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CÁRIE DENTÁRIA A perda de substâncias dentária pode resultar da ação de microrganismos orais, como na cárie dentária, ou pode dever-se a causas não-bacterianas. A cárie dentária pode ser definida como uma doença bacteriana dos tecidos calcificados dos dentes caracterizada pela desmineralização de substância inorgânica e destruição de substância orgânica do dente. Em 1889, Miller propõe que o ácido formado a partir da fermentação dos carboidratos da dieta pelas bactérias orais leva a uma descalcificação progressiva da substância dentária com uma desintegração subsequente da matriz orgânica. A cárie dentária é uma doença infecciosa; transmissível através de alimentos, saliva e água. Cárie significa podridão. Histórico Estabeleceu-se a partir do século XXIX, na Revolução Industrial pois houve a facilidade de acesso a açúcares refinados e industrialização dos alimentos. A glicose nesse momento torna-se de fácil acesso. Papel bactéria e da placa dental A placa dental é um biofilme que consiste em uma variedade de diferentes espécies bacterianas envolvidas em uma matriz derivada das mucinas salivares e em polímeros polissacarídeos extracelulares sintetizados pelo organismo. Dessa forma, as bactérias se organizam em prol de si. O biofilme se instala onde houver temperatura e substratos favoráveis (estrutura dentária) ao seu surgimento, e ainda, presença de água. Quando há equilíbrio entre a higienização e o biofilme, logo, não será prejudicial a instalação desse filme. Uma superfície limpa do esmalte é recoberta em poucos segundos por uma camada adsorvida de moléculas compreendendo principalmente glicoproteínas da saliva, a película adquirida, na qual os microrganismos aderem inicialmente. Enquanto eles se multiplicam e sintetizam polímeros da matriz extracelular, outras bactérias podem ligar-se a eles, em vez à película, resultando num complexo biofilme de bactérias arranjadas espacialmente. Os açúcares da alimentação se difundem rapidamente através da placa onde são convertidos em ácidos (principalmente ácido lático) pelo metabolismo bacteriano. A um pH crítico de 5,5, íons minerais são liberados a partir dos cristais de hidroxiapatita do esmalte e se difundem dentro da placa. O pH pode ser mais baixo em bocas com cáries ativas. A um pH neutro ou levemente alcalino a placa se torna supersaturada de íons minerais derivados tanto da saliva quanto daqueles liberados pelos cristais de hidroxiapatita. Nesse momento íons podem voltar a se difundir no interior do esmalte e ser redepositados na estrutura do cristal e essa reprecipitação mineral é reforçada pelos íons de fluoreto. Entretanto, os íons minerais podem perder-se do sistema pela difusão para fora da placa e para o interior da saliva durante a fase ácida, e a repetição desses episódios leva a uma desmineralização generalizada e ao início da cárie do esmalte. O fluoreto favorece a precipitação dos íons de cálcio e fosfato da solução, então, quando presentes na interface placa-esmalte, a deposição de íons minerais livres na placa assim como a deposição de hidroxiapatita e fluorapatita nos cristais de esmalte remanescentes é estimulada. A fluorapatita é menos solúvel em ácido que a hidroxiapatita. Os íons de fluoreto na placa inibem o metabolismo bacteriano e isso oferece um mecanismo adicional para a ação preventiva do fluoreto na cárie de esmalte. É importante salientar que placas volumosas interferem na difusão externa do ácido e na difusão interna dos tampões salivares. DES-RÊ (segundo a aula do professor): Ao ingerir alimentos ricos em açúcar, haverá uma queda do Ph com passar do tempo, pois a metabolização do açúcar pelas bactérias produz ácido lático. O ácido lático interage com a estrutura dura do esmalte que é composta por cristais de HA. O cálcio e o fosfato se precipitam através dos cristais. Quando os cristais de HA sofrem desmineralização é possível observar a formação de poros. Os fatores que levam a desmineralização do esmalte são: proliferação do biofilme, quantidade de sacarose ingerida e má higienização. Bactérias na saliva se aderem ao dente. A superfície do esmalte tem a capacidade de atrair bactérias. Os mutans se aderem ao esmalte e propiciam a aderência de outras bactérias formando o biofilme. A ingestão de açúcares é metabolizada pelos lactobacilos do biofilme e produzem ácido lático que interagem com a superfície do esmalte. Dentro dessa interação, o cálcio e o fosfato precipitam provocando a desmineralização. O esmalte entra em processo de desmineralização com um pH 5,5 e a dentina com pH de 6,5. Com o passar do tempo e a ausência de açúcar na cavidade bucal, o pH começa a subir. A saliva deposita sobre a superfície do esmalte cálcio e fosfato que reminelariza as estruturas dentárias que perderam minerais. Dessa forma, é preciso haver um equilíbrio entre a desmineralização e remineralização através da higiene bucal após as refeições. Resuminho: -O sobe e desce de íons ao longo da interface placa-esmalte depende do pH; -Os íons da placa podem ser redepositados no interior do esmalte a um Ph neutro ou podem perder-se na saliva; -A cárie do esmalte progride quando a taxa de perda de íons devido ao ataque ácido é maior que a taxa de ganho devido à remineralização; -Os íons de fluoreto estimulam a reprecipitação de minerais no interior do esmalte; -Os íons de fluoreto podem repor os íons da hidroxila na hidroxiopatita para formar fluorapatita menos solúvel em ácido. Papel da Saliva - É um desinfetante natural; - Mantém o pH da boca básico (capacidade tampão) e temperatura de 35°C; - Possui IgA; - Possui Lactoferrina que age como antibiótico, pois se ligando ao ferro prejudica as bactérias que precisam dele para sobreviver; - Há lisoenzimas que promove a destruição das paredes celulares das bactérias;

