Resumão Jurídico - DIREITO CONSTITUCIONAL

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  • 5/9/2018 Resumo Jurdico - DIREITO CONSTITUCIONAL

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    , I. I I R e s u m i o J u r i d i c o [!]JOAO ANTONIO WIEGERINCK L . . ~ ~ _D IREITO CONSTITUCIONAL

    Nao e sem motivo que 0 Direito Constitucionalfigura como materia obrigatoria em diversos concur-sos publicos. Esse ramo do Direito esta presente emtodos os dernais, norteando os interesses do Estado edas pessoas que formam seu povo.Nenhuma carreirajuridica pode cortar seus vinculos com 0 ordenamen-to juridico maior, sob pena de se perderem os maiselevados anseios da especie hurnana e de se cor-romper a eficiencia da representatividade democrati-ca legalmente constituida. Muito mais do quealicerce aos profissionais da ciencia juridica, 0Direito Consti tucional e a voz da cidadania.CONSTlTUI~OES

    Classificac;ao das Constituic;oes1. Quanto ao conteudo:a) Constituicao material- Consiste no conjun-to de regras materialmente constitucionais,

    estejam ou nao codificadas em urn unico do-curnento.b) Constituicao formal- E aquela consubstan-ciada de forma escrita, por meio de urn docu-mento solene estabelecido pelo poder consti-tuinte originario,2.Quanto it forma:a) Constitulcao escrita - E aquela codificada esistematizada em urn texto unico, Portanto, eo mais alto estatuto juridico de determinadacomunidade.b) Constitulcao nao escrita - E 0 conjunto deregras nao aglutinadas em urn texto solene,mas baseado em leis esparsas, costumes, ju-risprudencias e convencoes (ex.: Constituicaoinglesa).3. Quanto ao modo de elaboracao:a) Constituicao dogmatica - Apresenta-se co-mo produto escrito e sistematizado por urnorgao constituinte, a partir de principios eideias fundamentais da teoria politica e do di-reito dominante.b) Constitulcao histnrica ou costumeira - Efruto da lenta e continua sintese da historia etradicoes de dcterminado povo.4.Quanto it origem:a) Constituieao promulgada (popular ou de-rnocratica) - Deriva do trabalho de umaAssernbleia Nacional Consti tuinte compostade representantes do povo, eleitos com a fina-lidade de sua elaboracao (ex.: CF de 1891,1934, 1946 e 1988).b) Constituieao outorgada - E estabelecida

    sem a participacao popular, por meio de im-posicao do poder da epoca (ex.: CF de 1824,1937,1967 e 1969).5.Quanto it estabilidade:a) Constltulcao imutavel- E aquela em que seveda qualquer alteracao, tornando-se reliquiahistorica.b) Constituicao rigida - E a Constituicao escri-ta que pode ser alterada por urn processo le-gislativo mais solene e dificultoso; algunsauto res apontam nossa Constituicao comosuper-rigida.c) Constituicao flexivel - Pode ser livrementemodificada segundo 0 mesmo processo esta-belecido para as leis ordinarias, ,

    d) Constituieao semi-rigid a - E urn meio-termo entre as duas anteriores, em que algu-mas regras podem ser alteradas por urn pro-cesso legislativo ordinario.6. Quanto it extensao e finalidade:a) Constituicao analitica - Examina e regula-menta todos os assuntos que entenda relevan-tes a formacao, destinacao e funcionamentodo Estado.

    b) Constltulcao sintetica - Preve somente osprincipios e as norm as gerais de regencia doEstado.Resumo - Nossa atual Constituicao e classificadada seguinte maneira: formal, escri ta, dogmatica,promulgada, rigida e analitica.Especies de poder constituintea) Poder constituinte originarlo - Estabelece aConstituicao de urn novo Estado. Atua tanto nosurgimento de uma primeira Constituicao quantana elaboracao de qualquer Constituicao posterior.b)Poder constituinte derivado - E proveniente dapropria Constituicao, pois dccorrc de uma rcgrajuridica de autenticidade constitucional. Dist in-gue-se, principalmente, por conhecer l imitacocsconstitucionais expressas e implicitas e e passi-vel de controle de constitucionalidade. Poder constituinte derivado reformador - Eresponsavel pela alteracao do texto constitu-cional, respeitada regulamentacao especialprevista na propria Constituicao e exercida pororgaos de carater representativo (no Brasil, pe-10 Congresso Nacional). Poder constituinte derivado decorrente -Consiste na possibilidade que os Estadosmembros tern, em virtu de de sua autonomiapolitico-administrat iva, de se auto-organiza-rem por meio de suas respectivas Consti-tuicoes estaduais, sempre respeitando a Cons-tituicao Federal.

    A ORGANIZA~AoD O E ST AD O B RA SIL EIR OElementos do Estado1. Terrltorlo - Bspaco fisico delimitado por fron-teiras naturais ou nao.

    2. Povo - Numero determinado ou nao de indivi-duos que habitam 0 territorio unidos por umamesma lingua, objet ivos e cultura.3. Soberania - Poder de um pais de dizer e aplicaro Direito dentro de seu territorio com efeito ergaomnes.

    Entidades federativas1. U niao - Entidade federativa autonorna, cabe-lheexercer as atribuicoes da soberania do Estadobrasileiro. Nao se confunde com Estado federal,pois este e pessoa juridica de direi to internacio-nal. A Uniao age em nome de toda a Fcdcracaoquando representa 0 pais no plano internacionalou quando intervem em urn Estado membro, noplano interno.

    2.Estados membros - Auto-organizam-se pormeio do exercicio de seu poder constituintederivado decorrente e, posteriorrnente, por meiode sua propria legislacao. 0 artigo 25 da Cons-tituicao Federal, em consonancia com 0 artigoII, caput, do Ato das Disposicoes Cons-titucionais Transitorias, permite aos Estadosmembros a auto-organizacao, por meio deConstituicoes estaduais, desde que observadosos principios estabelecidos por nossa Lei Maior.3. Municipios - Consagrados como entidades fe-derativas indispensaveis a nosso sistema federa-t ivo, integram-se na organizacao polit ico-admi-nistrativa cercados de plena autonomia. A cria-cao, incorporacao, fusao e desdobramento doMunicipio dcpcnde de lei estadual, dentro doperiodo detenninado por lei cornplementar fede-ral, assim como de consulta previa, medianteplebiscito, as populacoes interessadas, apos a di-vulgacao dos Estudos de Viabilidade Municipal,apresentados e publicados na forma da lei .

