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WWW.CESARFELIPE.COM.BR CURSO COMPLETO DE DIREITO E VÍDEO AULAS ÍNDICE DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................................................. 4 CONSTITUIÇÕES .................................................................................................................................. 4 Classificação das Constituições ........................................................................................................... 4 Espécies de poder constituinte ........................................................................................................... 5 A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO.......................................................................................... 6 Elementos do Estado........................................................................................................................... 6 Entidades federativas .......................................................................................................................... 6 Os alicerces da Federação ................................................................................................................... 7 SEPARAÇÃO DE PODERES .................................................................................................................... 7 PODER LEGISLATIVO............................................................................................................................ 7 PODER EXECUTIVO .............................................................................................................................. 7 PODER JUDICIÁRIO .............................................................................................................................. 8 PROCESSO LEGISLATIVO ...................................................................................................................... 8 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ......................................................................................................... 13 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .......................................................................................... 14 Requisitos para o mandado de injunção: .......................................................................................... 16 Dispensa de advogado ...................................................................................................................... 17 OS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS............................................................................................ 18 ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES.......................................................................................... 21 ESPÉCIES DE CONTROLE .................................................................................................................... 22 VIAS DE CONTROLE ........................................................................................................................... 22 INSTRUMENTOS DE CONTROLE CONCENTRADO............................................................................... 23 ESTADO DE EXCEÇÃO ........................................................................................................................ 28 ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO ............................................................................................ 29 DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 33 CONCEITO: ........................................................................................................................................ 34 FONTES.............................................................................................................................................. 34 PRINCÍPIOS ........................................................................................................................................ 35 ATO ADMINISTRATIVO ...................................................................................................................... 37 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO ............................................................................................. 38 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................. 38 MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO .................................................................................................. 39 REVOGAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO........................................................................................... 39 ANULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO ............................................................................................. 39 CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................ 39 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SUA COMPOSIÇÃO .............................................................................. 39 ÓRGÃOS PÚBLICOS............................................................................................................................ 40 ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA ............................................................................................... 41 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA .............................................................................................................. 41 SÃO ENTIDADES PARAESTATAIS: ....................................................................................................... 42 LICITAÇÃO ......................................................................................................................................... 43 OBJETO.............................................................................................................................................. 43 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO................................................................................................................. 43 WWW.CESARFELIPE.COM.BR Empregos, cursos e concursos públicos

Resumo de Direito Administrativo e Constitucional_CesarFelipe

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    NDICE

    DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................................................. 4 CONSTITUIES .................................................................................................................................. 4 Classificao das Constituies ........................................................................................................... 4 Espcies de poder constituinte ........................................................................................................... 5 A ORGANIZAO DO ESTADO BRASILEIRO .......................................................................................... 6 Elementos do Estado ........................................................................................................................... 6 Entidades federativas .......................................................................................................................... 6 Os alicerces da Federao ................................................................................................................... 7 SEPARAO DE PODERES .................................................................................................................... 7 PODER LEGISLATIVO ............................................................................................................................ 7 PODER EXECUTIVO .............................................................................................................................. 7 PODER JUDICIRIO .............................................................................................................................. 8 PROCESSO LEGISLATIVO ...................................................................................................................... 8 PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS ......................................................................................................... 13 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .......................................................................................... 14 Requisitos para o mandado de injuno: .......................................................................................... 16 Dispensa de advogado ...................................................................................................................... 17 OS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS............................................................................................ 18 ESPCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES .......................................................................................... 21 ESPCIES DE CONTROLE .................................................................................................................... 22 VIAS DE CONTROLE ........................................................................................................................... 22 INSTRUMENTOS DE CONTROLE CONCENTRADO ............................................................................... 23 ESTADO DE EXCEO ........................................................................................................................ 28 ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE STIO ............................................................................................ 29 DDIIRREEIITTOO AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVOO ................................................................................................................ 33 CONCEITO: ........................................................................................................................................ 34 FONTES.............................................................................................................................................. 34 PRINCPIOS ........................................................................................................................................ 35 ATO ADMINISTRATIVO ...................................................................................................................... 37 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO ............................................................................................. 38 CLASSIFICAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................. 38 MRITO DO ATO ADMINISTRATIVO .................................................................................................. 39 REVOGAO DO ATO ADMINISTRATIVO ........................................................................................... 39 ANULAO DO ATO ADMINISTRATIVO ............................................................................................. 39 CONVALIDAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................ 39 ADMINISTRAO PBLICA E SUA COMPOSIO .............................................................................. 39 RGOS PBLICOS............................................................................................................................ 40 ADMINISTRAO DIRETA E INDIRETA ............................................................................................... 41 ADMINISTRAO INDIRETA .............................................................................................................. 41 SO ENTIDADES PARAESTATAIS: ....................................................................................................... 42 LICITAO ......................................................................................................................................... 43 OBJETO .............................................................................................................................................. 43 PRINCPIOS DA LICITAO ................................................................................................................. 43

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    LICITAO DISPENSVEL ................................................................................................................... 45 INEXIGIBILIDADE DE LICITAO ........................................................................................................ 45 PROCEDIMENTO DA LICITAO ........................................................................................................ 46 MODALIDADES DE LICITAO ........................................................................................................... 47 TIPOS DE LICITAO .......................................................................................................................... 48 REVOGAO DA LICITAO .............................................................................................................. 48 ANULAO DA LICITAO................................................................................................................. 48 SANES PENAIS ............................................................................................................................... 48 CONTRATO ADMINISTRATIVO ........................................................................................................... 48 PENALIDADES CONTRATUAIS ............................................................................................................ 49 CONTEDO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO ................................................................................. 49 DIREITO DAS PARTES REFERENTE AO CONTRATO FIRMADO ............................................................. 49 EXTINO DO CONTRATO ................................................................................................................. 50 INEXECUO DO CONTRATO ............................................................................................................ 51 REVISO OU SUSPENSO DO CONTRATO ......................................................................................... 51 AGENTES PBLICOS........................................................................................................................... 51 DIREITO E DEVERES DOS SERVIDORES PBLICOS .............................................................................. 52 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO .............................................................................................. 52 REPARAO DO DANO ...................................................................................................................... 53 AO REGRESSIVA ............................................................................................................................ 53 CARGO PBLICO ................................................................................................................................ 53 INVESTIDURA, PROVIMENTO, NOMEAO... Quem quem? ....................................................... 54 ESTABILIDADE ................................................................................................................................... 54 PERDA DO CARGO PBLICO .............................................................................................................. 55 ACUMULAO DE CARGOS ............................................................................................................... 55 APOSENTADORIA .............................................................................................................................. 56 BENS PBLICOS ................................................................................................................................. 56 FORMAS AUTORIZAO DE UTILIZAO DO BEM PBLICO ............................................................. 56 CARACTERISTICAS DOS BENS PBLICOS ............................................................................................ 57 SERVIOS PBLICOS .......................................................................................................................... 57 PODER DE POLCIA ............................................................................................................................ 58 DESAPROPRIAO............................................................................................................................. 59 FORMAS DE DESAPROPRIAO ........................................................................................................ 60 OUTRAS CARACTERSTICAS DA DESAPROPRIAO ........................................................................... 60 SERVIDO ADMINISTRATIVA ............................................................................................................. 60 OCUPAO TEMPORRIA ................................................................................................................. 60 REQUISIO ...................................................................................................................................... 60 TOMBAMENTO ................................................................................................................................. 60 PERMISSO DE SERVIO PBLICO .................................................................................................... 61 CONCESSO DE SERVIO PBLICO .................................................................................................... 61

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    DDIIRREEIITTOO

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    DICAS PARA O ESTUDO

    1. Estude apenas uma matria por vez 2. Mantenha seu material de estudo sempre organizado 3. Quando estiver lendo preste ateno sobre o que voc est lendo 4. Leia este material, no mnimo, quatro vezes, sendo:

    a. 1 vez: Leia descontraidamente, sem compromisso, apenas para se familiarizar

    b. 2 vez: Leia com mais ateno, j tentando gravar as partes que paream ser mais fceis

    c. 3 vez: Leia com ateno total. Se no entender o que leu, repita a leitura do trecho. Caso tenha dvida em algum termo pare e procure resposta imediatamente.

    d. 4 vez: Leia e reflita, procure interligar todos os tpicos e encontre a relao entre eles para entender a lgica da matria

    5. Quando este material estiver completamente compreendido voc poder buscar outras fontes de estudo mais aprofundadas.

    IMPORTANTE: A finalidade deste material dar base s pessoas sem conhecimento, ou com pouco, sobre a matria. Ele foi elaborado na inteno de cobrir muito do que cai em concursos pblicos e, aposte, servir muito para voc.

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    DIREITO CONSTITUCIONAL

    O instrumento formal de organizao do Estado modernamente denominado de Constituio, sendo o ramo do direito pblico responsvel pelo seu estudo, chamado de direito constitucional. O direito constitucional destacado por ser fundamental organizao e funcionamento do Estado e tem por objeto de estudo a constituio poltica desse ser que se convencionou chamar de Estado. Direito Constitucional , pois, (...) o ramo do direito pblico que estuda os princpios e normas estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais (cf. Paulino Jacques), estando tais normas em geral expressas no texto de uma ou de vrias leis fundamentais, que recebem a denominao de Constituio.

