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Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br 1 18 de Janeiro de 2013 GEAGU Objetiva Justificativas da Rodada 2013.02 GEAGU Objetiva http://www.ebeji.com.br DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL Questão 01 Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita Não cabe embargos de terceiro se a relação do embargante com a coisa turbada for de mera posse. Justificativa: Gabarito: E O item está incorreto. O CPC é claro em admitir os embargos de terceiro também no caso de possuidor legítimo. Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos. § 1 o Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor. Questão 02 Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita Em ação possessória pelo rito especial dos arts. 920 e seguintes do CPC, é lícito cumular pedido puramente possessório com o de indenização por perdas e danos. Justificativa: Gabarito: C O item está correto. Não é descabido pedido indenizatório em possessória, desde que cumulado com o pleito possessório. É o que prevê o CPC: Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; Questão 03 Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita É cabível nunciação de obra nova com embargo pela via extrajudicial, requerendo-se sua ratificação pelo juízo em 3 dias.

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18 de Janeiro de 2013

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Justificativas da Rodada 2013.02

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DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL

Questão

01

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Não cabe embargos de terceiro se a relação do embargante com a coisa turbada for de mera posse.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. O CPC é claro em admitir os embargos de terceiro também no caso de possuidor legítimo.

Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos. § 1o Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor.

Questão

02

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Em ação possessória pelo rito especial dos arts. 920 e seguintes do CPC, é lícito cumular pedido puramente possessório com o de indenização por perdas e danos.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. Não é descabido pedido indenizatório em possessória, desde que cumulado com o pleito possessório. É o que prevê o CPC: Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:

I - condenação em perdas e danos;

Questão

03

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

É cabível nunciação de obra nova com embargo pela via extrajudicial, requerendo-se sua ratificação pelo juízo em 3 dias.

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Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. Segundo o CPC, o embargo da obra pode se dar pela via extrajudicial, tendo a ação de nunciação de obra nova, nestes casos, função de mera ratificadora do embargo extrajudicial.

Art. 935. Ao prejudicado também é lícito, se o caso for urgente, fazer o embargo extrajudicial, notificando verbalmente, perante duas testemunhas, o proprietário ou, em sua falta, o construtor, para não continuar a obra. Parágrafo único. Dentro de 3 (três) dias requererá o nunciante a ratificação em juízo, sob pena de cessar o efeito do embargo.

Questão

04

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Nas ações de usucapião, serão intimados por oficial de justiça, para que manifestem interesse na causa, os representantes da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. A intimação da Fazenda Pública se dará pela via postal, conforme prevê expressamente a lei adjetiva. Art. 943. Serão intimados por via postal, para que manifestem interesse na causa, os

representantes da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Questão

05

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Pelo princípio do forum non conveniens, um juízo que, a princípio, é competente conforme as normas processuais para julgar determinado caso, pode negar sua competência para julgar a lide concreta, pois entende que outro juízo é mais conveniente para julgar a mesma causa.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. O princípio em questão, utilizado muito na definição da jurisdição internacional, tem sido aplicado também, excepcionalmente, na jurisdição interna. Sobre esse princípio, ensina a doutrina1: Para caracterizar o forum non conveniens, a doutrina desenvolveu vários critérios

delimitadores. Em primeiro lugar deve existir um foro diferente daquele onde foi instaurado o processo, sendo igualmente competente para julgar toda a lide. Esse foro deve ser mais conveniente para as partes. Para avaliar os critérios de conveniência, são analisados no caso concreto os seus interesses privados (private interests) na lide. São

1 RECHSTEINER, Beat Walter. Direito Internacional privado: teoria e prática. 11 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva,

2008.

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levados em consideração, entre outros, como interesses privados relevantes das partes: o acesso aos meios de prova, principalmente bens imóveis, bem como a residência das testemunhas, a exeqüibilidade da sentença e os custos do processo. São irrelevantes, por outro lado, a aplicação de um direito mais favorável para uma das partes e o fato de um outro sistema jurídico não se equiparar àquele foro, desde que sejam garantidos os direitos fundamentais no processo para as partes, previstas também no ordenamento jurídico doméstico. Se não prevalecerem interesses privados por parte do autor ou do réu, o tribunal examinará em seguida a doutrina do forum non conveniens sob a perspectiva do interesse público envolvido. Neste contexto, o tribunal possui um interesse legítimo de não dever julgar lides sem vínculo específico com o foro. Assim sendo, pode ser considerado também que o tribunal não está familiarizado com o direito aplicável à causa a ser julgada. Finalmente, o foro mais conveniente (forum conveniens) deve tutelar a pretensão requerida no seu sistema jurídico como uma sanção adequada que seja comparável àquela existente no foro para que não exista a possibilidade de denegação de justiça para o autor da ação perante o foro alienígena. (RECHSTEINER, 2008, p. 258).

