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Helmintos Verme: qualquer ser vivo mole, esbranquiçado, alongado ou achatado, sem membros, pre humano. Helmintos: metazoários, parasitos de animais, vegetais ou de vida livre, pertencentes a quatro filos, (1) Platyhelminthes, com duasclasses, Trematoda e Cestoda; (2) Nematoda, com as classes Adenophorea e Secernentea; (3) Acanthocephala; (4) Annelida (que inclui as sanguessugas). Filo Nematoda Helmintos cilíndricos, não segmentados, com simetria bilateral, pseudocelomados completo. Sistemas digestivo e reprodutor completos; demais sistemas incompletos. Podem ter de milímetros a mais 20 cm de comprimento. Usualmente possuem cor clara, do branco ao róseo. Sexos separados com dimorfismo acentuado: machos apresentam extremidade posteri bolsa copuladora; fêmeas tem extremidade posterior reta, uniforme. Tubo digestivo completo, constituído por estomodeu (cápsula bucal e es (abertura anal ou cloacal, situada próxima à extremidade posterior). N UTRIÇÃO : (1) alimentos presentes na luz intestinal, (2) alimentos presentes na estão fixados; (3) tecidos e sangue após a lise dos mesmos. REPRODUÇÃO : fecundação cruzada (o macho introduz o espículo na vagina paraa deposição dos espermatozoides, que fertilizam os óvulos presentes no útero). L ARVA RABDITÓIDE : esôfago com nítida constrição mediana, ladeado por duas dilataçõe L ARVA F ILAIRÓIDE : esôfago retilíneo, sem dilatações; geralmente forma infectante. Trichuris trichuria Adultos Medem cerca de 4 cm, sendo os machos geralmente menores que as fêmeas. Apresentam duas características marcantes: O aspecto de “chicote”, no qual o cabo seria a porção posterior e a tira flexível seria a porção anterior do helminto. O dimorfismo sexual, através do qual nota-se que na fêmea a extremidade do corpo é reta e no macho curvada. Ovos Aspecto de barril, de cor marrom, com dois tampões hialinos nas extremi torno de 50 µm de comprimento por 22 de largura. A casca é formada por t que a mais externa tem a cor marrom ou castanha por estar impregnada de p extremidades essa casca é interrompida, dando lugar a dois tampões hialinos s expelido junto com as fezes, apresenta apenas uma massa de células no seu interior.

Resumo Helmintos

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HelmintosVerme: qualquer ser vivo mole, esbranquiado, alongado ou achatado, sem membros, presente no organismo humano. Helmintos: metazorios, parasitos de animais, vegetais ou de vida livre, pertencentes a quatro filos, (1) Platyhelminthes, com duas classes, Trematoda e Cestoda; (2) Nematoda, com as classes Adenophorea e Secernentea; (3) Acanthocephala; (4) Annelida (que inclui as sanguessugas).

Filo Nematoda Helmintos cilndricos, no segmentados, com simetria bilateral, pseudocelomados e com tubo digestivo completo. Sistemas digestivo e reprodutor completos; demais sistemas incompletos. Podem ter de milmetros a mais 20 cm de comprimento. Usualmente possuem cor clara, do branco ao rseo. Sexos separados com dimorfismo acentuado: machos apresentam extremidade posterior curvada ou com bolsa copuladora; fmeas tem extremidade posterior reta, uniforme. Tubo digestivo completo, constitudo por estomodeu (cpsula bucal e esfago), intestino e proctodeu (abertura anal ou cloacal, situada prxima extremidade posterior). NUTRIO: (1) alimentos presentes na luz intestinal, (2) alimentos presentes na mucosa intestinal, onde esto fixados; (3) tecidos e sangue aps a lise dos mesmos. REPRODUO: fecundao cruzada (o macho introduz o espculo na vagina para a deposio dos espermatozoides, que fertilizam os vulos presentes no tero). LARVA RABDITIDE: esfago com ntida constrio mediana, ladeado por duas dilataes. LARVA FILAIRIDE: esfago retilneo, sem dilataes; geralmente forma infectante.

Trichuris trichuriaAdultos Medem cerca de 4 cm, sendo os machos geralmente menores que as fmeas. Apresentam duas caractersticas marcantes: O aspecto de chicote, no qual o cabo seria a poro posterior e a tira flexvel seria a poro anterior do helminto. O dimorfismo sexual, atravs do qual nota-se que na fmea a extremidade do corpo reta e no macho curvada. Ovos Aspecto de barril, de cor marrom, com dois tampes hialinos nas extremidades. Medem em torno de 50 m de comprimento por 22 de largura. A casca formada por trs camadas, sendo que a mais externa tem a cor marrom ou castanha por estar impregnada de pigmentos fecais. Nas extremidades essa casca interrompida, dando lugar a dois tampes hialinos salientes. Quando o ovo expelido junto com as fezes, apresenta apenas uma massa de clulas no seu interior.

Ciclo Biolgico HBITAT: intestino grosso, especialmente ceco e colo ascendente. Hiperinfeco: presentes no clon descendente, no reto e na poro distal do leo. Vive com a poro anterior mergulhada na mucosa, de onde retira seus nutrientes, representados por glicose e pelos produtos de digesto enzimtica (enzimas proteolticas) das clulas locais. Machos e fmeas vivem mergulhados na mucosa em posies prximas para permitir a fecundao. As fmeas liberam enorme quantidade de ovos (aprox. 7mil ovos/dia/fmea). Esses ovos chegam ao meio exterior contendo apenas uma massa de clulas, que estando em ambiente sombreado, mido e sob temperatura ambiente (entre 20 e 30C) inicia a embriognese, que se completa em torno de 30 dias (a 34C ocorre em 14 dias). Esses ovos larvados, L1, permanecem infectantes no solo por um ano (em laboratrio podem permanecer infectantes por at 5 anos). Esses ovos larvados podem ser disseminados por moscas, poeira, entre outros, sendo que a infeco dos humanos se d por ingesto desses ovos (L1) junto com alimentos, mos sujas etc. Aps a ingesto, os ovos so semidigeridos pelo suco gstrico, permitindo a ecloso das larvas prxima ao intestino delgado, de onde migram para o intestino grosso, onde se fixam. Nesse local, as larvas sofrem quatro mudas e se transformam em vermes adultos cerca de dois a trs meses aps a ingesto dos ovos larvados. Resumo 1. Vermes adultos no intestino grosso humano 2. Ovos eliminados pelas fezes contendo uma massa de clulas 3. Ovo embrionado no meio exterior 4. Ovo contendo larva infectante L1, contaminando alimentos 5. Ingesto de ovos com L1 infectantes Sem desenvolver ciclo pulmonar, as larvas se desenvolvem at ficarem adultas no trajeto intestinal, fixando-se no intestino grosso. Patogenia Geralmente forma assintomtica. Leses discretas, com resposta inflamatria pequena e restrita ao epitlio e lmina prpria, no ponto onde os vermes esto mergulhados. Pode ocorrer processo irritativo das terminaes nervosas locais, estimulando o aumento do peristaltismo e dificultando a reabsoro de lquidos ao nvel de todo o intestino grosso. CASOS SINTOMTICOS: diarreia, nervosismo, insnia, emagrecimento, eosinofilia elevada, tenesmo e prolapso retal. CASOS CRNICOS: m nutrio, desidratao, anemia e retardo do desenvolvimento corporal. Diagnstico Exame de fezes e achado de ovo tpico.

Epidemiologia Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: ovos Veculo de transmisso: mos/alimentos contaminados Via de penetrao: boca

Ascaris lumbricoidesHelmintos longos, medindo acima de 20 cm de comprimento, cilndricos, recobertos por uma cutcula estriada transversalmente e apresentando duas linhas longitudinais ao longo do corpo, brilhante e de cor branco-rosada quando no interior do intestino do hospedeiro, tornando-se amarelada quando conservada em formol 10% ou AFA. Possuem extremidade anterior com 3 lbios. Fmea Mede de 35 a 40 cm de comprimento por 5 mm de largura; possui extremidade posterior cnica e retilnea. Uma fmea pode conter 27 milhes de vulos, chegando a expelir 200 mil ovos por dia, durante um ano. Macho Mede de 20 a 30 cm de comprimento por 3 a 4 mm de largura; possui encurvamento da cauda (em forma de gancho). Ovos So eliminados apresentando uma massa de clulas, envolvidas por trs membranas protetoras: uma interna, impermevel, constituda por 25% de protena e 75% de lipdeos, que confere grande resistncia ao ovo contra dessecao; uma membrana mdia, constituda por quitina e protenas, e a membrana externa, constituda por mucopolissacardeos. Possuem uma casca grossa e rugosa com cor bem escura. Os ovos frteis so arredondados e medem cerca de 60 m de comprimento por 45 m de largura. Os ovos infrteis so mais alongados e com a membrana externa irregular. Assim que os ovos so postos pelas fmeas no interior do intestino delgado, possuem cor acinzentada, porm, no trajeto adquirem pigmentos biliares, e so eliminados com a cor castanha. Ciclo Biolgico HBITAT: vermes adultos principalmente no jejuno-leo, mas em hiperinfeces podem estar por todo o intestino delgado; usualmente ficam presos mucosa intestinal pelos fortes lbios, mas podem mudar de local com frequncia. Ovos frteis e infrteis so eliminados nas fezes; no exterior, somente os ovos frteis continuaro o ciclo, sob condies de temperatura (20 a 30C), umidade e oxignio elevados. Nesse ambiente, o embrionamento, com a formao da larva de primeiro estdio, se d em 15 dias; uma semana depois sofre a primeira muda, transformando-se em larva de segundo estdio; uma semana a mais e essa larva rabditoide sofre a segunda muda, transformando-se na larva de terceiro estdio ou filariide infectante, no interior do ovo. Esses ovos infectantes resistem no meio ambiente por vrios meses, talvez ultrapassem um ano, concluindo o ciclo quando forem ingeridos.

