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Propriedades gerais das células excitáveis Para darmos início a este assunto, é necessário revisar a aula anterior sobre Membrana celular e suas propriedades! Canais iônicos Os canais iônicos são proteínas de membranas integrais que, quando abertos, permitem a passagem de íons. No entanto, apresenta uma propriedade importante: a seletividade! Que é baseada em: - Tamanho do canal - Cargas que a revestem - Tamanho da molécula As moléculas podem passar por canais iônicos sem comportas (esses canais estão permanentemente abertos) ou são controlados por comportas (gates), que se abrem mediante estímulos específicos. Dois tipos de comportas controlam a abertura e fechamento dos canais iônicos: A – Canais dependentes de voltagem: possuem comportas que são controladas por alterações do potencial de membrana. B – Canais dependentes de ligantes: têm comportas que são controladas por hormônios, neurotransmissores e segundos mensageiros. Potenciais de difusão É a diferença de potencial gerada através da membrana, quando um íon com carga se difunde a favor de seu gradiente de concentração. Portanto, o potencial de difusão é produzido pela difusão de íons. Potenciais de equilíbrio É o potencial de difusão que equilibra ou se opõe precisamente à tendência para difusão a favor do seu gradiente de concentração. Exemplo Um canal revestido por cargas negativas é seletivo para cátions (moléculas com carga elétrica positiva). Desse modo, deve permitir a passagem de Na + . EXEMPLO DE POTENCIAL DE EQULÍBRIO DO Na +

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  • Propriedades gerais das clulas excitveis

    Para darmos incio a este assunto, necessrio revisar a aula anterior sobre

    Membrana celular e suas propriedades!

    Canais inicos

    Os canais inicos so protenas de membranas integrais que, quando abertos,

    permitem a passagem de ons. No entanto, apresenta uma propriedade importante: a

    seletividade! Que baseada em:

    - Tamanho do canal

    - Cargas que a revestem

    - Tamanho da molcula

    As molculas podem passar por canais inicos sem comportas (esses canais

    esto permanentemente abertos) ou so controlados por comportas (gates), que se

    abrem mediante estmulos especficos. Dois tipos de comportas controlam a abertura

    e fechamento dos canais inicos:

    A Canais dependentes de voltagem: possuem comportas que so controladas por

    alteraes do potencial de membrana.

    B Canais dependentes de ligantes: tm comportas que so controladas por

    hormnios, neurotransmissores e segundos mensageiros.

    Potenciais de difuso

    a diferena de potencial gerada atravs da membrana, quando um on com

    carga se difunde a favor de seu gradiente de concentrao. Portanto, o potencial de

    difuso produzido pela difuso de ons.

    Potenciais de equilbrio

    o potencial de difuso que equilibra ou se ope precisamente tendncia

    para difuso a favor do seu gradiente de concentrao.

    Exemplo

    Um canal revestido por cargas

    negativas seletivo para ctions

    (molculas com carga eltrica

    positiva). Desse modo, deve permitir a

    passagem de Na+.

    EXEMPLO DE POTENCIAL DE EQULBRIO DO Na+

  • A figura acima mostra duas solues separadas por membrana terica que

    permevel ao Na+ mas no ao Cl-. A concentrao de NaCl maior na soluo 1 do que

    na soluo 2. O on permeante, o Na+, ir se difundir a favor do seu gradiente de

    concentrao da soluo 1 para soluo 2, mas o on impermeante, o Cl-, no o

    acompanhar. Como resultado do movimento efetivo de cargas positivas para a soluo

    2, desenvolve-se um potencial de difuso do Na+ e a soluo 2 torna-se positiva em

    relao soluo 1. A positividade, na soluo 2, se ope difuso adicional de Na+ e,

    eventualmente, bastante grande para impedir qualquer difuso efetiva adicional. A

    diferena de potencial que equilibra, de forma precisa, a tendncia do Na+ se difundir a

    favor do seu gradiente de concentrao o potencial de equilbrio do Na+.

