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GESTÃO DE RESÍDUOS: RESPONSABILIDADE DO GERADOR X AGENTE Goiânia, abril de 2013 Dra. Rôsani Arantes de Faria Enfermeira Mestre em Engenharia do Meio Ambiente /UFG Gerente de Gestão de Riscos – GERISCO/SUNAS/SES-GO

RESPONSABILIDADE DO GERADOR X AGENTE · impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT e substitutivas, respeitados os limites de peso de cada saco. O saco deve ser preenchido somente

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GESTÃO DE RESÍDUOS: RESPONSABILIDADE DO GERADOR X AGENTE

Goiânia, abril de 2013

Dra. Rôsani Arantes de Faria Enfermeira Mestre em Engenharia do Meio Ambiente /UFG

Gerente de Gestão de Riscos – GERISCO/SUNAS/SES-GO

RESÍDUOS SÓLIDOS

• Resíduos sólidos Problema da sociedade moderna, de consumo, cujo modo de vida adotado privilegia a produção de bens de consumo de uso único, com consequência direta na quantidade e na qualidade dos resíduos gerados.

• No Brasil são gerados 120 mil toneladas de RSU por dia. 1% a 3% produzidos nos EAS. 10% a 25% representam risco.

• Em Goiânia a média mensal de resíduos coletados nas instituições de saúde é de 240 toneladas. RSU 1 kg/hab/dia

RESÍDUOS SÓLIDOS

• Com a correta segregação e acondicionamento dos resíduos é possível implantar a cultura dos 3R Reduzir o consumo de matéria-prima ou desperdício, Reutilizar ao máximo seu uso antes do descarte final, utilizando-o para outras finalidades e Reciclar que é o redirecionamento de materiais para a produção útil.

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

• O que é necessário para o risco de transmissão de doenças infecciosas pelos resíduos sólidos:

– PRESENÇA DE AGENTE INFECCIOSO (VIRULÊNCIA);

– CAPACIDADE DE SOBREVIVÊNCIA DO MESMO NOS RESÍDUOS;

– CONCENTRAÇÃO SUFICIENTE PARA CAUSAR INFECÇÃO;

– HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL AO AGENTE;

– PORTA DE ENTRADA (mucosas, olhos, pele);

– MODO DE TRANSMISSÃO AGENTE – HOSPEDEIRO

DIRETA

PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO ( 1-3 )

MATERIAIS CONTAMINADOS

CADEIA DA INFECÇÃO

PREOCUPAÇÃO COM O RISCO

SCHNEIDER (2004)

• Evitar contaminação ambiental;

• Evitar Infecções Hospitalares;

• Evitar Acidentes Profissionais.

SAÚDE E MEIO AMBIENTE

HARMONIA ENTRE AS LEGISLAÇÕES

• MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC Nº 306 (dez/04).

• Ministério do Meio Ambiente (MMA) Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Resolução Nº 358 (abr/05).

• Política Nacional dos Resíduos

Sólidos

02/08/2010

ENVOLVIMENTO DOS PROFISSIONAIS

• Profissionais de Saúde ENFERMEIROS;

• Diretorias;

• Chefias Formadores de opinião;

• Outros profissionais Laboratórios, Limpeza, Lavanderia, Manutenção, Farmácia, Almoxarifado, Imagenologia...

• Funcionários administrativos;

• Profissionais da CCIH, CIPA e SESMT.

GRSS: Abranger todas as etapas

Aquisição de recursos materiais

Mudança na estrutura física

Treinamento contínuo

GERENCIAMENTO DE RSS

• Conceito Constitui-se em um conjunto

de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.

CLASSIFICAÇÃO DOS RSS:

Grupo A: (Potencialmente infectantes)

Grupo B: (Químicos)

RDC Nº 306, de 07/12/04

Grupo C: (Rejeitos radioativos)

Grupo D: (Comuns)

Grupo E: (Perfurocortantes)

Grupo A: Potencialmente infectantes

Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem

apresentar risco de infecção.

RDC Nº 306, de 07/12/04

Grupo B: Químicos

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou

ao meio ambiente, dependendo de suas características de

inflamabilidade,

corrosividade,

reatividade

e toxicidade.

RDC Nº 306, de 07/12/04

Grupo C: Rejeitos Radioativos

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em

quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a

reutilização é imprópria ou não prevista.

RDC Nº 306, de 07/12/04 Emissor Gama

Grupo D: Resíduos comuns

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde

ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

RDC Nº 306, de 07/12/04

Grupo D: Comuns

Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1;

Sobras de alimentos e do preparo de alimentos;

Resto alimentar de refeitório;

Resíduos provenientes das áreas administrativas;

Resíduos de varrição, flores, podas e jardins;

Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.

