Resumo Direito Penal-Puc

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Resumão de direito penal

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  • DIREITO PENAL 2 BIMESTRE 3 PERODO

    TIPO PENAL

    - o padro ou modelo de conduta que o Estado, por meio de seu nico instrumento a

    lei -, visa impedir que seja praticada, e determina que seja levada a efeito por todos ns. O tipo

    penal um instrumento legal, logicamente necessrio e de natureza predominantemente

    descritiva, que tem por funo a individualizao de condutas humanas penalmente relevantes.

    - Tipicidade a subsuno perfeita da conduta praticada pelo agente ao modelo abstrato

    previsto na lei penal. Na tipicidade formal a figura mvel deve se adaptar ao local a ela destinado

    no tabuleiro. Tipicidade material a que se afere a importncia do bem no caso concreto, a fim de

    que possamos concluir se aquele bem especfico merece ou no ser protegido pelo DP.

    Tipicidade conglobante ocorre quando a conduta do agente antinormativa e h tipicidade

    material.

    - Adequao tpica

    a) de subordinao imediata ou direta: quando houver perfeita adequao entre a

    conduta do agente e o tipo penal incriminador.

    b) de subordinao mediata ou indireta: pode acontecer ainda que, embora o agente atue

    com vontade de praticar a conduta proibida por determinado tipo incriminador, seu

    comportamento no consiga se adequar diretamente a essa figura tpica.

    - Fase da evoluo do tipo: inicialmente, o tipo possui carter puramente descritivo. No

    havia sobre ele valorao alguma. Sua funo descrever as condutas proibidas. Na segunda

    fase, o tipo passou a ter carter indicirio da ilicitude. Isso quer dizer que quando o agente pratica

    um fato tpico, provavelmente, esse fato tambm ser antijurdico. Na terceira fase o tipo passou

    a ser a prpria razo de ser da ilicitude.

    - Teoria dos elementos negativos do tipo: toda vez que no for ilcita a conduta do agente

    no haver o prprio fato tpico. Para que possa ser considerada tpica a ao, dever ela

    tambm ser ilcita.

    - Injusto penal (injusto tpico): a valorao de uma ilicitude como um injusto processa-se

    no instante em que o julgador considera que o agente realizou uma conduta tpica e no

    justificada. O injusto penal existir quando o intrprete chegar tambm concluso de que no

    existe qualquer causa que exclua a ilicitude da conduta tpica praticada pelo agente.

    - Entende-se por tipo bsico ou fundamental a forma mais simples da descrio da

    conduta proibida ou imposta pela lei penal. Os tipos derivados so os que em virtude de

    determinadas circunstncias, podem diminuir ou aumentar a reprimenda prevista no tipo bsico.

    - Tipos normais era aquele que continha apenas elementos objetivos e tipo anormal

    aquele que, alm dos elementos objetivos, vinha impregnado de elementos subjetivos e

    normativos.

  • - Tipos fechados so aqueles que possuem a descrio completa da conduta proibida

    pela lei penal. Tipos abertos so nos quais no h descrio completa e precisa do modelo de

    conduta proibida ou imposta. Faz-se necessria sua complementao pelo intrprete.

    - Tipo congruente quando a parte subjetiva da ao corresponde com a parte objetiva.

    O tipo incongruente quando a parte subjetiva da ao no se corresponde com a objetiva.

    - Tipo simples aquele que no tipo penal prev to somente um nico comportamento.

    Tipo misto trata de mais um comportamento, podendo ser cumulativo quando a prtica de mais

    de um comportamento previsto no tipo faria com que fosse aplicado ao agente o raciocnio

    relativo ao concurso de crimes; ou alternativo, no qual vrios comportamentos so previstos em

    um determinado tipo penal, sendo que a prtica de mais de um deles importar em crime nico.

    - Tipo complexo quando no tipo penal h fuso dos elementos objetivos com os

    subjetivos.

    - Elementares: so dados essenciais figura tpica, sem os quais ocorre uma atipicidade

    absoluta (falta uma elementar indispensvel ao tipo, o fato praticado pelo agene torna-se um

    indiferente penal) ou uma relativa (quando, pela ausncia de uma elementar, ocorre a

    desclassificao do fato para outra figura tpica).

    - Elementos integradores do tipo:

    a) Elementos Objetivos: tem a finalidade de descrever a ao, o objeto da ao e, em

    sendo o caso, o resultado, as circunstncias externas do fato e a pessoa do autor.

    a.1 Descritivos: aqueles que tm a finalidade de traduzir o tipo penal.

    a.2 Normativos: so aqueles criados e traduzidos por uma norma ou que, para sua efetiva

    compreenso, necessitam de uma valorao por parte do intrprete.

    b) Elemento subjetivo: dos tipos dolosos o dolo, que normalmente preenche todo o tipo

    subjetivo.

    - Elementos especficos dos tipos penais:

    a) Ncleo do tipo o verbo que descreve a conduta proibida pela lei penal.

    b) Sujeito ativo aquele que pode praticar a conduta descrita no tipo. O passivo pode ser

    considerado formal ou material. O formal ser sempre o Estado, que sofre toda vez que suas leis

    so desobedecidas. O material o titular do bem ou interesse juridicamente tutelado sobre o qual

    recai a conduta criminosa, que, em alguns casos, poder tambm ser o Estado.

    c) Objeto material a pessoa o coisa contra a qual recai a conduta criminosa do agente.

    - Funes do tipo:

    a) Exerce o tipo uma funo de garantia, uma vez que o agente somente poder ser

    penalmente responsabilizado se cometer uma das condutas proibidas ou deixar de praticar

    aquelas impostas pela lei penal.

    b) A funo fundamentadora por ele exercida, abrindo-se a possibilidade ao Estado de

    exercitar o seu direito de punir sempre que o seu tipo penal for violado.

  • c) Funo de selecionar as condutas que devero ser proibidas ou impostas pela lei

    penal, sob ameaa de sano.

    d) A funo motivadora geral corresponde ao intento de fazer com que os destinatrios

    das normas motivem-se a se comportar de acordo com o que elas prescrevem.