Resumo CáRie DentáRia

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CRIE DENTRIAA perda de substncias dentria pode resultar da ao de microrganismos orais, como na crie dentria, ou pode dever-se a causas no-bacterianas. A crie dentria pode ser definida como uma doena bacteriana dos tecidos calcificados dos dentes caracterizada pela desmineralizao de substncia inorgnica e destruio de substncia orgnica do dente.Em 1889, Miller prope que o cido formado a partir da fermentao dos carboidratos da dieta pelas bactrias orais leva a uma descalcificao progressiva da substncia dentria com uma desintegrao subsequente da matriz orgnica.A crie dentria uma doena infecciosa; transmissvel atravs de alimentos, saliva e gua. Crie significa podrido.

HistricoEstabeleceu-se a partir do sculo XXIX, na Revoluo Industrial pois houve a facilidade de acesso a acares refinados e industrializao dos alimentos. A glicose nesse momento torna-se de fcil acesso.

Papel bactria e da placa dentalA placa dental um biofilme que consiste em uma variedade de diferentes espcies bacterianas envolvidas em uma matriz derivada das mucinas salivares e em polmeros polissacardeos extracelulares sintetizados pelo organismo. Dessa forma, as bactrias se organizam em prol de si. O biofilme se instala onde houver temperatura e substratos favorveis (estrutura dentria) ao seu surgimento, e ainda, presena de gua. Quando h equilbrio entre a higienizao e o biofilme, logo, no ser prejudicial a instalao desse filme.Uma superfcie limpa do esmalte recoberta em poucos segundos por uma camada adsorvida de molculas compreendendo principalmente glicoprotenas da saliva, a pelcula adquirida, na qual os microrganismos aderem inicialmente. Enquanto eles se multiplicam e sintetizam polmeros da matriz extracelular, outras bactrias podem ligar-se a eles, em vez pelcula, resultando num complexo biofilme de bactrias arranjadas espacialmente.Os acares da alimentao se difundem rapidamente atravs da placa onde so convertidos em cidos (principalmente cido ltico) pelo metabolismo bacteriano. A um pH crtico de 5,5, ons minerais so liberados a partir dos cristais de hidroxiapatita do esmalte e se difundem dentro da placa. O pH pode ser mais baixo em bocas com cries ativas. A um pH neutro ou levemente alcalino a placa se torna supersaturada de ons minerais derivados tanto da saliva quanto daqueles liberados pelos cristais de hidroxiapatita. Nesse momento ons podem voltar a se difundir no interior do esmalte e ser redepositados na estrutura do cristal e essa reprecipitao mineral reforada pelos ons de fluoreto. Entretanto, os ons minerais podem perder-se do sistema pela difuso para fora da placa e para o interior da saliva durante a fase cida, e a repetio desses episdios leva a uma desmineralizao generalizada e ao incio da crie do esmalte. O fluoreto favorece a precipitao dos ons de