Resumo Expandido

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Curso de Psicologia Disciplina: Orientao de TCC Resumo Expandido

A viso do trabalhador a respeito do psiclogo que atua no contexto do trabalhoAutores: Marcelo Alves (discente) e Pedro Vitor Barnab Milanesi (orientador) Contato:[email protected] Resumo: O psiclogo tem como um dos horizontes assegurar pelo bem -estar dos indivduos, como facilitador de sade fsica e mental do trabalhador. A partir disso, me lembro das aulas de Psicologia organizacional e do trabalho, n as quais trouxeram a ideia sobre o psiclogo inserido nas empresas, : "um fazer timo, maravilhoso, chegando at mesmo a ser milagroso. Isso ficou enraizado em meus pensamentos. Ento, para melhor refletir sobre esta ideia, a pesquisa teve como foco, a v iso do trabalhador a respeito do psiclogo no contexto do trabalho. Para tanto, esta pesquisa teve a inteno de compreender a atuao do psiclogo nas organizaes, a partir das vivncias dos trabalhadores, tendo em vista a atuao deste profissional nos mais variados seguimentos organizacionais de trabalho. Por muito tempo o significado de trabalho foi associado ao sacrifcio e tortura, como a etimologia prope a palavra vem do latim tripalium. (ALBORNOZ, 2008). Mudanas ocorreram ao decorrer da hist ria, que permitem a discriminao de trs fases/faces da insero do psiclogo no campo do trabalho (FREITAS, 2005). Na industrializao o foco da atuao era a adequao do homem funo; aps as grandes guerras, novos valores invadiram o mundo do trabal ho e a psicologia foi forada a se adaptar, constituindo a segunda fase/face. A terceira fase/face a da Psicologia do Trabalho surge com um novo olhar direcionado no trabalho como um meio de realizao da felicidade humana. (SAMPAIO, 1998; TOMANIK, 2003 e; ZANELLI, BORGESANDRADE & BASTOS, 2004). Frente a isso, no contemporneo, modelos da atuao do psiclogo no contexto do trabalho construdos desde o incio da histria da industrializao, na atualidade assumem formas cada vez mais complexas e enigmticas. (CAPOULADE, BLL & BERNARDO, 2010). Fizeram parte do estudo nove trabalhadores de diversos segmentos que deram relatos escritos acerca de suas experincias de participar da atuao do psiclogo, em seu contexto de trabalho. Aps as descries, seguind o o mtodo proposto por Giorgi (1989) e discutido por Coimbra (2001), foram obtidas as "unidades de significado" para poder identificar a estrutura do fenmeno. A partir da anlise dos depoimentos, podemos pensar que h um consenso entre os trabalhadores sobre a atuao do psiclogo no contexto do trabalho. Contudo, podemos perceber que, mesmo sendo locais de trabalho distintos, os trabalhadores tm uma expectativa que ter algum que ir ajud -los com o sofrimento do trabalho no dia-a-dia, porm, essa viso desmistificada ao longo da trajetria do emprego das pessoas. Nesse percurso podemos pensar que de um lado o psiclogo cumpre com seu papel legitimado pelas prxis capitalistas e, do outro os trabalhadores querendo um auxlio para enfrentar as mazela s do cotidiano no trabalho. A viso que os trabalhadores tm do psiclogo de um profissional dividido entre a manuteno do prprio emprego, as exigncias da empresa e o olhar para os trabalhadores enquanto pessoas, desejando melhores qualidades de traba lho. Nesse emaranhado de tenses, o psiclogo, segundo os participantes, por vezes contribui para a melhora da condio de trabalho, por vezes perde -se, por vezes rende-se aos interesses da empresa. Sendo assim, o balizamento por esta perspectiva possibili ta refletir, por um lado, sobre a atuao do psiclogo organizacional e do trabalho, suas possibilidades e limitaes frente s exigncias da produo e, por outro, frente s necessidades humanas, ou seja, vendo o trabalho como condio humana e como ativi dade que contribui

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potencialmente para a constituio da identidade, subjetividade e valores do homem. (FREITAS, 2009). Sobre isso, tambm podemos refletir sobre dois pontos: a) o que a psicologia pode fazer pelos trabalhadores enquanto atuao efetiva? e, b) como a psicologia pode olhar para as necessidades reais dos trabalhadores? Esses questionamentos enunciados a partir do pensamento libertador de Martn -Bar (1996) nos fazem pensar no psiclogo-transformador e, ao mesmo tempo, a viso dos participantes nos faz pensar no psiclogo -trabalhador. Como transformador, o psiclogo tem o compromisso de lutar contra as condies opressoras do contexto do trabalho imposto pelas prxis capitalistas; como trabalhador, est sujeito s mesmas condies que tenta transformar. Pois, o psiclogo do trabalho ao ajudar o trabalhador a transcender suas tenses entre o mundo interno e externo, tambm como trabalhador tem os seus valores balizando as suas prprias tenses nesse contexto (FREITAS, 2009, p. 167). Desse modo, existe um desafio aos psiclogos nas organizaes: atuar com equilbrio, promovendo o bem-estar a valorizao do ser, a qualidade de vida, a integrao entre os fatores humanos/produo, sendo assim, compreender esse tensionamento uma questo delicada e importante para ser discutida, pois parece ser central na atuao do psiclogo no contexto do trabalho. Descritores: Trabalho. Sade. Psiclogo. Trabalhador. Pesquisa fenomenolgica . Referncias Bibliogrficas: ALBORNOZ, S. O que trabalho? So Paulo: Ed. Brasiliense, Col. Primeiros Passos, 2008. 103p. CAPOULADE, F.; BLL, S. & BERNARDO, M. H. Sade mental, trabalho e desemprego. Disponvel em: . Acesso em: 14 jun. 2009. COIMBRA, A. A. Q. Investigao qualitativa: a fenomenologia na Investigao: caractersticas do mtodo fenomenolgico aplicado a inv estigao. Texto 6 para auxiliar o estudo na Unidade curricular: Metodologia de Investigao, do 3 ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Bissaya Barreto. 2001. FREITAS, S. M. P. A Psicologia no contexto do traba lho: um enfoque fenomenolgico existencial. In: ANGERAMI-CAMON, V. A. As vrias faces da psicologia fenomenolgico -existencial. 1. ed. So Paulo: Pioneira Thomson Learnlng, 2005. p. 123-149. FREITAS, S. M. P. Psiclogo do trabalho no mundo das prxis cap italista: reflexes fenomenolgico -existenciais. Rev. abordagem gestalt., Goinia, v. 15, n. 2. 2009. Disponvel em: . Acesso em: 17 out. 2010.

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GIORGI, A. Um enfoque fenomenolgico descritivo da psicologia emprica. Psicologia: reflexo e crtica. vol. 4, n. 1/2, 1989. p. 116 -123. MARTN-BAR, I. O papel do psiclogo. Estudos de psicologia. 1996,p. 7 -27 Disponvel em: . Acesso em: 07 nov. 2010. SAMPAIO, J. R. Psicologia do trabalho em trs faces. In: GOULART, I. B., SAMPAIO, J. R. (orgs.) Psicologia do trabalho e gesto de recursos humanos: estudos contemporneos. So Pa ulo: Casa do Psiclogo, 1998. p. 19 -40.

TOMANIK, E. A. Para onde andar o lobo mau da psicologia? Disponvel em: . Acesso em: 10 jul. 2010. ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E & BASTOS, A. V. B. (org.). Psicologia, organizaes e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed. 2004. x, 520p.