    - Elementos estruturais do tipo:

    a) Objetivos-descritivos: so identificados pela simples constatao sensorial. Referem-se

    a objetos, seres, animais, coisas ou atos perceptveis pelos sentidos.

    b) Normativos: aqueles cuja compreenso insuficiente desenvolver uma atividade

    meramente cognitiva, devendo-se realizar uma atividade valorativa.

    c) Subjetivos: permitem compreender a ao ou omisso tpica, no s como um

    processo causal cego, mas como um processo causal dirigido pela vontade humana para o

    alcance de um fim.

    ESTRUTURA DO TIPO NOS CRIMES DOLOSOS

    - O tipo subjetivo constitudo de um elemento geral dolo - que, por vezes,

    acompanhado de elementos especiais intenes e tendncias que so elementos acidentais,

    conhecidos como elementos subjetivos especiais do injusto ou do tipo penal.

    - Dolo a conscincia (elemento cognitivo) e a vontade (elemento volitivo) de realizao

    da conduta descrita em um tipo penal.

    - O elemento intelectual, tambm conhecido como cognitivo, retrata a conscincia, a

    representao e o conhecimento, sem os quais ocasiona a inexistncia do dolo. J o elemento

    volitivo caracteriza a vontade quando dolo direto e consentimento quando dolo eventual.

    - Art. 18, I e pargrafo nico do CP: dolo a regra, e a culpa a exceo.

    - Teorias

    a) Teoria da Vontade: o dolo seria to somente a vontade livre e consciente de querer

    praticar a infrao penal. Existiria apenas o dolo direto e o resto seria culposo.

    b) Teoria do Consentimento: conforma-se ou aceita-se ou assume-se o risco da produo

    daquela conduta. No saberia diferenciar dolo direto de dolo eventual.

    c) Teoria da representao: dolo toda vez que o agente tiver somente a previso do

    resultado como possvel e, ainda assim, decidir pela continuidade de sua conduta. Se

    representou trata-se de dolo, se no representou, trata-se de culpa consciente. No diferencia

    dolo eventual de culpa inconsciente.

    d) Teoria da probabilidade: se o sujeito considerava provvel a produo do resultado, h

    dolo eventual. Se considerasse a produo do resultado era meramente possvel, o caso de

    culpa consciente.

    COM PROBABILIDADE -> DOLO EVENTUAL

    COM POSSIBILIDADE -> CULPA CONSCIENTE

  • A teoria da vontade foi adotada para o dolo direto. E para o dolo eventual adotou-se a

    teoria do consentimento.

    - Caractersticas do dolo:

    a) Abrangncia: o dolo deve envolver todos os elementos objetivos do tipo.

    b) Atualidade: o dolo deve estar presente no momento da ao, no existindo dolo

    subsequente, nem dolo antecedente.

    c) Possibilidade de influenciar o resultado: indispensvel que a vontade do agente seja

    capaz de produzir o evento tpico.

    - Espcies de dolo:

    a) Dolo direto ou imediato: d-se quando o sujeito quer produzir o resultado.

    b) Dolo indireto:

    b.1. Dolo eventual: o agente no quer produzir o resultado, mas com sua conduta assume

    o risco de faz-lo.

    b.2. Dolo alternativo: o agente quer produzir um ou outro resultado.

    c) Dolo natural ou neutro: aquele que possui somente dois elementos: conscincia e

    vontade.

    d) Dolo hbrido ou normativo: o que contem, alm da conscincia e da vontade, a

    conscincia da ilicitude.

    e) Dolo geral: quando o sujeito pratica uma conduta objetivando alcanar o resultado e,

    aps acreditar erroneamente t-lo atingido, realiza outro comportamento, o qual acaba

    por produzi-lo.

    f) Erro sobre o nexo causal: trata-se o erro como se concretizou o resultado.

    g) A consumao antecipada: refere-se a situaes em que o agente produz

    antecipadamente o resultado esperado, sem se dar conta disso.

    h) Dolo cumulativo: querer alcanar dois resultados em sequncia.

    i) Dolo genrico: trata-se da vontade de concretizar os elementos do tipo. J o dolo

    especfico corresponde a inteno especial a que se dirige a conduta do agente e est

    presente em alguns delitos culposos.

    j) Dolo direto de 1 grau: o agente atinge o resultado.

    k) Dolo direto de 2 grau: existem consequncias necessrias para atingir o resultado, e

    assume-as.

    l) Dolo de dano: quando o agente pratica a conduta visando lesar o bem jurdico tutelado

    na norma penal.

    m) Dolo de perigo: o sujeito visa somente expor o bem jurdico a perigo, sem inteno de

    lesion-lo.

    - Ausncia de dolo em virtude de erro de tipo: sempre que o agente incorrer em erro de

    tipo, seja ele escusvel ou inescusvel, o seu dolo restar afastado, pois, em tais casos,

  • no atua com vontade e conscincia de praticar a infrao penal. O erro de tipo traduz

    uma ideia de vcio no elemento intelectual do dolo essencial excluindo o mesmo,

    podendo tornar-se culposo.

    - Elementos subjetivos diversos do dolo:

    a) Tipos penais de inteno: inteno especial que no precisa realizar concretamente

    (com o fim de, intuito de). Ex: art. 158, CP.

    b) Tipos penais de tendncia: a ao do ru realizada com certa tendncia interna.

    c) Tipos penais de atitudes: quando existem caractersticas que agravam o contedo do

    injusto.

    d) Tipos penais de expresso: demanda um conhecimento prvio sobre algo. Ex:

    denunciao caluniosa, art. 339, CP.

    TIPO DE INJUSTO DE AO CULPOSO

    - Art. 18, II e pargrafo nico do CP.

    - Conduta humana e voluntria (ao ou omisso) que produz resultado antijurdico no

    querido, mas previsvel, e excepcionalmente previsto, que podia, com a devida ateno ser

    evitado.

    - Elementos:

    a) conduta humana voluntria, comissiva ou omissiva;

    b) inobservncia de um dever objetivo de cuidado;

    c) resultado lesivo no querido, tampouco assumido, pelo agente;

    d) nexo de causalidade entre a conduta do agente que deixa de observar o seu ever de

    cuidado e o resultado lesivo dela advindo;

    e) previsibilidade:

    e.1. objetiva: avalia-se objetivamente se, no caso concreto, a pessoa comum homem

    mdio seria capaz de prever o resultado naturalstico.

    e.2. subjetiva: so analisadas as condies pessoais, particulares s quais estava

    submetido o agente ao tempo da conduta realizada.

    f) tipicidade: previso expressa.

