24
Vol.11 n.3, Ago-Out 2015,pp.12-215 4 MANUSCRITO ORIGINAL ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERA VENOSA CRÔNICA CLEIDE LUCIANA TONIOLLO, EDUARDO SIMÕES DA MATTA CONHECIMENTO SOBRE A INFECÇÃO PELO HIV: UM OLHAR DOS EDUCANDOS SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, CRHIS NETTO DE BRUM, JOSEANI BANDEIRA, DHIANE TERRIBLE, LUANA PATÍCIA VALANDRO, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS RESUMOS EXPANDIDOS – APRESENTAÇÕES ORAIS ACIDENTE COM PERFUROCORTANTES EM TRABALHADORES DA SAÚDE LILIANE GLEICE MATOS PERES, ROSANA AMORA ASCARI, OLVANI MARTINS DA SILVA, KATRINI DOS SANTOS CONTERATTO AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E HEMATOLÓGICOS APRESENTADOS POR PACIENTES HEMODIALÍTICOS RELACIONADOS COM O CUIDADO DE ENFERMAGEM ELISANGELA GIACHINI, PAÔLA CRISTINA CERATTO, DÉBORA TAVARES RESENDE E SILVA ABATE COMPREENDENDO A PROPOSTA DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE: VIVÊNCIAS NO VER-SUS OESTE CATARINENSE ANDRÉ LUCAS MAFFISSONI, KARINE PEREIRA RIBEIRO, THAIS CRISTINA HERMES, CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO DISCUTINDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: RODAS DE CONVERSA NUMA EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA ANGÉLICA PAULA PARAVISI, LEIDINARA BARBOSA DE OLIVEIRA, DANIELE SCHOENINGER, PAOLA PRESSI, EDLAMAR KÁTIA ADAMY, ISELDA PEREIRA DO QUADRILÁTERO AO PRISMA: CONFIGURAÇÃO DOS ESPAÇOS GESTORES NA EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO EM SAÚDE CARINE VENDRUSCOLO, MARTA LENISE PRADO, MARIA ELISABETH KLEBA O PAPEL DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSINAL NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO: EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS YANÁ TAMARA TOMASI, ROBERTO ANTÔNIO FERREIRA CUNHA, GREICI CAPELLARI FABRIZZIO, MAIRA MANERICH, RENATA SCHIMDT SILVANO PRÁTICAS DA ENFERMAGEM DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO AMBITO ESCOLAR: SENSIBLIZANDO SOBRE A DENGUE ANGELA MARIA GOMES, DENISE FINGER, DAIANE SCHUCK, ALEXSANDRA MARTINS SILVA, CAMILA ZANESCO, TASSIANA POTRICH PROJETO “VER-SUS OESTE SANTA CATARINA” METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEMM SUBSIDIANDO A FORMAÇÃO ACADÊMICA EM ENFERMAGEM CAMILA DERVANOSKI, ALDAIR WEBER, ANGELA MARIA GOMES, LARISSA HERMES THOMAS TOMBINI, LIANE COLLISELLI, CLÁUDIO CLAUDINO SILVA FILHO PROJETO VER-SUS: VIVENCIANDO A REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE KAUANA DALL' AGNESE CAREGNATTO, EDLAMAR KÁTIA ADAMY 12 17 23 26 29 32 34 37 39 41 43

RESUMOS EXPANDIDOS – APRESENTAÇÕES ORAIS · elisangela giachini, paÔla cristina ceratto, dÉbora tavares resende e silva abate ... tombini, liane colliselli, clÁudio claudino

  • Upload
    hadat

  • View
    221

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Vol.11 n.3, Ago-Out 2015,pp.12-2154

MANUSCRITO ORIGINAL

ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERA VENOSA CRÔNICACLEIDE LUCIANA TONIOLLO, EDUARDO SIMÕES DA MATTA

CONHECIMENTO SOBRE A INFECÇÃO PELO HIV: UM OLHAR DOS EDUCANDOSSAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, CRHIS NETTO DE BRUM, JOSEANI BANDEIRA, DHIANE TERRIBLE,LUANA PATÍCIA VALANDRO, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS

RESUMOS EXPANDIDOS – APRESENTAÇÕES ORAIS

ACIDENTE COM PERFUROCORTANTES EM TRABALHADORES DA SAÚDELILIANE GLEICE MATOS PERES, ROSANA AMORA ASCARI, OLVANI MARTINS DA SILVA, KATRINIDOS SANTOS CONTERATTO

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E HEMATOLÓGICOS APRESENTADOSPOR PACIENTES HEMODIALÍTICOS RELACIONADOS COM O CUIDADO DE ENFERMAGEMELISANGELA GIACHINI, PAÔLA CRISTINA CERATTO, DÉBORA TAVARES RESENDE E SILVA ABATE

COMPREENDENDO A PROPOSTA DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE: VIVÊNCIAS NOVER-SUS OESTE CATARINENSEANDRÉ LUCAS MAFFISSONI, KARINE PEREIRA RIBEIRO, THAIS CRISTINA HERMES, CLÁUDIOCLAUDINO DA SILVA FILHO

DISCUTINDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: RODAS DE CONVERSA NUMA EXPERIÊNCIAEXTENSIONISTAANGÉLICA PAULA PARAVISI, LEIDINARA BARBOSA DE OLIVEIRA, DANIELE SCHOENINGER, PAOLAPRESSI, EDLAMAR KÁTIA ADAMY, ISELDA PEREIRA

DO QUADRILÁTERO AO PRISMA: CONFIGURAÇÃO DOS ESPAÇOS GESTORES NAEDUCAÇÃO/FORMAÇÃO EM SAÚDECARINE VENDRUSCOLO, MARTA LENISE PRADO, MARIA ELISABETH KLEBA

O PAPEL DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSINAL NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONALENFERMEIRO: EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLISYANÁ TAMARA TOMASI, ROBERTO ANTÔNIO FERREIRA CUNHA, GREICI CAPELLARI FABRIZZIO,MAIRA MANERICH, RENATA SCHIMDT SILVANO

PRÁTICAS DA ENFERMAGEM DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO AMBITO ESCOLAR:SENSIBLIZANDO SOBRE A DENGUEANGELA MARIA GOMES, DENISE FINGER, DAIANE SCHUCK, ALEXSANDRA MARTINS SILVA,CAMILA ZANESCO, TASSIANA POTRICH

PROJETO “VER-SUS OESTE SANTA CATARINA” METODOLOGIAS ATIVAS DEAPRENDIZAGEMM SUBSIDIANDO A FORMAÇÃO ACADÊMICA EM ENFERMAGEMCAMILA DERVANOSKI, ALDAIR WEBER, ANGELA MARIA GOMES, LARISSA HERMES THOMASTOMBINI, LIANE COLLISELLI, CLÁUDIO CLAUDINO SILVA FILHO

PROJETO VER-SUS: VIVENCIANDO A REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDEKAUANA DALL' AGNESE CAREGNATTO, EDLAMAR KÁTIA ADAMY

12

17

23

26

29

32

34

37

39

41

43

Resumos Expandidos – Apresentações Orais

Vol.11,n.3,pp.23-25 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO - APRESENTAÇÃO ORALEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na enfermagem

ACIDENTE COM PERFUROCORTANTES EMTRABALHADORES DA SAÚDE

LILIANE GLEICE MATOS PERES¹, ROSANA AMORA ASCARI², OLVANI MARTINS DA SILVA3,KATRINI DOS SANTOS CONTERATTO4

1. Especialista em Enfermagem do Trabalho do Centro Sul Brasileiro de Pesquisa Extensão e Pós-Graduação (CENSUPEG);2. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pela UFRGS. Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) eCENSUPEG; 3. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pela UFRGS. Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC); 4. Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: Considerando a normatização do Artigo 19da Lei 8.213/91, acidente de trabalho é todo aqueledecorrente do exercício do trabalho a serviço daempresa, provocando lesão corporal ou perturbaçãofuncional que resulte em morte ou perda ou redução,permanente ou temporária, da capacidade de trabalho¹.Diante disto, ao observarmos a prática diária deprocedimentos realizados com materiais perfurocortantesna prática profissional da área da saúde, nota-se umelevado número de acidentes ocasionados emdecorrência do manejo destes objetos. Partindo desteprincípio, surge a importância de saber a origem destesacontecimentos, bem como discutir sobre a devida formade descarte dos seus objetos motivadores, segundo aNorma Regulamentadora n° 32 (NR32)2. Objetivos:Este estudo teve por objetivo identificar, através de umarevisão de literatura, as principais causas de acidentescom perfurocortantes entre os profissionais da equipe deenfermagem. Metodologia: Trata-se de uma revisãonarrativa da literatura, elaborada a partir de material jáexistente e realizada através dos bancos de dadosdisponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).Foram considerados como critérios de inclusão:relevância do estudo, ano de publicação dos artigos(2000 a 2010) segundo a produção literária nacional,artigos disponíveis em língua portuguesa, com textocompleto, sendo limitado somente para humanos. Comocritérios de exclusão foram desconsiderados artigos quenão comtemplavam aos critérios de inclusão. Foramutilizados os seguintes descritores: Enfermagem.Acidentes com perfurocortantes. Durante a busca foramselecionadas 15 obras a partir da leitura de seus títulos eresumos, das quais apenas oito foram incluídas noestudo, sendo que destas, duas são revisão de literatura eseis são pesquisa descritiva quanti-qualitativa. O estudo

