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Resumo Farmacognosia I 1. INTRODUÇÃO À FARMACOGNOSIA Do ponto de vista da farmacognosia, droga deve ser o material de origem vegetal, mineral ou animal seco. A retirada de água implica na inibição das reações de hidrólise, parando a biossíntese naquele sistema. A secagem deve ser feita em estufa, com temperatura não muito alta ou pode ser feita secando ao tempo. Excicata é uma biblioteca ou depósito de plantas. É similar a um herbário. É como se fosse à impressão digital da planta. Se pega o jornal, organiza-se a planta com seus galhos, folhas, flores, frutos e semente, a fim de arquivar com identificação do local de coleta. No herbário há identificação da excicata, onde tal identificação é similar ao RG da droga vegetal, o que é útil em ciência, para a verificação das informações contidas nos artigos na área de fitoquímica. Medicamento alopático Medicamento fitoterápico Obtido a partir de síntese orgânica obtido a partir de extração vegetal Quando a planta medicinal é seca temos a droga vegetal, a qual está presente na farmacopeia, diferente das plantas medicinais que não estão. As formas de obtenção da droga Plantas medicinais •planta fresca. •usada empiricamente pelas propriedades terapêuticas. •data da coleta, estação do ano, parte do vegetal utilizado podem influenciar no efeito. Fitoterápico •obtido do vegetal completo ou de partes da planta. •não obtido de substância isolada. Homeopatia •princípio da semelhança. •diluições muito grandes e potencialização da ação. Droga substância que tem ação terapêutica Fármaco princípio ativo

Resumo-Farmacognosia revisado

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Resumo de Farmacognosia UFRJ

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  • Resumo Farmacognosia I

    1. INTRODUO FARMACOGNOSIA

    Do ponto de vista da farmacognosia,

    droga deve ser o material de origem

    vegetal, mineral ou animal seco. A

    retirada de gua implica na inibio

    das reaes de hidrlise, parando a

    biossntese naquele sistema.

    A secagem deve ser feita em estufa, com temperatura no muito alta ou pode ser

    feita secando ao tempo.

    Excicata uma biblioteca ou depsito de plantas. similar a um herbrio. como se

    fosse impresso digital da planta. Se pega o jornal, organiza-se a planta com seus galhos,

    folhas, flores, frutos e semente, a fim de arquivar com identificao do local de coleta. No

    herbrio h identificao da excicata, onde tal identificao similar ao RG da droga vegetal, o

    que til em cincia, para a verificao das informaes contidas nos artigos na rea de

    fitoqumica.

    Medicamento aloptico Medicamento fitoterpico

    Obtido a partir de sntese orgnica obtido a partir de extrao vegetal

    Quando a planta medicinal seca temos a droga vegetal, a qual est presente na

    farmacopeia, diferente das plantas medicinais que no esto. As formas de obteno da droga

    Plantas medicinais

    planta fresca.

    usada empiricamente pelas propriedades teraputicas.

    data da coleta, estao do ano, parte do vegetal utilizado podem influenciar no efeito.

    Fitoterpico

    obtido do vegetal completo ou de partes da planta.

    no obtido de substncia isolada.

    Homeopatia

    princpio da semelhana.

    diluies muito grandes e potencializao da ao.

    Droga

    substncia que tem ao teraputica

    Frmaco

    princpio ativo

  • vegetal envolvem decoco, infuso dentre outras. Na decoco se cozinha as partes mais

    rgidas da planta, a fim de extrair a droga vegetal. Na infuso se verte gua quente sobre as

    partes mais moles da planta, extraindo as substncias volteis. No se realiza decoco

    com sachs de ch, pois a mesma destruiria as substncias volteis. As drogas vegetais que

    esto na farmacopeia so consideradas oficinais, mas no necessariamente apresentam

    estudos de eficcia teraputica.

