6
5/16/2018 resumojuridico-penal(partegeral)-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/resumao-juridico-penal-parte-geral 1/6 S eg un do d efin ic ao do prof. Jose Frederico Marques, Direito Penal "e a reuniao das normas juridicas pela s quais 0 E st ad o p ro fb e d et ermi na da s c on du ta s, sob a me a- ca de sancao p en al , e st ab ele ce nd o a in da o s p rin ci pio s g er ais d o d ir ei to e o s p re ss up os to s p ar a a a pli ca ca o d as penas e das medidas de seguranca, disciplinando as rel ac oe s j urid ic as d ai d eriv ad as p ara e st ab el ec er a a pl i- cabilidade da pena e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir d o Es tado" . Fontes do Direi to Penal Fonte e 0 lu ga r d e o nd e p ro ve m 0 direito. a ) M at eria is (de p ro du ca o o u sub st an ci ai s): referem-se ao orgao incumbido de sua elaboracao. A Uniao ea fonte de producao do Direito Penal (art. 22, I, CF). b)Formais (de conhecimento): referem-se ao modo p el o q ua l 0 Direito Penal se exterioriza. - Imediatas: sao as proprius leis, pois nao ha criroe s em l ei a nte rio r q ue 0 d ef in a n em p en a s em p re via cominacao legal. . - Mediatas: sao os costumes, os principios gerais d o d ir ei to , a ju ris pr ud en ci a e a d ou tr in a. Dispoe 0 art. 4' da Lei de Introduciio ao C6digo Civil: " Qu an do a l ei f or o mi ss a, 0 juiz decidira 0 caso de acordo com a anal ogi a, os cost umes e o s p rincip io s gera is de di reit o ". Principios gerais do direito Fundamentam-se em premissas eticas extraidas do mate- riallegislativo. Nao existindo leianaloga, recorrer-se-a, en- t ao , a s fon te s m ed ia ta s, que sao osprincipios gerais do di- reito, os costumes, bern como a doutrina e a jurisprudencia, A lg un s p ri nc ip io s g er ai s d o d ir eit o s ao : Principio da Insigmftcancia - 0 Direito Penal nao d eve p reocupar -se com bagatelas . Ass im, os danos de p ou ca m on ta d ev em s er c on si de ra do s c omo f ato s a ti pi- cos - nao havendo cr ime (ex.: furto de algo irrisorio). Principio da alteridade - Proibe a incriminacao de a ti tu de me ra me nte s ub je ti va , q ue n ao o f en d e a n en hu m b emj ur id ic o ( ex .: a a ut ole sa o n ao e c ri me , s alv o q ua n- d o h ou ve r i nte nc ao d e f ra ud ar 0 seguro, caso em que a i nsti tu ic ao seguradora sera v it im a d e e st el io na to ). P ri nc ip io d a c on fi an ca - C on si st e n a rea li za ca o d a c o n- duta de determinada forma, na confianca de que outro agen- teatuarade modoja esperado,istoe,demodo normal. Baseia- sena confianca deque 0 comportamento das outras pessoas se dara de acordo com 0 que normalmente acontece. Divisao do C6digo Penal a) Parte geral (arts. lOa 120): prove todas as leis nao in cr im in ad or as , q ue p od em s er e xp lic ati va s ( co m- p le me nta re s o u f in ai s) - e sc la re ce m 0 c on te ud o de outras normas (ex.: art. 1°) - e permissivas - tor- nam licitas determinadas conduta s tipificadas em l ei s i nc ri mi na do ra s (ex .: l eg it im a defesa). b) Parte especial (arts. 121 a 361) - preve todas as leis i nc ri mi na do ra s, q ue d escrev em u ma c on du ta e c om i- nampenas. PRINciPIOS Principio da legalidade e da anterioridade. E principio basico do Direito Penal. "Nao hi crime s em le i a nte rio r q ue 0 defina. Nao ha pena sem previa c om in ac ao l eg al" ( ar t. 5 °, X XX IX , C F, e a rt . 1 °, C P) . Ou seja, a lei deve ser anterior ao fato praticado e nao pos- terior a ele. Tambem e conhecido como principio da r eser va legal, pois diz que so a lei, em sentido formal, pode determinar 0 q ue e c ri me e in di ca r a p en a c ab iv el. Principio in dubio pro reu Par a alguns doutrinadores, s o s e aplica no campo da a prec ia ca o d as p ro va s, n un ca p ara a i nt erpret ac ao d a l ei , mas, para a maioria, esgotadas t od as a s a ti vi da de s i nt er- p re ta ti va s sem que se tenha c on se gu id o e xt ra ir 0 signi- f icad o da norma, a solucao e dar a interpretacao r nais favoravel a o a cu sa do . Principio da irretroatividade Segundo 0 art. 5°, inciso XL, da CF, "a lei penal nao retroagira, salvo para beneficiar 0 reu", Essa regra e urn ResumaoJuridico [1J d os p rin cip io s ma io re s e m ai s i mp or ta nt es do estado de direito, pois proibe que normas que regulam urn fato cri- m in oso sej am m od ific ad as p oste ri orme nt e e m p re ju iz o da situacao juridica d o a ge nt e. APLlCA~Ao DA LEI PENAL Vi genci a da l ei penal Assim como as demais leis, a lei penal comeca a vigorar na data nela indicada ou, na ornissao, 45 dias apos sua publicacao dentro do pais e em tres meses no exterior. Nfio s e d es tin an do a v ig en cia te mp or ar ia , a lei tc ra v ig or a te q ue o utr a a m od if iq ue o u r ev og ue . J am ais urn costume r evoga a lei. L ei penal no tempo "Art. 2° - Ninguem pode ser punido por fato que lei p os te rio r d eix a d e c on sid er ar c rim e, c es sa nd o, em vir- tude dela, a execucao e os efeitos penais da sentenca condenatoria. Paragrafo unico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer 0 a ge nt e, a pl ic a- se a os f at os a nte rio - res, a in da q ue d ec id id os p or sen te nc a c on de na to ri a t ra n- sitada emjulgado." Leis de vigencia temporaria (leis auto-revogaveis) Diz 0 a rt . 3 °: "A l ei e xc ep ci on al o u t em po ra ri a, e mb o- ra decorrido 0 p er io do d e s ua d ur ac ao o u c es sa da s a s c ir - c un sta nc ia s q ue a d et er min am , a pl ic a- se a o f at o p ra ti- c ad o d ur an te a s ua v ig en c ia ". P od em ser: a ) e xc ep cio na is : f eit as p ar a v ig or ar e m p er io do s a no r- mais, como guerra, calamidade, etc.; sua duracao c oin ci de com a do periodo; bl temporartas: feitas para vigorar em urn periodo de tempo prefixado pe lo legis lador ; traz em seu bojo a d at a d e c es sa ca o d e s ua v ig en ci a, Tempo do crime o C P a do to u a t eo ri a d a a ti vi da de . "Co nsid era-se p ra - ticado 0 c ri me n o m om en ta d a a ca o o u o mi ssao , a in da q ue seja outro 0 mo me nt a d o r es ult ad o" ( ar t. 4 °) . L ugar do cr ime o CP seguiu a teoria da ubiqiiidade ou mista. "Considera-se praticado 0 c ri me n o l ug ar e m q ue o co rreu a acao ou omissao, no todo ou em parte, bern como onde se produziu ou deveria produzir 0 resultado" (art. 6°). Territorialidade da lei penal brasileira o principio adotado pelo art. 5° e 0 da territo- rialidade temperada: "Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convencoes, tratados e regras de Direito Internacional, ao crime cometido no territo- rio nacional". Para os efeitos penais, consideram-se como exten- s ao d o te rr ito rio n ac io na l a s e mb ar ca co es e a er on av es brasileiras de natureza publica, mercantes ou de pro- p rie da de p riv ad a o nd e q ue r q ue s e e nc on tr em . Ap lic a- s e ta mb em a l ei b ra sil eir a a os c rim es p ra tic ad os a b or do de ae ro n av es ou embarcaco es estrange ira s em voo no e sp ac o a er eo n ac io na l o u e m p ou so n o te rr ito rio b ra si- l eir o, e m p or to o u m ar t er rit or ia l d o Br as il . Ex~raterritorialidade da lei penal brasileira E a p os si bil id ad e d e a pl ic ac ao d a le i p en al b ra sil ei- r a a f ato s c rim in os os o co rr id os n o e xt er io r. E ste a rt ig o p re ve a s e xc ec oe s a o a rt . 5 °, a pli ca nd o- se o s p ri nc ip io s da nacionalidade ativa, da nacionalidade passiva, da defesa real, da justica u ni ve rsal e d a rep re se nt ac ao . "Art. 7° - Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do presidente da Republica; b) contra 0 patrimonio ou a fe publica da Uniao, do Distrito Fe deral, de Estado, d e Territor io, de Mu- n ic ip io , d e e mp re sa p ub li ca , soc ie da de d e e co no mi a m is ta , a uta rq uia o u f un da ca o in stit uid a p el o P od er Publico; r os er va ca o: o s a rt ig os ci ta do s s ao d o Co di go P en al , s al vo i nd ic aci io e m c on tr dr io . Eficacia da sentence estrangeira " Ar t. 9° - A sentenca estrangeira, quando a ap cao da lei brasileira pr oduz na especie as mesmas s eq ue nc ia s, p od e s er h omo lo ga da n o B ra si l p ar a: 1- obrigar 0 condenado a r eparac ao do dano, ti tu ic oe s e a outros e fe it os c iv is ; II - sujeita-lo a medida de seguranca, Par agraf o unico - A homologacao depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedid parte interessada; b) para os outros efeitos, da existencia de tratad e xt ra di ca o c om 0 p ai s d e c uj a a ut orid ad e j ud ic e ma no n a s en te nc a, o u, n a f alt a d e t ra ta do , der sicao do ministro da Justica," P ara q ue a sen te nc a e st ra ng ei ra p ossa p ro du zi r d m in ad os e fe ito s n o B ra sil , e st a d ev er a s er h omo lo pelo Supremo Tribunal Federal; a execucao de p urn ato de soberania. c) contra a administracao publica, por quem esta service; d ) d e g en oc id io , q ua nd o 0 agente for brasileiro ou d c il ia do n o B ra si l; II - os crimes: a ) q ue , p or tr ata do OU convencao, 0 Brasil se obrig reprimir; b ) p ra ti ca do s p or b ra si le iro; c ) p ra ti ca do s e m a er on av es o u e mb ar ca co es b ra s r as, mer cante s ou de propriedade privada, qua e m te rr it or io e str an ge ir o e a i n ao s ej am j ulg ad o § 1°.Nos casos do inciso I, 0 agente e punido se d o a l ei b ra sil eir a, a in da q ue a bs olv id o o u c on de na d estrangeiro. § 2°. Nos casos do inciso II, a a pl ic ac ao da lei b l ei ra d ep en de do concurso d as seg ui nt es c on di co es a) entrar 0 a ge nt e n o t erri to ri o n ac io na l; b) ser 0 fato punivel tambem no pais em que foi p cado; c ) e st ar 0 c ri me in clu fd o e nt re a qu ele s p elo s q ua is brasileira autoriza a extradicao; d)nao ter sido 0 a ge nt e a bsol vi do n o e st ra ng ei ro ou ter ai cumprido a pena; e) nao ter sido 0 agente perdoado no es tra ngeir o p or o utr o mo tiv o, n ao e st ar e xtin ta a p un ib ili da s eg un do a l ei ma is f av or av el . § 3 °. A l ei b ra si le ira a pl ic a-se t am be m a o c ri me c tid o p or e str an ge ir o c on tr a b ra si le ir o f or a d o Br as i r eu nid as a s c on dic oe s p re vi sta s n o p ar ag ra fo a nte a) nao foi pedida ou foi negada a extradicao; b ) h ou ve r eq ui sic ao d o mi nis tr o d a J us tic a. " Pena cumprida no estrangeiro "Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro aten p en a i ro po st a n o B ra si l p el o m esmo c ri me , q ua nd o d sas, ou nela e computada, quan do identicas , Se a no estran geir o for mais severa, nada the restara a p rir , m as , s e a s p en as im po st as f or em d if er en te s, a imposta n o estrang eiro a tenua a que deve ser cum da no Brasil, a criterio do juiz, urna vez que a le p re ve c rit er io s p ar a a a te nu ac ao p re vis ta n es te a rt Contagem de prazos N o D irei to P en al , 0 d ia d o c ome co i nc lu i- se no puto do prazo. Contam-se os dias, os meses e os p elo c al en da ri o c om um ( ar t. 1 0) . P or ta nt o, i nc lu i primeiro dia e exclui-se 0 ultimo. Nos prazos proces nao se inelui 0 dia do comec o (art. 798, § 1°, CPP Fracaes nao computaveis da pena - Com relac p en as p ri va ti va s d e l ib erda de e as restritivas de di (art. 11), devera 0 j uiz d es pr ez ar as fracoes de dias c as os d e p en a d e mu lta , d ev er ao s er d es pr ez ad as a c oe s d e r ea l, o u s eja , o s c en ta vo s. INFRA~6ES PENAIS o Direito Penal e urn ramo do Direito Publico d ef in e a s i nf ra co es p en ai s, e sta be le ce nd o a s p en as m ed id as de seguranca, A s i nfra co es p en ai s d iv id e e m c ri me s o u d el it os e c on trav en co es. A s c on trav en sao i nfra co es p en ai s d e m en or p orte e le nc ad as n a L Contravenc,:oesPenais, conhecidas como "crimes an

