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RESPOSTA DA RESSURGÊNCIA COSTEIRA DE CABO FRIO A FORÇANTES LOCAIS Por Audalio Rebelo Torres Junior Tese submetida à Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Oceânica. Aprovado por : ______________________________________ Enise Maria Salgado Valentini, D. Sc. Presidente ______________________________________ João Antônio Lorenzzetti, Ph. D. ______________________________________ Eloi Melo Filho Ph. D. ______________________________________ Cláudio Freitas Neves Ph. D. Rio de Janeiro - RJ 1995 Dezembro

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RESPOSTA DA RESSURGÊNCIA COSTEIRA DE CABO FRIO A

FORÇANTES LOCAIS

Por

Audalio Rebelo Torres Junior

Tese submetida à Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências

em Engenharia Oceânica.

Aprovado por :

______________________________________

Enise Maria Salgado Valentini, D. Sc.

Presidente

______________________________________ João Antônio Lorenzzetti, Ph. D.

______________________________________ Eloi Melo Filho Ph. D.

______________________________________ Cláudio Freitas Neves Ph. D.

Rio de Janeiro - RJ

1995 Dezembro

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ii

TORRES JÚNIOR, AUDALIO REBELO Resposta da ressurgência costeira de Cabo Frio a forçantes locais, 1995 XIX 143 p. 29.7 cm (COPPE/UFRJ, M. Sc., Engenharia Oceânica, 1995) Tese - Universidade Federal Do Rio de Janeiro, COPPE 1. Circulação costeira I. COPPE/UFRJ II. Resposta da ressurgência costeira de Cabo Frio a forçantes locais

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iii

AGRADECIMENTOS

Ao Doutor João Antonio Lorenzzetti, pela sua valiosa orientação e boa vontade durante a

execução deste trabalho.

Ao Almirante Fernando Coelho Bruzzi, Diretor do Instituto de Estudos do Mar Almirante

Paulo Moreira, e demais colegas e funcionários do IEAPM, especialmente a Aline e Márcia.

Aos Comandantes Emmanuel Gamma de Almeida e Ocleci Machado da Costa pela

oportunidade e incentivo na realização deste trabalho.

Aos professores, colegas e funcionários da COPPE, especialmente a Enise Maria Salgado

Valentini, Carlos Eduardo Parente Ribeiro e Elói Melo Filho.

Aos amigos e à minha família pelo apoio.

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iv

Resumo da Tese submetida à Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre

em Ciências em Engenharia Oceânica.

RESPOSTA DA RESSURGÊNCIA COSTEIRA DE CABO FRIO A

FORÇANTES LOCAIS

Audalio Rebelo Torres Junior

Dezembro de 1995

Orientador: Professora Enise Maria Salgado Valentini, D. Sc. Programa: Engenharia Oceânica Um modelo numérico de equações primitivas, pseudo tridimensional (integrado na vertical

por camada) com superfície livre e no plano Beta, forçado pela maré, arrastos gerados pelo vento

(wind stress), escoamento no fundo e gradientes de densidade é aplicado ao estudo do forçamento

local à ressurgência costeira de Cabo Frio. Suas equações governantes consistem em duas para

velocidade horizontal, a aproximação hidrostática, equação de continuidade (condição de

incompressibilidade na vertical), uma equação de estado e equações de conservação para salinidade

e temperatura. As equações são transformadas para o sistema de coordenadas sigma e separadas

em modos barotrópico e baroclínicos.

Alguns testes são realizados e discutidos de forma a avaliar os efeitos gerados pela condição

radiacional (tipo Orlanski), consistência hidrostática e do termo de gradiente horizontal de pressão

em coordenadas sigma.

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v

São simulados dois casos de ressurgência, o primeiro com ventos de nordeste constantes em

toda a malha com a presença da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) disponível para a “bomba

de Ekman”, no segundo caso são mantidas as forçantes e é alterada a profundidade da ACAS, o que

impossibilita o processo de sua ascenção à superfície. É simulado também um caso de subsidência,

com ventos de sudoeste constantes em toda a malha.

Os resultados das simulações, de maneira geral, reproduzem os aspectos qualitativos e

mesmo alguns quantitativos do processo de ressurgência costeira da região de Cabo Frio.

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vi

Abstract of Thesis Presented to COPPE/UFRJ in Partial Fulfillment of the Requirements for the

Degree of Master in Science

CABO FRIO COASTAL UPWELLING RESPONSE TO LOCAL FORCI NGS

Audalio Rebelo Torres Junior

December 1995

Thesis Supervisor: Enise Maria Salgado Valentini, D. Sc. Major Department: Ocean Engineering A numerical model of primitive equations vertically integrated with free surface on a beta

plane, basically forced by wind stress, tide in the open boundaries, bottom stress and density

gradients is applied to study the Cabo Frio coastal upwelling local forcings. The set of governing

equations are the x and y momentum, the hydrostatic approximation, the continuity equation

(vertical incompressibility condition), one state equation for sea water and salt and temperature

conservation equations. The equations are translated to the sigma coordinate system and splitted in

barotropic and baroclinics modes.

Some tests are applied and discussed in order to evaluate the effects generated by Orlanski

type radiational condition, hydrostatic consistency and of the horizontal pressure in sigma

coordinate system.

Two upwelling simulations are developed, in the first one constant northeast winds are

applied tho the model grid with South Atlantic Central Water (SACW) available to the Ekman

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vii

pumping effect, in the second one the forcings are maintained and the depth of the SACW is

modified, this change disable the upwelling process the deep water. A downwelling case is

simulated too with southwest winds applied in the model grid.

The simulation results, in general manner, are able to reproduce qualititative aspects and in

some cases in a quantitative one the Cabo Frio coastal upwelling process.

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viii

CONTEÚDO AGRADECIMENTOS iii

RESUMO iv

ABSTRACT vi

LISTA DE FIGURAS x

LISTA DE TABELAS xv

LISTA DE SÍMBOLOS xvi

I INTRODUÇÃO.................................................................................................... I-1

II A RESSURGÊNCIA DE CABO FRIO................................................................... II-1

III ÁREA MODELADA E GRADE............................................................................ III-1

IV VENTOS E ESTRATIFICAÇÃO........................................................................... IV-1

V EQUAÇÕES DO MODELO.................................................................................. V-1

V.1 EQUAÇÕES BÁSICAS................................................................................. V-2

V.2 INCLUSÃO DE RIOS E CANAIS................................................................ V-3

V.3 EQUAÇÕES EM COORDENADAS SIGMA................................................ V-5

V.4 EQUAÇÕES NO MODO EXTERNO OU BAROTRÓPICO......................... V-8

V.5 EQUAÇÕES NO MODO INTERNO OU BAROCLÍNICO........................... V-9

V.6 PARAMETRIZAÇÕES, CONDIÇÕES DE CONTORNO E INICIAIS......... V-11

V.7 TRATAMENTO DOS CONTORNOS ABERTOS........................................ V-14

VI TESTES COM O MODELO.................................................................................. VI-1

VI.1 TESTES DE CONFIABILIDADE DO CÓDIGO COMPUTACIONAL....... VI-1

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ix

VI.2 TESTES DA CONDIÇÃO RADIACIONAL............................................... VI-2

VI.3 TESTE DE FORÇAMENTO NULO.......................................................... VI-9

VII SIMULAÇÕES...................................................................................................... VI-1

VII.1 ENSAIO PARA VENTOS NE (RESSURGÊNCIA).................................. VI-3

VII.2 ENSAIO PARA VENTOS NE COM ACAS PROFUNDAS (NEAP)......... VI-5

VII.3 ENSAIO PARA CASO DE VENTOS SW (SUBSIDÊNCIA).................... VI-8

VIII DISCUSSÕES E CONCLUSÕES VIII-1

IX REFERÊNCIAS IX-1

A APÊNDICE - SOLUÇÃO NUMÉRICA................................................................. A-1

A.1 LOCALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS NAS CÉLULAS DE GRADE............. A-3

A.2 SOLUÇÃO NUMÉRICA PARA EQUAÇÕES NO MODO EXTERNO....... A-4

A.2.1 SOLUÇÃO DO MOMENTUM NA DIREÇÃO X............................. A-7

A.2.2 SOLUÇÃO DO MOMENTUM NA DIREÇÃO Y............................. A-10

A.3 SOLUÇÃO NUMÉRICA PARA EQUAÇÕES NO MODO INTERNO........ A-14

A.3.1 SOLUÇÃO DO MOMENTUM NO DIREÇÃO X............................. A-15

A.3.2 SOLUÇÃO DO MOMENTUM NAS DIREÇÕES Y E Q.................. A-21

A.4 SOLUÇÃO NUMÉRICA PARA EQUAÇÕES DE CONSTITUINTES........ A-25

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x

LISTA DE FIGURAS

II-1 Imagens NOAA na banda do infravermelho termal. Os tons mais claros são proporcionais a temperaturas mais baixas. O processo de ressurgência é visível ocorrendo a partir de Cabo Frio e derivando para SW (Gama de Almeida et Al, 1981)...................................................................................................................

I-10

III-1 Imagem INPE/LANDASAT para o dia 22 de janeiro de 1977. Nota-se a SE a ilha de Cabo Frio, mais a N o Cabo de Buzios e mais a W a Baia de Guanabara. A região modelada estende-se um pouco mais a N, até o Cabo de São Tomé........

III-1

III-2 Região costeira desde Baía de Guanabara ao Cabo de São Tomé, litoral do estado do Rio de Janeiro......................................................................................

III-2

III-3 Isobatimétricas do campo de profundidades suavizadas........................................

III-3

III-4 Representação da superfície batimétrica suavizada utilizada na modelação............

III-3

IV-1 Distribuição de freqüência de direções de vento para a região de Cabo Frio..........

IV-1

IV-2 Energia cinética em( )Kg m s* 2 2 por dia, para densidade do ar de 1

Kg m3 relativa à temperatura de 200 C e à pressão de 1000 mb............................

IV-2

IV-3 Distribuição de freqüência de ocorrência de ACAS em relação a profundidade para o verão e inverno (freqüência relativa e profundidade em metros), obtido de Candella (comunicação pessoal)...........................................................................

IV-3

IV-4 Distribuição de freqüência de águas com limite superior de temperaturas até 180 C (barras pretas) e até 200 C (barras hachuradas) em relação a temperatura para o verão e inverno (freqüência relativa e temperatura em 0C), obtido de Candella (comunicação pessoal).........................................................................................

IV-4

VI-1 Maré simulada (H) e maré calculada pela solução analítica(h)..............................

VI-1

VI-2 UEkman x U modelado...........................................................................................

VI-2

VI-3 Vekman x V modelado............................................................................................

VI-2

VI-4 Campo de nível do mar simulado em 24 horas (caso total)....................................

VI-3

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xi

VI-5 Nível do mar (metros) e velocidade vertical (centímetros por segundo).................

VI-4

VI-6 Componentes da corrente à superfície (metros por segundo)................................

VI-4

VI-7 Componentes da corrente junto ao fundo (metros por segundo)...........................

VI-4

VI-8 Campo de nível do mar simulado em 24 horas (modo barotrópico).......................

VI-5

VI-9 Nível do mar (metros) caso barotrópico até o quinto dia de integração.................

VI-5

VI-10 Componentes da corrente à superfície (metros por segundo)................................

VI-6

VI-11 Componentes da corrente junto ao fundo (metros por segundo)...........................

VI-6

VI-12 Espectrum estimado de energia calculado para o nível do mar, no caso barotrópico..........................................................................................................

VI-7

VI-13 Nível do mar (metros) do caso barotrópico até o vigésimo dia de integração........

VI-7

VI-14 Componentes da corrente (metros por segundo) à superfície no caso barotrópico até o vigésimo dia de integração...........................................................................

VI-7

VI-15 Componentes da corrente (metros por segundo) ao fundo no caso barotrópico até o vigésimo dia de integração...........................................................................

VI-8

VI-16 Componentes da corrente (metros por segundo) à superfície no caso baroclínico até o vigésimo dia de integração...........................................................................

VI-8

VI-17 Componentes da corrente (metros por segundo) ao fundo no caso baroclínico até o vigésimo dia de integração................................................................................

VI-9

VI-18 Nível do mar (metros) e velocidade vertical (centímetros por segundo) para o caso de forçantes nulas.........................................................................................

VI-10

VI-19 Componentes da corrente (metros por segundo) à superfície para o caso de forçantes nulas.....................................................................................................

VI-10

VI-20 Componentes da corrente (metros por segundo) ao fundo para o caso de forçantes nulas.....................................................................................................

VI-10

VI-21 Nível do mar (metros) e velocidade vertical (centímetros por segundo) para o

caso de forçantes nulas com fundo plano..............................................................

VI-11

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xii

VI-22 Componentes da corrente (metros por segundo) à superfície para o caso de forçantes nulas com fundo plano...........................................................................

VI-11

VI-23 Componentes da corrente (metros por segundo) ao fundo para o caso de

forçantes nulas com fundo plano...........................................................................

VI-12

VI-24 Velocidade vertical (centímetros por segundo) para um caso hipotético de ventos NE com passagem de frente fria após 50 dias de integração..................................

VI-13

VII-1 “Bombeamento” de Ekman abaixo e acima da termoclina.....................................

VII-7

VII-2 Nível do mar (metros), velocidade vertical (WI em centímetros por segundo) e componentes da corrente (metros por segundo) à superfície e ao fundo em 6 dias de integração do modelo......................................................................................

VII-10

VII-3 Perfís verticais de temperatura (C), Caso NE, na direção N-S a partir do ponto de monitoramento das séries temporais. Nota-se ao segundo dia a subida de águas frias junto à costa, situação que se mantém até o quinto dia de simulação...

VII-11

VII-4 nível do mar (milímetros) para o primeiro e quinto dias de integração..................

VII-12

VII-5 Campo de velocidade (cm/s) à superfície para 1 dia de simulação. A intensidade máxima do campo é de cerca de 33,5 cm/s...........................................................

VII-13

VII-6 Campo de velocidade (cm/s) à superfície para 5 dias de simulação. A intensidade máxima do campo é de cerca de 40,8 cm/s...........................................................

VII-13

VII-7 Campo de velocidade (cm/s) ao fundo para 1 dia de simulação. A intensidade máxima do campo é de cerca de 5 cm/s................................................................

VII-14

VII-8 Campo de velocidade (cm/s) ao fundo para 5 dias de simulação. A intensidade máxima do campo é de cerca de 4 cm/s................................................................

VII-14

VII-9 Campo de temperatura (Celsius) à superfície para os dias 1 e 5 de simulação........

VII-15

VII-10 Nível do mar (metros), velocidade vertical (Wi em centímetros por segundo) e componentes da corrente (metros por segundo) à superfície e ao fundo em 6 dias de integração do modelo para o caso de ACAS profunda.....................................

VII-16

VII-12 Nível do mar (milímetros) para o primeiro e quinto dias de integração com ACAS profunda...................................................................................................

VII-18

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xiii

VII-13 Campo de velocidade (cm/s) à superfície para 1 dia de simulação do caso NE

com ACAS profunda. Intensidade máxima do campo é de cerca de 33,3 cm/s.......

VII-19

VII-14 Campo de velocidade (cm/s) à superfície para 5 dias de simulação do caso NE com ACAS profunda. Intensidade máxima do campo é de cerca de 46,2 cm/s.......

VII-19

VII-15 Campo de velocidade (cm/s) ao fundo para 1 dia de simulação do caso NE com ACAS profunda. Intensidade máxima do campo é de cerca de 5,7 cm/s................

VII-20

VII-16 Campo de velocidade (cm/s) ao fundo para 5 dias de simulação do caso NE com ACAS profunda. Intensidade máxima do campo é de cerca de 7,2 cm/s................

VII-20

VII-17 Campo de temperatura (Celsius) à superfície para os dias 1 e 5 de simulação........

VII-21

VII-18 Nível do mar (metros), velocidade vertical (Wi em centímetros por segundo) e componentes da corrente (metros por segundo) à superfície e ao fundo em 6 dias de integração do modelo para o caso de SW.........................................................

VII-22

VII-19 Perfís verticais de temperatura (C), Caso SW, na direção N-S a partir do ponto de monitoramento das séries temporais. Nota-se em 3,5 dias a subsidência das águas frias com águas mais quentes invadindo a região.........................................

VII-23

VII-20 Campo de nível do mar (milímetros) para o 2,25 e 3,75 dias de integração para o caso SW (subsidência)..........................................................................................

VII-24

VII-21 Campo de velocidade (cm/s) ao fundo para 2,25 dias de simulação do caso SW (subsidência). A intensidade máxima do campo é de cerca de 7,9 cm/s..................

VII-25

VII-22 Campo de velocidade (cm/s) à superfície para 5 dias de simulação do caso SW (subsidência). A intensidade máxima do campo é de cerca de 19,8 cm/s................

VII-25

VII-23 Campo de velocidade (cm/s) ao fundo para 2,25 dias de simulação do caso SW (subsidência). A intensidade máxima do campo é de cerca de 7,9 cm/s..................

VII-26

VII-24 Campo de velocidade (cm/s) à superfície para 5 dias de simulação do caso SW (subsidência). A intensidade máxima do campo é de cerca de 19,8

VII-26

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xiv

cm/s................

VII-25 Campo de temperatura (Celsius) à superfície para os dias 2,25 e 3,75 de integração para o caso SW (subsidência)..............................................................

VII-27

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xv

LISTA DE TABELAS

VI-1 Máximos aproximados obtidos das simulações dos testes de relaxação barotrópica...........................................................................................................

VI-9

VI-2 Máximos aproximados obtidos das simulações dos testes de forçamento

nulo.......

VI-12

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xvi

LISTA DE SÍMBOLOS

Ah, Av são as difusividades horizontal e vertical, respectivamente

Av0 e Dv0 são viscosidade e difusividade verticais de referência

Bx e By são as larguras do fluxo nas direções x e y, respectivamente e, quando não houver

“canais”, assumem o valor 1;

Cws é o coeficiente de arrasto entre o canal e suas fronteiras laterais

d é a profundidade local em relação ao nível médio do mar

Dh e Dv são as difusividades horizontal e vertical respectivamente

f é o parâmetro de Coriolis

g é a aceleração da gravidade

Gx e Gy gradiente horizontal de pressão nas direções x e y respectivamente

G*x e G*

y gradiente horizontal de pressão, integrado verticalmente, nas direções x e y

respectivamente

h é a elevação da superfície livre em relação ao nível médio do mar

H é a profundidade local total

m,n,l são índices temporais nas direções x,y e z respectivamente

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xvii

P é a pressão

q representa a nova coordenada sigma (q é utilizada para manter o padrão de

representação de Hess em 1985, 1986 e 1989)

R é um termo de aquecimento interno (termo fonte)

Ri é o número de Richardson

S é a salinidade (em ppt)

S* e T* são salinidade e temperatura no “reservatório” exterior às fronteiras abertas

t é o tempo

T é a temperatura (em Celsius)

Ta é a temperatura do ar na camada limite planetária

Tbed é a temperatura do fundo

u, v e w são as componentes da velocidade do fluido na direção x, y e z, respectivamente

U e V são os transportes nas direções x e y respectivamente

u e v são as velocidades no modo barotrópico

u’ e v’ são as velocidades no modo baroclínico

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xviii

x,y,z são coordenadas cartesianas

wx e wy são as componentes do vento em x e y respectivamente

w10 é a velocidade do vento a 10 metros do nível médio do mar

αο é o volume específico de referência

βa é uma “chave” para “desligar” os termos advectivos

βc é um fator que assume o valor nulo quando não há efeitos de “canais” presentes e

valor 1(um) quando houver

βh é uma chave utilizada para para linearizar a profundidade local total

β p é uma “chave” que permite “desligar” o termo de gradiente de pressão

∆L é a largura de um elemento de célula da grade

∆q é a espessura de um elemento de célula da grade

∆ ∆t e T são o passo de tempo no modo interno e externo respectivamente

η simboliza a direção normal à fronteira

η é a direção normal ao contorno aberto

κ é a constante de Von Kármán

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xix

ρ é a densidade da água

ρo é uma densidade de referência

τ τsx e sy são arrastos do vento (wind stress) na interface água-ar (superfície livre) nas direções

x e y respectivamente

τ τbx e by são arrastos do escoamento com o fundo nas direções x e y respectivamente

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xx

I. INTRODUÇÃO

O uso e o gerenciamento do ambiente marinho costeiro estão fortemente ligados ao

conhecimento dos padrões de circulação. Operações que envolvam navegação, salvatagem,

prospecção e manobras militares dependem do conhecimento do meio marinho.

A região costeira apresenta características e processos bastante distintos do meio oceânico

profundo que lhe conferem uma complexidade significativa na resolução de modelos analíticos ou

numéricos para explicar seu comportamento. A proximidade com o fundo, onde há influência das

variações batimétricas e do arrasto, e a proximidade de fronteiras fechadas, na maioria das vezes

com geometria complexa (costa) capaz de limitar e condicionar o escoamento próximo, são

exemplos claros disto.

Um dos processos mais espetaculares e importantes associado à circulação marinha é a

ressurgência. Sua dinâmica é capaz de gerar mudanças drásticas nas regiões onde ocorre, alterando

a biota marinha e o clima local. O termo “Ressurgência” é utilizado pelos oceanógrafos para

designar o movimento ascendente de águas das camadas inferiores, capaz de carrear nutrientes para

a zona eufótica e assim propiciar o início da cadeia trófica marinha.

Na região de Arraial do Cabo, a ressurgência apresenta características interessantes e que

facilitam a investigação do comportamento deste processo: é costeira, estende-se sobre a

plataforma continental desde a Ilha de Cabo Frio até a Baía de Guanabara e tem freqüência

episódica. Estas características formam um padrão que facilita a aplicação de técnicas

observacionais e de modelação à região.

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xxi

Estudar os processos costeiros de forma mais completa incluiria um levantamento de dados

de campo de boa qualidade e representatividade e de modelos analíticos capazes de descrever a

dinâmica envolvida nos processos. A obtenção de dados envolve custos elevados e as soluções

analíticas, na maioria dos casos, não é possível quando se inclui a batimetria e a costa de maneira

mais realista. A alternativa é a modelagem numérica, onde pode-se incluir aproximações razoáveis

para a costa, o fundo e os termos não lineares das equações de Navier-Stokes.

Os mecanismos forçantes e condicionantes da ressurgência costeira de Arraial do Cabo vêm

sendo discutidos desde o trabalho pioneiro de Allard (1955). Muitas hipóteses foram desde então

levantadas (no capítulo II é feita uma revisão dos estudos realizados na região), para que se

compreendam os processos envolvidos é necessário partir inicialmente de hipóteses simplificadas

dos mecanismos forçantes, porém incluindo condições mais realistas.

Seguindo então esta abordagem, o propósito deste trabalho é avaliar a contribuição das

forçantes locais, basicamente ventos de NE e SW, ao processo de ressurgência costeira de Arraial

do Cabo através do uso de um modelo numérico de equações primitivas capaz de resolver os

processos puramente locais e seus efeitos na circulação da região. Este modelo inclui a modelação

dos campos de temperatura e salinidade (equivale a dizer que é termodinamicamente ativo), sem

levar em consideração os efeitos de marés, ondas costeiras confinadas e os vórtices da corrente do

Brasil, ou seja, os processos advectados pelo contorno aberto.

No capítulo II é apresentada uma revisão bibliográfica das características oceanográficas da

região de estudo e da ressurgência costeira de Cabo Frio, incluindo hipóteses que tentam explicar

seu comportamento. No capítulo III está a descrição da grade utilizada na resolução numérica em

diferenças finitas das equações governantes para a área geográfica modelada. O capítulo IV contém

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uma climatologia dos ventos e do padrão de estratificação da região. No capítulo V estão

comentadas as equações governantes e sua solução numérica está descrita no apêndice A. O

capítulo VI contém os resultados de testes realizados com o modelo no intuito de verificar seu

código computacional, sua eficiência em resolver problemas que tenham solução analítica e os

efeitos da consistência hidrostática e do termo de gradiente horizontal de pressão em coordenadas

sigma. O capítulo VII descreve três simulações, utilizando padrões de circulação atmosférica

típicos de Cabo Frio, para reproduzir o comportamento da ressurgência e da subsidência locais.

Finalmente as conclusões e recomendações encontram-se no capítulo VIII.

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II. A RESSURGÊNCIA DE CABO FRIO

O litoral Sul da região do Cabo Frio, atualmente município de Arraial do Cabo, apresenta

uma característica oceanográfica notável: o acontecimento de ressurgências costeiras em pequena

escala. Este fenômeno, tão marcante para a região, está registrado no nome “Cabo Frio”, que

consta de cartas náuticas portuguesas desde o século XVI (1506), resultado da expedição do

navegador florentino Américo Vespúcio ao litoral do Rio de Janeiro. O explorador aportou em

Arraial do Cabo em 1503 para abastecer-se de Pau Brasil, região possuidora uma das maiores

reservas desta árvore. Nesta ocasião, Américo Vespúcio fundou uma feitoria, que foi a primeira

tentativa de colonização em terras americanas. Até hoje encontra-se de pé em Arraial do Cabo a

“Casa de Piedra”, uma bela obra arquitetônica, testemunho da passagem do navegador pela região,

da qual partiu em 1511, a bordo da nau portuguesa “Bretoa” (Mano, 1992).

Outra característica da região é a inflexão da orientação geográfica da linha de costa, com a

Ilha de Cabo Frio como ponto crítico. O alinhamento geral da costa brasileira do Rio Grande do Sul

até Pernambuco é Nordeste-Sudoeste, enquanto o litoral entre a cidade do Rio de Janeiro e Arraial

do Cabo tem alinhamento Leste-Oeste (Muehe, 1979). É também, o único trecho de costa com

escala de comprimento da ordem de dezenas de quilômetros, voltada para Sul.

A primeira evidência do fenômeno da ressurgência costeira de Cabo Frio foi obtida por

Allard (1955), anotando relatos dos observadores da Companhia Nacional de Álcalis, empresa de

produção de barrilha localizada em Arraial do Cabo, que os mantinha com a finalidade de

monitorar dados ambientais para analisar o rendimento térmico de seus trocadores de calor. Nestes

relatos, já se notava a forte correlação entre o vento e a temperatura superficial da água do mar na

região: quando a temperatura da água diminui, o vento é de Nordeste, e quando a temperatura da

água começa a subir o vento já passou para Sudoeste, diziam os observadores. Allard, após análise

dos dados de temperatura e vento obtidos da Companhia Nacional de Álcalis, do período

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Agosto/Setembro de 1949, observou esta correlação entre a direção do vento e a temperatura, ou

seja, baixas temperaturas com vento de Nordeste, e uma elevação da temperatura com vento de

Sudoeste.