    Potencial de ao dos nervos

    O potencial de ao um fenmeno de sinalizao nas clulas excitveis, como

    as nervosas e as musculares e consiste em rpidas alteraes do potencial de membrana

    que se propagam com grande velocidade (milsimos de segundo), iniciando pelo axnio

    e da por toda a membrana da fibra nervosa.

    Estgios:

    1) Estgio de Repouso: o potencial de repouso da membrana, que a diferena de

    potencial que existe atravs da membrana das clulas excitveis antes do inicio do

    potencial de ao. Diz-se que a membrana est polarizada durante esse estgio,

    em razo da existncia de potencial de membrana est na faixa de -70 a -80 milivolts

    (mV).

    http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-ilustration-do-vetor-do-neur-nio-image10429054

  • 2) Estgio de Despolarizao: o processo que torna o potencial de membrana

    (interior da clula) menos negativo ou at mesmo positivo, devido ao influxo

    (entrada) de cargas positivas para dentro da clula.

    3) Estgio de Repolarizao: o processo que torna o potencial de membrana (interior

    da clula) mais negativo, devido ao efluxo (sada) de cargas positivas para fora da

    clula.

    Bases inicas do Potencial de Ao

    CONCEITOS IMPORTANTES

    Estmulos: podem ser supralimiares, limiares e sublimiares;

    Limiar: o potencial de membrana no qual inevitvel a ocorrncia

    do potencial de ao;

    Resposta tudo-ou-nada: Um potencial de ao ocorre ou no ocorre. Se uma

    clula excitvel despolarizada at o limiar, ento inevitvel a ocorrncia de

    um potencial de ao. Por outro lado, se a membrana no despolarizada at o

    limiar, no ocorrer qualquer potencial de ao.

    http://www.fielpa

    lavra.com/2010/0

    9/preste-atencao-

    ao-que-deus-diz/

  • 1) Potencial de repouso:

    Em repouso, o potencial de membrana de cerca de -70mV.

    A permeabilidade ou condutncia ao K+ alta, e os canais de K+ esto quase

    totalmente abertos, permitindo que os ons K+ se difundam para fora da clula, de

    acordo com o gradiente de concentrao existente, impulsionando o potencial de

    membrana do K+ em direo a seu potencial de equilbrio.

    A condutncia ao Na+ baixa, e assim o potencial de repouso est longe do

    potencial de equilbrio do Na+.

    2) Curso ascendente do potencial de ao:

    Uma corrente de influxo, geralmente o resultado da disperso da corrente gerada

    pelos potenciais de ao em locais vizinhos, causa despolarizao da membrana

    celular no nervo em direo ao limiar, que ocorre em torno de -40mV.

    A despolarizao inicial provoca a rpida abertura das comportas de ativao do

    canal de Na+, e a condutncia ao Na+ prontamente aumenta, chegando a ser mais

    alta do que a condutncia ao K+.

    O aumento da condutncia ao Na+ resulta em uma corrente de influxo de Na+; a

    seguir, o potencial de equilbrio do Na+ de +65mV.

    3) Repolarizao do potencial de ao:

    O curso ascendente termina e o potencial de membrana se repolariza em direo

    ao nvel de repouso, como resultado de 2 eventos:

    A) As comportas de inativao dos canais de Na+ respondem despolarizao se

    fechando, mas sua resposta muito mais lenta do que a abertura das comportas de

    ativao. Assim, aps retardo, as comportas de inativao fecham os canais de Na+,

    terminando o curso ascendente.

    B) A despolarizao abre os canais de K+ e aumenta a condutncia a esse on para um

    valor at mais alto do que o que ocorre no repouso.

    O efeito combinado do fechamento dos canais de Na+ e da maior abertura dos

    canais de K+ torna a condutncia ao K+ muito maior do que a condutncia ao Na+.

    Disso resulta uma corrente de efluxo de K+, e a membrana repolarizada.