ocorreu entre os meses de maio e junho de 2012. Osdados coletados foram organizados com o auxílio deplanilhas, onde foram registrados os resultados de casapublicação. Resultados e Discussão: Durante oprocesso de estudo dos artigos foi possível diferenciarduas principais origens dos acidentes de trabalho.Acidentes originados a partir das condições de trabalho eacidentes desencadeados em decorrência docomportamento individual dos profissionais. Ascondições de trabalho podem estar relacionadascondições como: o comportamento agressivo depacientes, falta de capacitação profissional, sobrecargade trabalho, falta de funcionários, falta de recipienteadequado para descarte de material perfurocortante,disposição inadequada dos mesmos na unidade, falta ouinadequação dos materiais e equipamentos de segurança,instalações precárias improvisadas ou adaptadas,correria/agitação do serviço, descarte inadequado domaterial e dupla jornada de trabalho3-7. E com relaçãoaos fatores direcionados ao comportamento individualdo trabalhador, pode-se citar: reencape de agulhas, não-cumprimento e não-adesão as normas de segurança,pouca habilidade técnica, falta de esclarecimento sobrebiossegurança, desconhecimento dos riscos de infecção,pessoal sem treinamento, desmotivação, falta de atenção,estresse, fadiga, longo tempo de serviços, aspectocultural individual, agilidade na execução das atividadesrotineiras, situações de urgência3-8. Ainda, pesquisadoresapontam que a longa jornada de serviços, a experiência ea habilidade técnica são fatores individuais que merecemprofunda atenção, já que os profissionais se sentem cadavez mais capazes de realizar técnicas sem o uso de EPI’se julgam-se invulneráveis à ocorrência de acidentes, umavez que já estão acostumados7. Ao analisarmos osfatores individuais e as condições de trabalho não restamdúvidas de que eles realmente devem ser considerados

Peres et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.23-25 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

elementos provocadores de acidentes, contudo, sedirecionarmos maior atenção a alguns fatores individuaisespecíficos, podemos notar que diversos elementospodem ser diminuídos e até desconsiderados, uma vezque o profissional possui a responsabilidade deestabelecer boas condições de trabalho e proteger acimade tudo seu paciente e a si mesmo. Quando levado emconsideração a categoria profissional mais atingidadentro da enfermagem, a maioria dos estudos analisadosretificaram que os técnicos e auxiliares estão maispropensos a passar por acidentes de trabalhos destaorigem4-5,7-10. E segundo os mesmos estudos4-5,7-10, issoocorre em razão de que são estes os profissionais quemantém maior contato direto com os pacientes no dia adia, executando diversas técnicas, entre as quaispodemos citar a realização de curativos, injeções eadministração de medicamentos, enquanto que, por outrolado, os enfermeiros, quando não contam com umnúmero pequeno de profissionais, na maioria das vezes,direcionam seus afazeres às atividades que envolvem aadministração. Entretanto, é válido lembrar que asupervisão do trabalho, bem como a capacitaçãodaequipe de enfermagem é de responsabilidade doenfermeiro, o que evidencia a importância desteprofissional, como peça fundamental nesta engrenagempara minimizar a ocorrência de acidentes comperfurocortantes durante as atividades laborais dosauxiliares e técnicos de enfermagem. Outro estudo,alerta sobre o fato de que a ocorrência desses acidentesnão estar relacionada apenas ao nível de formação, mastambém ao treinamento e capacitação4. Isso nos fazentender o quanto a profissão de enfermagem évulnerável a acidentes ocasionados por materiaisperfurocortantes. Além de que, é através doconhecimento e cumprimento das normas debiossegurança e o cuidado com o profissional aodesempenhar suas ações que o risco de ocorrer acidentescom relação a este fator pode obter considerável queda eaté tornar-se inexistente3. Ao que se diz respeito aoprincipal objeto causador destes acidentes a agulha oca écitada diversas vezes por vários autores4-6,9-10. Estudoaponta que a agulha é considerado o principal materialpois causador de acidente em profissionais deenfermagem, uma vez que é o material mais utilizadopelos profissionais durante a preparação e administraçãodos medicamentos5. Ao vivenciar um acidente detrabalho com perfurocortante, são despertados diversossentimentos no profissional, tais como, medo de contrairalguma doença, desespero, apreensão, preocupação,angústia, culpa e constrangimento diante do paciente5. Épossível observar que, em relação ao medo de contrairuma doença, este é maior no que se diz respeito apossibilidade de adquirir infecção por HIV, mesmo queo risco de contaminação pelo vírus da hepatite seja bemmaior, deixando explícita a discriminação que ainda

existe em relação a pacientes soropositivos5.Considerações finais e Contribuições para aEnfermagem: A partir dos resultados do estudo conclui-se que as principais causas dos acidentes comperfurocortantes são a sobrecarga de trabalho e reencapede agulha, além de que os auxiliares e técnicos deenfermagem são os profissionais mais acometidos. Nota-se também que, quando acidentes desta natureza acorremos profissionais são tomados por sentimentos de medo eangústia de contrair uma doença, principalmente o HIV.Contudo, é sempre importante lembrar que esse risco decontaminação pode ser diminuído, porém isso só épossível se o próprio trabalhador estiver ciente sobre aimportância das normas de biossegurança e de que oenfermeiro tem papel fundamental como líder de umaequipe, principalmente no que se diz respeito àsupervisão da equipe e realização de capacitações. Aadequada segurança e higiene no trabalho repercutemdiretamente nos recursos que o Sistema Único de Saúdeprecisa investir para tratamento e reabilitação dotrabalhador em caso de acidentes de trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Acidentes com perfurocortantes.Enfermagem. Risco ocupacional. Saúde do Trabalhador

REFERÊNCIAS

[1]. Neto, NW. Conceito de acidente de trabalho. Segurançado trabalho. Disponível em:http://segurancadotrabalhonwn.com/conceito-de-acidente-de-trabalho/

[2]. Brasil. Ministério do trabalho e Emprego. NR 32 -Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços De Saúde,Publicada em Portaria GM n.º 1.748, de 30 de agosto de2011 e divulgada em D.O.U. em 31/09/2011. Disponívelem:http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A350AC8820135161931EE29A3/NR-32%20%28atualizada%202011%29.pdf

[3]. Alves SSM, Passos JP, Tacantins FR. Acidentes comperfurocortantes em trabalhadores de Enfermagem: umaquestão de biossegurança. Rev. enferm. UERJ, Rio deJaneiro. 2009; 17(3):373-7. Disponível em:http://www.facenf.uerj.br/v17n3/v17n3a13.pdf

[4]. Pereira ACM,Silva AR, Rocha CF, Cordeiro IS, LopesCM. Work accidents with needles and other sharpmedical devices in the nursing team at public hospitals –Rio Branco, Acre – Brazil. Online Brazilian Journal ofNursing [online]. 2004; 3(3).

[5]. Ribeiro AS. Gabatz RIB, Neves ET, Padoin SMM.Caracterização de acidente com material perfurocortantee a percepção da equipe de enfermagem. CogitareEnferm. 2009; 14(4):660-6. Disponível em:http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/cogitare/%20article/view/16379/10860

[6]. Simão SAF, Soares CRG, Souza V, Borges RAA, CortezEA. Acidentes de trabalho com material perfurocortanteenvolvendo profissionais de enfermagem de Unidade de

Peres et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.23-25 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

Emergência Hospitalar. Rev. enferm. UERJ,Rio deJaneiro. 2010; 18(3):400-4. Disponível em:http://www.facenf.uerj.br/v18n3/v18n3a11.pdf

[7]. Vieira M, Padilha MICS. O HIV e o trabalhador deenfermagem frente ao acidente com materialperfurocortante. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2008;42(4):804-10. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342008000400026

[8]. Marziale MHP, Rodrigues CM. A produção científicasobre os acidentes de trabalho com materialperfurocortante entre trabalhadores de enfermagem. Rev.Latino-Am. Enfermagem [online]. 2002; 10(4):571-77.Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692002000400015&script=sci_arttext

[9]. Moura JP, Gir E, Canini SEM. Acidentes ocupacionaiscom material perfurocortante em um Hospital Regionalde Minas Gerais, Brasil. Ciência y Enfermaria. 2006;12(1):29-37. Disponível em:http://www.scielo.cl/pdf/cienf/v12n1/art04.pdf

[10]. Nishide VM, Benatti MCC, AlexandreNMC. Ocorrência de acidente do trabalho em umaunidade de terapia intensiva. Rev. Latino-Am.Enfermagem [online]. 2004; 12(2):204-11. Disponívelem:http://www.scielo.br/pdf/rlae/v12n2/v12n2a09.pdf.

Vol.11,n.3,pp.26-28 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO - APRESENTAÇÃO ORALEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na enfermagem

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS BIOQUÍMICOS EHEMATOLÓGICOS APRESENTADOS POR PACIENTESHEMODIALÍTICOS RELACIONADOS COM O CUIDADO

DE ENFERMAGEMELISANGELA GIACHINI1, PAÔLA CRISTINA CERATTO2, DÉBORA TAVARES RESENDE ESILVA ABATE3

1. Acadêmica do Curso de Enfermagem na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC; 2. Enfermeira pelaUniversidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC; 3. Doutora. Docente do Curso de Enfermagem naUniversidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó - SC.