Grupo D: Resíduos comuns

AZUL Papel, papelão

VERMELHO Plástico

VERDE Vidro

AMARELO Metal

PRETO Madeira

LARANJA Perigosos

BRANCO Infectantes

ROXO Radioativo

MARRON Orgânico

GRAFITE Não reciclável

CONAMA, 2001

DECOMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS

Material Tempo Material Tempo

Vidro 4000 a Latas de aço 10 a

Pneus 600 a Isopor 8 a

Fraldas 450 a Goma de mascar 5 a

PETS 400 a Pontas de cigarros 20 m

Tampas garrafas 150 a Tecido 6 a 12 m

Plásticos 100 a Jornal 6 m

Latas- copos 50 a Palito madeira 6 m

Nylon > 30 a Papel 3 a 6 m

Grupo E: Perfurocortantes

São os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e

agudas, capazes de cortar ou perfurar.

RDC Nº 306, de 07/12/04

Grupo E: Perfurocortantes Materiais perfurocortantes ou escarificantes,

tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES GERADORAS

• LOCAL descrição dos serviços;

• CARACTERIZAÇÃO Tipos de resíduos gerados (tudo que entra e sai);

• QUANTIFICAÇÃO Produção média diária.

• ESTABELECIMENTO DE DIRETRIZES em todas as etapas do manejo.

COMO GERENCIAR OS RSS?

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES

• Áreas críticas risco aumentado de transmissão de infecções, por serem locais onde se realiza grande volume de procedimentos de risco ou se encontram pacientes com seu sistema imunológico deprimido: UTI, CC, CME, PS, SND, laboratório, farmácia e lavanderia;

• Áreas semicríticas ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas: enfermarias e ambulatórios e Imagenologia;

• Áreas não críticas todas as áreas hospitalares não ocupadas por pacientes e onde não se realizam procedimentos de risco: áreas administrativas de uma forma geral.

GERAÇÃO DE RESÍDUO POR ETAPA

• Segregação e Acondicionamento;

• Identificação;

• Armazenamento Temporário;

• Coleta Interna;

• Tratamento Interno;

• Armazenamento Externo;

• Coleta Externa;

• Tratamento Externo;

• Disposição Final;

• Inclusive 3R: Redução, Reutilização e Reciclagem.

SEGREGAÇÃO E ACONDICIONAMENTO

GRUPO A => Devem ser acondicionados em saco branco leitoso, resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT e substitutivas, respeitados os limites de peso de cada saco. O saco deve ser preenchido somente até 2/3 de sua capacidade, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

Na identificação dos sacos, quando necessário, devem ser indicadas, ainda a data, nome da unidade geradora e a inscrição de “Peças Anatômicas” ou “RSS”.

SEGREGAÇÃO E ACONDICIONAMENTO

GRUPO B => Devem ser acondicionados em recipientes de material rígido, adequados para cada tipo de substância química, respeitadas as suas características físico-químicas e seu estado físico. Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em frascos de até dois litros ou em bombonas de material compatível com o líquido armazenado, sempre que possível de plástico, resistentes, rígidas e estanques, com tampa rosqueada e vedante, devem ser observadas as exigências de compatibilidade química entre si, de forma a evitar reação química entre os componentes do resíduo e da embalagem. Devem ser identificados através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco.

SEGREGAÇÃO E ACONDICIONAMENTO

GRUPO D => Não necessitam de processos diferenciados de acondicionamento, identificação e tratamento, devendo ser considerados Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Portanto, devem ser acondicionados de acordo com os serviços locais de limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis, contidos em recipientes e se forem destinados a reciclagem ou reutilização, a identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001, e símbolos de tipo de material reciclável.

SEGREGAÇÃO E ACONDICIONAMENTO

GRUPO E => Devem ser descartados separadamente no local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados e baseados nas normas da ABNT NBR 13853/97 – Coletores para RSS perfurantes e cortantes e NBR 9259/97 – Agulhas hipodérmicas estéreis e de uso único, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente.

IDENTIFICAÇÃO

- Conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS. - A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, utilizando-se símbolos baseados na norma da ABNT, NBR 7.500 – Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais, além de outras exigências relacionadas à classificação e ao risco específico de cada grupo de resíduos.

SEGREGAÇÃO

ACONDICIONAMENTO

IDENTIFICAÇÃO

DISCUSSÃO FINAL

• A incorreta segregação e acondicionamento dos resíduos de serviços de saúde pode elevar os custos para os cofres públicos.

• São necessários mudanças de hábitos de todos profissionais das instituições, bem como toda população envolvida, afim de reduzir ou minimizar a geração destes resíduos, adequar produtos, equipamentos e procedimentos.

• Desenvolver campanhas educativas com programa de treinamento e conscientização tanto para o pessoal interno (profissionais, clientes/pacientes, visitantes...), quanto para os envolvidos com as coletas, transportes e destino final, esclarecendo os riscos e cuidados que devem ser aplicados para garantir a qualidade de todo o processo.

DESAFIOS

• Sensibilização e motivação dos profissionais envolvidos no manejo dos RSS;

• Capacitação permanente (envolver profissionais formadores de opinião);

• Disponibilidade de recursos materiais e de equipamentos;

• Mudança na estrutura física da instituição;

• Apoio e compromisso da direção do estabelecimento;

• Implantar a cultura dos 3R;

• Elaborar indicadores de monitoramento.

Vamos repensar sobre a necessidade de disposição de recipientes na sala de utilidades – quantos?

Quantos recipientes? Quais? Cores?

OBRIGADO!!!

E-mail: [email protected]