Resumo Sistemas Eleitorais Jairo Nicolau

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Resumo dos Captulos 1 e 2 de Jairo Nicolau Aluno: Leo Oliveira van Holthe 1. Sistema majoritrio: objetiva assegurar a representao do candidato mais votado numa eleio. Em regra, utilizada em distritos uninominais (uma s vaga por distrito). O eleito fica com 100% da representao. Variantes: a) maioria simples, b) dois turnos e c) voto alternativo. 1.1. Maioria simples (M.S.) Conceito: o mais simples: o candidato eleito o que recebe mais votos. O territrio dividido em circunscries eleitorais (distritos), cada um elegendo um representante. Os partidos apresentam 1 candidato por distrito, os eleitores votam em um s nome. O mais votado no distrito eleito. No Brasil, o sistema de M.S. conhecido como voto distrital. Caracterstica: A representao parlamentar de pequenos partidos e de grupos sociais minoritrios depende de como so distribudos os distritos. Um partido com votao concentrada elege mais representantes do que aquele que tem votao espalhada e homognea (no sistema de maioria simples em distrito uninominal, no importa chegar em 2 ou 3...). Crtica/Desvantagem: a) Esse sistema criticado por frequentemente produzir intensas distores qdo. se compara a votao c/ a representao de cada partido. b) sub-representa os PPc/ votao reduzida e sobre -representa os maiores partidos, notadamente o mais votado (s vezes, a maioria manufaturada chega a representar 63% das cadeiras desse partido). Vantagem: a) permite ao eleitor maior controle da atividade do representante (principalmente pela adoo do distrito uninominal), ao identificar o seu representante no Legislativ acompanhar o, seu rendimento e entrar em contato para cobrar posturas. b) a representao possui forte dimenso territorial e os deputados, por serem o representante exclusivo de determinada rea, tem incentivo p/ defender os interesses dela. No Reino Unido, o fato de o representante no ser obrigado a residir na rea, enfraquece a rel. entre deputado e eleitor do distrito. Inclusive, l os partidos transformam alguns redutos eleitorais em distritos seguros para a eleio de importantes dirigentes nacionais. c) cria governos em que apenas 1 partido pol. (PP), que controla a maioria absoluta do parlamento (em 72% das eleies sob esse sistema, isso acontece...). Isso favorece o controle dos eleitores sobre a natureza do governo, sem necessidade de alianas parlamentares.P/ o eleitor, fica mais fcil acompanhar as polticas pblicas implementadas pelo governo e punir ou premiar o PP depois. Nos pases parlamentaristas c/ representao proporcional, o gabinete de ministros tpico o de coalizo e o eleitor tem menos controle sobre as negociaes que so feitas p/ a formao do gabinete. Sistema majoritrio em distritos plurinominais: no utilizado em nenhum Legislativo de pas democrtico na atualidade. Pode ocorrer em: 1) bloco individual (cada PP apresenta o mesmo nmero de candidatos que o de cadeiras; o eleitor vota em tantos nomes qto. forem as vagas e pode votar em PP diferentes; os nomes + votados so eleitos). o sistema que o Brasil usa na eleio de senador, qdo se elegem 2 cadeiras de cada estado e do DF.