RESUMOIntrodução: Doenças Crônicas Não Transmissíveis(DCNT) são as principais causas de mortes no mundo,dentre elas encontra-se a Doença Renal Crônica (DRC),considerada a nova epidemia do século XXI. Éconsiderada uma síndrome clínica caracterizada pelaredução significativa, lenta, gradual e progressiva dasfunções renais excretoras, endócrinas e metabólicas,sendo classificada em estágios. Quando o paciente atingeo estágio 5, faz-se necessário o uso da Terapia RenalSubstitutiva (TRS), como a hemodiálise (HD). A seleçãoda modalidade de tratamento de TRS escolhida variamuito, mesmo dentro de cada país; no Brasil amodalidade de escolha predominante é a HD. Noprocesso de HD, a água é o principal componente e acontaminação da mesma por substâncias químicastóxicas é uma ameaça à qualidade da vida humana, demodo especial para pacientes hemodialíticos, pois estessofrem de anormalidades do sistema imunológico,devido a uremia e suas alterações metabólicas, tornando-os mais suscetíveis a infecções. As possíveiscomplicações que ocorrem durante as sessões dehemodiálise podem ser eventuais, mas algumas sãoextremamente graves e até mesmo fatais. A equipe deenfermagem tem uma importância muito grande naobservação dos pacientes durante as sessões de HD,podendo ajudar a salvar muitas vidas e evitar muitascomplicações ao fazer o diagnóstico precoce de taisintercorrências. A enfermagem é considerada o grupo deprofissional que mais participa diretamente no processoque envolve a hemodiálise, incluindo a sua atuação naresolução de possíveis complicações. Por este motivo osprofissionais de enfermagem devem estar sempre

atualizados para promover um trabalho com segurança equalidade ao paciente renal crônico. Objetivo: Esteprojeto objetivou analisar a adequação sanitária de umserviço de hemodiálise do oeste de Santa Catarina emum determinado período de 2014, relacionando-a aosparâmetros bioquímicos, hematológicos apresentadospelos pacientes hemodialíticos, as complicações maisfrequentes durante a hemodiálise, correlacionando-ascom as intervenções de enfermagem e refletir sobre ocuidado de enfermagem aos pacientes renais crônicos,particularmente no que se refere à qualidade daassistência prestada, resolutividade do tratamento eeducação em saúde. Metodologia: Tratou-se de umapesquisa de caráter observacional, exploratória,transversal com análise quantitativa analítica eamostragem sistemática aleatória. Teve como populaçãoalvo indivíduos que realizassem hemodiálise, de ambosos sexos, com um tempo de tratamento de 03 a 36 mesese que assinarem o Termo de Consentimento Livre eEsclarecido (TCLE). Foram excluídos pacientes que nãoconcordaram e não assinaram o TCLE, os que vieram àóbito durante a pesquisa. Esta pesquisa foi submetida aoComitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal daFronteira Sul (UFFS). As informações necessárias para apesquisa, referente aos pacientes, foram coletadasatravés da consulta dos prontuários. Os indivíduos foramseparados em 04 grupos conforme o tempo dehemodiálise: grupo nº 1, de 03 a 07 meses; Grupo nº 2,de 08 a 12 meses; Grupo nº 3, de 13 a 24 meses; Gruponº 4, de 25 a 36 meses. As informações necessáriasforam obtidas através da consulta aos prontuários, derelatórios do serviço de hemodiálise e leituras críticas ereflexivas onde se buscou as definições conceituaissobre complicações durante a hemodiálise, aspectos

Giachini et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.26-28 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

fisiopatológicos, etiologia, sinais e sintomas, alternativasterapêuticas e as possíveis intervenções de enfermagem.Quanto às intervenções de enfermagem específicas paracada complicação, foram consideradas aquelas que sãopreventivas e terapêuticas. Resultados e Discussão: Dos50 pacientes, 30 (60%) eram do gênero masculino, todosde etnia caucasiana, nenhum possuía hepatite B ou C etodos eram HIV negativos. O percentual de pacientes emHD com idade entre 19 a 64 anos, 65 a 80 anos e >80anos foi de 56% (N=28), 32% (N=16) e 1,2% (n=6),respectivamente. Com idade mínima de 22 anos emáxima de 95 anos. Em relação ao Índice de MassaCorporal (IMC), o grupo 1 apresentou uma média nolimite da normalidade, enquanto os grupos 2, 3 e 4apresentaram IMC ≥25 Kg/m², indicando sobrepeso.Sendo assim, nosso estudo encontrou um perfilpredominante de pacientes em idade adulta (56%), entre19-64 anos, e discreta predominância do sexo masculino,estando em concordância com o cenário nacionalexposto no Censo Brasileiro de Diálise Crônica de 2012da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Em relação aonosso objetivo de analisar os parâmetros bioquímicos ehematológicos dos pacientes, encontramos comoresultados neste estudo a existência de alterações nestesparâmetros em todos os pacientes, como ureia pré-HD,potássio, cálcio, fósforo e creatinina, com diferençasignificativa entre o grupo 1 com os demais grupos,especialmente no que se refere aos níveis de PCR.Níveis de PCR >8mg/L estão relacionadas a infecções ea processos inflamatórios, podendo ter comoconsequências a desnutrição e o desenvolvimento deprocessos ateroscleróticos. O serviço de hemodiálisedemonstrou estar em conformidade com asespecificações sanitárias, observou-se também que ficaevidente a necessidade dos profissionais de enfermagemestar capacitados e cientes da sua importância para amanutenção da qualidade de vida do paciente. Destemodo encontramos como cuidar para os profissionais daequipe de enfermagem diante de seus pacientes asrepresentações de relação terapêutica, relação deconfiança e relação técnica. Acreditamos assim, quedesta forma o desenvolvimento de uma assistência deenfermagem adequada ao paciente hemodialítico lheproporcionará melhores condições de suportar assituações vivenciadas durante o tratamento. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: Concluímos nesteestudo que as alterações nos parâmetros bioquímicos ehematológicos estão presentes em todos os pacienteshemodialíticos, especialmente no que se refere aosbiomarcadores inflamatórios, refletindo a maiorfragilidade imunológica. Neste contexto, ressalta-se aimportância de um monitoramento rigoroso da qualidadeda água e dos pacientes em hemodiálise. Enfatizando-seo controle e a relação de tais parâmetros como umaimportante ferramenta para avaliar a qualidade e

efetividade da terapia de hemodiálise, assim comoacompanhar a evolução clínica do paciente. O pacientedeve ter extrema confiança nos profissionais e essesprofissionais de enfermagem devem apresentar-seprestativos, atenciosos e que estão sempre alertas paraintervir em qualquer situação quando necessário.Arápida atuação do enfermeiro diante desta complicação,desde a monitorização do paciente, a detecção deanormalidades e a imediata intervenção é essencial paraa garantia de um procedimento seguro e eficiente para opaciente. Como o enfermeiro é o profissional que estáassistindo mais de perto o paciente nas sessões dehemodiálise, ele deve estar apto a intervir em qualquersituação e assim evitar complicações. Considerando autilização de todas essas técnicas, permite ao enfermeirocoletar e identificar dados relevantes para a assistênciade enfermagem, uma vez que permite uma abordagemmais humanizada e integral do paciente, não centrandoapenas no diagnóstico médico, o que traz importantesimplicações para o ensino, prática e pesquisa emenfermagem. Mesmo com a complexidade eespecificidade que envolve o processo de hemodiálise eque demanda conhecimento técnico e científicoespecífico, permeado por constantes influênciastecnológicas, a equipe de enfermagem mostrouassistência que vai além do fazer é uma atuação do serenfermeiro, preocupado com o ser cuidado.

PALAVRAS-CHAVE: Rim, Hemodiálise, Doençarenal crônica, Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1]. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA,

RDC nº 154 de 15 de junho de 2004. Estabelece oRegulamento Técnico para o funcionamento dosServiços de Diálise. Disponível em:http://portal.anvisa.gov.br

[2]. Nascimento C D, Marques IR. Intervenções deenfermagem NAS Complicações Mais FreqüentesDurante uma Sessão de hemodiálise: Revisão daliteratura. Rev Bras Enferm. 2005; 58(6):719-22.Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672005000600017&lng=en.http://dx.doi.org/10.1590 /S0034-71672005000600017.

[3]. Souza EF, Martino MMF, Lopes MHBM. Diagnósticosde enfermagem em pacientes com tratamentohemodialítico utilizando o modelo teórico de ImogeneKing. Rev Esc Enferm USP 2007; 41(4):629-35.

[4]. Rodrigues TA, Botti NCL. Cuidar e o ser cuidado nahemodiálise. Acta Paul Enferm. 2009; 22(Especial-Nefrologia): 528-30.

