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RESPOSTAS DE UM POETA

Respostas de um poeta

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Poemas de Antônio Santana

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RESPOSTAS DE UM

POETA

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Antônio Santana

RESPOSTAS DE UM

POETA

EDITORA

AS INDOMÁVEIS

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Capa, diagramação e revisão

Zélia Sousa

_______________________________________

Impressão

EDITORA AS INDOMÁVEIS

Condeúba (BA), abril de 2013.

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SUMÁRIO

Prefácio ............................................................................................... 7

Apresentação ...................................................................................... 11

Saubara – Bahia ................................................................................ 19

Condeúba, terra boa ......................................................................... 20

O folclore brasileiro ........................................................................... 23

Mulher .................................................................................................. 26

Quem é Jesus? ................................................................................. 29

Nos braços de Maria ....................................................................... 31

Fé e política ....................................................................................... 33

Código Florestal Brasileiro ................................................................ 35

Alegrias e tristezas na profissão de professor ............................. 37

Contemplando Veneza (Itália - 2011) ............................................ 39

O silêncio ........................................................................................... 42

Biografia do escritor-poeta ................................................................ 45

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Prefácio Antônio Santana, grande poeta! Escrever é seu ofício. Um

ofício que desempenha com sinceridade e paixão. Dono de um estilo bem próprio: criativo, divertido,

romântico e inteligente. Ele nos surpreende com um talento que vem da alma para criar e com a arte que possui para lapidar, aparar e montar seus versos.

A paixão e o amor são temas constantes em suas poesias, ricas de expressões significativas e, ao mesmo tempo, transbordantes de um sentimento infindo que se manifesta nos corações dos que as leem.

Seus poemas me enchem de muita admiração pelo seu trabalho poético!

Sabe-se que o ato de poetizar pressupõe e desenvolve as habilidades de sentir a poesia, apreciar um texto poético e sensibilizar-se para a comunicação por meio dele. Nesse sentido, o prazer de escrever poemas faz de Antônio Santana uma pessoa sensível, de grande bagagem literária. Um crítico, um poeta renomado, que escreve embriagado de inspirações, paixões, emoções, exercitando seu talento, ajudando-nos a compreender o mundo em que vivemos e a atuarmos nele de forma crítica e inovadora.

O universo da poesia é muito rico e encantador. Não se deve negar a contribuição dada a esse universo pelo grande poeta Antônio Santana, cujo nome integra a literatura regional e nacional.

A presente obra reúne a beleza de alguns dos seus poemas. Delicie-se, caro leitor, lendo as páginas que se seguem.

Condeúba (BA), outono de 2013.

Laurita Sousa

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O AUTOR

Antônio Santana

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APRESENTAÇÃO Como poeta, recebo manifestações carinhosas de muitas

pessoas. Certo dia, recebi esta carta de uma jovem admiradora do

meu trabalho:

Caro poeta,

Há muito sonho em encontrá-lo, para

podermos conversar longamente.

Tenho lido seus poemas e poesias, e,

quanto mais leio suas obras, maior se torna

o meu desejo de conhecê-lo melhor. Mas sei

que é difícil, poeta, ter o prazer de desfrutar

de uma boa conversa a seu lado. São muitos

os seus afazeres e os meus também. Por isso

lhe escrevo. Creio que assim tenho mais

chance de obter suas respostas às minhas

indagações. Ademais, penso que um poeta se

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regozija em manifestar o seu pensamento

imprimindo-o num papel.

Outro motivo que me fez optar por

escrever uma carta para me comunicar com

você é saber que, obtendo resposta, poderei

guardá-la por dias sem fim. Dessa forma,

terei comigo mais do que uma lembrança sua:

guardarei seus pensamentos, suas palavras a

mim dirigidas. E, sempre que eu desejar,

poderei ler suas palavras. Sua presença,

poeta, será, portanto, duradoura em minha

existência.

Inebrio-me com seus versos, mas pouco

sei sobre sua vida. De onde veio, poeta?

Em que cidade nasceu? Fale-me do seu

torrão natal. O que acha do lugar onde vive

agora? O que pensa sobre os condeubenses?

Aliás, fale-me não só do que pensa sobre

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Condeúba, sua gente e sua cultura; fale-me

sobre o que pensa sobre a cultura brasileira,

cujo folclore é tão rico.

Sabe, poeta! Como mulher, sinto-me

radiante quando leio poemas que tratam

dessa nossa condição. O que pensa sobre a

mulher, poeta? Como nos enxerga?

