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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO- PR RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO NITROGÊNIO NO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA EM EXPERIMENTO DE LONGA DURAÇÃO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO FABIANO PACENTCHUK GUARAPUAVA-PR 2016

RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO-

PR

RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA

PRODUTIVIDADE AO NITROGÊNIO NO

SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-

PECUÁRIA EM EXPERIMENTO DE LONGA

DURAÇÃO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

FABIANO PACENTCHUK

GUARAPUAVA-PR

2016

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FABIANO PACENTCHUK

RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO NITROGÊNIO NO

SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA EM EXPERIMENTO

DE LONGA DURAÇÃO

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual do Centro-Oeste, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação

em Agronomia, área de concentração em

Produção Vegetal, para obtenção do título

de mestre.

Prof. Dr. Itacir Eloi Sandini

Orientador

GUARAPUAVA-PR

2016

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Catalogação na Publicação

Biblioteca Central da Unicentro, Campus Cedeteg

Pacentchuk, Fabiano

K18s Resposta do feijão de alta produtividade ao nitrogênio no sistema de integração

lavoura-pecuária em experimento de longa duração / Fabiano Pacentchuk. – –

Guarapuava, 2016.

xv, 61 f. : il. ; 28 cm

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste, Programa de

Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, 2016

Orientador: Itacir Eloi Sandini

Banca examinadora: Tangriani Simioni Assmann, Leandro Rampim

Bibliografia

1. Agronomia. 2. Produção vegetal. 3. Adubação nitrogenada. 4. Efeito residual

do nitrogênio. 5. Experimento de longa duração. 6. Sistemas integrados de produção

agropecuária. I. Título. II. Programa de Pós-Graduação em Agronomia.

CDD 630

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FABIANO PACENTCHUK

RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO NITROGÊNIO NO

SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA EM EXPERIMENTO

DE LONGA DURAÇÃO

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual do Centro-Oeste, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação

em Agronomia, área de concentração em

Produção Vegetal, para obtenção do título

de mestre.

GUARAPUAVA-PR

2016

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Aos meus pais, Maurizia e Jose Pacentchuk,

Exemplos de determinação e trabalho.

Ao meu irmão Fernando Pacentchuk

Dedico

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AGRADECIMENTOS

A DEUS pela vida, e por me rodear de pessoas capazes de influenciar

positivamente ela.

Ao grande amigo, mestre e orientador Profº. Dr. Itacir Eloi Sandini pelas

oportunidades, conselhos, confiança e por sempre preferir o exemplo à repreensão. A

Profº. Dra. Margarete Kimie Falbo, além de toda ajuda durante o curso, pelas

considerações na escrita deste trabalho.

A minha segunda família, os integrantes ativos e egressos do Grupo de Pesquisa

AgrisusBrasil – André Tkaczuk Freitas, Bruno Sbardelotto Deparis, Daniel Tonetta,

Diogo Davi Follmann, Erik Tacius Lange, Fabio Nascimento Lima, Guilherme

Zambonin, João Pedro, Juliano Burko, Katryell Iser Scopel, Leonardo Serpa Maciel,

Lucas Dal Santos, Marciela Rodrigues, Mauro, Murilo, Rafael Berezoski, Rafael

Martins Osternach (in memorian), Robert Schneiders, Roberto Marcondes Batista Neto,

Roni Clei Zanovello, Saullo e outros. Muitíssimo obrigado, pela paciência,

ensinamentos e cooperação.

Agradeço aos meus amigos e conselheiros de longa data Alex Natã Bazzanezi,

Jackson Huzar Novakowiski, Jaqueline Huzar Novakowiski, João Daniel Nerone Turok,

Valmiler Vidal (in memorian) – levo sempre comigo a vossa amizade.

Aos meus pais Jose e Maurizia Pacentchuk por abdicarem de seus sonhos para

que eu vivesse os meus. Exemplos de trabalho, honestidade e honra – o meu eterno

amor e gratidão.

Ao meu grande amigo, conselheiro, companheiro e futuro colega de profissão –

meu irmão Fernando Pacentchuk e minha (futura) cunhada Fernanda Rúbia Lima – meu

sincero agradecimento e admiração.

A Camila Nogueira – namorada e amiga, que soube, com seu jeito único de ser,

me acalmar e me apoiar na busca dos meus sonhos e conquistas – meu agradecimento e

carinho.

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Ao Prof. Dr. Juan Carlos Nóvoa Muñoz, Profº. Dr. José Eugenio López Periago,

Profº. Drª. Monserrat Bernárdez Míguez, Paula Perez, Isabel Rodríguez Salgado e aos

meus amigos de intercambio Leticia Pastore Mendonça, Renan Vidal Mina e demais,

que fizeram do meu período na Universidade de Vigo um grande aprendizado.

Ao Prof. Dr. Laércio Ricardo Sartor, pelas contribuições na realização das

análises estatísticas.

A Universidade Estadual do Centro-Oeste, ao Programa de Pós-Graduação em

Agronomia e ao Departamento de Agronomia – juntamente com todos os professores e

colaboradores – minha gratidão e respeito.

A CAPES pela concessão da bolsa.

MUITO OBRIGADO A TODOS E A TODAS!!

Não sou obrigado a vencer, mas tenho o dever de ser verdadeiro. Não sou obrigado

a ter sucesso, mas tenho o dever de corresponder à luz que tenho.

Abraham Lincoln

“Se você quer vencer, não fique olhando a

escada. Comece a subir, degrau por degrau, até chegar ao topo. Quando perder, não olhe para o que perdeu, e sim para o que ainda existe por ganhar. Use a sua imaginação, mas não para se assustar, e sim para se inspirar e alcançar o inimaginável. Se não sonhar, nunca encontrará o que existe além dos seus sonhos. Se não te esforças ao máximo, como saberás onde está o teu limite?”

Autor desconhecido

“So much to do so much to see … You'll never know if you don't go” Smash Mouth

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ......................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... xi

RESUMO ........................................................................................................... xiv

ABSTRACT ....................................................................................................... xv

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1

2. OBJETIVO ................................................................................................. 4

2.1 Geral ........................................................................................................... 4

2.2 Específicos .................................................................................................. 4

HIPÓTESE ........................................................................................................... 4

3. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 5

3.1 Uso do solo na região Sul do Brasil ............................................................ 5

3.2 Sistema de integração lavoura-pecuária (ILP): o estado da arte ................. 7

3.3 Integração lavoura-pecuária e sustentabilidade ........................................ 10

3.4 A cultura do feijão na ILP ........................................................................ 12

3.5 Nitrogênio na cultura do feijão e o seu ciclo no sistema ILP ................... 13

4. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 17

4.1 Caracterização do local e do campo experimental.................................... 17

4.2 Manejo do campo experimental ................................................................ 19

4.3 Delineamento experimental ...................................................................... 20

4.4 Variáveis analisadas .................................................................................. 20

4.5 Análises estatísticas .................................................................................. 21

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................. 23

5.1 Produtividade ............................................................................................ 23

5.2 Massa de mil grãos (MMG) ...................................................................... 34

5.3 Altura de planta ......................................................................................... 40

5.4 Altura de inserção do primeiro ramo produtivo ....................................... 44

5.5 Número de ramos produtivo por planta .................................................... 47

5.6 Número de vagens por plantas .................................................................. 50

5.7 Número de grãos por vagem ..................................................................... 52

6. CONCLUSÕES ........................................................................................ 54

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 55

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ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Áreas (mil ha) ocupadas pelas principais culturais anuais de verão e

inverno nos três estados da região Sul do Brasil, bem como porcentagem de uso da terra

por esses estados no inverno. Guarapuava, PR – 2016. ................................................... 5

Tabela 2. Manejo da área de estudo no período de 2006 a 2015. Guarapuava,

PR, 2016. ........................................................................................................................ 22

Tabela 3. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio de

produtividade para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13, 2014/15 e na

análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016. .................... 23

Tabela 4. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio de

massa de mil grãos para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13, 2014/15 e

análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016. .................... 34

Tabela 5. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão nos diferentes anos

estudados, na presença ou ausência de pastejo. Guarapuava – PR, 2016....................... 35

Tabela 6. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio de

altura de planta para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13, 2014/15 e análise

conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016. ................................ 40

Tabela 7. Altura de planta (cm) da cultura do feijão nos diferentes anos

estudados, na presença ou ausência de pastejo. Guarapuava – PR, 2016....................... 41

Tabela 8. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio de

altura de inserção do primeiro ramo reprodutivo para os anos de 2006/07, 2008/09,

2010/11, 2012/13, 2014/15 e na análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014).

Guarapuava, PR, 2016. ................................................................................................... 44

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Tabela 9. Altura de inserção do primeiro ramo reprodutivo (cm) da cultura do

feijão nos diferentes anos estudados, na presença ou ausência de pastejo. Guarapuava –

PR, 2016. ........................................................................................................................ 45

Tabela 10. Resumo da análise de variância com os valores do número de ramos

produtivos por planta para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13, 2014/15 e

na análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016. ............... 47

Tabela 11. Número de ramos produtivos por planta da cultura do feijão nos

diferentes anos estudados, na presença ou ausência de pastejo. Guarapuava – PR, 2016.

........................................................................................................................................ 47

Tabela 12. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio

do número de vagens por planta para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13,

2014/15 e na análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016.

........................................................................................................................................ 50

Tabela 13. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio

do número de grãos por vagem para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13,

2014/15 e na análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016.

........................................................................................................................................ 52

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xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial

acumulada por decêndios – de maio a abril, para as safras agrícolas de 2006/07,

2008/09, 2010/11 e 2012/13. Guarapuava, PR, 2016. .................................................... 18

Figura 2. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial

acumulada por decêndios – maio de 2014 a abril de 2015. Guarapuava, PR, 2016. ...... 19

Figura 3. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no inverno, ano de 2006/07. Guarapuava – PR, 2016. ......... 25

Figura 4. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07. Guarapuava – PR, 2016. ............ 26

Figura 5. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no inverno (N INV) e de doses crescentes de N aplicados no

verão (N VERÃO) no ano de 2008/09. Guarapuava – PR, 2016. .................................. 27

Figura 6. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no inverno (N INV) e de doses crescentes de N aplicados no

verão (N VERÃO) no ano de 2012/13. Guarapuava – PR, 2016. .................................. 29

Figura 7. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2014/15. Guarapuava – PR, 2016. ............ 31

Figura 8. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no inverno (N INV) e de doses crescentes de N aplicados no

verão (N VERÃO), na análise conjunta dos anos. Guarapuava – PR, 2016. ................. 31

Figura 9. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão na ausência e presença de pastejo, ano de 2014/15.

Guarapuava – PR, 2016. ................................................................................................. 35

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xii

Figura 10. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07. Guarapuava – PR, 2016. ............ 36

Figura 11. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2008/09. Guarapuava – PR, 2016. ............ 36

Figura 12. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2010/11. Guarapuava – PR, 2016. ............ 37

Figura 13. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão nas diferentes doses de

N de verão, em função de doses crescentes de N aplicadas no inverno, ano de 2012/13.

Guarapuava – PR, 2016. ................................................................................................. 38

Figura 14. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão, em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, na análise conjunta dos anos. Guarapuava – PR,

2016. ............................................................................................................................... 38

Figura 15. Altura de planta (cm) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13 e

2014/15. Guarapuava – PR, 2016. .................................................................................. 41

Figura 16. Altura de planta (cm) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, na análise conjunta dos anos. Guarapuava – PR,

2016. ............................................................................................................................... 42

Figura 17. Altura de inserção do primeiro ramo reprodutivo (cm) da cultura do

feijão em função de doses crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2008/09, 2014/15

e na análise conjunta dos anos. Guarapuava – PR, 2016. ............................................... 45

Figura 18. Número de ramos produtivos por planta (unidade) da cultura do

feijão em função de doses crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07, 2008/09,

2010/11 e 2012/13. Guarapuava – PR, 2016. ................................................................. 48

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xiii

Figura 19. Número de ramos produtivos por planta (unidade) da cultura do

feijão em função de doses crescentes de N aplicadas no verão, na análise conjunta dos

anos. Guarapuava – PR, 2016. ........................................................................................ 49

Figura 20. Número de vagens por planta (unidade) da cultura do feijão em

função de doses crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07, 2008/09, 2010/11

e 2012/13. Guarapuava – PR, 2016. ............................................................................... 51

Figura 21. Número de vagens por planta (unidade) da cultura do feijão em

função de doses crescentes de N aplicadas no verão, na análise conjunta dos anos.

Guarapuava – PR, 2016. ................................................................................................. 51

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xiv

RESUMO

Fabiano Pacentchuk: Resposta do feijão de alta produtividade ao nitrogênio no sistema

de integração lavoura-pecuária em experimento de longa duração.

A maioria das áreas da região Subtropical do Brasil permanece em pousio

durante o período de inverno, pois existem poucas alternativas viáveis para exploração

agropecuária neste período, o que favorece eventos de degradação do solo. Dentre as

alternativas, cita-se a integração lavoura-pecuária (ILP) que, com a produção de

pastagem e ovinos no inverno e a produção de feijão no verão, é uma opção que pode

solucionar os problemas ocasionados pelo pousio e tornar sustentáveis os sistemas de

produção agropecuários. O presente trabalho tem por objetivo verificar os efeitos em

longa duração do pastejo e de doses crescentes de nitrogênio, no pasto de inverno e na

cultura de lavoura, na produtividade e nos componentes de rendimento da cultura do

feijão em sistema de ILP. O experimento teve duração de cinco diferentes safras

agrícolas (2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13 e 2014/15). O delineamento

experimental foi de parcelas sub-subdivididas com três repetições. Na parcela principal

quatro doses de N no inverno (0, 75, 150 e 225 kg ha-1

), na subparcela a presença ou

ausência de pastejo e na subsubparcela as doses de N no verão (0, 60, 120, 180 e 240 kg

ha-1

) aplicadas em cobertura na cultura do feijão, a fonte de N utilizada foi ureia (45%

de N). Foi observado que o pastejo não influenciou a produtividade de grãos,

desmitificando que este traria prejuízos ao sistema. Verificou-se ao longo das safras que

o N aplicado no período de inverno influenciou na produtividade da cultura do feijão em

sucessão, o que evidencia o efeito residual do nitrogênio. Observou-se também que à

medida que se aumenta as doses de N aplicado na cultura do feijão, diminui o efeito

residual do N que foi aplicado no pasto de inverno, sendo muitas vezes eliminado nas

maiores doses estudadas. Os componentes de rendimento estudados foram influenciados

positivamente pelas doses de N aplicadas no verão. Na análise conjunta de cinco safras,

foi verificado que a expressão de maior produtividade para a cultura de feijão foi para

aplicação de 139 kg ha-1

de N na cultura de inverno combinada com o uso de 159 kg ha-1

de N no verão.

Palavras-chave: adubação nitrogenada, efeito residual do nitrogênio,

experimento de longa duração, sistemas integrados de produção agropecuária.

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ABSTRACT

Fabiano Pacentchuk: Response of high-yield bean crop to nitrogen in crop-livestock

integration system in long-term experiment.

