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RESUMOS APROVADOS ANPAE/RJ EIXO 1: POLÍTICAS EDUCACIONAIS 1. OS MOVIMENTOS SOCIAIS E O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 2011 2020: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS Cíntia Velasco Santos 1 Faculdade de Formação de Professores da UERJ E-mail: [email protected] RESUMO: Este trabalho, que deseja contribuir com as discussões do Eixo Temático Políticas Educacionais do IV Seminário Estadual da ANPAE RJ, propõe uma reflexão acerca da participação dos movimentos sociais na elaboração de políticas públicas para a educação brasileira. No intuito de viabilizá-lo, opta-se por discutir a participação de setores organizados da sociedade na elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2011 2020, considerando que este documento seria o ponto culminante de amplos debates entre grupos de indivíduos ligados à educação pública brasileira, que resultaram no Documento Final da Conferência Nacional de Educação (CONAE), 1 Mestranda em Educação na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

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RESUMOS APROVADOS ANPAE/RJ

EIXO 1: POLÍTICAS EDUCACIONAIS

1. OS MOVIMENTOS SOCIAIS E O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

2011 – 2020: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A PARTICIPAÇÃO

POPULAR NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Cíntia Velasco Santos1

Faculdade de Formação de Professores da UERJ

E-mail: [email protected]

RESUMO: Este trabalho, que deseja contribuir com as discussões do Eixo Temático

Políticas Educacionais do IV Seminário Estadual da ANPAE RJ, propõe uma reflexão

acerca da participação dos movimentos sociais na elaboração de políticas públicas para

a educação brasileira. No intuito de viabilizá-lo, opta-se por discutir a participação de

setores organizados da sociedade na elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE)

para o decênio 2011 – 2020, considerando que este documento seria o ponto culminante

de amplos debates entre grupos de indivíduos ligados à educação pública brasileira, que

resultaram no Documento Final da Conferência Nacional de Educação (CONAE),

1 Mestranda em Educação na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio

de Janeiro.

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ocorrida em 2010. Tal recorte baseia-se no fato de ser o PNE um Projeto de Lei que

contempla metas para melhorias na educação em vias de aprovação e com aplicação

para os próximos anos, o que atribui ao PNE profunda relevância para o cenário

educacional brasileiro. Inicialmente, este trabalho apresenta, através de uma breve

revisão de literatura, as diferentes definições de movimentos sociais, desde o conceito

marxista das lutas de classes até os movimentos reivindicatórios de moradores das

periferias das cidades brasileiras, apresentados por Marilia Sposito. Em seguida,

apresenta como estes movimentos das classes trabalhadoras das periferias influenciaram

políticas públicas para a educação, ao mesmo tempo em que foram, também, capturados

por essas políticas que, em sua maioria, ampliaram a oferta de ensino, mas fizeram a

manutenção de sistemas educacionais excludentes. Finalmente, descreve o processo de

elaboração do Plano Nacional de Educação para o decênio 2011 – 2020 e discute em

que medidas setores organizados da sociedade, representados nos debates da CONAE

de 2010, participaram de sua elaboração. O que se pretende com este estudo é

identificar e sinalizar possíveis convergências e divergências entre as demandas dos

movimentos sociais apresentadas no Documento Final da CONAE e o Plano Nacional

de Educação 2011 - 2020.

Palavras-chave: Movimentos Sociais, Políticas Públicas Educacionais, Plano Nacional

de Educação 2011-2020.

2. ESTUDANTES ESTRANGEIROS EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR MILITAR: TRAJETÓRIAS ACADÊMICAS INICIAIS

HONORATO, Hercules G. - EN - E-mail: [email protected]

COSTA, Thaís de A. - EN - E-mail: [email protected]

RESUMO: Este artigo tem por objetivo estudar a imigração temporária de jovens

estrangeiros que vêm para o Brasil com a finalidade de fazer sua formação superior em

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uma Instituição de Ensino Militar. O eixo condutor explorado foi o propedêutico e as

relações construídas dentro e fora da sala de aula, além das dificuldades e

potencialidades que por ventura existiram, como a adaptação à vida acadêmica e à

caserna em país estrangeiro. O cenário do estudo é a Escola Naval (EN), instituição da

Marinha do Brasil que promove a formação, em nível superior, dos seus futuros oficiais.

Os sujeitos da pesquisa são oito alunos estrangeiros, dos seguintes Estados nacionais:

Líbano, Namíbia, Nigéria e Senegal. Os jovens enviados por essas nações passam por

um processo seletivo em seus países e, antes de ingressarem oficialmente em nosso

ensino regular da EN, realizam o “Estágio de Qualificação para Adaptação Acadêmica

de Alunos Estrangeiros”, o qual fora idealizado, desenvolvido e implementado em 2009

a partir de experiências negativas anteriores. Consiste num período de um ano em que

se busca junto o aprendizado de Língua Portuguesa e o nivelamento básico em

Matemática, de acordo com os pré-requisitos exigidos para ingresso nessa instituição.

Na busca pelo alcance do maior número de informações, a metodologia ainda contou

com uma entrevista informal e aberta com a professora de Matemática e a leitura do

relatório de acompanhamento da docente de Português. Neste artigo expõe-se o perfil

dos alunos que, no ano de 2013, cursaram esse Estágio, ressaltando suas principais

características, os obstáculos encontrados nesse primeiro momento e suas expectativas

para o futuro. O Estágio em si é uma forma de bem receber os alunos estrangeiros,

integrando-os e os adaptando à cultura naval e à brasileira de um modo geral. É

importante reconhecer e valorizar a diversidade cultural e linguística dos alunos

estrangeiros, respeitando a diferença, a identidade étnica e o sistema de crenças e

valores ao qual pertencem. Além de a presença do aluno estrangeiro assegurar, no

futuro, a prática de estreitamentos nas relações diplomáticas entre os atuais alunos

brasileiros e estrangeiros, a riqueza da diversidade evidenciada a partir da integração de

alunos oriundos de outros países pode ser grande oportunidade de capitalizar novas

aprendizagens. Por fim, será feita uma reflexão sobre a relevância desse primeiro ano de

estágio, bem como sobre possíveis soluções para sua melhoria, visto que são trajetórias

iniciais que se completarão num ciclo escolar de mais quatro anos.

Palavras-chave: Educação superior. Imigração temporária. Trajetórias acadêmicas

iniciais.

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3. PODER LOCAL E PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO:

CARTOGRAFANDO AÇÕES DO LEGISLATIVO MUNICIPAL EM

FACE AO DIREITO A EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SÃO GONÇALO.

Marcelo Valente de Sousa (Bolsista CNPq/UERJ/FFP)

[email protected]

Resumo: O presente trabalho é fruto da pesquisa em andamento integrada ao projeto

“Poder local e políticas educacionais: repercussões sobre o direito a educação no

município de São Gonçalo, RJ”, enquanto bolsista de iniciação cientifica temos nos

dedicado a discutir e elaborar análises sobre a atuação do legislativo do município de

São Gonçalo, RJ, nas políticas públicas em educação. Tendo como objeto o Plano

Municipal de Educação (PME/SG) para a educação na cidade, temos feito levantamento

de fontes documentais, tais como leis e projetos de leis propostas pelos vereadores em

face às metas estabelecidas no PME/SG. Do ponto de vista teórico dialogamos com

autores que tem problematizado as políticas publicas em educação no contexto de

reforma do Estado, instituído pela Constituição federal de 1988, sobretudo no que diz

respeito ao papel dos municípios na gestão das políticas publicas educacionais locais.

No percurso da pesquisa, do ponto de vista metodológico foi realizado primeiramente

um levantamento de dados das ultimas três eleições a fim de realizar uma cartografia de

“influência” dos partidos políticos nas diferentes áreas de São Gonçalo. A partir de

esses dados realizamos um levantamento da atuação da câmara de vereadores,

identificando como estes atuam no que diz respeito às políticas públicas de educação,

analisando se estes seguem o que é determinado pelo PME/SG, e pelas diretrizes dos

respectivos partidos. Em nossas análises e resultados podemos perceber uma tímida

atuação do poder legislativo acerca dessas políticas educacionais, além da manutenção

do poder nas mãos dos mesmos partidos políticos, não mudando assim o quadro que

compõem a câmara. Deste modo nos parece que o poder legislativo no município de

São Gonçalo, ao menos nos últimos nove anos, tem produzido poucas iniciativas no que

se refere a promover ações e projetos de leis no campo das políticas públicas em que a

educação é objeto principal de um como direito humano e bem público coletivo.

Palavras chaves: Poder Local – Ação do Legislativo – Direito a Educação

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4. NO BAILAR DOS MOVIMENTOS: UM ESTUDO SOBRE A

CONSTRUÇÃO DO DIREITO À EDUCAÇÃO ATRAVÉS DE AÇÕES

HISTÓRICAS COLETIVAS

Andressa Almeida Estevam de Souza (UERJ-FFP/ CAPES)2

Resumo: O presente artigo tem como objetivo central, fomentar o debate sobre a

importância das ações históricas coletivas protagonizadas pelos movimentos sociais e

populares na defesa pela ressignificação da educação pública. Daí a importância de

elencarmos alguns marcos históricos, que expressam às inferências realizadas pelos

movimentos na construção do direito à educação, mas especificamente, na modalidade

da educação de jovens e adultos. Inicialmente, realizamos o movimento de retomada

dos nexos teóricos metodológicos que compunham a concepção de movimentos sociais,

numa dimensão constitutiva da consciência de classe na formação destes coletivos, bem

como, sua relação com o campo educacional brasileiro. Desse modo, traçamos um

percurso de analise que elenca ações destes coletivos nas Conferências Nacionais e

Internacionais de Educação, bem como, seus desdobramentos, dentre os quais

destacamos a Carta de Goiânia (IV CBE; 1986) e, o texto do Projeto de Lei das

Diretrizes e Bases Nacionais, apresentado na comissão realizada com parlamento cujo

líder foi o educador, o Dr. Gustavo Capanema, o vice-líder e presidente da Comissão de

Educação, o Dr. Eurico Sales e convidado ilustre Sr. Dr. Anísio Teixeira. Com intuito

de vislumbrarmos os caminhos constitutivos do processo de consolidação da agenda de

debates sobre a questão do direito e outras temáticas do campo. Contudo, como base

preliminar deste estudo, é possível afirmar que os movimentos sociais podem ser

considerados um dos grandes atores que confrontam às políticas públicas ontem e hoje,

num bailar que promove conflito e não um eterno e passivo consenso. Daí a extrema

importância de potencializarmos a analise constante destes tensionamentos históricos

para uma melhor clareza do quadro educacional contemporâneo.

2 Andressa Almeida Estevam de Souza - Graduada em Pedagogia pela Universidade Estácio de Sá em

2010. Pós- Graduada Especialização em Gestão Escolar- Educação Básica na UERJ-FFP 01-2013.

Atualmente Mestranda inserida no Programa de Pós Graduação da mesma universidade e integrante do

NUFIPE - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Filosofia, Políticas e Educação da Universidade Federal

Fluminense/www.nufipe.org; Contato: [email protected]);

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Palavras- chaves: Movimentos Sociais, Direito à Educação, Educação de Jovens e

Adultos.

5. PROGRAMA PDE ESCOLA – Plano de Desenvolvimento da Escola na

gestão educacional da rede pública de ensino de Niterói-RJ.

MARCIA FONSECA ALVIM HUDSON CADINHA – UFF

[email protected]

RESUMO: A sociedade brasileira está sob o regime de governo democrático garantido

pela Constituição Federal de 1988. Desempenhar as ações inerentes a esse direito não é

algo simples de ser executado, pois esse exercício envolve múltiplas variáveis que vão

desde o poder de representação e sua legitimação até a vontade real do indivíduo em

querer de fato exercer o seu direito de cidadão, legitimado por sua voz, atitudes e

comportamentos. Participar se torna então, uma prerrogativa fundamental para esse

modelo de governo, e as escolas não ficam fora desse contexto. As ações desenvolvidas

nas escolas sob a coordenação e orientação de um gestor educacional devem envolver

uma relação comprometida com as discussões desencadeadas no seu interior e no seu

entorno, numa relação crítica, dialética, responsável e integrada possibilitando o

exercício da gestão educacional democrática participativa. A partir dessa perspectiva,

desenvolvi uma pesquisa no mestrado que teve início em 2012, tendo como objeto de

investigação um dos programas do governo federal – PDE ESCOLA (Plano de

Desenvolvimento da Escola), que tem por objetivo principal fortalecer a gestão

educacional das escolas, oferecendo para isso um instrumento de planejamento

estratégico pautado nos princípios da gestão educacional democrática participativa a ser

executado prevendo ações a serem desenvolvidas a médio e longo prazo. Portanto, a

pesquisa iniciou sua reflexão contextualizando o programa dentro da perspectiva de

conceitos como: Democracia, Gestão Educacional e Planejamento Participativo, e em

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seguida investigou a gênese do programa, buscando captar o movimento de sua

concepção e estruturação na esfera federal, a sua implantação na esfera municipal e, sua

apropriação e execução no ambiente escolar. Para tanto, foram realizadas entrevistas

semi-estruturadas nesses três ambientes de gestão e coordenação do programa.

Palavras-chave: Democracia - Gestão Educacional - Planejamento Participativo

6. GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO: CONTRADIÇÕES

NO PROCESSO DE REGULAMENTAÇÃO DO PRINCÍPIO

CONSTITUCIONAL NA LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO REFERENTE ÀS UNIDADES ESCOLARES.

