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RESUMO Vitor Rodrigo de Jesus* MIDDLETON, J Richard; Brian Walsh, A Visão Transformadora. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010. Os autores da obra em questão, iniciam o livro contando duas histórias para ilustrar as diferenças culturais do seres humanos que têm origem em suas cosmovisões. Iniciam assim pois segundo eles, cosmovisões são melhores compreendidas quando as vemos materializadas, incorporadas em modos reais de vida, elas são sistemas de pensamentos, são estruturas perceptivas. O Autor encara as culturas como quebra-cabeças onde encontramos suas peças em diferentes instituições familiares, religiosas, educacionais, empresariais, hábitos, artes. O elemento que as tornam coerentes e as dão sentido é a cosmovisão. O entendimento adequado da cosmovisão de um povo, nos permite conhece-lo. Falando sobre as cosmovisões dominantes no mundo, os autores trazem o exemplo da cultura japonesa tradicional e sua cosmovisão que é formada por três diferentes tradições religiosas. Eles nos mostram que elas não competem entre si, mas se unem formando um ponto de vista predominante a respeito da cultura. Os valores primordiais infundidos nas crianças da cultura japonesa ( dependência, lealdade e obediência) são contrários aos incutidos nas crianças canadenses (independência, individualidade, autoconfiança). Essas diferenças têm origem em suas cosmovisão. Os japoneses possuem

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A visão Transformadora

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RESUMOVitor Rodrigo de Jesus*

MIDDLETON, J Richard; Brian Walsh, A Viso Transformadora. So Paulo: Editora Cultura Crist, 2010.