Most areas of Brazil Subtropical region remains fallow during the winter period, as

there are few viable alternatives to agricultural exploration in this period, which favors

soil degradation events. Among the alternatives, cites to integrated crop-livestock (ICL)

that with the production of pasture and sheep in winter and bean production in the

summer, is an option that can solve the problems caused by fallow and make sustainable

systems of agricultural production. This study aims to determine the long-term effects

of grazing and increasing doses of nitrogen applied in winter pasture and bean crops, on

yield and yield components of bean crop in the ICL system. The experiment lasted five

different growing seasons (2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13 and 2014/15). The

experimental design was split split plot with three replications. In the main plot four

doses of N in winter (0, 75, 150 and 225 kg ha-1

), in the subplot the presence or absence

of grazing and split split plot doses of N in the summer (0, 60, 120, 180 and 240 kg ha-1

)

applied to cover the bean crop, the source of N used was urea (45% N). It was observed

that grazing did not affect grain yield, demystifying this would damage the system. It

was found along the crops that the N applied in the winter period influenced

significantly the bean crop productivity in succession, which shows the residual effect

of nitrogen. It is also noted that, while it increases the N levels applied to bean plants,

reduces the residual effect of N was applied on the winter grass, is often deleted in

higher doses studied. The yield components studied were positively influenced by N

doses in the summer. In the pooled analysis of five growing seasons, it was found that

the expression of increased productivity for the bean crop was for application of 139 kg

ha-1

of N in the winter culture combined with the use of 159 kg ha-1

of N in the summer.

Keywords: integrated systems of agricultural production, long-term experiment,

nitrogen fertilization, residual effect of nitrogen.

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1

1. INTRODUÇÃO

A Região Sul do Brasil apresenta como característica alta densidade

populacional, clima subtropical, com as estações bem definidas e é onde está localizada

a atividade agropecuária e florestal mais desenvolvida do país (MANZATTO et al.,

2002).

Mesmo com características favoráveis para a produção agropecuária, no período

de inverno há carência de culturas economicamente viáveis, devido principalmente à

baixa rentabilidade dos cereais de inverno (BALBINOT et al., 2012). Dados da Conab

(2016) demonstram que a região Sul utiliza apenas 32% das suas áreas utilizadas para

agricultura no verão, no período de inverno, sendo que o restante fica em pousio.

Essa situação pode aumentar a erosão e a infestação de plantas daninhas, além

de não haver geração de renda nesse período. Todavia, ao observar a realidade da região

Sul do Brasil, nota-se que é possível intensificar a produção a fim de otimizar a

utilização das áreas, principalmente no período de inverno (BALBINOT et al., 2012).

Uma das maneiras de intensificar a produção dessa região é por meio da ILP

(integração lavoura-pecuária), que se caracteriza pela alternância entre a produção de

grãos e pastejo de animais em uma mesma área, o que permite a diversificação da

produção, indução de rotação de culturas e ciclagem de nutrientes (KUNZ et al., 2013),

com o propósito de conciliar o máximo rendimento da área com o componente animal e

grãos dentro de uma mesma área e/ou em um mesmo ano agrícola (SANDINI et al.,

2011).

É importante considerar que, a integração dos sistemas de produção de grãos e

pecuária desponta como uma das opções viáveis para mitigar os efeitos negativos ao

meio ambiente ocasionados pela produção agropecuária (FERNANDES et al., 2014),

como por exemplo, emissões de gases de efeito estufa, erosão e perda de fertilidade dos

solos, assoreamento dos cursos de água e consequentemente poluição da água

(MORAES et al., 2014).

Na região Sul a ILP é caracterizada principalmente pela produção pecuária no

inverno e a produção de grãos no verão. Para que se obtenha sucesso neste sistema, é de

suma importância considerar o genótipo animal e a escolha do material forrageiro,

associada ao correto manejo da propriedade, e assim fazer um adequado manejo da

fertilidade do solo, uso de rotação de culturas, bem como a utilização de plantio direto

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2

na palha e, desta forma priorizando a obtenção de elevados rendimentos tanto no

componente vegetal como no animal.

Outro ponto a ser considerado neste sistema, é a nutrição adequada da forragem,

visto que isso permite o uso de alta carga animal e consequentemente elevada produção

de carne. Dentre os nutrientes, destaca-se o nitrogênio. Este nutriente além de

influenciar a cultura no inverno com o aumento da produção forrageira pode influenciar

também a cultura de verão.

Quando se verifica influência positiva do N aplicado no inverno, na cultura de

lavoura, denomina-se este efeito de efeito residual do N. Segundo Follmann (2015), o

nitrogênio apresenta efeito residual para a cultura de verão quando aplicado em

pastagem de azevém no sistema de integração lavoura-pecuária.

Para o período de verão, com o objetivo de explorar o máximo potencial de

transformação da forragem em carne, fazem-se necessárias culturas que permitam o

retardo na retirada dos animais e a antecipação da implantação da pastagem, portanto as

culturas mais indicadas seriam feijão ou soja. É importante elucidar que o uso de apenas

leguminosas, devido ao baixo aporte de matéria seca ao solo, poderia levar a degradação

do solo.

Assim sendo outras culturas, como a cultura do milho, muito embora apresentem

ciclo longo quando comparado à soja e/ou feijão, são importantes para o sistema de ILP.

A importância dessas culturas se dá em função da necessidade de um sistema bem

fundamentado de rotação de culturas, pois assim, o sistema contará com uma espécie

com diferente requerimento nutricional, sistema radicular mais agressivo, um maior

aporte de matéria seca ao solo além de quebrar ciclos de pragas e doenças.

Ao pensar em aumentar o tempo de pastejo, a cultura do feijão é uma alternativa

interessante para estabelecimento dentro deste sistema, devido seu ciclo curto e

flexibilidade de época de plantio (REICHERT, 2012).

Vários fatores interferem na produtividade da cultura do feijão, entre elas a

nutrição mineral, com destaque ao nitrogênio, em virtude do sistema radicular

superficial e ciclo curto (CUNHA et al., 2011).

No que tange a nutrição mineral da cultura, a produtividade da cultura do feijão

não é influenciada apenas pela dose de N aplicada no verão (em cobertura), mas

também pelo N aplicado no inverno nas pastagens e com carga animal adequada. Logo,

antes de tomar a decisão da dose de N a ser aplicada na cultura do feijão, deve ser

observada a dose de N aplicada na pastagem.

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Assim, a combinação do uso da cultura do feijão, como cultura sucessora, com o

emprego de nitrogênio na pastagem e a prática do pastejo com ovinos de corte pode

proporcionar uma alta produtividade animal e vegetal no sistema de integração lavoura-

pecuária (SANDINI, 2009).

Segundo Follmann (2015) há efeito residual do N aplicado nas pastagens,

portanto é necessário levar em consideração a dose de N aplicado no inverno, antes de

decidir quanto aplicar na cultura de verão. É oportuno analisar a relação entre a

quantidade de N aplicado no inverno e no verão seja a chave para maximizar a

produtividade do sistema ILP, diminuindo os custos de produção e os danos ao

ambiente.

Mesmo diante da importância da ILP, segundo Moraes et al. (2014), do ponto de

vista científico, poucos são os grupos de pesquisa que têm gerado dados sobre ILP em

estudos de longo prazo. Estes mesmos autores consideram que um dos maiores desafios

da pesquisa em ILP é manter, em longo prazo, protocolos experimentais de modo a que

a extensão dos efeitos pode ser detectada. Desta forma, a realização de experimentos de

longa duração, que envolvam diferentes ciclos climáticos, é fundamental para a

construção do conhecimento acerca da ILP na região Sul do Brasil.

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2. OBJETIVO

2.1 Geral

Estudar os efeitos, em longo prazo, do pastejo e de doses crescentes de N no

pasto de inverno e na cultura de lavoura, na produtividade e nos componentes de

produtividade da cultura do feijão em sistema de ILP.

2.2 Específicos

- Avaliar a produtividade e os componentes de produtividade da cultura do

feijão no sistema de integração lavoura-pecuária (feijão/milho - ovinos de

corte) sob efeito das doses de N aplicadas na pastagem (inverno) e doses de

N aplicados no feijão (verão) durante cinco diferentes safras agrícolas;

- Identificar as melhores combinações de doses de nitrogênio no inverno e no

verão que possibilitem a máxima eficiência técnica da produtividade da

cultura do feijão;

- Identificar em função da dose de máxima eficiência técnica de inverno, a

melhor dose econômica a ser aplicada na cultura do feijão.

HIPÓTESE

O uso do nitrogênio na pastagem aumenta a produção de forragem e a

produção animal no período de inverno. O N aplicado na pastagem influenciaria

positivamente na cultura subsequente, esse efeito residual poderia permitir uma

redução na dose de N aplicado no verão sem comprometer a produtividade da

cultura do feijão.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Uso do solo na região Sul do Brasil

Com extensão geográfica de 577.723 km2, a região Sul é a menor das regiões

brasileiras. Apresenta como característica alta densidade populacional, clima subtropical

e com as estações bem definidas e é onde está localizada a atividade agropecuária e

florestal mais desenvolvida do país. Os solos desta região são originados de rochas

básicas e de sedimentos diversos e se encontram distribuídos em uma paisagem com

relevo diversificado e solos predominantemente férteis com elevado potencial

agrosilvipastoril (MANZATTO et al., 2002).

Mesmo com características favoráveis para a produção agropecuária, Balbinot et

al. (2012) discorreram que no período de maio a setembro (caracterizado como período

de inverno) há carência de culturas economicamente viáveis, especialmente em

pequenas propriedades rurais. Isso pode ser explicado pela baixa rentabilidade dos

cereais de inverno (trigo, aveia, etc) e a ausência de alternativas nessa época do ano

(ANDREOLLA, 2010).

É importante destacar ainda que, culturas como aveia e azevém, quando

utilizadas são vistas de maneira marginal, sendo que não recebem os devidos tratos

culturais, principalmente referentes ao controle de pragas e doenças e de nutrição das

plantas.

O fato acima citado é reforçado pelos dados da Conab (2016), apresentado na

Tabela 1. Verifica-se que dos 14,97 milhões de hectares utilizados para cultivos de

verão na região Sul, apenas 32% (4,79 milhões de ha) são utilizados por cultivos no

inverno.

Tabela 1. Áreas (mil ha) ocupadas pelas principais culturais anuais de verão e

inverno nos três estados da região Sul do Brasil, bem como porcentagem de uso da terra

por esses estados no inverno. Guarapuava, PR – 2016.

Estados Verão Inverno % uso inverno

PR 6.283,8 3.552,0 56,5

SC 1.215,9 68,4 5,6

RS 7.474,4 1.171,4 15,7

SUL 14.974,1 4.791,8 32,0

Fonte: Conab 2016.

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Santa Catarina é o estado que menos utiliza às áreas, de cultivos de verão, no

inverno, pois usa apenas 5,6% (68,4 mil ha). O estado do Rio Grande do Sul vem logo

em seguida, com 15,7% (1,17 milhões de ha) para produção no inverno. O estado do

Paraná, dos 6,28 milhões de hectares utilizados com culturas de verão, somente 56,5%

(3,55 milhões de ha) são utilizadas no inverno, pois ainda sobram mais de 2,73 milhões

de hectares que poderiam ser utilizados e que estão em pousio, ou sem um uso

agronômico ou produtivo.

As poucas áreas utilizadas nessa região no período de inverno são destinadas

essencialmente ao cultivo de trigo e cevada. Todavia, essas culturas apresentam uma

série de problemas, a saber, risco com geadas no florescimento, chuvas na colheita,

problema com doenças – giberela e/ou manchas foliares, além de problemas

mercadológicos que dificultam a comercialização destes grãos. Assim, o produtor rural,

não pode ficar a mercê dos problemas que assolam estes cultivos.

Tratando-se especificamente da cultura do trigo, sabe-se que este cereal

representou 29% da produção mundial de cereais em 2015, além disso, o trigo é

considerado o principal componente da dieta alimentar na maioria dos países. Desta

forma, o volume deste cereal no mundo é, via de regra, sempre alto.

Logo, num cenário onde a oferta é alta a tendência natural e lógica é que ocorra

uma diminuição nos preços. Assim, alguns países possuem vantagens competitivas para

a produção deste cereal. Este fato é visível no Brasil, uma vez que apesar de aquém da

autossuficiência, o trigo nacional tem se mostrado de pouca liquidez para o produtor,

muito em virtude de a produção nacional estar fortemente localizada no sul do Brasil e

ter forte concorrência do trigo proveniente do MERCOSUL (CAMPONOGARA et al.,

2015).

Deste modo, Brum et al. (2008) ponderam que a triticultura nacional está

ameaçada e dificilmente alcançará a autossuficiência, pois os produtores brasileiros não

possuem vantagens comparativas e competitivas suficientes, particularmente em relação

aos produtores argentinos. Relataram ainda que, a comercialização ainda é muito difícil

com a presença de produto importado em condições de juros e prazos concessionais.

Neste contexto, questiona-se, se a produção de trigo deveria ser deixada para alguns

países, que visivelmente, apresentam melhor vantagem competitiva, este

questionamento é respaldado por (BRUM et al., 2008).

É importante analisar que, o pousio, por uma série de fatores não é uma boa

opção. De acordo com Balbinot et al. (2012), essa situação pode aumentar a erosão e a

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infestação de plantas daninhas, além de não haver geração de renda nesse período. E,

reflete em menor incorporação de carbono orgânico no sistema, o que contribui para a

ocorrência de erosão e degradação física, química e biológica do solo ao longo dos anos,

especialmente em situações de baixa cobertura do solo pela vegetação espontânea

(BALBINOT et al., 2009). Ao observar a realidade da região Sul do Brasil, nota-se que

é possível intensificar a produção a fim de otimizar a utilização das áreas,

principalmente no período de inverno.

Não obstante, o mundo vive um grande paradoxo, aumentar a produção de

mantimentos para alimentar a crescente população mundial e ao mesmo tempo proteger

o ambiente. Deste modo, sistemas de produção agrícola que abasteçam a população com

alimentos, fibras e energia, sem comprometer a perspectiva de apoio e da sobrevivência

das gerações futuras, é um enorme desafio para a humanidade (TIRLONI et al., 2012).

Para Costa et al. (2014) a concepção de sistemas de produção de alimentos que

abastecem a demanda da população mundial em crescimento e que mantenham os ciclos

biogeoquímicos para apoiar os ecossistemas da Terra é talvez o maior desafio

enfrentado pela humanidade, o que torna necessária a busca por alternativas para uma

produção mais intensiva e menos nociva ao meio.

Ante o fato supracitado, a integração lavoura-pecuária (ILP) é uma das

estratégias mais promissoras para desenvolver sistemas de produção menos intensivos

no uso de insumos e, por sua vez, mais sustentáveis no tempo (REICHERT, 2012).

3.2 Sistema de integração lavoura-pecuária (ILP): o estado da arte

Muito embora o sistema de ILP seja considerado um sistema inovador, e talvez o

seja, na Europa desde a idade média são conhecidas várias formas de cultivos

associados entre culturas anuais e culturas perenes. Também, vários escritores romanos

do século I d.C. como Caio Plínio e Lucius Junius Moderatus fazem referências aos

sistemas integrados (BALBINO et al., 2013). De acordo com Follmann (2015) a ILP

como conceito tecnológico é tão antiga quanto à domesticação dos animais e das

plantas. Ainda, segundo Carvalho et al. (2010), a ILP é um conceito reemergente e

existe desde a domesticação de plantas e animais, há evidência de que sistemas

integrados de lavoura-pecuária eram usados no período Neolítico.

