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Resumo de Gestão da Interface Empresa x Sociedade Aula 1 – A era do capitalismo criativo e sustentável - As empresas que vinculam suas ações socioambientais às suas estratégias empresariais reforçam suas marcas, posicionam-se melhor em seus mercados, diferenciam-se dos seus concorrentes, motivam seus empregados e parceiros, ganham espaço na mídia, conquistam e fidelizam clientes, conseguem a simpatia do público, obtêm a adesão e o apoio dos seus acionistas e estreitam seus relacionamentos com o governo e a sociedade. - Era do capitalismo criativo também pode ser chamada de era do capitalismo responsável e também sustentável: não deve prevalecer a idéia do negócio em si, a primazia do lucro em detrimento de outros fatores, como a preservação do meio ambiente, o bom relacionamento com a comunidade, a ética, a boa imagem, o respeito e a admiração dos clientes, a satisfação dos acionistas, o atendimento das necessidades dos empregados, a aprovação de toda a sociedade e a colaboração com o governo. - Formas assumidas pelo capitalismo criativo: • criação de negócios voltados para o mercado das classes menos favorecidas (são as empresas que lançam produtos voltados para a base da pirâmide); • desenvolvimento de produtos e serviços que visam à melhoria das condições de vida das populações mais pobres; • negócios sustentáveis ou responsáveis, direcionados para a preservação ambiental e a promoção do desenvolvimento das comunidades locais; e • empresas que fomentam as atividades de empreendedorismo local, com ênfase na concessão de microcrédito. - Capitalismo criativo: promove a inclusão social, cidadania plena, maior participação e bem comum. -Podemos afirmar que a Ricardo Eletro, ao cobrar preços mais baixos e parcelar as compras para os clientes, cumpre uma função social relevante e compatibiliza as estratégias sociais e empresariais: permite o acesso dessa população a bens de consumo que vão permitir melhorias em suas vidas, e através de crédito, cria facilidades de compra. - Uma das vertentes da prática do capitalismo criativo: a produção e comercialização de produtos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das populações carentes. - Exemplo de prática de capitalismo criativo: (1) produtos Frandsen geram lucros e contribuem para a erradicação de doenças e promovem melhorias consideráveis na qualidade de vida das comunidades pobres (não são vendidos diretamente para essa população, mas para o governo e organizações que assistem essas comunidades); (2) Freeplay Energy que leva luz a lugares onde não existe rede elétrica, facilitando a vida dessas populações. - Outra vertente do capitalismo criativo: a preservação ambiental e o desenvolvimento da comunidade onde a empresa ficcalizada. plo de negócios que causam danos inevitáveis ao meio a, como minérios e petróleo. - Diferenmomentos da história do ambientalismo empresarial: (1) anos 1960 – agrotóxicos e poluição do ar; (2) anos 1970 – conflitos entre empresas e agências de proteção ambiental; (3) a partir dos anos 1980 – preservação do meio ambiente torna- se tema de responsabilidade social; e (4) anos 1990 – a preservação ambiental torna- se uma das estratégias empresariais. - Conceito de negócio ambientalmente responsável: é fruto de um processo de gestão ambiental, social e economicamente sustentável. É comum nas empresas que atuam no trinômio negócio – sociedade – ambiente. Suas ações não priorizam apenas o crescimento do negócio, mas também a preservação ou restauração do ambiente e o desenvolvimento da comunidade. - Empreendedores sociais: pessoas comuns, conhecedoras da realidade socioeconômica onde vivem, que têm idéias criativas de negócios sustentáveis e buscam fontes de financiamento para seus projetos.

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Resumo de Gesto da Interface Empresa x Sociedade

Aula 1 A era do capitalismo criativo e sustentvel

- As empresas que vinculam suas aes socioambientais s suas estratgias empresariais reforam suas marcas, posicionam-se melhor em seus mercados, diferenciam-se dos seus concorrentes, motivam seus empregados e parceiros, ganham espao na mdia, conquistam e fidelizam clientes, conseguem a simpatia do pblico, obtm a adeso e o apoio dos seus acionistas e estreitam seus relacionamentos com o governo e a sociedade.- Era do capitalismo criativo tambm pode ser chamada de era do capitalismo responsvel e tambm sustentvel: no deve prevalecer a idia do negcio em si, a primazia do lucro em detrimento de outros fatores, como a preservao do meio ambiente, o bom relacionamento com a comunidade, a tica, a boa imagem, o respeito e a admirao dos clientes, a satisfao dos acionistas, o atendimento das necessidades dos empregados, a aprovao de toda a sociedade e a colaborao com o governo.- Formas assumidas pelo capitalismo criativo: criao de negcios voltados para o mercado das classes menos favorecidas (so as empresas que lanam produtos voltados para a base da pirmide); desenvolvimento de produtos e servios que visam melhoria das condies de vida das populaes mais pobres; negcios sustentveis ou responsveis, direcionados para a preservao ambiental e a promoo do desenvolvimento das comunidades locais; e empresas que fomentam as atividades de empreendedorismo local, com nfase na concesso de microcrdito.- Capitalismo criativo: promove a incluso social, cidadania plena, maior participao e bem comum.-Podemos afirmar que a Ricardo Eletro, ao cobrar preos mais baixos e parcelar as compras para os clientes, cumpre uma funo social relevante e compatibiliza as estratgias sociais e empresariais: permite o acesso dessa populao a bens de consumo que vo permitir melhorias em suas vidas, e atravs de crdito, cria facilidades de compra.- Uma das vertentes da prtica do capitalismo criativo: a produo e comercializao de produtos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das populaes carentes.- Exemplo de prtica de capitalismo criativo: (1) produtos Frandsen geram lucros e contribuem para a erradicao de doenas e promovem melhorias considerveis na qualidade de vida das comunidades pobres (no so vendidos diretamente para essa populao, mas para o governo e organizaes que assistem essas comunidades); (2) Freeplay Energy que leva luz a lugares onde no existe rede eltrica, facilitando a vida dessas populaes.- Outra vertente do capitalismo criativo: a preservao ambiental e o desenvolvimento da comunidade onde a empresa ficcalizada. plo de negcios que causam danos inevitveis ao meio a, como minrios e petrleo. - Diferenmomentos da histria do ambientalismo empresarial: (1) anos 1960 agrotxicos e poluio do ar; (2) anos 1970 conflitos entre empresas e agncias de proteo ambiental; (3) a partir dos anos 1980 preservao do meio ambiente torna-se tema de responsabilidade social; e (4) anos 1990 a preservao ambiental torna-se uma das estratgias empresariais.- Conceito de negcio ambientalmente responsvel: fruto de um processo de gesto ambiental, social e economicamente sustentvel. comum nas empresas que atuam no trinmio negcio sociedade ambiente. Suas aes no priorizam apenas o crescimento do negcio, mas tambm a preservao ou restaurao do ambiente e o desenvolvimento da comunidade.- Empreendedores sociais: pessoas comuns, conhecedoras da realidade socioeconmica onde vivem, que tm idias criativas de negcios sustentveis e buscam fontes de financiamento para seus projetos.- Canibalismo corporativo: prticas utilizadas pelas empresas que degradam o meio ambiente e instituem hbitos de consumo suprfluos.- Microcrdito: modalidade de financiamento que busca permitir o acesso dos pequenos empreendedores ao crdito.

