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RESUMO ECONOMIA POLÍTICA: UMA INTRODUÇÃO CRITICA. José Paulo Netto e Marcelo Braz. INTRODUÇÃO: ECONOMIA POLÍTICA: DA ORIGEM A CRITICA MARXISTA É uma teoria voltada para a compreensão da vida social; Apresenta o principio da não neutralidade das coisas. A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA Principais pensadores da Economia Política Clássica: Smith e Ricardo, mas ambos apresentam diferentes concepções teóricas e podemos encontrar duas características: Primeira refere-se à natureza mesmo da teoria: não se tratava de uma disciplina particular, especializada, que procurava recortar da realidade social um OBJETO especifico (econômico) e analisá-lo de forma autônima. Para esses dois autores centrava a sua atenção nas questões relativas ao trabalho, ai valor e ao Dinheiro. A economia Política interessava compreender o conjunto das relações sociais que estavam surgindo do antigo regime. Almejavam compreender o modo de sociedade que estavam surgindo nas entranhas do mundo feudal, por isso a economia política surgia como uma teoria social que oferecia uma visão social. As categorias da Economia política uma vez descoberta pela razão humana permanece invioláveis na sua estrutura fundamental são: dinheiro, capital, lucro, salário, mercado, propriedade privada, etc. Essas categorias marcam a luta da burguesia contra o Estado absolutista no antigo regime. A Economia Política Clássica caracterizou-se o ideário da burguesia no período em que esta classe estava na vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo revolucionário que destruiu o antigo regime. A teoria clássica pode ser instalada porque constata-se nas teorias dos clássicos que objetividade em matéria de teoria social, não é o mesmo que neutralidade: precisamente por não serem neutros defendiam uma ordem social mais livre e avançada que o feudalismo.

Resumo Economia Política

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RESUMO

ECONOMIA POLÍTICA: UMA INTRODUÇÃO CRITICA. José Paulo Netto e Marcelo Braz.

INTRODUÇÃO:

ECONOMIA POLÍTICA: DA ORIGEM A CRITICA MARXISTA

É uma teoria voltada para a compreensão da vida social; Apresenta o principio da não neutralidade das coisas.

A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA

Principais pensadores da Economia Política Clássica: Smith e Ricardo, mas ambos apresentam diferentes concepções teóricas e podemos encontrar duas características: Primeira refere-se à natureza mesmo da teoria: não se tratava de uma disciplina particular, especializada, que procurava recortar da realidade social um OBJETO especifico (econômico) e analisá-lo de forma autônima. Para esses dois autores centrava a sua atenção nas questões relativas ao trabalho, ai valor e ao Dinheiro. A economia Política interessava compreender o conjunto das relações sociais que estavam surgindo do antigo regime. Almejavam compreender o modo de sociedade que estavam surgindo nas entranhas do mundo feudal, por isso a economia política surgia como uma teoria social que oferecia uma visão social. As categorias da Economia política uma vez descoberta pela razão humana permanece invioláveis na sua estrutura fundamental são: dinheiro, capital, lucro, salário, mercado, propriedade privada, etc.Essas categorias marcam a luta da burguesia contra o Estado absolutista no antigo regime. A Economia Política Clássica caracterizou-se o ideário da burguesia no período em que esta classe estava na vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo revolucionário que destruiu o antigo regime. A teoria clássica pode ser instalada porque constata-se nas teorias dos clássicos que objetividade em matéria de teoria social, não é o mesmo que neutralidade: precisamente por não serem neutros defendiam uma ordem social mais livre e avançada que o feudalismo.

A CRISE DA ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA

Entre os anos 1825/1830 e 1848 desenvolve uma crise contra a teria clássica, altera-se a relação da burguesia com a Cultura Ilustrada. A cultura Ilustrada é projeto de emancipação humana conduzido pela burguesia resumido na consignação: liberdade, fraternidade e igualdade. Entretanto, no regime burguês não foi possível instalar a emancipação humana, mas sim a emancipação política, a emancipação humana esbarrava-se no próprio regime burguês, pois a igualdade jurídica – todos iguais perante a lei- nunca pode ser traduzida em igualdade econômica e social. A burguesia dominava tentando manter a neutralidade sobre a cultura ilustrada e instalou-se uma classe conservadora. Diante disse em 48 dois protagonistas começam a se enfrentar: a classe conservadora e o proletariado revolucionário que antes aliado à burguesia passou-se a ser dominado por ela. Ocorre um abandono da burguesia pela cultura ilustrada, pois esta tornou-se incompatível com os ideais da burguesia e isso foi o motivo da revolução de 48. Para os clássicos o valor do produto é o trabalho essa teoria que havia derrubado o antigo regime, tornou-se uma critica ao regime burguês, essa teria servia para explicar a exploração do capital em face ao trabalho. Alem dessa teoria valor-trabalhos clássicos pesquisavam a vida social e econômica a partir da produção dos bens material, e não da sua distribuição e essa teoria estava incompatível com os interesses da burguesia conservadora. Ambas as teorias foram recuperadas em favor da massa trabalhadora.

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Na segunda metade do século ocorre a sua inteira dissolução da cultura ilustrada. De fato o que resulta a dissolução da Economia Política Clássica são duas linhas de desenvolvimento teórico mutuamente excludente: a investigação conduzida pelos pensadores vinculado a ordem burguesa e a investigação realizada pelos intelectuais vinculadas ao proletariado (Karl Marx), em ambos os casos a antiga e expressão é deslocada, no primeiro caso é abandonado no segundo caso Marx faz uma critica. Ambos os casos a nomenclatura sinalizam alterações na concepção teórica, relativas aos valores, ao objeto, ao objetivo e ao método de pesquisa. Surgem vários pensadores que resultou numa diversidade de escolas. Com isso construiu-se a ciências econômicas que marca a verdadeira ruptura com a Economia Política Clássica. Assim as categorias propriedade privada, capital, salário, lucro, etc, fazem parte de qualquer forma de organização social normal ou civilizada e devem ser sempre preservadas.

A CRITICA DA ECONOMIA POLÍTICA

Karl Marx de 1848 ate a sua morte usou todos os seus esforços para contribuir com a organização do proletariado, rompendo a relação com a burguesia e construindo a emancipação humana. Para Marx a ação revolucionaria seria mais eficaz se estivesse atrelado a teoria social que explicasse idealmente a realidade e o objetivo da sociedade capitalista, sua perspectiva é exatamente aquela que favorece a elaboração de uma teoria social que da conta do efetivo movimento da sociedade. Por 40 anos Marx realizou uma pesquisa que resultou na teoria social da burguesia em suas etapas e concluiu que a burguesia não é uma organização social natural destinada a colocar o ponto final na evolução humana, e sim que é uma sociedade histórica e transitória que possui suas contradições que resultou em outra sociedade. Precisamente a sociedade comunista que também não marca o final da evolução humana, mas sim o ponto inicial de uma nova historia aquela construída pela humanidade emancipada. Marx baseou-se na cultura ilustrada beneficiando-se de seus principais frutos: a filosofia alemã (materialismo dialético). A critica de Marx significou a superação da teoria clássica rompendo com o naturalismo entendida como eterna. E pode fazê-lo porque incluiu um método novo na sua teoria social o materialismo dialético. A analise das leis do capital permitiu construir a base para apreender a dinâmica da sociedade burguesa.

A ECONOMIA POLÍTICA MARXISTA

A critica a Economia Política Clássica permitiu o conhecimento teórico da estrutura e da dinâmica econômicas da sociedade burguesa. A analise da dinâmicas das leis de movimento do capital permanece validas após 150 na sociedade. Ao longo do tempo as teorias de Marx foram alvos de analise utilizando-se o método dialético e isso permitiu que fosse criada a Economia política de marxista. Dessa forma, a base desse livro parte de Engels, segundo a qual a economia política no sentido mais amplo é a ciência das leis que regem a produção a produção e a troca dos meios materiais de subsistência na sociedade humana. Segundo Lênin, o objeto da economia política não é a produção, mas as relações sociais que existem entre homem na produção e estrutura social da produção. CAPITULO I

TRABALHO, SOCIEDADE E VALOR

Na base econômica esta o trabalho, é ele que torna possível a produção de qualquer bem, criando os valores que constitui a riqueza social. O trabalho é

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indispensável para a compreensão da atividade econômica e faz referencia ao próprio modo de ser dos homem e da sociedade.

1.1 – TRABALHO: TRANSFORMAÇÃO DA NATUREZA RECONSTITUIÇÃO DO SER SOCIAL

Trabalho é a transformação de matérias da natureza em produtos que atendam as necessidades dos homens. Essas atividades são variadas nas espécies de animais. Se for espécie animal ele esta ligado estritamente ao natural, ou seja, já nasceu com essa finalidade. Ex: o João de barro nasceu para fazer sua casa de barro assim como a abelha nasceu para produção da colmeia, já é algo geneticamente determinado.O que chamamos trabalho esta alem dessa teoria natural, pois houve uma ruptura ao longo do tempo, pois: *Em primeiro lugar o trabalho não se opera diretamente com a natural, ele exige instrumentos. *Em segundo lugar o trabalho não se realiza cumprindo determinações genéticas, pelo contrario passa a exigir habilidades e conhecimentos. *Em terceiro lugar porque o trabalho não atende a um elemento limitado e praticamente invariável de necessidades, ou seja, para satisfazer as varias necessidades humanas utiliza-se de varias formas de atendê-las e, sobretudo o desenvolvimento pode gerar novas necessidades.

Marx considera o trabalho como exclusiva do homem... no fim do processo de trabalho obtém-se o resultado que já no inicio houve a idealização do trabalhador. O que difere das atividades naturais e uma porção de mediação entre o sujeito e o objeto, ou seja, o instrumento ou conjunto de instrumentos que mediam a relação entre ambos. Isso coloca dois problemas para o sujeito do trabalho o problema dos meios e dos fins (finalidade) e o problema das escolhas se o machado longo ou curto se é bom ou ruim. Desses dois problemas determinam a sua efetivação, ou seja, a finalidade faz o homem projetar, idealizar os meios e usa-se de intencionalidade para realizar o trabalho. Segundo Lukács a realização do trabalho se da quando essa prefiguração ideal se realiza, quando a ação material do sujeito é transformada. Implica um movimento indissociável de dois planos: subjetividade que é a idealização e objetividade que é a transformação. Mas não basta apenas idealizar o objeto, é preciso que o sujeito conheça as propriedades da natureza (a dureza da pedra) e possa passar para outrem essas representações. A partir de experiências imediatas do trabalho o sujeito se vê impulsado a universalizar e generalizar o saber que possui, isso só é possível através da linguagem articulada que alem de aprendida e condição de aprendizagem. Dessa forma o trabalho é sempre atividade coletiva, todos ligados pela mesma linguagem articulada, essa atividade coletiva resulta o ser social. O ser social surge a partir das relações dos primatas, ou seja, dos trabalhos em grupo, pois desses surgiram os primeiros grupos humanos. O trabalho implica mais que uma relação sociedade/ natureza. Implica uma interação no marco da própria sociedade afetando seus sujeitos e sua organização.

