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luciano-fernandes
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1 - DA CLAUSULA DE NÃO INDENIZAR
- responsabilidade contratual
- convenção – partes excluem o dever de indenizar, em caso de inadimplemento da obrigação.
- não pode violar – princípios de ordem pública
- art. 25 CDC
Vulnerabilidade do consumidor
- art. 424 CC, contrato de adesão
- a clausula só deverá ser admitida quando as partes envolvidas guardarem entre si relação de igualdade, de forma que a exclusão do direito de reparação não traduza renuncia da parte mais fraca.
2 - DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E SUBJETIVA
- nota distintiva – conduta do agente
- conduta culposa violadora do direito – reparação – RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA
- conduta violadora do direito sem que seja necessário investigar se houve ou não culpa – RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Qual é a regra? Responsabilidade civil subjetiva – art. 927, CC
E a exceção? Responsabilidade civil objetiva
- previsão legal
- teoria do risco: a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, prejuízo a outrem.
DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
1) Da Responsabilidade Civil do Estado
- art. 37, § 6° da CF
- casos omissivos e comissivos? Comissivos e omissivos qualificados
- para a vítima é indiferente: DANO É DANO
- Agentes Públicos – responsabilidade subjetiva
Direito de regresso – Estado condenado – responsabilidade civil objetiva – regresso condicionado à existência da culpa
Prejudicado aciona diretamente o agente
Prazo prescricional – art. 206, § 3º, V do CC
Jurisprudência – responsabilidade civil do Estado em caso de falha ou mais do serviço público
2) Responsabilidade por acidente do trabalho
Seguro de acidente do trabalho é verba indenizatória de natureza previdenciária concedida pela previdência social ao trabalhador vítima de infortunística do trabalho. A ação deve ser ajuizada em face do INSS e o trabalhador deverá provar o acidente e o dano, pois a responsabilidade da autarquia previdenciária é objetiva. (Lei n°8.213/91)
O nexo causal é chamado “nexo técnico epidemiológico” que deverá ser demonstrado ou não pelo INSS. O prazo para a propositura da ação é de 5 anos para receber a verba securitária.
Art. 7°, XXVIII da CF trata do direito do trabalhador a receber seguro em caso de acidente de trabalho. Cumulativamente a prestação securitária do INSS há incidência de indenização por parte do empregador que agiu com culpa infringindo norma trabalhista ou de medicina e segurança no trabalho, em razão dos danos sofridos pelo trabalhador. Nesse caso a responsabilidade será subjetiva – art.927, CC. Entretanto, surge aqui a teoria do risco na possibilidade da atividade econômica gerar risco maior de dano ao trabalhador nas atividades que envolvam material explosivo ou inflamável e atividades afins. Estaremos diante da responsabilidade objetiva. O prazo para propositura da ação é de 3 anos – art. 206, § 3°, CC.
NÃO SE COMPENSA A INDENIZAÇÃO DEVIDA PELO EXPLORADOR DA ATIVIDADE COM OS BENEFICIOS PREVIDENCIÁRIOS EVENTUALMENTE PERCEBIDOS, POR SEREM DIVERSOS OS SEUS FUNDAMENTOS.
3 - RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Nas relações consumeristas tem-se 3 requisitos: subjetivo (consumidor x fornecedor), objetivo (produtos e serviços) e finalístico (consumidor é o destinatário final). Os arts. 2° e 3° do CDC conceituam o consumidor, o fornecedor, o produto e o serviço. A regra, nas relações de consumo, é a responsabilidade civil objetiva, exceto se o dano for causado por profissional liberal, quando então a responsabilidade será subjetiva (art. 14, CDC).
O vicio do produto ou serviço relacionam-se com o mau funcionamento, com a disparidade de quantidade, ou qualidade. A solução é a substituição da coisa, devolução do dinheiro ou abatimento do preço (arts. 18, 19 e 20, CDC)
O fato do produto ou serviço relacionam-se com os danos causados ao consumidor, sejam eles materiais, morais ou estéticos (art. 12 a 14, CDC).
O art. 931 do CC também apresenta a responsabilidade objetiva nas relações de consumo.
O prazo prescricional para a reparação civil está previsto no art. 27 do CDC e é de 5 anos e tem natureza prescricional no caso do fato do produto.
No caso de vício, os prazos estão previstos no art. 26 do CDC e são decadenciais.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL
4 - RESPONSABILIDADE CIVIL ENTRE CÔNJUGES
- é possível em caso de comportamento reprovável
- meras desavenças, animosidades, relacionamento extraconjugal não enseja indenização, precisam extrapolar a normalidade genérica.
- há possibilidade de indenização no caso de casamento putativo e diante de acusação infundada de adultério.
5 - RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS AMBIENTAIS
O meio ambiente é um bem jurídico essencial à vida, à saúde e à felicidade.