    4. Distrito Federal - A Constituicao garante aoDistrito Federal a natureza de ente federativoautonorno, vedando-Ihe a possibilidade de subdi-vidir-se em Municipios. Dessa forma, nao eEstado membro nem tampouco Municipio, tendo,em regra, todas as cornpetencias legislativas e tri-butarias reservadas aos Estados e Municipios.Os alicerces da Federac;aoA forma federativa do Estado possui dois ali-cerces imutaveis a sua estabilidade e funcionamen-to. Sao eles:a)Autonomia dos entes politicosUrn ente politico e autonorno quando possui as ,seguintes caracteristicas: ' arrecadacao - tributos proprios; administracao publica - servidores concurs a-dos (estaveis); representante do Poder Executivo eleito dire-tamente.b)Reparti.,iio de competenciasCada ente polit ico recebe da Constituicao compe-

    tencias especificas para suas atividades administrati-vas, legislativas e tributarias, designadas desta mane ira: competencia privativa da Uniao - delegavelaos Estados membros (art. 22); . cornpetencia comum entre os entes politicos(art. 23); competencia concorrente - Uniao, Estados eDistrito Federal (art . 24).

    SEPARA~Ao D OS PO DE RE SPODER LEGISLAT IVOo Poder Legislativo Federal, bicameral, e exercidopelo Congre sso Nac iona l, que se compoe da Camarados Deputados e do Senado Federal. E fundamentalque se diferenciem os Legislativos Estadual, Distrital eMunicipal, nos quais se consagra 0sistema unicameral.o bicameralismo do Legislativo Federal estaintimamente ligado a escolha pelo legislador cons-tituinte da forma federativa de Estado. No SenadoFederal, encontram-se representantes de todos osEstados membros e do Distrito Federal, cons a-grando 0 equilibrio entre as partes da Federacao.PODER EXECUT IVOo Poder Executivo constitui orgao cuja fun.,aotipica e 0 exercicio da chefia de Estado, da chefiade govcrno e da administracao geral do Estado.

    Entre suas funcfies atipicas estao 0 ato de legislareo de julgar seu contencioso administrat ivo.Da mesma forma que os congressistas, 0 chefe doExecutivo e eleito pelo povo e possui varias prerro-gativas e imunidades, as quais sao garantias para 0independente e imparcial exercicio de suas funcoes.Dica - Procurou-se, aqui, evitar ao maximo a trans-cricdo de texto constitucional, pois a materiaobjetiva deveficar no texto legal. Assim, quanta a s

    atribuiciies dopresidente da Republica, sugere-sea leitura do artigo 84 da Constituicdo Federal.PODER JUD IC IAR IOCompletando a triparticao dos poderes, em suadivisao classica, esta 0 Poder Judiciario, Sua presen-ca garante 0 verdadeiro Estado democratico de direi-

    to. Exatamente por esse motivo, just ifica-se a aplica-cao de certas garantias a seus membros julgadores,tais como vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibi-lidade de vencimentos. Dessa maneira, pode-se con-tar com urn orgao independente e autonomo paraguardar as leis e garantir a ordem governamental .

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    Sistema de freios e contra pesos(controle externo)Cada urn dos tres poderes exerce parcialmente urncontrole sobre as atividades do outro. Esse procedi-mento tern como objetivo estabelecer limites noexercicio das funcoes tipicas e atipicas e nas dis-tribuidas pela Constituicao.A Emenda Constitucional 45 estabeleceu 0 unicoprocedimento que ainda faltava ao Estado brasileiro: 0controle extemo do Poder Judiciario, Tal funcao sera.exercida por meio do Conselho Nacional de Justica,Sua composicao multifacetada esta prevista no artigo103-B do Texto Maior. Estrutura e finalidade seme-Ihantes apresenta 0 Conselho Nacional do MinisterioPUblico, responsavel pelo controle extemo deste orgao,conforme disposto no artigo 130-A da Consti tuicao,

    PROCESSO LEG IS LA T IVOProcesso legislativo pode ser entendido juridica-mente como urn conjunto de disposicoes coordena-das que disciplinam procedimento a ser observadopelos orgaos competentes na producao e elabora-",au das leis e atos nurmativos.Nao observadas as etapas do processo legislati-

    YO, seu produto sera urn objeto inconstitucional,sujeito, portanto, ao controle repressivo de consti-tucionalidade, tanto em sua forma difusa quantaconcentrada. Esses controles serao estudados deta-Ihadamente mais adiante.E importante saber que 0 Supremo TribunalFederal considera, em seus acordaos, as regras basi-cas de processo legislat ivo previstas na Consti tuicaoFederal como modelos obrigatorios as Constituicoesestaduais, declarando que 0 modelo estruturador doprocesso legislativo, tal como delineado em seusaspectos fundamentais pela Carta da Republica,impoe-se, como padrao normativo, de cornpulsorioatendimento, a observancia incondicional dosEstados membros. A essa projecao chama-se princi-pio do paralelismo ou da simetria constitucional.Fase introdutoriaA fim de simplificar, toma-se aqui a lei ordinariacomo exemplo e regra geral. Mais adiante serao estu-dados os instrumentos normativos, detalhadamente.Iniciativa de lei e a faculdade que se atribui aalguem ou a algum orgao para apresentar projetosde lei ao Poder Legislativo. Esse alguern pode ser:a)parlamentar: membros e comissoes do Congres-so Nacional e suas duas Casas;b)extraparlamentar: chefe do Poder Executivo, pro-curador-geral da Republica, STF, Tribunais Supe-riores, Ministerio Publico e cidadaos.Tais projetos de lei terao inicio na Camara dosDeputados, ficando 0 Senado como Casa Revisora.

    Fase constitutivaApresentado 0 projeto de lei ao Congresso Na-cional, havera ampla discussao e votacao nas duasCasas. Esse trabalho e chamado de deliberacaoparlamentar, e, caso 0 projeto de lei seja aprova-do nas duas Casas legislativas, 0 chefe do PoderExecutivo devera participar do exercicio vetandoou sancionando 0 projeto (deliberacao executiva)._Fase complementarCom preen de a promulgacao e a publicacao dalei; a primeira confere executoriedade a norma,enquanto a segunda the da notoriedade.Promulgar e declarar a existencia de uma lei ea inovacao da ordem juridica, Assim, a promulga-c;ao demonstra um ato perfeito e acabado. A regrageral e que 0 proprio presidente da Republica pro-mulgue a lei, mesmo nos casos em que seu vetotenha sido derrubado pelo Congresso Nacional.Ja a publicacao significa uma comunicacao diri-gida aqueles que devam cumprir a norma, cientesde sua existencia e conteudo, uma vez que ela estapublicada e conta com a eficacia que 0 ato the da.Emenda constitucionalConsagrando a ideia da supremacia da ordemconstitucional, 0 legislador constituinte elegeu aemenda constitucional como um instrumento capazde alterar a Constituicao Federal. Assim, ao escolher