Chegando ao intestino delgado, as larvas eclodem estimuladas pela temperatura, presena da bile e concentrao de CO2. Da luz do intestino delgado migram para o intestino grosso, onde penetram na parede da regio cecal, caindo na circulao sangunea ou linftica. Dirigem-se ao fgado, onde alcanam a veia cava e quatro a cinco dias depois da ingesto dos ovos larvados, chegam ao corao direito, quando so levadas aos pulmes. Cerca de oito dias depois sofrem a terceira muda, transformando-se em L4; estas rompem os capilares e caem nos alvolos pulmonares, onde sofrem a quarta muda, transformando-se em L5. Essas larvas alcanam a rvore brnquica, dirigindo-se pela traqueia at a laringe e faringe. Nesse ponto podem ser expelidas junto com o muco que as acompanha ou ser deglutidas. Atravessam o estmago e chegam ao intestino delgado, onde cerca de 30 dias depois se transformam em vermes adultos jovens. Sessenta dias aps a ingesto dos ovos infectantes as fmeas iniciam a eliminao de ovos pelas fezes do paciente. Os vermes adultos vivem aproximadamente dois anos. Resumo 1. Ovos com massa de clulas so eliminados para o exterior com as fezes 2. Ovos tornam-se embrionados no exterior 3. L3 infectante dentro do ovo 4. Alimentos so contaminados com ovos contendo L3 infectante 5. Larvas eclodem no intestino delgado, vo ao ceco, penetram na mucosa e alcanam o sistema porta, indo ao fgado; pela veia cava vo ao corao e depois aos pulmes, faringe, laringe e so deglutidas, chegando ao intestino delgado, onde se transformam em vermes adultos. Patogenia Dependente da fase do helminto, do nmero de formas presentes no organismo e do estado nutricional do paciente. LARVAS: as larvas liberadas no intestino podem perfurar a parede desse rgo e migrar pelo fgado, alcanando assim a veia cava superior, passam pelo corao direito e se fixam temporariamente nos pulmes. Quando o nmero de larvas elevado pode causar alteraes no intestino grosso semelhantes a uma enterite hemorrgica. No fgado, a migrao macia de larvas ir causar pequenos pontos ou tneis hemorrgicos e necrticos, alm de processos inflamatrios em torno das larvas retidas pelo sistema imune e mortas (esses pontos sero substitudos por tecido fibroso). Nos pulmes, onde pode ocorrer uma resposta imune mais intensa, podem ser observadas hemorragias petequiais nos brnquios e bronquolos, com edema das paredes e infiltrado de clulas de defesa. Em crianas comum o aparecimento da Sndrome de Leffler, que causa tosse, febre, dispneia, eosinofilia elevada e anorexia (pode durar de uma a duas semanas).

VERMES ADULTOS: com a presena de trs a quatro vermes a infeco considerada assintomtica; nas infeces mdias (30 a 40 vermes) ou nas elevadas (100 vermes ou mais), o paciente pode apresentar prurido anal (causado pela eliminao de vermes nas fezes), desconforto abdominal, clicas, perda de apetite ou apetite alterado, com grande vontade de ingerir acar, irritabilidade, insnia, ranger de dentes durante a noite, manchas brancas na pele; em crianas subnutridas pode ocorrer aumento da regio abdominal. Ao espoliadora: os vermes consomem grande quantidade de protenas, carboidratos, lipdeos e vitaminas A e C, competindo com a frequente subnutrio crnica do paciente. Ao mecnica: os vermes causam irritao na parede do intestino, provocada pelos lbios e pela migrao constante ou enovelamento de casais ou grupos de parasitos. A irritao e a obstruo intestinal podem levar a consequncias graves, como obstruo do leo e manifestaes nervosas, como ataques epilticos, principalmente em crianas. Ao ectpica: vermes migratrios (scaris errtico) podem atingir locais indevidos, tais como apndice cecal, causando apendicite; canal coldoco, causando obstruo; canal de Wirsung, causando pancreatite aguda ou eliminao do verme pela boca. Diagnstico Exame de fezes. Ovos frteis: semiesfricos, estruturas internas e externas normais e intactas. Ovos infrteis: mais alongados, estruturas internas e externas mal definidas. Mtodo mais utilizado: sedimentao espontnea (Lutz). Epidemiologia Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: ovos larvados Veculo de transmisso: poeira, moscas, mos sujas, alimentos contaminados Via de penetrao: boca

Enterobius vermicularesHelminto pequeno, cor branco leitosa, forma cilndrica, recoberto por cutcula fina e estriada transversalmente. Apresentam na extremidade anterior, lateralmente boca, duas expanses vesiculosas, denominadas asas ceflicas. A boca pequena, formada por trs pequenos lbios retrteis, seguida de um esfago musculoso, terminando em um bulbo arredondado, denominado bulbo esofagiano. O bulbo continua com o intestino, que se abre no nus, localizado prximo da cauda. Apresenta ntido dimorfismo sexual. Fmea Mede cerca de 1 cm de comprimento por 0.4 cm de dimetro. Apresenta cauda longa e pontiaguda. Os machos morrem aps a fertilizao. Os ovos se acumulam nos ramos uterinos, transformando a fmea em um saco de ovos; usualmente a fmea no faz postura, podendo se romper no trajeto entre o ceco e o nus ou, o que mais frequente, na regio perianal. Vive de 40 a 60 dias, tempo suficiente para ocorrer a maturao dos ovos at que se transformem em larvas de segundo estdio. A migrao at o nus geralmente ocorre noite.

Ovos Assemelham-se a letra D, pois possuem um lado achatado e outro convexo. Mede cerca de 50 m de comprimento por 20 de largura, apresentando uma membrana dupla, lisa e transparente. No momento que sai da fmea j apresenta uma larva em seu interior. Macho Mede cerca de 0.5 cm de comprimento por 0.2 mm de dimetro. Apresenta cauda fortemente recurvada no sentido ventral. Vivem por pouco tempo, pois logo depois da fecundao se desprendem da mucosa e so eliminados pelas fezes. Ciclo Biolgico HBITAT: vermes adultos no ceco, podendo ocorrer tambm no apndice cecal. Parasita do tipo monoxnico, ou seja, os humanos so os nicos hospedeiros definitivos e a maturao dos ovos ocorre no exterior. Assim que os ovos larvados so eliminados, eles se tornam infectantes em poucas horas. Aps 4 a 6h no exterior, especialmente quando os ovos esto fixados na regio perianal, sob temperatura de 30 a 32C, as larvas rabditoides (L2) sofrem uma segunda muda (no interior dos ovos) e se tornam infectantes. Os ovos com essas larvas, quando ingeridos, atravessam o estmago e chegam ao intestino delgado, onde as larvas eclodem, dirigindo-se para o ceco. No trajeto, sofrem duas mudas e se transformam em machos e fmeas, que se fixam na regio cecal. Os machos fecundam as fmeas e poucos dias depois so eliminados; cerca de 50 a 60 dias depois as fmeas se desprendem do ceco e se dirigem para a regio anal. Se no houver reinfeco, a parasitose se extinguir nesse ponto. Resumo Vermes adultos no intestino grosso humano e ovos na regio perianal; ovos larvados (L3) contaminando alimentos e poeira, capazes de infectar novos pacientes; sem fazer ciclo pulmonar, as larvas L3 eclodem no intestino delgado, sofrem duas mudas e se transformam em vermes adultos at chegar na regio cecal, onde acasalam. POSSIBILIDADES DE TRANSMISSO Primoinfeco/Heteroinfeco: ovos infectantes presentes na poeira, nos alimentos ou nas mos atingem um novo hospedeiro. Essa a forma usual de infeco. Autoinfeco externa, oral: ovos presentes na regio anal so levados prpria boca. Principal mecanismo responsvel pelas reinfeces e manuteno da cronicidade da doena; mais frequente em crianas, mas pode ocorrer em adultos. Autoinfeco interna, retal: mecanismo raro no qual as larvas infectantes eclodiriam ainda dentro do reto e migrariam para o ceco, transformando-se em vermes adultos. Autoinfeco externa, anal ou retroinfeco: as larvas eclodem na regio perianal, penetram pelo nus e migram pelo reto at a regio cecal, onde se transformam em vermes adultos.

