Resultado Das Leituras

7/23/2019 Resultado Das Leituras

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Programa Nacional de Crédito Fundiário

Paraíba

Década de 90 – “desapropriações de terras para os assentamentosrurais reali!adas de "orma intensa na década de #990$%

&odelo de 'e"orma (grária de &ercado "ere a constituiç)o brasileira no *ue di! respeito a "unç)o social da +erra e a possibilidade de desapropriaç)o das áreas improduti,as%&o,imentos -ociais tra!em esse debate no "im da década de 90%

'e"orma (grária -olidária do Pro.eto Piloto -)o /osé P-/1 noCeará criado em agosto de #992 e liberado em "e,ereiro de #993%

Pro.eto Piloto de 'e"orma (grária e (lí,io da Pobre!a ou Cédulada +erra# PC+1 em agosto de #993 operou até o "inal do mandatoF4C em de!embro de 5005 na regi)o Nordeste%

6anco da +erra 6+1 criado em #999 "uncionou até 5007

Crédito Fundiário de Combate a Pobre!a 'ural 5000850051%

PNCF – imite de taman:o da propriedade comprada é #;m<dulos "iscais% =sso impede *ue as propriedades passi,eis dedesapropriaç)o segundo a constituiç)o entrem na política1%- Ver constituição brasileira: área mínima de propriedade

passível de desapropriação.

- Ver se no PNCF o limite das propriedades compradas é mesmo1 m!dulos "iscais.

Combate > Pobre!a 'ural CP'1? Consolidaç)o da (griculturaFamiliar C(F1 e Nossa Primeira +erra NP+1 s)o as lin:as de"inanciamento do PNCF%

@ PNCF entre 5007 e 50#0 de,e ser ,isto n)o s< pela <tica de

uma re"orma agrária de mercado por*ue nele se insere outrosA a



permanBncia das relações clientelistas e a “captura$ do programa pelas elites políticas locais%

Na lin:a de Combate > Pobre!a 'ural CP'1 do PNCF 97 deseus bene"iciários está na regi)o Nordeste% /á a lin:a deConsolidaç)o da (gricultura Familiar C(F1 concentra suasoperações na 'egi)o -ul%

No Nordeste ainda permanecem enrai!adas por :eranças:ist<ricas do ponto de ,ista social relações paternalistas ecoronelistas% 'elações sociais construídas por dependBncia com o poder local se.a ele representado pelos sen#ores de terra

proprietários de terra1 ou c:e"e políticos pre"eitos deputados,ereadores1% Dando continuidade ao “poder dos donos$ ealimentando como ressalta :islaine Du*ue 5002 p%E01 a“cultura da subalternidade$%

( lin:a CP' atua com mais Bn"ase no assentamento de "amíliassem terra possibilitando *ue ao ad*uirirem a terra ten:am acessoa recursos n)o reembolsá,eis para =n,estimentos em

=n"raestruturas Comunitárias -=C1%

Nas mesorregiões do (greste e 6orborema da Paraíba o PNCFoperou atra,és da lin:a CP' no -ert)o na lin:a C(F tendo a&ata pouca epress)o% (nalisando a estrutura "undiária dessasmicrorregiões a &ata paraibana é a *ue tem a maior concentraç)ode área agricultá,el nas m)os da agricultura n)o "amiliar com353; =6G 50021% -)o as terras mais caras do Gstado e com

maior disponibilidade de água%8 $s boas terras do estado permanecem nas mãos dos

lati"undiários. Fica claro %ue o PNCF apenas "inancia a compra

de terras menos valori&adas.

No Cariri paraibano e em particular no município de -umé o *uese ,i,enciou ao longo da década de 5000 "oi o abandono daestratégia de assentamento de "amílias ,ia desapropriaç)o de

lati"Hndios improduti,os e a ades)o aos no,os instrumentos do



PNCF% No mesmo período 5007850#01 "oram criados trBsassentamentos ,ia desapropriaç)o nessa microrregi)o 0# em&onteiro e 05 -)o -ebasti)o do Imbu!eiro1 assentando 3;"amílias em uma área de J%903;J :ectares% Gm outras pala,rasas "amílias dos assentamentos ,ia desapropriaç)o tBm acesso auma área maior 2;J7 e do PNCF 7##E :ectares%8 Nesse e'emplo tr(s assentamentos via desapropriação ocupam

uma área de )*+ do taman#o de ), assentamentos via PNCF.