clcio e fosfato da soluo, ento, quando presentes na interface placa-esmalte, a deposio de ons minerais livres na placa assim como a deposio de hidroxiapatita e fluorapatita nos cristais de esmalte remanescentes estimulada. A fluorapatita menos solvel em cido que a hidroxiapatita. Os ons de fluoreto na placa inibem o metabolismo bacteriano e isso oferece um mecanismo adicional para a ao preventiva do fluoreto na crie de esmalte. importante salientar que placas volumosas interferem na difuso externa do cido e na difuso interna dos tampes salivares.DES-R (segundo a aula do professor): Ao ingerir alimentos ricos em acar, haver uma queda do Ph com passar do tempo, pois a metabolizao do acar pelas bactrias produz cido ltico. O cido ltico interage com a estrutura dura do esmalte que composta por cristais de HA. O clcio e o fosfato se precipitam atravs dos cristais. Quando os cristais de HA sofrem desmineralizao possvel observar a formao de poros. Os fatores que levam a desmineralizao do esmalte so: proliferao do biofilme, quantidade de sacarose ingerida e m higienizao.Bactrias na saliva se aderem ao dente. A superfcie do esmalte tem a capacidade de atrair bactrias. Os mutans se aderem ao esmalte e propiciam a aderncia de outras bactrias formando o biofilme. A ingesto de acares metabolizada pelos lactobacilos do biofilme e produzem cido ltico que interagem com a superfcie do esmalte. Dentro dessa interao, o clcio e o fosfato precipitam provocando a desmineralizao. O esmalte entra em processo de desmineralizao com um pH 5,5 e a dentina com pH de 6,5. Com o passar do tempo e a ausncia de acar na cavidade bucal, o pH comea a subir. A saliva deposita sobre a superfcie do esmalte clcio e fosfato que reminelariza as estruturas dentrias que perderam minerais. Dessa forma, preciso haver um equilbrio entre a desmineralizao e remineralizao atravs da higiene bucal aps as refeies.

Resuminho:-O sobe e desce de ons ao longo da interface placa-esmalte depende do pH;-Os ons da placa podem ser redepositados no interior do esmalte a um Ph neutro ou podem perder-se na saliva;-A crie do esmalte progride quando a taxa de perda de ons devido ao ataque cido maior que a taxa de ganho devido remineralizao;-Os ons de fluoreto estimulam a reprecipitao de minerais no interior do esmalte;-Os ons de fluoreto podem repor os ons da hidroxila na hidroxiopatita para formar fluorapatita menos solvel em cido.

Papel da Saliva- um desinfetante natural;- Mantm o pH da boca bsico (capacidade tampo) e temperatura de 35C;- Possui IgA;- Possui Lactoferrina que age como antibitico, pois se ligando ao ferro prejudica as bactrias que precisam dele para sobreviver;- H lisoenzimas que promove a destruio das paredes celulares das bactrias;- um grande meio de clcio e fosfato, nos quais precipitam dos vasos sanguneos que nutrem os cidos das glndulas salivares.