    Fitoterpicos so medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. Eles so

    obtidos empregando-se exclusivamente derivados de droga vegetal (extrato, tintura, leo,

    cera, exsudato, suco, e outros). No objeto de registro como medicamento fitoterpico,

    planta medicinal ou suas partes, aps processos de coleta, estabilizao e secagem, podendo

    ser ntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.

    Macerao uma espcie de extrao esttica, onde se obtm a droga vegetal com

    auxlio de solvente, a partir da planta rasurada.

    Percolao uma espcie de extrao dinmica, onde o produto vegetal passa por

    uma malha, sendo banhado no solvente, o qual recuperado aps a extrao.

    Fludo supercrtico outra forma de extrao, no qual o vegetal rasurado (oferece

    melhor produto de extrao, j que o vegetal modo mais compacto e o solvente tem mais

    dificuldade de permear todo o material e extrair) sofre ao do fludo supercrtico, o qual,

    como o CO2, se transforma em lquido em seu ponto crtico, sob presso, extraindo desta

    forma os leos essenciais, e com posterior despressurizao h o retorno a gs e o leo

    essencial obtido puro.

    Fitoterpico a formulao farmacutica contendo droga vegetal, enquanto que o

    fitofrmacos so, exclusivamente, substncias puras isoladas de origem vegetal.

    Mtodos corados, como espectrometria U.V detectam a classe qumica, mas no a

    substncia propriamente dita. Na cromatografia em camada fina pode-se identificar a classe

    qumica, mas deve-se usar padro com mesmo Rf, mas ainda assim no oferece um

    diagnstico fechado da substncia propriamente dita. Para determinao exata da substncia,

    utiliza-se espectrometria de massas.

    Para pesquisa de plantas que possuam determinadas substncias, buscam-se as

    famlias botnicas em que j conhecida a presena dessa substncia.

    As plantas medicinais podem ser apresentadas das formas para uso externo e

    interno :

    Uso interno Uso externo

    Infuso Emplasto Decocto Cataplasma (com farinha) Macerado Unguento (com gordura vegetal) Xarope Banho

    Tintura

    Limimento (com leo)

  • 2. QUMICA DE PRODUTOS NATURAIS:

    Outras fontes de produtos naturais so microorganismos, os quais podem fornecer

    antibiticos, organismos marinhos como as esponjas, animais como cobras e sapos, e atravs

    de sntese orgnica que produz molculas de origem natural. A sntese orgnica apresenta

    dificuldade de sintetizar molculas presentes em produtos naturais, pois estas apresentam

    estereoqumica complexa, j que a maioria apresenta diversos centros quirais, os quais nem

    todos conseguem ser sintetizados de modo idntico.

    Muitos dos produtos do metabolismo secundrio atuam na defesa da planta contra

    herbvoros, como atrao a polinizadores, na proteo contra agentes fsicos.

    O metabolismo vegetal apresenta as seguintes vias:

    Metabolismo vegetal

    Metabolismo primrio

    cido nuclicos,

    protenas

    lipdeos

    carboidratos

    processos bioqumicos

    Metabolismo secundrio

    alcalides, terpenides, flavonides, etc

    rotas biossintticas restritas a determinados grupos vegetais.

    processos orgnicos

  • A nuvem eletrnica da ligao da carbonila atrada para prximo do

    oxignio, em funo deste apresentar maior eletronegatividade, logo o

    carbono da carbonila apresenta maior possibilidade de ser ponto para

    condensao, j que centro eletroflico.

    O carbono adjacente bom nuclefilo, em funo do equilbrio ceto enlico, uma

    vez que SCoA bom grupo de sada, por ser volumoso. Principalmente quando h H cido, o

    qual sai fcil por estar em posio carbonila e deixam eltrons que propiciam a formao

    de dupla ligao a qual favorece a realizao das condensaes a partir desse carbono.

  • 3. VIA DO ACETATO MALONATO:

    Na via do acetato malonato temos a produo de cidos graxos, acetilenos,

    prostaglandinas, leucotrienos, naftaquinonas, antraquinonas, tetraciclinas e tambm

    flavonides, mas estes so de via biossinttica mista.

