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A definição de software livre apresenta os critérios utilizados para definir se um programa de computador em particular se qualifica como software livre ou não. De tempos em tempos nós revisamos essa definição, para clarificá-la ou para resolver questões mais sutis. Veja a seção Histórico abaixo para uma lista de mudanças que afetam a definição de software livre. Por “software livre” devemos entender aquele software que respeita a liberdade e senso de comunidade dos usuários. Grosso modo, os usuários possuem a liberdade de executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software. Assim sendo, “software livre” é uma questão de liberdade, não de preço. Para entender o conceito, pense em “liberdade de expressão”, não em “cerveja grátis”. Com essas liberdades, os usuários (tanto individualmente quanto coletivamente) controlam o programa e o que ele faz por eles. Quando os usuários não controlam o programa, o programa controla os usuários. O desenvolvedor controla o programa e, por meio dele, controla os usuários. Esse programa não-livre e “proprietário” é, portanto, um instrumento de poder injusto. Um programa é software livre se os usuários possuem as quatro liberdades essenciais: A liberdade de executar o programa como você desejar, para qualquer propósito (liberdade 0). A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo (liberdade 2). A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito. Um programa é software livre se os usuários possuem todas essas liberdades. Portanto, você deve ser livre para redistribuir cópias, modificadas ou não, gratuitamente ou cobrando uma taxa pela distribuição, a qualquer um, em qualquer lugar . Ser livre para fazer tudo isso significa (entre outras coisas) que você não deve ter que pedir ou pagar pela permissão para fazê-lo. Você também deve ter a liberdade de fazer modificações e usá-las privativamente ou em seu trabalho ou lazer, sem sequer mencionar que eles existem. Se publicar suas modificações, você não deve ser obrigado a avisar ninguém em particular, ou de qualquer modo em particular. A liberdade de executar o programa significa que qualquer tipo de pessoa ou organização é livre para usá-lo em qualquer tipo de sistema computacional, ou para qualquer tipo de trabalho e propósito, sem que seja necessário comunicar ao desenvolvedor ou qualquer outra entidade específica. Nessa liberdade, é o propósitodo usuário que importa, não aquele do desenvolvedor; você, como usuário, é livre para rodar o programa para seus propósitos e, caso você o distribua a outra pessoa, ela também será livre para executá- lo com os propósitos dela, mas você não é intitulado a impor seus propósitos sobre ela. A liberdade de redistribuir cópias deve incluir formas executáveis ou binárias do programa, bem como o código-fonte, tanto da versão modificada quanto da inalterada. (Distribuir programas em formato executável é necessário para sistemas operacionais livres e convenientemente instaláveis.) Não há problemas se não for possível produzir uma forma binária ou executável (pois algumas linguagens de programação não suportam este recurso), mas deve ser concedida a liberdade de se redistribuir nessas formas caso seja desenvolvido um meio de criá-las. Para que as liberdades 1 e 3 (a liberdade de modificar e a liberdade de publicar versões modificadas) façam sentido, você deve ter acesso ao código-fonte do programa. Consequentemente, acesso ao código-fonte é uma condição necessária para o software livre. Código-fonte “obscurecido” não é código-fonte real e não conta como código- fonte. A liberdade 1 inclui a liberdade de usar sua versão modificada em lugar da original. Se um programa é entregue num produto projetado para rodar a versão de outra pessoa, mas se recusa a rodar a sua — prática conhecida como “tivoização” 1 , “travamento” ou ainda (na terminologia perversa de seus praticantes) como “boot seguro” — a liberdade 1 se

Resumo de Software Livre

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o que poucos usuários veteranos sabem é que por trás da telinha preta tem filosofia, não só sobre tecnologia mas de vida em comunidade

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Page 1: Resumo de Software Livre

A definição de software livre apresenta os critérios utilizados para definir se um programa de computador em particular se qualifica como software livre ou não. De tempos em tempos nós revisamos essa definição, para clarificá-la ou para resolver questões mais sutis. Veja a seção Histórico abaixo para uma lista de mudanças que afetam a definição de software livre.Por “software livre” devemos entender aquele software que respeita a liberdade e senso de comunidade dos usuários. Grosso modo, os usuários possuem a liberdade de executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software. Assim sendo, “software livre” é uma questão de liberdade, não de preço. Para entender o conceito, pense em “liberdade de expressão”, não em “cerveja grátis”.Com essas liberdades, os usuários (tanto individualmente quanto coletivamente) controlam o programa e o que ele faz por eles. Quando os usuários não controlam o programa, o programa controla os usuários. O desenvolvedor controla o programa e, por meio dele, controla os usuários. Esse programa não-livre e “proprietário” é, portanto, um instrumento de poder injusto.Um programa é software livre se os usuários possuem as quatro liberdades essenciais: A liberdade de executar o programa como você desejar, para qualquer propósito (liberdade 0). A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). Para

tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo (liberdade 2). A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, você pode

dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.