Questão

06

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Deve ser reiterado o recurso especial interposto antes do julgamento de embargos de declaração contra o acórdão recorrido, notadamente se houve alteração no julgado.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. A reiteração é necessária já que, com o julgamento dos embargos de declaração, o acórdão recorrido sofre processo de integração, inaugurando novo título judicial a ser objeto de recurso: REITERAÇÃO. RESP. EDCL. A Corte Especial, ao negar provimento ao agravo remetido

pela Segunda Turma, reafirmou o entendimento de que deve ser reiterado o recurso especial interposto antes do julgamento de EDcl a ser realizado pelo tribunal a quo. É irrelevante se houve ou não a modificação do julgado, visto que isso não altera o fato de que o recurso foi interposto de forma prematura, enquanto se encontrava interrompido o lapso recursal. Precedentes citados do STF: AgRg no AI 712.438-SP, DJe 15/9/2009; EDcl no AI 717.763-SP, DJe 14/4/2009; do STJ: AgRg no REsp 441.016-RJ, DJ 2/10/2006; EDcl no AgRg no Ag 459.472-SC, DJ 4/4/2005, e EDcl no REsp 323.173-RS, DJ 28/10/2002. AgRg no Ag 1.161.358-RS, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 25/2/2010.

Questão

07

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

A impossibilidade inicial do objeto sempre invalida o negócio jurídico.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. Se a impossibilidade inicial do objeto for apenas relativa, o negócio não é invalidado, segundo o Código Civil.

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Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.

Questão

08

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se extensivamente.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. Em entendimento há muito defendido pela doutrina, e também assentado na lei, quando o negócio for benéfico ou decorrer de renúncia de direitos, sua interpretação há de ser a mais restrita possível.

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.

Questão

09

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. Replica o previsto no art. 131 do Código Civil: Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

Questão

10

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

A criança, mesmo de tenra idade, tem direito à proteção irrestrita dos direitos da personalidade, entre os quais se inclui o direito à integridade mental, o que lhe assegura indenização por dano moral decorrente de sua violação.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. A possibilidade de dano moral à criança de tenra idade é admitida pela jurisprudência do STJ: DANO MORAL. VÍTIMA. TENRA IDADE. In casu, segundo os autos, criança de três anos

deixou de realizar, por recusa da clínica credenciada e pela ineficiência de seu plano de saúde, exames radiológicos prescritos por profissional habilitado com a finalidade de diagnosticar dores. A Turma deu provimento ao recurso da menor, representada por sua mãe, para reconhecer seu direito à indenização por dano moral. Observou-se que, embora a criança tenha percepção diferente e uma maneira peculiar de se expressar, está sujeita a medos, aflições e angústias, até mais prejudiciais do que as sentidas pelos adultos, pois, sem noção exata, percebe-os ao compartilhar a aflição da mãe. Ademais, a criança, mesmo de tenra idade, tem direito à proteção irrestrita dos direitos da personalidade, entre os quais se inclui o direito à integridade mental, o que lhe assegura indenização por dano moral decorrente de sua violação (arts. 5º, X, da CF/1988 e 12 do CC/2002). Mesmo nas hipóteses em que o prejuízo ao menor decorra de uma relação de consumo (art. 6º, VI, do CDC), é-lhe assegurada a efetiva reparação

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do dano. Portanto, pelo dano moral causado pelas recorridas, há o dever de reparação. Ressaltou-se, ainda, que o plano de saúde é responsável pela escolha de seus credenciados para que prestem um serviço adequado, sob pena de responder solidariamente, como no caso, pelos danos causados (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC). REsp 1.037.759-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/2/2010.

DIREITO CONSTITUCIONAL

Questão

11

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Nenhum brasileiro será extraditado, salvo apenas o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. Há também a possibilidade de extradição do brasileiro naturalizado por crime posterior à naturalização se decorrer do tráfico ilícito de entorpecentes. Previsão expressa do art. 5º da Constituição Federal:

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

Questão

12

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, com quórum de votação de lei complementar, serão equivalentes às leis complementares.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. A previsão do parágrafo 3º do art. 5º é que a aprovação pelo quórum de emenda constitucional outorgará ao tratado o status de emenda constitucional. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem

aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Questão

13

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, se não for estável será exonerado com direito à indenização equivalente de um mês de remuneração a cada ano no serviço público.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. Se não for estável será exonerado sem nenhuma indenização por falta

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de previsão constitucional.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Questão

14

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Enquanto não for regulamentado o art. 40, § 4º, da CF/88, o presidente da República é parte legítima para figurar no polo passivo de mandado de injunção em que se discute a aposentadoria especial de servidor público.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. Sendo de iniciativa do presidente a iniciativa de leis que trate de aposentadoria dos servidores públicos, é dele a legitimidade passiva do mandado de injunção que trate do assunto: “Enquanto não for regulamentado o art. 40, § 4º, da CR, o presidente da República é

parte legítima para figurar no polo passivo de mandado de injunção em que se discute

a aposentadoria especial de servidor público.” (MI 1.463‑AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 2-3-2011, Plenário, DJE de 13-5-2011.)