    Os leos essenciais apresentam baixo peso molecular, sendo volteis e odorferos,

    diferente dos leos fixos que apresentam alto peso molecular, pois em geral so formados por

    cidos graxos insaturados de cadeia longa, porm menos que os presentes em gorduras e

    ceras.

    A. CIDOS GRAXOS:

    A predominncia de cidos saturados determina o estado fsico slido, como nas

    manteigas, sebos e ceras slidas. Nos leos encontram-se steres de cido insaturados.

    Aquecidos em meio alcalino resultam os sais respectivos dos cidos graxos, os sabes.

  • O oxignio com carga negativa do malonil CoA ataca o carbono da carbonila do acetil

    CoA realizando a condensao. A fim de retirar a carbonila no ligada ao SCoA h reduo e

    desidratao, havendo formao de dupla ligao, em funo de reduo. Na posio da dupla

    ligao h o ataque de nova molcula de malonil CoA, com nova condensao, reduo da

    carbonila e desidratao. Esse processo acontece sucessivamente at chegar ao tamanho

    desejado do cido graxo, quando chegar este momento a tioesterase cliva a ligao com SCoA,

    e h ataque de molcula de gua formando a OH.

    A formao de cidos graxos ramificados acontece ou pela reao com um iniciador,

    exemplo isobutil-CoA ou -metilbutiril-CoA, ou pela condensao com malonil-CoA alquilado

    (ao da SAM). Enquanto que na formao de cidos graxos de cadeia mpar o iniciador o

    propionil CoA e no acetil CoA.

  • Para formao de cidos graxos insaturados h a hidrogenao da dupla

    ligao formada pela reduo e desidratao da carbonila at o ponto em que a

    instaurao dever existir. Nesse ponto, no h hidrogenao a fim de manter a instaurao

    do cido graxo insaturado.

    B. POLICETDEOS:

    No h as etapas 4,5 e 6, pois no

    se deseja retirar a carbonila, a

    qual deve estar presentes nos

    policetdeos, pois a formao de

    policetdeos adio de acilas em

    srie.

    Para continuar a polimerizao o

    malonil CoA ataca no carbono

    com SCoA, j que este bom

    grupo de sada.

    Os policetdeos no reagem de

    forma linear, devendo estar em

    conformao mais prxima,

    tentendo a formar anis.

    Anteriormente foi visto que reduo aps cada etapa de condensao entre duas

    molculas derivadas da acetil-CoA leva a formao de cidos graxos. Se no houver a reduo,

    intermedirios de cadeia -policetosteres de comprimentos variados so formados. Essas

    substncias so muito reativas podendo sofrer condensaes de Claisen ou aldlica para

    formar os policetdeos aromticos. A ciclizao guiada pela topologia espacial enzimtica.

  • Essas molculas so bifuncionais, pois os grupos metilenos atuam como ons carbnions ou

    enolatos pela remoo de um prton e o grupo carbonila polarizado tem carter de on

    carboction. Carbnion ataca o carbono

    da carbonila, realizando

    adio aldlica carbonila.

    H a desidratao,

    liberando a OH formada a

    partir da carbonila, e tal

    desidratao promove a

    formao de dupla ligao

    a fim de iniciar a formao

    de sistema conjugado. H

    a enolizao, em funo do

    equilbrio ceto-enlico,

    formando as OH no lugar

    das carbonilas (orientao

    meta entre si) e formao

    de ligaes duplas que

    finalizao o sitema

    conjugado, alm da

    hidrlise de SCoA.

    Com a marcao isotpica h a identificao dos policetdeos, pois a marcao

    acontece no carbono da carbonila do acetil CoA, ento toda carbono que contenha/conteve

    carbonila ir aparecer marcado, pois foi derivado do acetil CoA marcado. Na molcula

    ciclizada, os carbonos marcados apresentaro orientao meta. Cuidado com carbonilas que

    no estejam na posio meta, mas quais no devem estar marcadas isotopicamente, pois so

    produtos de oxidao e no derivadas do acetil CoA.