2) voto em bloco partidrio (o eleitor d um nico voto para uma das listas j apresentadas pelo PP com os nomes dos representantes; o PP mais votado elege todos os representantes do distrito). o sistema utilizado pelos EUA na eleio dos delegados ao colgio eleitoral que elege o presidente. 3) voto nico no transfervel (semiproporcional p/ alguns, por aumentar a probabilidade de representao de pequenos PP o PP apresenta candidatos no mesmo nmero de vagas o ; eleitor s vota em um nome; os mais votados so eleitos; a disperso dos votos entre os candidatos de um PP pode faz-lo perder muitos votos e prejudicar demais a representao foi utilizada no Japo entre 1946 e 1992). 1.2. Dois turnos Conceito: Parecido com o anterior: o Pas dividido em distritos eleitorais uninominais; cada PP apresenta um candidato, o eleitor vota em um s nome.A diferena que p/ elegerse, exige-se a maioria absoluta (mais de 50%) dos votos. Caso no ocorra, os candidatos + votados disputam uma nova eleio. Frana utiliza nas eleies parlamentares. Em regra, utilizado nas eleies para o Executivo. Vantagens: a) mesmas da variante anterior: garantia de representao de comunidades territoriais no parlamento e maior capacidade de controle da atividade do representante. b) Garante que o candidato seja eleito com votao expressiva. c) favorece os PP mais moderados, em detrimento dos mais extremistas, pois estes tm mais dificuldade de fazer alianas entre o 1 e o 2 turnos em relao aos PP moderados. Desvantagens Se o territrio for dividido em distritos (em relao s eleies parlamentares, como na Frana), o sistema no garante que no mbito nacional um partido obter mais de 50% da representao parlamentar (Na Frana, de 9 eleies de 1962 a 1997, em apenas 2 um nico PP assegurou maioria absoluta na Assembleia Nacional, e, nestas, o PP s a conseguiu por meio de maioria manufaturada). 1.3. Voto alternativo Conceito e caractersticas: Utilizado na Cmara dos Deputados da Austrlia desde 1918. Esse s sistema garante que todos os eleitos recebam maioria absoluta sem necessidade de 2 turno. O segredo a transferncia de votos dos candidatos menos votados para outros. So distritos eleitorais uninominais; cada PP apresenta um candidato; o eleitor, ao invs de votar num nico nome; ordena os candidatos com nmeros (1,2,3,4). Se nenhum dos candidatos alcanar maioria absoluta, os votos do candidato menos votado so distribudos - na 2 opo do eleitor para os outros candidatos, at algum alcanar a maioria absoluta. Vantagem: dificulta a eleio de candidatos co forte rejeio, da os PP mais extremistas terem chances muito mais reduzidas de eleger representante. Desvantagem: no elimina as distores entre a votao de um PP e sua representao, a depender de como so distribudos os distritos eleitorais. 1.4. Sistema majoritrio em eleies presidenciais 1.4.1. Em 2 turnos O sistema mais utilizado o de 2 turnos (Brasil, Chile, Frana, Portugal, Uruguai, ustria, etc.), que estabelece um patamar mnimo de votos p/ a vitria em 1 turno, sob pena de realizao de 2 turno com os dois mais votados no 1. A vantagem bvia que o presidente sempre eleito com apoio de mais da metade dos eleitores. Caracterstica:

a) Um fator decisivo na disputa em dois turnos a posio ideolgica e o grau de rejeio dos candidatos q. passam para o 2 turno: PP extremistas e candidatos c/ alto grau de rejeio encontram mais dificuldades no 2 turno. b) os pequenos PP tm mais incentivos p/ apresentar candidatos, pois podem fazer alianas no 2 turno. A expectativa, portanto, de mais candidatos na eleio pelo sistema de 2 turnos. 1.4.2. Em maioria simples O sistema de maioria simples utilizado nas eleies presidenciais do Mxico, Coria do Sul, Venezuela, etc. A crtica a de que um candidato seja eleito c/ percentual reduzido de votos (ex.: Venezuela em 1993 presidente eleito c/ 31% dos votos contra 24% do 2 e do 3 colocado). Caracterstica: os PP tendem a fazer alianas antes das eleies; PP pequenos sequer chegam a lanar candidato. 