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O Resumo Dação em pagamento (artigos: 356 ao 359) Breve noticia histórica Este instituto acolhido no nosso Código Civil, em seu artigo 356, vêm admitir que o credor possa receber coisa diversa da prestação que lhe é devida. Foi Justiniano quem permitiu ao devedor converter prestação em dinheiro em obrigação de dar a coisa certa, quando lhe fosse impossível pagar soma em dinheiro, a fim de impedir que o devedor, compelido a pagar uma dívida, viesse a perder seus haveres por um preço vil. Não se admite mais a dação em pagamento coativa ou necessária, permitida pelos romanos, onde o devedor, que não possuísse dinheiro para saldar seu débito, dava em pagamento bens para os quais não tivesse encontrado quem pagasse o preço justo. Atualmente, se o credor não anuir, dação não se terá. Na verdade, a dação é uma forma indireta de pagamento, pois visa extinguir a obrigação, mediante a entrega de coisa diferente da res debita, apesar de também ser considerada uma modalidade contratual. Artigo 356: comenta a respeito da dação em pagamento, em que o credor pode consentir em receber a prestação diversa da que lhe é devida. De acordo com o doutrinador Sílvio Rodrigues, o conceito de dação em pagamento é o efetivo repasse da prestação devida; e com relação ao mestre Sílvio de Salvo Venosa, afirma que o pagamento é o meio normal ou ordinário da extinção das obrigações. Ademais, segundo Caio Mário da Silva diz que a dação deve ser vista nas obrigações de dar, fazer, e de não fazer. Portanto, a dação tem por objeto qualquer tipo de prestação, por exemplo: paga-se na compra e venda quando entre eles já está a coisa

RESUMO DA DAÇÃO DE PAGAMENTO

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Page 1: RESUMO DA DAÇÃO DE PAGAMENTO

O Resumo

Dação em pagamento (artigos: 356 ao 359)

Breve noticia histórica  Este instituto acolhido no nosso Código Civil, em seu artigo 356, vêm admitir que o credor possa receber coisa diversa da prestação que lhe é devida. Foi Justiniano quem permitiu ao devedor converter prestação em dinheiro em obrigação de dar a coisa certa, quando lhe fosse impossível pagar soma em dinheiro, a fim de impedir que o devedor, compelido a pagar uma dívida, viesse a perder seus haveres por um preço vil.  Não se admite mais a dação em pagamento coativa ou necessária, permitida pelos romanos, onde o devedor, que não possuísse dinheiro para saldar seu débito, dava em pagamento bens para os quais não tivesse encontrado quem pagasse o preço justo.  Atualmente, se o credor não anuir, dação não se terá.  Na verdade, a dação é uma forma indireta de pagamento, pois visa extinguir a obrigação, mediante a entrega de coisa diferente da res debita, apesar de também ser considerada uma modalidade contratual.

→ Artigo 356: comenta a respeito da dação em pagamento, em que o credor pode consentir em receber a prestação diversa da que lhe é devida. De acordo com o doutrinador Sílvio Rodrigues, o conceito de dação em pagamento é o efetivo repasse da prestação devida; e com relação ao mestre Sílvio de Salvo Venosa, afirma que o pagamento é o meio normal ou ordinário da extinção das obrigações. Ademais, segundo Caio Mário da Silva diz que a dação deve ser vista nas obrigações de dar, fazer, e de não fazer. Portanto, a dação tem por objeto qualquer tipo de prestação, por exemplo: paga-se na compra e venda quando entre eles já está a coisa vendida; paga-se na obrigação de fazer quando termina-se a obra ou atividade encomendada; paga-se na obrigação de não fazer no momento que o devedor se abstém de praticar o fato ou ato a que se comprometeu negativamente.

→ Artigo 357:

→ Artigo 358:

→ Artigo 359: Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito à quitação dada , ressalvados os direitos de terceiros.___Evicção é a perda total ou Parcial da coisa adquirida em favor de terceiro, que tem direito anterior a dação em pagamento, caso venha a ocorrer o perdimento da coisa, a obrigação retornará ao seu statuo quo ante, sendo assim, a dação em pagamento se tornará nula e como se não tivesse havido quitação; A obrigação mantém-se como contraída originalmente. Ficam protegidos os direitos de terceiros de boa-fé. ___ É importante destacar os requisitos necessarios para que ocorra a evicção ...

- que existam vícios no direito do alienante;

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- que isso se dê em contrato oneroso;- que se verifique a perda da posse ou do domínio;- que esse vício ou defeito seja anterior ao contrato;- que essa perda da posse ou do domínio seja decretada judicialmente;- que o adquirente não tenha ciência de que se trata de coisa alheia ou litigiosa.

___ Segundo Silvio de Salvo Venosa no caso da evicção o credor pode ser posicionado como reu se acionado por um terceiro que pede a posse do bem alegando ser o verdadeiro titular, como as relações de posse são duplices eventualmente o autor também pode ser evicto se a posse for deferida para o réu, portanto, evicção é a perda pelo adquirente em razão de uma descisão judicial.

Requisitos para a configuração da dação em pagamento:

→ Inicialmente, a dação é um modo de extinção da relação obrigacional, em que o credor precisa ter vontade para tanto. Diante disso, para a configuração, tem-se como requisitos segundo a classificação de Maria Helena Diniz: a) existência de um débito vencido, pois o que foi entregue não constitui uma dívida,este tem o feitio de uma doação. Exige-se ainda, que a dívida tenha vencido, porque se numa relação negocial houver uma modificação de sujeitos ativo e passivo, o crédito, substitui o objeto da prestação, portanto, não haverá dação em pagamento; b) “animus solvendi”, em que o devedor efetuará a entrega da coisa,executando o pagamento ao credor; c) diversidade de objeto oferecido em relação ao devido, ou seja, haverá a entrega de coisa diferente da avençada como objeto da prestação independente de que o valor da coisa recebida pelo credor seja proporcional a soma do débito pelo credor,porém não haverá dação em pagamento se as mudanças ocorridas na prestação forem referentes a: pessoa do interessado,ao tempo e lugar; d) Concordância (verbal ou escrita, tácita ou expressa) do credor na substituição, pois não será obrigado a receber objeto diverso do avençado e este precisa querer o recebimento do objeto prestado,para configurar o pagamento.

Efeito:

→ Sobre o tema em questão, tem-se como finalidade a produção da extinção (término) da dívida, pouco importando o preço atribuído(valor) do objeto oferecido em substituição ao convencionado.

Nulidade:

→ Segundo Washington de Barros Monteiro a jurisprudência tem considerado nula a dação em pagamento se: 1º) feita por erro e compreensiva de todos os haveres do devedor; 2º) efetuada por ascendente a descendente, sem assentimento dos demais descendentes; 3º) realizada no período suspeito da falência, ainda que em favor de credor privilegiado; 4º) levada a efeito com fraude de credores.