No Brasil, o sistema de ILP se expandiu, sobretudo, em solos das regiões dos

Planaltos do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, em que as condições

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são menos favoráveis para a compactação do solo, por se tratar de áreas em sistema de

plantio direto (SPD), consolidado pelo longo tempo de adoção (CONTE et al., 2011).

A ILP, que tem como grande objetivo a mudança do sistema de uso da terra,

fundamenta-se na integração dos componentes do sistema produtivo, visando atingir

patamares cada vez mais elevados de qualidade do produto, qualidade ambiental e

competitividade (KAMINSKI, 2013).

O conceito de ILP, segundo Andreolla (2010) é um sistema planejado de

utilização racional do solo, em que participam plantas e animais, com vantagens para

ambos, buscando conciliar a melhor resposta do animal por unidade de área, com alta

produtividade de grãos no verão, avaliando-se a carga animal praticada, doses de

fertilização nitrogenada, a influência do pastejo e época de retirada dos animais da

pastagem.

Este sistema se caracteriza pela alternância entre a produção de grãos e pastejo

de animais numa mesma área, o que permite diversificação da produção, indução de

rotação de culturas e ciclagem de nutrientes (KUNZ et al., 2013). Já Moraes et al.

(2014), pontuaram que são sistemas que envolvem interações espaciais e temporais em

diferentes escalas com animais e exploração de culturas dentro da mesma área,

simultaneamente ou desconexa e em rotação ou sucessão planejada.

Para Moreira et al. (2012), o sistema de integração lavoura-pecuária relaciona

diversos fatores biológicos, econômicos e sociais, alternando em um mesmo ano e numa

mesma área o cultivo de forrageiras anuais ou perenes a serem utilizadas para a

produção de carne e, ou, leite com culturas destinadas à produção de grãos.

A integração lavoura-pecuária é um sistema de produção que possui como um

dos principais preceitos a diversificação planejada das atividades agrícolas e pecuárias

dentro da propriedade rural. Desse planejamento, espera-se incremento da qualidade do

solo em razão da melhoria de suas propriedades químicas, físicas e biológicas

(MOREIRA et al., 2014). Para Sandini et al. (2011), o sistema ILP visa conciliar o

máximo rendimento animal e de grãos dentro de uma mesma área em um mesmo ano

agrícola.

De acordo com Reichert (2012), este sistema possibilita que a área seja melhor

explorada durante todo o ano, o que favorece o aumento da oferta de grãos, de carne e

de leite, a um custo mais baixo, em virtude do sinergismo entre lavoura e pastagem.

Macedo (2009) entende que ILP é um sistema de produção de grãos e de

produção animal que interagem e se completam em aspectos, do manejo, da fertilidade,

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da física e da biologia do solo, aumentado à renda dos produtores e trazendo progresso

social ao campo.

Em função da região do Brasil, o sistema de ILP é adotado com diferentes

vieses, ora como recuperação de pastagens, ora como um sistema para intensificar a

produção e melhorar a sustentabilidade do sistema.

Tratando-se da região Sul do Brasil, a ILP apresenta-se fundamentalmente como

uma alternativa para o uso das terras no inverno com um menor risco econômico, haja

vista que, culturas de inverno, como o trigo, já não são mais rentáveis como outrora.

Além do mais, a insegurança climática e econômica que envolve a produção de cereais

de inverno é um desmotivador para o cultivo destes.

Entretanto, a ILP mesmo demonstrando uma série de benefícios, ainda enfrenta

forte oposição. De acordo com Lunardi et al. (2008), a adoção do sistema de integração

lavoura-pecuária pelos produtores geram, em muitos casos, desconfianças quanto à

conveniência desta tecnologia, quiçá o grande dilema seja: como colocar animais em

áreas destinadas e preparadas para a agricultura.

Segundo Conte et al. (2011), o pisoteio animal pode levar à sua degradação

física, como ocorreu quando se utilizava o preparo intenso do solo. O pastejo, quando

mal conduzido, pode agravar o processo de compactação do solo. Porém, os animais em

pastejo são um componente essencial das pastagens e seus efeitos no ecossistema

podem incluir transformação de formas de nutrientes, de taxas de ciclagem e de

disponibilidade de nutrientes, decorrentes de respostas das plantas ao pastejo e à

ciclagem de nitrogênio (ANDREOLLA, 2010).

Segundo Lunardi et al. (2008), com o manejo adequado do processo de pastejo

nos sistemas integrados (respeitar a altura de entrada e saída dos animais da pastagem,

carga animal, entre outros), não há comprometimento da produtividade das culturas

semeadas em sucessão à pastagem. Ainda, a presença de animais sobre áreas agrícolas,

se bem manejados, se torna pouco impactante, pois os atributos de solo que poderiam

ser afetados já foram afetados pelo trânsito de maquinários (CONTE et al., 2011).

Além do mais, de acordo com Sandini (2009), o pastejo cumpre importante

papel na reciclagem do nitrogênio, além de proporcionar oportunidade de renda

adicional dada pelo produto animal. Para Bortolini et al. (2013), o manejo adequado do

componente animal faz-se necessário, para que não ocorram problemas de degradação

do solo.

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No que tange o componente animal, a escolha do genótipo é fundamental para o

sucesso do sistema. É importante considerar que o genótipo seja melhorado e que

propicie adequados índices zootécnicos, para que no período de inverno, de igual forma

no verão, altas produtividades possam ser alcançadas.

Porém, tão importante quanto o componente animal é o componente vegetal, ou

seja, a cultura de verão. Segundo Sandini (2009), ao definirmos as culturas que serão

utilizadas no planejamento de um sistema de cultivo, seja ele integrado ou não, deve-se

conciliar questões técnicas com econômicas.

Assim sendo, a escolha da cultura de lavoura a ser semeada deverá respeitar,

dentre outras coisas, o período de ocupação da pastagem, a fim de maximizar o período

de pastejo, bem como a colheita desta cultura deverá ser numa época que permita a

semeadura da pastagem de inverno em época adequada. Vislumbra-se uma cultura de

lavoura que permita o retardamento da retirada dos animais e a antecipação da

semeadura da pastagem e, diante dessas características a culturas mais indicadas seriam

feijão ou soja. Todavia, a fim de proteger a sustentabilidade do sistema, deve se utilizar

culturas como o milho para favorecer a rotação de culturas.

Devido às características da cultura do feijão, especialmente seu ciclo curto e

flexibilidade de época de plantio, pode ser uma alternativa interessante para

estabelecimento dentro deste sistema (REICHERT, 2012).

3.3 Integração lavoura-pecuária e sustentabilidade

A agenda política mundial foi revista e se direcionou para questões ambientais,

mais especificamente para os impactos gerados por atividades antrópicas ao meio

ambiente e as consequências deste processo na sustentabilidade econômica, social e

ambiental da população mundial (FERNANDES et al., 2014). O aumento na

concentração na atmosfera dos principais Gases de Efeito Estufa (GEE), principalmente,

dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) se intensificou nas

últimas décadas, despertando grande preocupação das autoridades e da população em

geral (PIVA, 2012).

A agropecuária não está alheia a isso, logo, deverá se adaptar rapidamente, a fim

de aumentar a quantidade de alimentos produzida, para suprir a necessidade da

crescente população mundial e ainda preservar os recursos naturais.

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Desta forma, a integração dos sistemas de produção de grãos e pecuária desponta

como uma das opções viáveis para mitigar os efeitos negativos ao meio ambiente

ocasionados pela produção agropecuária (FERNANDES et al., 2014). Muitos estudos

confirmaram que sistemas integrados tendem a ser mais sustentáveis, pois usam menos

energia por unidade de área e têm maior eficiência do que qualquer cultura

especializada ou pecuária (CARVALHO et al., 2010). A integração lavoura-pecuária

aparece como uma das estratégias mais promissoras para desenvolver sistemas de

produção menos intensivos no uso de insumos e, por sua vez, mais sustentáveis no

tempo (ASSMANN et al., 2003).

Segundo Piva (2012), os sistemas agrícolas podem exercer papel fundamental na

mitigação dos GEE pela sua ação direta no balanço líquido entre as emissões e as

remoções do solo, principalmente os sistemas integrados, por possuírem maiores

aportes de resíduos e, consequentemente, de C principalmente nas raízes, atuando como

dreno dos GEE. Segundo este mesmo autor, sistemas integrados de produção (ILP)

mesmo num curto tempo de implantação, se corretamente manejados, possuem

capacidade em acumular C, comparado a um sistema exclusivo de lavoura, esse

acúmulo ocorre essencialmente em profundidade, devido principalmente à contribuição

do sistema radicular das pastagens e das culturas de verão.

Dentre as vantagens da ILP está a capacidade de aumentar e armazenar C no

solo e na biomassa vegetal das pastagens e das árvores, podendo com isso ser uma

estratégia para melhorar os estoques de C e de N, refletindo em maiores taxas de

sequestro de C (SALTON, 2005).

Também, vale ressaltar que no sistema de ILP a pastagem recebe adubação

nitrogenada, esta terá consequentemente maior produtividade, o que irá implicar num

aumento na capacidade de carga animal, ou seja, haverá mais animais numa mesma

área. Além disso, esses animais permanecerão por um período de tempo menor, em

comparação, com as pastagens não fertilizadas, ou seja, os animais terão um menor

tempo desde o nascimento até o abate, em outras palavras a quantidade de gases de

efeito estufa emitida para produzir a mesma quantidade de carne será menor.

De certo modo, mesmo o N sendo oriundo de processos que necessitem

combustíveis fósseis para sua fixação industrial, este elemento, quando utilizado em

quantidades adequadas, contribui para que ocorra aumento na produtividade e

diminuição nos efeitos danosos ao ambiente, ou seja, aumento na sustentabilidade.

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3.4 A cultura do feijão na ILP

O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é uma das principais fontes de alimento da

população brasileira além de compor os sistemas agrícolas de produção de grãos na

região Centro-Sul do Brasil (SORATTO et al., 2015). Esta cultura tem especial

importância para a agricultura brasileira, por sua relevância na dieta da população, e,

por ser o país um dos maiores consumidores de feijão do mundo (BARBOSA et al.,

2010).

A temperatura média ideal para o desenvolvimento da cultura varia de 18 a

24ºC, durante o dia e de 15 a 21°C, durante a noite. Sob temperaturas elevadas,

próximas de 35ºC, ocorre à abscisão órgãos reprodutivos (PEREIRA, et al 2014).

Durante o ciclo da cultura do feijão comum, estima-se que são necessários cerca de 300

a 400mm de chuvas, bem distribuídas, sobretudo durante as fases de germinação,

florescimento, formação e enchimento de vagens.

Em termos de exigência nutricional o nutriente mais exigido para a cultura é o

nitrogênio, de acordo com (Malavolta & Lima Filho, 1997) para atingir uma

produtividade de 1.500 kg ha-1

de grãos, são necessários 101 kg ha-1

de N, logo, para

cada 1.000 kg ha-1

de feijão, faz-se necessário aproximadamente 67 kg ha-1

de N.

O feijão é uma cultura que pode contribuir significativamente para aumentar o

período de ocupação da pastagem tanto pelo retardamento da retirada dos animais,

como pela possibilidade de antecipação do plantio da pastagem no ano seguinte,

proporcionando maior tempo de utilização da pastagem (SANDINI, 2009;

ANDREOLLA et al., 2014).

Para a região de Guarapuava - PR, o feijão pode ser semeado entre os dias 11 de

setembro e 30 de novembro (primeira safra), considerando um ciclo médio de

aproximadamente 90 dias, seria colhida entre meados de fevereiro até o início de março,

e considerando o tempo entre a implantação da forragem e o início do pastejo em 45

dias, em meados de maio a pastagem já esta pronta para ser pastejada. Para a segunda

safra de feijão, a semeadura se daria entre os dias 01 de dezembro até 31 de janeiro,

logo, o inicio do pastejo aconteceria até meados de junho.

Ainda que apresente uma série de benefícios para a ILP, é muito importante que

altas produtividades sejam alcançadas por essa cultura, a fim de viabilizar seu cultivo.

Neste contexto, são muitos os fatores que influenciam a produtividade da cultura do

feijão dentre eles destacam-se: o uso de métodos culturais inadequados, pragas e

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doenças, baixa fertilidade dos solos, nutrição das plantas e o uso de sementes de baixa

qualidade (BARBOSA et al., 2010).

Tratando-se de nutrição das plantas, o feijão é uma planta extremamente

exigente em nutrientes, principalmente em relação ao nitrogênio, sendo este de maior

absorção e extração pela cultura (ALVAREZ et al., 2005). Para Cunha et al. (2011) que

tal exigência é decorrência do sistema radicular superficial e ciclo curto, e, dentre os

nutrientes, o nitrogênio é absorvido em quantidade mais elevada.

3.5 Nitrogênio na cultura do feijão e o seu ciclo no sistema ILP

As formas que o N pode ser fornecido para a cultura do feijão (entrada no

sistema) são via Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), entretanto, sabe-se que esta

não é totalmente eficiente e ainda necessita de uma relação muito íntima entre estirpe e

genótipo, N do solo (matéria orgânica) e aplicação de N mineral, sendo esta última

talvez a mais usual e eficiente.

Tratando-se de um sistema em equilíbrio, considera-se que as entradas de N no

sistema são iguais as perdas, o que em termos práticos não ocorre. Por ser um nutriente

dinâmico no solo, o N está sujeito às perdas por lixiviação, volatilização, imobililização,

nitrificação, desnitrificação e mineralização, e para aumentar sua eficiência é importante

considerar condições meteorológicas e de solo (RAMBO et al., 2004).

O N fixado biologicamente ou industrialmente, como NH3, pode assumir dois

caminhos distintos, a mineralização ou imobilização. Mineralização do nitrogênio é

entendida como a conversão do N orgânico na sua forma inorgânica. Também pode ser

considerada como sinônimo de amonificação, uma vez que o primeiro produto desta

transformação é o NH4+.

O processo contrário a mineralização é denominado de imobilização, ou seja, a

transformação do N inorgânico para N orgânico, o que ocorre também por intermédio

de microrganismos.

A velocidade com que o N orgânico é transformado em N inorgânico é

denominado de taxa de mineralização e está intimamente ligada a relação C/N

(Carbono/Nitrogênio) sendo que, quanto mais C e menos N tiver o material/resíduo

menor será a velocidade de mineralização. Dentre os fatores que influenciam a

mineralização do N de resíduos orgânicos adicionados ao solo, estão o teor de N, a

relação C/N, a biodegradabilidade, etc (MANTOVANI et al., 2006).

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Todavia, o NH4+ fica por um curto período de tempo no solo, pois por

intermédio de microrganismos nitrificantes o amônio sofre rápida oxidação sendo

transformado em NO3-, num processo conhecido como nitrificação (NORTON, 2000).

O processo de nitrificação está diretamente relacionado com fatores como acidez do

solo, aeração, umidade, temperatura, etc.

A disponibilidade, localização e formas de N encontrados no perfil do solo

podem variar devido às mudanças nas taxas de amonificação, nitrificação e

desnitrificação, bem como nas características do NH4+ e NO3

- (MILLER et al., 2005).

