3

Click here to load reader

Resumo - O Novo Codigo Civil Brasileiro2003

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Resumo - O Novo Codigo Civil Brasileiro2003

Resumo: O NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO E A TEORIA DA EMPRESA

Atualmente destaca-se que a empresa tem-se evidenciado na economia contemporânea, mostrando-se como peça fundamental do desenvolvimento industrial.

Neste contexto, com a efetivação do Novo Código Civil, estabeleceu-se o Direito de Empresa em substituição ao Código Comercial de 1850. Passando então de um código que se baseava no comerciante e no exercício profissional da mercadoria (Código Comercial) para um que adotava o sistema de empresário e da atividade empresarial (Código Empresarial).

A evolução do Direito Comercial remete à Idade Média, no momento em que se intensifica o surgimento de feiras e corporações nas cidades medievais causado pelo crescimento das cidades e do comércio o que originou a profissão de comerciante e, em seguida , deu origem a classe burguesa em contraposição aos senhores feudais.

Esses comerciantes faziam as próprias leis que lhes seriam aplicadas pelos cônsules, também comerciantes, que tinham função jurisdicional dentro das próprias corporações e somente os membros destas corporações estavam sujeitos à jurisdição consular e aos costumes formados e difundidos pelos mercadores. Essa fase é classificada como a da teoria subjetiva.

Entretanto, essa teoria mostrou-se ineficaz uma vez que nem todas as atividades do comerciante eram abrangidas pelo comércio, o que mostrou a necessidade de se delimitar o conceito da matéria comercial e regulamentar os instrumentos utilizados para fins comerciais como a letra de câmbio por exemplo.

Nessa conjuntura deu-se inicio a formação e expansão do conceito da teoria objetiva focada nos atos do comercio. A proposta era a de alterar o modo de classificar o comerciante de forma puramente subjetiva para um critério mais objetivo, ou seja, praticar determinado ato de comercio de forma profissional, a fim de consolidar a atividade do comerciante, estendendo a todos que se dedicassem a atividades mercantis, independentemente de estarem ou não afiliados a alguma corporação de classe.

A esta proposta denominou-se teoria dos atos do comercio na qual teve como marco histórico a entrada em vigor do Código Napoleônico, em 1807. Este código influenciou, dentre outros, o Código Comercial Brasileiro, em meados do século XX, adotando a teoria dos atos do comercio em conjunto com a teoria subjetivista quando dispõe sobre a denominação do comerciante como aquele que esteja matriculado em algum Tribunal do Comercio do Império e que faça da mercancia a profissão habitual.

A maior dificuldade em se adotar os atos do comercio é justamente conceitua-los, dada a sua expansividade, porém, finalmente, estabeleceu-se como ato de comercio o que fosse definido pelo legislador (dada a variação decorrente em relação ao tempo e ao espaço e a própria dinâmica social) e o que não estivesse estabelecido seria, então, ato civil não sujeito às normas e prerrogativas comerciais.

Com o decorrer do tempo, a teoria objetiva demonstrou-se cheia de lacunas, pois não contemplava certas atividades econômicas evidenciando aí a deficiência jurídica- conceitual.

Page 2: Resumo - O Novo Codigo Civil Brasileiro2003

Segundo Daniel Carneiro Machado, a criação de leis esparsas para declarar certas atividades como sendo comerciais não tem muito eficácia já que as atividades comerciais são dinâmicas e inovadoras culminando na conjuntura atual da economia, novas formas de produção e circulação em massa de bens e serviço sempre irão surgir.

Surge então a teoria moderna da empresa que tem o sentido pratico de ampliar o campo de incidência do direito comercial. Essa teoria se concentra na empresa a qual pode se dedicar tanto as atividades eminentemente comerciais como as atividades de prestação de serviços ou agricultura, antes não abrangidas pelo Direito Comercial.

Para a teoria da empresa todo empreendimento organizado economicamente para a produção ou circulação de bens ou serviços está submetido à regulamentação do Direito comercial onde empresa, segundo Carvalho de Mendonça, é a organização técnico econômica que se propõe a produzir mediante a combinação dos diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços destinados à troca(venda), com esperança de realizar lucros, correndo os riscos por conta do empresário, isto é, daquele reúne, coordena e dirige esses elementos sob a sua reponsabilidade.

O Código Civil Italiano de 1942 institui um regime legal amplo para empresa, regulando os aspectos das relações de trabalho no âmbito da mesma, disciplinando o estabelecimento comercial e regulando o exercício de atividade pelo empresário. O legislador brasileiro, por sua vez, baseou-se neste código para elaboração do Novo Código Civil Brasileiro regulando a empresa através da pessoa do empresário e define o conceito de estabelecimento como “todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”.

Pode-se dizer que o Novo Código Civil abandona o sistema tradicional baseado no comerciante e no exercício profissional da mercancia, substituindo-os pelo sistema do empresário e da atividade empresarial o que reflete no campo de aplicação do Direito Comercial que já pode ser definido como Direito Empresarial.

A empresa tem uma noção relacionada à atividade econômica organizada de produção e circulação de bens e serviços para o mercado, exercida profissionalmente, admitindo a existência de empresas nos vários setores da atividade econômica.

Neste contexto mostra-se de suma importância a Teoria da empresa voltada para a organização dos fatores de produção que proporcionam a circulação dos fatores com a circulação de bens e serviços, com vistas ao lucro sendo que sua adoção implicará no avanço do Direito Comercial , que permitirá a adequação das normas jurídicas à evolução da economia moderna.