E quanto à religião? Você crê em

Deus? Crê em Jesus Cristo? Quem é Ele

para você, poeta? E o que me diz de

Maria, mãe de Jesus?

Por falar em questões religiosas, diga-me:

é possível viver a fé inserido numa sociedade

onde a política é tão presente? Inclusive,

estamos, nos últimos dias, em plena discussão

sobre o Código Florestal Brasileiro. O que

pensa sobre o assunto?

Ah, meu caro poeta! São tantas as

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minhas perguntas, não é? Mas não se

furte em respondê-las.

Fico imaginando que a sua missão de

poeta se casa perfeitamente com o seu labor

em sala de aula. Como se sente, poeta, tendo

a profissão de professor? Como é a vida de

educador?

Sobra-lhe tempo para férias, poeta?

Costuma viajar em seu período de descanso?

Já esteve, a passeio, em alguma cidade que

considera muito especial? Se sim, conte-me

como foi ir a tal lugar.

Meu estimado poeta, permita-me uma

confissão: sinto inveja desse seu dom de

escrever, de expressar com tanta maestria o

que se passa em sua mente. Sinto inveja

porque, muitas vezes, calo-me e me angustio

por não saber encontrar as palavras certas

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para exprimir o que desejo. Sofro tanto,

poeta, quando o silêncio me domina e não

consigo externar meus sentimentos.

Eu vivo um amor que exige de mim

uma espera. E tudo porque não sei falar,

não sei gritar... E o silêncio se apodera de

mim. Como isso me angustia, poeta! Por

isso lhe peço: fale por mim, grite por mim,

poetize por mim. Escreva em versos sobre

esse meu sofrimento, e, assim, darei vazão a

minha dor por meio de suas palavras. Por

obséquio, faça-me um poema que expresse a

agonia do meu silêncio.

Despeço-me com um afetuoso abraço e

a firme esperança de, em breve, receber sua

resposta. E, se junto com a resposta, puder

me enviar uma foto sua, ficar-lhe-ei

eternamente grata.

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À medida que lia a carta, desejava ter a oportunidade de conversar pessoalmente com aquela admiradora, para poder lhe expor em minúcias o meu pensamento sobre todas as questões que me apresentava. Entretanto, conforme ela mesma mencionou, é um verdadeiro deleite para um poeta imprimir num papel as suas idéias e concepções. Assim, fiquei convencido de que, em razão dos argumentos da própria remetente, o melhor seria mandar-lhe respostas por escrito. Mas não por meio de carta.

Para mim, nada melhor do que presentear a minha jovem admiradora com versos que expressam o que penso sobre as questões que ela me apresentou. Foi assim que nasceu este livro: como resposta àquela carta, que guardo com muita ternura entre os meus papéis de estimação.

Permita-me, minha jovem admiradora, compartilhar nossos escritos com todos aqueles que desejem “escutar” nossa conversa, feita de prosa e versos. Permita-me ajudá-la a quebrar o seu silêncio, que tanto a incomoda. Permita-me expor-me mais um pouco; mostrar o que penso, o que sinto. E muito obrigado, minha querida! Obrigado pelo carinho e por me dar oportunidade de continuar poetizando.

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Saubara - Bahia

Saubara de velhas cantigas e prosas, De pesca, do marisco e da roça, Do artesanato, da palha e do engaço, Da areia branca do mar, E do muito peixe pra comprar... Do velho azeite de dendê, Que o turista sempre nos deu o prazer Tomando um banho de praia E comendo uma moqueca de arraia. Lá vai Saubara com a sua culinária Fazendo balaio, crochê e renda... Do samba de roda, de rapariga e maniçoba, Da praia, do sol, Cerveja gelada, mulher e muito suor... Da Praia de Cabuçu, aquele mar todo azul... Do velho caranguejo, que não tem nenhum segredo... É só o turista se sentar Que a dona do bar logo vem anotar Moqueca de ostra, chumbinho ou siri catado E um belo camarão pistola saindo na hora.