1.2 – TRABALHO, NATUREZA E SER SOCIAL

Toda e qualquer sociedade humana tem sua existência hipotecada à existência da natureza, o que varia e a modalidade da relação com ela. A natureza é uma unidade complexa, é um conjunto de seres que conhecemos no nosso universo, seres que precederam o surgimento dos primeiros grupos humanos. Esses seres podem ser agrupados em dois grandes níveis: Aqueles que não dispõe da propriedade para se reproduzir( natureza inorgânica) e os que possui essa propriedade ( vegetais e animais) orgânicos.Sabe-se que dessa base inorgânica surge um novo tipo ser capaz de se reproduzir: o ser vivo orgânico. As indicações cientificas dizem que foi dos primatas que surgiu a espécie humana. A espécie humana desenvolveu-se como um outro tipo de

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ser social, ate então inexistente, e cujas peculiaridades não se devem a herança biológicas nem a condição geneticamente predeterminada: um modo de ser radicalmente inédito, o ser social, dotado de uma complexidade de novo tipo e exponencialmente maior que a verificável na natureza (inorgânica e orgânica).Não se pode separar a sociedade dos seus membros: não há sociedade sem que estejam em interação os seus membros singulares (homens e mulheres) isolado, fora do sistema de relação que é a sociedade. O que chamamos de sociedade são os modos de existir do ser social. O processo histórico do homem esta atrelado ao trabalho, foi a busca para atender suas necessidades que o ser social transformou a natura de dessa forma surge a espécie humana então pode-se afirmar que o desenvolvimento histórico é o desenvolvimento do ser social. O próprio homem é a natureza transformada, mas de forma diferenciada, pois possui autotransformação. Quanto mais se desenvolve o ser social, quanto mais diversificada são as suas objetivações. Assim no seu desenvolvimento ele produz objetivação que embora relacionadas ao processo de trabalho dele se afastam progressivamente. Objetivações crescentes ideais são exemplos de pensamento mágico nas quais são contidas expressões que após a evolução multimilenar apresentar-se – ao com expressões diferenciadas de religião, filosofia, ciências e artes. Assim ao cabo de um longuíssimo decurso histórico, transformados pelo enriquecimento e pelas objetivações configura a estrutura do ser social. O ser social configura como um ser capaz de: * Realizar atividades teleologicamente orientadas * Objetivar-se materialmente e idealmente * Comunicar-se e expressar-se pela linguagem articulada * Tratar suas atividades e a si mesmo de modo reflexivo, consciente e as autoconsciente. * Escolher entre alternativas concretas * Universalizar-se e * Sociabilizar-seO ser social é síntese dessas determinações estruturais. Só ele é dispõe da capacidade de projetar. 1.3- PRÁXIS, SER SOCIAL E SUBJETIVIDADE

Nem só do trabalho sobrevive o ser social, ou seja, não se esgota no trabalho. O trabalho é à base de sua objetivação e quanto mais rico os ser social tanto mais diversas e complexas são as suas objetivações. Para denotar que o ser social é mais que trabalho, existe uma categoria teórica mais abrangente a práxis envolve trabalho como modelo e inclui todas as objetivações humanas.No trato das objetivações podemos citar dois pontos: *Deve-se distinguir entre formas de práxis voltadas para o controle e a exploração da natureza e formas voltadas para influir no acompanhamento e na ação dos homens. No primeiro caso, que é o trabalho, o homem é o sujeito da natureza é objeto; no segundo trata-seda relação sujeito a sujeito, daquelas formas de práxis em que o homem atua sobre si mesmo; *Os produtos e obras resultantes da práxis podem objetivar-se materialmente ou idealmente. Essas objetivações podem ser algo material ou que realizam-se sem operar transformações por exemplo os valores éticos. A categoria da práxis permite apreender a riqueza do ser social desenvolvido. Observar-se pela práxis que o ser social se projeta e realiza suas objetivações materiais e ideais construindo um mundo de produtos, valores e obras, um mundo social, humano em que a espécie humana se converte inteiramente em gênero humano. Mas da práxis não resultam somente produtos, obras e valores que permite aos homens se reconhecerem como autoprodutores e criativos. Em condições histórico – sociais ou seja conforme as estruturas sociais a práxis apresenta os produtos de trabalho e da imaginação humanos deixam de se mostrar como objetivações

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que expressam a humanidade dos homens, escapam do seu controle e passam a controlá-los como um poder que lhes é superior. A esse fenômeno histórico dar-se o nome de alienação. A alienação é própria da sociedade onde tem vigência a divisão social do trabalho e a propriedade privada dos meios de produção fundamentais, sociedades nas quais o produto da atividade do trabalhador não Le pertence, nas quais os trabalhadores são expropriados. A alienação penetra primariamente nas relações de trabalho entre o trabalhador, seus instrumentos de trabalho e seus produtos. A alienação marca expressões materiais e ideais na sociedade e marca uma cultura alienada onde as objetivações humanas alienadas deixam de promover a humanização do homem e passa a estimular a regressão do ser social.Compreende-se, pois que o ser social seja patrimônio comum da humanidade de todos os homens, não residindo em nenhum deles e simultaneamente existindo na totalidade de objetivações de que todos podem participar. À medida que o ser social se desenvolve – ou seja: à medida que a sociedade mais se diferencia da natureza e enriquece com novas objetivações-, mas complexa se torna a relação entre os homens tomados singularmente a genericidade humana. Para compreender essa crescente complexidade, devemos levar em conta pelo menos duas ordens de razão: *Em primeiro lugar há de se considerar o enriquecimento do ser social. Ou seja, quanto mais rica em suas objetivações é uma sociedade maior são as exigências para a sociabilização dos seus membros. *Em segundo lugar dado que o desenvolvimento histórico se efetivou ate hoje especialmente em sociedades marcadas pela alienação, a possibilidade de incorporar as objetivações do ser social sempre foi posta deforma desigualmente para os homens singulares. Ate hoje o desenvolvimento do ser social jamais se expressou como o igual desenvolvimento da humanização de todos os homens; ao contrario ate nossos dias o preço do desenvolvimento do ser social tem sido uma humanização desigual. No seu processo de amadurecimento e conforme as condições sociais que lhe são oferecidas cada homem vai se apropriando das objetivações existentes na sua sociedade; nessa apropriação reside o processo de construção de sua subjetividade.A subjetividade elabora-se a partir das objetivações existentes e no conjunto de interações em que o ser singular se insere. Para que todos os homens possam construir sua personalidade é preciso que as condições sociais para que se sociabilizem sejam iguais para todos. Em resumo: só uma sociedade onde todos os homens disponham das mesmas condições de sociabilização pode oferecer a todos e a cada um condições para que desenvolvam diferentemente a sua personalidade.

1.4 – TRABALHO, VALOR E “FIM DA SOCIEDADE DE TRABALHO”

Nesse capitulo retornamos ao debate da Economia Política. E isso por uma razão elementar: nas origens mesmas da Economia Política Clássica, a questão do valor (ou seja: do constitutivo da riqueza social) aparece vinculada ao trabalho. Essa vinculação surge, já em 1738, num panfleto de autoconhecimento: o valor de uma mercadoria “depende da quantidade de trabalho necessário que ele demanda”Foi Ricardo que mais desenvolveu a teoria valor- trabalho.Em resumidas contas: essa teoria sustenta que o valor ( a riqueza social) resulta exclusivamente do trabalho. Obviamente nem tudo que é valioso para a sociedade resulta do trabalho; pense-se, por exemplo, nos elementos naturais, se os quais a vida seria impossível (o oxigênio da atmosfera), mas o interesse dos economistas políticos dirigia-se para a compreensão da riqueza social tal como ela se apresenta na nascente sociedade burguesa. Marx observou que o valor das mercadorias é determinada pelo tempo de trabalho socialmente necessário para sua produção. Entende-se como tempo de trabalho socialmente necessário aquele requerido para produzir um valor de uso qualquer, nas condições dadas de produções socialmente normais e com o grau médio de habilidades e de intensidade de trabalho. Daí a

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sequencia imediata de seu argumento, Marx formula a lei do valor uma das leis fundamentais que opera até hoje.Nos últimos 30 anos a própria centralidade do trabalho vem sendo posta em questão.Teóricos de posição diversas sustentam propondo soluções analíticas muito diferentes que o trabalho já não se constitui do mais como eixo a partir do qual se organizam a vida social. Tornou-se freqüente nas faculdades o discurso do “fim da sociedade do trabalho”. A redução do contingente de trabalhadores explica-se pelo formidável desenvolvimento das forças produtivas contemporânea que exponenciaram a produtividade do trabalho. Quanto ao extraordinário desemprego da atualidade ele esta diretamente ligado aos limites da sociedade burguesa, no limite ao qual não há como inscrever todo os homens e mulheres aptos nos circuitos de trabalho. Sempre foi própria a sociedade burguesa uma população excedente agora levada ao extremo onde essa sociedade não tem outra proposta senão a do terceiro setor ou a pura simples assistência social.

CAPITULO 2

CATEGORIAS DA (CRITICA DA) ECONOMIA POLÍTICA

Da analise histórica da Economia Política duas categorias são extraídas: categorias antagônicas e reflexivas. Elas são antagônicas na medica que tem existência real, concreta: elas são formas, modo de existência do ser social que funcionam e operam na vida em sociedade independente de conhecimento que tenham os homens ao seu respeito. Quando através da reflexão, do pensamento raciona, da analise teórica, os homens tomam consciência dela conseguindo apreender sua estrutura fundamental a sua essência a partir da visibilidade imediata a sua aparência quando é possível reproduzi-la através das relações então aparecem como produto do pensamento e são reflexivas.O que se passa pelas categorias econômicas é que seu desconhecimento teórico não impedem que na pratica social os homens estabeleçam e desenvolvam relações econômicas.

2.1 – A COMUNIDADE PRIMITIVA E O EXCEDENTE ECONÔMICO

Há cerca de 40.000 anos a.C. nas margens dos rios Eufrates e Nilo surgiu os grupos primitivos ao qual anos após foi chamado de civilização.Características desse grupo: viviam da caça, não acumulavam o que caçavam, os homens eram responsáveis por ela e as mulheres de tratar os animais caçados disso surge a primeira forma de divisão social do trabalho, tudo era dividido em partes iguais não existia desigualdades sociais.A comunidade primitiva perdurou por mais 30 mil anos porem dela surge elementos que seria a sua dissolução: a domesticação dos animais e a agricultura com isso deixaram o nomadismo e passaram a fixar-se em um território. Com isso aperfeiçoaram seus instrumentos de trabalho, incluíram o metal e o homem passou a dominar o tempo e a irrigação foi naturalmente surgindo.A principal transformação dessa comunidade foi a acumulação da produção. Estava surgindo o excedente econômico a comunidade começava a produzir mais do que carecia para suas necessidades imediatas. O excedente econômico é a diferença entre o que a sociedade produz e os custos dessa produção. Dois efeitos logo irão surgir com o excedente econômico: de um lado a acumulação de produtos a mais que a necessidade da comunidade surge então bens que não sendo usado na própria comunidade passa a ser trocado em outras – mercadoria e com ela as primeiras formas de trocas – comercio. E outro efeito e que abre-se caminho para exploração de trabalho humano. Posta isso a comunidade se divide antagonicamente de um lago os que acumulam bens e de outro os que produzem os bens para os produtores indiretos. Com essa possibilidade de acumulação e exploração dissolve-se a comunidade primitiva e surge o escravismo

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2.2 – FORÇAS PRODUTIVAS, RELAÇÕES DE PRODUÇÃO E MODO DE PRODUÇÃO

O surgimento do excedente econômico, a produção de bens realiza-se através de processo de trabalho que envolve os seguintes elementos: *Meios de trabalho – instrumentos, ferramentas, instalações, ou seja, tudo que ele precisa para trabalhar inclusive a terra. *Os objetos de trabalho – materiais naturais brutas ou matérias naturais já modificados pela ação do trabalho *A força de trabalho – trata-se a energia humana que usa dos meios de trabalho para transformar os objetivos em bens de consumo. O conjunto desses elementos designa-se FORÇAS PRODUTIVAS. Destaca-se a força de trabalho, pois é dessa que o ser social traz acúmulos de experiências e com isso cresce a produtividade do trabalho que surge vinculada a repartição do trabalho. Nas comunidades primitivas separava-se o trabalho dos homens e das mulheres, posteriormente essa divisão estendeu-se para artesanato e agrícola que posteriormente vai marcar a divisão entre campo e cidade. Com isso esta instalado a divisão social do trabalho. As forças produtivas inserem-se em relações de caráter técnico e relações de caráter social que constituem as relações de produção. As relações técnicas de produção dependem das características técnicas do processo de trabalho do grau de especialização e estão ligadas ao domínio dos produtores direto tem sobre os trabalhadores. Mas elas estão subordinadas as relações sociais, ou seja, são determinadas pelo regime de propriedade. Se estão ligadas a regime coletivo como nas comunidades primitivas tais relações são de ajuda mutua de cooperação, se tal propriedade é privada ocorre a apropriação dos bens diretos pelos indiretos ou seja, esses são explorados por aqueles. É na propriedade privada que esta a raiz das classes sociais. A articulação das forças produtivas com relações de produção chama-se modo de produção. Pode-se afirmar que o modo de produção encontra-se a estrutura ou a base econômica da sociedade, que implica a existência de todo um conjunto de instituições de ideias com ela compatível, conjunto geralmente designado como superestrutura e que compreende fenômenos e processos extra- econômicos: as instancias jurídico- políticas, as ideologias e formas de consciências sociais. Em cada modo de produção, porem, as relações entre estrutura e superestrutura são igualmente particulares: pode-se afirmar que as estruturas sempre foram mediadas e indiretamente determinantes para a configuração da superestrutura a relação entre elas constitui problemas só desvendáveis em cada modo de produção especifica. Do modo de produção resultam as leis de desenvolvimento onde cada modo de produção apresenta leis que lhe são peculiares.