[5]. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância emSaúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde.Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das

Giachini et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.26-28 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil2011- 2022 / Ministério da Saúde. Secretaria deVigilância em Saúde. Departamento de Análise deSituação de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf

Vol.11,n.3,pp.29-31 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO 01 - APRESENTAÇÃO ORALEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

COMPREENDENDO A PROPOSTA DAS REDES DEATENÇÃO À SAÚDE: VIVÊNCIAS NO VER-SUS OESTE

CATARINENSEANDRÉ LUCAS MAFFISSONI1, KARINE PEREIRA RIBEIRO1, THAIS CRISTINA HERMES1,CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO2

1. Acadêmico(a) do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2. Enfermeiro, Doutorando(UFSC) e Mestre (UFBA) em Enfermagem, Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - CampusChapecó, integrante do Grupo de Pesquisa em Educação em Enfermagem e Saúde (EDEN/PEN/UFSC). ColaboradorUNASUS/UFSC em Atenção Básica para o Programa Mais Médicos e o PROVAB, Pesquisador NESCO e EAI/UNIVASF,VSQV/UFBA.

RESUMOIntrodução: A integralidade em saúde é apontada pelaConstituição Federal de 1988 como um dos princípios doSistema Único de Saúde (SUS)1. Voltado para aconstrução da assistência ao indivíduo como um sersingular, com anseios e preocupações, e não apenas suadoença, o atendimento integral se estabelece como umdos maiores desafios para os profissionais que atuam nasinstituições públicas de saúde do Brasil, isso porqueexige destes, além de conhecimento técnico-cientifico,estratégias humanizadas de atender a população. Comopossível caminho para a efetivação da integralidade, bemcomo a multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade,inserem-se as Redes de Atenção a Saúde (RAS), querealizam atenção contínua e integral comresponsabilidades sanitárias e econômicas a determinadapopulação2. A implantação deste conjunto de redessimboliza um significativo avanço na compreensão e nosmodelos de assistência à saúde coletiva, porém, porserem recentes, muitos sequer sabem que elas existemenquanto proposta ministerial, e tão pouco como ocorresua gestão. Neste sentido, é inserido no Projeto deVivências e Estágios na Realidade do SUS (VER-SUS),que em sua essência objetiva a inserção de acadêmicosnos serviços de saúde3, o estudo e compreensão doprocesso que envolve a implantação e o funcionamentodas RAS no dia-a-dia dos profissionais e nas instituiçõesem que trabalham, para que desta forma, seja estimuladoo pensamento crítico para as potencialidades e possíveisfragilidades que estas possam trazer para a assistênciadireta ao indivíduo. Objetivo: Relatar vivências,experiências, significados, e aprendizados construídosno Projeto de Vivências e Estágios na Realidade do SUS(VER-SUS), na 2ª edição – verão 2015 realizada na

região de Chapecó-SC, no tocante à proposta das RAS esuas implicações ético-político-pedagógicas na formaçãode profissionais de saúde e diretamente na atenção ao (à)usuário(a) do SUS na perspectiva da integralidade.Metodologia: O projeto VER-SUS/Oeste Catarinenseselecionou inicialmente acadêmicos(as) para serem“viventes” junto às RAS, buscando uma maior inserçãona realidade dos serviços de saúde, e reconhecendo, sobas óticas da gestão, dos profissionais e dos usuários, aspotencialidades e fragilidades destas redes. A ediçãorealizada no oeste catarinense, no mês de janeiro de2015, propôs que os participantes pudessem, de formadinâmica e em conjunto, desenvolver suas percepções epensamentos críticos-construtivos acerca do cuidado edas políticas de gestão que compreendem as RAS.Envolveu 45 participantes (viventes, facilitadores,professores tutores e organização), organizados emgrupos de trabalho. Ocorreu em Santa Catarina, noperíodo de 31 de janeiro a 06 de fevereiro de 2015. Asatividades realizaram-se em dois dias de formação,quatro dias de vivências e, um dia de fechamento edevolutiva. O uso de metodologias ativas foi o principalinstrumento de trabalho para o desenvolvimento daedição, além de estudos com embasamento científico evivências nas RAS. A articulação entre os serviçosenvolve as atividades, e estimula o processo reflexivodos estudantes, além de oferecer a resposta das práticasoferecidas por cada serviço. Os facilitadores receberamformações/qualificações com o intuito de aprofundarseus conhecimentos sobre os temas abordados em cadarede. As RAS distribuídas aos seis grupos seguiram oproposto pelo Ministério da Saúde: Rede de Cuidado àPessoa com Deficiência, Rede Cegonha, Rede deAtenção Psicossocial, Rede de Atenção às Doenças eCondições Crônicas e Rede de Atenção às Urgências e

Maffissoni et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.29-31 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

Emergências, acrescida da Rede Nacional de Atenção àSaúde do Trabalhador. Os temas abordados nasformações voltadas aos facilitadores forem: História eProposta do VER-SUS, Lutas dos Movimentos Sociaisdo Oeste Catarinense, Reforma Sanitária, Princípios eDiretrizes do SUS e SUAS (Sistema Único daAssistência Social), Cultura de Paz e estratégias paramediação de conflitos, dentre outros. Questõesproblematizadoras de aprendizagem foram formuladas,para que os viventes fossem instigados em suasobservações, e para serem estudadas e aprofundadas aolongo do período de imersão. Resultados: Os espaços devivência foram organizados considerando-oscomponentes de cada RAS, foram analisados algunsfatores que auxiliariam a resolubilidade da questãoformulada em grupo: quantidade de profissionaisatuantes no serviço; formação; fluxo de pessoas emrelação ao espaço físico; organização das funçõesexercidas por cada profissional; finalidade do serviço naatenção à saúde; comunicação do serviço com os demaiscomponentes da rede; dificuldades encontradas pelosfuncionários e gestores acerca da efetivação daqualidade da assistência prestada. Os facilitadorestinham como objetivo, ao findar do dia, agrupar osparticipantes e instigá-los a questionar sobre os serviçosrealizados em cada vivência. E por fim, sanar suasdúvidas com embasamento científico e trocas deexperiências. Como encerramento das atividades, osparticipantes apresentaram uma devolutiva, com suasinterpretações sobre o projeto, e com a resposta concretaou não da questão problematizadora do grupo, com isto,ficou perceptível o quão complexo são as questões queenvolvem a assistência aos indivíduos e os serviços desaúde, possibilitando ampliar as percepções perante asfragilidades e potencialidades existentes no SUS e noalcance da integralidade pretendida. Objetivandooportunizar diversas óticas na perspectiva da pluralidadedos conhecimentos dos participantes, o projeto contribuipara a formação de opinião crítica, e tambémcompreende a maior visibilidade da assistência prestadapelas RAS, permitindo que os viventes possuam umamaior facilidade em perceber como funcionam as Redesquando forem profissionais de saúde em breve. Ofacilitador qualificou-se da melhor forma, visando comque os viventes aproveitassem sua imersão nas RAS e noSUS ao máximo. Além disso, o facilitador, tendoposição de orientador, possui grande aprendizado com aimersão no projeto, pois aprimora seu conhecimentocientífico sobre os temas abordados, além de sersubmetido à experiência de ser questionado pelosviventes. A relação de troca de experiências entre ovivente e facilitador favorece aos acadêmicos uma maiorqualificação sobre os temas abordados, e também,aprimora o senso crítico dos participantes, quenecessitam discutir sobre as observações realizadas nos

serviços. Além disso, aprimora o trabalho em equipe e acriatividade dos mesmos, pois estes precisam lidar comas variadas dificuldades relatadas pelos(as) viventes,além de permear discussões atrativas e de fácilcompreensão e interesse por parte dos participantes.Considerações Finais e Contribuições para aenfermagem: A formação acadêmica dos profissionaisda saúde por vezes não consegue suprir todacomplexidade inerente ao SUS e suas propostas eestratégias para o desenvolvimento de ações em saúde.Portanto, a participação em projetos de imersão nosistema, com uma visão diferenciada, promovem umpreenchimento das lacunas existentes no ensino. Como aformação em saúde muitas vezes continua direcionadaao modelo biomédico, o VER-SUS instiga o estudantepara as questões que muitas vezes não são indagadas nauniversidade, contribuindo para transformação desseacadêmico em um futuro profissional preocupado comas questões peculiares do SUS, e ajudando a construiruma assistência mais integral, humanizada eefetivamente de qualidade. O projeto VER-SUS temcomo objetivo de seu desenvolvimento, aprimorar oprocesso reflexivo dos acadêmicos em relação àsfragilidades e potencialidades do SUS. E utiliza dasvivências, experiências, significados e debates para isto.A maior procura para participantes do projeto é deacadêmicos do curso de enfermagem, demonstrando seresta uma profissão de suma importância para o projeto,pois o mesmo oportuniza aulas teórico-práticas eestágios no sistema publico de saúde, enriquecendo asdiscussões com experiências e conhecimentos na área.Além disso, a participação de estudantes de enfermagemno VER-SUS, contribui para a formação dos mesmos,pois os possibilita refletir sobre a integração ensino-serviço, o que favorece sua percepção sobre os aspectosde mudança necessários no cuidado ao usuário, além deincentivá-lo a formação de críticas e sugestõesconstrutivas perante o processo saúde-doença-cuidado-qualidade de vida. Além do mais, torna-se perceptível acomplexidade com que as redes se articulam, e o papelfundamental do(a) enfermeiro(a) perante a efetividadedestes serviços.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema Único de Saúde,Formação Profissional em Saúde, Integração àcomunidade, Humanização, Integralidade em saúde.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Constituição. Constituição da República

Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal. 1988.[2]. Mendes, EV. As redes de atenção à saúde. Belo

Horizonte: Escola de Saúde Pública de Minas Gerais.2009.