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Condeúba, terra boa Um povo humilde e trabalhador, Triste, sofrido, mas com seu valor, Luta, briga e não se desespera, Esperando a sorte que os espera. A mais antiga da região, De um povo que vive na solidão, Cego de fé e de razão, Vivendo de pura ilusão. Trabalha na enxada e no facão, Honestamente ganha o seu pão. Trabalha tanto, sem descansar, Para no fim da vida nada ganhar. As crianças vivem a se perguntar: “Quando crescer, onde vou trabalhar?” Os oportunistas vivem para enganar: “Votando em mim, vai trabalhar.” É triste o que posso analisar. Um povo que só pensa em casar. Não sei como posso aguentar... Viver em um lugar que não tem mar

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O folclore brasileiro No dia vinte e dois de agosto, Comemora-se o folclore brasileiro. Com muito gosto e muito cheiro, Temos uma cultura com muito tempero. Desde o Saci-Pererê, De tudo o povo brasileiro sabe fazer. Desde a moqueca de peixe, Ao azeite de dendê, a Bahia sabe dizer! O que o povo brasileiro sempre soube fazer: Brincar, pular, inventar e se sustentar. Desde o balançar da corda Ao samba de roda. No Brasil de tudo rola, Desde o feudalismo excludente, À libertação dessa gente, Que lutou por uma vida decente. Assim é o folclore brasileiro: Cheio de arte, dança e segredo. Desde a noite de lua cheia, Onde o homem vira lobisomem. Até a cuca que não para de pegar, De Monteiro Lobato, Que não para de criar, Para as crianças do Brasil não pararem de brincar.

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Continua ainda hoje no Brasil, Com costume e tradição, Contação de historinhas e adivinhações, De mitos e lendas cheios de assombrações. A cuca continua a nos amedrontar, Porque o medo e a violência não param de aumentar. As nossas crianças e adolescentes não vivem a inocência, Hoje, a cuca da internet é pior que um peste! A Iara dos assédios, Do consumismo infantil... Do mundo da sedução capitalista, Do brinquedo mais egoísta E da criança que não ensinaram a ser criança. Um folclore não mais das brincadeiras, Das invenções, Das mentirinhas gostosas de dizerem, Das cantigas de rodas, Das danças, das prosas e de tantas outras alegrias.

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Mulher Ontem escravizada, desvalorizada, empregada... Hoje libertada, idealizada, programada... Amanhã capacitada, intelectualizada, avançada... Amável, generosa, maravilhosa e carinhosa... Mãe, amiga, lembrada e elogiada, Propagada, calada, esbravejada... Solteira, casada, desquitada e separada, Professora, educadora, trabalhadora... Do jornal, do social ao fundo do quintal... Que seja da roça, pouco importa Que trabalha na feira, se é rendeira ou costureira... Que faz sacola, toca viola ou samba só. Umas sentimentais demais, Outras quase que nem sorri e nem fala, Mas que não deixa de ser feliz, de ser mulher! Pobre, rica, negra feia ou bonita, vivida. Discriminada, abandonada do nada... Da calçada, desamparada, largada e humilhada... Do precipício, do vício num vidro... Dominadas pela cinza de um cigarro...

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Ou pela buzina de um carro, Na esquina da violência sem referência, Para deitar no travesseiro da ilusão sem emoção, Para atrair mais um freguês. Ah! Aurora de onde vem a outrora, Da formosura de uma perfumada flor. A lágrima da dor, do clamor por mais amor! Da estrada dura da injúria... Da perversidade que não escolhe idade, Que essas mulheres sedentas já não aguentam. Desse Dia Internacional, o homem pense igual De salvar todas as mulheres desse mundo animal. De médica, advogada e juíza Todas ganham a vida. Ainda que poetisa, escritora e cantora, Política, jornalista, moralista e socialista. Que chora ao anoitecer, Por falta do que comer, Rezando para o filho e o marido, Pedindo a Deus um abrigo.

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Quem é Jesus? Render graças ao Senhor Pela sua manifestação. Escute o Filho de Deus, Que trouxe a salvação. O Evangelho de João, Que veio testemunhar O batismo de Jesus, Para a humanidade o anunciar. A vinda do Filho do Homem, Que prometera para o céu nos elevar, Para que um dia na glória de Deus, Assim pudéssemos triunfar. João Batista ao ser indagado pelos fariseus, Assim os respondeu: É o Messias lá do céu, Que à Terra voltará Para julgar os bons e os maus, Que na vida souberam amar a paz. Não sabiam se era Elias, Ou se era o Messias. Perguntaram para o profeta Isaías, Se ele o conhecia.

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Nos braços de Maria Nos braços de Maria, Tenho prazer e alegria. Em viver a minha fé, Como Jesus de Nazaré. Agradeço a São Pedro, Homem de muito respeito. Que lançou a sua rede, Trazendo muito peixe. Viva a Nossa Senhora Aparecida, Que nos guia nesta vida. Nossa Padroeira do Brasil, Que apareceu em um rio. Agradecemos ao nosso Deus, Que sempre nos protegeu. Dando-nos uma vida digna para viver, E o pão de cada dia para comer.