    - Modalidades de culpa:

    a) Imprudncia: conduta positiva, praticada sem os cuidados necessrios que causa

    resultado lesivo previsvel ao agente.

    b) Negligncia: deixar de fazer o que a diligncia normal impunha.

    c) Impercia: deriva da prtica de certa atividade, omissiva ou comissiva, por algum

    incapacitado a tanto, por falta de conhecimento ou inexperincia.

    * diferente do erro profissional escusvel, onde no h responsabilidade penal.

  • - Os crimes culposos, em sua maioria, so considerados tipos abertos, isso porque no

    existe uma definio atpica completa e precisa para que se possa adequar a conduta do agente

    ao modelo abstrato previsto na lei.

    - A culpa inconsciente distingue-se da culpa consciente justamente no que diz respeito

    previso do resultado; naquela, o resultado, embora previsvel, no foi previsto pelo agente;

    nesta, o resultado previsto, mas o agente, confiando em si mesmo, nas suas habilidades

    pessoais, acredita sinceramente que este no venha a ocorrer. No caso da culpa consciente o

    agente tenta evitar o resultado; o que no ocorre com o dolo eventual, em que o agente assume o

    risco e no procura cont-lo.

    - A culpa imprpria, tambm chamada de culpa por equiparao ou por assimilao,

    ocorre quando o agente realiza um comportamento doloso, desejando produzir o resultado, o qual

    lhe atribudo a ttulo de culpa, em face de um erro precedente em que incorreu, que o fez

    compreender mal a situao e interpretar equivocadamente os fatos.

    * discriminantes putativas: imaginrio. uma causa excludente de ilicitude imaginria.

    - Compensao e concorrncia de culpas: se duas ou mais pessoas agem culposamente

    e juntas do causa a um resultado, fala-se em concorrncia de culpas. Nesse caso, todas

    respondero pelo resultado, cada uma na medida da sua culpabilidade (no interessa para efeitos

    da tipificao). A compensao de culpas ocorre quando alm do sujeito, a vtima tambm agiu

    culposamente (art. 59 do CP).

    - DOLO A REGRA, CULPA A EXCEO.

    - No se pode falar em culpa presumida no Direito Penal, visto que a culpa considerada

    um tipo aberto.

    - Culpa mediata ou indireta: aquele que produziu a conduta inicial no responder pelo

    resultado indireto a no ser que haja nexo causal entre sua conduta e o resultado posterior; e o

    resultado final possa ser considerado como um desdobramento previsvel e esperado.

    - Tentativa nos crimes culposos: s se fala em tentativa no crime doloso. A doutrina

    admite a tentativa nos crimes culposos quando age dolosamente para a consecuo do resultado

    lesivo, mas o que impulsionou sua ao finalstica foi uma falsa noo da realidade dos fatos.

    - Preterdolo: o resultado vai alm da inteno do agente. Este deseja um resultado e o

    atinge, mas sua conduta enseja outro evento, por ele no requerido. O sujeito atua com dolo no

    movimento inicial, havendo culpa no resultado agravador. Ex: mulher que quer bater na outra,

    bate e acaba empurrando, fazendo com a vtima bata a cabea e morra. No existe tentativa no

    crime preterdolo.

    ESTRUTURA DO TIPO OMISSIVO: DOLOSO E CULPOSO

  • - Dolo: conscincia da existncia do perigo para o bem jurdico e da transformao desse

    perigo em dano + Vontade.

    - Fundamentam o dever de agir: a conscincia do perigo para o bem jurdico e a vontade

    capaz da ao.

    - A cifra negra no crime omissivo imensa.

    - Omisso Culposa:

  • - A omisso penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o

    resultado.

    - Crimes omissivos por comisso: aquele em que o agente, por meio de um

    comportamento positivo, impede que terceira pessoa realize a conduta a que estava obrigada.

    NEXO DE CAUSALIDADE

    - Teoria da causalidade adequada: causa a condio necessria e adequada a

    determinar a produo do evento.

    1) Como regra, no causa, pois segundo um critrio de regularidade estatstica,

    incomum que fabricantes tenham participao em crimes.

    2) Como regra, no causa, pois a arma foi vendida legalmente.

    3) Causa 1 antecedente sem o qual no se daria o resultado.

    4) Resultado ou evento.

    - Teoria da equivalncia das condies:

    1) Causa 3 antecedente sem o qual no se daria o resultado.

    2) Causa 2

    3) Causa 3

    4) Resultado ou evento.

  • Para a responsabilizao penal analisada a finalidade da ao (dolo ou culpa).

    Processo hipottico de eliminao.

    Tudo que altera o resultado causa.

    Primeiro passo: identificar a causa; segundo passo: dolo ou culpa

    - Teoria da imputao objetiva

    1) No causa, pois a gerao do resultado lcita e fiscalizada pelo Estado. No

    interessa o elemento subjetivo quanto a d.

    2) No causa, pois a gerao do resultado lcita e fiscalizada pelo Estado. No

    interessa o elemento subjetivo quanto a c.

    3) Causa 1 criao de uma situao de risco para B, intolervel e proibida.

    Elementos: a) criao ou incremento do risco proibido;

    b) nexo de imputao;

    c) resultado dentro da esfera de proteo do tipo.

    Primeiro passo: aplica-se a teoria da equivalncia dos antecedentes causais; segundo

    passo: teoria da imputao objetiva (seus elementos); terceiro passo: dolo ou culpa.

    - Concausas:

  • ILICITUDE

    - Conceito: ou antijuridicidade, a relao de antagonismo, de contrariedade entre a

    conduta do agente e o ordenamento jurdico.

    - Alm da relao de contrariedade entre a conduta do agente e a norma (ilicitude formal),

    preciso que essa conduta possa, de alguma forma, causar leso ou expor a perigo de leso um

    bem juridicamente tutelado (ilicitude material).