Aula 2 O relacionamento da empresa com os seus diversos pblicos-alvo

- A empresa no um ente isolado que atua de forma soberana em seu ambiente. Para sobreviver e se desenvolver, ela necessita criar, implementar, manter e redefinir relacionamentos com outros entes, como, por exemplo, os seus fornecedores e parceiros, o governo, os sindicatos e as associaes de classe, a mdia, a sociedade e at mesmo o ambiente fsico onde est inserida.- Alm desses pblicos externos, a empresa deve manter um estreito relacionamento com dois tipos de pblicos que interferem diretamente no desempenho do seu negcio: so os stakeholders ( seus empregados e familiares, os seus acionistas majoritrios e minoritrios).- A empresa, para manter, crescer e expandir o seu prprio negcio, deve estreitar o relacionamento com seus diversos parceiros e colaboradores, os quais denominamos pblicos-- Pblico alvo de uma empresa: acionistas, estado/governo, empregados, comunidade, fornecedores, clientes, ambiente, concorrentes, e franqueados.- Objetivos dos acionistas: bom desempenho da empresa e a maximizao do lucro, proporcionando altos rendimentos.- Objetivos do estado / governo: cumprimento das leis e obrigaes legais por parte da empresa- Objetivos dos empregados: ter um bom emprego, bem remunerado, desenvolvimento pessoal e profissional e qualidade de vida no trabalho.- Objetivos da comunidade: melhores oportunidades de trabalho, investimentos socioeconmicos e ambientais que contribuam para a melhoria das condies e vida local.- Objetivos dos fornecedores e clientes: manter relaes comerciais justas, ticas, duradouras, de confiana e lealdade recprocas.- Objetivos em relao ao ambiente: o ambiente tornou-se um stakeholder super importante para qualquer empresa, e ela deve proteg-lo por meio de aes de reciclagem, reflorestamento e uso de tecnologias limpas.- Objetivos dos concorrentes: em vez de competidores, podem ser vistos como parceiros do negcio, atravs de acordos e convnios de produo e comercializao.- Objetivos dos franqueados: serem parceiros de negcios que exigem relacionamentos confiveis, permanentes, respeito mtuo, transparncia e colaborao, ou seja, um contrato de parceria.- Atendendo s demandas dos seus stakeholders, a empresa desenvolve o seu negcio, ganha reputao no mercado, fortalece sua marca, consolida-se na liderana do seu segmento de atuao e eleva o seu valor de mercado.- Por que algumas empresas assumem o risco e divulgam na mdia campanhas de recall: Para uma empresa tica, socialmente responsvel, o relacionamento com os clientes fundamental para a sua reputao e sobrevivncia, pois a sua base de clientes o seu principal ativo, alm da sua marca. Assumindo todos os riscos envolvidos no recall (por exemplo, perda de imagem, fuga de clientes, perda de mercado), bem como os custos que so repassados aos clientes (divulgao na mdia, conserto e reparao), a empresa assume publicamente o seu erro de fabricao. Com tica e transparncia, assume o problema e age com rapidez e eficincia para solucion-lo. Deve ser lembrado o risco dos processos movidos pelos clientes lesados, que podem se multiplicar nessa situao, o que significa pesadas multas e indenizaes.- Teoria dos grupos de interesse: diz em benefcio de quem a empresa deve ser gerenciada.- Teoria dos grupos de interesse, de Freeman: a empresa deve gerenciar suas atividades com o foco em dois grupos de interesse: os grupos primrios e os secundrios.- Grupos primrios: so aqueles que influenciam diretamente os negcios da empresa (por exemplo, os acionistas, os scios, os empregados, os fornecedores, os clientes, os parceiros, a populao residente na rea de atuao da empresa, o ambiente natural, as espcies no-humanas e as futuras geraes).- Grupos secundrios: so aqueles que influenciam indiretamente a empresa, no so afetados diretamente por ela e no esto diretamente engajados nas suas transaes (por exemplo, a mdia, os grupos de presso), mas afetam a sua reputao, porque mobilizam a opinio pblica.- Os seis principais modelos de anlise que se aplicam no diagnstico dos problemas de relacionamento de uma empresa com os seus diversos pblicos: o modelo de Preston e Post; o modelo de Mitchel, Agle e Wood; o modelo de Freeman e Gilbert; o modelo de Ann Svedsen; o modelo de D. Wheeler e M. Sillanp; o modelo de Donaldson e Preston.- ModelPrestpn e Post (Teoria dos tipos de envolvimento da empresa com seu ambiente): o exerccio da Responsabilidade Social Corporativa deve ser analisado com base em dois fatores: o envolvimento primrio e secundrio das empresas com o ambiente social.- Envolvimento primrio: diz respeito s atividades econmicas da empresa, como, por exemplo, vender produtos e servios, contratar pessoas, comprar matria-prima e componentes com fornecedores, instalar, modernizar e ampliar instalaes comerciais e industriais, bem como o cumprimento das obrigaes legais e tributrias (pagamento de tributos, obedincia s leis). Sua principal caracterstica o seu papel relevante para a sobrevivncia da empresa.- Envolvimento secundrio: compreende o impacto das atividades econmicas e legais da empresa (envolvimento primrio) no ambiente. Exemplo: a contratao de empregados (atividade primria) cria oportunidades de emprego na sociedade local (atividade secundria).- Seus produtos e servios (atividade primria) podem contribuir para a melhoria da vida dos consumidores (atividade secundria). O pagamento dos impostos (atividade primria) permite ao governo local investir em sade, educao e infra-estrutura (atividade secundria).- Reatividade social: composta de duas abordagens bsicas: o nvel micro (que analisa a reatividade individual das empresas em relao s questes sociais), e o nvel macro (que estuda as foras que determinam as questes sociais s quais as empresas devem reagir).- Modelo de Mitchel, Agle e Wood (Teoria do Poder dos Stakeholders): um stakeholder torna-se to mais merecedor de ateno quanto mais satisfaz a trs fatores: poder, legitimidade e urgncia, conjunto ao qual denominam nfase ou preponderncia (salience) do stakeholder. Busca identificar grupos de interesse com base nesses trs fatores.- Fator poder: identifica os tipos utilizados pelos grupos de interesse. O modelo busca identificar trs tipos de grupos de interesse: aqueles que exercem o poder coercitivo sobre a empresa (secretarias de Fazenda, agncias de meio ambiente), aqueles que exercem o poder utilitrio sobre a empresa, pois controlam sobre seus bens e servios e os smbolos que permitem a aquisio destes (por exemplo, os sindicatos, que pressionam por melhores salrios; os fornecedores, que vendem seus produtos e componentes para a empresa; os clientes, que exigem qualidade, preo e atendimento) e aqueles grupos de interesse que exercem o poder normativo sobre a empresa, ou seja, criam smbolos que promovem prestgio e estima entre os que os possuem, bem como aceitao na sociedade, por exemplo, as associaes de classe e profissionais s quais esto filiados seus empregados.- Fator legitimidade: grau de aceitao das aes dos grupos de interesse, ou seja, se legtimas, suas aes so percebidas pela empresa e pela sociedade como desejveis, corretas e apropriadas. o caso dos acionistas, que exigem melhor remunerao do seu capital e, conseqentemente, maiores lucros e produtividade da empresa; dos clientes, que pagaram e exigem contrapartidas; e da comunidade local, em busca de oportunidades de emprego.- Fator urgncia: representa o carter crtico das aes dos grupos de interesse. So adequadas ao tempo e devem ser desenvolvidas naquele momento. O melhor exemplo so os consumidores que se sentem lesados pela empresa e exigem reparaes.- Grupos de interesse atuantes (expectant stakeholders): aqueles que possuem dois ou mais fatores. Esses so mais facilmente percebidos pelos executivos e gerentes, e suas demandas so quase sempre atendidas. O grupos de interesse atuantes podem ser divididos em trs grupos: os grupos de interesse dominantes (que possuem os fatores de poder e legitimidade; sua capacidade de influenciar a empresa alta, so os acionistas e credores); os grupos de interesse dependentes (que tm legitimidade e urgncia, mas no tm poder. So exemplos as populaes afetadas pela poluio causada pela empresa); e os grupos de interesse perigosos (que tm poder e urgncia, mas no tm legitimidade. So capazes de usar a fora para exigir da empresa o atendimento de suas exigncias por exemplo, os grupos ambientalistas radicais, os guerrilheiros e os terroristas).- H, tambm, os grupos de interesse definitivos (definitive stakeholders), os quais possuem todos os fatores: poder, legitimidade e urgncia. Tm destaque e, assim, so facilmente percebidos pelos executivos e gerentes. Sua capacidade de influenciar a empresa muito elevada.- Modelo do Freeman e Gilbert: A Teoria dos nveis de interao da empresa com o ambiente: Tem como objetivo contribuir para a identificao dos stakeholders (qualquer grupo ou indivduo que pode afetar ou ser afetado pela empresa) que interagem com a empresa.- Os trs nveis de interao da empresa com o ambiente: Nvel racional (ambiente no qual a empresa est inserida, onde esto os grupos ou indivduos com algum grau de relacionamento com a empresa. So os grupos de interesse que podem afetar a existncia ou o funcionamento da empresa. Exemplos;as agncias de proteo ambiental, a administrao da sade e segurana ocupacional, a vigilncia sanitria, os sindicatos etc); Nvel processual (procedimentos operacionais utilizados pela empresa para se relacionar com o seu ambiente, constitudo pelo universo de mltiplos stakeholders. So exemplos os processos de planejamento estratgico, as vendas, a produo e logstica desenvolvidos pela empresa e a anlise das demandas ambientais que interferem em tais procedimentos, por exemplo, a demanda de mercado, as estratgias das concorrentes, as fontes de fornecimento, as necessidades e desejos dos consumidores); e Nvel transacional (interao entre os executivos e gerentes da empresa com seus diversos pblicos, por exemplo, a negociao de executivos da empresa com organizaes ambientalistas por ocasio da aprovao do projeto).- Modelo de Ann Svedsen: A Teoria das estratgias de relacionamento da empresa com os seus stakeholders: Svedsen apresenta duas estratgias que uma empresa pode adotar em seu relacionamento com os stakeholders: uma abordagem estratgica tradicional (a administrao dos stakeholders), e uma abordagem estratgica moderna e inovadora (a colaborao com os stakeholders).- Caractersticas da abordagem estratgica tradicional (administrao dos stakeholdeers): estratgia fragmentada; foco na administrao das relaes; nfase na defesa da organizao; relacionada aos objetivos de curto prazo do negcio; implementao dependente dos interesses dos departamentos e do estilo pessoal dos gerentes.- Caractersticas da abordagem estratgica moderna e inovadora (colaborao com os stakeholers): abordagem integrada; foco na construo das relaes; nfase na criao de oportunidades para mtuos benefcios; relacionada aos objetivos de longo prazo do negcio; abordagem coerente dos dirigentes pelos objetivos dos negcios, valores e estratgias corporativas.- Estratgia de Administrao dos stakeholders: a empresa se relaciona separadamente com cada um deles; Seu objetivo defender-se contra as presses e influncias de cada stakeholder; Utiliza tais relacionamentos para dar suporte ao alcance de seus objetivos de curto prazo e com base nos interesses de cada departamento e nos estilos pessoais de cada gerente.- Exemplos de estratgia de administrao dos stakeholders: as empresas que adotam posturas distintas no trato com a mdia, no relacionamento com o governo, a sociedade, seus clientes, parceiros, fornecedores, empregados, sindicatos e associaes de classe.- Nas empresas que utilizam a estratgia de administrao dos stakeholders, cada unidade segue um padro de relacionamento por exemplo, a rea de Recursos Humanos desenvolve uma linha de ao pouco colaborativa com os empregados. Ao contrrio, a rea de logstica tem um relacionamento de intensa colaborao e confiabilidade com seus terceirizados.- Estratgia de colaborao com os stakeholders: caracteriza-se por uma abordagem integrada. A empresa utiliza o mesmo padro de transparncia, confiana, participao e lealdade em seus relacionamentos com todos os seus stakeholders; Seu foco na construo de relaes por exemplo, as empresas que incorporam seus fornecedores sua gesto da cadeia de suprimentos, que criam conselhos de clientes e de acionistas, que ouvem sistematicamente as demandas e sugestes de seus parceiros e, assim, reforam seus vnculos; Essas empresas agem de forma proativa na busca de solues para os problemas atuais e futuros e identificam oportunidades para gerar mtuos benefcios para si prprias e para seus stakeholders. - A criao, manuteno e avaliao desses relacionamentos so gerenciadas com base no alcance dos objetivos estratgicos de longo prazo, nos valores e compromissos, na misso e na viso da empresa.- Modelo de D. Wheeler e M. Sillanpaa: as caractersticas da organizao Stakeholder: criaram o conceito de organizao stakeholder (stakeholder organization) e definiram as suas principais caractersticas.- Principais caractersticas da organizao stakeholder: seu modelo de administrao o gerenciamento das relaes com base em contratos; sua gesto baseia-se num conjunto de contratos, os quais estabelecem as expectativas da empresa em relao s partes interessadas, para atingir seus objetivos; atravs desses contratos, so fixadas as expectativas de ambos empresa e partes interessadas; a finalidade de tais contratos o estmulo cooperao entre a empresa e as partes interessadas; os instrumentos utilizados so contratos explcitos (formais, frutos de acordos entre as partes e cujo cumprimento reforado por lei) e implcitos (as obrigaes e os deveres no so especificados previamente, mas so garantidos por lei, e os resultados no so observveis).- Incluso dos stakeholders ou stakeholding: incorporao da Responsabilidade Social como um processo de melhoria contnua com base nos seguintes fatores: confiana, integridade, sustentabilidade, liderana e comprometimento.- Modelo de Donaldson e Prestonb: Os diferentes usos da teoria dos stakeholders: Os autores identificaram os trs usos que podem ser feitos na anlise de uma organizao com base na teoria dos stakeholders: o descritivo, o instrumental e o normativo.- Uso descritivo da teoria dos stakeholders: caracteriza-se pela descrio e anlise do funcionamento e desempenho da empresa com base nos relacionamentos que mantm com os stakeholders (por exemplo, relacionamentos de curto, mdio ou longo prazo, tipos de contratos, objetivos das partes envolvidas). - Uso instrumental da teoria dos stakeholders: utilizada como uma ferramenta de gesto. Os relacionamentos com os stakeholders so analisados com base no seu impacto na melhoria do desempenho da empresa (por exemplo, os ganhos da empresa em seu relacionamento com os franqueados e terceirizados; a reduo dos custos no gerenciamento da cadeia de suprimentos, envolvendo todos os fornecedores; a prtica de governana corporativa e seus reflexos no relacionamento com os acionistas; as polticas e os programas de recursos humanos e seus reflexos na produtividade).- Uso normativo da teoria dos stakeholders: tem como objetivo reconhecer os interesses dos empregados, clientes, fornecedores, acionistas e demais stakeholders. comum naquelas empresas que fazem pesquisas peridicas sobre necessidades e ndices de satisfao dos seus stakeholders (por exemplo, pesquisas de clima organizacional, pesquisas de feedback junto a clientes, reunies de trabalho com fornecedores e franqueados, emisso de informativos de prestao de contas para os acionistas).