Um programa é software livre se os usuários possuem todas essas liberdades. Portanto, você deve ser livre para redistribuir cópias, modificadas ou não, gratuitamente ou cobrando uma taxa pela distribuição, a qualquer um, em qualquer lugar. Ser livre para fazer tudo isso significa (entre outras coisas) que você não deve ter que pedir ou pagar pela permissão para fazê-lo.Você também deve ter a liberdade de fazer modificações e usá-las privativamente ou em seu trabalho ou lazer, sem sequer mencionar que eles existem. Se publicar suas modificações, você não deve ser obrigado a avisar ninguém em particular, ou de qualquer modo em particular.A liberdade de executar o programa significa que qualquer tipo de pessoa ou organização é livre para usá-lo em qualquer tipo de sistema computacional, ou para qualquer tipo de trabalho e propósito, sem que seja necessário comunicar ao desenvolvedor ou qualquer outra entidade específica. Nessa liberdade, é o propósitodo usuário que importa, não aquele do desenvolvedor; você, como usuário, é livre para rodar o programa para seus propósitos e, caso você o distribua a outra pessoa, ela também será livre para executá-lo com os propósitos dela, mas você não é intitulado a impor seus propósitos sobre ela.A liberdade de redistribuir cópias deve incluir formas executáveis ou binárias do programa, bem como o código-fonte, tanto da versão modificada quanto da inalterada. (Distribuir programas em formato executável é necessário para sistemas operacionais livres e convenientemente instaláveis.) Não há problemas se não for possível produzir uma forma binária ou executável (pois algumas linguagens de programação não suportam este recurso), mas deve ser concedida a liberdade de se redistribuir nessas formas caso seja desenvolvido um meio de criá-las.Para que as liberdades 1 e 3 (a liberdade de modificar e a liberdade de publicar versões modificadas) façam sentido, você deve ter acesso ao código-fonte do programa. Consequentemente, acesso ao código-fonte é uma condição necessária para o software livre. Código-fonte “obscurecido” não é código-fonte real e não conta como código-fonte.A liberdade 1 inclui a liberdade de usar sua versão modificada em lugar da original. Se um programa é entregue num produto projetado para rodar a versão de outra pessoa, mas se recusa a rodar a sua — prática conhecida como “tivoização”1, “travamento” ou ainda (na terminologia perversa de seus praticantes) como “boot seguro” — a liberdade 1 se torna ficção teórica ao invés de liberdade prática. Isso não é suficiente. Em outras palavras, esses binários não são software livre mesmo que o código-fonte a partir do qual foram compilados seja livre.Uma maneira importante de modificar um programa é agregar a ele módulos e sub-rotinas livres. Se a licença do programa diz que você não pode agregar a ele um módulo com uma licença adequada — por exemplo, se ele requer que você seja o detentor dos direitos autorais de qualquer código que adicionar — então essa licença é muito restritiva para ser qualificada como livre.A liberdade 3 inclui a liberdade de publicar quaisquer versões modificadas como software livre. Uma licença livre também pode permitir outras maneiras de liberá-las; em outras palavras, ela não tem que ser uma licença copyleft. No entanto, a licença que requer que modificações sejam não-livres não se qualifica como uma licença livre.Para que essas liberdades sejam reais, elas devem ser permanentes e irrevogáveis desde que você não faça nada de errado; se o desenvolvedor do software tiver o poder de revogar a licença, ou adicionar restrições retroativamente a seus termos, sem que você faça nada errado para dar um motivo, o software não é livre.Todavia, certas regras sobre a maneira de distribuir o software são aceitáveis, quando elas não entram em conflito com as liberdades centrais. Por exemplo, ocopyleft (apresentado de maneira muito simples) é a regra de que, quando redistribuindo um programa, você não pode adicionar restrições quem neguem as liberdades centrais de outras pessoas. Essa regra não entra em conflito com as liberdade centrais; na verdade, ela as protege.No projeto GNU, nós usamos o copyleft para proteger legalmente essas liberdades para todos. Nós acreditamos que existem razões importantes pelas quais é melhor usar o copyleft, mas se o seu programa é software livre que não faz uso do copyleft, ele ainda é basicamente ético. Veja Categorias de Software Livre para uma descrição de como “software livre” e “copylefted software” e outras categorias de software se relacionam umas com as outras.“Software livre” não significa “não comercial”. Um programa livre deve estar disponível para uso comercial, desenvolvimento comercial e distribuição comercial. Desenvolvimento comercial de software livre deixou de ser

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incomum; tais software livre comerciais são muito importantes. Você pode ter pago dinheiro por suas cópias de software livre, ou você pode tê-las obtido a custo zero, mas independentemente de como você conseguiu suas cópias, você sempre deve ter a liberdade para copiar e mudar o software, ou mesmo para vender cópias.Se uma modificação constitui ou não um aperfeiçoamento é uma questão subjetiva. Se o seu direito de modificar um programa é limitado, fundamentalmente, a mudanças que outra pessoa considere um aperfeiçoamento, o programa não é livre.No entanto, regras sobre como empacotar uma versão modificada são aceitáveis, se elas não limitam substantivamente sua liberdade de liberar versões modificadas, ou sua liberdade de criar e usar modificações privadamente. Portanto, é aceitável que uma licença requira que você mude o nome do programa na versão modificada, remova um logo ou identifique suas modificações como suas. Desde que esses requerimentos não sejam tão penosos que eles efetivamente sejam um empecilho à distribuição de suas mudanças, eles são aceitáveis; você já está fazendo outras modificações ao programa, não terá muitos problemas em fazer algumas a mais.Regras que dizem que “se você publicar sua versão de certa maneira, terá de publicá-la dessa outra também” podem ser também aceitáveis, na mesma condição. Um exemplo de regra aceitável é uma que diz que se você distribuiu uma versão modificada e um desenvolvedor anterior pedir por uma cópia, você deve enviar uma. (Note que tal regra ainda lhe deixa a possibilidade de distribuir ou não sua versão.) Regras que requerem a liberação do código-fonte para os usuários para versões que você fez públicas também são aceitáveis.Uma questão especial surge quando uma licença requer a mudança do nome pelo qual o programa é invocado por outros programas. Isso efetivamente cria obstáculos à publicação de uma versão modificada que possa substituir a original quando invocada por aqueles outros programas. Esse tipo de requerimento é aceitável apenas quando existe uma maneira de especificar um nome substituto, de modo que o programa modificado possa ser invocado.Algumas vezes, as regulamentações de controle de exportação governamentais e sanções comerciais podem reprimir sua liberdade de distribuir cópias de programas internacionalmente. Desenvolvedores de software não têm o poder para eliminar ou passar por cima dessas restrições, mas o que eles podem e devem fazer é se recusar a impô-las como condições para o uso do programa. Dessa maneira, restrições não irão afetar as atividades e pessoas fora da jurisdição desses governos. Portanto, licenças de software livre não devem requerer a obediência a qualquer regulamentações de exportação como uma condição para qualquer das liberdades essenciais.A maioria das licenças de software livre são baseadas no copyright, e existem limites para que tipo de requerimentos podem ser impostos por meio do copyright. Se uma licença baseada no copyright respeita a liberdade nas maneiras descritas acima, é improvável que ela possua algum outro tipo de problema nunca antes antecipado (embora isso ocorra ocasionalmente). No entanto, algumas licenças de software livre baseadas em contratos e contratos podem impor uma lista muito maior de restrições possíveis. Isso significa que existem muitas maneiras nas quais tal licença pode ser inaceitavelmente restritiva e não-livre.Não não podemos listar tudo o que pode acontecer. Se uma licença baseada em contrato restringe o usuário de uma maneira incomum que as licenças baseadas no copyright não podem, e que não é mencionada aqui como legítima, nós teremos que pensar sobre isso, e provavelmente iremos concluir que ela é não-livre.Quando falamos sobre software livre, é melhor evitar termos como “dado” ou “de graça”, porque estes termos implicam que a questão é o preço, não a liberdade. Alguns termos comuns como “pirataria” englobam opiniões que nós esperamos que você não endosse. Veja Palavras e Termos Confusos que é Melhor Evitar para uma discussão desses termos. Nós também temos uma lista de traduções apropriadas de “free software” em várias línguas.Finalmente, note que os critérios como aqueles exprimidos nessa definição de software livre requerem cuidadosa deliberação quanto a sua interpretação. Para decidir se uma licença de software específica se qualifica como uma licença de software livre, nós a julgamos baseado nesses critérios para determinar se ela se encaixa no espírito bem como nas palavras precisas. Se uma licença inclui impensadas, nós a rejeitamos, mesmo que não tenhamos antecipados o problema nesses critérios. Algumas vezes, algum requerimento de uma licença cria um problema que requer extensiva reflexão, incluindo discussões com um advogado, antes que possamos decidir se o requerimento é aceitável. Quando chegamos a uma conclusão sobre uma nova questão, nós frequentemente atualizamos estes critérios para tornar mais fácil determinar se uma certa licença se qualifica ou não.Se você está interessado em saber se uma licença específica se qualifica como uma licença de software livre, veja nossa lista de licenças. Se a licença na qual você está interessado não está listada, você pode nos perguntar sobre ela mandando um e-mail para <[email protected]>.Se você está considerando escrever uma nova licença, por favor, primeiramente entre em contato pelo mesmo endereço com a Free Software Foundation. A proliferação de diferentes licenças de software livre significa mais trabalho para os usuários entenderem essas licenças; nós podemos ser capazes de ajudá-lo a encontrar uma licença de software livre existente que atenda às suas necessidades.Se isso não for possível, e você realmente precisar de uma nova licença, com nossa ajuda você pode ter certeza de que a licença realmente é uma licença de software livre e evitar vários problemas práticos.Além do SoftwareManuais de software devem ser livres pelas mesmas razões que software deve ser livre, e porque manuais são, com efeito, parte do software.Os mesmos argumentos também fazem sentido para outros tipos de trabalhos de uso prático — isto é, trabalhos que englobam conhecimento útil, como obras educativas e de referência. A Wikipédia é o exemplo mais conhecido.Qualquer tipo de obra pode ser livre, e a definição de software livre pode ser estendida para a definição de obras culturais livres, aplicável a qualquer tipo de obra.Código Aberto?

