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JONAS DE OLIVEIRA FREIRE RESPOSTA DO MAMOEIRO GOLDEN A DIFERENTES LÂMINAS E FREQUÊNCIAS DE IRRIGAÇÃO MOSSORÓ-RN 2008

RESPOSTA DO MAMOEIRO GOLDEN A DIFERENTES …‡ÃO... · de irrigação por gotejamento, com emissores espaçados em 0,60 m e vazão nominal de 2,0 L h-1, para uma pressão de serviço

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JONAS DE OLIVEIRA FREIRE

RESPOSTA DO MAMOEIRO GOLDEN A DIFERENTES

LÂMINAS E FREQUÊNCIAS DE IRRIGAÇÃO

MOSSORÓ-RN

2008

JONAS DE OLIVEIRA FREIRE

RESPOSTA DO MAMOEIRO GOLDEN A DIFERENTES

LÂMINAS E FREQUÊNCIAS DE IRRIGAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Irrigação e Drenagem da

Universidade Federal Rural do Semi-árido -

UFERSA, como parte das exigências para

obtenção do título de Mestre em Irrigação e

Drenagem.

ORIENTADOR: JOSÉ DE ARIMATEA DE MATOS, D. Sc.

MOSSORÓ-RN

2008

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e

catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva

CRB15 120

F862r Freire, Jonas de Oliveira.

Resposta do mamoeiro Golden a diferentes lâminas e

freqüências de irrigação / Jonas de Oliveira Freire -- Mossoró,

2008.

52f.:il.

Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem. Área de

concentração; Irrigação e Drenagem) – Universidade Federal

Rural do Semi-Árido.

Orientador: Profº. Dr. José de Arimatea de Matos.

Co-orientador: Profº. Dr. José Francismar de Medeiros.

1.Carica papaia. 2.Perfil de umidade do solo. 3.Produção.

4. Manejo de Irrigação I.Título.

CDD: 634.651

DADOS BIBLIOGRÁFICOS DO AUTOR

Jonas de Oliveira Freire, filho de Marina Alves Freire e Sebastião Permino Freire, nasceu

aos 16 de maio de 1971 na cidade de Vera Cruz - RN. Cursou o Ensino Médio na Escola

Cenecista de 1º e 2º Graus Profª. Ascendina Lustosa, Vera Cruz – RN, concluindo o Curso

Profissionalizante de Magistério em dezembro de 1989. Em agosto de 1994 ingressou no

Curso de Engenharia Agronômica da Escola Superior de Agronomia de Mossoró – ESAM

(atual UFERSA), Durante o curso foi bolsista do CNPq (Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico) onde desenvolveu trabalhos de pesquisa na área

de Melhoramento Genético de Plantas e Irrigação, obtendo o título de Engenheiro Agrônomo

em agosto de 1999. Ingressou no Programa de Pós-Graduação em Irrigação e Drenagem da

Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA em março de 2006, concluindo-o em

Setembro de 2008.

RESUMO

FREIRE, J. de O. Resposta do mamoeiro Golden a diferentes lâminas e freqüências de

irrigação. 2008. 52f. Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) – Universidade

Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2008.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes lâminas e freqüências de irrigação,

na cultura do mamão (Carica papaya L.) grupo Solo, cultivar Golden nas condições

edafoclimáticas do leste do estado do Rio Grande do Norte. A cultura foi irrigada com sistema

de irrigação por gotejamento, com emissores espaçados em 0,60 m e vazão nominal de 2,0 L

h-1

, para uma pressão de serviço de 100 kPa. Utilizou-se quatro lâminas de irrigação, definidas

em função da necessidade total de irrigação – NTI (0.8, 1.0, 1.2 e 1.4 NTI), aplicadas em três

freqüências de irrigação (2, 3 e 4 vezes ao dia). O delineamento experimental foi em blocos

casualizado com quatro repetições e seis tratamentos, compostos pelas lâminas de irrigação

combinada a uma freqüência de irrigação, variando as lâminas e fixando a freqüência de duas

vezes ao dia e variando as freqüências dentro da lâmina 100% NTI, (T1= L1F3; T2= L2F2; T3=

L2F3 (padrão); T4= L2F4; T5= L3F3; T6= L4F3). O tratamento T4 foi composto por uma linha de

irrigação e os demais tratamentos por duas linhas. As variáveis analisadas foram: distribuição

espacial da densidade e da umidade do solo, intervalo de tempo entre a abertura da flor e a

colheita do fruto, produtividade, número médio de frutos por planta e massa média de frutos.

Os resultados obtidos demonstram que os maiores valores de umidade no perfil do solo

localizaram-se nas regiões com menores densidades do solo. A utilização do gotejamento em

solos arenosos, com uma linha de distribuição, influenciou de maneira negativa no teor de

umidade no perfil do solo. O menor intervalo de tempo (146,7 dias) entre a abertura da flor e

a colheita do fruto ocorreu o tratamento T4. A maior produtividade, 2.117,1 kg ha-1

semana-1

foi obtido no tratamento T2. O número médio de frutos por planta por semana decresceu

linearmente com o aumento das lâminas de irrigação e a maior massa média de frutos (0,404

kg) foi obtido com o tratamento T2.

Palavras-chaves: Carica Papaia, perfil de umidade do solo, produção, manejo da irrigação.

ABSTRACT

Freire, J. de O. Response of Golden papaya to different irrigation water depths and

frequency. 2008. 52f. Dissertation (Master in Irrigation and Drainage) - Universidade Federal

Rural do Semi-árido (UFERSA) Mossoró-RN, 2008.

The objective of this study was to assess the effect of different irrigation water depth and

frequency in papaya crop (Carica papaya L.) Solo group, Golden cultivar in the soil and

climatic conditions of Eastern Rio Grande do Norte. We used four irrigation water depths,

defined as a function of the total requirement of water - TRW (0.8, 1.0, 1.2 and 1.4 TRW)

applied in three irrigation frequencies (2, 3 and 4 times a day). The experimental design was

of randomized blocks with four replications and six treatments composed of the irrigation

water depths combined with an irrigation frequency. We varied the depths and fixed the

twice-a-day frequency by varying frequencies within the 100% TRW depth (T1=D1F3;

T2=D2F2; T3=D2F3 (standard); T4=D2F4; T5=D3F3 and T6=D4F3). The treatment T4 consisted of

an irrigation pipeline and other treatments for two lines. The variables analyzed were: spatial

distribution of soil density and water content, time interval between the flower opening and

the fruit harvest, yield, average number of fruit per plant and average fruit weight. The results

demonstrate that the highest values of soil water content profile were located in regions with

lower soil densities. The use of drip irrigation in sandy soils with a distribution line negatively

affected the soil water content profile. The shortest time interval (146.7 days) between the

flower opening and the fruit harvest occurred in the treatment T4. The higher productivity

(2,117.1 kg ha-1

week-1

) was obtained in the treatment T2. The weekly average number of

fruits per plant linearly decreased with increasing irrigation water depths and the highest

average fruit weight (0.404 kg) was obtained with the treatment T2.

Palavras-chaves: Carica Papaia, soil moisture profile, production, irrigation management.

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Resultado da análise físico-química da água utilizada na irrigação na

fazenda Gaia Importação e Exportação Ltda. no município de Ceará

Mirim-RN 22

TABELA 2 Características químicas e físicas do solo da área experimental 23

TABELA 3 Valores de lâmina e freqüência de irrigação, número de linhas de

distribuição, horário de aplicação e duração dos pulsos das irrigações

aplicadas no mamoeiro Golden 24

TABELA 4 Valores do coeficiente de cultivo (Kc), duração das fases fenológicas e

percentagem de área sombreada (%) utilizados no cálculo da ETc na

cultura do mamoeiro Golden 29

TABELA 5 Resumo da análise estatística da distribuição espacial da densidade no

perfil do solo cultivado com mamoeiro Golden: densidade máxima (dmáx),

limite de 75% das amostras com menores densidades (d75%), limite de 50%

das amostras com menores densidades (d50%), limite de 25% das amostras

com menores densidades (d25%), densidade mínima (dmín), densidade média

(dméd), e coeficiente de variação (CV) 35

TABELA 6 Resumo da análise de variância do tempo de abertura da flor até a colheita

do fruto (TAFC) do mamoeiro Golden, Ceará Mirim, RN 39

TABELA 7 Valores médios do número de dias entre a abertura da flor e a colheita do

fruto do mamoeiro Golden, Ceará Mirim, RN 39

TABELA 8 Resumo da análise de variância da produtividade comerciável (PC),

número de frutos por planta (NFP) e massa média de frutos (MMF) do

mamoeiro cultivar Golden, cultivado sob diferentes lâminas e freqüências

de irrigação. Ceará Mirim, RN 41

TABELA 9 Valores médios da produtividade comerciável (Kg ha-1

semana-1

), número

de frutos por planta e massa média de frutos (Kg) do mamoeiro Golden,

em diferentes épocas e cultivado sob diferentes lâminas e freqüências de

irrigação. Ceará Mirim, RN 41

TABELA 10 Valores médios mensais de temperatura média (Tm), umidade relativa

média (UR), evapotranspiração de referência (ETo), precipitação

pluviométrica (P), precipitação efetiva (PE) e lâmina bruta (Lb) em cada

tratamento, no período de dezembro de 2006 a dezembro de 2007 em

Ceará Mirim – RN

46

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Curva de retenção da umidade do solo nas profundidades de 0-15,