    Na reao de Claisen, em vez de ocorrer a desidratao que levar a formao da dupla ligao, h sada de SCoA, que doa eltrons, restabelecendo a carbonila. Aps isso h desidrogenaes a fim de formar o sistema conjugado e a enolizao.

  • S-adenosilmetionina (SAM) um

    cofactor enzimtico envolvido na

    transferncia de grupos metila.

    formada a partir de adenosina tri-fosfato

    (ATP) e metionina por ao da enzima

    metionina adenosiltransferase.

    Esta a metila que transferida!

    As antraquinonas so derivadas da via do acetato malonato, estando presentes na

    babosa, na cscara sagrada, no ruibarbo e no sene. As antraquinonas so substncias fenlicas

    derivadas da ciclizao de policetdeos.

    As antraquinonas geralmente se encontram ligadas a acares por ligaes C-

    glicosidicas ou O-glicosdicas, onde a poro no glicdica denominada aglicona.

    A ao laxativa das antraquinonas dose-dependente. Aps administrao oral, os

    glicosdeos antraquinnicos, no clon, so hidrolisados por enzimas produzidas pela flora

    intestinal, convertendo-se em geninas. Da ento, as geninas produzem o efeito laxativo de

    trs maneiras:

  • (1) estimulam os gnglios parassimpticos plvicos, que por sua vez, causam o aumento da

    peristalse, ou seja, aceleram o trnsito intestinal;

    (2) promovem a liberao de histamina nas clulas da mucosa intestinal, o que tambm

    incrementa a atividade da musculatura lisa intestinal (ao irritativa) e;

    (3) reduzem a absoro de gua e eletrlitos, devido inibio da bomba Na+/K+ ATPase,

    fluidificando as fezes, alm de estimularem a secreo de muco.

    IDENTIFICAO DE ANTRAQUINONAS:

    Empregada para detectar agliconas antraquinnicas, sendo negativa para os

    heterosdeos, devido a estes ltimos no serem solveis nos solventes apolares, que so o

    meio de reao. Pode-se eventualmente detectar as agliconas dos O- e C-heterosdeos, desde

    que estes sejam submetidos a uma hidrlise prvia (hidrlise cida H2SO4 a 20%; hidrlise

    oxidativa H2O2 ou FeCl3).Esta reao baseia-se na solubilidade dos derivados 1,8-

    dihidroxiantraquinnicos livres nos solventes orgnicos imiscveis com a gua (solventes

    apolares) e na solubilidade dos respectivos fenolatos alcalinos na gua. Estes derivados quando

    em soluo nos hidrxidos alcalinos, coram-se de vermelho ou rosa (depende da concentrao

    dos compostos antraquinnicos na amostra analisada). Ocorre ionizao das hidroxilas

    fenlicas para fenolatos hidrossolveis.

  • C. TETRACICLINAS:

    So polictdeos formados por 4 anis,

    podendo apresentar tambm reaes de

    clorao e nitrogenao. So um grupo de

    antibiticos usados no tratamento das infeces

    bacterianas, produzidos por diversas espcies

    de Streptomyces e algumas so semi-sintticas.

    4. VIA DO ACETATO MEVALONATO:

  • H formao do carboction,

    OPP bom grupo de sada. O

    do OPP atrai os eltrons para

    deixando o carbono mais

    eletrodeficiente.

    pois

    fsforo

    si,

  • At C20 a ligao entre as unidades isoprnicas

    realizada cabea - cauda, enquanto que a partir de

    C30 essa ligao cauda-cauda.

    A. MONOTERPENOS:

    So constituintes dos leos volteis ou essenciais, atuando

    na atrao de polinizadores.