Patogenia Infeco usualmente assintomtica. Em pacientes sintomticos pode ocorrer dor na regio cecal (semelhante apendicite), ou pode ocorrer um processo inflamatrio no local. Em infeces macias pode ocorrer desconforto abdominal, acompanhado de enterite catarral, prurido anal, mucosa recoberta de muco. A ao de coar irrita o local, podendo ocorrer infeces bacterianas secundrias. A coceira tambm provoca nervosismo e insnia. A penetrao de larvas pela vulva pode provocar vaginite e ovarite. Diagnstico O exame de fezes raramente se mostra positivo, pois a postura dos ovos no ocorre no intestino, no sendo, portanto, encontrados nas fezes. O diagnstico feito pelo mtodo da fita gomada ou mtodo de Graham. Epidemiologia Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: ovos Veculo de transmisso: mos sujas/poeira Via de penetrao: boca

Larva migrans cutneaCausada mais comumente por Ancylostoma caninum e Ancylostoma braziliense. Ciclo Biolgico (ancilostomdeos) Se a larva filariide infectante penetrar na pele ativamente na pele de um humano, vo permanecer migrando entre a derme e a epiderme durante meses, quando morrem. Se essa larva for ingerida pode penetrar na parede do intestino, migrar pelo fgado e pelos pulmes, causando a larva migrans visceral. Se a larva e fixar no intestino delgado, pode dar origem a vermes adultos que chegam a fazer ovoposio. Patogenia e Sintomatologia No local de penetrao da larva pode ocorrer a formao de ppulas eritematosas e pruriginosas. A partir desses locais as larvas iniciam uma migrao sinuosa e lenta, avanando cerca de 1 a 2 mm por dia, provocando intenso prurido e deixando atrs de si como um tnel saliente na epiderme. Diagnstico Anamnese e anlise do aspecto dermatolgico da leso.

Larva migrans visceralCausada mais comumente por Toxocara canis. rgos mais visados: fgado, pulmes e globo ocular. Ciclo Biolgico A infeco em humanos ocorre quando ingerem ovos contendo L3. Quando chegam ao intestino delgado as larvas eclodem e passam a penetrar na mucosa do intestino, procurando alcanar a circulao. Algumas ficaro retidas no fgado e outras, por via sangunea ou linftica, completaro o ciclo pulmonar e sero disseminadas por tecidos e rgos diversos. Patogenia e Sintomatologia Quando as larvas migrantes estacionam em determinado local estimulam um processo inflamatrio e granulomatoso. Nos rgos atingidos as larvas so envolvidas por eosinfilos e moncitos, com formao de um tecido epiteliide, com presena de fibroblastos que procuram destruir a larva, formando um granuloma. Os rgos mais afetados so fgado, pulmes, olhos, crebro e linfonodos.

FGADO: maioria dos casos assintomtica, podendo ocorrer febre e eosinofilia elevada. Nos casos sintomticos pode ocorrer hepatomegalia dolorosa e esplenomegalia. PULMES: febre, tosse e Sndrome de Leffler. OCULAR: endoftalmia crnica (deslocamento da retina, opacificao do humor vtreo, catarata etc.). SNC: cefaleia, ataques epilticos, distrbios de comportamento etc. Diagnstico Anamnese, alteraes clnicas, bipsia, radiografia, tomografia e testes imunolgicos.

Ancylostoma e NecatorO Ancylostoma possui dentes na periferia de sua cavidade bucal. O Necator apresenta placas cortantes na periferia da cpsula bucal. Vermes Adultos So cilndricos, medindo em torno de 1 cm; so revestidos por uma cutcula resistente, de cor esbranquiada quando fixados ou rsea quando vivos. A extremidade ceflica recurvada dorsalmente, dando ao verme um aspecto de gancho. A cpsula bucal uma expanso oca, globular, existente entre a boca e o esfago, com a qual o helminto se prende mucosa do duodeno, onde vive. O dimorfismo sexual ntido, podendo ser visto a olho nu, pois as fmeas terminam em uma cauda pontiaguda e o macho em uma bolsa copuladora, que ele utiliza para se prender fmea e fecunda-la. O aparelho digestivo constitudo por boca, esfago e intestino, que na fmea termina no nus, localizado prximo da cauda, e no macho termina na cloaca, localizada na bolsa copuladora.

Ovos Os ovos so muito semelhantes entre si e eliminados pelas fmeas nas fezes. Apresentam uma massa de clulas envolvidas por uma membrana escura e delicada. Algumas vezes os ovos podem ser eliminados apresentando uma larva de primeiro estdio no seu interior. Os ovos so ovais, muito tpicos e medem 40 por 60 m em cada dimetro. Larvas RABDITIDES: tpico esfago rabditoide, comprimento de 400 m, vestbulo bucal longo (10 m). FILARIIDES: tpico esfago filariforme, que mais curto, comprimento de 500 m. Desenvolvimento das Larvas Assim que os ovos alcanam o meio exterior contendo uma massa de clulas, apenas continuaro o desenvolvimento aqueles que alcanarem um ambiente adequado, representando por um solo arenoargiloso, com bastante matria orgnica e umidade (acima de 90%), sob temperatura variando entre 25 e 30C, alm da ausncia de luz solar direta. Nessas condies, 24/48 horas depois de eliminados, os ovos j se embrionaram apresentando a larva de primeiro estdio (L1) no seu interior, que imediatamente eclodem e comeam a se alimentar de matria orgnica. Cerca de trs dias depois sofrem a primeira muda, perdem a cutcula inicial e se transformam em L2; continuam se alimentando e crescendo. Quatro ou cinco dias depois essas larvas sofrem nova muda, agora se transformando em L3, ou seja, larvas filariides infectantes, que mantm a cutcula anterior e no se alimentam. Essas larvas embainhadas possuem uma longevidade muito dependente das condies ambientais: em laboratrio vivem anos, mas na natureza favorvel (moitas de bananeira, plantao de cacau etc.) vivem cerca de seis meses e, em ambientes pouco favorveis, morrem em um ms.

Hbitat Machos e fmeas dos ancilostomdeos vivem na mucosa do intestino delgado, preferencialmente do duodeno, onde se prendem firmemente mucosa, sugada para dentro da cpsula bucal. A curvatura ceflica importante para possibilitar aos casais a realizao da cpula, mesmo porque como os machos so menores, podem encontrar mais facilmente a vulva no meio do corpo da fmea. Muitas vezes, para possibilitar a cpula, os machos se deslocam do ponto de fixao inicial, o qual pode se tornar um ponto hemorrgico, aspecto importante na patogenia da doena, conforme veremos adiante. Ciclo Biolgico Ciclo do tipo monoxeno, mas necessitam de uma fase no solo para a transformao das larvas rabditides (L2) em larvas filariides infectantes (L3). A infeco pode ocorrer de duas formas: penetrao das larvas L3 na pele ou na mucosa bucal, completando o ciclo pulmonar e intestinal; ingesto oral, ou seja, as larvas L3 so ingeridas junto com alimentos ou gua e se desenvolvem apenas ao nvel intestinal, sem ocorrer o ciclo pulmonar. As larvas infectantes, ao entrar em contato com a pele ou com as mucosas, perdem a bainha e atravs de atividades mecnicas (movimentao, perfurao com as lancetas bucais) e lticas (enzimticas), penetram no local e caem na corrente sangunea ou linftica, sendo ento levadas para o corao direito e ento para os pulmes. Cerca de cinco dias depois da penetrao no organismo, a grande maioria das larvas j est nos pulmes, quando iniciam a passagem ativa para os brnquios e bronquolos, onde sofrem a terceira muda, transformando-se em L4. Essas larvas L4 migram em direo traquia e laringe, chegando faringe. Nesse ponto as larvas podem ser expelidas junto com a secreo mucoide que as envolve ou serem deglutidas. Para percorrer o trajeto dos pulmes ao intestino delgado demoram cerca de trs dias. Ao chegarem ao intestino delgado iniciam a hematofagia e quinze dias depois sofrem a quarta muda, transformando-se em larvas de quinto estdio (L5), j com as caractersticas de adultos, porm um pouco menores. Quinze dias depois as L5 se diferenciam em vermes adultos, quando iniciam a cpula e a postura. Dessa forma, o perodo pr-patente, isto , desde a penetrao das larvas na pele at a eliminao de ovos nas fezes, varia de 35 a 60 dias. Quando as larvas so ingeridas junto com alimentos ou gua, atravessam o estmago e se dirigem para o duodeno, onde sofrem a terceira muda, transformando-se em L4. Estas penetram na mucosa do intestino, permanecendo por trs ou quatro dias, retornando luz intestinal, onde depois de mais trs ou quatro dias sofrem a quarta muda, transformando-se em L5. Nessa fase se fixam mucosa do intestino e iniciam a hematofagia; quinze dias depois j se diferenciaram em vermes adultos, iniciando a cpula e a oviposio. Atravs da infeco oral o perodo pr-patente menor (em torno de 30 dias). Resumo 1. Ovos recm-eliminados nas fezes, apresentando uma massa de clulas. 2. Ovos no exterior iniciam a formao de embrio (L1), dentro do ovo. 3. Ecloso de L1. 4. L2 no meio ambiente.