Page 3: Resumo de Software Livre

Outro grupo começou a usar o termo “código aberto” (do inglês open source) com um significado parecido (mas não idêntico) ao de “software livre”. Nós preferimos o termo “software livre” porque, uma vez que você tenha ouvido que ele se refere à liberdade ao invés do preço, ele traz à mente a liberdade. A palavra “aberto”nunca se refere à liberdade.

O Que é “Esquerdo de Cópia” (Copyleft)?

O modo mais simples de tornar um programa livre é colocá-lo em domínio público   , sem copyright. Isto permite que as pessoas compartilhem o programa e suas melhorias, se elas estiverem dispostas a tal. Mas isto também permite que pessoas não-cooperativas transformem o programa em software proprietário. Eles podem fazer modificações, poucas ou muitas, e distribuir o resultado como um produto proprietário. As pessoas que receberem esta forma modificada do programa não tem a liberdade que o autor original havia lhes dado; o intermediário eliminou estas liberdades.No Projeto GNU, nosso objetivo é dar a todos os usuários a liberdade de redistribuir e modificar o software GNU. Se algum intermediário fosse capaz de retirar a liberdade, teríamos muitos usuários, mas esses usuários não teriam liberdade. Então, em vez de colocar o software GNU em domínio público, colocamo-lo sob “esquerdo de cópia (copyleft)”. O esquerdo de cópia diz que qualquer um que distribui o software, com ou sem modificações, tem que passar adiante a liberdade de copiar e modificar novamente o programa. O esquerdo de cópia garante que todos os usuários tem liberdade.O esquerdo de cópia também fornece um incentivo para que outros programadores contribuam com o software livre. Programas livres importantes como o Compilador GNU C++ existem só por causa disto.O esquerdo de cópia também ajuda os programadores que desejam contribuir com melhorias para o software livre a obterem permissão de fazer isto. Esses programadores frequentemente trabalham para empresas ou universidades que fariam qualquer coisa para ganhar mais dinheiro. Um programador pode desejar constribuir suas modificações para a comunidade, mas seu empregador pode desejar transformar as mudanças em um produto de software proprietário.Quando explicamos ao empregador que é ilegal distribuir a versão melhorada exceto como software livre, o empregador geralmente decide liberá-lo como software livre em vez de jogá-lo fora.Para colocar um programa sob esquerdo de cópia, primeiro registramos o copyright; então adicionamos termos de distribuição, que são um instrumento legal que garante a qualquer pessoa os direitos de usar, modificar, e redistribuir o programa ou qualquer programa derivado dele se e somente se os termos de distribuição não forem modificados. Desta forma, o programa e as liberdades se tornam legalmente inseparáveis.Desenvolvedores de software proprietário usam o copyright para retirar a liberdade dos usuários; utilizamos o copyright para garantir sua liberdade. É por isso que invertemos o nome, mudando-o de “copyright” para “esquerdo de cópia”.Esquerdo de cópia é um conceito genérico; existem várias formas de preencher os detalhes. No Projeto GNU, os termos específicos de distribuição que utilizamos estão contidos na Licença Pública Geral GNU (disponível nos formatos HTML, texto puro e Texinfo). A Licença Pública Geral GNU é frequentemente chamada de GPL.Uma forma alternativa de esquerdo de cópia, a Licença Pública Geral Menor GNU (LGPL, disponível nos formatos HTML, texto puro, e Texinfo), se aplica a algumas (mas não todas) as bibliotecas do GNU. Esta licença era originalmente conhecida como GPL de Bibliotecas (Library GPL), mas mudamos o nome, porque o nome antigo encorajava o uso desta licença com maior frequência do que ela deveria ser utilizada. Para uma explicação de porque esta mudança foi necessária, leia o artigo Por que você não deveria utilizar a GPL Menor para sua próxima biblioteca.A Licença de Documentação Livre GNU (FDL, disponível nos formatos HTML, texto puro e Texinfo) é uma forma de esquerdo de cópia criada pra uso em um manual, livro-texto ou outro documento para garantir a todos a liberdade efetiva de copiar e redistribui-lo, com ou sem modificações, seja comercialmente ou não-comercialmente.A licença adequada é incluída em muitos manuais e em cada distribuição de código fonte do GNU.Todas essas licenças foram criadas de modo que você possa facilmente aplicá-los ao seu próprio trabalho, supondo que você é o detentor do copyright. Você não tem que modificar a licença para fazer isso, simplesmente inclui uma cópia da licença no trabalho, e adicione notas aos arquivos de fonte que façam referências adequadas à licença.Utilizar os mesmos termos de distribuição para vários programas diferentes torna fácil copiar o código entre vários programas diferentes. Desde que eles todos tenham os mesmos termos de distribuição, não há necessidade de verificar se os termos são compatíveis. A GPL Menor, versão 2, inclui uma cláusula que permite que você altere os termos de distribuição para os termos da GPL original, de modo que você possa copiar código para outro programa coberto pela GPL.Se você gostaria de colocar seu programa sob esquerdo de cópia utilizando a GNU GPL ou a GNU LGPL, por favor veja as instruções para usar essas licenças.

Software livre (free software)

Software livre é software que vem com permissão para qualquer um copiar, usar e distribuir, com ou sem modificações, gratuitamente ou por um preço. Em particular, isso significa que o código fonte deve estar disponível. “Se não é fonte, não é software”. Esta é uma definição simplificada; veja também a definição completa.Se um programa é livre, ele pode potecialmente ser incluido em um sistema operacional livre, como o GNU, ou versões livres como o sistema GNU/Linux.