Aula 3 O exerccio da responsabilidade social corporativa: a empresa voltada para o cliente interno e externo e para a sociedade

- Gesto da Responsabilidade Social Corporativa (RSC) ou Empresarial (RSE): As empresas, conscientes do seu papel social e do seu compromisso com o governo, a sociedade, seus fornecedores, clientes, acionistas, empregados e demais parceiros, ingressaram na onda social corporativa. Elas mudaram sua forma de atuao, renovaram suas estratgias, criaram novas prticas, reforaram seu marketing e muitas foram ainda mais alm departamentalizaram-se ao criar seus prprios braos de atuao social por intermdio das suas fundaes.- Conceito de Responsabilidade Social Corporativa: nova atitude empresarial de respeito natureza, sociedade, aos clientes como cidados, ao governo e aos demais parceiros como atores de um processo conjunto de gesto do social.- Responsabilidade Social: a responsabilidade de uma empresa diante da sociedade. a empresa se preocupar com todo e qualquer impacto que seu negcio traga para a sociedade e o meio ambiente.- Para Elkington, o mundo empresarial j viveu trs ondas de presses socioambientais e est em vias de enfrentar uma quarta: (1) representa o incio da conscincia social e ambiental das empresas. Os governos, ao criarem as suas agncias de controle ambiental e a legislao especfica, bem como a sociedade, consciente da gravidade dos problemas sociais e ambientais, comearam a pressionar as empresas para adotarem uma nova postura e prtica em relao a tais temas; (2) o movimento de responsabilidade social ganha flego na sociedade, com a atuao das ONGs ambientalistas e dos grupos sociais radicais. As empresas comearam a criar fundaes para desenvolver seus programas e projetos sociais, publicaram balanos sociais e obtiveram certificaes sociais e ambientais; (3) sobreveio o paradigma do desenvolvimento sustentvel e da governana corporativa. As empresas assumiram o papel de agentes do desenvolvimento local e regional; e (4) indica que vamos entrar em uma nova era de grandes transformaes sustentveis, o que implicar o uso de tecnologias limpas e sustentveis, a exploso do mercado verde e dos produtos ecologicamente corretos, a formao de redes de cooperao e de estmulo ao empreendedorismo social. o que muitos denominam era da globalizao positiva.- Duas reaes distintas surgiram em relao a RSC ou RSE: Os que apiam o exerccio da RSE vem a funo social como uma extenso natural das demais funes e vocaes da empresa. A corrente contrria ao envolvimento das empresas na questo social lembram os riscos e perigos da apropriao do social pelo modelo empresarial, sendo o principal deles a apropriao de um modelo de gesto (a gesto das prticas socialmente responsveis e do marketing social) para auferir mais lucro, mais visibilidade de suas marcas e desfrutar de melhor imagem junto aos seus diversos pblicos, alm de motivar seus empregados para obter maior produtividade. Esses seguidores criticam as estratgias de empresarizao do social e a sua marketizao, sob o pretexto nico de apropriar-se do bem para atenuarem ou disfararem as mazelas e prticas antiticas vigentes na grande maioria das empresas.- Para esses crticos, tudo planejado no meio empresarial: da escolha estratgica dos alvos sociais at as estratgias e aes socialmente responsveis e a divulgao dos resultados alcanados.- Objetivos econmicos e sociais no so distintos como se pensava antigamente. Hoje as empresas mais lucrativas so aquelas que mais investem no social.- a RSC tornou-se um instrumento de gesto de pessoas, da cultura e do clima organizacional.- Prtica da Responsabilidade Social Interna: Com nfase nos programas motivacionais, de compensao e de benefcios, de melhoria da qualidade de vida no trabalho (QVT) e de voluntariado, a RSC consolidou sua posio como valioso instrumento de gesto empresarial interna. - Uma empresa socialmente responsvel deve privilegiar o relacionamento com os seus empregados e criar internamente um ambiente de trabalho saudvel.- Prticas de gesto empresarial social voltada para a comunidade: o seu exerccio focaliza os investimentos sociais da empresa suas aes sociais sob a forma de programas e projetos. Compete empresa contribuir para o desenvolvimento da comunidade, em parceria com o governo e as entidades locais, sobretudo no que se refere aos programas e projetos sociais da empresa em relao s comunidades em seu entorno.- Prtica da gesto ambiental, priorizando as relaes da empresa com o meio ambiente: Preocupada com o impacto de suas aes no meio ambiente e atenta s demandas ecolgicas da sociedade e crescente onda de conscientizao ambiental, bem como aos rigores da legislao ambiental, as empresas tornaram-se provedoras de prticas social e ambientalmente responsveis. A empresa parte do meio ambiente e, portanto, deve contribuir para a sua preservao.- A RSC agregou a dimenso tica, e hoje comum a expresso gesto da RSC e da tica empresarial. A moral tornou-se condio para o sucesso a mdio e longo prazo dos negcios a tica o motor de uma empresa eficiente.- Estgios da evoluo tica das empresas: Estgio 1 (empresas criminosas empresas que praticam crimes na rea do Direito Civil e Penal - narcotrfico, fabricao de remdios falsificados, crime organizado e utilizao de mo-de-obra escrava e infantil ); Estgio 2 (empresas predatrias poluem o meio ambiente, fazem lavagem de dinheiro, cometem dolo ao consumidor, desrespeitam os direitos trabalhistas e esto envolvidas em corrupo); Estgio 3 (empresas capitalistas selvagens so as empresas que buscam o lucro de qualquer forma e se beneficiam de brechas na lei para maximizar seus resultados); Estgio 4 (empresas capitalistas empresas que adotam a tica do lucro, obedecem lei e s fazem o que ela determina); Estgio 5 (empresas humanas voltadas para seus prprios empregados (seus principais ativos), motivam seus funcionrios para melhorar seus resultados); Estgio 6 (empresas socioutilitaristas desenvolvem aes sociais, internas e externas, apenas com o objetivo de melhorar a imagem e fazer marketing); Estgio 7 (empresas cidads possuem em sua misso valores e propsitos sociais, adotam causas sociais e investem em seus empregados, parceiros e na comunidade); Estgio 8 (empresas divinas vendem produtos com o objetivo de desenvolver aes nos campos social e ambiental. Atuam como verdadeiros agentes do desenvolvimento sustentvel. O negcio uma mera estratgia para realizar algo maior).- As abordagens da RSC so desenvolvidas a partir das vises da alta direo da empresa. Essas vises compartilham diferentes perspectivas de anlise do processo de gesto da RSC.- As trs perspectivas de anlise da RSC: (1) de natureza humanitria, visualiza o processo de RSC como uma ao filantrpica dos dirigentes das empresas; (2) focaliza a busca de ganhos institucionais e visualiza o exerccio da RSC como uma estratgia de marketing da empresa; (3) de natureza sociopoltica, percebe a RSC como resultado das presses crescentes da opinio pblica dos consumidores e dos movimentos da sociedade civil.- Trs tipos de abordagens da RSC: (a) a RSC como obrigao social; (b) a RSC como responsabilidade social propriamente dita;(c) a RSC como exerccio da sensibilidade social.- Empresas que utilizam a abordagem da obrigao social: entendem que o simples fato de a empresa cumprir suas obrigaes legais (gerar emprego, pagar salrios e impostos, cumprir leis) j garante para si prpria a condio de empresa socialmente responsvel (a empresa-cidad).- Empresas que utilizam a abordagem da responsabilidade social propriamente dita: vai alm do cumprimento de suas obrigaes sociais. Investe na melhoria das condies de trabalho de seus empregados, fornecedores e parceiros e desenvolve programas e projetos socioambientais.- Empresas que utilizam a abordagem da sensibilidade social: alm de cumprir suas obrigaes sociais e investir interna e externamente no social e na preservao do meio ambiente, atua como agente do desenvolvimento local e regional sustentvel. Seu foco de atuao no se restringe aos problemas imediatos, mas, sobretudo, s demandas de mdio e longo prazo. Sua conscincia socioambiental extrapola os limites da sua rea fsica de atuao, pois suas aes priorizam tendncias e problemas que esto surgindo, mesmo que afetem a empresa apenas indiretamente.- Identificao das empresas que praticam as trs abordagens da RSC: As empresas que fazem parte da terceira abordagem sensibilidade social so as que esto totalmente engajadas, da cpula base, tanto no nvel social quanto no ecolgico, segundo o consultor. Aquelas empresas nas quais as prticas da RSC so parciais, tmidas, controversas e buscam apenas ganhar imagem so as que fazem parte da segunda abordagem responsabilidade social. E as empresas que nada fazem e assumem desinteresse pelo assunto, pois se limitam a cumprir suas obrigaes legais e sociais, so aquelas que fazem parte da primeira abordagem obrigao social.- Teoria da Responsabilidade Social Corporativa como Vantagem Competitiva: a RSC no deve se basear apenas num nico fator a causa social ou as causas sociais priorizadas pela empresa , mas deve levar em conta o negcio da empresa. - Segundo essa teoria, o exerccio da RSC deve guiar-se por dois fatores bsicos: gerar benefcios importantes para a sociedade e agregar novas frentes para o negcio.- Segundo essa teoria, fazer o bem tem dois lados: fazer o bem para a sociedade e fazer o bem para o negcio. - Praticar a RSC no consiste apenas em investir em projetos sociais, realizar boas aes, praticar filantropia e fazer o que certo. A RSC, ao criar vantagem competitiva para a empresa (melhoria de imagem, agregao de valor a marca, produtos e servios, conquista de novos mercados, melhor posicionamento, fidelizao de clientes), faz bem ao negcio e tambm se constitui numa fonte de inovao para a empresa (por exemplo, uso de tecnologias limpas, produtos verdes, uso de tecnologias sociais, idias empreendedoras, novos estmulos motivacionais, novos modelos de gesto).- Teoria dos Desafios Sociais: Define os trs desafios a serem administrados pelas empresas em suas relaes com a sociedade - princpios de responsabilidade social corporativa ou empresarial; processos de responsabilidade; e administrao de questes..- Os cinco estgios que caracterizam a ao social de uma empresa: Estgio 1 (empresa no assume responsabilidades perante a sociedade e no desenvolve aes sociais de qualquer tipo ou natureza); Estgio 2 ( empresa reconhece os impactos causados pelos seus produtos, processos e instalaes e desenvolve algumas aes isoladas no sentido de minimiz-las); Estgio 3 (empresa est iniciando a sistematizao de uma avaliao dos impactos dos seus produtos, processos e instalaes e exerce alguma liderana em questes de interesse da comunidade. Existe envolvimento das pessoas nos esforos de desenvolvimento social); Estgio 4 (a avaliao dos impactos dos produtos, processos e instalaes est em fase de sistematizao. A empresa exerce liderana em questes de interesse da comunidade por meio do desenvolvimento de projetos, investimentos e parcerias. O envolvimento das pessoas nos esforos de desenvolvimento social freqente); Estgio 5 (a avaliao dos impactos dos produtos, processos e instalaes est sistematizada buscando antecipar as questes pblicas. A empresa lidera questes de suma importncia para a comunidade e dentro do seu setor de atividades. O estmulo participao de pessoas e esforos de desenvolvimento social sistemtico).- Responsabilidade social corporativa: a forma como a empresa age frente s necessidades sociais e ambientais. Compreende o conjunto de aes socioambientais desenvolvido pela empresa-cidad e pode ser exercida sob diferentes formas de atuao, direta ou indiretamente, com objetivos de curto, mdio e longo prazo, por meio de doaes ou investimentos, atravs de aes filantrpicas ou programas e projetos sociais de maior impacto socioambiental.- Responsividade social corporativa: traduz o tipo de comportamento estratgico adotado pela empresa diante de causas sociais por ela escolhidas como prioritrias em relao aos problemas socioambientais identificados e aos atores envolvidos (governo, associaes, sindicatos, movimentos sociais, ONGs).- Responsabilidade social corporativa e responsividade social corporativa so dois conceitos distintos, porm complementares. - No exerccio da responsabilidade social corporativa ou empresarial, a empresa desenvolve a sua capacidade de enfrentar problemas socioambientais e de responder s presses sociais.- No exerccio da responsividade social corporativa, a empresa demonstra o seu comportamento diante de um problema socioambiental que afeta diretamente os seus negcios.- Os quatro tipos de comportamento padro de responsabilidade social corporativa: o reativo, o defensivo, o acomodativo e o interativo.- Padro reativo: ocorre quando a empresa somente exerce a RSC ao se sentir ameaada por um problema social qualquer. Por exemplo, uma indstria farmacutica que, ao produzir um medicamento, provoca danos sade das pessoas. Nesse caso, ela imediatamente suspende a venda e a fabricao do remdio. - Padro defensivo: surge quando a empresa desenvolve uma campanha publicitria para se defender de acusaes de fraude, corrupo ou danos causados natureza por causa de suas atividades industriais.- Padro acomodativo: tpico daquelas empresas que nada fazem, mesmo quando os fatos trazem evidncias dos efeitos nocivos de produtos, servios e atividades da empresa.- Padro interativo: o melhor e mais adequado aos novos padres de atuao socioambiental. quando a empresa interage com o governo e as entidades da sociedade civil na busca de solues para os problemas socioambientais existentes ou que podero existir no futuro.- Padro de responsividade social do Bradesco, ao criar o Banco Planeta, que, em parceria com a Fundao Amazonas Sustentvel e o Governo do Estado do Amazonas, est desenvolvendo aes de desenvolvimento sustentvel na regio: Responsividade Social Corporativa do tipo interativo. Sua atuao no isolada, pois faz parcerias com outras entidades e desenvolve aes de promoo do desenvolvimento sustentvel.- Padro de responsividade social da revista poca quando escolheu a causa ambiental como o principal objetivo de suas aes sociais: encontrou na causa ambiental o seu novo modelode atuao, seu blog um exemplo de interao criativa com seus leitores, e uma empresa que adota o padro interativo de Responsividade Social Corporativa.- Padro de responsividade social do Condomnio Recanto da Barra quando foi multado pela Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro por despejar esgoto na lagoa de Marapendi e cobrou dos condminos a pesada multa, sob o disfarce de despesas extras, alegando novos investimentos na construo de uma estao de tratamento do esgoto do condomnio: padro reativo de Responsividade Social Corporativa, pois pagou imediatamente a multa, reconheceu o delito e props a construo de uma estao de tratamento de esgoto do condomnio para acabar com o gravssimo problema de poluio causado lagoa de Marapendi.- Padro de Responsividade social da Concessionria CVR, que explora o pedgio das estradas federais, faz todo ano a campanha do agasalho, seus servios so alvos de reclamaes dos usurios que pagam altas tarifas de pedgio: ao cobrar tarifas de pedgio abusivas e prestar pssimos servios, no cumpre a sua funo social bsica. Utiliza aes caritativas para melhorar sua imagem perante os clientes, o governo e a comunidade local, mas adota uma postura defensiva ao justificar-se perante os clientes e prometer melhorias em seus servios. Seu padro de atuao de Responsividade Social Corporativa do tipo acomodativo.- Padro de responsividade social do restaurante Recanto dos Bomios, famoso pelas aes trabalhistas movidas pelos seus ex-garons que, ao serem demitidos, cobram na Justia os valores referentes s gorjetas pagas pelos clientes e que nunca receberam enquanto trabalhavam na empresa: padro defensivo. A sua responsividade aos problemas sociais da comunidade inexistente.- A certificao das aes sociais contribui para a melhoria das gesto da RSC, pois define normas e procedimentos a serem adotados pela empresa na elaborao de polticas, diretrizes e projetos sociais.- Principal norma de certificao do exerccio da responsabilidade social corporativa: ISO 26000, ainda em processo de discusso e elaborao.- Nnormas ISO 9000 e ISO 14000: certificam a empresa por sua capacidade gerencial (a qualidade do seu processo de gerenciamento de produo e respeito ao meio ambiente).- Normas especficas BS 8800, OHSAS 18001 e AS 8000: certificam as empresas que do garantias adequadas para a segurana e para a sade do trabalhador, bem como o respeito aos direitos humanos e trabalhistas.- Norma AS 8000: estabelece normas para a defesa dos direitos dos empregados, incluindo a proibio do trabalho infantil, do trabalho escravo, a defesa da sade e segurana do trabalhador, a remunerao justa. Baseia-se nos preceitos da Organizao Internacional do Trabalho OIT e foi criada pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency (CEPAA), em 1997.- As empresas que obtm tais certificaes atestam o valor social da sua gesto e assumem uma postura verdadeiramente cidad no mercado em que atuam. Assim, adquirem maior reputao, valorizam sua marca e so respeitadas pelo governo, pelos clientes, fornecedores, empregados, pela mdia e sociedade civil organizada.