Gabriela de Oliveira Delgado- UENF - [email protected] - FAPERJ

Giovane do Nascimento - UENF - [email protected]

Resumo: O contexto de abertura democrática na década de 1980, que mobilizou grande

parte da sociedade civil, logrou importantes conquistas para os movimentos sociais,

dentre eles os movimentos dos educadores. Uma dessas conquistas refere-se à gestão

democrática do ensino público que passou a constar como um dos princípios acerca do

ensino postulado pela constituição de 1988, a chamada constituição cidadã. Apesar dos

avanços, esse foi um momento marcado também pela disputa entre, por um lado, os

anseios dos movimentos sociais organizados; e, por outro lado, um projeto de sociedade

orientado pela doutrina neoliberal. Dessa forma, a análise das legislações referentes à

gestão democrática do ensino público no Rio de Janeiro,por uma perspectiva crítica,

possibilita a percepção dos interesses implícitos provenientes das forças influentes na

formulação da legislação, bem como a concepção de tais forças acerca de conceitos

fundamentais. Para tanto, a legislação deve ser tomada como resultado de um contexto

histórico, político e cultural, buscando considerar as contradições presentes, bem como

identificando quais os grupos políticos obtêm possíveis privilégios a partir da instituição

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de determinado discurso .O presente trabalho tem por objetivo elaborar uma análise

discursiva no que tange o princípio da gestão democrática do ensino público nas

legislações federal (Constituição federal e Lei de diretrizes e bases da educação) e

estadual (Constituição estadual do Rio de Janeiro e Leis complementares referentes ao

tema).Nesse sentido, buscaremos observar as contradições e inconsistências entre a

instituição do princípio da gestão democrática pela constituição de 1988 e as

regulamentações posteriores no estado do Rio de Janeiro, referentes a instrumentos de

democratização da gestão nas escolas, tais como a escolha de diretores e o conselho

escolar.

PALAVRAS-CHAVES: Gestão democrática, legislação educacional, neoliberalismo.

7. UMA ARENA DE TENSÕES: DA EJA AO PROEJA

Clarissa Menezes de Souza – UENF3

[email protected]

Dr. Leandro Garcia Pinho – UENF

[email protected]

Dr. Gerson Tavares do Carmo – UENF

[email protected]

Grupo de Pesquisa OBEDUC / CAPES

RESUMO: Este texto tem por objetivo apresentar reflexões a respeito da trajetória das

políticas educacionais para jovens e adultos ao longo da história da educação no Brasil

até o seu encontro com a educação profissional, através do Programa Nacional de

Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de

3 Mestranda em Políticas Sociais, pela Universidade Estadual do Norte Fluminense “Darcy Ribeiro”-

UENF.

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Educação de Jovens e Adultos - PROEJA. Assim, narra-se numa perspectiva crítica

vários acontecimentos e momentos importantes à efetivação da Educação de Jovens e

Adultos como Modalidade de Ensino, o que ocorreu a partir da Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional, Lei nº9394/96, bem como a integração dessa Modalidade de

Ensino com a Educação Profissional, através do Decreto n°5.478/2005, substituído após

um ano pelo Decreto nº 5.840/2006, que instituiu o PROEJA. Em 1996 a Educação de

Jovens e Adultos passou a ser regulamentada, na LDB nº 9394/96, pelos artigos 37 e 38,

que previram dentre outros aspectos que essa modalidade será destinada àqueles que

não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade

própria e que os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que

compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de

estudos em caráter regular. Dessa forma, percebe-se que a Lei 9394/96, traduziu um

esforço maior no que se pode pensar sobre a efetivação da escolarização dos Jovens e

Adultos, sendo uma importante iniciativa para minimizar as deficiências encontradas.

Contudo, esse é um campo que ainda necessita de muita discussão até que a prática se

aproxime dos discursos, principalmente no que diz respeito à qualidade e efetividade da

Educação de Jovens e Adultos desenvolvida no Brasil. Sabe-se que uma das questões

mais polêmicas diante dessa perspectiva é à verificação da baixa expectativa de inclusão

profissional dos jovens e adultos de classes populares. Visando contemplar essa

questão, o Governo Federal criou através do Decreto n°5.478/2005, substituído após um

ano pelo Decreto nº 5.840/2006, o Programa Nacional de Integração da Educação

Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos

(PROEJA). O objetivo principal do programa é então suprir a carência constatada com

relação à formação dos jovens e adultos excluídos do sistema educacional ou que a ele

não tiveram acesso nas faixas etárias regulares.

Palavras-chave: Políticas Educacionais; Educação de Jovens e Adultos; PROEJA.

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8. A (IN)DEFINIÇÃO DA LAICIZAÇÃO NA POLÍTICA PÚBLICA

EDUCACIONAL DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL PARA O ENSINO

RELIGIOSO NO RIO DE JANEIRO 25 ANOS APÓS A CONSTITUIÇÃO

DE 1988.

Autor: Evandro Francisco Marques Vargas (UENF)

[email protected]

Co-autor: Leandro Garcia Pinho (UENF)

[email protected]

Pesquisa com financiamento parcial da CAPES.

Resumo: O presente trabalho é parte da pesquisa de Mestrado em Políticas Sociais da

Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Com pré-projeto

intitulado “O Ensino Religioso enquanto Política Pública e sua relação com a regulação

e a participação: Políticas Públicas e Legislação na Rede Estadual do Rio de Janeiro”,

sob a orientação do Prof. Dr. Leandro Garcia Pinho, encontra-se em fase de elaboração

para o Exame de Qualificação. Dotando-se da análise da história da legislação sobre o

ER no Rio de Janeiro, propõe-se entender em que sentido há, possivelmente, uma

incompatibilidade da Lei Estadual nº 3.459, de 14/09/2000 e o atual estágio das

discussões sobre o ER no Brasil que tomam como referência à Constituição Federal de

1988. Nesse sentido faz-se primordial buscar compreender como as discussões sobre o

Ensino religioso manifestaram-se nas mobilizações pela Constituinte e após a

promulgação da Constituição cidadã e das repercussões sobre a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDBEN/1996) e na legislação estadual sobre o ER no Rio

de Janeiro. Tem-se por perspectiva trazer como questão norteadora que a inclusão do

ER no currículo da escola pública por meio da legislação supracitada aponta para um

atrelamento entre igreja e Estado no tocante à política educacional. Tendo como indício

o pressuposto de que o ápice desse processo dá-se na assinatura da Concordata Brasil

Santa Sé em 2008. Buscando analisar como o conceito de laicização assume por nossa

formação social uma característica peculiar. Almejando desvelar as estratégias de

conversão desse discurso em habitus aplicaremos o método da analise sócio-histórica

reconstruindo a correlação de forças presentes no momento de sua regulação e

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implementação imbricadas sob “Reforma do Estado” e compreender as incoerências nas

legislações no que concernem ao ER, à assinatura da concordata, o credenciamento de

professores pelas entidades religiosas, o caráter confessional que essa disciplina assume.

Palavras-chave: Política educacional; Laicização; Ensino Religioso.

9. EDUCAÇÃO INFANTIL, ESPAÇOS E TEMPOS: DIÁLOGOS COM A

PESQUISA

FERNANDA BEZERRA DE ALMEIDA (UNIRIO)

[email protected]

LEANDRO HENRIQUE DE JESUS TAVARES (UNIRIO)

[email protected])

Agência financiadora: CNPQ

RESUMO: Este trabalho é um recorte da pesquisa desenvolvida pelo Grupo de

Pesquisa em Educação Infantil e Políticas Públicas da UNIRIO, com apoio do CNPq

(2012/2013), nas Unidades do PROINFÂNCIA (Programa Nacional de Reestruturação

e Aquisição de Equipamentos para Rede Escolar Pública de Educação Infantil) em

funcionamento no Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa tem como objetivo diagnosticar

a situação da Educação Infantil nas Unidades e verificar como ocorre a implantação do

programa e sua realidade em nosso Estado. Neste texto fazemos uma análise do número

de crianças matriculadas e das modalidades de atendimento que prevalecem nas

Unidades pesquisadas. Fica evidenciada uma lacuna no atendimento às crianças de 0 a

3 anos e a prevalência do horário parcial para a pré-escola. O planejamento

arquitetônico das Unidades, a organização dos espaços para a dinâmica com as crianças

e os trabalhos nos murais, indicam a possibilidade de uma escolarização em curso, com

a maioria dos trabalhos direcionados para o aprendizado de letras e números com

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poucos livros e brinquedos. Para a construção deste texto utilizamos dados de entrevista

com diretores, coordenadores, professores e auxiliares, observação do cotidiano e

registros fotográficos. Acreditando que neste momento de expansão do atendimento da

Educação Infantil pública, em regiões metropolitanas, cuja demanda de população

infantil vem crescendo, é relevante pensar sobre questões que contribuam para a

qualidade do atendimento, em prol da criação de espaços educativos dialógicos, com

uma práxis viva e criativa, centrada no lúdico e nas artes, com vistas a uma formação

humana, ética e responsável.

Palavras-chave: Educação Infantil, Políticas Públicas, Qualidade do Atendimento

10. A EDUCAÇÃO INTEGRAL E O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO

EIXO POLÍTICO-LEGAL

Simone Freire Paes Pestana

Pesquisadora no NEEPHI – UNIRIO

[email protected]

Resumo: A partir da construção teórica e documental do Programa Mais Educação

como estratégia do governo federal para a promoção da educação integral no Brasil

contemporâneo, a discussão sobre a temática é retomada e, ao mesmo tempo,

ressignificada, consubstanciada por questões inerentes às políticas educacionais e

sociais. Isso se dá, principalmente, porque a proposta para ampliação da jornada escolar

desse Programa fomenta o debate sobre a educação integral, favorecendo a formação

humana, mas, ao mesmo tempo, a proteção integral/social do sujeito por meio de ações

socioeducativas. Para entendermos e ampliarmos o debate sobre a educação integral no

eixo político-legal, faremos um percurso pela legislação nacional e por alguns

documentos legais e operacionais do Programa Mais Educação. Nesse caminho

metodológico, verificaremos os documentos legais que abarcam a educação integral,

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buscando situar as concepções adotadas por eles: Constituição Federal, nos artigos 6º,

205º e 227º; Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9394/1996); Estatuto da Criança e do

Adolescente (Lei nº 9.089/1990); Plano Nacional de Educação 2001-2010 (Lei nº

10.179/01); Plano de Desenvolvimento da Educação; Fundo Nacional de Manutenção

de Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Lei nº

11.494/2007) e Decreto nº 6.094/2007. Nessa perspectiva e buscando, ainda,

compreender e situar a educação integral nesse debate mais recente, percorreremos os

instrumentos legais e alguns textos operacionais que tratam diretamente sobre o

Programa Mais Educação, como a Portaria Interministerial nº 17/2007; o Decreto nº

7.083 e os manuais do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE 2009, 2010 e 2011);

o Passo a Passo do Programa Mais Educação; a Cartilha Caminhos para elaborar uma

proposta de Educação Integral em Jornada Ampliada. Após a análise documental,

constatamos que as políticas e os programas voltados para educação integral se baseiam

fundamentalmente nesses documentos, para alcançar os efeitos desejados.

Palavras-chave: Políticas educacionais; Educação integral; Programa Mais Educação.

11. GÊNERO, SEXUALIDADE E RELIGIÃO NA ESCOLA PÚBLICA: UM

CONFLITO EM EVIDÊNCIA

Amanda André de Mendonça

Universidade Federal Fluminense / UFF

[email protected]

Resumo: Este trabalho pretende explorar o alcance religioso na rede pública de

educação do Rio de Janeiro a partir da perspectiva de sua influência na formação

identitária e no exercício da sexualidade de seus educandos. Busca-se investigar as

estratégias e mecanismos pela instituição escolar, identificando também políticas

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públicas desenvolvidas acerca destas questões no campo educacional. Nesta

perspectiva, tem grande relevância a análise do processo de socialização do individuo

no campo educancional, relacionando o desenvolvimento e a formação das identidades

e das sexualidades de alunos com a influência de crenças religiosas. O dignóstico

produzido por esta análise coloca em evidência a polarização entre politicas e práticas

educacionais baseadas em uma democracia laica e a produção de um discurso e de um

habitus embasado na discriminação de gênero e de orientação sexual pelos educandos.

Exemplo deste conflito foi o episódio recente envolvendo a distribuição do chamado

“Kit Gay” pelo MEC nas escolas da rede pública. O material gerou grande repercussão

nacional e após forte pressão de diversos segmentos religiosos foi recolhido das escolas.

Este episódio recente envolvendo a presença da diversidade sexual nas escolas e a

influência direta de setores religiosos organizados demonstra o quanto este conflito está

presente no campo educacional. Para investigar de que maneira a escola pública e as

politicas educacionais se revelam como parte de um campo cercado de confrontos e

interesses, que acaba determinando modelos e padrões de gênero e de expressão sexual,

buscou-se realizar uma pesquisa qualitativa levantando elementos de tangência entre a

expressão sexual dos educandos, abordada pela óptica de gênero, e abordagens

religiosas. A proposta consiste em apresentar por meio de revisão de pesquisas sobre

laicidade do Estado o quanto a influência de credos religiosos no campo educacional

geram estereótipos e preconceitos. Os principais meios utilizados foram, então, além de

estudo envolvendo bibliografia pertinente ao tema, coleta de dados realizada mediante a

análise dos documentos oficias e dos PCN’s. Além disso, também foi empregado como

objeto de exame crítico o material pedagógico adotado por um conjunto de professores

da rede estadual do Rio de Janeiro, como o planejamento das aulas, materiais e recursos

didáticos. A presença da diversidade sexual e de gênero nas escolas e a influência direta

de setores religiosos organizados nas politicas do campo educacional sobre estes temas

demonstram o quanto este conflito entre a formação de uma livre expressão identitária e

sexual e modelos baseados em valores e dogmas religiosos está na ordem no dia. Com

efeito, o estudo da temática ao qual este trabalho se propõe investigar poderá gerar

elementos que contribuam para análises mais precisas acerca da articulação entre um

ensino laico e a construção de sexualidades livres de modelos e padrões hegemônicos.

Palavras Chaves: Religião, sexualidade e educação.

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12. O MUNICÍPIO COMO ENTE FEDERATIVO E A IMPLANTAÇÃO DA

POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO: APONTAMENTOS SOBRE

O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO EM DOIS MUNICÍPIOS

FLUMINENSES

NOGUEIRA, Sonia Martins de Almeida -CCH/PPGPS -UENF

SILVA, Scheila Ribeiro de Abreu - CCH/PPGPS –UENF

Resumo: A Constituição Federal de 1988 estabelece o município como ente federativo

na composição da Federação, unidade que articula uma variedade de entes, que, ao se

integrarem, não perdem sua própria identidade. Desenhou-se, portanto, uma nova

cartografia do poder político em educação, à luz do regime de colaboração entre a

União, o Distrito Federal, os estados e os municípios na organização de seus sistemas de

ensino, estabelecido no artigo 8º da Lei 9394/96. O município passou a ser responsável

direto pelo seu sistema de ensino, respaldado nas diretrizes políticas de descentralização

e municipalização presentes na reforma do Estado estruturada na CF. Assim, a categoria

de ente federativo deu ao município um amplo spectrum de novas atribuições, dispostas

no artigo 30 da CF, incluindo em seu elenco a organização e a implantação do plano

municipal de educação como instrumento norteador da política municipal de educação.