    CONSTITUIES

    Classificao das Constituies

    Pode-se tambm afirmar que a Constituio o conjunto de normas e princpios que organizam os elementos constitutivos do Estado (territrio, povo e governo). Assim, por conter normas que do estrutura ao Estado, normas que estabelecem a forma de elaborao de outras normas e que fixam os direitos e as responsabilidades fundamentais dos indivduos, que a Constituio passa a ser reconhecida como Lei Fundamental, por ser a base de todo o direito positivo da comunidade que a adote, em especial, naqueles pases que possuem um sistema jurdico baseado na lei escrita, sobrepondo-se aos demais atos normativos por estar situada no vrtice da pirmide jurdica, que representa idealmente o conjunto de normas jurdicas vigentes em determinado mbito espacial.

    1. Quanto ao contedo: a) Constituio material - Consiste no conjunto de regras materialmente

    constitucionais, estejam ou no codificadas em um nico documento. b) Constituio formal - aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de

    um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originrio. 2. Quanto forma:

    a) Constituio escrita - aquela codificada e sistematizada em um texto nico. Portanto, o mais alto estatuto jurdico de determinada comunidade.

    b) Constituio no escrita - o conjunto de regras no aglutinadas em um texto solene, mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudncias e convenes (ex.: Constituio inglesa).

    3. Quanto ao modo de elaborao:

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    a) Constituio dogmtica - Apresenta-se como produto escrito e sistematizado por um rgo constituinte, a partir de princpios e idias fundamentais da teoria poltica e do direito dominante.

    b) Constituio histrica ou costumeira fruto da lenta e contnua sntese da histria e tradies de determinado povo.

    4. Quanto origem: a) Constituio promulgada (popular ou democrtica) - Deriva do trabalho

    de uma Assemblia Nacional Constituinte composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaborao (ex.: CF de 1891, 1934, 1946 e 1988).

    b) Constituio outorgada - estabelecida sem a participao popular, por meio de imposio do poder da poca (ex.: CF de 1824, 1937, 1967 e 1969).

    5. Quanto estabilidade: a) Constituio imutvel - aquela em que se veda qualquer alterao,

    tornando-se relquia histrica. b) Constituio rgida - a Constituio escrita que pode ser alterada por um

    processo legislativo mais solene e dificultoso; alguns autores apontam nossa Constituio como super-rgida.

    c) Constituio flexvel - Pode ser livremente modificada segundo o mesmo processo estabelecido para as leis ordinrias.

    d) Constituio semi-rgida - um meio-termo entre as duas anteriores, em que algumas regras podem ser alteradas por um processo legislativo ordinrio.

    6. Quanto extenso e finalidade: a) Constituio analtica - Examina e regulamenta todos os assuntos que

    entenda relevantes formao, destinao e funcionamento do Estado. b) Constituio sinttica Prev somente os princpios e as normas gerais de

    regncia do Estado.

    Nossa atual Constituio classificada da seguinte maneira: formal, escrita, dogmtica, promulgada, rgida e analtica.

    Espcies de poder constituinte a) Poder constituinte originrio Estabelece a Constituio de um novo Estado. Atua tanto no

    surgimento de uma primeira Constituio quanto na elaborao de qualquer Constituio posterior.

    b)Poder constituinte derivado proveniente da prpria Constituio, pois decorre de uma regra jurdica de autenticidade constitucional. Distingue-se, principalmente, por conhecer limitaes constitucionais expressas e implcitas e passvel de controle de

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    constitucionalidade.

    Poder constituinte derivado reformador responsvel pela alterao do texto constitucional, respeitada regulamentao especial prevista na prpria Constituio e exercida por rgos de carter representativo (no Brasil, pelo Congresso Nacional).

    Poder constituinte derivado decorrente - Consiste na possibilidade que os Estados membros tm, em virtude de sua autonomia poltico-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas Constituies estaduais, sempre respeitando a Constituio Federal.

    A ORGANIZAO DO ESTADO BRASILEIRO

    Elementos do Estado 1. Territrio - Espao fsico delimitado por fronteiras naturais ou no. 2. Povo - Nmero determinado ou no de indivduos que habitam o territrio

    unidos por uma mesma lngua, objetivos e cultura. 3. Soberania - Poder de um pas de dizer e aplicar o Direito dentro de seu territrio

    com efeito erga

    Entidades federativas 1. Unio - Entidade federativa autnoma, cabe-lhe exercer as atribuies da

    soberania do Estado brasileiro. No se confunde com Estado federal, pois este pessoa jurdica de direito internacional. A Unio age em nome de toda a Federao quando representa o pas no plano internacional ou quando intervm em um Estado membro, no plano interno.

    2. Estados membros - Auto-organizam-se por meio do exerccio de seu poder constituinte derivado decorrente e, posteriormente, por meio de sua prpria legislao. O artigo 25 da Constituio Federal, em consonncia com o artigo I I , caput, do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, permite aos Estados membros a auto-organizao, por meio de Constituies estaduais, desde que observados os princpios Estabelecidos por nossa Lei Maior.

    3. Municpios - Consagrados como entidades federativas indispensveis ao nosso sistema federativo, integram-se na organizao poltico-administrativa cercados de plena autonomia. A criao, incorporao, fuso e desdobramento do Municpio depende de lei estadual, dentro do perodo determinado por lei complementar federal, assim como de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes interessadas, aps a divulgao dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados

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    e publicados na forma da lei. 4. Distrito Federal - A Constituio garante ao Distrito Federal a natureza de ente

    federativo autnomo, vedando-lhe a possibilidade de subdividir-se em Municpios. Dessa forma, no Estado membro nem tampouco Municpio, tendo, em regra, todas as competncias legislativas e tributrias reservadas aos Estados e Municpios.

    Os alicerces da Federao A forma federativa do Estado possui dois alicerces imutveis a sua estabilidade e

    funcionamento. So eles:

    a) Autonomia dos entes polticos Um ente poltico autnomo quando possui as seguintes caractersticas:

    arrecadao - tributos prprios; administrao pblica - servidores concursados (estveis); representante do Poder Executivo eleito diretamente.

    b) Repartio de competncias Cada ente poltico recebe da Constituio competncias especficas para suas atividades administrativas, legislativas e tributrias, designadas desta maneira:

    competncia privativa da Unio delegvel aos Estados membros (art. 22); competncia comum entre os entes polticos (art. 23); competncia concorrente - Unio, Estados e Distrito Federal (art. 24).

    SEPARAO DE PODERES

    PODER LEGISLATIVO

    a) O Poder Legislativo Federal, bicameral, exercido pelo Congresso Nacional, que se compe da Cmara dos Deputados e do Senado Federal. fundamental que se diferenciem os Legislativos Estadual, Distrital e Municipal, nos quais se consagra o sistema unicameral.

    b) O bicameralismo do Legislativo Federal est intimamente ligado escolha pelo legislador constituinte da forma federativa de Estado. No Senado Federal, encontram-se representantes de todos os Estados membros e do Distrito Federal, consagrando o equilbrio entre as partes da Federao.

    PODER EXECUTIVO

    a) O Poder Executivo constitui rgo cuja funo tpica o exerccio da chefia de Estado, da chefia de governo e da administrao geral do Estado. Entre suas funes atpicas esto o ato de legislar e o de julgar seu contencioso

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    administrativo. b) Da mesma forma que os congressistas, o chefe do Executivo eleito pelo povo e

    possui vrias prerrogativas e imunidades, as quais so garantias para o independente e imparcial exerccio de suas funes.

    Dica - Procurou-se, aqui, evitar ao mximo a transcrio de texto constitucional, pois a matria objetiva deve ficar no texto legal. Assim, quanto s atribuies do presidente da Repblica, sugere-se a leitura do artigo 84 da Constituio Federal.

    PODER JUDICIRIO

    Completando a tripartio dos poderes, em sua diviso clssica, est o Poder Judicirio. Sua presena garante o verdadeiro Estado democrtico de direito. Exatamente por esse motivo, justifica-se a aplicao de certas garantias a seus membros julgadores, tais como vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos. Dessa maneira, pode-se contar com um rgo independente e autnomo para guardar as leis e garantir a ordem governamental.

    a) Sistema de freios e contrapesos (controle externo) I. Cada um dos trs poderes exerce parcialmente um controle sobre as

    atividades do outro. Esse procedimento tem como objetivo estabelecer limites no exerccio das funes tpicas e atpicas e nas distribudas pela Constituio.

    II. A Emenda Constitucional 45 estabeleceu o nico procedimento que ainda faltava ao Estado brasileiro: o controle externo do Poder Judicirio. Tal funo ser exercida por meio do Conselho Nacional de Justia. Sua composio multifacetada est prevista no artigo 103-B do Texto Maior. Estrutura e finalidade semelhantes apresenta o Conselho Nacional do Ministrio Pblico, responsvel pelo controle externo desse rgo, conforme disposto no artigo 130-A da Constituio.