2.2 – PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO

O trabalho humano, a ação do homem sobre a natureza, cria bens que constitui valores de uso para membros da sociedade, entende-se valor de uso algo que venha satisfazer uma necessidade qualquer. Para que tais bens cumpram a sua função, ou seja, para que se realizem, eles devem ser distribuídos e consumidos. O conjunto de bens com valores de uso em determinada sociedade e tempo é considerado produto social global. Todavia a distribuição do produto social global esta determinado pelo regime de propriedade dos meios de produção fundamentais (coletivos – primitivos- ou privado-desigual), então comprova que a relação de distribuição são determinadas pelas relações de produção. O consumo do produto social global nem sempre é imediato, parte deles é destinado a novos processos produtivos assim devem –se distinguir: *Consumo produtivo – o consumo dos meios de produção no processo produtivo;

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*Consumo improdutivo – consumo de valores de uso que não contribui para a continuidade do processo produtivo *Consumo individual – consumo direto de um valor de uso por um membro da sociedade *Consumo coletivo – consumo de valor de uso por vários membros da sociedade.Em qualquer forma de consumo é a produção que oferece o consumo o seu objeto. Enfim é a produção de novos valores de uso que cria as novas necessidades de consumo.

2.4 – O ESCRAVISMO E O FEUDALISMO

A comunidade primitiva não conheceu a escravatura, pois não acumulavam as caças e em guerras geralmente comiam os derrotados. O surgimento do excedente muda esse cenário, surgiu o excedente vale a pena explorar os homens. Dessa forma organiza-se a sociedade do qual de um lado esta uma minoria de proprietários de terras e de escravos e do outra uma maioria que não tinha direito de dispor da própria vida. Entre esses dois grupos estão os artesãos e os camponeses. Em meio ao surgimento da mercadoria e do comercio surge o dinheiro como forma de troca e um grupo dedicado a atividade mercantil (comerciantes ou mercadores) nessa dinâmica não apenas os conquistados em guerras passa a ser escravo mas também os membros da sociedade em questão.O modo de produção escravista não foi o único dominante na antiguidade. Especialmente no extremo oriente constitui-se uma articulação social distinta com hipertrofia de um forte poder político central – o Estado – que se responsabilizou pelas construções hidráulicas e grandes pontes e manteve em suas mãos o controle da terra e da agricultura, essa articulação que perdurou muito tempo ficou conhecida como modo de produção asiático. No ocidente, as relações sociais eram presididas entre proprietários e escravos e existiam os artesões livres que serviam aos proprietários com serviços burocráticos (coletas de impostos, cobranças aos agricultores e mercadorias e combate as repressões dos escravos). O escravismo com todos os seus horrores significou um passo adiante na historia da humanidade: introduziu a propriedade privada dos meios fundamentais de exploração do homem pelo homem, diversificou a produção de bens e estimulou o comercio entre diversas sociedades. O apogeu do escravismo identificou-se com o apogeu do Império Romano. A grandeza do império pedia uma grande acumulação de excedente econômico, o trabalho monótono e de ma vontade mal podia sustentar o império romano. A dissolução do trabalho escravo também significou a ruína dos camponeses e artesãos. Com as invasões bárbaras desintegrou-se o império romano e assim foi abaixo o escravismo. Impôs-se o modo de produção feudal. A centralidade imperial foi substituída pelos feudos base territorial fundada no trato da terra o feudo pertencia a um senhor (nobre). a terra era divida entre a parte do senhor e a parte dos servos que pagavam tributos para utilizá-las. Destaca-se que a Igreja Católica detinha de muitas terras fonte de riqueza que respaldava o seu poder. Diferente dos escravos os servos dispunha de instrumentos de trabalho e podiam produzir a sua sobrevivência nas glebas. A economia do feudalismo era rural e autárquica: cada feudo era dividido em uma extensão territorial de terras que poderiam conter varias aldeias e todas produziam para o autoconsumo. Todavia os servos eram presos às terras e quem fugisse era duramente repreendido, a produção do excedente dos servos eram tomadas com violência pelos senhores feudais que diziam possuir justiça social. Mas, paralelamente mantinha-se a produção para a troca (produção de mercadorias) centrada no trabalho artesanal. Essas trocas serão estimuladas nas grandes cruzadas; assim a estrutura social do feudalismo começa e se tornar mais complexas: os artesãos pouco a pouco se organizam em corporações e os comerciantes/ mercadores também buscam mecanismos de associação (ligas). O estabelecimento das rotas comerciais trará um novo dinamismo e as atividades comerciais um destaque que vai

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abrir à crise do feudalismo que marcará o fim do antigo regime. Estimulado o consumo da nobreza por mercadorias que não podiam ser saqueadas e sempre compradas com dinheiro começa a conferir a este uma função privilegiada na vida social; fomentando a atividade comercial e, cidades afastadas estimula-se a criação das cidades nessas cidades os grupos das redes comerciais se localizavam. Os comerciantes representantes do capital mercantil eram motivados por um único objetivo – o lucro. Nessa nova modalidade o imobiliário ganha relevância em troca de dinheiro. Dessa sociedade surge a burguesia que trará o fim do feudalismo.

2.5 – A CRISE DO FEUDALISMO E A REVOLUÇÃO BURGUESA

O processo da crise do feudalismo é o solo que conduzirá ao mundo moderno – a Revolução Burguesa. Precisamente no século XIV o regime feudal estava com as terras inférteis e não havia recursos técnicos para recuperá-las, as terras novas eram pobres e fez –se reduzir as áreas para a pecuária. Limites técnicos reduziram a mineração da prata que trouxe grandes dificuldades e a peste negra vinda a Ásia dizimou cerca de um quarto da população tudo isso fez com que o regime feudal fosse desgastado. Entre os senhores feudais instalou-se um cenário de conflitos e um verdadeiro banditismo foi instaurado devido à falta de acumulação do excedente econômico.No século XVI as forças camponesas se acabam. E mesmo derrotados conseguiram importantes alterações no regime feudal. Do ponto de vista econômico as terras passaram a ser objeto mercantil, e a relação dos senhores com os servos passou a ser em troca de dinheiro e os servos podiam possui suas terras mesmo que demorasse anos para emancipação. Do ponto de vista político houve a centralidade de poder que vai encontrar seu poder maior na formação do Estado Nacional moderno através do Estado Absolutista. O Estado Absolutista representou uma resposta a rebeldia camponesa. Nele o poder estava concentrado nas mãos de um único ser - o rei. Abriu-se o campo para os mercantilistas que gradualmente tornaram-se os financiadores do Estado Absolutista juntamente com as principais casas bancarias da época. É com o absolutismo que surge as estruturas próprias de Estado moderno articulador da nação, uma força armada sobre comando único uma burocracia e um sistema fiscal. O Estado Absolutista criou instituições que iam de encontro a um ou outro senhor feudal de forma singular, mas favorecia a classe recém criada a burguesia que se colocava como classe mais rica da sociedade. Dessa forma os pedágios cobrados pelos senhores feudais bem como as milícias particulares foram desarticuladas favorecendo as rotas mais livres e para proteção das caravelas instituiu-se uma única força armada (exercito). Os comerciantes financiavam os investimentos do Estado Absolutista pois esses não poderiam ser feitos pela nobreza enfraquecida que detinha apenas a exploração dos camponeses e nem pelo camponeses que não podiam pagar as taxas dos impostos. Os monopólios comerciais que o absolutismo concedia aos comerciantes estava no centro daqueles interesses. Criando companhias por ação permitiram deslocamento da rota para o Atlântico e essas expedições geraram lucros fabulosos aos mercadores. Mas essa situação não atingia os nobres apenas favorecia a classe burguesa que se expandia cada vez mais e não modificava a estrutura do Estado que continuava feudal. Incluiu –se a manufatura e a sociedade tornava-se cada vez mais burguesa, essas novas relações de produção que eram travadas pelo Estado Absolutista e sobreveio a Revolução Burguesa.O Estado Absolutista que favoreceu no inicio de sua constituição a classe burguesa agora se coloca ao contrario de sua evolução, por sua vez a burguesia tratou logo de eliminá-lo. A revolução burguesa inicia com a formação de classe de pequenos comerciantes que se tornaram figura da economia. No século XVII e XVIII constrói sua hegemonia político – cultural e reúne condições para lutar contra o feudalismo. Com o domínio da burguesia travado pela luta de classe puderam organizar o povo - o conjunto do Terceiro Estado – e liderá-los na luta que pós fim o Antigo Regime.Instala-se o Estado Burguês. A nova classe dominante articulou a superestrutura necessária para o desenvolvimento

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das novas forças produtivas. Cria-se as melhores condições para concretização do modo de produção que tinha como classes fundamentais a burguesia - Trata-se do modo de produção capitalista.

CAPITULO 3

PRODUÇÃO DE MERCADORIAS E MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA

3.1 – MERCADORIA E PRODUÇÃO MERCANTIL

Mercadoria ela é um objeto externo ao homem, algo que satisfaz suas necessidades humanas, material e espiritual a sua utilidade faz dela o valor de uso.O trabalho resulta em bens que são valor de uso e seu intercambio com a sociedade e a natureza determina o valor de uso. Mas nem todo valor de uso é mercadoria vejamos porque: *Primeiro porque só pode ser valor de uso aquela mercadoria que pode ser produzida mais de uma vez *Segundo porque a mercadoria é valor de uso e se produz para troca, ou seja, os produtos para autoconsumo apenas satisfazem as necessidades sociais de outrem.A mercadoria é uma unidade que sintetiza o valor de uso e o valor de troca.Para que haja mercadoria é necessário: *Primeiramente que haja a divisão social do trabalho entre homens ou grupos de homens *Segundo ela deve se articular a uma propriedade privada dos meios de produção. Só pode negociar uma mercadoria aquele que for o seu dono.