A questão da municipalização do sistema de ensino põe em foco as discussões sobre os

princípios de descentralização da administração pública em seus três níveis e da

autonomia dos órgãos componentes da estrutura administrativa de governo, princípios

que devem estar subsumidos no plano municipal de educação, considerando-se as metas

estabelecidas nesse documento. O PME visa à sistematização da educação no

município, e não apenas a sua institucionalização, consolidando ou reformando o

sistema já existente; sua formulação é uma exigência para a organização e o

desenvolvimento do sistema municipal do ensino. Assim, a proposta deste estudo é

apresentar alguns apontamentos para favorecer o acompanhamento desse plano em dois

municípios fluminenses, Macaé e Campos dos Goytacazes, visando levantar argumentos

para avaliar o grau em que os respectivos planos estão sendo postos em prática e sugerir

procedimentos para ser cobrado o efetivo cumprimento das metas enunciadas. Esta

proposta de trabalho se origina nos artigos 30 e 31, da CF/88, entendendo-se que, para

Page 16: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

melhor atendimento do interesse público, a sociedade civil poderá acompanhar com

atenção o exercício do poder político do governo municipal, como também exigir que se

efetive no plano democrático, com legalidade e legitimidade. Como o ponto focal deste

estudo é a educação, consideramos ser relevante assinalar o compromisso que nossa

Carta Magna expressa em seu artigo 205 e que se consolida nos PME’s.

Palavras chave: municipalização; sistematização do ensino público; Plano Municipal

de Educação.

13. A POLÍTICA DE MERENDA ESCOLAR: O PROGRAMA NACIONAL

DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR PÓS-DESCENTRALIZAÇÃO - ENTRE

OS ECOS DO PASSADO E AS EXPECTATIVAS DO FUTURO.

Autor: PINHO, Francine Nogueira L. Garcia; UENF, [email protected]

Co-autor: MARTÍNEZ, Silvia Alicia; UENF; [email protected]

CAPES.

Resumo: Este estudo procura entender o que o Programa Nacional de Alimentação

Escolar (PNAE), conhecido como merenda escolar, representa para seu público-alvo, os

alunos das escolas públicas. Esta política pública direcionada ao ambiente escolar é

regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura e tem recursos financeiros

advindos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Da sua criação

em 1955 até 1993 teve sua gestão centralizada e a partir de 1994 foi colocada sob a

responsabilidade dos municípios e estados, chamados de entidades executoras, os quais

foram incumbidos de complementar a renda necessária para a oferta da merenda

escolar. A proposta de descentralização previa que os hábitos alimentares regionais

pudessem ser respeitados, possibilitando uma maior adesão e aceitação dos alunos.

Porém o que se percebe, por estudos acadêmicos realizados em diversas regiões

Page 17: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

brasileiras, é que o percentual de adesão ainda fica aquém do esperado. Através da

análise qualitativa de duas escolas públicas no município de Campos dos Goytacazes –

RJ, esta pesquisa pretende, por entrevistas e observação, perceber no cotidiano escolar

alguns pilares que possam explicar esta baixa adesão. Dentre os quais a trajetória

assistencialista da merenda escolar – que parece ecoar na memória dos usuários como

sendo a merenda destinada aos alunos carentes –, o apelo do consumismo desmedido do

capitalismo atual e a qualidade nutricional da alimentação servida – o que inclui a

higienização adequada, operacionalização do cardápio e treinamento das pessoas que a

prepara.

Palavras-Chave: descentralização da merenda escolar; PNAE; trajetória sócio-histórica

do PNAE.

14. EVOLUÇÃO DA INTERAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA-COMUNIDADE NO

MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DE MERITI- RJ, NO BIÊNIO 2010-2012.

DAVID FRANCISCO ARCENIO – UFRS

[email protected]

RESUMO: A qualidade da Educação pública é um tema recorrente na sociedade

acadêmica e até na comunidade politicamente mais esclarecida, por isso espera-se muito

das autoridades em relação à implementação de políticas públicas direcionadas a uma

educação mais eficiente e consonante com os anseios da sociedade. Há muitas formas

de cooperação possíveis por parte das autoridades educacionais e da sociedade civil. A

interação família-escola-comunidade é um dos “fatores” decisivos para a melhoria da

educação, agregando valor à qualidade da educação pública. Sendo assim, na pesquisa

de mestrado desenvolvida, se destaca as políticas educativas desenvolvidas, a fim de

promover mudança socioeducacional na comunidade. A motivação da realização dessa

Page 18: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

pesquisa são as inúmeras sinalizações de Sistemas Municipais de Ensino em relação às

dificuldades para estabelecer uma relação dialogal com os responsáveis pelos

educandos. Nesse contexto, a produção deste trabalho tem por objetivo encorajar a

interação família escola-comunidade na Região da Baixada Fluminense e divulgar seus

benefícios junto às famílias e aos educadores, pois essas duas entidades precisam somar

forças para a melhoria da educação pública oferecida à sociedade brasileira, ou

continuaremos a acumular resultados indesejáveis na educação brasileira e prejuízos

irreparáveis para todos. A metodologia utilizada foi uma pesquisa feita através de

questionários enviados a dez escolas municipais de São João de Meriti, em torno da

implementação da interação efetiva com a comunidade escolar e seus benefícios

aferidos a partir dessa postura das unidades escolares. Analisamos os resultados

alcançados pelo Município, através do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica -

IDEB, a partir da aproximação das escolas, sobretudo com as famílias que participaram

dos encontros ao longo dos dois anos recebendo orientações das unidades escolares,

ações das quais participamos como observador e pesquisador. Com essa interação

podemos perceber os resultados que apareceram: a elevação do IDEB, e a presença

expressiva e crescente de responsáveis nos encontros prefixados no calendário escolar

oficial. Diante disso, é preciso mobilizar a sociedade em prol da excelência da educação

para todos, que deve agir, exigir e decidir em prol da consecução de resultados positivos

na educação pública através de metas de ampliação da participação já que a escola

pública deve estar inserida na comunidade de forma efetiva e não com as portas

fechadas, como um edifício que faz parte da estrutura da cidade.

Palavras chave: mobilização - interação - qualidade

Page 19: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

15. AVALIAÇÃO EXTERNA, MERITOCRACIA E QUALIDADE:

UMA TRÍADE COMBINADA DA PRECARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Handerson Fábio Fernandes Macedo

(Mestrando em Educação da UERJ-FFP)

[email protected]

Resumo: O presente trabalho, a partir de um levantamento de literatura pertinente ao

tema, realiza um debate sobre a interferência do Banco Mundial na política educacional

brasileira e como as avaliações externas têm ocasionado o controle da atuação do

professor e empobrecimento do currículo escolar, além de servir para a implantação de

políticas meritocráticas que acabam por dividir e enfraquecer esta categoria profissional,

que é apontada pelo BM como o principal obstáculo para as reformas neoliberais na

educação. O estabelecimento de índices de qualidade e metas para a educação, políticas

estas que vem acompanhada das avaliações externas e da meritocracia, vem

contribuindo para a implantação de uma política educacional de cunho empresarial e

que em nada contribuem para a construção de uma educação pública de qualidade

social. Destaca-se também que o conceito de educação de qualidade que se impõe como

política educacional do Banco Mundial vai de encontro com a teoria do capital humano,

reforçando a concepção de educação mercantilizada. Neste sentido, este trabalho realiza

também uma discussão sobre o conceito de qualidade da educação implícito nestas

avaliações, ou seja, o conceito de qualidade total, contrapondo-o ao de qualidade social,

sendo esta última a almejada por profissionais da educação e movimentos sociais. Desta

forma, aponta para o fato que a dita qualidade (total) da educação, a avaliação externa e

a meritocracia fazem parte de um sistema que, combinados, realizam uma verdadeira

precarização da educação pública brasileira, contribuindo para a proletarização e

exploração dos profissionais da educação. Conclui afirmando que, apesar das pressões

governamentais, os professores e demais profissionais da educação não aceitam de

forma passiva a implantação destas políticas, resistem através de suas práticas

pedagógicas, questionando e/ou organizando-se em sindicatos, sendo suas lutas e

mobilizações de fundamental importância para impedir a vitória do modelo neoliberal

na educação pública.

Page 20: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

Palavras-chave: Avaliação Externa; Meritocracia; Qualidade da Educação

16. A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A ATUAL POLÍTICA

EDUCACIONAL DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Renata Araujo de Castro Fermam (UFF - NUGEPPE)

[email protected]

Resumo: O presente trabalho é fruto de uma pesquisa realizada no Curso de Mestrado

em Educação da Universidade Federal Fluminense. Pretende-se apresentar algumas

percepções dos professores da rede estadual de ensino sobre o atual Programa

Educacional do Governo do Estado do Rio de Janeiro, proposto pelo Decreto nº

42.837/2011. Desta maneira, cumpre-se não só o objetivo de guardar a memória desta

importante política pública, mas também o de dar subsídios às discussões

contemporâneas sobre as políticas que apresentam os mesmos fundamentos ideológicos,

políticos e educacionais. Neste sentido, empreende-se um esforço de contextualização

diante do cenário mais amplo das políticas educacionais em curso no Brasil, sobretudo a

partir dos anos de 1990. Período onde os discursos que responsabilizam o professor pelo

fracasso da escola pública vão ganhando força e dão sustentação a implementação de

políticas educacionais com ênfase na profissionalização, na certificação docente, em

avaliações externas e na meritocracia. Do ponto de vista metodológico, o trabalho

baseia-se em pesquisa bibliográfica, na análise de documentos oficiais, de publicações

do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) e de reportagens em

jornais e em seis entrevistas realizadas com professores da Rede Estadual de Educação

do Rio de Janeiro. As principais conclusões revelam a ênfase na remuneração variável e

a ausência de informações sobre os critérios para a distribuição do bônus; a ausência da

participação dos professores no processo de elaboração desta política e o pouco

conhecimento sobre as características do programa; apesar de ser uma política extensa,

que transita na área curricular, no campo da avaliação, no planejamento, na gestão,

Page 21: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

nota-se que não houve a preocupação em construir um documento que esclarecesse a

proposta pedagógica da rede para seus profissionais; o projeto político pedagógico

parece ter sido extinto e substituído pelo planejamento estratégico da SEEDUC/RJ.

Palavras-Chave: 1) Políticas Públicas de Educação; 2) Política Educacional do

Governo do Estado do Rio de Janeiro; 3) Profissionalização Docente; 4) Proletarização

Docente.

17. POLÍTICA DE COTAS NO COLÉGIO PEDRO II: INICIANDO O

DEBATE

Autora: Priscila da Cunha Bastos (CP2 e UFF)

[email protected]

Resumos: O processo brasileiro de democratização do acesso à educação escolarizada,

mais recentemente com iniciativas voltadas para o Ensino Médio, tem permitido que

grupos sociais diferentes possam passar pela mesma etapa de vida, mas não com a

mesma qualidade, fato que constitui o ponto mais frágil da política educacional. A

instituição que se pretende pesquisar, o Colégio Pedro II, representativo das políticas

educacionais desenvolvidas no país desde a sua fundação, também passa por um

processo de ampliação, principalmente do número de matrículas. O Colégio Pedro II,

localizado no Rio de Janeiro, é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da

Educação, que ministra ensino público e gratuito em diferentes níveis, desde a Educação

Infantil ao Mestrado Profissional, ambos iniciados em 2012, passando pela Educação

Básica (1º e 2º segmentos), Ensino Médio Regular e Integrado e Proeja (Programa

Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na

Modalidade de Educação de Jovens e Adultos). Possui atualmente 14 Campi espalhados

em 6 bairros da cidade do Rio de Janeiro (Centro, Engenho Novo, Humaitá, São

Page 22: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

Cristóvão, Tijuca e Realengo) e estendendo-se também para outros municípios, a saber,

Niterói e Duque de Caxias. A partir da lei 12.711/2012 que regulamenta a política de

cotas para negros, pardos e indígenas em todos os Institutos Federais de Educação, o

colégio passou também a reservar um percentual de vagas para este segmento da

população nos concursos de acesso ao Ensino Médio Regular e Integrado. Com isso

algumas questões emergem a fim de se buscar uma avaliação dos novos rumos das

políticas de acesso ao Pedro II. A pesquisa pretende verificar quem são os alunos e

alunas beneficiários/as dessa política, assim como avaliar se a distinção na forma de

entrada dos alunos e alunas é um determinante nos seus desempenhos. Por ser tratar de

uma mudança recente, esse trabalho pretende destacar elementos para dar início ao

debate sobre a política de cotas no Colégio Pedro II.

Palavras-chave: política de cotas, desigualdade racial, acesso à educação.

18. POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS NA UFRJ: UM ESTUDO

AVALIATIVO DE PERMANÊNCIA ENTRE INGRESSANTES DE

COTA SOCIAL E DE AMPLA CONCORRÊNCIA

Heliane F. da Rocha Santos/UFRJ/[email protected]

Lucí Hildenbrand/Cesgranrio/ [email protected]

Resumo: O estudo avaliou a integração acadêmica dos discentes beneficiados pelo

Programa de Ações Afirmativas, ingressantes em 2011/1º, na Universidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ). O ano de 2011 foi determinado porque, nele, ocorreram três

modalidades de acesso diferenciadas para os cursos de graduação e, passados quatro

períodos letivos consecutivos, os dados estavam disponíveis e validados. A partir das

duas questões avaliativas estabelecidas, buscou-se conhecer e comparar a permanência

de estudantes ingressantes por vagas de ampla concorrência e de cota social. Também se

Page 23: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

buscou saber se os discentes oriundos de vagas sociais foram absorvidos por outros

programas de permanência, que permitissem sua inserção na comunidade acadêmica. A

avaliação formativa utilizou-se da abordagem centrada na administração. A extração das

situações acadêmicas dos ingressantes, em 2011/1º, e o seu acompanhamento, no ciclo

básico, até 2012/2º, foi feita a partir do banco de dados do Sistema de Gerenciamento

Acadêmico (SIGA/UFRJ). As categorias Permanência e Bolsas Assistenciais foram

estabelecidas e, para a primeira, estabeleceu-se o indicador Situação de Matrícula; para

a segunda, os indicadores Bolsa Acesso e Permanência; Bolsa Transporte; Bolsa

Auxílio. Com isto, pode-se determinar a situação acadêmica dos 4.826 discentes

matriculados em 2011/1º, acompanhados por quatro períodos. O instrumento

selecionado para a coleta dos dados foi a planilha EXCEL, pois os relatórios do

SIGA/UFRJ podem ser apresentados na forma de planilhas eletrônicas. A validade de

conteúdo dos indicadores e categorias foi estabelecida por painel de especialistas do

Sistema. Para estabelecer a validade técnica da planilha, consultou-se um profissional

especializado na área Avaliação. A organização dos dados foi feita por meio de tabelas,

tabelas dinâmicas e gráficos. A interpretação se deu sob a forma de representação

escrita, com atribuição de significado aos achados. Os resultados evidenciaram que os

discentes da UFRJ, independente da modalidade de vaga de ingresso, manifestaram

comportamento de permanência similar; que o Programa de Políticas de Ações

Afirmativas revelou-se positivo no período estudado; que as políticas de permanência,

por meio de distribuição de bolsas, mantiveram os discentes na Instituição. Considerou-

se que o período do estudo foi pequeno para se oferecer estabilidade ou migração do

cotista para outra forma de auxílio financeiro, que eleve a sua permanência na UFRJ.

Palavras-chave: Avaliação. Ação Afirmativa. Permanência.

Page 24: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

19. A PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DO TEMPO ESCOLAR NO ESTADO

DE MINAS GERAIS, NO PERÍODO DE 2005 A 2012

FLÁVIA RUSSO SILVA PAIVA (UFV/UNIRIO-NEEPHI)

[email protected]

DENILSON SANTOS DE AZEVEDO (UFV)

[email protected]

LÍGIA MARTHA COIMBRA DA COSTA COELHO (UNIRIO-NEEPHI)

[email protected]

Resumo: A efetivação de propostas de educação em tempo integral tem sido crescente

nas redes públicas de ensino no Brasil. De modo peculiar, em Minas Gerais houve uma

proposta que se iniciou em 2005, intitulada “Aluno de Tempo Integral”. No ano de

2007, passou por uma ampliação e reformulação em suas diretrizes, originando o

Projeto “Escola de Tempo Integral” e, ao final de 2011 a proposta foi novamente

reformulada, passando a ser denominada “Educação em Tempo Integral”, o qual

representa o atual projeto em desenvolvimento pelo Estado. Diante desse cenário de

modificações, o presente estudo teve por objetivo analisar os projetos da Secretaria de

Educação do Estado de Minas Gerais (SEE/MG) que propõem a ampliação do tempo

escolar. Em termos metodológicos, utilizamos a abordagem do Ciclo de Políticas de

Stephen Ball & Richard Bowe (1992), enfatizando os contextos de influência e da

produção de texto, a fim de estudarmos a política de tempo integral no estado de MG.

Para isso, foi realizada uma pesquisa documental dos textos normativos dos três

projetos da SEE/MG e de outros documentos governamentais, seguidos da realização de

entrevistas semiestruturadas com profissionais da SEE/MG que atuaram/atuam na

elaboração do texto normativo dos referidos projetos, bem como em sua coordenação.

De modo geral, os resultados da investigação revelaram que o Estado de MG tem

buscado ofertar a educação em tempo integral, o que não implica o oferecimento de

uma educação integral, pois apesar das terminologias serem semelhantes, possuem

significados diferentes. Além disso, constatamos também que a política de tempo

integral da SEE/MG encontra-se em construção, e assumiu, nos três projetos que

contemplam a sua trajetória, diferentes concepções e práticas de educação integral.

Page 25: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

Palavras-chave: Política educacional; educação integral; educação em tempo integral.

20. A TRAJETÓRIA DA POLÍTICA DE COTAS RACIAIS PARA

CIDADÃOS AFRODESCENDENTES NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO

DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS (2001 – 2013):

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE OS MODELOS DA UERJ E DA UNB

Robson Alencar Meira

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

[email protected]

Resumo: O presente trabalho busca empreender algumas reflexões sobre a trajetória da

política de cotas raciais para ingresso de cidadãos afrodescendentes nos cursos de

graduação oferecidos pelas universidades públicas brasileiras. O foco da investigação

recai, de maneira especial, sobre a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e

sobre a Universidade de Brasília (UnB), no período compreendido entre os anos 2001-

2013, uma vez que tais universidades foram pioneiras na implantação das políticas

públicas de ação afirmativa no Brasil, bem como aquelas que primeiramente adotaram a

sistemática de cotas para cidadãos afrodescendentes. Este estudo comparado também

procura abordar a evolução histórica dessa política no Brasil, no contexto da UERJ e da

UnB, seus avanços e/ou recuos, sob prisma da legislação vigente, especialmente no

tocante à Lei 12.711/2012, que institui a política de cotas raciais no Brasil. Um balanço

inicial, realizado pela Coordenadoria de Articulação e Iniciação Acadêmica da UERJ

(CAIAC-UERJ), aponta que entre os anos de 2003 e 2012 o número total de

ingressantes na UERJ foi de 47.540 estudantes, sendo 31.505 não cotistas e 15.935

cotistas. Desses totais, 6.995 estudantes se declararam afrodescendentes. Em relação à

UnB, o Programa Todos Pela Educação, do Governo Federal, destaca o percentual

Page 26: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

significativo de 41% de estudantes afrodescendentes aprovados no Programa de

Avaliação Seriada (PAS) e no vestibular, sobre o total, entre os anos de 2009 e 2013. A

pesquisa, ainda em construção, está sendo realizada no contexto do curso de graduação

em Pedagogia da UFRRJ.

Palavras-chave: Política de cotas raciais para cidadãos afrodescendentes; universidades

públicas brasileiras; Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Universidade de

Brasília (UnB).

21. NORMATIZAÇÃO DO TEMPO INTEGRAL NA EDUCAÇÃO

PÚBLICA: REPERCUSSÕES NAS LEIS FEDERAIS

Luisa Figueiredo do Amaral e Silva

(NEEPHI/UNIRIO)

E-mail: [email protected]

Alessandra Victor do Nascimento Rosa

(PUC-RJ)

E-mail: [email protected]

Resumo: A partir da Constituição Federal de 1988 (CF/88) os municípios foram alçados a

condição de entes federativos e posteriormente, com a aprovação da Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional, de 1996 (LDB/96), responsabilizados pela prioridade na

oferta do Ensino Fundamental e Educação Infantil. Em decorrência desta nova

organização a oferta da escola pública de tempo integral passou a ser uma

responsabilidade dos entes federativos. Desta forma, com a descentralização do ensino

público – e em consonância com o artigo 205 da CF/88, onde se lê que a educação visa o

desenvolvimento pleno do indivíduo, e com o artigo 34, § 2º da LDB/96, ao indicar que

Page 27: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

ensino fundamental deverá ser ministrado progressivamente em tempo integral –

observamos o crescimento de programas e políticas de aumento do tempo diário do aluno,

sob a responsabilidade da escola. Diante deste contexto, esta pesquisa objetivou

identificar e analisar, a partir da normatização do tema da educação em tempo integral nas

leis federais, as propostas de indução de políticas/programas de escola de tempo integral

para os municípios e estados. Para tal, fizemos uso de pesquisa bibliográfica e

documental, buscando em diferentes autores e fontes documentais o desenvolvimento do

tema da educação integral em tempo integral. Ao focar nas indicações da União para a

construção de políticas municipais e estaduais de tempo integral e na análise de diferentes

pesquisadores esta pesquisa contribui para a compreensão sobre como os entes federativos

estão sendo orientados a implementar suas próprias políticas para a oferta da escola

pública de tempo integral.

Palavras-chaves: Políticas Educacionais, Educação integral e Tempo integral

22. PRÁTICAS EDUCATIVAS COMUNITÁRIAS: BUSCAS PELO DIREITO

À EDUCAÇÃO

José Nildo Oliveira Soares

Faculdade Flamingo

Faculdade Nossa Cidade - Carapicuíba

[email protected]

João Clemente de Souza Neto

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Instituto Catequético Secular São José

Ages - Associação Civil "Gaudium et Spes"

Pastoral do Menor da Região Episcopal Lapa

[email protected]

Page 28: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar e discutir práticas

educativas sociais do Programa de Pedagogia Comunitária da Secretaria de Educação da

Cidade de Praia Grande, São Paulo. Face aos desdobramentos da Constituição Federal

de 1988, profissionais da educação, engajados com uma educação de qualidade e

preocupados em discutir e oferecer melhores condições sociais e de aprendizagem, têm

procurado entender como as práticas educativas em espaços não escolares operam, no

sentido de ajudar a desvelar e a realizar os processos efetivos de conquista e garantia da

cidadania. Embora a Academia tenha se debruçado em refletir programas de políticas

públicas sociais na área da educação, ainda é muito relevante mapear, pesquisar e

registrar como esse fenômeno tem sido tratado. Os aspectos metodológicos se pautaram

em conhecer o objeto, o contexto da pesquisa e o campo de atuação pedagogas do

Programa. Foram aplicados questionários para coletar dados preliminares, validação e

ambientação do pesquisador. Em seguida, foram aplicados questionários

semiestruturados às profissionais e à gestora, bem como entrevistas gravadas, com a

gestora e com a secretária de educação da cidade e com dois grupos de três pedagogas.

Foram realizadas coletas de dados durante às visitas de observação às escolas, às casas

de pais de alunos, em reuniões e eventos. Pôde-se perceber que as ações operaram de

maneira a desvelar práticas tidas como únicas e restritas, desenvolvidas e aplicadas ao

ambiente escolar. Tais práticas foram realizadas a partir de contextos reais dos

participantes: alunos, familiares, professores e demais profissionais da escola. Enquanto

política educacional, o Programa, pode servir como elo entre os atores envolvidos,

desde que sua finalidade seja a de garantir o direito à educação, como mecanismo eficaz

e eficiente de transformação. Verificou-se que é necessário pensar a escola de uma

forma mais ampliada, envolvendo a comunidade e outros atores que contribuem para a

formação de valores favoráveis à convivência humana.

Palavras-chave: Pedagogia comunitária; Escola; Política educativa.

Page 29: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

23. EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PETRÓPOLIS (RJ): MARCOS LEGAIS

Victor Novicki - UCP

[email protected]

FAPERJ

Resumo: Objetivamos neste artigo, inicialmente, analisar como a temática ambiental é

tratada na Lei Orgânica Municipal (LOM) e no Plano Municipal de Educação (PME) de

Petrópolis, município do estado do Rio de Janeiro (RJ), enfatizando as concepções de

meio ambiente, de desenvolvimento sustentável e de Educação Ambiental (EA) e, num

segundo momento, realizar uma análise comparativa entre as políticas nacional,

fluminense e petropolitana de EA. Visando alcançar esses objetivos desenvolvemos os

seguintes procedimentos metodológicos: análise documental e realização de entrevista

com membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Petrópolis (COMDEMA).

No que se refere às concepções de desenvolvimento sustentável (DS), de meio ambiente

(MA) e de EA, verificamos que enquanto a LOM não faz menção ao DS, o PME cita-o

mas não o define. Contraditoriamente, a LOM apresenta concepções reducionista e

socioambiental de MA (que incorpora o ser humano), em diferentes momentos,

enquanto no PME não encontramos a categoria “meio ambiente”. Sob uma abordagem

conservacionista, restrita aos aspectos naturais do meio ambiente, na LOM há uma

menção à EA, enquanto que o PME, revelando alguma conexão com as conquistas

ocorridas, determina a abordagem transversal da EA no ensino fundamental e,

inovando, também no ensino médio. Concluímos que poucas conquistas da EA crítica

foram incorporadas à LOM ou ao PME. Apesar da política municipal de EA incorporar

abordagens críticas das outras políticas, cabe destacar algumas ausências ou retrocessos:

(a) não trata da formação inicial e continuada de professores, (b) não cria órgão

específico para coordenar o programa municipal de EA, nem incorpora a participação

social neste processo, (c) não inclui especificidades da rede de ensino ou dos problemas

socioambientais locais.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Legislação. Petrópolis (RJ).

Page 30: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

24. O ARTIGO 227 DA CONSTITUIÇÃO CIDADÃ: ALGUMAS

REPERCUSSÕES NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Lucy Teixeira/GRUPPE - UFF

[email protected]

Resumo: O Brasil conviveu, durante longo período, com impacto intenso do golpe

militar de 1º de Abril de 1964. A década de 1970 foi marcada pela retirada dos direitos

políticos e sociais dos brasileiros. Este movimento se assegurou na argumentação de

que o país precisava ser protegido da onda vermelha, que na época se expandia pelo

mundo. A redemocratização do Brasil veio desenvolver-se na década de 1980, e como

produto desse processo promulgou-se a Constituição da República Federativa do Brasil,

em 1988 (CF/88). A Carta Magna foi elaborada em vinte meses por quinhentos e

cinquenta e oito constituintes (deputados e senadores) e ganhou o apelido de

Constituição Cidadã devido aos vários aspectos, materializados em seus 245 artigos,

que visam garantir o acesso e exercício da cidadania. A garantia de proteção à infância e

a adolescência teve um espaço, mais específico, a partir da promulgação da Constituição

Cidadã. O artigo 227 da CF/1988 reconhece as crianças e adolescentes como sujeitos de

direitos e serviu como fundamento para a implementação da Lei Federal Nº 8.069 de

1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente/ ECA). Em observância a CF/88, também

foi promulgada, desta vez na segunda metade da década de 1990, a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDBN/96) que tem como um das interfaces da CF/88 a

previsão da Educação como Direito público subjetivo. Não é pretensão deste artigo

esgotar o assunto aqui abordado, mas desenvolver a análise crítica, pautada em pesquisa

bibliográfica, acerca da do artigo 227 na Constituição da República Federativa do Brasil

e algumas repercussões nas Políticas Educacionais e, especificamente, analisar algumas

contribuições materializadas no ECA de 1990 e na LDBN de 1996.

Palavras Chave: Constituição Cidadã, Educação e Políticas Educacionais.

