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Célia Silva 1 RESUMO – Propostas de Trabalho TEMA 1 (pag. 21-37) História Económica e Social: conceitos e metodologia Apresente, de forma sucinta e comparativa, os seguintes conceitos : Nos dias de hoje o mundo surge-nos dividido em dois blocos de países totalmente distintos no seu grau de desenvolvimento e consequentemente no seu nível de vida. Por uma lado os países subdesenvolvidos que representam cerca de 80% da população mundial e países desenvolvidos que representam cerca de 20% da população mundial. Face ao exposto, a análise histórica permitirá fornecer uma visão mais aprofundada das origens e das desigualdades existentes quer no mundo contemporâneo, quer através de uma visão do passado. Torna-se assim necessário clarificar alguns conceitos: Crescimento Económico Aumento sustentado da produção total de bens e serviços produzidos por uma dada sociedade, tendo em conta a eficácia com que estes são utilizados e a sua produção per capita. Processo reversível. Existe dificuldade a comparar as produções de 2 sociedades, devido: Valores das unidades monetárias serem instáveis e difíceis de comparar Dificuldade em comparar os valores de produções de 2 economias diferentes, quando a sua composição difere grandemente (Ex.: produtos vegetais consumidos directamente ou produtos industriais altamente processados) Desenvolvimento económico Crescimento económico acompanhado por uma mudança estrutural na economia, (passagem de uma economia local de subsistência para os mercados ou comércio) Progresso Poderá ser equacionado com crescimento e desenvolvimento, contudo não existe necessariamente ligação entre eles. Existem sinais de desenvolvimento e crescimento que poderão não simbolizar progresso (Revolução tecnológica que afetou a ecologia) Produção Processo pelo qual os factores de produção (terra, mão de obra e capital) são combinados para produzir bens ou serviços necessários e desejados pela população humana Produtividade Relação entre o resultado do processo produtivo e os factores de produção utilizados. Depende da tecnologia utilizada e do capital humano (investimento em conhecimento e especialização) Apresente de foma sucinta : O papel da História na compreensão do Homem O Homem é um ser social Não é possivel conceber a sua existência sem relações, símbolos e significado. Ao longo das eras o homem foi evoluindo biológica e socialmente adaptando-se da melhor maneira à sociedade do seu tempo. Para se entender o Homem na sua total amplitude e complexidade, a nível individual, social e institucional na sociedade coeva, é necessário analisar explicar e compreender o seu passado Cabe assim à História, fornecer um "caminho", um prisma, uma visão da génese humana que em conjunto com outras Ciências Sociais possibilitam uma visão alargada do Ser Humano . A relação da História com as outras Ciências Sociais e Humanas A História não é a Ciência Humana por excelência, mas uma das Ciências Humanas e Sociais. Fornece um ótimo contributo a outras Ciências do Homem como a Geografia, Sociologia ou Economia. Todas elas têm como objecto privilegiado de estudo o Homem, contudo cada uma delas ilumina um aspecto importante da essência Humana contribuindo para uma desejável interdisciplinaridade. A História dá ainda um contributo importante para a abordagem das Ciências Sociais devido ao seu longo passado. As Fontes e a Metodologia da História A Ciência Histórica assenta em três pilares fundamentais: Fontes Até um passado recente foram predominantemente escritas e documentais. Hoje em dia tudo pode servir de fonte, desde que se elabore um questionário adequado ao tema. Mudança na tecnologia e nas instituições sociais são as fontes mais dinâmicas de mudança em toda a economia Metodologia Requer-se que seja também inovadora acompanhando o dinamismo das fontes A interdisciplinaridade no que toca aos métodos irá permitir a utilização de outras técnicas e métodos já testados noutros domínios do saber

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Célia Silva 1

RESUMO – Propostas de Trabalho

TEMA 1 (pag. 21-37) História Económica e Social: conceitos e metodologia

Apresente, de forma sucinta e comparativa, os seguintes conceitos: Nos dias de hoje o mundo surge-nos dividido em dois blocos de países totalmente distintos no seu grau de desenvolvimento e consequentemente no seu nível de vida. Por uma lado os países subdesenvolvidos que representam cerca de 80% da população mundial e países desenvolvidos que representam cerca de 20% da população mundial. Face ao exposto, a análise histórica permitirá fornecer uma visão mais aprofundada das origens e das desigualdades existentes quer no mundo contemporâneo, quer através de uma visão do passado. Torna-se assim necessário clarificar alguns conceitos: Crescimento Económico � Aumento sustentado da produção total de bens e serviços produzidos por uma dada sociedade, tendo em conta a eficácia com que estes são utilizados e a sua produção per capita. Processo reversível. Existe dificuldade a comparar as produções de 2 sociedades, devido:

Valores das unidades monetárias serem instáveis e difíceis de comparar Dificuldade em comparar os valores de produções de 2 economias diferentes, quando a sua composição

difere grandemente (Ex.: produtos vegetais consumidos directamente ou produtos industriais altamente processados)

Desenvolvimento económico � Crescimento económico acompanhado por uma mudança estrutural na economia, (passagem de uma economia local de subsistência para os mercados ou comércio) Progresso � Poderá ser equacionado com crescimento e desenvolvimento, contudo não existe necessariamente ligação entre eles. Existem sinais de desenvolvimento e crescimento que poderão não simbolizar progresso (Revolução tecnológica que afetou a ecologia) Produção � Processo pelo qual os factores de produção (terra, mão de obra e capital) são combinados para produzir bens ou serviços necessários e desejados pela população humana Produtividade � Relação entre o resultado do processo produtivo e os factores de produção utilizados. Depende da tecnologia utilizada e do capital humano (investimento em conhecimento e especialização) Apresente de foma sucinta: O papel da História na compreensão do Homem

• O Homem é um ser social • Não é possivel conceber a sua existência sem relações, símbolos e significado. • Ao longo das eras o homem foi evoluindo biológica e socialmente adaptando-se da melhor maneira

à sociedade do seu tempo. • Para se entender o Homem na sua total amplitude e complexidade, a nível individual, social e

institucional na sociedade coeva, é necessário analisar explicar e compreender o seu passado • Cabe assim à História, fornecer um "caminho", um prisma, uma visão da génese humana que em

conjunto com outras Ciências Sociais possibilitam uma visão alargada do Ser Humano. A relação da História com as outras Ciências Sociais e Humanas

• A História não é a Ciência Humana por excelência, mas uma das Ciências Humanas e Sociais. • Fornece um ótimo contributo a outras Ciências do Homem como a Geografia, Sociologia ou

Economia. Todas elas têm como objecto privilegiado de estudo o Homem, contudo cada uma delas ilumina um aspecto importante da essência Humana contribuindo para uma desejável interdisciplinaridade.

• A História dá ainda um contributo importante para a abordagem das Ciências Sociais devido ao seu longo passado.

As Fontes e a Metodologia da História • A Ciência Histórica assenta em três pilares fundamentais:

Fontes � Até um passado recente foram predominantemente escritas e documentais. � Hoje em dia tudo pode servir de fonte, desde que se elabore um questionário

adequado ao tema. � Mudança na tecnologia e nas instituições sociais são as fontes mais dinâmicas de

mudança em toda a economia Metodologia

� Requer-se que seja também inovadora acompanhando o dinamismo das fontes � A interdisciplinaridade no que toca aos métodos irá permitir a utilização de outras

técnicas e métodos já testados noutros domínios do saber

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Construção histórica � Assume relevância o factor explicativo � Colocam-se questões sobre a teoria (epistemológica) e a filosofia (sentido da

evolução) da história A especificidade e importância da História Económica e Social

• A história económica e social, visando embora o estudo do passado, também fornece elementos para a análise e compreensão do presente e, inclusive, para uma mais adequada preparação do futuro.

• Presta assim um frutuoso contributo nas seguintes temáticas : crises e movimentos cíclicos; sistema bancário; Industrialização entre outros.

A História: Arte ou Ciência ? • Segundo algumas perspectivas a História pode ser considerada uma Ciência ou uma forma de Arte: • Ciência

Assumirão um papel fundamental as fontes, sua crítica e interpretação, os métodos (quantitativos e outros) e as ilações a tirar das evidências documentais.

Utiliza método(s) próprio(s), necessita de ser ensinada e aprendida e permite captar ou apreender, com um razoável nível de eficácia, a realidade a que se reporta

• Arte Valorização da forma de expressão (vocabulário, estilo, narrativa), ilustração e apresentação

geral � Factores estéticos

Explicite os factores a ter em atenção na “definição” das hierarquias sociais • Desde os tempos longínquos, os homens, observando os comportamentos dos seus contemporâneos

entre si, representaram-se mentalmente a sociedade em que viviam como se esta fosse composta por grupos de homens formando como que camadas sociais, ou estratos, sobrepostas segundo uma ordem hierárquica. Estes estratos, chamaram-lhes geralmente classes ou estratificação social

• Toda a estratificação social depende de um conjunto de juízos de valor, que constitui o princípio fundamental da sociedade.

• A estratificação social tem origem na diferenciação e na valorização social. • A diferenciação social tem origem na divisão do trabalho social onde cada membro exerce uma

função. Quanto mais longe é levada essa divisão social do trabalho, maior a diferenciação • Desta função (divisão do trabalho), resulta uma valorização social. A reter:

Função social que determinado actor desempenha na sociedade conduzindo à sua valorização através de uma função dominante que o classifica (militar, religioso, etc)

Posição que este mesmo actor ocupa na escala social segundo um mecanismo de recompensas e punições;

• Contudo uma pessoa pode ocupar uma posição privilegiada numa dada escala e possuir uma posição menos ténue noutra por uma meríade de factores como por exemplo a sua própria cultura. Torna-se assim necessário referir alguns tipos de estratificação social que contribuem também para a noção de hierarquia social. Assim sendo temos:

Estratificação legal expressa pela lei, costume e jurisprudência � Este tipo de estratificação não existe na maior parte das sociedades

Estatuto social � Define-se pelas diferenças de estima social, dignidade, prestígio, honra, etc. Revela-se em todas as formas de associações: matrimónio, partidos políticos, sindicatos, clubes, estilo de vida, mitos sociais, profissão, vestuário, bens materiais, etc.

Hierarquia económica � Devemos considerar a natureza dos recursos: salários, emolumentos, rendas, lucros, etc.

Poder � Meios que os homens dispõe para inclinar as vontades alheias e subjugá-las às suas próprias vontades (credor sobre o devedor, magistrados, administradores, carisma individual de líderes natos)

Estratificação ideológica � Grupos de ideias diferentes das contemporâneas • Uma análise social mais avançada demonstra que, para conhecer um estrato social, é necessário

combinar vários conjuntos de factores, ligados por um jogo de acções e reacções recíprocas, sendo, desses factores, a situação económica, o estatuto social e o poder os principais.

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TEMA 2 (pag. 49-63) As dinâmicas económicas e a estratificação social no mundo antigo (Séc. I e II)

As fundações económicas do império

• O costume e tradição, interpretados por um conselho de anciãos, regiam as relações entre os membros da comunidade.

• Havia uma posse particular de utensílios, mas uma posse colectiva de gado e terra • Nas primeiras cidades-templo da Suméria, por contraste, a estrutura social era definitivamente

hierárquica. As massas de camponeses e trabalhadores não especializados, que provavelmente ascendiam

a 90% da população total, viviam num estado de servidão, senão de pura escravidão � “exploração do Homem pelo Homem” (Teoria marxista)

A terra pertencia ao templo (ou à sua divindade) e era administrada pelos representantes da divindade, os sacerdotes.

A raiz da diferenciação de classes e da organização política formal eram as diferenças étnicas ou tribais

Disputas de fronteiras e direitos sobre água tornaram-se fontes adicionais de conflito e conquista.