3.2 – PRODUÇÃO MERCANTIL SIMPLES E PRODUÇÃO CAPITALISTA

A produção mercantil surgiu no escravismo resultado da atividade dos artesãos que eram livres e sob o feudalismo o contingente dos artesões aumentou devido às corporações e as suas mercadorias somam-se ao excedente. Essa produção de mercadorias designa PRODUÇÃO MERCANTIL SIMPLES, importante destacar o trabalho pessoal e o fato dos artesões estarem envolvidos e serem os proprietários dos meios de produção. Esses produtos tinham um mercado restrito, local e não tinha teor de exploração. Destaca-se que os artesões tinham o produto e tudo configurava com o sistema de: M -------------- D --------------- M Mercadoria – Dinheiro – MercadoriaNessa situação o dinheiro não era seu objeto, servia apenas como meio de troca.Com a expansão das mercadorias o produtor ia buscar as mesmas cada vez mais longe com o objetivo de comprá-las cada vez mais barato e vender mais caro o dinheiro passou a ter outra função. Através de pirataria e saques começaram a acumular grandes lucros que ficou conhecido como capital comercial dessa forma a circulação mercantil modifica sua estrutura:D ---------------- M ------------------ D+ ( dinheiro – Mercadoria - Dinheiro acrescido).Alem disso os mestres tecelões que apenas ensinavam os seus cooperados enriqueceram com essa nova forma de tratamento do dinheiro e passaram a ser patrões desses cooperados. Não se trabalhava mais de forma coletiva. Os camponeses modificaram suas estruturas uns enriqueceram e outros se arruinaram. Nessa relação viu-se modificar a produção mercantil simples pela produção mercantil capitalista. Nessa relação desaparece a trabalho pessoal do proprietário. O capitalista é o proprietário dos meios de produção, mas ele não realiza o trabalho ele compra a força de trabalho. Destaca-se que a produção mercantil capitalista assenta-se na exploração da força de trabalho mediante troca de salário. Nessa relação o objetivo do capitalista é o lucro e expressa-se da seguinte forma:D ----------------- M ---------------- D‘ ( Dinheiro – Mercadoria – Dinheiro acrescido – Mais Valia) As classes fundamentais nessa situação modifica-se para capitalistas e proletariados.

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3.3 – A ACUMULAÇÃO PRIMITIVA

Sabemos que nessa relação de produção mercantil capitalista existem duas classes social, que se originou entre os séculos XV e XVIII com a acumulação primitiva e que Marx chamou de pré historia do capitalismo. A acumulação primitiva iniciou-se na Inglaterra e outros países da Europa Ocidental. Na ilha, o principal motivo foi o cercamentos das terras dos camponeses transformando essas em pastos para as ovelhas expulsando os camponeses dela gerando a concentração de terras nas mãos de poucos e consequentemente a migração de uma massa de homens desprovidos exceto da sua força de trabalho para a cidade. Surge assim duas classes a que vende a força de trabalho e a que compra a mesma. Destaca-se que alem da acumulação do capital, a descoberta do ouro e da prata e a acumulação de terras proporcionaram a acumulação capitalista.

3.4 – VALOR E DINHEIRO

Valor de uma mercadoria é a quantidade de trabalho necessário para sua produção. Tal valor só pode manifestar-se quando mercadorias diferentes são compradas no processo de troca. É na troca que o valor da mercadoria se expressa.Na forma simples de troca uma mercadoria equivalia à troca de outra mercadoria, com o acumulo do excedente uma mercadoria expressa uma base para outras mercadorias nesse processo a mercadoria é entendida como desenvolvida ou total. Com uma mercadoria se destacando das demais para definir o valor das demais mercadorias essa passou a chamar-se mercadoria universal. Com isso a expansão das mercadorias tomou dimensões ainda maiores e quando esse equivalente universal passou a ter especificações especiais como durabilidade, transporte, divisibilidade, etc. a circulação mercantil acelerou e o ouro e a prata convertido em dinheiro passaram a ter essa função.Quando essas essa produção se amplia e o comercio generaliza as trocas, o dinheiro funciona como: * Equivalente Geral – equiparando todas as mercadorias; * Meio de troca – possibilitando a circulação de mercadorias * Medida de valor – oferecendo um padrão de circulação de mercadorias *Meios de acumulação ou entesouramento-podendo ser guardado para uso posterior *Meio de pagamento universal – servindo para quitar dividas publicas ou privadas. 3.5 – LEI DO VALOR

Quando se consolida a circulação mercantil, independente das variações de preços, as mercadorias são trocadas conforme a quantidade de trabalho necessariamente investidas nelas, essa é a chamada LEI DO VALOR que impera na produção mercantil. O seja, a lei do valor passou a regular as relações econômicas quando a produção mercantil capitalista se universalizou. Nesse contexto o importante para os capitalistas era o lucro e não realizavam nenhuma forma de planejamento para o comercio. Com isso vários comerciantes vendiam os mesmos produtos e outros faltavam no mercado o que gerava encarecimentos de uns produtos e barateamento de outros. Contudo essa situação não perdurou por muito e algumas regulações surgiu para redistribuir a produção das mercadorias. Essa regulação impõe aos comerciantes realizar seus planejamentos e conscientemente a redimensionar seus produtos. A Lei do valor é no âmbito da produção de mercadorias, o único regulador efetivo da produção e da repartição do trabalho e funciona a revelia dos homens como algo completamente fora

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do seu controle, no modo de produção capitalista ela comparece no mecanismo chamado crise econômica.

3.6 – O FETICHISMO DA MERCADORIAPara produzir mercadoria é necessário ampla divisão do trabalho. Surge uma

grande dependência de outros comerciantes para produzir suas mercadorias chamado de trabalho privado é parte do trabalho da sociedade chamado de trabalho social. Como parte de um produtor privado, o administrador é o próprio proprietário ele pode agir independentemente e por isso parece-lhe como trabalho privado. Seu caráter social só é deparado no mercado quando adquire os produtos para produção, ou seja, as relações sociais entre os mercadores aparecem como uma relação de mercadorias. Na medida em que a circulação mercantil se regulariza pela lei do valor ocorre uma inversão do qual a mercadoria criada pelo homem aparece como algo que lhe domina, a mercadoria revela um poder que passa a subordinar o homem. As qualidades peculiares das relações sociais são transferidas as mercadorias.É essa forma fantasmagórica que Marx chamou de fetichismo da mercadoria.

CAPITULO 4

O MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA: A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO

O modo de produção capitalista – MPC – é hoje dominante em escala mundial. Impera na economia das sociedades mais desenvolvidas e vigara na menos desenvolvida. Na entrada do século XXI configura-se como um sistema planetário.

4.1 - LUCRO – O OBJETIVO DA PRODUÇÃO CAPITALISTA

No modo de circulação capitalista o que o produtor visa é a obtenção de mais dinheiro. A formula D ------ M ------- D’ expressa o movimento do capital, esse é o ponto de partida, com o dinheiro adquirir mercadorias e conquistar mais dinheiro. Nesse movimento o capitalista entra com dinheiro que investe em modo de produção e força de trabalho, produz mercadorias, vende-as por um valor acima do que investiu e isso compõe seu lucro. Essa busca pelo lucro não tem nada de natureza moral, não procura porque é um ser egoísta, ambicioso etc, trata-se da função social do capitalismo. Como o MPC é a força motriz a busca pelo lucro é interminável e não pode ser entendida como traços psicológicos. O lucro do capitalista, porém, não se deve a diferenças entre preço de compra e preços de venda, ocorrente na esfera da circulação: o lucro do capitalista provém de um acréscimo de valor quando o capitalista obtém o D’ que vem do excedente econômico.

4.2 – A PRODUÇÃO CAPITALISTA: PRODUÇÃO DE MAIS-VALIA

O dinheiro em si não é capital, ele é capital apenas quando compra força de trabalho e outras mercadorias para produzir outras mercadorias que serão vendidas por mais dinheiro. O dinheiro investido na compra dos meios de produção é o que chama-se de CAPITAL CONSTANTE e com a outra parte o capitalista compra a força de trabalho dos operários. Essa mercadoria considerada especial tem o mesmo valor que as demais, pois sem essa ele não pode produzir. Vejamos 1º o valor das mercadorias corresponde ao tempo social gasto para produzi-la; 2º o seu valor não variara no processo de produção ele apenas será transferido pois o capitalista já possuía os modos de produção e a força de trabalho também corresponderá ao capital constante, lembrando que a força de trabalho é mercadoria portanto seu salário vai ser mediado da mesma forma pelo tempo socialmente determinado para produzir os bens. Dentre esses bens deve-se levar em consideração as necessidades fisiológicas e as que resultam em

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necessidades sociais (lazer, educação etc).Ate aqui não observamos como se da a obtenção do lucro: a diferença se mascará na força de trabalho e se revelará aquilo que faz dela uma mercadoria especial. Comprando a força de trabalho o capitalista tem direito de dispor do seu valor de uso, da sua capacidade de movimentar os meios de produção. A força de trabalho possui um traço único a de produzir mais mercadorias de que o necessário ela gera um valor maior. A relação entre capital constante e capital variável denomina-se composição orgânica do capital.( q)

4.3 – SALÁRIO E TRABALHO CONCRETO/ABSTRATO

Salário é o preço pago pela força de trabalho e essa assim como as demais mercadorias é regido pela lei do valor. Lembrando que o valor pago a essa mercadoria deve garantir a sobrevivência fisiológica e social do trabalhados pois do contrario haverá queda na produção e em alguns caso o capitalista é obrigado a pagar o valor de mercado para que não haja desperdício na produção. Uma forma do capitalista baratear a força de trabalho é o desemprego mais a lei da procura faz os trabalhadores pressioná-los para que haja os acréscimos. Observou-se que somente com a organização de classe e política os trabalhadores evitariam essa baixa em seus salários, as organizações sindicais e políticos a favor do trabalhador permite a fixação do salário. Existe uma diferenciação do trabalho pois cada ser social traz consigo diferenciações de sua força de trabalho entenderemos isso diferenciado trabalho concreto e abstrato.Trabalho concreto é o que cria valor de uso (útil), o trabalho abstrato caracteriza-se pelo valor de troca, quando desparticularizamos as propriedades do produto e colocamos numa linha de trabalho em geral.Disso conclui-se que o trabalho abstrato só é possível na sociedade em que a economia mercantil baseia-se nas trocas e como tal se universaliza. Dessa forma como no MPC existe a universalização da força do trabalho o mesmo é considerado abstrato e nessa dinâmica de trabalho humano abstrato que gera as mercadorias. Cabe destacar que existe as hierarquias salariais, onde o trabalho composto feito por profissionais qualificados sobressaem ao realizado pelo trabalho simples ( operários).

4.4 – A EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR

Na jornada de trabalho podemos destacar dois momentos: o trabalhador produz o equivalente a sua reprodução que é o valor do salário, e o produz o valor do trabalho excedente que é extraído pelo proprietário. Nessa relação de trabalho o trabalhador não percebe o que é trabalho necessário e excedente. A maioria dos trabalhadores se sentem injustiçados mais não tem embasamento teórico para descrever a realidade. É somente a analise do capitalismo compreendido na perspectiva do direito do trabalhador que pode descrever a verdadeira exploração do trabalhador. Quando as vanguardas trabalhadoras conhecem essas teorias suas lutas e objetivos adquirem um sentido. É na parte do trabalho excedente que o proprietário se interessa e vai cuidar da ampliação da mesma: uma das formas é aumentar a jornada de trabalho sem alterar os salários. Mas ao aumentar a jornada de trabalho os capitalistas esbarram em duas problemáticas: uma refere-se à natureza humana, que necessita esta com as estruturas fisiológicas em pleno funcionamento para garantir a produção e outra é política as reivindicações da classe trabalhadora obriga o Estado a regular a relação capital/ trabalho. Então para garantir o excedente o capitalista investe no ritmo de trabalho intenso sem ampliar a jornada de trabalho, esse movimento ficou conhecido como organização cientifica do trabalho.Ao que se reduz o tempo de trabalho o excedente produzido ficou conhecido como mais valia relativa, pois o trabalhador que gastava duas horas para produzir passou a gastar uma na mesma mercadorias isso foi possível com investimento em inovações tecnológicas isso configura-se com mais uma opção para produzir o excedente já que o capitalista não podia ampliar a jornada de trabalho.