Aula 4 A onda verde

- Onda verde: movimento global de esverdeamento de conscincias, idias, valores, produtos, marcas e aes que tem no meio ambiente o seu credo principal, e na defesa da natureza, sua misso derradeira.- Miopia do verde: a viso de que o crescimento econmico decorrncia da devastao ambiental.- Os verdes radicais e suas exigncias socioambientais so ao mesmo tempo ameaa fartura nas vendas e demanda por mudanas estruturais em frmulas e linhas de produo.- o cliente radical verde pode ser um risco, quando faz exigncias que no podem ser atendidas, ou uma oportunidade de ampliar o negcio, se produtos forem reformulados.- Setores mais vulnerveis aos radicais verdes: os de alimentao, leo e gs, automobilismo, mercado de capitais, utilidades e imobilirio.- As presses sobre esses setores se traduzem no aumento do consumo de alimentos orgnicos e sucos naturais, compra de carros mais econmicos e menos poluentes, de eletrodomsticos com menor consumo de energia, investimentos em empresas campes em sustentabilidade e priorizao das construes sustentveis e dos edifcios verdes (imveis que priorizam a economia de energia e de gua e utilizam material certificado e reciclado em sua obra e operao).- O grande desafio conciliar a defesa da natureza o ser verde com o desenvolvimento econmico.- Exemplos que vm gerando danos gravssimos natureza e, conseqentemente, comprometendo o meio ambiente: gerao de energia (altos investimentos nas construes de hidreltricas em reas que deveriam ser preservadas); expanso da agricultura (uso descontrolado de agrotxicos, adubo qumico, saturao do solo); expanso da pecuria (abate abusivo de animais, consumo exorbitante de gua, contaminao do solo); expanso urbana (crescimento desordenado de reas construdas, desmatamento, falta de saneamento, contaminao de rios e lagoas, favelizao); expanso industrial (desmatamento, poluio atmosfrica, saneamento inadequado, contaminao de rios e lagoas).- Onda verde: o verde da natureza que simboliza a defesa do meio ambiente, a proteo dos recursos naturais, o amor Terra, o desenvolvimento sustentvel.- Por que a questo ambiental tornou-se um fator estratgico para as empresas nos dias atuais: Antes, a questo ambiental era tratada pelas empresas de forma pontual o atendimento das exigncias legais do governo (licenciamento ambiental, fiscalizao, regulao). Hoje, a questo ambiental extrapola o aspecto legal; de vital importncia para o sucesso de qualquer negcio. A empresa que causa danos ao meio ambiente, cujos produtos so nocivos sade das pessoas, e que no adota prticas sustentveis tem a sua imagem deteriorada, perde mercado e clientes. A sustentabilidade no apenas a do negcio, tambm a promoo da sustentabilidade local e regional, cuja tarefa a empresa deve repartir com o governo e demais parceiros. Da a dimenso estratgica empresarial da questo ambiental.- Presses que foram o surgimento da onda verde: o posicionamento dos stakeholders das empresas preocupados com as questes ambientais e o esgotamento progressivo dos recursos naturais que restringem as operaes da empresa.- Stakeholders: as presses pelo verde so cada vez maiores. A legislao ambiental rigorosa, os clientes que exigem produtos verdes, o governo que implementa polticas ambientais e submete as empresas a um rigoroso monitoramento e avaliao ambiental, os fornecedores que querem participar de uma cadeia de produo limpa, a sociedade civil com seus movimentos ambientalistas que exercem vigilncia constante sobre as empresas e os acionistas que sabem que o valor da empresa est associado a sua imagem e reputao de empresa social e ambientalmente responsvel.- Esgotamento dos recursos naturais: as empresas buscam reduzir seus custos de matrias-primas e investem cada vez mais em fontes alternativas de energia.- Empresa verde: aquela comprometida com as melhores prticas socioambientais, e que atua com eficincia energtica, porque gasta menos energia que os concorrentes e no desperdia gua com o seu funcionamento e lana produtos verdes.- Emrpesas verdes: desenvolvem aes estratgicas de preservao ambiental.- O meio ambiente um dos principais stakeholders de qualquer empresa.- Conceitos chaves de negcios sustentveis: produo limpa; ecoeficincia; Ecologia industrial; Produtividade verde; Quimica verde.- Produo limpa: uso de metodologias e tcnicas que buscam a eficincia produtiva, a reduo da poluio na fonte, a reduo ou eliminao de riscos para o ser humano e o meio ambiente e o ciclo de vida das espcies animais e vegetais. um estgio de excelncia para a indstria que deseja aumentar o seu grau de responsabilidade social e ambiental.- Princpios pelos quais a indstria deseja aumentar seu grau de responsabilidade social e ambiental: produo (produo limpa); preveno do resduo na fonte (controle total dos resduos); integrao total da produo (controle de todas as etapas da produo); participao democrtica (ampla divulgao das informaes).- Ecoeficincia: alcanada mediante o fornecimento de bens e servios, a preos competitivos, que satisfaam s necessidades humanas e tragam qualidade de vida, ao mesmo tempo que reduzem progressivamente o impacto ambiental e o consumo de recursos ao longo do ciclo da vida, a um nvel, no mnimo, equivalente capacidade de sustentao estimada da Terra.- Elementos bsicos da ecoeficincia: reduo do consumo de materiais e energia de bens e servios; reduo da disperso de substncias txicas; intensificao da reciclagem de materiais; maximizao do uso sustentvel de recursos naturais; prolongamento da durabilidade de produtos; agregao de valor a bens e servios.- Ecologia industrial: estudo dos relacionamentos entre sistemas industriais e atividades econmicas com os sistemas naturais.- Ecossistema industrial: reestruturao dos sistemas industriais a partir do conhecimento de como tais sistemas funcionam e so regulados, bem como suas interaes com a biosfera; e do conhecimento disponvel sobre o meio ambiente, de forma a compatibiliz-los com os ecossistemas naturais.- Produtividade verde: uma estratgia para aumentar a produtividade e o desempenho ambiental para o desenvolvimento socioeconmico global.- Qumica verde: o uso da qumica para prevenir a poluio. o planejamento de produtos e processos qumicos que sejam saudveis ao ambiente.- Dimenseseco: representam a incorporao de diversos conceitos de mundo dos negcios nas questes ecolgicas. a juno desses elementos as dimenses empresarial e ecolgica (ambiental).- Dimenses eco que so objetos do gerenciamento das empresas verdes: ecoeficincia (melhoria da produtividade dos recursos); reduo de ecodespesas (reduo dos custos ambientais); ecoeficincia da cadeia de valor (reduo dos custos em todas as etapas da cadeia produtiva e de valor); ecodesign (inovao do design e da embalagem de produtos e criao da linha de produtos verdes); ecovendas e marketing (posicionamento do produto como verde); mercado ecodefinido (foco em segmentos de clientes verdes); ecorrisco (reduo dos riscos ambientais); e ecovantagem (melhor imagem e maiores vendas obtidas pelas empresas verdes).- Em quais dimenses eco e tendncias da onda verde a Natura atua: ecoeficincia (ao reduzir custos de matrias-primas e de transporte junto a seus fornecedores e em todas as demais etapas da produo e distribuio); ecodesign e ecovendas (ao criar linhas de produtos verdes); e ecorrisco (ao recolher frascos, evitando a poluio do ambiente e diminuindo a emisso de gases).- Estratgias verdes utilizadas pela Natura: utilizao de marketing ambiental (marketing verde), que busca associar a imagem da empresa luta pela preservao ambiental. Algumas estratgias verdes utilizadas: fortalecer sua marca, com os atributos inerentes defesa da natureza; a apologia de uma vida melhor, posicionando-se como uma empresa que se preocupa com a sade dos seus clientes; a empresa posiciona-se na mente dos consumidores como social e ambientalmente responsvel, uma empresa verde de verdade; lanamento e comercializao de produtos verdes; reduo de custos de transportes, extrao de matria-prima e descarte de embalagens; e melhor comunicao com os clientes e com o mercado.- Linhas verdes de financiamento: so financiamentos concedidos s empresas verdes, empenhadas em reduzir seus passivos ambientais, em melhorar sua eficincia energtica e a gesto dos recursos naturais, e em promover a coleta e o tratamento dos dejetos industriais, alem de praticar o desenvolvimento sustentvel.- Economia verde: compreende um conjunto de atividades econmicas, sociais, comerciais, industriais e tecnolgicas desenvolvidas pelas empresas, governo e sociedade civil que buscavam valorizar o verde.- Principais vertentes da economia verde: lanamento de produtos verdes (famosas linhas verdes); estratgias verdes com forte nfase nos investimentos de imagem (institucionais); crescentes investimentos em aes socioambientais; mercado de produtos verdes; instalaes verdes (fbricas, lojas, prdios, casas); tecnologias limpas.- Principais tendncias da gesto corporativa os riscos ambientais nos prximos anos, segundo o estudo da consultoria Ernst & Young (denominado Riscos Estratgicos Ambientais): aumento das preocupaes ambientais entre consumidores e governos; surgimento do fenmeno esverdeamento radical, motivado pela crescente mobilizao dos governos, consumidores, fabricantes, mdia e sociedade civil em favor das prticas sustentveis; surgimento de regulamentaes mais severas, com forte atuao das agencias governamentais e rgos fiscalizadores; aumento da presso sobre as empresas de petrleo e gs, seguros, qumica, automobilstica, minerao, energia e saneamento; grande mobilizao dos governos e da sociedade civil em torno da questo dos impactos das mudanas climticas; a insero do tema meio ambiente e da sustentabilidade socioambiental nas agendas pblica e empresarial; aumento do uso de poder dos consumidores como forma de presso sobre as empresas; maior participao dos governos na regulao dos mercados com o objetivo de torn-los menos emissores de carbono e menos agressores ao meio ambiente; surgimento do estado de tolerncia zero em relao a acidentes ambientais; fim da era combustvel fssil e o advento da era das energias limpas e renovveis. - Projeto de Tecnologia da Informao verde (Greenit) criado pelo Banco Real: voltado para a eficincia em operaes, reuso de computadores e reciclagem de lixo eletrnico e doao de computadores usados.- Produtos tipos como socioambientalmente incorretos, segundo pesquisa da Ernst & Young: cigarro, bebidas alcolicas, armamentos e o automvel.- Ecodesign: nova tendncia de mercado e uma das manifestaes mais recentes da onda verde.- Ecodesing: consiste em desenvolver produtos que so ao mesmo tempo lucrativos e que obedecem aos preceitos ecolgicos. So produtos que de alguma forma incorporam algum aspecto verde.- Ecodesign: metodologia de projeto direcionada obteno de resultados ambientais concretos uso da embalagem reciclada, utilizao de menos material, consumo de pouca energia e no-desperdcio de gua, facilidade de descarte e transporte, e produto biodegradvel.- Como esto sendo julgados os produtos e seus produtores: cada vez mais no apenas pela qualidade, durabilidade, performance, preo e assistncia tcnica, mas principalmente por critrios ticos, ecolgicos e de justia.