    - Teoria da ratio cognoscendi: quando o fato for tpico, provavelmente tambm ser

    antijurdico, somente se concluindo pela licitude da conduta tpica quando o agente atuar

    amparado por uma causa de justificao.

    - Teoria da ratio essendi: o fato tpico e o antijurdico, por estarem fundidos, devem ser

    analisados num mesmo e nico instante. Ou o fato tpico e antijurdico e passa-se, agora, ao

    estudo da culpabilidade, ou, em virtude da existncia da causa de excluso, que afastar a

    ilicitude contida no tipo, deixar de ser tpico.

    - Classificao das excludentes: previstas na parte geral do CP, previstas na parte

    especial do CP, na legislao extra penal e o consentimento do ofendido.

    - Elemento subjetivo das excludentes: segundo a teoria objetiva no se analisa a

    conscincia e a vontade. J a teoria subjetiva, analisa-se a conscincia e a vontade. Usa-se a

    teoria objetiva somente para fins de defesa, embora seja dificilmente aceito, pois a predominncia

    maior da teoria subjetiva. Os requisitos de ordem objetiva so aqueles expressos ou implcitos,

    mas sempre determinados pela lei penal. Deve o agente saber que atua amparado por uma

    causa que exclua a ilicitude de sua conduta, sendo este o indispensvel requisito de ordem

    subjetiva.

  • -> ESTADO DE NECESSIDADE

    - Art. 24, CP conscincia e vontade.

    - A regra de que ambos os bens em conflito estejam amparados pelo ordenamento

    jurdico. Esse conflito de bens que levar, em virtude da situao em que se encontravam,

    prevalncia de um sobre o outro.

    - Requisitos:

    a) inexistncia de perigo atual;

    b) involuntariedade na gerao do perigo: o sujeito no pode ser causador do perigo;

    c) inevitabilidade do perigo e inevitabilidade da leso;

    d) proteo do direito prprio ou de terceiro;

    e) proporcionalidade do sacrifcio do bem protegido;

    f) ausncia do dever legal de enfrentar o perigo.

    - Para que se possa ser exigida uma causa de justificao preciso que o agente tenha o

    conhecimento de que atua ou, no mnimo, acredite que atua, nessa condio.

    - Pode ocorrer que a situao de perigo, que ensejaria ao agente agir amparado pela

    causa de justificao do estado de necessidade, seja putativa, vale dizer, que ocorra somente na

    sua imaginao.

    -> LEGTIMA DEFESA

    - Art. 25 do CP conscincia e vontade.

    - Pode-se alegar a legtima defesa no amparo daquelas condutas que defendam seus

    bens, materiais ou no, desde que presentes seus requisitos.

    - Legtima defesa autntica: quando efetivamente ocorre. J a legtima defesa putativa,

    aquela imaginria, onde s o agente acredita que est sendo ou vir a ser agredido injustamente.

    - Requisitos:

    a) agresso: injusta (mesmo que seja de um inimputvel);

    atual ou iminente (prestes a acontecer;

    contra direito prprio ou alheio.

  • b) reao: emprego dos meios necessrios;

    uso moderado de tais meios.

    - Excesso:

    a) doloso:

    Quando o agente, mesmo depois de fazer cessar a agresso, continua o ataque porque

    quer causar mais leses ou a morte.

    Quando o agente, tambm depois de cessar a agresso, em virtude de erro de proibio

    indireto, acredita que possa ir at o fim, matando-o.

    b) culposo:

    Quando o agente, ao avaliar mal a situao que o envolvia, acredita que ainda est sendo

    ou poder vir a ser agredido, e d continuidade repulsa.

    Quando o agente excede-se em virtude de um erro de clculo quanto gravidade do

    perigo ou quanto ao modus da reao.

    - Quando o agente, almejando repelir agresso injusta, acaba ferindo outra pessoa

    (aberratio ictus), protegido, no podendo responder criminalmente.

    - Legtima defesa presumida: no existe, a legtima defesa deve ser demonstrada.

    - Legtima defesa nas relaes familiares: existe. Se houver abuso cabe a legtima

    defesa.

    - Legtima defesa de terceiro e consentimento do ofendido: Se for o caso de bem

    indisponvel, no necessrio o consentimento. Se for bem disponvel, deve-se obter o

    consentimento do ofendido. Cabe tambm a legtima defesa putativa caso o bem disponvel

    parecesse estar consentido pelo ofendido.

    - Diferenas entre estado de necessidade e legtima defesa: estado de necessidade

    perigo e legtima defesa agresso. No estado de necessidade o perigo atual e sendo possvel

    a vtima deve fugir. Na legtima defesa, o perigo atual ou iminente e, portanto, no tem a

    obrigao de fugir.

    - possvel a existncia simultnea de legitima defesa e estado de necessidade. Ex: para

    utilizar-se de legtima defesa, a vtima pega uma arma de terceiro para se defender (estado de

    necessidade).

    -> ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL

    - Art. 23, CP, primeira parte.

    - Natureza jurdica: causa de excluso da ilicitude. Torna-se lcita uma conduta tpica.

    - Consiste na prtica de um fato tpico, em razo de cumprir o agente uma obrigao

    imposta por lei, de natureza penal ou no.

    - Os destinatrios podem ser o funcionrio pblico ou particular (desde que o mesmo

    cumpra um dever legal). *Os seguranas particulares agem atravs da legtima defesa de

    terceiros.

  • - Limite o imposto pela lei. Se ultrapassar, trata-se de abuso de autoridade, que pode

    fazer com que a vtima se defenda atravs da legtima defesa.

    - O crime culposo no permite o estrito cumprimento do dever legal. A lei no impe o

    dever de cometer um crime culposo. Mas pode-se absolver pelo estado de necessidade.

    - Comunicabilidade da excludente da ilicitude: se a causa se comunicar com os outros,

    no sero punidos.

    -> EXERCCIO REGULAR DE DIREITO

    - Art. 23, CP, segunda parte. Mesma natureza jurdica.

    - Limites: abuso de direito caso exceda o limite imposto pela lei.

    - Costumes: direito previsto nos costumes.