5. L3 (larva infectante) perde a bainha no momento de infectar novo hospedeiro. 6. Infeco humana pode se dar atravs da pele (larva L3, pele, circulao, corao, pulmes, traquia, faringe, deglutio, intestino delgado, vermes adultos) ou oralmente (larva L3, esfago, estmago, intestino delgado, vermes adultos). Patogenia Infeco Transcutnea Manifestaes cutneas (causadas pela penetrao das larvas): erupes ppulo-eritematosas, edema e prurido intenso. Manifestaes pulmonares (causadas pela presena de larvas migrando pelo rgo): febre, tosse com produo de muco e Sndrome de Leffler (pneumonite alrgica). Manifestaes intestinais: indisposio abdominal e febre, diarreia sanguinolenta, fraqueza, indisposio, dor abdominal, anemia, lceras hemorrgicas. Expoliao sangunea: 15mg de sangue por dia, levando o paciente a uma anemia ferropriva. Infeco Via Oral A migrao das larvas pode resultar em nusea, vmito, irritao faringeana, tosse e dispneia. Casos Crnicos Hipoproteinemia, edema das pernas e debilidade orgnica, decorrentes da anemia. Ictercia, mucosas plidas, fraqueza, cansao e debilidade geral. Em crianas, o desenvolvimento corpreo e do SNC prejudicado, causando baixo rendimento escolar. Diagnstico Anamnese, exame de fezes e hemograma (deteco de anemia). Epidemiologia Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: larvas filariides infectantes Veculo de transmisso: solo arenoso/argiloso, mido e sombreado. Via de penetrao: pele e boca

Strongyloides stercoralisFmea partenogentica parasita Muito pequena, vive mergulhando nas criptas da mucosa duodenal. Tem aspecto filiforme, semitransparente, medindo 2 mm de comprimento por 0.04 mm de dimetro. Extremidade anterior arredondada, onde se localiza a abertura bucal, seguida do esfago longo (filariforme) e intestinos. Ovos A postura ocorre nas criptas duodenais (assim que o ovo alcana a luz do duodeno, a larva eclode). Usualmente so encontradas larvas nas fezes, no ovos. Os ovos so elpticos, com casca muito fina, medindo cerca de 50 a 58 m de comprimento por 30 a 34 de largura, contendo uma larva rabditide no seu interior.

Larva Rabditide Tambm chamada de larva de primeiro estdio, medem cerca de 250 m de comprimento por 15 de espessura, com esfago dividido em corpo, istmo e bulbo (esfago rabditide), vestbulo bucal pequeno (2 m). Na poro mdia se encontra o primrdio genital, representado por um conjunto ou massa de clulas. Apresentam uma cauda pontiaguda e se movimentam ativamente nas fezes. Antes de passar para o terceiro estdio (larva filariide), a larva de primeiro estdio sofre uma muda e se transforma em larva rabditide de segundo estdio, quando possui um esfago mais alongado (no encontrada com frequncia nas fezes de pacientes). Larva Filariide Larva de terceiro estdio ou infectante. mais longa que a de primeiro estdio, medindo cerca de 500 m de comprimento por 10 de largura. Esfago cilndrico e longo, que corresponde metade da larva; vestbulo bucal curto, seguido pelo intestino, que termina no nus. Essa larva encontrada no solo, mas pode ser observada no intestino grosso de pacientes que sofrem de priso de ventre. Fmea de Vida Livre Muita pequena, mais curta e mais larga que a fmea partenogentica. Mede de 0.8 a 1.2 mm de comprimento por 0.05 a 0.07 de largura. Possui cpsula bucal na extremidade anterior, seguida de esfago rabditide, que continua pelo intestino. Este termina em um nus localizado antes do final da fmea, extremidade pontiaguda. Na poro mdia do corpo se encontra a vulva, a partir da qual existem dois ramos uterinos divergentes, repletos de ovos quando a fmea est madura. Macho de Vida Livre Menores que as fmeas de vida livre, medindo cerca de 0.7 mm de comprimento por 0.04 de largura. Possui cpsula bucal na extremidade anterior, seguida pelo esfago rabditide e intestino, que se abre em uma cloaca. Ciclo Biolgico nicos nematdeos humanos que possuem ciclo partenogentico e outro sexuado de vida livre. As fmeas partenogenticas so sempre triploides (3n), produzindo larvas 3n, 2n e 1n. Cada uma dessas larvas ter um destino diferente, conforme a carga gentica. As larvas 3n daro continuidade ao ciclo direto, originando larvas rabditides e depois larvas filariides infectantes. As larvas 2n e 1n daro continuidade ao ciclo indireto, no qual as larvas 2n iro se transformar em fmeas de vida livre e as larvas 1n em machos de vida livre. Aps o acasalamento, as fmeas de vida livre produziro ovos que daro origem a larvas 3n. Ciclo Partenogentico/Direto As larvas rabditides eliminadas nas fezes alcanam o meio exterior e em condies favorveis de temperatura (20 a 30C), umidade elevada, ausncia de luz solar direta (sombra) e de solo (arenoargiloso e rico em matria orgnica), continuam o ciclo. Em condies ambientais desfavorveis iro morrer rapidamente ou retardar expressivamente o ciclo, especialmente sob baixas temperaturas. As larvas rabditides passam a se alimentar e sofrem duas mudas. Aps 24 a 36 horas se transformam em larvas filariides infectantes. Estas no se alimentam, vivem s custas de reservas de glicognio, permanecendo na superfcie do solo por uma a trs semanas aguardando o momento de penetrar em algum novo hospedeiro. Por ao mecnica (movimentao) e qumica (melanoproteases), penetram no hospedeiro atravs da pele e da mucosa bucal e esofgica. Auxiliados pelas enzimas proteolticas, atravessam os tecidos e alcanam a corrente sangunea ou linftica, dirigindo-se para o corao e para os pulmes. Nos capilares pulmonares se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar e chegam aos brnquios, e migram para a faringe. Nesse ponto podem ser expelidas com secreo produzida ou deglutidas, deslocando-se para o intestino delgado, onde se fixam e se transformam em fmeas partenogenticas parasitas. Poucos dias depois elas iniciam a eliminao de larvas rabditides pelas fezes do paciente. O tempo pr-patente varia entre 15 e 30 dias.

Ciclo Sexuado/Indireto Quando as larvas rabditides 2n e 1n encontram um ambiente adequado, iro dar continuidade ao ciclo, passam por quatro mudas e originam fmeas e machos de vida livre, respectivamente, que se acasalam. As fmeas fazem postura de ovos 3n, que daro origem a larvas rabditides, que sofrem duas mudas e se transformam em larvas filariides infectantes. A partir dessa fase, o ciclo semelhante: no se alimentam, possuem sobrevida de uma a trs semanas, perodo em que esto aptas a infectar novo hospedeiro.

Transmisso Heteroinfeco o mecanismo pelo qual uma pessoa se infecta pela primeira vez com esse parasito. Por essa razo tambm chamado de primoinfeco. Representa a penetrao das larvas filariides infectantes pela pele e pela mucosa bucal ou esofagiana, de onde continuam o ciclo pulmonar at o intestino. A partir dessa primoinfeco o paciente pode continuar infectado pelos seguintes mecanismos: Autoinfeco Externa/Exgena: pacientes com maus hbitos higinicos podem permanecer com resduos de fezes na regio anal, onde larvas rabditides se transformariam em larvas filariides, que penetrariam pela pele da regio perianal. Autoinfeco Interna/Endgena: pacientes com priso de ventre ou apenas lentido no trnsito intestinal podem dar tempo para que as larvas rabditides se transformem em larvas filariides ainda no intestino delgado ou grosso, onde penetram, continuando o ciclo com grande rapidez. Esse mecanismo, associado depresso do sistema imune, permite que a quase totalidade das larvas filariides continuem seu ciclo, dando ao paciente um quadro grave, denominado Hiperinfeco ou estrongiloidase disseminada. Patogenia e Sintomatologia Fase Cutnea Decorrente da penetrao das larvas na pele ou nas mucosas. Geralmente passa despercebida pelo paciente, podendo ocorrer prurido, edema, eritema, ppulas e at reaes urticariformes.