resumão juridico - penal (parte geral)

Embed Size (px)

Citation preview

5/16/2018 resum o juridico - penal (parte geral) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/resumao-juridico-penal-parte-geral 1/6

Segundo definicao do prof. Jose Frederico Marques,Direito Penal "e a reuniao das normas jur idicas pelas

quais 0 Estado profbe determinadas condutas, sob amea-ca de sancao penal , estabelecendo ainda os principiosgerais do direi to e os pressupostos para a aplicacao das

penas e das medidas de seguranca, disciplinando asrelacoes juridicas dai derivadas para estabelecer a apli-cabilidade da pena e a tute la do direito de liberdade emface do poder de punir do Estado" .

Fontes do Direito Penal

Fonte e 0 lugar de onde provem 0 direito.a) Materiais (de producao ou substanciais): referem-se

ao orgao incumbido de sua elaboracao. A Uniao e afonte de producao do Direito Penal (art. 22, I, CF).

b)Formais (de conhecimento): referem-se ao modo

pelo qual 0Direito Penal se exterioriza.- Imediatas: sao as propr ius leis, pois nao ha criroe

sem lei anterior que 0 defina nem pena sem previacominacao legal. .

- Mediatas: sao os costumes, os principios geraisdo direi to, a jurisprudencia e a doutrina.

Dispoe 0 art. 4'da Lei de Introduciio ao C6digo Civil:

"Quando a lei for omissa, 0juiz decidira 0caso de acordo com

a anal ogi a, os cost umes e os princip io s gera is de di reit o ".

Principios gerais do direito

Fundamentam-se em premissas eticas extraidas do mate-

riallegislativo. Nao existindo lei analoga, recorrer-se-a, en-tao, as fontes mediatas, que sao os principios gerais do di-reito, os costumes, bern como a doutrina e a jurisprudencia,

Alguns principios gerais do direito sao:Principio da Insigmftcancia - 0 Direito Penal nao

deve preocupar-se com bagatelas . Assim, os danos depouca monta devem ser considerados como fatos atipi-

cos - nao havendo cr ime (ex.: furto de algo irr isorio) .Principio da alter idade - Proibe a incriminacao de

ati tude meramente subjetiva, que nao ofende a nenhumbemjuridico (ex.: a autolesao nao e crime, salvo quan-do houver intencao de fraudar 0 seguro, caso em que a

instituicao seguradora sera vitima de estelionato).Principio da confianca - Consiste na realizacao dacon-

duta de determinada forma, na confianca de que outro agen-te atuarade modo ja esperado, isto e, demodo normal. Baseia-

sena confianca deque 0 comportamento das outras pessoasse dara de acordo com 0 que normalmente acontece.

Divisao do C6digo Penal

a) Parte geral (arts. lOa 120): prove todas as leis nao

incriminadoras, que podem ser explicativas (com-plementares ou finais) - esclarecem 0 conteudo deoutras normas (ex.: art. 1°) - e permissivas - tor-

nam licitas determinadas condutas tipificadas emleis incriminadoras (ex.: legitima defesa).

b) Parte especial (arts. 121 a 361) - preve todas as leis

incriminadoras, que descrevem uma conduta e comi-nampenas.

PRINciPIOSPrincipio da legalidade e da anterioridade.

E principio basico do Direito Penal. "Nao hi crimesem lei anterior que 0 def ina. Nao ha pena sem previacominacao legal" (art. 5°, XXXIX, CF, e art . 1°,CP). Ouseja , a lei deve ser anter ior ao fato praticado e nao pos-

terior a ele. Tambem e conhecido como principio dareserva legal, pois diz que so a le i, em sentido formal,

pode determinar 0 que e crime e indicar a pena cabivel.

Principio in dubio pro reuPara alguns doutrinadores, so se aplica no campo da

apreciacao das provas, nunca para a interpretacao da lei,mas, para a maioria, esgotadas todas as atividades inter-pretativas sem que se tenha conseguido extrair 0 signi-

f icado da norma, a solucao e dar a interpretacao rnaisfavoravel ao acusado.

Principio da irretroatividadeSegundo 0 art. 5°, inciso XL, da CF, "a lei penal nao

retroagira, salvo para beneficiar 0 reu", Essa regra e urn

R e s u m a o J u r i d i c o [ 1 J

dos principios maiores e mais importantes do estado dedireito, pois proibe que normas que regulam urn fato cri-minoso sejam modificadas posteriormente em prejuizo

da situacao juridica do agente.

APLlCA~Ao DA LEI PENAL

Vigencia da lei penal

Assim como as demais leis, a lei penal comeca a

vigorar na data nela indicada ou, na ornissao, 45 diasapos sua publicacao dentro do pais e em tres meses noexterior. Nfio se destinando a vigencia temporaria, a lei

tcra vigor ate que outra a modifique ou revogue. Jamaisurn costume revoga a lei.

Lei penal no tempo

"Art. 2° - Ninguem pode ser punido por fato que leiposterior deixa de considerar crime, cessando, em vir-tude dela, a execucao e os efeitos penais da sentenca

condenatoria.Paragrafo unico - A lei posterior, que de qualquer

modo favorecer0

agente, apl ica-se aos fatos anterio-res, ainda que decididos por sentenca condenatoria tran-sitada emjulgado."

Leis de vigencia temporaria

(leis auto-revogaveis)

Diz 0 art. 3°: "A lei excepcional ou temporaria, embo-

ra decorrido 0 periodo de sua duracao ou cessadas as cir-cunstancias que a determinam, apl ica-se ao fato prati-cado durante a sua vigen cia".

Podem ser:a) excepcionais: feitas para vigorar em periodos anor-

mais, como guerra, calamidade, etc.; sua duracaocoincide com a do periodo;

bl temporartas: feitas para vigorar em urn per iodo detempo prefixado pelo legis lador ; traz em seu bojo adata de cessacao de sua vigencia,

Tempo do crime

o CP adotou a teoria da atividade. "Considera-se pra-ticado 0 crime no momenta da acao ou omissao, ainda queseja outro 0momenta do resultado" (art. 4°).

Lugar do crime

o CP seguiu a teoria da ubiqiiidade ou mista."Considera-se praticado 0 crime no lugar em que ocorreua acao ou omissao, no todo ou em parte, bern como ondese produziu ou deveria produzir 0 resultado" (art. 6°).

Territorialidade da lei penal brasileira

o principio adotado pelo art. 5° e 0 da territo-

rialidade temperada: "Aplica-se a lei brasileira,sem prejuizo de convencoes, tratados e regras de

Direito Internacional, ao crime cometido no territo-

rio nacional".Para os efeitos penais, consideram-se como exten-

sao do territorio nacional as embarcacoes e aeronaves

brasileiras de natureza publica, mercantes ou de pro-

priedade privada onde quer que se encontrem. Aplica-se tambem a lei brasileira aos crimes praticados a bordo

de aeronaves ou embarcacoes estrangeiras em voo noespaco aereo nacional ou em pouso no territorio brasi-leiro, em porto ou mar territorial do Brasil .

Ex~raterritorialidade da lei penal brasileira

E a possibil idade de apl icacao da lei penal brasilei-ra a fatos criminosos ocorridos no exterior. Este art igopreve as excecoes ao art . 5°, aplicando-se os principios

da nacionalidade ativa, da nacionalidade passiva, dadefesa real, da justica universal e da representacao.