    - Atravs do funcionalismo moderado ou teleolgico afasta-se a tipicidade, por ser um

    risco permitido, nesses casos:

    a) Leses em atividades esportivas: dentro da regra que afastam a ilicitude.

    b) Intervenes mdicas e cirrgicas:

    c) Ofendculas: animal, objeto ou instrumento que se coloca em determinado local com

    inteno de proteo. importante deix-lo aparente.

    *Teorias:

    a) exerccio regular de direito;

    b) legtima defesa preordenada.

    Depende o caso. No caso de erro, putativa, o artigo 20, paragrafo primeiro do CP, isenta

    a pena ou admite a punicao pelo tipo culposo. Ex: criana que pula o muro para pegar bola mas

    morre atacada pelo cachorro.

    -> CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

    - Causa supralegal e limitada de excluso da ilicitude permitindo que um titular de um

    bem ou interesse protegido considerado disponvel, concorde livremente com sua perda.

    - Divergncia encontra-se na excluso da ilicitude ou da tipicidade.

    Segundo o funcionalismo moderado ou teleolgico de Roxin, acredita-se que sempre

    excluiria a tipicidade, atravs da imputao objetiva (criao ou incremento do risco proibido pela

    vtima, nexo de imputao, resultado dentro da esfera de proteo do bem).

    Segundo o finalismo, dependendo do caso excluiria a tipicidade ou a ilicitude.

    - Funes:

    De acordo com o finalismo pode excluir a ilicitude ou a tipicidade conforme o caso.

    No caso de estupro, invaso de domiclio, leso corporal, exclui-se a ilicitude.

    - Requisitos:

    1) concordncia do ofendido;

    2) consentimento deve ser emitido de maneira explcita ou implcita;

    3) o sujeito deve ter capacidade para consentir;

  • 4) o bem ou interesse deve ser considerado disponvel;

    5) o consentimento deve ser dados antes ou durante a prtica da conduta;

    6) o consentimento revogado a qualquer tempo, desde que o ato no tenha se

    encerrado;

    7) deve haver conhecimento do agente acerca do consentimento do ofendido.

    -> EXCESSO NAS EXCLUDENTES

    - Quando se excede, indo alm dos limites legais. Todo excesso agresso e, portanto,

    ilcito, o que permite legtima defesa.

    - Art. 23, pargrafo nico.

    - Excesso a desnecessria intensificao de um fato tpico inicialmente amparado por

    uma excludente de ilicitude.

    - Espcies

    a) Doloso: torna-se agressor.

    b) Culposo: m leitura da realidade erro agressor.

    c) Exculpante (acidental) escusvel coloca-se o homem mdio como referncia e

    percebe-se a inexigibilidade de conduta diversa. Ainda assim o sujeito um agressor.

    Permite-se em qualquer das trs situaes a legtima defesa.

    - Excesso intensivo a fora fsica e extensivo quando a agresso acabou e

    reconhece-se o excesso.

    CULPABILIDADE

    - o juzo de reprovao pessoal que se realiza sobre a conduta tpica e ilcita praticada

    pelo agente, quando o autor desse fato imputvel, tem potencial conscincia da ilicitude e

    exigvel dele conduta diversa

    - Quem agiu com culpabilidade deve ser punido, pois tinha a possibilidade de respeitar o

    sistema jurdico e evitar resultados ilcitos. Quem agiu sem culpabilidade no deve ser punido.

    - A culpabilidade formal a definida em abstrato e a material estabelecida em concreto.

    - Causas de excluso da culpabilidade:

    a) excluem a imputabilidade: doena mental, desenvolvimento mental retardado,

    desenvolvimento mental incompleto e embriaguez acidental completa;

    b) exclui a potencial conscincia da ilicitude: erro de proibio inevitvel (escusvel);

    c) exclui a exigibilidade de conduta diversa: coao moral irresistvel, obedincia

    hierrquica ordem no manifestamente ilegal e discriminantes exculpveis.

    - Coculpabilidade: parcela de responsabilidade que deve ser atribuda sociedade

    quando da prtica de determinadas infraes penais pelos seus supostos cidados.

    -> Imputabilidade

  • - Capacidade mental, inerente ao ser humano, ao tempo da ao ou da omisso,

    entender o carter ilcito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.

    - Art. 26, CP.

    - Elementos:

    a) intelectivo: conhecimento (lcito ou ilcito);

    b) volitivo: vontade.

    - O sujeito precisa ter capacidade de conhecer e agir com vontade.

    - Momento para a constatao da imputabilidade: deve ser analisada ao tempo da ao

    ou da omisso, segundo a teoria da atividade.

    - Critrios para a identificao da inimputabilidade:

    a) biolgico: menores de 18 anos, doena mental.

    b) psicolgico: embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou fora maior.

    Capacidade de conhecer e vontade.

    c) biopsicolgico: regra misto.

    - Causas que excluem a imputabilidade:

    a) menoridade, doena mental, desenvolvimento mental incompleto, desenvolvimento

    mental retardado e embriaguez proveniente de caso fortuito ou fora maior.

    b) crimes permanentes: conduta que se prolonga no tempo.

    c) crimes continuados: condutas semelhantes.

    - Os doentes mentais, durante os intervalos de lucidez, so penalmente imputveis.

    - Silvcolas (ndios):

    a) integrados sociedade: imputvel;

    b) mais ou menos integrados sociedade: semi-imputvel;

    c) no integrado: inimputvel.

    - Efeitos:

    a) menores de 18 anos: legislao especial (ECA).

    b) inimputveis: medida de segurana (internao ou tratamento ambulatrio).

    - A imputabilidade diminuda ou restrita ou semi-imputabilidade possui como natureza

    jurdica a causa obrigatria de reduo de pena entre um a dois teros. Segundo o sistema

    vicariante ou unitrio, adotado pelo CP, traz-se a ideia de adotar ou a pena ou a medida de

    segurana. J o sistema duplo binrio, retrata a soma de pena mais medida de segurana.

    - Emoo e paixo: paixo a perturbao duradoura do equilbrio psquico. A emoo

    o estado afetivo que acarreta na perturbao transitria do equilbrio psquico. Nenhum dos dois

    exclui a responsabilidade penal, a no ser que seja patolgico.

    - Embriaguez: a psicose alcolica que pode eliminar a responsabilidade penal ou

    diminuir a pena. * Se bebeu porque quis, ir responder.