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Fé e política Vamos juntos, cidadãos, Buscar uma nova opção. Eleger, dona Maria, Que não promete fantasia. Coitado do senhor João, Cheio de promessa e ilusão: Transformou o cidadão De desempregado em patrão. Enganando a população Com conversa de mutirão, Prometeu ao cidadão Emprego e salvação. A fé nunca esteve tão de pé. Promete curar homem, menino e mulher. Veja agora, senhor José, O que pode acontecer. Vi o povo da política Fazendo a gente sofrer. Veja só, dona Maria, Quanta baixaria. Vi os homens lá de cima, Fechando a nossa esquina.

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E, para terminar, Ouça o que tenho a falar: A fé e a política Não se pode separar.

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Alegrias e tristezas na profissão de professor Do dever da profissão, Vejo no mestre Um amigo, um irmão... Na verdade, no amor e na dedicação. Há sempre uma razão, Que o insere na educação. Ao servir sem questionar, Muitos deixam de sonhar. Na luta pela classe, Muitos sofrem da maldade. Dos inimigos da sociedade, O professor é um ser livre sem liberdade. Nas alegrias do ofício de ensinar, A tristeza de pouco se valorizar. Constrói um país, Mas não consegue ser feliz. Profissão difícil de seguir, Porque falta estímulo e atenção. Se vê muita conversa e pouca remuneração. Respeito profissional e mais qualificação, Dignidade ao professor e cidadão.

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Contemplando Veneza (Itália - 2011) Quem vem para visitar, Não fica sem voltar. Vem para namorar ou admirar, As águas verdes do mar. Vem para encantar e se encantar, Vem para conhecer Veneza, Roma e outro lugar. Vem para comer, curtir ou até mesmo casar. Vem para contemplar as riquezas desse lugar. Poucos vêm para descansar. Muitos, para caminhar, filmar, fotografar e se deliciar... Outros, para navegar, flutuar e mergulhar no mar... Ou simplesmente para admirar, admirar... Outros para sonhar, desabafar E respirar um outro ar. Vêm para se inspirar, farrear e se amar. Vêm para degustar as delícias da culinária, Ainda que lhe custe o “olho da cara”. Pois conhecer Veneza, É sem dúvida uma beleza. Visitar Veneza, Pode lhe custar uma riqueza.

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Código Florestal Brasileiro Por trás do discurso De apoio ao pequeno agricultor, Há sempre um grande doutor. E, para a agricultura familiar, Há sempre alguém para nos explorar. Com a chegada do Código Florestal, Há sempre aqueles que se dão bem E aqueles que se dão mal. Mas, no Brasil, tudo é normal. A preservação permanente E a reserva legal Depende da conscientização humana, Para a sobrevivência vegetal e animal. As mudanças no Código Florestal Devem beneficiar todo o território nacional, Desde o pequeno agricultor Ao grande exportador. É preciso explorar a natureza sem destruí-la. Consumindo com responsabilidade, Preservaremos as nossas cidades, Respeitando a nossa biodiversidade. A licença para desmatar Depende da Câmara aprovar. O cidadão honesto e consciente Desmata sem matar gente.

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A verdade é que não basta escrever Sem a prática acontecer. Não basta fiscalizar Sem dar ao homem condição de trabalhar. É preciso atentar Para não exterminar A semente que ainda resta lá, Para se plantar e depois cultivar. Pois a sustentabilidade dos campos e das cidades, Depende das populações. Depende do Antigo e Novo Mundo, Depende de todos nós. Depende de você, Depende de mim, Depende de uma corrente de dependências, Para que outras vidas possam ter aqui na Terra: Terra, água, alimentos, saúde, educação e acomodações Para tantos bilhões de seres humanos Difundidos pelos cinco Continentes desse Mundão.

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O silêncio O silêncio me cala, Quando devo falar, E me incomoda, Quando não quero me explicar. Dizem que um olhar, Às vezes, diz tudo... Como se a minha boca Falasse ao meu coração... Às vezes, tenho tudo pra dizer. Às vezes, tenho pouco pra dizer. E, às vezes, não tenho nada pra dizer, Porque o silêncio não diz nada, Mais revela tudo... Prefiro ficar calada a te observar, Esperando que o meu silêncio Possa por mim falar... Ou que você decida me fazer feliz. Às vezes, também me falta paciência, Com tanta demora, enrola pra amar. Dá vontade de gritar, agonizar nos seus braços, De jogar tudo pro lado pra te namorar.