Aula 5 As aes sociais transformadoras: a base do empreendedorismo social

- No incio da onda da responsabilidade social, o social e o comercial eram vistos como universos distintos.- Tempo depois, a responsabilidade social adquiriu status de investimento estratgico: as empresas comearam a investir no social para obter recursos institucionais e financeiros, conquistar e fidelizar clientes, expandir mercados, vender mais produtos e valorizar suas marcas. O empresarial e o corporativo tornaram-se atributos do social.- Aes sociais transformadoras: desenvolver aes sociais de impacto.- Caractersticas das aes sociais transformadoras: alto potencial de impacto social (pois reduzem a desigualdade, combatem a pobreza de forma definitiva, produzem incluso social, promovem a cidadania); produo de um agir coletivo (rede de empreendedores sociais); transformao da sociedade (pois onde as aes se realizam o ambiente humano torna-se mais justo, mais fraterno, solidrio e social, cultural e economicamente mais desenvolvido); o despertar do coletivo e o fomento colaborao; reduo da pobreza de forma mensurvel (pois tais aes geram emprego e renda); criao de organizaes sociais auto-sustentveis (cooperativas, ONGs e empresas locais que produzam, e comercializem seus produtos, gerando emprego e renda para os seus membros e para a comunidade). - Diferentes tipos de aes sociais transformadoras: empreendimentos sociais privados (iniciativas privadas orientadas para o social, mas com base no mercado); e empreendimentos sociais (iniciativas focadas na busca de solues transitrias ou duradouras para os problemas sociais crnicos).- Tipos de empreendimentos sociais privados: organizaes sociais de cunho empresarial; e organizaes empresariais de cunho social.- Organizaes sociais de cunho empresarial: ONGs que desenvolvem atividades empresariais, de produo e venda de seus produtos, como forma de auto-sustentar-se, independentemente de doaes de terceiros e investimentos de empresas patrocinadoras ou do prprio governo.- Exemplo de organizaes sociais de cunho empresarial: cooperativas que so criadas por pequenos agricultores, artesos, costureiras e profisses afins, que comercializam seus produtos e que, da venda dos mesmos, conseguem os recursos necessrios para o seu sustento e para a manuteno do seu negcio.- Organizaes empresariais de cunho social: empresas que financiam projetos sociais relevantes.- Exemplo de organizao empresarial de cunho social: bancos que mantm linhas de financiamento para fins de concesso de microcrdito e os institutos que se constituem em braos sociais das grandes corporaes.- Empreendedorismo social: consiste na aplicao de tcnicas empresariais para se4 alcanar fins sociais. uma iniciativa no-lucrativa, e para gerar recursos para o seu funcionamento preciso implementar aes de ponderamento que gerem rendimentos. - Empreendedorismo social: um dos fenmenos mais inovadores que surgiram no mundo nos ltimos anos.- Caractersticas das aes dos empreendedores sociais: promovem mudanas sistmicas (produzem efeitos nas pessoas, nas comunidades e no ambiente); representam uma viso de mundo (idia chave transformadora); oferecem solues adequadas (uso de tecnologias sociais inovadoras); promovem o empoderamento das pessoas envolvidas (desenvolvem capacidades e habilidades tcnicas e humanas); criam e desenvolvem mercados (empreendedorismo gera prodeutos e servios que so oferecidos e comercializados no mercado); e usam recursos limitados (atividades desenvolvidas otimizam os recursos existentes).