15-35 e 35-55 cm, nas tensões de 10 a 1.500 kPa 23

FIGURA 2 Croqui da área experimental 25

FIGURA 3 Detalhe da parcela experimental mostrando a área útil, plantas,

posicionamento da linha lateral e os gotejadores 25

FIGURA 4 Aplicação do composto orgânico (a) e sulco com o composto e

superfosfato simples (b) 27

FIGURA 5 Transplantio das mudas (a) e vista geral da área experimental após

transplantio (b) 27

FIGURA 6 Flor recém aberta com etiqueta (a) e fruto oriundo de uma flor

etiquetada (b) 31

FIGURA 7 Croqui da localização dos pontos de coletas das amostras de solo

para determinação da distribuição espacial, densidade e umidade 32

FIGURA 8 Perfis de densidade do solo (g cm-3

) cultivado com mamão Golden

nos tratamentos T1 (a), T2 (b), T3 (c), T4 (d), T5 (e) e T6 (f), em

Ceará Mirim, RN 35

FIGURA 9 Perfil de umidade do solo base volume (%), cultivado com mamão

Golden nos tratamentos T1 (a), T2 (b), T3 (c), T4 (d), T5 (e) e T6 (f),

em Ceará Mirim, RN 36

FIGURA 10 Classes de umidade no perfil do solo (%) cultivado com o mamoeiro

Golden e irrigado com diferentes lâminas e freqüência de irrigação,

em Ceará Mirim, RN 37

FIGURA 11 Estimativa do número de dias da abertura da flor a colheita do fruto

do mamoeiro em função da necessidade total de irrigação em Ceará

Mirim, RN 40

FIGURA 12 Produção comerciável do mamoeiro Golden, em função da

necessidade total de irrigação, aplicando a freqüência padrão da

cultura (F2 – três vezes ao dia) em Ceará Mirim, RN 42

FIGURA 13 Número médio de frutos por planta por semana do mamoeiro Golden,

em função de diferentes freqüências de irrigação em Ceará Mirim,

RN

43

FIGURA 14 Número médio de frutos por planta por semana do mamoeiro Golden

em quatro meses de produção, em função da necessidade total de

irrigação, aplicando a freqüência padrão da cultura (F2 – três vezes ao

dia) em Ceará Mirim, RN 44

FIGURA 15 Estimativa da massa média de frutos do mamoeiro Golden, em

função da necessidade total de irrigação, aplicando a freqüência

padrão da cultura (F2 – três vezes ao dia) em Ceará Mirim, RN 45

FIGURA 16 Dados mensais de precipitação, número de dias com chuva e

evapotranspiração estimada do mamoeiro Golden, no período de

dezembro/06 a dezembro/07 em Ceará Mirim, RN 45

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 16

2.1 Cultura do mamão ............................................................................................... 16

2.2 Propriedades físicas e distribuição de água no solo ............................................ 17

2.3 Irrigação do mamoeiro ........................................................................................ 19

3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 22

3.1 Localização e caracterização da área experimental ............................................ 22

3.2 Caracterização do solo ........................................................................................ 22

3.3 Tratamento e delineamento experimental ........................................................... 24

3.4 Instalação e condução da pesquisa ...................................................................... 25

3.4.1 Sistema de irrigação .................................................................................... 25

3.4.2 Cultura e cultivar ......................................................................................... 26

3.4.3 Preparo do solo e adubação de fundação .................................................... 26

3.4.4 Semeadura e transplantio ............................................................................ 27

3.4.5 Manejo da irrigação ..................................................................................... 28

3.4.6 Manejo da adubação e da fertirrigação ....................................................... 30

3.4.7 Tratos culturais e fitossanitários .................................................................. 30

3.5 Características avaliadas ..................................................................................... 30

3.5.1 Intervalo de tempo entre a abertura da flor e a colheita do fruto ................ 30

3.5.2 Produção comerciável ................................................................................. 31

3.5.3 Distribuição espacial da densidade e umidade no solo ............................... 31

3.6 Análise estatística ................................................................................................ 33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................... 34

4.1 Distribuição espacial da densidade e umidade no solo ....................................... 34

4.1.1 Distribuição espacial da densidade do solo ................................................. 34

4.1.2 Distribuição espacial da umidade no solo ................................................... 36

4.2 Intervalo de tempo ente a abertura da flor e a colheita do fruto ......................... 39

4.3 Produção comerciável ......................................................................................... 40

4.3.1 Produtividade .............................................................................................. 40

4.3.2 Número médio de frutos por planta ............................................................. 42

4.3.3 Massa média do fruto .................................................................................. 44

4.4 Balanço hídrico ................................................................................................... 45

5 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 47

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 48

1- INTRODUÇÃO

Atualmente, o Brasil encontra-se em posição de destaque na produção mundial de

frutas tropicais. Isso mostra não somente o potencial de participação no cenário do

agronegócio de frutas tropicais e seus derivados, mas também o potencial de propagação e

produção de fruteiras por meio de seu território. Devido a várias condições favoráveis, como

disponibilidade de recursos hídricos para a irrigação, possibilidade de expansão de plantio,

disposição geográfica apropriada para transportes externos, enorme mercado interno e

condições edafoclimáticas apropriadas.

O mamoeiro, planta típica de clima tropical, é a quarta maior fruteira, em termos de

produção no Brasil com 1,82 milhões de toneladas produzidas em 2007 correspondendo à

25% da produção mundial. O mamão encontra-se entre as sete primeiras da pauta de

exportação brasileira de frutas in natura, mas a maioria da sua produção destina-se ao

mercado interno, sendo que apenas cerca de 2% do volume produzido são exportados

(MARTINS et al., 2007).

A Região Nordeste é responsável por mais de 60% da produção nacional de

mamão, sendo o Rio Grande do Norte o estado brasileiro que apresentou maior crescimento

na produção nos últimos três anos. Com a instalação de várias empresas produtoras vindas

dos estados da Bahia e Espírito Santo nesse período a produção potiguar atingiu em 2007 o

volume de 89,2 mil toneladas ocupando a terceira posição no ranking nacional (4,9% da

produção brasileira), os estados da Bahia e Espírito Santo são responsáveis por 47,4 e 35,4%

da produção nacional respectivamente (IBGE, 2008). O mamão é o décimo terceiro produto

na pauta de exportação do Rio Grande do Norte, com um valor de U$ 7,68 milhões (2,20%

das exportações do estado), o quarto colocando entre as frutas frescas com volume

exportado de 7,8 mil toneladas em 2007, correspondente à 8,7% da produção do estado

(SECEX, 2008).

A escassez e a irregularidade pluviométrica estão entre os principais fatores

limitantes da produção agrícola na região Nordeste, especificamente no semi-árido, assim a

utilização de práticas de irrigação é indispensável a sustentabilidade do setor primário. O

14

suprimento adequado de água por meio da irrigação possibilita à planta manter um continuo

fluxo de água e nutrientes do solo para as folhas, favorecendo os processos de crescimento,

floração e frutificação, o que acarretará em aumento da produtividade e a melhoria da

qualidade do fruto (COELHO et al., 2003).

O mamoeiro necessita para o seu adequado desenvolvimento e produção de frutos

de precipitação pluvial anual entre 1.200 e 2.000 mm, distribuídos regularmente durante o

ano (COELHO et al., 2002; SEAGRI, 2007). A disponibilidade de água é um dos principais

fatores que limitam a produtividade do mamoeiro, uma vez que o mamoeiro apresenta os

processos de floração, crescimento e maturação dos frutos simultaneamente, exigindo um

suprimento constante e adequado de água e nutrientes para atingir o potencial de produção.

A planta e o fruto do mamoeiro são constituídos, aproximadamente, de 85% de água, o que

leva a planta a exigir, tanto no período de crescimento como no período de produção, um

bom suprimento de água. Independente do estádio da cultura, o déficit hídrico afeta

sensivelmente o mamoeiro, caso ocorra no período de desenvolvimento vegetativo o

crescimento das folhas e do caule é reduzido e no período de floração, pode haver queda de

flores ou ocorrência de esterilidade (SANCHES & DANTAS, 1999). A ocorrência de uma

semana ou mais de déficit pode causar queda de flores. Por outro lado, o excesso de água na

região em torno da raiz da planta diminui a aeração e afeta a absorção de nutrientes, aumenta

o aparecimento de doenças, além de possibilitar a lixiviação dos nutrientes (MARIN et al.,

1995).

O aumento da lâmina de total de água na cultura do mamão proporciona um

aumento na produtividade, na massa média e o número de frutos (SILVA et al., 2001;

COELHO et al., 2003; GARCIA, 2004; ESPINDULA NETO, 2007 a). Esse incremento

pode ser explicado pelo fato de que, as plantas normalmente não transpiram em seu

potencial máximo, em razão de algum fator limitante, na capacidade de campo, a

evapotranspiração (ET) é máxima, sendo que, à medida que a disponibilidade de água no

solo se reduz, a ET passa a ser menor que a ET máxima, portanto interferindo, de maneira

negativa, no rendimento final da cultura (GHEYI et al., 1994).

Mesmo com a expansão da cultura do mamão e da demanda por tecnologia, há

poucas informações acerca das necessidades hídricas do mamoeiro, que possam subsidiar o

manejo das irrigações, principalmente no estado do Rio Grande do Norte. Assim, é visível a

importância da realização de pesquisas que objetivem estudar o comportamento do mamão

submetido a condições diversas, sobretudo, no que se refere ao principal fator limitante à

15

produção, possibilitando a ampliação da capacidade competitiva do mamão nacional, com

incrementos à produtividade e, por conseguinte, à rentabilidade do produtor.

Face ao exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes lâminas

e frequência de irrigação na cultura do mamão grupo Solo, cultivar Golden nas condições

edafoclimáticas do leste do Estado do Rio Grande do Norte.

16

2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Cultura do mamão

O mamoeiro (Carica papaya L.) é uma das fruteiras mais comuns em quase todos os

países da América Tropical. Amplamente conhecido no Oriente desde o início do século

XVIII, sendo largamente cultivado na Índia, Sri Lanka, Arquipélago Malaio e em muitos

outros países asiáticos, nos países da América do Sul, América Central e Antilhas, bem

como na África Tropical, Havaí e Austrália, Ilhas Canárias e Ilha da Madeira (MANICA et

al., 2006).

Por ser uma fruteira tropical, o mamoeiro adapta-se bem em regiões com

temperaturas entre 21 e 33 ºC, sendo a ótima em torno de 25 ºC e a umidade relativa

adequada de 60 a 85%. Em temperaturas abaixo de 15 ºC, o mamoeiro paralisa o seu

desenvolvimento vegetativo, reduz o florescimento, atrasa a maturação e produz frutos de

qualidade inferior (OLIVEIRA et al., 1994; MARIN et al., 1995). Locais com temperaturas

na faixa de 22 a 27 ºC são considerados excelentes para o rápido crescimento vegetativo,

precocidade de florescimento e para a colheita dos primeiros frutos maduros, os quais

apresentam excelente sabor, com altos teores de sólidos solúveis e com grande rendimento

por planta e por hectare (MANICA et al., 2006).