As bases económicas destes antigos impérios assentavam na pilhagem, no tributo e nos impostos que os conquistadores extorquiam aos conquistados

• A riqueza das grandes civilizações ribeirinhas, baseava-se na agricultura: De irrigação � elevado grau de disciplina e trabalho Cultura a seco � terra arável era lavrada frequentemente e ao de leve para manter a

humidade absorvida durante as chuvas. Os campos eram cultivados de 2 em 2 anos Todos os campos exigiam um trabalho muito intensivo, o que reduzia as suas unidades e

poucos excedentes para impostos O estabelecimento da ordem e do direito comum em áreas cada vez mais vastas, facilitou o

desenvolvimento do comércio e a especialização e divisão do trabalho Comércio e desenvolvimento no mundo mediterrânico � Int. moeda cunhada

• Fenícios � povo que se destacou e forneceu um legado importante à história Foram os primeiros marinheiros e mercadores especializados Desenvolveram várias indústrias de transformação Fizeram parte dos povos mercantis mais proeminentes da civilização antiga. As suas actividades comerciais levaram-nos a desenvolver o alfabeto

• Gregos � dominador do mar Ao contrário dos Fenícios, os Gregos eram originalmente cultivadores mas o carácter

rochoso e montanhoso da pátria que adoptaram depressa os levou ao mar, para complementar o escasso produto da sua agricultura.

• Os progressos comerciais e financeiros foram facilitados por uma inovação, de pequeno significado técnico mas de grande importância económica – a introdução da MOEDA CUNHADA (dinheiro e cunhagem, não são idênticos):

� Simplificou as transacções comerciais e permitiu a extensão do sistema de mercado para muitos indivíduos e grupos que de outra forma teriam permanecido isolados numa economia fechada de subsistência.

� Os governos reclamam a cunhagem da moeda como monopólio do Estado � A Idade de Ouro Ateniense foi tornada possível pela prata de Láurio.

Empreendimentos económicos e limites da civilização antiga � Sec. I e II - ROMA

• O apogeu da civilização clássica, pelo menos nos seus aspectos económicos, ocorreu durante o primeiro e segundo século da Era Cristã, sob o domínio de Roma.

• Romanos Eram, originalmente, um povo agrícola, sobretudo pequenos camponeses com um grande

respeito pelos direitos de propriedade. No decurso da sua expansão, tornaram-se progressivamente mais preocupados com os

assuntos militares e administrativos, mas a sua ligação tradicional ao solo manteve-se. O comércio era deixado nas mãos de classes sociais inferiores, de estrangeiros e mesmo de

escravos.

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O sistema jurídico romano, permitiu uma liberdade de iniciativa considerável e não penalizou as actividades comerciais. Permitiu o cumprimento rigoroso de contratos e de direitos de propriedade e o julgamento rápido (e normalmente justo) de litígios.

O carácter úrbano do Império Romano foi estimulado pela rede comercial muito desenvolvida, e pela boa divisão do trabalho

O maior contributo de Roma para o desenvolvimento económico foi a pax romana � o longo período de paz e ordem na Bacia Mediterrânica que possibilitou o desenvolvimento do comércio sob as condições mais favoráveis � Crescimento populacional

A pirataria e o banditismo que tinham sido uma grave ameaça ao comércio, foram praticamente eliminadas

Economicamente os pilares gémeos do Império Romano eram a agricultura e o comércio

A escravidão persistia ainda. A duração média de vida era de 25 anos A queda do Império Romano e o declínio (ou retrocesso) da economia clássica não foram

idênticos, apesar de estarem intimamente relacionados. Motivos da queda do Império Romano

� Sucessivas pilhagens feitas pelos piratas, ladrões e pelo próprio exército � Impostos elevados. Propriedades da nobreza isentas de impostos que eram

suportados pelos mais pobres � Cultivadores abandonam as terras e colocam-se sobre a protecção dos grandes

senhores com propriedades isentas de impostos � Populações diminuiram por falta de provisões, e devido ao declínio do comércio � Grandes propriedades tornaram-se auto-suficientes � Economia reverteu para uma base de subsistência primitiva � Cidades ficaram desertas � A conjugação de todos estes factores resultou, por sua vez, numa profunda crise

económica e financeira. Uma razão para a derradeira falha, da economia clássica transcende as causas

imediatas do declínio de Roma: a falta de criatividade tecnológica � O trabalho muito produtivo era feito quer por escravos quer por camponeses servis,

cujo estatuto diferia pouco do dos escravos. � Faltava-lhes experiência para experimentar os meios de produção.

Uma sociedade baseada na escravatura pode produzir grandes obras de arte e literatura, mas não pode produzir um crescimento económico sustentado

TEMA 3 (Pag. 64-99) A situação sócio-económica da Europa durante a Idade Média

Apresente a organização da exploração agrária medieval

• Na Europa Medieval as instituições rurais ditavam as leis. • O modelo económico medieval emergiu em resultado da convergência de uma série de factores

políticos e sociais: Peso desmesurado dos impostos Ineficiência e corrupção galopante do Império Romano O fim da autoridade central e a anarquia daí resultante A propagação de propriedades auto-suficientes O declínio de cidades e do comércio inter-regional. Para enfrentarem as ameaças de outros povos, os reis francos criaram o Feudalismo: Forma de organização social e política, na qual as relações entre os homens se

baseavam em laços de dependência • Os grandes nobres - duques, condes, marqueses - tinham muitas propriedades que abarcavam

inúmeras aldeias; cediam algumas a fidalgos ou cavaleiros menos importantes, seus vassalos, em troca de um juramento de homenagem e fidelidade, semelhante ao que eles próprios tinham prestado ao Rei � Subenfeudação

• O ideal feudal era “ nenhuma terra sem senhor, nenhum senhor sem terra". Contudo esta premissa não era de constatação universal

• Subjacente ao sistema feudal, estava a forma de organização económica e social chamada

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Senhoralismo: Caracterizava-se pela concentração de poderes económicos num senhor, através das

suas terras e contribuições recebidas. Relação de senhorio entre senhor e campones O senhorio compunha-se de terra, edifícios e gente que cultivava a primeira e habitava os

últimos Existiam terras de exploração directa (terra que o Senhor explora através de camponeses e

glebe) e terras de exploração indirecta (terras entregues a camponeses livres, em troco de uma renda)

O Senhor possuía , também, o direito de banus, que lhe dá poder jurisdicional sobre os bens e sobre quem os utilizava

Juridicamente estava dividida em: � Domínio senhorial � Casa senhorial, celeiros, estábulos, oficinas, jardins � Possessões camponesas � A terra que os camponeses cultivavam para si próprios

estendia-se a grandes campos abertos em torno da casa senhorial e da aldeia � Baldios � Tanto no sentido de terreno ou pastagem comunitário, sem dono preciso ou

singular, como de terreno inculto Explicite a estrutura da hierarquia social na Idade Média

• A sociedade compunha-se de 3 ordens: Os nobres � davam protecção e mantinham a ordem O clero � cuidava do bem estar espiritual da sociedade

� A ordem clerical possuía várias gerações sociais: � Clero regular � que se retirava da vida normal para comunidades separadas � Clero secular � padres e bispos, que participavam mais directamente na vida da

comunidade � Havia distinções internas tanto no clero regular como no clero secular, baseadas

no estatuto social dos indivíduos que ingressavam na vida religiosa. � Os filhos mais novos das famílias nobres estavam frequentemente destinados,

com ou sem formação apropriada, a tornarem-se bispos ou abades. Os camponeses � trabalhavam para sustentar as 2 ordens superiores

� Em termos mais gerais havia 2 categorias: livres e servis; � Estas categorias nem sempre eram distintas, e havia nelas diferentes graus de

servidão e liberdade � É desta Ordem que vai, progressivamente, emergir a burguesia (primeiro a

designação respeita aos habitantes do burgo e depois, com o enriquecimento de alguns destes, aplica-se aos que são comerciantes, artesãos, banqueiros e cambistas, entre outros).

Indique as mudanças ocorridas nos factores de produção, especialmente a partir do século XI

• Substituição da rotação bienal de culturas pela trienal (permitia o descanso do solo e um aumento da área cultivada – 2 em descanso e 1 cultivada)

• Introdução da charrua de corte profundo • Utilização de cavalos como animais de tiro • Barateamento do ferro, começando a ser mais utilizado como utensílio agrícola (para além de

militar) • Recolhimento e preservação do estrume. Criação da estrumagem verde para aumentar a fertilidade

do solo • Na segunda metade do Séc. VIII, há o 1º caso duma rotação trienal

Esta rotação tinha várias vantagens: � Aumento da produtividade do solo � Redução do risco de fome, caso a colheira se perdesse, pois havia a possibilidade

de plantar trigo e centeio na Primavera � Possibilidade de introdução de plantações novas e mais variadas

• Foram os individuos que introduziam ou adoptavam as inovações que lhes convinham � Grande diferença entre a agricultura antiga e a agricultura medieval

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Explicite as consequências sociais e económicas destas mudanças • Ao aperfeiçoar os instrumentos de produção, ao obter novas matérias-primas, ao tornar o solo mais

fértil, foi possível aumentar a produção e consagrar uma melhoria significativa das condições de vida.

• Por outro lado, o trabalho em conjunto e cooperante permite fortalecer a solidariedade orgânica, aliviando o fardo de quem laborava, sendo o aumento da produção um forte estimulo ao trabalho.

A maior evidência do desenvolvimento foi o crescimento da população e as suas consequências , o aumento das cidades e a expansão física da civilização europeia

Explique o papel da cidade (actividades económicas e estratos sociais) nesta tendência de crescimento.

• O crescimento urbano teve início nas cidades portuárias, embora não se confinasse às mesmas • O aumento de população e a expansão económica levaram ao aparecimento de novas zonas de

povoamento urbano fora das áreas amuralhadas das cidades, à formação de burgos e de novas cinturas de muralhas.

• Os habitantes destes espaços, os burgueses, vieram então a formar um novo grupo social que, gradualmente, foi adquirindo cada vez mais poder nas cidades � burguesia

• Foram criados mercados maiores para a produção do país, que entraram em rota de colisão com o sistema senhorial, que tinha sido criado para a autosuficiência rural

• Os senhores feudais começaram a vender ou arrendar as suas terras a agricultores comerciais • Associações entre comerciantes prósperos e pequenos aristocratas urbanas, foram formadas para

resolver assuntos municipais, proteger interesses e sanar litígios (deixando para trás os tribunais feudais)

• Estes associações tornaram-se governos locais, com o passar do tempo � comunas • As feiras da Champanha emergiram no séc. XII como o local de reunião mais importante na

Europa para os mercadores do Norte e do Sul. • Em finais do sec. XIII inicia-se uma nova fase: o comércio marítimo

Grandes companhias comerciais e financeiras, substituiram os mercadores ambulantes individuais como principais agentes do comércio

• Os comerciantes trabalhavam por sua conta, sendo o seu capital a mercadoria que transportavam Criação da commenda, onde um mercador mais idoso, disponibilizava o capital e outro

realizava a viagem, sendo os lucros divididos num quarto para o sócio activo e 3 quartos para o sedentário

• À medida que o volume de comércio se expandiu, apareceu uma nova forma de organização empresarial � vera società

Tinha vários sócios Operava em várias cidades Tinham os seus próprios navios, caravanas e mulas Os proprietários dos navios podiam alugá-los a vários comerciantes em comum Os Italianos eram, de longe, os mais destacados neste género de organização

• A banca e o crédito estavam intimamente relacionado com o comércio medieval • Desenvolvimento da indústria de fabrico de tecidos (Lã e linho) • Aumento da produtividade da mão-de-obra, devido à criação:

Tear a pedal Roda de fiar Moinho pisoador de água

• Progresso da indústria metalúrgica e afins, em finais da Idade Média • Expansão do fabrico do sabão, que melhorou as condições de higiene

Apresente os factores que contribuíram para a crise do século XIV

• Sobrepopulação face aos recursos e tecnologia provocou declínio em toda a economia • Peste Negra que:

Intensificou as tensões e conflitos sociais População diminuiu Preços diminuiram Aumento de salários devido à escassez de mão-de-obra Desvanescimento dos mercados e regresso a uma agricultura de subsistência

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• Grande Fome de 1315-17 Precariedade da oferta de alimentos Insuficiência das condições higiénicas Deterioração climática o que provocou deficiências nas culturas

• Na segunda metade do séc. XIV ocorreram revoltas, revoluções e guerras civis por toda a Europa. Estavam todas relacionadas, duma forma ou doutra, com a mudança súbita das condições

económicas ocasionadas pela fome, peste e pela guerra. • As cidades da Europa Ocidental, embora muito abaladas pela peste, sobreviveram e acabaram por

recuperar Caracterize a nível social e económico a crise do século XIV

• Do ponto de vista económico: As más condições climáticas (anos sucessivos de chuvas intensas) arruinaram as colheitas de

extensas regiões, provocando uma consequente quebra de rendimentos dos grandes proprietários (clero e nobreza) e a fome de grande parte dos camponeses.