Aula 6 Desenvolvimento Sustentvel: conceito, caractersticas e desafios

- Sustentabilidade: est no meio de todas as questes de interesse local, regional, nacional e global. E assim acabou ganhando dimenso maior: a viso do mundo sustentvel o foco no desenvolvimento sustentvel em todas as suas dimenses.- O ritmo acelerado da industrializao e do crescimento econmico provocou o quase esgotamento dos recursos naturais e uma crescente ameaa ao meio ambiente. Diante desse fato, surgiu a necessidade urgente de formular um novo modelo de desenvolvimento a ser seguido por todos os pases, governos e populaes.- Erros cometidos em relao ao desenvolvimento sustentvel: (1) no potencializar sua condio nica nas reas de energia limpa, biodiversidade e incluso social na base da pirmide; (2) continuar insistindo num modelo de crescimento que exclui milhes de brasileiros, os quais, de outra maneira, na perspectiva do desenvolvimento sustentvel, sero includos tambm como protagonistas do processo de crescimento; e (3) continuar queimando florestas, desperdiando riquezas e destruindo sua biodiversidade, hipotecando das geraes futuras a condio de emancipao, dignidade e cidadania global.- Princpios do novo modelo de desenvolvimento econmico (desenvolvimento sustentvel): recursos naturais so finitos e devem ser preservados; desenvolvimento econmico deve levar em conta o meio ambiente; recursos naturais devem ser preservados porque deles dependem a humanidade e toda a diversidade biolgica; aumento da reutilizao e da reciclagem uma prtica que deve ser estimulada, pois reduz o uso de matrias-primas e produtos; todas as relaes do homem com a natureza devem ocorrer com o menos dano possvel; para alcanar o desenvolvimento sustentvel, a proteo ambiental deve constituir-se parte integrante do processo de desenvolvimento e no pode ser considerada isoladamente deste.- Fator chave para a compreenso dos problemas ambientais causados pelo desenvolvimento industrial: a exploso do consumo.- O problema no era apenas o esgotamento dos recursos naturais. Havia um outro risco, ainda maior: as ameaas e a degradao do meio ambiente.- Tipos de ameaas ambientais: poluio com os resduos despejados no ambiente e o esgotamento dos recursos naturais.- Fenmenos conhecidos que ameaam o ambiente: poluio da gua; do ar, sonora e visual, por elementos qumicos e txicos, emitidos em grande parte pelas indstrias e pelos automveis.- Outro problema grave existente: os resduos slidos, como o lixo domstico e o industrial, o lixo acumulado nas ruas, nas rodovias, nos terrenos baldios e os resduos provenientes dos materiais sintticos e de plstico descartados (embalagens).- Mesmo os recursos renovveis (gua, madeira, etc) correm o risco de desaparecerem: o elevado crescimento demogrfico tornou insuficiente a quantidade de gua para todos. Alm disso, existe a degradao do solo, processo que afeta a qualidade da terra devido ao seu uso excessivo por prticas agrcolas, agropecurias e outra.- Efeitos mais conhecidos que aumentam o risco de escassez dos recursos renovveis: destruio das florestas e desertificao.- Aquecimento global: aumento gradual e contnuo da temperatura da Terra produzido pelos gases que se acumulam na atmosfera (gases do efeito estufa que funcionam como uma barreira que retm o calor proveniente da energia do Sol).- Gases que causam o aquecimento global: dixido de carbono, metano e xido nitroso, produzidos pela empresas industriais e pelo elevado consumo de gasolina e diesel dos veculos, pela agricultura intensiva, pela derrubada de florestas, pela extrao de minrio, pelos aterros.- Consequncias do aquecimento global: aumento do nvel dos oceanos (porque o calor derrete as calotas polares e flui mais gua para os mares); desertificao, propagao de doenas, diminuio da produtividade agrcola e mudanas no clima.- Planejamento estratgico da empresa deve contemplar aes de preservao ambiental: caso a viso de futuro da empresa no envolva aes de preservao ambiental, a gesto dos recursos naturais, o combate ao lixo txico e aos dejetos industriais e a busca da eficincia energtica, no haver futuro para a empresa e seu negcio.- Empresrios: principais responsveis pelas agresses ao meio ambiente, pela destruio da natureza e pelos maus-tratos Terra,- Por que a Terra est to ameaada: o mecanismo do aquecimento global, a queima de combustveis fsseis (diesel, gasolina) e o desmatamento produzem gs carbnico que se acumula na atmosfera, substncia que funciona como o vidro de uma estufa deixa a luz do Sol entrar e aprisiona o calor, deixando a Terra mais quente.- Protocolo de Kyoto: acordo internacional que objetiva reduzir as emisses de gases estufa dos pases industrializados e garantir um modelo de crescimento limpo aos pases em desenvolvimento.- Outras medidas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto: estmulo substituio do uso dos derivados de petrleo pelo uso de energia eltrica e do gs natural.- Compensao energtica: empresas que investem em energia suja sero obrigadas a investir em energia limpa.- Linhas de ao propostas no Painel Intergovernamental sobre Mudanas Climticas (IPCC): criar metas de reduo do desmatamento; criar mecanismos de controle mais severos sobre a utilizao do automvel; construir novas usinas hidroeltricas sem causar prejuzos ao meio ambiente; planejar estrategicamente a expanso do plantio agrcola; aumentar os ndices de reciclagem nas indstrias; ampliar a participao de energias renovveis (solar, elica) na matriz energtica brasileira; reverter a tendncia de crescimento da gerao trmica baseado em combustvel fssil.- Os governos devem adotar tais objetivos e aes estratgicas caso desejem promover a sinergia entre desenvolvimento e meio ambiente. Para isso devem rever seus instrumentos de controle e fiscalizao, legislao ambiental, processos de regulao e aes promotoras do desenvolvimento e crescimento econmico. Se o fizerem, sero governos verdes.- As cinco vises de um mundo sustentvel: visao de Jeffrrey Sachs sobre a criao de uma sociedade sustentvel; viso de Lester Brown sobre um mundo sustentvel; viso de Stuart Hart sobre o papel das empresas como agentes do desenvolvimento sustentvel; viso de Ignacy Sachs sobre a criao de uma nova cincia de base sustentvel; e viso de Ray Anderson sobre o papel das empresas como agentes do desenvolvimento sustentvel.- Viso de Jeffrey Sachs sobre a criao de uma sociedade sustentvel: afirma que a sociedade atual tem trs desafios a serem vencidos: eliminar a pobreza extrema; conter o crescimento populacional; e trabalhar bem com o meio ambiente.- Viso de Lester Brown sobre um mundo sustentvel: prope seis aes estratgicas a serem implementadas no mundo erradicar a pobreza, estabilizando a populao; restaurar o planeta; alimentar bem oito bilhes de pessoas; planejar cidades; criar eficincia energtica; e mudar a matriz energtica para energia renovvel.- Viso de Stuart Hart sobre o papel das empresas como agentes do desenvolvimento sustentvel: as empresas so autores importantssimos que podem conduzir o mundo para um caminho sustentvel. Isso porque, segundo ele, as empresas esto historicamente em melhor posio do que os governos para fazer uma evoluo em prol da sustentabilidade. As empresas mais enganjadas com as questes sociais e ambientais tero mais sucesso do que as outras.- Viso de Ignacy Sachs sobre a criao de uma nova cincia de base sustentvel: define as dimenses do desenvolvimento sustentvel social (combate pobreza e desigualdades sociais); ambiental (defesa e preservao do meio ambiente); territorial (distribuio espacial dos recursos, das populaes e das atividades); econmica (gerao de emprego e renda); e poltica (democracia plena e estmulo participao poltica). Prope a adoo de um planejamento local e participativo e de negociaes com os stakeholders.- Viso de Ray Anderson sobre o papel das empresas c Omo agentes do desenvolvimento sustentvel: prega a viso de um mundo sustentvel em que os consumidores preferem produtos de empresas ticas, companhias abrem mo de fornecedores socialmente irresponsveis, bancos financiam atividades ambientalmente equilibradas e investidores aplicam recursos em corporaes menos emissoras de carbono. Para ele, regulaes inteligentes, leis e fiscalizaes severas vo contribuir para a mudana no modo de gerir negcios.- Conceito de desenvolvimento sustentvel: o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da gerao atual sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras geraes; o desenvolvimento que no esgota os recursos para o futuro.- Indicadores econmicos podem comprovar que houve um crescimento econmico, porm no suficiente para afirmar que existiu um desenvolvimento sustentvel. Os indicadores do desenvolvimento sustentvel referem-se principalmente aos benefcios do desenvolvimento econmico junto populao, ao meio ambiente e aos recursos naturais (exemplo, gerao de emprego e melhor distribuio de renda, a preservao ambiental local, a racionalizao do uso da energia, o adequado manejo de resduos e uso de tecnologias limpas e substitutas de bens no renovveis).- Empresas agropecurias no divulgam indicadores sustentveis referentes sua gesto.- Conceito de desenvolvimento sustentvel no diz respeito apenas ao impacto das atividades econmicas no meio ambiente: incluem tambm bem-estar social (qualidade de vida), reduo da pobreza, preservao da identidade cultural, melhor distribuio territorial, justia e equidade social.- idia base do desenvolvimento sustentvel: trip atividade econmica, meio ambiente e bem estar da sociedade.- Objetivo do relatrio Os Limites do Crescimento elaborado pelo grupo de estudos Clube de Roma: analisar o impacto do crescimento econmico das dcadas seguintes.- Principal concluso do relatrio Os Limites do Crescimento: as taxas de crescimento industrial no eram compatveis com a natureza finita dos recursos da terra e da capacidade do planeta para suportar o crescimento populacional e absorver a poluio.- Elementos centrais do modelo de desenvolvimento sustentvel: preservao da qualidade dos sistemas ecolgicos e do ambiente em geral; necessidade de um crescimento econmico voltado para a satisfao das necessidades sociais e o alcance da equidade; compartilhamento dos benefcios do desenvolvimento pelas geraes atuais e futuras; racionalizao do uso da energia; adequado manejo de resduos; desenvolvimento de tecnologias limpas e de tecnologias de bens no-renovveis.- Teoria das Sete Revolues da Sustentabilidade: identifica as sete revolues que esto comeando a ocorrer no mundo dos negcios e que direcionaro as economias e as grandes corporaes para o futuro (1! Refere-se aos mercados cada vez mais globalizados e pautados pelo consumo consciente e responsvel; (2) acontece com a emergncia dos novos valores e princpios que pregam o respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente; (3! busca de maior transparncia na gesto dos negcios; (4) acontece com a tecnologia do ciclo de vida do produto que tem levado as empresas ao gerenciamento socioambiental em toda sai cadeia produtiva; (5) est nas parcerias que so cada vez mais freqentes entre empresas, governos e sociedade; (6) est na nova dimenso do tempo que obriga as empresas a pensarem no apenas no desenvolvimento presente, mas tambm no crescimento futuro; (7) compreende as novas prticas de governana corporativa nas empresas, dando voz aos pequenos acionistas e fortalecendo os conselhos da administrao.- Diferenas entre o desenvolvimento capitalista e desenvolvimento sustentvel: O Desenvolvimento Capitalista linear, cumulativo e no tolera limites porque PE regido pela concorrncia e no pela cooperao; gera mudanas incrementais de bases cumulativas; os ricos tornam-se mais ricos e a riqueza produz mais riquezas. O Desenvolvimento Sustentvel regido pela cooperao, gera incluso social, busca a equidade e a justia social, produz renda para muitos e no cumulativo; ocorrem mudanas no-lineares , pois so criadas oportunidades iguais para todos e tambm so gerados bens em diferentes nveis e setores. - Conceito de desenvolvimento sustentvel local: processo de crescimento econmico que gera benefcios para a populao e para a preservao do meio ambiente, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da populao local; processo de transferncia da riqueza gerada para a comunidade; processo de mobilizao de diversos segmentos da sociedade local.- Metas do Milnio: srie de oito compromissos aprovados entre lderes de 1919 pases, membros das Naes Unidas: erradicar a extrema pobreza e a fome; atingir o ensino bsico universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a sade materna; combater o HIV, malria e outras doenas; garantir a sustentabilidade ambiental; e estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento.- Pacto Global: conjunto de diretrizes que tem como objetivo mobilizar as lideranas da comunidade empresarial internacional na promoo de valores fundamentais nas reas do meio ambiente e dos direitos humanos e trabalhistas.- Os nove princpios que regem o pacto Global: divididos em Direitos Humanos, Trabalho e Meio Ambiente.- Princpios dos Direitos Humanos que regem o Pacto Global: apoiar e respeitar a proteo dos direitos humanos internacionais dentro de seu mbito de influncia; certificar-se de que suas corporaes no sejam cmplices de abusos em direitos humanos.- Princpios do Trabalho que regem o Pacto Global: apoiar a liberdade de associao e o reconhecimento efetivo do direito negociao coletiva; apoiar a eliminao de todas as formas de trabalho forado e compulsrio; apoiar a erradicao efetiva do trabalho infantil; apoiar o fim da discriminao relacionada a emprego e cargo.- Princpios do Meio Ambiente que regem o Pacto Global: adotar uma abordagem preventiva para os desafios ambientais; tomar iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; incentivar o desenvolvimento e a difuso de tecnologias ambientalmente sustentveis.- Princpios do Equador: acordo assinado por dez bancos de sete pases e hoje j contam com a adeso de 60 bancos, entre os quais Banco do Brasil, Bradesco, Ita e Unibanco. um conjunto de diretrizes que devem ser seguidas pelos bancos ao concederem emprstimos a empresas.- Requisitos que as empresas devem atender, como beneficirias desse acordo: gesto de risco ambiental; proteo da biodiversidade e adoo de mecanismos de preveno e controle da poluio, proteo sade, diversidade cultural e desenvolvimento de sistemas de segurana e sade ocupacional, avaliao de impactos socioeconmicos |(incluindo cuidados com as comunidades e povos indgenas, proteo a habitats naturais e proteo das populaes que neles residem, eficincia na produo, distribuio e consumo de recursos hdricos e energia, uso de energias renovveis, respeito aos direitos humanos, combate mo de obra infantil e ao trabalho escravo.- Agenda 21: documento que compreende compromissos de todos os pases presentes na Conferncia das Naes Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente (Rio-92).- Principais atores do desenvolvimento sustentvel definidos pela Agenda 21: as empresas, as ONGs, os governos e a sociedade civil. - O que afirma a Agenda 21 em relao s empresas e sociedade civil: que a coletividade deve participar tambm como ator fundamental neste novo caminho, apresentando reivindicaes, fiscalizando as obras pblicas, principalmente as que causam impacto ambiental, bem como exigindo legalidade e probidade administrativa por meio de aes judiciais.- O que afirma a Agenda 21 em relao ao empresariado: que ele tambm deve colaborar para o desenvolvimento com aes sociais, aliando lucro conduta social. Deve ainda observar as tendncias mundiais de produo limpa para evitar prejuzos ambientais.- O que afirma a Agenda 21 em relao aos governos: compete a eles promover o desenvolvimento sustentvel e a gesto pblica sustentvel e fomentar as parcerias com as empresas e as entidades da sociedade civil organizada.- O que afirma a Agenda 21 em relao s ONGs: elas devem propor solues factveis para os problemas locais, mobilizar a coletividade e atuar em parceria com o governo e o setor privado.- O que afirma a Agenda 21 em relao a sociedade civil: devem cobrar do governo e das empresas aes sustentveis e se mobilizar para atuar como um agente do desenvolvimento local.- O que afirma a Agenda 21 em relao s empresas: a elas compete financiar e apoiar projetos de desenvolvimento sustentvel e fortalecer as capacidades locais.- No so apenas os governos locais e a prpria sociedade os principais agentes do desenvolvimento local. As empresas devem juntar-se a eles na implementao das aes sustentveis com nfase nos aspectos sociais, econmicos, culturais e ambientais.- Caractersticas das empresas que atuam como agentes locais e regionais do desenvolvimento sustentvel: Elevada preocupao com os entornos (a empresa investe na melhoria da qualidade de vida da populao local e atua em parceria com o governo, ONGs e demais entidades da sociedade civil); Fomento da economia local gerando emprego e renda (a empresa gera empregos diretos e indiretos na cidade e na regio onde atua); Orientao para a melhoria da infra-estrutura urbana e servios sociais locais (sistema virio, calamento de ruas, iluminao pblica, saneamento bsico, servios de educao e sade); Fomento do empreendedorismo social e cvico de base local (apoio s lideranas locais, incentivo criao de empreendimentos surgidos na prpria sociedade e realizao de aes de capacitao da mo-de-obra local); Aprimoramento da gesto de polticas pblicas locais (com sua atuao, a empresa estimula o governo local a criar e aprimorar suas polticas pblicas sustentveis); Preservao ambiental (as empresas agem como entes protetores do meio ambiente local, investem em projetos conservacionistas e adotam prticas de gesto sustentvel); As empresas que assumem esse perfil se capacitam para assumir o seu papel de agente do desenvolvimento sustentvel local.- Alguns exemplos de empresas que vm atuando como agentes do desenvolvimento sustentvel local: Perdigo (criou a escola de agronegcio na regio de Videira (SC) com o objetivo de treinar os agricultores locais a melhor gerir suas propriedades); Basf (instalou a sua fbrica em Guaratinguet (SP), ali desenvolve o Projeto Sementes do Amanh, cujo objetivo ensinar educao ambiental para os alunos de escolas pblicas locais); IBM (capacita professores da rede pblica de Hortolndia (SP), onde mantm um centro de tecnologia); Instituto Camargo Correa (criou o Comit de Desenvolvimento Comunitrio reunindo lideranas locais para definir projetos sociais); Instituto Alpargatas (atua em parceria com prefeituras de onze cidades de trs estados no Nordeste, onde tem unidades de produo); Instituto Sadia (desenvolve projetos socioambientais em Lucas do Rio Verde (Mato Grosso), onde est implantando uma unidade); Ambev (em parceria com a Embrapa, est desenvolvendo programas de melhoria de renda e produtividade na regio amaznica com a instalao de doze plos agrcolas); Alcoa, Philco e Gerdau (apiam os pequenos empresrios nas cidades do Nordeste onde atuam com o objetivo de transform-los em seus fornecedores locais).- A sustentabilidade a nova palavra de ordem no mundo moderno. Todos querem ser sustentveis: empresas, governos, sociedades, comunidades e entidades em geral.