Page 4: Resumo de Software Livre

Existem muitas diferentes maneiras de se fazer um programa livre — muitos detalhes que poderiam ser resolvidos em mais de uma maneira, e que ainda tornariam o programa livre. Algumas das possíveis variações são descritas abaixo.Software livre é uma questão de liberdade, não preço [em inglês: free software is a matter of freedom, not price]. Mas empresas de software proprietários às vezes usam o termo “software livre” [free software] para referir-se ao preço. Algumas vezes eles querem dizer que você pode obter uma cópia binária sem nenhum custo; algumas vezes querem dizer que uma cópia está incluida no computador que você está comprando. Isso não tem nada a ver com o que nós queremos dizer com software livre no projeto GNU.Devido a essa potencial confusão, quando uma empresa de software disser que seu produto é software livre, sempre verifique os termos de distribuição para ver se os usuários realmente possuem todas as liberdades que o software livre implica. Às vezes o software é mesmo livre; às vezes, não é.Muitas linguagens possuem duas palavras diferentes para “livre” como em liberdade e “livre” como em preço zero [“free” as in freedom and “free” as in zero price]. Por exemplo, o francês tem libre e gratuit. O inglês tem uma palavra gratis que se refere sem ambiguidade ao preço, mas não existe um adjetivo comum que se refira sem ambiguidade à liberdade. Isso é uma infelicidade, pois esta palavra seria útil aqui. Veja a nossa lista de traduções do termo “software livre” para várias outras línguas.Software livre é frequentemente mais confiável do que softwares não-livres.

Código aberto (open source)

O termo “código aberto” é usado por algumas pessoas para dizer mais ou menos a mesma coisa que software livre. Nós preferimos o termo “software livre”; siga o link para ver as razões.

Domínio público

Software no domínio público é software não sujeito a copyright. Este é um caso especial de software livre sem copyleft, o que significa que algumas cópias ou versões modificadas podem não ser livres.Algumas vezes pessoas usam o termo “domíno público” de uma forma imprecisa para dizer “livre” ou “disponível gratuitamente” . No entanto, “domínio público” é um termo legal e significa, precisamente, “sem copyright”. Por claridade, recomendamos usar o termo “domínio público” para este significado apenas, e usar outros termos para transmitir os outros significados.

Software com copyleft

O software com copyleft é um software livre cujos termos de distribuição não permite que redistribuidores incluam restrições adicionais quando eles redistribuem ou modificam o software. Isto significa que toda cópia do software, mesmo que tenha sido modificada, precisa ser software livre.No projeto GNU, nós distribuímos sob copyleft praticamente todo software que escrevemos, pois nosso objetivo é dar a todo usuário as liberdades que o termo “software livre” implica. Veja o nosso artigo sobre copyleft para maior explicação sobre como o copyleft funciona e por que o usamos.Copyleft é um conceito geral; para realmente proteger um programa com copyleft, você precisa usar um conjunto específico de termos de distribuição. Existem muitas possíveis maneiras de se escrever esses termos de distribuição, então em princípio podem haver muitas licenças de software livre do tipo copyleft. No entanto, na prática quase todo software com copyleft usa a Licença Pública Geral GNU. Duas licenças diferentes do tipo copyleft normalmente são “incompatíveis”, o que significa que é ilegal a união de código usando uma das licenças a código usando a outra lecença; portanto, é bom para a comunidade que as pessoas usem uma única licença copyleft.

Software livre sem copyleft

Software livre sem copyleft vem do autor com permissão para redistribuir e modificar, e também para incluir restrições adicionais a ele.Se um programa é livre mas não distribuído sob copyleft, algumas cópias ou versões modificadas podem não ser software livre. Uma empresa de software pode compilar o programa, com ou sem modificações, e distribuir o arquivo executável na forma de um produto proprietário.O X Window System ilustra isso. O X Consortium lança o X11 com termos de distribuição que o torna software livre sem copyleft. Se você desejar, pode obter uma cópia com esses termos e que é livre. No entanto, também existem versões não livres, e existem estações de trabalho e placas gráficas populares para as quais as versões não livres são as únicas que funcionam. Se você estiver usando este hardware, o X11 não é livre para você.

Software coberto pela GPL

A GNU GPL (General Public License) é umconjunto de termos de distribuição específico para aplicar copyleft a um programa. O Projeto GNU a utiliza como termos de distribuição para a maior parte do software GNU.

O sistema GNU

Page 5: Resumo de Software Livre

O sistema GNU é um sistema operacional livre completo, estilo Unix.Um sistema operacional estilo Unix consiste de muitos programas. O sistema GNUinclui todo o software GNU, bem como muitos outros pacotes como o X Window System e TeX, que não são software GNU.Nós estamos desenvolvendo e acumulando componentes para o sistema GNU desde 1984; a primeira versão de testes de um “sistema GNU completo” foi em 1996. Hoje, em 2001, o sistema está funcionando de maneira confiável, e pessoas estão trabalhando no sistema GNOME, e ppp trabalha nele. Nesse meio tempo, o sistema GNU/Linux, um descendente do sistema GNU que usa o Linux como kernel, se tornou um grande sucesso.Como o propósito do GNU é ser livre, todo componente no sistema operacional GNU é software livre. Eles não precisam ser todos distribuído sob copyleft, porém; qualquer tipo de software livre é legalmente apropriado para inclusão se ajudar a atender requisitos técnicos.

Programas GNU

“Programas GNU” é equivalente a software GNU. Um programa Foo é um programa GNU se for software GNU.

Software GNU

Software GNU é um software lançado com apoio do Projeto GNU. Se um programa é software GNU, nós também dizemos que é um programa GNU.A maior parte do software GNU é distribuído sob copyleft, mas nem todo; contudo, todo software GNU deve ser software livre.Algum software GNU foi escrito pela equipe da Free Software Foundation, mas a maior parte do software GNU é contribuição de voluntários. Algumas contribuições possuem copyright da Free Software Foundation; outras possuem copyright do contribuidor que o escreveu.

Software proprietário (ou não-livre)

Software proprietário (também chamado “software não-livre”) é aquele que não é livre. Seu uso, redistribuição ou modificação é proibido, ou requer que você peça permissão, ou é restrito de tal forma que você não possa efetivamente fazê-lo livremente.A Free Software Foundation segue a regra de que não podemos instalar qualquer programa proprietário em nossos computadores, exceto temporariamente para o propósito específico de escrever um substituto livre para aquele mesmo programa. Além dessa, achamos que não há justificativa possível para instalar um programa proprietário.Por exemplo, nós achamos justificável instalar Unix em nosso computador nos anos 80, por que o estávamos usando para escrever um substituto livre para Unix. Hoje em dia, que um sistema operacional livre está disponível, a desculpa não é mais aplicável; nós eliminamos todos nossos sistemas operacionais não-livres, e qualquer novo computador que instalamos precisa rodar um sistema operacional completamente livre.Nós não insistimos que os usuários do GNU, ou contribuidores do GNU, tenham que viver com essa regra. Essa é uma regra que fizemos para nós mesmos. Mas esperamos que você decida seguí-la também.