O mamoeiro tem crescimento rápido e contínuo. No Rio Grande do Norte entre 60 e

80 dias pós-plantio da muda já inicia o florescimento e, a partir do sexto mês, pode

proporcionar as primeiras colheitas, apresentando durante o seu ciclo, fases em que os

processos de floração, crescimento e maturação dos frutos ocorrem simultaneamente. Em

virtude desse intenso desenvolvimento, a cultura exige um suprimento constante e adequado

de água e nutriente, durante todo o ciclo, para atingir seu potencial de produção (CIBES &

GAZTAMBIDE, 1978). O estresse hídrico pode causar a redução do diâmetro do caule e do

crescimento da planta e aumentar a produção de flores estéreis, reduzindo sua produtividade.

17

As cultivares de mamoeiros mais explorados no Brasil são classificados em dois

grupos, conforme o tipo de fruto: o grupo Solo e o grupo Formosa. Para comercialização nos

mercados externo e interno, há uma distinção no tamanho dos frutos que variam de acordo

com o peso. Para os cultivares do grupo Solo, frutos de 280 a 890 gramas são

comercializados no mercado interno, e de 290 a 650 gramas, no externo (MARIN & SILVA,

1996).

No Estado do Rio Grande do Norte, as principais cultivares plantadas são a Golden

do grupo Solo, cultivado no leste potiguar e o Tainung nº 1 do grupo Formosa, que é

cultivado em todo o estado.

A cultivar Golden, pertencente ao grupo Solo, é proveniente da seleção massal de

plantas, realizada em campos de produção de Sunrise Solo, no estado do Espírito Santo. Os

frutos hermafroditas possuem formato piriforme, cor da polpa rosa-salmão, cavidade interna

estrelada, casca lisa, tamanho uniforme, com peso médio de 450 gramas e excelente aspecto

visual. No estádio verde (imaturo), apresenta cor da casca verde mais clara que a variedade

que lhe deu origem. Tem boa aceitação no mercado internacional, porém com teor de sólidos

solúveis dos frutos e produtividade inferiores do Sunrise Solo (MARTINS & COSTA,

2003).

2.2. Propriedades físicas e distribuição de água no solo

Todas as alterações que ocorrem nas propriedades físicas do solo são fatores que

afetam a curva característica de retenção de água, pois, interferem diretamente na

capacidade de armazenamento de água, desta forma, quanto melhor estruturado o solo,

maior a quantidade de água retida e disponível as plantas. Para o manejo da irrigação isto

significa uma maior quantidade de água presente no solo.

Alterações nos limites de retenção de umidade do solo em razão das modificações

nos teores de matéria orgânica são pouco estudadas. Smith et al. (1985) obtiveram

correlações positivas entre a matéria orgânica e o limite de plasticidade em solos com

diferentes mineralogias, enfatizando que o aumento da matéria orgânica tende a aumentar a

área superficial específica do solo, com conseqüente aumento de retenção de água.

A relação entre o teor de água no solo e o potencial com que esta fica retida é

denominada de Curva Característica de Água no Solo ou Curva de Retenção de Água no

Solo. O potencial mátrico é o resultado das forças capilares e de adsorção que surgem

18

devido à interação entre a água e as partículas sólidas do solo, ou seja, a matriz do solo, estas

forças atraem e fixam a água no solo (LIBARDI, 1999).

O conteúdo de água retido no solo em determinada tensão é característica específica

de cada solo e é resultado da ação conjunta e complexa de vários fatores. Este depende do

teor de mineralogia da fração argila, do teor de matéria orgânica, das diferenças da

microestrutura com elas relacionadas (REICHARDT, 1987).

Para altos conteúdos de água no solo, nos quais os fenômenos capilares são de

elevada importância, depende da densidade do solo e da porosidade. Enquanto que para

menores conteúdos de água, em que o fenômeno de adsorção domina, depende mais da

textura e da superfície específica do solo (DEMATTÊ, 1988).

Paula et al. (2004) trabalhando com diferentes doses adubação orgânica em canteiros

de tomate, observou a melhoria na estrutura física do solo, melhorando a capacidade de

armazenamento e retenção de água, possibilitando um melhor aproveitamento de água no

sistema de cultivo.

A variação espacial das propriedades físicas do solo contribui para variações na

distribuição da água aplicada pela irrigação. Estas variações no volume de solo molhado são

um problema à estimativa adequada do número de emissores, do número de linhas laterais

por planta e de sua localização em relação às plantas ou fileiras de plantas (OR, 1996). Além

disso, perdas por percolação reduzem a eficiência do sistema, comprometendo assim, o

sucesso de um sistema de irrigação. Deste modo, o conhecimento das propriedades físicas

do solo relacionadas ao processo de distribuição de água, é extremamente útil no

dimensionamento do projeto e no manejo de irrigação, possibilitando a determinação da área

molhada, dimensões do bulbo molhado, eficiência dos sistemas e posicionamento de

sensores de umidade e de potencial.

Souza & Matsura (2004), aumentando a vazão do gotejador observaram o aumento

no raio horizontal e, diminuindo a vazão, ocorre acréscimo no raio vertical do bulbo

molhado, devido à alteração da área de infiltração da água aplicada. Os mesmos autores

verificaram também, um incremento no movimento da água nos raios horizontais e verticais,

devido ao efeito de irrigações sucessivas. Keller & Bliesner (1990) ressaltam a necessidade

da realização de duas ou três irrigações sucessivas para dimensionar o bulbo molhado.

19

2.3. Irrigação no mamoeiro

A necessidade de água das plantas varia com sua fase de desenvolvimento e com as

condições climáticas locais. Plantas jovens consomem menos água que plantas adultas em

pleno desenvolvimento. Além disso, aquelas cultivadas em local de clima seco e quente

necessitam, diariamente, de maior quantidade de água, em comparação com outras

cultivadas em ambientes úmidos e com temperaturas amenas (ESPINDULA NETO &

SILVA, 2007).

O manejo racional da irrigação proporciona melhorias na produtividade e na

qualidade dos frutos. Tanto o déficit quanto o excesso de água afetam o comportamento nos

estádios fenológicos, comprometendo a qualidade e produtividade dos frutos. A deficiência

hídrica, durante o período inicial de crescimento dos frutos, proporciona redução de

tamanho; durante a maturação, atrasa o amadurecimento, afeta a coloração e favorece a

queima dos frutos pela radiação solar; mas na fase final de maturação, a necessidade de água

diminui. O excesso hídrico, combinado com temperaturas elevadas, torna a cultura muito

susceptível a doenças, tanto na parte aérea quanto nas raízes.

O mamoeiro é uma cultura exigente em água, em regiões onde existem veranicos

prolongados, a cultura não apresenta rendimentos satisfatórios, tornando obrigatório o uso

da irrigação (SILVA & COELHO, 2003). Segundo Marin et al. (1995), o mamoeiro não

suporta encharcamento por mais de 24 horas. Em caso de encharcamento prolongado, ocorre

morte das raízes por deficiência de oxigênio ou por aparecimento de doenças causadas por

fungos.

A deficiência de água reduz o crescimento da planta, sua atividade

evapotranspirométrica e a absorção de nutrientes, essenciais ao seu desenvolvimento,

reduzindo a produção de frutos. Por outro lado, se ocorrer excesso de água, a falta de

aeração afetará a absorção de nutrientes e, com isso, seu desenvolvimento, além de

possibilitar a perda de nutrientes por lixiviação (ALMEIDA, 2000).

Em regiões com precipitações inferiores a 1.500 mm por ano, ou mesmo com

precipitações superiores a esta, mas distribuídas irregularmente, faz-se necessário o uso da

irrigação suplementar. Em regiões com precipitações inferiores a 1.000 mm por ano, o uso

da irrigação é fundamental ao cultivo racional e econômico do mamoeiro (BERNARDO et

al., 1996).

Segundo Manica et al. (2006), as plantas jovens são tolerantes ao déficit de umidade

no solo. Contudo, na fase de florescimento, a ocorrência de uma semana ou mais de déficit

20

pode causar queda de flores. As plantas adultas, embora sejam mais resistentes ao déficit de

umidade, não produzem o máximo nessas condições.

Estudando a importância da irrigação sobre o crescimento e os tipos de fruto Awada

(1961), concluiu que a idade da planta e o nível de umidade do solo são os dois fatores mais

importantes que afetam seu crescimento. Constatou, ainda, que um dos efeitos do estresse

hídrico nos mamoeiros hermafroditas foi à produção em grande quantidade de flores

estéreis.

Silva (1999) estudou o efeito de diferentes lâminas e freqüências de irrigação no

mamoeiro Sunrise Solo Line 72/12 irrigado por microaspersão num Latossolo Vermelho-

Amarelo no Espírito Santo e verificou que o melhor desenvolvimento vegetativo e a maior

produtividade foram obtidos no intervalo entre irrigações de três dias, com uma lâmina de

reposição de 120% da ETo.

Trabalhando com mamão Formosa, híbrido Know you Seed, Garcia (2004) verificou

que o peso médio do fruto, o número de frutos por planta e a produtividade variam

linearmente com o aumento dos níveis de irrigação. Santos (2006) estudando o mamoeiro

variedade Tainung Nº 1, nas condições edafoclimáticas do Ceará, verificou uma tendência

linear positiva para a produtividade em função das lâminas de irrigação, onde o maior

rendimento foi obtido com a lâmina de 150% da evapotranspiração do tanque classe A.

Espindula Neto et al., (2007 a) estudando a resposta do mamoeiro Golden a diferentes

lâminas de irrigação (25, 50, 75, 100 e 125% da evapotranspiração da cultura) aplicadas pelo

sistema de gotejamento na região Norte do Espírito Santo observaram aumento da

produtividade, da massa média de frutos e do número total de frutos com o aumento da

lâmina total de água aplicada. Cordeiro (2006), com manejo de irrigação de forma

suplementar a demanda hídrica do mamoeiro cultivar Golden, obteve uma produtividade

média de 8,76 Mg ha-1

mês-1

. Almeida (2000), variando lâminas de irrigação no mamoeiro

cultivar Sunrise solo 72/12, obteve uma produtividade média de 6,04 e 6,62 t ha-1

mês-1

, para

lâminas de reposição de 80 a 160% da ETo.

