Resumo do Livro: Como nasce o Direito de Francesco Carnelutti. O autor define como economia ou ato econmico a satisfao das necessidades bsicas do homem. A primeira dessas necessidades a propriedade, o domnio de um conjunto de coisas que lhe sirva para a vida e, para conquist-lo, o homem no hesitar em entrar em guerra com outro. Portanto, a economia egosta e, somente os sentimentos da moral - o altrusmo em essncia no faro imperar a paz entre os homens e vigorarem os contratos entre eles. neste momento que entra em cena o direito. O direito impe uma conduta a ser seguida, um mandato, pondo fim guerra entre os indivduos. Older faz cumprir o mandato pelo uso da fora, em prol do bem da coletividade. Qualquer conduta que v contra isso ser chamada de delito, que ser punida atravs da aplicao de sanes ou penas. Essas penas tm a funo repressiva - de afligir quem comete o delito e tambm preventiva, para que o punido no reincida no delito e sirva de exemplo aos demais. O reconhecimento do furto como um delito implica no reconhecimento da propriedade como um direito. O infrator ter que restituir pessoa que furtou o bem em questo, e, caso isso no se mostre possvel ou suficiente, ter que lhe dar algo que o pertence legalmente. Assim, aquele que foi furtado, alm do direito de propriedade sobre os prprios bens, passa a ter direito tambm sobre a coisa alheia, o chamado direito de crdito. Esse reconhecimento jurdico da propriedade faz com que o contrato, antes somente uma promessa recproca, passe a ter eficcia jurdica, a fora de um mandato. O contrato ento se torna um negcio jurdico, podendo ser gratuito (comodato e doao), oneroso (venda e locao), e de colaborao econmica (intercmbio e associao). As definies de propriedade, delito e contrato citadas anteriormente dependem de um mandato. Para que esse mandato seja eficaz, ele precisa estar estabelecido antes que se d o conflito, para que as partes possam se orientar. Para isso so formulados mandatos hipotticos gerais, que so expressos e explcitos atravs de artigos, nas leis. A aplicao das leis em situaes particulares depende de um juzo, que ser dado aps um processo, para dizer qual das partes est correta e qual merece ser punida, se for o caso. Tanto nos processos civis quanto nos penais existem duas fases distintas: a primeira a de cognio, onde se compreende e investiga o caso para se emitir uma sentena; a segunda, de execuo, faz cumprir o que foi estabelecido na sentena. Vemos assim, que a sociedade busca a estabilidade atravs do direito. O Estado a sociedade juridicamente ordenada e se move assim como ela. Esse produto do direito formado por grandes instituies como o governo, o parlamento, e tambm por menores, como a famlia, as associaes, os sindicatos. O que une as pessoas de uma regio em comunidades sua cultura, em especial a lngua. Esse grande grupo com um tronco em comum chamado de nao, e em torno dela que se constitui o Estado moderno, o Estado Nacional. Porm, a relao entre diversos Estados Nacionais tambm precisa ser harmnica e, assim como ocorre com os indivduos, de um direito que a regule. Da existe a necessidade de se desenvolver um direito e Estado supranacionais sem que a soberania nacional seja prejudicada. A isso se d o nome de Comunidade Internacional. Em concluso, v-se que o direito um meio para a justia. A justia, porm, no rgida como a lei. A jurisprudncia , em ltima instncia, a adaptao das leis s singularidades do caso concreto, em busca de um direito justo.