    PROCESSO LEGISLATIVO

    a) Processo legislativo pode ser entendido juridicamente como um conjunto de disposies coordenadas que disciplinam procedimento a ser observado pelos rgos competentes na produo e elaborao das leis e atos normativos.

    b) No observadas as etapas do processo legislativo, seu produto ser um objeto inconstitucional, sujeito, portanto, ao controle repressivo de constitucionalidade, tanto em sua forma difusa quanto concentrada. Esses controles sero estudados detalhadamente mais adiante.

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    c) importante saber que o Supremo Tribunal Federal considera, em seus acrdos, as regras bsicas de processo legislativo previstas na Constituio Federal como modelos obrigatrios s Constituies estaduais, declarando que o modelo estruturador do processo legislativo, tal como delineado em seus aspectos fundamentais pela Carta da Repblica, impe-se, como padro normativo, de compulsrio atendimento, observncia incondicional dos Estados membros. A essa projeo chama-se princpio do paralelismo ou da simetria constitucional.

    1. Fase introdutria

    A fim de simplificar, toma-se aqui a lei ordinria como exemplo e regra geral. Mais adiante sero estudados os instrumentos normativos, detalhadamente. Iniciativa de lei a faculdade que se atribui a algum ou a algum rgo para apresentar projetos de lei ao Poder Legislativo. Esse algum pode ser:

    a) parlamentar: membros e comisses do Congresso Nacional e suas duas Casas; b) extraparlamentar: chefe do Poder Executivo, procurador-geral da Repblica,

    STF, Tribunais Superiores, Ministrio Pblico e cidados. Tais projetos de lei tero incio na Cmara dos Deputados, ficando o Senado como Casa Revisora.

    2. Fase constitutiva

    Apresentado o projeto de lei ao Congresso Nacional, haver ampla discusso e votao nas duas Casas. Esse trabalho chamado de deliberao parlamentar, e, caso o projeto de lei seja aprovado nas duas Casas Legislativas, o chefe do Poder Executivo dever participar do exerccio vetando ou sancionando o projeto (deliberao executiva).

    3. Fase complementar a) Compreende a promulgao e a publicao da lei; a primeira confere

    executoriedade norma, enquanto a segunda lhe d notoriedade. b) Promulgar declarar a existncia de uma lei e a inovao da ordem jurdica.

    Assim, a promulgao demonstra um ato perfeito e acabado. A regra geral que o prprio presidente da Repblica promulgue a lei, mesmo nos casos em que seu veto tenha sido derrubado pelo Congresso Nacional.

    c) publicao significa uma comunicao dirigida queles que devam cumprir a norma, cientes de sua existncia e contedo, uma vez que ela est publicada e conta com a eficcia que o ato lhe d.

    4. Emenda constitucional a) Consagrando a idia da supremacia da ordem constitucional, o legislador

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    constituinte elegeu a emenda constitucional como um instrumento capaz de alterar a Constituio Federal. Assim, ao escolher um processo legislativo especial mais complexo do que o ordinrio, acabou por classificar nossa Constituio como uma Constituio rgida.

    b) Uma proposta de emenda constitucional tem a seguinte iniciativa concorrente: presidente da Repblica; um tero, no mnimo e separadamente, dos membros da Cmara dos Deputados e do Senado Federal; mais da metade das Assemblias Legislativas das unidades da Federao, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

    c) A deliberao da proposta de emenda constitucional consiste na discusso e votao em cada Casa do Congresso, em dois turnos, considerando--se aprovada se obtiver em ambas trs quintos dos votos dos respectivos membros.

    d) No existe deliberao executiva em relao s emendas, ou seja, o presidente da Repblica no veta ou sanciona proposta de emenda.

    e) Finalmente, a emenda deve ser promulgada pelas Mesas das duas Casas em conjunto. Ainda que a Constituio seja omissa quanto publicao, entende-se que esta competncia do Congresso Nacional.

    f) Em relao ao alcance, as emendas constitucionais no podem alterar as chamadas clusulas ptreas, presentes no artigo 60, 4., incisos I a IV, da Constituio Federal.

    5. Lei complementar e lei ordinria a) A razo da existncia da lei complementar se d pelo fato de o legislador

    constituinte entender que determinadas matrias, ainda que importantes, no devem ser tratadas no texto da prpria Constituio.

    b) Pode-se dizer que existem duas diferenas bsicas entre a lei complementar e a lei ordinria. A primeira delas uma diferena material, j que s pode ser objeto de lei complementar a matria expressamente prevista na Constituio Federal, enquanto as demais matrias devem ser objeto de leis ordinrias.

    c) A segunda diferena, tambm chamada de formal, refere-se ao processo legislativo na fase de votao. Enquanto o quorum para aprovar a lei complementar o absoluto, o quorum que aprova a lei ordinria o simples ou relativo.

    d) O rito de elaborao da lei complementar segue o modelo do processo legislativo, visto na introduo deste tema.

    6. Lei delegada

    a) Elaborada pelo presidente da Repblica em funo de autorizao expressa do

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    Poder Legislativo e nos limites impostos por este, constitui delegao externa da funo de legislar, possibilitando ao Executivo regulamentar assuntos mais prximos de si com maior grau de eficincia.

    b) Uma vez encaminhada a solicitao do presidente ao Congresso Nacional, ser submetida a votao pelas duas Casas, em sesso conjunta ou separadamente, e, se aprovada por maioria simples, ter forma de resoluo.

    c) A resoluo, por sua vez, dever especificar os limites do ato do presidente e se existe necessidade ou no de remessa do texto ao Congresso para anlise final antes da promulgao. Na hiptese de o presidente extrapolar os limites impostos pelo Legislativo, o Congresso Nacional poder se valer de um decreto legislativo para sustar os efeitos da lei delegada, o que no afasta a existncia de eventual ADIn como instrumento de controle da constitucionalidade.

    7. Medida provisria a) Alterado pela Emenda Constitucional 32/2001, o artigo 62 da Constituio

    Federal bem claro em definir como requisitos da medida provisria: relevncia e urgncia. Assim, presentes tais requisitos, o presidente da Repblica poder editar medidas provisrias com fora de lei, devendo estas ser submetidas ao Congresso Nacional imediatamente.

    b) O Congresso Nacional, por sua vez, tem 60 dias, prorrogveis por igual perodo, para analisar o texto da medida provisria, sendo possveis trs ocorrncias: aprovao com ou sem alterao do texto, rejeio expressa ou rejeio tcita.

    c) No caso de aprovao, a medida provisria se converter em lei ordinria, sendo promulgada pelo presidente do Senado Federal, que a remeter ao presidente da Repblica para publicao.

    d) Se for rejeitada expressamente, ser arquivada e caber ao presidente do Congresso Nacional baixar ato declarando-a ineficaz.

    e) Se a anlise no terminar no prazo de 120 dias, ficar caracterizada a rejeio tcita, o que tambm acarreta a perda de eficcia da medida.

    f) Um dos principais pontos alterados pela Emenda 32 em relao ao alcance das matrias a serem regulamentadas por meio de medidas provisrias. Assim, alm de as medidas provisrias no poderem regulamentar assuntos reservados s leis complementares, o atual artigo 62 traz diversas limitaes novas; por isso, sugere-se um estudo detalhado do prprio texto da Constituio atualizada.

    8. Decreto legislativo

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    a) Constitui espcie normativa cujo objetivo veicular as matrias de competncia exclusiva do Congresso Nacional, basicamente previstas no artigo 49 da Constituio Federal. O processo legislativo dessa espcie no se encontra na Constituio Federal, pois cabe ao prprio Congresso Nacional disciplin-lo.

    b) Os decretos legislativos so instrudos, discutidos e votados em ambas as Casas Legislativas e, se aprovados, so promulgados pelo presidente do Senado Federal, na qualidade de presidente do Congresso Nacional, que tambm determina sua publicao. Ressalte-se, ainda, que o presidente da Repblica nem sempre participa desse processo.

    c) Como melhor exemplo do uso dos decretos legislativos est a incorporao de tratados internacionais no Direito interno.

    d) Isso se d em trs fases distintas:

    1 fase - Compete privativamente ao presidente da Repblica celebrar tratados internacionais.

    fase - O Congresso Nacional tem competncia exclusiva para resolver definitivamente sobre tratados internacionais. A deliberao do Parlamento ser realizada por meio da aprovao de um decreto legislativo, devidamente promulgado pelo presidente do Senado Federal e publicado.

    3 fase - Edita-se um decreto do presidente da Repblica ratificando o tratado internacional devidamente homologado pelo Congresso Nacional.

    Nota - A Emenda 45 estipula que deve ser dado aos tratados e convenes internacionais voltados aos direitos humanos - aprovados pelo Congresso Nacional em dois turnos em cada Casa e quorum de 3/5 em cada votao o status de texto constitucional. A isso denomina-se Internacionalizao do Direito Constitucional e dos Direitos Humanos.