Marinho (2007), estudando o comportamento do mamoeiro Golden sobre 5 lâminas

de irrigação (50, 70, 90, 110, e 130% lâmina total de irrigação) observou que, ao longo do

ciclo produtivo houve uma grande variação na produtividade, ocorrendo picos de produção

de julho a outubro/2005, decrescendo até março/06, e com maiores picos ocorrendo nos

meses de setembro/05 e maio/06 (3º e 11º mês do ciclo produtivo), 10,47 e 10,31 Mg ha-1

,

respectivamente.

21

O aumento da produtividade obtida em função da lâmina aplicada está relacionado

ao aumento do peso do fruto e do número total de frutos produzidos. Isto ocorre porque a

manutenção da disponibilidade de água no solo permite plena atividade evapotranspiratória,

maior estabelecimento de flores, maior número de frutos e adequado suprimento de

nutrientes (ALMEIDA, 2000).

Espindula Neto (2007) comparando sistema de irrigação por gotejamento com duas e

uma linhas de gotejadores por fileira de plantas observou que o número de frutos por planta

foi menor no tratamento com uma linha de gotejadores por fileira de plantas. O mesmo autor

observou que o número de frutos por planta do mamoeiro, obteve crescimento linear em

função das lâminas totais de água aplicada. Almeida (2000) verificou efeito quadrático no

número de frutos em função de diferentes lâminas aplicadas, enfatizando que maiores

aplicações de água podem diminuir o incremento do número de frutos ou mesmo estabilizar.

Gomes Filho (2005) observou que as lâminas de irrigação não influenciaram o peso

médio dos frutos de mamão cultivar Golden. Marinho (2007) obteve peso médio dos frutos

do mamoeiro Golden de 404 g, o qual ficou dentro do padrão de aceitação dos mercados

interno e externo, mas não ajustou nenhum modelo matemático para estimar o peso médio

do fruto em função das lâminas de irrigação aplicadas, indicando não haver uma direção

definida.

Segundo Allen et al. (1998) a evapotranspiração de referência (ETo) depende

somente de parâmetros climáticos. Conseqüentemente, a ETo é um parâmetro climático e

pode ser calculado para dados climáticos. A ETo expressa o poder de evaporação da

atmosfera de um local e tempo específico naquele ano e não leva em consideração as

características da cultura e fatores do solo. O método de Penman-Montheith é recomendado

pela FAO para determinação da ETo, e assim estimar as necessidade de água para a

irrigação.

Resultados obtidos por Almeida (2000) e Silva (1999) indicam que a melhor taxa de

reposição de água, ou a que fornece as maiores produções, está em torno de 120% da ETo.

O mamoeiro é uma planta muito sensível às variações climáticas. São José (1996)

mostra que, no período de verão, no extremo sul da Bahia, são necessários aproximadamente

90 dias da abertura da flor até a colheita do fruto; já no período de inverno, o tempo é maior,

variando de 140 a 180 dias. Informa ainda que, provavelmente, em decorrência de altas

temperaturas nos meses mais quentes do ano, nas regiões semi-áridas, tem sido observado

elevado percentual de frutos carpelóides, bem como da mancha fisiológica, que está

associada à baixa umidade relativa do ar.

22

3 - MATERIAL E MÉTODOS

3.1 - Localização e caracterização da área experimental

O trabalho foi conduzido de dezembro de 2006 a dezembro de 2007, na fazenda Gaia

Importação e Exportação Ltda. localizada no município de Ceará Mirim, estado do Rio

Grande do Norte, apresentando as seguintes coordenadas geográficas: latitude sul de 5º 32’,

longitude oeste de Greenwich de 35º 27’ e altitude de 84 m.

O clima da região, na classificação de Köppen, é do tipo Am, Tropical Chuvoso,

(megatérmico), com verão seco e precipitação média anual de 1.535,2 mm concentrando-se

de março a agosto, temperatura média anual de 25,3°C e umidade relativa do ar média anual

de 79% (IDEMA, 2001).

Para irrigação, utilizou-se a água proveniente de poços artesianos, localizados no

sedimento do aquífero Barreiras, com profundidade de aproximadamente 70 m. As análises

química da água realizadas no Laboratório de Análise de Solo, Água e Planta do

Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal Rural do Semi-árido

(UFERSA), seguindo metodologia da EMBRAPA (1999) são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1. Resultado da análise físico-química da água utilizada na irrigação na fazenda Gaia

Importação e Exportação Ltda. localizada no município de Ceará Mirim-RN

CE

(mS m-1

) pH

Ca Mg K Na Cl HCO3 CO3

---------------------------- (mmolC dm-3

) -----------------------------

0,05 7,20 0,30 0,30 0,06 0,11 0,40 0,60 0,00

3.2 - Caracterização do solo

O solo da área experimental foi caracterizado como NEOSSOLO

QUARTIZARÊNICO Órtico típico, muito profundo, excessivamente drenado, praticamente

neutro, A antrópico, com relevo predominantemente plano. As características química e

23

física, e a curva de retenção de umidade do solo nas camadas de 0–15, 15–35 e de 35–55 cm

e analisadas no Laboratório de Análise de Solo, Água e Planta do Departamento de Ciências

Ambientais da UFERSA, estão apresentados na Tabela 2 e Figura 1.

Tabela 2 – Características químicas e físicas do solo da área experimental Características químicas

Camada

(cm)

pH em Água

(1:2,5)

Ca Mg K Na Al P C MOS

---------------- (cmolc dm-3

) ---------------- (mg kg-1

) ---- (g kg-1

) ----

0 – 15 7,70 6,50 3,00 2,28 15,67 0,00 310,70 3,30 5,69

15 - 35 6,5 3,70 0,70 0,26 0,41 0,30 224,64 1,78 3,06 35 – 55 6,8 3,30 0,60 0,19 0,33 0,05 159,84 1,65 2,85

Características físicas

Camada

(cm)

Frações granulométricas (g kg-1

) Densidade

(kg dm-3

) Porosidade

total (%)

Classe

textural Areia

Silte Argila Grossa Fina Total Real Aparente

0 – 15 550 380 930 40 30 2,50 1,37 45,20 Areia

15 - 35 540 400 940 30 30 2,60 1,43 45,00 Areia

35 – 55 470 300 770 190 40 2,56 1,29 49,61 Areia

Camada

(cm)

Tensão (MPa) Água disponível

0,01 0,03 0,05 0,10 0,30 0,50 1,00 1,50

---------------------------- Umidade (cm³ cm-³) ---------------------------- (mm) (mm m

-1)

0 – 15 0,180 0,160 0,139 0,120 0,103 0,088 0,077 0,067 13,77 91,79

15 - 35 0,124 0,109 0,054 0,039 0,035 0,034 0,033 0,031 16,02 80,08 35 – 55 0,150 0,136 0,057 0,034 0,031 0,028 0,027 0,027 20,12 100,62

Fonte: Dados de pesquisa

Figura 1. Curva de retenção da umidade do solo nas profundidades de 0-15, 15-35 e 35-55

cm, nas tensões de 10 a 1500 kPa

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0 300 600 900 1200 1500

Um

idad

e d

o s

olo

(cm

3 cm

-3)

Potencial matricial (kPa)

0-15 cm

15-35 cm

35-55 cm

24

3.3 - Tratamentos e delineamento experimental

A área experimental com 0,43 hectares foi instalada dentro de uma área comercial.

Utilizando-se quatro lâminas de irrigação, definidas em função da necessidade total de

irrigação – NTI (L1= 0,8 NTI; L2= 1,0 NTI; L3= 1,2 NTI; L4= 1,4 NTI), aplicadas em três

freqüências de irrigação (F1= 2 vezes ao dia; F2= 3 vezes ao dia; F3= 4 vezes ao dia) e

distribuídas em uma ou duas linhas laterais por fileira de plantas. Os tratamentos foram

compostos pelas lâminas de irrigação combinada a uma freqüência de irrigação, variando as

lâminas e fixando a freqüência F2 e variando as freqüências dentro da lâmina L2.

Totalizando seis tratamentos: T1= L1F2; T2= L2F1; T3= L2F2 (padrão); T4= L2F3; T5= L3F2;

T6= L4F2, sendo que no tratamento T4 as lâminas foram aplicadas por uma linha lateral por

fileira de plantas e os demais tratamentos por duas linhas (Tabela 3 e Figura 2).

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 6 tratamentos

e quatro repetições, totalizando 24 parcelas.

As parcelas foram constituídas de uma fileira de 50,0 m de comprimento com 33

plantas espaçadas de 1,50 m, o espaçamento entre fileira foi de 3,3 m, conforme é mostrado

na Figura 2. Totalizando uma área útil de 148,5 m2, contendo 33 plantas das quais 6 foram

coletados os dados de produtividade para as avaliações (Figura 3).

Tabela 3. Valores de lâmina e freqüência de irrigação, número de linha de distribuição,

horário de aplicação e duração dos pulsos das irrigações aplicadas no mamoeiro Golden

Trata-

mentos Lâmina

Freqüência

(vezes ao dia)

Nº de linhas

de

distribuição

Horário das irrigações

07:00 11:00 15:30 23:00

Duração dos pulsos (minutos)

T1 0,8 NTI 3 2 32 - 32 TC

T2 1,0 NTI 2 2 TT/2 - TT/2 -

T3 1,0 NTI 3 2 40 - 40 TC

T4 1,0 NTI 4 1 40 TC/2 40 TC/2

T5 1,2 NTI 3 2 48 - 48 TC

T6 1,4 NTI 3 2 56 - 56 TC

NTI – necessidade total de irrigação;

TT – tempo total necessário para aplicar a lâmina de irrigação (TT/2 40 minutos);

TC – tempo complementar ao tempo total necessário para aplicar a lâmina de irrigação.

25

Figura 2. Croqui da área experimental

Figura 3. Detalhe da parcela experimental mostrando a área útil, plantas, posicionamento da

linha lateral e os gotejadores

3.4 - Instalação e condução da pesquisa

3.4.1 - Sistema de irrigação

O sistema de irrigação localizado utilizado foi gotejamento, composto um por um

conjunto moto-bomba de 3,0 CV, filtro de disco de 120 mesh, linha adutora de 50 mm,

cabeçal de controle formado por dois injetores de fertilizantes tipo Venturi ¾” (um para

fertirrigar o tratamento T4 e o outro para os demais tratamentos), e sistema de controle de

vazão, pressão e freqüência de irrigação. As linhas de derivação foram formadas por seis

tubulações em PVC de 32 mm. As linhas laterais de polietileno de 16 mm (tubo gotejador

26

TIRAN/NETAFIM) com gotejadores espaçados em 0,60 m e vazão nominal de 2,0 L h-1

,

para uma pressão de serviço de 100 kPa. O tratamento T4 foi composto por uma linha de

irrigação e os demais tratamentos por duas linhas, 60 dias após o transplantio as linhas de

emissores foram afastadas e fixadas a 0,25 m do caule das plantas.