Page 31: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

25. O PDE-ESCOLA COMO MECANISMO DE TRANSFORMAÇÃO DA

GESTÃO ESCOLAR EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

EDUCACIONAIS

Cleber Abreu da Silva - UNIFAL

[email protected]

RESUMO: Este trabalho avalia a implantação do PDE-Escola em duas instituições

escolares no estado de Minas Gerais. O Programa, concebido de forma pouco

representativa em sua elaboração macro, sugere uma maior representatividade em

sua elaboração micro, mesmo com o MEC impondo um manual de implementação

da política às escolas. É essa ambiguidade que motivou a presente pesquisa. Esse

contexto cria um hiato de objetivos a serem investigados, tais como a incorporação

por gestores e docentes das orientações de mais uma política verticalizada; a

maneira em que esses grupos se relacionam na execução do Programa; e, por final,

na constatação sobre como as demandas levantadas por diretores e professores na

fase introdutória do Plano estão sendo materializadas nas escolas. As respostas a

esses objetivos irão nos revelar o grau de incorporação das ideias do PDE-Escola,

possibilitando a identificação dos ganhos e retrocessos da proposta governamental

na ótica de seus protagonistas escolares. Para isso, duas escolas foram escolhidas,

sendo que uma enfrentou a elaboração do PDE-Escola em sua forma clássica, com a

metodologia que exigia da instituição um profundo levantamento de suas

características, demandando a participação de todos os segmentos. Já a segunda, a

partir de 2011, experimentou, e ainda experimenta, a elaboração em sua forma

interativa, havendo, apenas, o gestor como interlocutor das informações levantadas,

para muitos, descaracterizando o princípio participativo da política. Os resultados

parciais apontam para um acirramento nas relações entre gestores e docentes e uma

transformação tímida no cotidiano pedagógico da escola, inclusive após a chegada

dos equipamentos adquiridos com a verba do PDE-Escola, sendo que algumas das

razões podem ser o caráter menos representativo da atual versão digital e a reedição

de mais uma iniciativa governamental hierarquizada.

Palavras-chave: PDE-Escola; Políticas Públicas; Gestão Escolar.

Page 32: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

26. O CAMPO DE PESQUISA EM POLÍTICAS E GESTÃO DA

EDUCAÇÃO: CONTORNOS EPISTEMETODOLÓGICOS.

Eliel da Silva Moura

Universidade Federal Fluminense.

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gestão e Políticas Públicas em Educação -

NUGEPPE

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES

[email protected]

Resumo: O presente trabalho preocupa-se em discutir, sob o olhar epistemetodológico,

alguns aspectos relacionados ao campo de conhecimento das políticas educacionais em

interface com o debate mais amplo que envolve o paradigma científico, sua crítica e as

possibilidades daí decorrentes. Optamos, em princípio, por resgatar as considerações

sobre o estatuto científico e como este foi apropriado pelas ciências humanas,

enfatizando o rompimento com a concepção positiva de ciência, desencadeado

principalmente a partir das décadas de 1970 por muitos pesquisadores no Brasil. Os

dilemas metodológicos surgidos desde então são analisados sempre sob a perspectiva da

construção de conhecimento na área da educação. Com isto preparamos o terreno para a

segunda parte deste trabalho, que trata propriamente do campo das políticas e gestão da

educação. Ao revisitamos as definições desta subárea ao longo do século XX,

observarmos as transformações em seus objetos de estudo e em sua própria constituição

enquanto campo de pesquisa. Destacamos quatro momentos deste histórico de evolução:

a) A predominância das abordagens jurídico-institucionalistas, cujos objetos de análise

eram centrados na normativa legal; b) A perspectiva do planejamento para o

desenvolvimento, período em que institutos de pesquisa, órgãos estatais e organismos

internacionais multilaterais emergiram como dinamizadores e propagadores deste

arcabouço teórico; c) A perspectiva crítica, fase desencadeada na década de 1970,

marcada pela emersão dos enfoques crítico-reprodutivistas e de estudos neo-marxistas e

pós-estruturalistas; d) E o momento mais recente cuja palavra de ordem é a gestão da

educação, seja ela associada à noção de management ou a posicionamentos anti-

Page 33: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

hegemônicos. Concluímos que, diante dos dilemas ético-políticos envolvidos na

produção da pesquisa em políticas educacionais, o posicionamento epistemológico do

pesquisador seja fundamental para o enriquecimento, credibilidade e consolidação do

campo.

Palavras-chave: Políticas Educacionais; Epistemologia; Metodologia.

27. Análise de uma Política pública Intersetorial: educação e saúde e as

vulnerabilidades no processo de escolarização mediante a ausência da

Anemia Falciforme na relação das doenças crônicas no programa Saúde na

Escola (PSE)

Rita de Cássia Ladeira

CEFET/RJ

[email protected]

Resumo: O objetivo deste texto é discutir a ausência da Anemia Falciforme (AF),

doença hereditária prevalente na população negra, na lista das doenças crônicas

apresentadas nos textos do Programa Saúde na Escola (PSE). O PSE é uma Política

Intersetorial entre os Ministérios de Saúde (MS) e Educação (MEC) que busca a

integralidade em saúde de alunos do ensino público. A metodologia utilizada foi a

técnica de análise documental fundamentada na teoria da análise do discurso. Para tanto,

recorro às orientações do decreto que instituiu a implantação do PSE e aos textos

oficiais editados pelos MS e MEC em particular os Cadernos de Atenção Básica; n. 24

Série B. Textos Básicos de Saúde de 2009 e a publicação Passo a passo PSE: Programa

Saúde na Escola: tecendo caminhos da intersetorialidade Série C. Projetos, programas

e relatórios de 2011. São construções textuais que não visibilizam a AF, ocultando

informações importantes a respeito das implicações dessa enfermidade e o peso do seu

Page 34: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

impacto enquanto vivência socioeducacional. Concluímos que a presença de alunos com

AF no espaço escolar vem sendo ignorada em consequência do desconhecimento da

doença por parte dos atores envolvidos. Sugerimos uma reorientação no documento que

regulamenta o PSE e uma reformulação em seus respectivos editoriais no sentido de

acrescentar na lista de doenças crônicas a AF como aspecto vulnerabilizante com forte

impacto no processo de escolarização que compromete de várias formas a

aprendizagem.

Palavras-chave: Educação-Saúde; Política Pública; Anemia Falciforme.

28. A EDUCAÇÃO INFANTIL NA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE

NITERÓI: POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO E EXPANSÃO.

Luziane Patrício Siqueira Rodrigues

UFF (Mestranda em Educação) e

FME/Niterói(Coordenadora de Polo da Educação Infantil)

E-mail: [email protected]

Resumo: No Brasil, as políticas públicas de atendimento à criança são recentes. As

primeiras iniciativas datam do meado do século XIX, partindo de iniciativas de grupos

privados. Tais iniciativas foram fortemente marcadas pelo caráter preconceituoso e

assistencialista nos poucos projetos destinados à infância. Efetivamente, somente em

meados dos anos de 1970 pôde-se perceber, por parte das autoridades governamentais, a

preocupação com o atendimento infantil. A Constituição de 1988 assegurou o direito à

educação das crianças menores de cinco anos de idade, fato corroborado pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, que além disso, incluiu a educação

infantil na educação básica, sob a responsabilidade dos municípios. Por não se tratar de

uma etapa obrigatória, durante anos, não se garantiu as condições de acesso para todos.

Page 35: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

Somente após a promulgação da E.C. Nº59/2009, parte da educação infantil (quatro e

cinco anos), passa a ser obrigatória até 2016, fazendo com que os municípios se

reestruturem para absorver a demanda. Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre a

importância da educação infantil. Cada vez mais as famílias têm procurado no âmbito

público e privado as creches e pré-escolas, por diversos fatores. Apesar de ser visível o

crescimento do atendimento à criança nas instituições públicas, a procura ainda é muito

maior do que o número de vagas existentes. O presente trabalho propõe-se a discutir a

política de atendimento na educação infantil, da Rede Municipal de Educação de

Niterói, apresentando um histórico do atendimento no município e as ações da

Secretaria Municipal de Educação Ciência e Tecnologia, destacando os principais

avanços e dificuldades ao longo dos anos, a fim de garantir uma educação pública de

qualidade na primeira infância, baseada no trinômio cuidar/brincar/ educar, percebendo

a criança como um sujeito de direitos e produtora de cultura; culminando com a

apresentação do “Mais Infância”, programa de expansão e reestruturação física e

pedagógica da rede, lançado em março de 2013, com o objetivo de expandir em 75% as

Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEI), ampliando consequentemente o

número de vagas e os resultados obtidos após um ano desde seu lançamento.

Palavras- chave: educação infantil – infância – expansão.

29. O DEBATE SOBRE O PROJETO MINHA GENTE NO

ESPAÇO DO PODER LEGISLATIVO

Reginaldo de Lira Pena

Mestrando em Educação pela Universidade Federal Fluminense

Email: [email protected])

RESUMO: O presente trabalho pretende analisar em linhas gerais o debate produzido

em torno do Projeto Minha Gente, lançado em maio de 1991 pelo governo do então

Page 36: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

presidente da República Fernando Collor de Mello. Coordenado pelo Ministério da

Saúde, o Projeto tinha como sua unidade básica os Centros Integrados de Atendimento à

Criança (Ciacs), unidades escolares construídas especialmente para esta finalidade,

colocando-se acima dos pressupostos tradicionais do campo das políticas educacionais,

pois, além da proposta de educação integral para os alunos do ensino fundamental,

envolvia também ações integradas nas áreas de saúde pública, assistência social e

promoção social. Os programas setoriais que compunham inicialmente o Projeto eram

os seguintes: Núcleo de Proteção à Criança e à Família, Saúde e Cuidados Básicos da

Criança, Educação Escolar, Esporte, Cultura, Creche e Pré-Escola, Iniciação ao

Trabalho, Tele-educação e Desenvolvimento Comunitário. Não foram definidas regras

fixas para a operacionalização dos programas setoriais, uma vez que deveriam ser

consideradas demandas de cada região. O modelo de gestão estabelecia que o governo

federal ficaria com o controle técnico e administrativo, articulando-se com os governos

estaduais e municipais. Outro ponto a ser considerado é o destaque para a participação

da comunidade, atuando na concepção, implantação e operação das unidades. O

lançamento previa a construção de aproximadamente 5.000 unidades em todo o Brasil.

A definição de projeções tão ambiciosas colaborou ainda mais para que o Projeto fosse

tratado com desconfiança. Verifica-se também que o Projeto representou um ponto de

inflexão no posicionamento de parte da grande imprensa em relação ao governo, com

uma oposição sistemática desde as ações iniciais que tratavam dos “Cieps de Collor”.

Através da utilização de diferentes fontes, foram identificadas as várias questões que

envolveram o intenso debate sobre o Projeto. Considerando que o espaço do Poder

Legislativo reflete intensamente, e das mais diversas formas, discussões que são

produzidas na sociedade, foi destacada a análise do parecer elaborado, no final do ano

de 1991, pelos deputados federais Raul Pont, (Partido dos Trabalhadores), Maria Luiza

Fontenelle (Partido Socialista Brasileiro) e Celso Bernardi (Partido Democrático

Social), para apreciação da Comissão de Educação, Cultura e Desportos da Câmara

Federal.

Palavras-chave: políticas educacionais; história política; educação integral.

Page 37: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

30. POLÍTICAS ATUAIS DE TEMPO INTEGRAL DA REDE MUNICIPAL

DO RIO DE JANEIRO: DISCUSSÕES INICIAIS

Lenita dos Santos Ferreira

UNIRIO/SME-RJ

[email protected]

NEEPHI - Núcleo de Estudos Tempos, Espaços e Educação Integral

RESUMO: Este trabalho, recorte da pesquisa para a dissertação de mestrado em

Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO), é uma discussão inicial

sobre a política de ampliação progressiva do atendimento em tempo integral na rede

pública municipal do Rio de Janeiro. O estudo busca compreender o processo de

implantação e a lógica de funcionamento do horário integral na realidade carioca bem

como concepções de educação subjacentes. Tecemos algumas reflexões e indagações

acerca da adoção do turno único a partir do ano de 2010, marco legal da transição

político-pedagógica gestada desde o ano anterior quando houve a mudança de governos

municipais. Considerando que a referida rede é a maior da América Latina, é necessário

problematizar os limites e as possibilidades desta política diante dos esforços para

abranger um grande número de escolas e ainda considerar especificidades locais.

Analisamos o funcionamento em turno único de um CIEP (Centro Integrado de

Educação Pública) da Zona Norte, dialogando com os documentos emitidos pela

Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ) sobre horário integral e

com autores que contribuem para pensar e discutir tempo/educação integral. Por ora, as

investigações preliminares apontam que SME-RJ vem realizando tentativas de

implantar o turno único começando por unidades que já funcionavam neste modelo.

Sendo assim, o que vem acontecendo é a adequação de parte das escolas a alguns

aspectos, como a nova carga horária de quarenta horas para professores e a

implementação do Programa Mais Educação (PME) em escolas de horário parcial como

indutor de ampliação de tempo e em escolas de horário integral como complementação.

Como, em ambos os casos, o PME não atende à totalidade dos estudantes, é possível

entendermos que a concepção de escola integral da atual gestão, ao que a pesquisa vem

Page 38: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

indicando, está mais voltada para a ampliação de carga horária do que para a formação

integral do sujeito.

Palavras-chave: Políticas educacionais. Educação integral. Tempo integral.

31. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM INTERFACE COM A

EDUCAÇÃO ESPECIAL: VELHOS DESAFIOS E NOVAS

PERSPECTIVAS

Márcia da Silva Freitas - FFP/UERJ

[email protected]

Resumo: O presente estudo visa apresentar inquietações da autora referentes à

Educação de Jovens e Adultos e a Educação Especial. Encontramos nessas modalidades

de ensino situações que reafirmam seu caráter duplamente excludente: ambas

apresentam em sua essência a responsabilidade de incluir aqueles que, por distintos

motivos e em momentos históricos variados, estiveram a margem do sistema

educacional. A pesquisa atualmente vem sendo desenvolvida no município de Itaboraí –

RJ e, pautada nas legislações vigentes, a autora defende a educação como um direito

inerente a todos os cidadãos (capítulo II da Constituição Federal, Art. 6º). Sendo assim,

objetiva investigar, no âmbito das políticas públicas, como tem sido o ingresso e a

permanência de pessoas com Necessidades Educacionais Especiais na escola comum

inclusiva, particularmente na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, analisando

como se dá o enlace entre as duas modalidades em questão. A pesquisa tem sido

realizada numa abordagem qualitativa, sem desconsiderar dados quantitativos

atualizados trazidos pelo Ministério da Educação, pela Secretaria Municipal de

Educação e Cultura de Itaboraí e por fatores investigados em instituições de ensino. Os

procedimentos metodológicos utilizados são: entrevistas semiestruturadas, análise

Page 39: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

documental e pesquisa de campo. Neste sentido, com base na Constituição Federal, em

outras legislações pertinentes e a partir da necessidade de refletirmos sobre a dignidade

humana, este estudo propõe reflexões acerca de diversos desafios e perspectivas que

englobam o direito educacional para as pessoas inseridas nas modalidades de ensino

supracitadas, no âmbito das políticas públicas em Educação.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação Especial; Direito à

Educação.

32. A FORMAÇÃO CONTINUADA NO ÂMBITO DO PROGRAMA MAIS

EDUCAÇÃO: AVANÇOS E DESAFIOS

Luana Gomes de Oliveira (UNIRIO)

Email: [email protected]

Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar o processo de formação continuada

dos profissionais da educação e demais educadores, que atuam no âmbito do Programa

Mais Educação (PME) no município de Mesquita-RJ, destacando seus principais

avanços e desafios. A justificativa do estudo se faz associar ao fato de a implantação do

Programa Mais Educação - que busca contribuir para com a construção de políticas

públicas de educação (em tempo) integral em municípios e estados brasileiros - ter

difundido para o âmbito nacional os debates acerca da educação integral e, por

conseguinte, as discussões voltadas para os processos de formação (continuada)

vinculados ao Programa. Partindo desta perspectiva, torna-se necessário, entre outras

questões, a realização de estudos voltados para a análise da formação dos profissionais

que atuam no PME e suas possíveis implicações no desenvolvimento do próprio

Programa. Assim, realizei uma pesquisa de cunho qualitativo com foco em um estudo

de caso, em que foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais que

Page 40: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

atuam no PME na Secretaria Municipal de Educação de Mesquita (SEMED) e em um

CIEP municipalizado. A partir dos dados levantados, foi possível constatar, entre outros

resultados, que o processo de formação continuada oferecido por Mesquita contribuiu

para que os profissionais da educação e demais educadores entendessem o PME e a

importância da educação integral para a melhoria da qualidade educacional da rede

municipal de ensino. Como avanços, cito uma maior qualificação dos educadores que

atuaram no Programa, o desenvolvimento de novas competências e habilidades por

parte dos coordenadores e a consolidação do PME em um programa próprio de

educação integral em tempo integral do município. No que tange aos desafios, destaco a

carência de profissionais preparados para orientar e ofertar formações a alguns

monitores que atuam na área cultural, a dificuldade de integração entre profissionais da

educação e demais educadores, a falta de interação com profissionais da mesma área e a

esporadicidade das formações oferecidas pela SEMED.

Palavras-chave: Programa Mais Educação. Educação Integral. Formação Continuada.

33. MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO POPULAR: UM OLHAR A

PARTIR DA EDUCAÇÃO INTEGRAL

Ellen Christina Sá de Freitas – UERJ

[email protected]

Cinira Maria de Sousa – UERJ

[email protected]

Resumo: O presente artigo propõe a articulação entre os movimentos sociais e a

educação integral, objeto da nossa pesquisa de mestrado, na perspectiva de contemplar o

direito daqueles feitos diferentes e que são colocados à margem da sociedade.

Considerando o percurso da Educação Integral, desde o Manifesto dos Pioneiros da

Page 41: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

Escola Nova, até a criação dos Centros Integrados de Educação Pública, e mais

recentemente com a implementação do Programa Mais Educação, observa-se uma

trajetória da Educação Popular e dos Movimentos sociais na intenção da constituição de

sujeitos sociopolíticos. Entretanto, os avanços nas elaborações dos programas e nos

decretos de leis, por si sós, não garantiram a educação libertadora que desperta a

consciência através da práxis ação-reflexão. A proposta Freiriana utilizada nas

comunidades eclesiais de base cristãs desenvolviam o trabalho com as massas

populares, por meio de bibliotecas públicas, rádios comunitárias, grupos de teatro,

músicas, apontando para o que hoje denominamos de Educação Integral. Os aportes

teóricos de Miguel Arroyo nos permite reconhecer que a produção de diferentes em

desiguais representam, na realidade, uma produção histórica que se reproduz nas

relações políticas radicalizadas de dominação-subordinação. No contexto escolar, a

discussão acerca do currículo que mantém a visão eurocêntrica nas matrizes

pedagógicas de pensamento, constituem as nossas intenções de compreensão teórica que

avolumam reflexões sobre como as dicotomias provocadoras de tensões inseridas nos

programas que objetivam a ampliação da jornada escolar, podem ser enfrentadas. Nesse

sentido, a metodologia adotada é desenvolvida através da análise das contribuições

teóricas que envolvem a tríade: educação integral, movimentos sociais e educação

popular, na medida em que possam estabelecer uma discussão sobre a possibilidade de

considerarmos a perspectiva epistêmica oriunda do lado subalterno, realidade ainda

distante no contexto educacional. Desse modo, busca-se aproximar da educação que

atenda a demanda dos estudantes das classes populares que historicamente são

destinados a terem a sua cultura desprivilegiada e os seus direitos suprimidos.

Palavras Chave: Educação Integral, Movimentos Sociais, Currículo.

Page 42: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

34. FILOSOFANDO A ESCOLA PÚBLICA

Alice Pessanha Souza de Oliveira - UERJ

[email protected]

Resumo: No presente artigo irei explorar o trabalho, no qual participei como bolsista de

extensão no ano de 2012 e hoje atuo como bolsista de iniciação à docência. O projeto

de extensão Em Caxias a Filosofia En-Caixa?!, acontece no município de Duque de

Caxias desde 2007, resultado da parceria do governo do município de Caxias com a

Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Realizado pelos integrantes do Núcleo de

Estudos Filosóficos da Infância (NEFI) Em Caxias a Filosofia en-Caixa?!, este projeto

leva um novo olhar para a filosofia em sala de aula, fazendo com que as crianças

pensem filosoficamente ao invés da história da filosofia, ou seja não se leva conceitos

filosóficos para sala de aula, mas se constrói o pensamento filosófico. Ao utilizar Walter

Kohan, filósofo e pedagogo coordenador do projeto, com seu livro A Escola Pública

Aposta no Pensamento que nasceu com o projeto em Caxias, podemos compreender a

dinâmica do projeto, o que é a filosofia com crianças e como ela acontece nas escolas.

Através disso, problematizo as experiências de filosofia como outro espaço/tempo

inserido na escola, com características específicas que nos potencializa as possibilidades

dos encontros. Para tal utilizarei o filósofo francês Deleuze, o pensamento não acontece

de boa vontade, acontece apenas após um encontro que nos tira de nossa situação de

inércia. A escrita desse artigo consiste em apresentar o projeto e trazer as questões que

vem nascendo em mim durante esses dois anos em que venho participando, questões

que me fazem pensar sobre a educação e a escola contemporânea, o papel da filosofia na

escola, a possibilidade de se fazer filosofia nas escolas públicas e me levando até a

perguntar o que é a filosofia. Esse trabalho é uma tentativa de se pensar o pensamento

dentro da escola em um projeto que transforma a relação habitual entre

professor/aluno/sala de aula. Um projeto que nos possibilita transformar nossa relação

com o pensamento, com a sociedade em que vivemos e com a escola que habitamos

diariamente, colocando em questão o pensamento, a filosofia e o aprender.

Palavras Chaves: Filosofia com Crianças; Políticas Educacionais; Walter Kohan

Page 43: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

35. PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA NO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO: DESAFIOS COM UMA POLÍTICA

PÚBLICA DE FORMAÇÃO CONTINUADA

ELAINE CONSTANT (UFRJ) [email protected]

MARIA ELISA ALMEIDA (UFRJ) [email protected]

GABRIELA SANTOS (UFRJ) [email protected]

Resumo: A presente pesquisa visa a investigação da política pública o Pacto Nacional

Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), considerando a infraestrutura dos cursos

presenciais e os processos formativos vivenciados no ano de 2013, no estado do Rio de

Janeiro. O PNAIC é um compromisso formal assumido pelos entes federados (União,

estado, Distrito Federal e municípios) de assegurar a alfabetização das crianças até os

oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental. As ações do Pacto são um

conjunto integrado de programas, materiais e referências curriculares e pedagógicas que

são disponibilizadas pelo Ministério da Educação a fim de alcançar êxito em tal

comprometimento supracitado. A proposta tem como eixo basilar a formação

continuada de professores das redes municipais e estadual, sendo os cursos ministrados

pelas universidades públicas, no caso fluminense, pela Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ). Nesses cursos, a temática da infraestrutura tanto micro quanto macro

espacialmente, pensando desde o local de formação da equipe administrativa, quanto

nos ambientes de formação, além da busca para entender como a identidade docente, a

significação social da profissão e as novas demandas profissionais foram trazidas pelos

professores, juntamente com a multiplicidade de sentidos sobre: O que é o

conhecimento? Tais assuntos mostraram a preocupação entre os professores sobre a

crise paradigmática e a redefinição do que seja formação docente. O diálogo entre

professores da educação básica oriundos de escolas públicas e a Universidade mostrou

que as políticas públicas consideram a concepção de formação continuada ligada mais a

criação de uma “estruturação pedagógica” e menos ao “processo formativo”. Isso

indicou a urgência de se repensar esse reducionismo, motivando a apreciação sobre a

importância de análises do ambiente de formação e os processos formativos a partir da

escuta das vozes docentes. Para tanto, este trabalho recorre a depoimentos de

Page 44: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

professores participantes do Pacto, tanto escritos por meio de relatórios e e-mails, como

também gravação e transcrição de entrevistas. Esses depoimentos quase sempre

acorreram a partir dos Seminários A alfabetização nas cidades do Rio de Janeiro, -

instituído pela equipe pedagógica do Pacto da UFRJ para acompanhar o

desenvolvimento da proposta de formação continuada, - e se mostraram como uma

possibilidade de troca de ideias com os professores.

Palavras-Chave: Formação Continuada; Docência; Política Pública; Identidade

Docente.

36. POLÍTICAS PARA REFORMA DO ENSINO MÉDIO

Flávia Araujo (UFF) [email protected]

Alexandre Mendes Najjar (UFF) [email protected]

RESUMO: Nos anos de 1990, com o objetivo de apoiar a implementação da reforma do

ensino médio nos estados o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério

da Educação (MEC) desenvolveram um projeto de cooperação técnica, denominado de

Programa de Melhoria e Expansão do Ensino Médio – PROMED-. Esse programa,

submetido ao BID para obtenção de financiamento, teve como objetivo propiciar assistência

técnica às Unidades Federadas para adequação curricular a Lei de Diretrizes e Bases no.

9394/96 e ao Parecer CEB/CNE 15/98 que estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais

para o Ensino Médio, assegurando a ampliação do grau de cobertura desse grau de ensino. O

PROMED, após um trâmite burocrático extenso, foi assinado e desenvolvido em diversos

estados brasileiros. Além da ajuda financeira, o BID elaborou um conjunto de

recomendações que atuaram como marco para a elaboração das políticas do ensino médio no

âmbito do PROMED. Com base em Osga (2000) destaca-se que as políticas educacionais

não são apenas o resultado de produções dos governos, de ações e determinações propostas

Page 45: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

exclusivamente externas às escolas. Segundo a autora, as políticas não se restringem apenas

às ações governamentais implementadas para a consecução de determinados objetivos. Mais

do que produto, as políticas públicas constituem, para Osga, um campo de negociação e de

lutas entre os diferentes grupos envolvidos. As políticas constituem um terreno de

contestação. O estudo que empreenderemos é qualitativo, de caráter exploratório e procura

analisar a implantação de políticas educacionais formuladas para o Ensino Médio, no âmbito

do Programa de Melhoria e Expansão do Ensino Médio. Destacamos que o objetivo da

pesquisa empreendida é compreender as direções e o significado da reforma do ensino

médio nos anos 1990, sem perder de vista o quadro legal estabelecido pelo governo federal e

as influências dos organismos internacionais na definição de marcos para reformulação do

ensino médio. A pesquisa incluiu o rastreamento da literatura específica sobre políticas

educacionais, o rastreamento de documentos oficiais que explicitaram metas, objetivos,

planos, programas, projetos para a reformulação dos currículos do ensino médio, além do

exame de documentos de organismos internacionais envolvidos no PROMED.

Palavras-chave: políticas educacionais; ensino médio; organismos internacionais.

37. POLÍTICAS PÚBLICAS E A QUESTÃO DA EXCLUSÃO

Michele Cristina Pedroso – UNESP Rio Claro, [email protected]

Leila Maria Ferreira Salles – UNESP Rio Claro, [email protected]

Grupo de pesquisa: JOVEDUC – Jovens, Educação e Violência

Financiamento: FAPESP

Resumo: Políticas públicas direcionadas aos jovens tem surgido principalmente no

últimos 20 anos, questionamos então como esta tem se feito presente na vida dos jovens

atendidos por estas políticas públicas no âmbito da educação e qual a concepção de

jovens que se faz presente nos seus programas e ações. Este trabalho teve então como

Page 46: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

objetivo analisar a concepção que se tem dos jovens participantes das políticas de um

município de médio porte do interior do estado de São Paulo. Para tal, foi realizado um

levantamento de todos os programas e ações que exerciam atividades na área de

educação para jovens. Através do levantamento realizado foram identificados 5

programas, que foram convidados a participar da pesquisa oferecendo documentos dos

programas e também cedendo entrevistas. Através dos documentos disponibilizados e

também de entrevista realizada com um dos coordenadores dos programas foi possível

perceber que as políticas públicas direcionadas aos jovens destinam-se principalmente

aos jovens pobres, que pertencem aos extratos sociais mais empobrecidos da população,

morador da periferia urbana, e que são percebidos como integrante de famílias

consideradas desestruturadas, como jovens que tendem a ficar no ócio, que estão

sujeitos ao desemprego o que acarreta uma perspectiva de vida futura problemática. Os

dados apontam assim que as políticas formuladas para os jovens se embasam em uma

visão negativa dos jovens pertencentes aos estratos sociais mais empobrecidos. A

questão da exclusão social está então fortemente presente nessas políticas.

