente que

a posição do Santander como maior

banco privado português e o rating

que possui também ajudou a que

obtivéssemos o primeiro lugar no

concurso. Por outro lado, também

o facto de termos uma rede de agên-

tar a consciência de todos, em espe-

cial dos proprietários atuais, que têm

uma oportunidade única para reabi-

litar e valorizar o seu património.

Entendo que se conseguirmos fa-

zer isso estaremos a contribuir para

o crescimento da economia e para

a melhoria de qualidade de vida de

todos nós.

O IFRRU está acessível quer ao

setor público quer ao privado.

Como tem sido a adesão de cada

um destes setores à vossa linha?

E, entre os estrangeiros, também

já se sente procura?

O setor privado está sem dúvida à

Page 21: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018 Mercado e Financiamento na RU 21

DROs privados representam 90% das intenções de investimento e entre eles nota-se já grande procura de investidores estrangeiros.

jetivo é necessário que todos colabo-

rem porque, como sabemos, muitos

destes investimentos ainda não têm

projetos aprovados e é essencial que

todos estejamos conscientes da ne-

cessidade de aprovar estes projetos

rapidamente nos municípios.

A angariação de intenções de in-

vestimento está em linha com o ob-

jetivo traçado. Ao nível de contrata-

ções, já sabíamos que os primeiros

trimestres são para “semear” e os

seguintes para “colher”.

Em média, qual o período que de-

mora todo o processo de candida-

tura de uma intervenção ao IFR-

RU, desde a sua apresentação até

à contratação do empréstimo?

Depende da dimensão da opera-

ção. Diria que uma operação até

um milhão de euros pode ser con-

tratada no prazo de um mês ou até

menos, desde que seja entregue

o dossier completo. Estamos pre-

parados para fazer a elegibilidade

rapidamente em dois ou três dias.

O problema é que tipicamente

estes fi nanciamentos hipotecários

têm características que tornam os

processos mais demorados. Neces-

sitam de avaliações, verifi cação dos

projetos, etc. Mas não é por serem

ao abrigo deste instrumento. Todos

os hipotecários têm estas caracte-

rísticas.

O IFRRU, juntamente com o San-

tander, tem promovido ativamen-

te várias sessões de esclarecimen-

to público sobre as vantagens des-

te mecanismo. É uma aposta para

continuar ao longo do ano? Tendo

em conta esta experiência, sente

que ainda há desconhecimento

no mercado sobre os benefícios

de um fi nanciamento IFRRU?

Claro que sim. O nosso objetivo é

chegar a todos os municípios. Era im-

possível em tão pouco tempo clarifi -

car todos os potenciais destinatários.

Mas gradualmente o mercado está

a fi car informado das vantagens e a

perceber que afi nal não há complexi-

dade do instrumento fi nanceiro.

A par com esta linha de fi nancia-

mento ao abrigo do IFRRU, que

outros mecanismos disponibiliza

o Santander para apoiar o investi-

mento neste setor da reabilitação?

O Santander sempre teve as suas

linhas de crédito à construção e re-

abilitação. E, portanto, todas as ope-

rações que não sejam elegíveis no

IFRRU 2020, quer sejam por superar

os 20 milhões de euros de investi-

mento ou porque são para reabilitar

imóveis que não se situam em Áreas

de Reabilitação Urbana, ou pelo que

quer que seja o motivo, podem ser

objeto de fi nanciamento nas linhas

de crédito habituais do banco.

Aliás, como já aconteceu, temos

casos de clientes que não trabalha-

vam com o nosso banco e que nos

procuraram por causa do IFRRU

2020, e que acabaram por ter pro-

postas aprovadas fora desta linha,

por não serem elegíveis, algumas

delas já contratadas.

municípios e algumas delas também

já se transformaram em candidaturas

e já foram aprovadas.

Os privados representam 90%

das intenções de investimento e en-

tre eles nota-se já grande procura

de investidores estrangeiros. Todos

os dias temos pedidos de reuniões

com investidores estrangeiros, sejam

brasileiros, franceses, ingleses, etc,

que já ouviram falar do Instrumento

e vêm falar com o Santander para

perceber como funciona.