    9. Resoluo a) ato normativo do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Cmara dos

    Deputados, destinado a regulamentar suas matrias internas ou de competncia privativa. Existem, porm, excees em que uma resoluo pode ter efeito externo quando dispe sobre delegao de legislar.

    b) Exemplos de resolues so as polticas (Senado referendando uma nomeao), as deliberativas (ao fixar alquotas), as de coparticipao na funo judicial (suspenso de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal) e, finalmente, ato-condio da funo legislativa (autorizao da elaborao de lei

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    delegada). c) O processo legislativo das resolues tambm no se encontra no texto

    constitucional. Uma vez que elas podem se originar em trs fontes, apresenta-se a premissa bsica vlida de forma geral: a resoluo isolada de cada Casa Legislativa somente por ela ser instruda, discutida e votada, cabendo a seu presidente promulg-la e determinar a publicao. No caso de resoluo do Congresso, a aprovao ser bicameral, cabendo a seu presidente a promulgao.

    PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS

    Supremacia do texto constitucional - A Constituio o ordenamento jurdico soberano de um Estado, e nenhuma norma infraconstitucional ou internacional pode feri-lo. Exceo foi a adeso do Brasil s decises do Tribunal Penal Internacional (TPI).

    Supremacia do interesse pblico sobre o privado - Estando em conflito o interesse coletivo ante o individual, o primeiro tem predominncia sobre o segundo.

    Legalidade - Ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, seno em virtude de lei; aqui existem excees que abrangem o Direito Administrativo e o Direito Tributrio, nos quais o princpio vincula todos os atos previso legal.

    Publicidade - Ningum pode arguir o desconhecimento da lei; novamente, o Direito Administrativo tem interpretao diversa deste princpio, em que todo ato depende de publicidade.

    Dignidade da pessoa humana - Direito de acesso s condies mnimas de uma vida digna (moradia, alimento e vestimenta) e ao livre exerccio de pensamento, expresso, inclusive educao, sade e trabalho.

    Impessoalidade - vedada ao Estado a concesso de privilgios ou a discriminao.

    Pessoalidade - Na medida do possvel, o Direito tutelado e a pena a ser aplicada devero surtir efeito sobre pessoa certa e identificada; h exceo no Direito Tributrio.

    Moralidade - A Administrao Pblica fica obrigada a demonstrar transparncia e probidade em seus atos, incluindo a publicao destes.

    Propriedade - O proprietrio de um bem tem o direito de usar, gozar, fruir e dispor dele de acordo com sua vontade; o bem deve ter fim social.

    Isonomia - Todos so iguais perante a lei. Note-se que sob a tica constitucional tal previso se destina prioritariamente aos direitos fundamentais.

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    Igualdade - Os iguais sero tratados de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades. A desigualdade deve ser motivada.

    Irretroatividade - A lei no retroagir, salvo em Direito Penal ou sano tributria.

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

    Os direitos e garantias fundamentais se constituem em um amplo rol em que esto inseridos os direitos de defesa do indivduo perante o Estado, os direitos polticos, os relativos nacionalidade e os direitos sociais, dentre outros.

    Os direitos fundamentais tm por finalidade proteger a dignidade humana em todas as dimenses.

    Suas principais caractersticas so:

    a) Historicidade - Os direitos fundamentais possuem carter histrico; nasceram com o cristianismo, perpassando pelos direitos humanos, e hoje se encontram ainda em plena discusso. um processo que no possui eplogo.

    b) Universalidade - Por esse critrio, os direitos fundamentais so dirigidos a todos os seres humanos.

    c) Limitabilidade - Os direitos fundamentais no so absolutos, podendo haver um choque de direitos, em que o exerccio de um implicar a invaso do mbito de proteo do outro (ex.: choque entre o direito de informao e o de privacidade).

    d) Concorrncia - Por esse critrio, os direitos fundamentais podem ser acumulados. Por exemplo, o jornalista que, depois de transmitir a informao, fez uma crtica exerceu os direitos de informao, opinio e comunicao.

    e) Irrenunciabilidade - Os direitos fundamentais so irrenunciveis, o que implica que os indivduos no podem deles dispor. Para assegurar o cumprimento dos tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja signatrio, o procurador-geral da Repblica poder, em qualquer fase processual ou instncia, suscitar incidente de deslocamento de competncia para a Justia Federal, caso entenda ser pertinente.

    1. A evoluo dos direitos fundamentais

    A doutrina reconhece trs nveis de direitos fundamentais, a saber:

    a) Direitos fundamentais de primeira gerao - So aqueles que surgem com a

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    idia de Estado de Direito. So os direitos de defesa do indivduo perante o Estado (ex.: direito vida, intimidade, inviolabilidade do domiclio).

    b) Direitos fundamentais de segunda gerao - So aqueles que tratam da satisfao das necessidades mnimas para que haja dignidade e sentido na vida humana. Exigem uma atividade prestacional do Estado (ex.: os direitos sociais, os econmicos e os culturais).

    c) Direitos fundamentais de terceira gerao - So aqueles relativos existncia do ser humano, ao destino da humanidade, solidariedade (ex.: direito paz, preservao do meio ambiente).

    d) Direitos fundamentais de quarta gerao - Seguindo as doutrinas mais atualizadas, somam-se aos demais direitos fundamentais temas relacionados ao biodireito, tais como: clulas-tronco, clonagem, organismos geneticamente modificados, eugenia, criogenia, reproduo assistida e identidade sexual.

    2. Habeas corpus

    O habeas corpus uma ao constitucional de cunho penal e de procedimento especial, isenta de custas, que visa a evitar ou cessar violncia ou ameaa na liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder. No se trata, portanto, de uma espcie de recurso, apesar de regulamento no captulo a ele destinado no Cdigo de Processo Penal.

    A liberdade de locomoo deve ocorrer no:

    direito de acesso e ingresso no territrio nacional; direito de sada do territrio nacional; direito de permanncia no territrio nacional; direito de deslocamento dentro do pas.

    3. Habeas data

    O habeas data uma ao constitucional, de carter civil, contedo e rito sumrio, que tem por objeto a proteo do direito lquido e certo do impetrante de conhecer todas as informaes e registros relativos a sua pessoa e constantes de reparties pblicas ou particulares acessveis ao pblico, para eventual retificao de seus dados pessoais.

    Por meio do habeas data, objetiva-se fazer com que todos tenham acesso s informaes que o Poder Pblico ou entidades de carter pblico (ex.: servio de proteo ao crdito) possuam a seu respeito.

    A jurisprudncia do STJ firmou-se no sentido da necessidade de negativa da via administrativa para justificar o ajuizamento do habeas data, de modo que inexistir

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    interesse de proceder a essa ao se no houver relutncia do detentor das informaes em fornec-las ao interessado.

    4. Mandado de injuno

    No se confundindo com sua origem anglo--sax, o mandado de injuno, previsto no artigo 5., inciso LXXI, da Constituio Federal, insere outra novidade do Direito Constitucional.

    Assim, nas ocasies em que o exerccio de um direito, de uma liberdade ou de uma prerrogativa inerente nacionalidade, cidadania ou soberania se tornar invivel ou prejudicado em razo da falta de uma norma regulamentadora, aquele que se sentir prejudicado pode fazer uso do mandado de injuno, a fim de suprir omisso do Poder Pblico.

    As situaes fticas e os dispositivos constitucionais que permitem a utilizao do mandado de injuno so similares aos da ao direta de inconstitucionalidade por omisso. Contudo, o mandado de injuno destina-se s normas constitucionais de eficcia limitada, o que significa que sempre haver necessidade de vcuos na estrutura legal que necessitem correo por meio de leis ou atos normativos.

    Requisitos para o mandado de injuno:

    falta de norma reguladora de um dispositivo constitucional (inrcia do Estado);

    impossibilidade de exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania.

    5. Ao popular

    Adotando a previso do artigo 5., inciso LXXIII, da Constituio Federal, entende-se que qualquer cidado legitimado para propor ao popular que vise anulao de ato lesivo ao patrimnio pblico, ou de entidade em que o Estado participe, contra a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimnio histrico e cultural.

    Sem dvida, a ao popular constitui, ao lado de outras prerrogativas como sufrgio e iniciativa de lei, mais um exerccio da soberania popular, por meio da qual se autoriza o povo a exercer diretamente a fiscalizao do Poder Pblico.

    Assim como o mandado de segurana, a ao popular pode ser utilizada de forma preventiva, antes de se verificar a leso, ou repressiva, na busca da indenizao pelo

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    dano causado.

    Requisitos para a propositura de ao popular:

    requisito subjetivo: somente o cidado tem legitimidade para propor a ao popular;

    requisito objetivo: o ato ou a falta dele deve ser comprovadamente lesivo ao patrimnio pblico.

    Dica Para quem deseja se aprofundar nas caractersticas e procedimentos dessa ao, consultar a Lei da Ao Popular 4.717/65.

    Dispensa de advogado

    No necessria a contratao de advogado para as aes de habeas corpus, habeas data, mandado de injuno e ao popular; essas aes no possuem custas e sucumbncia. Observao: no existe unanimidade nesse entendimento; alguns doutrinadores indicam a necessidade de capacidade postulatria para as trs ltimas garantias citadas.

    6. Mandado de segurana

    Tanto na vida prtica quanto nos desafios apresentados em provas jurdicas, bastante til manter o mandado de segurana como um caminho por excluso. Isso significa dizer que se deve analisar se nenhuma outra garantia constitucional aplicvel ao problema apresentado, a fim de certificar-se de que s resta um mandado de segurana.