Palavras-chave: políticas públicas, jovens, educação.

38. A PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

GISELE BATISTA HERDY (UNIRIO)

[email protected]

RESUMO: No eixo das políticas públicas é perceptível um crescente interesse na

pesquisa relacionada à parceria público-privada e a sua influência no campo social,

considerando o atual contexto marcado pela globalização, pelos ideais neoliberais e pela

redefinição do papel do Estado. Neste sentido, surgem problemas norteadores deste

Page 47: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

estudo: podem os interesses público e privado convergirem? Ponderando a convergência

destes interesses, como os jovens e adultos são alcançados? E considerando o que se

tem realizado, que novas propostas surgem? Para responder a estes questionamentos, o

presente artigo atende ao objetivo geral de refletir sobre a parceria público-privada e sua

possível contribuição para a educação de jovens e adultos. Trata-se de um estudo de

natureza teórica que se pauta em uma pesquisa documental na medida em que se

apropria de documentos públicos normativos, como por exemplo, o Plano Diretor da

Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) e, em pesquisa bibliográfica, na ordem em

que considera a fundamentação teórica de autores nacionais e internacionais sobre a

temática. Por meio das análises realizadas verifica-se que nas relações estabelecidas no

tecido social, há a existência de interdependência entre Estado e capital privado na

gestão e na administração pública. Observa-se na educação, a crescente hegemonia do

setor privado direcionando ações com aporte público em apoio à proposta nacional de

universalizar a educação com um discurso econômico de modernidade e de bem-estar

ao cidadão. No que tange a educação de jovens e adultos, resta evidente que a parceria

público-privada neste segmento de ensino, ao mesmo tempo em que amplia a esperança

de melhoria na qualidade educacional, também evidencia contradições que precisam ser

debatidas, como a pouca abrangência quantitativa dos destinatários dos investimentos

realizados, a repetitividade dos programas que nem sempre consideram as

especificidades do público-alvo, a entrega de pacotes educacionais predefinidos que não

permitem a discussão e alterações que melhor contemplariam os receptores das

propostas a serem implementadas.

Palavras-Chave: Estado, parceria público-privada, educação de jovens e adultos.

Page 48: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

39. A POLÍTICA DE AVALIAÇÃO DA EDUCACÃO BRASILEIRA: O

CONTROLE DO TRABALHO DOCENTE NO ENSINO

FUNDAMENTAL PÚBLICO E NAS IFES

Simone Torres Evangelista

Universidade Federal Fluminense

[email protected]

CNPQ

Resumo: No Brasil, desde meados de 1990, assistimos o acirramento das políticas

educacionais nas quais o governo federal utiliza-se de avaliações em larga escala para

regular, controlar e monitorar à distância a qualidade da educação. Ainda que

indiretamente, essas avaliações servem, também, para manter o trabalho docente dentro

do escopo desejado pelo sistema vigente. Nos últimos anos, tem ocorrido um

refinamento no que tange ao controle do trabalho do professor público brasileiro, que

intensifica o uso, por parte dos governos federais, estaduais e municipais, de

mecanismos legais que condicionam a remuneração desse profissional ao aumento de

sua produtividade, eficiência e eficácia, bem como das instituições onde atua. Tais

políticas condicionam repasses de recursos financeiros a professores e/ou instituições

públicas de ensino que apresentarem os resultados esperados em avaliações, sejam elas

em larga escala, de produtividade individual ou mesmo institucional. Nessa lógica, o

sistema educacional tende a inverter o seu foco, passando a funcionar em torno do

desempenho e não mais do estudante, uma vez que melhora de índices, não representa

necessariamente a melhora da qualidade do ensino público. Nesse sentido, esse trabalho

se justifica pela necessidade de discutir, em que medida, toda essa possível inversão

produzida pela busca incessante de um pseudo-desempenho vêm afetando o cotidiano e

a subjetividade de professores públicos do ensino fundamental e superior brasileiros.

Como metodologia, esse artigo utilizou-se de uma revisão bibliográfica do tema e de

resultados empíricos de uma pesquisa de mestrado no contexto do ensino fundamental

público. Por fim, foi possível perceber que a política de avaliação da educação

brasileira, com sua proposta de incrementos financeiros que não são para todos, vem

corrompendo valores e transformando a instituição escolar em mercado do

Page 49: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

conhecimento onde professores vendem seus serviços, bem como se transformam em

operários-padrão que produzem os resultados esperados, trabalhando em torno de

indicadores e metas. Na medida em que esses elementos passam, cada vez mais, a

compor o cotidiano docente, reconfigura-se o contexto educacional de modo a produzir

novos objetivos e condutas que, consequentemente, afetam as relações interpessoais e

institucionais. O controle do trabalho docente, cada vez mais sutil e refinado, muda a

forma como o professor do ensino público vê a si e aos outros, afetando seu equilíbrio

físico e psicológico.

Palavras-chave: Políticas de avaliação da educação, Trabalho docente, Controle.

40. A ATUAL POLÍTICA DE DEMOCRATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL NO BRASIL: O PRONATEC

Moacyr Salles Ramos

Programa de Pós-graduação em Educação da UFRRJ

[email protected]

RESUMO: Criado em 2011, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e

Emprego (PRONATEC) se propõe a democratizar a oferta de Educação Profissional no

Brasil. A fim de investigar tal intento, apresentamos os pressupostos político-

ideológicos desse programa a luz das transformações ocorridas no mundo do trabalho e

na formação do trabalhador, a partir da crise estrutural do capital. O PRONATEC se

propõe a democratizar a oferta de Educação Profissional por meio de um arranjo

institucional que tem como base o Sistema S, a iniciativa privada e as instituições da

Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Para compreendermos como se

dá essa democratização, tomamos como referência empírica uma das instituições que

compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, a saber: o

Page 50: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ).

Questionamos se a entrada dos alunos das camadas desfavorecidas no IFRJ por meio do

PRONATEC trata-se de uma inserção precária no bojo de uma discriminação implícita

ou se representa um ganho real para a classe trabalhadora. Trata-se de uma pesquisa

básica, de análise qualitativa, de caráter explicativo, que se utiliza de questionários,

entrevistas, análise de fontes primárias, secundárias e observação como instrumentos de

coleta de dados. Foi possível constatar que a entrada dos alunos no IFRJ por meio do

PRONATEC tratou-se de uma “inclusão excludente”, na medida em que para esses

alunos o governo cria uma estrutura paralela, com base em contratos de trabalho

temporário e em uma organização pedagógica e administrativa improvisada. Além

disso, esse Programa não amplia a estrutura do IFRJ e aprofunda a distância entre

formação geral e formação profissional para as camadas desfavorecidas, na medida em

que não se propõe a elevar a escolaridade.

Palavras-Chave: Política Educacional; Educação Profissional; PRONATEC.

41. A POLÍTICA DE INTERIORIZAÇÃO DOS INSTITUTOS SUPERIORES

DE EDUCAÇÃO NO RIO DE JANEIRO: NOVOS FENÔMENOS APÓS

UMA DÉCADA DE PESQUISA

Fernando de Souza Paiva

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Educação (GRUPPE/FEUFF/CNPq)

[email protected]

Resumo: O presente trabalho procura compartilhar resultados obtidos no percurso de

mais de uma década de pesquisa sobre a origem e interiorização dos Institutos

Superiores de Educação (ISE) na rede pública estadual do Rio de Janeiro, instituições

Page 51: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

vinculadas à Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC), órgão pertencente à

Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (SECT/RJ). A pesquisa

encimada foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da

Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo em vista a realização dos cursos de

Mestrado e Doutorado entre os anos 2000 a 2011; e no Grupo de Pesquisa em Políticas

Públicas de Educação (GRUPPE/FEUFF/CNPq), ao qual permanece ligada. Para além

dos resultados obtidos, o texto também se propõe a avançar na direção de dois

fenômenos surgidos no decurso do referido processo de interiorização: i) a

transformação dos ISE em Faculdades de Educação Tecnológica do Estado do Rio de

Janeiro (FAETERJ´s), por meio do Decreto nº 43.586/2012; e ii) o deslocamento de

alunos do interior para a metrópole fluminense e periferias visando a realização de

cursos de graduação. Para compreensão do processo, o texto sinaliza uma analogia

histórica entre a interiorização dos ISE no Rio de Janeiro, evidenciando uma relação

entre a cidade do Rio de Janeiro, quando capital da Corte Portuguesa, e o interior

fluminense. O estudo ora proposto representa também a continuidade da pesquisa em

tese, dedicando especial atenção ao aprofundamento do fenômeno da interiorização do

ensino superior no estado do Rio de Janeiro, procurando compreendê-lo em suas

dimensões social, filosófica e política.

Palavras-Chave: Instituto Superior de Educação; Interiorização do Ensino Superior;

Rio de Janeiro

Page 52: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

42. OS CLUBES ESCOLARES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE

EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO: ANÁLISE DOCUMENTAL DE

UMA PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DO TEMPO ESCOLAR SOB A

PERSPECTIVA DO LAZER

Felipe Rocha dos Santos – PPGE-UFRJ – [email protected]

Thiago Luiz Alves dos Santos – PPFH-UERJ – [email protected]

Victor Andrade de Melo – PPGE-UFRJ - [email protected]

Resumo: Este trabalho está inserido na temática da “Educação Integral e Educação em

Tempo Integral”, e tem por objetivo apresentar a experiência de implantação e

desenvolvimento de uma proposta de ampliação do tempo de escola sob a perspectiva

do lazer, na Rede Pública Municipal de Educação do Rio de Janeiro - os Clubes

Escolares. Os Clubes Escolares foram instituídos, no ano de 1993, com o objetivo de

contribuir na formulação de políticas de educação em tempo integral para os alunos da

rede municipal de ensino de 1º grau, como também definir uma esfera pública para o

lazer escolar no âmbito da Secretaria Municipal de Educação. No contexto atual da

educação pública, em que a implantação de políticas públicas de ampliação do tempo

escolar apresenta sinais de crescimento, buscar compreender um projeto de ampliação

do tempo de escola que se distingue dos modelos das “Escolas Parques”, de Anísio

Teixeira, e dos “Centros Integrados de Educação Pública” (CIEPs), de Darcy Ribeiro,

pode ser um caminho fértil para que outros modelos de ampliação do tempo de escola

sejam implantados ao longo do país. Para que o objetivo do trabalho fosse atingido, foi

realizada a análise documental oficial relacionada ao Clube Escolar da Secretaria

Municipal de Educação do Rio de Janeiro, no período de 1993 a 2007, mais

especificamente, a Resolução SME nº 517/1993 - que criou o Clube Escolar e

institucionaliza-o na esfera da Secretaria de Educação, as Circulares Conjuntas do

Departamento Geral de Educação, relativas ao período de 1995 a 2002, e os

Procedimentos Administrativos das Unidades de Extensão – Clube Escolar,

compreendidos entre 2003 a 2007. Em nossas conclusões, verificou-se, principalmente,

a dificuldade de implantação de uma proposta de ampliação do tempo de escola que se

diferencie de um modelo de escola de tempo integral, a dificuldade no tratamento da

Page 53: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

temática do “lazer” no âmbito do campo da Educação e o pioneirismo e a contribuição

dos Clubes Escolares em buscar ampliar a jornada escolar a partir da questão do “tempo

sócio-educativo”.

Palavras-chave: tempo escolar, lazer, políticas públicas.

43. O ENSINO MÉDIO INTEGRADO COMO POLÍTICA EDUCACIONAL

NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autor: Leonardo Dias da Fonseca – UFF NUGEPPE

e-mail: [email protected]

Resumo: O presente trabalho faz um resgate histórico da educação profissional para

analisarmos a atual conjuntura que propiciou a organização do ensino médio integrado

no Estado do Rio de Janeiro através do Programa Dupla Escola. Iniciamos o estudo a

partir da revolução burguesa de 1930 que faz crescer a demanda por uma educação que

forme um novo trabalhador, que atenda aos interesses da industrialização e abertura do

país aos interesses do capitalismo mundial. Passamos pela histórica dualidade estrutural

do ensino médio brasileiro: para a elite, uma educação propedêutica, e por outro lado,

uma educação técnica e ligeira para os menos favorecidos. Apresentamos no artigo as

disputas, no cenário educacional, entre os conservadores, que apostam numa educação

dual, e os progressistas, que defendem uma educação politécnica, que propicia a

formação do homem em todas as suas dimensões. Analisamos as diferentes concepções

de educação profissional do Decreto n° 2.208/97 do governo de Fernando Henrique

Cardoso e do Decreto n° 5.154/2004 do governo Luís Inácio Lula da Silva. Por fim, o

artigo analisa a concepção de educação profissional do Programa Dupla Escola, que se

organiza como ensino médio integrado, com escolas públicas divididas em duas

categorias: as com investimento exclusivamente público e as de investimento público-

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privado, com parceria com empresas. Analisamos o conceito de política pública através

dos autores Jenny Ozga, Stephen Ball e Jefferson Mainardes. Além das contribuições de

Marx, o conceito do materialismo histórico e o conceito de Estado Ampliado em

Gramsci.

Palavras-chave: Educação Profissional – Ensino Médio Integrado – Políticas Públicas.