Microbiologia da crie dentria -So bactrias colonizadoras;-Espcies fortemente implicadas: S. mutans e lactobacilos. Os S. mutans tm a capacidade de se aderir a superfcies lisas e de armazenar alimentos atravs da glicosiltransferase. Os alimentos podem ser armazenas no interior da membrana da bactria ou fora. Esses polissacardeos armazenados so conhecidos como PIC (polissacardeo intracelular) e PEC (polissacardeo extracelular). -A transmisso de S. mutans ocorre principalmente de me para filho;-Ph baixo da placa favorece a proliferao de estreptococos mutans e lactobacilos;- Os lactobacilos fazem a desmineralizao. Tm a capacidade de converter acar em cido ltico e em seguida, promove o sequestro de ons fosfato e clcio dos tecidos duros do dente.

Papel dos carboidratosA sacarose significativamente mais cariognica que os outros acares, em parte porque ela imediatamente fermentada pela placa bacteriana e em parte devido sua converso pela glicosil transferase bacteriana no interior dos glucanos extracelulares. A sacarose tambm imediatamente convertida em polmeros intracelulares.Os acares da alimentao podem ser divididos em intrnsecos (principalmente frutas e vegetais) e de origem extrnseca (acares adicionais, leite, suco de frutas).

Variveis etiolgicasOs fatores que influenciam no local e ataque e no ritmo na progresso da crie dental so amplamente desconhecidos, mas podem incluir:Fatores intrnsecos ao dente-Composio do esmalte-Estrutura do esmalte-Morfologia dentria: fossetas e fissuras profundas e estreitas favorecem a reteno de placa e alimento-Posio dentria

Fatores extrnsecos ao dente-Saliva: taxa de fluxo, viscosidade, capacidade tampo, presena de ons clcio e fosfato para a mineralizao, e a presena de agentes antimicrobianos como imunoglobulinas, on de tiocinato, lactoferrina e lisozima podem afetar o padro da crie.-Dieta: o fator mais importante a frequncia de ingesto de alimento e bebidas aucaradas. -Uso de fluoreto-Imunidade

Etiologia crie segundo a aula:- M higienizao;- Difcil acesso a gua fluoretada;

Patologia da crie dentriaClinicamente, a crie dentria pode ser classificada tanto quanto a localizao da leso no dente quanto velocidade de ataque.

Classificao pelo local de ataque-Crie de fosseta e fissura: ocorre nas superfcies oclusais dos molares e pr-molares, nas superfcies vestibulares e linguais dos molares, e na superfcie lingual dos incisivos superiores. Descolorao marrom ou negra.-Crie de superfcie lisa: ocorre nas superfcies proximais e no tero gengival das superfcies vestibulares e linguais. -Crie de cemento ou radicular: ocorre quando a face radicular est exposta para o meio bucal como um resultado da doena periodontal.-Crie recorrente: ocorre ao redor da margem ou na base de uma restaurao preexistente.

Classificao pela velocidade-Crie rampante ou aguda: o tipo de crie de progresso rpida que envolve muitos ou todos os dentes erupcionados, geralmente nas superfcies normalmente imunes crie.-Crie de evoluo lenta ou crnica: um tipo de crie que progride lentamente e envolve a polpa mais tarde do que a crie aguda.-Crie interrompida: um tipo de crie do esmalte, da dentina ou da raiz que se torna esttica e no apresenta tendncia a uma evoluo posterior.