"Art. 7° - Ficam sujeitos a lei brasileira, embora

cometidos no estrangeiro:I - os crimes:

a) contra a vida ou a liberdade do presidente da

Republica;b) contra 0 patrimonio ou a fe publica da Uniao, do

Distrito Federal, de Estado, de Territor io, de Mu-

nicipio, de empresa publica, sociedade de economiamista, autarquia ou fundacao instituida pelo PoderPublico;

roservacao: os art igos ci tados sao do Codigo Penal , sal vo indicaci io em contrdr io .

Eficacia da sentence estrangeira

"Art. 9° - A sentenca estrangeira, quando a ap

cao da lei brasileira produz na especie as mesmassequencias, pode ser homologada no Brasi l para:

1-obrigar 0 condenado a reparacao do dano,ti tuicoes e a outros efeitos civis;

I I - sujeita-lo a medida de seguranca,

Paragrafo unico - A homologacao depende:a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedid

parte interessada;b) para os outros efeitos, da existencia de tratad

extradicao com 0 pais de cuja autoridade judic

emanon a sentenca, ou, na falta de tratado, de r

sicao do ministro da Justica,"Para que a sentenca estrangeira possa produzir d

minados efeitos no Brasil , esta devera ser homolopelo Supremo Tribunal Federal; a execucao de p

urn ato de soberania.

c) contra a administracao publica, por quem esta

service;d) de genocidio, quando 0 agente for brasileiro ou d

ciliado no Brasil;II - os crimes:

a) que, por tratado OU convencao, 0 Brasil se obrig

reprimir;b) praticados por brasileiro;c) praticados em aeronaves ou embarcacoes bras

ras, mercantes ou de propriedade privada, qua

em territorio estrangeiro e ai nao sejam julgado§ 1°.Nos casos do inciso I, 0 agente e punido se

do a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenad

estrangeiro.§ 2°. Nos casos do inciso II, a apl icacao da lei b

leira depende do concurso das seguintes condicoes

a) entrar 0 agente no territorio nacional;b) ser 0 fato punivel tambem no pais em que foi p

cado;c) estar 0 crime inclufdo entre aqueles pelos quais

brasileira autoriza a extradicao;d)nao ter s ido 0 agente absolvido no estrangeiro ou

ter a i cumprido a pena;e) nao ter sido 0 agente perdoado no estrangeiro

por outro motivo, nao estar extinta a punibilida

segundo a lei mais favoravel .§ 3°. A lei brasileira aplica-se tambem ao crime c

tido por estrangeiro contra brasi leiro fora do Brasireunidas as condicoes previstas no paragrafo ante

a) nao foi pedida ou foi negada a extradicao;b) houve requisicao do ministro da Justica."

Pena cumprida no estrangeiro

"Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro aten

pena iroposta no Brasil pelo mesmo crime, quando dsas , ou nela e computada, quando identicas , Se ano estrangeiro for mais severa, nada the restara a

prir, mas, se as penas impostas forem diferentes, aimposta no estrangeiro a tenua a que deve ser cumda no Brasil, a criterio do juiz, urna vez que a le

preve criterios para a atenuacao prevista neste art

Contagem de prazos

No Direito Penal, 0 dia do comeco inclui-se noputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e ospelo calendario comum (art. 10). Portanto, incluiprimeiro dia e exclui-se 0 ultimo. Nos prazos proces

nao se inelui 0 dia do comeco (art. 798, § 1°, CPPFracaes nao computaveis da pena - Com relac

penas privativas de liberdade e as restritivas de di

(art. 11), devera 0juiz desprezar as fracoes de diascasos de pena de multa, deverao ser desprezadas a

coes de real, ou seja, os centavos.

INFRA~6ES PENAIS

o Direito Penal e urn ramo do Direito Publico

define as infracoes penais, estabelecendo as penasmedidas de seguranca, As infracoes penais divide

em crimes ou delitos e contravencoes. As contravensao infracoes penais de menor porte elencadas na LContravenc,:oesPenais, conhecidas como "crimes an

5/16/2018 resum o juridico - penal (parte geral) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/resumao-juridico-penal-parte-geral 2/6

Culpa

Consiste na pratica nao intencional do delito, fal-tando 0 agente a urn dever de atencao e cuidado. Naculpa M a nao-observancia do dever de cuidado pelosujeito, causando 0 resultado e tomando punivel seu

comportamento. Em regra, as condutas sao punidas atitulo de dolo. Isso porque a fina lidade da legislacao

penal e, em primeiro lugar, coibir a pr6pria intencaocriminosa. S6 existira crime culposo quando for expres-samente previsto na legislacao, Nao M compensacaode culpas no Direito Penal.

Modalidades

a) Negligencia: e a falta de atencao devida, a displi-cencia, 0 relaxamento (ex.: nao observar a rua ao

dirigir carro).b)Imprudencia: e a conduta precipitada, a criacao des-

necessaria de um perigo (ex.: dirigir carro em exces-

so de velocidade).c) Impericia: e a falta de habilidade tecnica para cer-

tas atividades (ex.: nao saber dirigir carro).

CRIME/DELITO

Segundo a teoria finalista da acao, adotada pelo le-gislador ap6s a reforma do C6digo Penal em 1984, crimee fato tipico e antijuridico (ou ilicito). A culpabilidade

nao integra a estrutura do crime, sendo tao-somente

pressuposto para apl icacao da pena.

Elementos do fato tipico

1. Conduta dolosa ou culposa.2. Resultado (s6 nos crimes materiais).

3. Nexo causal (s6 nos crimes materiais).4. Tipicidade.

1.Conduta

E todo comportamento humano, consciente e vo-

luntario, comissivo ou omissivo, doloso ou culposo,tendente a um fim. Situacoes oriundas de fatos natu-rais nao consti tuem conduta, e animais i rracionais naoas realizam.

Crimes comissivos e omissivos

As condutas podem ser praticadas por acao ou por

omissao. Os crimes comissivos consistem em uma acaopositiva (fazer) e os crimes omissivos consistem naabstencao da acao devida (nao fazer). Os crimes omis-sivos dividern-se em:

a) propnos (omissivos puros): sao crimes de mera con-duta, ou de simples atividade, punindo a lei a simplesomissao, independentemente de qualquer resultado;

podem ser imputados a qualquer pessoa;b)comissivos por omissao (omissivos improprlus):

sao crimes de resultado e s6 podem ser praticadospor pessoas que, por lei, tern 0 dever de impedir 0

resultado e a obrigacao de protecao e vigilancia emrelacao a alguem,

Sujeito ativo da conduta tipica

E a pessoa humana que pratica a figura tipica descri-ta na lei, i solada ou conjuntamente com outros autores.

Para alguns doutrinadores, como 0prof. Fernando Capez,a pessoa juridica pode ser sujeito ativo de crime. Emface da edicao da Lei 9.605/98, hoje em dia, a possi-

bilidade de a pessoa juridica ser penalmente respon-sabilizada por crimes contra 0meio ambiente e indis-cutivel na jurisprudencia.

Para que alguem possa ser responsabilizado cri rni-

nalmente por um evento, e preciso que tenha agido (ouse omitido) com dolo ou, no minimo, com culpa. Eabsolutamente vedada em nosso Direito Penal a respon-

sabil idade objetiva, ou seja, aquela para a qual basta 0

nexo causal, independentemente de dolo ou culpa.

Dolo

E a vontade e a consciencia de realizar os elementosconstantes do tipo legal. Mais amplamente, e a vontade

manifestada pela pessoa de realizar a conduta.Especies

a) Dolo direto ou determinado: aquele em que 0 agen-te quer 0 resultado.

b) Dolo indireto ou indeterminado: aquele em que avontade do agente nao e exatamente definida. Pode ser:• alternativo: aquele em que 0 objeto da acao se

divide entre dois ou mais resultados (ex.: matar ou

ferir - para 0 agente, tanto faz a producao de urnou outro resultado).

• eventual : quando 0 agente nao deseja diretamen-te 0 resultado, mas assume 0 risco de produzi-lo(ex.: a pessoa que, sabendo-se portadora de doen-

ca sexualmente transmissivel , mantem relacoes

sexuais com outra).

Especiesa) Culpa inconsciente: e a comum, nas modalidades de

negligencia, imprudencia e impericia. 0 fato era pre-visivel, mas 0 agente nao 0 previu, por falta da aten-yao devida.

b) Culpa consciente: e uma forma excepcional de culpa,

cujo agente preve 0 resultado, mas acredita que elenao ocorrera, por confiar erradamente em sua per i-

cia ou nas circunstancias. Difere do dolo eventual ,porque neste 0 agente preve 0 resul tado, mas nao seimporta que ele ocorra; na culpa consciente, ernbo-ra prevendo 0 que possa vir a acontecer, 0 agente

repudia essa possibilidade.c) Culpa impropria: e aquela em que 0 agente, por erro

de t ipo inescusavel , supoe estar diante de uma causa

dejustificacao que the permita praticar um fato t ipi-co licitamente.

Preterdolo

No crime preterdoloso, hit dolo no antecedente eculpa no conseqi iente. 0 agente tern sua intencao volta-da para a producao de determinado resultado, mas, por

culpa, acaba ocasionando outro, mais grave (ex.: Iesaocorporal seguida de morte).

Para que exista 0 crime e, portanto, possa haver

irnposicao da pena, e preciso que haja resultado nor-mativo, ou seja, todos os crimes provocam uma modi-ficacao no mundo do direito, dado que ferem a ordemjuridica e fazem nascer para 0 Estado 0 jus puniendiem concreto.

Entretanto, no tocante it existencia de resultado na-turalistico (rnodificacao no mundo fat ico), os delitosdividem-se em tres categorias:

a) Crime material- Para que ocorra a consumacao, e

preciso, alem da acao do agente, a ocorrencia doresultado. A nao-ocorrencia do resultado e punida atitulo de tentativa.

b) Crime formal (ou de consumacao antecipada) - 0

tipo tambem descreve urn resul tado, porem este naoprecisa ocorrer efetivamente para que se caracterize

a consumacao, bastando a acao do agente e sua von-tade de alcancar 0 resultado (ex.: extorsao medianteseqiiestro que se consuma com 0 arrebatamento davitirna).

c) Crime de mera conduta (ou puramente formal)- 0 tipo nao desc reve nenhum resultado natural da

acao. A consumacao se da com a simples acao ouomissao (ex.: ato obsceno, violacao de domicilio).