1.4.3.No Brasil No Brasil, nas eleies entre 1945 e 1965, os chefes do Executivo eram escolhidos pelo sistema de maioria simples Gaspar Dutra 55%; Getlio Vargas 49%, Juscelino 36% e Jnio Quadros 48%. A CF/88 optou por duas regras diferentes: sistema de dois turnos para presidente da Repblica, para governador (CF, arts. 77 e 28) e para prefeitos em municpios com mais de 220 mil eleitores. Municpios com menos de 220 mil eleitores, o sistema de maioria simples (CF, art. 29, II). 2. Representao proporcional Tem 2 preocupaes: assegurar que a diversidade de opinies de uma sociedade esteja refletida no Legislativo e garantir uma correspondncia entre os votos recebidos pelos PP e sua representao. Ideia do parlamento refletir as feies do eleitorado, tal como um mapa reproduz em miniatura os traos geogrficos de um territrio. largamente utilizada na Europa: Espanha, Portugal, Blgica, Grcia, Sucia, Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Uruguai, etc. Existem duas variantes: a) voto nico transfervel (prope que o Parlamento espelhe as opinies individuais do eleitor, reunidas ou no em PP); e b) sistema de lista (utiliza os PP como unidade fundamental). 2.1. Voto nico transfervel V.U.T. (Thomas Hare e John Stuart Mill) Caractersticas: Prope que o Parlamento espelhe as opinies individuais do eleitor, e no as comunidades (territoriais) ou os PP. Thomas Hare criticava o fato de opinies dispersas pelo Pas no serem representadas no Parlamento somente porque no estavam confinadas numa rea geogrfica (crtica ao sistema majoritrio). Em sua ideia, as eleies seriam realizadas num nico distrito nacional. Como funciona: Na prtica (ex.: Irlanda desde 1921), pelo V.U.T., o pas dividido em distritos eleitorais plurinominais (cada distrito elege vrios representantes); cada PP pode apresentar um nmero de candidatos igual magnitude do distrito (ex.: M = 5, o PP apresenta 5 candidatos); o eleitor ordena os candidatos, conforme sua preferncia, independente de PP. Apurao dos votos: A apurao bem complexa. Primeiro calcula-se o quociente eleitoral em cada distrito (votos/cadeiras + 1 quota Droop). Os candidatos em 1 preferncia que atingem o quociente so eleitos. Da os votos que sobraram dos eleitos passam para os no eleitos da seguinte forma: faz-se uma mdia ponderada da 2 preferncia dos eleitoresdo candid ato eleito e distribui-se os votos que sobraram proporcionalmente com os demais candidatos. \Se esse mtodo no for suficiente para algum candidato atingir o quociente eleitoral, elimina-se o candidato com menor votao e os votos dos seus eleitores (a 2 preferncia) so transferidos

proporcionalmente para os outros candidatos (semelhante ao voto alternativo). Esses 2 mtodos so usados sucessivamente at que todas as cadeiras do distrito sejam preenchidas. Vantagens: a) o eleitor tem um grau de escolha encontrado em outro sistema, inclusive de diferentes PP. Observa-se que o objetivo do V.U.T. garantir uma proximidade aritmtica entre os votos e as cadeiras dos PP, mas que as opinies relevantes da sociedade estejam retratadas no Congresso, inclusive pq. muitas dessas opinies atravessam os PP: ecologia, combate a violncia, rea geogrfica, grupos tnicos, etc.; b) o eleitor tem mais controle sobre a natureza da transferncia de seu voto (em comparao com a lista aberta), pois a transferncia s pode ocorrer para os nomes indicados pelo eleitor. 2.2. Representao proporcional de lista (R.P.L) O belga Victor DHondt defendia que a funo de um sistema eleitoral permitir a representao das opinies da sociedade expressas pelos PP. Adotado por Holanda, Alemanha, Itlia, etc. Como funciona: cada PP ou coligao apresenta uma lista de candidatos; os votos de cada lista so contados; as cadeiras so distribudas entre os PP proporcionalmente votao obtida pelas listas; as cadeiras so ocupadas por alguns dos nomes que compem a lista. 