No PNCF os protagonistas mediadores na organi!aç)o das"amílias1 s)o as lideranças políticas locaisKregionais e os antigos proprietários interessados na a*uisiç)o de suas terras pelo PNCF

.untamente com representantes da FG+(KP6%

( elite política local tem “capturado$ o PNCF ,alendo8se de práticas *ue se retroalimentam com a cultura patrimonialistasobre um pHblico *ue demanda o acesso > terra% L ,isí,elsegundo 6urs!tMn e C:acon 50## p%7;1 a relaç)o atá,ica entreelites políticas locais e políticas pHblicas no semiárido nordestino%

( "ragmentaç)o nesse período 5007850#01 dos mo,imentossociais de luta pela terraA de um lado os sindicatos "iliados aFG+( operando o PNCF na base e de outro lado com posiç)ocontrária ao acesso > terra ,ia Crédito Fundiário as organi!açõesda ia Campesina &-+ CP+ &(61% -em uma estratégia deinter,enç)o .unto >s ações de crédito "undiário as organi!açõescontrarias ao programa n)o conseguiram "a!er "rente > suaepans)o%

No município de -umé a mediaç)o reali!ada no PNCF se deu ,ia políticos *ue :istoricamente submeteram os trabal:adores >cultura da obedi(ncia% Na pr<pria mediaç)o entre proprietários e"amílias :á a negaç)o dos diretitos trabal:istas de alguns e8moradores dessas propriedades 8 “o "a,or como obrigaç)o moral$contabilidades de obrigações morais decorrentes de "a,oresrecebidos dos patrões% -egundo /osé de -ousa &artins #99J



p%7;1 em muitas regiões do rasil essa contabilidade de débitos e

créditos de #onra ainda tem um peso muito maior do %ue se cr(.

( relaç)o go,erno e mo,imentos sociais implicou nainvisibilidade do PNCF% @ mo,imento sindical passa a sercoordenador do programa no go,erno ula 5007850#01 pro,ocando mudanças dos su.eitos nas mediações e na luta peladesapropriaç)o do lati"Hndio? deiando de ser =NC'(Ko,ernolati"Hndio &o,imento -ocialKsem terra passando para as"ederações C@N+( FG+'(F1 Inidade +écnica GstadualI+GK=N+G'P(1 e*uipes de (ssistBncia +écnica e @Ns%

@ PNCF é para as elites políticas e agrárias a re"orma agráriaracional por*ue diminuiu as ocupações de terra ,alori!ou a terrae n)o troue pre.uí!os para o proprietário por ser uma re"ormaagrária “pací"ica$% Glimina o con"lito entre trabal:adores e proprietários de terra sendo *ue a irracionalidade estariaassociada > luta pela terra%

@ PNCF é ,isto por alguns atores da pes*uisa como a re"ormaarária racional A ou se.a sem con"lito? com as "amílias c:amadasa negociar% No entanto o poder de decis)o sobre a terra *uemcompõe o grupo a compra e ,enda da terra n)o s)o oportuni!adosa partir da organi!aç)o do grupo mas sim mediados pelas eliteslocais%

Na Paraíba assentamentos criados ,ia PNCFKCombate > Pobre!a'ural CP'1 entre 5007 e 500E tBm se concentrado nas regiõesdo CurimataH e Cariri *ue ,Bm a ser as regiões *ue registrammenores índices de plu,iosidade no estado e cu.as terras selocali!am sobre as roc:as cristalinas do planalto da 6orborema%8 $%uilo sobre a bai'a %ualidade das terras

(s no,e propriedades ,endidas ao PNCF no município de -umé"oram "ragmentadas ap<s a crise das ati,idades tradicionais das



elites locais – pecuária e algod)o% Di"erente de outras regiões brasileiras n)o :ou,e ali uma reestruturaç)o das ati,idadeseconOmicas destas elites%Para Caio Prado /r% #939 p% 3J1 o "racionamento n)o atingiu enunca de "orma decisi,a a grande propriedade *ue ser,iu de base para eploraç)o em larga escala% No Cariri paraibano nomunicípio de -umé as no,e propriedades ,endidas ao PNCF"oram "racionadas e a n)o reestruturaç)o das ati,idadeseconOmicas resultou no abandono dessas terras% @ PNCF surgiucomo possibilidade de render lucros como um suspiro para partedessas elites% ( :ip<tese *ue le,antamos é a emergBncia dareestruturaç)o dessa elite permeada pelas políticas pHblicas no

município concordando com 6urs!tMn e C:acon 50##1 *ue o"oco é o espaço de reno,aç)o e continuidade das práticasclientelistas%8 Pes%uisar sobre esse "racionamento /"ramentação0.