Fase Pulmonar Decorrente da passagem das larvas infectantes dos vasos para o interior dos brnquios e bronquolos, bem como do processo de muda de L3 para L4. Pode ocorrer febre varivel, tosse, dispneia, edema. Nos casos disseminados, fmeas partenogenticas podem se estabelecer nos pulmes, desenvolvendo um quadro de broncopneumonia, Sndrome de Leffler, edema pulmonar e intensa dificuldade respiratria. Fase Intestinal Decorrente da presena de fmeas partenogenticas mergulhadas nas criptas da mucosa do duodeno e do jejuno, e de larvas se movimentando e lesando a mucosa do intestino delgado e grosso. Alm da dor local ocorre enterite catarral (reao inflamatria com grande produo de muco), enterite edematosa (reduz a capacidade de absoro no seguimento atingido = sndrome de m absoro), enterite com ulcerao (processo inflamatrio com formao de lceras e invaso bacteriana, posteriormente pode haver reparao cicatricial, com substituio da mucosa por tecido fibroso que, dependendo da extenso, pode promover reduo do peristaltismo levando ao quadro de leo paraltico). Diarreia, fraqueza, emagrecimento, irritabilidade, insnia, anemia (reduo da taxa de hemoglobina e do nmero de hemcias), eosinofilia etc. Fase Disseminada Decorrente da presena da infeco juntamente com um estado de imunodepresso. Alm de encontradas em grande quantidade nos locais usuais (pulmes e intestinos), as larvas podem ser observadas nos rins, no fgado, na vescula biliar, no corao, no crebro, no pncreas, na prstata, nos linfonodos etc. Diagnstico Exame de fezes (mtodo de Rugai) e mtodos imunolgicos Epidemiologia Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: larvas filariides infectantes Veculo de transmisso: solo mido e sombreado Via de penetrao: pele

Wuchereria bancroftiEssa filria apresenta ciclo heterxeno. Nos humanos, temos os vermes adultos nos vasos linfticos e as microfilrias nos vasos sanguneos; as demais formas ocorrem em mosquitos vetores representados, no Brasil, pelo Culex (pernilongo noturno). Vermes Adultos Corpo cilndrico, alongado, de cor esbranquiada e translcida, revestidos por uma cutcula lisa. Na extremidade anterior pode ser observada uma pequena dilatao, no centro da qual temos a boca, rodeada de minsculas papilas sensoriais, seguida por um esfago longo e retilneo. A extremidade posterior fina, sendo que a fmea termina em ponta reta e o macho com um forte enrolamento ventral. A fmea mede de 7 a 10 cm de comprimento por 0.3 mm de dimetro. O macho mede de 3.5 a 4 cm de comprimento por 0.1 mm de dimetro. Os vermes adultos vivem nos vasos linfticos, antes dos linfonodos, especialmente nas regies abdominal, plvica e mamria. Microfilrias Localizadas na poro final do tero das fmeas, as microfilrias so eliminadas para a circulao linftica para depois alcanar a circulao sangunea. Essas microfilrias ou embries so recobertas por uma bainha lisa, exibindo ncleos ou pontos bem corados, correspondentes s clulas subcuticulares e s clulas

somticas. O nmero e a disposio dessas clulas so importantes para o diagnstico diferencial especfico entre as microfilrias. A microfilria mede de 250 a 300 m. Larvas no Inseto L1, larva de primeiro estdio ou salsichoide: mede 300 m de comprimento e pode ser observada no trax do inseto. L2, larva de segundo estdio: mede 800 m e tambm pode ser encontrada no trax do inseto. L3, larva infectante: mede cerca de 2 mm de comprimento, acomoda-se em diversas partes do inseto, principalmente no aparelho bucal do inseto. Ciclo Biolgico MICROFILARIEMIA: variao do perodo em que as microfilrias se encontram no sangue perifrico do paciente. Nas regies onde o inseto vetor pica durante a noite, as microfilrias esto presentes no sangue perifrico no perodo noturno, durante o dia permanecem quiescentes no sangue presente nos capilares profundos, especialmente dos pulmes. Uma fmea do Culex, ao picar uma pessoa durante a noite, especialmente entre 22h e 2h, quando existe o pico da Microfilariemia, pode ingerir microfilrias. Duas a seis horas depois de ingeridas, as microfilrias perdem a bainha, atravessam a parede do estmago do vetor e se dirigem para a cavidade geral, de onde migram para o trax, se alojando nos msculos torcicos. Neste ponto as microfilrias transformam-se em L1 e seis a dez dias depois sofrem a primeira muda, transformando-se em L2. Cerca de 10 a 15 dias depois, sofrem a segunda muda e transformam-se em L3 ou larva infectante, que apresenta o dobro do tamanho de L2. As formas L3 iniciam a migrao pelo inseto, procurando se dirigir para a probscida do vetor, onde se concentram no lbio do mosquito. Quando a fmea se alimenta novamente, ao se aproximar da pele do hospedeiro, o calor do corpo (e talvez o odor e a umidade da pele) estimulam as larvas, que saem rapidamente do lbio do inseto e alcanam a pele, onde ficam migrando at conseguir penetrar ativamente por algum orifcio, alcanando os vasos linfticos. Cerca de sete a doze meses depois as fmeas iniciam a pario de microfilrias, podendo fazer durante sete a oito anos, quando morrem. O ciclo completo no mosquito demora cerca de 20 dias sob a temperatura tima de 20 a 25C. Temperaturas mais baixas podem retardar o ciclo e temperaturas em torno de 30C podem reduzir o ciclo para 12 a 15 dias. Nos humanos, o perodo patente de sete a doze meses. Resumo 1. Humano parasitado 2. Microfilria no sangue perifrico entre 23h e 1h 3. Culex ingere microfilria 4. Microfilria sem bainha no estmago e na hemolinfa do inseto 5. Larvas salsichoides nos msculos torcicos do inseto 6. Larva infectante L3 no inseto

7. L3 se dirige para o aparelho bucal do inseto 8. L3 sair para penetrar ativamente na pele lesada do novo hospedeiro humano 9. Do sangue, essas L3 atingem a circulao linftica, transformando-se em vermes adultos e cerca de oito meses depois iniciam a eliminao de microfilrias que iro para o sangue. Patogenia e Sintomatologia Extravasamento e acmulo de linfa nos tecidos (linfedema) e cavidades (linfotrax, ascite linftica etc.); inflamao e hipertrofia de linfonodos e vasos linfticos (linfadenite); ao mecnica (obstrutiva) do parasito que vive nos gnglios e vasos linfticos. Forma Aguda Calafrios, mal-estar, dor, hiperemia e calor local, edema adjacente (limitado ou no ao vaso afetado). Forma Crnica Dor, edema, fibrose de acordo com a localizao dos vermes adultos, dermatites, artrites, infeces bacterianas secundrias. Microfilrias Hipersensibilidade aos antgenos aumento de Ig + infiltrao pulmonar de clulas inflamatrias manifestaes asmticas (agudo)/fibrose pulmonar (crnico) pneumopatias Diagnstico Exame de sangue (coleta diurna com uso de dietilcarbamazina ou coleta noturna): identificao de microfilrias. Sorologia para verificar a presena de antgenos circulantes. Diagnstico por imagem para verificar localizao das formas adultas. Epidemiologia Distribuio geogrfica: sia, frica e Amricas Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: larva (L3) infectante Veculo de transmisso: depositada na pele pelo Culex Via de penetrao: pele

Onchocerca volvulusMorfologia Os vermes adultos esto presentes em tumores fibrosos subcutneos, denominados oncocercomas, so filiformes de cor branco-leitosa, recobertos por uma cutcula com finas estriaes transversais. Os vermes adultos vivem enovelados dentro dos oncocercomas, usualmente com um casal em cada ndulo. O verme adulto vive cerca de 10 anos e as microfilrias vivem de 6 meses a dois anos na pele do paciente. Ciclo Biolgico Passa-se em dois hospedeiros: nos humanos e em algumas espcies do gnero Simulium (borrachudo). As fmeas geram grande quantidade de microfilrias (aprox. 2 mil por dia); essas formas saem ativamente dos ndulos e migram pelo tecido subcutneo, dirigindo-se para as camadas superficiais da derme. Pode permanecer migrando por vrios meses, geralmente nas proximidades dos oncocercomas, algumas vezes se distanciando 20 cm ou mais. So sugadas durante a hematofagia por alguma fmea de Simulium; seis a doze dias depois se transformam em L3 ou larvas infectantes. Essas formas se dirigem para o aparelho bucal do inseto. No momento da hematofagia penetram na pele e em 3 a 4 dias se transformam em L4 nas proximidades do ponto em que as L3 penetraram. Cerca de um a dois meses depois se transformam em vermes adultos; em um ano as primeiras microfilrias produzidas podem ser encontradas na derme do paciente.