5 aspectos afetam a R.P.L.: a) a frmula eleitoral utilizada p/ distribuir as cadeiras; b) a magnitude dos distritos e a existncia de mais de um nvel p/ alocar as cadeiras; c) a clusula de excluso; d) a possibilidade de os PP fazerem coligao eleitoral; e) as regras p/ a escolha dos candidatos da lista. 2.2.1. A frmula eleitoral So duas frmulas eleitorais: a) as maiores mdias(que utilizam um divisor); e b) as maiores sobras(que utilizam quotas). As frmulas das maiores mdias dividem os votos recebidos pelos PP por nmeros em srie. Feita a diviso, os PP que obtm nmeros mais altos vo ocupando sucessivamente as cadeiras. As trs frmulas mais utilizadas so a: DHont (utilizada em 18 pases), a Sainte-Lagu (s Nova Zelndia) e a Sainte-Lagu modificada (Noruega, Sucia). Pela frmula DHont, os votos dos PP so divididos em nmeros em srie (1,2,3,4,5, etc.). A Sainte-Lagu opera com nmeros mpares (1, 3, 5, 7, etc.) e a Sainte-Lagu modificada com diferena apenas no 1 divisor (1,4, 3, 5, 7, 9, etc.). A DHont d um bnus p/ o partido mais votado no distrito e, por isso, a menos proporcional. A Sainte -Lagu a que produz os resultados mais proporcionais. A modificada ao aumentar o divisor para 1,4, dificulta o acesso dos pequenos partidos, o que gera um resultado menos proporcional. As frmulas das maiores sobras operam em 2 estgios. O 1 o clculo do quociente eleitoral (quantos votos um PP ou coligao precisa obter para eleger um candidato) e o quociente partidrio (quantas cadeiras cada PP conseguiu obter). O 2 estgio o da distribuio das cadeiras restantes, que iro p/ os PP cujos votos mais se aproximam da quota (maiores sobras). So 2 frmulas: a quota Hare (tb. conhecido na legislao como quociente eleitoral) e a quota Droop. Na quota Hare, os votos que sobraram do PP so divididos pelo nmero de cadeiras obtidas pelo PP. Os PP que obtm as maiores mdias, ficam com as vagas. Na quota Droop, os votos restantes so divididos pelas cadeiras obtidas pelo PP + 1.

No Brasil, a partir de 1950, a quota droop passou a ser utilizada e os votos que sobraram do PP so divididos pelo nmero de cadeiras que o PP recebeu mais um. Isso feito at a ltima vaga. Esse sistema funciona na prtica como a frmula DHont de maiores mdias. De 1950 pra c, apenas houve uma alterao: apenas os votos vlidos so contados p/ o clculo do quociente eleitoral (sem os votos em branco). O Brasil adota a representao proporcional de lista aberta, c/ coligaes, em distritos locais (coincidentes com os estados-membros, o DF e os territrios federais art. 45 da CF/88) e c/ a frmula eleitoral DHont. 2.2.2. Magnitude dos distritos e os nveis p/ alocao de cadeiras A representao proporcional pressupe distritos plurinominais. Quanto maior a magnitude do distrito, mais proporcionalidade e mais fcil um PP obter representao (ex: PP com 15 dos votos no elege representante em distrito com M=5, mas sim com M=10) Os distritos . geralmente coincidem com subunidades territoriais (ex.: estados-membros, provncias, regies, etc.). Nos pases com distritos de baixa magnitude, os pequenos PP tem menos representao e a proporcionalidade tende a ser menor. Nos pases de distritos de maior magnitude, ao contrrio,... Ex.: Israel e Holanda utilizam todo o territrio nacional como um nico distrito eleitoral.Alguns pases utilizam distritos superiores p/ agregar as sobras de votos, corrigir distores ou alocar parte das cadeiras de maneira independente dos distritos locais. 