- Pes%uisar sobre reestruturação das atividades econmicas.

Políticas de Proteç)o -ocial trans"erBncia de renda1 e sua relaç)ocom a re"orma agrária de mercado e clientelismo%

Origem do PNCF

Política de acesso a +erra "ormulada pelo 6anco &undial emmeados de #990% &odelo de 'e"orma (grária de &ercado&'(&1% No 6rasil com a press)o dos &o,imentos é criado o &D( e posteriormente surge o *ue se con:ece :o.e por criminali!aç)o

dos mo,imentos sociais%

(contecimentos *ue impuseram ao go,erno "ederal orecon:ecimento da eistBncia de uma problemática agrária gra,eno país. @ go,erno prescre,e assim um pacote de medidasA proíbe a ,istoria por parte do =NC'( das áreas ocupadas o *uein,iabili!a a sua desapropriaç)o1? aciona a Polícia Federal paramonitorar os mo,imentos sociais? instaura com a colaboraç)o dos

grandes meios de comunicaç)o o processo de criminali!aç)o dos



mo,imentos sociais? e dá início > aplicaç)o do modelo de re"ormaagrária de mercado%

@s programas anteriores ao PNCF Pro.eto Piloto -)o /oséPrograma Cédula da +erra 6anco da +erra e o Crédito Fundiáriode Combate a Pobre!a 'ural1 ati,os n)o todos até 5005"indaram no PNCF a partir de 5007%

( partir do ano de 5007 .á no primeiro mandato do go,erno ula5007850021 por meio da parceria C@N+(K&D(K-'( e 6anco&undial é criado o Programa Nacional de Crédito FundiárioPNCF1 estruturado em duas lin:as de "inanciamento Combate >

Pobre!a 'ural CP'1 e Consolidaç)o da (gricultura FamiliarC(F1% @ CP' em toda regi)o do Nordeste e o C(F em todo o6rasil%

Gsses programas P-/ PC+ 6+ CFCP' e PNCF1 .á est)o emcurso no 6rasil :á *uase #; anos% Com suporte do 6anco&undial passaram a pri,ilegiar um no,o modelo de inter,enç)ocom ,istas a promo,er a reordenaç)o "undiária no país modelo

*ue "icou con:ecido entre seus críticos como “&odelo de'e"orma (grária de &ercado$%

( concepç)o do PNCF é a mesma dos programas anteriores P-/PC+ 6+ CFCP'1 se constituindo apenas numa troca de nomesAlin:a de crédito para compra de terras por trabal:adores sem terraou mini"undistas complementaç)o de terra seria o C(F1% @strabal:adores sem terra "ormam associações indicam a terra a ser

ad*uirida mediante "inanciamento disponibili!ado pelo banco*ue ap<s a apro,aç)o do pro.eto pela Inidade +écnica GstadualI+G1 paga diretamente ao proprietário%

( prioridade a esses programas pelo go,erno le,a a concordarcom uma das :ip<teses Pereira 5009 p%591 de *ue o &'(& temum ,iés de classe em "a,or dos grandes proprietários pois "oicriado para ali,iar tensões sociais no campo – de modo *ue n)o

pre.udicasse os interesses "undamentais do grande capital pri,ado



nacional e estrangeiro – e es,a!iou a ascens)o política dosmo,imentos sociais pr<8re"orma agrária%

=n,ers)o dos mediadores N)o geraç)o de Con"litosA Negociaç)o pací"ica e diretaGlites políticas locaisFragilidade dos trabal:adores seca pobre!a%%%1 e =nteresses dasGlites locais Gleições%%%1%