Desde então, vários outros autores vêm relatando ocorrências e propondo modelos para

explicar eventos de ressurgência costeira ocorridos em águas próximas ao litoral da região de

Arraial do Cabo, bem como, sua associação com processos de meso e larga escala, tanto no tempo

quanto no espaço. Estes trabalhos servem para configurar, de alguma forma, o comportamento

oceanográfico das águas desta região, tão bela e peculiar, da costa brasileira.

Emilsson (1961), a partir da análise de dados coletados em três cruzeiros oceanográficos

realizados pela Marinha do Brasil, durante os períodos de fevereiro-março, junho e novembro de

1956, obteve evidências da ressurgência costeira de Cabo Frio. Observou Emilsson, baseado nos

campos de ventos apresentados na “Pilot Charts of US Hydrographic Office”, que ventos de

Nordeste poderiam ser os responsáveis pelo forçamento do movimento das águas de superfície em

direção ao largo, iniciando o clássico mecanismo de Ekman associado então à ressurgência.

Moreira & Rodrigues (1966), durante um fundeio do NOc. Alm. Saldanha, realizado em

junho de 1966, na cota batimétrica de 119 metros, a leste de Cabo Frio, observaram o mecanismo

clássico de Ekman, com transporte afastando-se da costa das águas superficiais sob forçamento de

ventos de Nordeste, e, com a chegada à região de duas frentes frias durante o período do fundeio, a

inversão do processo e aporte de águas da corrente do Brasil para a costa.

Miranda et al (1970 apud Ikeda (1977)), analisando a variação espaço-temporal de

temperatura entre o Cabo de São Tomé e a Ilha de São Sebastião para o verão e outono de 1970,

detectaram baixas temperaturas à superfície na região de Cabo Frio, indicando a existência de

ressurgência na região.

Mascarenhas et al (1971), descreveram a ocorrência de ressurgência de águas frias e de

baixa salinidade na região costeira de Cabo Frio, a uma distância da costa inferior a 18 km. Os

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autores detectaram durante um evento de ressurgência uma contra-corrente costeira escoando para

leste junto à costa, a qual consideraram ser de caráter semi-permanente. A base de dados utilizada

foi coletada em cinco cruzeiros oceanográficos realizados pelo NOc. Prof. W. Besnard, em janeiro

e julho de 1968 e em janeiro, maio e julho de 1969.

Mascarenhas et al (1971 apud Ikeda (1977)), evidenciaram a ressurgência entre a Ilha dos

Franceses e a Ilha de Cabo Frio, utilizando sensor termal a bordo de aeronave da NASA, e também

a ocorrência de uma contra-corrente à direção do vento, fato extremamente interessante e não

explicado à época.

Moreira (1973), analisou quatorze meses de observações (temperatura, salinidade, oxigênio,

fosfato, nitrato e silicato) obtidas regularmente, a cada dois dias, em sete estações oceanográficas

localizadas em torno da Ilha de Cabo Frio, coletadas de junho de 1972 a junho de 1973 inclusive, e

evidenciou dois tipos de ressurgência: uma climatológica (baixa freqüência) associada aos

movimentos sazonais da corrente do Brasil, que neste caso, manteve junto ao fundo, quase que

permanentemente, uma camada da Água Central do Atlântico Sul (segundo definição de Sverdrup

et al em 1942); outro processo foi identificado em uma banda de freqüência mais alta, associada

aos efeitos do vento local.

Ikeda et al (1974), analisando dados continuamente amostrados durante cruzeiro

oceanográfico realizado em agosto de 1971, em águas ao largo do litoral Sul do Estado do Rio de

Janeiro até a cota de 200 m, observaram uma rápida mudança na distribuição da faixa de

temperatura de 21,5o C a 21,9o C para a faixa de 15,0o C a 21,0o C, e na salinidade da faixa de

34,0 a 35,0 para a de 35,3 a 36,0, num intervalo de sete dias. As mudanças seriam devidas à

ressurgência costeira sob ação dos ventos de Leste e Leste-Nordeste com velocidades maiores que 5

m/s. Foi observada também uma contra-corrente costeira de superfície movendo-se em sentido

oposto ao vento, fenômeno já detectado anteriormente Mascarenhas et al em 1971, explicada

então “qualitativamente” pelos autores como resultante da divergência horizontal da tensão de

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cisalhamento do vento. Outro resultado importante é o ângulo de cerca de 50 graus entre a costa e o

sentido de deslocamento tanto do fluxo afastando-se da costa quanto da contra-corrente observada.

Como o vento era de Nordeste, havia um ângulo de cerca de 5 graus entre a corrente de deriva e o

vento forçante. Ikeda observa também que a Água Central do Atlântico Sul (ACAS) aparece cerca

de 24 horas após o estabelecimento do vento Nordeste (intensidades maiores que 5 m/s), embora o

período inercial local seja de cerca de 30 horas. Esta rapidez é atribuída à presença

(disponibilidade) da ACAS sobre a plataforma próxima à costa. Os autores propõem que se a

ressurgência for explicada de forma clássica (teoria de Ekman), como resultado de divergência das

águas superficiais da costa, a corrente costeira fluindo contra o vento será uma anomalia. O evento

observado produziu em seu estágio final uma situação quase estacionária, com o núcleo se

posicionando próximo a Saquarema e com a pluma de águas ressurgidas fluindo para Sudoeste,

atingindo cerca de 55 km da costa.

Ikeda (1976), analisando dados oceanográficos coletados em águas litorâneas ao Sul do

Estado do Rio de Janeiro e a Oeste de Cabo Frio, durante um período de dez dias (agosto de

1971), observou o aparecimento da ressurgência cerca de 48 horas após a mudança da direção do

vento para Nordeste e Norte-Nordeste, com uma velocidade média horária de 8 m/s. A frente

térmica tomou a orientação Sudoeste após cerca de 72 horas. Depois de 148 horas a configuração

das isotermas a 25 m de profundidade tomou também o orientação Sudoeste. Foi estimada para o

evento uma velocidade vertical média, em ponto próximo à costa, de cerca de 6,94 x 10-5 ms-1

(calculada a partir da análise do deslocamento vertical das isopícnais). O autor obteve, utilizando

uma imagem do satélite ERTS de 27/07/73, o posicionamento da frente oceanográfica, gerada em

função da presença de contraste térmico no campo de temperatura superficial do mar, entre águas

litorais (mais aquecidas) e águas ressurgidas (mais frias). Nesta imagem, aparece um banco de

nuvens cumuliformes de pequena escala (convecção penetrativa) na região marítima costeira

adjacente a Oeste de Cabo Frio, e como este tipo de nuvem é gerado por aquecimento abaixo do

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seu nível de formação, deduziu o autor, que as águas na região do banco, deveriam estar mais

aquecidas. Na região onde ocorre a ressurgência, costa Leste-Oeste, não há formação de nuvens,

posto que as águas devem ser frias (ressurgidas).

Moreira (agosto 1977), observou que a ressurgência de Cabo Frio apresenta um tempo de

resposta da ordem de grandeza dos eventos meteorológicos de escala sinótica, caracterizando uma

alta correlação com as passagens de frentes frias na região de Arraial do Cabo. Demonstra o

controle que exerce o Anticiclone Subtropical Marítimo do Atlântico Sul (ASMAS) sobre a

circulação atmosférica em Cabo Frio, gerando ventos de setor Nordeste, e mostra que este controle

é dividido com os sistemas anticiclônicos polares, que dão origem às frentes frias que atingem o

litoral do Rio de Janeiro, invertendo o vento para Sudoeste, Sul e Sudeste. Este ciclo se repete com

o domínio do ASMAS e novas passagens de frentes frias. O ciclo é mais freqüente na segunda

metade do ano, cerca de 4 dias, e menos freqüente na primeira metade do ano. O resultado é uma

predominância da circulação atmosférica de Leste-Nordeste durante o verão e o outono e de

Sudoeste-Oeste durante o inverno e a primavera.

Moreira et Mendonça (outubro de 1977), analisaram um ano de dados amostrados a cada

dois dias em estações oceanográficas realizadas na cota de 60 m ao sul do farol da Ilha de Cabo

Frio. Seus resultados demonstram que a origem das águas que ressurgem em Cabo Frio é a ACAS

(Água Central do Atlântico Sul segundo classificação de massas d'agua de Sverdrup et al (1942)),

e que no período analisado (julho de 1972 a julho de 1973) ocorreram subsidências completas

(água quente em toda a coluna d'água) com mais freqüência nos meses de julho, agosto e setembro,

porém, já em setembro ocorreram as primeiras ressurgências completas (água fria em toda a

coluna). Os autores utilizando o simples critério do diagrama T-S, concluem que a água que

ressurge em Cabo Frio é indiscutivelmente a ACAS.

Rodrigues (dezembro de 1977), acompanhando a evolução das águas ressurgidas em Arraial

do Cabo através do rastreamento de um derivador, em operação oceanográfica realizada no verão

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de 1975, relatou uma correlação positiva observada entre o nível do mar em Arraial do Cabo e na

Ilha Fiscal (Baía de Guanabara - RJ), filtrados os efeitos astronômicos. Observa também, que o

nível do mar apresenta uma resposta ao vento de quadrante Leste após 14 horas. Em fundeio

realizado no mesmo período, o autor observou o comportamento da ressurgência segundo a teoria

de Ekman, com as correntes de fundo escoando para a costa enquanto a deriva de superfície fluía

para longe da costa. Detectou também a presença de um vórtice a barlavento da ilha de Cabo Frio,

durante o rastreio do derivador, que retinha em seu interior águas de temperaturas mais baixas que

em torno, ou seja, um vórtice frio. O autor relatou que durante o seguimento do derivador, o vento

gerador de ressurgência era de Leste-Nordeste, situação na qual ocorreram os valores mais intensos,

ou seja, respostas mais fortemente correlacionadas com os ventos forçantes.

Tanaka (1977), aplicando para a região um modelo de correntes litorais (corrente de Ekman

com efeitos de declive) e associando seus resultados com imagens a partir de sensores remotos em

plataformas orbitais, obteve como resultado a deriva para Sudoeste da água ressurgida, além de

uma ordem de grandeza para a velocidade vertical de 10-4 ms-1, o que foi observado (deriva para

Sudoeste) nas imagens de satélite para a simulação com o modelo com ventos de quadrante Leste-

Nordeste. Esta autora também descreveu o comportamento dos sistemas meteorológicos que

geraram os padrões de circulação atmosférica na região de simulação (Arraial do Cabo),

caracterizando o domínio do Anticiclone Subtropical Marítimo do Atlântico Sul.

Signorini (1978), trabalhando com dados de um cruzeiro oceanográfico, realizado em julho

de 1973, ao largo da costa Sudeste do Brasil, do Espírito Santo ao litoral Sul de São Paulo, com

objetivo de investigar as características da corrente do Brasil próximo a Cabo Frio, descreveu a

hidrografia da região. As massas d'agua foram analisadas até 1800 m, onde foi detectada a presença

da Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) . Logo acima da APAN, a Água Antártica

Intermediária (AIA), entre 700 e 1100 m e, imediatamente acima da AIA, foi encontrada uma

grande região preenchida com Água Central do Atlântico Sul (ACAS). Na camada superior (200 m

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até a superfície) foi encontrada uma mistura de três tipos de água: Água Tropical (AT), Água

Litoral (AL) e uma extensão do limite da ACAS (18o C e salinidade 36). A AT é a água superficial

carreada para o Sul pela corrente do Brasil, juntamente com alguma ACAS da região abaixo da

superfície. A AL é a água encontrada na região costeira e é altamente influenciada por efeitos

terrígenos.

Rossby (1936) apud Signorini (1978), aplicou sua teoria da corrente de esteira (wake

stream) para um oceano com duas camadas à corrente do Golfo, onde obteve resultados

destacáveis. Relata que a Corrente do Golfo não se comporta como um “rio” no oceano, e que em

vez disso há uma grande troca de momentum com o meio onde se desloca, criando assim contra-

correntes com forte vorticidade anticiclônica ao longo da região entre a corrente e a costa. Rossby,

neste mesmo trabalho, mostrou que neste modelo de duas camadas, a fronteira interna (picnoclina)

tende a formar um domo separando a corrente de esteira de sua contra-corrente. É razoável admitir

que tensões laterais e normais se desenvolvam ao longo da fronteira interna e que águas da camada

inferior deverão ser atraídas para a corrente de esteira e para a contra-corrente, ao longo das

regiões inclinadas do domo (formado por isopícnicas), como resultado da sucção criada por estas

duas correntes. Conseqüentemente, uma certa quantidade de ressurgência ao longo do bordo

costeiro da corrente principal deverá acontecer, como resultado do mecanismo da corrente de

esteira.

Signorini sugere que este mecanismo pode ser aplicado à corrente do Brasil, e explicar a

presença de ACAS em camadas subsuperficiais sobre a plataforma continental, o que estaria de

acordo com os relatos sobre distribuição de massas d'agua existentes para a região.

Yentsch (1974) apud Signorini (1978), refere-se a este processo como ressurgência

geostrófica e sugere que a mais efetiva ressurgência é aquela que combina a influência geostrófica

com a tensão do vento, e estes dois mecanismos podem ocorrer simultaneamente na plataforma

continental próxima a Cabo Frio.

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Jeng (1979), utilizando o modelo analítico de Yoshida (1955) apud Jeng(1979), o diagrama

T-S estatístico volumétrico, e observações oceanográficas de agosto de 1971 e novembro de 1971,

estimou a ordem de grandeza da velocidade vertical das águas de ressurgência na região de Cabo

Frio em 10-4 ms-1.

Maglioca et al (1979), analisando dados de um cruzeiro oceanográfico do “Prof. W.

Besnard”, que teve como objetivo detectar características da ressurgência na região de Cabo Frio,

do período de 4 a 6 e de 6 a 10 fevereiro de 1971, na região entre Cabo Frio e Saquarema,

detectaram, após um evento de ressurgência, uma corrente no rumo Leste (contra o vento) com

uma velocidade estimada de cerca de 1,1 x 10-1 ms-1.

Mesquita et al (1979) sugerem, analisando dados obtidos em cruzeiro oceanográfico

realizado pelo N.Oc. Prof. W. Besnard, coletados entre julho e agosto de 1978, na plataforma

continental entre Cananéia e Cabo Frio, que a corrente do Brasil gera um efeito de “entancamento”

das águas costeiras próximas a Cabo Frio, promovendo o seu conseqüente “arrasto” através de

vórtices de circulação horária (ciclônica). Este efeito de sucção, que teria seu máximo em Cabo

Frio, poderia ser responsável pela existência de correntes costeiras, durante os meses de inverno, no

limite de até 55 km ao largo, escoando de Santos para Cabo Frio.

Segundo os autores, a existência de águas subtropicais fluindo para Nordeste, ao Sul de

Cabo Frio na cota de 70-90 m, sugerem que efeitos inercias e/ou geostróficos provocados pelas

características topográficas a Leste de Cabo Frio, ou seja, a brusca mudança de direção do talude

continental, ao longo do qual escoa a corrente do Brasil, sejam mecanismos que mantêm a Água

Central do Atlântico Sul próxima à superfície todo o ano.

Fahrbach e Meincke (1979), por ocasião de um curso, ministrado a bordo do NOc. Alm

Saldanha, no período de 6 a 9 de novembro de 1978, analisando dados de um fundeio de

correntógrafos realizado a 5,5 km da costa e de um perfil ao longo do meridiano de longitude 42o

13' W, detectaram um caso de ressurgência clássica (tipo Ekman), com correntes de superfície

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fluindo para Sudoeste e aporte de ACAS junto ao fundo. Os autores detectaram presença de ACAS

a 150 m de profundidade numa estação oceanográfica a 111,1 km ao sul da Ilha de Cabo Frio e a 50

m de profundidade em uma estação localizada a 18,5 km ao sul da Ilha de Cabo Frio, e também a

advecção de águas litorais chegando à região, provenientes de Nordeste.

Gamma de Almeida e Tanaka (1981), apresentam uma seqüência extremamente interessante

de imagens obtidas do radiometro de alta resolução (very high resolution radiometer) do satélite da

série NOAA (5) para os dias 1, 3, 4, 12 e 25 de outubro de 1978. Nesta seqüência (figura II.1),

observa-se a pluma fria que deriva para Oeste-Sudoeste a partir da Ilha de Cabo Frio (ponto

extremo Sudeste de Arraial do Cabo). As imagens dos dias 12 e 25 apresentam plumas com

meandros que parecem indicar a intrusão de águas mais quentes fato relacionado com eventos

ocorridos nos dias 11 e 26, quando Arraial do Cabo foi atingido por frentes frias e ventos de

quadrante Sul. Os autores postulam, baseados em resultados de modelação numérica (deriva de

Ekman), imagens de satélite e dados medidos in situ (verdade terrestre), que ventos de Nordeste

provocam ressurgências na região da plataforma entre Cabo Frio e Cabo de São Tomé, enquanto

que ventos de Leste-Nordeste são mais eficientes em alimentar a ressurgência ao longo do litoral

sul do Rio de Janeiro (alinhamento Leste-Oeste).

Ferreira da Silva et al (1984), utilizando dados de três cruzeiros oceanográficos do NOc.

Alm. Saldanha, realizados em agosto de 1982, maio/junho de 1983 e fevereiro de 1984,

caracterizam a distribuição de massas de água na região sudeste da costa do Brasil, detectando a

presença da ACAS ( Água Central do Atlântico Sul) em profundidades mais rasas no verão e

aflorando junto a costa (ressurgência). Os autores mostram a presença de ACAS em profundidades

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em torno de 300 m ao largo e ficando mais rasas ao se aproximar

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Figura II-1 : Imagens NOAA na banda do infravermelho termal. Os tons mais claros são

proporcionais a temperaturas mais baixas. A ressurgência é visível ocorrendo a partir de Cabo

Frio e derivando para SW (Gamma de Almeida e Tanaka, 1981).

da costa, sendo esta característica mais fraca no inverno, crescendo no outono e se tornando mais

intensa no verão.

Tanaka (1985), analisando dados da Comissão Oceanográfica Rio de Janeiro II, realizada

pelo NOc. Alm. Saldanha no período de maio/junho de 1980 na região da costa dos estados do Rio

de Janeiro e São Paulo, mostra a distribuição tridimensional dos campos de temperatura do oceano,

onde águas de baixa temperatura (ACAS) estão mais próximas a costa do Rio de Janeiro,

principalmente na região de Cabo Frio e distribuídas em todo o campo analisado na cota de 200 m.

Paviglione e Miranda (1985), caracterizaram o comportamento sazonal da corrente do Brasil

na região entre o Cabo de São Tomé e a Baía de Guanabara, analisando dados de estações

oceanográficas clássicas realizadas em cinco períodos entre janeiro de 1970 e fevereiro de 1971,

calculando os campos de velocidade através da hipótese geostrófica. Ficaram definidos dois

períodos típicos: no verão, quando a corrente do Brasil se aproxima da costa e se intensifica, e no

inverno, quando se afasta da costa e enfraquece.

Valentin et al (1987), analisaram dados de um perfil de 20,4 km, realizado 13 vezes, a

partir da Ilha de Cabo Frio no rumo Sudeste, durante um ciclo de ventos entre 18 de abril e 23 de

maio de 1975. Detectaram então, o clássico processo conduzido pelo mecanismo de Ekman:

enquanto os ventos foram favoráveis (setor Nordeste), houve ressurgência, assinalada pela presença

da ACAS, e quando o vento passou a Sudoeste, aconteceu a subsidência. Os autores estimaram, de

forma aproximada e desprezando os processos de mistura e advecção, uma velocidade vertical da

ordem de 10-4 ms-1. Durante o evento de ventos de Sudoeste foi detectada a presença de águas da

corrente do Brasil, que voltaram a se afastar da costa quando o vento voltou a Nordeste. Os autores

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sugerem que a proximidade das isóbatas de 50-100 m da Ilha de Cabo Frio poderia manter em

disponibilidade águas profundas (ACAS) ao processo de bombeamento de Ekman. O evento

registrado mostrou águas ressurgidas em uma estreita faixa de cerca de 5 km de largura junto a

costa.

Stech et Stevenson (1987), descrevem a climatologia das águas oceânicas, para a área de

coordenadas geográficas 22o a 25o S e 40o a 45o W, para a qual determinaram duas regiões de

características distintas: uma influenciada basicamente pela presença da ressurgência costeira de

Cabo Frio, que carreia ACAS para a região e outra pela presença da corrente do Brasil, que traz

AT.

Martin et al (1988), especulam sobre a conexão entre a “Oscilação Sul” (El Niño) e os

ventos que atuam localmente em Cabo Frio. Estes eventos interanuais repercutiriam sobre o clima

local e conseqüentemente sobre a salinidade da lagoa de Araruama. Os estudos dos sedimentos

lagunares levaram os autores a detectar um sinal do tipo El Niño na costa do Atlântico (lagoa de

Araruama). Esta conexão se daria através do comportamento do Anticiclone Subtropical Marítimo

do Atlântico Sul, que domina a circulação local em Cabo Frio e suas teleconexões, através da

circulação de Walker, com a Oscilação Sul, que acontece no Pacífico. Este mecanismo sugere que

os processos costeiros que sofrem influência direta do Anticiclone Subtropical Marítimo do

Atlântico Sul devem responder ao forçamento interanual gerado por esta teleconexão, confirmando

climaticamente o domínio do Anticiclone Subtropical Marítimo do Atlântico Sul na circulação

atmosférica local em Cabo Frio.

Lorenzzetti et Tanaka (1990), simulando a passagem de uma frente fria sobre a região de

Cabo Frio, usando como forçante o ciclo de ventos a ela associado, e utilizando um modelo

numérico proposto por Wang e Connor (1975) apud Lorenzzetti et al (1990), que consiste de duas

camadas estavelmente estratificadas, em rotação, com densidades constantes (1025,5 e 1022,5

Kg/m3), espessura da camada superior inicial de 20 m, com as camadas separadas por uma interface

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material e aproximações hidrostática e de Boussinesq, aplicado para a região costeira (sobre a

plataforma continental) do Cabo de São Tomé até São Sebastião, encontraram:

- estado quase estacionário atingido em 2,63 dias;

- em 1,25 dias, um jato costeiro que se desenvolve desde o Cabo de São Tomé até a

província marítima costeira a Oeste do Cabo Frio;

- próximo à costa, ao Norte do Cabo de Búzios, o aparecimento de uma contra-corrente de

fundo que se dirige para Nordeste;

- em 1,5 dias uma corrente fluindo em direção à costa, entre a Baía de Guanabara e Cabo

Frio, sendo compensada na camada inferior por um transporte em direção ao largo e;

- surge também uma célula de circulação ciclônica ao Norte do Cabo de Búzios.

Stech & Lorenzzetti (1992), observaram que na região marítima, sobre a plataforma

continental Sudeste Brasileira, desde o Cabo de São Tomé até o Cabo de Santa Marta, durante o

inverno, quando a estratificação é fraca, os processos de freqüência sub-maré são dominados pelas

passagens de frentes frias. Utilizam então o modelo numérico formulado por Wang e Connor

(1975), apud Lorenzzetti & Tanaka (1990), para simular uma passagem de frente fria sobre a

região estudada forçando o modelo com os ventos associados à frente.

Palácios (1993) analisou, utilizando técnicas espectrais, a ressurgência costeira de Cabo

Frio, e obteve resultados extremamente interessantes sobre o comportamento das ondas costeiras

confinadas que interagem com a clássica ressurgência conduzida pelo mecanismo de Ekman. O

autor analisou dados do nível do mar, registrados no cais Duques D'Albas em Arraial do Cabo,

localizado na Enseada dos Anjos e Ilha Fiscal no Rio de Janeiro, pressão atmosférica e ventos em

Cabo Frio e Rio de Janeiro, no período de 01/11/90 a 30/01/91.

Foram também analisados dados de correntometria e ventos obtidos da comissão

oceanográfica Cabo Frio IX, realizada pelo NOc. Alm. Saldanha de 28/11/86 a 08/12/86 (11 dias),

quando de um fundeio próximo a costa entre Arraial do Cabo e Ponta Negra.

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xxxvi

Os resultados de Palácios (1993) mostram, para o período, uma pressão atmosférica com

maior variância em Cabo Frio (CF) que na Baía de Guanabara (BG); o nível do mar com maior

variância na BG; a variância da componente zonal do vento mais intensa na BG (o que de certa

forma suporta a proposta de Ikeda, em seu trabalho de 1974, para a formação da contra-corrente

superficial contra o vento); o domínio do mecanismo de Ekman e a ocorrência de alguns casos

anômalos, ou que não obedecem fielmente o modelo clássico, que Palácios explica através da

existência de sinais locais de propagação de ondas costeiras confinadas geradas em algum ponto do

litoral mais a Sul de CF.

Na banda de baixa freqüência (entre 8 e 20 dias), observa Palácios, existe uma elevação do

nível do mar associada à aproximação da corrente do Brasil, fato que ocorre no verão, ou seja, as

oscilações da posição da corrente do Brasil, quando se afasta ou se aproxima da costa, em baixa

freqüência modulam o nível do mar em CF.

Palácios propõe, para alguns eventos anômalos, a existência de um mecanismo forçante

baseado no efeito ressonante do campo de pressão atmosférica na banda meteorológica.

Relata dois eventos onde havia rebaixamento do nível do mar com ventos zonais de Oeste

para Leste (contrário ao mecanismo clássico de Ekman) e, no período observado, mais intensa que

em outros eventos com ventos classicamente mais favoráveis à ressurgência.

Na banda de 7 a 3,9 dias, Palácios observou um tempo de antecedência de 1,7 dias do vento

favorável à resposta do oceano (nível do mar) e concluiu parecer o efeito do vento local no mar de

CF.

Na faixa espectral de 3,6 a 1,8 dias, o nível do mar antecede à componente zonal do vento

em um tempo de cerca de 9 dias. “Algo parece estar revertendo a relação de causa e efeito nesta

banda”, diz o autor.

Palácios, no período observado, detectou 5 eventos de ressurgência anômalos (inferidos

através do abaixamento do nível do mar), ou seja, onde havia uma componente zonal de Oeste para

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xxxvii

Leste do vento, em aproximadamente 3 meses. Com esta alta freqüência de eventos anômalos,

argumenta Palácios, parece razoável a existência de inúmeras hipóteses propostas para explicar o

fenômeno da ressurgência pelos autores que estudaram a região.