3.Nexo causal

o terceiro elemento do fato tipico, nexo de causa-

Iidade, e 0 elo fisico (material, natural) que se esta-belece entre a conduta do agente e 0 resultado natu-ralistico. 0 CP (art. 13) adotou a teoria da equivalencia

dos antecedentes, conhecida como teor ia da conditiosine qua non, segundo a qual causa e toda acao ou ornis-sao anterior sem a qual 0 resultado nao teria ocorrido.

Aplica-se, para que se revele a causa de determinado

evento, 0 processo hipotetico de eliminacao, por meiodo qual se suprime mentalmente uma a uma as situacoes,

sendo, entao, possivel ver ificar aquela sem a qual naoeclodiria 0 evento.

Especies de causaa) Dependente: originando-se da conduta, insere-se na

l inha normal de desdobramento causal da conduta.b)Independente: e toda condicao que atua paralela -

mente it conduta, interferindo no processo causal. 0

surgimento do resultado nao e uma decorrencia espe-rada, l6gica, natural do fato anterior , mas urn feno-meno imprevisivel.Pode ser:

• absolutamente independente: te rn origem com-pletamente diversa da conduta. Rompe totalmente

o nexo causal eo agente s6 responde pelos atos ateentao praticados.

• relativamente independente: encontra sua origemna pr6pria conduta e produz por si s6 0 resultado,

nao se situando na l inha de desdobramento causalda conduta. Nenhuma causa relativamente indepen-dente tern 0 condao de romper 0 nexo causal.

E a adequacao entre 0 fato concreto e a norma juridi-ca. S6 sera responsabilizado criminalmente aquele quepraticar fato descrito em lei penal incriminadora.

CONSUMA~AO E T E N TA T IV A

Trajetoria do crime

(iter criminis = etapas do crime)

Identificam-se as seguintes fases:a) cogitacao do crime - nao se pune;

b) atos preparat6r ios - nao se pune;

c) execucao - interrompida nessa fase, punc-se a ted) consumacao do crime.

A execucao se inicia com 0primeiro movimenconcretize a realizacao da acao descrita no tipo.

nicao ocorre somente nas fases de execucao e concao, Na execucao, 0 bern juridico comeca a serdo. 0 agente inicia a realizacao do micleo do t

crime ja setoma punivel . Na consumacao, todosmentos que se encontram descritos no tipo penal

realizados.

ConsumacaoCrime consumado e aquele em que sc reunem

os elementos de sua definicao legal (art. 14, Icr imes materiais, a consumacao se da com a occia do resultado descrito no tipo; admite-se a ten

Nos crimes formais e de mera conduta, a consumse da com a pratica da acao proibida. Nos crimemanentes, a consumacao se prolonga no tempo,o agente resolva interrompe-la; 0 agente encon

em permanente estado de flagrancia.

Tentativa

Diz-se 0 crime tentado quando, iniciada a exenao se consuma por circunstancias a lheias it vdo agente. Salvo disposicao em contrario, .pun

tentativa com a pena correspondente ao crimesumado, diminuida de urn a dois tercos (art. 1

paragrafo unico).Nao hit tentativa nos crimes culposos, nos d

conduta, nos omissivos pr6prios enos preterdoNao e punivel a tentativa de contravencao (art. 4°

Especiesa) Tentativa perfeita ou acabada (ou crime fa

frustrado): 0 agente consegue praticar todos

necessaries it consumacao, embora es ta aca

ocorrendo.b) Tentativa imperfeita ou inacabada: a acao d

te e inter rompida no meio do caminho. 0 agenchega a esgotar sua capacidade ofensiva cobem juridico visado.

Desistencia voluntariae arrependimento eficaz

Sao cspecies de tentativa abandonada.Desistencia voluntaria - 0 agente voluntariainter rompe a execucao do crime, impedindo susumacao (art. 15). A lei quer, com tal medida

mular 0 agente a retroceder. Nao e possivel nosde mera conduta, em que a execucao e a pr6pri

sumacao.

Arrependimento eficaz - 0 agente terminaprocesso de execucao, porern evi ta a consumac

Nos dois casos 0 agente s6 responde pelos a

entao praticados.

Arrependimento posterior

Ocorre nos crimes cometidos sem violencia o

ameaca it pessoa, em que 0 agente, voluntariamrepara 0 dana ou restitui a coisa ate 0 recebime

demincia ou queixa. A pena sera reduzida de urntercos (art. 16). Tratando-se de causa objetiva dnuicao de pena, 0 arrependimento posterior nao

tringe it esfera pessoal de quem 0 realiza, estendeaos co-autores e participes condenados pelo mesm

Crime impossivel

Pode ocorrer por:a) Ineficacia absoluta do meio: 0meio empreg

instrumento utilizado para a execucao do crimelevara it consumacao (ex.: usar urn pal ito de

para matar urn adulto).b)Impropriedade absoluta do objeto: a pes

coisa sobre a qual recai a conduta e absolutamend6nea it producao de algum resultado lesivmatar cadaver, ingerir substancia abortiva imado-se gravida).

~ERROSOBRE ELEM ENTOS DO T I

"0 erro sobre e lemento constitutivo do tipo

crime exc1ui0dolo, mas permite a punicao por cri

poso, se previsto em lei" (art. 20). Tal erro podese a uma situacao de fato (ex.: ati rar em uma pess

sando tratar-se de uma estatua de cera).

5/16/2018 resum o juridico - penal (parte geral) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/resumao-juridico-penal-parte-geral 3/6

Descriminantes putativas

"E isento de pena quem, por erro plenamente jus ti-

ficado pelas circunstancias, supoe situacao de fato que,se exist isse, tornaria a a<;aolegitima." Trata-se do erro

de tipo inevitavel (invencivel ou cscusavel) e, sendoassim, exclui a punicao por dolo ou por culpa. 0 fato,

portanto, e atipico.

"Nao ha isencao de pena quando 0erro deriva de culpaeo fato e punivcl como crime culposo" (ar t. 20, § 1°).

Erro determinado por terceiro

"Responde pelo crime 0 terceiro que determina 0

erro" (art. 20, § 2°).

Erro sobre a pessoa (aberratio persona)

"0 erro quanto it pessoa contra a qual 0 crime e pra-ticado nao isenta de pena. Nao se consideram, nestecaso, as condicoes ou qualidades da vitirna, senao asda pessoa contra quem 0 agente queria praticar 0 crime"(ar t. 20, § 3°) . Ocorre quando, por exemplo, 0 agente

mata "B" pensando tratar-se de "A", fato que nao altera

a figura tipica do homicidio.

Erro sobre a ilicitude do fato

"Art. 21 - 0 desconhecimento da lei e inescusavel. 0erro sobre a ilicitude do fato, se inevitavel, isenta de pena;

se evitavel, podera diminui-la de urn sexto a urn terce,

Paragrafo unico - Considera-se evi tavel 0 erro se 0

agente atua ou se omite sem a consciencia da ilicitudedo fato, quando Ihe era possivel, nas circunstancias, terou atingir essa consciencia,"

Aberratio ictus

Erro que ocorre na execucao material do crime, como

quando, por inabil idade ou acidente, 0 agente acabaatingindo pessoa diversa da que procurava atingir . Seesta, a lem de outra pessoa, tambem e atingida, aplica-

se a regra do concurso formal (ar t. 73).

Aberratio delicti

Erro que leva it lesao de urn bern ou interesse diver-so daquele que 0 agente procurava atingir. 0 agente,por exemplo, quer quebrar a vitrine de uma loja com

uma pedrada, mas atinge tambem 0 balconista. Pelo

resultado nao dcsejado, 0 agente responde por culpa,se 0 fa to for previsto como crime culposo . Se ocorre

tambem 0 resu ltado pre tendido , aplica-se a regra doconcurso formal (art. 74).

Alem de tipico, para ser considerado crime, 0 fato

deve tambem ser antijuridico.o art. 23 do CP dispoe que nao ha crime quando 0

agente pratica 0 fato nos seguintes casos:a) Estado de necessidade: 0 agente pratica 0 fato para

salvar de perigo atual, que nao provocou por suavontade, nem podia de outro modo evi tar, direi to pro-prio ou alheio, cujo sacrificio, nas circunstancias,

nao era razoavel exigir-se.b)Legf tima defesa: quem, usando moderadamente

dos meios necessarios, repele injusta agressao,

atual ou iminente, a dire ito seu ou de outrem.Contra pessoas ou coisas, caracteriza estado denecessidade.

.c) Estrito cumprimento do dever legal: consiste a

excludente na existencia de dever, proveniente de lei,a obrigar 0 agente a determinada conduta tipica.

Enquadra-se a atividade do policial, ao executar man-

dado de prisao.d)Exercicio regular de direito: ocorre quando 0 agente

age dentro dos limites autorizadores pelo ordena-mento juridico (ex.: lesao corporal decorrente de vio-lencias desportivas).

Conforme a teoria final ista da acao, a culpabil idadenao e elemento do cr ime. E a possibilidade de declarar

culpado 0 autor de urn fato tipico e ilicito ; e urn pres-

suposto para imposicao da pena.Integram a culpabi lidade a imputabi lidade, a poten-

cial consciencia da ilicitude e a exigibilidade de condutadiversa. Na falta de qualquer urn desses elementos, 0 fatonfio deixa de ser tipico, mas passa a ser inculpado 0

agente, merecendo sentenca absolutoria,

E a capacidade de entender 0 carater il icito do fato

e determinar-se de acordo com esse entendimento. Emregra, todo agente e imputavel, a nao ser que ocorra

causa excludente de imputabilidade.

Ha concurso de pessoas quando dois ou maisviduos concorrem para a pratica de urn mesmo c

(art. 29).

Esse cr ime pode ser :a)monossubjetivo: pode ser cometido por urn ou

agentes (neste ult imo caso, e denominado crimconcurso eventual);

b)plurissubjetivo: conhecido como crime de con

so ncccssar io , so pode ser praticado por uma pl idade de agentes (ex.: quadri1ha ou bando).

Autoria

Autor - E aquele que rea liza a conduta descrit

tipo. De acordo com esse entendimento, 0mandanturn cr ime nao pode ser considerado seu autor, umque nao the competiram os atos de execucao.

Co-autoria - Todos os agentes, em colaboracaoproca e visando ao mesmo fim, realizam a con

principal.

Partlctpacao - Os participes apenas concorrepara que 0 autor ou os co-autores realizassem a co

ta principal.