No "inal de 500E o go,erno ula 5007850#01 trans"ormou oPNCF em política pHblica e neste momento encerra8se o acordode empréstimo com o 6anco &undial% (tualmente o Programa

"unciona em todas as regiões do 6rasil inclusi,e com a lin:a de"inanciamento do CP' estendida para as demais regiões%

@ o,erno ula 5007850#01 "or.ado com caráter geraldemocrático e popular agiu de "orma ambígua em relaç)o >sações de re"orma agrária no país em decorrBncia das alianças políticas estabelecidas% -upun:a8se pela sua gBnese *ue oo,erno ula acenaria para uma mudança pro"unda na estrutura

agrária do país% 'ompendo de acordo com 4orácio &artins deCar,al:o 5007 p% #J1 com o monop<lio sen:orial sobre a terraou para a trans"ormaç)o da estrutura lati"undiária monop<lio daterra relações sociais sistema de poder e ideologia patrimonialista1%=n,estir na re"orma agrária para além da política de distribuiç)ode terras n)o "oi possí,el diante de um go,erno de conciliaç)o declasses ocorrendo também o amortecimento do debate da

uest)o (grária e o "ortalecimento do mercado de terras? o processo de endi,idamento da sociedade rural e urbana% @sentimento é a política do mel:orismo uma con"ormaç)ogenerali!ada diante de pouca mel:ora de alguns índices sociais%Concomitante a isso o "ortalecimento do agroneg<cio dos grupostransnacionais%@ PNCF passa a ser apresentado como uma "orma de inclus)osocial e de geraç)o de emprego e renda sem eplicitaç)o

su"iciente de sua contribuiç)o para a mudança do modelo de



desen,ol,imento do 6rasil% (s ações de re"orma agrária para osmo,imentos sociais de,eriam contribuir com essa mudançaestrutural da sociedade%@ conteto do PNCF é uma cone)o mais ampla das ações doGstado para o campo brasileiro% @ go,erno ula 5007850#01 deampla coligaç)o política *ue incluiu os lati"undiários e parcelados setores empresariais mais conser,adores do campo na pr<priae*uipe ministerial tra!endo para dentro do o,erno a contradiç)osocial relacionada com a luta pela terra% @ PNCF "ica a*uém dasmudanças na estrutura "undiária do 6rasil distante da nature!a deuma re"orma agrária *ue incidisse na mudança no modelo dedesen,ol,imento na :ist<rica concentraç)o de terra%

Ima contra re"orma agrária por*ue oculta elementosimportantesA o impacto de crédito de ações de acesso > terra pelal<gica do mercado *ue "a,orece a especulaç)o no mercado deterras e ocasiona uma in,iabili!aç)o "inanceira de uma re"ormaagrária massi,a%( re"orma agrária por desapropriaç)o é mais custosaA (sindeni!ações aos epropriados se d)o pela ,ia .udicial *ue tra!Onus aos co"res pHblicos além do preço da terra todo um custo

da transaç)o .udicial mais o custo adicional da incorporaç)o daterra ao patrimOnio pHblico%PNCF opera com a seguinte l<gicaA os demandantes de terra e os*ue se dispõem a disponibili!á8la se encontram no mercado enegociam suas necessidades e interesses% Nesses termos re"ormaagrária pode ser condu!ida pelo mercado sem con"lito atra,és docrédito menos onerosa%@ *ue se ,i,enciou ao longo da década de 5000 "oi o *uase

abandono da estratégia de assentamento de "amílias ,iadesapropriaç)o de antigos lati"Hndios improduti,os e a ades)o aosno,os instrumentos do &'(&% No início do século QQ= ocorreu> liberaç)o do empréstimo do 6anco &undial para o *uarto programa de "inanciamento a compra de terrasA o CréditoFundiário de Combate > Pobre!a 'ural com a participaç)o nanegociaç)o da C@N+(% Período de re"luo da luta pela terrasinali!ado pelo processo de criminali!aç)o dos mo,imentos

sociais? pela criaç)o das duas medidas pro,is<rias#EA uma *ue



determina,a o n)o assentamento das "amílias *ue participassemdas ocupações de terra e outra *ue determina,a a n)o ,istoria dasterras ocupadas por dois anos *uando ocupadas uma ,e! e por*uatro anos *uando ocupada mais de uma ,e!? e política decrédito para compra da terra%

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