2.2.3. A clusula de excluso A clusula de excluso determina que um partido s poder obter representao caso receba pelo menos determinado contingente de votos. O propsito dificultar o acesso de pequenos partidos do Legislativo. Pois uma alta fragmentao do Legislativo afeta a governabilidade. Nas eleies em que muitos partidos pequenos ficam abaixo desse patamar os partidos grandes , so mto. beneficiados e a proporcionalidade reduzida. O Brasil utiliza uma clusula de excluso nas eleies para a Cmara dos Deputados, Assembleis Legislativas e Cmara de Vereadores: o quociente eleitoral. Quem no o atinge tb no participa do clculo de sobras1. 2.2.4.As coligaes Em alguns pases (Brasil, Chile, etc.), os PP podem se unir, coligar-se, p/ disputar eleies. Os PP mantm sua autonomia organizacional e apresentam uma lista prpria de candidatos nas eleies, mas tm os votos agregados p/ efeito do clculo das cadeiras. As coligaes ampliam as chances dos pequenos PP. Em alguns pases, feito um clculo intracoligao (ex.: Partido A com 60% das vagas e Partido B com 40% das vagas da coligao). No Brasil, no existe este clculo e as cadeiras da coligao no so distribudas proporcionalmente contribuio de cada P As cadeiras so P. conquistadas pelos primeiros nomes da lista, independentemente da votao de cada PP da coligao. Por isso comum que os pequenos partidos, quando coligados com maiores, apresentem um nmero reduzido de candidatos e concentrem seus recursos de campanha nos1

Art. 109 - Os lugares no preenchidos com a aplicao dos quocientes partidrios sero distribudos mediante observncia das seguintes regras: I - dividir-se- o nmero de votos vlidos atribudos a cada Partido ou coligao de Partidos pelo nmero de lugares por ele obtido, mais um, cabendo ao Partido ou coligao que apresentar a maior mdia um dos lugares a preencher; II - repetir-se- a operao para a distribuio de cada um dos lugares. 1 - O preenchimento dos Iugares com que cada Partido ou coligao for contemplado far-se- segundo a ordem de votao recebida pelos seus candidatos. 2 - S podero concorrer distribuio dos lugares os Partidos e coligaes que tiverem obtido quociente eleitoral.

que tenham votao mais expressiva. No Brasil, como possvel o voto s na legenda, possvel que o eleitor eleja candidato do outro PP2. 2.2.5. Regras p/ a escolha dos candidatos da lista So 4 sistemas: o de lista fechada, o de lista aberta, o de lista flexvel e o de lista livre. Lista fechada: o mais usado entre as novas democracias que optaram pela representao proporcional (Argentina, Uruguai, Portugal, Espanha, Uruguai, Colmbia, frica do Sul, Paraguai, etc.). Nesse modelo, os PP decidem antes das eleies a ordem em que os candidatos aparecem na lista e o eleitor j vota num cardpio pronto . Ela permite que o PP tenha controle do perfil dos parlamentares que sero eleitos e certos grupos dominantes no PP beneficiam-se. possvel tb que o PP opte por equilibrar os vrios segmentos sociais do PP e colocar representantes das mulheres e de minorias tnicas nos 1os lugares. A principal desvantagem a impossibilidade de eleitores influenciarem a escolha dos representantes individuais. Lista aberta: cabe exclusivamente aos eleitores a definio dos nomes dos candidatos que encabearo a lista do PP. utilizado no Chile, Polnia, Brasil e Finlndia. O PP apresenta uma lista no ordenada. A lista aberta tende a personalizar a escolha eleitoral, da os PP terem forte incentivo para atrair nomes de lideranas e personalidades (ex.: celebridades) com alta popularidade . Por outro lado, o PP tem mecanismos limitados p/ favorecer a eleio de lideranas partidrias incapazes de conquistar mtos. votos. A principal crtica da lista aberta o estmulo competio entre os candidatos de um mesmo PP, prtica que enfraqueceria os PP na arena eleitoral. Esse sistema utilizado no Brasil p/ eleies de deputados federais e estaduais e vereadores desde 1945, com possibilidade de voto s na legenda desde 1962. Lembrar que no Brasil no existe clculo intracoligao e, formada a lista, os nomes mais votados da coligao so eleitos.