Crie de esmalteOs cristais de HA no esmalte tm a disposio hexagonal e apresentam-se ocos (so ocos e conferem grande dureza e flexibilidade). Ao ingerir acares, h a formao de cido ltico pelos lactobacilos e desmineralizao da superfcie do esmalte, nos quais formam poros.Na crie de esmalte, o esmalte apresenta-se poroso, spero e no reflete luz formando a mancha branca. Para conferir a porosidade e aspereza preciso fazer a sondagem.A leso inicialmente formada (leso de mancha branca) na crie da superfcie lisa do esmalte tem forma de cone, com a base do cone na superfcie lisa do esmalte e o pice apontando em direo juno amelodentinria. A crie de esmalte reversvel. O tratamento consiste na aplicao de flor. Flor possui bastante minerais nos quais entopem os cristais de HA perdendo sua dureza e flexibilidade.Em cortes de superfcie, elas consistem em uma srie de zonas, cujas propriedades pticas refletem diferentes graus de desmineralizao (Zona translcida, zona escura, corpo da leso, zona de superfcie). A crie de esmalte apresenta-se no formato triangular com a base voltada para a zona de superfcie por conta da disposio dos cristais de HA.

Zona translcida a primeira alterao histolgica reconhecida na margem da leso em progresso. Os poros so maiores do que os pequenos poros no esmalte normal que se aproximam ao tamanho de uma molcula de gua. Ocorre uma queda de magnsio e carbonato.

Zona escuraEsta zona contm 2-4% de volume de poros. Alguns so grandes, mas outros so menores do que os da zona translcida, sugerindo que alguma remineralizao tenha ocorrido devido reprecipitao da perda mineral da zona translcida.

Corpo da lesoEssa zona tem o volume do poro entre 5% e 25%, e contm ainda cristais de apatita maiores do que os que so encontrados no esmalte normal. a zona menos mineralizada.

Zona de superfcieA superfcie do esmalte normal difere em composio das camadas mais profundas, sendo mais altamente mineralizada e tendo, por exemplo, um maior nvel de fluoreto e um menor nvel de magnsio, o que torna difcil a interpretao de possveis alteraes qumicas nessa zona. A zona de superfcie relativamente normal, apesar da perda mineral derivado da placa e do que foi dissolvido das reas mais profundas da leso no momento da difuso de ons para o meio externo.A zona de superfcie mais mineralizada pois tem contato com a saliva.Histopatognese da leso inicialO desenvolvimento da crie pode ser traado nos seguintes estgios:1. Desenvolvimento de uma zona translcida abaixo da superfcie, que no detectada clnica e radiograficamente.2. A superfcie abaixo da zona translcida aumenta e uma zona escura se desenvolve em seu centro.3. Enquanto a leso aumenta, mais mineral perdido e o centro da zona escura torna-se corpo da leso. A leso nesse momento identificada como uma mancha escura.4. O corpo da leso pode tornar-se manchado por pigmentos exgenos oriundos da alimentao. A leso nesse momento identificada clinicamente como uma mancha marrom.5. Quando atinge a juno amelodentinria, a crie se espalha lateralmente, comprometendo o esmalte adjacente (aspecto branco-azulado).6. Com a perda progressiva de mineral, um ponto crtico alcanado quando o esmalte no mais capaz de suportar as cargas sobre ele e a estrutura se deteriora com a formao da cavidade. (A evoluo da crie um processo lento e geralmente leva vrios anos antes que a cavitao ocorra)

Enquanto a crie avana, ela se espalha externamente no esmalte circunjacente e para baixo em direo dentina, e eventualmente coalesce na base da fissura. Isso ocasiona uma leso em forma de cone, mas a base direcionada para a juno amelodentinria e no est na superfcie do esmalte como na crie de superfcie lisa.

Resuminho:-Um processo fsico-qumico dinmico que envolve dissoluo e precipitao mineral;-A evoluo da crie um processo lento;-A distribuio por zonas na leso inicial (mancha branca) influi nos diferentes graus de desmineralizao;-Quatro zonas so usualmente observadas: zona translcida (1% de perda), zona escura (2-4% de perda), corpo (5-25% de perda), zona de superfcie (intacta);-A zona de superfcie uma rea de remineralizao ativa;-A morfologia da leso difere nas fossas e fissuras, comparada s superfcies proximais.