O ânion NO3- é a forma preferida de N para ser absorvida pela maioria das

plantas (POLETTO et al., 2008). Segundo Yamada et al. (2000), a forma mais

absorvida pelas raízes das plantas é o nitrato, devido à presença de bactérias

nitrificadoras no solo (Nitrossomonas e Nitrobacter) que transformam rapidamente o

amônio a nitrato, deixando este último em maior quantidade no solo.

Porém, o maior problema é que o nitrato é pouco retido pelos coloides do solo,

em parte pela escassa energia com que se associa nas partículas coloidais e pela sua alta

solubilidade em água (CERETTA et al., 2002).

Uma vez transformado em NO3-, o N pode assumir três distintos caminhos, a

saber: assimilação (pelas plantas), volatilização ou lixiviação. Nessa etapa ocorre um

processo denominado de desnitrificação, ou seja, uma redução microbiana do nitrato,

passando de NO3-, para NO2

-, depois para N2O e finalmente para N2, sendo as três

últimas, formas voláteis e estão passíveis de perdas para atmosfera por volatização.

Tratando-se da volatilização são três as possíveis reações, sendo: perda biológica

da amônia (volatilização do NH3 livre), decomposição química do nitrito (reação com a

matéria orgânica) e desnitrificação (já discutido anteriormente), sendo esta última a

mais importante reação de volatilização e consequentemente, perda de N para a

atmosfera.

As perdas (devido à volatilização) aumentam em função de condições

ambientais, tais como alta temperatura e umidade do solo (MATTOS JUNIOR et al.,

2002). Ainda que os trabalhos de pesquisa não mostrem com clareza qual é a

temperatura que favorece a volatização, sabe-se que são as altas temperaturas (acima de

25ºC) que favorecem este fenômeno. Desta forma, especula-se que em ambientes que as

temperaturas ficam próximas aos 25ºC (sul do Brasil – clima subtropical), a perda de N

pela volatilização seja pequena ou inexistente.

Page 31: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

15

Além das perdas para a atmosfera o N pode ser perdido no solo, por meio da

lixiviação do NO3-. Por ser repelido pelas partículas do solo, que geralmente apresentam

carga elétrica líquida negativa, esse ânion permanece livre na solução (DYNIA et al.,

2006). Uma vez livre na solução no solo, este pode ser carreado para as camadas mais

profundas, e posteriormente perdido. Entretanto, se sempre há plantas ocupando o solo

(como no sistema ILP), o N que se desprende das cargas do solo, rapidamente será

absorvido pelas plantas, diminuindo assim com as perdas por lixiviação.

Uma vez absorvido pelas plantas o N participa de uma série de reações e

moléculas, as quais são vitais para o pleno desenvolvimento e produção das plantas. O

N é componente primordial dos ácidos nucleicos, aminoácidos e proteínas, sendo

fundamental para o desenvolvimento e sobrevivência dos organismos (MOREIRA et

al., 2006). De acordo com Reichert (2012) o nitrogênio aplicado na cultura do feijão

altera positivamente a altura das plantas, número de ramos por planta, números de nós

na haste principal e nos ramos, assim como de vagens por ramo e por planta e

finalmente na massa de mil grãos, resultados similares foram obtidos por Barbosa et al.

(2010).

No feijoeiro cultivado em plantio direto, sob integração lavoura-pecuária, o

nitrogênio aplicado em cobertura, na forma de ureia, aumenta, a produtividade da

cultura (CUNHA et al., 2011).

A produtividade da cultura do feijão não é influenciada apenas pela dose de N

no verão, mas pode ser influenciada também pelo efeito residual do N aplicado no

inverno. O nitrogênio apresenta efeito residual para a cultura de lavoura quando

aplicado em pastagem no sistema de integração lavoura-pecuária (FOLLMANN, 2015).

Este fato é corroborado por Reichert (2012). De acordo com este autor quando

fornecido nitrogênio às pastagens de inverno e com carga animal adequada, é possível

que se tenha efeito residual do nutriente para a próxima cultura, tornando mais eficiente

o uso de fertilizantes e consequentemente é possível reduzir o uso de insumos.

Apesar de não ocorrer sincronia entre a liberação de nitrogênio da fitomassa

residual do azevém e a cultura do feijão, é evidente o efeito positivo do pastejo sobre a

produtividade do feijoeiro (RIOS, 2010).

Assim, considera-se que a combinação do uso da cultura do feijão, como cultura

sucessora, com o emprego de nitrogênio na pastagem e a prática do pastejo com ovinos

de corte, proporciona aumento na produtividade animal e vegetal no sistema de

integração lavoura-pecuária (SANDINI, 2009). É importante considerar que a adubação

Page 32: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

16

da pastagem com nitrogênio pode se constituir em uma prática para aumentar a

produção forrageira e, ao mesmo tempo, reduzir a compactação superficial do solo

durante o pastejo (BAGGIO et al., 2009).

Sabendo-se que há efeito residual do N aplicado nas pastagens Follmann (2015),

é necessário levar em consideração a dose de N aplicado no inverno, antes de tomar a

decisão de quanto aplicar na cultura verão. A busca por uma ferramenta que propicie e

facilite essa tomada de decisão, talvez, seja um dos passos mais importantes para o

sistema de ILP nos dias atuais. Pois, tendo o domínio desta técnica haverá maior

economia de insumos e por consequência menor impacto ambiental, que por sua vez,

contribuirá para a sustentabilidade do sistema.

Page 33: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

17

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Caracterização do local e do campo experimental

O experimento foi desenvolvido no Campo Experimental do Setor de Ciências

Agrárias e Ambientais da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) –

campus Cedeteg, em Guarapuava - PR, sendo as coordenadas geográficas de 25º 33”

Sul e 51º 29” Oeste.

O clima da região de Guarapuava-PR é classificado Cfb (subtropical

mesotérmico úmido), sem estação seca definida, com verões frescos e inverno

moderado conforme a classificação de Köppen (MAAK, 1968), em altitude de

aproximadamente 1.100 m, precipitação pluvial média anual de 1.944 mm, temperatura

média mínima anual de 12,7ºC, temperatura média máxima anual de 23,5ºC. O solo é

classificado como Latossolo Bruno Distroférrico Típico (EMBRAPA, 2006).

De acordo com a Figura 1, na safra 2006/07, houve um período de poucas

chuvas no período de implantação da cultura de inverno, e que se estendeu até meados

de agosto. A partir do mês de agosto, teve-se uma melhor distribuição das chuvas. As

menores temperaturas foram observadas no final do mês de agosto, já as maiores

temperaturas foram verificadas no mês de janeiro.

Para a safra agrícola 2008/09 (Figura 1), houve uma distribuição desigual das

chuvas ao longo da safra, com períodos com baixa ocorrência e outros com uma grande

quantidade de chuvas. A temperatura apresentou poucas oscilações.

Na figura 1, para a safra 2010/11 ocorreram muitas oscilações na precipitação.

No período de implantação da cultura de inverno a quantidade de chuva foi baixa e mal

distribuída, sendo que a quantidade de chuvas de meados de agosto até meados de

setembro foi menos que 20 mm. Por outro lado, apenas no segundo decêndio de janeiro

teve-se uma precipitação pluvial de 245,8 mm.

Para a safra 2012/13 (Figura 1) ocorreu má distribuição nas chuvas, afetando

principalmente o período de inverno. Entre o mês de agosto e a metade do mês de

setembro foi verificado apenas 2 mm de chuva. Outro período com pouca chuva foi

registrado no mês de janeiro de 2013. Enquanto que no último decêndio de outubro foi

verificado uma grande quantidade de chuvas (205 mm). No período de inverno deste

ano, foram verificadas também temperaturas muito baixas (fortes geadas e neve).

Page 34: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

18

Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para as safras

agrícolas de 2006/07, 2008/09, 2010/11 e 2012/13. Guarapuava, PR, 2016.

0

5

10

15

20

25

30

35

0

50

100

150

200

250

Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr.

Tem

per

atu

ra (

ºC)

Pre

cip

ita

ção

(m

m)

Decêndios

2006/07 Precipitação

Tmax

Tmin

2006 2007

0

5

10

15

20

25

30

35

0

50

100

150

200

250

Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr.

Tem

per

atu

ra (

ºC)

Pre

cip

ita

ção

(m

m)

Decêndios

2008/09 Precipitação

Tmax

Tmin

2008 2009

0

5

10

15

20

25

30

35

0

50

100

150

200

250

Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr.

Tem

per

atu

ra (

ºC)

Pre

cip

ita

ção

(m

m)

Decêndios

2010/11 Precipitação

Tmax

Tmin

2010 2011

0

5

10

15

20

25

30

35

0

50

100

150

200

250

Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr.

Tem

per

atu

ra (

ºC)

Pre

cip

ita

ção

(m

m)

Decêndios

2012/2013 Precipitação

Tmax

Tmin

2012 2013

Page 35: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

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Figura 2. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial

acumulada por decêndios – maio de 2014 a abril de 2015. Guarapuava, PR, 2016.

Na figura 2, para a safra de 2014/15 verificou-se que uma grande quantidade de

chuvas no primeiro decêndio de junho (441 mm). Já para o período compreendido entre

o final de junho até meados de julho, foi verificada uma pequena concentração de

chuvas, como é observado historicamente para essa região. O final de setembro foi

marcado por uma quantidade de chuva.

4.2 Manejo do campo experimental

A partir do inverno de 2006 o campo experimental foi submetido ao manejo de

sistema de integração lavoura-pecuária (ILP), onde anteriormente praticava-se o cultivo

de culturas anuais para produção de grãos. O sistema ILP foi mantido com a sucessão

das culturas de milho e feijão no verão e o consórcio de aveia e azevém e com pastejo

de ovinos no período de inverno. As práticas de manejo adotadas para cada período

estão descritas na Tabela 2.

O campo experimental consiste em uma área total de três (3) hectares, divididos

em 15 piquetes de aproximadamente 2000 m² cada, sendo que três piquetes são

utilizados para animais reguladores e os demais 12 piquetes consistem nas parcelas

principais (apresentadas no tópico a seguir).

0

5

10

15

20

25

30

35

0

50

100

150

200

250

Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr.

Tem

per

atu

ra (

ºC)

Pre

cip

ita

ção

(m

m)

Decêndios

2014/15 Precipitação

Tmax

Tmin

2014 2015

Page 36: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

20

4.3 Delineamento experimental

O experimento foi conduzido no delineamento de blocos casualizados em

esquema de parcela sub-subdividida de 2006 a 2015. Sendo considerado cada piquete

como parcela principal onde foram aplicadas as doses de N de inverno (inverno) (0, 75,

150 e 225 kg ha-1

), a subparcela a presença ou ausência de pastejo (com ou sem pastejo)

e a sub-subparcela as doses de N de verão (verão) (0, 60, 120, 180 e 240 kg ha-1

), com 3

repetições, perfazendo assim 120 unidades experimentais. Tanto o N de inverno quanto

o N de verão foram aplicados em uma única aplicação. A fonte de N utilizada para todas

as safras estudadas foi a ureia (45% de N) e as datas das aplicações de N de inverno e N

de verão estão demonstradas na Tabela 2.

Para avaliar o efeito da ILP ao longo dos anos, foi realizada uma análise

conjunta dos dados, safra 2006/07 até 2014/15. Para tanto, foi considerado o ano como

um fator aleatório, assim como os blocos. Para a avaliação conjunta o trabalho contou

com 600 unidades experimentais.

Nas parcelas pastejadas, durante o inverno, utilizou-se cordeiro em sistema de

lotação contínua com taxa de lotação variável, pela técnica conhecida como “Put and

Take” (MOTT et al., 1952), onde, utilizaram-se dois grupos distintos de ovinos, um

composto pelos animais denominados experimentais, também chamados de “testeres”, e

o outro por animais reservas, que eram denominados “reguladores”. Durante o período

de avaliação buscou-se permanecer com a pastagem em uma altura próxima de 14 cm

de altura, para isto foram realizadas avaliações e ajustes semanais da carga animal.

4.4 Variáveis analisadas

As variáveis analisadas foram: produtividade, massa de mil grãos, altura de

planta, altura de inserção do primeiro ramo produtivo, número de ramos, número de

vagens por planta e número de grãos por vagem. A produtividade foi obtida por meio da

colheita manual da área útil da sub-subparcela. As plantas colhidas foram submetidas ao

processo de debulha mecânica e os grãos resultantes desta operação foram pesados e

realizados os cálculos a fim de obter o valor em kg ha-1

(produtividade). A

produtividade foi corrigida para 13% de umidade, por meio da fórmula PC = PU x

((100-U)/87) sendo, PC = peso corrigido para 13%; PU peso úmido; U = umidade da

massa de grãos.

Page 37: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

21

A massa de mil grãos por sua vez, foi obtida por meio da contagem de 300

grãos, os quais foram pesados e posteriormente o valor foi extrapolado para 1000 grãos.

Na ocasião da colheita também foram selecionadas, na área útil da sub-

subparcela, 10 plantas que foram utilizadas na obtenção dos demais componentes de

produtividade. A altura de planta e a altura de inserção do primeiro ramo produtivo

foram obtidas por meio da medição direta destas plantas. Após a medição dessas

plantas, procedeu-se a contagens do número de ramos e do número vagens por planta.

As vagens, por sua vez, foram abertas e os grãos presentes nestas foram contadas,

obtendo-se assim o número de grãos por vagem.

4.5 Análises estatísticas

A homogeneidade das variâncias foi analisada por meio do teste de Bartlett pelo

software Assistat. Uma vez comprovada à homogeneidade das variâncias, os dados

foram submetidos à análise de variância e avaliados pelo Teste F. Quando os resultados

revelaram significância a 5 ou 1% de probabilidade, as médias dos fatores qualitativos

(pastejo) foram comparadas entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade e os

valores dos fatores quantitativos (doses de N de verão e doses de N de inverno) foram

submetidos a análise de regressão pelo software Sisvar. Buscou-se o modelo que melhor

expressasse a relação entre as variáveis. Com os valores das equações obtidas na análise

de regressão calculou-se também o ponto de máxima da curva (quando a resposta foi

quadrática) por meio das fórmulas

e

. Para a variável

produtividade, quando houve interação entre doses de N de verão e doses de N de

inverno, foi realizada a análise de superfície de resposta. A equação foi gerada por meio

do programa estatístico SAS 9.0 e com base na equação foram feitos os gráficos por

meio do software sigmaplot.

Page 38: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

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Tabela 2. Manejo da área de estudo com as espécies forrageiras e cultivares de feijão no período de 2006 a 2015. Guarapuava, PR, 2016.