Estudando os dados do fundeio do NOc. Alm. Saldanha, efetuado durante a Comissão

Oceanográfica Cabo Frio IX (Torres et al em 1988), Palácios observou um evento anômalo (que

classificou de notável), porém, desta vez com registro de circulação (correntes). O oceano estava

respondendo classicamente ao vento, havia uma componente zonal de vento para Oeste, as

componentes zonais das correntes em 5, 15 e 50 m também se orientavam para Oeste e o nível do

mar estava baixo. Em um dado momento o nível do mar começou a se elevar e as correntes a

diminuir de intensidade. Logo, a corrente a 5 m inverteu o sentido, enquanto isso, o vento se

manteve para Oeste, após algum tempo toda a coluna d'agua movia-se para Leste. Após este evento

o nível do mar voltou a baixar e o vento ainda estava para Oeste. Naturalmente, Palácios filtrou do

nível do mar a maré e o efeito da pressão atmosférica.

Analisando o espectro de fase entre o nível do mar em CF e BG, Palácios encontrou, na

banda de 20 a 8,3 dias, sinais de propagação de ondas de CF para BG, os quais associou ao

comportamento da Corrente do Brasil. Na banda de 7 a 3,9 dias, o nível do mar parece em fase, e

na banda de 3,6 a 1,8 dias, aparece a propagação de ondas da BG para CF com velocidade média de

cerca de 4 ms-1.

Palácios compara seus resultados observacionais com o modelo de Buchwald e Adams

(apud Palácios (1993)) aplicado à região de CF. Tomando os cinco primeiros modos de propagação

da solução analítica de Buchwald e Adams, para o caso de energia confinada à região (velocidade

de grupo nula), obtém : modo mod(dia) k (1/Km) w (1/dia) Comp. onda (Km) vel. fase (Km/dia) 1 2,0 0,02 3,1 314 155 2 3,6 0,03 1,8 209 60 3 5,3 0,05 1,2 125 24 4 6,9 0,06 0,9 104 15

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xxxviii

5 8,9 0,08 0,7 78 9

onde mod(dias) são os períodos associados aos modos obtidos do modelo de Buchwald e

Adams(apud Palácios (1993)).

Destes resultados Palácios mostra que aparecem 3 modos de ondas costeiras confinadas com

energia aprisionada, com períodos de 2,0 dias ( modo 1 ), 3,6 dias ( modo 2 ) e 6,9 dias (modo 4 ).

As ondas se deslocariam com velocidade de fase positiva no sentido BG-CF. O modo 3 ( 5,3 dias ),

não apresenta coerência com a componente zonal do vento local, porém, corresponde ao pico

máximo do espectro de pressão de CF, com o qual tem alta coerência, isto é, parece ser uma onda

costeira confinada produzida pela ação direta do campo de pressão local.

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xxxix

III. ÁREA MODELADA E A GRADE

A região modelada vai de 041o a 043o 25’ W e de 22o a 23o 30’S, ou seja, a área marítima sobre a plataforma

continental entre o Cabo de São Tomé (fronteira NE da grade) e a Baía de Guanabara (fronteira W e próximo ao

centro da grade), o Cabo Frio localiza-se na região mais SE (figura III-1).

Figura III-1 : Imagem INPE/LANDASAT para o dia 22 de janeiro de 1977. Nota-se a SE a ilha de Cabo Frio,

mais a N o Cabo de Buzios e mais a W a Baia de Guanabara. A região modelada estende-se um pouco mais a N, até o

Cabo de São Tomé.

Foi montada então uma grade regular de 25 por 17 pontos, que foi utilizada na formulação das equações em

diferenças finitas, utilizando dados batimétricos da carta náutica número 1500 da Diretoria de Hidrografia e

Navegação da Marinha do Brasil (figura III-2). O espaçamento entre os pontos de grade é de cerca de 10.309 m

(resolução da grade).

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xl

Figura III-2 : Região costeira desde Baía de Guanabara ao Cabo de São Tomé, litoral do estado do Rio de

Janeiro .

Os dados (batimetria) foram interpolados na grade regular através de uma promediação ponderada pelo

inverso do quadrado da distância. A batimetria assim suavizada está representada na figura III-3.

Foi escolhido o ponto da linha 11 (direção N-S) e coluna 14 (direção E-W), apontado na figura III-4 por uma

seta escurecida em um setor a SE do continente, para monitorar séries temporais de parâmetros com nível do mar e

velocidades. Este local fica a cerca de 9,3 km a W da Ilha de Cabo Frio e próximo à costa (cerca de 4,6 km). O nível

do mar e a velocidade vertical são amostrados no centro da célula e as velocidades horizontais em suas fronteiras S e

E (detalhes no apêndice A).

Prof.(metros)

Batimetria (metros)0.00

15.00

30.00

45.00

60.00

75.00

90.00

105.00

120.00

135.00

150.00

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xli

Figura III-3: Isobatimétricas do campo de profundidades suavizadas.

Figura III-4 : Representação da superfície batimétrica suavizada utilizada na modelação.

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xlii

IV. VENTOS E ESTRATIFICAÇÃO

O padrão de ventos para a região de Cabo Frio é bem definido, com dominância de direção do quadrante E,

com maior freqüência de NE, que aparece em todo o ano, tornando-se mais intensos de agosto a março e mais fracos

de abril a junho, fato já descrito em trabalhos anteriores de Allard (1955), Moreira e Rodrigues (1966) e Moreira

(agosto de 1977). Este comportamento se deve basicamente ao domínio da circulação local pelo Anticiclone

Subtropical Marítimo do Atlântico Sul que é afetado pela passagem na região de sistemas anticiclônicos polares

(Moreira, agosto de 1977) que provocam a rotação da direção e ventos de SW. O gráfico da figura IV.1, obtido a partir

de uma série temporal de 16 anos de ventos coletados na estação meteorológica de Cabo Frio (INMET), de

distribuição de freqüência dos ventos em relação à direção, mostra a dominância dos ventos de NE e de quadrante E

na circulação local.

(%)

0 5 10 15 20 25 30 350

10

20

30

N NE E SE S SW W NW ( Direção do vento) Figura IV.1 : Distribuição de freqüência de direções de vento para a região de Cabo Frio.

A figura IV.2 mostra a distribuição de energia cinética integrada por direção para os mesmos dados citados

anteriormente. Os ventos de quadrante N e NE apresentam-se como as direções mais energéticas.

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xliii

0 50 100 150 200 250 300 3500

2 104

4 104

6 104

8 104KE versus rumo do vento

(Kilo

gra

ma

x M

^2)/

(s^2

) ao

dia

KEj

KEj

α j

Rumo

N NE E SE S SW W NW

Direção

S SW W NW N NE E SE

Figura IV.2 : Energia cinética em( )Kg m s* 2 2 por dia, para densidade do ar de 1 Kg m3 relativa à

temperatura de 200 C e à pressão de 1000 mb.

A região oceânica adjacente a Cabo Frio apresenta um padrão de estratificação sazonal bem definido, ou seja,

uma termoclina acentuada no verão e a coluna d’agua bem misturada no período de inverno (Stech & Lorenzzetti,

1992). Moreira e Mendonça (outubro de 1977) mostram que de julho a setembro ocorrem subsidências completas na

região, mas já em setembro começam a ocorrer as primeiras ressurgências (Água Central do Atlântico Sul - ACAS)

em Cabo Frio. Ferreira da Silva et al (1984) analisando dados no N.Oc. Alm. Saldanha mostram a presença de ACAS

próximo à costa e em profundidades rasas no verão e seu aprofundamento e afastamento no inverno. Candella

(comunicação pessoal), analisou os dados de estações oceanográficas clássicas realizadas no quadrado Marsden 376,

(amostragem com garrafas de Nansen e termômetros de reversão), armazenados no Banco Nacional de Dados

Oceanográficos da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), até o ano de 1986. Os dados foram separados em

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xliv

dois grandes grupos, um de estações sobre a plataforma continental e outro em regiões profundas. Seus resultados

demonstram que a presença de ACAS na região em questão é maior no verão, tanto sobre a plataforma continental

quanto em águas profundas. A figura IV.3 ilustra a distribuição de freqüência em relação a profundidade de ACAS

classificada com limite de temperatura de 18o C (barras em preto) e limite de 20o C (barras hachuradas), baseado num

critério de classificação de massas de água regional proposto por Miranda (1982), em profundidade para o verão e o

inverno. É notável o aumento de ACAS em regiões mais rasas no verão.

(a) - Verão (b) - Inverno

(Profundidade - metros) (Profundidade - metros) Figura IV.3 : Distribuição de freqüência (freqüência relativa e profundidade em metros) de ocorrência de ACAS em

relação a profundidade para o verão (a) e inverno (b), obtido de Candella (comunicação pessoal).

As análises de Candella para estações realizadas sobre a plataforma continental corroboram estas idéias, a

figura IV.4 mostra as distribuições de freqüência de águas com limite superior de temperaturas até 18o C (barras

pretas) e até 20o C (barras hachuradas). Novamente nota-se que a distribuição migra para menores valores de

temperatura no verão.

(a) - Verão (b) - Inverno

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xlv

(Temperatura - Celsius) (Temperatura - Celsius) Figura IV.4 : Distribuição de freqüência (freqüência relativa e temperatura em oC) de águas com limite

superior de temperaturas até 18o C (barras pretas) e até 20o C (barras hachuradas) em relação a temperatura para o

verão (a) e inverno (b), obtido de Candella (comunicação pessoal).

Estes padrões de estratificação explicam episódios de ventos NE na região de Cabo Frio sem que haja

ocorrência de ACAS à superfície, embora o mecanismo de Ekman atue transportando águas superficiais para o largo e

induzindo a subida de águas profundas, ou seja, não há presença de ACAS disponível para o bombeamento de Ekman.

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xlvi

V. EQUAÇÕES DO MODELO

O modelo numérico de Hess (1989), pseudo tridimensional (integrado na vertical por

camada) com superfície livre, foi projetado basicamente para simular correntes em baías e na

plataforma continental, e é forçado pela maré, arrasto gerado pelo vento (wind stress) e gradientes

de densidade.

As equações governantes do modelo consistem em duas equações de momentum horizontal,

a aproximação hidrostática, equação de continuidade (condição de incompressibilidade na vertical),

uma equação de estado e equações de conservação para salinidade e temperatura. É empregado um

sistema de coordenadas cartesianas ortogonais com o eixo x orientado para E, y orientado para N e

z para cima. O conjunto de equações é integrado lateralmente para incluir efeitos de canais (rios) e

a seguir transformado para o conhecido sistema de coordenadas sigma (Phillips, 1957), que

acompanha as variações batimétricas ou topográficas, substituindo a cartesiana vertical z. O modelo

é baseado no de Blumberg & Mellor (1983), diferindo deste na maneira de tratar a turbulência com

uma parametrização mais simples. Seu código computacional contém um sistema de chaves para

desligar alguns termos das equações quando necessário, sua equação para a densidade é mais

simples e as difusividades horizontais são constantes em profundidade.

É usada a técnica de separação em modos nas equações da velocidade, as quais são

separadas em modo externo ou barotrópico e modo interno ou baroclínico. O modo externo é

simplesmente o resultado da promediação na vertical da velocidade, que é então subtraída das

equações totais de velocidade para obter-se o modo interno. Como os critérios de estabilidade para

o modo interno são menos rigorosos, ou seja, o modo baroclínico é mais estável, o mesmo pode ser

integrado no tempo com um passo maior que o utilizado para o modo externo, economizando de

forma significativa o tempo de processamento.

A seguir, é descrito de forma detalhada e comentada, o modelo seguindo Hess (1989).

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xlvii

V.1 EQUAÇÕES BÁSICAS

As equações básicas para o contínuum com a aproximação de Boussinesq são as de

momentum horizontais com os termos das tensões de Reynolds em uma base de coordenadas

cartesianas em rotação (Blumberg & Mellor, 1987) :

( )∂∂

β∂

∂∂

∂∂

∂α ∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

u

ta

uu

x

uv

y

uw

z oP

xfv

xA

hu

x yA

hv

x

u

y zA

vu

z

+ + +

= − + +

+ +

+

( ) ( )

2

(V.1)

( )∂∂

β∂

∂∂

∂∂

∂α ∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

v

ta

vu

x

vv

y

vw

z oP

yfu

yA

hv

y yA

hu

y

v

y zA

vv

z

+ + +

= − − +

+ +

+

( ) ( )

2

(V.2)

onde

u, v e w são as componentes da velocidade do fluido na direção x, y e z, respectivamente;

αο é o volume específico de referência;

P é a pressão;

f é o parâmetro de Coriolis;

Ah, Av são as difusividades horizontal e vertical, respectivamente e;

βa é uma chave para desligar os termos advectivos.

A aproximação hidrostática para a equação de momentum vertical é ∂∂

ρP

zg= − (V.3)

onde ρ é a densidade da água e g é a aceleração gravitacional.

Uma aproximação para a continuidade ou conservação de massa:

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xlviii

∂∂

∂∂

∂∂

u

x

v

y

w

z+ + = 0 (V.4)

Uma equação de estado para a água do mar:

{ }ρ ρ ρ= +o F S T1 ( , ) (V.5)

onde ρo é uma densidade de referência , S é a salinidade (em ppt) e T é a temperatura (em

Celsius).

Equações de conservação para sais dissolvidos (salinidade) e calor (temperatura):

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

S

t xuS D

hS

x yvS D

hS

y zwS D

vS

z+ −

+ −

+ −

= 0 (V.6)

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

T

t xuT D

hT

x yvT D

hT

y zwT D

vT

zR+ −

+ −

+ −

= (V.7)

onde S é a salinidade, T é a temperatura, Dh e Dv são as difusividades horizontal e vertical,

respectivamente, e R é um termo de aquecimento interno.

V.2 INCLUSÃO DE EFEITOS DE RIOS E CANAIS

Como Hess se propõe a modelar sistemas estuarinos, ele incluiu nas equações efeitos de

fluxos de canais e de rios e, para computar estes processos, promedia as equações lateralmente

sobre um plano normal à direção do fluxo, com os limites de integração dados por sua largura,

admitindo que a largura do fluxo não varia na vertical e nem no tempo e que a velocidade normal

ao plano de integração não varia lateralmente. A integração é realizada da mesma forma que em

Blumberg (1975, 1978) apud Hess (1986) e Wang & Kravitz (1980). O resultado é:

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xlix

( )

∂∂

β∂

∂∂

∂∂

∂α ∂

∂∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β

u

ta

Bxuu

Bx

x

uv

y

uw

z oP

xfv

Bx

xB

xA

hu

x

c yA

hv

x

u

y zA

vu

zcC

wsB

xuu

+ + +

= − + +

+

− +

+

( ) ( ) ( )2

1

(V.8)

( )

( )

∂∂

β∂

∂∂

∂α ∂

∂∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β

v

ta

vu

x

By

vv

By

y

vw

z oP

yfu

By

yB

yA

hv

y

c xA

hu

y

v

x zA

vv

zcC

wsB

yv v

+ + +

= − − +

+

− +

+

( ) ( )2

1

(V.9)

onde

Bx e By são as larguras do fluxo nas direções x e y, respectivamente e, quando não houver canais,

assumem o valor 1;

βc é um fator que assume o valor nulo quando não há efeitos de canais presentes e valor 1(um)

quando houver e;

Cws é o coeficiente de arrasto entre o canal e suas fronteiras laterais.

A equação de continuidade fica

1 10

Bx

Bxu

x By

By

v

y

w

z

∂∂∂

( ) ( )+ + = (V.10)

As equações de conservação de salinidade e temperatura ficam:

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l

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

S

t Bx

xB

xuS B

xD

hS

x By

yB

yvS B

yD

hS

y zwS D

vS

z+ −

+ −

+ −

=1 1

0 (V.11)

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

T

t Bx

xB

xuT B

xD

hT

x By

yB

yvT B

yD

hT

y zwT D

vT

zR+ −

+ −

+ −

=1 1

(V.12) A

aproximação hidrostática para a equação de momentum vertical e a equação de estado não mudam.

Estas equações integradas lateralmente se transformam nas equações originais quando não

há canais na área modelada. Quando este for o caso, βc toma o valor nulo e Bx e By tomam o

valor 1.

V.3 EQUAÇÕES EM COORDENADAS SIGMA

O próximo passo é passar as equações para o sistema de coordenadas sigma.

Neste sistema a coordenada vertical (z) é substituída por uma variável adimensional (sigma)

que tem os mesmos limites inferiores e superiores em toda a grade (Phillips 1957). Esta nova

coordenada é definida da seguinte forma : ( )

qh z

H ; H = h + dh=

+β (V.13)

onde h é a elevação da superfície livre em relação ao nível médio do mar, d é a profundidade local

em relação ao nível médio do mar, H é a profundidade local total, βh é uma chave utilizada para

para linearizar a profundidade local total e q representa a nova coordenada sigma (q é utilizada para

manter o padrão de representação de Hess em 1985, 1986 e 1989).

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li

À superfície, sigma vale

0 e no fundo vale -1. Os valores

intermediários são interpolados

em função do número de níveis

do modelo. A figura ao lado

ilustra o esquema de

interpolação.

Os seguintes operadores são

derivados e utilizados para passar as equações para o sistema de coordenadas sigma:

∂∂

∂∂z

[ ]1

H q( )= (V.14)

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂x

[ ]x

( )1

H

h

x+ q

x q( ) = −

H (V.15)

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂y

[ ]y

( )1

H

h

y+ q

y q( )= −

H (V.16)

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂t

[ ]t( )

1

H

h

t+ q

t q( ) = −

H (V.17)

Uma expressão para o gradiente horizontal de pressão em coordenadas sigma obtida através

da integração da equação da aproximação hidrostática na vertical

∂∂

ρ ρP

qgH e então P = gH dq + P

a

q

0

= − ∫ (V.18)

onde Pa é a pressão atmosférica.

Agora, derivando a expressão acima em relação a x (utilizando o operador V.15 para o

sistema de coordenadas sigma) teremos:

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂P

x

P

x q cte

1

H

h

xq

H

x

P

q

Pax

=

=−

+

+ (V.19)

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lii

= gx

H dq1

H

h

xq

H

x( gH)

Paxq

0∂∂

ρ ∂∂

∂∂

ρ∂

∂∫

+

− + (V.20)

gx

H dq gh

xq

H

x

Paxq

0

=

+ +

+∫

∂∂

ρ ρ ∂∂

∂∂

∂ (V.21)

Se = , teremos:ρ ρ 0

∂∂

ρ ∂∂

∂∂

∂∂

ρ ∂∂

∂P

xg

H

x

h

xq

H

xg

h

x

Pax

= − + +

= +0 0 (V.22)

Substituindo = na expressão (V. 20) e lembrando que , 0 0ρ ρ ρ ρ αρ

+ − =( )00

1temos:

α ∂∂

∂∂

α∂

∂0

P

xg

h

x

Pax

= + +Gx 0 (V.23)

onde Gh

xq

H

x

x = −

+ +

∫α β ∂

∂ρ ρ ∂

∂∂∂

ρ ρ0 0

0

0p

q

gx

H dq( ) ( ) (V.24)

e o termo β p é uma chave que permite desligar o termo de gradiente de pressão.

As equações de momentum horizontal em coordenada sigma ficam:

( )∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

α∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β

tHu

a Bx

xHB

xuu

yHuv

quw gH

h

xH

Pax

HGx

fHvB

xx

HBx

Ah

u

x c yAh

Hv

x

u

y H qAv

u

q

Bx

cC

wsHuu

+ + +

= − − − +

+

+ − +

+

10

12 1

1

1

( ) ( ) ( ~)

( )

(V.25)

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liii

( )∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

α∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β

tHv

a xHvu

By

yHB

yuv

quw gH

h

yH

Pay

HGy

fHuB

yy

HBy

Ah

v

y c xA

hH

u

y

v

x H qA

vv

q

By

cC

wsHv v

+ + +

= − − − −

+

+ − +

+

( ) ( ) ( ~)

( )

10

12 1

1

1

(V.26)

onde

~ ( ) (w = = − + − +

− +

H

q

tw q

h

tu

h

xq

H

xv

h

yq

H

y

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

1 (V.27)

G gy

H dqy p

q

= −

+ +

∫α β ∂

∂ρ ρ ∂

∂∂∂

ρ ρ0 0

0

0( ) ( )h

yq

H

y (V.28)

A equação de continuidade ou conservação de massa :

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

h

t B xHB v

B yHB v

w

qxx

yy+ + + =1 1

0( ) ( )~

(V.29)

A conservação de salinidade e de calor ficam:

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

( )

~

HS

t Bx

xB

xH uS D

hS

x By

yB

yH vS D

hS

y

qwS

HD

vS

q

+ −

+ −

+

=

1 1

10

(V.30)

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liv

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

( )

~

HT

t Bx

xB

xH uT D

hT

x By

yB

yH vT D

hT

y

qwT

HD

vT

qHR

+ −

+ −

+

=

1 1

1 (V.31)

V.4 EQUAÇÕES NO MODO EXTERNO OU BAROTRÓPICO

O passo seguinte é decompor a velocidade horizontal nos modos externo (barotrópico) e

interno (baroclínico). O modo externo é a promediação do fluxo na vertical local (profundidade),

definido como:

u udq v vdq= =− −∫ ∫1

0

1

0

e (V.32)

A forma das equações de velocidade integradas verticalmente (modo externo) fica:

∂∂

β ∂∂

θ ∂∂

θ ∂∂

α ∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

τ τ β θ

u

t B xHB uu

yH uv gH

h

xH

P

xHG fHv

B xA HB

u

x yA H

v

x

u

yC

BH u u

ax

x uu uva

x

xh x c h sx bx c ws

xsu

+ +

= − − − + +

+ − +

+ − −

1

12 1

1

0( ) ( )

( )

*

(V.33)

∂∂

β ∂∂

θ ∂∂

∂∂

α ∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

τ τ β θ

v

t xH uv

B yHB v vv gH

h

yH

P

yHG fHu

B yA HB

v

y xA H

v

x

u

yC

BH v v

a uvy

y uva

y

yh y c h sy by c ws

ysv

+ +

= − − − − +

+ − +

+ − −

( ) ( )

( )

*1

12 1

1

0

(V.34)

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lv

A equação de continuidade no modo externo é dada por:

∂∂

∂∂

∂∂

h

t B xB Hu

B yB Hv

xx

yy+ + =1 1

0( ) ( ) (V.35)

onde

G G dq G G dqx x y y* * ,= =

−−∫∫ e 1

0

1

0

(V.36)

θ θ θuu uv vvuu uu dq uv uv dq vv vv dq= = =− − −∫ ∫ ∫( / ) , ( / ) , ( / )1

0

1

0

1

0

(V.37)

θ θsu sv

u

u

u

udq

v

v

v

vdq=

=

− −∫ ∫1

0

1

0

, (V.38)

As equações para conservação de salinidade e calor não mudam.

V.5 EQUAÇÕES NO MODO INTERNO OU BAROCLÍNICO

As velocidades no modo interno podem ser definidas como:

u u u v v'= − = − e v' (V.39)

ou seja, são o resultado da subtração das equações para o modo externo das equações para a

velocidade total. Esta operação resulta em:

[ ] [ ]∂∂

β ∂∂

θ ∂∂

θ ∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

τ τ β θ

tHu

B xB H uu uu

yH uv uv

qwu

HG HG fHvB x

A HBu

x yA H

v

x

u

y

H qA

u

y BC H uu u u

ax

x uu uv

x xx

h x c h

v sx bxx

c ws su

( ' ) ( ) ( ) ( ~ ' )

''

( )' '

'( )

*

+ − + − +

=

− + +

+ − +

+

− + − −

1

12 1

1 1

(V.40)

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lvi

[ ] [ ]∂∂

β ∂∂

θ ∂∂

θ ∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

τ τ β θ

tHv

xH uv uv

B yB H vv vv

qwv

HG HG fHuB y

A HBv

y xA H

v

x

u

y

H qA

v

q ByC H v v v v

a uvy

y vv

y yy

h y c h

v sy by c ws sv

( ' ) ( ) ( ) ( ~ ' )

''

( )' '

'( )

*

+ − + − +

=

− − +

+ − +

+

− + − −

1

12 1

1 1

(V.41)

A continuidade no modo interno:

1 1 1

0B x

B HuB y

B HvH

w

qxx

yy

∂∂

∂∂

∂∂

( ' ) ( ' )~

+ + = (V.42)

As equações obtidas para os modos externo e interno formam o conjunto de equações

efetivamente utilizadas no modelo de Hess. Em resumo, as equações governantes (totais) foram

primeiramente integradas lateralmente para incluir os efeitos de canais ou rios. Este novo conjunto

de equações, como foi visto, incluiu as equações originais como um caso particular (no caso em

que não havia rios ou canais na região de modelagem), a seguir foram transformadas para o sistema

de coordenadas sigma, que substitui a coordenada z (vertical) por uma variável adimensional.

Finalmente foram obtidos dois conjuntos de equações, um para o modo externo ou barotrópico e

outro para o modo interno ou baroclínico. A aplicação para o caso presente considerou β c nulo e Bx

= By = 1.

V.6 PARAMETRIZAÇÕES, CONDIÇÕES DE CONTORNO E INICIAIS

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lvii

Para aplicar o modelo de forma conveniente é necessário definir valores realísticos de

batimetria, geometria, condições de contorno e iniciais. As tensões e parâmetros associados a

modelação da turbulência também devem ser estimados.

A força ou parâmetro de Coriolis é aproximada por

f ff

xx x

f

yy yc

x xc

y y

c

c c

= + − + −= =

∂∂

∂∂

( ) ( ) (V.43)

onde fc é um valor de referência para um determinado ponto de coordenadas xc e yc da grade.

Para estimar a densidade da água do mar é usada a expressão

[ ]ρ ρ ρ= +0 1 F S T( , ) (V.44)

onde Fρ é obtido de Mamaev (1964) apud Hess(1986)

F C C S C ST C T C TS S ST T tρ = + + + +0 1 1 22 , onde:

S é salinidade em ppt,

T é temperatura em Celsius,

e as constantes assumem os seguintes valores:

C = 0.00007

C = 0.000802 ppt

C = -0.000002 (ppt C)

C = -0.0000035 C

C = -0.00000469 C

S0

S1-1

ST-1

T1-1

T2-2

É imposta a condição de que a estabilidade deve ser, pelo menos, neutramente estável, quer

dizer ∂ρ∂q

≤ 0.

Na interface água-ar (superfície livre) o arrasto do vento é definido como:

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lviii

τ sx aw aw xC C W w w= +( )1 2 10 10 (V.45)

τ sy aw aw yC C w w w= +( )1 2 10 10 (V.46)

onde w e w são as co mponentes do vento na direç ão x e y, respectivamente, w é a

velocidade do vento a 10 m acima do nível do mar e os coeficientes de arrasto obtidos

de Wu (1975):

C = 0.0008 s / m e C = 0.000065 s/ m.

x y 10

aw1 aw2

Na interface água-fundo o arrasto é:

( )[ ]τ bx wb wb b b bC C u v u= + +1 22 2 (V.47)

( )[ ]τ by wb wb b b bC C u v v= + +1 22 2 (V.48)

onde ub e vb são as componentes de velocidade horizontal imediatamente acima do fundo e os

coeficientes de arrasto Cwb1= 0.003 m/s e Cwb2= 0.001 m/s (obtidos de Thompson & O’Brien

(1973)).