Os autores da obra em questo, iniciam o livro contando duas histrias para ilustrar as diferenas culturais do seres humanos que tm origem em suas cosmovises. Iniciam assim pois segundo eles, cosmovises so melhores compreendidas quando as vemos materializadas, incorporadas em modos reais de vida, elas so sistemas de pensamentos, so estruturas perceptivas. O Autor encara as culturas como quebra-cabeas onde encontramos suas peas em diferentes instituies familiares, religiosas, educacionais, empresariais, hbitos, artes. O elemento que as tornam coerentes e as do sentido a cosmoviso. O entendimento adequado da cosmoviso de um povo, nos permite conhece-lo.Falando sobre as cosmovises dominantes no mundo, os autores trazem o exemplo da cultura japonesa tradicional e sua cosmoviso que formada por trs diferentes tradies religiosas. Eles nos mostram que elas no competem entre si, mas se unem formando um ponto de vista predominante a respeito da cultura. Os valores primordiais infundidos nas crianas da cultura japonesa ( dependncia, lealdade e obedincia) so contrrios aos incutidos nas crianas canadenses (independncia, individualidade, autoconfiana). Essas diferenas tm origem em suas cosmoviso. Os japoneses possuem uma crena tradicional de que so descendentes da deusa do sol Amaterasu-Omikami, sendo eles destinados a serem o povo supremo do mundo, por isso, o alvo final do povo a lealdade nao. Por outro lado, os canadenses por sua herana judaico-crist com nfase no interesse de Deus por ns como indivduos, uma das razes pelas quais existem tais diferenas. Levando em considerao o pluralismo de cosmovises existentes no mundo (orientais, ocidentais, nativas), os autores estabelecem as suas principais diferenas na forma de enxergar e viver no mundo.No segundo captulo Analisando as cosmovises, os autores afirmam que todo ser humano possu uma cosmoviso e que toda cosmoviso no apenas uma viso de vida, mas uma viso para vida, proporciona um modelo de mundo que direciona seus adeptos no mundo. Eles sugerem que as cosmovises so fundadas em compromissos fundamentais de f. Os homens so seres confessionais, crdulos e confiantes, o seu objeto de f determina a sua cosmoviso.A cosmoviso bblica apresentada como tendo inicio na narrativa da criao tendo-a como alicerce fundamental da mesma. O ordem de Deus para criao (palavra de sabedoria) d inicio a toda criao mostrando sua soberania, sabedoria e habilidade no processo criativo. Todas as coisas sria de Deusara louvor e gl sabedoria e habilidade no processo criativo. Todas as coisas srincipais diferenas na forma de enxergo criadas para louvor e glria de Deus, o mesmo Deus que as governa como Rei esperando que a criao o obedea. Somos criaturas feitas a imagem dEle, responsveis pelo governo da terra (mandato cultural) e a escolha de servi-lo. O mandato cultural parte do desenvolvimento da criao, somos ordenados a continuar o exerccio de nosso governo desenvolvendo a terra.No capitulo 4 reconhecendo a queda, os autores argumentam que nossa responsabilidade servir ao senhor, mas mesmo assim ele no nos fora a faze-lo. Somos seres religiosos e precisamos de um foco supremo. O homem por toda histria tem rejeitado a revelao de Deus na criao e tem focado em algo, coisas criadas e as elevando em uma condio de divindade criando seus prprios dolos. A idolatria por si errada por tentar tornar um Deus invisvel, visvel da maneira errada. Pela desobedincia vivemos de forma que o domnio amoroso de Deus no visto. Devemos responder a esse chamado no sendo neutros em relao a Deus. Algumas pessoas vivem em um dualismo entre o sagrado e o secular na vida comum, coisa tal que no deve existir, em tudo aquilo que fazemos, e vivemos em todas as esferas de nossa vida devemos viver em resposta a lei csmica de Deus. A humanidade tm servido dolos ao invs de refletir a imagem de DeusEm transformado pela redeno, Walsh e Middleton, nos mostra a histria redentora, onde Deus promete a restaurao da criao cada, redeno essa que as Escrituras nos apresenta. Ela tem inicio pela manifestao do Messias. A restaurao ocorre por meio de Cristo atravs do perdo dos pecados envolvendo a restaurao total das vidas humanas pela obra de Cristo. O nosso crescimento em santidade, nossa maturidade tem como alvo a Imagem perfeita de Deus refletida em Jesus, atravs de nossas vidas, a igreja deve manifestar de modo visvel a vida e a presena de nosso Senhor. funo da Igreja trabalhar nesse mundo cado em prol da restaurao da criao, trazendo perdo, cura e renovao do domnio de Deus, devemos procurar entender os fenmenos culturais e traz-los para o domnio de Deus.A respeito da cosmoviso moderna uma pergunta muito relevante feita pelos autores se uma cosmoviso esta sempre fundamentada em um modo de vida, por que encontramos uma disparidade to grande entre a nossa maneira de viver e a cosmoviso bblica? A cosmoviso crist operante hoje nas igrejas, parece irrelevante para maior parte da vida, sendo assim uma traio tanto das Escrituras quanto de nossa confisso sobre o senhorio de Cristo. A viso dualista existe porque sobrepe a questo direcional da obedincia e desobedincia. O testemunho causado por essa realidade problemtico, fazendo com que os cristos exeram pouca influencia em nossa realidade cultural. Com a inteno de encontrar a fonte do problema, os autores trazem ento a viso de mundo de alguns dos pensadores que mais influenciaram o pensamento moderno (Plato, alma versus corpo; Toms de Aquino, natureza e graa). O dualismo foi que tornou o evangelho irrelevante para a vida como um todo, pois se o evangelho no comunica nenhuma palavra normativa para a cultura, ento daremos ouvidos a outras palavras, pois somos seres culturais. O secularismo como cosmoviso, tem progredido e moldado as instituies dominantes do mundo ocidental moderno. Vivemos em uma sociedade onde de maneira gradativa vem a crer e a afirmar que o prprio homem Deus. A essncia do humanismo moderno que a humanidade de deifica. Na cosmoviso secular o homem a medida de todas as coisas. Uma vez que a raa humana na modernidade se declarou autossuficiente e independente de Deus trs dolos foram levantados: o cientificismo, tecnicismo e o economismo. Vivemos em uma cultura em declnio que vem perdendo a f em sua cosmoviso fundamental.Diante dessa realidade a cultura atual precisa de uma reposta crist a essa realidade. Os autores afirmam que se os cristos no responderem situao cultural atual, isso se caracterizara como uma inconsistncia com a cosmoviso bblica e desobedincia a Deus. A cosmoviso crist deve abranger todas as reas da vida comum do ser humano dolos devem ser renunciados, mesmo sabendo que no podemos calcular a felicidade, continuamos a acumular riquezas e bens de tal modo que desmentimos nosso conhecimento intelectual, mostrando assim onde est o nosso corao.A tentativa crist de filosofar a respeito do assunto, deve iniciar com a conscincia de que tudo o que existe est sujeito e existe apenas em resposta lei da criao de Deus. Cristo nos convida a submetermos inclusive nossos estudos ao senhorio de Cristo, o academicismo tem que ser uma resposta particular ao mandato cultural de cultivar e manter o jardim da criao, por meio de praticar um academicismo fundamentado em uma estrutura filosfica com inspirao bblica, damos testemunho do Criador e de seu filho Jesus Cristo.