    Utilizando esse critrio, acaba por ficar mais claro o porqu da necessidade de um advogado para assinar esse instrumento. Afinal, o fato de o indivduo apresentar uma situao em que apenas o mandado de segurana cabvel significa que a situao em pauta mais complexa tecnicamente falando.

    Conforme o artigo 5., inciso LXIX, da Constituio Federal, o mandado de segurana est disposio dos indivduos que necessitam se proteger de atos ilegais ou praticados com abuso ou desvio de poder, independentemente de serem atos discricionrios ou vinculados.

    A natureza jurdica do mandado de segurana a de uma ao constitucional, de natureza civil, cujo objetivo a proteo de direito lquido e certo lesado por ato ou omisso de autoridade pblica ou de pessoa jurdica nas funes do Poder Pblico.

    Ainda que sua natureza seja civil, isso no impede que o mandado de segurana seja

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    usado em matria criminal.

    Podem-se enumerar trs requisitos do mandado de segurana:

    ato comissivo ou omissivo de autoridade do Poder Pblico ou particular em sua funo;

    ilegalidade, desvio ou abuso de poder; a ilegalidade gnero, do qual so espcies ilegalidade em sentido estrito e abuso de poder;

    leso ou ameaa de leso a direito lquido e certo.

    O direito deve ser comprovado ab initio, mediante prova documental. Todavia, em face do artigo 6. da Lei l .533/51, possvel pedir ao juiz que determine autoridade coatora que traga ao processo o documento necessrio prova.

    OS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS O artigo 5." da Constituio Federal enuncia os direitos individuais e coletivos, abaixo relacionados e agrupados na medida das relaes existentes entre eles

    Direito vida - A Constituio protege a vida como um bem maior. Contudo, em observncia ao princpio da dignidade da pessoa humana, algumas modalidades de eutansia, aborto e criogenia possuem regulamentao prpria e atualizada.

    Direito liberdade - O indivduo exerce sua liberdade por meio da autonomia da vontade. S deixar de fazer algo se a norma limitar ou proibir determinados atos e comportamentos.

    Direito intimidade e privacidade - Por privacidade entendem-se os nveis de relacionamento social que o indivduo mantm oculto do pblico em geral, tais como a vida familiar e os segredos de negcios. A intimidade implica o "eu" do indivduo, que tem direito de criar um espao impenetrvel mesmo aos mais prximos (ex.: segredos pessoais e orientao sexual).

    Direito de locomoo - um direito de resistncia em face do Estado, podendo o indivduo ir, vir, ficar ou permanecer sem que seja molestado pelo Poder Pblico. Esse direito sofre vrias restries, como em face do direito de propriedade.

    Direito de propriedade - Genericamente, a propriedade um direito subjetivo que assegura ao indivduo o monoplio de explorao de um bem e de fazer valer essa faculdade contra tudo e contra todos.

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    Inviolabilidade de domiclio - O domiclio, para efeito de proteo constitucional, deve ser considerado uma projeo espacial da privacidade e da intimidade, abrangendo, assim, at uma residncia ocasional.

    Inviolabilidade de correspondncia - Protege o sigilo das comunicaes pessoais, das comunicaes telegrficas, de dados (inclusive informtica) e das comunicaes telefnicas.

    Direito de certido - A certido pode se referir tanto a direitos individuais quanto coletivos perante rgos pblicos, a qualquer ttulo que seja, mediante a demonstrao de legtimo interesse.

    Liberdade de profisso - Sua finalidade proibir que o Poder Pblico crie normas ou critrios que levem o indivduo a exercer ofcio ou profisso em desacordo com sua vontade. norma de eficcia contida, podendo a lei infraconstitucional limit-la, criando requisitos ou qualificaes para o exerccio de determinadas profisses.

    Direito de reunio - o direito de ao coletiva que tem por objetivo a concretizao de um propsito comum aos partcipes.

    Direito de associao - o direito de ao coletiva que, dotado de carter permanente, envolve a coligao voluntria de duas ou mais pessoas, tendo em vista a realizao de um objetivo comum, sob direo nica.

    Direito de opinio - A Constituio assegura o direito de livre manifestao de pensamento.

    Direito de expresso - Enquanto a opinio diz respeito a um juzo de valor, o direito de expresso consiste na possibilidade de livre manifestao de sentimentos e de criatividade, tal como ocorre na msica, na pintura, no teatro, na fotografia, etc.

    Direito honra - Possui dois aspectos: o da honra subjetiva e o da honra objetiva. A primeira, em apertada sntese, implica o sentimento de autoestima do indivduo; a segunda parte do parmetro do conceito social que o indivduo possui.

    Direito imagem - Divide-se em imagem retrato, que implica o direito reproduo grfica (foto, desenho, filmagem), e imagem atributo, que compreende as caractersticas do conjunto de atributos cultivados pelo indivduo e reconhecidos pelo conjunto social.

    Direito de informao - Envolve o direito de passar, receber e buscar informaes.

    Direito de informao jornalstica - A informao jornalstica composta pela notcia e pela crtica. A liberdade de informar s existe diante de fatos cujo

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    conhecimento seja importante para que o indivduo possa participar do mundo em que vive.

    Direito de informao pblica Esse direito restringe-se aos organismos pblicos que possuem a obrigao de manter o cidado constantemente informado acerca das atividades pblicas.

    Direito de resposta - Por esse direito, fica garantida ao indivduo a resposta no s em casos de ofensa honra, mas tambm em qualquer situao de agravo.

    Direito de petio* - Possui carter individual ou coletivo, podendo ser exercitado em face de abuso de poder ou de ilegalidade, independentemente do pagamento de taxas.

    Devido processo legal - Possui sentido genrico - material e processual. Em sentido processual, abarca o contraditrio e a ampla defesa, o direito ao juiz natural, o direito a prvia citao, o direito igualdade entre acusao e defesa. Da tica material, abrange a substncia dos atos normativos, implicando a observncia da igualdade na lei.

    Presuno de inocncia - Significa que ningum ser considerado culpado at que se prove o contrrio.

    Inafastabilidade de jurisdio - Esse princpio, de um lado, outorga ao Poder Judicirio o monoplio de jurisdio e, de outro, faculta ao indivduo direito de ao, incluindo o duplo grau de jurisdio.

    Juiz natural* - Tambm conhecido como princpio do juiz legal, seu contedo jurdico implica a necessidade de predeterminao do juzo competente, proibindo qualquer forma de designao de tribunais ou juzos para casos determinados.

    Pressupostos constitucionais para a privao da liberdade - A regra a liberdade, e sua privao, a excepcionalidade. A privao de liberdade tem como pressupostos a priso em flagrante delito e a ordem judicial fundamentada, salvo as transgresses e crimes militares.

    Garantia constitucional do jri - condio para a privao de liberdade individual, para determinados crimes.

    Previso de extradio - A extradio pode acontecer em casos em que o estrangeiro, ou excepcionalmente o brasileiro naturalizado, comete crime no exterior.

    Proibio da priso civil - A priso somente admitida em caso de inobservncia da norma penal, salvo nos casos de inadimplemento de obrigao alimentcia e do depositrio infiel.

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    Proibio de tortura - O constituinte preocupou-se em assegurar a higidez fsica e mental dos indivduos, proibindo a prtica de tortura.

    *Dica: muito importante lembrar que o princpio do devido processo legal consiste em uma dinmica de direitos (ao, petio, contraditrio e ampla defesa, entre outros), que, obedecendo a um fluxo lgico, confere ao Direito Constitucional condies para sua concretizao - aplicao da norma interpretada ao caso concreto.

    CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE

    ESPCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES

    1. Vcio formal - a inconstitucionalidade no processo de realizao, de formao da norma. Nada tem a ver com seu contedo, ou seja, a estrutura responsvel pela construo da norma possui falha. Essa ocorrncia tem lugar no processo legislativo e se divide em duas subespcies:

    a) Vcio formal subjetivo - Ocorre na fase de iniciativa do processo legislativo. Tendo estudado a matria e sabendo que iniciativa a competncia de algum ou algum rgo para solicitar ou apresentar projeto de norma, torna-se bem simples compreender como esse vcio se d. Se um parlamentar apresentar um projeto de lei cuja iniciativa compete exclusivamente ao presidente da Repblica (Foras Armadas, por exemplo), esse ato configurar por si s uma inconstitucionalidade formal subjetiva.

    b) Vcio formal objetivo - Ocorre durante as demais fases do processo legislativo, ou seja, durante a elaborao e aprovao da norma. Assim, no caso de uma norma ser aprovada por quorum inadequado com sua espcie normativa, ou na hiptese de as Casas Legislativas no obedecerem ao nmero correto de turnos para aprovao de uma norma, estar-se- lidando com uma inconstitucionalidade formal objetiva.