Patogenia e Sintomatologia As alteraes visuais so mais frequentes em pacientes africanos do que em pacientes latino-americanos. Leses tpicas: ndulos fibrosos ou oncocercomas, provocados pelos vermes adultos; dermatite oncocercosa e leses oculares, provocadas pela microfilria. Diagnstico Bipsia de pele, exame oftalmoscpico, bipsia de ndulos cutneos e Teste de Mazzoti (administrao de dietilcarbamazina). Epidemiologia Distribuio geogrfica: frica, sia e Amricas Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: larvas (L3) infectantes Veculo de transmisso: picada de fmeas de Simulium Via de penetrao: pele

Filo PlatyhelminthesClasse Cestoda Possuem forma de fita, so alongados e constitudos por segmentos denominados anis ou proglotes (segmentos funcionalmente independentes). O corpo dividido em trs partes: cabea ou esclex, colo ou pescoo e corpo ou estrbilo (constitudo por justaposio de proglotes jovens, maduras e grvidas).

Os rgos de fixao esto presentes na extremidade anterior (esclex), e so representados por ventosas e por um rostro (inexistente em algumas espcies, como T. saginata) armado com acleos ou ganchos. Sistema respiratrio, circulatrio e digestivo ausentes. Sistema nervoso e excretor simples. Parasitos obrigatrios e heteroxenos. O sistema reprodutivo completo, geralmente hermafrodita. Os vermes adultos so parasitos intestinais e as formas larvrias so encontradas em tecidos ou na cavidade geral do hospedeiro intermedirio. Como no possuem aparelho digestivo, absorvem os nutrientes presentes no intestino delgado (carboidratos, lipdeos, protenas e vitaminas). Como vivem em ambiente rico em CO2, conseguem sintetizar o glicognio e utilizar a glicose com alta eficincia. Formas encontradas: OVO: eliminado do corpo do parasito j embrionado, isto , contendo um embrio com seis ganchos ou acleos. FORMAS LARVRIAS: cisticerco (do tamanho de uma ervilha, contm uma vescula e um esclex invaginado para o seu interior); cisticercide (mede cerca de 1 mm e apresenta uma diminuta vescula, com um esclex invaginado); cisto hidtico ou hidtide (com dimenses que variam de 1 cm a 15 cm ou mais de dimetro, apresenta vrias membranas e milhares de escleces; as membranas, de fora para dentro, so conhecidas como adventcia, anista e prolgera.

Taenia e CisticercoTnias Adultas T. solium, hospedeiro intermedirio: sunos (humano como hospedeiro intermedirio acidental = cisticercose). T. saginata, hospedeiro intermedirio: bovinos. A T. saginata o maior helminto que ocorre em humanos, podendo alcanar de 8 a 12 metros de comprimento; j a T. solium um pouco menor, apresentando um comprimento que pode variar entre dois e 4 metros (em casos raros pode chegar a 8 metros). A T. saginata formada por mais de mil proglotes, enquanto a T. solium formada por cerca de 800. Cada proglote um organismo independente sob o ponto de vista nutricional e reprodutivo. As ltimas proglotes so grvidas, ou seja, apenas o tero repleto de ovos. Cada proglote grvida duas a trs vezes mais longa do que larga, contendo de 30 mil a 80 mil ovos cada. Principais Diferenas entre T. solium e T. saginata Esclex T. solium T. saginata Globoso, com rostro e com acleos Quadrangular, sem rostro e sem acleos Proglotes grvidas Ramificaes uterinas pouco numerosas (7 a 16) e dendrticas Ramificaes uterinas muito numerosas (15 a 30) e dicotmicas Expulso das proglotes Saem junto com as fezes Saem no intervalo das defecaes

Pescoo ou Colo rgo responsvel pela produo de proglotes, em substituio s proglotes grvidas que se desprendem diariamente do helminto (desprendimento das proglotes grvidas = aplise). Em T. solium, cerca de 3 a 6 anis so eliminados passivamente durante a defecao, e em T. saginata saem ativamente cerca de 8 a 9 anis, no intervalo das defecaes. Esclex Funo de fixao do helminto mucosa do intestino delgado do hospedeiro. T. solium: estrutura esfrica, com quatro ventosas e um rostro com dupla fileira de 25 a 50 acleos. T. saginata: possui quatro ventosas, mas sem rostro e sem acleos.

T. solium

T. saginata

Ovos Esfricos, cerca de 30 m de dimetro, formados por casca ou envoltrio (embriforo), com cerca de 3 m de espessura. Esse envoltrio protege a oncosfera ou embrio hexacanto (recebe esse nome por apresentar 6 ganchos/acleos). No possvel diferenciar as duas espcies de tnia pelos ovos. Cisticerco Larva constituda por vescula opaca, cheia de lquido transparente, medindo cerca de 0.5 cm de dimetro, apresentando esclex e colo invaginados. O cisticerco, quando ingerido pelo hospedeiro definitivo (humanos) permitir a desenvaginao do esclex prximo ao intestino. Ciclo Biolgico Os ovos geralmente chegam ao exterior dentro das proglotes, mas raramente podem ser encontrados nas fezes de pacientes. Chegando ao exterior o ovo s continuar o ciclo se for ingerido por um hospedeiro prprio (suno para T. solium e bovino para T. saginata). Pela ao do suco gstrico e da bile a oncosfera sai de dentro do embriforo na luz do intestino delgado do hospedeiro intermedirio, penetra ativamente na parede intestinal, cai na corrente sangunea, alcana a circulao geral e ir encalhar nos msculos de maior movimentao bem como no crebro e globo ocular. Nesses tecidos a oncosfera perde os acleos e se transforma em uma larva diminuta. A partir de dois a trs meses da ingesto do ovo, essa larva ou cisticerco est madura e apta a concluir o ciclo se for ingerido por uma pessoa. Mede cerca de 0.5 cm de dimetro, permanecendo vivel por trs a seis meses. O ciclo s se completar se esse cisticerco maduro for ingerido por uma pessoa, juntamente com a carne crua ou mal cozida. Ao chegar ao intestino delgado humano, sob a ao dos sucos digestivos e principalmente da bile, o cisticerco se desenvaginar, exteriorizando o esclex. Este, com auxlio das ventosas (e do rostro no caso da T. solium) se fixar entre as criptas da mucosa do intestino delgado, a vescula se desintegrar e o colo dar incio

formao das proglotes para formao do estrbilo. Cerca de dois meses depois da ingesto da carne contendo o cisticerco o paciente inicia a liberao das primeiras proglotes.

Mecanismos de Transmisso Mecanismos pelos quais humanos adquirem tenase Ingesto de carne de porco crua ou mal cozida, contendo cisticercos da T. solium; Ingesto de carne bovina crua ou mal cozida, contendo cisticercos da T. saginata. Mecanismos pelos quais humanos adquirem cisticercose Autoinfeco externa: o paciente ingere ovos ou proglotes de sua prpria T. solium, atravs de falta de higiene ou de coprofagia, quando os ovos liberam a oncosfera ao nvel do intestino, completando o ciclo. Autoinfeco interna: por mecanismos de retroperistaltismo, proglotes grvidas de T. solium chegam at o estmago e depois retornam ao intestino, liberando as oncosfera, que completam o ciclo. Heteroinfeco: ovos de T. solium provenientes de algum paciente so ingeridos junto com alimentos; esses ovos liberam a oncosfera ao nvel do intestino, completando o ciclo. Patogenia e Sintomatologia Tenase Frequentemente assintomtica. Manifestaes abdominais: dor epigstrica (dor de fome ou dor semelhante a lcera), nusea, constipao intestinal, prurido anal (no caso de sada ativa de proglotes de T. saginata), pequenas hemorragias pela fixao do esclex, inflamao e edema do intestino delgado, aumento da secreo gstrica e da motricidade intestinal. Manifestaes gerais: cefaleia, excitao, perda de peso, eosinofilia e desnutrio.