O sistema de irrigação foi avaliado segundo metodologia adaptada por Merriam &

Keller (1978), o qual apresentou vazão média, coeficiente de uniformidade de Christiansen

(CUC), coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD), coeficiente estatístico de

uniformidade (CUE) e coeficiente de variação (CV) de: 1,96 L h-1

, 91,76%, 86,29%, 90,09%

e 9,91%, respectivamente.

3.4.2 - Cultura e cultivar

A cultura estudada foi o mamão (Carica papaya L.), variedade pertencente ao grupo

Solo, cultivar “Golden” que possui características com boa aceitação nos mercados interno e

externo. As sementes para produção das mudas foram provenientes de frutos maduros

colhidos nos pomares da própria fazenda, observando-se o vigor da planta mãe e a qualidade

dos frutos.

3.4.3 - Preparo do solo e adubação de fundação

O preparo do solo consistiu de uma aração e gradagem para nivelamento. Foram

abertos sulcos com 0,40 m de profundidade na faixa de solo destinada ao plantio e aplicados

em fundação 100 gramas de calcário dolomítico por metro, 250 gramas de superfosfato

simples por metro e como fonte de matéria orgânica 10 litros do composto orgânico por

metro (Figura 4).

27

(a) (b)

Figura 4: Aplicação do composto orgânico (a) e sulco com o composto e superfosfato

simples (b)

3.4.4 - Semeadura e transplantio

O semeio foi realizado em sacos plásticos (10 x 25 cm), sendo utilizado como

substrato uma mistura constituída de solo e esterco bovino curtido na proporção de 1:1,

colocando-se seis sementes por saco em três pontos equidistantes. Realizou-se o desbaste

quinze dias após o semeio com base no vigor das plantas.

As mudas foram transplantadas no dia 04 de dezembro de 2006 (30 dias após a

semeadura), com espaçamento de 0,75 m x 3,30 m, com uma muda por cova,

correspondendo a uma população inicial de 4.040 plantas por hectare (Figura 5).

(a) (b)

Figura 5: Transplantio das mudas (a) e vista geral da área experimental após transplantio (b).

28

3.4.5 - Manejo da irrigação

A aplicação das lâminas diferenciadas teve início às onze semanas após o

transplantio (15 de fevereiro de 2007). As lâminas de irrigação aplicadas foram

determinadas a partir da estimativa da evapotranspiração da cultura. Os valores da

evapotranspiração de referência (ETo) foram obtidos pelo método de Penman-Monteith,

Equação 1, proposto pela FAO (ALLEN, 1998) com dados climáticos obtidos por uma

estação meteorológica instalada próximo a área experimental. O cálculo da

evapotranspiração para a irrigação localizada (ETL) foi calculado pela Equação 2.

2

2

.34,01..

.273

900...408,0

U

eeUt

GRn

EToda

(1)

Em que:

ETo – evapotranspiração de referência (mm dia-1

);

– gradiente da curva de pressão de vapor (kPa oC

-1);

Rn – balanço de radiação na superfície (MJ m-2

dia-1

);

G – fluxo de calor no solo (MJ m-2

dia-1

), desprezado no presente estudo;

– constante psicrométrica (kPa oC

-1);

t – temperatura média a 2 m de altura (oC);

U2 – velocidade do vento a 2 m de altura (m s-1

);

(ea - ed) – déficit de pressão de vapor a 2 m de altura (kPa).

KlKsKcEToETc ... (2)

Onde:

ETc – evapotranspiração da cultura (mm dia-1

);

ETo – evapotranspiração de referencia (mm dia-1

);

Kc – coeficiente da cultura (adimensional);

Ks – coeficiente de estresse hídrico (adimensional);

Kl – coeficiente de localização (adimensional).

O coeficiente de cultivo (Kc) adotado para os diversos estádios de desenvolvimento

da cultura do mamoeiro foi ajustado por Montenegro et al. (2003). Para o coeficiente de

localização (Kl) adotou-se o modelo proposto por Keller (1978), Equação 3. O coeficiente

29

de estresse foi igual a 1, devido à freqüência de irrigação de duas a quatro vezes ao dia. Os

valores de Kc e Kl estão apresentados na Tabela 4.

100115,0

100

PPKl (3)

Onde:

Kl – coeficiente de localização (adimensional);

P – percentagem da área molhada ou sombreada (%), prevalecendo o maior valor.

Tabela 4. Valores do coeficiente de cultivo (Kc), duração das fases fenológicas e

percentagem de área sombreada (%) utilizados no cálculo da ETc na cultura do mamoeiro

Golden

Fase Kc* Duração

(dias) Kl

Porcentagem de área

sombreada (%)

Vegetativa 0,54 60 0,45 37

Floração/frutificação 0,87 110 0,58 50

Floração/frutificação/maturação 0,90 220 0,83 80

*Montenegro et al. (2003)

A necessidade total de irrigação (NTI) foi determinada através da Equação 4.

Ea

ETcNTI (4)

Onde:

NTI – necessidade total de irrigação (mm dia-1

);

Ea – eficiência de aplicação (decimal);

No cálculo da precipitação efetiva, as chuvas de até 10 mm foram computadas

somente 30%, precipitações compreendidas entre 10 e 15 mm foram consideradas apenas 3

mm e chuvas maiores que 15 mm apenas 5 mm.

O parcelamento da lâmina total de irrigação foi realizado com pulsos padrões de 30

minutos às 07:00 e ás 15:30 horas, e um pulso complementar as 11:00 horas durante os

primeiros 60 dias. Dos 60 aos 73 dias após o transplantio o pulso padrão foi de 40 minutos

seguindo os mesmos procedimentos do primeiro bimestre. A partir dos 74º dia os pulsos de

irrigação variaram em função da necessidade total de irrigação e da lâmina e freqüência de

irrigação aplicada aos tratamentos, Tabela 3.

30

3.4.6 - Manejo da adubação e da fertirrigação

A fertirrigação foi realizada duas vezes ao dia as 7:00 e às 15:30 horas, com a

aplicação dos nutrientes de acordo com a marcha de absorção praticada pela Fazenda Gaia.

O tempo de aplicação da fertirrigação compreende de no mínimo 30 minutos,

compreendidos o tempo de avanço e de lavagem dos nutrientes.

3.4.7 - Tratos culturais e fitossanitários

Foram feitas capinas e aplicação de herbicida para o controle de plantas invasoras.

Com o intuito de controle e prevenção, foram aplicados inseticida e fungicida específico,

seguindo o cronograma de aplicação da fazenda, a fim de evitar presença das principais

pragas e doenças comuns na região para cultura do mamoeiro. A Seleção das plantas

hermafroditas (sexagem) ocorreu por ocasião do surgimento das primeiras flores, condição

necessária para distinção entre plantas femininas e hermafroditas. Após a sexagem e seleção

a população reduziu de 4.040 para 2.020 plantas por hectare.

3.5 - Características avaliadas

3.5.1 – Intervalo de tempo entre a abertura da flor e a colheita do fruto

Para avaliar o tempo entre a abertura da flor e a colheita do fruto do mamoeiro

Golden, foram identificadas flores recém abertas na 22º semana de cultivo (dia 31 de maio

de 2007). As etiquetas foram datadas e fixadas no pecíolo da flor (Figura 8), sendo avaliada

uma flor por planta, num total de nove plantas por parcela experimental. Depois foi

observada a data da colheita do fruto oriundo da flor identificada por ocasião da sua

abertura, determinando-se o intervalo de tempo pela diferença das datas.

31

(a) (b)

Figura 6: Flor recém aberta com etiqueta (a) e fruto oriundo de uma flor etiquetada (b)

3.5.2 - Produção comerciável

Para avaliar a produção comerciável, foram realizadas colheitas semanais, da 37ª a

56º semana de cultivo, colhendo-se os frutos comerciáveis de seis plantas por parcela

experimental, obtendo-se o número de frutos por planta, e pesando-se os frutos numa

balança digital com precisão de 1 g, obteve-se a massa média dos frutos e a produção de

cada parcela. Sendo a produção agrupada em quatro épocas: época 1 da 37ª a 42ª; época 2 da

44ª a 49ª; época 3 da 48ª a 51ª e época 4 da 52ª a 56ª semana de cultivo. O ponto de colheita

dos frutos seguiu a metodologia adotada na Fazenda Gaia, que define o ponto de colheita

quando os frutos atingem o estádio 1 (quando os frutos passam de verde-escuros para verde-

claros).

3.5.3 - Distribuição espacial da densidade e umidade no solo

Para avaliação da distribuição da umidade no solo e da variação da densidade do

solo, foram abertas trincheiras transversais com 2,0 m de comprimento, 0,8 m de largura e

0,8 m de profundidade tangenciando o caule da planta, onde coletou-se 58 amostras de solo

com anel volumétrico de 5,2 x 10-5

m³ (ϕ=0,040 m e h=0,041 m), distribuídas em cinco

linhas, à primeira tangenciando a superfície do solo e as demais a 0,15 m abaixo , medido de

centro a centro do anel volumétrico e em 18 colunas na primeira linha, espaçadas de 0,10 m

de centro a centro do anel, e em 10 colunas espaçadas de 0,20 m a partir da segunda linha

(Figura 7). As amostras foram coletadas quatro a cinco horas após a irrigação, na terceira

semana do mês de setembro de 2007, quando as plantas estavam na 41ª semana de cultivo.