    PRINCiPIOS E DIREITOSCONSTITUCIONAIS

    Supremacia do texto constitucional - AConstituicao e 0 ordenamento juridico soberanode urn Estado, e nenhuma norma infraconstitu-cional ou intemacional pode feri-lo. Supremacia do interesse publico sobre 0

    privado - Estando em conflito 0 interessecolet ivo ante 0 individual, 0 primeiro tem pre-dominancia sobre 0 segundo. Legalidade - Ninguern e obrigado e fazer oudeixar de fazer algo, senao em virtu de de lei;aqui existem excecoes que abrangem 0 DireitoAdministrat ivo e 0 Direito Tributario, Publicidade - Ninguem pode argiiir 0 desconhe-cimento da lei; novamente, 0 Direito Admi-nistrativo tern interpretacao diversa deste princi-pio, em que todo ato depende de publicidade. Dignidade da pessoahumana- Direito de aces-so as condicoes minimas de uma vida digna (mo-radia, alimenlo e vestimenta) e au livre exercicio depensamento, expressao, inclusive a educacao . Impessoalidade - E vedada ao Estado a con-cessao de privilegios ou a discriminacao. Pessoalidade - Na medida do possivel, 0Direito Tutelado e a pena a ser aplicada deveraosurtir efeito sobre pessoa certa e identificada;ha excecao no Direito Tributario. Moralidade - A Administracao Publica ficaobrigada a demonstrar transparencia e probidadeem seus atos, inc1uindo a publicacao destes. Propriedade - 0proprietario de um bem tem 0direito de usar, gozar, fruir e dispor dele de acor-do com sua vontade; 0 bern deve ter fim social. Isonomia - Todos sao iguais perante a lei. Igualdade - Os iguais serao tratados de formaigual e os desiguais de forma desigual, na medi-da de suas desigualdades. Irretroatividade - A lei nao retroagira, salvoem Direito Penal ou sancao tributaria.

    urn processo legislativo especial mais complexo doque 0 ordinario, acabou por classificar nossaConsti tuicao como urna Constituicao rigida.Uma proposta de emenda constitucional tem aseguinte iniciativa concorrente: presidente da Repu-blica; urn terco, no minimo e separadamente, dosmembros da Camara dos Deputados e do SenadoFederal; mais da metade das Assembleias Legislativasdas unidades da Federacao, manifestando-se cadauma delas pela maioria relat iva de seus membros.A deliberacao da proposta de emenda constitu-cional consiste na discussao e votacao em cadaCasa do Congresso, em dois turnos considerando-se aprovada se obtiver em ambas tres quintos dosvotos dos respectivos membros.Nao existe deliberacao executiva em relacao asemendas, ou seja, 0 presidente da Republica naoveta ou sanciona proposta de emenda.Finalmente, a emenda deve ser promulgada pelasMesas das duas Casas em conjunto. Ainda que aConstituicao seja omissa quanto a publicacao, enten-de-se que esta e competencia do Congresso Nacional .Em relacao ao alcance, as emendas constitucio-.nais nao podem alterar as chamadas clausulas pe-treas, presentes no artigo 60, 4, incisos I a IV, daConstituicao Federal.Lei complementar e lei ordinariaA razao da existencia da lei complementar se dapelo fato de 0 legislador constituinte entender quedeterminadas materias, ainda que importantes, naodevem ser tratadas no texto da propria Constituicao,Pode-se dizer que existem duas diferencas basicasentre a lei complementar e a lei ordinaria. A primei-ra delas e uma diferenca material, ja que so pode serobjeto de lei complementar a materia expressamen-te prevista na Constituicao Federal, enquanto asdemais materias devem ser objeto de leis ordinarias.

    A segunda diferenca, tambern chamada de for-mal, refere-se ao processo legislativo na fase devotacao, Enquanto 0 quorum para aprovar a leicomplementar e 0 absoluto, 0quorum que aprova alei ordinaria e 0 simples ou relativo.o rito de elaboracao da lei complementar segueo modelo do processo legislativo visto na introdu-cao deste tema.Lei delegadaElaborada pelo presidente da Republica em fun-c;ao de autorizacao expressa do Poder Legislativo enos limites impostos por este, constitui dclegacaoexterna da funcao de legislar, possibilitando aoExecutivo regulamentar assuntos mais proximos desi com maior grau de eficiencia.Uma vez encaminhada a solicitacao do presiden-te ao Congresso Nacional, sera submetida a vota-C;iiopelas duas Casas, em sessao conjunta ou sepa-radamente, e, se aprovada por maioria simples, tera

    forma de resolucao,A resolucao, por sua vez, devera especificar oslimites do ato do presidente e se existe necessidade ounao de remessa do texto ao Congresso para analisefinal antes da promulgacao, Na hipotese de 0 presi-dente extrapolar os limites impostos pelo Legislativo,o Congresso Nacional podera se valer de urn decretolegislativo para sustar. os efeitos da lei delegada, 0 quenao afasta a existencia de eventual ADIn como instru-mento de controle da constitucionalidade.Medida proviserlaAlterado pela Emenda Constitucional 3212001,o artigo 62 da Constituicao Federal e bern claro emdefinir como requisitos da medida provisoria: rele-vancia e urgencia. Assim, presentes tais requisi-tos, 0presidente da Republica podera editar medi-das provisorias com forca de lei, devendo estas sersubmetidas ao Congresso Nacional imediatamente.o Congresso Naeional,por sua vez, tem 60 dias,prorrogaveis por igual periodo, para analisar 0texto da medida provisoria, sendo possiveis tresocorrencias: aprovacao com ou sem alteracao dotexto, rejeicao expressa ou rejeicao tacita.No caso de aprovacao, a medida provisoria seconvertera em lei ordinaria, sendo promulgada pe-1 0 presidente do Senado Federal, que a remetera aopresidente da Republica para publicacao.Se for rejeitada expressamente, sera arquivada ecabera ao presidente do Congresso Nacional baixarato declarando-a inefieaz.Se a analise nao terminar no prazo de 120 dias,f icara caracterizada a rcjeicao tacita, 0 que tambemacarreta a perda de eficacia da medida.Urn dos principais pontos alterados pela Emenda32 e em relacao ao alcance das rnaterias a seremregulamentadas por meio de medidas provisorias.Assim, alem de as medidas provisorias nao pode-rem regulamentar assuntos reservados as leis com-plementares, 0 atual artigo 62 traz diversas limita-coes novas; por isso, sugere-se urn estudo detalha-do do proprio texto da Consti tuicao atualizada.Decreto legislativoConstitui especie normativa cujo objetivo e veieularas materias de competencia exclusiva do CongressoNaeional, basicamente previstas no artigo 49 daConstituicao Federal. 0 processo legislativo dessaespecie nao se encontra na Constituicao Federal, poiscabe ao proprio Congresso Nacional disciplina-lo.Os decretos legislativos sao instruidos, diseuti-dos e votados em ambas as Casas Legislativas e, seaprovados, sao promulgados pelo presidente doSenado Federal, na qualidade de presidente doCongresso Nacional, que tambem determina suapublicacao. Ressalte-se, ainda, que 0 presidente daRepublica nem sempre participa desse processo.Como melhor exemplo do uso dos decretoslegislativos esta a incorporacao de tratados interna-cionais no direito interno.

