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76 IMPACTE DAS ESCOMBREIRAS NO DESENVOLVIMENTO VEGETAL Carla Pereira, João Batista & Paula Salvado Prof.-orientadores: Alda Fidalgo e João Fidalgo As escombreiras da Barroca Grande fazem parte do complexo mineiro da Panasqueira, constituindo actualmente o único pólo activo. Há locais onde não se verifica deposição de ganga há mais de trinta anos e para os quais ainda não são observáveis quaisquer indícios de recuperação da vegetação. Em primeiro lugar tentámos testar se a escombreira apresenta características de mobilidade que impedem a normal fixação de raízes inviabilizando o desenvolvimento de plantas. Em segundo lugar, procurámos verificar se a eventual permanência de substâncias poluentes inviabiliza a germinação de sementes. Seleccionámos uma área sem deposição activa há cerca de trinta e cinco anos e instalaram- se dispositivos artesanais que permitissem perceber deslocações na superfície da escombreira. A nível laboratorial foram comparados aspectos relativos à germinação de sementes colhidas nas zonas limítrofes das escombreiras em material proveniente da própria escombreira e em materiais de controlo. Comparam-se taxas de germinação e observaram-se figuras de mitose ao moc para detectar potenciais alterações cromossómicas. Foi também ensaiada a germinação de diferentes tipos de sementes em amostras colocadas com inclinações tipo de 35º. Concluiu-se que a escombreira, devido à sua inclinação e devido à facilidade com que as suas camadas superficiais se deslocam constitui um substrato de difícil colonização por parte da maioria das plantas. Por outro lado verificou-se que a quantidade de água adicionada, em ensaio, é directamente proporcional à quantidade de solo perdido. Sendo o pH do solo da escombreira de 5,66 e havendo possíveis substâncias contaminantes na (provavelmente metais pesados) constatou-se que as sementes tiveram dificuldade em germinar.

resumo Escombreiras carla76

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76 I MPACTE DAS ESCOMBREIRAS NO DESENVOLVIMENTO Carla Pereira, João Batista & Paula Salvado Prof.-orientadores: Alda Fidalgo e João Fidalgo VEGETAL

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IMPACTE DAS ESCOMBREIRAS NO DESENVOLVIMENTO

VEGETAL Carla Pereira, João Batista & Paula Salvado

Prof.-orientadores: Alda Fidalgo e João Fidalgo

As escombreiras da Barroca Grande

fazem parte do complexo mineiro da

Panasqueira, constituindo actualmente

o único pólo activo. Há locais onde

não se verifica deposição de ganga há

mais de trinta anos e para os quais

ainda não são observáveis quaisquer

indícios de recuperação da vegetação.

Em primeiro lugar tentámos testar se a escombreira

apresenta características de mobilidade que

impedem a normal fixação de raízes inviabilizando

o desenvolvimento de plantas. Em segundo lugar,

procurámos verificar se a eventual permanência de

substâncias poluentes inviabiliza a germinação de

sementes. Seleccionámos uma área sem deposição

activa há cerca de trinta e cinco anos e instalaram-

se dispositivos artesanais que permitissem perceber

deslocações na superfície da escombreira. A nível

laboratorial foram comparados aspectos relativos à

germinação de sementes colhidas nas zonas

limítrofes das escombreiras em material

proveniente da própria escombreira e em materiais

de controlo. Comparam-se taxas de germinação e

observaram-se figuras de mitose ao moc para

detectar potenciais alterações cromossómicas. Foi

também ensaiada a germinação de diferentes tipos

de sementes em amostras colocadas com

inclinações tipo de 35º. Concluiu-se que a

escombreira, devido à sua inclinação e devido à

facilidade com que as suas camadas superficiais se

deslocam constitui um substrato de difícil

colonização por parte da maioria das plantas. Por

outro lado verificou-se que a quantidade de água

adicionada, em ensaio, é directamente proporcional

à quantidade de solo perdido. Sendo o pH do solo

da escombreira de 5,66 e havendo possíveis

substâncias contaminantes na (provavelmente

metais pesados) constatou-se que as sementes

tiveram dificuldade em germinar.