44. ENSINO FUNDAMENTAL EM TEMPO INTEGRAL E O PRINCÍPIO

EDUCATIVO DO TRABALHO

Cosme Leonardo Almeida Maciel - NEEPHI/UNIRIO/CAPES

[email protected]

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a possibilidade do

trabalho ser categoria central no processo formativo, no segundo segmento do ensino

fundamental, tendo em vista proporcionar a formação plena dos sujeitos. O estudo se

insere no debate envolvendo a temática da educação integral em tempo integral que,

atualmente tem ocupado espaço marcante nas discussões inerentes ao campo da

educação. Neste sentido, tem se constituído um campo de disputa política e ideológica,

onde perspectivas divergentes sinalizam para possíveis caminhos para materialização de

propostas de tempo integral que, de fato proporcione uma educação integral. Este

movimento está relacionado ao desenvolvimento e expansão do programa do governo

federal denominado “Mais Educação”. As análises revelam, num primeiro momento

que o programa supracitado tem se constituído como principal estratégia para difusão de

experiências de educação integral em tempo integral, no Brasil. Porém, percebemos que

o mesmo não privilegia o trabalho enquanto elemento central do processo formativo,

dando ênfase a outras atividades, sobretudo de caráter culturais e esportivas, neste

processo de ampliação da jornada escolar. Assim sendo, questionamos esta tendência a

Page 55: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

partir da análise do trabalho educativo desenvolvido no Instituto Politécnico da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUFRJ), localizado no município de Cabo

Frio/RJ. O mesmo tem no trabalho a categoria central para o desenvolvimento de uma

proposta de educação integral em tempo integral, desde o segundo segmento do ensino

fundamental, o que torna este espaço educativo bastante peculiar. Dessa forma,

fundamentamos teórico e metodologicamente o estudo a partir do materialismo

histórico e dialético e, os dados foram obtidos a partir da pesquisa bibliográfica e

documental.

Palavras-chave: Educação Integral, Tempo Integral e Trabalho.

45. PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR): IMPLICAÇÕES ENTRE

POLÍTICAS PÚBLICAS DE REFORMA EDUCACIONAL E AS

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO COTIDIANO ESCOLAR

Elaine Santos de Oliveira da cunha (UNESA/RJ)

[email protected]

RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar o PAR do Rio de Janeiro,

especificamente, a dimensão - “Práticas Pedagógicas e Avaliação”, a partir das

demandas abordadas em escolas do município do Rio de Janeiro de ensino fundamental.

Com a finalidade de contribuir para o debate e compreensão das políticas públicas

nacionais em Educação. Além, de elucidar as práticas pedagógicas e as possíveis

tensões presenciadas no cotidiano escolar. Existe um descompasso entre as políticas

educacionais, os indicadores internacionais de eficiência e apropriação de dados

manipulados por várias instâncias na cadeia da responsabilização. Criam-se novos

planos, programas, projetos, avaliações, capacitações, currículo, modelos didáticos.

Enfim, diversos mecanismos de tentativas de se alcançar a eficiência, muitas dessas

Page 56: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

propostas não são tão inovadoras. Este descompasso entre um acúmulo de promessas e

expectativas acaba por debitar sob os ombros dos professores. Este artigo faz uma

análise baseada em documentos produzidos no âmbito do Plano Plurianual, PDE e PAR

do município do Rio de Janeiro, além de entrevistas semiestruturadas realizadas com

gestores e professores das escolas selecionadas. Os resultados mostram que o formato

do PAR, com suas estratégias há mais de uma década e seus diagnósticos, vem sendo

desenvolvido como simples cumprimento burocrático e repasse de recursos. Na prática

do cotidiano escolar, o PAR agrava o “apartheid social”, através de estratégias de

mensurações, constituindo um fim em si mesmo. Numa síntese das reflexões

apresentadas, sugere-se a necessidade de um maior diálogo entre as políticas públicas

educacionais e o cotidiano escolar, no esforço de aliar essas políticas ao ideal de uma

educação emancipatória, contribuindo para minimizar os efeitos da desigualdade escolar

e possibilitar, assim, a equidade educacional.

Palavras-chave: Políticas Educacionais; Planejamento Educacional; Prática

Pedagógica.

46. AS PRÁTICAS CULTURAIS DOS PROFESSORES DAS SÉRIES

INICIAIS, UM OLHAR A PARTIR DA TEORIA DO CAPITAL

CULTURAL

AUTOR(A): CAMILLA BACELAR DE ARAÚJO - UFF

Email: [email protected]

Resumo: Com o presente estudo, visa-se compreender se as práticas culturais dos

professores das séries iniciais do ensino fundamental que podem ser transformadas em

capital cultural no espaço da escola. Tomando-se como referência empírica a minha

atuação como professora da Rede Municipal de Educação da cidade de Niterói. Busco

Page 57: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

conhecer as práticas que têm valor de capital neste universo em que atuo e, ainda o teor

e o conteúdo das práticas culturais destes agentes sociais. Como referências teóricas,

pode-se mencionar, a título de fundamentação geral, os trabalhos de Pierre Bourdieu, e,

de maneira mais específica, os trabalhos que se inscrevem no campo da sociologia da

formação do professor e na sociologia da cultura. Tenho por objetivos: conhecer as

práticas culturais dos professores do primeiro segmento do ensino fundamental e saber

quais as práticas culturais que podem ser convertidas em capital cultural no espaço da

escola. O presente resumo se insere, por um lado, numa linha de pesquisa que procurei

desenvolver num trabalho monográfico em 2001, cuja primeira etapa buscou

fundamentar conceitos importantes a serem trabalhados para o entendimento do

arcabouço teórico que estruturaria meus questionamentos no diálogo com as teorias

apresentadas, principalmente, por Pierre Bourdieu acerca da Sociologia da Cultura. O

campo de pesquisa empírica coberto por este projeto é constituído por escolas da Rede

Municipal de Educação de Niterói. A produção dos dados tem sido feita a partir de

entrevistas com professores do primeiro segmento do ensino fundamental e a

abordagem qualitativa.

Palavras- chave: Cultura, Prática Cultural e Capital Cultural.

47. ENSINO FUNDAMENTAL EM TEMPO INTEGRAL NO MUNICÍPIO

DE NITERÓI: POLÍTICAS EDUCACIONAIS E COMPROMISSO COM

A EDUCAÇÃO PÚBLICA.

Gloria Maria Anselmo de Souza – GRUPPE – UFF.

[email protected]

Viviane Merlim Moraes – GRUPPE – UFF.

[email protected]

Page 58: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

Resumo: Em atenção às orientações previstas na LDB e em outros documentos do

Ministério da Educação, seguindo ainda as pistas deixadas por grandes educadores que

defendiam e ainda defendem uma educação de qualidade para todos os brasileiros, a

Fundação Municipal de Educação aliada à Secretaria de Educação, Ciência e

Tecnologia instituíram uma comissão de trabalho para pensar a partir de bases teóricas e

experiências concretas de educação integral no Brasil, uma proposta pedagógica voltada

para as necessidades da população. Assim, o presente trabalho pretende discutir as

recentes iniciativas do município de Niterói visando a implantação da educação integral

na cidade. O texto representa um esforço de recuperar o processo iniciado em 2013 para

a estruturação de uma política pública de oferta de ampliação do tempo de permanência

dos alunos do ensino fundamental na escola em busca da melhoria de qualidade e do

atendimento às crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, conforme preconiza a legislação.

Busca-se com este trabalho divulgar uma experiência que se consolida com amplo

envolvimento do poder público, ancorado nas demandas da sociedade niteroiense. As

bases teóricas que sustentam a discussão partem dos estudos do educador Anísio

Teixeira, das reflexões de outros educadores sintonizados com a questão da ampliação

do tempo de permanência do aluno na escola, os recentes estudos de Jaqueline Moll,

Miguel Arroyo, Martha Ligia Coelho, dentre outros autores. Toma-se também como

referência teórico-metodológica. O caminho trilhado atravessa a pesquisa documental e

a observação participante.

Palavras-chave: políticas públicas – educação integral – compromisso com a educação.

Page 59: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

48. ESCOLA DE GESTORES: PERSPECTIVAS E DESAFIOS DA

FORMAÇÃO DE DIRETORES DAS ESCOLAS PÚBLICAS À

DISTÂNCIA

Daniela Patti do Amaral

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Professora do Programa de Pós Graduação em Educação

Faculdade de Educação

[email protected]

Karen Cavalcante

Licencianda em Pedagogia

Universidade Federal do Rio de Janeiro

[email protected]

Financiamento: PIBIC/UFRJ

Resumo: O Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública

(PNEGEB) é um Programa do MEC, executado em parceria com as universidades

federais, que oferece formação à distância em nível de especialização na área de gestão

escolar e coordenação pedagógica aos diretores e demais profissionais da equipe gestora

das escolas públicas municipais e estaduais. A Faculdade de Educação da UFRJ,

parceira na execução do PNEGEB, ofereceu o curso de especialização em gestão

escolar no período de agosto de 2008 a dezembro de 2009. O curso, desenvolvido na

modalidade à distância, ofertou 400 vagas, matriculou 388 alunos de 63 municípios do

Estado do Rio de Janeiro sendo que 174 alunos de 16 municípios concluíram o curso

com aproveitamento. Para a realização deste trabalho obtivemos informações de 149

concluintes sendo que somente 89 apresentavam dados completos e atualizados. Foram

enviados questionários através do programa SurveyMonkey para os 89 concluintes

sendo que 22 responderam às perguntas. O presente trabalho apresenta resultados

parciais acerca das percepções dos 22 concluintes/respondentes concluintes do curso

obtidas através da aplicação de questionários, e procurou investigar as percepções dos

concluintes sobre a formação oferecida pelo curso através de indicadores como renda;

Page 60: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

inserção no mundo do trabalho; ascensão profissional, entre outros. Os dados indicaram

que o curso foi bem avaliado pelos egressos, que há possibilidades de colocar em

prática os aprendizados adquiridos ao longo da formação, mas ainda demanda novas

investigações que permitam avaliar o impacto da formação dos gestores no cotidiano

escolar e, especialmente, na gestão democrática das unidades escolares e das redes de

educação tendo em vista que, em muitos municípios os gestores escolares são

selecionados através da indicação política sem critérios participativos da comunidade

escolar ou técnicos.

Palavras chave: políticas públicas; Escola de Gestores; gestão escolar.

49. CONSEQUÊNCIAS DO IDEB: PERCEPÇÕES SOBRE AÇÕES DA

EQUIPE GESTORA E DE DOCENTES EM UMA ESCOLA PÚBLICA.

Sergio Gonçalves da Cunha - UFRJ

[email protected]

Grupos de Estudos dos Sistemas Educacionais – GESED / FE / UFRJ

Resumo: O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) pode ser entendido

como indutor de políticas públicas educacionais, especialmente as norteadas pela

estratégia de accountability na educação. Segundo o Ministério de Educação, o cálculo

do referido indicador advém de um conjunto de determinados instrumentos, e tem sido

considerado como responsável em aferir a qualidade da educação nas escolas públicas

brasileiras. Temos como exemplo as políticas com o perfil de high stakes adotadas em

alguns Estados da federação e a possibilidade de um impacto representativo através da

ampla divulgação do mesmo, feita pelo do sítio do INEP, imprensa nacional e local,

provocando interferências substanciais no trabalho de equipes gestoras e corpo docente

de diferentes unidades escolares. Nesse sentido, temos o objetivo de descrever algumas

Page 61: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

dessas consequências favorecendo comparações com outros estudos por meio de uma

pesquisa descritiva baseada numa investigação estritamente documental realizada em

uma escola municipal da cidade de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro e que atende

alunos da educação infantil ao segundo segmento do ensino fundamental. Ademais de

fazermos referência à política de accountability na educação, também buscamos aporte

em recentes estudos e reflexões concernentes à avaliação educacional no Brasil,

sinalizamos a influencia dos fatores intra e extra-escolares no desempenho dos

estudantes e expomos laconicamente algumas questões contextuais nacionais. O

trabalho de campo contou com fontes de informação internas (documentos escolares) e

externas (dados sobre as avaliações do IDEB de âmbito local e nacional). Concluiu-se

que houve impacto na gestão escolar e trabalho docente na unidade estudada,

especialmente após a divulgação de um resultado negativo em 2009, mas que ainda não

há ferramentas suficientes para se detectar qual o nível de impacto deste elemento

específico quanto ao trabalho interno da instituição.

Palavras-chave: IDEB - gestão escolar - trabalho docente.

50. POLÍTICAS DE CURRÍCULO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

NO BRASIL

Clarissa Craveiro – UERJ/UNESA

[email protected]

Resumo: A partir da década de 1980 acentuaram-se as reformas no campo educacional

e no campo do currículo no Brasil. As reformas desse período foram marcadas pela

possibilidade de avanços democráticos. Tendo como marco educacional a Lei de

Diretrizes e Bases de 1996, os documentos curriculares posteriores, no que diz respeito

à formação dos professores do ensino fundamental, estão pontuados por um discurso de

Page 62: resumos aprovados anpae/rj eixo 1: políticas educacionais

construção e mudança dos modos de conceber a profissão docente com vistas atenderem

às necessidades e aos desafios do mundo globalizado e em prol do discurso

democrático. Reformas foram demandadas pela sociedade civil organizada resultando

em políticas curriculares marcadas por discursos variados e híbridos que deslocam seus

sentidos a fim de se adequarem ao novo cenário. Nessa produção curricular algumas

ideias tornam-se hegemônicas, como é o caso da reafirmação de um perfil nacional

docente. Muitos desses documentos imprimem orientações que apontam para as

políticas de formação docente com o entendimento de que o professor é peça-chave na

implementação das políticas. Busco analisar alguns significantes no projeto de

identidade docente no governo Fernando Henrique Cardoso e no governo Lula da Silva

no que diz respeito à Educação Básica, entendendo esses governos como possibilidade

de representação de projetos políticos antagônicos mais amplos. Utilizei como

ferramenta metodológica o programa WordSmith Tools, que auxiliou na busca de

possibilidades de leituras desses documentos. Esta discussão tem relevância, pois há que

problematizar interpretações e análises no campo do currículo em articulação com o de

formação de professores; há que promover análises dos textos colocando os

significantes sob suspensão e considerando várias possibilidades de articulação dos

discursos hegemônicos. As demandas e sentidos que circulam em torno da ação docente

sinalizam modificações com relação aos dois períodos de governos analisados. Os

discursos são atravessados pelo discurso hegemônico dos índices e padrões

internacionais ao fixar determinadas formas de avaliação que valorizam uma

determinada formação pedagógica e, acabam por manter uma continuidade com as

demandas já defendidas. Há avanços e conquistas que se deram em defesa do discurso

em defesa de uma formação democrática. Entretanto, os sentidos acessados para uma

formação docente para além dos espaços da sala de aula, ainda limitam o campo de ação

na medida em que o discurso hegemônico das competências e as especificidades dessa

organização curricular buscam “enformar” profissionais docentes e seus âmbitos de

ação.

Palavras chave: Política curricular – continuidade - formação de professores