Freeware

O termo “freeware” não possui uma definição clara e aceita, mas é muito usada para pacotes que permitem redistribuição mas não modificação (e seu código fonte não está disponível). Estes pacotes não são software livre, portanto não use “freeware” para referir-se a software livre.

Shareware

Shareware é software que vem com permissão para redistribuir cópias, mas diz que qualquer um que continue usando uma cópia deve pagar por uma licença.Shareware não é software livre, ou mesmo semi-livre. Existe duas razões para isso: Para maior parte dos sharewares, o código fonte não está disponível; portanto, você não pode modificar o

programa. Shareware não vem com permissão para fazer uma cópia e instalá-la sem pagar uma licença, nem mesmo

para indivíduos engajados a atividades não-lucrativas. (Na prática, as pessoas frequentemente desrespeitam os termos da distribuição e fazem isso de qualquer forma, mas os termos não permitem isso).

Software comercial

“Comercial” e “proprietário” não são a mesma coisa! Software comercial é software sendo desenvolvido por uma empresa que procura ter lucro através do uso do software. A maior parte do software comercial é proprietária, mas existem softwares livres comerciais, e softwares não-comerciais e não-livres.Por exemplo, o GNU Ada é sempre distribuído sob os termos da GNU GPL, e toda cópia é software livre; mas seus desenvolvedores vendem contratos de suporte. Quando seus vendedores falam com clientes em potencial, algumas vezes os clientes dizem, “Nós nos sentiríamos mais seguros com um compilador comercial”. Os vendedores respondem, “GNU Ada é um compilador comercial, apenas acontece de ser um software livre”.

Page 6: Resumo de Software Livre

Para o Projeto GNU, a ênfase é de outra ordem: o importante é que o GNU Ada é software livre; se é comercial, não é uma questão crucial. No entanto, o desenvolvimento adicional do GNU Ada que resulta do mesmo ser comercial é definitivamente benéfico.Por favor, ajude-nos a divulgar o fato de que software comercial livre é possível. Você pode fazer isso através de um esforço de não dizer “comercial” quando quer dizer “proprietário”.

O que é o projecto GNU?

O projecto GNU foi lançado em Setembro de 1983 por Richard M. Stallman para criar um sistema operativo completo de Software Livre. O trabalho de desenvolvimento de software iniciou-se em Janeiro seguinte. Hoje temos vários sistemas operativos baseados exclusivamente no Software Livre que respeitam a liberdade dos usuários dando a todos o direito de usar, compartilhar, estudar e melhorar o software para qualquer finalidade.Stallman fundou a "Free Software Foundation" (Fundação de Software Livre) em Outubro de 1985 para suportar aspectos administrativos, legais e organizacionais do projecto GNU e também para difundir o uso e conhecimento do Software Livre. As principais licenças do projeto GNU são a "GNU General Public License (GPL)" (Licença Pública Geral) e a "GNU Lesser General Public License" (LGPL, Licença Pública Geral Menor, originalmente designada por "GNU Library General Public License"). Ao longo dos anos tornaram-se nas licenças mais utilizadas para o Software Livre.O projecto GNU consiste em inúmeros pequenos sub-projetos mantidos por voluntários ou empresas ou combinações destas duas. Estes mesmos sub-projetos são também designados por "GNU projects" (projetos GNU) ou "GNU packages" (pacotes GNU).O nome do projeto GNU é resultado do acrônimo redundante "GNU's Not Unix." O Unix era um sistema operativo muito conhecido e utilizado nos anos 80, por isso Stallman desenvolveu o GNU por forma a ser o mais compatível possível com o Unix porque assim seria vantajoso para as pessoas migrarem para o GNU. O autor reconhece que o GNU aprendeu com o projeto técnico Unix, mas também existem notas muito importantes as quais não estão relacionadas. Contrariamente ao Unix, o GNU é Software Livre.Sendo semelhante ao Unix, o GNU é desenvolvido por módulos. Isto significa que componentes de terceiros podem ser inseridos no GNU. Hoje em dia, é muito comum as pessoas utilizarem um "kernel" (núcleo) de terceiros designado por Linux com os sistemas GNU. Muitas pessoas utilizam o nome "Linux" para esta variante do GNU, mas isto impede que as pessoas saibam do projeto GNU e o seu propósito da liberdade do software. A FSFE pede às pessoas para utilizarem os termos "GNU/Linux" ou "GNU+Linux" quando fazem referência a estes mesmos sistemas.

Visão Geral do Sistema GNU

O sistema operacional GNU é um sistema de software livre completo, compatível com o Unix. GNU significa “GNU's Not Unix” (GNU Não é Unix). Richard Stallman fez o Anúncio Inicial do Projeto GNU em setembro de 1983. Uma versão mais longa, chamada de Manifesto GNU, foi publicada em março de 1985. O texto tem sido traduzido para várias outras línguas.O nome “GNU” foi escolhido porque atende a alguns requisitos; em primeiro lugar, é um acrônimo recursivo para “GNU's Not Unix”, depois, porque é uma palavra real e, finalmente, é divertido de falar (ou Cantar).A palavra “livre” em “software livre” se refere à liberdade, não ao preço. Você pode ou não pagar para obter software do projeto GNU. De qualquer forma, uma vez que você tenha o software, você tem quatro liberdades específicas ao usá-lo: a liberdade de executar o programa como você desejar; a liberdade de copiá-lo e dá-lo a seus amigos e colegas; a liberdade de modificar o programa como você desejar, por ter acesso total ao código-fonte; a liberdade de distribuir versões melhoradas e, portanto, ajudar a construir a comunidade. (Se você redistribuir software do projeto GNU, você pode cobrar uma taxa pelo ato físico de transferir uma cópia, ou você pode simplesmente dar cópias de graça.)O projeto que desenvolve o sistema GNU é chamado de “Projeto GNU”. O Projeto GNU foi concebido em 1983 como uma maneira de trazer de volta o espírito cooperativo que prevalecia na comunidade de computação nos seus primórdios — para tornar a cooperação possível novamente ao remover os obstáculos à cooperação impostos pelos donos de software proprietário.Em 1971, quando Richard Stallman começou sua carreira no MIT, trabalhava em um grupo que usava exclusivamente software livre. Até mesmo empresas de informática frequentemente distribuíam software livre. Programadores eram livres para cooperar uns com os outros, e frequentemente o faziam.Já na década de 1980, quase todo o software era proprietário, o que significa que ele possuía donos que proibiam e evitavam a cooperação dos usuários. Isso tornou o Projeto GNU necessário.Todo usuário de computador precisa de um sistema operacional; se não há nenhum sistema operacional livre, você não pode nem começar a usar um computador sem recorrer a software proprietário. Dessa forma, o primeiro item na agenda do software livre tinha de ser um sistema operacional livre.Decidimos criar um sistema operacional compatível com o Unix, porque seu design geral já era testado e portável, e porque a compatibilidade facilita que usuários de Unix migrem para o GNU.Um sistema operacional do tipo Unix inclui um kernel, compiladores, editores, formatadores de texto, clientes de e-mail, interfaces gráficas, bibliotecas, jogos e muitas outras coisas. Portanto, escrever todo um sistema operacional é um grande trabalho. Nós começamos em janeiro de 1984. A Free Software Foundation foi fundada em outubro de 1985, inicialmente para levantar fundos para ajudar a desenvolver o GNU.