Atividade

Período

Inverno

2006

Verão

2006/07

Inverno

2008

Verão

2008/09

Inverno

2010

Verão

2010/11

Inverno

2012

Verão

2012/13

Inverno

2014

Verão

2014/15

Dessecação

Glifosato 720 g ia 900 g ia 720 g ia 900 g ia 720 g ia 900 g ia 720 g ia 900 g ia 900 g ia 900 g ia

Cultivar de

feijão

FT

soberano IPR Graúna IPR TIZIU IPR TUIUIU

IPR

TUIUIU

Semeadura 06/06/2006 11/12/2006 20/05/2008 15/12/2008 01/06/2010 12/12/2010 11/06/2012 17/12/2012 09/06/2014 11/12/2014

Emergência 16/06/2006 16/12/2006 30/05/2008 21/12/2008 09/06/2010 20/12/2010 20/06/2012 23/12/2012 17/06/2014 18/12/2014

Colheita

10/03/2007

20/03/2008

30/04/2010

03/04/2013

19/03/2015

Adubação Base

(kg ha-1

)

N 0 0 0 0 10 10 8 12 10 11,12

P2O5 60 100 40 50 50 50 40 60 50 55,6

K2O 60 190 40 50 50 50 40 60 50 55,6

Adubação

Cobertura (kg

ha-1

)

11/07/2006 03/01/2007 15/06/2008 10/01/2009 30/06/2010 09/01/2011 04/07/2012 07/01/2013 31/06/2015 30/12/2014

Cultivar Azevém

Comum

Aveia Preta

(IAPAR 61) +

Azevém

Aveia +

Azevém

Aveia Preta

(IAPAR 61) +

Azevém

Azevém

Início Pastejo 13/08/2006

18/07/2008

21/07/2010

12/08/2012

14/08/2014

Final Pastejo 11/11/2006

22/11/2008

12/11/2010

02/11/2012

22/11/2014

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23

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Produtividade

Na Tabela 3 demonstra-se o resumo da análise de variância para produtividade

de grãos. Verifica-se que houve efeito significativo para a fonte de variação doses de N

de inverno apenas na safra de 2006/07 e para a análise conjunta de 2006 a 2014. Para a

fonte de variação doses de N do verão, apenas para a safra agrícola de 2010/11 não

houve efeito significativo. Ainda, foi possível observar que houve interação

significativa entre doses de inverno e doses de verão nas safras de 2008/09, 2012/13 e

para a análise conjunta dos dados.

Tabela 3. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio de

produtividade para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13, 2014/15 e na

análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016.

FV G

L1

Produtividade (Quadrado Médio)

2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 GL2 2006 – 2014

Bloco 2 22389 ns 634474 ns 1236592 * 13940 ns 1040190 * 14 11586419 **

Inverno (I) 3 641431 * 210045 ns 149352 ns 280078 ns 568325 ns 3 1046165 **

Erro 1 6 77132 561479 178406 169286 192313 42 225736

Pastejo (P) 1 221 ns 124550 ns 523116 ns 433 ns 32736 ns 1 147768 ns

I x P 3 28933 ns 32517 ns 203002 ns 93082 ns 276374 ns 3 112097 ns

Erro 2 8 127968 18299 220803 76988 230559 ns 56 157379

Verão (V) 4 549500** 2459969** 398966 ns 906685 ** 2573377 ** 4 3512580 **

V x I 12 93946 ns 222017** 61243 ns 223526 ** 95873 ns 12 285487 *

V x P 4 141555 ns 74106 ns 31036 ns 10357 ns 9610 ns 4 82503 ns

I x P x V 12 37309,48 ns 44039 ns 77348 ns 23711 ns 32533 ns 12 46440 ns

Erro 3 64 139548 58616 198563 46402 210233 448 140649

CV 1 (%) - 7,87 19,99 15,01 16,05 11,48 - 14,42

CV 2 (%) - 10,14 11,41 16,70 10,82 12,57 - 12,04

CV 3 (%) - 10,59 6,46 15,84 8,40 12,00 - 11,38

Média - 3527,46 3748,78 2813,88 2564,07 3821,23 - 3295,08

FV – fonte de variação; GL1 e 2 – graus de liberdade da análise de cada safra1 e da análise

conjunta2; ns – não significativo; ** e * - significativo respectivamente a 1% e a 5%.

Com esses resultados pode-se inferir que ao observar isoladamente uma safra

agrícola, a qual sofre uma forte influência de fatores climáticos, o efeito das doses de

inverno foi observado, de maneira isolada, apenas na safra agrícola de 2006/07, onde o

sistema ainda estava sendo implantado. Contudo, com exceção da safra 2010/11, a

produtividade de feijão foi influenciada pelas doses de N aplicadas no verão.

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24

O pastejo não influenciou de maneira significativa a produtividade nos anos

agrícolas estudados, mesmo na análise conjunta (Tabela 3). E, não houve interação

significativa entre pastejo e doses de N aplicadas no inverno e pastejo e doses de N

aplicadas no verão.

O pastejo é um dos maiores, senão o maior, dilema da ILP já que muitos

produtores ficam receosos da possível compactação ocasionada pelos animais nas áreas

preparadas para a agricultura (FLORES et al., 2007). Provavelmente a percepção mais

comum dos agricultores, que hesitam em adotar o uso de sistemas integrados, é que o

pisoteio animal tenha um efeito negativo sobre as propriedades físicas do solo.

Entretanto, ambas as produções, agrícola e pecuária, são fortemente afetadas pela forma

como animais em pastejo são geridos nesses sistemas (CARVALHO et al., 2010). E

neste contexto, a intensidade de pastejo é uma variável fundamental para o manejo das

pastagens (WESP et al., 2016).

Os resultados deste trabalho demonstraram que independente da característica do

ano estudado, ou mesmo ao longo dos anos, o pastejo não causou prejuízos para a

produtividade da cultura do feijão. Resultados semelhantes foram obtidos por Andreolla

(2010), segundo a autora o pastejo não trouxe prejuízo para as culturas sucessoras, o que

corrobora para a desmistificação de que a presença de animais em áreas de lavoura é

prejudicial à cultura subsequente. Reichert (2012) verificou que o rendimento de grãos

de feijão não é afetado com a presença do animal em pastejo na área antes de seu

cultivo, sendo positivo o uso do sistema de integração lavoura-pecuária.

Conte et al. (2011) reforçaram que o pisoteio de animais em pastejo direto sobre

áreas agrícolas se torna pouco impactante, pois os atributos de solo que poderiam ser

afetados já apresentavam estado semelhante ao que seria alcançado pela ação do

pisoteio dos animais em pastejo. Além disso, sistemas de integração lavoura-pecuária

em plantio direto, submetidos a intensidades adequadas de pastejo conseguem manter o

nível da qualidade biológica do solo, sendo similar ao sistema plantio direto sem a

entrada de animais (SOUZA et al., 2010).

E, portanto, perante a ausência de interações significativas entre pastejo e as

doses de N aplicadas, quer seja no inverno ou no verão, nos permite inferir que a

ausência do efeito do pastejo na produtividade do feijão deve-se única e tão somente ao

manejo adotado, não havendo relações com as doses de N aplicadas. O pastejo no

período de inverno não influenciou na produtividade da cultura do feijão, mesmo nas

baixas doses de N (ANDREOLLA et al. (2015).

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25

Desta forma, ressalta-se que independente do manejo da adubação nitrogenada

adotada no inverno e/ou no verão, é primordial que se respeite a taxa de lotação animal,

altura de entrada e saída dos animais nas áreas pastejadas, entre outros fatores. Pois,

com o manejo adequado do processo de pastejo nos sistemas integrados, não há

comprometimento da produtividade das culturas semeadas em sucessão à pastagem

(LUNARDI et al., 2008).

De acordo com Carvalho et al. (2006) a intensidade de pastejo é a principal

variável a ser manejada nos sistemas de ILP e é a principal determinante das condições

de solo e de palhada que se transferem a fase agrícola. Segundo Carvalho et al. (2010) a

intensidade de pastejo determina a altura média da pastagem, que por sua vez afeta a

energia solar interceptada, a taxa de acúmulo de forragem e o sequestro de carbono.

Para Fidalski (2015), a qualidade física do solo no sistema ILP depende do

manejo da altura de pastejo, sendo que com o aumento da disponibilidade da forragem

na área, verifica-se diminuição da compactação do solo bem como aumento no aporte

de matéria orgânica.

Uma vez que não se detectou influência do pastejo na produtividade de grãos na

cultura do feijão, foi discutido na sequência do trabalho, apenas os fatores que

influenciaram de maneira significativa a variável em estudo (doses de N no verão, doses

de N no inverno e a interação entre essas fontes de variação).

Figura 3. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no inverno, ano de 2006/07. Guarapuava – PR, 2016.

* significativo a 5% pela análise de regressão.

y = 1,3204x + 3378,9 R² = 0,76 * 3300

3350

3400

3450

3500

3550

3600

3650

3700

0 75 150 225

Pro

du

tiv

ida

de

(kg

ha

-1)

N de inverno (kg ha-1)

2006/07

N inverno

Page 42: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

26

Ao observar os dados de produtividade para cada safra estudada, verificou-se

que no ano de 2006/07, a produtividade foi influenciada isoladamente pelas doses de N

aplicadas no inverno e também pelas doses de N aplicadas no verão.

De acordo com a Figura 3, houve resposta significativa linear positiva para a

produtividade de grãos em função das doses de N aplicadas no inverno. Estes resultados

permitem inferir que o N aplicado no inverno é mantido no sistema de modo que

influencia a produtividade da cultura subsequente.

Vários foram os autores que discutiram sobre o efeito residual do N no sistema

ILP. Follmann (2015) reportou o efeito residual do N aplicado na pastagem para a

cultura de milho. Segundo Kaminski (2013) o rendimento de grãos é influenciado pela

adubação nitrogenada realizada na pastagem, caracterizando efeito residual do

nitrogênio, além do mais, observaram efeitos positivos da aplicação de doses elevadas

de nitrogênio na produção da pastagem de inverno, bem como a existência de boa

quantidade de N residual aplicado na pastagem para a cultura sucessora.

Figura 4. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07. Guarapuava – PR, 2016.

2500

2800

3100

3400

3700

4000

4300

0 60 120 180 240

Pro

du

tiv

ida

de

(kg

ha

-1)

N de verão (kg ha-1)

2006/07

N verão

Page 43: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

27

Na Figura 4, demonstram-se os dados de produtividade da cultura do feijão na

safra de 2006/07 em função das doses de N aplicadas no verão. Mesmo que a análise

estatística tenha demonstrado diferença significativa entre as doses de N aplicadas no

verão, os modelos lineares e quadráticos não conseguiram explicar a relação entre as

variáveis. É importante salientar que o ano de 2006/07 representa a implantação do

sistema de ILP e resultados inconsistentes, ainda que não desejáveis, podem ocorrer

visto que o sistema ainda não estava consolidado.

Figura 5. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no inverno (N INV) e de doses crescentes de N aplicados no

verão (N VERÃO) no ano de 2008/09. Guarapuava – PR, 2016.

Para a safra de 2008/09 verifica-se interação entre as doses de N aplicadas no

inverno e as doses de N aplicadas no verão (Tabela 3). Ao observar os dados da Figura

5, ajustados a equação correspondente à superfície de resposta gerada, observa-se que

quando não foi aplicado N no verão a produtividade respondeu linearmente as doses de

2400

2600

2800

3000

3200

3400

3600

3800

4000

4200

000000000000000

757575757575757575757575757575

150150150150150150150150150150150150150150150

225225225225225225225225225225225225225225225

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240240

Rend

imento

de g

rãos,

kg

ha-1

NV

ER

, kg

ha-1

NVERÃO, kg ha-1

Feijão safra 2008/2009

2400

2600

2800

3000

3200

3400

3600

3800

4000

4200

RG = 3002,951905+2,180978NINV+8,305937NVER + 0,000776NINV2 - 0,012986NINV*NVER - 0,015554NVER2

R2 = 0,84

P = 0,0217

2008/09

Page 44: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

28

N aplicadas no inverno, fato este que reforça a constatação também verificada na safra

de 2006/07 acerca do efeito residual do N. Desta forma, as doses de N aplicadas na

forragem no período de inverno foram capazes de influenciar de maneira significativa a

produtividade de grãos na cultura de lavoura.

No sistema plantio direto em Integração Lavoura-Pecuária, a adubação

nitrogenada antecipada na pastagem de inverno (azevém), garante elevada

produtividade do feijão como cultura sucessora (ANDREOLLA et al., 2015).

Para esta safra, por meio da equação gerada, a combinação que proporcionou a

maior produtividade (4100 kg ha-1

) foi de 0 e 240 kg ha-1

, aplicados no inverno e verão

respectivamente.

Embora o efeito das doses de N aplicados na pastagem tenha sido observado na

cultura de lavoura, verificou-se que este efeito é minimizado à medida que se aumenta a

dose de N aplicada no verão. Fato semelhante foi descrito por Kaminski (2013), a qual

observou que com a aplicação de doses elevadas de N no verão, 225 e 300 kg ha-1

, não

se verifica o efeito residual do nitrogênio aplicado no inverno. Desta forma, as altas

quantidades de N aplicadas na cultura do feijão já seriam suficientes para atingir altas

produtividades, logo, elimina-se o efeito residual das doses de N aplicadas no inverno.

Tratando-se do ano de 2010/11, nenhuma das fontes de variação influenciou de

maneira significativa a produtividade da cultura.

Para a safra agrícola de 2012/13 verificou-se interação entre as doses de N

aplicadas no inverno e as doses de N aplicadas no verão. Na Figura 6, apresentam-se os

dados ajustados a equação correspondente à superfície de resposta gerada.

Quando não foi aplicado N no verão (0 kg ha-1

de N), verifica-se um

comportamento quadrático para produtividade em função das doses de N aplicadas no

pasto de inverno. Este fato reforça o que foi mencionado anteriormente sobre o efeito

residual do N aplicado no período de inverno. Nesta mesma dose verifica-se que há

aumento de produtividade até aproximadamente a dose de 150 kg ha-1

de N no inverno.

A partir desta dose observa-se diminuição da produtividade da cultura do feijão, devido

provavelmente ao excesso de N. Altas doses N podem causar problema como o

autossombreamento, acamamento, dentre outros distúrbios morfofisiológicos.

A produtividade máxima estimada da cultura do feijão foi de 2861 kg ha-1

para

a safra 2012/13. Esta produtividade estimada foi obtida por meio da combinação de 95 e

129 kg ha-1

de N, aplicados respectivamente no inverno e no verão.

Page 45: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

29

Verificou-se também que quando se aplicou N no verão, principalmente em

doses intermediárias (60 e 120 kg ha-1

) houve acréscimo de produtividade em função do

aumento da dose de N aplicada no pasto de inverno, de maneira semelhante ao descrito

para a dose de 0 kg ha-1

de N no verão.

Figura 6. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no inverno (N INV) e de doses crescentes de N aplicados no

verão (N VERÃO) no ano de 2012/13. Guarapuava – PR, 2016.

O fato de ter encontrado que em doses altas de N aplicadas no verão, leva a

diminuição na expressão do efeito residual do N, coloca o sistema ILP em uma situação

delicada, pois doses altas de N aplicadas no verão garantem altas produtividades da

cultura do feijão e, por conseguinte torna dispensável a aplicação de N no inverno.

Todavia, há risco de se diminuir a quantidade de N aplicado na pastagem, porque a

produtividade da pastagem e consequentemente do sistema estaria comprometida e em

vias de insustentabilidade.