A diminuição da mão-de-obra disponível afectou sobretudo a agricultura – principal actividade económica durante a Idade Média, originando aumento dos salários

Para fugir à miséria, muita população fugiu dos campos e procurou trabalho nas cidades (quer no comércio, quer nos ofícios).

• Do ponto de vista social verificou-se: Uma diminuição dos rendimentos e poder da nobreza. Um aumento da influência da burguesia (o poder surge mais associado à riqueza do que ao

nascimento ou linhagem dos indivíduos).

TEMA 3 (Pag. 117-153) A situação sócio-económica da Europa no Antigo Regime

Caracterize a expansão demográfica da Europa nos séculos XV e XVI

• Meados do séc. XV � População europeia começou a aumentar, embora não de forma uniforme • Princípio do séc. XVI � Crescimento demográfico tornou-se generalizado e imparável.

Por um lado, coincidiu (não sendo arguida como causa) com a grande época de descobertas e explorações que resultaram na criação de rotas marítimas entre a Europa e a Ásia

Por outro, com a conquista e colonização do Hemisfério Ocidental por parte dos Europeus. Emergiu, dessa forma, na Europa:

� Uma maior oferta de recursos, � Horizontes enormemente expandidos � Alterações institucionais importantes na economia europeia � Mudança acentuada na localização dos principais centros de actividade económica.

Havia uma sobrepopulação até nas regiões montanhosas e inférteis Houve um fluxo de migração para as regiões mais prósperas, embora muito povoadas, o que

fez a população urbana crescer mais rapidamente que a população total À medida que o século XVI foi avançando temporalmente, verificou-se um aumento

acentuado da população, sendo importante salientar que este aumento começou com densidades populacionais desiguais e cresceu a níveis evolutivos diferentes.

Caracterize a produtividade e tecnologias agrícola e industrial europeia (séculos XV a XVII)

• No séc. XV, as cidades do Norte de Itália mantiveram o comando dos assuntos económicos que tinham exercido por toda a Idade Média (no séc. XII a prosperidade económica de Itália declinou significativamente até ao séc. XX).

• Espanha e Portugal emergiram como os principais poderes económicos da Europa • Ainda no séc. XV, é de salientar que a Suíça e a Alemanha do Sul foram comercialmente

significativas, deixando de o ser no século seguinte. • No séc. XVI, a região que faz fronteira com o mar do Norte e com o canal da Mancha – Países

Baixos, Inglaterra e Norte da França – foi aquela que mais beneficiou com as mudanças económicas associadas às grandes descobertas.

• Mudanças tecnológicas nas artes da navegação e da construção de navios foram vitais para o sucesso da exploração e da descoberta.

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• A introdução da pólvora e a sua aplicação pelos Europeus em armas de fogo foram de igual modo vitais para o sucesso das conquistas europeias no ultramar.

• Houve melhoramentos simultâneos nas artes da metalurgia e em alguns outros processos industriais Globalmente, o período não se notabilizou pelo progresso tecnológico.

Explique a "Revolução dos preços"

• A revolução dos preços teve lugar no fim do século XVI e consistiu na subida de preços (inflação) exacerbada, motivada por algumas razões principais.

• O fluxo de ouro e prata das colónias espanholas aumentou as reservas europeias dos metais monetários durante o referido século.

• O governo espanhol tentou proibir a exportação de ouro e prata, o que se revelou impossível. O próprio governo era o pior transgressor.

• Os metais preciosos espalharam-se pela Europa • O preço dos produtos alimentares subiu mais do que os da maior parte dos outros alimentos. • Em geral, o aumento dos salários em dinheiro ficou muito aquém da subida do preço das

mercadorias, resultando um declínio drástico dos salários reais. A causa principal do declínio dos salários reais não foi um problema monetário; foi antes,

um resultado de inter-relações entre o comportamento demográfico e a produtividade agrícola.

• A revolução dos preços, como qualquer inflação, redistribuiu o rendimento e a riqueza, quer dos grupos individuais quer de grupos sociais.

• As consequências atribuídas à revolução dos preços variam entre o empobrecimento do campesinato e da nobreza e a «ascensão do capitalismo»

Apresente as principais inovações comerciais e financeiras da época

• Resumindo podemos considerar que as principais inovações comerciais e financeiras na época, foram:

Mudança dos centros de comércio do mediterrâneo para a Europa setentrional; Expansão da indústria inglesa, tornando-se o maior exportador da Europa Mudanças nas formas de organização comercial; Novos tipos de produtos comercializados, em virtude da expansão e descobertas de novos

caminhos marítimos (madeira, tecidos, peixe, cereais, vinho, sal, metais, matérias primas texteis)

Expansão do comércio holandês devido à transformação na construção naval Expansão das indústrias metalúrgicas (importância das armas de fogo e artilharia na guerra) Introdução do comércio de escravos Descobertas ultramarinas fornecem matérias-primas e estimulam novas indústrias (refinarias

de açucar, tabaco) Associações de comerciantes; Invenção da imprensa faz aumentar a procura do papel Desenvolvimento da banca e recurso ao crédito; Surgimento de praças mercantis (bolsa de valores na actualidade) onde eram executadas

ordens de comércio de mercadorias e de títulos financeiros. • Com a expansão europeia à procura de novos mercados, estava dado o passo para o surgimento de

uma novo estrato social denominado de burguesia, que via no comércio e na área financeira a razão da sua ascensão social.

Comente o quadro de Jan van Eyck, pintado em 1434, "O Casal Arnolfini"

• Se olharmos para o autor do quadro e à época, Holanda e mais especificamente Amesterdão, tornou-se um dos centros do comércio europeu mais dinâmicos. Com a expansão dos mercados para além da Europa e com o declínio da nobreza, a pequena aristocracia beneficiou da oportunidade do comércio, promovendo por esta via uma sólida ascensão social.

• Das diversas interpretações que se podem fazer da pintura, poderemos interpretar que a imagem retrata a união de um elemento da burguesia com um suposto elemento da nobreza.

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TEMA 3 (Pág. 154-187) A situação sócio-económica da Europa no Antigo Regime (cont.)

Apresente, em linhas gerais, a evolução da Sociedade de Ordens ao longo do Antigo Regime (Séc. XVI e XVIII)

• As sociedades evoluídas estavam ordenadas em três tipos de estratificação: Estratificação em castas

� Tendência para a hereditariedade � Hierarquização dos grupos segundo o seu grau de “pureza” ou de “impureza” religiosa

Estratificação em classes � Para que haja uma classe é preciso que, num grupo definido por uma mesma fonte de

rendimentos, uma mesma ordem de grandeza de rendimentos e um mesmo género de vida, exista um mínimo de consciência comum de grupo

Estratificação em ordens � Hierarquização dos grupos segundo a estima, a honra, a dignidade concedidas pela

sociedade ou pelas parcelas sociais, sem relação com a produção de bens materiais � Cada ordem tem a sua marca particular, ou seja os símbolos sociais. � Cada ordem deve manter-se na sua posição. � Está organizada da seguinte forma:

� Ordem Eclesiástica � Nobreza � Povo

� A gama dos níveis de vida é a gama de serviços: � Um aumento antecipado dos bens materiais numa sociedade pobre em bens e

rica em homens teria consequências perigosas. � A fonte de riqueza e do poder reside na numerosa massa de homens que vive na

terra. � Caracterizou-se:

� Pelo poder absoluto dos reis � Pelo predomínio da agricultura � Pela existência de um sociedade hierarquizada (regida pela desigualdade dos

estatutos sociais e jurídicos conferidos a cada ordem) estática, estratificada, tripartida e sacralizada.

� A mutação comercial e monetária dos dois primeiros terços do século XVI tinha parecido abalar a sociedade de ordens.

� O fim do século XVI não é apenas de mudança de clima económico, por conseguinte de paralisia do duplo processo de mutação social pelo rápido crescimento do sector comercial e da revolução dos preços. É uma nova nobreza, não menos ligada aos valores da ordem e da honra.

Elabore um quadro comparativo das políticas económicas das seguintes regiões europeias: Espanha, Portugal, França, Países Baixos, Grã-Bretanha e Rússia Espanha

• Regime Absolutista O Rei controlava toda a actividade económica asfixiando todo o desenvolvimento comercial

e económico, tirando para proveito próprio toda a riqueza produzida Não promovia o desenvolvimento privado.

• Regressão em meados do século XVII � níveis de vida baixos, fomes, pragas e despovoamento • Para financiamento das guerras utilizavam os impostos.

Impostos pagos apenas por aqueles que eram incapazes de os suportar (artesões, comerciantes e camponeses)

• Outra fonte de rendimento eram os empréstimos • Factores que contribuíram para o declínio de Espanha:

Desgoverno financeiro lesou a economia As ambições exorbitantes dos seus soberanos A miopia e perversidade das suas políticas económicas Politicas monopolistas e restritivas impraticáveis, encorajavam a invasão e o contrabando Políticas religiosas prejudicam o bem-estar e enfraquecem as bases económicas

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� O clima de medo criado pela Inquisição levou muitos conversos e judeus a emigrar, levando com eles a sua riqueza, bem como os seus talentos

O comércio intracolonial foi desencorajado Portugal

• Regime Absolutista • Economia de subsistência • Predomínio da agricultura e da actividade mercantil • Comércio era considerado monopólio real • Exigências fiscais da coroa impossibilitaram o governo de executar uma politica racional de

desenvolvimento económico • Portugal beneficiou com a expansão marítima que gerou muita riqueza

Oriente � comércio das Especiarias África � ouro, marfim e escravos Brasil � ouro, diamantes e outros produtos

• Investiu em artigos de produção interna (sal e sabão) e, entre os mais lucrativos, o tabaco do Brasil • O que a Coroa não conseguiu monopolizar tentou tributar

O objectivo era o de obter receitas para a Coroa. Contudo, a evasão era uma constante, o que levou os Reis a contraírem empréstimos

Portugal perdeu muita riqueza e muitos trabalhadores especializados e gente empreendedora para países mais tolerantes, em especial os Países Baixos Holandeses

França • Regime Absolutista

Os monarcas absolutistas sacrificavam frequentemente o bem-estar económico dos seus súbitos e os fundamentos económicos do seu próprio poder por ignorância e indiferença

• Produziam pouco ouro e prata, o comércio dos mesmos era a única fonte de reserva • Industrialismo é o Mercantilismo característico da política económica francesa.

Favorecia as exportações às importações • As exigências fiscais da coroa impossibilitaram o governo de executar uma política racional de

desenvolvimento económico Teve como consequência o proteccionismo rigoroso que levou a guerras e conflitos Endurecimento das estruturas económicas

• Luís XIV governava, mas a responsabilidade pelo planeamento e execução da sua vida pública couberam a Jean Baptiste Colbert

Colbert, os seus antecessores e os seus sucessores tentaram aumentar a eficácia e a produtividade da economia francesa

Um dos seus principais objectivos foi o de tornar a França economicamente auto-suficiente � Aplicou taxas alfandegárias aos produtos estrangeiros.