Questão

15

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

O exame da vigente CF permite constatar que a execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe – enquanto chefe de Estado que é – da competência para promulgá -los mediante decreto.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. A natureza de ato constitucional subjetivamente complexo conferida à execução dos tratados é reconhecida pela jurisprudência do STF: “O exame da vigente CF permite constatar que a execução dos tratados internacionais

e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto

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legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe – enquanto chefe de Estado que é – da competência para promulgá -los mediante decreto. O iter procedimental de incorporação dos tratados internacionais – superadas as fases prévias da celebração da convenção internacional, de sua aprovação congressional e da ratificação pelo chefe de Estado – conclui -se com a expedição, pelo presidente da República, de decreto, de cuja edição derivam três efeitos básicos que lhe são inerentes: (a) a promulgação do tratado internacional; (b) a publicação oficial de seu texto; e (c) a executoriedade do ato internacional, que passa, então, e somente então, a vincular e a obrigar no plano do

direito positivo interno. Precedentes.” (ADI 1.480‑MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 4-9-1997, Plenário, DJ de 18-5-2001.)

DIREITO EMPRESARIAL

Questão

16

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

O produto arrecadado com a alienação de bem penhorado em execução fiscal, antes da decretação da quebra, deve ser entregue ao juízo universal da falência.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. Ainda que a alienação em hasta pública tenha se dado antes da decretação de falência em sede de executivo fiscal, seu produto haverá de ser vertido ao juízo de falência para melhor atendimento da ordem preferencial de credores.

EXECUÇÃO FISCAL. FALÊNCIA. EXECUTADO. O recorrente alega que o produto da arrematação do bem imóvel da massa falida deve ir para o juízo falimentar. A questão cinge-se à destinação do produto da arrematação, quando esta sobreveio em data anterior à decretação da falência. Isso posto, a Turma deu provimento ao recurso, por entender que o produto arrecadado com a alienação de bem penhorado em execução fiscal, antes da decretação da quebra, deve ser entregue ao juízo universal da falência. A falência superveniente do devedor não tem o condão de paralisar o processo de execução fiscal, nem de desconstituir a penhora realizada anteriormente à quebra. Outrossim, o produto da alienação judicial dos bens penhorados deve ser repassado ao juízo universal da falência para apuração das preferências. REsp 1.013.252-RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/11/2009.

Questão

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Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Tendo em vista tratar-se de título de crédito, é vedado, no pagamento da duplicata, a dedução de créditos a favor do devedor, como, por exemplo, resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço, enganos verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. O art. 10 da Lei 5.474/68 possibilita a dedução de determinados créditos a favor do devedor, no momento do pagamento da duplicata por ele.

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Art . 10. No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor

do devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço, enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados, desde que devidamente autorizados.

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

Questão

18

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Haverá crime de lavagem de dinheiro apenas se o agente oculta ou dissimula a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, das infrações penais taxativamente expressas na lei de regência.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. Com o advento da lei 12.683/2012, não há mais elenco taxativo dos crimes cujo produto dissimulado ou ocultado ensejam o delito de lavagem de dinheiro. Em tese, qualquer infração penal poderá ser antecedente do delito de lavagem, agora.

Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

Questão

19

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Se o agente for maior de 70 anos, poderá ser-lhe deferida prisão preventiva domiciliar.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. O agente deve ter mais de 80 anos: Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente

for: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

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Questão

20

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

A produção antecipada das provas exige concreta demonstração da urgência e da necessidade da medida.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. A jurisprudência remansosa do STJ é que apenas no caso de comprovada urgência em sua produção, poderá ser deferida a antecipação de provas, não bastando, por exemplo, o receio da mudança no endereço de testemunhas:

PRODUÇÃO ANTECIPADA. PROVAS. NECESSIDADE. A jurisprudência deste Superior Tribunal é firme no sentido de que a produção antecipada das provas, conforme o art. 366 do CPP, exige concreta demonstração da urgência e da necessidade da medida. Não é motivo hábil para justificá-la, como na espécie, a decisão que afirma que as testemunhas, no futuro, possam vir a mudar de domicílio, dificultando a colheita de provas, e que elas poderão perder a memória dos fatos. Assim, a Turma deu provimento ao recurso, para anular a decisão que determinou a produção antecipada de provas, bem como os atos subsequentes, sem prejuízo de nova determinação fundamentada em dados concretos. RHC 21.173-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2009.