Reichert (2012) relata que quando fornecido nitrogênio às pastagens de

inverno, com carga animal adequada, é possível que se tenha efeito residual do nutriente

para a próxima cultura. Já Sandini (2009) relata que a alta produção de matéria seca de

2000

2200

2400

2600

2800

3000

00000

7575757575

150150150150150

225225225225225

75757575757575757575

150150150150150150150150150150150150150150150

225225225225225225225225225225225225225225225

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240

Ren

dim

ento

de

grã

os,

kg h

a-1

NV

ER

, kg

ha-1

NVERÃO, kg ha -1

Feijão safra 2012/2013

2000

2200

2400

2600

2800 3000

RG = 2078,970476 +4,705956NINV+8,663595NVER - 0,013511NINV2 - 0,016649NINV*NVER - 0,027450NVER2

R2 = 0,81

P = 0,001

2012/13

Page 46: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

30

qualidade pela pastagem, devido à aplicação de N no inverno, permite aumento de

ganho pelos animais e a maiores rendas por unidade de área.

Nesta conjuntura, sabe-se que pastagens que recebem baixo aporte de N

apresentam baixa produtividade e consequentemente menor lotação animal. Se

aumentar a lotação animal tem-se o risco de comprometer as qualidades físicas,

químicas e biológicas do solo. Além disso, o solo fica mais exposto e, portanto pode

apresentar problemas como erosão e perda da camada superficial, com grande

probabilidade de ocorrer diminuição no teor de matéria orgânica do solo (M.O.S).

Essa discussão é endossada por Balbinot et al. (2009), de acordo com os autores

a adubação da pastagem, principalmente com nitrogênio, pode ser uma estratégia para

aumentar a produção de forragem e reduzir a compactação superficial ocasionada pelo

pisoteio. Segundo Baggio et al. (2009), a adubação da pastagem com nitrogênio pode se

constituir em uma prática para aumentar a produção forrageira e, ao mesmo tempo,

reduzir a compactação superficial do solo durante o pastejo.

Por fim, menor dose de N aplicada no inverno, sugere a aplicação de maior

dose de N no verão, que por sua vez pode elevar os custos de produção e causar

problemas ao ambiente, e deste modo pode levar o sistema a um círculo vicioso.

Porém, o que a ILP busca é um círculo virtuoso, de uma dose alta e adequada

de N no inverno que, por conseguinte propiciará maior produção forrageira de inverno e

permitirá maior lotação animal com maior produção de carne. Além disso, haverá efeito

residual do N, que por sua vez irá proporcionar maiores produtividades da cultura do

verão com menores custos de produção e riscos ao ambiente.

Para o ano de 2014/15, houve resposta apenas para o fator de variação doses de

N de verão. Verifica-se na Figura 7 que a produtividade respondeu de maneira

quadrática em função das doses de N aplicadas no verão. A máxima produtividade

(4092 kg ha-1

) foi obtida com a aplicação de 161 kg ha-1

de N.

Page 47: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

31

Figura 7. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2014/15. Guarapuava – PR, 2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

Figura 8. Produtividade (kg ha-1

) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no inverno (N INV) e de doses crescentes de N aplicados no

verão (N VERÃO), na análise conjunta dos anos. Guarapuava – PR, 2016.

y = -0,0305x2 + 9,8133x + 3302,9 R² = 0,91 **

2000

2500

3000

3500

4000

4500

0 60 120 180 240

Pro

du

tiv

ida

de

(kg

ha

-1)

N verão (kg ha-1)

2014/15

N verão

2400

2600

2800

3000

3200

3400

3600

000000000000000

757575757575757575757575757575

150150150150150150150150150150150150150150150

225225225225225225225225225225225225225225225

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240240

000606060

120120120180180180

240240240

Ren

dim

ento

de

grã

os,

kg h

a-1

NV

ER

, kg

ha-1

NVERÃO, kg ha -1

Média 2006-2014

2400

2600

2800

3000

3200

3400

3600

RG = 2759,429048 +3,421244NINV+6,160143NVER - 0,006601NINV2 - 0,009964NINV*NVER - 0,014995NVER2

R2 = 0,97

P = 0,0001

2006 - 2014

Page 48: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

32

Verificou-se que ao longo dos anos, por meio da análise conjunta dos dados,

que houve interação significativa entre as doses de inverno e as doses de verão (Tabela

3). Como demonstrado na Figura 8, com os dados ajustados a equação correspondente à

superfície de resposta gerada.

Os resultados da análise conjunta endossam os resultados obtidos para as safras

de maneira isolada. É possível observar que, quando não se aplicou N no verão, há um

aumento de produtividade da cultura do feijão em função do N aplicado no pasto de

inverno. É importante considerar que as produtividades obtidas na ausência de N de

verão e com 150 ou 225 kg ha-1

de N no inverno são muito similares, sugerindo assim

que aplicações superiores a 150 kg ha-1

de N no inverno não apresentam ganhos

significativos na produtividade da cultura do feijão.

Esta expressão do efeito residual do N aplicado nas pastagens é observada

apenas quando se trabalha com baixas doses de N no verão, doses elevadas diminuem e

até excluem o efeito das doses de N aplicadas no inverno.

Em função da equação gerada na Figura 8, calculou-se a produtividade máxima

eficiência técnica estimada (3488 kg ha-1

), a qual foi obtida por meio da aplicação de

139 e 159 kg ha-1

de N, no inverno e no verão respectivamente.

Ainda sobre efeito residual do N, se fosse aplicada no inverno 139 kg ha-1

e

não fosse aplicado N na cultura do feijão, a produtividade obtida seria de 3107 kg ha-1

.

Para obter esta mesma produtividade, aplicando apenas N no verão, seria necessário

67,59 kg ha-1

de N. Neste cenário a aplicação de 139 kg ha-1

de N no pasto de inverno

proporcionaria para a cultura do feijão (que não recebeu aplicação de N) o mesmo efeito

que a aplicação de 67,59 kg ha-1

de N aplicado no verão.

Entretanto, a dose que proporcionaria a melhor resposta técnica, não

necessariamente corresponde ao melhor retorno econômico. Desta forma, realizou-se

ainda a análise econômica do período de verão, para tanto assumiu o preço do feijão

(PF) como R$ 3,33 kg-1

e o preço do N (PN) como R$ 2,89 kg-1

. Para esta análise foi

utilizada a dose de inverno que resultou a produtividade de máxima eficiência técnica

(139 kg ha-1

de N).

Logo, a dose de máxima eficiência econômica (DMEE) no verão para a

aplicação de 139 kg ha-1

de N no inverno foi calculada por meio da formula a seguir:

DMEE = ((PN/PF) - 4,775147) / (-0,02999)

DMEE = 130 kg ha-1

de N

Page 49: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

33

A aplicação desta dose proporcionou produtividade máxima, a qual é

denominada de produtividade de máxima eficiência econômica (PMEE), e esta é

calculada pela formula abaixo:

PMEE = ((DMEE2) * (-0,014995)) + ((4,775147) * DMEE) + 3107,444043

PMEE = 3475 kg ha-1

Diante dos dados expostos acima, verificou-se que ao aplicar 139 kg ha-1

de N

no pasto de inverno, a dose aplicada no verão que proporcionou o maior retorno

econômico foi 130 kg ha-1

de N, o que resultou numa produtividade de 3475 kg ha-1

, o

que representa um incremento na produtividade de 368 kg ha-1

.

Ainda de acordo com a Figura 8, verificou-se que à medida que se aumenta a

dose de N no inverno, observa-se diminuição na necessidade de N no verão para obter

uma dada produtividade, o que permite discutir que no sistema de ILP, as doses de N

aplicadas no inverno apresentam forte relação com as doses de N aplicadas no verão.

Altas doses de N aplicadas na pastagem permitem redução na aplicação de N

no verão, entrando assim no círculo virtuoso, já discutido anteriormente. Vale ressaltar

que as doses de N aplicadas no inverno não representam apenas aumento de

produtividade na cultura do feijão, mas também aumento na produção de forragem que

por consequência aumenta a produção de carne e a lucratividade do sistema. Também,

aumenta o aporte de matéria orgânica no solo, diminuição na expressão do banco de

sementes de plantas daninhas, logo, melhoria no controle destas, dentre outras

vantagens discutidas anteriormente.

Page 50: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

34

5.2 Massa de mil grãos (MMG)

Na Tabela 4 é demonstrado o resumo da análise de variância para massa de mil

grãos. Esta variável foi afetada pela fonte de variação pastejo em 2006/07 e 2008/09. A

fonte de variação doses de N aplicadas no verão influenciou todos os anos estudados

com exceção da safra 2014/15. Ainda, foi observada interação entre as doses de N de

verão e doses de N de inverno na safra 2012/13 e interação entre pastejo e doses de N

aplicadas no verão na safra 2014/15.

Tabela 4. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio de

massa de mil grãos para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13, 2014/15 e

análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016.

FV G

L1

Massa de Mil Grãos (Quadrado Médio)

2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 GL2 2006 - 2014

Bloco 2 184,62 ns 258,61 ns 191,28 ns 124,67 ns 83,20 ns 14 3462,34 **

Inverno (I) 3 130,39 ns 246,64 ns 495,43 ns 222,24 ns 341,96 ns 3 114,64 ns

Erro 1 6 57,89 184,98 287,38 115,18 376,73 42 243,17

Pastejo (P) 1 418,77 ** 0,69 ns 1951,17 ** 37,63 ns 148,52 ns 1 76,33 ns

I x P 3 24,15 ns 78,50 ns 569,39 ns 125,11 ns 116,36 ns 3 281,88 ns

Erro 2 8 32,78 174,65 151,76 133,50 58,80 56 156,17

Verão (V) 4 97,44 * 761,45 ** 1471,89 ** 1101,09 ** 58,30 ns 4 1646,95 **

V x I 12 16,69 ns 141,92 ns 22,57 ns 143,65 ** 49,68 ns 12 92,01 ns

V x P 4 10,12 ns 209,44 ns 30,56 ns 11,62 ns 133,78 * 4 69,71 ns

I x P x V 12 10,50 ns 144,81 ns 19,56 ns 22,14 ns 57,72 ns 12 73,65 ns

Erro 3 64 34,30 138,43 103,82 40,41 48,92 448 84,22

CV 1 (%) - 3,13 5,48 7,46 4,65 8,56 - 6,63

CV 2 (%) - 2,35 5,33 5,42 5,01 3,38 - 5,31

CV 3 (%) - 2,41 4,74 4,49 2,76 3,09 - 3,90

Média - 243,35 248,10 227,17 230,69 226,62 - 235,19

FV – fonte de variação; GL1 e 2 – graus de liberdade da análise de cada safra1 e da análise

conjunta2; ns – não significativo; ** e * - significativo respectivamente a 1% e a 5%.

Ao contrário dos resultados observados para produtividade, o pastejo teve

influência na MMG da cultura do feijão, muito embora essa diferença foi insuficiente

para acarretar em aumento ou diminuição na produtividade.

Ao observar a Tabela 5, verifica-se que no ano de 2006/07, quando em áreas

pastejadas, a cultura do feijão apresentou maior MMG (245,22 g) em comparação com

áreas não pastejadas (241,49 g). Entretanto, no ano de 2010/11 observou-se o inverso,

quando em áreas não pastejadas a cultura do feijão apresentou maior MMG (231,21 g)

do que quando comparada a áreas pastejadas (223,14 g).

Page 51: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

35

Tabela 5. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão nos diferentes anos

estudados, na presença ou ausência de pastejo. Guarapuava – PR, 2016.

Pastejo/ano 2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 Média

Sem 241,49 b 248,17 ns 231,21 a 230,13 ns 225,51 ns 235,52 ns

Com 245,22 a 248,02 223,14 b 231,25 227,73 234,85

Médias seguidas pela mesma letra, não se diferem entre si pelo teste de Tukey.

ns – não significativo

Figura 9. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão na ausência e presença de pastejo, ano de 2014/15.

Guarapuava – PR, 2016.

* significativo a 5% pela análise de regressão.

Verifica-se que na safra de 2014/15 houve interação entre o pastejo e as doses

de N aplicadas no verão (Figura 9). Na ausência do pastejo houve resposta quadrática

para as doses de N de verão, o maior valor para MMG (229 g) foi obtido com a

aplicação de 145 kg ha-1

de N. Já para a condição de pastejo não houve resposta para as

doses de N aplicadas no verão e a MMG média obtida foi de 228 g.

Tratando-se do ano de 2006/07, verifica-se que além do pastejo, houve também

influência das doses de N aplicadas no verão. De acordo com a Figura 10, mesmo com

diferença estatística, os resultados não conseguiram demonstrar uma tendência para esta

variável. Com o aumento da dose de N no verão até 116 kg ha-1

ocorre diminuição na

MMG e a partir dessa dose tem-se um aumento nos valores de MMG.

y = -0,0003x2 + 0,0872x + 222,54 R² = 0,59 *

215

217

219

221

223

225

227

229

231

233

0 60 120 180 240

Ma

ssa

de

Mil

Grã

os

(g)

N de verão (kg ha-1)

2014/15

Sem

com

Page 52: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

36

Figura 10. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07. Guarapuava – PR, 2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

Figura 11. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2008/09. Guarapuava – PR, 2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

Já para o ano de 2008/09 (Figura 11) a resposta foi linear positiva. Mesmo com

resposta linear é possível identificar nitidamente que, a partir da dose aproximada de

180 kg ha-1

, o incremento na MMG é irrisório.

y = 0,0003x2 - 0,0696x + 246,13 R² = 0,87 **

240,0

241,0

242,0

243,0

244,0

245,0

246,0

247,0

0 60 120 180 240

Ma

ssa

de

Mil

Grã

os

(g)

N de verão (kg ha-1)

2006/07

N verão

y = 0,0564x + 241,33 R² = 0,90 **

238,0

240,0

242,0

244,0

246,0

248,0

250,0

252,0

254,0

256,0

0 60 120 180 240

Ma

ssa

de

Mil

Grã

os

(g)

N verão (kg ha-1)

2008/09

N verão

Page 53: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

37

Para o ano de 2010/11, além do pastejo, observou-se que o verão novamente

influenciou a MMG da cultura do feijão. Como demonstrado na Figura 12, o aumento

da dose de N no verão, independente da dose de N de inverno, proporcionou aumento

na MMG da cultura do feijão.

Figura 12. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2010/11. Guarapuava – PR, 2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

Já para o ano de 2012/13, houve interação entre as doses de inverno e as doses

de verão, como demonstrado na Figura 13. Quando a dose de verão aplicada é

relativamente baixa, 60 kg ha-1

, por exemplo, o aumento da dose de N no inverno

proporciona um aumento linear na MMG. Já quando a dose de N no verão é alta (180

ou 240 kg ha-1

), a resposta é linear negativa.

Isso está diretamente relacionado com a quantidade total de N aplicado, visto

que as doses de N aplicadas no inverno somadas a doses de N aplicadas no verão podem

ultrapassar os 200 kg ha-1

de N, o que por sua vez, faria com que o crescimento

vegetativo desproporcional da cultura ocasionasse prejuízos na MMG. Verificou-se

ainda, que o menor valor de MMG ocasionado pela aplicação de altas doses de N no

verão, foi também responsável pela diminuição de produtividade verificada com a

aplicação destas doses.

y = 0,0752x + 218,15 R² = 0,83 **

210,00

215,00

220,00

225,00

230,00

235,00

240,00

0 60 120 180 240

Ma

ssa

de

Mil

Grã

os

(g)

N de verão (kg ha-1)

2010/11

N verão

Page 54: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

38

Figura 13. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão nas diferentes doses de

N de verão, em função de doses crescentes de N aplicadas no inverno, ano de 2012/13.