Após coletadas, as amostras foram armazenadas em latas de alumínio identificadas e

32

hermeticamente vedadas com fita adesiva, transportadas ao laboratório, pesadas em balança

analítica com 0,001 g de precisão, obtendo-se a massa do solo úmido (mu) e em seguida

colocada em estufa com circulação de ar forçada a 105 °C durante 48 horas até massa

constante, obtendo-se a massa de solo seco (ms). Com a massa da amostra do solo seco, o

volume de água contido em cada amostra e o volume da amostra de solo obteve-se a

densidade do solo (ds) e a umidade em volume (), equações 5 e 6. Os dados foram

interpolados pelo método da krigagem utilizando o Software Surfer Versão 8.0, gerando as

isolinhas de umidade e de densidade do solo. A distribuição espacial da umidade no perfil

do solo foi agrupada em seis classes com intervalos de: <6%; 6%<8%; 8%<10;

10%<12%; 12%<14% e 14%.

s

s

sv

md (5)

Onde: ds – densidade do solo (kg m-3

);

ms – massa do solo seco (kg);

vs – volume da amostra do solo (m3).

Figura 7: Croqui da localização dos pontos de coletas das amostras de solo para

determinação da distribuição espacial, densidade e umidade

33

s

a

v

v (6)

Onde: – umidade do solo em volume (m3 m

-3);

va – volume de água contido na amostra de solo (m3);

vs – volume da amostra do solo (m3).

Para evitar a infiltração da água da chuva no solo da área que iria ser amostrada, uma

superfície de 25,0 m² em volta da planta foi coberta com lona de Polietileno e recoberta com

uma fina camada de solo 21 dias antes da coleta das amostras. As linhas de gotejadores

foram fixadas a 0,25 m do centro do caule da planta.

3.6 - Análise estatística

De posse dos dados foi realizada a análise de variância para cada variável. Os dados

de produção foram organizados em quilograma por hectare por semanas em cada época (kg

ha-1

semana-1

), dividindo-se a produção obtida no período pelo número de semanas no

período.

Posteriormente, quando significativo pelo teste F, foram feitas comparações de

médias pelo teste de Tukey. Todas as análises foram realizadas através do software SAEG v.

9.1 (SAEG, 2007).

34

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 - Distribuição espacial da densidade e umidade no solo

4.1.1 – Distribuição espacial da densidade do solo

A densidade no perfil do solo variou de 1,138 a 1,832 g cm-3

, os valores de menor

densidade localizaram-se próximo ao caule da planta, na região da abertura do sulco para

incorporação da matéria orgânica no pré-plantio (Figura 8 a, b, c, d, e, e f). Das 58 amostras

analisadas no tratamento T1, a densidade média foi 1,619 g cm-3

, 25% das amostras

possuem densidade superior e inferior a 1,789 e 1,569 g cm-3

respectivamente (Tabela 5).

No tratamento T2 a densidade média foi 1,582 g cm-3

, 25% possuem densidade superior e

inferior a 1,663 e 1,534 g cm-3

respectivamente. As amostras analisadas no tratamento T3

apresentaram densidade média de 1,569 g cm-3

, destas 25% possuem densidade superior e

inferior a 1,669 e 1,489 g cm-3

, respectivamente. O tratamento T4 apresentou densidade

média de 1,627 g cm-3

, sendo que 25% possuem densidade superior e inferior a 1,709 e

1,539 g cm-3

, respectivamente. Das amostras analisadas no tratamento T5, a densidade

média foi 1,600 g cm-3

, 25% possuem densidade superior e inferior a 1,677 e 1,543 g cm-3

,

respectivamente. E no tratamento T6, a densidade média foi 1,535 g cm-3

, 25% das amostras

apresentaram densidade superior e inferior a 1,616 e 1,443 g cm-3

respectivamente. Coelho

Filho et al. (2001), estudando a variabilidade espacial de variáveis físico-hídricas num solo

classificado como Terra Roxa Estruturada, encontrou valores altos para densidade do solo

em pontos cujos valores para o conteúdo de areia foram mais elevados.

A grande quantidade de matéria orgânica aplicada em fundação e semestralmente em

cobertura na área ao redor do colo da planta (altos níveis de matéria orgânica no solo -

MOS, Tabela 2), ocasionou as menores densidades do solo nessa região (Figura 8 a, b, c, d,

e e f).

35

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

Figura 8: Perfis de densidade do solo (g cm-3

) cultivado com mamão Golden nos tratamentos

T1 (a), T2 (b), T3 (c), T4 (d), T5 (e) e T6 (f), em Ceará Mirim, RN

Tabela 5 – Resumo da análise estatística da distribuição espacial da densidade no perfil do

solo cultivado com mamoeiro Golden: densidade máxima (dmáx), limite de 75% das amostras

com menores densidades (d75%), limite de 50% das amostras com menores densidades

(d50%), limite de 25% das amostras com menores densidades (d25%), densidade mínima

(dmín), densidade média (dméd), e coeficiente de variação (CV)

Tratamento dmáx* d75%* d50%* d25%* dmín* dméd* CV*

--------------------------------- g cm-3

--------------------------------- %

T1 1,789 1,714 1,665 1,569 1,145 1,619 9,6

T2 1,719 1,663 1,618 1,534 1,283 1,582 7,3

T3 1,752 1,669 1,587 1,489 1,178 1,569 7,7

T4 1,823 1,709 1,649 1,539 1,356 1,627 7,4

T5 1,832 1,677 1,624 1,543 1,233 1,600 8,2

T6 1,786 1,616 1,541 1,443 1,138 1,535 8,5

Média 1,784 1,675 1,614 1,520 1,222 1,589

*Valores calculado pelo software Surfer 8.0

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ade

(m

)

1.1

1.15

1.2

1.25

1.3

1.35

1.4

1.45

1.5

1.55

1.6

1.65

1.7

1.75Coloda

planta

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

Coloda

planta

1.25

1.3

1.35

1.4

1.45

1.5

1.55

1.6

1.65

1.7

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

Coloda

planta

1.2

1.25

1.3

1.35

1.4

1.45

1.5

1.55

1.6

1.65

1.7

1.75

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

Coloda

planta

1.35

1.4

1.45

1.5

1.55

1.6

1.65

1.7

1.75

1.8

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distancia da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

1.2

1.25

1.3

1.35

1.4

1.45

1.5

1.55

1.6

1.65

1.7

1.75

1.8Coloda

planta

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distancia da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

Coloda

planta

0.75

0.85

0.95

1.05

1.15

1.25

1.35

1.45

1.55

1.65

1.75

36

4.1.2 – Distribuição espacial da umidade no solo

O teor de umidade em volume no perfil do solo no tratamento T1 (80% NTI; 3 vezes

ao dia), variou de 4,01% a 17,14%, com média de 9,30%. Os valores de umidade acima de

11% concentraram-se nos 30 cm de profundidade e abaixo do emissor, formando bulbo oval

com maior dimensão na vertical, como pode ser observado na Figura 9 (a). Analisando-se as

Figuras 8 (a) e 9 (a), observa-se que os maiores valores de umidade localizam-se nas regiões

de menores densidades do solo, em função da maior retenção de água pela matéria orgânica.

Interpretando-se a Figura 10, observa-se que os teores de umidade compreendidos entre 8%

e 10% ocupam 58,27% da superfície do perfil do solo, 21,37% da superfície com teor de

umidade compreendido entre 10% e 12%, 14,30% e 6,05% da área analisada encontra-se

umidade inferior a 8% e superior a 12%, respectivamente.

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

Figura 9: Perfil de umidade do solo na base volume (%) cultivado com mamão Golden nos

tratamentos T1 (a), T2 (b), T3 (c), T4 (d), T5 (e) e T6 (f), em Ceará Mirim, RN

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

Coloda

planta

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

Gotejador Gotejador

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

Coloda

plantaGotejador

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

Gotejador

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fund

ida

de (

m)

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

Coloda

plantaGotejador Gotejador

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Coloda

plantaGotejador

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24Coloda

plantaGotejador Gotejador

-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8

Distância da planta (m)

-0.6

-0.4

-0.2

Pro

fun

did

ad

e (

m)

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18Coloda

plantaGotejador Gotejador

37

Figura 10: Classes de umidade no perfil do solo (%) cultivado com o mamoeiro Golden e

irrigado com diferentes lâminas e freqüência de irrigação, em Ceará Mirim, RN

A umidade em volume no perfil do solo no tratamento T2 (100% NTI; 2 vezes ao

dia), variou de 7,12% a 21,88%, com umidade média de 10,55% 4 horas após a irrigação.

Analisando-se as Figuras 8 (b) e 9 (b), observa-se também, que os maiores teores de

umidade localizaram-se nas regiões de menores densidades do solo. Analisando-se a Figura

10, observa-se 80,86% do perfil do solo encontra-se com teor de umidade compreendido

entre 8% e 12%. Tal fato é justificado pelo maior pulso aplicado, pois a NTI foi dividida em

duas aplicações diárias. 5,03% e 14,12% da área analisada encontra-se umidade inferior a

8% e superior a 12%, respectivamente.

O teor de umidade em volume no perfil do solo no tratamento T3 (100% NTI; 3

vezes ao dia), variou de 3,47% a 13,15% em volume com umidade média de 9,36%. Os

valores de umidade acima de 11% concentraram-se nos 30 cm de profundidade e abaixo do

emissor, formando bulbo oval com maior dimensão na vertical, como pode ser observado na

Figura 9 (c). Analisando-se as Figuras 8 (c) e 9 (c), observa-se que os maiores valores de

umidade localizam-se nas regiões de menores densidades do solo, em função da maior

retenção de água pela matéria orgânica. Interpretando-se a Figura 10, observa-se que os

teores de umidade compreendidos entre 8% e 10% ocupam 28,80% da superfície do perfil

do solo, 47,22% da superfície com teor de umidade compreendido entre 10% e 12%, 9,88%

e 5,90% da área analisada encontra-se umidade inferior a 8% e superior a 12%

respectivamente.

O teor de umidade no perfil do solo no tratamento T4 (100% NTI; 4 vezes ao dia

distribuído por uma linha de emissores), variou de 1,06% a 11,32% em volume e umidade

média de 5,40%. Os valores de umidade superiores a 8% estão localizados numa faixa com

0.7

4%

0.0

0%

3.9

8%

62

.17%

3.6

4%

0.1

4%

13.5

6%

5.0

3% 1

4.1

0%

21

.65%

7.8

7%

4.0

7%

58.2

7%

46

.50%

28.8

0%

14.4

1%

31

.41%

11.0

7%21.3

7%

34.3

6%

47

.22%

1.7

7%

30

.09%

37.9

4%

4.1

8%

9.4

1%

5.9

0% 12.0

7%

29

.12%

1.8

7%

4.7

0%

14.9

2%

17

.66%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

T1 T2 T3 T4 T5 T6

Tratamentos

Áre

a d

o p

erf

il d

o s

olo

(%

)

< 6% 6-8%8-10% 10-12%12-14% > 14%

38

20 cm de largura nos primeiros 50 cm abaixo da linha de emissão, alargando-se para

extremidade até os 60 cm de profundidade, com movimentação dominante na vertical, não

acompanhando o perfil da densidade do solo (Figuras 8(d) e 9 (d)). Observa-se na Figura 10,

que 62,17% da superfície do perfil apresentaram umidade inferior a 6%. Apenas 16,18% da

área do perfil obteve umidade superior a 8%. O baixo teor de umidade obtidos na maior

região do perfil estudado foi ocasionado pela aplicação de água por uma única linha de

distribuição, reduzindo a área molhada.