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4.5 – O CAPITAL COMANDO O PROCESSO DE TRABALHO

Diante do crescimento da mais valia nas suas diversas formas observamos que capital tem a intenção de comandar o processo de trabalho como objetivo de extrair o máximo de excedente do trabalhador. Observamos que a criação da valorização do trabalho constrói a mais valia e nesse meio que o capitalista vai investir pois e daí que surge o seu excedente.Formam necessário dois séculos para o capitalista dominar o controle do processo de trabalho, após conquistá-lo esse processo ficou conhecido como produção capitalista. O capitalista juntou todos os seus trabalhadores assalariado no mesmo espaço e eles trabalhavam em forma de cooperação, as técnicas eram dos trabalhadores que provinha do artesanato. Segundo Marx o controle do processo de trabalho era apenas formal do trabalho ao capital. No final do século XVIII entra no cenário a manufatura e muda essa roupagem de cooperação e passa a especialização das atividades dos trabalhadores. Surge então uma divisão de trabalho especifica dentro das próprias unidades produtivas. Dessa forma abre-se espaço para o domínio do capital, pois as dominações dos trabalhadores que poderiam barganhar seus trabalhos de oficio passa apenas para um grupo especialista no ramo da atividade. Nesse contexto abre-se espaço para a entrada das mulheres no mercado de trabalho e a exploração do trabalho infantil, pois esses poderiam reproduzir oficio simples. Essa situação acentua-se com a grande industria onde o trabalhador passa a ser o grande apêndice do capitalista. O capital tem o controle total do trabalho e nessa conjuntura surge a divisão mais profunda: a divisão entre administração dos processos produtivos e sua execução. Com isso ocorre alteração nas funções do capitalista, pois o mesmo passa a não gerenciar, controlar e supervisionar deixando essa função para profissionais assalariados.

4.6 – TRABALHADOR COLETIVO E TRABALHO PRODUTIVO/ IMPRODUTIVO

É na grande indústria que se forma a categoria do trabalho coletivo. Trabalho coletivo é o conjunto de envolvidos na produção, despenhem elas atividades manuais ou não, não é um operário singular, mas cada vez mais uma capacidade de trabalho socialmente combinado que se converte em agente real. Essa forma de trabalho coletivo envolve trabalhadores manuais e intelectuais, que deixa de estar apenas nas grandes indústrias e passa a atuar em vários espaços sócios – ocupacional. Uma das problemáticas dessa expansão do trabalho coletivo é aquela relacionada ao trabalho produtivo e improdutivo. Trabalho produtivo é aquele que gera a mais valia para o capital. Somente na produção de mercadoria existe o trabalho produtivo Trabalho improdutivo é aquele que mesmo útil em algumas situações não gera nenhum tipo de lucro, é caso dos médicos, assistentes sociais, psicólogos etc.

4.7 – A REPARTIÇÃO DA MAIS VALIA

O processo de mais valia circula da seguinte forma, existe o investimento do capital que compra a mercadoria e a força de trabalho e no processo de produção transforma em outra mercadoria que vai ser vendida e transformada em dinheiro acrescido, ou seja, em mais valia. Mas o capitalista só poderá receber esse lucro se a mercadoria sair da produção à venda da mercadoria. O capitalista geralmente depende de distribuidores e muitas vezes necessita de empréstimos bancários para investimento na sua produção e toda essa rede sendo capitalista que sobrevivem de lucro a mais valia passa a ser dividida em três parte: *Uma parte é apropriada pelo capitalista que implementou o processo produtivo chamado de lucro industrial

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*Segundo é aquela que o capitalista industrial cederá aos que lhe emprestaram dinheiro chamado de juro donde os banqueiros extraem seus lucros *Terceira parte será cedida aos comerciantes, construindo a base do lucro comercial. Contudo o capitalista para se manter no ramo da produção necessita transformar uma parte da mais valia em capital.

4.8 – A DISTRIBUIÇÃO DA RENDA NACIONAL

Renda nacional constitui no valor resultante da mais valia e do capital variável decorrente da distribuição dos lucros do produto social global. A renda nacional divide-se em duas partes: o salário pago aos trabalhadores e a mais valia na sua forma primaria que é dividida entre burgueses e classes fundamentais.Destaca-se que a sociedade burguesa jamais é dividida em duas classes sociais entre o proletariado e a burguesia existe uma serie de camadas sociais resultantes de modos capitalistas. Essas camadas também participam da divisão nacional, considerada secundaria recebem a quarta parte que resultou da primaria através de pagamentos pelos serviços que prestam.

CAPITULO 5

A ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E O MOVIMENTO DO CAPITAL

5.1 – A REPRODUÇÃO AMPLIADA: A ACUMULAÇÃO DO CAPITAL

O movimento de reprodução simples consiste nos gatos de toda mais valia recebida pelo capitalista, o movimento D, M e D’ não se altera. Esse movimento não é compatível com o modo de produção capitalista que tem em sua dinâmica valor em cima de valor. O comerciante que não investe ele é engolido pela concorrência e deixa de se capitalista. No modo de produção capitalista apenas a reprodução ampliada, pois nessa dinâmica o capitalista utiliza apenas parte da mais valia em gastos pessoais e a outra parte investe em equipamentos para ampliar seu negocio. Com o investimento da mais valia em seu capital o capitalista aumenta cada vez mais seu lucro, dessa forma entende-se que a acumulação do capital provem da mais valia. A transformação de mais valia em capital caracteriza a reprodução ampliada que realiza a acumulação de capital.

5.2 – O MOVIMENTO DO CAPITAL

O movimento do capital pode ser assim definido:Investimento do capital em mercadorias e força de trabalho nesse momento o capital sai da esfera da circulação para a produção, assalariados operam meios de produção e produzem novas mercadorias criando o valor excedente ( mais valia). Porem essas novas mercadorias só tem sentidos quando se realizam, ou seja, quando são traçadas por dinheiro realizado esse movimento elas tornam novamente a forma de capital monetário evidentemente maior, e o capital retorna a escala da circulação. Esses três momentos, dois na circulação e um na produção em processo período forma o chamado rotação do capital. Qualquer interrupção nesse movimento abre-se as crises econômicas. Lembrando que o capital investido tem um tempo para esse processo, fica claro então que quanto mais tempo o capital passa nesses três movimento mais demorado se torna o retorno do capital por isso há tantos investimentos em tecnologias para reduzir a rotação do capital.

5.3 – CONCENTRAÇÃO E CENTRALIZAÇÃO

A acumulação do capitalismo esta atrelado as inovações tecnológicas, pois quanto mais investe na produção mais retorno e acumulação tem o capitalista para

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enfrentar a concorrência. Para isso é necessário acumulação em massa de capital, pois essas inovações são comuns apenas alguns grupos de capitalista. É em busca dessa concentração de capital que os capitalistas vivem e faz com que os capitalistas acumulem uma massa de capital cada vez maior.Acompanhado da concentração do capital esta a centralização do capital. Esse tem a intenção de acumulação de massa de capital e também o aumento do capital pela fusão de varias outras coisas. A centralidade do capital realiza-se pela união mediante cartéis, trustes e formação de holdings de capitais já existentes. A junção da concentração com a centralização forma-se os monopólios. Essa nova conjuntura transforma a concorrência tradicional em uma concorrência entre um numero bem reduzido de empresas. As pequenas e medias não tem como concorrer com as grandes empresas que produzem mais devido o movimento de concentração e centralização.

5.4 – A ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E OS TRABALHADORES

A concentração e a centralização do capital implica diretamente na classe operaria, a principal consequência é o que Engels denomina de exercito industrial de reserva, ou seja, grandes contingentes de trabalhadores desempregados.Como vimos a acumulação do capital requer inovação tecnológicas nos meios de produção, e esses torna –se maior que a demanda da força de trabalho realidade diferente da iniciação do capitalismo. O exercito industrial de reserva trata-se de uma população que diante das exigências da acumulação pode ser designada como população excedentária ou superpopulação relativa. Conclui-se que reprodução ampliada é reprodução do exercito industrial de reserva. Dentro do exercito industrial de reserva Marx aponta três formas variáveis: primeira a flutuante constituída por trabalhadores que nos grandes círculos industriais e mineiro ora esta trabalhando ora não; segundo o latente que existe nas áreas rurais que acabam migrando para as áreas industriais e a estagnada formada por trabalhadores que nunca conseguem trabalho fixo e vivem perambulando entre uma ocupação e outra. Entre essas bases estão uma parcela de miseráveis, (criminosos, prostitutas vagabundos), pauperizados que são trabalhadores aptos, mas que não encontram vagas no mercado. O exercito industria de reserva em sua forma primaria permite a baixa no salários dos trabalhadores. Alem disso oferece ao capital uma força que permite ao capitalista um volume de força de trabalho que pode ser mobilizada, recrutada para um ramo de produção que experimenta uma conjuntura favorável e ate mesmo deslocando geograficamente no processo migratório. Outra consequência para a classe trabalhadora é o pauperismo que pode ser absoluta ou relativo. A pauperização absoluta é quando as condições de vida do trabalhador experimenta uma degradação geral: queda salarial, aviltamento dos padrões de moradia e alimentação e a pauperização relativa é distinta pode ocorrer mesmo quando as condições de vida dos trabalhadores melhoram com padrões de alimentação e moradia mais elevados, ela se caracteriza pela redução da parte que lhe cabe do total dos valores criados enquanto cresce a parte apropriada pelos capitalistas.

5.5 – ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E QUESTÃO SOCIAL

A produção capitalista não é tão – somente a produção e a reprodução de mercadoria e mais valia é produção e reprodução das relações sociais. Ela só é viável se colocar frente a frente capitalista e proletariado. Lembrando a formula (D, M, D’) veremos que no final da produção as relações sociais que configura entre a classe que compra a força de trabalho e a que vende para sobreviver são dois sujeitos que se encontram tal como no inicio da produção. A classe que detém o capital continua proprietária e a que vende continua proletariado. Com efeito, dessa relação, da reprodução ampliada à força de trabalho torna-se progressivamente mais vulnerável. Desde a constituição da base urbano – industrial da sociedade capitalista o que temos de

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um lado é um enorme crescimento da riqueza social e um igualmente crescimento da pobreza. Independente de onde se forme a acumulação a relação polarizada será sempre riqueza/ pobreza. Em cada forma de acumulação como já vimos são particularizadas ou seja independente da diferenças entre as economias nacionais o que sempre perdura é essa relação riqueza/ pobreza. É um exercito industrial de reserva cujo o acesso aos bens necessários a vida é extremamente restrito.Surgido na terceira década do século XIX a questão social surge quando a base urbano – industrial começa a se firmar e quando a acumulação dava seus primeiros passos. A questão social emerge da lei geral da acumulação, é determinada por essa lei. Tal questão social ganha novas dimensões e expressões à medida que avança a acumulação e o próprio capitalismo experimentam mudanças. Mas ela é insuprimível nos marcos de uma sociedade que onde domina o MPC.

CAPITULO 6

MAIS VALIA, LUCRO E QUEDA DA TAXA DE JUROS . 6.1 – A MOBILIDADE DO CAPITAL: A TAXA MEDIA DE LUCRO

O movimento do capital não se reduz a sua rotação.Entre as três classes que participam desse lucro esta o industrial, os banqueiros e

os comerciantes cada um com sua função e como todo capitalista com objetivo de tirar o lucro da relação de produção. O capitalista ao calcular o seu lucro ele engloba todos os seus capitais. Soma-se C e V tudo é investimento. Assim levando em consideração o investimento total ele calcula sua taxa de lucro. O lucro é a forma metamorfoseada com que a mais valia aparece ao capitalista, com efeito, a contabilidade de uma empresa é determinada pelo lucro. Ressalta-se que o lucro varia entre as empresas do mesmo ramo e empresas do ramo diferentes, e como o capitalista visa o aumento dos lucros seus investimentos serão onde lhe forneçam mais lucro. A diferença nos lucros de empresas do mesmo ramo esta nos seus investimentos. E nas empresas de ramos diferente esta na migração para o ramo que der mais lucro.