    2. Vcio material - Ocorre em virtude do contedo da norma, do assunto tratado por ela. Quer dizer, independentemente do procedimento das Casas Legislativas ou de quem teve a iniciativa da norma, esta apresenta um vcio insanvel em termos de matria, ofendendo a Constituio Federal em seu texto e limitaes. Pode-se exemplificar essa subespcie por meio de uma proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa do Estado brasileiro ou qualquer das clusulas ptreas presentes no artigo 60, 4., da Constituio Federal. Classifica-se em:

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    a) Vcio material total - Ocorre quando a inconstitucionalidade contamina todo o texto da norma, tornando-a completamente ineficaz.

    b) Vcio material parcial - Se apenas alguns artigos isolados da norma so inconstitucionais e, uma vez retirados, a norma pode surtir ainda a desejada eficcia, diz-se que o vcio parcial. Nesse caso, os artigos conflitantes so vedados pelo legislador (preventivamente) ou em deciso judicial (repressivamente).

    ESPCIES DE CONTROLE

    1. Em relao ao momento de realizao, o que distingue as duas espcies de controle o ingresso da lei ou ato normativo no ordenamento jurdico.

    a) Controle preventivo - Ocorre antes da publicao da norma e seu objetivo impedir que qualquer norma contaminada com alguma inconstitucionalidade possa adentrar o ordenamento jurdico, vilipendiando a Carta Maior.

    b) Controle repressivo - Realizado depois da publicao da norma, tem o escopo de retirar do mundo jurdico-legal qualquer norma que esteja em desacordo com o texto constitucional.

    2. No Direito Constitucional brasileiro, em regra, foi adotado o controle de constitucionalidade repressivo jurdico ou judicirio, em que o prprio Poder Judicirio realiza o controle da lei ou do ato normativo, j editados, perante a Constituio Federal, para retir-los do ordenamento jurdico, desde que contrrios Carta Magna.

    3. H dois sistemas ou mtodos de controle de constitucionalidade repressivo judicirio. O primeiro denomina-se concentrado ou reservado (via de ao), e o segundo, difuso ou aberto (via de exceo ou defesa).

    VIAS DE CONTROLE

    1. Via difusa ou controle concreto a) Tambm conhecida como via de exceo ou defesa, caracteriza-se pela

    permisso a todo e qualquer juiz ou tribunal de realizar, no caso concreto, a anlise sobre a compatibilidade do ordenamento jurdico com a Constituio Federal.

    b) Na via de exceo, a pronncia do Judicirio sobre a inconstitucionalidade no feita como manifestao sobre o objeto principal da lide, mas sim sobre questo prvia, indispensvel ao julgamento do mrito. Nessa via, o que outorgado ao interessado obter a declarao de inconstitucionalidade somente para o efeito de isent-lo, no caso concreto, do cumprimento da lei

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    ou ato produzido em desacordo com a Lei Maior. c) O controle difuso caracteriza-se, principalmente, pelo fato de ser exercitvel

    apenas perante um caso concreto a ser decidido pelo Poder Judicirio. Assim, iniciada a lide, o Poder Judicirio dever solucion-lo e, para tanto, incidentalmente, analisar a constitucionalidade ou no da lei ou do ato normativo.

    d) Alm das garantias constitucionais originrias, o principal instrumento do controle difuso o recurso extraordinrio. Endereado ao presidente do STF, distribudo nos Tribunais de Justia, estando sujeito a dois exames de admissibilidade - um no prprio TJ e outro no STJ. Mesmo sendo admitido em ambos, ao chegar ao STF, poder o relator da turma, observando jurisprudncia dominante daquela Corte, extinguir o recurso em deciso monocrtica, cabendo agravo em caso de inconformismo da parte.

    e) fundamental saber que o pargrafo 3. do artigo 102, inserido pela Emenda 45, torna obrigatrio parte recorrente demonstrar, para a admissibilidade do recurso, a repercusso geral das questes constitucionais discutidas no caso, ou seja, deve a parte justificar o recurso levando em considerao os proveitos efetivos da coletividade em caso de provimento.

    2. Via concentrada ou controle abstrato a) O Supremo Tribunal Federal tem competncia para processar e julgar

    originariamente a representao de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.

    b) Por meio desse controle, procura-se obter a declarao de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo em tese, independentemente da existncia de um caso concreto, visando obteno da invalidao da lei, a fim de garantir a segurana das relaes jurdicas, que no podem ser baseadas em normas inconstitucionais.

    c) A declarao de inconstitucionalidade, portanto, o objeto principal da ao, da mesma forma que ocorre nas cortes constitucionais europias, diferentemente do ocorrido no controle difuso, caracterstica bsica do judicial review do sistema norte-americano.

    INSTRUMENTOS DE CONTROLE CONCENTRADO

    1. Ao direta de inconstitucionalidade (ADIn)

    A finalidade da ao direta de inconstitucionalidade retirar do ordenamento jurdico

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    lei ou ato normativo incompatvel com a ordem constitucional. Assim, no poder a ao ultrapassar seus fins de excluso, do ordenamento jurdico, dos atos incompatveis com o texto da Constituio.

    A ADIn, em virtude de sua natureza e finalidade especial, no suscetvel de desistncia.

    a) Prazo - O ajuizamento da ADIn no se sujeita observncia de qualquer prazo de natureza prescricional ou de carter decadncia!, pois os atos inconstitucionais jamais se convalidam pelo decurso do tempo.

    b) Procurador-geral da Repblica - Cabe ao procurador-geral da Repblica realizar o exame de admissibilidade de cada ADIn proposta, a fim de verificar se os requisitos exigidos processual e materialmente esto nela presentes. Esse exame tem como escopo evitar o excesso de aes com o mesmo objeto e fundamento jurdico e evitar que aes de cunho meramente poltico ingressem no Supremo Tribunal Federal.

    c) Advogado-geral da Unio - Cabe ao advogado-geral da Unio, em ao direta de inconstitucionalidade, a defesa da norma legal ou ato normativo impugnado, independentemente de sua natureza federal ou estadual, pois atua como curador especial do princpio da presuno da constitucionalidade das leis e atos normativos, no lhe competindo opinar nem exercer a funo fiscalizadora j atribuda ao procurador-geral da Repblica, mas a funo eminentemente defensiva. Dessa forma, atuando como curador da norma infraconstitucional, o advogado-geral da Unio est impedido de manifestar-se contrariamente a ela, sob pena de ofensa frontal funo que lhe foi atribuda pela prpria Constituio Federal e que configura a nica justificativa de sua atuao processual, nesse caso.

    d) Legitimidade - Os autores legitimados para a propositura da ADIn encontram-se no artigo 103 da Constituio Federal, a saber: I. presidente da Repblica;

    II. Mesa do Senado Federal; III. Mesa da Cmara dos Deputados; IV. Mesa da Assemblia Legislativa ou da Cmara Legislativa do Distrito

    Federal; V. governador de Estado ou do Distrito Federal;

    VI. procurador-geral da Repblica; VII. Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

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    VIII. partidos polticos com representao no Congresso Nacional; IX. entidade de classe ou associao de mbito nacional.

    2. Ao direta de inconstitucionalidade por omisso

    Trata-se de ao que visa a combater a inrcia do Estado em legislar ou regulamentar assunto previamente estipulado na Constituio Federal.

    a) Objetivo - O objetivo pretendido pelo legislador constituinte de 1988, com a previso da ao direta de inconstitucionalidade por omisso, foi conceder plena eficcia s normas constitucionais que dependessem de complementao infraconstitucional. Assim, tem cabimento a presente ao quando o Poder Pblico se abstm de um dever que a Constituio lhe atribuiu.

    b) Legitimidade e procedimento - So legitimados para a propositura da ao direta de inconstitucionalidade por omisso os mesmos nove autores legitimados para propor a ADIn propriamente dita, previstos no artigo 103 da Constituio Federal. O procedimento a ser seguido pela ao direta de inconstitucionalidade por omisso o mesmo da ao de inconstitucionalidade genrica. importante salientar que inexiste prazo para a propositura da presente ao, havendo, porm, necessidade de aferir caso a caso a existncia do transcurso de tempo razovel, que j tenha permitido a edio da norma faltante. No obrigatria a oitiva do advogado-geral da Unio na ao direta de inconstitucionalidade por omisso, uma vez que inexiste ato impugnado a ser defendido. O Ministrio Pblico, porm, sempre dever se manifestar, antes da anlise do Plenrio, sobre a ao proposta incompatvel com o objeto da referida demanda a concesso de liminar. A Constituio Federal prev que, declarada a inconstitucionalidade por omisso de medida para tornar efetiva norma constitucional, ser dada cincia ao poder competente para a adoo das providncias necessrias e, em se tratando de rgo administrativo, para faz-lo em 30 dias.

    3. Ao declaratria de constitucionalidade (ADeC) a) A Emenda Constitucional 3, de 17 de maro de 1993, introduziu em nosso

    ordenamento jurdico constitucional uma nova espcie dentro do controle de constitucionalidade.

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    b) Compete, portanto, ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, a ao declaratria de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.

    c) A ao declaratria de constitucionalidade, que consiste em tpico processo objetivo destinado a afastar a insegurana jurdica ou o estado de incerteza sobre a validade de lei ou ato normativo federal, busca preservar a ordem jurdica constitucional.

    d) Nesse ponto situa-se a finalidade precpua da ao declaratria de constitucionalidade: transformar a presuno relativa de constitucionalidade em presuno absoluta em virtude de seus efeitos vinculantes.

    e) Portanto, o objetivo primordial da ao declaratria de constitucionalidade transferir ao Supremo Tribunal Federal deciso sobre a constitucionalidade de um dispositivo legal que esteja sendo duramente atacado pelos juzes e tribunais inferiores, afastando-se o controle difuso da constitucionalidade, uma vez que, declarada a constitucionalidade da norma, o Judicirio e tambm o Executivo ficam vinculados deciso proferida.