    Isso se da em tres fases distintas:'" fase - Compete privativamente ao presidenteda Republica celebrar tratados internacionais.2" fase - 0Congresso Naeional tern competenciaexclusiva para resolver definitivamente sobre tra-tados intemacionais. A deliberacao do Parlamentosera realizada por meio da aprovacao de urn deere-

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    to legislativo, devidamente promulgado pelo pre-sidente do Senado Federal e publicado.3a fase - Edita-se urn decreto do presidente daRepublica ratificando 0 tratado intemacional devi-darnente homologado pelo Congresso Nacional.Nota - A Emenda 45 estipula que deve ser dadoaos tratados e convcncoes internacionais volta-dos aos direitos humanos - aprovados peloCongresso Naeional em dois turnos em cadaCasa e quorum de 3/ 5 em cada votacao -, 0 sta-tus de emenda constitucional. A isso denomina-se Internacionaiizacao do Direito Constitueionale dos Direitos Humanos.

    Re~oluc;aoE ate normativo do Congresso Nacional, doSenado Federal ou da Camara dos Dcputados, des-tinado a regulamentar suas materias internas ou decornpetencia privativa. Existem, porern, excecoesem que uma resolucao pode ter efeito extemoquando dispoe sobre delegacao de legislar.Exemplos de rcsolucoes sao as polit icas (Senadoreferendando urna nomeacao), as deliberativas (aofixar aliquotas), as de co-participacao na funcaojudicial (suspensao de lei declarada inconstitucio-nal pelo Supremo Tribunal Federal) e, -finalmente,ato-condicao da funcao legislativa (autorizacao daelaboracao de lei delegada).o processo legislat ivo das resolucoes tambem naose encontra no texto eonstitucional. Uma vez queelas podem se originar em tres fontes, apresenta-se aprernissa basica valida de forma geral: a resolucaoisolada de cada Casa Legislativa somente por eia serainstruida, discutida e votada, cabendo a seu presiden-le promulga-la e delerminar a publicacao. No caso deresolucao do Congresso, a aprovacao sera bicameral,cabendo a seu presidente a promulgacao.

    D IR EITO S E G AR AN TIA SFUNDAMENTAlS

    Os direitos e garantias fundamentais se consti-tuem em urn amplo rol em que estao inseridos osdireitos de defesa do individuo perante 0 Estado,os direitos politicos, os relativos Iinacionalidadee os direitos sociais, dentre outros.Os direitos fundamentais tern por finalidade pro-teger a dignidade humana em todas as dimensoes,

    Suas principais caracterist icas sao:a}Historicidade - Os direitos fundamentais pos-suem carater historico; nasceram com 0 cristia-nismo, perpassando pelos direitos humanos, yhoje se encontram ainda em plena discussao. Eurn processo que nao possui epilogo.b}Universalidade - Por esse criterio, os direitosfundamentais sao dirigidos a todos os sereshumanos.c) Limitabilidade - Os direitos fundamentais naosao absolutos, podendo haver run choque de direi-tos, em que 0 exercicio de urn implicara a invasaodo ambito de protecao do outro (ex.: choque entreo direito de informacao e 0 de privacidade).d)Concorrencia - Por esse criterio, os direitosfundamentais podem ser acumulados. Por exem-plo, 0 jornalista que, depois de transmitir a in-formacao, fez uma critica exerceu os direitos deinformacao, opiniao e comunicacao,

    e)Irrenunciabilidade - Os direitos fundamentaissao irrenunciavcis, 0 que implica que os indivi-duos nao podern deles dispor.Para assegurar 0 curnprimento dos tratados inter-nacionais de direi tos humanos dos quais 0Brasil sejasignatario, 0 procurador-geral da Republica podera,em qualquer fase processuai ou instancia, suscitar inci-dente de deslocamento de competencia para a JusticaFederal, casu entenda ser pertinente.A evolucao dos direitos fundamentaisA doutrina reconhece tres niveis de direitos fun-damentais, a saber:1. Direitos fundamentals de primeira geracao -Sao aqueles que surgem com a ideia de Estadode Direito. Sao os direitos de defesa do indivi-duo perante 0 Estado (ex.: direito it vida, it inti-midade, Ii inviolabilidade do domicilio).

    o artigo 5 da Constitui~ao Federal enuncia os direitos individuais e coletivos, que sao:OS DIREIYOS INDIVIDUAlS E COLEYIVOS

    Isonomia - Por esse principio, 0 legislador e 0aplicador da lei devem dispensar tratamentoigualitario a todos os individuos, sem distincaode qualquer natureza.

    Legalidade - A lei pode assumir tres formas: aobrigacao, a proibicao e a pcrrnissao. Assim, oscomandos de proibicao (deixar de fazer) e deobrigacao (fazer) so podem ser veiculados porlei. Apenas a lei obriga, Direito a vida - Com isso a Constituicao proi-biu a adocao de qualquer pratica que resulte nasolucao nao espontanea da vida, tais como apena de morte, a eutanasia e 0 aborto. Proibic;aode tortura - 0 constituinte preocu-pou-se em assegurar a higidez fisica e mentaldos individuos, proibindo a pratica de tortura. Direito de opiniao - A Consti tuicao as segurao direito de livrc manifcstac;ao dc pcnsamcnto. Direito de axpressao - Enquanto a opiniao dizrespeito a urn juizo de valor, 0 direito de expressaoconsiste na possibilidade de livre manifestacao desentimentos e de criatividade, tal como ocorre namusica, na pintura, no teatro, na fotografia, etc.