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Por volta de 1990 nós havíamos encontrado ou escrito todos os componentes principais, exceto um — o kernel. Então o Linux, um kernel do tipo Unix, foi desenvolvido por Linus Torvalds em 1991 e transformado em software livre em 1992. Combinar o Linux com o quase completo sistema GNU resultou num sistema operacional completo: o sistema GNU/Linux. Estimativas apontam que dezenas de milhões de pessoas hoje usam sistemas GNU/Linux, tipicamente através dedistribuições GNU/Linux. A versão principal do Linux hoje em dia contém firmware não-livre; ativistas do software livre mantém uma versão do Linux modificada e livre, chamada Linux-libre.Entretanto, o Projeto GNU não se limita ao cerne do sistema operacional. Visamos fornecer todo um espectro de software, o que quer que os usuários desejem ter. Isso inclui aplicativos. Veja o Diretório de Software Livre para um catálogo de aplicativos livres.Nós também desejamos fornecer software para usuários que não são especialistas em computadores. Por esse motivo, nós desenvolvemos um ambiente gráfico (chamado GNOME) para ajudar iniciantes a utilizar o sistema GNU.Também queremos fornecer jogos e outros programas recreativos. Um grande número de jogos livres já está disponível.Quão longe o software livre pode ir? Não existem limites, exceto quando leis, tais como o sistema de patentes, impedem o software livre. O objetivo derradeiro é prover software livre para fazer tudo aquilo que os usuários de computadores desejam fazer — e assim tornar o software proprietário algo do passado.RESUMO A inclusão digital como ação para a inclusão social está no foco de ações do governo federal brasileiro. O acesso a informação é indispensável para a formação do cidadão. Neste meio, o mercado de software luta para garantir seus espaços (a disputa entre os defensores do software livre e os do software proprietário). Este artigo tem por objetivo dar subsídios ao leitor para que possa tirar suas conclusões sobre o papel do software livre nesse contexto. Palavras-chave: Software Livre. Inclusão Digital. 1 Introdução Software Livre surgiu como uma reação da comunidade internacional de desenvolvimento de software, agregada pela Internet, ao software proprietário. Especialmente após o surgimento do sistema operacional Linux, o software livre ganhou um forte apelo que vêm, cada vez mais, agradando grandes empresas e governos ao redor do mundo. Este artigo pretende mostrar, mesmo que de forma indireta, que softwares livres podem ser muito úteis a todas as esferas da vida social, seja pública ou privada, especialmente na questão de inclusão digital em nosso país. * Acadêmico do Curso de Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (USFC); Formado em Ciências da Computação pela UFSC. E-mail: [email protected] 2 Software Livre Software Livre diz respeito à liberdade do usuário em executar, copiar, distribuir, estudar, alterar e melhorar o software. Para ser mais preciso, são quatro as liberdades concernentes [1]: • A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade 0); • A liberdade de estudar o funcionamento do programa, a adaptá-lo a suas necessidades (liberdade 1). Para isto, o acesso ao código fonte é uma pré- condição. • A liberdade de redistribuir cópias, para ajudar as pessoas (liberdade 2). • A liberdade de melhorar o programa, e liberar seus melhoramentos o público, de maneira a beneficiar toda a comunidade (liberdade 3). Para isto, o acesso ao código fonte é uma pré-condição. Um programa só é um software livre se todos os usuários possuem todas estas liberdades citadas acima. Assim, você deve ser livre para redistribuir cópias, com ou sem modificações, seja grátis ou não, para qualquer um em qualquer lugar. Ser livre para fazer estas coisas implica (entre outras coisas) não ter que pedir ou pagar para ter permissão de fazê-las. Software livre não é sinônimo de gratuidade. Muitos softwares livres podem ser adquiridos, entretanto, o que se adquire não é o software mas, por exemplo, a mídia, a impressão do manual do usuário e a assistência técnica. Todas as distribuições de software livre que são comercializadas no mercado possuem uma versão disponível em algum sítio da Internet, seja o código-fonte (que deve ser compilado antes de usar), seja o software compilado (pronto para uso). Alguns usuários avançados preferem compilar sua própria cópia pois podem verificar o código-fonte e utilizar opções de otimização do código para seu microcomputador específico. O software proprietário tem esse nome exatamente porque a empresa, ou pessoa, que o desenvolveu sempre será proprietária do software; o que o usuário adquire é uma licença de uso que pode ser revogada em determinadas condições especificadas no contrato específico. 3 Uso de Software Livre na Esfera Pública Reale e Tatsch [6] desenvolvem a idéia que é preciso refletir sobre as implicações jurídicas da adoção do Software Livre por parte dos governos antes de promulgar leis como a Lei n° 7.411/02, do Espírito Santo e a Lei n° 11.871/02, do Rio Grande do Sul que privilegiaram o uso de Software Livre na esfera estatal. Realmente, pode haver implicações de cunho de responsabilidade sobre a comercialização do software. Entretanto, como garantem as liberdades do Software Livre, o software pode ser comercializado via distribuições e o governo pode adquirir os serviços de manutenção de diversas empresas cotadas no mercado em vez de depender exclusivamente de uma (a proprietária do software). Já para Borges [4] a adoção de Software Livre pelos governos e a criação do chamado Governo Eletrônico são revoluções na interação do cidadão com o governo. Ele cita as principais razões que levariam os governos a adotar o Software Livre como padrão em suas instalações: “proteção contra coerção ou ameaças por parte de entidades corporativas que desenvolvem e controlam softwares do qual os governos dependem; maior controle de um software do qual depende a segurança nacional; maior potencial econômico para companhias internas propiciando o desenvolvimento nacional, melhoria e suporte ao software sem dependência de sociedades com corporações fora do país; redução de litígios e pressões internacionais acerca de questões relacionadas a “pirataria”; redução de custos que facilita a obtenção de financiamento, além do fato de que estes podem ser distribuídos”. [4] O governo federal brasileiro mantém sítios na Internet, como o SoftwareLivre.gov.br (http://www.softwarelivre.gov.br), com o objetivo de divulgar as ações do governo federal em relação ao Software Livre. A exemplo do Brasil governos de países como França e China priorizam o uso de software livre. No caso da França, desenvolveu-se uma licença de software livre compatível com a legislação francesa, diferente de licença Gnu Public License (GPL) da Free Software Foundation, que é a licença modelo de todas as outras licenças de software livre. A Free Software Foundation mantém em seu sítio na Internet uma lista de todas as licenças disponíveis no mercado compatíveis com as liberdades do software livre. Que o software livre tem vantagens competitivas em