    Objeto - Somente poder ser objeto de ao declaratria de constitucionalidade lei ou ato normativo federal, sendo, porm, pressuposta, para seu ajuizamento, a demonstrao, juntamente com a petio inicial, de comprovada controvrsia judicial que coloque em risco a presuno de constitucionalidade do ato normativo sob exame, a fim de permitir ao Supremo Tribunal Federal o conhecimento das alegaes em favor e contra a constitucionalidade, bem como o modo pelo qual esto sendo decididas as causas que envolvem a matria.

    A comprovao da controvrsia exige prova de divergncia judicial, e no somente de entendimentos doutrinrios diversos, como consta de deciso do Supremo Tribunal Federal, exigindo-se a "existncia de inmeras aes em andamento em juzos ou tribunais, em que a constitucionalidade da lei impugnada". Outra deciso da Suprema Corte refora essa posio e deixa claro que, nos casos de ao com deciso materialmente jurisdicional, "impe-se que se faa comprovada, desde logo, a existncia de controvrsia em torno da validade ou no da lei ou ato normativo federal".

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    Nota - Tambm fruto da Emenda 45, o pargrafo 2. do artigo 102 prev que as decises definitivas de mrito nas ADIns e ADeCs devem produzir efeito contra todos e vinculante aos demais rgos do Judicirio, assim como Administrao Pblica Direta e Indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Alm dessas decises, a mesma Emenda 45 insere a smula vinculante com efeito impeditivo no sistema constitucional ptrio, desde que por deciso de 2/3 dos membros do STF. Em caso de desobedincia, cabe reclamao dirigida ao STF.

    4. Arguio de descumprimento de preceito fundamental a) A Constituio Federal determina que a arguio de descumprimento de preceito

    fundamental decorrente da Constituio Federal ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

    b) Trata-se, portanto, de norma constitucional de eficcia limitada, que depende de edio de lei, estabelecendo a forma pela qual ser apreciada a arguio de descumprimento de preceito fundamental decorrente da Constituio.

    c) O Congresso Nacional editou a Lei 9.882, de 3 de dezembro de 1999, em complementao ao artigo 102, 1., da Constituio Federal. A lei regulamentou a arguio de descumprimento de preceito fundamental da seguinte forma:

    I. rgo competente para o processo e julgamento: Supremo Tribunal Federal.

    II. Legitimados ativos: so os mesmos colegitimados para a propositura da ao direta de inconstitucionalidade (art. 103, I a IX, CF), ou seja, o presidente da Repblica, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Cmara dos Deputados, as Mesas das Assemblias Legislativas e da Cmara Legislativa, os governadores de Estado, o procurador-geral da Repblica, partidos polticos com representao no Congresso Nacional, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e confederaes sindicais ou entidades de classe de mbito nacional.

    III. Hipteses de cabimento: a lei possibilita a arguio de descumprimento de preceito fundamental em trs hipteses: para evitar leso a preceito fundamental resultante de ato do Poder

    Pblico; para reparar leso a preceito fundamental resultante de ato do Poder

    Pblico; quando for relevante o fundamento da controvrsia constitucional

    sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, includos os

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    anteriores Constituio.

    5. O controle da constitucionalidade de mbito estadual

    O artigo 125, 2., da Constituio Federal da Repblica atribuiu s Constituies estaduais a competncia para a instituio da ao direta de inconstitucionalidade de mbito estadual.

    Nesse contexto, impossvel enumerar as caractersticas dessa ao, uma vez que seus parmetros devem ser estabelecidos por cada uma das unidades federadas. Todavia, possvel relacionar algumas caractersticas estabelecidas pela Constituio Federal, a saber:

    a) a competncia para conhecimento da ao dos Tribunais de Justia; b) a Constituio Federal foi expressa ao vedar a legitimao para a propositura da

    ao de um nico rgo; c) campo material: normas estaduais e municipais.

    ESTADO DE EXCEO

    1. Interveno federal a) Quando a Unio intervm em algum Estado membro, ela no est agindo em

    seu prprio nome, mas sim representando os interesses de toda a Federao. Logo, a Federao, por meio da Unio, que intervm nos Estados.

    b) A regra a no-interveno, que pode ser quebrada em face de determinadas condies excepcionais expressamente previstas no artigo 34 da Constituio Federal.

    c) H dois tipos de interveno federal: a espontnea, quando o presidente da Repblica age de ofcio, e a provocada, quando o presidente age, conforme o caso, de forma discricionria ou vinculada.

    d) Haver interveno espontnea quando da ocorrncia de uma das hipteses constantes dos incisos I, II, III e IV do artigo 34 da Constituio Federal.

    e) No que tange interveno provocada, o artigo 36, inciso I, da Constituio Federal estabelece disciplina especfica para a hiptese de interveno federal, nos termos do artigo 34, inciso IV, de nossa Lei Maior, qual seja: no caso de coao ao Poder Executivo e ao Poder Legislativo, a interveno depender de solicitao, e, no caso de coao ao Poder Judicirio, de requisio do Supremo Tribunal Federal.

    f) Em se tratando de solicitao, o presidente da Repblica no estar vinculado

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    . decretao da interveno federal, devendo agir com discricionariedade. Diferentemente, quando se tratar de requisio, o presidente da Repblica ficar vinculado interveno.

    g) Saliente-se que a interveno federal depender sempre de decreto do presidente da Repblica, especificando a amplitude, o prazo e as condies de execuo, nomeando, quando for o caso, interventor.

    2. Interveno estadual a) O Estado no poder intervir nos Municpios, nem a Unio Federal poder

    intervir nos Municpios localizados em Territrios Federais, salvo nas hipteses insculpidas no artigo 35 da Constituio Federal.

    b) Registre-se que as hipteses previstas nos incisos I e II do artigo 35 so de carter espontneo, e as dos incisos III e IV, vinculadas.

    ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE STIO

    O estado de defesa e o estado de stio so instrumentos normativos colocados disposio do Estado com o objetivo de debelar situaes de crise.

    Em outro giro, o estado de defesa e o estado de stio so o conjunto de faculdades pblicas atribudas ao Poder Executivo Federal, por fora da Constituio Federal, de modo a possibilitar o exerccio de poderes excepcionais para superar uma crise.

    Nesse sentido, os poderes de crise devem estar em consonncia com os seguintes princpios:

    a) Princpio da necessidade - A declarao dos estados de defesa e de stio fica condicionada ao preenchimento de pressupostos fticos que justifiquem a decretao (comprometimento da ordem pblica e da paz social por instabilidade institucional ou por calamidade pblica).

    b) Princpio da temporariedade - Existe uma limitao temporal adoo das medidas necessrias para debelar a crise.

    c) Princpio da proporcionalidade - As medidas adotadas devem ser proporcionais aos fatos que justificaram a adoo do estado de stio ou de defesa.

    Com a adoo dos princpios acima explicitados, nasce um regime de legalidade extraordinria, que, sustentado pela Constituio Federal, afasta temporariamente o conjunto de normas jurdicas regentes das relaes sociais, cedendo seu lugar s regras excepcionais.

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    1. ESTADO DE DEFESA

    Embora tanto o estado de defesa quanto o estado de stio tenham como pressuposto a superao de uma situao de crise, fato que as medidas adotadas quando da utilizao do estado de defesa so menos gravosas que aquelas apropriadas para o estado de stio.

    O estado de defesa outorga ao Executivo Federal poderes mais restritos do que aqueles conferidos no estado de stio. O estado de defesa pode ser decretado para preservar ou restabelecer, em locais determinados ou restritos, a ordem pblica ou a paz social ameaadas por iminente instabilidade ou atingidas por calamidade pblica de grandes propores na natureza.

    So pressupostos de ordem material do estado de defesa:

    a) grave perturbao da ordem pblica ou da paz social; b) que a ordem pblica ou a paz social no possam ser restabelecidas pelos

    instrumentos coercitivos normais.

    J os pressupostos formais so:

    a) a)prvia oitiva do Conselho da Repblica e do Conselho de Defesa Nacional; b) b)decreto do presidente da Repblica, com tempo de durao do estado de defesa,

    as reas abrangidas e quais as medidas adotadas, dentre as seguintes: restrio aos direitos de reunio, sigilo de correspondncia e de comunicao telegrfica e telefnica, ocupao e uso temporrios de bens e servios pblicos, na hiptese de calamidade pblica, respondendo a Unio pelos danos e custos decorrentes; c) submisso do ato, com respectiva motivao, ao Congresso Nacional em 24

    horas. Na hiptese de o Congresso Nacional no estar reunido, ser convocado, no prazo de cinco dias, com apreciao do decreto em dez dias. Eventual rejeio implicar a imediata cessao do estado de defesa.