  • - A lei de drogas aceitou o duplo binrio, onde o sujeito ir receber a pena mais o

    tratamento.

    -> Potencial conscincia da ilicitude:

    - Basta o conhecimento profano para determinao do objeto da conscincia da ilicitude.

    O sujeito que exerce uma profisso regulamentada tem a obrigao de conhecer os determinados

    regulamentos.

    - Excluso: erro de proibio. Art. 21, CP.

    O erro que vicia a vontade, isto , aquele que causa uma falsa percepo da realidade,

    tanto pode incidir sobre os elementos estruturais do delito (elementares: dados estruturais e

    essenciais da figura tpica (dados do artigo)) erro de tipo quanto sobre a ilicitude da ao

    erro de proibio.

    O erro de proibio cuida da concreta ausncia no agente, no momento da ao, da

    conscincia e da ilicitude (e no da lei) de uma determinada conduta. preciso indagar se havia

    a possibilidade de adquirir tal conscincia.

    Quando escusvel? Quando no decorrer de censurvel desateno ou falta de um

    dever de informar-se.

    - No aproveita a falta de conscincia de ilicitude quando:

    a) Teoria sido fcil para ele, nas circunstncias, obter essa conscincia com algum

    esforo de inteligncia e com os conhecimentos hauridos da vida comunitria de seu prprio

    meio.

    b) Propositalmente recusa-se a instruir-se para no ter que evirar uma possvel conduta

    proibida;

    c) No procura informar-se convenientemente, mesmo sem m inteno, para o exerccio

    de atividades regulamentadas.

    - Excludente da ilicitude: existncia, limite e pressuposto ftico.

    Qual a diferena entre a teoria estrita da culpabilidade, da teoria limitada da

    culpabilidade?

    Para a teoria estrita da culpabilidade as trs excludentes tratam do erro de proibio.

    Para a teoria limitada, somente a existncia e os limites so erros de proibio. O pressuposto

    ftico, ento, erro de tipo. Dessa forma, sabe-se que os efeitos de cada erro so diferenciados:

    a) tipo: exclui o dolo e permite a punio ttulo de culpa;

    b) proibio: no exclui o dolo, mas se for invencvel ou escusvel isenta-se de pena, e se

    for vencvel, ocorre a diminuio da pena de um sexto a um tero.

  • CRIME CONSUMADO

    Segundo o inciso I do art. 14 do Cdigo Penal Diz-se o crime: consumado, quando nele

    se renem todos os elementos de sua definio legal. Portanto, para que o crime torne-se

    consumado, o mesmo dever passar pelo iter criminis, at consumao.

    Ocorre a consumao nos crimes:

    a) materiais e culposos: quando se verifica a produo do resultado naturalstico e,

    portanto, h uma modificao no mundo exterior;

    b) omissivos prprios: com a absteno do comportamento imposto ao agente;

    c) mera conduta: com o simples comportamento previsto no tipo, no se exigindo

    qualquer resultado naturalstico;

    d) formais: com a prtica da conduta descrita no ncleo do tipo, independentemente da

    obteno do resultado esperado pelo agente, que, caso acontea, ser considerado como mero

    exaurimento do crime;

    e) qualificados pelo resultado: com a ocorrncia do resultado agravador;

    f) permanentes: enquanto durar a permanncia, uma vez que o crime permanente

    aquele cuja consumao se prolonga, perpetua-se no tempo.

    TENTATIVA

    - Art. 14 do CP.

    - Para se falar em crime tentado, preciso que:

    a) a conduta seja dolosa, ou seja, que exista uma vontade livre e consciente de querer

    praticar determinada infrao penal;

    b) o agente ingresse na fase dos chamados atos de execuo;

    c) no consiga chegar consumao do crime, por circunstncias alheias sua vontade.

    - A tentativa uma causa de diminuio de pena (um a dois teros). Quanto mais prximo

    o agente chegar da execuo, menor ser a diminuio da pena. Quanto mais distante o agente

    ficar da execuo, maior ser a diminuio da pena.

    -Teorias fundamentadoras da punio da tentativa

    a) Teoria Objetiva: preconiza uma reduo da pena para o delito imperfeito, justamente

    por que o bem jurdico protegido no foi maculado.

    b) Teoria Subjetiva ou Voluntarstica: determina uma equiparao punitiva entre as

    formas consumada e tentada, justamente porque em ambas o elemento subjetivo (o dolo) o

    mesmo, no se justificando que o agente receba uma pena inferior porque fatores alheios ao seu

    querer o impediram de obter o resultado esperado.

    c) Teoria Subjetiva-Objetiva: representa-se o fundamento da punio pela juno da

    avaliao da vontade criminosa de um princpio de risco ao bem jurdico protegido. A tentativa

    punvel, quando e na medida em que apropriada para produzir na generalidade das pessoas

  • uma impresso juridicamente abaladora; ela pe, ento, em perigo a paz jurdica e necessita, por

    isso, de uma sano correspondente a esta medida. Como se leva em considerao a vontade

    criminosa e o abalo que a sua manifestao pode causar sociedade, faculdade do juiz reduzir

    a pena.

    d) Teoria Sintomtica: entende que o fundamento de punio da tentativa concentra-se

    na anlise da periculosidade do agente. Poder-se-ia punir os atos preparatrios, no se

    necessitando reduzir a pena, de carter eminentemente preventivo.

    - Dolo e culpa na tentativa

    O dolo, no crime tentado idntico ao do consumado. O que justifica a punio menos

    severa na conatus a ausncia de leso ao bem jurdico protegido. Deve se ressaltar dada a

    equiparao entre dolo direto e dolo eventual, presente no art. 18, I, do CP no h razo para no

    admitir a tentativa tambm nos delitos em que o agente se porta com indiferena em relao ao

    resultado, assumindo o risco de produzi-lo.