Possuía ambição mas não conseguiu regular a economia francesa Países Baixos

• Governada por comerciantes ricos que dominavam as cidades principais • Politicas económicas mais liberais • Estabeleceu-se o comércio livre interno • Diferente da monarquia absolutista, tudo dependia do comércio • Liberdade na indústria • Os Países Baixos do Norte obtinham capital financeiro e humano com a chegada de refugiados

religiosos do sul • O Império Holandês detinha o monopólio comercial absoluto.

Grâ-Bretanha • Politicas económicas diferentes dos países baixos e monarquias continentais absolutistas �

Monarquia constitucional Enquanto as economias dos outros países se mantiveram constantes as da Grã-Bretanha

sofreram evolução • Comerciantes assumiam um papel proeminente no governo e na política • Controlo do comércio internacional • As exigências fiscais da coroa provocaram conflitos no parlamento, até o mesmo triunfar • Crescimento do rendimento e da riqueza e crescimento da população • Um antigo historiador referiu-se à política económica inglesa como «Colbertismo Parlamentar».

Promoveram as Leis de Navegação, � reservavam o comércio internacional dum país à sua própria marinha mercante.

Contudo, essas leis foram ineficazes

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• O crescimento do poder parlamentar à custa da monarquia originou: Maior ordem nas finanças públicas Um sistema fiscal mais racional que o de qualquer outro país da Europa Um menor funcionalismo estatal

• Empresários britânicos gozavam de um nível de liberdade e oportunidade praticamente únicas no mundo

Rússia • O maior estado da Europa e um dos mais poderosos • A vasta maioria da população dedicava-se à agricultura de subsistência, na qual emergiu a instituição

da servidão, aumentando mesmo em crueldade ao longo dos séculos, através dos seus principais governantes:

Pedro – O Grande: � Tomou a deliberação de modernizar o seu país, incluindo a economia � Desejava expandir a sua influência e território e fazer da Rússia uma grande potência

militar. Catarina – a Grande

� Foi responsável por duas inovações nas finanças públicas, que tiveram efeitos perniciosos na economia:

� Empréstimos externos � Enormes emissões da moeda fiduciária (papel-moeda)

• Os camponeses labutavam com as suas técnicas tradicionais, conseguindo uma magra subsistência para si próprios após as exacções dos seus senhores e Estado.

Relacione as suas políticas económicas com a evolução política (governo) e social destas regiões

• Antigo regime Monarquia absolutista � Centralização do poder nas mãos do rei, despotismo, e uma

economia baseada no mercantilismo � Mercantilismo � Política económica adoptada na Europa durante o Antigo Regime.

O objectivo principal do governo absolutista era alcançar o máximo possível de desenvolvimento económico, através do acúmulo de riquezas.

� Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.

� O ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais.

� No século XVI os métodos de financiamento mudaram mas a preocupação com o ouro e prata manteve-se, tentando acumular o mais possível e não permitir a sua exportação.

• A expansão marítima e as colonizações contribuíram para um desenvolvimento económico, comercial, industrial e consequentemente social

Este facto é comum a todos os países, diferindo apenas na gestão do mesmo • Espanha

Teve explorações de ouro nas suas colónias e boas frotas comerciais mas acabou por não ter o mesmo desenvolvimento por ter se desgastado com guerras e consumo excessivo da casa Real.

O povo espanhol era o mais tributado na época � O Rei em Espanha recorreu a empréstimos com juros altos e grandes comerciantes

ricos para gerir o reino. • França

Foi aplicado as Colbertismo e foram utilizadas medidas para proteger a economia do país e do equilíbrio da balança comercial com aplicação de taxas alfandegárias aos produtos estrangeiros.

• Países Baixos Orientavam toda a produção para o comércio interno e externo, através do desenvolvimento

tecnológico e científico e com o aparecimento de novas matérias primas vindas das colónias A estrutura do Governo era diferente das monarquias absolutas A economia da Holanda dependia do comércio internacional que continuou sempre a

prosperar Os Holandeses especializaram-se no transporte das mercadorias dos outros, das exportações

de arenques secos, salgados, ou fumados e de outros produtos seus

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Defendiam o comércio livre. • Grã-Bretanha

Orientavam toda a produção para o comércio interno e externo, através do desenvolvimento tecnológico e científico e com o aparecimento de novas matérias primas vindas das colónias

Desenvolvimento de uma monarquia constitucional sob domínio parlamentar � Aristocratas brasonados, pequena burguesia fundiária, comerciantes abastados e

outros estavam representados no parlamento. Foi implantado na Grâ- Bretanha o “Colbertismo Parlamentar” As importações eram controladas.

TEMA 4 (Textos sobre as revoluções) O crescimento dos Sec. XVIII e XIX: As Revoluções Liberais

REVOLUÇÃO FRANCESA

• A Revolução Francesa significou o fim da monarquia absoluta na França, iniciada em 1789. • Efeitos de uma grave crise política (permanente instabilidade governativa), económica (maus anos

agrícolas) e social (forte crescimento demográfico) • Houve tomada do poder pela burguesia, uma participação activa dos camponeses e artesãos, a

superação das instituições feudais do Antigo Regime e a preparação da França para a caminhada em direcção ao capitalismo industrial.

• As causas da revolução foram: A crise económica, provocada pelos gastos reais e as guerras, A carestia devido à escassez na agricultura O défice O sistema fiscal aplicado arbitrariamente, que variava conforme os grupos sociais e de zona

para zona • 3 Componentes do antigo regime:

Feudalismos; Sociedade de ordens � Clero (Alto e baixo), Nobreza e Terceiro Estado (sustentavam o

reino francês através de alimentos e pesados impostos. São os principais instigadores da Revolução)

Absolutismo. • A revolução pretendia:

Destruir o feudalismo, baseado na economia rural � a terra estava sujeita a impostos feudais e senhoriais em que a indústria era secundária

Trabalho servil, Poder centralizado A estrutura de ordens O absolutismo.

• Os camponeses lutaram ao lado da burguesia, formada por comerciantes banqueiros advogados, médicos, etc., contra a nobreza.

• Termos como Liberdade, Igualdade, Fraternidade, surgidos das ideias Iluministas, influenciaram a revolução

• O povo saiu às ruas para tomar o poder e acabar com a Monarquia e o rei Luís XVI. • O símbolo da monarquia francesa, a Bastilha, foi o primeiro alvo. • Com a Revolução Francesa seguiu-se o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. • As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas. • Os avanços sociais alcançados com a Declaração dos Direitos do Homem, foram direitos iguais para

todos e maior participação política por parte da população. REVOLUÇÃO AMERICANA

• Em 1600 os ingleses fundaram as primeiras colónias no continente americano. • Os colonos eram constituídos por ingleses e holandeses, criando, ao chegarem, assembleias

coloniais, a exemplo da House of Commons inglesa. • Legislavam sobre impostos, emissão de moeda e organizaram a defesa das colónias. • A forma de pensar e a consciência política da população baseava-se em vários factores, tais como:

A vontade de resistir à autoridade instituída pelos ingleses A existência de terrenos considerados desocupados e muito produtivos

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A vida livre e autónoma inerente ao desbravar de território A auto-confiança dos colonos devido à prosperidade económica

• Acreditavam no princípio da representação directa (mesmo direito que os ingleses) • A partir de 1760 a Inglaterra tomou medidas para controlar melhor as suas colónias e em 1763,

acabando a Guerra dos Sete Anos (vitória da Inglaterra sobre a França), os gastos da guerra recaíram sobre 13 colónias, entrando estas em conflito com a metrópole.

• Criação em 1774 de uma série de leis punitivas para a colónia � apelidadas pelos colonos de intolerable acts � proibiam as reuniões públicas não autorizadas e forçavam os colonos a dar alojamento às tropas inglesas nas suas casas

• Reuniao da Assembleia de Representantes, em 1774 � First Continental Congress � por forma a implementar uma série de medidas contra o rei George III

Organização de comissões eleitas de observadores Boicote ao comércio britânico Organização de um corpo de tropas

• Em 1775/6 foi criado o Second Continental Congress, que adoptou medidas mais drásticas: Organizar uma milícia comandada por Washington � Continental Army Abertura dos portos a navios de todas as nacionalidades, excepto ingleses Aconselhar as colónias a criarem os seus próprios governos Indicar motivos para a Declaração de Independência

• Publicado em 1776 o panfleto Common Sense, da autoria de Thomas Paine, onde é defendida a posição que a América deveria ficar totalmente independente da Grã-Bretanha

• Em 1776 teve então início a Revolução Americana que lutou durante 6 anos pela independência da América

Os colonos não tinham representação no parlamento tendo sido aplicados impostos elevados sobre o açúcar (Sugar act), o papel selado (Stamp act) e o chá (Tea act). Esta última originou uma revolta (Boston Tea Party) por parte dos colonos, que atiraram ao mar os caixotes de chá que se destinavam ao pagamento do salário dos governadores. Os mesmos retaliaram, encerrando o porto de Boston

A guerra durou desde a Declaração de Independência de 04 de Julho de 1776 a 1782. Durante a guerra, as 13 colónias criaram um pacto, ligando-as numa só Nação � United

States of America e criaram o Articles of Condeferation and perpetual union, que defendia que o governo federal deverá ter poderes limitados

Em 1781 acabou a guerra e a paz foi assinada em 1783. Os franceses apoiaram os americanos com a sua marinha e exército. Revendo os Artigos da Confederação, elaborou-se o texto da Constituição inspirado nos

direitos naturais. A Constituição entrou em vigor em 1789 transformando a união de vários estados num só As ideias de John Locke foram a base da Revolução Americana e considerava que os

governos deviam depender do consentimento dos governados Outra das ideias percursoras para a Revolução foi a de Montesquieu com a separação de

poderes O Congresso americano, para além de ser assembleia de deputados, tem poder legislativo e o

seu governo é eleito pelo povo durante apenas 2 anos, por forma a manter a sua dependência e simpatia para com o povo

TEMA 4 (Pág. 188-252) O crescimento dos Séc. XVIII e XIX: A Industrialização e o Crescimento Económico

As condições da Industrialização

• No começo do sec. XVIII, a indústria era predominantemente rural, com enfase no sector textil Proto-Industrialização (bens de consumo)

� Refere-se principalmente a indústrias de bens de consumo, especialmente têxteis, e descreve o processo de expansão e transformação ocasional destas indústrias

Protofabricas (sem força mecânica) � Localizavam-se em grandes estruturas oficinais, onde hábeis artesãos trabalhavam sob

a supervisão dum capataz ou empresário, mas sem força mecânica

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� A indústria do algodão, as manufactures royales francesas, a indústria do carvão, as siderurgias, localizadas em áreas rurais, e os estaleiros navais, são exemplos de sistemas fabris e de protofábricas

• As características essenciais duma industria proto –industrial são dispersas: São normalmente trabalhadores rurais organizados por empresários urbanos (comerciantes

fabricantes) que fornecem as matérias-primas aos trabalhadores e vendem a sua produção em mercados distantes.

Os trabalhadores têm de adquirir pelos menos uma parte dos seus meios de subsistência. • A novidade destes métodos estava no facto de os produtos excedentes serem aplicados na

exportação, o que antes não acontecia. • O século XVIII trouxe novas formas de iniciativa e mudanças sociais, políticas e intelectuais • A ciência não foi o motor da industrialização, embora os seus métodos tenham servido para ajudar a

agricultura, através de várias experiências (tentativa e erro) que se fizeram com novas culturas e rotações.

Como o solo ficasse mais fértil, também os animais aumentaram em número e a criação selectiva deu os primeiros passos.

Uma das medidas tomadas que permitiu toda esta inovação agrícola foi a vedação dos campos porque em campo aberto os animais pastavam livremente e não havia vontade de experimentar novas culturas, além de que os campos vedados aumentaram a mão-de-obra.