    O estado de defesa deve, necessariamente, ficar circunscrito a uma localidade determinada, sendo vedada sua extenso a todo o pas.

    No estado de defesa, as garantias de proteo da liberdade do indivduo ficam substitudas pelas seguintes:

    a) priso por crime contra o Estado pode ser determinada pelo executor da medida. O juiz competente ser comunicado, podendo relax-la;

    b) a comunicao da priso ser acompanhada de declarao do estado fsico e mental do preso, podendo-se solicitar a qualquer momento a realizao do

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    exame de corpo de delito; c) vedada a incomunicabilidade do preso.

    2. ESTADO DE STIO

    O estado de stio a medida mais gravosa, na medida em que seu objetivo debelar situaes aflitivas mais graves. Pode ser repressivo ou defensivo.

    a) Estado de stio repressivo - Tem como pressuposto material a ocorrncia de comoo grave de repercusso nacional ou a existncia de fatos que demonstrem a ineficcia do estado de defesa. Entenda-se por comoo grave aquela que no pode ser superada por instrumento de segurana ordinrio do Estado. No que diz respeito repercusso nacional, esse pressuposto de singular importncia, pois sua falta seria a hiptese do estado de defesa. Alm disso, se depois da decretao do estado de defesa a situao de crise no for superada, aps o transcurso do prazo de 60 dias, pode-se decretar o estado de stio. No estado de stio podem ser adotadas as seguintes medidas:

    I. obrigao de permanncia em localidade determinada; II. deteno em edifcios no destinados a essa finalidade;

    III. restries - no pode haver supresso - inviolabilidade da correspondncia, ao sigilo das comunicaes e liberdade de imprensa; d)suspenso da liberdade de reunio;

    IV. busca e apreenso em domiclio sem as formalidades constitucionais; V. interveno em empresas de servio pblico;

    VI. requisio de bens. Saliente-se, por oportuno, que o estado de stio no pode ser decretado por prazo superior a 30 dias nem renovado, a cada vez, por perodo superior, embora sejam possveis sucessivas renovaes.

    b) Estado de stio defensivo Seu pressuposto material a declarao de estado de guerra ou a resposta a agresso armada estrangeira. No estado de stio defensivo, qualquer garantia constitucional pode ser suspensa, podendo ser decretado por todo o tempo que durar a guerra ou agresso armada estrangeira.

    I. Os estados de stio repressivo e defensivo dependem de decreto do presidente da Repblica, aps prvia autorizao do Congresso Nacional e prvia oitiva do Conselho da Repblica e do Conselho de Defesa Nacional, no vinculantes.

    II. O decreto dever conter o prazo de durao da medida, as normas

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    necessrias a sua execuo, as garantias que ficaro suspensas, com expressa designao do procedimento, e, por ltimo, as reas abrangidas.

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    DDIIRREEIITTOO

    AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVOO

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    DIREITO ADMINISTRATIVO

    CONCEITO:

    Conjunto regras e princpios que regem os rgos, seus agentes e as atividades por eles exercidas. Neste ramo do direito h uma premissa interessante que diz:

    No direito administrativo, tudo que no for expressamente permitido, proibido

    No dizer acima notamos uma diferena mpar com relao s outras leis, pois elas tm cunho proibitivo enquanto o conjunto de leis que rege a administrao pblica , em sua maioria, permissiva. Tais Leis atuam no poder executivo, legislativo e judicirio, servindo como horizonte para o funcionamento e organizao dos atos, gerncia de seus agentes diretos e indiretos, bem como a administrao dos bens pblicos.

    FONTES:

    As Leis do direito administrativo nascem:

    DA LEI o Da Constituio o Das Leis ordinrias o Das Leis complementares o Das Leis delegadas o Dos regulamentos administrativos

    DA JURISPRUDNCIA o Pois quando h matria que o Direito administrativo no prev, esta

    submetida apreciao do poder jurisdicional ou administrativo para que seja proferida deciso relacionada matria.

    DOS COSTUMES o Porque, assim como nosso conjunto de Leis, que classificado como

    costumeira, sofre mutaes com o passar dos tempos, de acordo com os valores e princpios atuais da sociedade.

    DA DOUTRINA o Com base em estudos anteriores feitos sobre o assunto, visando criar um

    conjunto de regras que regessem as atividades de rgos e agentes pblicos.

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    PRINCPIOS:

    Princpios, que nos faz lembrar incio. Significa que onde tudo comea, onde tudo se baseia. o sustentculo do conjunto de Leis, porque partindo dos princpios que as Leis so criadas. No caso em tela so eles que norteiam a administrao pblica. Importante falar que, dos princpios abaixo listados existem alguns retirados da prpria carta magna brasileira (Nossa constituio), o que nos mostra a importncia desta para todos os demais conjuntos de leis, pois para estes serve de base.

    So princpios do direito administrativo:

    1. LEGALIDADE: todo ato deve estar de acordo com o que reza a Lei e de acordo com as necessidades pblicas. O desrespeito a este princpio caracteriza ato invlido, podendo o agente executor do ato responder civil, penal e/ou administrativamente, conforme for o caso, lembrando que possvel responder em mais de uma esfera pelo mesmo ato. (Exemplo: Agente pblico motorista, a servio, atropela e mata pedestre. Tal agente responde processo penal e administrativo podendo, inclusive, deciso no mbito penal ter efeitos no mbito civil).

    2. MORALIDADE (PROBIDADE ADMINISTRATIVA): pressuposto de validade de todo ato da Administrao Pblica. Sempre ser toda vez que o ato ofender a moral, os costumes, as regras da boa administrao, a Justia, a eqidade, a idia de honestidade.

    3. IMPESSOALIDADE: Tem por objetivo evitar privilgios em detrimento de outros e, consequentemente, do prprio interesse pblico. A Administrao no pode, no exerccio de sua atividade, atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que seu objetivo o interesse pblico.

    4. PUBLICDADE: a divulgao oficial do ato administrativo para conhecimento de todos e representa o incio de seus efeitos externos. A publicidade requisito de eficcia (surtir efeito) de qualquer ato administrativo. O fato de no dar publicidade ao ato administrativo, em alguns casos, pode levar nulidade de tal ato, sendo o rgo, ou agente pblico, obrigado re-execuo do ato falho, sob pena do ato no surtir efeitos e reabrindo novamente a janela de prazos processuais.

    5. EFICINCIA: Todo ato administrativo visa atingir um objetivo, obrigatoriamente, objetivos que atendam ao interesse pblico da melhor maneira possvel. Por este motivo que, no item anterior, falo que a publicidade pr-requisito da eficincia, pois sem a publicidade o ato falho e, por consequncia, no surtir os efeitos legais.

    6. PRINCPIO DA ISONOMIA (IGUALDADE ENTRE OS ADMINISTRADOS): A Administrao no pode estabelecer privilgios de tratamento entre os cidados e todos, perante o poder pblico, devem ter iguais benefcios e obrigaes. Um excelente exemplo para ilustrar tal princpio no caso de licitaes, onde uma empresa A beneficia-se sobre a empresa B por ter recebido informaes privilegiadas de um agente pblico.

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    7. SUPREMACA DO INTERESSE PBLICO: As aes do agente pblico devem objetivar a realizao dos fins previstos na lei, cujo interesse representa convenincias e necessidades da prpria sociedade, e no privadas. Assim, havendo conflito entre o coletivo e o individual, reconhece-se a predominncia do primeiro. As leis administrativas exprimem a posio de superioridade do pblico sobre o particular.

    8. PRESUNO.DE LEGITIMIDADE (OU DA PRESUNO DE VERACIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO): Este princpio pressupem que todo agente observar os pr-requisitos para execuo dos atos administrativos, inclusive que ele mesmo tem competncia para a execuo de tal ato.

    9. AUTO-EXECUTORIEDADE: Todo ato administrativo j , por si s auto-executvel. Isto significa que dispensa auxlio do judicirio. Um exemplo simples a mudana de sentido de uma rua, a multa imposta a algum, etc.

    10. AUTOTUTELA: A prpria administrao pode julgar seus atos falhos anulando-os, ou revogando-os sem que haja necessidade da interveno do poder judicirio por simples oportunidade ou convenincia, algumas vezes sem que haja necessidade da existncia de motivo. Contudo muito importante saber que o fato de no ser necessria a interveno do judicirio que os atos administrativos no possam ser, pelo judicirio, analisados e/ou anulados, se for o caso.

    11. HIERARQUIA: a existncia de uma estrutura de ordenao e subordinao. Desse princpio resultam outros poderes, como o disciplinar do poder pblico.

    12. INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PBLICO: Administrar observar e respeitar os interesses pblicos e no podendo a Administrao pblica dispor de tal interesse. Um exemplo excelente de desrespeito a tal princpio quando o agente pblico restringe um produto para que seja de determinada marca, sem motivo algum, apenas para favorecer o fabricante A, que tem maior preo e menos qualidade que o fabricante B. Vemos a o desrespeito com o interesse e o dinheiro pblico. Muito importante salientar, no exemplo dado, o desrespeito, inclusive ao princpio da moralidade e da eficincia, pois neste ltimo, por exemplo, intrnseco, mas existe, o fato de que, fora atingir os objetivos,