Maffissoni et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.29-31 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

[3]. VER-SUS Brasil: cadernos de textos / AssociaçãoBrasileira da Rede Unida; organização de AlcindoAntônio Ferla, Alexandre de Souza Ramos, MarianaBertol Leal, Mônica Sampaio de Carvalho. – PortoAlegre: Rede Unida, 2013. 106 p. – (Coleção VER-SUS/Brasil).

Vol.11,n.3,pp.32-33 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO - APRESENTAÇÃO ORALEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

DISCUTINDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: RODASDE CONVERSA NUMA EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA

ANGÉLICA PAULA PARAVISI¹, LEIDINARA BARBOSA DE OLIVEIRA¹, DANIELE SCHOENINGER¹,PAOLA PRESSI¹, EDLAMAR KÁTIA ADAMY², ISELDA PEREIRA²

1. Acadêmicas da 8ª fase do Curso de Enfermagem – UDESC. Voluntárias do Projeto de Extensão: Ações pedagógicas nos espaçosde saúde: contribuições para 15ª Conferência Nacional de Saúde. 2. Docentes no Curso de Graduação em Enfermagem – UDESC.Membros do Projeto de Extensão: Ações pedagógicas nos espaços de saúde: contribuições para 15ª Conferência Nacional de Saúde.

RESUMOIntrodução: Historicamente, as Conferências de Saúdese iniciaram a 70 anos, cumprindo o disposto noparágrafo único do artigo 90 da Lei n.º 378, de 13 dejaneiro de 1937¹.A necessidade de refletir sobre oSistema Único de Saúde (SUS) no processo de formaçãoacadêmica e qualificação profissional em saúde éevidenciado pelas práticas hegemônicas de um modelobiomédico vigente que desconsidera a complexidade queenvolve a saúde. Neste sentido, o meio acadêmico e osprofissionais de saúde envolvidos na mudança dessemodelo e da formação geram transformações queimpactam os programas e ações em andamento,modificando os modos de pensar, gerir, financiar eoperacionalizar ações e programas, promovendo novasaprendizagens². As atividades acadêmicas de extensãoproporcionam experiências práticas do conhecimentoconstruído no processo de formação profissional. Aspráticas extensionistas que tem o SUS como foco desuas ações requerem metodologias que promovamespaços de discussão para a reflexão do tema. As rodasde conversa em um ambiente propício para o diálogo,para que todos compartilhem e escutem de modo que ofalado, o conversado seja relevante para o grupo, é ummétodo no qual o diálogo é um momento singular departilha, pois as colocações de cada participante sãoconstruídas por meio da interação com o outro, seja paracomplementar, discordar ou concordar2. Tornou-senecessário a realização de atividades reflexivas acercado SUS e suas interveniências com vistas à 15ªConferência Nacional de Saúde que acontecerá nosegundo semestre do ano de 2015. Objetivo:Desenvolver ações pedagógicas nos espaços de saúdecom vistas ao fortalecimento do Sistema Único deSaúde. Metodologia: Relato de um Projeto de Extensãoproposto com a finalidade de discutir a participaçãosocial no SUS por meio de rodas de conversa queacontecerão da seguinte forma: foram realizadas rodas

de conversas na Unidade Básica de Saúde Alta Floresta,na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)Chapecó - Enfermagem, no Serviço Nacional deAprendizagem Comercial (SENAC) - Chapecó, naCidade do Idoso – Chapecó, e no Centro de EducaçãoProfissional (CEDUP) - Chapecó, onde foramconvidados a participar, profissionais que trabalham naárea da saúde, representantes da população,estudantesdos cursos de qualificação na área da saúde, estudantesde cursos de outras áreas (representando a comunidade),gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS),Sindicato de Saúde, representantes do ConselhoRegional de Enfermagem (COREN) e AssociaçãoBrasileira de Enfermagem (ABEn). As palestras erammediadas por cinco acadêmicas da UDESC do curso deenfermagem mais a professora. No total foram realizadas11 oficinas com total de aproximadamente 275 pessoasque discutiram a participação social no SUS com vista à15ª Conferência Nacional de Saúde. As rodas deconversas foram desenvolvidas pelas professoras eestudantes de enfermagem que estavam em campoprático na disciplina Estágio Supervisionado I, comênfase na saúde comunitária o que configurou umarelação direta das atividades de ensino com as ações deextensão que foram desenvolvidas junto à comunidade.Essas atividades envolveram Instituições de Ensino,Instituições de Assistência à Saúde, Entidades de Classee a comunidade inserida no contexto social,representando o quadrilátero da formação em saúde. Asrodas de conversa eram iniciadas com apresentação doprojeto, da universidade e sobre o tema abordado nasmesmas, iniciava-se com a seguinte questão: O quevocês entendem por SUS? Depois de várias intervençõesentre os participantes e os mediadores, fazíamos umabreve apresentação do que realmente é o SUS, suascompetências, seus princípios básicos, lembrando quetudo era registrado por duas relatoras. As rodas deconversa foram realizadas no mês de abril e maio de

Paravisi et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.32-33 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

2015 nos espaços comunitários. Resultados eDiscussão: Na discussão sobre o SUS, constatou-se odesconhecimento por parte dos membros da roda, deinformações e princípios básicos do SUS, evidenciandonas colocações, que o conhecimento acerca do sistemade saúde estava condicionado ao modelo biomédico,responsável pelo curativismo do processo saúde edoença. Nas rodas de conversa realizadas no curso deenfermagem, quando a discussão era acerca da equipe desaúde e de sua expectativa em fazer parte dessa equipe,os estudantes demonstravam pelas suas colocações, umavisão ampliada do sistema de saúde, com colocaçõespertinentes ao meio acadêmico. O contexto e oentendimento do conceito ampliado de saúde exigem umprocesso de ensino-aprendizagem que evidencie aarticulação de políticas e práticas que priorizem oenvolvimento do sujeito (usuário e/ou profissional desaúde e /ou estudante) enquanto ator participante ativa ereflexivamente do processo de construção etransformação de seu território. Em um estudo realizado3

que analisou a representação social dos usuários sobreSUS e Programa Saúde da Família (PSF), essedesconhecimento por parte da população evidencia-se,concluindo os autores que o SUS ainda é visto de formafocalizada por muitos dos usuários e distanciando-se doverdadeiro exercício da cidadania, idealizado com acriação desse novo modelo sanitário. Entender o que é oSUS, sua função e abrangência traduz-se uma açãofundamental para superar o paradigma instaurado naacademia, bem como, nos contextos sociais a que está aserviço. Nas conversas desenvolvidas observou-se quehá muita falta de informação da parte dos participantes,o pouco que falaram foi o que esperávamos. Conclusãoe Contribuições para a Enfermagem: Considera-seque as rodas de conversa sobre o SUS desenvolvidaspelas graduandas de enfermagem, promoveram ainteração ensino, cenários de prática e comunidade,ofertando ao estudante as diversas possibilidades de umprocesso de formação em redes que estimule acuriosidade desses atores pela busca do conhecimento eexercitando o planejamento das ações, sempre de acordocom as necessidades locais.Conclui-se que o projeto temcomo desafios a serem considerados tornar essa, umaprática permanente e estendida a outros cursos além daárea da saúde, como também transformar o processo deeducação das universidades brasileiras na formação deprofissionais de saúde condizentes com as necessidadesdo serviço público e da coletividade. A proposta doprojeto de extensão promoveu a reflexão acerca doprocesso de formação em saúde e a necessidade de umaprática de enfermagem pautada no conhecimento teóricoe prático considerando o SUS como uma possibilidadede atuação interdisciplinar. O enfermeiro comocoordenador da equipe de saúde, tem a possibilidade depromover espaços de discussão e reflexão acerca do

sistema de saúde, com profissionais, usuários,associações, grupos, enfim, todos os atores envolvidos,fortalecendo o pertencimento de cada um nesseprocesso.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema Único de Saúde,Educação em Saúde, Participação Social.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Saúde Pública. Conferência de Saúde. Lei n.º 378,

de 13 de janeiro de 1937. Dispõe que as Conferências deSaúde se iniciaram há 70 anos. Brasília: 30 de novembroa 4 de dezembro de 2014. [acesso 15 mai 2015]Disponível em:https://www.trabalhosgratuitos.com/Sociais-Aplicadas/Ci%C3%AAncias-Sociais/O-SERVI%C3%87O-SOCIAL-E-A-ASSIST%C3%8ANCIA-NA-SA%C3%9ADE-495981.html

[2]. Batista CB. Movimentos de reorientação da formação emsaúde e as iniciativas ministeriais para as universidades.Rev Barbarói, Santa Cruz do Sul. 2013; 38:97-125.

[3]. Moura AF, Lima MG. A reinvenção da roda: roda deconversa: um instrumento metodológico possível. RevTemas em Educação. João Pessoa. 2014; 23(1):98-106.

[4]. Martins PC, et al. De quem é o SUS? Sobre asrepresentações sociais dos usuários do Programa Saúdeda Família. Rev Ciência & Saúde Coletiva. 2011;16(3):1933-42.

Vol.11,n.3,pp.34-36 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO - APRESENTAÇÃO ORALEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

DO QUADRILÁTERO AO PRISMA: CONFIGURAÇÃODOS ESPAÇOS GESTORES NA EDUCAÇÃO/

FORMAÇÃO EM SAÚDECARINE VENDRUSCOLO1; MARTA LENISE PRADO2; MARIA ELISABETH KLEBA3

1. Enfermeira, Doutora, Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2.Enfermeira, Doutora, Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); 3.Enfermeira, Doutora, Professora da Área de Ciências da Saúde da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó).