Aula 7 Gesto Sustentvel

- Conceito de sustentabilidade nos negcios, segundo Andrew Savitz e Karl Weber: A arte de fazer negcios num mundo interdependente inter-dependncia de vrios elementos entre si e em relao ao tecido social (respeito interdependncia dos seres vivos entre si e em relao ao meio ambiente; significa operar a empresa sem causar danos aos seres vivos e sem destruir o meio ambiente, restaurando-o e enriquecendo-o); o territrio compartilhado pelos interesses da empresa e pelos interesses da sociedade; o reconhecimento das necessidades e dos interesses das outras partes (grupos comunitrios, instituies educacionais e religiosas, fora de trabalho e pblico) reforando a rede de relacionamentos que mantm com esses segmentos; a aceitao da interdependncia de diferentes aspectos da existncia humana (crescimento econmico, sucesso financeiro, vida familiar, crescimento intelectual, estmulo expresso artstica e desenvolvimento moral); a gesto do negcio de maneira a promover o crescimento e gerar lucro, reconhecendo e facilitando a realizao das afirmaes econmicas e no-econmicas das pessoas de quem a empresa depende dentro e fora da organizao; gerar benefcios para os grupos sociais fora e dentro das empresas, fazendo as empresas desfrutarem desses benefcios.- Temas envolvidos na sustentabilidade, responsabilidade social e tica empresarial: preservao ambiental; promoo do desenvolvimento econmico, social e cultural local e regional; promoo da justia e defesa dos direitos humanos; prtica da governana corporativa; proteo aos consumidores; defesa dos direitos dos trabalhadores, acionistas e demais parceiros; impacto dos negcios na sociedade e na mdia; foco nas questes sociais emergenciais (pobreza, fome, violncia, desemprego) e seus impactos sobre o lucro.- Empresa sustentvel: aquela que desenvolve aes voltadas para a busca da lucratividade (sustentabilidade econmica), o desenvolvimento da comunidade e atendimento das necessidades dos seus empregados e parceiros (sustentabilidade social) e a preservao do meio ambiente (sustentabilidade ambiental).- Etapas a serem percorridas por uma empresa em seu trajeto para a sustentabilidade: (1) eliminar o lixo dos processos industriais (eliminao do desperdcio de recursos e reduo dos custos dos processos industriais); (2) envolver os fornecedores em um esforo de reduo de emisso de carbono (reduo da emisso de gases); (3) buscar a eficincia energtica (substituio dos combustveis fsseis petrleo, carvo por fontes renovveis); (4) redesenhar processos, reciclar e reutilizar; (5) esverdear a cadeia de transporte (uso de combustveis alternativos na frota de veculos); (6) mudar a cultura interna para um novo modelo de gesto da produo ambientalmente responsvel (mudar as atitudes e os comportamentos de todos os empregados e parceiros e conscientiz-los para a adoo de novas prticas sustentveis); (7) reinventar a atividade comercial e o prprio mercado a partir de novas regras que permitem equilibrar a biosfera (conjunto de ecossistemas que cobre toda a superfcie da Terra e a parte viva do Planeta, que inclui a atmosfera) e a tecnosfera (so os elementos desenvolvidos pelo homem como aglomeraes humanas e cidades, centros industriais, redes de transporte e comunicao etc.).- Tipos de empresas segundo Anderson: as minimalistas (que vem a sustentabilidade como custo e no se esforam em subir os degraus da montanha sustentvel e geralmente esto nas primeiras etapas), as pragmticas (que escolhem os passos e galgam os degraus de acordo com suas prprias convenincias e necessidades; so as empresas que queimam etapas, pulam degraus e buscam chegar mais rapidamente aos estgios que mais lhes convm) e as impostoras (que criam um projeto socioambiental de impacto, divulgando-o intensamente na mdia, e desprezam as etapas a serem percorridas).- Empresas sustentveis: aquelas que adotam medidas que diminuem o impacto negativo de suas atividades produtivas no meio ambiente e geram diversos benefcios econmicos e sociais para seus diversos pblicos-alvo e para a sociedade em geral.- Caractersticas das empresas sustentveis: promovem a interseo entre os interesses de negcios (obteno do lucro, por exemplo), os interesses do meio ambiente (preservao ambiental) e os interesses da sociedade (desenvolvimento social e econmico); geram rendimentos como fonte de sobrevivncia em vez de con-sumir o prprio capital; usam de forma eficiente e eficaz os recursos naturais, econmicos, humanos e sociais (recursos naturais gua, ar, energia e alimentos; recursos econmicos capital prprio, emprstimos, financiamentos; recursos humanos e sociais apoio das comunidades, envolvimento dos trabalhadores, parcerias com fornecedores); seus empreendimentos so duradouros.- Propriedades do empreendimento ou negcio sustentvel: perspectiva de rentabilidade econmica a mdio e longo prazo; capacidade de operar seus passivos que gerem prejuzos inesperados; capacidade de minimizar sua dependncia de recursos esgotveis e seus impactos sobre o ambiente; busca da eficincia; adoo de uma gesto transparente; capacidade de relacionar-se com as demandas de ordem global e local.- A sustentabilidade agrega valores sociais e ambientais ao negcio, contribui para o fortalecimento da rea de polticas pblicas, cria empregos estveis, diminui gastos com sade, promove a preservao ambiental, facilita o acesso a bens essenciais, como, por exemplo, a gua.- A empresa pode melhorar o seu desempenho, e a sua imagem, ao adotar prticas de sustentabilidade e, ao faz-lo, a empresa obtm trs grandes benefcios: reduo dos riscos de prejudicar os clientes, os empregados e as comunidades, de degradar o meio ambiente, de cometer falhas gerenciais que ameaam a reputao e o desempenho da empresa no mercado e a defesa contra as intervenes regulatrias (leis, regulamentos e polticas governamentais); melhor gesto da empresa que se reflete na reduo dos custos, no aumento da produtividade, na eliminao de desperdcios, no melhor relacionamento com fornecedores e parceiros e melhor acesso a fontes de matria-prima e de capital; promoo do crescimento da empresa, que inclui a abertura de novos mercados, desenvolvimento de novos produtos e servios, maior competitividade, maior lealdade e fidelidade dos clientes e conquista de novos clientes.- A adequao do negcio s prticas sustentveis leva a empresa conquista de vantagens competitivas considerveis em relao aos seus concorrentes.- Uma empresa que adota um modelo de gesto sustentvel obtm um melhor acesso a mercados, melhora a sua imagem e reputao diante do pblico, cria maior valor agregado aos seus produtos, fortalece sua marca, ganha maior produtividade, faz economia de insumos e melhora o seu relacionamento com seus diversos stakeholders.- Vantagens competitivas dos empreendimentos sustentveis: aumento da receita, valorizao da reputao, melhoria do desempenho dos funcionrios, apoio economia local, criao de novas oportunidades de negcios, maior dilogo com os atores envolvidos no negcio, melhoria da gesto interna e lanamento de servios ambientais.- Caractersticas do modelo de geswto sustentvel adotado pelas empresas, ao obter tais vantagens competitivas: aumento da receita; valorizao da reputao; melhoria do desempenho dos funcionrios; apoio economia local; criao de novas oportunidades de negcios; maior dilogo com os atores envolvidos no negcio; lanamento de servios ambientais; melhoria da governana corporativa.- Modelo de gesto sustentvel da Light: focado na busca da eficincia energtica; nfase concentrada nas atividades que estimulam os consumidores a poupar energia e otimizar o seu uso. Com isso, a empresa perde no consumo per capita de eletricidade, mas ganha no volume total de consumo de eletricidade ao criar novos mercados e aumentar a sua base de clientes.- Principal atividade de uma empresa: gerenciamento de recursos econmicos, ambientais, sociais e institucionais.- Recursos consumidos pela empresa ao exercer suas atividades: recursos econmicos (caixa gerado pelas suas operaes, emprstimos, financiamentos); recursos ambientais (gua, energia e matria-prima); recursos sociais (tempo e talento das pessoas da comunidade); recursos institucionais pblicos (infra-estrutura fornecida pelo governo, rede de saneamento, estradas, energia eltrica).- A empresa, para ser sustentvel, ao consumir tais recursos, deve gerar resultados positivos nos campos econmico, ambiental e social com o seu funcionamento.- Trplice resultado das empresas sustentveis: ganhos econmicos (venda, lucro, retorno sobre o investimento; impostos pagos; fluxos monetrios; criao de empregos); ganhos ambientais (qualidade do ar; qualidade da gua; uso de energia; gerao de resduos); e ganhos sociais (prticas trabalhistas; impactos sobre as comunidades; direitos humanos; responsabilidade pelos produtos).- A gesto sustentvel vai alm da prtica da Responsabilidade Social Corporativa (RSC), da filantropia, da preservao do ambiente e da tica nos negcios: ela exige da empresa o enfrentamento de novos desafios sociais, polticos, culturais e ambientais.- Ponto em comum com os interesses da empresa e de seus stakeholders: Ponto Doce da Sustentabilidade.- Stakeholders financeiros: clientes, acionistas, fornecedores.- Stakeholders no-financeiros: pblico, mdia, comunidade.- rea comum entre as relaes da empresa com seus stakeholders constitui o Ponto Doce da Sustentabilidade: a zona de confluncia entre as atividades que buscam o lucro e as atividades que geram o bem comum.- Quando desenvolve produtos saudveis, a empresa vende mais e conquista novos mercados, beneficiando a si prpria e a sade das pessoas.- Exemplo de aes focadas no Ponto Doce da Sustentabilidade: o desenvolvimento de estratgias empresariais que promovem estilos de vida promissores atravs do lanamento de produtos e prticas sustentveis, ou ainda aes de empresas que lanam no mercado produtos saudveis e obtm elevados ganhos de imagem e de venda. So exemplos os prdios verdes (energia solar, aproveitamento da gua de chuva, iluminao natural, mveis com certificao etc.), os produtos orgnicos e servios que contribuam para a diminuio do consumo de energia e de matrias-primas.- As empresas sustentveis decidiram divulgar suas aes e resultados junto a seus diversos stakeholders (pblicos-alvo), sobretudo seus acionistas: surgiram ento os relatrios de sustentabilidade, uma espcie de prestao de contas dos investidores feitos pelas empresas em projetos sustentveis.- Relatrios de sustentabilidade: influenciam cada vez mais as decises dos investidores, acionistas, clientes e parceiros.- O que o Relatrio de sustentabilidade: uma ferramenta para gerenciar aspectos econmicos, sociais e ambientais na empresa; uma forma de apresentao das estratgias de negcio e seus resultados econmicos, sociais e ambientais; um poderoso instrumento de comunicao institucional; um instrumento de prestao de contas a funcionrios, clientes e demais stakeholders da empresa; uma metodologia de avaliao de performance da empresa; uma fonte valiosa de informaes para clientes e investidores.- Os relatrios de sustentabilidade tornaram-se balanos socioambientais das aes das empresas, novos instrumentos de gesto, relatos de gesto avanada e at mesmo peas de promoo institucional e elementos centrais das estratgias inovadoras de negcios.- Principais caractersticas de um relatrio corporativo de sustentabilidade: Instrumento de prestao de contas sociedade; Ferramenta de gesto interna da empresa; Anlise dos principais indicadores do desempenho socioambiental da empresa; Instrumento de gesto das prticas socioambientais da empresa; Instrumento de prestao de contas aos stakeholders; Ferramenta de marketing e comunicao corporativa.- A sustentabilidade no se aplica apenas s empresas, aos seus produtos e negcios: j existe a sustentabilidade setorial.- Sustentabilidade setorial: setor de crescimento sustentvel apresenta ndices em constante evoluo e as empresas que nele atuam se destacam pelo uso de modelos e de prticas sustentveis.- Principais caractersticas que fazem do setor de embalagens, no Brasil, um setor de crescimento sustentvel: A principal caracterstica diz respeito aos aspectos econmicos do setor (sustentabilidade econmica), que apresenta tendncia de crescimento em todos os seus segmentos (latas, plsticos, papel e papelo). As demais caractersticas referem-se s prticas de gesto, centradas na reduo de custos, uso de fontes renovveis de matria-prima (etanol, amido de milho ou mandioca), na reduo do peso das embalagens (com reflexos positivos para os clientes e para a reduo do consumo de combustvel dos veculos transportadores) e no uso de tecnologias de reciclagem (eliminao de desperdcios e reduo do impacto ambiental).