Hess modela a viscosidade turbulenta vertical utilizando a teoria do comprimento da

mistura. Sua intenção é diminuir os esforços computacionais que seriam necessários para uma

modelação que utilize aproximações de ordens superiores. A viscosidade instantânea é então

formulada em função do comprimento da mistura, o cisalhamento vertical da velocidade horizontal

e a estabilidade da coluna, a saber:

[ ]A A A C C Rv v z r r iCr= + + −

0 0 11 2( ) (V.49)

[ ]D D A C C Rv v z r r iCr= + + −

0 3 41 5( ) (V.50)

A zz

H

u

z

v

zz = −

+

κ ∂

∂∂∂

12 2

2

2

2 (V.51)

onde

(constante de von Karman),κ = 0 04.

Rz

gu

z

v

zi = −

+

∂ρ∂

ρ ∂∂

∂∂0

2

2

2

2 é o número de Rchardson,

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lix

Av0 e Dv0 são viscosidade e difusividade de referência Cr

rC0

1

10

10 0

==

.

.

C

C

C

C

r

r

r

r

2

3

4

5

05

10

333

15

====

.

.

.

.

valores obtidos de Munk & Anderson (1948), típicos para aplicações sobre a plataforma continental

(Brooks, 1994).

Os coeficientes de troca turbulenta na horizontal, equacionados a seguir, são estimados em

função do cisalhamento horizontal de velocidade e uma escala de comprimento da ordem do

tamanho do elemento de grade utilizado, esta formulação segue a de Tag et al (1979) apud

Hess(1986).

A A C Lu

x

v

y

u

y

v

xh h AH= + +

+ +

0

22 2 2

2∆ ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

(V.52)

Dh=Ah

∆L = comprimento de uma célula de grade regular de diferenças finitas C

A s

AH

h

=

=

0 01

100

.

. / m 2

Através das chaves inseridas nas equações pode-se simplificá-las desabilitando alguns

termos que as compõem. Os termos advectivos não lineares podem ser eliminados das equações do

modo externo e interno fazendo βa = 0. O efeito de maré pode ser eliminado do modelo fazendo

βh = 0 nas equações onde definimos o sistema de coordenadas sigma. Para o caso de modelação

com densidade homogênea deve-se simplificar a equação de Mamaev fazendo

C C C CS ST T T1 1 2 0= = = = . Caso seja necessário pode-se descartar os termos devidos à diferença

de densidade que contribuem para o gradiente horizontal de pressão tornando β p = 0.

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lx

No caso de densidade estacionária faz-se necessário que ∂∂

∂∂

S

t

T

t= =0 0 e . Esta

condição é obtida pela não inclusão da resolução das equações de conservação de salinidade e calor

nos cálculos.

Caso a distribuição de salinidade e temperatura varie no espaço, embora não varie no

tempo, seus gradientes horizontais e verticais influenciam as soluções para a velocidade. Para

eliminar esta influência deve-se desacoplar seus efeitos dos cálculos da densidade. Desacopla-se a

salinidade fazendo CS1 0= na equação da densidade (Mamaev) e a temperatura é desacoplada

fazendo C CT T1 2 0= = também na equação de densidade. Para o desacoplamento de ambos deve-

se, além dos procedimentos acima, fazendo C C CST R R= = = =0 01 4 e pβ , onde os dois últimos

coeficientes são da equação de viscosidade turbulenta vertical. O fato de fazer-se o gradiente

horizontal de pressão nulo advém da suposição de que, neste caso, os efeitos da distribuição da

densidade serão desprezados.

Para as simulações realizadas neste trabalho, foram mantidos os termos advectivos não

lineares, o efeito da variação da superfície livre no sistema de coordenadas sigma e a densidade não

estacionária.

V.7 TRATAMENTO DOS CONTORNOS ABERTOS

Existem três tipos de fronteiras possíveis para o modelo, a oceânica, a ribeirinha e a

terrestre. Como são usadas apenas as condições terrestres e oceânicas, não será aqui descrita o caso

da fronteira ribeirinha.

Na fronteira terrestre admite-se que as componentes de velocidade a ela normais são nulas,

existem apenas as componentes tangenciais e obviamente não há fluxos através deste contorno.

Para o contorno oceânico serão necessárias informações de elevação da superfície livre

(basicamente maré) ou fluxo, salinidade, temperatura e velocidades do modo interno em todos os

níveis. O fluxo é definido como o produto da velocidade do modo externo pela profundidade local.

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lxi

Na interface água-ar deverão estar definidos o arrasto do vento, fluxo de calor e temperatura

do ar. Na interface com o fundo deve-se ter, tensões e temperatura do fundo.

O nível do mar deverá estar definido em todos os pontos de grade na fronteira oceânica.

Esta informação é fornecida ao modelo através de uma série temporal.

Modelos numéricos de regiões costeiras finitas apresentam o problema de tratamento do

contornos abertos que é a região onde a grade ou malha de diferenças finitas termina, e onde os

movimentos do fluido não devem ter restrições. Fronteiras abertas ideais devem ser transparentes

aos movimentos gerados no interior e no exterior da grade (Chapman, 1985).

Uma possibilidade de contorno aplicável, no caso de fluxo de momentum para fora da grade

em fronteiras abertas, é a chamada condição de radiação. Neste caso o nível do mar é calculado a

partir do fluxo normal ao contorno por unidade de largura. Hess faz ( )h h U gHcont.

= +0 η ,

onde η simboliza a direção normal à fronteira e ( )gH é a velocidade de onda de gravidade em

águas rasas. Esta condição radiacional é do tipo Orlanski e visa minimizar a reflexão de ondas no

contorno aberto ( Chapman, 1985).

A abordagem de Orlanski usa a velocidade da onda de gravidade local para advectar as

variáveis do modelo através do contorno aberto. Em casos onde a profundidade é variável e a

coluna d’água estratificada, distorções podem ocorrer nas fronteiras dado que perturbações estarão

se propagando em diferentes velocidades.

A condição radiacional para T e S é do tipo ( ) ( )∂∂

θ ∂∂η

θηtS U S, ,+ = 0 e no caso de

fronteiras laterais abertas temos ∂∂

∂∂ηt

h c h F+ = , onde c= ( )gH , h está representando a

superfície livre e F uma função (série temporal) fornecida ao modelo no contorno aberto em

questão.

A salinidade e a temperatura são estimadas para o interior da grade ou para o exterior, e

neste caso as águas exteriores funcionam como um reservatório onde estes parâmetros (salinidade

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lxii

e temperatura) são constantes ou variam lentamente S x y z t* ( , , , ) e T x y z t* ( , , , ). Quando

estimadas para o exterior, são extrapoladas a partir das condições interiores por equações de

advecção simplificadas : ∂∂

∂∂η

∂∂

∂∂ηη η

S

tu

S T

tu

T0 0= − = − e , onde uη é a componente da

velocidade normal à fronteira.

Quando o fluxo é em direção ao interior da grade (através do contorno) e escoa por 6 horas

ou mais, é determinado diretamente (tornado igual) a partir dos valores de salinidade e temperatura

do reservatório (região externa à grade) S S T T0 0= =* * e . Quando o fluxo se dá em menos de

6 horas, é usado o esquema recursivo de interpolação

{ } { } { }S T F S T F S Ti i0 0 0 01,* *

,, ( )= + − (V.53)

( )onde , Ft

etFi i=

−≤ ≤∆

60 1;

∆t é o passo de tempo do modo interno;

e t é o tempo de vazão atual;

são valo res do reservatório e

são valo res da fronteira.

S T

S T

* *

,

,

0 0

Na fronteira ar-água as condições de acoplamento para o arrasto são

τ ∂∂

τ ∂∂sx v sy vA

u

zA

v

z= =' '

e , e o fluxo de salinidade normal à interface é nulo.

Admitindo-se que a água e o ar com ela em contato têm a mesma temperatura, e que Ta é a

temperatura na camada limite planetária (Ta0 = T em q=0) .

Na fronteira com o fundo, o fluxo de salinidade normal à interface é nulo, e é modelado um

fluxo de calor que depende da temperatura e velocidade da água em contato

( )[ ]( )DT

zC C u v T Tv bed bed b b bed

∂∂

= + + −1 22 2 (V.54)

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lxiii

onde e são coef icientes de troca,

e são as c omponentes da velocidade junto ao fundo e

T é a temperatura do fundo.bed

C m s C

u vbed bed

b b

1 20 000001 0 003= =. ( / ) .

Existem duas condições possíveis para a velocidade junto ao fundo: uma condição de

deslizamento, onde o acoplamento do arrasto com o fundo para o modo interno é definido por: ∂∂

τ ∂∂

τu

z A

v

z ABx

v

By

v

' '= = e e uma de não deslizamento, onde Ub = Vb = 0. Neste caso, a fricção com o

fundo é nula e as velocidades do modo interno são u u v vb b' '= = e .

Hess estipulou em 36 horas a fase de aquecimento (spin-up) do modelo, onde as condições

iniciais são interpoladas gradualmente para o interior da grade e as forças externas são também

aplicadas de forma gradual por meio de um função rampa linear, para inibir oscilações instáveis nas

soluções. A forma desta função é : ( )

( ) ( )( )

( )

F t t

F t tt t

t t

F t t

r a b

r a ba

b a

r a b

− = ≤

− =−−

≤ ≤

− = ≤

0

1

para t t

para t t t

para t t,

b

a b

b

,

,

t e t para nível do mar e arrasto do vento,

t 24 e t 36 para gradientes de densidade horizontal e de pressão a tmosfé rica.b b

a b

= == =

0 24

As salinidades e temperaturas são atualizadas após 24 horas de execução. A idéia é aguardar

o aquecimento dos campos de velocidades e difusividades.

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lxiv

VI. TESTES COM O MODELO

Alguns testes foram realizados de forma a verificar a integridade do código computacional

comparando soluções numéricas com analíticas, os efeitos da consistência hidrostática, do

gradiente horizontal de pressão em coordenada sigma e do comportamento da condição radiacional.

Em todos os casos o modelo é inicializado com a estratificação comentada no capítulo VII (pag

VII.2) e parte do repouso.

VI.1 TESTES DE CONFIABILIDADE DO CÓDIGO COMPUTACIONAL

O primeiro trata da simulação da propagação de uma onda de maré em um estuário

retangular (10 metros de profundidade, 6 km de largura e 36 km de comprimento) com fronteira

aberta comparando os resultados numéricos com a solução analítica de Ippen & Harleman (1966)

apud Hess (1985). O modelo foi aplicado sem tensão do vento, arrasto no fundo, advecção e

variações de densidade e forçado por uma maré simulada na embocadura do estuário com período

de 12 horas e amplitude de 0,2 metros. Os resultados mostraram uma variância, em relação à

solução analítica, das elevações da ordem de 0,002 metros (figura VI.1), resultados concordantes

com os de Hess (1985), que conseguiu 0,001 metros.

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lxv

0 20 40 60 80 1000.2

0.1

0

0.1

0.2

(horas)

(me

tro

s)

Figura VI.1 : Maré simulada (+) e maré calculada pela solução analítica(__).

Um segundo teste foi a aplicação do modelo a uma região costeira e rasa forçando a

circulação apenas com tensão do vento e arrasto no fundo. Quando o regime se tornou permanente

os resultados numéricos (modelo) foram comparados com a solucão analítica de Pond & Pickard

(1986). Foram usados os mesmos coeficientes utilizados por Hess (1985) Av = 0,010 m2/s, f =

0,0001 s-1, τ/ρ = 0,000181 m2 / s2, profundidade de 11 metros, largura da malha 6000 metros e

intervalo de grade de 1000 metros. A variância do perfil vertical da componente UEkman obtida da

solução analítica com o obtido do modelo foi da ordem de 0,002 m/s (figura VI.2) e a variância

para a componente VEkman foi da ordem de 0,003 m/s (figura VI.3), resultados que aproximan-se

aos de Hess (1985), que obteve 0,003 m/s de variação.

0 5 100.05

0.1

0.15

uz

umz

z

0 5 100.1

0.2

0.3

vz

vmz

z (metros) (metros) Figura VI.2 : UEkman x U modelado. Figura VI.3 : Vekman x V modelado.

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lxvi

VI.2 TESTES DA CONDIÇÃO RADIACIONAL

Três outros testes foram realizados na tentativa de verificar a eficiência da condição de

radiação utilizada por Hess. Em todos foi aplicado um pulso de vento SW à grade com duração 24

horas, com a intenção de empilhar água junto à costa; após isto todas as forçantes foram anuladas.

No primeiro destes três testes (chamado total), foram computados o modo barotrópico e os

baroclínicos; no segundo foram anulados os modos baroclínicos (internos), e no terceiro foram

calculados apenas modos baroclínicos desprezando o modo barotrópico (externo).

O nível do mar para testar a condição de radiação para o primeiro caso está representado na

figura VI.4. Obtido com um pico de velocidade de vento de 60 nós, este pulso gerou, em 24 horas,

uma redistribuição do campo de massa com um máximo de “empilhamento” (65 mm) junto à costa

e zero junto à fronteira S da grade.

65 mm

Figura VI.4 : Nível do mar simulado em 24 horas (caso total).

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lxvii

Os resultados do pulso de tensão do vento e da redistribuição de massa na grade aparecem

nos gráficos da figura VI.5, que mostram o comportamento do nível do mar e da velocidade

vertical; os gráficos da figura VI.6 mostram os valores das componentes U à superfície (aponta em

direção ao sul) e da componente V à superfície e os gráficos da figura VI.7 apresentam as

componentes U e V junto ao fundo. Todas as séries foram amostradas no ponto de monitoramento

descrito no capítulo III.

0 1 2 3 4 5 60.1

0

0.1

0.2SW

dias

Nív

el d

o M

ar

SL i

t i

0 1 2 3 4 5 60.02

0.01

0

0.01SW

dias

Vel

. Ver

tical

Wi i

t i

Figura VI.5 : Nível do mar (metros) e velocidade vertical (centímetros por segundo).

0 1 2 3 4 5 60.2

0.1

0

0.1

0.2SW

dias

Us

(N-S

) S

uper

fície

Us i

t i

0 1 2 3 4 5 60.5

0

0.5

1SW

dias

Vs

(E-W

) S

uper

fície

Vs i

t i

Figura VI.6 : Componentes da corrente à superfície (metros por segundo).

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lxviii

0 1 2 3 4 5 60.2

0.1

0

0.1

0.2SW

dias

Ub

(N

-S)

Fu

nd

o

Ub i

t i

0 1 2 3 4 5 60.2

0

0.2

0.4SW

dias

Vb

(E

-W)

Fu

nd

o

Vb i

t i

Figura VI.7 : Componentes da corrente junto ao fundo (metros por segundo).

Os resultados (figuras VI.5 a VI.7) mostram que após o pulso de tensão do vento as

variáveis tendem a zero, como resposta ao gradiente de pressão resultante do empilhamento gerado

pelo forçante inicial. Porém a partir do quarto dia, aparecem oscilações nos campos de

propriedades, no ponto de monitoramento, que evoluem e levam o modelo à instabilidade.

No segundo dos três testes, foi computado o modo barotrópico. O modelo foi inicializado e

forçado da mesma forma que no caso total, com o mesmo pulso de vento do caso total. O resultado

do campo de nível do mar é apresentado na figura VI.8.

Figura VI.8 : Campo de nível do mar simulado em 24 horas (modo barotrópico).

As características do campo de nível do mar são bem parecidas com aquelas da figura VI.4,

neste caso com um máximo de 20 mm junto à costa.

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lxix

Os campos de propriedades respondem ao pulso de vento e tendem de maneira geral à zero,

este efeito pode ser visto na série temporal de nível do mar (figura VI.9)

0 1 2 3 4 5 60.1

0

0.1

0.2SW

dias

Nív

el d

o M

ar

0.199505

-0.009767

SL i

50.0416667 t i

Figura VI.9 : Nível do mar (metros) caso barotrópico até o quinto dia de integração.

Os campos de velocidade à superfície e ao fundo respondem de forma análoga ao nível do

mar, ou seja, tendem a zero após a resposta ao pulso de energia. As figuras VI.10 e VI.11 ilustram

este comportamento através do monitoramento da série temporal no ponto de amostragem.

0 1 2 3 4 5 60.04

0.02

0

0.02SW

dias

Us

(N-S

) S

upe

rfíc

ie

Us i

t i

0 1 2 3 4 5 60

0.2

0.4SW

dias

Vs

(E-W

) S

upe

rfíc

ie

Vs i

t i

Figura VI.10 : Componentes da corrente à superfície (metros por segundo).

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lxx

0 1 2 3 4 5 60.04

0.02

0

0.02SW

dias

Ub

(N-S

) F

undo

Ub i

t i

0 1 2 3 4 5 60

0.2

0.4SW

dias

Vb

(E-W

) F

undo

Vb i

t i

Figura VI.11 : Componentes da corrente junto ao fundo (metros por segundo).

A partir do quinto dia aparecem oscilações, em todas as variáveis monitoradas, com

freqüências dominantes (em ciclos por hora) de cerca de 0,027 (37 horas), 0,16 (6,25 horas), 0,28

(3,5 horas), 0,32 (3,12 horas) e 0,39 (2,25 horas). O espectrum estimado, calculado sobre uma

janelo amostral iniciada em cerca de 7 dias (início das oscilações), do nível do mar aparece na

figura VI.12. As séries temporais do nível do mar, e velocidades à superfície e no fundo estão

representadas nas figuras VI.13, VI.14 e VI.15, respectivamente, e ilustram a evolução das

oscilações.

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.50

0.5

1

1.5

2Spectrum do nível do mar

s j

f j

Figura VI.12 : Espectrum estimado de energia x ciclos por hora calculado para o nível do

mar, no caso barotrópico.

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lxxi

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 251

0

1SW

dias

Nív

el d

o M

ar

SLi

ti

Figura VI.13 : Nível do mar (metros) do caso barotrópico até o vigésimo dia de integração.

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 254

2

0

2

4SW

dias

Us

(N-S

) S

up

erfí

cie

Us i

t i

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 252

1

0

1SW

dias

Vs

(E-W

) S

up

erfí

cie

Vs i

t i

Figura VI.14 : Componentes da corrente (metros por segundo) à superfície no caso

barotrópico até o vigésimo dia de integração.

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 254

2

0

2

4SW

dias

Ub

(N

-S)

Fu

nd

o

Ub i

t i

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 252

1

0

1SW

dias

Vb

(E

-W)

Fu

nd

o

Vb i

t i

Figura VI.15 : Componentes da corrente (metros por segundo) ao fundo no caso

barotrópico até o vigésimo dia de integração.

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lxxii

O último dos três casos (baroclínico), foi inicializado e forçado exatamente como nos casos

anteriores. O campo do nível do mar não se alterou, dado que o modo barotrópico não foi utilizado

nesta simulação. A resposta traduziu-se na redistribuição do campo de massa nas camadas do

modelo (energia potencial disponível).

A resposta das velocidades horizontais monitoradas por séries temporais no caso

baroclínico, estão representadas nas figuras VI.16 e VI.17. Nota-se o pulso inicial (em torno de 24

horas) e as posteriores oscilações em torno do zero, em baixa freqüência, com menor intensidade

que a resposta barotrópica.

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 250.3

0.2

0.1

0

0.1SW

dias

Us

(N-S

) S

upe

rfíc

ie

Us i

t i

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 250.1

0

0.1

0.2SW

dias

Vs

(E-W

) S

upe

rfíc

ie

Vs i

t i

Figura VI.16 : Componentes da corrente (metros por segundo) à superfície no caso

baroclínico até o vigésimo dia de integração.

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 250.1

0.05

0

0.05

0.1SW

dias

Ub

(N

-S)

Fu

nd

o

Ub i

t i

0 4.167 8.333 12.5 16.667 20.833 250.05

0

0.05

0.1SW

dias

Vb

(E

-W)

Fu

nd

o

Vb i

t i

Figura VI.17 : Componentes da corrente (metros por segundo) ao fundo no caso

baroclínico até o vigésimo dia de integração.

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lxxiii

Na tabela VI.1 é notavel para o caso total e externo o escoamento mais intenso na direção E-

W (V) que na direção N-S (U) à superfície e pelo fundo, isto se deve ao campo do gradiente de

pressão (nível do mar) que está mais elevado inicialmente na região da grade próxima ao cabo de

São Tomé. A situação se inverte no caso interno.

NM(m) W Us Vs Ub Vb NM na costa (m) total .02 .02 .2 .5 .05 .3 0,065

externo .2 - .03 .35 .03 .35 0,020 interno 0 - .2 .15 .1 .06 0,020

Tabela VI.1 : Máximos aproximados obtidos das simulações dos testes de relaxação

barotrópica.

VI.3 TESTE DE FORÇAMENTO NULO

O último teste visou verificar a resposta do modelo, quando integrado no tempo, sem

forçantes atuando nos contornos. A maré, tensão do vento e trocas térmicas foram nulas. A

estratificação foi também anulada (perfil vertical com a mesma densidade da superfície até o fundo

e isotrópica). Foi mantida a malha batimétrica para a região simulada. Após cerca de 7 dias o

modelo começa a mostrar oscilações nos campos de propriedades (figuras de VI.18 a VI.20).

0 2.5 5 7.5 10 12.5 150.5

0

0.5

dias

Nív

el d

o M

ar

SL i

t i

0 2.5 5 7.5 10 12.5 150.02

0.01

0

0.01

0.02

dias

Ve

l. V

ert

ica

l

Wi i

t i

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lxxiv

Figura VI.18 : Nível do mar (metros) e velocidade vertical (centímetros por segundo) para

o caso de forçantes nulas.

0 2.5 5 7.5 10 12.5 151

0.5

0

0.5

1

dias

Us

(N-S

) S

upe

rfíc

ie

Us i

t i

0 2.5 5 7.5 10 12.5 152

1

0

1

dias

Vs

(E-W

) S

upe

rfíc

ie

Vs i

t i

Figura VI.19 : Componentes da corrente (metros por segundo) à superfície para o caso de

forçantes nulas.

0 2.5 5 7.5 10 12.5 151

0.5

0

0.5

1

dias

Ub

(N-S

) F

undo

Ub i

t i

0 2.5 5 7.5 10 12.5 151

0

1

2

dias

Vb

(E-W

) F

undo

Vb i

t i

Figura VI.20 : Componentes da corrente (metros por segundo) ao fundo para o caso de

forçantes nulas.

A maior parte da energia destas oscilações vem do termo de gradiente horizontal de pressão

em coordenadas sigma (eqs. V-19, V-24 e V-28), quando o fundo é tornado plano e a diferença da

densidade para a de referência é nula, a ordem de grandeza das oscilações torna-se cerca de 100.000

(10-5) vezes menor. Os gráficos VI-21, VI-22 e VI-23 e a tabela VI.2 ilustram o resultado da

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lxxv

modelação para o caso citado. O nível do mar não sofre alteração sensível para a ordem de

grandeza dos movimentos observados.

0 2.5 5 7.5 10 12.5 151

0

1

dias

Nív

el d

o M

ar

SL i

t i

0 2.5 5 7.5 10 12.5 150

5 10 5

0

5 10 5

dias

Vel

. Ver

tical

Wi i

t i

Figura VI.21 : Nível do mar (metros) e velocidade vertical (centímetros por segundo) para

o caso de forçantes nulas com fundo plano.

0 2.5 5 7.5 10 12.5 154 10 5

2 10 5

0

2 10 5

4 10 5

dias

Us

(N-S

) S

up

erfíc

ie

Us i

t i

0 2.5 5 7.5 10 12.5 151 10 5

0

1 10 5

2 10 5

dias

Vs

(E-W

) S

up

erfíc

ie

Vs i

t i

Figura VI.22 : Componentes da corrente (metros por segundo) à superfície para o caso de

forçantes nulas com fundo plano.

0 2.5 5 7.5 10 12.5 154 10 5

2 10 5

0

2 10 5

4 10 5

dias

Ub

(N

-S)

Fu

nd

o

Ub i

t i

0 2.5 5 7.5 10 12.5 152 10 5

1 10 5

0

1 10 5

dias

Vb

(E

-W)

Fu

nd

o

Vb i

t i

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lxxvi

Figura VI.23 : Componentes da corrente (metros por segundo) ao fundo para o caso de

forçantes nulas com fundo plano.

A tabela VI.2 apresenta os valores típicos obtidos das simulações de forçamento nulo,

evidencia-se a diferença na ordem de grandeza entre os valores observados no modelo para o caso

de ∇ h p em coordenadas sigma e o caso de fundo plano (∇ h p=0).

SL (m) W Us (m/s) Vs (m/s) Ub (m/s) Vb (m/s)

∇h p σ .4 .15 .8 2 .8 1

∇ h p=0 0 5 x 10-5 2 x 10-5 1.5 x 10-5 2 x 10-5 2 x 10-5

Tabela VI.2: Máximos aproximados obtidos das simulações dos testes de forçamento nulo.

Os testes propostos por Hess (1985) indicam que o código está confiável. Os três testes de

relaxação barotrópica (modelo forçado pelo gradiente horizontal de pressão) mostraram o

aparecimento de oscilações na malha. No caso total (modos internos + externo) o processo

oscilatório iniciou em cerca de 4.5 dias e instabilizou o modelo em cerca de dez dias. No teste para

o modo barotrópico as oscilações iniciaram também em cerca de 4.5 dias, e no caso baroclínico

aparecem processos de baixa frequência desde a resposta ao pulso de pressão, porém com muito

baixa intensidade. A resposta ao último teste aplicado (forçantes nulas) mostrou que o gradiente de

pressão em coordenadas sigma gera movimento no modelo, e que estas iniciam após o sexto dia de

integração. Uma integração por 60 dias com ventos de NE e uma simulação de passagem de frente

fria é ilustrada na figura VI-24, onde está representada uma série temporal da velocidade vertical.

Nota-se que apesar dos problemas detectados o modelo pode ser integrado por longo tempo. A

instabilidade do modelo, no caso total para o teste de relaxação barotrópica, pode estar associada a

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lxxvii

um processo de ressonância, que pode ser dissipado por interações não lineares quando o modelo é

submetido a forçantes que variam ao longo do tempo.

0 10 20 30 40 50 600.04

0.02

0

0.02

dias

Ve

l. V

ert

ica

l

wi

di

Figura VI.24 : Velocidade vertical (centímetros por segundo) para um caso hipotético de

ventos NE com passagem de frente fria após 50 dias de integração.