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relação a software proprietário é inegável. No estado do Paraná foi possível economizar mais de cento e vinte e três milhões de reais com a adoção de software livre em substituição de software proprietário. O presidente da Celepar – Informática do Paraná, Marcos Mazoni, destaca que “além das vantagens econômicas, ... o fato de o Estado desenvolver suas próprias soluções tem garantido ao governo o domínio completo sobre a tecnologia empregada.” [9]. Há, ainda, quem defenda o software livre como medida para proteger o princípio constitucional de liberdade da vida privada [10], uma vez que é extremamente difícil saber o que o código compilado faz no microcomputador. Assim como os vírus, whorms e trojans, os softwares proprietários podem executar instruções no computador sem que o usuário saiba e, também, pode enviar informações do usuário do software com dados pessoais. Nem todas as pessoas que usam software livre verificam o código para ver se ele contém este tipo de ameaças, entretanto, como ele é, de fato, verificado por muitas pessoas ao redor do mundo, se contiver algum código maléfico isso logo será divulgado, especialmente via Internet. 4 Uso de Software Livre na Esfera Privada Segundo reportagens recentes [2] o sistema operacional Linux e outros softwares livres estão ganhando espaço no mercado privado por seu desempenho, custo e possibilidade de customização, ou seja, o usuário, por possuir acesso ao código-fonte, pode adaptar o software a suas necessidades. A customização própria aumenta a independência do cliente em relação ao fornecedor do pacote original. Devido a restrições da licença dos softwares livres, os pacotes customizados só serão sigilosos se o autor não distribuí-lo, pois se o fizer terá que distribuir também o código-fonte. Grandes redes varejistas [2], com mais de sete mil caixas, estão adquirindo sistemas de gerência e frente de caixa rodando em Linux, com uma economia em torno de 30% em relação ao antigo sistema proprietário. Alguns bancos também começaram a testar o Linux para substituir os sistemas dos caixas de auto-atendimento. Pesquisas de mercado também mostram que o sistema Linux vem ganhando espaço dia-a-dia, especialmente nos sistemas para servidores. Uma pesquisa realizada pela EConsulting com 238 empresas mostrou que 78% delas utilizavam Linux em seus servidores, em pelo menos uma aplicação [14]. Como a adoção do software livre causa uma mudança de paradigma é compreensível que o aumento em seu uso seja lento, mas os dados mostram que o avanço dos sistemas de software livre é constante e, aparentemente, irreversíveis. 5 Software Livre e a Inclusão Digital A inclusão digital é mais que o acesso a sistemas de informática e capacitação para as atuais exigências do mercado de trabalho, é antes de tudo uma maneira de aumentar a cidadania através do acesso a informação de fontes quase ilimitadas, é a inclusão social através da inclusão digital. Um exemplo disso é o caso descrito em reportagem da revista Carta Capital [3]: “No assentamento de Juarez Távora, os agricultores usam a internet para checar a época de iniciar o plantio e a colheita, conferir preços de insumos e trocar experiências com outras comunidades.” O governo brasileiro isentou alguns montadores de microcomputadores, no Brasil, de impostos federais para lançar o programa “PC do Cidadão Conectado”. Entretanto, alguns montadores estavam disponibilizando microcomputadores com dual boot, que quer dizer que ele vinha com dois sistemas operacionais instalados, um livre e um proprietário. O Ministério da Ciência e Tecnologia editou, então, uma portaria proibindo o dual boot e a distribuição de softwares proprietários nos microcomputadores do programa em uma clara opção pelas soluções de software livre como medida para inclusão digital [8]. Alguns críticos do uso de software livre argumentam que não é fundamental o uso desse tipo de software para o desenvolvimento da inclusão digital, mas sim, o uso de softwares que permitam o correto uso da máquina. Para eles a política do uso de software livre pode ser influência de uma ideologização da informática que não pode virar um dogma. Entretanto, deve-se ter o cuidado que o inverso também é verdade, enaltecer apenas o software proprietário, também, pode ser um tipo de ideologização. Em nosso país, onde poucos possuem microcomputadores e ainda menos estão conectados a Internet, a opção do software livre para ações de inclusão digital deve levar em conta que uma pessoa que mal pode adquirir um microcomputador não terá condições de usar softwares proprietários, devido ao elevado valor das licenças. Mesmo que alguns softwares livres não sejam tão aprimorados como os softwares proprietários, ainda são uma solução melhor que a opção da pirataria de software. 6 Conclusão A questão do software livre ainda esbarra na legislação brasileira que não está adaptada a realidade do mundo digital. É necessário proteger tanto o software proprietário como o software livre. Se o software proprietário é alvo de uso indevido, sem o pagamento de licenças, também, o software livre é alvo de apropriações indevidas, devido às restrições no sigilo de alterações distribuídas. Se o governo deve priorizar software livre ou proprietário, depende do interesse púbico mais do que de ideologias. As licitações não deveriam ser limitadas a sistemas de software livre, pois pode não haver no mercado sistemas livres disponíveis para atender a necessidade, mas, se existir, ele naturalmente terá vantagem sobre os sistemas proprietário, devido a sua natureza de desenvolvimento aberto por toda a comunidade internacional que diminui os custos de pesquisa e desenvolvimento, que são a maior parte do custo dos softwares proprietários. No entanto, é questão de segurança nacional que o governo federal saiba o código dos softwares que adquire para seus microcomputadores, sejam eles softwares livres ou não. Não podemos negar as pessoas o acesso que a informação na Internet propicia. Como nosso país não é um país que possua recursos suficientes para atender todas as necessidades da população, nem as básicas (menos da metade da população está conectada a rede de saneamento básico [3]), negar que o software livre é uma solução viável é, no mínimo, enganosa.

Inclusão Digital e Software Livre – ApresentaçãoSegundo dados da Fundação Getúlio Vargas, apenas 14,18% dos brasileiros de 15 a 20 anos de idade têm acesso ao computador e menos de 10% têm acesso à internet. Esses números se constituem num enorme desafio para uma sociedade cada vez mais dependente da tecnologia.

Entre as principais movimentações no sentido de melhorar o cenário de informatização no Brasil podemos destacar os diversos projetos de Inclusão Digital desenvolvidos em comunidades carentes em todo o país.Muitos deles são estruturados a partir do uso de softwares livres, cuja filosofia de desenvolvimento permite não só o amplo uso do software sem restrições de licenciamento como também o pleno acesso ao conhecimento inserido

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dentro da solução tecnológica. Esse acesso ao conhecimento acontece em sintonia com o processo educacional de descoberta e reflexão decorrente do aprendizado da informática.