O teor de umidade em volume no perfil do solo no tratamento T5 (120% NTI; 3

vezes ao dia), variou de 0,94% a 24,13% e com umidade média de 10,89%. Os valores de

umidade acima de 14% concentraram-se na região do perfil com densidade do solo inferior a

1,50 g cm-3

, com bulbo úmido de forma semelhante às isolinhas de densidade, como pode

ser observado nas Figuras 8 (e) e 9 (e). Analisando-se a Figura 10, observa-se que 61,5 % do

perfil encontra-se com teores de umidade entre 8% e 12%, 11,51% e 26,99% da área

analisada encontra-se umidade inferior a 8% e superior a 12%, respectivamente.

O teor de umidade em volume no perfil do solo no tratamento T6 (140% NTI; 3

vezes ao dia), variou de 4,74% a 18,27%, a umidade média do perfil foi de 11,32%. Os

valores de umidade acima de 12% concentraram-se nos primeiros 50 cm de profundidade,

formando bulbos ovais 20 cm abaixo da superfície do solo e com maior dimensão na

horizontal, Figura 9 (f). Analisando-se a Figura 10, observa-se que 15,14%, 67,06% e

17,66% da superfície do perfil do solo apresentaram teor de umidade compreendido entre

6% e 10%, 10% e 14%, e acima de 14%, respectivamente.

A umidade média em volume nos perfis do solo aumentou linearmente com o

aumento da lâmina de irrigação, variando de 9,30%, 9,36%, 10,89% e 11,32% paras lâminas

de 80, 100, 120 e 140 da NTI, respectivamente. Os maiores teores de umidade

concentraram-se nas regiões com menores densidades do solo, em função da maior retenção

de água pela matéria orgânica (Figuras 8 (a, b, c, d, e e f) e 9 (a, b, c, d, e e f). Embora a

distribuição de matéria orgânica interfira na retenção da umidade, com o acréscimo das

lâminas a umidade alcançou maiores profundidade (Figuras 9 (a, c, e e f), formando bulbo

molhado de forma oval com dimensões horizontais predominantes.

Com o aumento da frequência de irrigação, ocorreu decréscimo na umidade média do

solo, essa redução foi em função do maior fracionamento da lâmina de irrigação Figura 9 (b,

c e d) e 10.

No tratamento com freqüência de quatro vezes ao dia com uma linha de emissores o

bulbo molhado formou uma faixa com 20 cm de largura nos primeiros 50 cm abaixo da

39

linha de emissão, alargando-se para extremidade até os 60 cm de profundidade Figura 9 (d).

O alongamento do bulbo molhado pode ser explicado pela maior frequência e duração das

irrigações, sendo aplicado todo volume de água numa mesma região (abaixo da única linha

de distribuição), ocorrendo maior percolação em função da saturando o solo.

4.2 – Intervalo de tempo entre a abertura da flor e a colheita do fruto

A análise de variância (Tabela 6) revelou significância a 0,01 de probabilidade

quando a cultura foi submetida a diferentes manejos de irrigação. O maior número de dias

entre a abertura da flor e a colheita (164 dias) foi obtido com 100% da necessidade total de

irrigação, diferindo estatisticamente ao nível de 1% pelo teste de Tukey dos valores obtidos

com 120% e 140% NTI (Tabela 7). Os menores valores foram encontrados com a NTI de

120% e 140% que não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste

de Tukey, dos valores obtidos com 80% da NTI.

Tabela 6 – Resumo da análise de variância do tempo de abertura da flor até a colheita do

fruto (TAFC) do mamoeiro Golden, Ceará Mirim, RN

Fonte de variação G.L. Quadrados médios

TAFC (dias)

Tratamento 5 513,2445**

Bloco 8 54,6667ns

Resíduo 40 32,6944

Média 155.556

C.V.(%) 3,676

** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F ns

não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F

Tabela 7 – Valores médios do número de dias entre a abertura da flor e a colheita do fruto do

mamoeiro Golden, Ceará Mirim, RN

Tratamentos Médias

T1 (80% NTI; 3 vezes ao dia) 156,889 ab

T2 (100% NTI; 2 vezes ao dia) 164,667 a

T3 (100% NTI; 3 vezes ao dia) 164,000 a

T4 (1000% NTI; 4 vezes ao dia) 146,667 c

T5 (120% NTI; 3 vezes ao dia) 150,444 bc

T6 (140% NTI; 3 vezes ao dia) 150,667 bc

* Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de

0,05 de probabilidade

40

O número de dias entre a abertura da flor e a colheita do fruto tendeu a diminuir com

o aumento da freqüência de irrigação (Figura 11). O menor valor obtido (146,7 dias) com a

Freqüência de irrigação de quatro vezes ao dia, diferindo estatisticamente ao nível de 0,05 de

probabilidade pelo teste de Tukey dos valores obtidos pelas demais freqüências de irrigação

(Tabela 7).

Figura 11: Estimativa do número de dias da abertura da flor a colheita do fruto do mamoeiro

em função da necessidade total de irrigação, em Ceará Mirim, RN

4.3 – Produção comerciável

4.3.1 – Produtividade

A análise de variância (Tabela 8) revelou significância a 0,01 de probabilidade

quando a cultura foi submetida a diferentes manejo de irrigação. Comparando-se os

tratamentos que foram aplicados 100% da NTI (Tabela 9), verifica-se que a maior

produtividade foi obtida na freqüência de irrigação de 2 vezes ao dia (T2) (2.194,55 kg ha-1

semana-1

), enquanto a menor produtividade foi de 1.790,85 kg ha-1

semana-1

na freqüência de

4 vezes ao dia com uma linha de gotejador por fileira de planta (T4). Este resultado está

coerente com os encontrados por Espíndula Neto (2007) comparando sistemas de irrigação

por gotejamento com uma e duas linhas de gotejadores.

Considerando os quatro tratamentos que receberam a mesma frequência de irrigação

e diferentes lâminas de irrigação, verifica-se que a produtividade média avaliada durante um

ano de cultivo em função da necessidade total de irrigação (NTI) apresentou efeito

significativo ao nível de 1% (Tabela 9), com produtividade máxima para 100% da NTI

(2.163,01 kg ha-1

semana-1

), decrescendo com o aumento da lâmina aplicada (Figura 12). A

menor produtividade (2.022,60 kg ha-1

semana-1

) foi obtida com 140% da NTI. Estes

resultados diferem dos encontrados por Almeida (2000), Silva (1999), Espíndula Neto

y = -43.056x2 + 78.611x + 123.278

R2 = 0.518

145

150

155

160

165

80% 100% 120% 140%Necessidade total de irrigação (%)

Tem

po (

dia

s)

NTINTI

41

(2007), Silva et al. (2003) que observaram crescimento da produtividade com o aumento da

NTI.

Tabela 8 – Resumo da análise de variância da produtividade comerciável (PC), número de

frutos por planta (NFP) e massa média de frutos (MMF) do mamoeiro cultivar Golden,

cultivado sob diferentes lâminas e freqüências de irrigação. Ceará Mirim, RN

Fonte de variação GL ---------------------- Quadrado médio ----------------------

PC (Kg ha-1

semana-1

) NFP MMF (kg)

Tratamento 5 335.702,474* 0,6534** 0,00086 ns

Bloco 3 617.272,974** 0,4863* 0,00329*

Época 3 21.097.180,113** 26,9931* 0,02539**

Tratamento x época 15 267.279,887* 0,3381** 0,00091 ns

Resíduo 69 137.438,278 0,1677 0,00108

Total 95

Desdobramentos dos tratamentos dentro de cada época

Tratamento/época 1 5 409.873,072* 0,6751** 0,00109 ns

Tratamento/época 2 5 617.259,983** 0,7731** 0,000324 ns

Tratamento/época 3 5 58.827,419 ns

0,1445 ns

0,00157 ns

Tratamento/época 4 5 51.581,660 ns

0,0748 ns

0,000602 ns

Desdobramentos das épocas dentro de cada tratamento

Época/tratamento 1 3 37.344.411,764** 4,9381** 0,00486**

Época/tratamento 2 3 3.018.399,860** 3,3512** 0,00260 ns

Época/tratamento 3 3 3.687.566,504** 4,5469** 0,00495**

Época/tratamento 4 3 4.719.610,375** 6,3445** 0,00636**

Época/tratamento 5 3 4.084.647,0674** 5,1274** 0,00449**

Época/tratamento 6 3 3.188.943,975** 4,3753** 0,00667**

Média 2.058,78 2,54 0,394

CV (%) 18,01 16,15 8,33

* significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste

** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F ns

não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F

Tabela 9 – Valores médios da produtividade comerciável (Kg ha-1

semana-1

), número de

frutos por planta e massa média de frutos (Kg) do mamoeiro Golden, em diferentes épocas e

cultivado sob diferentes lâminas e freqüências de irrigação. Ceará Mirim, RN

Tratamento

---------------- Produtividade média comerciável (Kg ha-1

semana-1

) ---------------

- Época

1 2 3 4 Média

T1 952,500 abD 3198,502 aA 2507,073 aB 1765,665 aC 2105,935

T2 1.169,159 aB 3082,099 aA 2719,067 aA 1807,883 aB 2194,552

T3 919,662 abC 3094,118 aA 2709,030 aA 1929,218 aB 2163,007

T4 217,473 bB 2241,611 bA 2691,924 aA 2012,375 aA 1790,845

T5 810,623 abC 2993,236 abA 2779,078 aA 1720,097 aB 2075,759

T6 814,828 abC 2467,784 abAB 2875,070 aA 1932,736 aB 2022,602

Média 814,039 2846,225 2713,540 1861,329

42

------------------- Número médio de frutos por planta por semana -------------------