RESUMOIntrodução: Pautado numa agenda com o Ministério daEducação, o Ministério da Saúde (MS) tem orientado aarticulação entre trabalhadores da saúde, controle social,gestores e instituições formadoras na perspectiva doSistema Único de Saúde (SUS), como estratégiaeficiente para consolidar a Política de Saúde no Brasil.Considera-se que a educação em saúde precisaconstituir-se a partir de um movimento intersetorial, comvistas às necessidades de formação e aperfeiçoamentodos trabalhadores. Assim, o MS apresenta, em 2004, pormeio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educaçãona Saúde (SGTES), a Política Nacional de EducaçãoPermanente em Saúde (PNEPS) e, nessa mesmaperspectiva, em 2005, o Programa Nacional deReorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde). A concepção das “rodas” prevalece comopossibilidade de cogestão desses processos, nos quaisnão há comando vertical e todos os sujeitos (gestores,trabalhadores, estudantes e usuários) influenciam eprovocam movimentos de construção do conhecimento1.Ceccim e Feuerwerker2 defendem o “quadrilátero daformação para a área da saúde” – ensino, gestão, atençãoe controle social –, com vistas à construção e à gestão daeducação na saúde no âmbito do SUS. O ideário dessafigura pressupõe que cada face estabeleça fluxos einterlocutores específicos, em espaços/tempos e commotivações diferentes, numa trama de conexões.Objetivos: Analisar como ocorre a representação, dosquatro segmentos que compõem o quadrilátero daformação do SUS nos espaços colegiados de integraçãoensino-serviço em saúde da proposta Pró-Saúde daUniversidade Comunitária da Região de Chapecó.Método: Pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, noqual participaram representantes dos quatro segmentosno Comitê Gestor Local (CGL) e na Comissão

Coordenadora Geral (CCG) do Pró-Saúde – propostaintegrada Unochapecó, Secretaria da Saúde de Chapecóe Gerência Regional de Saúde. Essas estruturas reúnem-se periodicamente, conformando espaços deplanejamento, nos quais os membros podem acompanharo desenvolvimento da proposta, sugerindo e deliberandosobre diferentes demandas. Para produção e registro dasinformações foram realizadas entrevistas e observaçãodireta, entre 2012 e 2013. O estudo contou com aparticipação de 25 sujeitos, participantes nos fóruns,sendo estes os que participavam dos momentos deobservação das reuniões. Os entrevistados, escolhidosintencionalmente pela pesquisadora, totalizam 11sujeitos, cinco membros do CGL, três da CCG e três quefaziam parte de ambas as estruturas, os quaisrepresentam os diferentes segmentos. As entrevistasforam gravadas e transcritas na íntegra. Realizaram-seseis momentos de observação de reuniões, registradas emDiário de Campo, instrumento com notas de observaçãodescritivas (aspectos relevantes de organização,planejamento e dinâmica das reuniões); e reflexivas(processos de diálogo, participação, conflitos) e outrasobservações do entrevistador. Os dados foram analisadosa partir da proposta operativa para “análise de dadosqualitativos”3. Foi obtido parecer favorável do Comitê deÉtica em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC, sob onúmero 242.966/2012, atendendo aos critérios daResolução do Conselho Nacional de Saúde no 466/12.Resultados: Representar pressupõe que indivíduos,nomeados para agir no interesse de grupos, tenhamtempo para se apropriar do processo, além dehabilidades de comunicação para se relacionar com osdemais e para negociar4. A representação dos segmentosnas instâncias de gestão colegiada do Pró-Saúde tem seconstituído da seguinte maneira: no ensino estãorepresentados gestores da IES, docentes e estudantes (emgrande medida do curso de enfermagem); no serviço, se

Vendruscolo et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.34-36 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

fazem presentes gestores, profissionais/ trabalhadores(em que também a enfermagem é visivelmenterepresentada). O segmento gestão – no caso, ligada aoserviço de saúde – embora menos presente, érepresentado por meio de coordenadores dedepartamentos (atenção básica, vigilânciaepidemiológica, entre outros), por indicação doSecretário Municipal de Saúde, e nunca na sua presença,em pessoa. Já o controle social tem no usuário/cidadão,um sujeito poucas vezes representado. A participaçãodestes representantes no processo de gestão ocorre demaneira heterogênea: gestão dos serviços de saúde e ocontrole social são os segmentos que menos seenvolvem, já os segmentos ensino e serviço, entreacordos e divergências, têm construído um caminharcoletivo, percebido numa barganha de interesses, como aeducação permanente de profissionais e a utilização doscenários da prática pelos estudantes. No que se refere àimplicação da instituição de ensino, observam-seatitudes contrastantes entre os sujeitos que arepresentam, evidenciadas pela baixa participação dosestudantes, em relação à presença e à inserção nosdebates. Foram identificadas algumas situaçõesconflituosas, envolvendo, sobretudo, os segmentosensino e serviço, por conta da defesa de interesses de ume de outro. Nessa relação de alteridade entre diferentessaberes (teoria e prática) nem sempre flui, naturalmente,o livre movimento dos sujeitos, na direção da práxis5. Osinteresses individuais, por vezes, se sobrepõem àprerrogativa constitucional que atribui ao SUS aordenação da formação de recursos humanos na área dasaúde e que prevê, para tanto, a composição de espaçosdialógicos com esta finalidade. Em relação àparticipação dos usuários em instâncias de decisão naárea da saúde, esta é um direito garantido por lei noBrasil, mediante ação denominada de controle social,exercida em especial nos conselhos gestores. Nestaperspectiva, recomenda-se que o vértice representadopelos usuários no quadrilátero, não pertença a um dosoutros lados (gestão, atenção ou ensino), mesmoreconhecendo-se que todo cidadão que faz uso doserviço seja (potencialmente) usuário. Pode-se refletirque qualquer representante de qualquer um dos vérticesdo quadrilátero poderia ser duplo representante, o quecontudo, para garantir e respeitar o princípio doutrinárioda lei, não deveria ocorrer. O que se percebe, entretanto,nas instâncias de gestão do Pró-Saúde, é que aparticipação do controle social, além de pouco frequente,quando ocorre, nem sempre tem o usuário comorepresentante de fato, mas outro membro do ConselhoMunicipal da Saúde (CMS). Vale lembrar que o CMS,por conta da paridade, é composto por usuários,prestadores de serviço, trabalhadores ou gestores, e temautonomia na indicação de seus representantes. Nessaperspectiva, a participação do controle social no

quadrilátero apresenta uma distorção – poder-se-iachamar de “desvio de prisma” – o que acaba porcomprometer a paridade que se deseja nesse processo.Conclusão: considera-se que a interação efetiva entre ossegmentos que fazem parte do quadrilátero produz nossujeitos um compromisso com a efetiva gestão do Pro-Saúde, por meio de relações de vínculo eresponsabilização entre estudantes, usuários,professores, profissionais, gestores e outros parceiros naprodução dos processos de educação e de cuidado emsaúde. Assim, o complexo sólido que representa essaalteridade entre os segmentos, estaria mais relacionadocom um “prisma” do que com uma figura de apenasquatro lados. O prisma pode ser utilizado para refletirraios luminosos e, utilizando-se dessa metáfora,podemos supor ainda, que há muitas arestas a seremajustadas em relação à esses espaços de aprendizado dademocracia. Contudo, se já existem reflexos provocadospela ação do quadrilátero, certamente as rodas decogestão em processos educativos na área da saúde têmgerado oportunidades significativas para a conformaçãode, por que não dizer, “prismas da formação e daeducação na saúde”, que traduzem a complexidade, ariqueza e a potência de tais processos. Contribuiçõespara a enfermagem: Muito se discute, na enfermagem,sobre as relações entre a teoria e a prática, a integraçãoentre ensino e serviço e, principalmente, sobre aimportância do envolvimento da gestão e do controlesocial na configuração de processos de formação eeducação em saúde. Nessa perspectiva, considera-se acontribuição do presente estudo para reflexões acercados processos de reorientação da formação profissionalem saúde, sobretudo no campo da enfermagem, nadireção dos princípios e diretrizes do SUS. Além disso,apresenta-se um modelo teórico que se propõe a desvelara representação no âmbito desses processos, tendo aenfermagem como dimensão extremamente atuante noprisma da formação e educação na saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino, Enfermagem;Integração Docente Assistencial, Sistema Único deSaúde.

REFERÊNCIAS[1]. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. A

educação permanente entra na roda: pólos de educaçãopermanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer.Brasília. 2005.

[2]. Ceccim RB, Feuerwerker LMC. O Quadrilátero daFormação para a Área da Saúde: Ensino, Gestão,Atenção e Controle Social. Physis: Revista SaúdeColetiva. 2004; 14(1).

[3]. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisaqualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec. 2010.

Vendruscolo et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.34-36 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

[4]. Abers RN, Keck ME. Representando a Diversidade:estado, sociedade e “relações fecundas” nos conselhosgestores. Caderno CRH. 2008; 21(52).

[5]. Freire P. Pedagogia do oprimido. 41. ed. Rio de Janeiro:Paz e Terra. 2005; 213.