O Portal do Software Público Brasileiro - SPBCriado em 12 de abril de 2007, o portal do SPB já conta com mais de 60 soluções voltadas para diversos setores. Os serviços disponíveis são acessados até por outros países, como Uruguai, Argentina, Portugal, Venezuela, Chile e Paraguai. Para a SLTI, o portal já se consolidou como um ambiente de compartilhamento de softwares. Isso resulta em uma gestão de recursos e gastos de informática mais racionalizada, ampliação de parcerias e reforço da política de software livre no setor público. O Portal é composto de:

O próprio Portal do Software Público que oferece um espaço (comunidade) para cada software. A comunidade é composta por fórum, notícias, chat, armazenamento de arquivos e downloads, wiki, lista de prestadores de serviços, usuários, coordenadores, entre outros recursos. Acesse: www.softwarepublico.gov.br

SVN e TRAC para compartilhamento e versionamento de código, registro de bugs e tickets. Para acessar o TRAC: svn.softwarepublico.gov.br/trac/nomesoftware .Para acessar o SVN: svn.softwarepublico.gov.br/svn/nomesoftware. Trocando o "nomesoftware" pelo nome do software de seu interesse. Tanto no TRAC quanto no SVN o acesso só é permitido para quem é cadastrado no Portal do Software Público e é membro da comunidade do software.

Mercado Público Virtual onde é possível consultar os Prestadores de Serviços por região e/ou por Software Público. Acesse: www.mercadopublico.gov.br

4CMBr que é o Software Público focado nos Municípios Brasileiros. Acesse: www.softwarepublico.gov.br/4cmbr

5CQualiBr que é um grupo que trabalha para evoluir a qualidade do Software Público Brasileiro. Acesse: www.softwarepublico.gov.br/5cqualibr

4CTecBr, um portal destinado a colaboração no desenvolvimento de Tecnologias Livres. Acesse: www.softwarepublico.gov.br/4ctecbr/

As soluções disponibilizadas no Portal estão em todas as regiões do país, como por exemplo o e-cidade que foi instalado na cidade mais ao norte do Brasil, Uiramutã-RR, com apoio da cidade de Juramento-MG e do CACIC que movimenta empresas na prestação de serviços na cidade de Porto Alegre-RS. Ao mesmo tempo o i-Educar avança na região Nordeste, com o caso exemplar de Arapiraca-AL e em pequenas cidades do estado de Santa Catarina, como o caso de Içara. O Geplanes tem casos de uso no governo do estado de Minas Gerais e no próprio Ministério do Planejamento, em Brasília-DF. O Provinha Brasil na cidade de Guarulhos-SP e o Sistema de Gestão de Frotas em Fortaleza-CE. Hoje existem casos de uso em todos os estados brasileiros e a intenção é alcançar futuramente todas as cidades do país. 

Entre as comunidades mais ativas estão o CACIC-Coletor Automático de Informações Computacionais, que verifica informações sobre hardware e software nos computadores, o Ginga (soluções para TV Digital Brasileira), o Sistema de Gestão Escolar i-Educar, além do e-cidade: sistema de gestão para municípios e programas na área da saúde, educação, meio ambiente e gerenciamento de contratos.A Dataprev, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica são as instituições que mais disponibilizaram soluções, juntas somam 9 softwares. A Dataprev foi a pioneira, ao liberar já em 2005 o CACIC, considerado o primeiro software livre do governo federal, em seguida disponibilizou o COCAR e o Sistema de Atendimento Livre-SGA Livre. A CAIXA começou com o Bilhetador de Impressão Curupira, depois o Minuano e no próximo mês o Avaré. O Banco do Brasil lançou o Apoena, que foi seguido do emulador PW3270 e do Koruja.O ambiente se caracteriza por oferecer mais de uma solução para um tipo de aplicação. Neste caso o destaque vai para as distribuições livres da área educacional com o Linux Educacional, o Pandorga e o Educatux. Os desenvolvedores de software também são beneficiados com os frameworks disponibilizados, dentre eles o MDArte, o OPenACS, o CORTEX e o JAGUAR. 

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O que rege o Software Público Brasileiro é a Instrução Normativa N.01 de 17 de Janeiro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos para o desenvolvimento, a disponibilização e o uso do Software Público Brasileiro. Leia a Instrução Normativa do SPB: http://www.softwarepublico.gov.br/spb/download/file/in_spb_01.pdf 

Benefícios do Software Público

Economia dos Recursos

Para entender a importância da economia em contratações de Tecnologia daInformação (TI), é importante observar que nos últimos anos têm-se verificado um gradual crescimento dos gastos governamentais com TI, destacando-se osrealizados pelo governo brasileiro em aquisição e manutenção de software. O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) mostra que o montante anual de gastos da Administração Pública Federa (APF) com a aquisição de softwares teve, entre 2003 e 2009, um aumento de 227%, sendo uma média anual de 32,43% (OLIVEIRA, 2010).Um dos principais motivos relacionados às intenções da APF em compartilhar sistemas através do modelo do SPB é justamente a possibilidade de reduzir os custos, visto que reduz esforços de desenvolvimento de novos softwares, há aproveitamento de códigos estáveis já existentes, economizando tempo de produção (ECONOMIA..., 2006 ).

Independência de Fornecedores

Através do uso do SPB não há o estabelecimento de dependência quanto a fornecedores e consequente aprisionamento tecnológico. (DANIEL, 2011)Ao adotar software proprietário, há grande chance de gerar dependência em relação aos fornecedores especializados, que são os únicos com condições de modificar o código daquele sistema contratado. Com isso, ele vai poder cobrar valores mais altos do que seria justo, visto que não há concorrência (BACIC, 2003).Através do SPB, onde há licença que permite acesso e modificação do código fonte por qualquer pessoa, não tem como criar essa dependência. A qualquer momento pode ser realizada uma licitação envolvendo contratação de empresas distintas daquela responsável pelo desenvolvimento original do software. Assim há estímulo à competição entre fornecedores, consequentemente melhoria da qualidade dos serviços e redução de custos, beneficiando sociedade e governo (AMADEU, 2006).

Segurança

É complicado dizer se um software é seguro quando não há acesso ao seu código-fonte. O uso do SPB elimina esse problema, visto que adota licença GPL. Programas com código aberto atendem ao princípio da transparência e permitem auditoria completa. Torna possível a retirada de trechos duvidosos, falhas perigosas ou até mesmo backdoors (forma mal intencionada de deixar no programa um caminho de invasão escondido, sem despertar a desconfiança do usuário) e, como consequência direta, traz mais segurança (AMADEU, 2006).

Compartilhamento do Conhecimento

As tecnologias de informação e comunicação estão se consolidando como meios de expressão do conhecimento, de expressão cultural e de transações econômicas. Na sociedade em rede, baseada em comunicação feita através de computadores, não é possível aceitar que as linguagens usadas nessa comunicação fiquem sob o poder de apenas alguns gigantes. No desenvolvimento de software que apresenta código aberto, como o SPB, as inovações são compartilhadas entre todos, permitindo que as melhorias sejam adotadas por qualquer um, assim o conhecimento passa a ser sempre disseminado, ajudando principalmente as pequenas e médias empresas (AMADEU, 2006).Através das comunidades criadas em torno de um software público existe forte compartilhamento de conhecimento. A sociedade inteira tem acesso ao conhecimento, não importa se é um pequeno município ou um grande órgão do governo federal. (DANIEL, 2011)