Causas excludentes de imputabilidade

Doenca mental- E a perturbacao mental de qualquer

ordem, como psicose, esquizofrenia, loucura, paranoia,

psicopatia, epilepsia. Dependencia patologica de subs-tancia psicotropica configura doenca mental (Lei

6 .368/76, art. 19 , caput e paragrafo unico; art. 29) epode levar it interdicao civil (Decreto-Lei 891/38).

Desenvolvimento menta l incompleto - E 0 desen-

volvimento que ainda nao se concluiu (ex.: menores de18 anos e silvicolas inadaptados it sociedade).

Desenvolvimento mental retardado - E 0 caso deoligofrenicos, classificados em: debeis mentais; imbe-

cis e idiotas; dotados de reduzidissima capacidade men-tal; surdos-mudos que nao tern qualquer capacidade deentendimento e de autodeterminacao,

Embriaguez - E a intoxicacao aguda e transitoriacausada pelo alcool ou substancia de efeitos analogos,cujas consequencias variam de ligeira excitacao ate 0

estado de paralisia e coma.

a) Embriaguez acidental: e a decorrente de caso for-tuito ou forca maior. Quando completa, exclui a impu-

tabilidade; se incompleta, nao a exclui, mas permi-te a diminuicao da pena de urn terco a dois tercos,

b) Embriaguez patol6gica: e causa excludente de impu-tabilidade porque se equipara it doenca mental.

Trata-se do elemento intelectual da culpabil idade,ou seja, da possibil idade de 0 agente conhecer 0 carater

ilicito da conduta. Para que se opere a exclusao, nao

basta que 0 agente ignore forma1mente a lei, mas, sim,que nao saiba e nao possa saber que seu comporta-

mento contraria 0 ordenamento juridico. 0 erro deproibicao afasta 0 potencia l conhecimento da ilici-tude. Se inevitavel , exclui a culpabi lidade, isentando

de pena 0 reu, Sera evitavel 0 erro quando se verificar

ser possivel ao agente, diante das circunstancias, atin-gir a consciencia da ilicitude do fato. Nesse caso,hayed responsabilizacao penal, mas a pena sera dimi-

nuida de urn sexto a urn terco.

A exigib ilidade de conduta diversa , como causa deexclusao da culpabilidade, funda-se no principio de que

so podem ser punidas as condutas que poderiam ser

evitadas.

No caso, a inevi tabil idade niio tern a forca de excluira vontade, que subsiste como forca propulsora da con-duta, mas cer tamente a vicia de modo a tomar incabi-vel qualquer censura ao agente.

A exigibil idade de conduta diversa pode ser exclui-

da por duas c,\usas:1. Coacao - E 0 constrangimento a a lguem para que

faca ou deixe de fazer algurna coisa.

Pode ser:a) fisica: exclui a conduta; 0 fa to passa a ser atipi-

co - nao ha que se falar em crime;b) mora l (emprego de grave ameaca): pode ser irre-

slstivel - ha crime, pois fica urn resquicio devontade, mas 0 agente nao sera culpavel - ou

resistivel - hit crime e 0 agente e culpavel, mastern direi to a uma atenuante generica,

2. Obediencia hierarqulca - Ordem de super ior hie-

rarquico e a manifestacao de vontade do titular de

uma funcao publica a urn funcionario que the e su-

bordinado. A ob edi en c ia h ie r ar q ui c a refere-se a subor-dinacao de cunho administrativo, nao alcancando as

de outro tipo (empregaticia, familiar, re1igiosa).Pode ser:

a) ilegal: se 0 subordinado sabe que a ordem e ile-gal, deve responder. pelo crime praticado. Se a

ordem nao e manifestamente ilegal, 0 subordina-do nao tern como conhecer a i1egal idade; exclui-

se a exigibilidade de conduta diversa e ele ficaisento de pena. No entanto, se a ordem e mani-

festamente i legal e 0 subordinado a supoe legal ,incorre em erro de proibicao evi tavel, tendo direi-

to a diminuicao de pena (art. 21);b) legal: se 0 subordinado curnpre ordem legal, esta

no estr ito cumprimento do dever legal. Nao pra-

tica crime, urna vez que esta acobertado por causa

de exclusao da ilicitude.

"Art. 22 - Se 0 fato e cometido sob coacao irresis-

t ivel ou em estrita obediencia a ordem, nao manifesta-mente i1egal, de super ior hierarquico, so e punivel 0

autor da coacao ou da ordem,"

AutOrmedia to - E aquele que se serve de outra

soa, sem condicoes de discernimento, para realizar

ele, a conduta tipica. A pessoa e usada como inmento de atuacao , como se fosse uma arma ou 'um

mal irracional. 0 executor atua sem vontade ouconsciencia e , por essa razao, considera-se que aduta, principal foi realizada pelo autor mediato.

Autor intelectual - E aquele que concorre p

crime sem realizar 0 micleo do tipo. Atua comoparticipe. E que 0 executor (0 que recebeu a ordem

promessa de recompensa) sabe perfeitamente 0 quefazendo, na o podendo dizer que foi uti lizado como

trumento de atuacao,

Natureza jurfdica

o CP (ar t. 29) adotou a teoria unitaria ou montodos aqueles que deram sua contribuicao para 0 r

tado tipico devem por ele responder . Embora tod

co-autores e participes devam responder pelo mecr ime, excepcionalmente , com 0 fito de evitar-

responsabilidade objetiva, 0 legis lador determinimputacao por outro crime, quando 0 agente quisticipar de infracao menos grave (art. 29, § 2°). T

se de uma eXCe9aOpluralistica no concurso de age

SAN~AoPENAL

A sancao penal comporta duas especies: pena e m

da de seguranca. A pena tern urn aspecto de retrib

ou de castigo pelo mal praticado, assim como urn ato de prevencao. A "prevencao geral" visa ao de

mulo de todos da pratica de crime. A "prevencaocial" dirige-se it recuperacao do condenado, procudo fazer com que nao vol te a delinqiii r.

Segundo 0 ar t. 5°, inciso XLVII, da CF, nao h

penas de morte (salvo em caso de guerra declaradacarater perpetuo, de trabalhos forcados, de banim

ou crucis .

Compreendem:a) Reclusao: para crimes dolosos, e cumprida em

me fechado, semi-aberto ou aberto.bj Detencao: para cr imes dolosos ou culposos, e

prida so nos regimes semi-aberto ou aberto,posterior transferencia para regime fechado, pOdencia da execucao,

c) Pr isao simples : para as contravencoes penais .

o tempo de cumprimento das penas privativa

liberdade nao pode ser superior a 30 anos (art. 7

Regimes penltenclarlos

a) Fechado: para pena igual ou superior a oito

Deve ser curnprido em estabelecimento de segu

maxima - penitenciarias (art. 87, LEP).b)Semi-aberto: para pena superior a quatro a

inferior a oito anos. Deve ser cumprido em colagricolas, industriais ou similares (art. 91, LEP

c) Aberto: para pena igual ou inferior a quatroDeve ser cumprido em casa de albergado it noitedias de fo lga (art. 93 , LEP) .

D a m es ma s er ie : D i re it o C i vi l, Fam il ia & S uc es s6 es , P ro ce ss o C iv il, D ir eit o A dm in is tr ativ o, D ir eit o C on stitu cio na l, D ir eito d o T ra ba lh o, D ir eito T rib uta rio , D ir eito C om er cia l, P ro fis sio na l

5/16/2018 resum o juridico - penal (parte geral) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/resumao-juridico-penal-parte-geral 4/6

CLASS IF ICACAo DOS CRIMES

• Crime comum - Pode ser praticado por qualquer

pessoa.

• Crime proprio - Exige do agente determinadaqualidade, como a de mae no infanticidio ou a de

funcionario publico no peculato.

• Crime de mao propria - E praticado pessoal-mente pelo agente (ex.: crime de falso testemunho

e reingresso de extrangeiro expulso --art . 338 CP).

Nao admite co-autoria, apenas participacao.

• Crime de dana - Apresenta um dano efetivo comoresultado da acao (ex.: crimes de furto ou homicidio).

• Crime de perigo - Apresenta urn perigo como

resultado. Divide-se em:

a)de perigo concreto: 0perigo deve ser demons-

trado e provado (ex.: perigo de contagio venereo);

b)de perigo abstrato: 0 perigo nao precisa ser

demonstrado e provado, por ser presumido pela

lei (ex.: ornissao de notificacao de doenca) .

• Crime instantaneo - 0 resultado fica logodefinido e encerrado, a part ir de certo instante.

• Crime permanente - A consumacao, embora ja

realizada, continua acontecendo, renovando-se eprolongando-se no tempo.

• Crime instantaneo de efeito permanente -Consuma-se urn dado instante, mas seus efeitos

se perpetuam no tempo (ex.: homicidio).

• Crime habitual- Exige habitualidade, com a rei-teracao seguida da conduta (ex.: crime de exerci-

cio ilegal da medicina, crime de casa de prostituicao).

• Crime de a"ao multi pia - Refere-se aos tiposaltemativos ou mistos, em que se descrevem duas

ou mais condutas, perfazendo-se 0 crime com a

realizacao de qualquer delas. 0 crime sera urn so,

embora praticadas duas ou mais acoes (ex.: indu-

zimento, instigacao ou auxilio ao suicidio).

• Crime falho - Corresponde a tentativa perfeita,

em que 0 agente pratica todos os atos necessarios

para 0 resul tado, mas este acaba nao ocorrendo.

• Crime plurissubjetivo - Implica 0 concurso deagentes (ex.: crime de rixa - luta entre tres ou

mais pessoas; crime de quadrilha ou bando, que

so se perfaz com a associacao de mais de tres

pessoas, reunidas para 0 f im de cometer crimes) .

• Crime progressiv~ - E aquele cujas etapas ante-

riores tarnbern constituem crime (ex.: caso de

homicidio com relacao as lesoes corporais, que

sao por este absorvidas).

• Crime exaurido - E aquele que ja esta con-

sumado nos term os da lei, embora com desdo-bramentos posteriores, mas que na o mais alteram

o fato tipico (ex.: a obtencao de resgate e apenas

o exaurimento do crime de extorsao mediante

seqiiestro) .

• Crime complexo - Con tern em si duas ou mais

figuras penais (ex.: 0 crime de roubo e compos-

to pelo furto mais ameaca ou violencia a pessoa).