Crie de dentinaAULAA disposio da dentina secundria organizada. No interior dos tbulos da dentina possui prolongamento odontoblstico e lquido. Os odontoblastos produzem dentina atravs do lquido que vem da polpa. E o clcio emerge por difuso dos vasos sanguneos que fazem parte da polpa. No lquido tem clcio e fosfato que incorporam na matriz dentinria que os odontoblastos produzem. A dentina mais mineralizada a peritubular. Quando as bactrias chegam ao tecido da dentina, os odontoblastos se retraem seu processo e produzem matriz dentinria para esclerosar o tbulo e retarda a chegada das bactrias na cmara pulpar (isso ocorre se o poder da bactria no estiver to rigoroso). Alm disso, produzem dentina terciria que atubular. Nesse momento, o dente apresenta sensibilidade a estmulos frios e quentes. Os odontoblastos tambm sinalizam citocinas inflamatrias para atrair as clulas de defesa.Quando as bactrias chegam dentina, entopem os tbulos, alargando-os e demineralizando-os, pois se proliferam (lembram um rosrio). Tbulos vazios e entupidos so chamados de tratos mortos. Dentina peritubular a primeira a ser desmineralizada. O tratamento de crie de dentina consiste na remoo do tecido desmineralizado.Bactrias proteolticas: consume malha orgnica que composta por protenas.Bactrias acidognicas (mutans e lactobacilos): produzem cido ltico e esto presentes no interior dos tbulos onde possui estrutura mineral.Clinicamente a crie de dentina classificada em contaminada e infectada. A dentina infectada (presena de bactrias proteolticas) a mais superficial, no pode ser recuperada e deve ser removida. A dentina contaminada onde h a invaso bacteriana no interior dos tbulos e o onde tem presena de dor. H a presena de bactrias acidognicas na dentina contaminada, o tratamento atravs da remoo.LIVROA dentina difere do esmalte por ser um tecido vivo e, como tal, responder ao ataque da crie. Na crie de dentina, preciso considerar a reao de defesa do complexo pulpodentinrio e a destruio cariosa do tecido que envolve a desmineralizao cida seguida pela quebra proteoltica da matriz. A reao de defesa pode ter incio antes que o processo carioso alcance a dentina, supostamente devido irritao dos odontoblastos transmitida atravs do esmalte enfraquecido, e representada pela formao de dentina reacional (terciria) e esclerose dentinria. Entretanto, nas leses progressivas, a reao de defesa progressivamente alcanada pelo processo carioso na medida em que este avana em direo polpa. A crie de dentina se desenvolve a partir da crie de esmalte. A leso inicial tem forma de cone, ou convexa, com a base voltada para a juno amelodentinria. Leses maiores podem mostrar uma expanso do pice do cone na medida em que a leso se aproxima da dentina que circuncida a polpa. Na crie de dentina, a desmineralizao pelo cido ocorre sempre antes de atividade bacteriana, sendo a invaso bacteriana seguida pela quebra da matriz de colgeno.Presena de quatro zonas:

Zona de escleroseA zona esclertica ou translcida est localizada abaixo ou nas pores laterais da leso cariosa. Ela est quase invariavelmente presente, sendo mais ampla abaixo da leso do que nas pores laterais, e considerada como uma reao vital dos odontoblastos. Ela est quase invariavelmente presente, sendo mais ampla abaixo da leso do que nas pores laterais, e considerada como uma reao vital dos odontoblastos irritao. A dentina esclerosada possui um contedo mineral mais alto.Os tratos mortos podem ser observados atravs da zona de esclerose. Eles so o resultado da morte dos odontoblastos num estgio inicial do processo carioso. Os tbulos dentinrios vazios contm ar e restos de odontoblastos mortos, e esses tbulos, obviamente, podem no ser submetidos esclerose. Entretanto, eles favorecem o acesso imediato de bactrias e seus produtos polpa. Uma outra dentina reacional, bastante irregular, pode-se formar-se aps a diferenciao dos odontoblastos em clulas semelhantes aos odontoblastos a partir da polpa.