    Quando vai se fechar o anel h migrao de metila, a fim de estabilizar os

    carboctions. O pirofosfato de nerila melhor para ciclizar, pois h maior chance de reao

    pela proximidade do OPP e da dupla ligao.

    IRIDIDES: so monoterpenos no clssicos. A maioria dos iridides

    identificados em vegetais ocorre na forma de glicosdeos; alguns ocorrem livres e outros como

    dmeros. Pode ocorrer substituio do O pelo N, formando ento alcalides iridodicos. Dentre

    os iridides de importncia farmacutica podemos destacar aqueles encontrados na Valeriana

    e a Genciana. Valeriana officinalis apresenta propriedades sedativas suaves e tranquilizantes, e

    pode apresentar tambm iridides esterificados.

  • Os canabinides oriundos de Cannabis sativa apresentam via biossinttica mistas,

    onde apresentam derivados policetdeos da via do acetato malonato e iridides da via do

    acetado mevalonato. Para que haja a produo do THC deve acontecer aquecimento, por isso

    que se fuma maconha e haxixe. Os efeitos dos canabinides envolvem reduo da presso

    intraocular, por isso que interessante para o tratamento do glaucoma, hiperemia ocular,

  • boca seca, aumento da frequncia cardaca, relaxamento muscular, dentre outros. O haxixe

    uma resina presente no exudato das folhas.

    B. SESQUITERPENOS:

    O precursor imediato dos sesquirterpenides (C15) o pirofosfato de

    farnesila, que formado a partir da reao do GPP com IPP.

    Conforme aumenta o nmero

    de carbonos h aumento da

    formao de anis bicclicos,

    tricclicos.

    Os sesquiterpenos esto

    presentes na Matricaria

    chamomilla (camomila), na

    Artemsia annua (ster

    sesquiterpenide), na Arnica

    montana.

  • C. DITERPENOS:

    O precursor imediato dos diterpenos (C20) o pirofosfato de

    geranilgeranila, que formado a partir da reao do FPP com IPP.

    Ginkgo biloba: utilizada para asma, alergia, processos inflamatrios,

    insuficincia cerebral, varizes, anti-oxidante, anti-agregante plaquetrio,

    arterioesclerose e antidepressivo. Taxus brevifolia: antineoplsico.

  • D. TRIPERPENOS:

    O precursor imediato dos triterpenos (C30) o pirofosfato de

    farnesila, que formado a partir da reao do GPP com IPP, porm so formandos

    pela condensao de 2 FPP.

    O aumento no nmero de carbonos facilita a formao de ciclos por reaes

    de condensao, podendo acontecer tambm reaes de reduo e oxidao, o que,

    juntamente com os rearranjos e rupturas de anel so responsveis pela enorme diversidade.

    Apresentam 6 unidades de isopreno.

    Apresentam 3 tipos de fechamento de anel: tetracclicos, pentacclicos e

    esterides.

  • A maioria dos triterpenides lcool que se combina com acares para

    formar glicosdeos, como as saponinas. Nos esqueletos dos triterpenos e esterides

    glicosilados, a glicosilao muda as propriedades qumicas e tambm modifica a nomenclatura.

    Para resolver a deficincia de eltrons h a formao de anel muito tensionado (3C),

    eu no estvel. Para resolver este problema de estabilidade h quebra da ligao 1-4, com

    rearranjo. A presena de NADPH , que poder redutor, dispensa a presena de hidreto para

    reduo e estabilizao do carboction. O carboction tambm pode ser estabilizado por

    migrao de hidreto, que promove a formao de ligao simples.

    Por marcao isotpica se descobre que a condensao presente nos triterpenides

    no cabea cauda sim cauda cauda, o que acontece em funo do impedimento

    estrico, j que difcil deslocar eltrons do carboction tercirio.

  • E. ESTERIDES:

    Esteride qualquer substncia que contm um ncleo de

    ciclopentanoperidrofenantreno. Os esterides so numerados, e seus anis recebem

    letras da forma indicada na formula estrutural abaixo.