Questão

21

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Segundo o STF, a CF não proíbe a suspensão da prescrição, por prazo indeterminado, na hipótese do art. 366 do CPP (réu citado por edital que não comparece para se defender). A indeterminação do prazo da suspensão não constitui, a rigor, hipótese de imprescritibilidade: não impede a retomada do curso da prescrição, apenas a condiciona a um evento futuro e incerto, situação substancialmente diversa da imprescritibilidade.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. STF entende que a previsão de termo inicial incerto para a contagem da prescrição não equivale a tornar o delito imprescritível, não incidindo em inconstitucionalidade o art. 366 do CPP. “Conforme assentou o STF, no julgamento da Ext 1.042, 19-12-2006, Pertence, a CF não

proíbe a suspensão da prescrição, por prazo indeterminado, na hipótese do art. 366 do CPP. A indeterminação do prazo da suspensão não constitui, a rigor, hipótese de imprescritibilidade: não impede a retomada do curso da prescrição, apenas a condiciona a um evento futuro e incerto, situação substancialmente diversa da imprescritibilidade. Ademais, a CF se limita, no art. 5º, XLII e XLIV, a excluir os crimes que enumera da incidência material das regras da prescrição, sem proibir, em tese, que a legislação ordinária criasse outras hipóteses. Não cabe nem mesmo sujeitar o período de suspensão de que trata o art. 366 do CPP ao tempo da prescrição em abstrato, pois, ‘do contrário, o que se teria, nessa hipótese, seria uma causa de interrupção, e não de suspensão.’ Recurso extraordinário provido, para excluir o limite temporal imposto à suspensão do curso da prescrição.” (RE 460.971, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,

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julgamento em 13-2-2007, Primeira Turma, DJ de 30-3-2007.)

DIREITO TRIBUTÁRIO

Questão

22

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

Segundo o CTN, os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. O CTN é pelo caráter supralegal dos tratados internacionais tributários. A assertiva replica o previsto no Código Tributário:

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

Questão

23

Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

A lei tributária jamais se aplica a ato ou fato pretérito.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. O art. 106 do CTN elenca hipóteses em que a lei tributária terá efeito retroperante. Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Questão

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Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa, e não exaustiva.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. Reflete o entendimento do STF sobre o assunto.

“A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando

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produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa, e não exaustiva.” (RE 202.149, Rel. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-4-2011, Primeira Turma, DJE de 11-10-2011.)

Questão

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Questão formulada pelo Dr. Advogado da União Patrick Bezerra Mesquita

É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o Imposto de Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. Entendimento sumulado do STF que reafirma a impossibilidade de se adotar progressividade de alíquota nos tributos reais. “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o Imposto de

Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel.” (Súmula 656.).

DIREITO ADMINISTRATIVO

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Na contratação dos serviços de publicidade, faculta-se a adjudicação do objeto da licitação a mais de uma agência de propaganda, sem a segregação em itens ou contas publicitárias, mediante justificativa no processo de licitação.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto, refletindo o que dispõe o artigo 2º, §3º da Lei 12.232/2010.

Art. 2o Para fins desta Lei, considera-se serviços de publicidade o conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir ideias ou informar o público em geral. (...) § 3o Na contratação dos serviços de publicidade, faculta-se a adjudicação do objeto da licitação a mais de uma agência de propaganda, sem a segregação em itens ou contas publicitárias, mediante justificativa no processo de licitação.

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

À luz do entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não exorbita o poder regulamentar conferido às agencias reguladoras, resolução da ANEEL que exige o adimplemento contratual para a concessão de descontos especiais na tarifa de fornecimento de energia elétrica, relativa a consumidor que desenvolva atividade de irrigação ou aquicultura.

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Justificativa: Gabarito: E

O item está errado, contrariando decisão recente do STJ, noticiada no informativo 509.

DIREITO ADMINISTRATIVO. PODER REGULAMENTAR. IMPOSSIBILIDADE DE LIMITAÇÃO NÃO PREVISTA NA LEI REGULAMENTADA. É ilegal o art. 2º da Res. n. 207/2006-Aneel que, ao exigir o adimplemento do consumidor para a concessão de descontos especiais na tarifa de fornecimento de energia elétrica relativa ao consumidor que desenvolva atividade de irrigação ou aquicultura (Lei n. 10.438/2002), estabeleceu condição não prevista na lei para o benefício, exorbitando o poder de regulamentar. Precedentes citados: REsp 1.048.317-PR, DJe 30/9/2010, e RMS 26.889-DF, DJe 3/5/2010. AgRg no REsp 1.326.847-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/11/2012.