    Direito de informac;ao - Envolve 0 direito depassar , receber e buscar informacoes, Direito de informac;aojornalistica - A infor-macae jornalistica e composta pela noticia e pelacri tica. A liberdade de informar so existe diante defatos cujo conhecimento seja importante para que 0individuo possa participar do mundo em que vive. Direito de res posta - Por esse direito, ficagarantida ao individuo a resposta nao so emcasos de of ens a Iihonra, mas tambem em qual-quer situacao de agravo. Direito de informac;ao publica - Esse dircitorestringe-se aos organismos publicos que pos-suem a obrigacao de manter 0 cidadao eonstante-mente informado acerca das atividades publicas. Direito de intimidade e direito de privacida

    de - Por privacidade entendem-se os niveis derelacionamento social que 0 individuo manternoculto do publico em geral, tais como a vida fami-l iar e os segredos de negocios. A intimidade impli-ca 0 "eu" do individuo, que tern direi to de criar urnespaco impenetravel mesmo aos mais proximos(ex.: segredos pessoais e orientacao sexual). Direito a honra - Possui dois aspectos: 0 dahonra subjetiva e 0 da honra objetiva. A primeira,em apertada sintese, implica 0 sentimento de auto-estima do individuo; a scgunda parte do paramc-tro do eonceito social que 0 individuo possui. Direito a imagem - Divide-se em imagem re-trato, que implica 0 direito Ii reproducao grafi-ca (foto, desenho, filmagem), e imagem atribu-to, que cornpreende as caraeteristicas do con-junto de atributos cultivados pelo individuo ereeonhecidos pelo conjunto social . Inviolabilidade de domicilio - 0 domicilio,para efeito de protecao constitucional, deve serconsiderado urna projecao espacial da privaci-dade e da intimidade, abrangendo, assim, ateuma residencia ocasional. Inviolabilidade de correspondencia - Pro-tege 0 sigilo das comunicacoes pessoais, dascomunicacoes telegraficas, de dados (inclusiveinformatica) e das comunicacoes telef6nicas. Liberdade de grofissao- Sua finalidade e proi-bir que 0 Poder Publico erie normas ou criteriosque levem 0 individuo a exercer oficio ou profis-sao em desacordo com sua vontade. E norma deeficacia contida, podendo a lei infraconstitucionall imita la, criando requisi tos ou qualif icacoes parao exercicio de determinadas profissoes,

    Direito delocomoc;ao - E urn direito deresistencia em face do Estado, podendo 0 indi-vi duo ir, vir, ficar ou permanecer sem que sejamolestado pelo Poder Publico. Esse direitosofre varias rcsrricoes, como em face do direi-to de propriedade.

    Direito de reuniao - E 0 direito de acaocoletiva que tern por objetivo a concretizacaode urn proposito comum aos participes. Direito de associacao - E 0 direito de a

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    2. Direitos fundamentais de segunda geracae- Sao aqueles que tratam da satisfacao dasnecessidades minimas para que haja dignida-de e sentido na vida humana. Exigem uma ati-vidade prestacional do Estado (ex.: os direitossociais, os economicos e os culturais).3. Direitos fundamentais de terceira gera~iio -Sao aqueles relativos a existencia do serhumano,ao destino da hurnanidade, a solidariedade (ex.:direito a paz, a preservacao do meio ambiente).Observadio: alguns doutrinadores defendem aexistencia de urna quarta geracao de direitosfundamentais, onde estariam inseridos camposcomo 0do biodireito e a identidade sexual.Habeas corpuso habeas corpus e urna ayao constitucional decunho penal e de procedimento especial, isenta decustas, que visa a evitar ou cessar violencia ouameaca na liberdade de locomocao, por ilegalidadeou abuso de poder. Nao se trata, portanto, de urnaespecie de recurso, apesar de regulamento no capi-tulo a ele destinado no Codigo de Processo Penal.Adentrando 0 detalhamento do que se tomapor Iocomocao, verifica-se que esta pode serenquadrada em quatro ocorrencias: direito de acesso e ingresso no.territorio nacional; direito de saida do territorio nacional; direito de permanencia no territorio nacional; direito de deslocamento dentro do territorionacional.Habeas datao habeas data e uma acao constituciooal, decarater civil, conteudo e rito sumario, que tern porobjeto a protecao do direito liquido e certo do impe-trante de conhecer todas as informacoes e registrosrelativos a sua pessoa e constantes de reparticoespublicas ou particulares acessiveis ao publico, paraeventual retificacao de seus dados pessoais.Por meio do habeas data, objetiva-se fazer comque todos tenham-acesso as informacoes que0PoderPUblicoou entidades de carater publico (ex.: servicede protecao ao credito) possuam a seu respeito.Ajurisprudencia do Superior Tribunal de Jus-tica firmou-se no sentido da necessidade de ne-gativa da via administrativa para justificar 0ajuizamento do habeas data, de maneira queinexistira interesse de proceder a essa acao cons-titucional se nao houver relutancia do detentordas informacoes em fomecc-las ao interessado.

    Mandado de injun~aoNao se confundindo com sua origem anglo-saxa, 0mandado de injuncao, previsto no artigo5", inciso LXXI, da Constituicao Federal, inse-re outra novidade do Direito Constitucional.Assim, nas ocasioes em que 0 exercicio de urndireito, de uma liberdade au de urna prerrogativainerente a nacionalidade, cidadania ou soberania setomar inviavel ou prejudicado em razao da falta deuma norma regularnentadora, aquele que se sentirprejudicado pode fazer uso do mandado de injun-cao, a fim de suprir omissao do Poder Publico.As situacoes faticas e os dispositivos consti-tucionais que permitem a utilizacao do manda-do de injuncao sao similares aos da acao diretade inconstitucionalidade pOI ornissao. Contudo,o mandado de injuncao destina-se a s normasconstitucionais de eficacia limitada, 0 que sig-nifica que sempre havera necessidade de va-euos na estrutura legal que necessitem correcaopor meio de leis ou atos normativos.Requisitos para 0mandado de injuncao: falta de norma reguladora de urn dispositivoconstitucional (inercia do Estado); impossibilidade de exercicio dos direitos e liber-dades constitucionais e das prerrogativas ineren-tes it nacionalidade, soberania e cidadania.