    Na maioria dos esterides, os anis B e C e os anis C e D tm fuso trans,

    enquanto os anis A e B podem ter fuso cis ou trans. A biossntese dos esterides

    semelhante a dos triterpenides. Para a converso do lanosterol (C30) no colesterol

    (C27) preciso que haja a perda de 3 metilas, o deslocamento de uma ligao dupla e

    uma reduo de uma ligao dupla. A sequncia em que essas reaes ocorrem pode

    variar, dependendo do organismo.

  • Sempre no carbono 3 do anel dos esterides haver uma hidroxila, que derivada do

    epxido do 2,3 xido esqualeno.

    O esqualeno muito reativo, mas o

    2,3 xido esqualeno mais reativo.

    Para fechar o anel a partir do 2,3

    xido esqualeno h quebra da

    ligao dupla e para o carbono no

    ficar pentavalente h a formao

    da OH no local em que havia o

    epxido.

    A estereoqumica muda na

    conformao cadeira, pois

    depende se o H entrou ou e

    isso fora o substituinte entrar na

    posio contrria.

    As migraes de H e de CH3 para

    estabilizao dos carboctions s

    podem acontecer com relao 1-2.

    No mais possvel identificar

    cabeas ou caudas.

    Os esterides apresentam OH em

    C3 e no apresenta CH3 em 4 e 14.

    Pode acontecer expanso do anel

    em C17.

  • F. SAPONINAS:

    So glicosdeos de esteris ou triterpenides policclicos. Apresentam

    atividade anfiflica. A cadeia glicosdica pode ser linear ou ramificada. Difere dos esterides na

    presena de metila em C4 e C14.

    As saponinas em soluo aquosa formam espuma persistente e abundante.

    Essa atividade provm, como nos outros detergentes, do fato de apresentarem na sua

    estrutura, como j referido, uma parte lipoflica, denominada aglicona ou sapogenina e uma

    parte hidroflica constituda por um ou mais acares. A espuma formada estvel ao de

    cidos minerais diludos, diferenciando-a daquela dos sabes comuns. Essa propriedade a

    mais caracterstica desse grupo de compostos, da qual deriva o seu nome (do latim sapone =

    sabo). Outras propriedades fsico-qumicas e biolgicas encontradas, mas nem sempre

    presentes em todas as saponinas, so: elevada solubilidade em gua; ao sobre membranas:

    muitas saponinas so capazes de causar desorganizao das membranas das clulas

    sangneas (ao hemoltica) ou das clulas das brnquias em peixes (ao ictiotxica).

    Os digitlicos apresentam atividade cardiognica, podendo apresentar em C17

    lactona cardenoldeo (anel de 5 membros) ou bufadenoldeo (6 membros), onde o efeito est

    na presena das duas metilas.

    Presena das 2

    OH que confere

    ao

    cardiognica

  • G. TETRATERPENOS ou CAROTENIDES:

    O precursor imediato dos tetraterpenos (C40) o pirofosfato de geranilgeranila,

    que formado a partir da reao do FPP com IPP, porm so formandos pela condensao de 2

    GGPP.

    Nos carotenides, a estabilizao do carboction, que nos triterpenos

    acontece via NADPH ou migrao de hidreto, acontece pela migrao do H vizinho, que na

    forma de H+ deixa o par de eltrons, promovendo a formao de ligao dupla, e as ligaes

    duplas conjugadas so responsveis pela colorao.

    H. POLITERPENIDES:

    Com relao aos politerpenos, o representante mais significativo a borracha,

    ltex extrado da seringueira (Hevea brasiliensis, Euphorbiaceae).