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

O termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para que a Administração Pública anule ato administrativo referente à concessão de aposentadoria é a data da homologação da concessão pelo Tribunal de Contas.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto, de acordo com julgado recente do STJ, noticiado no informativo n. 508.

DIREITO ADMINISTRATIVO. PRAZO DECADENCIAL PARA A ANULAÇÃO DE ATO DE APOSENTADORIA. TERMO A QUO. O termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para que a Administração Pública anule ato administrativo referente à concessão de aposentadoria, previsto no art. 54 da Lei n. 9.784/1999, é a data da homologação da concessão pelo Tribunal de Contas. A concessão de aposentadoria tem natureza jurídica de ato administrativo complexo que somente se perfaz com a manifestação do Tribunal de Contas acerca da legalidade do ato. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.284.915-SC, DJe 10/4/2012; REsp 1.264.053-RS, DJe 16/3/2012; AgRg no REsp 1.259.775-SC, DJe 16/2/2012, e AgRg no REsp 1.257.666-PR, DJe 5/9/2011. EREsp 1.240.168-SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgados em 7/11/2012.

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

A concessão de uso ocorre quando o Poder Público consente o uso gratuito de um bem público por órgão da mesma pessoa jurídica ou de pessoa jurídica diversa, incumbida de desenvolver atividade que traduza interesse público.

Justificativa: Gabarito: E

O item está incorreto. O conceito expresso refere-se ao instituto da “cessão de uso” que não se confunde com “concessão de uso”, verdadeiro contrato administrativo. A propósito, cite-se a doutrina de José dos Santos Carvalho Filho.

Concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público confere a

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pessoa determinada o uso privativo de bem público, independentemente do maior ou menor interesse público da pessoa concedente. (...) Cessão de uso é aquela em que o Poder Público consente o uso gratuito de bem público por órgãos da mesma pessoa ou de pessoa diversa, incumbida de desenvolver atividade que, de algum modo, traduza interesse para coletividade. (CARVALHO FILHO, Jose dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24ª ed., Lumen Iuris, 2011, p. 1080 e 1089).

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

As instituições religiosas, ainda quando dedicadas às atividades descritas na Lei 9.790/99, não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto, nos termos do artigo 2º, III da Lei 9.790/99.

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei: III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;

DIREITO FINANCEIRO

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

A renúncia de receita compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto, nos termos do artigo 14, §1º da LC 101/00. Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da

qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

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§ 1˚ - A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado. § 2˚ - Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso. § 3˚ - O disposto neste artigo não se aplica: I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I (II), II (IE), IV (IPI) e V (IOF) do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1o; (devido ao seu caráter extrafiscal) II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

É possível que a despesas de exercícios já encerrados, ainda que não inscritas em restos a pagar, venham a ser pagas no exercício subsequente. Entretanto, não se admite o reconhecimento de despesa após o encerramento do exercício financeiro, se inexistente no orçamento anterior dotação própria para lhe fazer frente.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. O artigo 37 da Lei 4320/64 admite o reconhecimento de despesas após o encerramento do exercício financeiro, o que torna errada a segunda afirmação constante do enunciado. Três situações podem ensejar o pagamento à conta de despesas de exercícios anteriores: 1- As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito prórpio, com saldo suficiente para atende-las, que não se tenham processado na época. Esse não-processamento pode decorrer de anulação ou insubsistência do empenho ou por simples erro da Administração. Também se enquadram no caso despesas urgentíssimas, que não puderam aguardar os trâmites administrativos para a realização do empenho. 2- Restos a pagar com prescrição interrompida. Após um ano, os restos a pagar são cancelados, de sorte que aqueles recursos destinados ao seu pagamento passam a ser considerados outras receitas (correntes ou de capital), mas o direito do credor perante a Administração só prescreve em 5 anos. 3- Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício financeiro. Nesse caso, a autoridade administrativa reconhece a despesa, ainda que não houvesse no orçamento anterior dotação própria ou não tenha esta deixado saldo. Esse pagamento decorre de obrigação legal. Ex: promoção de servidor com data retroativa.

Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO/PRIVADO

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

A cláusula social tem por finalidade resguardar direitos e condições básicas do trabalhador.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. A propósito, confira-se a doutrina de Paulo Henrique Gonçalves Portela:

A cláusula social é um dispositivo que pode constar de tratados com matéria comercial que vinculam o desenvolvimento do comércio internacional entre suas partes ao respeito a padrões trabalhistas mínimos. É, evidentemente, um instrumento voltado a melhorar as condições de trabalho, resguardando direitos elementares no universo laboral. O tema da cláusula social é diretamente relacionado com o dumping social e visa combatê-lo, permitindo a aplicação de medidas, como salvaguardas e sanções comerciais em geral, contra países que não respeitem tais padrões mínimos. (PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora Podivum, 3ª ed., p. 439).

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

A responsabilidade internacional enseja a reparação direta de danos tanto da parte do agente causador quanto da parte do Estado do qual esse agente se origine.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. A obrigação de reparar o dano é do Estado, o qual pode exercer o direito de regresso contra o agente. A propósito, cite-se a doutrina de Paulo Henrique Gonçalves Portela.

Diante do dano causado pelo ato ilícito, o Estado ou a Organização Internacional que tenha violado norma internacional deve oferecer a reparação correspondente ao ente estatal ou ao organismo internacional prejudicado. A reparação pode ou não ter expressão econômica. Em qualquer caso, a reparação deve corresponder à natureza da lesão e a seus efeitos e é, normalmente, compensatória e de natureza não punitiva. (...) Cabe destacar que o ente responsável pela reparação é o Estado soberano ou o organismo internacional, cabendo a estes, em todo caso, exercer o direito de regresso contra o agente que efetivamente tenha causado o prejuízo. (PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Editora Podivum, 3ª ed., p. 338/339)

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Para produzir efeito em juízo faz-se necessária a inscrição, no registro público, de documentos de procedência estrangeira, ainda quando autenticados por via consular.

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Justificativa: Gabarito: E

O item está errado, contrariando os termos do enunciado n. 259 da Súmula do STF:

Súmula 259/STF: Para produzir efeito em juízo não é necessária a inscrição, no registro publico, de documentos de procedência estrangeira, autenticados por via consular.

Questão

36

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Nos termos do Acordo de Buenos Aires, no âmbito do Mercosul, o direito aplicável à controvérsia pelo órgão arbitral será escolhido pelas partes, com base no Direito Internacional Privado e em seus princípios, assim como no Direito de Comércio Internacional, e, se as partes nada dispuserem a respeito do Direito aplicável, os árbitros decidirão conforme as mesmas fontes.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. A propósito, cite-se a doutrina de Paulo Henrique Gonçalves Portela.

Por disposição das partes, a arbitragem poderá ser de Direito ou de equidade e, na audiência de deliberação a respeito, será de Direito. Nos termos do artigo 10 do Acordo de Buenos Aires, o direito aplicável à controvérsia pelo órgão arbitral será escolhido pelas partes, com base no Direito Internacional Privado e em seus princípios, assim como no Direito de Comércio Internacional, e, se as partes nada dispuserem a respeito do Direito aplicável, os árbitros decidirão conforme as mesmas fontes. (PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Editora Podivum, 3ª ed., fl. 645).

DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

À luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é possível considerar como atividade especial para fins previdenciários o trabalho exposto à eletricidade, mesmo se exercido após a edição de ato normativo que excluiu a eletricidade do rol de agentes nocivos.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto. Nesse exato sentido, confira-se o julgado do STJ, noticiado no informativo 509.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. ARTS. 57 E 58 DA LEI N. 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). É possível considerar como atividade especial para fins previdenciários o trabalho exposto à eletricidade, mesmo se exercido após a vigência do Dec. n. 2.172/1997, que suprimiu eletricidade do rol de agentes nocivos. À luz da interpretação sistemática, as

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normas regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e atividades nocivas à saúde do trabalhador são exemplificativas, podendo ser considerado especial o labor que a técnica médica e a legislação correlata considerarem como prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente, não ocasional nem intermitente e em condições especiais (art. 57, § 3º, da Lei n. 8.213/1991). O extinto TFR também já havia sedimentado na Súm. n. 198 o entendimento acerca da não taxatividade das hipóteses legais de atividade especial. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.168.455-RS, DJe 28/6/2012, e AgRg no REsp 1.147.178-RS, DJe 6/6/2012. REsp 1.306.113-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/11/2012.

Questão

38

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

O fator previdenciário é utilizado obrigatoriamente no cálculo das aposentadorias por idade e tempo de contribuição.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. A utilização do fator previdenciário só é obrigatória para cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição, sendo sua utilização facultativa na aposentadoria por idade. Trata-se de coeficiente atuarial que utiliza como variáveis idade, tempo de contribuição e expectativa de sobrevida e tem por objetivo tornar menos atrativa a aposentadoria por tempo de contribuição que onera sobremaneira o sistema.