• A agricultura deu o mote para a industrialização em Inglaterra e no final do século XVII já tinha a maior produção agrícola da Europa

A localização geográfica da Inglaterra (e especialmente de Londres) foi sempre uma vantagem. � As rotas fluviais eram muito importantes para transportes de mercadorias antes do

aparecimento do caminho-de-ferro, e a Inglaterra sempre beneficiou dos seus portos naturais e de uma longa linha de costa.

� Mesmo assim foram criados muitos canais para facilitar a navegação e todos os centros de produção ficaram ligados entre si.

As características da indústria moderna

• Diferenças das sociedades pré-industriais e as sociedades industriais modernas: Diminuição do papel da agricultura Maior produtividade da agricultura moderna, que permite alimentar uma grande população

não agrícola Grande proporção de mão-de-obra moderna empregada no sector terciário ou de serviços. Ascensão do sector secundário (mão-de-obra empregada na produção) � «Ascensão da

Indústria moderna» • Características que distinguem a indústria moderna da pré-moderna:

Sociais � Melhoria da nutrição � Subsituição das artes tradicionais � Significativo crescimento populacional � Aumento da imigração/emigração � Surgimento de novas classes sociais

Industriais � Utilização maquinaria impulsionada pela força mecânica � Utilização materiais inovadores que não existem na natureza � Utilização de novas fontes de energia � Melhoria tecnológica

Comerciais � Aumento da iniciativa na maioria das industrias � Aumento da procura de mao-de-obra � Comercialização da agricultura � Novos produtos de consumo

Intelectuais � Vontade de experimentar/inovar � Aumento da alfabetização e da educação

Agrícolas � Redução do papel da agricultura na sociedade � Maior produtividade

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� Aumento das quintas � Maior abastecimento da população

Políticas � Fortalecimento do capitalismo � Surgimento do liberalismo económico � Adaptação do Estado à nova realidade � Tensões políticas

Financeiras � Aumento assalariados no sector terciário � Ascensão da industria mineração e construção � Desenvolvimento do sistema bancário

• Consequências negativas Emprego de mão-de-obra infantil (que já se praticava nos campos e mesmo nas cidades sem

ser na indústria) Condições de inabitabilidade das cidades, aliado à falta de saneamento básico e de

planeamento, resultando em doenças e epidemias agravadas com a falta de higiene. Os meios de produção: tecnologia, inovação e trabalho

• As mudanças técnicas envolvendo os têxteis de algodão, a indústria do ferro e a indústria da energia do vapor constituem o fulcro da chamada «revolução industrial» na Grã-Bretanha, mas não foram estas as únicas indústrias assim afectadas.

• Nem todas as mudanças exigiram o emprego da força mecânica. • Grandes aumentos de produtividade conseguidos numa fábrica de alfinetes apenas pela

especialização e divisão do trabalho • A indústria química também sofreu importante expansão e diversificação. • As minas de carvão foram também responsáveis pelos primeiros caminhos-de-ferro na Grã-Bretanha. • A locomotiva a vapor e os seus acessórios, os carris de ferro (ou aço), foram, os símbolos e os

instrumentos da industrialização. • Houveram vários progressos tecnológicos:

Roda hidráulica Turbina hidráulica Electrólise Navios a vapor Invenção da imprensa Samuel Morse � desenvolveu o telégrafo eléctrico na América Joseph Swan/ Thomas Edison � Aperfeiçoamento da lâmpada eléctrica incandescente Invenção do telefone Invenção do carro eléctrico Invenção da máquina de escrever, introduzindo mão-de-obra feminina nos escritórios 2ª metade Séc XIX � Petróleo como fonte de energia

A população e os recursos

• A população da Europa começou novamente a crescer a partir de cerca de 1740. no séc. XIX, o crescimento populacional na Europa acelerou.

• O crescimento populacional continuou no séc. XX, embora a taxa de crescimento na Europa tivesse diminuído ligeiramente enquanto a do resto do mundo aumentava.

• Não há uma correlação clara entre industrialização e crescimento populacional. • Um obstáculo de maior importância ao crescimento populacional eram os próprios recursos agrícolas

da Europa. • A produção agrícola aumentou imenso ao longo do século por dois motivos:

A quantidade de terra sob cultivo aumentou A produtividade agrícola (produção por trabalhador) aumentou por causa da introdução de

técnicas novas e mais científicas. • O transporte barato também facilitou a migração da população. • A migração interna foi essencial ao processo de desenvolvimento económico no séc. XIX. • A alteração mais fundamental foi o crescimento da população urbana, quer no seu todo quer em

termos de percentagem do total. • A urbanização a par da industrialização, progrediu rapidamente no séc. XIX. • A Grã-Bretanha, uma vez mais, indicou o caminho. • Historicamente, a principal limitação ao crescimento das cidades tem sido económica.

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Recursos: • A Europa Industrial, em resultado da mudança tecnológica e da pressão da procura crescente, viu os

seus recursos adquirirem uma importância enorme • Isto resultou em procura sistemática de fontes anteriormente desconhecidas e em investigação

científica e tecnológica para expandir a sua exploração

A nova estrutura institucional • A estrutura institucional da actividade económica na Europa do séc. XIX, deu grandes oportunidades

à: Iniciativa individual Permitiu a liberdade de escolha ocupacional Permitiu a mobilidade geográfica e social Contou com a propriedade privada e o domínio da lei Realçou a utilização da racionalidade e da ciência na prossecução de fins materiais.

• Todos eles contribuíram para o processo de desenvolvimento económico. A compreensão das mudanças (e lutas sociais) ocorridas

• Entre 1700 e 1850, os números mostram um crescimento rápido da população durante as primeiras etapas da industrialização.

• Factores que contribuíram para a descida da taxa de mortalidade Introdução de prática de inoculação contra a varíola no princípio do século e da vacinação a

partir de 1798. Aperfeiçoamento dos conhecimentos médicos Criação de novos hospitais Uma melhoria do nível de vida, que foi ao mesmo tempo efeito e causa do crescimento

económico O progresso agrícola trouxe uma maior abundância e variedade de alimentos, melhorando a

nutrição A produção acrescida de carvão proporcionou habitações mais quentes A produção de sabão, indica uma maior atenção à higiene pessoal A maior produção de tecido barato de algodão, contribuiu para padrões mais elevados de

limpeza • A migração interna alterou em muito o estabelecimento geográfico de população. • As fábricas desenvolveram-se primeiro no sector têxtil, e estenderam-se lentamente a outras

indústrias. As fábricas podiam pagar salários mais elevados porque a produtividade do trabalho era mais

elevada em resultado do avanço tecnológico e da disposição de mais capital por trabalhador. Desta forma, as fábricas atraíam gradualmente mais mão-de-obra, e a tendência geral dos

salários reais foi de subida. • A desigualdade da distribuição de rendimento e riqueza, que já era grande na economia pré-

industrial, tornou-se ainda maior nas primeiras etapas da industrialização • A transição da agricultura para as novas formas de indústria e o crescimento das cidades fomentaram

o aparecimento de novas classes sociais. Com a industrialização assistiu-se a um aumento da classe média, os chamados trabalhadores

de colarinho branco, trabalhadores especializados e empresários individuais e os sindicatos foram gradualmente assumindo especial relevo na égide laboral.

• O séc. XIX assistiu, por vezes, a lutas amargas entre grupos rivais pelo reconhecimento e domínio social e político.

• Outra característica do desenvolvimento económico no séc. XIX foi o crescimento da alfabetização e educação.

As percentagens de alfabetização nos adultos mostram uma correlação aproximada entre níveis e taxas de industrialização, por um lado, e esforço e realização educacional, por outro.

A educação técnica foi proporcionada quase exclusivamente através do sistema de aprendizagem.

• As guerras foram relativamente curtas e limitadas e tiveram por vezes, importantes resultados políticos, com implicações para a política económica, mas não prejudicaram seriamente a acumulação de capital num processo de mudança técnica.

• Perto do final do século, as tensões políticas, por vezes exarcebadas pela rivalidade económica, tornaram-se mais agudas e extravasaram para o reflorescimento do imperialismo europeu, que alargou grandemente o sistema mundial de mercado, com a Europa no seu centro.

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TEMA 4 (Pág. 253-279 e 308-337) O crescimento dos Séc. XVIII e XIX: O Imperialismo Económico

Os vários países que se industrializaram no século XIX e as suas condições e vectores (padrões) de desenvolvimento

• De um certo ponto de vista, o processo de industrialização do séc. XIX foi um fenómeno à escala europeia.

• De diferente ponto de vista, porém a industrialização foi basicamente um fenómeno regional. Grã-Bretanha:

• Primazia na indústria e como potência marítima esmagadoramente superior • Rápido e extenso nível de industrialização • Emergia também como a principal nação comercial • Os têxteis, o carvão, o ferro e a engenharia, as bases da prosperidade precoce da Grã-

Bretanha, continuaram a ser os seus trunfos. • Na indústria mineira manteve a primazia na Europa e produzia excedentes para exportação. • A evolução da indústria naval foi outro poderoso estímulo. • Tendo em conta os vastos recursos e o rápido crescimento populacional dos Estados Unidos e da

Rússia, não é surpreendente que acabassem por ultrapassar a pequena nação insular na produção total.

• Mais difícil de explicar é a baixa taxa de crescimento da produtividade total dos factores (produção por unidade de todas as entradas) foi de zero.

A explicação mais recente aponta para outra causa possível do declínio relativo da Grã-Bretanha: o malogro empresarial.

• A Grã-Bretanha foi a última grande nação ocidental a adoptar a escola elementar universal pública, importante para a formação duma força de trabalho especializada.

• Era a mais dependente de importações e exportações para o seu bem-estar material. • Possuía a maior marinha mercante e os maiores investimentos externos de qualquer nação – ambos

importantes angariadores de moeda estrangeira. • O britânico médio desfrutava do padrão de vida mais elevado da Europa.

Estados Unidos: • O exemplo mais espectacular de rápido crescimento económico nacional foi o dos Estados Unidos. • O maior factor de crescimento populacional resultou duma taxa de crescimento natural

elevada. • América tornou-se conhecida como o receptáculo da Europa, com o aumento de imigração. • O rendimento e a riqueza cresceram ainda mais rapidamente que a população. • Os agricultores americanos, utilizando máquinas relativamente baratas, conseguiam rendimentos

muito superiores por trabalhador (90% dedicavam-se à agricultura) • Na indústria prevaleceu uma situação semelhante. • As enormes dimensões físicas dos Estados Unidos, com climas e recursos diferentes permitiram um

grau de especialização regional ainda maior que o que era possível em qualquer país da Europa. Outra vantagem da dimensão dos Estados Unidos foi o seu potencial para um grande

mercado interno praticamente livre de barreiras aduaneiras artificiais. • A era do caminho-de-ferro começou quase simultaneamente nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha • A indústria de armamento teve uma importância extrema • Em 1890, os Estados Unidos tinha-se transformado na nação mais industrializada do mundo.

Bélgica: • Adoptou o modelo britânico de industrialização • As minas de carvão eram as maiores utilizadoras de máquinas a vapor e também atraíram a maior

quantidade de empresários e capitais franceses. • A indústria do algodão cresceu • A Revolução Belga, bastante moderada em termos de perdas de vida e de prosperidade, provocou,

uma depressão económica resultante da incerteza sobre o carácter e futuro no novo Estado. Todavia, a depressão foi de curta duração, e os anos intermédios da década foram palco

duma vigorosa explosão industrial. • Além de condições económicas internacionais, que eram igualmente favoráveis, dois factores

especiais foram os principais responsáveis pelo carácter e dimensão do desenvolvimento da Bélgica:

A decisão governamental de construir uma extensa rede de caminho-de-ferro à custa do Estado, uma benção especial para as indústrias de carvão, de ferro e de engenharia.