Os resultados obtidos nos testes realizados com o modelo neste capítulo, nos quais

aparecem os efeitos do gradiente horizontal de pressão em coordenadas sigma e de instabilidade

hidrostática, são comentados e discutidos mais detalhadamente no capítulo VIII.

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lxxviii

VII. SIMULAÇÕES

Para discretizar as equações e realizar as simulações, foi montada uma grade de 25 por 17

pontos com um espaçamento constante de cerca de 10309 metros (capítulo III). Naturalmente este

dimensionamento foi limitado pelos recursos computacionais disponíveis para o processamento do

modelo e pela condição de estabilidade de Courant-Friedrich-Lewy.

O número de camadas (3) foi escolhido considerando a estratificação, basicamente Água

Superficial, uma termoclina e Água Central do Atlântico Sul no fundo (Moreira 73 e 77, Ikeda 74,

Signorini 78, Farbach & Meincke 79, Ferreira da Silva et al 84, Tanaka 85, Valentin et al 87, Stech

et al 87 e Lorenzzetti et al 90) .

Neste trabalho são apresentados três ensaios. No primeiro o modelo é forçado por ventos

NE constante sobre toda a malha e com Água Central do Atlântico Sul disponível, ou a uma

profundidade tal que o bombeamento de Ekman a leve à superfície, caso em que acontece a

ressurgência. Repete-se a simulação para o caso de Água Central do Atlântico Sul não disponível,

ou seja, em profundidades maiores; com esta condição não acontece a ressurgência plena. O último

caso apresentado é o de subsidência, onde o modelo é inicializado com uma condição de

ressurgência e forçado basicamente com ventos de SW em toda a grade.

Em todos os casos modelados foi escolhida uma célula da grade para gerar séries temporais,

amostradas horariamente, de forma a monitorar o comportamento do escoamento naquele ponto.

Este ponto está localizado à W de Cabo Frio e próximo à costa (capítulo III).

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lxxix

O nível do mar é amostrado no centro desta célula e próximo à costa (5154 metros). A

componente U (meridional) localiza-se na fronteira externa da célula na direção S e a componente

V (zonal) na fronteira externa da célula na direção E (capítulo VI).

O sistema de coordenadas cartesianas é orientado com o eixo y de W para E, x orientado de

N para S e z orientado na vertical para cima. A componente U (meridional) é relacionada ao eixo x,

V (zonal) ao eixo y e W ao eixo z.

Foram impostas as seguintes condições ao modelo para as simulações:

- estratificação em três camadas: a camada superior de 30 metros de espessura contendo

Água de Mistura (Água Costeira com Água Tropical), camada de fundo abaixo de 54 metros

contendo Água Central do Atlântico Sul (ACAS) e uma camada intermediária com gradientes

verticais interpolados linearmente (entre 30 e 54 metros). Esta estrutura vertical foi baseada em

sondagens realizadas pelo N.Oc. Alte Saldanha da Marinha do Brasil em novembro de 1980

(Projeto Cabo Frio, 1982), durante comissão oceanográfica realizada na área marítima costeira

adjacente ao Cabo Frio;

- o modelo foi integrado por seis dias, com passo de tempo de 180 segundos para o modo

externo e 1800 segundos para o modo interno;

- as constantes para modelação das tensões à superfície e no fundo (capítulo V) são as

mesmas utilizadas por Hess (1986) para modelação em Chesapeake Bay e por Thompson &

O’Brien (1973);

- foi usada a condição de deslizamento no fundo.

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VII.1 ENSAIO PARA VENTOS NE (RESSURGÊNCIA)

Os gráficos da figura VII-2 mostram séries temporais para o nível do mar, velocidade

vertical e componentes de velocidade do escoamento à superfície e no fundo. O nível do mar cai 2

cm desde o início do processo e a velocidade vertical é positiva ou ascendente da ordem de 1x10-4

m/s, o que é compatível com resultados anteriormente obtidos por Tanaka (1977), Jeng (1979) e

Valentim (1987). Na figura VII-3 estão representados, em coordenadas sigma, cinco perfís verticais

de temperatura ( oC ) orientados a partir do primeiro ponto da grade junto à costa (ponto de

monitoramento das séries temporais) até a fronteira Sul , obtidos a partir da simulação e referentes

aos cinco primeiros dias de integração. A partir do segundo dia o processo de subida de águas frias

de fundo já é notável junto à costa, situação que se mantém até o final da simulação. As

componentes Us (normal à costa ou rumo S) e Vs (tangencial à costa ou rumo E) à superfície, com

valores negativos de Vs atingindo cerca de 0,2 m/s, e positivos de Us com cerca de 0,06 m/s (figura

VII-2), indicam que o movimento, neste ponto à superfície, é para WSW. O escoamento pelo

fundo apresenta-se com velocidade normal à costa (Ub) negativa, rumando para a costa e atingindo

cerca de 0,05 m/s, e componente Vb rumando para W, com cerca de 0,1 m/s, ou seja o aporte de

água pelo fundo neste ponto é de ESE. A figura VII-4 mostra a altura superfície livre para o

primeiro e quinto dias de modelação. Nestes gráficos nota-se que a máxima depressão do nível do

mar, valores menores que 5 cm, está sempre próxima ao Cabo de São Tomé, na região NE da

malha. É notável, ao quinto dia de integração do modelo, o surgimento na costa W adjacente à

Cabo Frio de um rebaixamento do nível do mar da ordem de 2 cm. O campo de velocidade à

superfície para o primeiro dia (figura VII-5) mostra o escoamento mais intenso junto à costa, com

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valor máximo de 33,5 cm/s, tangenciando-a no rumo WSW e tomando a direção SW nas regiões

mais distantes da costa. Nota-se a separação do escoamento da costa entre Cabo Frio e Baía de

Guanabara, resultado qualitativamente compatível com as observações de Gamma de Almeida e

Tanaka (1981) . Este padrão de circulação se conserva até o quinto dia de simulação (figura VII-6),

onde o máximo de velocidade aumenta de 33,5 cm/s no primeiro dia para 40,8 cm/s. As figuras

VII-7 e VII-8 mostram o escoamento pelo fundo para os dias 1 e 5. Nota-se que o mesmo tangencia

a costa no rumo geral W, onde é mais intenso, com máximo de cerca de 5 cm/s no primeiro dia e 4

cm/s no quinto dia e o escoamento converge para a costa após a passagem do Cabo Frio. O campo

de temperaturas à superfície, após 1 e 5 dias de simulação, pode ser visto na figura VII-9. A malha

apresenta, em sua maior área para o primeiro dia, o valor de 19o C, com valores de cerca de 18o C

aparecendo junto à costa. Para o quinto dia, temperaturas menores que 13o C já começam a

aparecer junto à costa.

A simulação reproduz o clássico mecanismo de Ekman para ressurgência costeira. A

passagem do escoamento junto à costa pelo Cabo Frio caracterizou-se por um pequeno máximo de

convergência para a costa, provavelmente associado à mudança de direção da costa e da batimetria,

que refletiria no escoamento com formação de ondas de sotavento (“lee waves”) e conservação de

vorticidade. O campo velocidade pelo fundo sugere que a aproximação da água profunda

acompanha a costa oriunda da fronteira NE da malha.

O resultado da simulação evidencia uma resposta clássica das águas costeiras ao vento NE,

com abaixamento do nível do mar e subida de águas de fundo em função da divergência superficial

unilateral junto à costa, provocada pelo transporte de Ekman em direção ao largo.

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É ainda formada uma frente oceanográfica como nas imagens de Gamma de Almeida e

Tanaka (1981), ou seja o modelo reproduziu características termodinâmicas qualitativas observadas

na natureza.

VII.2 ENSAIO PARA VENTOS NE (COM ACAS PROFUNDA) - NEAP

O comportamento sazonal dos episódios de ressurgência (Moreira et Mendonça, 1977)

sugere que no verão a ACAS se aproxima da costa e fica a menores profundidades e no inverno

encontra-se a maiores profundidades (Ferreira da Silva et al., 1984). Simulou-se então, o caso de

ventos NE, porém com ACAS mais profunda. Utilizaram-se as mesmas forçantes e coeficientes

empregados para a simulação anterior (NE) onde ocorreu ressurgência, apenas mudando-se as

condições iniciais de estratificação e de contorno, ou seja, ACAS a 130 metros de profundidade no

interior da grade e no contorno. Na figura VII-10 tem-se as séries temporais do nível do mar, a

velocidade vertical e as componentes U e V, à superfície e no fundo, para o caso de ACAS

profunda (AP). Os resultados das séries temporais são parecidos com os do caso NE. A diferença

mais notável é na componente normal à costa (N-S) pelo fundo que apresenta valores menos

intensos. Na figura VII-11 estão representados, em coordenadas sigma, cinco perfís verticais de

temperatura (oC) orientados a partir do primeiro ponto da grade junto à costa (ponto de

monitoramento das séries temporais) até a fronteira Sul , obtidos a partir da simulação e referentes

aos cinco primeiros dias de integração. A partir do segundo dia, como no caso NE, nota-se o

processo de subida de águas frias de fundo porém sem que temperaturas da ordem 15o C atinjam a

superfície, situação que se mantém até o final da simulação. O nível do mar ao primeiro e quinto

dias de integração (figura VII-12) apresenta as mesmas características que o caso NE (figura VII-4).

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Os campos de escoamento à superfície e no fundo para os dias 1 e 5 estão representados nas figuras

VII-13, VII-14, VII-15 e VII-16, respectivamente. De maneira geral os campos têm a mesma

conformação que os campos respectivos para o caso NE (figuras VII-5 a VII-8), apresentando

velocidades máximas, para o caso de ACAS profunda, superiores às do caso NE, à superfície no

quinto dia e no fundo no primeiro e quinto dias de integração. Os campos de temperatura à

superfície, para o primeiro e quinto dias de integração, estão representados na figura VII-17. Ao

primeiro dia temos temperaturas variando entre 18o C e 19o C em toda a malha. Ao quinto dia

aparecem temperaturas entre 16o C e 17o C junto à costa, ou seja, temperaturas menores que 14o C

não atingem a superfície como no caso de NE (figura VII-12).

A diferença entre os campos de temperatura à superfície e nos cortes transversais para o

caso NE e NEAP, evidencia que a disponibilidade da ACAS, ou seja, se está rasa ou profunda, é

determinante para o aparecimento ou não de águas “frias” à superfície. A dinâmica para os dois

casos citados apresentou as mesmas características básicas. Velocidade vertical, nível do mar e

escoamentos horizontais à superfície e fundo guardaram os mesmos padrões. A presença de águas

profundas pelo fundo em regiões próximas à costa para que possam ser bombeadas à superfície

está associada ao transporte pelo fundo que vem da fronteira NE da grade, ou seja, de regiões

próximas a São Tomé. A figura VII.1 ilustra esta situação, onde há o bombeamento de Ekman

constante atuando, ora abaixo e ora acima da termoclina, que mudou de cota. As setas indicam o

arrasto do vento (paralelo a costa), a direção do transporte de Ekman (direção “offshore”) e o efeito

de ressurgência.

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Figura VII.1 : Bombeamento de Ekman abaixo (a) e acima (b) da termoclina.

VII.3 ENSAIO PARA CASO DE VENTOS SW (SUBSIDÊNCIA)

A idéia deste ensaio é simular o processo de subsidência costeira. As condições iniciais, a

menos da estratificação, e de contorno são as mesmas empregada no caso NE (ressurgência). A

estratégia para conseguir uma situação de ressurgência foi rodar o modelo durante algum tempo até

que acontecesse o afloramento de baixas temperaturas à superfície junto à costa, estabelecendo

assim a condição inicial de estratificação e dinâmica necessária para a modelação. Isto conseguido,

iniciou-se a rotação do vento para SW, que foi mantido então até o final da simulação do caso de

subsidência.

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lxxxv

A condição inicial (ressurgência) foi atingida após 72 horas (cerca de 3 dias), momento a

partir do qual iniciou-se a diminuição de intensidade e rotação do vento. Em 84 horas (3,5 dias)

iniciou efetivamente a tensão do vento de SW.

O nível do mar, a velocidade vertical e as componentes da velocidade do escoamento à

superfície e fundo (figura VII-18) apresentam claramente a resposta das séries temporais

amostradas na costa à mudança de direção e intensidade do vento. Nota-se que o nível do mar sobe,

a velocidade vertical torna-se descendente e as componentes horizontais de velocidade invertem

suas direções após a entrada do SW. A componente Us torna-se negativa ou no rumo da costa e a

Ub torna-se positiva ou afastando-se da costa, ficando caracterizada a situação de subsidência neste

ponto. Na figura VII-19 estão representados, em coordenadas sigma, cinco perfís verticais de

temperatura (oC) orientados a partir do primeiro ponto da grade junto à costa (ponto de

monitoramento das séries temporais) até a fronteira Sul , obtidos a partir da simulação e referentes

aos dias 2,25, 3, 3,5, 4 e 5 de integração. Nota-se em 3,5 dias, momento em que a forçante (tensão

de cisalhamento do vento) estava em processo de relaxação, o aquecimento em relação a situação

inicial, e que progride até o final da simulação. A figura VII-20 apresenta o nível do mar para 2,25

dias e 5 dias. Em 2,25 dias o campo de nível do mar apresenta-se abaixo do nível médio, com os

menores valores junto à costa e na região de São Tomé. Ao quinto dia de integração, o campo

mostra o empilhamento junto à costa, com os maiores valores acima do nível médio a NE da grade

(São Tomé) e com uma pequena depressão ao largo na região SE da malha. O escoamento à

superfície para 2,25 dias (figura VII-21) comporta-se como no caso NE (ressurgência), ou seja,

correntes tangenciando a costa escoando para WSW e no rumo SW mais ao largo. A velocidade

máxima no campo é de cerca de 48 cm/s. Em 5 dias, durante o regime de ventos de SW, já há uma

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lxxxvi

reversão generalizada do campo de correntes à superfície, com o fluxo médio rumando para NE

(figura VII-22) com valor máximo de cerca de 60 cm/s. Nestas figuras nota-se a divergência na

costa adjacente a W de Cabo Frio no primeiro dia (figura VII-21) e, no quinto dia (vento SW), a

convergência na mesma região (figura VII-22). As figuras VII-23 e VII-24 mostram o fluxo pelo

fundo em 2,25 dias e 5 dias, respectivamente. Nas duas situações (antes e depois da rotação para

SW e ao fundo) as maiores velocidades encontram-se junto à costa com rumo geral para SW em

2,25 dias (7,9 cm/s) e para NE em 5 dias (19,8 cm/s) de integração. O campo de temperatura à

superfície em 2,25 dias (figura VII-25) apresenta o início do processo de ressurgência costeira, com

águas mais quentes ao largo e águas mais frias junto à costa. Na mesma figura (VII-25), o campo de

temperatura em 5 dias mostra o início da subsidência, com a tomada do campo com águas mais

quentes.

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lxxxvii

VIII. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Os testes realizados com intenção de validar o código computacional mostraram boa

aderência entre os resultados obtidos com o modelo e aqueles obtidos via solução analítica. As

elevações obtidas do modelo numérico comparadas com as do modelo analítico mostraram uma

variância da ordem de 0,002 metros em relação a elevações calculadas da ordem de 0,1 metros

(figura VI.1), resultados concordantes com os de Hess (1985), que conseguiu 0,001 metros. O valor

da variância do perfil vertical da componente UEkman obtida da solução analítica com o obtido do

modelo foi da ordem de 0,002 m/s (figura VI.2) e a variância para a componente VEkman foi da

ordem de 0,003 m/s (figura VI.3), ambas em relação a velocidades de ordem de 0,1 m/s, resultados

que também aproximam-se aos de Hess (1985), que obteve 0,003 m/s de variação. Pode-se concluir

que o código computacional está integro e confiável.

Nos três testes de relaxação barotrópica (modelo forçado pelo gradiente horizontal de

pressão) apareceram oscilações nos campos de propriedades (VI.2). No caso total (modos internos

+ externo) os resultados (figuras VI.5 a VI.7) mostram que após o pulso de vento os valores das

variáveis tendem a zero, como resposta ao gradiente de pressão resultante do empilhamento gerado

pelo forçante inicial. Porém a partir do quarto dia, surgem oscilações nos campos de propriedades,

no ponto de monitoramento, que evoluem e levam o modelo à instabilidade. No teste para o modo

barotrópico os campos de propriedades respondem ao pulso de vento e tendem de maneira geral à

zero, a partir do quinto dia aparecem oscilações, em todas as variáveis monitoradas, com

freqüências (ciclos por hora) dominantes de cerca de 0,027 (37 horas), 0,16 (6,25 horas), 0,28 (3,5

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lxxxviii

horas), 0,32 (3,12 horas) e 0,39 (2,25 horas) que se mantiveram quando o modelo foi integrado por

20 dias. No caso baroclínico nota-se a resposta ao pulso inicial (em torno de 24 horas) e as

posteriores oscilações em torno do zero, em baixa freqüência, com menor intensidade que a

resposta barotrópica.

O último teste (forçamento nulo) visou verificar a resposta do modelo, quando integrado no

tempo, sem forçantes atuando nos contornos (VI.3). A maré, tensão do vento e trocas térmicas

foram nulas. A estratificação foi também anulada, o perfil vertical teve a mesma densidade da

superfície até o fundo e em toda a grade. Foi mantida a malha batimétrica para a região simulada.

Após cerca de 7 dias de integração o modelo começa a mostrar oscilações nos campos de

propriedades. A mesma situação foi simulada apenas tornando o fundo plano, este caso produziu

movimentos com ordem de grandeza 100.000 vezes menor que o caso anterior.

As oscilações surgidas nos testes de relaxação barotrópica e forçamento nulo podem advir:

- da condição radiacional tipo Orlanski empregada (Chapman, 1985), que usa a velocidade

da onda de gravidade local para advectar as variáveis do modelo através do contorno aberto. Isto

acontece porque nas regiões onde a profundidade é variável e dependendo também da estratificação

da coluna, distorções podem ocorrer nas fronteiras dado que perturbações estarão se propagando

em diferentes velocidades. O nível do mar, por exemplo, é calculado a partir do fluxo normal ao

contorno por unidade de largura ( )h h U gHcont.

= +0 η , onde η simboliza a direção normal à

fronteira e ( )gH é a velocidade de onda de gravidade em águas rasas.

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lxxxix

- da consistência hidrostática, problema associado ao sistema de coordenada sigma (Haney,

1991 e Marsaleix, 1993), expressa pela relação ∂σ∂

σx

x∆ ∆< , tomada como exemplo para a

direção x. Os gráficos da figura VIII.1 ilustram a situação.

Consistência hidrostática Inconsistência hidrostática

Figura VIII.1: Esquema explicativo do efeito de inconsistência hidrostática (adaptado de

Marsaleix, 1993).

- e finalmente do termo de gradiente horizontal de pressão expresso em coordenadas sigma

(eqs. V-19, V-24 e V-28), tomando por exemplo a direção x:

α ∂∂

∂∂

α∂

∂0

P

xg

h

x

Pax

= + +Gx 0 (eq. V.23) onde

Gh

xq

H

x

x = −

+ +

∫α β ∂

∂ρ ρ ∂

∂∂∂

ρ ρ0 0

0

0p

q

gx

H dq( ) ( ) (eq. V.24)

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xc

O termo responsável pela geração de energia em presença de gradientes batimétricos é ∂∂H

x, onde

H representa a batimetria. As três possibilidades apresentadas aplicam-se aos casos testados na relaxação barotrópica,

onde energia pode ser adicionada pelo termo de gradiente horizontal de pressão em coordenadas

sigma e por inconsistência hidrostática e refletidas para o interior da malha pela fronteria aberta.

No caso de forçamento nulo, a maior parte da energia das oscilações parece vir do efeito do

termo de gradiente horizontal de pressão em coordenadas sigma, isto fica evidenciado quando o

fundo é tornado plano, o que torna nulo o efeito do gradiente horizontal de pressão em coordenadas

sigma, neste caso a ordem de grandeza das oscilações torna-se cerca de 100.000 (10-5) vezes menor,

e as oscilações que permanecem parecem ser oriundas de truncamento numérico.

Os resultados dos testes aplicados mostram que a integração do modelo, para a aplicação

empregada neste trabalho, até cerca de cinco dias ainda não é contaminada por processos gerados

pela condição radiacional nos contornos abertos e sinais oriundos do termo de gradiente horizontal

de pressão em coordenada sigma e da inconsistência hidrostática. Como a resposta do sistema aos

processos locais que se pretende avaliar acontece em menos de 5 dias, a aplicação do modelo é

confiável para este tempo de integração.

Uma integração por 60 dias com ventos predominantementes de NE e uma simulação de

passagem de frente fria, ilustrada na figura VI-24, mostrou que, apesar dos problemas detectados, o

modelo pode ser integrado por longo tempo. A instabilidade do modelo, no caso total para o teste

de relaxação barotrópica, pode estar associada a um processo associado à forçante vento constante

utilizada nos testes, que pode ser evitado através da dissipação de energia devida a interações não

lineares em função das forçantes (de fato a tensão do vento) variarem ao longo do tempo.

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xci

A simulação para o caso de ventos NE constantes reproduz o clássico mecanismo de Ekman

para ressurgência costeira, com abaixamento do nível do mar e subida de águas de fundo em função

da divergência superficial unilateral junto à costa, provocada pelo transporte de Ekman afastando

águas superficiais da cosdta. A passagem do escoamento junto à costa pelo Cabo Frio caracterizou-

se, nesta região, por um máximo de convergência para a costa, provavelmente associado à mudança

de direção da costa e da batimetria, que refletiria no escoamento com formação de ondas de

sotavento (lee waves) e conservação de vorticidade. O campo velocidade pelo fundo sugere que a

aproximação da água profunda acompanha a costa oriunda da fronteira NE da malha.

A diferença entre os campos de temperatura à superfície para o caso NE e NEAP, evidencia

que a disponibilidade da ACAS, ou seja, se está rasa ou profunda, é determinante para que águas

frias atinjam ou não a superfície. A dinâmica para os dois casos citados apresentou as mesmas

características básicas. Velocidade vertical, nível do mar e escoamentos horizontais à superfície e

fundo guardaram os mesmos padrões. A presença de águas profundas pelo fundo em regiões

próximas à costa para que possam ser bombeadas à superfície está associada ao transporte pelo

fundo que vem da fronteira NE da grade, ou seja, de regiões próximas a São Tomé.

A simulação de subsidência, com ventos de SW constantes em toda a malha, também se

comporta de forma clássica, com a reversão do padrão geral do escoamento local.

Os resultados das simulações de ressurgência e de subsidência indicam que, numa primeira

aproximação o sistema modelado responde classicamente ao forçamento por ventos de NE e SW

constantes em toda a região, e que a profundidade da ACAS é determinante para seu afloramento.

Os campos obtidos demonstram padrões qualitativos compatíveis com os resultados

observacionais da literatura, por exemplo a formação da frente oceânica observada no modelo

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xcii

(figuras VII.3, VII.9, VII.11 e VII.17) e a deriva superficial para SW com ventos de NE (figuras

VII.5, VII.6, VII.13 e VII.14) são observadas por Gamma de Almeida e Tanaka (1981) analisando

imagens de satélite (figura II.1) . Os valores obtidos no modelo para velocidades verticais têm

ordem de grandeza próxima à observada na região, por exemplo velocidades verticais com ordem

de 10-4 m/s, por Tanaka (1977), Jeng(1979) e Valentin et al (1987).

Para obter melhores resultados em futuras simulações será necessário aumentar a dimensão

geográfica modelada, estendendo as fronteiras da grade de forma a diminuir os efeitos de

contaminação gerados pela reflexão de ondas no contorno aberto. O fundo pode ser mais suavizado

e a resolução da malha um pouco aumentada de forma a reduzir os efeitos de gradiente horizontal

de pressão em coordenadas sigma e da inconsistência hidrostática.

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xciii

APÊNDICE A

SOLUÇÃO NUMÉRICA

Para solucionar as equações do modo externo, Hess (1989) utiliza o esquema numérico de

Abbott, método implícito de direção alternada de dois estágios (“two-sweep alternating-direction

implicit method”). São utilizadas equações com aproximações por diferenças finitas para estimar o

nível do mar e os fluxos (componentes zonal e meridional de momentum).

A aplicação do método de diferenças finitas, neste caso, consiste em aproximar as derivadas

parciais de equações diferenciais por equações de diferenças. Esta aproximação gera um sistema de

equações algébricas cuja solução fornece os valores da função nos pontos da malha utilizada.

Pode-se obter uma equação de diferenças através da definição da derivada de uma função

ou através de séries de Taylor truncadas.

Pode-se obter a solução para as variáveis discretizadas no tempo por dois métodos

de discretização: o explícito, onde obtém-se ( )f t h+ em função de ( )f t , ou seja, tem-se apenas

uma incógnita numérica, não sendo necessário solucionar sistemas de equações algébricas a cada

passo de tempo o tornando a solução computacionalmente eficiente, porém sujeitas a restrições de

estabilidade como por exemplo o critério de Courant-Friedrichs-Lewy, e o método implícito (ou

esquema de Euler), onde obtém-se ( )f t em função de ( )f t h+ , aparecendo mais de uma incógnita

numérica, implicando na geração de um sistema de equações algébricas que tem que ser resolvido

simultaneamente a cada passo de tempo (Wrobel, 1989).

No modelo em questão o processo inicia no tempo t0 e atualiza o estado das variáveis no

tempo ( )t t0 + ∆ , onde ∆t é o passo de tempo para o modo externo. Neste método (Abbott) é

utilizado também um tempo intermediário ( )t t0 2+ ∆ , ou seja, utilizam-se 2 níveis de

discretização temporal. O primeiro estágio é realizado na direção x, e são então resolvidas as

equações de continuidade e momentum para uH t t( )0 + ∆ e h t t( )0 2+ ∆ . Como para o cálculo do

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xciv

nível do mar (desconhecido) não é conhecido o momentum no tempo ( )t t0 + ∆ , os dois deverão

ser resolvidos simultaneamente ou de forma implícita. O segundo estágio é na direção y e resolve

as equações de continuidade e momentum para valores atualizados de vH t t( )0 + ∆ e para

h t t( )0 + ∆ .

A.1 LOCALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS NAS CÉLULAS DE GRADE

A forma de localizar as variáveis nas células da grade é a alternada ou intercalada

(“staggered grid”) para otimizar a solução numérica. O nível do mar e as velocidades distribuídas

em diferentes pontos da célula amenizam o surgimento de pequenas ondas estacionárias na solução

(Hess, 1989). Por exemplo, dentre outras vantagens o gradiente de pressão entre dois pontos

adjacentes é a força natural para as componentes de velocidade localizadas entre eles (Anderson et

al, 1984).