    Nos crimes culposos, no se admite a tentativa, porque a vontade inicial dirigida ao

    descumprimento nico e exclusivo do dever objetivo de cuidado, mas no se vincula, em

    momento algum, a vontade com a realizao do resultado, sob pena de se verificar a modalidade

    dolosa. Por mais que o resultado no crime culposo seja derivado da inobservncia do dever de

    cuidado, no se pode afirmar, em hiptese alguma, que o mesmo resultado derivado da

    vontade do agente. Nos crimes culposos, diferentemente dos crimes dolosos, a punio justifica-

    se pelo desvalor do resultado, pois a conduta considerada, sem a produo do resultado, no

    possui qualquer relevncia penal.

    - Conceito e diviso do iter criminis: como se caminhasse por uma trilha que pudesse

    lev-lo ao xito de seu plano criminoso. Dessa forma, divide-se o iter criminis em tais fases:

    cogitao, preparao, execuo, consumao e exaurimento. E em somente determinadas

    infraes penais, temos o chamado exaurimento.

    - Critrios para diferenciao entre atos preparatrios e atos executrios

    a) Critrio material: a execuo se inicia quando a conduta do sujeito passa a colocar em

    risco o bem jurdico tutelado pelo delito (Hungria).

    b) Critrio formal-objetivo: s h incio de execuo se o agente praticou alguma conduta

    que se amolda ao verbo ncleo do tipo.

    - Teoria Subjetiva: haveria tentativa quando o agente, de modo inequvoco, exteriorizasse

    sua conduta no sentido de praticar a infrao penal.

    - Teoria Objetiva-Formal: somente poderamos falar em tentativa quando o agente j

    tivesse praticado a conduta descrita no ncleo do tipo penal.

    - Teoria Objetiva-Material: aes que por sua necessria vinculao com a ao tpica,

    aparecem como parte integrante dela, segundo uma natural concepo ou que produzem uma

    imediata colocao em perigo de bens jurdicos.

  • - Teoria da hostilidade ao bem jurdico: para se concluir pela tentativa, teria de se indagar

    se houve ou no uma agresso direta ao bem jurdico.

    - No possvel a tentativa com dolo eventual, pois o dolo eventual tem estrutura de uma

    imprudncia a que, por razes poltico-criminais, se aplica a pena do delito doloso.

    - Segundo Nelson Hungria no se deve levar para a doutrina do dolo e da tentativa o que

    apenas representa a soluo de uma dificuldade prtica no terreno da prova. A tentativa tanto

    existe nos crimes de mpeto, quanto nos crimes refletidos. tudo uma questo de prova (...). Se

    se verifica, em face das circunstncias, que, nada obstante a instantaneidade da resoluo, o

    agente, empregando os meios que empregou, ou por sua atitude, teve a conscincia de que, com

    a sua ao, podia atingir o evento tpico do crime, no h outra soluo na hiptese de no

    supervenincia de tal evento, seno a de imputar-lhe o fato a ttulo de tentativa.

    - Crimes que no admitem tentativa

    a) Os crimes que no admitem tentativa, so aqueles que no possvel fracionar o iter

    criminis.

    b) Crimes habituais: so delitos em que, para se chegar consumao, preciso que o

    agente pratique, de forma reiterada e habitual, a conduta descrita no tipo.

    c) Crimes pretedolosos: quando o agente atua com dolo na sua conduta e o resultado

    agravador advm de culpa.

    d) Crimes culposos: quando falamos em crime culposo, queremos dizer que o agente no

    quis diretamente e nem assumiu o risco de produzir o resultado, portanto, sua vontade no foi

    finalisticamente dirigida a causar o resultado lesivo.

    e) Crimes nos quais a simples prtica da tentativa punida com as mesmas penas do

    crime consumado.

    f) Crimes unissubsistentes: o crime no qual a conduta do agente exaurida num nico

    ato, no se podendo fracionar o iter criminis.

    g) Crimes omissivos prprios: o agente no faz aquilo que a lei determina e consuma a

    infrao, ou atua de acordo com o comando da lei e no pratica qualquer fato tpico.

    - Fala-se em tentativa perfeita, acabada, ou crime falho, quando o agente esgota,

    segundo o seu entendimento, todos os meios que tinha ao seu alcance a fim de alcanar a

    consumao da infrao penal, que somente no ocorre por circunstncias alheias sua

    vontade. Diz-se imperfeita, ou inacabada, a tentativa em que o agente interrompido durante a

    prtica dos atos de execuo, no chegando, assim, a fazer tudo aquilo que intencionava,

    visando consumar o delito.

    - Crime falho, tambm chamado de tentativa perfeita, ocorre quando o agente percorre

    todo o iter criminis, porm no consegue consumar o delito. Ou seja, o agente emprega todos

    os meios executrios postos sua disposio, mas, ainda assim, no obtm o resultado

    almejado. Neste caso, tendo em vista que o agente percorreu todo o iter criminis, a diminuio

  • de pena dever ser mnima. J a tentativa falha a interrupo dos atos executrios por falha

    interna do agente, que acredita no poder prosseguir, quando, em verdade, poderia. Ex: o autor

    da subtrao, ouvindo o barulho da sirene de uma ambulncia, acredita tratar-se da polcia,

    largando o furto em andamento.

    DESISTNCIA VOLUNTARIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ

    - Art. 15, CP.

    - preciso que o agente j tenha ingressado na fase dos atos de execuo; ou seja,

    ainda durante a prtica dos atos de execuo, mas sem esgotar todos os meios que tinha sua

    disposio para chegar consumao do crime, o agente desiste, voluntariamente, de nela

    prosseguir.

    - A lei penal, por motivos de poltica criminal, prefere punir menos severamente o agente

    que, valendo-se desse benefcio legal, deixa de persistir na execuo do crime, impedindo a sua

    consumao, do que puni-lo com mais severidade, por j ter ingressado na sua fase executiva.

    - Impe a lei penal que a desistncia seja voluntria, mas no espontnea. O importante

    que o agente continue sendo dono de suas decises.

    - Na anlise do fato, e de maneira hipottica, se o agente disser a si mesmo posso

    prosseguir, mas no quero, ser o caso de desistncia voluntria; se, ao contrrio, o agente

    disser quero prosseguir, mas no posso, estaremos diante de um crime tentado.

    - A finalidade desse instituto fazer com que o agente jamais responda pela tentativa,

    isso quer dizer que se houver desistncia voluntria o agente no responder pela tentativa em

    virtude de ter interrompido, voluntariamente, os atos de execuo que o levariam a alcanar a

    consumao da infrao penal por ele pretendida inicialmente.