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Uma notável inovação institucional no campo da banca e da finança. • A Bélgica era claramente o país mais industrializado do Continente e, em valores per capita, seguia

muito de perto a Grã-Bretanha. França:

• A característica mais marcante do séc. XIX, no caso da França, foi a sua baixa taxa de crescimento demográfico.

• A França, embora não estivesse completamente privada de carvão, não possuía jazidas abundantes, e, de resto, o tipo de jazidas que possuía tornava a sua exploração bastante dispendiosa.

Estes factos tiveram implicações importantes para outras indústrias relacionadas com a do carvão, como a do ferro e do aço.

• Em tecnologia, tomaram a dianteira em várias indústrias, incluindo a da energia hidroeléctrica, do aço, do alumínio, dos automóveis e, no séc. XX, da aviação.

• Está agora bem determinado que o crescimento económico moderno em França teve início no séc. XVIII.

• Entretanto a França é apanhada nas malhas duma grande sublevação política, a Revolução Francesa. • Após uma depressão bastante severa no pós-guerra, a economia francesa retomou o seu

crescimento com taxas ainda superiores às do séc. XVIII . A indústria do ferro adoptou o processo de pludagem e iniciou a transição para a fundição

com coque. Lançaram-se as fundações duma importante indústria de máquinas e de engenharia; Muitas das novas máquinas destinaram-se à indústria têxtil caseira, especialmente à indústria

de lanifícios e algodão, que eram as maiores utilizadoras de máquinas mais importantes em termos de emprego e de valor acrescentado.

As crises políticas e económicas de 1848-51 introduziram um hiato no ritmo de desenvolvimento económico.

A crise nas finanças públicas e privadas paralisou a construção de caminhos-de-ferro e doutras obras públicas.

A produção de carvão caiu abruptamente; a produção de ferro decresceu mais lentamente. A importação de mercadorias caiu para metade em 1848, mas recuperariam no ano seguinte.

• Com o coupe d’état de 1851 e a proclamação do II Império no ano seguinte, o crescimento económico francês retomou o seu anterior curso a um ritmo acelerado.

• A guerra de 1870-71 trouxe o desastre económico e militar, mas a França recuperou economicamente duma forma que espantou o mundo.

• A França sofreu menos com a depressão de 1873 que outras nações em curso de industrialização e recuperou mais rapidamente.

• A recessão teve início em 1882 durou mais tempo e provavelmente custou mais à França que qualquer outra do século XIX.

Doenças catastróficas; avultadas perdas em investimentos externos por incúria de governos negligentes e de caminhos-de-ferro falidos; o regresso a nível mundial ao proteccionismo; e uma amarga guerra comercial com a Itália desde 1887 até 1898.

• Globalmente, o comércio esterno definhou e manteve praticamente estacionário durante mais de 15 anos e, com a perda de mercados estrangeiros, a indústria interna também estagnou.

• A prosperidade regressou, por fim, mesmo antes do final do século, com a extensão dos campos de minério de Lorena e o advento de novas indústrias como as da electricidade, do alumínio, do níquel e dos automóveis.

• A França desfrutou uma vez mais de uma subida da taxa de crescimento. • La Belle Époque, como os Franceses chamam aos anos imediatamente anteriores à I Guerra

Mundial, foi um período de prosperidade material e também de eflorescência cultural. • De todas as grandes nações industriais a França era a que tinha a maior proporção de mão-de-obra na

agricultura – cerca de 40% em 1913. • A França foi famosa (ou notável) pela pequena dimensão das suas empresas

Estas empresas concentravam-se na mineração, na metalurgia e nos têxteis, Entre estes dois extremos havia um grande número de empresas de pequena e média

dimensão que empregava a grande maioria de assalariados. • Duas outras características da dimensão relativamente pequena das empresas francesas não

podiam deixar de ser referidas: Elevado valor acrescentado (artigos de luxo); Dispersão geográfica.

• Em parte a dispersão foi determinada pela natureza das fontes de energia disponíveis.

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Alemanha: • A Alemanha foi a última a juntar-se ao grupo dos primeiros países industrializadores. • Nação politicamente dividida, predominantemente rural e agrária. • Uma rede deficiente de transportes e de comunicação impediu o desenvolvimento económico • Inúmeras divisões políticas, com os seus distintos sistemas monetários e políticas comerciais, e

outros obstáculos às trocas comerciais, atrasaram ainda mais o progresso. • Na vésperas da I Guerra Mundial, o Império Alemão Unificado era a nação industrial mais

poderosa da Europa. Possuía as maiores e mais modernas indústrias de produção de ferro e aço e seus derivados,

de energia eléctrica e maquinaria e de químicos. • Como se deu esta transformação?

A história económica alemã no séc. XX pode ser dividida em 3 períodos bastantes distintos e quase simétricos:

� Despertou gradualmente para as mudanças económicas que decorriam na Grã-Bretanha, em França e na Bélgica e a criação das condições jurídicas e intelectuais essenciais à transição para a moderna ordem industrial.

� Foram moldadas as fundações materiais da indústria, transportes e finanças modernas.

� A Alemanha ascendeu rapidamente à posição de supremacia industrial na Europa Ocidental Continental que ainda hoje ocupa.

• Em cada um destes períodos, as influências estrangeiras desempenharam um papel importante. • Um vivo fluxo de capital, tecnologia e dinâmica estrangeiros, que atingiu o seu máximo na década

de 1850, marcou o segundo período. • No último período, a expansão da indústria alemã para mercados estrangeiros dominou o quadro. • Outras reformas deram à Alemanha o primeiro sistema educativo moderno. • Zollverein (literalmente, portagem ou união tarifária)- estabeleceu as fundações em 1818, decretando

uma tarifa comum para toda a Prússia. • Em 1833, um tratado com os maiores Estados do sul da Alemanha, com excepção da Áustria,

resultou na criação do próprio Zollverein, que fez duas coisas: aboliu todas as portagens e barreiras aduaneiras internas, criando um «mercado comum»

alemão. criou uma tarifa externa comum determinada pela Prússia.

• Se o Zollverein tornou possível uma economia alemã unificada, o caminho-de-ferro transformou-a numa realidade.

• A chave da rápida industrialização da Alemanha foi o crescimento célere da indústria carbonífera do Ruhr.

• A produção alemã do aço ultrapassou a da Grã-Bretanha em 1895, e em 1914 ascendia a mais do dobro da produção britânica.

• Os sectores mais dinâmicos da indústria alemã foram os que produziram bens de capital ou intermédios para consumo industrial

• A indústria de tinturaria, valendo-se do pessoal e recursos das universidades, impôs o seu domínio na Europa e no mundo.

• A indústria da química orgânica foi também a primeira no mundo a estabelecer os seus próprios laboratórios e pessoal de investigação.

• A indústria eléctrica cresceu mais rapidamente que a química. • A iluminação e os transportes urbanos foram as duas primeiras utilizações mais relevantes da

electricidade. • No princípio do séc. XX, os motores eléctricos estavam a competir com as máquinas a vapor e a

substituí-las como fontes de energia. • Ainda outra característica notável da estrutura industrial germânica foi a prevalência de cartéis.

Um cartel é um acordo ou contrato entre empresas nominalmente independentes para fixar preços, limitar a produção dividir mercados ou, por outro lado, promover práticas monopolistas e anticompetitivas.

A importância do comércio livre (e o papel do proteccionismo)

• Pese embora, o comércio a longa distância tenha lucrado com a industrialização, defrontava-se com dois tipos de obstáculos:

O custo elevado dos transportes terrestres As tarifas sobre as importações e exportações

Assim, despontou uma era de comércio livre que abrangeu as várias Nações

Célia Silva 20

• Grã-Bretanha Acabou por revogar as tão antigas leis de navegação fundamentalmente proteccionistas.

• França Retirou certas proibições a importações e manteve algum favoritismo com alguns países a

nível comercial. Incluiu ainda uma clausula - nação mais favorecida - reduzindo as tarifas Contribuiu para o aumento do comércio internacional intra-europeu

• Outra característica da integração da economia internacional num comércio livre, foi a sincronização dos movimentos de preços.

No princípio do século XX, os preços nos vários países da Europa e também os Estados Unidos atingiram um máximo histórico.

As causas foram reais e monetárias. Na sequência de vários pânicos financeiros e na alternância de subida e queda de preços,

o período da Grande Depressão instalou-se • Alemanha

Bismarck, Chanceler do novo Império Alemão, aboliu o mercado livre e aprovou uma nova lei tarifária que introduziu o proteccionismo na indústria e na agricultura.

• Contudo, o comércio livre não foi totalmente extinto e continuou a ter uma importância considerável.

O papel da banca e da internacionalização dos capitais

• O comércio medieval esteve no surgimento da banca • Com o desenvolvimento das cidades portuárias no comércio a banca começou a ter uma importância

nas práticas comerciais. O comercio era feito com base na troca de produtos Com a expansão das trocas comerciais e o aparecimento da cunhagem da moeda, em ouro e

prata, tornava-se perigoso e arriscado transportar para mercados longínquos tais quantidades de metal para efectuar as trocas comerciais

Uma vez que existiam diversos tipos de moedas, pois cada cidade tinha a sua moeda, tornava-se difícil fazer uma equiparação de moeda

Surgiram então os cambistas, que ajudavam a cambiar a moeda e dar o seu valor de acordo com os produtos � Era, também, uma forma segura de efectuar pagamentos das mercadorias (as notas de

crédito e livranças, dadas por ordem oral e, posteriormente, por escrito, garantiam esse pagamento)

� Surgiram casas que se dedicaram ao empréstimo de moeda (notas de crédito), o que permitiu o desenvolvimento do comércio entre as cidades e a longas distancias, bem como o surgimento de uma ramificação da burguesia.

• A internacionalização de capitais está relacionada com: O facto do banco permitir as trocas comerciais das notas de crédito, livranças, etc. , entre as

diversas cidades e os diversos países. Assegurava as transações entre países com moedas diferentes. Os bancos, e neste caso os cambistas, encarregavam-se de efectuar essa troca

correspondente. As "novas" condições e realizações do imperialismo ocidental

• A expansão económica potenciada pela revolução industrial, agregou outros mercados na cena comercial.

• Este expansionismo, motivado pela procura de novas matérias-primas e de mercados, deve-se igualmente ao excedente de capital que se verificava nas grandes nações industrializadas

• Certos autores apontam interesses e oportunismos políticos como a explicação mais consistente à expansão e domínio territorial.

• O imperialismo é a política de expansão e domínio territorial, cultural e económico de uma nação sobre outras.

Ex.: Guerra dos boêres entre Holandeses e Ingleses, a Guerra do ópio, e a Rebelião dos Boxers.

� Todos estes confrontos tiveram como incentivo a busca de riqueza (diamantes, ouro) e a flexibilização e estimulação do comércio através de tarifas de custo reduzido.

Célia Silva 21

TEMA 5 (Pág. 360-381) A economia mundial no fim do séc. XX: da desintegração à reconstrução (O mundo

globalizado) O século XX: população, recursos e instituições

• Estimulada pelo ritmo acelerado da mudança tecnológica, ferida pelas duas guerras mais destrutivas da História, a economia mundial do século XX assumiu dimensões novas e sem precedentes. E onde estas dimensões foram mais evidentes foi no comportamento populacional.

População • A população da Europa mais que duplicou no século XIX, mas a do mundo fora das áreas de

colonização europeia aumentou pouco mais de 20 por cento. • No século XX, por outro lado, o crescimento populacional na Europa desacelerou, enquanto o do

resto do mundo acelerou a taxas sem precedentes. • A maior parte desse crescimento ocorreu desde a II Guerra Mundial. • Como primeira abordagem, podemos dizer que a causa do formidável aumento nos números foi o

declínio das taxas brutas de mortalidade, especialmente em países não ocidentais. • As nações ocidentais sofreram uma «transição demográfica» (de um regime de elevadas taxas de

natalidade e mortalidade para um muito inferior) em finais do século XIX e princípios do século XX. Recursos

• O crescimento sem precedentes da população no século XX, bem como a fortuna crescente de pelo menos uma parte do mundo, resultaram numa procura sem precedentes dos recursos mundiais.