Aula 8 A sociedade como agente do desenvolvimento sustentvel

- A sociedade tambm desempenha o seu papel de agente do desenvolvimento sustentvel local: quando os prprios membros da comunidade se organizam em pequenas cooperativas, criam ONGs locais e desenvolvem negcios sociais prprios.- Governo tambm contribui para a criao desses negcios sociais locais: por meio de programas de incluso social e de redistribuio de renda e da implantao de estratgias de desenvolvimento sustentvel, mas nada disso funciona se a sociedade no se investir no papel de agente do seu prprio desenvolvimento.- Idias de Charam sobre a inovao sustentvel: enfatiza as prticas criativas e inovadoras na busca de solues sustentveis para os problemas econmicos, sociais e ambientais.- Os 10 princpios da teoria de inovao sustentvel, de Charan: (1) definir uma causa de interesse comum, estabelecendo resultados desejados e as formas de mensur-los; (2) identificar pessoas capazes de assumir compromisso local com essa causa; (3) trabalhar para formar um consenso coletivo sobre a sua importncia; (4) construir solues que tornem produtos e servios acessveis; (5) projetar sistemas eficazes para faz-los chegar at as pessoas; (6) identificar lderes sustentveis sem os quais no h uma mudana possvel; (7) no fazer nenhuma publicidade das iniciativas realizadas; (8) definir um foco e prioridades claras; (9) estimular a criatividade das pessoas envolvidas na soluo; (10) buscar a felicidade pessoal e a de outras pessoas.- Teoria Charaniana: enfatiza as prticas criativas e inovadoras na busca de solues sustentveis para os problemas econmicos, sociais e ambientais que afetam comunidades pobres ou ameaadas de extino ou marginalizao crescente.- Maior desafio, segundo Charan: construir um ambiente favorvel sustentabilidade, o que, para ele, depende fundamentalmente da disposio das pessoas daquela comunidade, do seu desejo de mudar, do seu envolvimento com a causa escolhida e do empenho na implementao das solues propostas.- Outro fator de extrema importncia para o sucesso de iniciativas sustentveis inovadoras: a busca do consenso coletivo e a participao de lderes sustentveis (empreendedores sociais responsveis por projetos sustentveis) nas comunidades a serem alvo das aes sustentveis.- O papel das empresas fundamental no processo de inovao sustentvel: so elas que podem contribuir para a criar solues que tornem produtos e servios acessveis e para projetar sistemas eficazes para faz-los chegar at as pessoas.- Negcios sociais sustentveis (NSS): empreendimentos sociais que buscam viabilizar pequenos negcios locais com o objetivo de criar o sustento de membros da comunidade local e promover o seu autodesenvolvimento.- Por que os Negcios Sociais Sustentveis so importantes: porque geram trabalho e renda para populaes de baixa renda, que esto margem do mercado de trabalho e excludas da cadeia produtiva local; aproveitam e desenvolvem o potencial dos moradores daquela comunidade; resgatam tradies culturais esquecidas e, assim, preservam a memria e a histria da comunidade, seus costumes e tradies.- Negcios Sociais Susentveis: so empreendimentos que promovem a incluso social, a gerao de emprego e renda e contribuem para a criao de comunidades e de uma sociedade sustentvel.- Fatores que determinaram o surgimento desses empreendimentos em nosso pas e em todo o mundo: (1) de natureza estrutural, refere-se s ameaas trazidas pela industrializao, pela urbanizao e pelo desemprego crescente que afetaram as comunidades de baixa renda. Vtimas do desemprego e assoladas por problemas socioambientais de todos os tipos, as comunidades decidiram se mobilizar na busca de solues que atendessem s suas necessidades; (2) a revoluo no campo: no setor rural e nas comunidades ribeirinhas sediadas nas grandes florestas, o despertar dessa conscincia de auto-sustento teve incio com os avanos da agricultura, da agroindstria e da pecuria. As florestas comeavam a ser destrudas para dar lugar a novos plantios e pastagens.- Tais fatores contriburam para o surgimento de um novo modelo de empreendimento social os negcios sociais sustentveis.- Caractersticas dos negcios sociais sustentveis: adoo de prticas de gesto tpicas do setor privado, como, por exemplo, o foco na gerao de receitas; viso de mdio e longo prazo; desenvolvimento de estratgias com base no mercado; uso de recursos de diferentes ecossistemas sem devastao do meio ambiente e sem expulso dos seus habitantes; criao de uma alternativa de renda para as pessoas da comunidade; promoo da auto-sustentabilidade do negcio (depois de certo tempo, o empreendimento se mantm com suas prprias receitas); explorao socialmente mais justa (h uma repartio equnime dos benefcios do empreendimento entre todos os participantes); fomento da economia solidria (com base no surgimento de cooperativas locais); rompimento dos velhos entraves de escoamento do bem produzido e acesso aos mercados consumidores (por meio de arranjos produtivos locais).- Um negcio social sustentvel um empreendimento focado na comunidade cujo principal objetivo promover o desenvolvimento sustentvel da prpria comunidade. Ele pode surgir por iniciativa da prpria comunidade ou por iniciativa de uma ou mais empresas em parceria com o governo.- Fatores que tornam um negcio social em um empreendimento sustentvel: capacidade econmica (gesto eficiente dos recursos do negcio, o que significa gerar receitas e obter lucratividade com o objetivo de remunerar os que nele trabalham e de reinvestir parte do lucro nas melhorias e na expanso do negcio); capacidade tcnica (competncia individual e coletiva dos participantes do negcio para desenvolver as atividades produtivas); e capacidade operacional (conjunto de aes de suporte, sob a forma de parcerias com empresas, governo e demais entidades locais, para expandir o negcio).- Capacidade econmica necessria para a sustentabilidade de um negcio social sustentvel: gerao de receita, venda de bens e servios, captao de patrocnios, comercializao de produtos promocionais com a grife do negcio social (camisetas e bons).- Capacidade tcnica necessria para a sustentabilidade de um negcio social sustentvel: execuo e gerenciamento de eventos, oficinas, programas e projetos em geral.- Capacidade operacional necessria para a sustentabilidade de um negcio social sustentvel: corresponde adm