( )Em #1 temos : onde :

em #2 temos: onde : e

h H A f C C u v

uH X F B X HP

xHG u

FH

C H u

h sx sy wb wb b b

bx uu su x sxa

x b

bxx

c ws su

, , , , , , ,

, , , , , * '

φ τ τ φ

θ θ τ α ∂∂

φ

φβ

β θ

= + +

= − − −

= +

1 22 2

0

1 1

em #3 temos: onde : e

e em #4 temos:

vH Y F B Y HP

yHG v

FH

C H v

by vv sv y sya

y b

byy

c ws sv

uv

, , , , ,

.

* 'θ θ τ α ∂∂

φ

φβ

β θ

θ

= − − −

= +

0

1 1

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xcv

O método de direção alternada de dois estágios de Abbott é implícito. Segundo Sobey

(1970) apud Hess (1989), o método é incondicionalmente estável para o caso de profundidade

constante, não inclusão dos termos advectivos não lineares, termo de Coriolis, gradientes de

pressão, gradientes de densidade, fricção e difusividade horizontal. Hess utiliza como referência um

critério projetado para um esquema explícito e que é dito ser numericamente estável se

∆ ∆t

l

gHmax

, onde Hmax é a profundidade máxima da área modelada, ou seja, o passo de tempo

é controlado pelo espaçamento da grade e pela velocidade da onda de gravidade em água rasa. O

controle do passo de tempo funciona como um filtro, que deve eliminar os efeitos de processos de

freqüências mais altas que a limitada pela velocidade, no caso, da onda de gravidade em água rasa.

A.2 SOLUÇÃO NUMÉRICA PARA EQUAÇÕES NO MODO EXTERNO

No modo barotrópico as variáveis de interesse são os transportes U e V e o nível do mar h.

Como U uH V vH= =, que levados à equação de continuidade para o modo

externo ( ) ( )∂∂

∂∂

∂∂

h

t B xB Hu

B yB Hv

xx

yy+ + =

1 10 (eq. V.35), fica

( ) ( )∂∂

∂∂

∂∂

h

t B xB U

B yB V

xx

yy+ + =1 1

0. (A.1)

Levando agora U e V às equações de momentum na direção x e y temos

( )

( )

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

U

tb

B xHB q u

U

H yHq uv gH

h

xa H

P

xHG fV

B xA B H

x

U

Hb

yA H

v

x

u

yt t b C

Bq u U

ax

x uu uva

x

xh x c h Sx bx c ws

xSu

+

+

= − − − + +

+ − +

+ −

1

12 1

1

0*

_

(A.2)

( )

( )

∂∂

β ∂∂

θ ∂∂

θ ∂∂

α ∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

τ τ β θ

V

t xH uv

B yHB v

V

HgH

h

yH

P

yHG fU

B yA B H

V

H xA H

v

x

u

yC

Bv V

a uvy

y vva

y

yh y c h Sy by c ws

ySv

+ +

= − − − − +

+ − +

+ −

1

12 1

1

0*

_

(A.3)

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xcvi

O arrasto no fundo pode ser expresso como τ φbx bu= . Como u foi definido como

u u u= + ′ e v v v= + ′ , temos: ( )τ φ φbx b b bu vU

Hu= + = + ′

e

τ φby b

V

Hv= + ′

. Somando-se o arrasto no fundo com o lateral obtém-se :

τ β θ φ β θ

φ φ β θ φ β θ φ

bx c wsx

Su b c wsx

Su

b c wsx

Su c wsx

Su b

CB

u UU

Hu C

Bu U

U

Hu C

Bu U

U

HC H

Bu u

+ = + ′

+ =

+ ′ = +

+ ′

1 1

1 1

(A.4)

Hess (1989) utiliza a notação descrita a seguir para compactar as equações.

A B A B u B v H uv X HP

xHG ux y x uu y vv uv Sx

ax b= = ⊗ = ⊕ = = − − − ′; ; ; *θ θ θ θ τ α ∂

∂φ e 0 (A.5)

Y HP

yHG vSy

ay b= − − − ′τ α ∂

∂φ0

* (A.6)

F CB

H u Hbx c wsx

Su= +

φ β θ1

/ (A.7)

F CB

H v Hby c wsy

sv= +

φ β θ1

/ A.8)

Aplicando esta notação, podemos reescrever as equações na forma compacta:

equação de continuidade

( ) ( )Ah

t xB U

yB Vx y

∂∂

∂∂

∂∂

+ + = 0 (A.9)

e equações de momentum em x e y

( )

( )

∂∂

β ∂∂

θ ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

U

t B xU

ygH

h

xX fV F U

B xB A H

x

U

H yA H

v

x

u

y

ax

bx

xx h c h

+ + ⊕

= − + + − +

+ − +

1

12 1

(A.10)

( )

( )

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

V

t B yV

xgH

h

yY fU F V

B yB A H

y

V

H xA H

v

x

u

y

ay

by

yy h c h

+ ⊗ + ⊕

= − + − − +

+ − +

1

12 1

(A.11)

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xcvii

Adotando a notação abaixo para discretização temporal:

( ) ( )F F t F F tT

F F t T= ′ = +

′′ = +0 0 02

; e ∆ ∆ , onde ∆T é o incremento temporal para o

modo barotrópico.

Referenciando a diferenciação espacial pelos índices n e m relativos as direções y e x

respectivamente, e ainda, quando o ponto de grade for o (n,m), notando-o por (), podemos rescrever

as soluções das equações no modo externo para a direção x com esta notação.

A equação de continuidade ao centro da célula mostrada na figura 1, discretizada no espaço

e no tempo, fica :

( ) ( )

( )

2 1

21

0

1 1 1 1

1 1

A

th h

LB U B U B U B U

LB V B V

x x n m n m x x n m n m

y y n m n m

()() () () () ( , ) ( , ) () () ( , ) ( , )

() () ( , ) ( , )

∆ ∆

′ − + ′′− ′′ + − +

− =

− − − −

− −

(A.12)

Multiplicando-a por ∆t / 2 , fazendo ( )C t L1 4= ∆ ∆ e rearranjando os termos, temos :

( )′′ − + ′ + ′′ =− −U B C h A U B C Dn m x n m x m( , ) ( , ) () () () () ( )1 1 1 1 (A.13)

( )[ ]D A h C B U B U B V B Vm x x n m n m y y n m n m( ) () () () () ( , ) ( , ) () () ( , ) ( , )= − − + −− − − −1 1 1 1 12 . (A.14)

Hess procura definir uma relação de recursão para o momentum com a forma abaixo

′ ′ = − ′− − −U FA FB hn m m m( , ) ( ) ( ) ()1 1 1 (A.15)

e substituindo na expressão em U” (A.13), temos :

( )FA FB h B C h A U B C Dm m x n m x m( ) ( ) () ( , ) () () () () ( )− − −− ′ − + ′ + ′′ =1 1 1 1 1 (A.16)

e reescrevendo: ( ) ( )′ + + ′′ = +− − − −h A C FB B U B C D C FA Bm x n m x m m x n m() () ( ) ( , ) () () ( ) ( ) ( , )1 1 1 1 1 1 1 . Definindo

agora

( ) ( )GA D C FA B A C FB Bm m m x n m m x n m( ) ( ) ( ) ( , ) () ( ) ( , )= + +− − − −1 1 1 1 1 1 e (A.17)

( ) ( )GB (m) = − −B C A C FB Bx m x n m() () ( ) ( , )1 1 1 1 (A.18)

pode-se então escrever ′ = − ′′h GA GB Um m() ( ) ( ) () . (A.19)

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xcviii

Esta equação foi derivada a partir da continuidade e pode ser resolvida com U avançado no tempo.

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xcix

A.2.1 SOLUÇÃO DO MOMENTUM NA DIREÇÃO X NO MODO EXTERNO

Para o momentum na direção x, o termo ( )∂ θ ∂U x é aproximado por um método de

diferenciação do tipo progressiva. Esta técnica utiliza coeficientes de difusão artificiais para

estabilizar a forma de diferenciação numérica aplicada a equações advectivas representadas por

derivadas de primeira ordem. Por exemplo: na solução da equação de advecção (hiperbólica) : ∂∂

∂∂

u

tc

u

x+ = 0 , utiliza-se um esquema aplicado a uma equação do tipo

∂∂

∂∂

∂∂

u

tc

u

xK

u

x+ =

2

2, onde o

termo Ku

x

∂∂

2

2 representa uma difusão de energia gerada (propagada) na malha (Wrobel, 1989).

Hess (1989) aplica a derivação em duas regiões da célula, na primeira metade (na direção

positiva de x) e na segunda metade (direção negativa de x). A função 1± CU , baseada na direção

da corrente (escoamento) é utilizada para relacionar o valor “upstream” a ser então empregado no

esquema numérico.

Definindo então : UE u VE v AH A Hh= = = ;; ;

H h d CU U Uh() () () () ()= + =β ; ; ( )AHC AH AH AH AHn m n m n m() () ( , ) ( , ) ( , )= + + ++ + + +1

4 1 1 1 1 , Hess

obtém a forma da equação em diferenças finitas para o setor da célula onde está localizado U.

( )( ) ( )( )

[ ] ( )( )( )

′′−+

− ′′ − ′′ + +

′′− ′′

⊕ − ⊕ = − + ′ − ′ + +

+ + + − ′′+

+ +

− −

− + +

+ − − −

U U

t L B

CU U U CU

U U

L

g

LH H h h X

fV V V V F U

L

ax

n m n m

n m n m

a n m n m n m

n m n Mm n m

() ()

()

( , ) ( , ) () ()

() () ( , ) ( , )

() ( , ) () ( , ) ( , ) () ()

() ( , ) ( , ( , ) () ()

∆ ∆

∆ ∆

1

2

1 1 1

1

2

4

1 1

1 1

1 1

1 1 1

1 1 1 1 2

βθ θ

θ θ

β

( )

[ ] [ ]( ) ( )[ ] [ ]( ) ( )

BAH B B

U H H U H H AH B B

U H H U H HL

AHC UE UE

VE VE AHC UE UE VE

xn m x x n m

n m n m n m n m x x n m

n m n m n m c

n m n m n m n

()( , ) () ( , )

( , ) ( , ) ( , ) () ( , ) () () () ( , )

() ( , ) () ( , ) () ( , ) () () ()

( , ) () ( , ) () ( , ) (

[

] [ (

_ )

+ +

+ + + + −

+ − −

= − − −

+

′′ + − ′′ + − +

′′ + − ′′ + + − − +

− − +

1 1

1 2 1 1 1

1 1 1 2

1 1 1 1

11β

∆( ), ) ( , )_ ]m n mVE+ −1 1

(A.20)

Multiplicando por ∆t e, para simplificar a manipulação algébrica da eq., defini-se:

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c

( )C gT

LC

T

LC

T

LC

T

LHH C H Hm n m2

23 4 5

222 1= = = = = + +

∆∆

∆∆

∆∆

∆∆

; ; ; ; () ( , )

( ) [ ]( ) ( )

V V V V V AUV C

Q CCU

BQ C

CU

B

b n m n m n m a n m

mx

px

= + + + = ⊕ ⊕

=+

=−

+ − − + −1

43

51

51

1 1 1 1 1() ( , ) ( , ) ( , ) () ( , )

() ()

; ;

;

β

( ) ( )( )

AHUYY CAHC UE UE VE VE

AHC UE UE VE VEc

n m n m

n m n m n m n m

= −− + − −

− + −

+ +

− − − + −

1 41 1

1 1 1 1 1

β() ( , ) () ( , ) ()

( , ) () , () ( , ) ( , )

B CB

BAH B C

B

BAHm

x n m

xp

x n m

xn m= +

= +

− +

+4 1 4 11 11

( , )

()()

( , )

()( , ) e

A equação do momentum em x pode ser reescrita como

( ) ( )( )

( ) ( )( ) ( )

′′− + ′′ − ′′ + ′′− ′′ + =

− ′ − ′ + − ′′+ +

′′ + − ′′ + −

′′ + − ′′ +

+ + − −

+

+ + + +

+ − −

U U Q q U q U Q q U q U AUV

DtX HH h h fDtV DtF U AHUYY

B (U H H U H H )

B (U H H U H H )

() () p (n,m 1) (n,m 1) () () m () () (n,m 1) (n,m 1)

() m (n,m 1) () b () ()

p (n,m 1) (n,m 1) (n,m 2) () () (n,m 1)

m () (n,m 1) () n,m 1() () (n,m 1)

(A.21)

Rearrumando os termos em ′′ ′U h e para o lado esquerdo da equação e evidenciando-os,

podemos escrevê-la na forma compacta :

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]′ ′ + ′ − + ′′ + ′ + ′′ =− + +U F h HH U F h HH U F Fn m m n m m n m( , ) () () ( , ) ( , )1 1 11 2 3 4 (A.22)

onde ( )F B H H Qm n m n m m1 1 1= − + −− −() ( , ) ( , )θ

( ) ( ) ( )F tF B H H B H H Q Qp n m m n m m p2 1 1 1= + + + + + + −+ +∆ () () ( , ) () ( , ) ()θ

( )F B H H Q F U tX AHUYY f tV AUVp n m n m n m p b3 41 2 1= − + + = + + + −+ + +( , ) ( , ) ( , ) () ()θ e ∆ ∆

Usando então as relações ′′ = − ′ ′ = − ′′− − −U FA FB h h GA GB Un m m m m m( , ) ( ) ( ) () () ( ) ( ) ()1 1 1 e (eqs. A.14

e A.19) já definidas, obtém-se:

( )( )[ ] [ ] [ ]

( )′′ − − − + + ′ + ′′ =

− + +

− + +

− −

U GB FB F HH F h HH U F

F FA F GA FB F HH

m m m n m m n m

m m n m

() ( ) ( , ) ( , )

( ) ( ) ( ) ( )

1 1 1

1 1

1 2 3

4 1 1 (A.23)

Hess toma a equação [ ] [ ]′ ′ − + ′ + ′′ =− −U B C h A U B C Dn m x n m x m( , ) ( , ) () () () () ( )1 1 1 1 (eq. A.13) obtida no

desenvolvimento da equação de continuidade em diferenças finitas, e a aplica a célula (M=1),

obtendo:

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ci

[ ] [ ]′ ′ − + ′ + ′′ =+ + + + +U B C h A U B C Dx n m n m n m x n m m() () ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( )1 11 1 1 1 1 e (A.24)

[ ]( ) [ ]( ) [ ]( )′ ′ = + ′′ − ′+ + + + + + +U D B C U B B h A B Cn m m x n m x x n m n m m x n m( , ) ( ) ( , ) () () ( , ) ( , ) ( ) ( , )1 1 1 1 1 1 11 1 , (A.25) que

levada a equação anteriormente obtida para o momentum discretizado na direção x (eq.A.23),

fornece sua forma final :

( ) ( )[ ]( )[ ]

( ) ( )

′′ + + + +

′ − =

− + + −

− +

+ + +

− − + +

U GB FB F HH F F B B

h H A B F

F FA F GA FB F HH F D B C

m m m x x n m

n m m n m x n m

m m m m m x n m

() ( ) ( ) ( ) () ( , )

( , ) ( ) ( , ) ( , )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( , )

1 1

1 1 1

1 1 1 1

1 2 3

3

4 1 1 3 1

(A.26)

Esta equação pode ser escrita deixando ′′U () a esquerda e evidenciando ′ +h n m( , )1 de forma a torná-la

paralela à relação de recursão ′′ = + ′− − −U FA FB hn m m m( , ) ( ) ( ) ()1 1 1 (eq. A.15) aplicada a célula (m+1),

que torna-se ′′ = − ′ +U FA FB hm m n m() ( ) ( ) ( , )1 e, juntamente com

( ) ( )[ ]FA F FA F GA FB F HH F D B C Dm m m m m m x n m( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( , ) /= − + + −− − + +4 1 1 3 11 1 1 1 (A.27)

( )[ ]FB HH F A B C DDm m n m x n m( ) ( ) ( , ) ( , ) /= − + +3 11 1 (A.28)

( ) ( )[ ]DD GB FB F HH F F B Bm m m x x n m= + + +− +( ) ( ) ( ) () ( , )1 11 2 3 (A.29)

pode-se obter ′′U e ′h para a varredura em x (espaço). Para tal, necessita-se condições de

contorno.

Na condição de contorno na direção x para o nível do mar, usando sempre a notação adotada

por Hess (1989) na fronteira onde m=1=ma (início), ou primeira célula computada dentro da malha,

o valor do nível do mar deve ser conhecido na célula precedente (em m=ma-1=mam) e

′ =h hn mam( , ) 01, onde h01 é um valor fornecido por uma série temporal. Na fronteira final, ou seja, na

última célula a ser calculada na direção x (m=mb), é necessário conhecer o valor em mb+1=mbp, e

′ =h hn mbp( , ) 02 , onde h02 também é um valor fornecido por uma série temporal.

Tomando a equação de momentum em x, em diferenças finitas já na forma compacta,

desprezando Coriolis, os termos advectivos (não lineares)e a viscosidade horizontal, temos

( )′′ − = − − ′ − ′′U U tX HH h h tF Un mb n mb n mb mb n mb n mb( , ) ( , ) ( , ) ( ) ( , ) () ( , )∆ ∆0 . (A.30)

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cii

Usando então a relação de recursão de massa (eq. A.19) em m=mb

( )′ = − ′′h GA GB Un mb mb mb n mb( , ) ( ) ( ) ( , ) na expressão acima, vem :

( )′′ − = − − + ′′ − ′′U U tX HH h GA GB U tF Un mb n mb n mb mb mb mb n mb n mb( , ) ( , ) ( , ) ( ) ( ) ( ) ( , ) () ( , )∆ ∆0 .

Isolando ′′U n mb( , ) do lado esquerdo da expressão, vem :

[ ] [ ][ ] [ ][ ]′′ = + + + + −

+ +

U U tX HH GA HH GB tF

h HH HH GB tF

n mb n mb n mb n mb mb mb mb

mb mb mb

( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( ) ( ) ( ) ()

( ) ( ) ( ) ()

∆ ∆

1

10 (A.31)

que comparada com ′′ = − ′ +U FA FB hm m n m() ( ) ( ) ( , )1 (eq. A.15 em m+1) pode ser colocada na forma :

[ ] [ ]FA U tX HH GA HH tFmb n mb n mb mb mb mb( ) ( , ) ( , ) ( ) ( ) ( ) ()= + + + +∆ ∆1 (A.32)

[ ] [ ][ ]FB HH HH tFmb mb mb( ) ( ) ( ) ()= + +1 ∆ (A.33)

Para a fronteira “mam”, adotando o mesmo procedimento e atentando apenas para a

mudança na diferença dos níveis ( )′ −h hn ma( , ) 0 , podemos então escrever:

( )′′ − = − ′ − − ′′U U tX HH h h tF Un mam n mam n mam mam n ma n mam( , ) ( , ) ( , ) ( ) ( , ) () ( , )∆ ∆0 (A.34)

e obter: [ ] [ ]FA U tX HH h tFmam n mam n mam mam( ) ( , ) ( , ) ( ) ()= + + +∆ ∆0 1 (A.35)

[ ] [ ][ ]FB HH tFmam mam( ) ( ) ()= +1 ∆ (A.36)

a partir da compactação com a equação ′′ = − ′ +U FA FB hm m n m() ( ) ( ) ( , )1 , utilizada então para obter as

condições de fluxo em m=mam: ′′ = ⇒ = =U U Un mam( , ) 0 0 0 FA e FB(mam) (mam) .

Na fronteira m=mbp ′′ = ⇒ = =U U Un mb( , ) 0 0 0 FA e FB(mb) (mb) .

A.2.2 SOLUÇÃO DO MOMENTUM NA DIREÇÃO Y NO MODO EXTERNO

Esta solução é obtida de forma análoga à da direção x, com uma diferença na forma em

diferenças finitas da equação de continuidade ( ) ( )Ah

t xB U

yB Vx y

∂∂

∂∂

∂∂

+ + = 0

A formulação das eqs na direção y busca solução para ′′ ′′V h e , considerando a forma para

a segunda varredura do método, definida anteriormente (eq. A.12)

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ciii

( ) ( )

( )

2 1

21

0

1 1 1 1

1 1

A

th h

LB U B U B U B U

LB V B V

x x n m n m x x n m n m

y y n m n m

()() () () () ( , ) ( , ) () () ( , ) ( , )

() () ( , ) ( , )

∆ ∆

′ − + ′′− ′′ + − +

− =

− − − −

− −

Multiplicando esta expressão por ∆T 2 e reorganizando os termos, vem :

[ ] [ ]′′ − + ′′ + ′′ =− −V B C h A V B C Dn m y n m y m( , ) ( , ) () () () () ( )1 1 5 5 (A.37)

onde ( )D A h C B U B U B U B Um x x n m n m x x n m n m( ) () () () () ( , ) ( , ) () () ( , ) ( , )= ′ − ′′ − ′′ + −− − − −1 1 1 1 1 (A.38)

Novamente procura-se chegar a uma relação de recursão com a forma abaixo

′′ = − ′′− − −V FA FB hn m n n( , ) ( ) ( ) ()1 1 1 (A.39)

que pode ser aplicada para eliminar ′′−V n m( , )1 de (A.37), e obter:

[ ] [ ]′′ + + ′′ = +− − − −h A FB B C5 V B C5 D FA B C5() () (n 1) y(n 1,m) () y() (n) (n 1) y(n 1,m) (A.40)

que pode ser arranjada para ficar na forma “recursiva” da equação de continuidade

′′ = − ′′h GA GB Vn n() ( ) ( ) ()

onde [ ] [ ]GA D FA B C A FB B Cn n n y n m n y n m( ) ( ) ( ) ( , ) () ( ) ( , )= + +− − − −1 1 1 15 5 (A.41)

[ ] [ ]GB B C A FB B Cn y n y n m( ) () () ( ) ( , )= + − −5 51 1 (A.42)

que pode ser solucionada para ′′h em todas as células dado ′′V .

O momentum na direção y (eq. A.11)

( )

( )

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

V

t B yV

xgH

h

yY fU F V

B yB A H

y

V

H

xA H

v

x

u

y

ay

byy

y h

c h

+ ⊗ + ⊕

= − + − − +

+

− +

1 12

1

onde é definido CV V V= () () e discretizado no lado n,m da célula, fica :

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civ

( ) ( )( ) ( )( )

[ ] ( )( )( )

( )

1

DtV V

1

2DL

b

B

1 b V V 1 CV

V V

1

DLb

g

4DLH H h h h h

Yf

4U U U U F V

1

DL

1

B[A B B

V

() ()a

y()

c (n 1,m) (n 1,m) () ()

() () (n 1,m) (n 1,m)

e () (n 1,m) () (n 1,m) (n 1,m) () (n 1,m) ()

() () (n 1,m) (n,m 1) (n 1,m 1) () ()

2y()

(n 1,m) y() y(n 1,m)

(n

′′− +− ⊗ ′′ − ⊗ ′′ + +

⊗ ′′− ⊗ ′′

+

⊕ − ⊕ = − + ′′ − ′′ + − +

− + + + − ′′+

+′′

+ +

− −

− + + =

+ − + −

+ +

( )( )

( ) ( ) ( )( )( ) ( )

+ + +

+

− + − −

+ +

−+ −

− −

+ −

′′ +

+ ′′ + − ′′ + +

− − + − −

− + −

1,m) (n 2,m) (n 1,m)

() (n 1,m) ()

h() y() y(n 1,m) () (n 1,m) () (n 1,m) () (n 1,m)

c 2 () (n 1,m) () (n,m 1) ()

(n,m 1)

(n 1,m 1)

(n,m 1) () (n,m 1)

H H

V H H

A B B V H H V H H ]

1 b1

DL[AHC UE UE VE VE

AHCUE

UE VE VE]

(A.43)

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cv

Multiplicando por ∆T e definindo :

( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )

( )( )

C g T L HH C H H U U U U U

AUV C Q C CV B Q C CV B

AHVXX CAHC UE UE VE VE AHC

UE UE VE VE

n n m b n m n m n m

a n m m y p y

c

n m n m n m

n m n m

6 4 61

4

3 5 1 5 1

1 4

1 1 1 1 1

1

1 1 1

1 1 1

= = + = + + +

= ⊕ − ⊕ = + = −

= −− + − −

− + −

+ + − + −

+ + −

+ − −

∆ ∆ ; ;

; ;

( ) () ( , ) () ( , ) ( , ) ( , )

() ( , ) () ()

() ( , ) () ( , ) () ( , )

( , ) ( , ) ()

;

β( )

( ) ( )( , )

( , ) () ( , ) ( , ) () ()

n m

p y n m y n m m y n m yB C B B AH B C B B AH

+ + −

= + = +

1

1 1 14 1 4 1

e

; .