Os agrónomos descobriram novas formas de aumentar o rendimento das culturas, Os engenheiros descobriram novas maneiras de aumentar a produtividade dos minerais, Os cientistas descobriram novas utilizações para os recursos existentes e, na verdade,

criaram novos recursos a partir dos velhos na forma de produtos sintéticos. • Em termos de recursos, o desenvolvimento mais importante no século XX tem sido uma mudança

da natureza e das fontes da energia primária. No século XIX, o carvão tornou-se a principal fonte de energia nas nações em curso de

industrialização, substituindo em grande medida a madeira, o carvão vegetal, o vento e a energia hidráulica.

No século XX, o carvão tem sido largamente, embora não completamente, substituído por novas fontes de energia, especialmente o petróleo e o gás natural.

No princípio do século XX, o predomínio do carvão era inquestionado. • A Europa, embora abundantemente dotada de carvão, é, de entre as maiores massas terrestres, a de

menores reservas de petróleo. • Os Estados Unidos, a Rússia e, possivelmente a China, têm imensos recursos de carvão e petróleo. • Foi nos Estados Unidos que a produção de petróleo se começou a fazer em larga escala.

Tecnologia

• A mudança tecnológica, a maior força motriz por detrás da industrialização do século XIX, persistiu nesse papel, sem quebras, no século XX.

• Em épocas anteriores, a marca do sucesso das sociedades humanas foi a sua capacidade para se adaptarem aos seus ambientes.

• No século XX, a marca do sucesso foi a sua capacidade para manipular o ambiente e adaptá-lo às necessidades da sociedade.

• O meio fundamental de manipulação e adaptação é a tecnologia – especificamente, a tecnologia baseada na ciência moderna.

• Importante causa do ritmo mais apressado da mudança social no século XX é a notória aceleração do progresso científico e tecnológico.

Instituições

• A estrutura institucional da economia mundial de finais do século XX diferiu grandemente do que fora no princípio do século:

Mudança tecnológica Alterações no emprego dos recursos naturais Crescimento da população mundial Mudanças políticas fora do âmbito da própria economia

Célia Silva 22

O mundo entre as duas Grandes Guerras Mundiais: economia, sociedade e política ECONOMIA

• A economia mundial antes de 1914 foi dominada pela Europa (especialmente a Europa Ocidental) e pelos Estados Unidos.

• Economicamente, a Europa e os Estados Unidos (sem os seus impérios) foram responsáveis por bem mais de metade da população e do comércio totais.

• A I Guerra Mundial e as suas concomitantes, as revoluções russas de 1917, trouxeram mudanças fundamentais a esta estrutura.

A Rússia Czarista desapareceu, sendo o seu lugar ocupado pela União Soviética, com uma forma nova de organização económica.

O Império Habsburgo, na Europa Centro- Ocidental, também desapareceu, substituído por vários Estados nacionais novos ou alargados, economicamente empobrecidos e instáveis.

A Alemanha perdeu o seu império ultramarino, bem como uma parte substancial do seu próprio território e população.

O Japão, que antes da guerra tinha um pequeno império, alargou-o, e tornou-se uma importante potência económica.

A própria Europa sofreu um declínio da sua quota no comércio e na produção mundiais E.U.A. beneficiam com a Guerra

� Duplicam as suas reservas de ouro � Tornam-se grandes competidores no transporte marítimo internacional � Passam de devedores líquidos a credores líquidos (devido à exportação e empréstimos

aos aliados) Consequências económicas da I Guerra Mundial

� Perdas humanas � Ruptura e desorganização das relações económicas � Queda da produção agrícola � Ruptura do comércio externo � Perda de receitas de investimento no estrangeiro � Desiquilíbrio social � Perda de relações económicas

As décadas de 1920 e 1930 testemunharam a ascensão das ditaduras fascistas em Itália, na Alemanha e em várias outras nações europeias, também elas com novas formas de organização económica

• Entre 1929/33 deu-se a Grande Depressão nos E.U.A. Os E.U.A produziam e exportavam em grandes quantidades Quando a Europa e os outros países começaram a refazer-se da Guerra, as importações

diminuiram e os E.U.A. (que continuavam a produzir em grande escala), tiveram de baixar preços, cortar em despesas (despedindo funcionários), e fazendo com que os acionistas perdessem tudo, afectando vários países do mundo

Esta situação originou protestos sociais e organizações extremistas (Alemanha), que, indirectamente, contribuiu para o germinar da II Guerra Mundial

• A II Guerra Mundial trouxe consigo uma reorganização mundial das relações internacionais, com importantes consequências económicas.

A Europa perdeu a sua hegemonia, tanto na política como na economia. Em vez disso, uma rivalidade entre as duas novas superpotências, os Estados Unidos e a

União Soviética, substituiu a velha contenda entre as grandes potências europeias tradicionais. Em consequência desta rivalidade, a Europa foi dividida mais clara e decisivamente que nunca entre leste e ocidente.

Consequências económicas da II Guerra Mundial � A II Guerra Mundial foi, de longe, a mais ampla e destrutiva de todas as guerras � Envolveu directa ou indirectamente as populações de todos os continentes e de quase

todos os países do mundo. � Ao contrário da sua antecessora, que tinha sido, antes de mais, uma guerra de

estratégia, esta foi uma guerra de evolução – em terra, no ar e no mar. � A derradeira arma secreta dos vitoriosos foi a enorme capacidade produtiva da

economia americana. � Os prejuízos materiais foram muito superiores aos da I Guerra Mundial, em grande

medida devido aos bombardeamentos aéreos.

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� As infra estruturas de transportes, especialmente caminhos-de-ferro e portos e docas revelaram-se alvos tentadores.

� Todos os combatentes recorreram à guerra económica, uma expressão nova para uma velha política.

� No fim da guerra, o cenário económico era, na Europa, extremamente desolador. � Em 1945, a produção industrial e agrícola foi de metade, ou menos, da que tinha sido

em 1938. � Além dos prejuízos materiais e da perda de vidas humanas, milhões de pessoas tinham

sido desenraizadas e afastadas das suas famílias e outros milhões ainda enfrentavam a perspectiva da fome.

� O quadro institucional da economia foi profundamente danificado. • Outra importante mudança institucional que afecta todas as nações no século XX é o papel muito

mais alargado do Governo na economia. No período do entre guerras, todos os governos tentaram, em geral com pouco sucesso,

seguir políticas de recuperação e estabilização económica. Depois da II Guerra Mundial, tentaram-no ainda mais deliberadamente, com maior

sofisticação e geralmente, com maior êxito. A maioria adoptou uma qualquer forma de planeamento económico, embora não tão

abrangente ou compulsivo como o da União Soviética. Daí o rótulo de «economias mistas» que se tem aplicado às nações da Europa Ocidental.

• A França foi de todas a nações ocidentais a que sofreu mais com a guerra Destruição de mais de metade da produção industrial Destruição de produção agrícola Grandes perdas humanas.

• A Alemanha Nazi foi a primeira grande nação industrial a alcançar a recuperação total O resultado foi alcançado através:

� Programa de obras públicas � Primeiro sistema de auto-estradas � Fortaleceu e expandiu as suas indústrias � Apoiaram a coerção e a autoridade ao nível económico para atingir os seus objectivos � Um dos principais objectivos foi tornar a economia auto-suficiente em caso de guerra

POLÍTICA • A primeira ditadura foi a de Itália

O Fascismo: � Glorificava o uso da força � Tinha a guerra pela mais nobre das actividades humanas � Denunciava o liberalismo, a democracia, o socialismo e o individualismo � Tratava o bem-estar material com desdém � Considerava as desigualdades humanas não apenas inevitáveis como desejáveis.

SOCIEDADE - Empresas • Grandes sociedades comerciais com vários estabelecimentos, as «cadeias retalhistas», passaram a

dominar o retalho em indústrias tão diversas como as dos produtos frescos e da electrónica de alta tecnologia.

• Noutros casos, produtores de máquinas de costura, maquinaria agrícola e automóveis, por exemplo, procederam à integração descendente, confiando a distribuidores concessionados a condução da função retalhista.

• Desenvolvimento paralelo foi o aparecimento de conglomerados empresariais, enormes sociedades dedicadas à produção e venda de dúzias, ou mesmo centenas, de produtos, desde bens de equipamento pesado até bens de consumo como cosméticos e de vestuário de moda.

SOCIEDADE - Mão-de-obra sindicalizada. • No princípio do século XX, o direito dos trabalhadores de se organizarem e negociarem

colectivamente foi reconhecido na maior parte das nações ocidentais. • Nalgumas (por exemplo, na Grã-Bretanha e na Alemanha) a mão-de-obra sindicalizada exercia um

poder considerável no mercado de trabalho. • Os anos entre as duas guerras testemunharam um aumento da adesão aos sindicatos nas nações

industrializadas e uma difusão da sindicalização noutras nações menos desenvolvidas. A Europa do pós-guerra: Da formação do bloco soviético à emergência da Comunidade Económica Europeia;

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• Uma tarefa mais urgente que esperava os povos europeus depois das suas necessidades de sobrevivência foi a da restauração da lei, da ordem e da administração pública normais.

• A nível internacional, o planeamento do pós-guerra, tinha começado durante a própria guerra. Agosto de 1941 � Franklin Roosevelt e Winston Churchill assinam a Carta do Atlântico:

� Comprometia os seus países a empreenderem a reconstrução dum sistema multilateral de comércio mundial na vez do bilateralismo dos anos 30 � Foi apenas uma declaração de intenções, sem qualquer tipo de obrigações.

� 1944 � Na conferência internacional de Bretton Woods, foram lançadas as bases de duas grandes instituições:

� O Fundo Monetário Internacioal (FMI) � Responsável pela gestão da estrutura de taxas de câmbio entre as várias moedas mundiais e também pelo financiamento de desequilíbrios a curto prazo das balanças de pagamento.

� O Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), também conhecido como Banco Mundial � concederia empréstimos a longo prazo para a reconstrução das economias devastadas das nações mais pobres do mundo.

� Consideraram, também, a criação duma Organização Internacional do Comércio (OIC) que formularia regras de reciprocidade entre as nações.

Foram efectuadas mais conferências com este fim, mas o melhor que se conseguiu foi um Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT), assinado em Genebra em 1947.

A emergência do bloco soviético: • De todas as nações que entraram na guerra, a União Soviética foi a que, em sentido absoluto mais

prejuízos sofreu. • Apesar dos sofrimentos do seu povo, a União Soviética emergiu como uma das duas superpotências

do mundo do pós-guerra. • Para recuperar a economia devastada e arremessar a produção a novos níveis, o Governo lançou o IV

Plano Quinquenal em 1946. Favoreceu a indústria pesada e os armamentos, dando especial atenção à energia atómica. Recorreu às indemnizações físicas e à tributação dos antigos países do Eixo e novos satélites

da URSS. • Estaline, instituiu uma série de mudanças em altos cargos do Governo e da economia nos anos

imediatamente a seguir à guerra. Nikita Khruchtchev, sucedeu a Estaline aquando a sua morte

• Apesar da mudança de chefia e dumas quantas reformas superficiais, a natureza básica do sistema económico soviético não se alterou.