• Crime vago - E aquele em que 0 sujeito passivo

e uma coletividade sem personal idade juridica,

como a familia, 0 publico ou a sociedade (ex.: ato

obsceno).

• Crime unisubsistente - Costuma realizar-se com

um so ato; nao admite tentativa (ex.: injuria verbal).

• Crime plurissubsistente - Costuma realizar-sepor varies atos (ex.: crime de reducao a condicao

analoga a de escravo).

• Crime culposo - E praticado pelo agente por ne-gligencia, imprudencia ou impericia. 0 agente nao

tinha a intencao de produzir 0 resultado, mas esteera previsivel." _ _- .

• Crime preterintencional {ou preterdoloso)-=-

E aquele em que ha dolo no antecedente e culpa no

conseqiiente (ex.: "A" da urn soco em "B" com a

intencao de _<;_ausar-lheesoes corporais; "B", no..

entanto, caie bate a cabeca, vindo a falecer. O_:_

agente sera punido pela conduta dolo sa - lesao -_e pelo resultado a titulo de culpa - morte; lesao

corporal seguida de morte).

• Crime comissivo- Consiste em uma acao. A leidescreve urn comportamento positivo, nao uma

proibicao (ex.: matar ou ferir alguem, furtar algo).

• Crime omissivo proprio - E praticado medianteo "nao fazer" 0 que a lei manda (cornportamento

negativo), sem dependencia de qualquer resultado

(ex.: omissao de socorro).

.' • Crime comissivo por omlssao - E aquele em

que 0 agente, por deixar de fazer 0 que estava obri-

gado, produz 0 resul tado. Nao se pune 0 compor-

tamentofisico negativo, mas, sim, a ornissao ilega!"

(ex.: 0 enfermeiro que nao administra ao pacienteo remedio prescrito, dando causa a sua morte) .

• Crime material- E aquele em que a lei descrevea conduta do agente e 0 crime se consuma com 0

resul tado e, se 0 resultado na o ocorrer, sera puni-

da sua tentativa (ex.: no homicidio, a acao e matar

e 0 resultado, a morte; se a morte nao ocorrer, 0

agente sera punido por tentativa de homicidio),

• Crime formal - Consuma-se antecipadamente, semdependencia de ocorrer ou na o 0 resultado desejado

pelo agente. 0resultado e mero exaurimento do di-

reito (ex.: a calunia, que se consuma com sua sim-

ples comunicacao a outra pessoa, independentemente

de a reputacao do ofendido ficar ou nao abalada).

• Crime de mera conduta - E aquele em que a leiso descreve a conduta do agente, nao aludindo a

qualquer resultado (ex.: desobediencia, violacao de

domicilio ).

• Crime de flagrante provocado - Ocorre quan-

do 0 agente e levado a acao por instigacao de alguem

que, ao mesmo tempo, toma todas as medidas para

evitar a consumacao do delito, com a prisao em fla-

grante do agente. Trata-se de crime impossive!.

• Crime simples - E a forma basica do delito (ex.:homicidio simples).

• Crime qualificado - E aquele em que a lei acres-

centa alguma circunstancia ao tipo basico, para

agravar a pena (ex.: homicidio qualificado). Sua

qualificacao encontra-se na parte especial do CPO

• Crime privilegiado - E aqueJe em que 0 acresci-

mo ao tipo basico serve para diminuir a pena (ex.:

homicidio privilegiado). Sua qualificacao encon-

tra-se na parte especial do CP.

• Crime funcional- E praticado por funcionariopublico, desde que 0 fato tenha relacao com suas

funcoes.

• Crime plurilocal- E aquele em que a conduta se

da em urn local e 0 resultado em outro, mas den-

tro do mesmo pais. Aplica-se a teoria do resultado,

e 0 foro competente e 0 do local da consumacao.

• Crime internacional ou mundial - E aquele

que, por tratado ou convencao, 0Brasil obrigou-sea reprimirjex.r t rafico de mulheres=- art. 231). -c_

• Crime remetido - Ocorre quando sua definicaose reporta a outros crimes, que passam a integra-

Prisao-albergue domiciliar - Somente se admo recolhimento do beneficiario do regime abe

em residencia particular quando se tratar de cdenado maior de 70 anos acometido de doenca gre de condenada gestante com filho menor ou dciente f isico ou mental (art . 117, LEP).

Jnexistencla de casa de albergado na comar- Na ausencia de casa de albergado, a jurisprude

cia e dividida, porem, por analogia ao art. 1 1 7

LEP, aplica-se a prisao-albergue, pois 0 condenanao pode ser punido pela ineficiencia do Estado

Progressao e regressao

A progressao se da com a transferencia p

regime menos r ig or os o, a po s 0 cumprimento desexto da pena no regime anterior e se 0 compormento do condenado indicar a progressao (art. 1

LEP). Na regressao, 0 condenado e transferido pregime mais rigoroso quando "praticar fato defincomo crime doloso ou falta grave" ou "sofrer cdenacao por crime anterior, cuja pena, somada

restante de pena em execucao, tome incabivelregime" (art. 1 1 8 , LEP).

Regime Disciplinar Diferenciado - A prat

de fato previsto como crime dolo so constitui fgrave (art. 53, LEP) e, quando ocasionar subverda ordem ou disciplinas intemas, alem da san

penal correspondente, sera passivel de RegiDisciplinar Diferenciado (ROD). A punicao e c

vel tanto ao preso provisorio quanta ao condenadCaracteristicas do RDD

a)dura<;ao maxima de 360 dias, sem prejuizo

repeticao da sancao por nova falta grave da mes

especie;bhecolhimento em cela individual;c) visitas semanais de duas pessoas, sem contar

criancas, com duracao de duas horas;d) direito a saida da cela por duas horas diarias p

banho de so!.o ROD podera abrigar presos provisorios ou c

denados, nacionais ou estrangeiros, que aprestern alto risco para a ordem e a seguranca do ebelecimento penal ou da sociedade, assim co

presos suspeitos de envolvimento em organizacocriminosas, quadrilha ou bando.

Trabalho do preso

o condenado a pena privativa de liberdadeobrigado ao trabalho na medida de suas aptidoe capacidade (art. 31, LEP), sendo tambem

direito do preso a atr ibuicao de trabalho e sua remneracao. 0 preso provisorio nao esta obrigado

trabalho.

Remic;;ao

o condenado pode remir ou resgatar, pelo

balho, parte do tempo de execucao da pena.direito que 0 condenado em regime fechadosemi-aberto tern de, a cada tres dias de trabaldescontar urn dia da pena (art. 126 , § 1 °, LE

Somente em um caso 0 preso tera direito a remtempo de pena sem trabalhar: quando sofre urndente de trabalho e fica impossibilitado

prosseguir (art. 1 26, § 2°, LEP).

Detrac;;ao penal

Trata-se do desconto, efetuado na contagemcumprimento de pena privativa de liberdade ou

medida de seguranca , do tempo anterior de pri

provisoria, Sao provisorias: a prisao em flagranteprisao ternporaria; a prisao preventiva; a prisaovirtude de pronuncia; a prisao apos sentenca c

denatoria recorrivel, no Brasil ou no estrangeiro,internacao em hospital de custodia e tratamenpsiquiatrico (art. 42).

2. Penas restritivas de direitos

Diz 0 art. 44 do CP que as penas restritivas

direitos sao autonomas, isto e, nao sao cumulaticom a prisao, e, em certos casos, substituemprivativas de liberdade, passando a ocupar, qu

do aplicadas,0

lugar da pena de prisao, que dparece. Deve haver, portanto, uma troca.

A substituicao se da:a) quando for apl icada pena privat iva de l iberd

nao superior a quatro an os e 0 crime nao

5/16/2018 resum o juridico - penal (parte geral) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/resumao-juridico-penal-parte-geral 5/6

(ex.: art. 30i_ - "Fazer uso de qualquer dos papeis

b) quando 0 reu nao for reincidente em crime doc'

loso;c) quando a culpabilidade, os antecedentes, a con-

duta social e a personalidade do condenado e os

motivos e as circunstancias indicarem que a subs-tituicao e suficiente,

Compreendem:a) Prestacao pecunlaria

Pagamento em dinheiro a vitima, a seus depen-

dentes ou a entidade publica ou privada com desti -nacao social (art 45, § 1°).

b) Perda de bens e valores

A perda se dara em favor do Fundo Peniten-ciario Nacional , ressalvada a legislacao especial(art. 45, § 3°).

c) Prestacao de servicos a comunidade ou a

entidades publicasSera aplicada se a pena privativa de liberdade

proferida na sentenca for maior de seis meses (art .46). Consiste na atribuicao de tarefas ao conde-nado em entidades assistenciais, hospita is, esco-las, orfanatos e outros estabelecimentos. Sao tare-

fas gra tuitas atribuidas conforme aptidao do con-denado.

d) Interdicao temporaria de direitos

Pode ser a proibicao do exercicio de cargo, doexercicio de profissao, de freqiientar determinadoslugares ou a suspensao de habi litacao para dirigir

veiculos.

e) Limitacao de finais de semana

Consiste na obrigacao de pcrmanecer, aos sabadose dorningos, por cinco horas dimas, em casa de alber-gada ou outro estabelecimento adequado, onde pode-

rao ser ministrados ao condenado cursos ou palestrasou atribuidas atividades educativas.

A multa penal pode ser cominada como penaunica, como pena cumulativa (e multa), como pe-

na alternativa (ou multa) e tambem em carater subs-titutivo.

o valor arrecadado com a multa sera rever tidoem favor do Fundo Penitenciario . Hoje, e proibida

a conversao da pena de multa em prisao (art 51)

na hipotese de 0 condenado sol v ente deixar depaga-la ou frustrar sua execucao. Transitada emjulgado a sentenca condenatoria, 0 valor da pena demulta deve ser inscrito como divida ativa em favorda Fazenda Publica.

D IR EIT OS D O P RE SO

o preso conserva todos os direitos nao atingidospela condenacao (art. 38) . A LEP (art 3°) asseguraao condenado todas as condicoes para a harmonica

integracao social, por meio de sua reeducacao e dapreservacao de sua dignidade.

Estao mantidos seus direitos:

ala vida;b) a integridade fisica e moral;

c) a igualdade;

d) de propriedade;e) a liberdade de pensamento e conviccao religiosa;

f) a inviolabilidade da intimidade, da vida privada,da honra e da imagem;

g) de peticao aos poderes publicos em defesa dedireitos ou contra abuso de poder e direitos po-liticos;

h) a assistencia juridica;i) a educacao e a cultura;

j) ao trabalho remunerado;k) a indenizacao por erro judiciario;

I) a alimentacao, vestuario e alojamento com insta-lacoes higienicas;

m)de assistencia a saude;n) a assistencia social;

0) a individualizacao da pena;p) de receber visitas;q) direitos politicos.