Quais as metas traçadas para 2018

em termos de execução da linha

de crédito do IFRRU? E, até agora,

o ritmo de concessão e aprovação

de projetos está em linha com os

objetivos estabelecidos?

O Santander em Portugal tem um ob-

jetivo muito ambicioso para este ano.

Queremos chegar aos 400 milhões

de euros de operações contratadas.

Isto, porque como já referi, o timing

da aplicação das verbas é curto (até

2022). Mas para atingirmos este ob-

frente nas intenções de investimento,

até porque o setor público tem outras

alternativas de fi nanciamento para

os seus projetos e, por outro lado,

tem de lançar concurso público, o

que por si só, faz com que as candida-

turas demorem mais a aparecer. Mas

há intenções já manifestadas pelos

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Page 22: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

22 IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018

Especialistas defendem que a Reabilitação Urbana na capital deve incluir um reforço dos edifíciosUm debate que decorreu na Assem-

bleia Municipal de Lisboa, sob pro-

posta do CDS-PP, juntou especialis-

tas que defendem que a Reabilitação

Urbana na capital deve incluir um

reforço dos edifícios, nomeadamente

antissísmico.

Presente no evento, o vice-presi-

dente do Instituto de Engenharia de

Estruturas, Território e Construção

do Instituto Superior Técnico, Mário

Lopes, começou por afi rmar que “é

importante incorporar a resistência

sísmica na reabilitação urbana”, sob

o risco de estarem a ser feitas “obras

que são armadilhas mortais”, divul-

gou a agência Lusa.

Na opinião do engenheiro, “o grau

de exigência exigido na reabilitação

urbana continua a ser zero”, e “isto

continua a ser feito com a cumplici-

dade do Governo, da Câmara de Lis-

boa e das entidades com responsa-

bilidade na matéria”, avança a Lusa.

Um dos exemplos é a “destruição da

gaiola pombalina”, comum na baixa

da capital, que Mário Lopes consi-

derou ser “um crime cultural”. “Lis-

boa é a primeira cidade do mundo

construída para resistir a sismos, e

somos nós próprios que a estamos

a destruir”, acrescentou.

Já o diretor da Faculdade de Ar-

quitetura da Universidade de Lisboa,

João Pardal Monteiro, deu o exemplo

de habitações que fi cam fragilizadas

devido à união de divisões. “Temos

que mentalizar as pessoas de que não

se podem fazer intervenções neste

tipo de edifícios sem técnicos qua-

lifi cados para as fazer”, defendeu o

arquiteto, explicando que estas inter-

venções vão “tirar as características

para resistir aos sismos”.

Pardal Monteiro salientou que

“as intervenções na cidade, para

que isto não se torne um baralho

de cartas pronto a cair ao primeiro

sismo, têm de ser feitas com técni-

cos especializados”.

Também Vasco Appleton, profes-

sor da Universidade Católica Portu-

guesa, advogou que “a reabilitação

urbana deveria implicar uma inter-

venção de reforço antissísmico, isto

Reabilitação Urbana em Lisboa deve incluir reforço antissísmico

DR

deveria ser óbvio”.

A encerrar o debate, a vereadora

da Habitação da Câmara Municipal

de Lisboa, Paula Marques, precisou

que o município “tem estado a de-

senvolver vários instrumentos nes-

ta matéria”, como “a atualização da

carta de solos, índice de residência

sísmica, e um manual de boas práti-

cas na reabilitação”.

Para os partidos que intervieram

na sessão, a Câmara Municipal deve

ter um papel importante nesta ques-

tão, ao nível da informação à popu-

lação, da fi scalização das obras e da

prevenção através do ordenamento

do território.

Destaque Um debate que decorreu na Assembleia Municipal de Lisboa, sob proposta do CDS-PP, juntou especialistas que defendem que a Reabilitação Urbana na capital deve incluir um reforço dos edifícios, nomeadamente antissísmico.

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Page 23: Resorts e Turismo Investimento em turismo residencial português

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1 - 1908 LISBOA HOTEL / LISBOA O 1908 Lisboa Hotel nasce da reabilitação de um dos edifícios marcantes da Avenida Almirante Reis, em Lisboa, um imóvel com o traço original do arquiteto Adães Bermudes e prémio Valmor. É uma promoção da Villa de Santa Ana – Hotelaria e Turismo, Lda, com projeto do atelier Pardal Monteiro Arquitectos.