6.2 – PREÇO DE PRODUÇÃO E MERCADO

Preço é a expressão monetária do valor e pode variar em relação a ele. Os preços tendem a se aproximar do valor. A partir do momento em que o movimento do capital estabelece numa conjuntura econômica a taxa media de lucro as mercadorias deixam de ser vendidas pelo equivalente de seu valor e passa a ser vendido pelo equivalente do valor capital investido mais a taxa media de lucro, o que se denomina preço de produção.

6.3 – A TENDÊNCIA À QUEDA DA TAXA DE LUCRO

A tendência à queda da taxa de juros é uma das tendências mais importante no capitalismo. Um capitalista utiliza métodos inovador para produzir, que reduz seus custos e consequentemente reduz o seu valor. O capitalista que não utilizou nenhum método renovador mantém seus preços congelados e mais altos e é dessa relação que se aproveita o capitalista renovador. Mas a concorrência do mercado obriga o capitalista a inovar seus métodos de produção e assim que ele generaliza cai o preço do capitalista inovador.

CAPITULO 7

AS CRISES E AS CONTRADIÇÕES DO CAPITALISMO

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A historia do capitalismo é marcada por sucessivas crises. Ate a segunda guerra mundial foram 14 crises. Em pouco mais de um século o capitalismo mostrou-seinstável com períodos de expansão e crescimento da produção e isso gerou depressões caracterizadas por falência e aos trabalhadores miséria e desemprego. Inicialmente as crises eram localizadas em 1825, mas desde de 1848 as crises tornaram-se mundiais.

7.1 – AS CRISES CAPITALISTAS E O CICLO ECONÔMICO

As crises não é algo natural ao capitalismo. As crises são inevitáveis ao capitalismo, mas é perfeitamente e viável uma organização da economia estruturalmente diferente da organização estruturalmente diferente da organização capitalista capaz de suprir as causas da crise. Podem ocorrer crises em economias pré – capitalistas, registram-se perturbações na produção que acarreta em miséria. As características dessa crise é uma carência generalizada dos bens necessários à vida social, mas exatamente essas crises indicam a insuficiência na produção de valores de uso e por isso podem ser designada como crise da subprodução do valor de uso. As crises no MPC as crises são ocasionadas pela redução da produção que acarreta na redução da força de trabalho. Ao contrario das crises pré – capitalista que a redução da força de trabalho acarreta em desemprego. A crise capitalista consiste em não escoamento da mercadoria. Ocorre uma interrupção na rotação do capital. Entre uma crise e outra decorre o ciclo econômico e nele podem distinguir –se quatro fases: *A crise pode ser detonada por incidente econômico ou político. Bruscamente as mercadorias não são vendidas, os preços e salários caem, a produção é diminuída, as empresas entram em queda, o desemprego se generaliza e as camadas trabalhadoras padecem a pauperização absoluta. *À crise segue-se a depressão: o desemprego e s salários permanecem no nível anterior, as mercadorias são destruídas ou vendidas a baixo preço, as empresas que sobrevivem tentar se manter com alguma escala de produto, busca apoderar-se de matérias primas e mercado, quando esse movimento mais a concorrência entra em cena e dar estimulo a produção. *Esse é o quadro da retomada: as empresas que sobreviveram absorvem algumas que quebraram, incorporam seus equipamento, renovam os seus e lançam no mercado mais mercadorias, pouco a pouco o desemprego diminui o comercio se anima e volta a fase anterior a crise *Trata-se da fase do auge: a concorrência obriga o capitalista a investir nos seus negócios, abrir novas linhas de produção e as mercadorias são lançadas no mercado ate que o detonador anuncia superlotação de mercadorias e inicia novo processo de crise.

7.2 – AS CRISES: PLURICAUSALIDADE E FUNÇÃO

As causas dessas crises são diversas vejamos: *A anarquia da produção

A produção capitalista realizada no interior das unidades de produção não obedecem a nenhum planejamento ou controle global e as mercadorias são lançadas no mercado sem ter certeza que irão ser vendidas ou não. *A queda da taxa do lucro

A forma como cada capitalista responde a queda da taxa de lucro, acaba por contribuir com a eclosão da crise. *O subconsumo da massa trabalhadora

A situação que os trabalhadores são colocados não permitem que os mesmos possam consumir as mercadorias estocadas. Por isso, não é exagero afirma que a razão ultima da crise é sempre a pobreza e a restrição ao consumo das massas. Dessa forma entendemos que ao mesmo tempo que as crises descapitalizam os capitalistas ela

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oferece as possibilidades de sua recuperação em meio a compra de empresas falidas e com incremento na produção. Entende-se que as crises por mais severas que sejam não tem o dom de conduzir o MPC ao colapso, as crises capitalistas só resultam ao capitalismo.

7.3 – AS CONTRADIÇÕES DO CAPITALISMO

As crises atingem ambas as classes mais de forma diferente. Os mais atingido são os trabalhadores. Outros são as pequenas e medias empresas geralmente os primeiros declaram falências, e os capitalistas se aproveitam dessas crises. As crises são inevitáveis, pois expressam o caráter contraditório do MPC. Reforcemos três contradições dessas crises 1º a contradição entre a progressiva racionalidade que organiza a produção capitalista e a irracionalidade do conjunto da produção capitalista (ausência de planejamento global); 2ª a contradição a necessária ação individual de cada capitalista para maximizar os lucros e o resultado dessa ação é a queda dos lucros e 3º o crescimento da produção de mercadorias sem a correspondente massa de trabalhadores com poder aquisitivo para escoamento. Outra contradição fundamental esta na produção socializada (produção dos artesões, tecelões onde os produtos produzido e acumulados pertenciam ao tecelão) e a apropriação privada (a produção vinda do trabalho alheio não pertence mais ao seu fabricante, o capitalista de apropria das mercadorias e ele mesmo leva ao mercado o seu próprio produto)Eis a contradição fundamental no MPC: a produção torna-se socializada mas essa socialização é progressivamente aprofundada, envolvendo o conjunto de atividades econômicas em escala mundial, a apropriação porem permanece privada. O conjunto dos produtores direto, os trabalhadores, cria um enorme excedente que é apropriado pelos donos dos meios de produção.

CAPITULO 8

O IMPERIALISMO

O imperialismo é o novo estagio do capitalismo surgido após a segunda guerra por novas transformações típicas do capitalismo, segundo os teóricos da época que usavam as pesquisas marxistas para sustentar essa nova modalidade do capitalismo.

8.1 – A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO

Capital como vimos é relação social. As relações sociais são multáveis, transformáveis, são resultantes da ação dos homens independente da sua vontade; mas é alteráveis e alteradas pela vontade coletiva e organizada pelas classes. Outro ponto destacado foi o caráter processual do capital, capital é movimento dinamizado por suas contradições. O produto de transformação surgido ainda na era feudal instaurou mecanismos e dispositivos de desenvolvimento que lhe são peculiares. Um ponto presente no capitalismo é a mobilidade e a transformação presente em toda a sua fase que tem como marca a força produtiva como sua marca. A historia do capitalismo é produto da interação, da imbricação, da intercorrência do desenvolvimento de forças produtivas, da alteração nas atividades estritamente econômicas, de inovações tecnológicas e organizacionais e de processos sócio político e culturais que envolve as classes em presença numa dada quadra histórica.A base histórica do capitalismo começa como vimos com a acumulação primitiva e vai ate os primeiros passos do capital para controlar a produção de mercadorias e nela comandar o trabalho mediante o estabelecimento da manufatura, esse primeiro estagio é chamado capitalismo comercial ou mercantil. Nesse estagio a burguesia nascente num caráter audacioso confronta com a nobreza latifundiária e conquista seu espaço. Nessa roupagem política ao qual se encontra os burgueses na segunda metade do séculos XVIII o capitalismo ingressa num

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novo estagio evolutivo. Com a inovação na grande indústria esse segundo estagio é conhecido como capitalismo concorrencial também chamado liberal ou clássico. Nessa fase o capitalista erradicará as relações econômicas e sociais pré – capitalista e revelará as suas principais características estruturais. Com base na grande industria e a migração para as áreas urbanas o capitalismo criará um grande mercado mundial. Nesse estagio nações, países, povos e Estados fora da Europa que resistiram as forças capitalistas são agora invadidos pelo comercio saindo apenas do domínio da Inglaterra. Estabeleceu-se um sistema econômico internacional mais precisamente uma economia mundial. Característica do capitalismo concorrencial é que mesmo as pequenas e grandes empresas podiam se desenvolver em caráter livre, mesmo com as grandes falências.Sobre o capitalismo concorrencial surge as lutas de classe, nas lutas fundadas nas contradições entre capital trabalho. As lutas entre burguesia e proletariado iniciou de forma grosseira, mas aos poucos de politizou. Os confrontos operários eram violentos, mas era uma reação contra a exploração capitalista. A resposta a essas lutas a burguesia tratou de incorporar tecnologias com ameaça do desemprego pela redução do trabalho vivo. A cada greve que os operários realizavam resultavam em uma nova maquina para o capitalista. Os operários estavam a toa, pois o Estado só atendia aos interesses capitalista, cabia reivindicar o que eles chamam de condições internas ou seja o enquadramento dos trabalhadores. Tratava-se de um Estado reivindicado pela teoria liberal um estado com mínimas atribuições econômicas, assegurando a acumulação do capital que intervinha nos interesses do capital. Fica claro que para manter isso era um Estado restrito a poucos. Somente com o processo de luta dos trabalhadores começou a mudar essa roupagem como, por exemplo, o direito ao voto, a ação dos trabalhadores forçou uma democracia na sociedade burguesa. Destaca-se que a democracia triunfou devido ao movimento operário e não da teoria liberal ou de seus representantes políticos. Diante disso as lutas dos trabalhadores se elevam a um novo patamar: De um lado as vanguardas operarias ganham consciência entre proletariado e burguesia e encontrarão formas de articulação internacional e nacional. De outro a burguesia converteu-se em classe conservadora: seu objetivo passou a ser a manutenção das relações sociais, inicia o processo de decadência ideológica com abandono dos ideais emancipadores que animaram a sua luta contra o antigo regime. A burguesia entendeu que não adiantava os confrontos contra os operários e resolveu aceitar as medidas estatais para garantir o mínimo direitos aos trabalhadores ( jornada de trabalho, regularização do trabalho feminino e infantil) e ate foi a favor de algumas reformas que atendessem a classe trabalhadoras desde que não modificasse a essência da propriedade privada.