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Como tinta a espalhar-se no rolo De esvaziar-se de tanto chorar, De não suportar tanto esperar E de me satisfazer sem receber... De sonhar comigo ao amanhecer... De falar para o mundo todo escutar... De te amar, amar e sempre amar, Sem ter ninguém a nos incomodar. Às vezes, não consigo suportar As noites frias a te imaginar... De me abraçar no lençol, sozinha Desejando tocar no seu corpo... De jeito que você deixe-me Louca como uma brisa solta, Calma, tranquila e amada Pegando-me como uma espada tarada. Silêncio! Silêncio! Eu preciso dormir no seu sono, Preciso acordar sem engano, Preciso respirar o seu ar. Não suporto mais alimentar Essa dor, esse terror do seu amor.

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Eu preciso me declarar para o mar Preciso andar, conversar, te amar. Preciso anunciar, me libertar e lutar. Talvez acreditar e esperar mais um pouco. Preciso me curar do meu choro roço Da sua pele que queima feito fogo.

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Biografia do Escritor-Poeta

Antônio da Cruz Santana nasceu na cidade de Saubara, a 150 Km de

Salvador, na Região do Recôncavo Baiano, em 9 de abril de 1971.

Trajetória estudantil

Em sua cidade natal, fez o curso primário, na Escola Estadual Professor

Caio Moura, e o ginásio, no Centro Educacional Cenecista de Saubara.

No Centro Estadual de Educação Magalhães Netto, em Salvador/BA,

cursou o ensino médio. Em Condeúba/BA, localizada na Região

Sudoeste, a 696 Km de Salvador, graduou-se em Pedagogia pela

Faculdade Internacional de Curitiba - FACINTER, tendo feito o curso

pelo Sistema Brasileiro de Educação a Distância - EAD. Nessa mesma

cidade, fez pós-graduação em Gestão do Trabalho Pedagógico:

supervisão e orientação escolar - EAD Lato Sensu.

Atividades profissionais, políticas e comunitárias

Exerceu a função de Chefe de Seção de Arquivo Médico, Estatísticas e

Contas Médicas, no Hospital Geral de Itaparica/BA (HGI), no período

de 1993 a 1995, pela Secretaria Estadual da Saúde (SESAB), sob a

coordenação e direção geral do Dr. José Leitão Meireles. Foi também

coordenador Administrativo Hospitalar do Hospital Municipal Dr.

Francino Borges dos Reis, pela Secretaria Municipal de Saúde, sob

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coordenação e direção da médica ginecologista Dr.ª Cláudia Tereza, no

período de 2003 a 2004, em Saubara/BA. Em 2005, mudou-se para

Condeúba/BA, onde lecionou as disciplinas de História e Geografia no

Ensino Regular e no Projeto - EJA (Educação de Jovens e Adultos), na

Escola Estadual Tranquilino Leovigildo Torres. Nas eleições

municipais de 2004, concorreu pelo PTC (Partido Trabalhista Cristão)

ao cargo de vereador do município de Saubara/BA. Em 2008, também

pelo PTC, concorreu ao mesmo cargo no município de Condeúba/BA.

Fez o curso de Teologia pela Diocese de Caetité/BA e é coordenador

da Pastoral da Educação da Paróquia de Santo Antônio de Pádua -

Condeúba/BA. Participou do Curso de Verão promovido pelo Centro

Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular

(CESEEP) – PUC-SP, em janeiro de 2009 e janeiro de 2010.

Publicações literárias

Seus poemas e poesias foram publicados nas seguintes coletâneas:

- COMUNICOTERAPIA (Editora Ômnira, 2007);

- POIETICONTEMPORIMAS & VERSOS (Editora Ômnira, 2007);

- SALVADOR, 460 ANOS DE POESIA (Editora Òmnira, 2008);

- O QUE É QUE A BAHIA TEM (Editora Litteris, 2009);

- BRASIL POETA (Editora Litteris, 2010);

- ENEBI DE POESIA e PROSA (Editora Ômnira, 2011);

- CARTA AO PRESIDENTE (Editora Scortecci, 2010).

Lançou seu primeiro trabalho solo intitulado POESIAS &

REFLEXÕES - A TRAJETÓRIA DE UM SONHO pela Editora

Quártica, em 2010.

Suas poesias “Amor do sertão” e “Condeúba, terra boa” renderam-lhe

homenagem da Câmara Municipal de Vereadores de Condeúba/BA,

em votação plenária do dia 16 de maio de 2007, com a Moção de

Congratulação.