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Decises recentes do STF sobre coligaes: 1)Convocao de suplente e coligao: O afastamento temporrio de deputados federais (ex.: p/ exercer o cargo de Ministro de Estado) deve ser suprido pela convocao dos suplentes mais votados da coligao, e no daqueles que pertenam aos partidos, aos quais filiados os parlamentares licenciados, que compem a coligao, de acordo com a ordem de suplncia indicada pela Justia Eleitoral . Essa a concluso do Plenrio ao denegar, por maioria, mandados de segurana em que discuti da a titularidade dessa vaga, se do partido do parlamentar licenciado ou da coligao partidria. Realou -se que essa instituio criada pela fuso temporria de algumas agremiaes formaria quociente partidrio prprio. Destacou -se, tambm, que a figura jurdica nascida com a coalizo transitria, estabelecida desde as convenes partidrias, no findaria seus efeitos no dia do pleito ou, menos ainda, os apagaria de sua existncia quando esgotada a sua finalidade inicial. Ressaltou se, no ponto, que o Tribunal Superior Eleitoral TSE admite a atuao das coligaes aps a apurao do resultado das eleies, a exemplo do reconhecimento de sua legitimidade para pedir recontagem de votos e para ajuizar ao de impugnao de mandato. Frisou-se, ainda, que a suplncia ficaria estabelecida no momento da proclamao dos resultados, com a definio dos candidatos eleitos, conforme o clculo dos quocientes das coligaes, e que no poderia haver mudana na regra do jogo aps as eleies, no que concerne aos suplente s, de modo a desvirtuar a razo de ser das coligaes (MS 30260/DF). 2) Renncia a mandato parlamentar e coligao: Em caso de renncia de parlamentar, o STF decidiu que deve ser convocado o prximo candidato da lista da coligao pertencente ao mesmo partido. Citou-se a jurisprudncia tanto do TSE quanto do STF no sentido de o mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoral proporcional pertencer ao partido poltico. Aludiu-se Resoluo TSE 22.580/2007, segundo a qual o mandato pertence ao partido e estar sujeito a sua perda o parlamentar que mudar de agremiao partidria, ainda que para legenda integrante da mesma coligao pela qual eleito. Afirmou -se que essa orientao constituiria aplicao da tese jurisprudencial firmada pelo STF no julgamento conjunto dos mandados de segurana 26602/DF, 26603/DF e 26604/DF (DJe de 17.10.2008). Reportou-se, tambm, ao que consignado pela Corte no julgamento do MS 27938/DF (DJe de 30.4.2010), no sentido de que o reconhecimento da justa causa para a desfiliao partidria teria o condo apenas de afastar a pecha de infidelidade partidria e permitir a continuidade do exerccio do mandato, mas no de transferir ao novo partido o direito manuteno da vaga (MS 29988 MC/DF).

Lista livre: vigente na Sua, os PPapresentam uma lista no ordenada e o eleitor pode votar em um PP ou em um ou mais candidatos (at a magnitude do distrito ex.: distrito com 5 representantes, o eleitor vota em at 5 candidatos). O eleitor ainda pode votar 2 vezes no mesmo nome (acumulao) ou em candidatos de diferentes partidos (panachage). Lista flexvel: caso os eleitores concordem com alista, votam no PP, caso concordem, podem intervir na ordem dos nomes da lista, indicando a sua preferncia (ou assinalando os nomes da lista ou reordenando a lista segundo suas preferncias). 2.3. Crticas representao proporcional (R.P.) A 1 a nfase de que as eleies servem para representar, deixando de lado outra dimenso fundamental: a da formao de governos (governabilidade). A R.P. pune menos os PP pequenos e produz maior fragmentao parlamentar. Dificilmente um PP consegue maioria absoluta das vagas e as coalizes so feitas. Estas muitas vezes afastam o governo formado das preferncias dos eleitores nas urnas. Ex.: PP de esquerda que precisa fazer coalizo com partido de centro p/ governar. A 2 crtica necessidade de distritos plurinominais, os quais reduzem a capacidade de conexo dos eleitores com os representantes, pois, com muitos representantes eleitos n o distrito, os eleitores tm dificuldades p/ identificar o representante e fazer a avaliao de sua atuao, seja para puni-lo, seja para recompens-lo (com a reeleio).