-MEDIDAS DESEGUBAN~4

Sao sancoes penais a semelhanca das penas (ar t

96 a 99) e diferem destas por sua natureza e funda-mento. Enquanto as penas tern carater retributivo-pre-

de seguranca tern natureza so preventiva e se fun-damentam na periculosidade do individuo. NossoCodigo Penal adotou 0 sistema vicariante, sendo

impossivel a aplicacao cumulativa de pena e medi-da de seguranca,

Caracteristicas

a) sao indeterminadas no tempo, so findando aocessar a periculosidade, por meio de pericia

medica;blnao sao aplicaveis aos agentes plenamente impu-

taveis, mas apenas aos inimputaveis e aos semi-imputaveis.

Requlsitos para a apl icacaoE necessaria a coexistencia de dois requisitos:

1. pratica de fato tipico punivel;2. periculosidade.

Especies

a) Internacao: consiste na internacao em hospital decustodia e tratamento psiquiatrico ou, a falta dele,em outro estabelecimento adequado. Em geral,aplica-se aos crimes apenados com reclusao,

b) Tratamento ambulator ial: consiste na sujeicaoa tratamento ambulatorial, pelo qual sao dadoscuidados medicos it pessoa submetida a trata-

mento, mas sem internacao, Em regra, aplica-seaos crimes apenados com detencao.

Conversao da pena em medida de seguraneaE possivel quando no curso da execucao da pena

privativa de liberdade sobrevenha doenca mental ouperturbacao da saude mental do condenado.

APLlCA~Ao D A P EN A

o Codigo Penal, em seu art 68, adotou 0 sis-tema tr ifasico de calculo de pena, ou seja, 0proces-

so individualizador da pena desdobra-se em tresetapas:1) 0 ju iz fixa a pena de acordo com as circunstan-

cias judiciais (art. 59) - circunstancias inomi-

nadas;2a

) 0juiz leva em conta as circunstancias agravantes

e atenuantes legais;

3a) 0 juiz leva em conta as causas de aurnento oude diminuicao de pena.

Quando 0 agente comete novo crime depois detransitar em julgado a sentenca que, no pais ou noestrangeiro, 0 tenha condenado por crime anterior(art 63), ocorre a reincidencia. Tecnicamente, apratica de do i s ou mais crimes, ou ate de uma serie

de crimes, nao caracteriza, por si so, a reinciden-cia. E necessario, para 0 reconhecimento da rein-

cidencia, que novo crime seja praticado apes sen-tenca condenatoria transitada em julgado por crimeanterior.

Ocorrencia de dois ou mais delitos, por meio da

pratica de uma ou mais acoes. Compreende:

Concurso materialOcorre quando 0 agente, mediante mais de uma

acao ou omissao, pratica dois ou mais crimes,identicos (hornogeneos) ou nao (heterogeneos),

Nesse caso, as penas referentes a cada crime saosomadas,

Concurso formal

Ocorre quando 0 agente, mediante urna so acao ouomissao, pratica dois ou mais crimes, identicos ounao. A pena aplicavel sera a mais grave se diversos,

ou, se iguais, somente urna delas, mas aumentada, emqualquer caso, de urn sexto ate a metade.

Crime continuado

E urna figura imaginaria cr iada para evitar penaexcessiva no caso de dois ou mais crimes segui-dos. Para amenizar a situacao do acusado que

praticou dois ou mais crimes da mesma especie,dentro de circunstancias semelhantes de tempo,

lugar e modo de execucao, presurne-se uma ligacaoentre os varies crimes, para permitir a aplicacaode uma pena so, se identicas, ou a mais grave, sedivers as, aumentada, em qualquer caso, de urn

S U SP E II IS A o C O N D itiO N A L

D A PEN A O U SURSIS

A suspensao condicional da pena e urn institto que tern por fim evitar que 0 condenado a um

pena de curta duracao e que nao tenha personaldade tendente a criminalidade seja recolhido a es

belecimento penitenciario. Trata-se de direito pubco subjetivo do sentenciado.

Requisitosa) a pena privat iva de liberdade nao pode ser sup

rior a dois anos;

b)o condenado nao pode ser reincidente em crimdoloso;

c) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta soce a personal idade do agente, bern como os mo

vos e as circunstancias do cr ime, devem autozar a concessao do beneficia;

d)nao pode ser cabivel a substituicao da pena pvativa de liberdade por pen a restri tiva de dire

tos (art 44).A condenacao anterior a pena de multa n

impede concessao do sursis (art 77, § 1°). A su

pen sao sera fix ada pelo juiz, por urn periododois a quatro anos, denominado periodo de prov

Especiesa)Sursis etarlo: se 0 favorecido for maior de

anos, tera direito ao beneficio quando a pena pvativa de liberdade nao ultrapassar quatro ano

b)Sursis humanitario: e aquele a que 0 condendo, por razoes de saude, independentementesua idade, tern direito, desde que a pena nilo ex

da a quatro anos. Deve ser aplicado a casosdoentes terminais,

Nessas duas especies de sursis 0periodo de prosera de quatro a seis anos,

Durante 0 periodo de prova, 0 condenado fsujeito as condicoes legais previstas no art. 78

1°,que sao obr igator ias. 0 benefic iario pode, tabern, ficar sujeito as condicoes judiciais: proibicde freqiientar determinados lugares; proibicaoausentar-se da comarca onde reside, sem autoriz

<;aodo juiz; comparecimento pessoal e obrigatora juizo, mensalmente, para informar ejustificar s

atividades.Caso 0 benefic iario nao cumpra as condicoe

estabelecidas, 0 juiz podera revogar 0 beneficio

prorrogar 0 periodo de prova.

L lV R AM E NT O C O N D IC IO N A L

Trata-se da antecipacao provisoria da liberdaconcedida, sob certas condicoes, ao condenado qesta curnprindo pena privativa de liberdade, Ocodepois de parte da pena ja ter sido cumprida, S

tempo de du ra c ao co rr e sponde ao restante da pena qestava sendo executada, E direito subjetivo do s

tenciado.

Requisitosa) condenacao a pena privativa de liberdade igual

superior a dois anos;b)curnprimento da pena: se nao for reincidente

crime dolo so e tiver bons antecedentes, dev

ter cumprido mais de urn terco da pena; se re

cidente em crime doloso, devera ter sido curnpda mais da metade da pena; nos casos de cond

nacao por crime hediondo, pratica de tortura,fico ilici to de entorpecentes e drogas af ins e trorismo, se 0 apenado nao for reincidente espefico em crimes dessa natureza, cumprimento

mais de dois tercos da pena;c) comportamento satisfatorio durante a execucao

pena, born desempenho no trabalho e aptid

para trabalho honesto;d)repara<;ao do dana causado pela infracao, sa

efetiva impossibilidade de faze-lo.

Como conceitua 0prof Fernando Capez: "Be

ficio que tern por finalidade restituir 0 condenada situacao anterior a condenacao, reti rando as a

tacoes de seu boletim de antecedentes".Trata-se de causa suspensiva de alguns efei

secundarios da condenacao e dos registros crimnais, desde que tenha ocorrido 0 decurso de danos da extincao da pena ou da audienc

admonitoria, no caso de sursis ou livramento con

5/16/2018 resum o juridico - penal (parte geral) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/resumao-juridico-penal-parte-geral 6/6

A(:Ao PENAL

Ac;ao penal publicaE promovida pelo Minis terio Publico, com 0 ofe-

recimento da den uncia, que e a peticao inicial desta

acao penal. Pode ser:a) Incondicionada: quando seu exercicio nao depende

de manifes tacao de vontade de quem quer que seja.

A lei nao leva em conta a vontade da vitima em pro-por ou nao a acao - art. 24, CPP (ex.: homicidio,

aborto, furto, roubo).

b) Condic ionada: quando a propositura da acao penaldepende de uma manifestacao de vontade. Esta se

cr is ta liza em urn ate que se chama representacao doofendido ou requisicao do ministro da Justica (ex .:

quando 0 agente pra tica cahinia ou difamacao con-tra 0 presidente da Republica).

Ac;;iopenal privadaE promovida pelo particular. Sua peca inicial e a

queixa-crime oferecida pelo ofendido ou seu repre-

sentante lega l, por meio de seu advogado. Pode ser:a) Propriarnente dita: so pode ser exercida pela viti-

rna, por quem legalmente a represente e, no caso de

morte, por qualquer uma das pessoas citadas no art.31 do CPP.

b)Subsidiar ia da publica: e promovida por meio de

queixa, quando houver inercia do promotor de Justicaem oferecer a denuncia (ar t. 29, CPP) .

c) Personalissirna: cabe apenas ao ofendido, nao se

transmite para os sucessores. So existe em dois casos:crime de adulterio (art. 240, § 2°) e crime de indu-

zimento a erro essencial e ocultacao de impedimen-to (art. 236). Com a morte da vitima, extingue-se a

punibilidade do agente.

EXTIN(:Ao DA PUNIBILIDADE

Extincao se refere a fatos ou atos que impedem 0Es-

tado de punir. Punibilidade e a possibilidade de 0Estado,d iante de violacao da le i penal, impor a sancao.

As causas de extincao da punibilidade extinguem a

pena aplicavel. Sao exteriores ao crime e tambem, emregra, posteriores a e le. Estao elencadas tanto na par te

gera l do CP (ar t. 107) como em disposicoes esparsas na

parte especial.

Morte do agenteo juiz, it vista da cer tidao de abita do agente, ouvi-

do 0 Ministerio Publico, declarara ext inta a punibili -

dade. Essa causa extin tiva pode ocorrer em qualquermomenta da persccucao penal, desde a instauracao do

inqueri to pol icial ate 0 termino da execucao da pena .Trata-se de causa personalissima que nfio se comunicaaos co-autores.

Anistia, grac;a e indultoSao formas de dispensa de aplicacao da lei penal -

especies de indulgencia, clemencia. Trata-se de renun-c ia do Estado ao direito de punir.

Anistia - E 0esquecimento de certas infracoes penais.Exclui 0 crime, apagando a infracao penal. E concedida

por lei, abrangendo fatos e na o pessoas (art. 48, VIII, CF).