Vol.11,n.3,pp.37-38 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO - APRESENTAÇÃO ORALEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

O PAPEL DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSINAL NAFORMAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO:

EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLISYANÁ TAMARA TOMASI1, ROBERTO ANTÔNIO FERREIRA CUNHA2, GREICI CAPELLARIFABRIZZIO3, MAIRA MANERICH4, RENATA SCHIMDT SILVANO5

1. Enfermeira, Residente (R1) do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (REMULTISF) da PrefeituraMunicipal de Florianópolis/SC; 2. Enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família da Prefeitura Municipal de Florianópolis/SC; 3.Enfermeira, Residente (R1) do REMULTISF da Prefeitura Municipal de Florianópolis/SC; 4. Enfermeira da Estratégia de Saúde daFamília da Prefeitura Municipal de Florianópolis/SC; 5. Enfermeira da Estratégia de Saúde da Família da Prefeitura Municipal deFlorianópolis/SC.

RESUMOIntrodução: A capital do estado de Santa Catarina,Florianópolis, é reconhecida pela sua excelência emdiferentes serviços, nos quais tem papel de destaque asações que estão sendo desenvolvidas no campo da saúdepública. Dentre os serviços da Secretaria Municipal deSaúde, destacam-se os prestados pelos Centros de Saúde(CS) e unidades de Média e Alta complexidade. NaAtenção Primária à Saúde (APS) a cobertura daEstratégia de Saúde da Família (ESF) está em 94%, com118 equipes cadastradas, acomodadas em 49 Centros deSaúde e 407.100 de estimativa de população coberta(segundo dados DAB/MS de Março/2015)1,2. Por estes emotivos é detentora de vários prêmios e referência paradiferentes práticas, dentre as quais tem apresentadoavanço constante na implantação de diferentesprotocolos de atuação e qualificação constante de seusprofissionais. Neste sentido, a ResidênciaMultiprofissional em Saúde da Família (REMULTISF)surge como mais uma ferramenta de aprimoramento equalificação do serviço, além de oportunidade dequalificação dos profissionais para atuação no SistemaÚnico de Saúde (SUS). A REMULTISF é umamodalidade de Pós-Graduação lato sensu caracterizadapela formação em serviço, supervisionada porprofissionais capacitados (preceptoria e tutoria), emregime de dedicação exclusiva, com atividadesdesenvolvidas na rede de atenção a saúde, com o focovoltado para Atenção Primária à Saúde de Florianópolis,com suas ações viabilizadas através da SecretariaMunicipal de Saúde (SMS). Todavia, além das açõesdesenvolvidas no campo de prática na APS, osresidentes também podem estar desenvolvendo estágios

que contemplem a atenção intermediária e a altacomplexidade, o que garante uma formação voltada parao SUS, a partir do momento que se perpassa osdiferentes níveis de atenção que compõe a rede deatenção à saúde de Florianópolis. Objetivo: Conhecer opapel da REMULTISF na formação do profissionalenfermeiro através de experiência no município deFlorianópolis no ano de 2015. Método: Descrever aexperiências vivenciadas durante a REMULTISF nomunicípio de Florianópolis através do relato de duasresidentes de Enfermagem a seus respectivos preceptoresEnfermeiros, e a importância desta na formação desteprofissional. Resultados: As residênciasmultiprofissionais em saúde foram regulamentadas em2005 através da Lei nº 11.129, orientadas pelosprincípios e diretrizes do SUS e norteadas a partir dasnecessidades locais. A criação das residências vêm aoencontro de necessidades de inserção qualificada deprofissionais de saúde no SUS, e trata-se de umacooperação entre Ministérios da Saúde e Educação.Neste contexto, a REMULTISF vem orientado porestratégias pedagógicas que utilizam a atenção básicacomo espaço de prática, com uso de metodologias edispositivos de gestão da clínica ampliada, de forma agarantir uma formação voltada ao olhar integral, multi einterdisciplinar. A proposta de atuação e formaçãomultiprofissional oportuniza a aprendizagem dosresidentes inseridos na realidade dos serviços de saúde,cujo processo de trabalho pode ser potencialmenteconstruído e reconstruído no cotidiano das ESF,buscando articular o conhecimento interdisciplinar e aprática multiprofissional e intersetorial3. A busca pelaformação deste novo perfil de profissional de saúde tentea contribuir para a construção de novos paradigmas de

Tomasi et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.37-38 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

assistência à saúde, contribuindo para a ampliação daresolutividade das ações desenvolvidas pelas ESF4.Neste sentido, residência em Florianópolis visa o ensinoem serviço, e ocorre por meio de atividades práticas,teóricas e teórico-práticas, onde durante o primeiro anode residência (R1) o profissional estará inserido, namaior parte do tempo, em Centros de Saúde deFlorianópolis, com supervisão em tempo integral. Já nosegundo ano (R2), o residente manterá sua agenda nosCentros de Saúde, participando também de estágios emoutros níveis de atenção e serviços de referência.Também está previsto nesse período a realização de umestágio optativo, definido de acordo com o perfil e aprogramação de cada residente. Ainda, a REMULTISFestá organizada a partir de uma estrutura pedagógicoassistencial que envolve uma carga horária total de 6.240horas, distribuídas em 60 horas semanais ao longo de 24meses, dispondo ainda de outras atividades agrupadasem dois conjuntos principais, de acordo com o caráterpredominante das mesmas: atividades teóricas eatividades de educação em serviço. Nas atividadesteóricas, estão incluídos encontros de saberes,seminários de estudos interdisciplinares, produçãocientífica e trabalho de conclusão de curso.Complementam esta carga horária contemplam asatividades de supervisão da preceptoria acadêmica, datutoria local e supervisão de grupo de residentes, além deestágios optativos e período de férias. Consideraçõesfinais e Contribuições para a Enfermagem: Enfim, osprogramas de residências hoje se configuram como umaimportante ferramenta de qualificação profissional,através da utilização de metodologias dialógicas,problematizadoras e participativas, tendo os atoresenvolvidos como sujeitos do processo de ensinoaprendizagem-trabalho, comprometidos com a suaformação nos diversos espaços de sua inserção,preparando os mesmos para a construção da sua própriaautonomia e para darem continuidade ao seu processo deformação3. Ainda configuram-se como umapossibilidade de qualificação não apenas para osresidentes, mas também para o serviço que os recebe,incentivando a reflexão sobre a prática desenvolvida,possibilidades e limites de atuação, instigando eincentivando sua transformação. Como fortalezas destaforma de educação em serviço, destacamos acontribuição na qualificação para o mercado de trabalho,a qualidade do modelo pedagógico que reside noequilíbrio entre as atividades clínicas e comunitárias,foco na interdisciplinaridade, nas discussões ecrescimento de todo o coletivo; e dentre os nós críticosencontram-se a dificuldade em promoverpermanentemente a articulação entre o conteúdo teóricoe a educação em serviço e a inexistência de profissionaisde todas as áreas profissionais na rede pública de saúde enos programas de residência. Através desta experiência a

residência reafirma sua importância como forma deespecialização em serviço, devido à sua reconhecida efundamental atuação na formação de um profissionaldiferenciado, capaz de pensar e agir criticamente sobre arealidade vivenciada, através de um olhar multi einterdisciplinar. Assim, a REMULTISF se consolidacomo mais uma forma de atuação e qualificação aoprofissional enfermeiro, permitindo a ampliação deolhares e contribuindo para a melhoria dos serviçosprestados no nosso sistema único de saúde, ao passo queserve como bases para uma nova conduta e um novoolhar profissional, mais humanizado, com integralidadeda atenção e postura crítica e reflexiva.

PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem, FormaçãoProfissional, Atenção Primária a Saúde, Saúde da Família.

REFERÊNCIAS[1]. Florianópolis, Prefeitura Municipal. Plano Municipal de

Saúde 2014 – 2017. Florianópolis, 2014.[2]. Brasil, Ministério da Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Disponível em:http://dab.saude.gov.br/dab/historico_cobertura_sf/historico_cobertura_sf_relatorio.php. Acesso em 07/05/15.

[3]. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão doTrabalho e da Educação na Saúde. Departamento deGestão da Educação na Saúde. Residênciamultiprofissional em saúde: experiências, avanços edesafios. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

[4]. Brasil, Ministério da Saúde. Departamento de AtençãoBásica. Disponível em:http://dab.saude.gov.br/portaldab/residencia_multiprofissional.php. Acesso em 07/05/15.

Vol.11,n.3,pp.39-40 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO - APRESENTAÇÃO ORALEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

PRÁTICAS DA ENFERMAGEM DE EDUCAÇÃO EMSAÚDE NO AMBITO ESCOLAR: SENSIBLIZANDO

SOBRE A DENGUE

ANGELA MARIA GOMES1, DENISE FINGER1, DAIANE SCHUCK1, ALEXSANDRA MARTINS SILVA1,CAMILA ZANESCO1, TASSIANA POTRICH2

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, Campus Chapecó/SC; 2. Enfermeira. Mestre.Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, Campus Chapecó/SC.