  • 5. MTODOS DE EXTRAO E LEOS ESSENCIAIS:

    A. MTODOS DE EXTRAO:

    a) EXTRAO POR SOHXLET: a manta de aquecimento aquece o solvente,

    o qual se torna vapor, tal vapor chega ao condensador de bolas e condensa gotejando sobre a

    droga vegetal, realizando a extrao. O extrato formado conter as substncias ativas de

    interesse, bem como as que no so interessantes. uma extrao mais rpida, pois feita

    com aquecimento, mas este tambm pode degradar as substncias presentes no extrato. O

    solvente pode ser reutilizado, uma vez que seja evaporado e recondensado.

    b) DECOCO: a planta fracionada, imersa em soluo hidroalcolica,

    com 30% de etanol com aquecimento por 30 min. um mtodo de extrao empregado para

    materiais mais duros. relativamente rpida, pois apresenta aquecimento, mas o mesmo

    tambm pode degradar substncias volteis. No recomendada para grande quantidade de

    material.

    c) MACERAO: mergulha a droga vegetal em etanol 70%, sem

    aquecimento, permitindo a interao de modo esttico com o solvente, a fim de que acontea

    a extrao. uma tcnica mais lenta, mas que preserva as substncias. Aps completa

    extrao, a filtrao realizada com adio de mais solvente, repetindo esse processo at o

    solvente estar incolor. recomendvel que aps obter o solvente incolor se realize uma

    cromatografia em camada fina. Pode ser utilizada para grandes quantidades de material.

    d) EXTRAO COM REFLUXO: procedimento semelhante a extrao com

    Sohxelet, mas a droga vegetal e o solvente no esto juntas no balo volumtrico. uma

    aparelhagem mais barata e compacta que a do Sohxelet.

    B. LEOS ESSENCIAIS:

    So misturas complexas de substncias volteis, lipoflicas, geralmente

    odorferas e lquidas. Tambm so conhecidos como leos essenciais ou essncias ou leos

    etreos. Caractersticas:

    Diferem dos leos xos pelo sua volatilidade.

    Em gua, apresentam solubilidade limitada, mas o suciente para

    aromatizar solues aquosas, chamadas de hidrolatos.

    O sabor geralmente acre (cido) ou picante.

    Em extraes recentes, so normalmente incolores ou ligeiramente

    amarelados.

    Em geral no so muito estveis, principalmente em presena deluz,

    umidade, ar, calor e metais.

    A maioria dos leos volteis possui ndice de refrao e so

    opticamente ativos.

    A localizao depende da famlia. Podem ser encontrados em

    estruturas secretoras especializadas, tais como: plos glandulares (Lamiaceae), clulas

    parenquimticas diferenciadas (Lauraceae), canais oleferos (Apiaceae). Podem ser

    estocados em certos rgos como ores ou folhas, ou ainda em cascas dos caules,

    madeiras, razes, frutos ou sementes. Quimicamente, a grande maioria dos leos

    volteis constituda de duas amplas classes de produtos naturais, baseado em sua

    origem biossinttica: os derivados aromticos fenilpropanodicos (via do cido

  • chiqumico); os derivados terpenides (via do cido actico), em sua maioria mono e

    sesquiterpenides.

    Os mtodos de obteno variam conforme a localizao do leo

    voltil na planta e utilizao do mesmo. Os mtodos mais comuns so a

    hidrodestilao, a prensagem, a extrao com solventes orgnicos, udo supercrtico

    e a eneurage. importante no confundir a atividade farmacolgica de uma droga

    rica em leos vegetais com as atividades farmacolgicas do leo isolado desta

    mesma planta.

    As drogas que possuem leos volteis e os leos separados so muito

    comumente utilizados como flavorizantes. No entanto, algumas propriedades

    farmacolgicas esto relativamente bem estabelecidas, tais como ao carminativa

    (funcho, erva-doce, camomila, menta); ao antiespasmdica (camomila, erva-doce,

    funcho, slvia); ao cardiovascular (leos contendo cnfora); ao secretoltica

    (eucalipto, anis-estrelado); ao anestsica local (cravo-da-ndia); ao

    antiinflamatria (leos contendo azuleno, como a camomila); ao anti-sptica (leos

    contendo citral, geraniole timol).

  • C.

    6.