    A~aopopularAdotando a previsao do artigo 5", incisoLXXIII, da Constituicao Federal, entende-se quequalquer cidadao e legitimado para propor acaopopular que vise a anulacao de ato lesivo ao patri-monio publico, ou de entidade em que 0 Estado

    participe, contra a moralidade administrativa, 0meio ambiente e 0patrimonio hist6rico e cultural.Sem duvida, a ayao popular constitui, ao ladode outras prerrogativas como sufragio e iniciati-va de lei, mais urn exercicio da soberania popu-lar, por meio da qual se autoriza 0 povo a exer-cer diretamente a fiscalizacao do Poder Publico.Assim como 0mandado de seguranca, a acaopopular pode ser utilizada de forma preventiva,antes de se verificar a lesao, ou repressiva, nabusca da indenizacao pelo dana causado.Requisitos para a propositura de acao popular: requisito subjetivo: somente 0 cidadao ternlegitimidade para propor a acao popular; requisito objetivo: 0 ato ou a falta dele deve sercomprovadamente lesivo ao patrimonio publico.Dica - Para quem deseja se aprofundar nascaracteristicas e procedimentos dessa aciio,consultar a Lei da Afiio Popular - 4.717/65.Dispensade advogadoNao e necessaria a contratacao de advogadopara as acoes de habeas corpus, habeas data,mandado de injuncao e acao popular; essasacoes nao possuem custas e sucumbencia.Mandado de seguran~aTanto na vida pratica quanto nos desafios apre-sentados em provas juridicas, e bastante util man-ter 0mandado de seguranca como urn caminho porexclusao. Isso significa dizer que se deve analisarse nenhuma outra garantia constitucional e aplica-vel ao problema apresentado, a fim de certificar-sede que so resta urn mandado de seguranca.Utilizando esse criterio, acaba por ficar maisclaro 0 porque da necessidade de urn advogadopara assinar esse instrumento. Afinal, 0 fato deo individuo apresentar urna situacao em queapenas omandado de seguram;:a e cabivel signi-fica que a situacao em pauta e mais complexatecnicamente falando.Conforme 0 artigo 5, inciso LXIX, da Cons-tituicao Federal, 0mandado de seguranca esta adisposicao dos individuos que necessitam se

    proteger de atos ilegais ou praticados com abusoou desvio de poder, independentemente de se-rem atos discricionarios ou vinculados.A natureza juridica do mandado de seguranca ea de urna acao constitucional, de natureza civil,cujo objetivo e a protecao de direito Iiquido e certolesado por ato ou omissao de autoridade publica oude pessoa juridica nas funcoes do Poder Publico.Ainda que sua natureza seja civil, isso naoimpede que 0mandado de seguranya seja usadoem materia criminal.Podem-se enumerar tres requisitos do manda-do de seguranca: ato comissivo ou omissivo de autoridade doPoder Publico ou particular em sua funcao; ilegalidade, desvio ou abuso de poder; a ile-galidade e genero, do qual sao especies ilega-lidade em sentido estrito e abuso de poder; lesao ou arneaca de lesao a direito liquido ecerto.o direito deve ser comprovado ab initio, me-diante prova documental. Todavia, em face doartigo 6da Lei 1.533/51, e possivel pedir aojuizque determine a autoridade coatora que traga aoprocesso 0 documento necessario it prova.

    C ON TR OLE D AC O N S T I T U C I O N A L I D A D E

    1. Vicio formal- E a inconstitucionalidade no pro-cesso de realizacao, de formacao da norma. Nadatern a ver com seu conteudo, ou seja, a estruturaresponsavel pela construcao da norma possuifalha. Essa ocorrencia tern lugar no processolegislativo e se divide em duas subespecies:a) Vicio formal subjetivo - Ocorre na fasede iniciativa do processo legislativo. Ten-

    do estudado a materia e sabendo que ini-ciativa e a competencia de alguem ou al-gum orgao para solicitar ou apresentarprojeto de norma, torna-se bern simplescompreender como esse vicio se da , Seurn parlamentar apresentar urn projeto delei cuja iniciativa competeexclusivamen-te ao presidente da Republica (Forcas Ar-madas, par exemplo), esse ato configura-ra por si so uma inconstitucionalidadeformal subjetiva,b) Vicio formal objetivo - Ocorre durante asdemais fases do processo legislativo, ouseja, durante a elaboracao e aprovacao danorma. Assim, no caso de urna norma seraprovada por quorum inadequado com suaespecie normativa, ou na hip6tese de asCasas Legislativas nao obedecerem aonumero correto de turnos para aprovacaode uma norma, estar-se-a lidando com umainconstitucionalidade formal objetiva.2. Vicio material - Ocorre em virtude do con-teudo da norma, do assunto tratado por ela.Quer dizer, independentemente do procedi-mento das Casas Legislativas ou de quem tevea iniciativa da norma, esta apresenta urn vicioinsanavel em termos de materia, ofendendo aConstituicao Federal em seu texto e limita-coes, Pode-se exemplifiear essa subespeciepor meio de urna proposta de emenda tenden-te a abolir a forma federativa do Estado brasi-leiro ou qualquer das clausulas petreas presen-tes no artigo 60, 4, da Constituicao Federal.Classifica-se em:a) Vieio material total - Ocorre quando ainconstitucionalidade contamina todo 0textoda norma, tornando-a completamen-te ineficaz.b) Vicio material parcial - Se apenas al-guns artigos isolados da norma sao in-constitucionais e, uma vez retirados, anorma pode surtir ainda a desejada efica-cia, diz-se que 0 vicio e parcial. Nesse ca-so, os artigos confiitantes sao vedados pe-10 legisiador (preventivamente) ou em de-cisao judicial (repressivamente).

    ESP ECIt:S D E CON TROL EEm relacao ao momento de realizacao, 0 quedistingue as duas especies de controle e 0 ingressoda lei ou ato normativo no ordenamento juridico. Controle preventivo - Ocorre antes da publi-cacao da norma e seu objetivo e impedir quequalquer norma eontaminada com algumainconstitucionalidade possa adentrar 0ordena-mento juridico, vilipendiando a Carta Maior. Controle repressivo - Realizado depois dapublicacao da norma, tern 0 escopo de retirar domundo juridico-Iegal qualquer norma que este-j a em desacordo com 0texto constitucional.No Direito Constitucional brasileiro, em regra,

    foi adotado 0 controle de constitucionalidaderepressivo juridico ou judiciario, em que 0proprioPoder Judiciario realiza 0controle Cialei ou do atonormativo, ja editados, perante a ConstituicaoFederal, para retira-los do ordenamento juridico,desde que contraries a Carta Magna.Ha dois sistemas ou metodos de controle deconstitucionalidade repressivo judiciario. 0primeiro denomina-se concentrado ou reserva-do (via de acao), eo segundo, difuso ou aberto(via de excecao ou defesa).V IA S D E CONTR OL E

    Via difusa ou controle concretoTarnbem conhecida como via de excecao oudefesa, caracteriza-se pela perrnissao a todo equalquer juiz ou tribunal de realizar, no caso con-creto, a analise sobre a compatibilidade do orde-namento juridico com a Constituicao Federal.Na via de excecao, a pronuncia do Judiciariosobre a inconstitucionalidade nao e feita comomanifestacao sobre 0objeto principal da lide, massim sobre questao previa, indispensavel aojulga-mento do merito. Nessa via, 0que e outorgado ao