Rescinde a condenacao, ainda que transi tada em julga-do, e afasta a reincidencia, Pode ser geral, restrita, condi-

cionada ou incondicionada. Aplica-se, em regra, a crimes

politicos. E exclusiva da Uniao e privativa do CongressoNacional, so podendo ser concedida por lei federal .

Graca - Extingue apenas a punibilidade, persistin-

do os efeitos do crime. 0condenado que a recebe na oretorna it condicao de primar io . Cabe ao pres idente da

Republica conceder a graca, que e em regra urn bene-ficio individual e deve ser solicitada.

Indul to - Exclui apenas a punibil idade e nao 0 crime.

Pressupoe condenacao com transite em julgado.Compete ao presidente da Republica (art. 84, XII, CF),

abrangendo grupo de sentenciados (e coletivo e espon-taneo). Nao afasta a reincidencia, seja houver sentenca

com transite emjulgado. Persistem os efeitos do crime.

A graca e 0 indulto podem ser dados na forma decomutacao da pena, que e a substituicao de urna penapor outra mais leve. .

Nao cabem graca , anistia e indulto em crimes de tor-tura, terrorismo, trafico de entorpecentes e drogas afins,

bern como nos crimes def inidos como hediondos (ar t.5°, XLIII, CF).

Retroatividade da leiA lei penal poster ior que deixa de considerar a con-

duta como criminosa (abolitio criminis) re troage em

favor do agente e extingue a punibilidade do fato,

alcancando a propria pretensao punitiva (retroativa bene-

fica). Se 0 processo estiver em andamento, deve ser

decre tada pelo propr io ju iz (art. 61, CPP). Se estiverem grau de recurso, sera 0 propr io tr ibunal que con-

ceded. Apos 0 transi te em julgado da sentenca conde-natoria, sera 0 juiz da vara de execucoes (art. 66, II,

LEP, e art . 13, LICPP).

Perdao judicialExtingue a punibilidade, embora configurado 0 crime,

nos casos permitidos em lei. 0juiz deixa de proferir a

condenacao, perdoando 0 fato. 0 perdao judicial e di-

reito do reu. Exclui 0 efeito da reincidencia (art. 120)e nao depende da aceitacao do reu.

Renuncia e perdao

Remmcia ao direito de queixa - Ocorre antes de

proposta a acao penal, podendo ser expressa por meio

de declaracao assinada ou de forma tacita, Nas acoespenais publicas condicionadas , a representacao deve

ser fei ta ate 0 oferecimento da demincia (art. 25, CPP).A renuncia ao exercicio do direi to de queixa em relacao

a urn dos autores do crime seestendera a todos (ar t. 49 ,CPP).

Perdiio do querelante - Ocorre depois de iniciada

a acao penal. 0querelante pode perdoar 0 querelado,desistindo da acao penal privada proposta, de modoexpresso ou taci to, Se forem dois ou mais querelados,

o perdao concedido a urn deles aproveita a todos, emface do principio da indivisibilidade da acao penal

(art. 51), niio produzindo efeito em relacao ao que 0

recusou. 0 perdao e urn ate bilateral, podendo ser recu-

sado pelo querelado e dando prosseguimento it acao

penal. Pode ser dado ate 0 transite em julgado da sen-tenca condenatoria,

Retratac;ao do agenteEm alguns casos, a pena pode ser afastada pela

retratacao do agente (art. 107,VI): calunia ou difamacao

(ar t. 143); fa lso testemunho ou falsa pericia (art. 342,§ 2°) ; ca lunia , difamacao e in jur ia pela imprensa (Lei

5.250/67, art . 26). A retratacao deve ser clara e incondi-cional. Nao depende de aceitacao do ofendido. Deveser reduzida a termo nos autos. Nao se comunica aos co-

autores.

Casamento da vltima com 0agenteNos cr imes contra os costumes, def inidos nos arts .

213 a 220 (estupro, seducao, etc.), 0 casamento da viti-

rna com 0 agente extingue a punibilidade (art. 107;VII).

Casamento da vltima com terceiro

Nao tendo havido violencia real ou grave arneaca, 0

casamento da vitima com terceiro tambern extingue a

punibilidade, desde que nao requerido 0 prosseguimento

do inquerito policial ou da acao penal no prazo de 60dias a contar do casamento (art. 107, VIII) .

DecadenciaE a perda do direi to do ofendido de propor acao penal,

por nao te-Io feito dentro do prazo estipulado em lei.

Pode tanto atingir 0 direito de oferecer queixa-crimecomo 0 de representar ou 0 de suprir a ornissao do

Ministerio Publico. Fica extinta a punibilidade.

o prazo de decadencia e fatal e improrrogavel , nao

ficando sujeito a interrupcoes ou suspensoes. Salvo dis-posicao expressa em contrario, e de seis meses, contados

do dia em que 0 ofendido ou seu representante legal veio

a saber quem e 0 autor do crime (art. 103). Excecoes aoprazo normal da decadencia: no crime de adulterio, 0prazo

e de urn rnes; nos crimes de imprensa, de tres meses.

Perempc;aoE a perda do direito do querelante de prosseguir na

acao penal pr ivada, por inercia ou des in teresse de sua

parte no prosseguimento da acao. Uma vez declarada em

juizo, a perempcao traz como consequencia a extincaoda punibilidade.

Pr~scric;aoE a perda do dire ito do Estado depunir ou executar a

pena pelo decurso de tempo. Ext ingue a punibil idade.

Se a pena nao e imposta ou executada dentro de deterrni-nado prazo, cessa 0 interesse da lei pela punicao. A pres-

cricao e de ordem publica, devendo ser decretada de ofi-cio ou a requerimento do interessado.

Interrupcao da prescricao ~ Certos fatos, previs-

tos na lei , acarretam a interrupcao da prescricao: rece-bimento da denuncia ou da queixa; pronuncia; deci-

sao conf 'irmator ia da pronuncia ; sentenca condena-

tor ia recorr ivel; in ic io ou continuacao da pena; rein-c idencia, Uma vez in terrompida, a prescricao volta a

correr novamente por inteiro, do dia da interrupcao ate

Conheca tarnbern, da mesma autora:

chegar a seu termo final fixado em lei ou at

ocorra outra interrupcao. 0prazo interrompido

parece, como se nunca tivesse existido. Nessezera 0 relogio do Estado, comccando-se a contar

novamente.Prescricao da pretens iio punitiva - Ocorre an

trans i to em julgado da sentenca e tern como consecia 0 desaparecimento da pena e dos efeitos da s

"a proferida. Pode ser:a ) Propr iamente dita : comeca a correr da consum

do cr ime ate 0 recebimento da denuncia ou da q

ou a parti r deste momenta ate a sentenca.

b) Superveniente: a sentenca condenatoria recointerrompe a prescricao, fazendo 0 prazo correr

mente por inteiro. 0prazo que comeca a correr

a sentenca condenatoria recorrivel e 0 prazo dacricao superveniente, que vai da sentenca ate 0

trans ito em julgado definitivo ou do trans ito e

gada do recurso improvido da acusacao. Sendomodalidade da prescricao da pretensao punitiva,

a pena e todos e quaisquer efeitos, principaisecundarios, da sentenca condenatoria. 0 pra

prescricao, nesse caso, regula-se pela pena apna sentenca,

c) Retroativa: trata-se da mesma prescricao su

niente, havendo nos autos sentenca condenatoriatransite em julgado para a acusacao, mas naodefesa. 0prazo da prescricao retroativa conta-se

bern pela pena efetivamente imposta.Prescricao da pretensiio executuria - Ocorr

o efetivo transite em julgado da sentenca conderia. Extingue a pena imposta, livrando 0 conde

de seu cumprimento , mas nao afasta os efe itos s

darios da sentenca condenatoria (como a incursrol dos culpados e a reincidencia). Apaga-se ape

execucao da pena, subsistindo os demais efeit

condenacao.Prescrtcao da pena de rnulta - Pres creve em

anos quando a multa for a unica cominada ou a

da, con forme dispoe 0 inciso I do art. 114 do Cno mesmo prazo estabelecido para prescr icao da

privativa de liberdade quando a multa for alte

va ou cumulativamente aplicada, con forme incdo artigo mencionado. Nos casos de pena de

somada a pena privativa de liberdade, 0 prazo

cricional ocorre pela pena privativa de liberdSerao reduzidos pel a metade os prazos prescr

nais quando 0 agente for menor de 21 anos n

da infracao ou maior de 70 anos na epoca da se

ca (art. 115).

R e s u m i o J u r i d i c oA colecao Hesurnao Juridico e um projeto editorial d

Barros, F ischer & Assoc iados Ltda . em parceri a com 0 E

Ins tit uto de Ori en tacao para Recic lagem em Oireito

•IR EITO PENAL ~

3'edi~ao Abr

Aulora: Fernanda Mar ia Zichia Escobar , advogada, pos-qra

em Direi to Penal e Processo Penal; mestranda em Oirei tos

e Co le tivos; assessora da Comissao de Prerroga ti vas e Oir

OAB/SP; professora univorsitaria; professora em cursos pre

rtios para 0 exame da OAB e concursos publ icos.

Arle: Mauricio Cioff iRevisao: Marcia Menin

Resumao Juridico - Direilo Penal - Parl e geral e uma pu

da Barros, Fischer & Associados Ltda., sob licenca editorial do

Exord. Copyright © 2004 Fernanda Maria Zichia Escobar. Dlreit

edicao reservados para Barros, Fischer & Associados Uda

Endere~o: Rua Padre Garci a Ve lho, 73, cj. 22

Pinheiros, Sao Paulo, CEP 05421-030

Telefone/fax: 0(xx)11 3034-0950

Site: www.bafisa.com.br

E-mail: [email protected]

Exord : Av. Pau lis ta , 171, 7Qandar. - TeL . 0 (xx)11 3372-250

Site: www.exord.com.br- E-mail: [email protected]

l rnpressao: Eskenazi I ndustr ia Gra tica Uda

Acabamenlo: Badge Comerci al de Plas ti cos L tda.

Di str ibui~ao e vendas: Bafi sa , te l. : 0 (xx )11 3034-0950

Aten~ao

E expressamente

proibida a reprodu-

cao to ta l ou parc ia l

do conteuco desta

publicacao sem aprevia autorizacao

do editor.

I S B N 8 5 - 8 8 7 4 9 - 4 5

I I I I I I I788588 74945