Zona de desmineralizaoNa zona de desmineralizao, a matriz intertubular afetada principalmente por uma onda de cido produzido pelas bactrias na zona de invaso bacteriana, que se difunde antes da atividade bacteriana. Pode estar manchada de amarelo-acastanhado como resultado da difuso de outros produtos bacterianos interagindo com as protenas da dentina.

Zona de invaso bacterianaNessa zona, as bactrias se aprofundam e se multiplicam dentro dos tbulos dentinrios, alguns dos quais podem ficar obstrudos por bactrias. A invaso bacteriana provavelmente ocorre em duas ondas: a primeira onda consiste em organismos acidognicos, principalmente lactobacilos, que produzem cido que se difundem atravs da zona desmineralizada. A segunda onda consiste em uma mistura de organismos acidognicos e proteolticos que atacam a matriz desmineralizada. A dentina peritubular, resultando em reas elpticas de focos de liquefao proteoltica.

Zona de destruioNa zona de destruio, os focos de liquefao aumentam em tamanho e em nmero. Rachaduras ou fendas contendo bactrias e tecidos necrticos tambm aparecem nos ngulos retos do curso dos tbulos dentinrios, formando fendas transversas. Nas cries agudas de evoluo rpida, a dentina necrtica amolecida e branco-amarelada; nas cries crnicas, ela possui uma colorao negro-acastanhada e tem uma consistncia de couro.

Dentina reacional (ou terciria)Uma camada de dentina reacional geralmente se forma na superfcie da cmara pulpar na crie profunda da dentina, e essa dentina se localiza nos odontoblastos irritados.A dentina reacional uma resposta inespecfica irritao dos odontoblastos, ocorrendo tambm em reao ao desgaste dentrio, cavidade e o preparo coronrio.

Crie radicularO primeiro tecido afetado na crie radicular o cemento. O desenvolvimento de crie de cemento precedido pela exposio da raiz ao meio bucal, como resultado de uma doena periodontal seguida pela colonizao bacteriana. As espcies Actinomyces esto presentes em grande quantidade.Microrradiografias de leses em desenvolvimento mostram a desmineralizao da subsuperfcie da raiz que pode estender-se at a dentina. A camada superficial hipermineralizada e anloga da leso inicial do esmalte.Apesar da hipermineralizao inicial da superfcie, com o tempo ocorre um amolecimento progressivo nas leses ativas. A crie radicular clinicamente diagnosticada por uma descolorao amolecida e acastanhada dos tecidos. A desmineralizao rapidamente seguida pela invaso bacteriana ao longo das fibras de colgeno expostas e por fraturas e perda de camadas sucessivas do cemento.Essa extenso resulta em leses que se espalham lateralmente em volta da raiz, de forma que, eventualmente, o processo carioso pode circular a raiz. Enquanto o cemento perdido a dentina perifrica PE exposta.

Crie interrompidaEsmalteA interrupo de uma leso de superfcie lisa proximal antes da formao de cavidade ocorre quando o dente adjacente perdido, de cavidade ocorre quando o dente adjacente perdido, de forma que a leso se torna acessvel ao controle da placa.

DentinaA interrupo da crie dentinria coronria pode ocorrer em leses caracterizadas pela esclerose dentinria precoce marcante que limita a velocidade de invaso da crie.Como resultado, ocorre uma extenso lateral da crie ao longo da zona de juno amelodentinria, que destri aos poucos a superfcie do esmalte.A interrupo das leses cariosas radiculares tem aspecto clnico e desenvolvimento semelhantes aps a perda do cemento amolecido superficialmente.

Aspectos imunolgicos da crie dentriaA crie no homem est associada ao desenvolvimento de anticorpos sorolgicos e salivares contra o S. mutans, mas, em quase todos os indivduos, essa imunidade natural ativa parece ter poucos efeitos. Isso pode dever-se ao fato de o S. mutans ser apenas fracamente acidognico.