Guarapuava – PR, 2016.

** e * significativo a 1% e 5% respectivamente pela análise de regressão.

Figura 14. Massa de Mil Grãos (g) da cultura do feijão, em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, na análise conjunta dos anos. Guarapuava – PR,

2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

Como discutido anteriormente todos os anos (exceto 2014/15) foram

influenciados pelo fator de variação doses de N de verão. Ao observar a análise

y = 0,0454x + 224,86 R² = 0,89 *

y = -0,0552x + 243,8 R² = 0,94 **

y = -0,0471x + 236,97 R² = 0,69 * 200

205

210

215

220

225

230

235

240

245

0 75 150 225

Ma

ssa

de

Mil

Grã

os

(g)

N de inverno (kg ha-1)

2012/13

0

60

120

180

240

y = -0,0002x2 + 0,0944x + 229,23 R² = 0,99 **

228

230

232

234

236

238

240

0 60 120 180 240

Ma

ssa

de

Mil

Grã

os

(g)

N de verão (kg ha-1)

2006 - 2014

N verão

Page 55: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

39

conjunta dos anos, verifica-se a mesma tendência, sendo que o verão foi o único fator,

ao longo do tempo, que influenciou a MMG.

Como pode ser observado na Figura 14, o aumento das doses de verão

proporcionou aumento na MMG. A maior MMG (236 g) foi obtida por meio da

aplicação de 240 kg ha-1

de N no verão, entretanto, com base nesta mesma figura,

observa-se que os ganhos na MMG a partir da dose de 180 kg ha-1

são pequenos.

Resultados semelhantes foram encontrados por Farinelli et al. (2006), segundo

estes autores adubação nitrogenada de cobertura no feijoeiro influenciou de maneira

positiva a massa de grãos. Pelegrin et al. (2009) encontraram respostas lineares para esta

variável em função do aumento da dose de N aplicada até a 160 kg ha-1

de N.

Acréscimos na massa de grãos de duas cultivares de feijão (Pérola e IAC Una) também

foram demonstrados por Fornasieri Filho et al. (2007) com resposta linear até a

aplicação de 150 kg ha-1

de N. Por outro lado, Meira et al. (2005) não encontraram

diferença entre as doses de N (0 até 240 kg ha-1

) aplicadas na cultura do feijão em

condições de campo num Latossolo Vermelho distrófico típico argiloso.

Neste contexto, pode-se inferir que o aumento da produtividade decorrente da

aplicação de N na cultura do feijão é devido também ao aumento da massa de mil grãos.

Page 56: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

40

5.3 Altura de planta

Na Tabela 6 é demonstrado o resumo da análise de variância para altura de

plantas. Verifica-se que a fonte de variação doses de N de verão influenciou todos os

anos avaliados, inclusive quando se avaliou conjuntamente. Também houve influência

do pastejo nas safras de 2008/09, 2010/11 e para análise conjunta dos dados.

Tabela 6. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio de

altura de planta para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13, 2014/15 e análise

conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016.

FV G

L1

Altura de planta (Quadrado Médio)

2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 GL2 2006 - 2014

Bloco 2 42,47 ns 42,24 ns 4,39 ns 22,83 ns 1150,62 ns 14 27434,47 **

Inverno (I) 3 139,06 ns 42,34 ns 5,52 ns 67,52 ns 1095,87 ns 3 353,28 ns

Erro 1 6 130,00 35,58 27,94 40,48 329,06 42 151,22

Pastejo (P) 1 13,53 ns 799,65 ** 208,67 * 0,36 ns 277,86 ns 1 642,74 **

I x P 3 171,87 ns 7,11 ns 6,61 ns 13,08 ns 156,53 ns 3 70,72 ns

Erro 2 8 97,83 59,41 22,87 19,41 153,55 56 78,39

Verão (V) 4 1022,25 ** 620,68 ** 364,33 ** 209,94 ** 385,84 * 4 2242,26 **

V x I 12 114,20 ns 54,78 ns 24,07 ns 16,62 ns 98,13 ns 12 110,05 ns

V x P 4 53,03 ns 46,65 ns 21,11 ns 34,08 ns 137,42 ns 4 116,07 ns

I x P x V 12 105,17 ns 36,16 ns 8,51 ns 14,37 ns 160,88 ns 12 33,44 ns

Erro 3 64 114,55 35,70 15,45 23,71 148,86 448 66,26

CV 1 (%) - 10,04 11,21 10,21 12,65 21,00 - 17,29

CV 2 (%) - 8,71 14,48 9,24 8,76 14,35 - 12,45

CV 3 (%) - 9,42 11,23 7,59 9,68 14,13 - 11,45

Média - 113,59 53,21 51,75 50,29 86,37 - 71,12

FV – fonte de variação; GL1 e 2 – graus de liberdade da análise de cada safra1 e da análise

conjunta2; ns – não significativo; ** e * - significativo respectivamente a 1% e a 5%.

De acordo com a Tabela 7 no ano de 2008/09, quando a cultura foi submetida a

condições de pastejo, verifica-se valores de altura de plantas menores (50,64 cm) e

estatisticamente diferentes das plantas que estavam numa área em que não foi

submetido ao pastejo (55,80 cm).

Essa foi a mesma tendência observada na análise conjunta dos anos, visto que o

maior valor de altura de plantas (72,07 cm) foi verificado na condição sem pastejo e

diferiu estatisticamente da condição com pastejo que apresentou altura de planta de

70,01 cm.

Page 57: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

41

O contrário aconteceu no ano de 2010/11, ainda que diferenças estatísticas

foram observadas, o maior valor de altura de planta (53,07 cm) foi verificado na

condição do pastejo enquanto que o menor valor para esta variável (50,43 cm) foi

verificado na condição sem pastejo.

Tabela 7. Altura de planta (cm) da cultura do feijão nos diferentes anos

estudados, na presença ou ausência de pastejo. Guarapuava – PR, 2016.

Pastejo/ano 2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 Média

Sem 113,26 ns 55,80 a 50,43 b 50,34 ns 87,89 ns 72,07 a

Com 113,93 50,64 b 53,07 a 50,23 84,84 70,01 b

Médias seguidas pela mesma letra, não se diferem entre si pelo teste de Tukey.

ns – não significativo

Ao observar a figura 15, verifica-se que para todos os anos estudados a altura

de planta foi influenciada de maneira quadrática pelas doses de N no verão.

Figura 15. Altura de planta (cm) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13 e

2014/15. Guarapuava – PR, 2016.

** e * significativo respectivamente a 1% e 5% pela análise de regressão.

y = -0,0005x2 + 0,1771x + 103 R² = 0,99 **

y = -0,0004x2 + 0,1435x + 45,51 R² = 0,84 **

y = -0,0003x2 + 0,1042x + 45,61 R² = 0,92 **

y = -0,0001x2 + 0,0648x + 45,72 R² = 0,99 *

y = -0,0004x2 + 0,1212x + 80,09 R² = 0,89 * 0

20

40

60

80

100

120

140

0 60 120 180 240

Alt

ura

de

pla

nta

(cm

)

N de verão (kg ha-1)

2006/07

2008/09

2010/11

2012/13

2014/15

Page 58: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

42

Tratando-se do ano de 2006/07, a maior altura da planta (119 cm) foi obtida

por meio da aplicação de 177 kg ha-1

de N no verão. Cabe considerar que neste ano,

pelas características da cultivar utilizada (FT soberano) houve problemas de

acamamento das plantas. Este problema foi potencializado pelo aumento da dose de N,

uma vez que o aumento da dose de N acarretou o aumento da altura das plantas.

Para o ano de 2008/09, a maior altura de planta (58 cm) foi obtida por meio da

aplicação de 179 kg ha-1

de N. Para a safra 2010/11, a altura de 55 cm (maior

observada) foi verificada por meio da aplicação de 174 kg ha-1

de N no verão. Para o

ano de 2012/13, não foi possível calcular qual foi a dose que proporcionou a maior

altura de plantas.

Em 2014/15 a dose que propiciou a maior altura (89 cm) foi de 151,50 kg ha-1

.

Destaca-se que para está variável, ao observar todos os anos, estes apresentaram a dose

de maior resposta próxima a 170 kg ha-1

de N aplicados no verão.

Quando se analisou conjuntamente (Figura 16) todos os anos, verifica-se

resposta semelhante aos dados das safras isoladas. A maior altura observada (73cm) foi

obtida por meio da aplicação de 152,50 kg ha-1

de N na cultura do feijão.

Figura 16. Altura de planta (cm) da cultura do feijão em função de doses

crescentes de N aplicadas no verão, na análise conjunta dos anos. Guarapuava – PR,

2016.

** significativo respectivamente a 1% pela análise de regressão.

y = -0,0004x2 + 0,122x + 64,075 R² = 0,98 **

62

64

66

68

70

72

74

76

78

0 60 120 180 240

Alt

ura

de

pla

nta

(cm

)

N de verão (kg ha-1)

2006 - 2014

Altura

Page 59: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

43

Os dados obtidos no trabalho permitem inferir que com o aumento da dose de

N, tem-se também um aumento da altura das plantas de feijão, sendo que, as maiores

alturas de plantas foram obtidas nas maiores doses de N. Os dados obtidos neste

trabalho devem-se ao fato de que o suprimento adequado de N está associado à alta

atividade fotossintética e, por conseguinte, ao crescimento das plantas.

Resultados similares foram obtidos por Sousa et al. (2012), estes autores

observaram que em condições com alta quantidade de N obtiveram-se maiores alturas

de planta. Resultados de Sandini (2009) mostraram que o N aplicado no verão e no

inverno elevou a altura das plantas de feijão.

Da mesma forma que os autores citados anteriormente Cunha et al. (2011),

mencionam que altas doses de N proporcionam aumento no tamanho das plantas. Ao

estudar a cultura do feijão em sistema convencional, Souza et al. (2014) obtiveram

resposta quadrática para a altura de plantas por meio da aplicação de N em cobertura.

Por fim, os dados deste trabalho corroboram com os dados obtidos por Reichert et al.

(2013).

Page 60: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

44

5.4 Altura de inserção do primeiro ramo produtivo

Na Tabela 8 é demonstrado o resumo da análise de variância para altura de

inserção do primeiro ramo produtivo. Verificou-se que houve efeito da fonte de

variação pastejo, para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11 e para a análise conjunta

dos anos. Também, observou-se a influência das doses de N aplicadas no verão para os

anos de 2008/09, 2014/15 e na análise conjunta dos anos.

Tabela 8. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio de

altura de inserção do primeiro ramo reprodutivo para os anos de 2006/07, 2008/09,

2010/11, 2012/13, 2014/15 e na análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014).

Guarapuava, PR, 2016.

FV GL1

Altura de inserção (Quadrado Médio)

2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 GL2 2006 - 2014

Bloco 2 16,03 ns 2,91 ns 2,98 ns 3,15 ns 2,90 ns 14 1812,11 **

Inverno (I) 3 10,10 ns 6,16 ns 2,39 ns 3,62 ns 11,23 ns 3 15,21 ns

Erro 1 6 14,24 8,04 1,82 3,96 18,38 42 7,67

Pastejo (P) 1 66,60 * 55,64 * 12,13 * 0,23 ns 31,72 ns 1 38,00 *

I x P 3 28,11 ns 5,05 ns 1,99 ns 0,48 ns 10,42 ns 3 6,72 ns

Erro 2 8 9,25 8,93 2,26 1,19 7,82 56 8,87

Verão (V) 4 41,38 ns 12,97 * 1,76 ns 1,07 ns 15,17 * 4 28,99 **

V x I 12 15,45 ns 8,41 ns 2,89 ns 1,36 ns 8,66 ns 12 7,20 ns

V x P 4 14,51 ns 4,65 ns 1,06 ns 1,55 ns 12,53 ns 4 8,61 ns

I x P x V 12 8,08 ns 7,37 ns 1,17 ns 1,85 ns 9,20 ns 12 4,20 ns

Erro 3 64 25,93 5,13 1,73 1,66 5,57 448 7,79

CV 1 (%) - 14,96 25,15 14,97 29,53 39,36 - 21,85

CV 2 (%) - 12,05 26,51 16,71 16,21 25,69 - 23,51

CV 3 (%) - 20,18 20,09 14,63 19,13 21,66 - 22,04

Média - 25,24 11,27 9,00 6,74 10,89 - 12,67

FV – fonte de variação; GL1 e 2 – graus de liberdade da análise de cada safra1 e da análise

conjunta2; ns – não significativo; ** e * - significativo respectivamente a 1% e a 5%.

Na Tabela 9, verifica-se que para o ano de 2006/07 a maior altura de inserção

(25,98 cm), foi obtida na ausência do pastejo o que se diferiu estatisticamente da

situação com pastejo (24,49 cm). A mesma tendência foi verificada em 2008/09, de

maneira que na ausência do pastejo a altura de inserção encontrada foi de 11,95 cm e se

diferiu estatisticamente do manejo com pastejo (10,59 cm).

Na média dos anos estudados (análise conjunta) também foi verificado

diferença significativa entre os dois sistemas, sendo que na ausência de pastejo a altura

de inserção obtida foi de 12,87 cm e com pastejo a altura foi de 12,39 cm.

Page 61: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

45

A redução da altura de inserção do primeiro ramo reprodutivo em áreas

pastejadas também foram observadas e descritas por (REICHERT et al., 2013).

Tabela 9. Altura de inserção do primeiro ramo reprodutivo (cm) da cultura do

feijão nos diferentes anos estudados, na presença ou ausência de pastejo. Guarapuava –

PR, 2016.

Pastejo/ano 2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 2006 - 2014

Sem 25,98 a 11,95 a 9,32 a 6,70 ns 10,38 ns 12,87 a

Com 24,49 b 10,59 b 8,69 b 6,78 11,41 12,39 b

Médias seguidas pela mesma letra, não se diferem entre si pelo teste de Tukey.

ns – não significativo

Figura 17. Altura de inserção do primeiro ramo reprodutivo (cm) da cultura do

feijão em função de doses crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2008/09, 2014/15

e na análise conjunta dos anos. Guarapuava – PR, 2016.

** e * significativo respectivamente a 1% e 5% pela análise de regressão.

Ao observar os dados de altura de inserção em função da aplicação das doses

de N no verão (Figura 17), verifica-se que em todos os casos onde se verificou diferença

estatística (2008/09, 2014/15 e a média dos anos), a altura de inserção respondeu de

maneira quadrática.

No ano de 2008/09 a maior altura de inserção (12 cm) foi obtida por meio da

aplicação de 151 kg ha-1

de N na cultura do feijão. Para o ano de 2014/15, a altura de

y = -8E-05x2 + 0,0242x + 10,081 R² = 0,97*

y = -7E-05x2 + 0,0148x + 10,625 R² = 0,41 *

y = -6E-05x2 + 0,014x + 12,296 R² = 0,76 ** 9,5

10,0

10,5

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

13,5

0 60 120 180 240

Alt

ura

de

inse

rçã

o (

cm)

N de verão (kg ha-1)

2008/09

2014/15

2006 - 2014

Page 62: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

46

inserção máxima verificada foi de 11 cm por meio da aplicação de 106 kg ha-1

de N no

verão. Ao observar os dados da análise conjunta, verifica-se que a altura de inserção

máxima verificada foi de 13 cm, por meio da aplicação de 117 kg ha-1

de N.