    Ao agente dado o benefcio legal de, se houver desistncia voluntria, somente

    responder pelos atos j praticados, isto , ser punido por ter cometido aquelas infraes penais

    que antes eram consideradas delito-meio, para a consumao do delito-fim.

    - O agente depois de efetuar seu nico disparo possvel, esgotou seus atos de execuo,

    razo pela qual ficar afastada a possibilidade de ser alegada a desistncia voluntria. O agente,

    ento, dever responder pela tentativa de homicdio.

    - Fala-se em arrependimento eficaz quando o agente, depois de esgotar todos os meios

    de que dispunha para chegar consumao da infrao penal, arrepende-se e atua em sentido

    contrrio, evitando a produo do resultado inicialmente por ele pretendido.

    - Entendemos que a desistncia voluntria e o arrependimento eficaz so causas que

    conduzem atipicidade do fato, uma vez que o legislador nos retirou a possibilidade de

    ampliarmos o tipo penal com a norma de extenso relativa tentativa.

  • - Quando o agente se encontra, ainda, praticando o ato de execuo, fala-se em

    desistncia se, voluntariamente, a interrompe; j no arrependimento eficaz, o agente esgota tudo

    aquilo que estava sua disposio para alcanar o resultado.

    - Embora o agente tenha desistido voluntariamente de prosseguir na execuo ou,

    mesmo depois de t-la esgotado, atua no sentido de evitar a produo do resultado, se este vier a

    ocorrer, o agente no ser beneficiado com os institutos de desistncia voluntria e do

    arrependimento eficaz.

    ARREPENDIMENTO POSTERIOR

    - Art. 16, CP.

    - Se trata de causa geral de diminuio de pena, tambm reconhecida como minorante.

    - Sofrer uma reduo de um a dois teros, amenizando, dessa maneira, para a vtima,

    as consequncias da infrao penal.

    - O instituto do arrependimento posterior s cabvel se ocorrer nas seguintes fases:

    a) quando a reparao do dano ou a restituio da coisa feita ainda na fase

    extrajudicial, isto , enquanto estiverem em curso as investigaes policiais; ou

    b) mesmo depois de encerrado o inqurito policial, com a sua consequente remessa

    Justia, pode o agente, ainda, valer-se do arrependimento posterior, desde que restitua a coisa

    ou repare o dano por ele causado vtima at o recebimento da denncia.

    - O arrependimento posterior s ter cabimento quando o agente praticar uma infrao

    penal cujo tipo no preveja como seus elementos a violncia ou a grave ameaa. No h

    necessidade, portanto, que o prprio agente tenha tido a ideia de restituir a coisa ou de reparar o

    dano para se beneficiar com a reduo da pena.

    - Entendemos que a reparao do dano ou a restituio da coisa devam ser totais, e no

    somente parciais.

    - No arrependimento eficaz o agente, ao se arrepender da infrao penal em que estava

    para se consumar, atua em sentido contrrio, evitando a produo do resultado. J no

    arrependimento posterior ocorre depois de j consumado o crime, onde tenta restituir a coisa ou

    reparar o dano causado.

    A diferena bsica entre o arrependimento posterior e o arrependimento eficaz reside no

    fato de que naquele o resultado j foi produzido e neste ltimo o agente impede a sua produo.

    - Se a reparao do dano ou restituio da coisa feita antes do julgamento, mas depois

    do recebimento da denncia ou da queixa, embora no se possa falar na aplicao da causa de

    reduo de pena prevista no art. 16 do Cdigo Penal, ao agente ser aplicada a circunstncia

    atenuante elencada na alnea b do inciso III do art. 65 do diploma repressivo.

    - Merece ser observado, ainda, que, embora a lei penal proba o reconhecimento do

    arrependimento posterior nos crimes cometidos com violncia ou grave ameaa pessoa. Isso

  • no impede a aplicao da mencionada causa feral de execuo de pena quando estivermos

    diante de delitos de natureza culposa, a exemplo do que ocorre nas leses corporais.

    CRIME IMPOSSVEL

    - Art. 17 do Cdigo Penal.

    - A teoria objetiva biparte-se em teoria objetiva pura e teoria objetiva temperada

    (moderada ou matizada). Para quela, no importa se o meio ou objeto eram absoluta ou

    relativamente inidneos para que se pudesse chegar ao resultado cogitado pelo agente, uma vez

    que nenhuma dessas situaes responder ele pela tentativa. J est, entende somente punveis

    os atos praticados pelo agente quando os meios e os objetos so relativamente eficazes ou

    imprprios, isto , quando h alguma possibilidade de o agente alcanar o resultado pretendido.

    Para a teoria subjetiva, no importa se o meio ou o objeto so absoluta ou relativamente

    ineficazes ou imprprios, pois, para a configurao da tentativa, basta que o agente tenha agido

    com vontade de praticar a infrao penal.

    - Meio absolutamente ineficaz aquele de que o agente se vale a fim de cometer infrao

    penal, mas que, no caso concreto, no possui a mnima aptido para produzir os efeitos

    pretendidos.

    Pelo fato de ser relativamente ineficaz, o meio utilizado pelo agente pode vir ou no a

    causar o resultado. D-se a inidoneidade relativa ao meio quando este, embora normalmente

    capaz de produzir o evento intencionado, falha no caso concreto, por uma circunstncia acidental

    na sua utilizao.

    - Objeto a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta do agente. Nesse caso, por

    ser objeto absolutamente imprprio, no se fala em tentativa. Fala-se em impropriedade relativa

    do objeto quando a pessoa ou a coisa contra a qual recai a conduta do agente colocada

    efetivamente numa situao de perigo, ou seja, est apta a sofrer com a conduta do agente, que

    pode vir a alcanar o resultado por ele pretendido inicialmente.

    - No crime impossvel, existe previso em nosso ordenamento jurdico da infrao penal

    que o agente pretende praticar. Contudo, por absoluta ineficcia do meio ou por absoluta

    impropriedade do objeto, impossvel consumar-se o crime. J no crime putativo, o agente

    almeja praticar uma infrao que no encontra moldura em nossa legislao.