Lei 9.876/99 Art. 7o É garantido ao segurado com direito a aposentadoria por idade a opção pela não aplicação do fator previdenciário a que se refere o art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei.

Questão

39

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Nos termos da Lei 8.742/93, para pagamento do benefício assistencial à pessoa portadora de deficiência e ao idoso deve-se observar a renda per capta da unidade familiar - inferior a um quarto do salário mínimo. Contudo, a jurisprudência tem admitido a flexibilização deste critério, quando comprovada, por outros meios, a situação de miserabilidade do solicitante.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto, conforme decidiu o STJ no julgamento do AgRg no AREsp 224.185-SP, noticiado no informativo 505.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. MEIOS DE PROVA DA CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE. O critério previsto no art. 20, § 3º, da Lei n. 8.742/1993 (renda mensal per capita inferior a ¼ do salário mínimo) não impede a concessão do correspondente benefício assistencial, desde que comprovada, por outros meios, a miserabilidade do postulante. A CF assegura um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. A Lei n. 8.742/1993 dispõe que a concessão desse benefício será devido a quem não possua meios de prover sua manutenção ou cuja família

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possua renda mensal per capita inferior a ¼ do salário mínimo. No julgamento do REsp 1.112.557-MG, representativo de controvérsia, o STJ firmou o entendimento de que a limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser considerada a única forma de comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, visto que esse critério é apenas um elemento objetivo para aferir a necessidade. Ademais, no âmbito judicial vige o princípio do livre convencimento motivado do juiz, não o sistema de tarifação legal de provas. Assim, essa delimitação do valor da renda familiar per capita não deve ser tida como único meio de prova da condição de miserabilidade do beneficiado, não podendo vincular o magistrado a um elemento probatório sob pena de cercear o seu direito de julgar. Precedente citado: REsp 1.112.557-MG, DJe 20/11/2009. AgRg no AREsp 224.185-SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 2/10/2012.

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto, nos exatos termos do artigo 21, §2º da Lei 8.213/91.

Art. 21. § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

Questão

41

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

A sentença trabalhista, por se tratar de decisão judicial, pode ser considerada como início de prova material para a concessão do benefício previdenciário, bem como para revisão da renda mensal inicial, desde que a autarquia previdenciária tenha integrado a lide trabalhista.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. A luz do julgado recente, noticiado no informativo 508 do STJ, a utilização da sentença trabalhista como inicio de prova material independe do INSS ter participado da demanda trabalhista.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PROVA. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. A sentença trabalhista, por se tratar de decisão judicial, pode ser considerada como início de prova material para a concessão do benefício previdenciário, bem como para revisão da renda mensal inicial, ainda que a autarquia previdenciária não tenha integrado a contenda trabalhista. Precedentes citados: AgRg no Ag 1.428.497-PI, DJe 29/2/2012, e AgRg no REsp 1.100.187-MG, DJe 26/10/2011. EDcl no AgRg no AREsp 105.218-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2012.

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Questão

42

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

No cálculo do valor da renda mensal do benefício serão computados, apenas para o segurado empregado, o valor pago a título de auxílio acidente, considerado como salário de contribuição para cálculo de qualquer aposentadoria.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. O valor respectivo é computado para segurados empregados, avulsos e especiais, ex vi do artigo 36, II do Decreto 3.048/99.

Art. 36. No cálculo do valor da renda mensal do benefício serão computados: I - para o segurado empregado e o trabalhador avulso, os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis; e II - para o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor do auxílio-acidente, considerado como salário-de-contribuição para fins de concessão de qualquer aposentadoria, nos termos do § 8º do art. 32.

Questão

43

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Conforme expresso na Constituição da República, as ações governamentais na área de assistência social serão realizadas, exclusivamente, com recursos destacados do orçamento da seguridade social.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. Nos termos do artigo 204 da CR/88, as ações serão realizadas com recursos da seguridade social e de outras fontes, destacando-se que o parágrafo único do dispositivo admite, inclusive, que os Estados e o Distrito Federal vinculem percentual da receita tributária liquida a tal finalidade.

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Questão

44

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

O segurado que sofreu o acidente de trabalho tem garantido, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de

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auxílio-acidente.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto, nos exatos termos do artigo 346 do Decreto 3.048/99. Art. 346. O segurado que sofreu o acidente a que se refere o art. 336 tem garantida,

pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-acidente.