Arranjando os termos com as velocidades avançadas no tempo e nível do mar, do lado esquerdo da

equação e evidenciando-os temos:

( )[ ] [ ]( ) ( ) ( )[ ]

[ ] ( )[ ]( )

′′ − ⊗ − + + ′′ − +

′′ + + − ⊗ + + + + +

′′ + ′′ ⊗ − + =

− + − + + −

− − −

+ +

+ + + + +

+

V Q B H H h HH

V tF Q Q B H H B H H

h HH V Q B H H

V AUV tY HH H H AHVXX f tU

n m m n m m n m n

m p p n m m n m

n m n n m p n m p n m n m

n n m b

( , ) ( , ) () ( , ) () ( )

() () () ( , ) () () ( , )

( , ) ( ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , )

() () ( ) ( , ) ()

1 1 1

1 1

1 1 1 1 2

1

1 ∆

∆ ∆

(A.44)

Fazendo ( )F Q B H Hm n m m n m1 1 1= − ⊗ − +− −( , ) () ( , )

( ) ( ) ( )F tF Q Q B H H B H Hm p p n m m n m2 1 1 1= + + − ⊗ + + + ++ +∆ () () ( , ) () () ( , ) (A.45)

( )F Q B H Hp n m p n m n m3 1 1 2= ⊗ − ++ + +( , ) ( , ) ( , ) (A.46)

( )F V AUV tY HH h h AHVXX f tUn n m b4 1= − + − − + −+() () ( ) ( , ) ()∆ ∆ (A.47)

podemos escrever :

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]′′ + ′′ − + ′′ + ′′ + ′′ =− + +V F h HH V F h HH V F Fn m n n m n n m( , ) () ( ) () ( , ) ( ) ( , )1 1 11 2 3 4 (A.48)

equação com cinco incógnitas. Usando a relação ′′ = − ′′− − −V FA FB hn m n n( , ) ( ) ( ) ()1 1 1 (eq. VI.39) na

expressão acima vem :

[ ] [ ] [ ] [ ]′′ − − + ′′ + ′′ + ′′ = −− + + −h HH F B V F h HH V F F F Fan n n m n n m n() ( ) ( ) () ( , ) ( ) ( , ) ( )1 2 3 4 11 1 1 1 (A.49)

e usando a equação de recursão de massa ( )′′ = − ′′h GA GB Vn n() ( ) ( ) () (similar à eq. A.19 para U) na

equação acima temos:

( )[ ] [ ] [ ]( )

′′ + − + ′′ + ′′ = −

+ +

− + + −

V F GB HH F FB h HH V F F F FA

GA HH F FB

n n n n m n n m n

n n n

() ( ) ( ) ( ) ( , ) ( ) ( , ) ( )

( ) ( ) ( )

2 1 3 4 1

1

1 1 1 1

1

(A.50)

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cvi

Tomando agora [ ] [ ]′′ − + ′′ + ′′ =− −V B C h A V B C Dn m y n m y n( , ) ( , ) () () () () ( )1 1 5 5 (eq. A.37), obtida

anteriormente da equação de continuidade e aplicando-a à célula n+m+1, obtém-se:

[ ] [ ]′′ − + ′′ + ′′ =+ + + + +V B C h A V B C Dy n m n m n m y n m n() () ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( )5 51 1 1 1 1 (A.51)

Agora isolando o termo ′′+V n m( , )1 e levando-o à equação para o momentum acima, vem :

( )[ ]( )[ ]

( ) ( )

′′ + − + +

′′ − =

− + − −

− +

+ + +

− − + +

V F GB HH F FB F B B

h HH F A B C

F F FA GA HH F FB F D B C

n n n y y n m

n m n n m y n m

n n n n n y n m

() ( ) ( ) ( ) () ( , )

( , ) ( ) ( , ) ( , )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( , )

2 1 3

3 5

4 1 1 3 5

1 1

1 1 1

1 1 1 1

(A.52)

que reescrita fornece a relação de recursão ′′ = − ′′+V FA FB hn n n m() ( ) ( ) ( , )1 onde:

( ) ( )[ ]FA F F FA GA HH F FB F D B C DDn n n n n n y n m( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( , ) /= − + + −− − + +4 1 1 3 51 1 1 1 (A.53)

( )[ ]FB HH F A B C DDn n n m y n m( ) ( ) ( , ) ( , ) /= − + +3 51 1 (A.54)

( )DD F GB HH F FB F B Bn n n y y n m= + + +− +2 1 31 1( ) ( ) ( ) () ( , ) (A.55)

Para resolver ′′ ′′V h e , necessita-se de condições de contorno.

Adotando a notação utilizada na condição de fronteira para x, temos para o nível do mar que

′′ =h hnam m( , ) 0 , e tomando a equação do momentum em y na forma compacta em diferenças finitas,

desprezando Coriolis, termos advectivos e viscosidade horizontal,

( )′′ − = − ′′ − + − − ′′V V tY HH h h h h tF Vnam m nam m nam m nam nam na m nam m nam m( , ) ( , ) ( , ) ( ) ( ) ( , ) ( , ) () ( , )∆ ∆0 . (A.56)

Lembrando que em n=ma está a primeira célula a ser calculada (água), a equação acima pode ser

reescrita como :

[ ] ( )′′ + = + − − − − ′′V tF V tY HH h h H HH hnam m nam m nam m nam na m nam m nam na m( , ) () ( , ) ( , ) ( ) ( , ) ( , ) ( ) ( , )1 0∆ ∆ (A.57)

Fazendo ( )[ ] [ ]FA V tY HH h h h tFnam nam m nam m nam na m nam m( ) ( , ) ( , ) ( ) ( , ) ( , ) ()= + − − − +∆ ∆0 1 (A.58) e

[ ]FB HH tFnam nam( ) ( ) ()= +1 ∆ , temos ′′ = + ′′V FA FB hnam m nam nam na m( , ) ( ) ( ) ( , ) . (A.59)

As condições de contorno para o fluxo são análogas às do momentum x,

FA Vnam( ) = 0 e FB nam( ) = 0 . (A.60)

Para a última célula calculada na direção y (nb) e na célula avançada (n=nb+1) nbp temos

que ′′ =h hnbp m( , ) 0 . Aplicando a mesma equação de momentum utilizada na fronteira

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cvii

inicial: ( )′′ − = − − ′′ + − − ′′V V tY HH h h h h tF Vnb m nb m nb m nb nb m nbp m nb m nb m( , ) ( , ) ( , ) ( ) ( , ) ( , ) ( , ) () ( , )∆ ∆0 (A.61) usando

a relação de recursão de massa na célula n=nb ′′ = ′′h GA Vnb m nb nb m( , ) ( ) ( , ) e levando-a à expressão

anterior e ainda, manipulando-a algebricamente, chegamos a:

( ) [ ]

[ ] [ ]

′′ =+ −

− −

+ + −

+ +

VV tY

HH h h GAHH GB tF

h HH HH GB tF

nb m

nb m nb m

nb nbp m nb m nb

nb nb

nb nb nb

( , )

( , ) ( , )

( ) ( , ) ( , ) ( )( ) ( ) ()

( ) ( ) ( ) ()

∆∆

1

10

(A.62)

Fazendo :

( ) [ ]FA nbV tY HH

h h GAHH GB tF

nb m nb m nb

nbp m nb m nb

nb nb( )( , ) ( , ) ( )

( , ) ( , ) ( )( ) ( ) ()=

+ −

− −

+ +∆

∆1 (A.63)

[ ] [ ]FB HH HH GB tFnb nb nb nb( ) ( ) ( ) ( ) ()= + +1 ∆ (A.64)

obtém-se, da mesma forma que na fronteira inicial as condições para o nível do mar.

Para o fluxo, por analogia temos FA V FBnb nb( ) ( )= =0 0 e .

A.3 SOLUÇÃO NUMÉRICA PARA EQUAÇÕES NO MODO INTERNO

Para resolver as equações para o modo interno, Hess soluciona u v' ' e de forma implícita

por um estágio na direção vertical em cada célula, repetindo o processo para cada célula da grade

numérica. Para isto, as equações V.40, V.41 e V.42 são reescritas com os termos que envolvem as

variações temporais e verticais e os termos lineares da fricção lateral do lado esquerdo, por

exemplo, a equação para o momentum horizontal na direção x no modo interno integrada

lateralmente em coordenadas sigma, fica :

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β( ) ( ~ )' ' '' 'Hu

t

wu

q H qA

u

q BC Hu u uv

xc ws+ −

+ + =1 1

termos restantes (A.65)

A estratégia é solucionar ′ ′u v e em todos os níveis na vertical em uma célula horizontal,

depois passar à célula (horizontal) seguinte e repetir o processo.

Neste caso (baroclínico) a estabilidade numérica do esquema não depende da velocidade da

onda de gravidade do modo externo. Hess (1989) utiliza, apenas como orientação, uma restrição

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cviii

para estabilidade baseada em um esquema de Richtmyer & Morton (1967, apud Hess 1989) com

uma solução explícita. É bom lembrar que o esquema usado por Hess é implícito. Portanto a

restrição de estabilidade é utilizada apenas como guia para estimar o passo de tempo no modo

baroclínico.

A localização das variáveis na grade é mostrada na figura a seguir

w

v'

u'

w

v'

u'

Av

(L)

(L+1)

x

y

q

A.3.1 SOLUÇÃO DO MOMENTUM NA DIREÇÃO X NO MODO INTERNO

Solução do momentum x no modo interno, utilizando a notação e a abordagem original de

Hess (1989).

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cix

( )

( )( )( )[ ]( )( )( )[ ]

( )

( )

( ) [ ]

∂∂

β

∂∂

θ

∂∂

θ

∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

τ τ

β

tHu

B xHB u u u u uu

yH u u v v uv

qwu

B xA HB

u

x

yA H

u

y

v

x H qA

u

q

H G G fHv CH

Bu u

a

xx uu

uvx

h x

c h v Sx bx

x x c wsx

′ +

+ ′ + ′ − +

+ ′ + ′ −

+ ′

− ′

− ′ + ′

− ′

+ − =

− + ′ − ′ + ′

1

12

11

~

* ( )u u u uSu+ −θ

(A.66)

Tomando ( )∂∂

∂∂

∂∂t

Hu Hu

tu

H

t′ = ′ + e, doravante suprimindo os apóstrofos (‘) e o til (~)

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cx

de u,v e w, podemos reescrever a equação de momentum no modo interno em x como:

( )( )( )( )[ ]

( )( )( )[ ] ( )

( )

∂∂

∂∂

β

∂∂

θ

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

tu

u

H

H

t

HB xH B u u u u u

H yH u u v v

H qwu

HB xA HB

u

x H yA H

u

y

v

x

H qA

u

qX fv F u

ax

x

xh x c h

v s

+ ++ + − +

+ + − ⊕ +

− − +

= − −

1

1 1

12 1

1

12

(A.67)

onde: F CB

u us c wsx

= +β 1 (A.68)

( )X G G F CB

u uHx x s c ws

xsu Sx bx= − − −

− −* β θ τ τ1 1

(A.69)

e θ Su é o mesmo já definido para a discretização das equações no modo barotrópico.

Arranjando os termos que envolvem variação vertical ou temporal de u e a porção linear da

fricção lateral do lado esquerdo da expressão, chamando-os de F’, deixando os termos restantes do

lado direito e chamando-os de R’, temos que F’=R’ e

( )′ = + + −

+F

u

t

u

H

H

t H qwu

h qA

u

qFa

v su

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

12

(A.70)

( )

( )( )( )[ ] ( )( )[ ]

′ = + −

+ − +

+ + − + + + − ⊕

R X fvHB x

A HBu

x H yA H

u

y

v

x

HB xH B u u u u u

H yH u u v v

xh x c h

ax

x

12 1

1

1 1

∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

β ∂∂

θ ∂∂

(A.71)

Usando agora a notação para diferenciação temporal ( ) ( )F F t F F T t= ′ = +0 0 e ∆ onde ∆t

é o passo de tempo para o modo interno, tomando o índice l para a vertical, com l crescente a

partir da superfície em direção ao fundo, e para o índice do centro da célula (l,n,m)=(). e lembrando

que a notação para H é bidimensional (não depende da vertical):

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cxi

( ) ( ) ( )[ ]( )( )( )( )

′ = ′ − + ′ + ′ + +

+ + +

′ + ′ −

+ + +

′ + ′

+

+

− − + +

+ + + +

+

F u u t u u u uh

t

q

w w w w

u u

w w w w

u u

H H

n m

a

l n m l n m l n m

l n m

l n m l n m l n m

l n m

n m

() () () () () () ( , )

( , , ) ( , , ) () ( , , )

( , , ) ()

() ( , , ) ( , , ) ( , , )

() ( , , )

() ( ,

1

22

1

8

1

1 1 1 1

1

1 1 1 1

1

∂∂

β( )

( )( )( )( ) ( )[ ]

+

− − + −

+ +

+

+ ′ + ′ −

+ ′ + ′

+ + ′

1

2

1 1 1 1

1 1

1

2

2

1

22

)

( , , ) ( , , ) ( , , ) ()

() ( , , ) () ( , , )

() ( , ) ()∆q

A A u u

A A u uH H F u

v l n m v l n m l n m

v v l n m l n m

n m s

(A.72)

Multiplicando a expressão por ∆t , e definindo

( ) ( ) ( )( )( )

( ) ( )( ) ( )

C t q C t q H H H

G C w w w w H

G C w w w w H

D C A A H

D C A A H

n m

m a l n m l n m l n m

p a l n m l n m l n m

m l n m l n m

p l n m

1 8 2 2 2

1

1

2

2

1

1 1 1 1

1 1 1 1

1 1 12 2

12

= = = +

= + + +

= + + +

= +

= +

+

− − + +

+ + + +

− − +

+

∆ ∆ ∆ ∆ ; ; () () ( , )

( , , ) ( , , ) () ( , , ) ()

() ( , , ) ( , , ) ( , , ) ()

( , , ) ( , , ) ()

() ( , , ) ()

β

β

( )

2

2DH th

tH=

∆ ∂

∂ ()

Levando-os à expressão do momentum e separando do lado esquerdo os termos no tempo

( )t t0 + ∆ , vem que:

[ ] [ ] [ ]′ − + ′ + + + + + + ′ − =

+ −− +u G D u DH Gm G D D u G D

R u u DH

l n m m m p m p l n m p p( , , ) () ( , , )

() () ()

_1 11

(A.73)

Fazendo : F G Dm m1= − (A.74)

F DH G G D Dm p m p2 1= + + − + + (V I.75)

F G Dp p3= − − (A.76)

( )F R DH U4 1= + +() () (A.77)

pode-se escrever então: F u F u F u Fl n m l n m1 2 3 41 1′ + ′ + ′ =− +( , , ) () ( , , ) (A.78)

O termo ′R (lado direito da equação de momentum) pode ser reescrito de maneira a isolar

as advecções horizontais.

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cxii

( )′ = + −

+ − +

+ −R X fv

HB xA HB

u

x H yA

u

y

v

xNa Nb

xh x c h

12 1

1∂∂

∂∂

β ∂∂

∂∂

∂∂

(A.79)

onde: ( )NaHB x

UH ya

x

= + ⊕

β ∂∂

θ ∂∂

1 1 (A.80)

( )( )( ) ( )( )( )NbHB x

HB u u u uH y

H u u v vax

x= + + + + +

β ∂∂

∂∂

1 1 (A.81)

são os termos advectivos horizontais. Lembrando U=Hu (U’=Hu’) e definindo AH A Hh= :

( )AHC AH AH AH AHn m n m n m() () ( , ) ( , ) ( , )= + + ++ + + +1

4 1 1 1 1 (A.82)

( )HI H H n m() () ( , )= + +2 1 (A.83)

( )( )BHI B H Hx n m() () () ( , )= + +2 1 (A.84)

( )v v v v vb l n m l n m l n m= + + ++ − − +1

4 1 1 1 1() ( , , ) ( , , ) ( , , ) (A.85)

Usando estas definições em ′R e multiplicando por ∆t vem:

( )( )( )( )( ) ( )( )

( ) ( )

R tX tfvt

LBHI AH B B U U

AH B B u u u u AH B B u u

t

LHI AHC u u v v

AHC

b n m x x n m n m

x x n m n m n m x x n m n m

c l n m l n m

n

() () () ( , ) () ( , ) ( , ) ()

() () ( , ) () ( , ) ( , ) () () () ( , ) () ( , )

() () ( , , ) () ( , , ) ()

( ,

[

]

[

= + +

+ − −

+ − − − + −

+ −

− + − −

+ + +

− − + + −

+ +

∆ ∆ ∆∆

∆∆

2

1

2 1 1 1

1 1 1 1 1

2 1 1

1

β

( )m l n m l n m l n mu u v v Na Nb) () ( , , ) ( , , ) ( , , ) () ()]− + − + −− − + −1 1 1 1

(A.86)

Definindo agora:

( ) ( ) ( )C t L C t L RA C BHI AH B Bp n m x x n m3 2 4 32 21 1= = = ++ +∆ ∆ ∆ ∆ ; ; () ( , ) () ( , ) (A.87)

( )RA C BHI AH B Bm x x n m= + −3 1() () () ( , ) (A.88)

( )( ) ( )( )RB C HI AHC RB C HI AHCp c m c n m= − = − −1 4 1 4 1β β() () () ( , ) e (A.89)

′R fica então :

( ) ( )( ) ( )

R tX tfv RA u u RA u u

RB u u v v RB u u v v

Na Nb

b p n m m n m

p l nlm l n m m l n m l n m l n m

() () ( , ) () () ( , )

( , ) () ( , , ) () () ( , , ) ( , , ) ( , , )

() ()

= + + − − − +

− + − − − + −

+ −

+ −

+ + − − + −

∆ ∆ 1 1

1 1 1 1 1 1 (A.90)

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cxiii

Os termos Na e Nb (não lineares) são diferenciados com a técnica “upstream” usada no

modo barotrópico.

Fazendo ( )C t L C t L CU U U5 2 6= = =∆ ∆ ∆ ∆ ; e () () (A.91)

( )( ) ( )( )

( )

Na C HBICU U U CU

U U

C HI

a

n m n m

n m n m

a n m

()

( , ) ( , ) () ()

() () ( , ) ( , )

() ( , ) ()

=− − + +

+

⊕ − ⊕

+ +

− −

βθ θ

θ θ

β

51 1

6

1 1

1 1

1

(A.92)

( )( ) ( ){ }{ } ( ) { }{ }

( )( ) { }{ }( ) { }

Nb t L HBI CU H H B

u UE u UE H H B u UE u UE

CU H H B u UE u UE

H H B u UE

u

a n m n m x n m

l n m n m l n m n m n m x

n m x n m

n m x l n m n m

l n

() () ( , ) ( , ) ( , )

( , , ) ( , ) ( , , ) ( , ) () ( , ) () () () () ()

() ( , ) ( , ) () () () ()

() ( , ) () ( , , ) ( , )

, ,

[( )= − +

+ + − + + +

+ + + + + −

+ +

+ + +

+ + + + +

+ +

− − −

β ∆ ∆16 1

1

1 2 1

1 1 1 1 1

1 1

1 1 1

{ } ( )( ) ( )( )( )( )( )

m n m a n m n m n m

l n m n m l n m n m

n m n m n m l n m n m

l n m l n

UE t L HI H H H H

u u UE UE v v VE VE

H H H H u u UE UE

v v

− − + + + +

+ + + +

+ − − + − −

− −

+ + + + +

+ + + + + + −

+ + + + + +

+

1 1 1 1 1 1

1 1 1 1

1 1 1 1 1 1

1

16() ( , ) () () ( , ) ( , ) ( , )

() ( , , ) () ( , ) () ( , , ) () ( , )

() ( , ) ( , ) ( , ) () ( , , ) () ( , )

( , , ) ( ,

] [β ∆ ∆

( )1 1 1 1 1, ) ( , ) ( , ) ]m n m n mVE VE+ − − ++ +

(A.93)Definind

o: ( ) ( )C t L HB H H BXx n m7 16 1= = + +∆ ∆ ; () () ( , ) () (A.94)

HC H H H Hn m n m n m() () ( , ) ( , ) ( , )= + + ++ + + +1 1 1 1 (A.95)

a equação pode ser reescrita como:

( ) { } { }( )( ) { } { }( )

( )( )

Nb C HBI CU HB u UE HB u UE

CU HB u UE HB u UE

C HI HC u u UE UE v v VE VE

HC u u

a x n m l n m n m x

x x n m l n m n m

a l n m n m l n m n m

n m l n m

() () ( , ) ( , , ) ( , ) () () ()

() () () ( , ) ( , , ) ( , )

() () () ( , , ) () ( , ) () ( , , ) () ( , )

( , ) () ( , , )

[

]

[

= − + − + +

+ + − + −

+ + + + + + −

+

+ + +

− − −

+ + + +

− −

β

β

7 1

1

7

1 1 1

2 2

2

1 1 1

2

1 1 1 1

1 1( )( )+ + + + +− − − + − − +UE UE v v VE VEn m l n m l n m n m n m() ( , ) , , () ( , , ) ( , ) ( , )1 1 1 1 1 1 1

(A.96)

Agora soluciona-se a equação F u F u F u Fl n m l n m1 2 3 41 1′ + ′ + ′ =− +( , , ) () ( , , ) (eq. A.77) , já obtida

anteriormente, utilizando um esquema implícito.

Usando como relação de recursão ′ = + ′ +u FA FB ul l l n m() ( ) ( ) ( , , )1 (A.97)

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cxiv

e deslocando um nível na vertical ′ = + ′− − −u FA FB ul n m l l( , , ) ( ) ( ) ()1 1 1 . Os valores para FA FB( ) ( )1 1 e são

conhecidos na condição de contorno superior e serão propagados em direção às camadas inferiores.

Levando agora esta última equação à anterior, vem que:

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cxv

F FA FB u F u F u Fl l l n m1 2 3 41 1 1( )( ) ( ) () () ( , , )− − ++ ′ + ′ + ′ = (A.98)

ou ainda:

( ) ( ) ( ) ( )′ = − + − ′ +− − + −u F F FA F F FB u F F F FBl l l n m l() ( ) ( ) ( , , ) ( )4 1 2 1 3 2 11 1 1 1 (A.99) Por

paralelismo com a relação de recursão pode-se escrever:

( ) ( )FA F F FA F F FBl l l( ) ( ) ( )= − +− −4 1 2 11 1 (A.100)

( ) ( )FB F F F FBl l( ) ( )= + −3 2 1 1 . (A.101)

A condição de contorno na superfície (direção x) A

H

u

qv

sx

∂∂

τ= ,ou tensão é aproximada por A

H

u

qv

sx

∆∆

= τ

que é o mesmo que u uqH

Avsx( ) ( )1 2− =

∆ τ , ou uqH

Au

vsx( ) ( )1 2=

+∆ τ , que tem a forma de

′ = + ′− − −u FA FB ul n m l l( , , ) ( ) ( ) ()1 1 1 (relação de recursão ou eq.A.98). Pode-se escrever que: u FA FB u( ) ( ) ( ) ( )1 1 1 2= + ,

ou seja, por paralelismo com uqH

Au

vsx( ) ( )1 2=

+∆ τ vem que: FA

qH

Avsx( )1 =

∆ τ e FB( ) .1 1= Esta é uma

aproximação por equações de diferenças de primeira ordem para a tensão na superfície. Hess utiliza ainda uma

aproximação de segunda ordem que é obtida através da expansão em série de Taylor com aproximação de segunda

ordem para obter ∂ ∂u q a saber: u u hu

q

h u

qq h q( ) ( )+ = + +∂∂

∂∂

2 2

22 . Resolvendo os termos que envolvem as

variações parciais de u em q por uma aproximação por série de Taylor truncada de primeira ordem, obtém-se:

u u uH

Aq

vsx( ) ( ) ( )1 2 3

4

3

1

3

2

3− + = τ ∆ que resolvido para u1 fica

u u uH

Aq

vsx( ) ( ) ( )1 2 3

4

3

1

3

2

3= − + τ ∆ . Aplicando paralelismo à expressão obtida durante a solução do termo à

esquerda da equação do movimento no modo interno na direção x (F u F u F u Fl n m l n m1 2 3 41 1′ + ′ + ′ =− +( , , ) () ( , , ) ou eq

(A.77). Nesta, fazendo l=2, obtém-se

F u F u F u Fn m n m n m1 2 3 41 2 3′ + ′ + ′ =( , , ) ( , , ) ( , , ) e levando a esta a solução obtida para u1 obtém-se

F u uH

Aq F u F u F

vsx n m n m1

4

3

1

3

2

32 3 42 3 2 3( ) ( ) ( , , ) ( , , )− +

+ ′ + ′ =τ ∆ (A.102)

Esta equação pode ser reescrita para obter u2 como:

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cxvi

u F FH

Aq F F F F F F u

vsx2 34 1

2

32

4

31 3

1

31 2

4

31= −

+

+ − +

+

τ ∆ (A.103)

que tem paralelismo com a relação de recursão e finalmente é calculada como:

( ) ( ) ( ) ( )′ = − + − ′ +− − + −u F F FA F F FB u F F F FBl l l n m l() ( ) ( ) ( , , ) ( )4 1 2 1 3 2 11 1 1 1 (A.104)

Se FAH

Aql

vsx( ) = 2

3τ ∆ e F l( ) = 4 3. (A.105)

A condição de contorno de não deslizamento no fundo na direção x é u ulmax

= − , em q=-1 e a condição de

deslizamento com aproximação de primeira e segunda ordem é: A

H

u

qv

bx

=∂

∂τ em q=-1, onde a tensão é

( )τ bx lu umax

= +Φ que com aproximação de primeira ordem fica ( )u u qH

Au ul l

vlmax max max−

− =

+

1∆ Φ . Hess

faz R qH

Av

=

∆ Φ e reescreve a expressão anterior como ( )u u R u ul l lmax max max−

− = +1

ou

u u Ru Rul l lmax max max−− = +

1lembrando a relação de recursão u FA FB ul l l lmax max max max− − −

= +1 1 1

que levada à

expressão anterior produz a expressão para a velocidade no fundo :

( ) ( )u Ru FA FB Rl l lmax max max= − − −

−11 (A.106)

Fazendo aproximação de segunda ordem para A

H

u

qv

bx

=∂

∂τ , temos:

( ) ( )− + − =

+ = +

− −u u u q

H

Au u R u ul l l

vl lmax max max max max2 1

4 3 2 2∆ Φ .