Cisticercose Ao mecnica: deslocamento ou compresso dos tecidos acompanha o crescimento da larva, que chega ao mximo em cerca de seis meses. Ao inflamatria: presena de linfcitos, plasmcitos e eosinfilos, que procuram envolver a larva; processo lento que pode durar meses. Neurocisticercose Cefalia intensa (hipertenso endocraniana), crises convulsivas epilpticas, perturbaes mentais, paralisias etc. Cisticercose Ocular Opacificao do humor vtreo (catarata), sinquias (aderncias) posteriores da ris, uvetes e at pantoftalmias, resultando em perda parcial ou total da viso e, raramente, a perda do globo ocular. Diagnstico Tenase Observao de proglotes no bolo fecal (T. solium), roupas ntimas e de cama (T. saginata); Exame de fezes: macroscpico (proglotes) e por tcnicas de sedimentao (ovos pesados) diagnstico genrico; Mtodo da fita adesiva na regio perianal: ovos aderidos; Montagem e colorao de proglotes: diagnstico de espcie. Cisticercose Testes imunolgicos Exame do lquido cefalorraquidiano (aumento de eosinfilos) Diagnstico por imagem Exame de fezes (diagnstico concomitante de tenase) Epidemiologia Tenase Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: cisticercos Via de transmisso: carne de bovino/suno mal cozida Via de penetrao: boca Cisticercose Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: ovos Via de transmisso: mos sujas e alimentos contaminados Via de penetrao: boca

Hymenolepis nanaVerme adulto: ocorre em humanos, camundongos e ratos Ovos: encontrados nas fezes desses hospedeiros definitivos Larva cisticercide: encontrada em pulgas e colepteros (hospedeiros intermedirios) Verme Adulto Mede cerca de 3 a 5 cm, contm de 100 a 200 proglotes, com 1 mm na parte mais larga. O esclex possui quatro ventosas e um rostro retrtil, armado com 20 a 30 ganchos ou acleos.

Ovos Quase esfricos, medem cerca de 40 m de dimetro; so transparentes, isto , apresentam cor acinzentada com contornos e estruturas escuras. Possuem uma membrana externa delgada envolvendo um espao claro, onde se encontram alguns filamentos longos, originados de dois mameles opostos existentes na membrana que envolve o embrio hexacanto ou oncosfera. Larva Cisticercide Pequena larva medindo cerca de 500 m de dimetro, constituda por um esclex (protoesclex) invaginado e envolvido por uma membrana contendo uma pequena quantidade de lquido. Essa larva pode ser encontrada na cavidade geral de pulgas e colepteros, como tambm nas microvilosidades intestinais de humanos e roedores. Ciclo Monoxnico Ocorre quando os ovos so eliminados juntamente com as fezes e, chegando ao exterior, podem contaminar o ambiente e ser ingeridos por alguma criana, especialmente junto com alimentos ou atravs das mos sujas. Ao chegar no estmago, o embriforo semidigeridos pelo suco gstrico e, seguindo seu caminho, chega ao duodeno onde a oncosfera eclode e se prende nas microvilosidades do jejuno e do leo. Em quatro dias, surge uma larva cisticercide. Em aproximadamente 10 dias essa larva j est madura, soltando-se do ponto inicial, desenvaginando-se e se fixando pelo rostro e ventosas ao hbitat definitivo. Em 20 dias j est madura, iniciando a eliminao de proglotes maduras. um helminto de vida muito curta, pois de 14 a 18 dias depois morrem e so eliminados pelas fezes (portanto, desde a ingesto do ovo at a eliminao dos ovos nas fezes decorrem cerca de 30 a 40 dias). Se no houver reinfeco, o parasitismo se encerra neste ponto. Ciclo Heteroxnico Nesse ciclo os ovos que alcanaram o meio exterior, especialmente os presentes nas frestas de assoalhos ou em locais onde se armazenam os alimentos, so ingeridos por larvas dos insetos j referidos. Ao chegar no intestino de algum desses hospedeiros intermedirios, a oncosfera se liberta do embriforo e se transforma em larva cisticercide, que continua no inseto aps a larva do mesmo se transformar na forma adulta. Os humanos podem se infectar ao ingerir, acidentalmente, larvas ou insetos adultos contendo as larvas cisticercide. Essas atravessam o estmago e iro se desenvaginar no intestino delgado (leo), onde se fixam. Em vinte dias os ovos j so eliminados nas fezes.

Transmisso 1. Ingesto de alimentos contaminados com ovos ou em mos sujas; a larva que se desenvolveu no intestino delgado estimula o sistema imune, que aborta as possveis reinfeces. 2. Ingesto de algum inseto contendo larvas cisticercides, ocorrendo desenvolvimento de vermes adultos, sem desencadear imunidade especfica. Nesse caso pode haver uma Hiperinfeco; proglotes grvidas presentes no duodeno, por um processo de retroperistaltismo, teriam os embriforos semidigeridos no estmago e, ao retornarem ao leo, liberariam milhares de oncosfera que completariam o ciclo (liberando larvas cisticercides e depois vermes adultos). Patogenia Pequena carga parasitria: poucas leses; assintomtico. Grande carga parasitria: congesto, eroso e ulcerao de mucosa. Anorexia, perda de peso, dor abdominal, diarreia, nuseas e vmitos. Diagnstico Exame de fezes (repetir em 15 dias se resultado for negativo). Diferenciar H. nana de H. diminuta (origem da infeco). Epidemiologia Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: ovos Veculo de transmisso: mos sujas/colepteros/pulgas Via de penetrao: boca

Echinococcus granulosusVerme Adulto Cestdeo muito pequeno que mede apenas 4 a 6 mm de comprimento e possui um esclex globoso ou piriforme, com quatro ventosas e um rostro armado com 30 a 40 acleos, disposto em duas fileiras. O colo muito curto e o estrbilo possui trs ou quatro proglotes (uma ou duas jovens, uma madura e uma grvida com 500 a 800 ovos). Ovo quase esfrico, com 30 m de dimetro; apresenta um embriforo espesso e o embrio hexacanto no seu interior. Cisto Hidtico Forma usualmente arredondada, com dimenses variadas, dependendo da idade do cisto. Quando recm-formado mede cerca de 1 mm; meses depois pode medir vrios centmetros (em humanos chega a medir 10 cm de dimetro). O cisto hidtico formado por trs membranas e outras estruturas: Membrana adventcia: formada pelo hospedeiro, que tenta circunscrever ou limitar a larva; constituda por tecido conjuntivo, mede cerca de 1 mm de espessura. Membrana anista ou hialina: formada pela larva, com espessura aumentada em cistos maiores, usualmente medindo cerca de 0.5 mm; tem aspecto homogneo/hialino e constituda por mucopolissacardeos e protena. Membrana prolgera ou germinativa: recobre internamente todo o cisto, responsvel pela formao da membrana anista, das vesculas prolgeras e do lquido hidtico; muito delicada, medindo cerca de 10 m de espessura; bastante rugosa, pois apresenta microvilosidades e centenas de vesculas prolgeras, produzidas por ela. Vesculas ou cpsulas prolgeras: por brotamento (poliembrionia), a membrana prolgera forma centenas de minsculas vesculas ou cpsulas, medindo cerca de 1 mm de dimetro, no interior das quais tem origem dois a sessenta protoescleces. Protoesclex: minsculo esclex invaginado, medindo cerca de 130 m de dimetro e apresentando quatro ventosas e um rostro armado; esses escleces continuaro o ciclo quando algum animal (no caso, o co) ingerir as vsceras do hospedeiro intermedirio. Lquido hidtico: lquido cristalino com constituio semelhante ao plasma sanguneo; em sua composio so encontrados mucopolissacardeos, colesterol, lecitinas e diversos aminocidos; com grande capacidade antignica. Areia hidtica: constituda por vesculas prolgeras, fragmentos da membrana prolgera e protoescleces que se soltam e ficam depositados no fundo do cisto. Ciclo Biolgico Os ces infectados eliminam ovos em suas fezes ou proglotes grvidas repletas de ovos, que passam a contaminar o meio ambiente (pastos, peridomiclio, interior das casas). Esses ovos chegam maduros ao exterior, isto , contendo a oncosfera e permanecendo infectantes por vrios meses quando em locais midos e sombreados. Em ambientes expostos luz solar ou muito secos resistem no mximo um ms. Os hospedeiros intermedirios se

infectam ao ingerir os ovos ou proglotes junto com os alimentos. Ao passar pelo estmago, o embriforo semidigeridos, permitindo que ao chegar no intestino delgado, principalmente duodeno, a oncosfera estimulada pela bile se liberte. A oncosfera muito fina, medindo cerca de 25 m de dimetro e, com auxlio dos acleos, capaz de penetrar na mucosa e atingir capilares sanguneos venosos. Na corrente sangunea se dispersa e alcana algumas vsceras, especialmente o fgado e os pulmes, onde se desenvolve formando o cisto hidtico; este se tornar maduro cerca de seis meses aps a ingesto do ovo. Posteriormente, ao se alimentar de vsceras contendo hidtides, os ces iro se infectar; cada protoesclex que alcanar o duodeno do co dar origem a um equinococo, que se tornar adulto (eliminando ovos e proglotes grvidas) cerca de 40 a 60 dias depois.