8.2 – A TRANSIÇÃO A UM NOVO ESTAGIO

Surgem no domínio das ciências naturais estimuladas pela dinâmica industrial e fortemente marcadas pelo positivismo novas concepções na física química e biologia. Os impactos desse desenvolvimento foram tão grandes que alguns historiadores caracterizam como segunda revolução industrial. Surge o aço, o papel a energia, tintas e corantes e da nascimento a indústria de fármacos. O petróleo generaliza como combustível, a eletricidade fez sua entrada em cena e inaugura-se a primeira central elétrica publica. No plano da economia surgem dois processos notáveis. O surgimento do monopólio e a modificação do papel dos bancos. O aparecimento em menos de trinta anos, de grupos capitalistas nacionais controlando ramos industriais inteiros, empregando enorme contingente de trabalhadores e influindo decisivamente na economia nacional alterou o modo extraordinário a dinâmica econômica. Em poucas décadas esses gigantescos monopólios extravasariam as fronteiras nacionais estendendo sua dominação sobre diversas regiões do globo. A partir daí o grande capital conhecido como capital monopolista constituía a vértebra do capitalismo. O surgimento dos monopólios alterou a dinâmica dos banqueiros que no capitalismo comercial realizava

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algumas intervenções como intermediários de pagamentos. Com o desenvolvimento do capitalismo tornou-se carta de credito, os industriais recorriam a eles com empréstimos monetários para se manterem na concorrência. Com conhecimento das contas correntes dos capitalistas os bancos poderiam condicionar os créditos e ate participar dos melhores negócios empresarias, inclusive mantendo o controle desses negócios por meio de ações. Essa mudança de papel dos bancos de mediador de pagamento a associado ocorreu ao mesmo tempo que o processo de centralização/ concentração se estendia ao setor bancário. O capital financeiro constituído pela fusão de ações que o banco possui dos grandes monopólios e os monopólios dos bancos constitui a base de financiamento do terceiro estagio do capital.

8.3 – O ESTÁGIO IMPERIALISTA

O terceiro estagio do capital inicia no século XIX em que o capital financeiro desempenha papel decisivo. Esse estagio é conhecido como imperialismo, alguns autores denominam capitalismo monopolista. As pequenas e medias empresas que sobreviveram poderão continuar e ate mesmo se multiplicar, mas agora subordinada as pressões monopolistas. Lênin fez a interpretação do capitalismo monopolista e trouxe as seguintes características: *A concentração do capital a um elevado grau de desenvolvimento que formou os monopólios; *A fusão do capital bancário com o capital industrial e a criação do capital financeiro *Exportação de capitais diferente da exportação de mercadorias *Formação de associações internacionais monopolista do capitalista que compartilham o mundo entre si *O termo da partilha territorial do mundo entre as potencias capitalistas mais importantes

Destaca-se que as oligarquias financeiras detinha a riqueza de seu pais e de outras economias que atuavam. Na medida que detêm da economia possuía altas vantagens políticas em escala nacional e internacional.Existe duas formas de exportação de capital: uma é através de empréstimos a governantes ou a capitalistas e a outra é através de implantação de industrias de outros países naquele território em ambos os casos o objeto dos monopólios e adquirir os lucros máximos.Após dominar a economia os mercados dos seus próprios pais os capitalistas monopolistas se filiam em empresas similares as suas em outros países capitalistas e assim dividem entre eles as áreas por interesses de atuação e inicia o processo de negociação.

8.4 – A INDÚSTRIA BÉLICA

Alem da partilha do território, dominação das oligarquias financeira e o capitalismo financeira imposto no mundo, devemos considerar como parte do capitalismo imperialista o papel da indústria bélica. Sabe-se que o capitalismo é dotado de varias guerras e é nesse patamar que desenvolve-se a industria bélica como um componente central do capitalismo.943Artefatos bélicos são produzidos gerando lucros altíssimos para esses monopólios. Os gastos militares proporcionaram a essas indústrias mais de 2.000% de lucro e esse percentual se acentual com a entrada de intelectuais no processo de fabricação.

8.5 – A CONSTITUIÇÃO DE UM SISTEMA ECONÔMICO MUNDIAL

O capitalismo concorrencial abriu o mercado para outros mundos. O desenvolvimento do capitalismo implica sempre uma crescente divisão social do trabalho. Essa divisão não restringiu as unidades de produção no curso de sua

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mundialização o capitalismo introduziu uma divisão internacional do trabalho. O desenvolvimento do capitalismo internacional resultou sempre numa hierarquia onde países desenvolvidos estabelecem as relações de domínios e exploração aos países dominados. O desenvolvimento desses países se da de forma desigual.

8.6 – A ECONOMIA DO IMPERIALISMO

A organização do capitalismo monopolista é duplo: obter lucros acima da media (extraordinário) e escapar da taxa da queda dos lucros típicos do capitalismo. Para isso realiza incrementos da exploração do capitalismo, mas encontra limites políticos, os lucros extraordinários que alimenta o monopolista advêm de: *Fixação de preços superior que por ser um monopólio mantém o controle da mercadoria através de acordos. No capitalismo concorrencial a empresa individual aceita o preço, no monopolista a grande empresa é quem faz o preço; *Apropriação da mais valia de setores não monopolizados através de imposição de preços inferiores as valor da mercadorias que compram dos setores não monopolizados; *Vantagens que as empresas monopolistas desfrutam em relação às pequenas e médias empresas nos setores não monopolizados.

Alem dessas vantagens podemos destacar as facilidades que os monopólios possui em renovar suas tecnologias, o tratamento diferenciado pelo Estado, as exportação para países desenvolvidos todos esse conjunto de fatores explica os lucro dos monopolistas.

8.7 – A FASE CLÁSSICA DO IMPERIALISMO

A historia desse estagio pode distinguir pelo menos três fases: a clássica, os anos dourados e o capitalismo contemporâneo.A fase clássica do capitalismo já foi mencionado( formação do capitalismo monopolista) que foi rompida pela eclosão da segunda guerra, cabe ressaltar que as crises se manifestou com mais violência mas nenhuma delas se compara com os impactos da crise de 1929, essa crise obrigou os capitalistas a ensaiar alternativas políticas econômicas que se implementaram pelas potencias imperialistas. Os dirigentes mais lúcidos entenderam que necessitavam de intervenções que protegesse a produção e acumulação capitalista. Mas o contexto sócio político impunha condições que foram implementadas. Esse contexto estava marcado por dois fenômenos interligados: o primeiro relacionava-se ao nível de organizações dos trabalhadores do qual partidos políticos representantes da classes chegaram aos parlamentos e o movimento sindical levantou a bandeira mobilizando maior parte dos trabalhadores. Segundo a Revolução de Outubro dirigida pelos Bolcheviques em 1917 na Rússia que criou o primeiro Estado proletário atraiu a atenção dos vanguardas e significou um grande golpe para os capitalistas, esse Estado trazia um conjunto de promessas há muitos inscrito no imaginário dos trabalhadores. Mas do que o medo da Revolução Russa que estreitou o mercado externo era o medo de contagio pela burguesia que tentava conter seus trabalhadores para não seguirem os exemplos vindo do leste que tentavam instalar o socialismo no mundo, vários partidos comunistas foram formados incentivados pela criação da Internacional Comunista. Nos países mais democrático onde os trabalhadores não foram derrotados não houve alteração na forma de comando do Estado, mas nos países onde houve derrota o Estados continuaram antidemocrático do capital levado ao extremo dos monopólios com a supressão de todos os direitos trabalhista e formou-se o regime político adequado aos monopólios – o Fascismo. O modelo de regime do fascismo é o terrorismo. O Estado mobiliza e destrói as organizações dos trabalhadores, altera os salários de acordo com os monopólios e investe pesadamente nas indústrias bélica, na Alemanha hitlerista avança para a dominação dos territórios, brindava-se ao capital como força de trabalho escravo. Nos

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países em que o fascismo não foi resposta aos monopólios ensaiava outro tipo de intervenção do estado que foi interrompido pelo fascismo. Tais ensaios consistia na ativa intervenção do Estado seja a nível de investimento, seja no tocante as forças de trabalho desonerando o investimento do capital de parte de suas despesas. Tais ensaios no pós-guerra já contavam com inovações teóricas com objetivo de regular os ciclos econômicos. O principal responsável pelas ideias foi Keynes que atribuiu ao Estado o papel central do orçamento publico. Segundo Keynes o capitalismo não dispõe espontânea e automaticamente da faculdade de utilizar inteiramente os recursos econômicos, seria preciso para tal utilização plena que evitasse as crises e suas consequências e que o Estado operasse como um regulador dos investimentos privados através dos investimentos dos seus próprios gastos.

8.8 – OS “ANOS DOURADOS” DA ECONOMIA IMPERIALISTA

Com a intervenção do Estado as crises cíclicas foram diminuídas e no pós-segunda guerra o capitalismo monopolista viveu uma fase única em sua historia, durante trinta anos, os economistas chamavam de anos dourados ou três décadas gloriosas. O paradoxo é que esse desempenho surgiu no momento de questionamentos e critica ao capitalismo monopolista. Podemos considerar três processos interligados que conferem as bases desses questionamentos. De uma parte a União Soviética passou a desfrutar de grande prestigio e poder, após derrotar o fascismo, agora não mais isolados, mas junto de países que se libertou do nazismo e impunha a base socialista. De outra, os movimentos sindicais, exceto na Espanha e Portugal onde o fascismo durou mais tempo, conquistaram enorme legitimidade e efetivaram os limites aos monopólios. Nesse período ganhou dimensão mundial o movimento anticolonialista que acabou com o império colonial pela luta da libertação nacional e esses derivando uma expressão pelo movimento socialista. A direção militar, política e econômica ao derrotar o eixo ( Alemanha, Japão e Itália) transferiu para os Estados Unidos a liderança capitalista. Desde então os Estados Unidos travou sua “luta contra o perigo vermelho” que teve o objetivo de destruir o socialismo seja pela guerra fria e da corrida armamentista seja por intervenções aberta (Vietnã), ou seja, pela repressão nas suas próprias fronteiras. Grandes modificações registram-se nesse período. As exportações que eram feitas para países periféricos agora são realizadas para os próprios países monopolizados. As transferências para países periféricos passaram a ser apenas empréstimos de Estado. O que merece mais destaque nessa economia que surgiu na fase clássica do imperialismo é própria organização do trabalho industrial que a gerencia cientifica de Taylor implantou na sua industria, foi objeto de grande desenvolvimento graças as modificações que sofreu nas mãos de Henry Ford. Inicialmente implantada nas indústrias automobilista, essa forma de organização conhecida como taylorismo – fordismo acabou se tornar padrão para toda forma industrial e universalizar-se nos anos dourados do imperialismo. Teve como característica a produção da matéria prima dentro da própria fabrica buscando externamente de forma secundaria ao setor de autopeças; e a implantação de tecnologias para evitar desperdícios de tempo. O trabalho era repetitivo, uma linha rígida de reprodução articulava os diferentes trabalhos interligados pela esteira que dava o ritmo e o tempo para realização das tarefas. Esse processo caracterizou-se pela mescla fordista com cronometro taylorista, alem da vigência separação entre execução e elaboração. Essa expansão universal levou a povos de varias culturas as intervenções norte americanas (estilo de vida) inclusive tornou o inglês a língua universal. Nessa expansão o papel da indústria cultural foi relevante, pois uma das características dos anos dourados foi consolidar a dominação dos meios de comunicação para difundir as ideias do capital. Nesse período três traços do capitalismo vão se estender e consolidar: o credito ao consumidor; a inflação e o crescimento do terceiro setor ou setor de serviços. O terceiro setor onde e emprega o trabalho improdutivo se inclui atividades financeiras e secundarias, comerciais, publicitárias, medicas, educacionais, hotelaria,

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turísticas, de lazer, de vigilância privada, etc. passou a empregar trabalhadores de vários níveis desde sem formação a profissionais do nível superior.O terceiro setor abriga uma camada de massa com aumento significativo de trabalhadores e prosseguirá na ultima fase do imperialismo.