Questão

45

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Nos termos da jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça, o auxílio cesta-alimentação, parcela concedida a título indenizatório aos empregados em atividade, mediante convenção coletiva de trabalho, não se incorpora aos proventos da complementação de aposentadoria pagos por entidade fechada de previdência privada.

Justificativa: Gabarito: C

O item está correto, conforme decidiu o STJ recentemente, em julgado noticiada no informativo 509. DIREITO CIVIL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. AUXÍLIO CESTA-ALIMENTAÇÃO.

CONTEMPLAÇÃO APENAS AOS TRABALHADORES EM ATIVIDADE. O auxílio cesta-alimentação, parcela concedida a título indenizatório aos empregados em atividade, mediante convenção coletiva de trabalho, não se incorpora aos proventos da complementação de aposentadoria pagos por entidade fechada de previdência privada. No julgamento do REsp 1.207.071-RJ, representativo de controvérsia, DJe 8/8/2012, consolidou-se o entendimento de que o auxílio cesta-alimentação estabelecido em acordo ou convenção coletiva de trabalho, com amparo na Lei n. 6.321/1976 (Programa de Alimentação do Trabalhador), apenas para os empregados em atividade, não tem natureza salarial, tendo sido concebido com o escopo de ressarcir o empregado das despesas com a alimentação destinada a suprir as necessidades nutricionais da jornada de trabalho. Sua natureza não se altera, mesmo na hipótese de ser fornecido mediante tíquetes, cartões eletrônicos ou similares, não se incorporando, pois, aos proventos de complementação de aposentadoria pagos por entidade de previdência privada (Lei n. 7.418/1985, Dec. n. 51/1991 e Portaria n. 3/2002). Precedentes citados: AgRg no REsp 1.015.234-RS, DJe 29/8/2012, e AgRg no AREsp 37.648-RS, DJe 9/8/2012. AgRg no AREsp 13.324-SE, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 20/11/2012.

DIREITO DO TRABALHO E PROCESSUAL DO TRABALHO

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

O empregado aposentado por invalidez terá seu contrato de trabalho suspenso pelo prazo de cinco anos e, recuperando a capacidade de trabalho neste período, poderá

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retornar ao emprego, gozando de estabilidade pelo prazo de 12 (doze) meses.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. Nos termos do art. 475, §1º se o empregado recupera a capacidade de trabalho, terá direito a retornar ao emprego, na mesma função que ocupava ao tempo da aposentadoria. Esse retorno, contudo, não lhe confere qualquer estabilidade, podendo ser dispensado pelo empregador (que pagará a multa do FGTS), salvo se o empregado já era estável, caso em que deverá receber a indenização em dobro. Art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato

de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício. § 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497. (Redação dada pela Lei nº 4.824, de 5.11.1965) § 2º - Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenização, desde que tenha havido ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato. Súmula 217/STF: “Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empregador, o aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a contar da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo”.

Questão

47

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

O empregado, ainda que labore em regime de tempo parcial, tem a faculdade de converter um terço de suas férias em abono pecuniário, devendo requerer a conversão quinze dias antes do encerramento do período aquisitivo.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. O empregado que trabalho em regime de tempo parcial não tem direito à conversão, ex vi do artigo 143, §3º da CLT.

Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

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Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

O inadimplemento relativo aos recolhimentos previdenciários determinados em sentença proferida no âmbito da Justiça do Trabalho não impede a obtenção de Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado, contrariando o que dispõe o artigo 642-A, §1º da CLT.

Art. 642-A. É instituída a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), expedida gratuita e eletronicamente, para comprovar a inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011) § 1o O interessado não obterá a certidão quando em seu nome constar: (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011) I – o inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença condenatória transitada em julgado proferida pela Justiça do Trabalho ou em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no concernente aos recolhimentos previdenciários, a honorários, a custas, a emolumentos ou a recolhimentos determinados em lei; ou (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011) II – o inadimplemento de obrigações decorrentes de execução de acordos firmados perante o Ministério Público do Trabalho ou Comissão de Conciliação Prévia. (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011)

Questão

49

Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses. De sua vez, o empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses de serviço não tem direito a férias proporcionais.

Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. O empregado que pede demissão faz jus ao recebimento de férias proporcionais, nos termos dos enunciados 171 e 261 do TST.

S. 171/TST. Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT). S. 261/TST. O empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais.

Questão

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Questão elaborada pela Advogada da União, Dra. Patrícia de Alencar Teixeira

Na Justiça do Trabalho as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, sendo a única exceção o recurso interposto contra a decisão que acolhe exceção de incompetência.

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Justificativa: Gabarito: E

O item está errado. Nos termos do enunciado n. 214 da Súmula do TST, a regra comporta três exceções.

Súmula nº 214 do TST

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.