Patologia e Sintomatologia Principais sinais: desconforto abdominal, clica, alteraes digestivas (bile), hipertenso, dor esternal, tosse seca. Complicaes: manifestaes alrgicas, choque anafiltico (pode ser causado pela ruptura do cisto). Ao patognica: compresso. Diagnstico Anamnese, diagnstico por imagem, testes imunolgicos, Reao intradrmica de Casoni Epidemiologia Distribuio geogrfica: mundial (pases de clima temperado e frio) Fonte de infeco: ces Forma de transmisso: ovos (infectam humanos e ovinos) Veculo de transmisso: mos sujas (co se infecta com vsceras de ovinos) Via de penetrao: boca

Diphyllobothrium latumVerme adulto parasito do intestino delgado humano, mede de 8 a 10 cm, com at 4 mil proglotes, cuja largura pode alcanar 20 mm; o esclex tem forma de amndoa, no possui ventosas nem acleos, apresentando duas fendas longitudinais caractersticas. Ciclo Biolgico Dois hospedeiros intermedirios: o primeiro um crustceo e o segundo um peixe. Primeiro HI: larva do tipo procercide (vermiforme com apndice esfrico) Segundo HI: larva do tipo plerocercide ou espargano (semelhante forma adulta)

1. Eliminao de ovos operculados nas fezes contendo massa de clulas; alcanam a gua e em 10 dias formam a larva ciliada (coracdio). 2. Coracdio levanta o oprculo (tampa), permanece nadando. 3. Coracdio ingerido por um cclope. 4. No interior desse, forma a larva procercide. 5. Peixe ingere cclopes contendo larvas procercide, que atravessam a parede do intestino do peixe e encistam-se nos msculos. 6. Larva plerocercide ou espargano formada nos msculos do peixe. 7. Humanos se infectam ao ingerir carne crua de peixe contendo esparganos.

Patogenia e Sintomatologia Ao mecnica e espoliativa (cianocobalamina), dor epigstrica (semelhante lcera), anorexia, nuseas, flatulncia, anemia, deficincia de vitamina B12. Diagnstico Exame de fezes: presena de ovos (tcnicas de sedimentao) e/ou proglotes (exame macroscpico) Hemograma: anemia hipercrmica macroctica

Classe Trematoda Possuem forma de folha e podem ser endo ou ectoparasitas. Vermes adultos com corpo recoberto por uma cutcula, com ou sem espinhos ou clios, corpo no segmentado, apresentando uma ou duas ventosas. Sistema digestivo incompleto, geralmente sem nus. Sistema reprodutor completo: hermafroditas (maioria) ou com sexos separados (Schistosoma). Ciclo biolgico com ou sem hospedeiro intermedirio. Fases: OVO: arredondado, oval ou alongado, cor castanho-claro. MIRACDIO: alongado, recoberto por clios, apresenta em sua extremidade anterior um cone de penetrao; quando livre na gua tem vida curta (poucas horas), pois no se alimenta nessa fase. ESPOROCISTO: presente no interior do molusco (hospedeiro intermedirio) e representa um saco desprovido de clios e repleto de clulas germinativas. RDIA: semelhante ao esporocisto, mas j apresenta um esboo de aparelho digestivo (ventosa oral e intestino); na parte anterior possui orifcio por onde so eliminadas as cercrias. CERCRIAS: formas mveis, corpo com duas ventosas e cauda muscular (bifurcada ou no), capazes de sair do molusco, nadar e penetrar em novo hospedeiro definitivo, com auxlio de glndulas de penetrao presentes na extremidade anterior.

Schistosoma mansoniVermes Adultos Possuem sexos separados, com duas ventosas, sendo o macho bem claro, com tegumento recoberto por minsculos espinhos e tubrculos ou projees. A fmea mais escura (acinzentada) em decorrncia do sangue semidigeridos presente no ceco e do pigmento dessa digesto, a hemozona; apresenta tegumento liso. O macho mede cerca de 1 cm de comprimento por 0.1 cm de largura. A fmea mede cerca de 1.5 cm de comprimento por 0.2 cm de dimetro. Ovo Ovo grande (150 m de comprimento por 65 m de largura), possui um esporo lateral. A fmea deposita os ovos ainda imaturos na parede do intestino grosso, demorando alguns dias para amadurecer e ser eliminado nas fezes j adulto, contendo o miracdio formado em seu interior. Este ovo maduro a forma eliminada pelas fezes. O ovo maduro dura aproximadamente 4 semanas. Se durante esse tempo ele no entrar em contato com a gua, o miracdio morrer no seu interior. A casca do ovo transparente e amarelada, formada por duas camadas protetoras.

Miracdio Recoberto por clios e enquanto est dentro do ovo pode ser visto se movimentando no seu interior. Assim que alcana a gua, o miracdio se alonga e passa a nadar ativamente em crculos, buscando um molusco para penetrar e completar seu ciclo. Mede aproximadamente 180 m de comprimento por 60 m de largura, tem uma longevidade muito curta (8 a 10 horas), mas s capaz de penetrar no molusco nas primeiras 3 a 4 horas depois que saiu do ovo. Esporocisto Nas primeiras horas aps a penetrao do miracdio nas partes moles do molusco, ele perde suas estruturas externas, imobiliza-se e as clulas germinativas entram em um processo de remodelao e de reorganizao, tomando o aspecto de um saco. Em um perodo de 6 a 8 dias, as clulas germinativas passam a se reproduzir, formando o esporocisto primrio, uma estrutura saculiforme, simples, representada pela membrana plasmtica que envolve uma massa de clulas em multiplicao. Poucos dias depois se formam cerca de 20 a 40 esporocistos filhos no interior do esporocisto primrio, que so liberados aps o seu rompimento. Eles migram para a regio do ovotestis e do hepatopncreas do molusco, onde amadurecem. A presena de grande nmero de esporocistos no molusco pode mata-lo. O esporocisto maduro aparece cerca de um ms aps a penetrao do miracdio, medindo cerca de 1.5 mm de comprimento. Possui parede mais espessa e um poro, por onde as cercrias sairo. O processo de multiplicao e transformao das clulas germinativas para produzir as cercrias denominado poliembrionia.

Cercria Verdadeiro elo entre o molusco e o novo hospedeiro humano. Sua possibilidade ou no de atingir uma pessoa definir o futuro do helminto e do paciente. Em geral, cerca de um ms depois que o miracdio penetrou no molusco do gnero Biomphalaria, tem incio a eliminao de cercrias que, como o miracdio, no capaz de se alimentar, razo pela qual tambm apresenta uma longevidade muito curta (8 a 12 horas) e sua capacidade de penetrao na pele mais acentuada nas primeiras 3 a 4 horas de vida. O aspecto da cercria caracterstico, formado por um corpo e uma cauda, que por terminar em uma bifurcao lhe d o nome de furocercria. Mede cerca de 500 m, o corpo possui 0.2 mm de comprimento por 0.07 mm de largura e a cauda, 0.3 mm de comprimento. Esquistossmulo Forma intermediria entre a cercria que acabou de penetrar no paciente e o verme adulto que ir se instalar no sistema porta humano. , portanto, uma forma capaz de migrar pelos tecidos e vasos do paciente, com capacidade imunognica e tambm alvo das defesas especficas. Hbitat Vermes adultos: sistema porta humano Ciclo Biolgico 1. Cercria penetra na pele; 2. Esquistossmulos atingem a corrente circulatria; 3. Esquistossmulos se diferenciam em machos e fmeas enquanto fazem o trajeto pulmonar ou direto; 4. Eliminao de ovos maduros nas fezes humanas; 5. Miracdio nada at Biomphalaria; 6. Formao de esporocistos primrios e secundrios com produo de cercrias que nadam e penetram na pele de novo paciente.

Patogenia Leso do endotlio vascular, comprometimento do retorno venoso e congesto vascular. Ovos podem refluir para o fgado congesto visceral especialmente do fgado (desnutrio) e do bao, sobrecarga cardaca e pulmonar evoluo crnica e lenta Sintomatologia Forma Aguda Apresentao sbita (2 a 3 semanas): urticria, febre, mal-estar, dor abdominal, diarreia. Forma Crnica Sintomas digestivos: desconforto abdominal, clica, plenitude gstrica, constipao, tenesmo, diarreia, disenteria, flatulncia, emagrecimento, anemia, indisposio, irritabilidade, ascite, edemas. Sintomas cardiopulmonares: tosse seca, dispneia, palpitaes, tontura, congesto vascular, cianose. Diagnstico Hepatoesplenomegalia palpao, exame de fezes, testes imunolgicos, diagnstico por imagem (reas tumorais), bipsia retal (raramente usado). Epidemiologia Distribuio geogrfica: mundial Fonte de infeco: humanos Forma de transmisso: ovos/cercrias Veculo de transmisso: crregos e valas Via de penetrao: pele