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    interessado e obter a declaracao de inconstitucio-nalidade somente para 0 efeito de isenta-lo, nocaso concreto, do curnprimento da lei ou ato pro-duzido em desacordo com a Lei Maior.o controle difuso caracteriza -se, principal-mente, pelo fato de ser exercitavel apenas pe-rante urn caso concreto a ser decidido pelo Po-der Judiciario. Assim, iniciada a lide, 0 PoderJudiciario devera soluciona-lo e, para tanto,incidentalmente, analisar a constitucionalidadeou nao da lei ou do ato normativo.Alem das garantias constitucionais originarias,o principal instrumento do controle difuso e 0recurso extraordinario, Enderecado ao presidentedo STF, e distribuido nos Tribunais de Justica,estando sujeito a dois exames de admissibilidade- urn no proprio TJ e outro no STJ. Mesmo sendoadmitido em ambos, ao chegar ao STF, podera 0relator da turma, observando jurisprudenciadominante daquela Corte, extinguir 0 recurso emdecisao monocratica, cabendo agravo em caso deinconformismo da parte.E fundamental saber que 0 paragrafo 30 doartigo 102, inserido pela Emenda 45, tornaobrigatorio it parte recorrente demonstrar, paraa admissibilidade do recurso, a repercussao ge-ral das questoes constitucionais discutidas nocaso, ou seja, deve a parte justificar 0 recurso

    levando em consideracao os proveitos efetivosda coletividade em caso de provimento.Via concentrada ou controle abstratoo Supremo Tribunal Federal tem cornpeten-cia para processar e julgar originariamente arepresentacao de inconstitucionalidade de lei ouato normativo federal ou estadual.POI meio desse controle, procura-se obter adeclaracao de inconstitucionalidade da lei ou atonormativo em tese, independentemente da exis-tencia de urn caso concreto, visando-se a obten-yao da invalidacao da lei, a fim de garantir aseguranca das relacoes j uridicas, que nao podemser baseadas em normas inconstitucionais.A declaracao de inconstitucionalidade, por-tanto, e 0 objeto principal da acao, da mesmaforma que ocorre nas cortes constitucionais eu-ropeias, diferentemente do ocorrido no controledifuso, caracteristica basica do judicial reviewdo sistema norte-americano.

    A~aodireta deinconstitucionalidade (AD In)A finalidade da ayao direta de inconstituciona-lidade e retirar do ordenamento juridico lei ou atonormativo incompativel com a ordem constitu-cional. Assim, nao podera a acao ultrapassar seusfins de exclusao, do ordenamento juridico, dosatos incompativeis com 0 texto da Constituicao.A ADIn, em virtude de sua natureza e finali-dade especial, nao e suscetivel de desistencia.Prazo - 0 ajuizamento da ADIn nao se sujei-ta a observancia de qualquer prazo de naturezaprescricional ou de carater decadencial, pois osatos inconstitucionais jamais se convalidampelo decurso do tempo.Procurador-geral da Republica - Cabe aoprocurador-geral da Republica realizar 0 examede admissibilidade de cada ADIn proposta, afim de verificar se os requisitos exigidos proces-sual e materialmente estiio nela presentes. Esseexame tern como escopo evitar 0 excesso deacces com 0mesmo objeto e fundamento juridi-co e evitar que acoes de cunho meramente poli-. tico ingressem no Supremo Tribunal Federal.Advogado-geral da Uniao - Cabe ao advoga-do-geral da Uniao, em acao direta de inconstitu-cionalidade, a defesa da norma legal ou ato norma-tivo impugnado, independentemente de sua natu-rezafederal ou estadual, pois atua como curadorespecial do principio da presuncao da constitucio-nalidade das leis e atos normativos, nao the com-petindo opinar nem exercer a funcao fiscalizadoraja atribuida ao procurador-geral da Republica, masa funcao eminentemente defensiva.

    Dessa forma, atuando como curador da nor-ma infraconstitucional, 0 advogado-geral daUniao esta impedido de manifestar-se contraria-mente a ela, sob pena de ofensa frontal it funcaoque the foi atribuida pel a propria ConstituicaoFederal e que configura a unica justificativa desua atuacao processual, nesse caso.Legitimidade - Os autores legitimados paraa propositura da ADIn encontram-se no artigo103 da Constituicao Federal, a saber:a)presidente da Republica;b)Mesa do Senado Federal;c)Mesa da Camara dos Deputados;d) Mesa da Assernbleia Legislativa ou da Cama-ra Legislativa do Distrito Federal;e)governador de Estado ou do Distrito Federal;f) procurador-geral da Republica;g)Conselho Federal da Ordem dos Advogadosdo Brasil;h)partidos politicos com representacao noCongresso Nacional;i) entidade de classe ou associacao de ambitonacional.A~aodireta de inconstitucionalidadepor omissaoTrata-se de acao que visa a combater a inerciado Estado em legislar ou regulamentar assuntopreviamente estipulado na Constituicao Federal.Objetivo - 0 objetivo pretendido pelo legis-lador constituinte de 1988, com a previsao daacao direta de inconstitucionalidade por omis-sao, foi conceder plena eficacia as normas cons-titucionais que dependessem de complementa-yao infraconstitucional. Assim, tern cabimento apresente ac;iioquando 0Poder Publico se absternde urn dever que a Constituicao the atribuiu.Legitimidade e procedimento - Sao legitima-das para a propositura da acao direta de inconstitu-cionalidade por omissao os mesmos nove autoreslegitimados para propor a ADln propriamente dita,previstas no artigo 103 da Constituicao Federal.o procedimento a ser seguido pela acao diretade inconstitucionalidade par omissao e 0mesmoda ;'lyiiode inconstitucionalidade generica.