• Em 1955, o Governo anunciou o «cumprimento» dum plano quinquenal e a inauguração doutro • A agricultura soviética manteve-se num estado de crise. O sistema de exploração colectiva não

oferecia incentivos suficientes aos camponeses. • Embora não pertencesse ao Bloco Soviético, a República Popular da China esteve por pouco tempo

aliada à União Soviética. Objectivo fundamental da chefia comunista chinesa era a reestruturação da sociedade e a

correcção dos processos de análise, do comportamento e da cultura. Em 1960, a URSS cortou toda a ajuda e retirou todos os seus conselheiros e assistentes

técnicos. • O único Estado socialista reconhecidamente aliado da União Soviética no Hemisfério Ocidental foi a

República de Cuba. As origens da Comunidade Europeia

• As Organizações Internacionais dependem da cooperação voluntária dos seus membros e não têm poderes directos de coerção

Exemplos: Sociedade das Nações e Nações Unidas • As Organizações Supranacionais exigem que os seus membros cedam pelo menos uma parte da sua

soberania e podem compelir na extensão dos seus mandatos. Decorrem de duas fontes distintas mas relacionadas – políticas e económicas:

� A motivação política � Acredita que só pela organização supranacional se pode erradicar permanentemente a ameaça de guerra entre as potências europeias.

� A motivação económica � Assenta no argumento de que mercados maiores promoverão uma maior especialização e uma concorrência acrescida e, consequentemente maior produtividade e melhores níveis de vida.

As duas motivações fundem-se na ideia de que o poderio económico é a base do poder político e militar

Célia Silva 25

• O tratado que criou a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) foi assinado em 1951 e entrou em vigor no ano seguinte.

Previa a eliminação de tarifas e de contingentes sobre o comércio intracomunitário de minério de ferro, carvão, coque e aço

Uma pauta externa comum sobre as importações doutras nações Fiscalizações sobre a produção e as vendas.

• Em 1957, os participantes no Plano Schuman assinaram dois outros tratados em Roma, criando: A Comunidade Europeia da Energia Atómica (EURATOM), para o desenvolvimento de usos

pacíficos da energia atómica. A Comunidade Económica Europeia (CEE) ou Mercado Comum

� Previa a eliminação gradual de direitos aduaneiros sobre as importações e de restrições quantitativas sobre todo o comércio entre os Estados membros e a sua substituição por uma pauta aduaneira comum ao longo do período de transição de 12 a 15 anos.

� Os membros da Comunidade comprometeram-se à implantação de políticas comuns em relação a transportes, agricultura, segurança social e uma série de outros sectores críticos da política económica e à permissão da livre circulação de pessoas e de capitais dentro das fronteiras da Comunidade.

• Depois da assinatura do tratado do Mercado Comum, a Grã-Bretanha, os países escandinavos, a Suíça, a Áustria e Portugal criaram a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA), os chamados «sete de fora», em contraste com os seis Estados inseridos no mercado comum.

O tratado da EFTA só previa a eliminação de tarifas sobre produtos industriais entre os países signatários. Não abrangia os produtos agrícolas, não previa uma pauta aduaneira comum e admitia a retirada a qualquer momento de qualquer membro.

Era uma união muito mais fraca que a do Mercado Comum. A emergência das novas potências mundiais: o caso do Japão

• A longa prosperidade económica da Europa do pós-guerra teve a sua correspondência noutras zonas da economia mundial, nomeadamente no Japão

De finais dos anos 30 até finais dos anos 40, a economia japonesa tinha estado isolada do resto do mundo, e o Japão podia adoptar muitas inovações tecnológicas a um custo mínimo.

O Japão possuía um alto nível de capital humano, que lhe permitiu aproveitar a tecnologia superior.

Tornou-se, então, pioneiro na introdução de nova tecnologia, especialmente na electrónica e na robótica. Pôde contar com as suas reservas de capital humano e com os elevados níveis de poupança e investimento do povo japonês.

Outro factor significativo é a sofisticação da gestão japonesa, que compreendeu o elevado retorno da investigação e desenvolvimento industriais.

O papel dos países "subdesenvolvidos" nas estratégias económicas

• No fim do séc. XIX e na primeira metade do séc. XX, os países da América Latina tinham tido uma participação activa na divisão internacional do trabalho, com base na sua vantagem comparativa em produtos primários.

• Mesmo em meados do séc. XX, alguns países (Argentina, Uruguai e Chile), gozavam rendimentos per capita comparáveis aos da Europa Ocidental.

• Várias nações da América Latina aderiram a programas de «industrialização de substituição das importações», tentando produzir para si mesmos os produtos fabricados que anteriormente importavam. Estes programas goraram-se por vários motivos:

os mercados internos eram demasiados pequenos havia uma falta de cooperação internacional na região ao contrário do Japão, faltava à região capital humano para empregar com eficiência a nova

tecnologia. • A produção total, tanto industrial como agrícola, aumentou (abaixo do do resto do mundo excepto da

África) • Contudo, a quota da região no comércio mundial total, diminuiu continuamente. • As desfavoráveis balanças comerciais das nações individuais, especialmente da Argentina, do Brasil

e do México, deram origem a níveis alarmantes de endividamento internacional nos anos 80, que ameaçaram todo o sistema de pagamentos internacionais.

• As condições económicas em África tornaram-se com o avanço do séc. XX para o seu fim, ainda mais deploráveis que as da América Latina.

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• Às novas nações que emergiram com o fim do colonialismo europeu faltavam recursos, naturais e, em particular humanos, para fazerem face às complexidades duma economia moderna. As circunstâncias políticas entravaram, de igual modo, esforços de desenvolvimento económico.

• Outra região do mundo que adquiriu uma grande importância económica na última parte do séc. XX foi o sudoeste da Ásia ou Médio Oriente.

A razão foi apenas uma: petróleo Em 1960, os países do Médio Oriente juntamente com a Líbia e a Venezuela, formaram a

Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a que vários outros países aderiram mais tarde.

Em 1970, as nações da OPEP eram responsáveis por mais de um terço da produção mundial de energia.

• Mudanças políticas e religiosas no Médio Oriente alteraram o equilíbrio económico do poder. Em 1979, no Irão, uma revolta religiosa fanática expulsou o Xá e instituiu uma república

islâmica. A Queda do Muro de Berlim e as suas consequências sociais, económicas e políticas O colapso do Bloco Soviético:

• 2º semestre de 1989 ���� Europa do Leste ���� Derrube de regimes comunistas num país após o outro

Revolta possuiu motivos políticos e económicos Tivessem esses regimes sido capazes de cumprir as promessas de condições materiais

melhoradas e de um alto nível de vida, e o povo teria provavelmente aceite a privação de liberdade; mas não foram.

As circunstâncias materiais, incluindo as condições de vida e de trabalho das gentes, tinham-se deteriorado, em contraste com as facilidades e a abundância dos seus vizinhos ocidentais.

1989 � Destruição do muro de Berlim (símbolo da tirania e repressão comunistas) � Autoridades alemãs tentam conter o fluxo de refugiados � Na Bulgária o Presidente Zivkov demite-se e foi prometido eleições livres por parte

do seu sucessor � Na Roménia Ceausescu manda chassinar milhares de manifestantes e, juntamente

com a sua esposa, é executado � Na China foi exegida maior liberdade (manifestações na Praça Tian’an men), tendo

os manifestantes sido chacinados • 1964 � Leonid Brejnev sobe ao poder (governou quase duas décadas)

A economia soviética estagna A ineficiência e a corrupção proliferaram Tanto a taxa de crescimento económico como a produtividade declinaram.

• 1985 � Mikhail Gorbachov sobe ao poder � economia encontrava-se em crise Apercebeu-se que a U.S. já não estava em posição de impor a sua vontade aos seus relutantes

ex-satélites. A sua maior necessidade era a de se reformar a si própria, e daí o programa de Gorbachov de

reestruturação e abertura. Embora Gorbachov desse maior ênfase à perestoika (reestruturação), foi a glasnot

(abertura) que teve o efeito mais imediato Uma das justificações da glanost foi a de recrutar a iniciativa e o entusiasmo da

população para as tarefas da perestroika, ou reestruturação económica Agosto de 1991 � Um pequeno grupo do Partido Comunista tentou um golpe de Estado

� Gorbachov, foi colocado sob prisão domiciliária, suspenderam a liberdade de imprensa e declararam lei marcial.

� Porém, o povo russo, especialmente os cidadãos de Moscovo e de Leninegrado, recusaram-se a serem intimidados.

� Sob a chefia de Ieltsin e com o apoio de algumas unidades militares que vieram em seu auxílio, desafiaram abertamente os condutores do golpe, que rapidamente perderam a coragem e fugiram, vindo a ser presos.

Três dias depois, um Gorbachov triunfante regressou a Moscovo, mas a Moscovo para onde voltou não era a mesma que deixara.

As relações de poder tinham-se alterado drasticamente. A maior parte das repúblicas constituintes declarou a sua independência do Governo Central. Foi criada uma Comunidade de Estados Independentes (CEI)

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Gorbachov demitiu-se da Presidência no dia 25 de Dezembro, e a união Soviética deixou de existir

• Economicamente, o papel da iniciativa e dos mercados privados aumentou significativamente A Comunidade (CEI) funcionou, principalmente, como uma área de comércio livre ou de

Mercado Comum (semelhante à CE) A crise da Comunidade Europeia e os limites ao crescimento económico A esfoliação da Comunidade Europeia:

• Após mais de 30 anos de existência, a comunidade Europeia ainda não tinha realizado os sonhos e visões dos proponentes mais ardentes da unidade europeia, uns estados unidos da Europa.

• Apesar da remoção de barreiras aduaneiras internas não tinha conseguido abolir todas as restrições ao comércio intra-europeu nem abolir as fronteiras aduaneiras internas.

• A união monetária estava longe da conclusão e as crises orçamentais eram um problema perene. • A admissão dos países mediterrânicos menos desenvolvidos, Grécia, Espanha e Portugal, introduziu

uma série de novos problemas, em particular na esfera agrícola. O objectivo final da união política evoluiu por uma luta entre dois grandes grupos partidários:

• À Comissão Europeia, com sede em Bruxelas e as hostes eurocratas; juntou-se o Parlamento Europeu na procura de medidas cada vez maiores de unidade e dum papel mais relevante para o Parlamento.

• 1985 � O Conselho Europeu (chefes de Estado ou de governo) decidiu, prosseguir para uma maior união

• Fevereiro de 1986 � assinado o Acto Único Europeu (AUE), que assumiu a forma de emendas e aditamentos aos trabalhos existentes.

• 1986 � Os governos de França e do Reino Unido concordaram com a construção dum túnel de caminho-de-ferro sob o Canal da Mancha.

• 1993 � Criação dum Espaço Económico Europeu (EEE) através da fusão da Comunidade Europeia com a Associação Europeia de Comércio Livre.

• 1994 � A Comunidade cria o seu próprio banco central • 1999 � Criação da moeda única

Limites ao Crescimento? • Em 1972, previa-se que os limites ao crescimento neste planeta serão atingidos algures dentro dos

próximos cem anos. Invocaram-se cinco grandes tendências de preocupação global: industrialização acelerada rápido crescimento populacional subnutrição generalizada diminuição dos recursos não renováveis ambiente em deterioração

• Durante mais ou menos os últimos cem anos, as nações abastadas sofreram uma transição demográfica de um regime de elevadas taxas de natalidade e de mortalidade para um muito menor, com consequente redução da taxa de crescimento populacional.

A expectativa é de que, à medida que as outras nações mais pobres aumentam o seu nível de bem-estar material, também estas reduzam as taxas de natalidade e, consequentemente, as taxas de crescimento populacional.

• A desigualdade na distribuição de recursos – entre indivíduos, grupos sociais e nações, está no âmago do problema do desenvolvimento económico.

• A sua solução não será fácil. Vai exigir estudo, pesquisa e mudança institucional generalizada. É esse o desafio que enfrentam tanto as nações desenvolvidas como as subdesenvolvidas.

Um agradecimento muito especial ao Nuno Fonseca, ao Rui Batista, à Beatriz Martins, à Inês Costa, Helena Pimentel, Sara Leal e Elisabete Ferreira, que contribuiram (e muito) para a compilação das respostas às questões das Propostas de Trabalho. Esperemos que não estejam mal!!!!:)