8.9 – A INTERVENÇÃO ESTATAL NOS ANOS DOURADOS

Alguns traços do capitalismo monopolista nos anos dourados: *O investimento de concentra no setor de maior concorrência; *As taxas de lucros tendem a ser mais altas nesses setores; *A taxa de acumulação se eleva *Cresce a tendência de economizar trabalho vivo *Mantém-se a tendência do subconsumo *O preço das mercadorias tendem a crescer progressivamente *Os custos de vendas sobem *A inflação se cronifica

Conclui-se que o estagio imperialista não apresenta nenhuma solução efetiva para nenhuma das contradições do MPC. Ao contrario acentua a concorrência e a anarquia da produção e conduz todas as contradições ao máximo. Introduz novos complicadores entre elas a contradição entre os povos coloniais e semi coloniais, de um lado, cujo a miséria e desenvolvimento representam a principal fonte de superlucros dos monopólios e doutro as grandes burguesias metropolitanas.Como vimos o imperialismo requer um Estado interventor que garanta as suas condições gerais. Baseados na teoria de Keynes o imperialismo levou a refuncionalização do Estado, sua intervenção na economia para garantir os superlucros dos monopólios visa garantir condições externa da produção e acumulação, mas implica ainda numa intervenção direta e contínua desde seu interior através de funções econômicas direita e indireta. O Estado passou a se inserir como empresário nos setores básicos, a assumir empresas com dificuldades a ofertar subsídios direto aos monopólios e lhe assegurar taxas de lucro. Sua função indireta alem de compras aos monopólios, residem nos subsídios mascarados (renuncia fiscal), investimentos em transporte, infraestrutura gastos em investigações pesquisas, ou seja, nos planos estratégicos que o governo sinaliza aos monopólios onde terão lucros futuro. A intervenção estatal desonera o capital de boa parte do ônus da preservação da força de trabalho, financiados agora pelos tributos recolhidos da massa da população. Financiamento que assegura educação, saúde, transporte, habitação etc. Todas essas funções estão a serviço dos monopólios, mas com legitimidade do Estado, pois no marco democrático para servir ao monopólio o Estado deve incorporar outros interesses sociais, ele não pode ser um instrumento de coerção. Os países onde o fascismo perdurou pela derrota dos trabalhadores e mesmos aqueles onde os operários foram vitoriosos devido a instabilidade que provocou nos burgueses, foram obrigados a incorporar demandas populares, mesmo nos Estados Unidos.O empenho do Estado mesmo a serviço dos monopólios para legitimar-se é visível o seu reconhecimento dos direitos sociais que juntamente com os direitos civis e políticos constituem a cidadania moderna.A consequência desse reconhecimento, resultado da pressão dos trabalhadores, foi a consolidação das políticas sociais e a ampliação de sua abrangência na configuração de um conjunto de instituições que dariam formas a vários modelos de Estado de Bem Estar Social, baseado no keynesianismo conjugado na organização tayolista – fordista.Na passagem dos anos sessenta ao setenta o capitalismo democrático entrou em crise e mecanismos de reestruturação formados pela burguesia monopolista revertendo as conquistas sociais do Welfare State, instalou a terceira fase do capitalismo.

CAPITULO 9

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O CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO

O capitalismo contemporâneo inicia-se nos anos 70. Com a crise dos anos dourados o capitalismo trouxe a cena varias transformações econômicas, sociais, políticas que gerou impacto sobre as nações e o Estado. Eclodiu a mundialização do capitalismo comandado pelos Estados Unidos, um quadro político e institucional que permitiu o funcionamento de um modo especifico do capitalismo predominantemente financeiro. Nos anos 80 introduziu alguns de seus representantes a anunciar o fim da historia e a evolução da sociedade atingiu um patamar que não se podia pensar que nenhuma transformação estrutural seria pensável e desejável.

9.1 – OS ANOS DOURADOS: A ILUSÃO CHEGA AO FIM

A ascensão dos anos dourados surgiu de vários questionamentos ao monopolismo que com a formação do Estado baseado no Welfare State baseado nas teorias de Keynes e sob a organização do fordismo – taylorismo apontavam um consumo em massa principalmente nas indústrias automobilística. Anunciava-se um capitalismo sem contradições apenas conflitivos, mas conflitos que seriam resolvidos a base de consenso. A partis da segunda guerra mundial e da segunda metade dos anos 70 a onda longa expansiva esgotou-se, a taxa de lucro rapidamente começou a declinar, o crescimento econômico se reduziu e nenhum pais conseguiu manter as taxas dos anos anteriores. Entre 1971 e 1973 dois detonadores o fim do capitalismo democrático: o colapso do ordenamento financeiro mundial com a decisão de desvincular o ouro do dólar rompendo com os acordos feitos na segunda guerra que convencionava o ouro como moeda e o choque do petróleo que alteraram seus preços. Subjacente a esses fatores contavam–se ainda os vetores da classe operaria que com as lutas sindicais aumentou significativamente nos países centrais demandando melhores salários e contestando a organização fordista – taylorista, lançaram-se outros sujeitos na cena política com movimento de categorias sociais especificas do qual existiam componentes anticapitalistas. A ilusão dos anos dourados ocorre entre 1974 -1975 quando as taxas de juros voltam a cair, a onda expansiva é substituída por uma longa onda recessiva: a partir daí ate o dias atuais reverte-se o diagrama da dinâmica capitalista: agora, as crises voltam a ser dominantes, tornando-se episódica a retomada.Para isso o capitalismo traz respostas exitosas para o crescimento dos lucros. Tais respostas como estratégias articulada sobre o tripé: a restauração produtiva, a financeirização e a ideologia neoliberal.

9.2 – O CAPITAL: DA DEFENSIVA À OFENSIVA

Nos anos 1967 a 1973 não foram favoráveis ao imperialismo. As lutas sindicais estavam no auge; as taxas diminuíram e as despesas com os direitos sociais se acentuaram devido à luta de classe: o capital esta na defensiva. A regressão generalizada de 1974-1975 acende uma luz ao capitalismo monopolista que trata de buscar uma estratégia política global para reverter a conjuntura que lhe é negativa.O primeiro passo é atacar os movimentos sindicais que um suporte do sistema encarnado nos vários tipos de Welfare State, o ataque aos movimentos sindicais se da por medidas legais que reduzem o poder de intervenção dos movimentos sindicais, nos anos 80 a assalto do patronato toma formas claramente repressivas.O modelo de organização taylorismo – fordismo não respondiam mais aos interesses do capital e instalou-se aquele que vai caracterizar o terceiro estagio a acumulação flexível.A base dessa flexibilidade opera-se a reestruturação produtiva. Substitui-se a produção rígida por um tipo diferenciado estendendo-se a mercados específicos e procura romper com a padronização. O capital promove a desterritorialização da produção, ou seja, unidades produtivas são deslocadas para outros territórios onde a exploração da força de trabalho pode ser mais intensa. O

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perfil industrial se modifica de uma parte os monopolistas tratam de externalizar os custos mantendo o controle do conjunto da produção mas repassando a outras empresas a efetividade dela. De outra parte permite o controle de um conjunto de produção que ele mesmo nada produz. Esse modo de produção flexível altera a situação dos trabalhadores em três esferas: primeiro no trabalho coletivo que se expande e se torna cada vez mais ampla e complexo; segundo e a polivalência para se manter no trabalho; terceiro é a alienação que torna trabalhador vinculado a empresa com um discurso que ali e sua casa então dedique-se a ela para que cresça como algo seu e a vinculação dos sindicatos as próprias empresas, os trabalhadores agora são colaboradores, cooperadores, associado, etc.Todas essas transformações tem objetivos de aumentar a taxa de lucro e explorar a força de trabalho. O ônus de todas elas recaem sobre os trabalhadores como a redução salarial, à precarização do emprego. Nesse estagio o capitalismo tornou o desemprego maciço em fenômeno permanente

9.3 - OS NOVOS DOMÍNIOS DO CAPITAL E A CONCENTRAÇÃO DO PODER

Já mencionamos a gigantesca hipertrofia do setor de serviços. Locais onde o capital já existia foram expandidos, como foi o caso da indústria cultural alargado para o campo da comunicação numa conjunção que envolve atividades estritamente industriais e de serviços permitem o entrelaçamento dos ramos produtivos e improdutivos. Também a publicidade, educação e saúde encaminham-se para utilização do capital, todos comandados pelo monopolismo por isso tendem a centralização e a concentração. No entanto nesse ramo cresce as atividades financeiras em razão do movimento de financeirização. Entende-se que controlados pelo grande capital os serviços passam a obedecer uma lógica industrial pois não há crescimento dos serviços, sem crescimento de atividades industriais; e os serviços se desenvolve sob uma industrialização generalizada.Surge outros ramos de industria como a engenharia molecular, engenharia genética, energias alternativas, e a nanotecnologia. É nesses ramos que o capital se firma, assegurando não do os ganhos econômicos, mas o controle estratégicos dos novos recursos necessários a produção pronta. A concentração do poder econômico conduziu e esta conduzindo a uma enorme concentração do poder político, altamente antidemocrático. Ao mesmo tempo em que desqualificam a política essas elites orgânicas formadas por empresários realizam a sua política tomando decisões estratégicas que afetam a vida de bilhões de seres humanos.

9.4 – NEOLIBERALISMO: O CAPITAL SEM CONTROLES SOCIAIS MÍNIMOS

O capitalismo contemporâneo particulariza-se pelo fato de, o capital esta destruindo as regulamentações que lhes foram impostas como resultado das lutas do movimento operário e das camadas trabalhadoras. A dissolução do Welfare State é exemplo da estratégias do capital, que prioriza a supressão de direitos sociais e a liquidação das garantias de trabalho em nome da flexibilização.Em escala mundial o capitalismo quer romper com qualquer forma extra –econômica e os seus movimentos. Para legitimar essa estratégia o grande capital fomentou e patrocinou a divulgação maciça do conjunto de ideológico que se difundiu pela designação de neoliberalismo. O que se define como neoliberalismo é uma concepção de homem (passivo, competitivo e calculista), uma concepção de sociedade (tomado com um agregado fortuito de indivíduos realizando seus propósitos privados) fundada na ideia da natural e necessária desigualdade entre os homens e uma noção rasteira de liberdade (vista como função de liberdade de mercado). Essa concepção permitiu ao capital romper com as restrições sócio política. Seu primeiro alvo foi pela intervenção do Estado na Economia: o Estado foi demonizado pelos neoliberais e considerado em desacordo então deveria ser

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reformado. E a primeira vez na historia do capitalismo, a palavra reforma perdeu o seu sentido tradicional de conjunto mudanças para ampliar direitos. A partir dos anos 80, sob o rotulo de reforma o que vem sendo conduzido pelo capital é um gigantesco processo de contra reforma destinado a supressão ou redução de direitos e garantias sociais. A ideologia neoliberal sustenta a necessidade de diminuir as arrecadações do Estado e vem atacando diretamente as dimensões democráticas, contudo os representantes dos monopólios sabem que o capitalismo não pode existir sem a intervenção estatal e por isso a capital anda demandando essas intervenções. O objetivo real do capital não é a diminuição do Estado, mas a diminuição das funções estatais coesivas, precisamente as que respondem à satisfação dos direitos sociais. Na verdade ao proclamar o “Estado Mínino” o que pretende o monopólio e seus representantes nada mais é que o Estado mínimo para os trabalhadores e máximo para o capital. O grande ataque do capital nas dimensões democráticas da intervenção do Estado começou tendo por alvo a regulamentação das relações de trabalho e avançou no sentido de reduzir, mutilar e privatizar a seguridade social. Prossegui na economia impondo reformas que retiram do controle estatal os empresas e serviços trata-se do processo de privatização. Caracterizando seu movimento como globalização o capital quer impor uma desregulamentação universal. O objeto é garantir uma plena liberdade e escala mundial para que os fluxos de mercadorias não sejam limitadas por qualquer dispositivos.

9.5 – A FINANCEIRIZAÇÃO DO CAPITAL A mais importante transformação que vem passando a economia do

imperialismo consiste no processo que alguns analistas designam de financeirização do capital. Esses processos tem suporte na gigantesca concentração do sistema bancário e financeiro, menos de 300 bancos controlam em final do século XX as finanças internacionais. A razão final da financeirização resulta da superacumulação e ainda da queda da taxa de lucro, dos investimentos industriais registrado nos anos 80.