    4) Ps-potencial hiperpolarizante (undershoot)

    Por um breve perodo que se segue repolarizao, a condutncia ao K+ mais alta

    do que em repouso e o potencial de membrana impulsionado para mais prximo

    do potencial de equilbrio do K+ (ps-potencial hiperpolarizante).

    Eventualmente, a condutncia ao K+ retorna ao nvel de repouso e o potencial de

    membrana se despolariza ligeiramente, voltando ao potencial de repouso. A

    membrana est agora pronta, se estimulada, para gerar outro potencial de ao.

  • Perodos refratrios

    Ocorre quando as clulas excitveis so incapazes de produzir potenciais de

    ao. So divididos em:

    1) Perodo refratrio Absoluto: tem quase a durao total do potencial de ao.

    Durante esse perodo, mesmo aumentando muito o estmulo, outro potencial de

    ao no poder ser gerado. A base para esse perodo o fechamento das

    comportas de inativao do canal de Na+, em resposta despolarizao.

    2) Perodo refratrio relativo: comea ao fim do perodo refratrio absoluto e

    coincide, principalmente, com o perodo do ps-potencial hiperpolarizante. Durante

    esse perodo, pode ser gerado um potencial de ao, mas apenas se for aplicada

    uma forte corrente de despolarizao (influxo), maior que a normal. A base para

    esse perodo a maior condutncia ao K+, que est presente no repouso. Como o

    potencial de membrana est mais prximo do potencial de equilbrio do K+,

    necessria maior corrente de influxo para levar a membrana at o limiar, para

    iniciar o prximo potencial de ao.

    Propagao dos potenciais de ao

    A propagao dos potenciais de ao ao longo da fibra nervosa ou muscular

    ocorre pela disseminao de correntes locais, das regies ativas para as regies

    inativas adjacentes. No entanto, a velocidade de conduo varia no que se refere a:

    A) Dimetro do nervo: o aumento do tamanho de uma fibra nervosa aumenta a

    velocidade de conduo, uma relao que pode ser explicada a seguir: a Resistncia

    Interna (Ri) inversamente proporcional rea da seco transversa (A = 2r2).

    Portanto, quanto maior a fibra, menor a resistncia interna.

    B) Mielinizao: a mielina um isolante lipdico das fibras nervosas que aumenta

    muito a resistncia da membrana. No entanto, importante observar que, a

    intervalos de 1 a 2 mm, existem interrupes na bainha de mielina, os chamados

    Nodos de Ranvier. Nos nodos, a resistncia da membrana baixa, a corrente pode

    fluir atravs dela e podem ocorrer potenciais de ao. Assim, a conduo dos

    Acomodao

    Ocorre quando a clula nervosa ou muscular despolarizada lentamente ou

    mantida em nvel despolarizado, o limiar habitual pode ser atingido sem ser deflagrado

    um potencial de ao.

    Isso acontece porque a despolarizao fecha as comportas de inativao dos

    canais de Na+. Se a despolarizao for suficientemente lenta, os canais de Na+ se fecham

    e permanecem fechados. O curso ascendente do potencial de ao no ocorre, pois no

    h suficientes canais de Na+ disponveis para conduzirem a corrente de influxo.

    Exemplo: pessoas com hipercalemia (elevao da concentrao srica de K+)

  • potenciais de ao mais rpida nos nervos mielinizados do que nos no-

    mielinizados, pois os potenciais de ao pulam entre um nodo e o prximo, num

    processo chamado de conduo saltatria.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    GUYTON, Arthur C; HALL, John E. Tratado de fisiologia Mdica. 12 edio.

    Elsevier, 2011. Captulo 5 Potenciais de Membrana e Potenciais de Ao.

    COSTANZO, Linda C. Fisiologia. 3 edio. Elsevier, 2007. Capitulo 1 Fisiologia

    Celular.

    http://pt.slideshare.net/cardnog/sistema-nervoso-15267251