    E importante salientar que inexiste prazo paraa propositura da presente acao, havendo, porem,necessidade de aferir-se caso a caso a existenciado transcurso de tempo razoavel, que ja tenhapermitido a edicao da norma faltante.Nao e obrigatoria a oitiva do advogado-geralda Uniao na acao direta de inconstitucionalidadepor omissao, urna vez que inexiste ato impugna-do a ser defendido. 0 Ministerio Publico, porem,sempre devera se manifestar, antes da analise doPlenario, sobre a acao proposta.E incompativel com 0 objeto da referida de-manda a concessao de liminar.A Constituicao Federal preve que, declarada ainconstitucionalidade por ornissao de medidapara tomar efetiva norma constitucional, seradada ciencia ao poder competente para a adocaodas providencias nccessarias e, em se tratando deorgao administrativo, para faze-lo em 30 dias.A~aodeclarat6ria deconstitucional idade (ADeC)A Emenda Constitucional 3, de 17 de marcode 1993, introduziu em nosso ordenamento juri-dico constitucional uma nova especie dentro docontrole de constitucionalidade.Compete, portanto, ao Supremo TribunalFederal processar e julgar, originariamente, aacao declaratoria de constitucionalidade da leiou ato normativo federal.A acao declaratoria de constitucionalidade, queconsiste em tipico processo objetivo destinado aafastar a inseguranca juridica ou 0estado de incer-teza sobre a validade de lei ou ato normativo fede-ral, busca preservar a ordem juridica constitucional.Nesse ponto situa-se a finalidade precipua daacao declaratoria de constitucionalidade: trans-fonnar a presuncao relativa de constitucionali-dade em presuncao absoluta em virtu de de seusefeitos vinculantes.Portanto, 0objetivo primordial da acao declara-toria de constitucionalidade e transferir ao

    Supremo Tribunal Federal decisao sobre a consti-tucionalidade de urn dispositivo legal que estejasendo duramente atacado pelos juizes e tribunaisinferiores, afastando-se 0controle difuso dacons-titucionalidade, uma vez que, declarada a consti-tucionalidade da norma, 0 Judiciario e tambem 0Executivo fieam vinculados it decisao proferida.Objeto - Somente podera ser objeto de acaodeclaratoria de constitucionalidade a lei ou atonormativo federal, sendo, porem, pressuposta,para seu ajuizamento, a demonstracao, junta-mente com a peticao inicial, de comprovadacontroversia judicial que coloque em risco apresuncao de constitucionalidade do ato nor-mativo sob exame, a fim de permitir aoSupremo Tribunal Federal 0 conhecimento dasalegacoes em favor e contra a constitucionali-dade, bern como 0 modo pelo qual estao sendodecididas as causas que envolvem a materia.A cornprovacao da controversia exige provade divergencia judicial, e nao somente deentendimentos doutrinarios diversos, comoconsta de decisao do Supremo TribunalFederal, exigindo-se a "existencia de inumerasacoes em andamento emjuizos ou tribunais, emque a constitucionalidade da lei e impugnada".Outra decisao da Suprema Corte reforca essaposicao e deixa claro que, nos casos de acaocom decisao materialmente jurisdicional,"impoe-se que se faca comprovada, desde logo,a existencia de controversia em tomo da valida-de ou nao da lei ou ato normativo federal".Nota - Tambern fruto da Emenda 45, 0 para-grafo 2 do artigo 102 preve que as decis6esdefinitivas de merito nas ADlns e ADeCsdevem produzir efeito contra todos e vincu-lante aos demais orgaos do Judiciario, assimcomo it Administracao Publica Direta e Indi-reta, nas esferas federal, estadual e munici-pal. Alem dessas decisoes, a mesma Emenda45 insere a sumula vinculante com efeitoimpeditivo no sistema constitueional patrio,desde que por decisao de 2/3 dos membrosdo STP. Em easo de desobediencia, cabereclamacao dirigida ao STP.

    ArgUi~ao de descumprimento depreceito fundamentalA Constituicao Federal determina que aarguicao de descumprimento de preceito funda-mental decorrente da Constituicao Federal seraapreciada pelo Supremo Tribunal Federal, naforma da lei.Trata-se, portanto, de norma constitucionalde eficacia limitada, que depende de edicao delei, estabelecendo a forma pela qual sera apre-ciada a arguicao de descumprimento de precei-to fundamental decorrente da Constituicao,o Congresso Nacional editou a Lei 9.882,de 3 de dezembro de 1999, em complementa-cao ao artigo 102, 10, da Constituicao Fe-deral. A lei regulamentou a arguicao de des-cumprimento de preceito fundamental da se-guinte forma: Orgao competente para 0 processo e julga-mento: Supremo Tribunal Federal. Legitimados ativos: sao os mesmos co-legiti-mados para a propositura da acao direta deinconstitucionalidade (art. 103, I a IX, CF),ou seja, 0 presidente da Republica, a Mesado Senado Federal, a Mesa da Camara dosDeputados, as Mesas das Assembleias Le-gislativas e da Camara Legislativa, os gover-nadores de Estado, 0proeurador-geral da Re-publica, partidos politicos com representa-cao no Congresso Nacional, 0 Conselho Fe-deral da Ordem dos Advogados do Brasil econfederacoes sindicais ou entidades de clas-se de ambito nacional. Hipoteses de cabimento: a lei possibilita aarguicao de descumprimento de preceitofundamental em tres hipotcses:a) para evitar lesao a preceito fundamentalresultante de ato do Poder Publico;b) para reparar lesao a preceito fundamentalresultante de ato do Poder Publico;

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    c) quando for relevante 0 fundamento da contro-versia consti tucional sobre lei ou ato norrnativofederal, estadual ou municipal, incluidos osanteriores a Constituicao.o controle da constitucionalidadede ambito estadualo artigo 125, 2, da Constituicao Federal daRepublica atribuiu as Constituicocs cstaduais acornpetencia para a instituicao da acao direta deinconstitucionalidade de ambito estadual.Neste contexto, e impossivel enumerar as carac-teristicas dessa acao, uma vez que seus parametresdevem ser estabelecidos por cada uma das unida-des federadas. Todavia, e possivel relacionar algu-mas caracteristicas estabelecidas pela ConstituicaoFederal, a saber:a) a cornpetencia para conhecimento da acao c dosTribunais de Justica;b)a Consti tuicao Federal foi expressa ao vedar alegitimacao para a propositura da acao de urnunico orgao;c) campo material: normas estaduais e municipais .

    ESTADO DE E X C E ~ A oIntervenc;ao federalQuando a Uniao intervem em algum Estadomembro, ela nao esta agindo em seu proprio nome,mas sim representando os interesses de toda a Fe-deracao. Logo, e a Fcdcracao, por meio da Uniao,que intervem nos Estados.A regra e a nao- intervencao, que pode ser que-brada em face de determinadas condicoes excep-cionais expressamente previstas no artigo 34 daConstituicao Federal.Ha dois tipos de intervencao federal: a espon-tfmca, quando 0 presidente da Republica age deoficio, e a provocada, quando 0 presidente age,conforme 0 caso, de forma discricionaria ou vin-culada.Havera intervencao espontanea quando da ocor-rencia de urna das hipoteses constantes dos incisosI, II, III e IV do artigo 34 da Constituicao Federal.No que tange a intervencao provocada, 0 artigo36, inciso I, da Constituicao Federal estabelece dis-ciplina especifica para a hipotese de intervencaofederal, nos termos do artigo 34, inciso IV, denossa Lei Maior, qual seja: no caso de coacao aoPoder Executivo e ao Poder Legislat ivo, a interven-