O dano ecológico é regido pela lei n° 6.938/91.
A responsabilidade civil é objetiva.
São legitimados a propor ação de responsabilidade civil e criminal os MPs da União e dos Estados através de ação civil pública.
Pelo principio do poluidor pagador, o causador do dano deve arcar com as despesas de repressão, reparação e prevenção da poluição provocada.
A responsabilidade é solidária.
6 - RESPONSABILIDADE CIVIL POR USUCAPIÃO OU ESBULHO (PERDA DA POSSE MEDIANTE VIOLÊNCIA – ART. 952, CC)
No caso de pedido de reintegração de posse, o usurpador, mesmo ocorrendo caso fortuito ou força maior pelos danos causados na coisa, se for impossível restituir o bem, pagará o equivalente.
A indenização deverá abranger os lucros cessantes e danos emergentes. Habilita-se no caso de turbação.
7 - RESPONSABILIDADE POR OFENSA À HONRA
Honra é o conjunto de atributos morais, físicos, intelectuais e demais dotes da pessoa que é merecedora de apreço na vida em sociedade.
Honra pode ser subjetiva, que é o sentimento de cada um a respeito de si mesmo com o objetivo que é a reputação do indivíduo.
Injuria é a ofensa, ofensa subjetiva.
Calunia é a imputação de fato falso definida como crime.
Difamação é fato falso não definido como crime, esse não gera a honra subjetiva.
Honra é um direito da personalidade e sua violação gera reparação por danos morais e materiais.
A pessoa jurídica só tem honra objetiva – art. 953, CC.
Caso o ofendido não possa provar o prejuízo, o juiz fixará o mandante.
8 - RESPONSABILIDADE CIVIL POR OFENSA À LIBERDADE PESSOAL
Liberdade é um direito fundamental de conduzir-se de acordo com sua vontade, de modo a fazer ou não fazer tudo aquilo que o ordenamento jurídico permite ou não proíbe.
O parágrafo único do art. 954 do CC considera ato ofensivo o cárcere privado, a prisão por queixa ou denúncia falsa de má-fé e a prisão ilegal.
Danos morais e patrimoniais.
9 - RESPONSABILIDADE CIVIL POR ACIDENTE DE TRÂNSITO
É responsabilidade civil extracontratual que trás presunção de culpa.
Abalroamento traseiro, deverá ser provado culpa exclusiva de terceiros ou da própria vítima.
10 - RESPONSABILIDADE CIVIL POR HOMICÍDIOS
Direito à vida é constitucionalmente garantido, é o direito da personalidade.
A indenização em caso de homicídio está prevista no art. 948 do CC e engloba tratamento da vítima, funeral, luto da família.
Prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia.
Há entendimento do STF de que se deve pagar na proporção de 2/3 dos prováveis rendimentos, com a redução para 1/3 até o fim da vida.
Pode ser em prestação periódica.
Súmula 491 do STF: é indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado.
11 - RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS FÍSICOS
Trata-se de lesões corporais não se esquecendo dos danos estéticos, somente as lesões corporais graves que diminuam ou retirem da vítima capacidade laborativa.
Estão sujeitos a pensionamento vitalício, ensejam indenizações por dano moral e patrimonial – art. 950 do CC.
O pensionamento pode ser transitório e cessa com a recuperação da vítima.
12 - RESPONSABILIDADE CIVIL POR FATO DE TERCEIRO
Caracteriza-se pela responsabilidade civil indireta.
Uma pessoa que não é causadora do dano, mas com esta guarda algum vínculo jurídico é chamada a responder.
Depende de previsão legal e tem por fim resguardar a vítima do dano.
Possível reparação – art. 932, 933 do CC.
Teremos 3 atores:
- dos pais, tutores e curadores: os tutores e curadores têm direito de regresso em relação aos curatelados e tutelados, os pais não.
- responsabilidade do empregador em relação aos empregados.
- dos estabelecimentos que respondem onerosamente pelos danos de seus hóspedes, albergue ou para fins de educação.
- responsabilidade de quem participar gratuitamente de produto de crime. No caso de coautoria, os coautores respondem solidariamente.
13 - RESPONSABILIDADE CIVIL PELA GUARDA DE COISAS INANIMADAS OU ANIMAIS
No caso dos animais a teoria é do guardião, respondem quem é o proprietário.
Art. 936 do CC, a responsabilidade é objetiva e para se eximir deverá provar culpa exclusiva da vítima ou força maior.
Casos inanimados, a responsabilidade civil é objetiva, responde pela ruina de todo ou parte do prédio o seu proprietário – art. 937 do CC.
Para responsabilizar o detentor ou possuidor, a vítima terá de fazer prova da culpa dele.
O habitante responde objetivamente pelos danos causados pelas coisas atiradas indevidamente do edifício – art. 938 do CC.