Usando agora a relação de recursão u FA FB ul l l lmax max max max− − − −= +

2 2 2 1 e o fato que

u FA FB ul l l lmax max max max− − −= +

1 1 1e resolvendo para u em l(max), vem:

( )[ ]( )u

Ru FA FB FA

FB FB Rl

l l l

l lmax

max max max

max max

=+ − −

− − −− − −

− −

2 4

4 3 2

2 2 1

2 1

(A.107)

A.3.2 SOLUÇÃO DO MOMENTUM NA DIREÇÃO Y E Q NO MODO INTERNO

Para obter a solução do momentum no modo interno nas direções y e q, utilizando ainda a notação e

a abordagem de Hess (1989), toma-se a equação V. 41 para o momentum y no modo interno e, como na direção x,

suprimindo os apóstrofos(‘) e o til(~) de u,v e w e ainda arranjando a equação de tal forma que os termos que

envolvam v ou suas derivadas e a fricção lateral do lado esquerdo, vem:

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cxvii

( ) ( )

( )( ) ( ) [ ]( )

( )( )( )[ ] ( )( )[ ]

∂∂

∂∂

β∂

∂∂ ∂ ∂

ψ∂ ∂ ∂

∂β

∂ ∂ ∂ ∂ ∂∂

β∂

∂∂

v

t

v

H

H

t H

wv

q H

A v q

qF v

fuHB

A HB v y

y H

A H u y v x

x

HB

H B v v v v v

y H

H v v u u

x

av

s

y

h y

ch

ay

y

+

+ − + =

− + + −+

+ + − ⊗+

+ + − ⊕

1 1

1 21

1

1 1

2

(A.108)

onde F CB

v vs c wsy

= +β 1e

( )y G G F b C

1

Bq v v

t t

H*

y y s c wsy

sv

sy by= − − −

− (A.109)

Seguindo os mesmos procedimentos utilizados na solução numérica para o momentum x no modo interno

chega-se a:

F v F v F v Fl n m l n m1 2 3 41 1′ + ′ + ′ =− +( , , ) () ( , , ) onde F G Dm m1 = − , (A. 110)

F TF DH G G D Ds m p m p2 1= + + + − + +∆ ; F G Dp p3 = − − ; ( )F R DH v4 1= + −() () (A. 111)

( )H H H n m() () ( , )= + +1 2 , ( )G C w w w w Hm a l n m l n m l n m= + + +− − + +β 1 1 1 1 1( , , ) ( , , ) () ( , , ) () , (A. 112)

( )G C w w w w HP a l n m l n m l n m= + + ++ + + +β 1 1 1 1 1() ( , , ) ( , , ) ( , , ) ()

( )( )

D CA A

Hm

l n m l n m=+− − +

21 1 1

2

( , , ) ( , , )

()

(A.113)

e ( )

( )D C

A A

Hp

l n m=+ +

21

2

() ( , , )

()

(A. 114)

Da mesma forma como no caso da solução numérica para o momentum x no modo interno obtém-se os termos do lado

direito da equação ( R )

( ) ( )( ) ( )

R T Tfv RA v v RA v v

RB u u v v RB u u v v

NA NB

n m n m b p l n m m l n m

p l n m l n m m l n m l n m

l n m l n m

( , ) ( , ) ( , , ) () () ( , , )

( , , ) () ( , , ) () , , ) () () ( , , )

( , , ) ( , , )

= − + + − − +

− + − − − + − +

+ +

+ −

+ + + −

∆ ∆ψ 1 1

1 1 1 1

(A.115)

onde ( )RA C HBI AH BY BYp n m n m= ++ +3 1 1() ( , ) () ( , ) , (A. 116)

( )RA C HBI AH BY BYm n m= + −3 1() () () ( , ) , (A. 117)

( )RB C HI AHCp c= −1 4β () () , ( )RB C HI AHCm c n m= − −1 4 1β () ( , ) (A. 118)

e ( )v v v v vb l n m l n m l n m= + + ++ − + −1

4 1 1 1 1() ( , , ) ( , , ) ( , , ) (A. 119)

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cxviii

Os termos NA e NB são, da mesma forma que no caso da solução numérica para o momentum x no modo

interno, os termos advectivos não lineares e NA contém ⊗ e não varia com a profundidade ( l ) :

( )( ){ }( )( )NA C HBI CV v v

CV v v

a n m n m

n m n m

() ( , ) ( , ) (() ()

() () ( , ) ( , )

= − ⊗ − ⊗ +

− ⊗ − ⊗ +

+ +

− −

β 5 1

1

1 1

1 1

( )β a n mC HI6 1⊗ − ⊗ −() ( , ) () (A. 120)

onde foram definidos os termos :

( )HIH H n m

()

() ( , )

=+ +

2

1

(A.121)

( )( )HBIB H H n m

()

() () ( , )

2

1ψ + +

(A. 122)

( ) { }{ }

( ){ }

{ }

( )

NB C HBI

CVHBX v VE

HBX v VE

CVHBX v VE

HBX v VE

C HI

HC u u UE UE v v

l n m a

n m l n m n m

n m l n m n m

a

l n m n m l n m

( , , ) ()

( , ) ( , , ) ( , )

() () ()

() () ()

( , ) ( , , ) ( , )

()

() () ( , , ) () ( , ) () ( , , )

=

−+ −

+

+

++ −

+

+

+ + + + +

+ + +

− − −

+ + +

β

β

7

1

1

7

1 1 1

2

2

2

1 1 1

2

1 1 1( )( )

VE VE

HC u u UE UE

v v VE VE

n m

n m l n m l n m n m n m

l n m n m

() ( , )

( , ) ( , , ) ( , , ) ( , ) ( , )

() ( , , ) () ( , )

+ −

+ + +

+ + +

+

− − + − − + −

− −

1

1 1 1 1 1 1 1

1 1

(A.123)

onde ( )HBX H H BXn m() () ( , ) ()= + +1 ; HC H H H Hn m n m n m() () ( , ) ( , ) ( , )= + + ++ + + +1 1 1 1 . (A. 124)

Aplicando o esquema numérico anteriormente definido para a solução das equações no modo interno na

direção x, novamente iniciando pelo topo da coluna e tomando aproximação de primeira ordem ao “stress”, temos

FAqH

Avsx1 = ∆ τ e FB1 1= . Para um esquema de segunda ordem, vem que FA

qH

Avsx1

2

3= ∆ τ e FB

14 3= .

As expressões para FA e FB em função de l são então calculadas como no caso da solução do modo interno na

direção x.

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cxix

No fundo, temos as condições de contorno de deslizamento e de não deslizamento. No caso de não

deslizamento, a velocidade no fundo fica v vlmax = − . No caso de condição de deslizamento, temos uma aproximação

de primeira ordem que é:

( )( )[ ]( )( )[ ]v

qH A v FA

FB qH Almax

v lmax

lmax v

=−

− −−

φ

φ1

1 1 ; e uma aproximação de segunda ordem, onde

( )( ) ( )[ ]( ) ( )( )[ ]vqH A v FA FB FA

FB FB qH Almax

v lmax lmax lmax

lmax lmax v

=+ − −

− − −− − −

− −

2 4

4 3 2

2 2 1

2 1

φ

φ (A. 125)

O problema é então resolvido acoplado à relação de recursão ′ = + ′ +v FA FB vl l l n m() ( , , )1 (similar à A. 99).

A velocidade vertical é obtida a partir da equação de continuidade no modo interno

1 1 10

B xB Hu

B yB Hv

H

w

qxx

yy

∂∂

∂∂

∂∂

( ') ( ')~

+ + = (A. 42). Hess multiplica os termos por B Bx y e considera que

no caso da ausência de canais são iguais a 1 e que no caso de escoamento em uma direção o termo normal é unitário,

logo a continuidade pode ser escrita como :

∂∂

∂∂

∂∂x

B Huy

B Hv B BH

w

qx y x y( ') ( ')~

+ + =10 (A.126)

Abolindo o til ( ~ ) e os apóstrofos(‘), pode-se escrever a equação em diferenças finitas como :

( )( ) ( )( )( )( ) ( )( )

( ) ( )

BX u u H H BX u u H H

BY v v H H BY v v H H

l q A w w

l n m n m n m l n m l n m n m

l n m n m n m l n m l n m n m

l n m

() () ( , , ) () ( , ) ( , ) ( , , ) ( , , ) () ( , )

() () ( , , ) () ( , ) ( , ) ( , , ) ( , , ) () ( , )

() () ( , , )

+ + − + + +

+ + − + + +

− =

+ + − − + − −

+ + − − + − −

+

1 1 1 1 1 1 1

1 1 1 1 1 1 1

14 0∆ ∆

(A.127)

e A B Bx y() = .

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cxx

Evidenciando a velocidade vertical em (l,n,m) e reescrevendo, temos que:

( )

( )( )( )( )

( )( )( )( )

w w A l q

BX u u H H

BX u u H H

BY v v H H

BY v v H H

l n m

l n m n m

n m l n m l n m n m

l n m n m

n m l n m l n m n m

() ( , , ) ()

() () ( , , ) () ( , )

( , ) ( , , ) ( , , ) () ( , )

() () ( , , ) () ( , )

( , ) ( , , ) ( , , ) () ( , )

= −

+ + −

+ + +

+ −

+ +

+

+ +

− − + − −

+ + +

− − + − −

1

1 1

1 1 1 1 1

1 1

1 1 1 1 1

4∆ ∆ (A. 128)

A.4 SOLUÇÃO NUMÉRICA PARA AS EQUAÇÕES DE CONSERVAÇÃO DE CONSTITUINTES (T e S)

A equação para conservação de constituintes é :

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

( )

~

HC

t Bx

xB

xH uC D

hC

x By

yB

yH vC D

hC

y

qwC

HD

vC

qHR

+ −

+ −

+

=

1 1

1

(A. 129)

(similar às eqs. V. 30 e V.31), onde C é a concentração, u e v são as velocidades e HR é um termo fonte/sumidouro.

Expandindo a equação, multiplicando a derivada temporal por A ( )B Bx y e rearranjando os termos, vem que :

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

AHC

tA

h

tC

B HuC

x

B HvC

yA

Cw

q

HD B C x

x

HD B C y

y

A

H

D C q

qAHR

x y h x

h y v

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂ ∂ ∂∂

∂ ∂ ∂∂

∂ ∂ ∂∂

+

+ + + − −

− =

~

(A.130)

As equações de conservação de massa e de concentração devem ser consistentes. Hess toma as equações de

continuidade no modo externo ( ) ( )

Ah

t

B U

x

B V

yx y∂

∂∂

∂∂

∂+ + =

0 e no modo interno, multiplicada por A( )B Bx y ,

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cxxi

( ) ( )∂∂

∂∂

∂∂

B Hu

x

B Hv

yA

w

qx y′

+′

+ ′ = 0. Para simplificar supõe que C=1 e que não haja fonte ou sumidouro no

processo. A equação de concentração fica então ( ) ( ) ( )

Ah

t

B Hu

x

B Hv

yA

w

qx y∂

∂∂

∂∂

∂∂∂

+ + + =

~0

(A.131)

Substituindo a forma expandida da velocidade u U H u= + ′ e v V H v= + ′ e rearranjando os termos, temos

que :

( ) ( ) ( ) ( ) ( )A

h

t

B U

x

B V

y

B Hu

x

B Hv

yA

w

qx y x y∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂∂

+ + +

′+

′+ =

~0 (A. 132)

onde os três primeiros termos somados são iguais a zero (é a equação de continuidade no modo externo) e os termos

que sobram satisfazem a equação de continuidade no modo interno.

Outra questão levantada por Hess é que a equação de concentração é integrada no passo de tempo do modo

interno, que é maior que o do externo, portanto, é necessário que se preserve a continuidade do processo. O passo de

tempo no modo interno é representado por ∆T e o passo no modo externo por ∆t , e se relacionam por ∆ ∆T N t= .

Tomando a equação ( ) ( )

Ah

t

B U

x

B V

yx y∂

∂∂

∂∂

∂+ + = 0 , que é a continuidade para o modo externo e discretizando no

tempo, vem :

( ) ( )[ ] ( )[ ]

Ah t h t t

t

B U t t U t

x

B V t t V t

yx y( ) ( ) ( ( ) ( ( )− +

++ +

++ +

=∆

∆∆ ∆1

2

1

20

∂∂

∂∂

(A.133)

e para o passo de tempo seguinte :

( ) ( )[ ]

( )[ ]A

h t t h t t

t

B U t t U t t

x

B V t t V t t

y

x

y

( ) ( ) ( ( )

( ( )

+ − ++

+ + ++

+ + +=

2 1

2

2

1

2

20

∆ ∆∆

∆ ∆

∆ ∆

∂∂

∂∂

(A.134)

Somando as duas equações e extendendo o somatório até N passos de tempo consecutivos

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cxxii

( )

( )[ ]

( )[ ]Ah t j t h t

t

B U t j t U t j t

x

B V t j t V t j t

y

x

yj

N( ) ( )

( ) ( ( )

( ) ( ( )

+ −+

+ + + −+

+ + + −

==∑

∆∆

∆ ∆

∆ ∆

∂∂

∂∂

1

2

1

2

01

(A.135)

Agora dividindo por N vem:

( ) ( ) ( )A

h t j t h t

T

B U

x

B V

yx y( ) ( )+ −

+ + =∆∆

∂∂

∂∂

0 00 onde

( )U N U t j t U t j tj

N

01

1

21= + + + −

=∑ ( ) ( ( ) )∆ ∆ e ( )V N V t j t V t j t

j

N

01

1

21= + + + −

=∑ ( ) ( ( ) )∆ ∆ , que serão

então usados nas equações de conservação de salinidade e temperatura.

Hess escreve então as equações em diferenças finitas. O passo de tempo de integração é o utilizado para o

modo interno e U=U0 e V=V0. Partindo da eq. (A.129)

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

AHC

tA

h

tC

B HuC

x

B HvC

yA

Cw

q

HD B C x

x

HD B C y

y

A

H

D C q

qAHR

x y h x

h y v

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂∂

∂ ∂ ∂∂

∂ ∂ ∂∂

∂ ∂ ∂∂

+

+ + + − −

− =

~

que pode ser reescrita como:

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )AH

C

tA

h

tC A

Cw

q

A

H

D C q

q

B HuC

x

B HvC

y

HD B C x

x

HD B C y

yAHR

v x y

h x h y

∂∂

∂∂

∂∂

∂ ∂ ∂∂

∂∂

∂∂

∂ ∂ ∂∂

∂ ∂ ∂∂

+

+ − = − − +

+ +

~

(A.136)

ou ainda como:( ) ( )

AHC

tA

h

tC A

Cw

q

A

H

D C q

qF AHRv∂

∂∂∂

∂∂

∂ ∂ ∂∂

+

+ − = +

~ (A.137)

onde ( ) ( ) ( ) ( )

FB HuC

x

B HvC

y

HD B C x

x

HD B C y

yx y h x h y= − − + +

∂∂

∂∂

∂ ∂ ∂∂

∂ ∂ ∂∂

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cxxiii

lembrando que u U H u= + ′ e v V H v= + ′ .

A equação anterior escrita em diferenças finitas na forma implícita, multiplicada pelo passo de tempo do modo interno

( )∆T e suprimidos os apóstrofos ( ‘) fica:

( ) ( )( )( )( )

( ) ( )[ ]

A H C C TAh

tC T

A

q

C C w w

C C w w

TA

q HD C C D C C F A H R T

l n m l n m

l n m l n m

v l n m v l n ml n m

() () () () () ()() ( , , ) () ( , , ) ()

() ( , , ) () ( , , )

()

()( , , ) () () ( , , ) () ()( , , ) ()

( )

′ − +

′ +

′ + ′ + −

′ + ′ +

′ + ′ − ′ − ′ = +

− −

+ +

− +−

∆ ∆∆

∆∆

∂∂ 4

1

1 1

1 1

2 1 11

(A.138)

Definindo ( )C T q1 4= ∆ ∆ ; C T q2 2= ∆ ∆ ; SS TA h t= ∆ () ∂ ∂ ; HH A H= () () ;

( )( )Gm C A w wl n m= + −1 1() () ( , , ) ; ( )( )Gp C A w wl n m= + +1 1() () ( , , ) ; ( )( )DmH

C A Dv= 12

()() ()

;

( )( )DpH

C A Dv l n m=

12

1

()() ( , , )

; pode-se então reescrever a equação como:

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

HH C C SSC Gm C C G p C C

Dm C C Dp C C F HHR T

l n m l n m

l n m l n m

′ − ′ + ′ + ′ + ′ − ′ + ′ −

′ + ′ + ′ + ′ = +

− +

− +

() () () ( , , ) () () ( , , )

( , , ) () () ( , , )

1 1

1 1

∆ (A.139)

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cxxiv

ou

( ) ( )( ) ( )

′ − + ′ + + − + + +

′ − − = + +−

+

C Gm Dm C HH SS Gm Gp Dm Dp

C Gp Dp F HHR T HHC

l n m

l n m

( , , ) ()

( , , ) ()

1

1 ∆ (A.140)

Como o processo é iniciado na camada acima do fundo (l=lmax-1) de um primeiro cálculo

obtém-se a relação de recursão ′ = + ′+ + +C GA GB Cl n m l l( , , ) ( ) ( ) ()1 1 1 que levada a equação anterior

produz:

( ) ( )( ) ( )

′ − + ′ + + − + + −

+ − − = + +−

+ +

C Gm Dm C HH SS Gm Gp Dm Dp

GA GB Gp Dp F HHR T HHC

l n m

l l

( , , ) ()

( ) ( ) ()

1

1 1 ∆ (A.141)

que pode ser escrito como

( ) ( )( )( ) ( )

′ − + ′ + + − + + + − − =

+ + + +− +

+

C Gm Dm C HH SS Gm Gp Dm Dp GB Gp Dp

F HHR T HHC GA Gp Dp

l n m l

l

( , , ) () ( )

() ( )

1 1

1∆ (A.142)

onde, definindo ( )( )DD HH SS Gm Gp Dm Dp GB Gp Dpl= + + − + + + − −+( )1 fica na forma

( ) ( )[ ] ( )′ =+ + + +

+ ′−+

−CF HHR T HHC GA Gp Dp

DDC

Dm Gm

DDl

l n m()

() ( )

( , , )

∆ 1

1 (A.143)

Arranjando para ficar similar a relação de recursão ′ = + ′ −C GA GB Cl n m l l l n m( , , ) ( ) ( ) ( , , )1

onde( ) ( )[ ]

GAF HHR T HHC GA Gp Dp

DDl

1

1=+ + + ++∆ () ( )

(A.144) e

( )GB

Dm Gm

DD1 =−

(A.145)

Os termos F, HR e A() não envolvem derivadas na vertical e definindo D H DHh = () e CT

l3

2 2= ∆

∆,

Hess usa a aproximação U uH U uh+ ≈ +0() onde

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cxxv

( ) ( )uh u u u

H Hl n m l n m

n m= + ++

− ++

( , , ) () ( , , )() ( , )

1 11

28

; CT

l4

2= ∆

∆ e C

T

l5

16= ∆

∆. Podemos escrever, no

caso para a direção x o termo de fluxo difusivo

( ) ( ) ( )( ) ( )

∆THD B C x

xC DH DH BX C C

C DH DH BX C C

h xn m l n m

n m n m l n m

∂ ∂ ∂∂

= + − −

+ −

+ +

− − −

3

3

1 1

1 1 1

( , ) () () ( , , ) ()

() ( , ) ( , ) () ( , , )

(A.146)

e o termo de fluxo advectivo como

( )[ ] ( )( )

( ) ( )( ) ( )

∆TB U uH C

x

C BX U C BX u u u

H H

C CC BX U C BX

u u u H HC C

x l n m l n m

n m

l n m

n m n m

l n m l n m n m

l n m

n m

∂∂+

=+ + +

+

+ −+

+ + +

+

− +

+

+

− −

− + +−

4 5 2

4 5

2

0 1 1

1

1

1 0 1

1 1 1

1

1

() () ( , , ) () ( , , )

() ( , )

( , , ) ()

( , ) ( , )

( , , ) () ( , , ) () ( , )

() ( , , )

()

( , )

(A.147)

Adicionando-se os termos difusivo e advectivo de forma a obter o fluxo total na direção x e

ainda combinando os fatores em C vem :

( ) ( )[ ]

( )( )( )

∆THD B C x

x

B U uH C

x

CC BX DH DH C BX U

C BX u u u H H

h x x

l n m

n m

l n m l n m n m

∂ ∂ ∂∂

∂∂

−+

=

+ − −

+ + +

++

+

− + +

( , , )

() ( , ) () ()

() ( , , ) () ( , , ) () ( , )

()

1

1 0

1 1 1

3 4

5 2

( ) ( )( )( )

( )( )C

C BX DH DH C BX DH DH C BX U

C BX u u u H H C BX U

C BX u u u H H

n m n m n m

l n m l n m n m n m

n m l n m l n m l n m n m

n m()

() ( , ) () ( , ) () ( , ) ()

() ( , , ) () ( , , ) () ( , ) ( , )

( , ) ( , , ) ( , , ) ( , , ) () ( , )

()

( , )

3 3 4

5 2 4

5 2

1 1 1 0

1 1 1 1 0

1 1 1 1 1 1 1

1

+ − −

− + + −

− − − − + − −

+ − + − −

+ + + + +

+ + +

+−

( )( )( )

CC BX DH DH C BX U

C BX u u u H Hl n m

n m n m N M

n m l n m l n m l n m n m

n m

13 4

5 21

1 1 1 0

1 1 1 1 1 1 1

1

( , , )

( , ) () ( , ) ( , )

( , ) ( , , ) ( , , ) ( , , ) () ( , )

( , )

− − −

− − − − + − −

+ + −

+ + +

(A.148)

que pode ser escrito como

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cxxvi

( ) ( )[ ]∆THD B C x

x

B U uH C

xC FXMP

C FXCC C FXMM

h x xl n m

l n m

∂ ∂ ∂∂

∂∂

−+

= +

+

+

( , , )

() ( , , )

1

1

(VI-149)

onde FXMP,FXCC e FXMM correspondem aos termos entre chaves.

O fluxo na direção y é obtido de forma análoga e

( )( )( )

FYNMC BY DH DH C BY V

C BY v v v H H

n m n m n m

n m l n m l n m l n m n m

n m=+ − −

+ + +

− − −

− − − − + − −

−3 4

5 2

1 1 1 0

1 1 1 1 1 1 1

1( , ) () ( , ) ( , )

( , ) ( , , ) ( , , ) ( , , ) () ( , )

( , ) (VI-150)

( ) ( )( )( )

( )( )

FYCC

C BY DH DH C BY DH DH

C BY V C BY v v v H H

C BY V C BY v v v

H H

n m n m n m

l n m l n m n m

n m n m l n m l n m l n m

n m

n m

=

− + − + +

+ + + + −

− + +

+

− − −

− + +

− − − − − + −

3 3

4 5 2

4 5 2

1 1 1

0 1 1 1

1 0 1 1 1 1 1 1

1

1

() ( , ) () ( , ) () ( , )

() () ( , , ) () ( , , ) () ( , )

( , ) ( , ) ( , , ) ( , , ) ( , , )

() ( , )

()

( , )

(VI-151)

( )( )( )

FYNPC BY DH DH C BY V

C BY v v v H H

n m n m

l n m l n m n m

=+ − −

+ + +

+

− + +

3 4

5 2

1 0

1 1 1

() ( , ) ( , ) ()

() ( , , ) () ( , , ) () ( , )

() (VI-152)

Condições de contorno são necessárias para iniciar o processo de integração, que neste caso

parte do fundo para a superfície.

Os termos que envolvem fluxos verticais são tornados nulos (Gp = Gm = 0, definidos

anteriormente). É adicionado um termo (Fb) com unidade de temperatura por velocidade, que

contabiliza o fluxo de calor do fundo para a massa líquida. Isto considerado pode-se escrever a

equação VI-139 como

( ) ( )

( )

HHC C

SSC Gm C C

Dm C CF

Fb HH R t

lmax n m lmax n m lmax n m lmax n m lmax n m

lmax n m lmax n m

2 2

2

1

1

′ − + ′ + ′ + ′ −

′ − ′ = + +

( , , ) ( , , ) ( , , ) ( , , ) ( , , )

( , , ) ( , , ) . ∆ (VI-153)

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cxxvii

os termos divididos por 2 aparecem porque os estão relacionados com o volume da célula, que

junto ao fundo tem metade do volume das células interiores.

Multiplicando a eq. VI-153 por 2, e notando que tem apenas duas concentrações

desconhecidas, podemos reescrevê-la como uma relação de recursão com a forma

′ = + ′ −C GA GB Clmax n m lmax lmax lmax n m( , , ) ( ) ( ) ( , , )1 (VI-154)

onde [ ]( ){ }

( )GAF Fb HH R t

HH SS Gm Dmlmax( )

.=

+ +

+ + +

2

2

∆ (VI-154)

( )( )GB

Dm Gm

HH SS Gm Dmlmax( ) =−

+ + +2

2 (VI-155)

O termo advectivo (uv ) gerado no modo interno (definido anteriormente) aplicado ao fundo é

( )( )uv u u H Hb lmax n m lmax n m n m= + +− +. ( , , ) ( , , ) () ( , )25 1 1 (VI-156)

As condições de contorno no topo da coluna são análogas as do fundo, com uma meia célula

no topo com os fluxos tornados nulos (Gm = Dm = 0). Também é adicionado um fluxo (Fs) com

unidade de temperatura por velocidade de forma que a eq. VI-139 fica

( )[ ] ( )[ ]( )[ ]

′ + + − + ′ − − =

+ + +

C HH SS Dp Gp C Dp Gp

F Fs HH R t HHC

n m n m

n m

( , , ) ( , , )

( , , ).

1 2

1

2 2

2 ∆ (VI-157)

lembrando VI-143 que foi obtida via relação de recursão, podemos escrever a eq. VI-157 como

′ = + ′C GA GB Cn m n m( , , ) ( ) ( ) ( , , )2 2 2 1 (VI-158), eliminando o termo ′C n m( , , )2 chega-se a

[ ]( ) ( )[ ][ ]( )′ =

+ + + − − ++ + − − +

CF Fs HH R t HHC GA Gp Dp

HH SS Dp Gp GB Gp Dpn m

n m( , , )

( , , ) ( )

( )

.1

1 2

2

2 2

2

∆ (VI-159)

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cxxviii

IX. REFERÊNCIAS Allard, P., 1955: “Anomalies Dans les Températures de L'eaux de Mer Observées au Cabo Frio (Brésil)”. Bull. Inf. Com. Cent. Océanogr. Études Cotes 2, 58-63. Anderson, D. A., J. C. Tannehill & R. H. Pletcher., 1984: “Computational Fluid Mechanics and Heat Transfer”. McGraw-Hill Book Company, N. Y., 599 pp. Blumberg, A. F. & G. L. Mellor , 1983: “ Diagnostic and Prognostic Numerical Circulation Studies of the South Atlantic Bight”. J.G.R., 88(C8), 4579-4592. Blumberg,A. F. & G. L. Mellor,1987:“A Description of A Three-Dimensional Coastal Ocean Circulation Model”. In Three-Dimensional Coastal Ocean Models, vol 4. Edited by N. Heaps, American Geophysical Union. Brooks, D. A., 1994: “A Model Study of the Buoyancy-Driven Circulation in the Gulf of Maine”. J.P.O., 2, 2387-2412. Chapman, D. C., 1985: “Numerical Treatment of Cross-Shelf Open Boundaries in a Barotropic Cosatal Ocean Model”. J. P. O., 15, 1060-1075. Emílson, I., 1961: “The Shelf and Coastal Waters Off Southern Brazil”. Bolm Inst. Oceanogr., XI(2), 101-112. Fahrbach, E. & J. Meincke, 1979: “Some Observations on the Variability of the Cabo Frio Upwelling”. Coastal Upwelling Ecosystems Analysis Newsletter, 8(3), 13-18. Ferreira da Silva, L. C.,Medeiros de Albuquerque, C. A., Cavalheiro, W. W. & Passeri Hansen, C. M.,1984: Gabarito Tentativo Para as Massas de Água da Costa Sudeste Brasileira”. Separata dos Anais Hidrográficos da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha, Tomo XLI, 28 pp. Gamma de Almeida, E. & K. Tanaka, 1981: “ Acompanhamento de Fenômenos Oceanográficos da Costa Sul do Brasil por Sensoriamento Remoto à Distância Orbital”. Publicação do Instituto de Pesquisas Espaciais, 1975-RPE/280, 34 pp. Gill, A. E., 1982: “Atmosphere-Ocean Dynamics”.Academisc Press. Haney, R. L., 1991: “On the Pressure Gradient Force Over steep Topography in Sigma Coordinate Ocean Models”. J.P.O., 21, 610-619.

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