--- T1 1,250 aC 3,658 aA 3,479 aA 2,425 aB 2,703

T2 1,528 aB 3,500 abA 3,260 aA 2,250 aB 2,635

T3 1,222 aC 3,408 abcA 3,531 aA 2,505 aB 2,667

T4 0,312 bB 2,567 cA 3,177 aA 2,542 aA 2,149

T5 1,062 abC 3,308 abcA 3,531 aA 2,242 aB 2,536

T6 1,153 abC 2,742 bcB 3,687 aA 2,525 aB 2,527

Média 1,088 3,197 3,444 2,414

----------------------------- Massa média de frutos (kg) -----------------------------

T1 0,378 aAB 0,433 aA 0,361 aB 0,358 aB 0,382

T2 0,376 aA 0,436 aA 0,412 aA 0,394aA 0,404

T3 0,373 aB 0,449 aA 0,382 aB 0,383 aB 0,396

T4 0,338 aB 0,429 aA 0,414 aA 0,387 aAB 0,392

T5 0,375 aB 0,447 aA 0,391 aAB 0,379 aB 0,397

T6 0,352 aB 0,449 aA 0,389 aAB 0,380 aB 0,392

Média 0,365 0,440 0,391 0,380

* Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas,

não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 0,05 de probabilidade

Figura 12: Produção comerciável do mamoeiro Golden, em função da necessidade total de

irrigação, aplicando a freqüência padrão da cultura (F2 – três vezes ao dia) em Ceará Mirim,

RN

4.3.2 – Número médio de frutos por planta

Comparando-se os tratamentos que foram aplicados 100% da NTI, o maior número

médio de frutos por planta (3,044 frutos) foi obtido na freqüência 2 vezes ao dia (Tabela 9),

e o menor número médio de frutos (2,349 frutos) na freqüência de 4 vezes ao dia,

apresentando diferença ao nível de 5% de probabilidade ao teste de Tukey (Tabela 8).

y = -2755.6x2 + 5387.9x + 5912.7 R² = 0.8457

8,000

8,250

8,500

8,750

9,000

80% 100% 120% 140%

Pro

du

ção

to

tal (k

g h

a-1

)

Necessidade Total de Irrigação(%)

43

O menor número médio de frutos por planta por semana (2,15 frutos planta-1

semana-

1) foi obtido no tratamento T4 (100% da NTI na freqüência de quatro vezes ao dia com as

lâminas distribuídas com uma linha de gotejadores) diferenciando estatisticamente ao nível

de 1% de probabilidade (Figura 13).

Figura 13: Número médio de frutos por planta por semana do mamoeiro Golden, em função

de diferentes freqüências de irrigação em Ceará Mirim, RN

Considerando os quatro tratamentos que receberam a mesma frequência de irrigação

e diferentes lâminas de irrigação, verifica-se que o número médio de frutos por planta

decresceu linearmente com a necessidade total de irrigação (Figura 14). O maior número

médio de frutos comerciáveis por planta por semana (2,70 frutos) foi obtido com 80% da

necessidade total de irrigação, enquanto a menor quantidade foi de 2,53 frutos por planta, na

NTI de 140%, diferindo estatisticamente ao nível de 1% de significância (Tabelas 8 e 9).

Espindula Neto (2007) observou crescimento linear em função das lâminas totais de água

aplicada, enquanto Almeida (2000) irrigando por microaspersão o mamão Improved Sunrise

Solo 772/12 no Norte Fluminense verificou efeito quadrático com o aumento do número de

frutos em função das diferentes lâminas aplicadas.

2.635 2.667

2.150

0

1

2

3

2 3 4

méd

io d

e f

ruto

s/p

an

ta/s

em

an

a

Frequência de irrigação (vezes ao dia)

44

Figura 14: Número médio de frutos por planta por semana do mamoeiro Golden em quatro

meses de produção, em função da necessidade total de irrigação, aplicando a freqüência

padrão da cultura (F2 – três vezes ao dia) em Ceará Mirim, RN

4.3.3 – Massa média do fruto

A massa média de frutos (kg) em função da necessidade total de irrigação (NTI) e da

freqüência de irrigação, não apresentou diferença estatística ao nível de 5% de probabilidade

(Tabela 8). Apresentando uma média de 0,394 kg (Tabela 9).

A massa média de frutos (Figura 15) apresentou comportamento quadrático em

função das necessidades totais de irrigação, com maior massa média (0,397 kg) para 120%

da necessidade total de irrigação e o menor (0,382 kg) para 80% da NTI. Gomes Filho

(2005) observou que as lâminas de irrigação não influenciaram o peso médio dos frutos,

Silva et al. (2001) verificou que o peso médio do fruto cresceu lineamente com a lâmina

aplicada.

A redução da massa média de frutos nas menores lâminas deve-se ao maior stress

hídrico e nas maiores lâminas em função da redução da aeração do solo e lixiviação dos

nutrientes.

A massa média dos frutos variaram em função das diferentes épocas, com maior

massa média de frutos na época 2 (0,440 kg).

y = -0.3295x + 2.9707

R2 = 0.8954

2.4

2.5

2.6

2.7

2.8

80% 100% 120% 140%Necessidade Total de Irrigação (%)

Núm

ero

médio

de fru

tos/p

lanta

/sem

ana

45

Figura 15: Estimativa da massa média de frutos do mamoeiro Golden, em função da

necessidade total de irrigação, aplicando a freqüência padrão da cultura (F2 – três vezes ao

dia) em Ceará Mirim, RN

4.4 – Balanço hídrico

Os dados climáticos referentes ao período de condução do experimento, obtidos na

estação meteorológica localizada na sede da fazenda Gaia Importação e Exportação Ltda., e

componentes do balanço hídrico nos diferentes tratamentos estudados são apresentados na

Figura 16 e Tabela 10.

Figura 16: Dados mensais de precipitação, número de dias com chuva e evapotranspiração

estimada do mamoeiro Golden, no período de dezembro/06 a dezembro/07 em Ceará Mirim,

RN

y = -0.1188x2 + 0.2768x + 0.2369

R2 = 0.9826

0.380

0.382

0.384

0.386

0.388

0.390

0.392

0.394

0.396

0.398

0.400

80% 100% 120% 140%Necessidade total de irrigação (%)

Massa m

édia

de f

ruto

s (

kg)

0

30

60

90

120

150

180

210

240

270

dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 dez/07

Tempo (meses)

Pre

cip

itaç

ão e

Eva

po

tran

spir

ação

(m

m)

0

5

10

15

20

25

30N

úm

ero

de

dia

s co

m c

hu

va (

dia

s)

Nº de dias com chuva

Precipitação

ETc

46

A evapotranspiração (ETc) ficou abaixo de todas as lâminas aplicadas nos primeiros

oito meses, em função das elevadas precipitações ocorridas no período, superando apenas

nos últimos cinco meses da realização do experimento. Tal fato pode ter influenciado nos

resultados dos tratamentos aplicados.

Tabela 10. Valores médios mensais de temperatura média (Tm), umidade relativa média

(UR), evapotranspiração de referencia (ETo), precipitação pluviométrica (P), precipitação

efetiva (PE) e lâmina bruta (Lb) em cada tratamento, no período de dezembro de 2006 a

dezembro de 2007 em Ceará Mirim – RN

Meses

de

dias

Tm UR ETo* ETc P PE NTI

T1 T2=T3=T4 T5 T6

(°C) (%) ------------------------------------- (mm) -------------------------------------

Dez/06 28 26,3 88,8 94,6 22,8 116,0 9,8 47,6 59,5 71,4 83,3

Jan/07 31 26,5 90,9 105,4 23,4 82,0 24,4 55,0 68,7 82,5 96,3

Fev/07 28 26,7 91,0 88,3 39,2 264,0 29,0 65,6 82,0 98,4 114,7

Mar/07 31 26,6 91,9 109,1 49,1 107,0 25,2 74,4 93,0 111,6 130,2

Abr/07 30 26,4 92,4 95,1 42,8 158,0 36,4 68,2 85,3 102,4 119,4

Mai/07 31 25,6 91,0 91,4 53,8 89,0 20,5 72,9 91,2 109,4 127,6

Jun/07 30 24,4 95,5 76,9 70,7 245,0 43,5 70,3 87,9 105,5 123,1

Jul/07 31 24,5 93,1 90,6 83,4 152,0 35,5 78,1 97,6 117,2 136,7

Ago/07 31 24,5 90,7 100,3 92,3 60,0 13,7 87,3 109,2 131,0 152,8

Set/07 30 24,5 86,9 116,1 106,8 0,0 0,0 93,8 117,3 140,7 164,2

Out/07 31 25,3 87,5 134,7 123,9 0,0 0,0 110,5 138,1 165,8 193,4

Nov/07 30 25,7 88,4 118,0 108,6 24,0 6,9 95,5 119,3 143,2 167,1

Dez/07 28 26,7 85,3 103,2 94,9 31,0 8,6 82,5 103,2 123,8 144,4

Total 390 1323,7 911,7 1328,0 253,5 1001,8 1252,2 1502,7 1753,1

Média 25,7 90,3 3,4

* Penman-Monteith/FAO (ALLEN, 1998)

47

5 – CONCLUSÕES

De acordo com os dados coletados e a análise estatística permitiu extrair as seguintes

conclusões:

Os maiores valores de umidade no perfil do solo localizaram-se nas regiões com

menores densidades do solo;

A utilização do gotejamento em solos arenosos, com uma linha de distribuição,

influenciou de maneira negativa no teor de umidade no perfil do solo;

O menor intervalo de tempo (146,7 dias) entre a abertura da flor e a colheita do

fruto ocorreu o tratamento T4 (100% de NTI com freqüência de irrigação de quatro vezes ao

dia com uma linha de distribuição);

A maior produtividade, 2.117,1 kg ha-1

semana-1

foi obtido no tratamento T2 (100%

de NTI com freqüência de irrigação de três vezes ao dia);

O número médio de frutos por planta por semana decresceu linearmente com o

aumento das lâminas de irrigação e

A massa média de frutos apresentou comportamento quadrático. A maior massa

média de frutos (0,404 kg) foi obtido com o tratamento T2 (100% de NTI com freqüência de

irrigação de três vezes ao dia).

48

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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