2 - HOTEL EXE ALMADA PORTO / PORTO No gaveto da Rua Ricardo Jorge e do Largo de Mompilher, junto à Avenida dos Aliados, no Porto, encontramos o Exe Almada Porto. Trata-se de uma obra promovida pela Tbri - The Building Revolution Insiders, Lda, a partir do projeto do atelier N&N - Arquitectura e Planeamento, Lda e executada pela construtora Alexandre Barbosa Borges, S.A.

3 - VILA GALÉ PORTO RIBEIRA / PORTO -

com o Vila Galé Porto Ribeira. Esta obra nasce do projeto de reabilitação desenvolvido pelo arquiteto Luís António e executado pela construtora ABB - Alexandre Barbosa Borges, S.A.

4 - RECUPERAÇÃO DOS EDIFÍCIOS DE APOIO À ESCOLA PORTUGUESA DE ARTE EQUESTRE NO PÁTEO DA NORA / LISBOA Seguindo a sua aposta na conservação do património nacional, a Parques de Sintra Monte da Lua é promo-tora da reabilitação dos edifícios de apoio à Escola Por-tuguesa de Arte Equestre no Páteo da Nora, na Cal-çada da Ajuda, em Lisboa. Uma obra executada pela NORASIL – Sociedade de Construção Civil, S.A., a partir do projeto da arquiteta Inês Medeiros Guerreiro.

5 - FLORA CHIADO APARTMENTS / LISBOA No Chiado, em Lisboa, situa-se o Flora Chiado Apartments, uma obra promovida pela Rua Anchie-ta 13 - Gestão Imobiliária, Lda e desenvolvida pelo arquiteto Ricardo Martins do Vale Flora. A Obriva-lor, Engenharia e Construções, Lda concluiu a obra em novembro de 2016.

6 - HOTEL PAÇO DE VITORINO / PONTE DE LIMA Em Ponte de Lima, no coração do alto Minho, en-contramos Hotel Paço de Vitorino, uma casa nobre do século XVI convertida numa unidade de aloja-mento rural de charme. O atelier PROD Arquitectura & Design assina o projeto de reabilitação, executado pela construtora Salvador Fernandes & Filhos Lda.

7 - VERRIDE PALÁCIO SANTA CATARINA / LISBOAO atelier da arquiteta Teresa Nunes da Ponte as-sina o projeto de restauro e de reabilitação deste palacete pombalino, o Verride Santa Catarina, em Lisboa. Esta é uma obra promovida por Eijrond Beheer B.V. e executada pela HCI Construções S.A., que concluiu a intervenção em setembro de 2017.

8 - WC BEAUTIQUE HOTEL / LISBOALocalizado na Avenida Almirante Reis, o WC Beauti-que Hotel é uma promoção da A.R & Filhos, S.A. O projeto, com assinatura do atelier Nuno Leónidas Ar-quitectos, Lda, foi executado pela Cari, Construtores.

9 - EUROSTARS PORTO DOURO APARTAMENTOS TURÍSTICOS / PORTOCom a assinatura do atelier N&N - Arquitectura e Planeamento, Lda, os Eurostars Porto Apartamentos Turísticos veem reforçar a oferta hoteleira da cidade com 46 novos apartamentos. A obra promovida pela Outside the Box, S.A., foi executada pela construtora Guacamaia- Empreitadas de Construção Civil, Lda.

CANDIDATOS AO GALARDÃO

MELHOR DO SETOR HOTELEIRO NA CORRIDA AO PRÉMIO NACIONAL DE REABILITAÇÃO URBANAAlavancados pelo crescimento do turismo, a hotelaria e o alojamento local têm impulsionado a reabilitação do centro das cidades numa dinâmica nunca antes registada. Esta semana continuamos a apresentar os candidatos a melhor intervenção na categoria uso turístico.

MAIS CANDIDATURAS:

10 - BLU - Edifício n.º 80 da Rua Mouzinho da Silveira / Porto

11 - Quintãs - Farm Houses / Arouca

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