Constata-se que a influencia da aplicação de N na altura de inserção do

primeiro ramo reprodutivo é variável em função do ano de estudado, visto que as

condições climáticas são variáveis a cada ano e consequentemente influencia este

componente de produtividade.

Os dados deste trabalho são contrários aos obtidos por Sandini (2009), segundo

este autor a aplicação de N na cultura do feijão não alterou a altura de inserção do

primeiro ramo produtivo.

Page 63: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

47

5.5 Número de ramos produtivo por planta

Na Tabela 10 é demonstrado o resumo da análise de variância para o número

de ramos produtivo por plantas. Verificou-se que todos os anos avaliados, exceto

2014/15, apresentaram diferença estatística para a fonte de variação verão. Também foi

observado que no ano de 2014/15 e quando se analisou conjuntamente os dados houve

diferença para o pastejo.

Tabela 10. Resumo da análise de variância com os valores do número de ramos

produtivos por planta para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13, 2014/15 e

na análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016.

FV GL1

Número de Ramos produtivo por planta (Quadrado Médio)

2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 GL2 2006 - 2014

Bloco 2 0,41 ns 0,27 ns 0,11 ns 0,22 ns 0,26 ns 14 11,94 **

Inverno (I) 3 0,32 ns 0,23 ns 0,06 ns 0,50 ns 1,40 ns 3 0,08 ns

Erro 1 6 0,27 0,26 0,13 0,08 ns 0,79 42 0,50 ns

Pastejo (P) 1 0,08 ns 0,08 ns 0,01 ns 0,19 ns 4,11 * 1 2,16 *

I x P 3 0,15 ns 0,06 ns 0,07 ns 0,13 ns 0,96 ns 3 0,30 ns

Erro 2 8 0,34 0,41 0,13 0,19 0,46 56 0,41

Verão (V) 4 1,60 ** 1,60 ** 1,97 ** 3,25 ** 1,61 ns 4 7,95 **

V x I 12 0,25 ns 0,24 ns 0,10 ns 0,16 ns 1,67 * 12 0,70 ns

V x P 4 0,24 ns 0,29 ns 0,09 ns 0,17 ns 1,01 ns 4 0,06 ns

I x P x V 12 0,43 ns 0,29 ns 0,10 ns 0,12 ns 1,19 ns 12 0,54 ns

Erro 3 64 0,31 0,21 0,10 ns 0,14 0,76 448 0,42

CV 1 (%) - 45,52 20,50 21,36 28,90 61,99 - 43,96

CV 2 (%) - 51,31 25,87 20,77 44,38 47,59 - 39,58

CV 3 (%) - 48,83 18,44 18,16 37,83 61,07 - 40,10

Média - 1,14 2,46 1,72 0,98 1,43 - 1,62

FV – fonte de variação; GL1 e 2 – graus de liberdade da análise de cada safra1 e da análise

conjunta2; ns – não significativo; ** e * - significativo respectivamente a 1% e a 5%.

Tabela 11. Número de ramos produtivos por planta da cultura do feijão nos

diferentes anos estudados, na presença ou ausência de pastejo. Guarapuava – PR, 2016.

Pastejo/ano 2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 Média

Sem 1,17 ns 2,49 ns 1,72 ns 0,94 ns 1,62 a 1,68 a

Com 1,12 2,43 1,73 1,02 1,25 b 1,56 b

Médias seguidas pela mesma letra, não se diferem entre si pelo teste de Tukey.

ns – não significativo

Page 64: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

48

Ao observar a Tabela 11, verifica-se que no ano de 2014/15 o tratamento sem

pastejo apresentou maior valor de número de ramos (1,62) e se diferenciou

estatisticamente do tratamento com pastejo que apresentou 1,25 ramos produtivos por

planta. Também, para a análise conjunta de 2006 – 2014, o maior número de ramos

(1,68) foi obtido na condição sem pastejo e se diferenciou de maneira estatística da

condição com pastejo que apresentou 1,56 ramos por planta.

De acordo com a Figura 18, para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11 e

2012/13, o número de ramos produtivos por planta respondeu de maneira linear positiva

à aplicação de N no verão.

Para a safra 2014/15, houve interação entre verão e inverno, mas as análises de

regressão não mostraram diferença entre as doses aplicadas.

Figura 18. Número de ramos produtivos por planta (unidade) da cultura do

feijão em função de doses crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07, 2008/09,

2010/11 e 2012/13. Guarapuava – PR, 2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

A mesma tendência verificada para os anos de maneira isolada foi verificada

para a análise conjunta dos anos (Figura 19), sendo que o número de ramos aumenta

linearmente com o aumento da dose de N aplicada no verão.

Os dados obtidos neste trabalho são contrários aos obtidos por Sousa et al.

(2013) em experimento com a cultura do feijão caupi, estes autores relataram que não

houve influencia de doses de N em cobertura no número de ramos por planta.

y = 0,0023x + 0,864 R² = 0,72 ** y = 0,0022x + 2,194 R² = 0,66 **

y = 0,0029x + 1,378 R² = 0,92 **

y = 0,0036x + 0,554 R² = 0,85 **

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0 60 120 180 240

mer

o d

e ra

mo

s p

lan

ta-1

N de verão (kg ha-1)

2006/07

2008/09

2010/11

2012/13

Page 65: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

49

De acordo com Silva et al. (2009) o aumento no número de ramos por planta

pode estar relacionado com o incremento na dose de N aplicada. Resultados

semelhantes, onde o N influenciou o número de ramos por planta, foram obtidos por

(REICHERT et al., 2013).

Figura 19. Número de ramos produtivos por planta (unidade) da cultura do

feijão em função de doses crescentes de N aplicadas no verão, na análise conjunta dos

anos. Guarapuava – PR, 2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

y = 0,0023x + 1,278 R² = 0,77 **

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0 60 120 180 240

mer

o d

e ra

mo

s p

lan

ta-1

N verão (kg ha-1)

2006 - 2014

N verão

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50

5.6 Número de vagens por plantas

Na Tabela 12 é demonstrado o resumo da análise de variância para o número de

vagens por plantas. A variável em estudo foi influenciada pelo fator de variação verão

em todos os anos estudados, exceto para o ano de 2014/15.

Tabela 12. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio

do número de vagens por planta para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13,

2014/15 e na análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016.

FV GL1

Número de vagens por planta (Quadrado Médio)

2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 GL2 2006 - 2014

Bloco 2 24,97 ns 25,41 * 12,44 ns 7,22 ns 10,91 ns 14 123,82 **

Inverno (I) 3 7,28 ns 5,85 ns 13,24 ns 4,79 ns 8,39 ns 3 6,96 ns

Erro 1 6 13,04 2,53 6,28 5,98 6,26 42 7,47

Pastejo (P) 1 3,23 ns 2,01 ns 0,37 ns 5,85 ns 1,88 ns 1 0,38 ns

I x P 3 11,08 ns 2,28 ns 3,23 ns 2,38 ns 4,08 ns 3 8,46 ns

Erro 2 8 3,18 3,86 7,94 3,41 5,00 56 4,48

Verão (V) 4 106,82 ** 83,64 ** 30,29 ** 75,83 ** 12,05 ns 4 212,06 **

V x I 12 3,79 ns 6,75 ns 6,69 ns 3,11 ns 5,52 ns 12 9,48 ns

V x P 4 4,43 ns 10,56 ns 8,01 ns 4,14 ns 2,21 ns 4 2,90 ns

I x P x V 12 5,40 ns 4,19 ns 6,26 ns 3,88 ns 1,64 ns 12 2,06 ns

Erro 3 64 6,50 4,76 5,64 3,15 5,05 448 5,79

CV 1 (%) - 28,97 10,42 20,77 23,58 21,45 - 22,03

CV 2 (%) - 14,30 12,86 23,35 17,81 19,17 - 17,06

CV 3 (%) - 20,46 14,28 16,69 17,12 19,26 - 19,39

Média - 12,46 15,27 12,06 10,37 11,67 - 12,41

FV – fonte de variação; GL1 e 2 – graus de liberdade da análise de cada safra1 e da análise

conjunta2; ns – não significativo; ** e * - significativo respectivamente a 1% e a 5%.

Segundo a Figura 20, para todos os anos onde foi verificada diferença

estatística (2006/07, 2008/09, 2010/11 e 2012/13), o número de vagens por planta

respondeu de forma linear positiva a aplicação de N na cultura do feijão. De igual forma

a observada para cada ano de maneira isolada, na análise conjunta dos dados, verificou-

se que houve também resposta linear positiva Figura 21.

Em trabalhos realizados por Gomes Junior et al. (2008) foi verificado o

aumento do número de vagens por planta em função do aumento da dose de N, sendo

que aos maiores valores para esta variável foi obtido nas maiores doses de N, os dados

obtidos corroboram também com Bordin et al. (2003) e Silva et al. (2004). Aumento no

número de vagens por planta, por meio da aplicação de N em cobertura, também foi

verificado por Fernandes et al. (2005) e Meira et al. (2005).

Page 67: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

51

O aumento no número de vagens por planta por meio da aplicação de N em

cobertura deve-se a fato de que plantas com uma melhor nutrição produzem um número

maior de flores, que por sua vez, correspondem a um maior número de vagens por

planta.

Figura 20. Número de vagens por planta (unidade) da cultura do feijão em

função de doses crescentes de N aplicadas no verão, ano de 2006/07, 2008/09, 2010/11

e 2012/13. Guarapuava – PR, 2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

Figura 21. Número de vagens por planta (unidade) da cultura do feijão em

função de doses crescentes de N aplicadas no verão, na análise conjunta dos anos.

Guarapuava – PR, 2016.

** significativo a 1% pela análise de regressão.

y = 0,0201x + 10,052 R² = 0,81 **

y = 0,0156x + 13,398 R² = 0,63 **

y = 0,0103x + 10,83 R² = 0,76 **

y = 0,0179x + 8,228 R² = 0,91 **

0

5

10

15

20

0 60 120 180 240

mer

o d

e v

ag

ens

pla

nta

-1

N de verão (kg ha-1)

2006/07

2008/09

2010/11

2012/13

y = 0,0137x + 10,722 R² = 0,98 **

0

5

10

15

20

0 60 120 180 240

mer

o d

e v

ag

ens

pla

nta

-1

N de verão (kg ha-1)

2006 - 2014

N verão

Page 68: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

52

5.7 Número de grãos por vagem

Na Tabela 13 é demonstrado o resumo da análise de variância para o número de

grãos por vagem. Verifica-se que nenhuma das fontes de variação estudadas influenciou

estatisticamente o número de grãos por vagem, independente do ano de avaliação e até

mesmo para a análise conjunta dos anos.

Tabela 13. Resumo da análise de variância com os valores do quadrado médio

do número de grãos por vagem para os anos de 2006/07, 2008/09, 2010/11, 2012/13,

2014/15 e na análise conjunta de todos os anos (2006 – 2014). Guarapuava, PR, 2016.

FV GL1

Número de Grãos por Vagem (Quadrado Médio)

2006/07 2008/09 2010/11 2012/13 2014/15 GL2 2006 - 2014

Bloco 2 0,47 ns 0,12 ns 0,19 ns 0,11 ns 2,65 ** 14 7,88 **

Inverno (I) 3 0,36 ns 0,38 ns 0,33 ns 0,09 ns 0,55 ns 3 0,76 ns

Erro 1 6 0,68 0,68 0,14 0,09 0,23 42 0,40

Pastejo (P) 1 0,41 ns 1,63 ns 1,01 ns 0,16 ns 0,04 ns 1 0,33 ns

I x P 3 0,48 ns 0,37 ns 0,26 ns 0,02 ns 0,18 ns 3 0,24 ns

Erro 2 8 0,25 0,45 0,32 0,19 0,14 56 0,35

Verão (V) 4 0,23 ns 0,33 ns 0,49 ns 0,20 ns 0,02 ns 4 0,19 ns

V x I 12 0,37 ns 0,39 ns 0,17 ns 0,21 ns 0,07 ns 12 0,26 ns

V x P 4 0,10 ns 0,39 ns 0,17 ns 0,07 ns 0,17 ns 4 0,13 ns

I x P x V 12 0,22 ns 0,40 ns 0,30 ns 0,11 ns 0,09 ns 12 0,20 ns

Erro 3 64 0,25 0,30 0,26 0,11 0,18 448 0,31

CV 1 (%) - 15,24 16,75 7,82 5,93 8,13 - 11,99

CV 2 (%) - 9,23 13,70 11,78 8,68 6,33 - 11,18

CV 3 (%) - 9,13 11,19 10,62 6,61 7,17 - 10,56

Média - 5,43 4,92 4,83 5,06 5,93 - 5,26

FV – fonte de variação; GL1 e 2 – graus de liberdade da análise de cada safra1 e da análise

conjunta2; ns – não significativo; ** e * - significativo respectivamente a 1% e a 5%.

Os resultados observados neste trabalho são contrários aos descritos por Arf et

al. (2004), de acordo com estes autores, o número de grãos por vagem da cultura do

feijão respondeu linearmente a aplicação de N em cobertura. Estes mesmos autores

sugerem que o fornecimento de N para a cultura pode aumentar o número de óvulos

fertilizados por vagem.

Todavia, resultados semelhantes foram obtidos por Bordin et al. (2003) e

Reichert et al. (2013), estes autores também não verificaram influencia positiva da

aplicação de N no aumento de grãos por vagem. De acordo com Fernandes et al. (2005)

e Meira et al. (2005). o número de grãos por vagem da cultura do feijão, não foi

influenciado pela aplicação de N em cobertura.

Page 69: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

53

De acordo com Fernandes et al. (2005) o número de grãos por vagem é

controlado geneticamente, de modo que é uma característica inerente a cada cultivar e,

portanto pouco influenciado pelas práticas culturais realizadas. Logo, os dados destes

autores, justificam os resultados obtidos neste trabalho.

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54

6. CONCLUSÕES

- O pastejo não influenciou a produtividade de grãos da cultura do feijão em

nenhuma das safras estudadas bem como na análise conjunta dos dados;

- Verificou-se que há efeito do nitrogênio aplicado na pastagem na produtividade

da cultura do feijão – efeito residual do N. Entretanto, este efeito não é notado em altas

doses de N no verão;

- O N aplicado na cultura do feijão afeta positivamente a massa de mil grãos,

altura de planta, altura de inserção do primeiro ramo produtivo, número de ramos

produtivos e o número de vagens por planta. O número de grãos por vagem não foi

afetado;

- Na análise conjunta de cinco safras, verificou-se que a expressão de maior

produtividade para a cultura de feijão foi para aplicação de 139 kg ha-1

de N na cultura

de inverno combinada com o uso de 159 kg ha-1

de N no verão.

- Na análise conjunta de cinco safras, com a aplicação de 139 kg ha-1

de N no

pasto de inverno, a dose aplicada na cultura de lavoura que proporcionou a melhor

resposta econômica foi de 130 kg ha-1

de N.

Page 71: RESPOSTA DO FEIJÃO DE ALTA PRODUTIVIDADE AO … · Figura 1. Temperatura máxima média, mínima média e precipitação pluvial acumulada por decêndios – de maio a abril, para

55

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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