RESUMOIntrodução: O Brasil, com sua extensão territorialcontinental e com sua grande diversidade de paisagensnaturais, socioculturais e econômicas, apresenta tambémum perfil endêmico composto por múltiplas doençasinfecto parasitárias, incluindo a Dengue1. Desde o finaldo século XX e início do XXI a dengue tem secaracterizado como uma epidemia, onde o aumento decasos está associado principalmente a aspectossocioambientais. A complexidade da doença vem a seintensificar na globalização, com os fluxospopulacionais e pela densidade populacional. A dengue éuma doença viral infecciosa transmitida, principalmente,pelo mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus. Ainfluência dos fluxos na transmissão e posterior difusãoda doença se referem ao aspecto do ciclo da doença, emque o homem participa ativamente. Após o indivíduo serinfectado, o vírus permanece na circulação sanguíneapor mais 06 dias, sendo que se um mosquito isento dovírus pica o ser humano infectado, adquire o vírusatravés da sucção do sangue contaminado. A partir dessemomento se infecta e pode transmitir o vírus, e assim,enquanto houver presença de vírus no sangue do serhumano ocorrerá a transmissão do homem para omosquito2. No atual cenário epidemiológico brasileiro,os surtos de dengue estão cada vez mais comuns, sendoque a transmissão da doença ocorre no território nacionaldesde 1986, mas foi no ano de 2013 que ocorreu o maiorsurto, com aproximadamente 2 milhões de casosnotificados3. No estado de Santa Catarina o cenário nãoé muito diferente, em 2013 foram confirmados 358 casosde dengue3. A região oeste catarinense também seencontra em alerta devido ao grande número de casosconfirmados e de focos do mosquito Aedes aegypti.Frente a este cenário, percebe-se a necessidade deabordar o tema dengue nos mais diversos ambientes e

com os mais diversos públicos, incluindo as crianças emidade escolar. As crianças possuem um grande poder desensibilizar as pessoas com quem convivem, podendoassumir desta forma, um papel de multiplicadores docuidado contra a proliferação do mosquito Aedesaegypti. Objetivo: O presente trabalho ter por si oobjetivo de descrever uma experiência acadêmica docurso de enfermagem da Universidade Federal daFronteira Sul/Campus Chapecó, frente à realização daatividade de educação em saúde com estudantes do 3º, 4ºe 5º ano da Escola São Francisco do bairro Seminário,no município de Chapecó-SC, durante o período teórico-prático do componente curricular “Cuidados deEnfermagem no Viver Humano II”. Métodos: Aproposta de educação em saúde na escola objetivouestimular os estudantes a refletir sobre a doença dengue,bem como sensibilizá-los acerca das medidas deprevenção, de forma que estes se tornem multiplicadoresdos cuidados necessários para prevenir os focos domosquito. Para a organização desta proposta, foramdesenvolvidas as etapas de diagnóstico, planejamento,execução e avaliação4. Inicialmente foi feito um contatocom a escola a fim de investigar suas demandas eagendar as datas das atividades. Num primeiromomento, ocorreu a apresentação dos envolvidos naatividade e introduzido o tema, através de uma roda deconversa, abordando o que é a dengue ecomo ela étransmitida. Em seguida, para ser um espaço de maiortroca de conhecimentos, utilizou-se da encenação teatral,para exemplificar como é o mosquito, seus hábitos, seuciclo de vida e sintomas da doença, como prevenir eevitar a proliferação do mosquito. Ainda, para umamaior memorização do tema utilizou-se de recursoscomo multimídia, vídeos, dinâmicas integrativas efolders informativos. Ao finalizar, também foi realizadauma dinâmica avaliativa, onde os alunos puderam

Gomes et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.39-40 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

relatar, de forma divertida, os conhecimentos prévios arespeito do tema e aqueles adquiridos a partir dessaatividade. Resultados: Durante o desenvolvimento dasatividades educativas, percebeu-se grande participaçãodos estudantes, os quais faziam questionamentos eapontavam experiências pessoais ou familiares emrelação à Dengue. Percebemos que o espaço escolar éum dispositivo bastante efetivo na formação demultiplicadores para um agir mais consciente esensibilizador, uma vez que adentramos em um espaçode convívio comum para os envolvidos. Assim comoAlvarenga e colaboradores, concordamos que essainserção da saúde no âmbito escolar conduz a família e acomunidade para a assistência às crianças baseando-seem orientações que visam o empoderamento destas paraque a partir disso possam fazer escolhas seguras esaudáveis, repercutindo tanto nos seus hábitos como deseus familiares5. Também consideramos que essaparceria entre a escola e saúde, vai para além daassistência em enfermagem, priorizando as ações deeducação e promoção em saúde. Os autores citadosainda afirmam que essa inserção do enfermeiro na saúdedo escolar com atividades educativas, resulta numamaior visibilidade do trabalho desse profissional econsequentemente maior valorização, fortalecendo areferência em atenção à saúde entre unidade de saúde e aescola, estreitando o vínculo entre eles, bem comomostrando a necessidade de atenção maior aos agravosno escolar5. Além do mais, estas atividades seconfiguram em espaços de aproximação e criação devínculo do profissional de enfermagem com acomunidade adscrita em seu território, efetivando osprincípios e diretrizes do nosso sistema único de saúde.Conclusão: Ao final desse momento de educação emsaúde, observamos que os objetivos inicialmentepropostos para esta atividade foram amplamenteatingidos, uma vez que percebemos que este seconfigurou em um espaço de produção e aplicação desaberes importantes para o conhecimento edesenvolvimento dos envolvidos, de proximidade esensibilização para um agir mais saudável e conscientecom relação ao meio em que essas crianças permeiam.Outro fato que merece um destaque é a metodologia quese utilizou para trabalhar com o público alvo, pois demaneira divertida eles puderam expor suas experiênciase vivências, ao mesmo tempo absorver informações decomo prevenir a doença, resultando em umcomprometimento dos mesmos em ajudar no processoprevenção junto às seus familiares e amigos.Contribuições para a enfermagem: Percebe-se anecessidade da presença da equipe de profissionais dasaúde, em especial a enfermagem, no espaço escolar,onde as ações educativas em saúde possuem umterritório fértil. A gestão, que deve estar intrínseca naatuação do enfermeiro, inclusive no enfermeiro da

atenção básica, permite que este conheça sua área deabrangência, bem como as principais necessidades eprioridades dessa população. Desta forma, realizaratividades educativas em ambientes externos às unidadesbásicas de saúde e dos hospitais, como por exemplo nasescolas, exige capacidade de organização egerenciamento por parte do enfermeiro, o qual deve estarsensibilizado a atuar com os mais diversos públicos.Como já citado anteriormente, a inserção do trabalho doenfermeiro no espaço escolar, promove maiorvalorização do trabalho deste profissional, bem comoproporciona o fortalecimento do vínculo entre UnidadeBásica de Saúde e escola. Quanto aos acadêmicosenvolvidos, a inserção destes no espaço escolar, aindadurante a graduação, permite sensibilizá-los para aprática de educação em saúde nesse espaço em seufuturo profissional, bem como, exige criatividade paraabordar o tema de acordo com o público-alvo. Apresença do acadêmico de enfermagem no diversosespaços da comunidade, inclusive o espaço escolar,permite também a concretização dos princípios ediretrizes do SUS.

PALAVRAS-CHAVE: Educação em saúde,Enfermagem, Escola.

REFERÊNCIAS[1]. Ramos RR; Machado CJS. Uma análise espaço-temporal dos

grupos de pesquisa do CNPQ: a dengue no Brasil. Hygeia-Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde. 2014;10(18): 58 – 70. [acesso em 11 Maio 2015] Disponível em:http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/23174/14819

[2]. Pastoriza TB; Silva EN. O ensino interdisciplinar do temadengue: uma proposta para a geografia. Hygeia- RevistaBrasileira de Geografia Médica e da Saúde. 2014; 10(18): 71-81. [acesso em 11 Maio 2015]. Disponível em:http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/23341/14820

[3]. BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Dengue. 2015.[acesso em 11 Maio 2015]. Disponível em:http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/dengue.

[4]. Wall, M.L. Metodologia da assistência de enfermagem aplicadaà grupos. In: Metodologias para a assistência de Enfermagem:teorizações, modelos e subsídios para a prática. AB editora,2001.

[5]. Alvarenga WA; Silva MEDC; Silva SS; Barbosa LDCS. Açõesde educação em saúde realizadas por enfermeiros na escola:percepção de pais. Rev. Min. de Enferm. 2012; 16(4):522-527.[acesso em 11 Maio 2015]. Disponível em:http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/557

Vol.11,n.3,pp.41-42 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO - APRESENTAÇÃO ORALEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

PROJETO “VER-SUS OESTE SANTA CATARINA”METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEMMSUBSIDIANDO A FORMAÇÃO ACADÊMICA EM

ENFERMAGEM

CAMILA DERVANOSKI1, ALDAIR WEBER1, ANGELA MARIA GOMES1, LARISSA HERMES THOMASTOMBINI2, LIANE COLLISELLI2, CLÁUDIO CLAUDINO SILVA FILHO6

1. Graduanda de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS Campus Chapecó; 2. Enfermeira Mestre, docente docurso de enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Chapecó; 3. Doutorando (UFSC) e Mestre (UFBA) emEnfermagem, Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), integrante do Grupo de Pesquisa em Educaçãoem Enfermagem e Saúde (EDEN), Colaborador UNA SUS/UFSC Atenção Básica - Programa Mais Médicos, Pesquisador NESCO eEAI/UNIVASF, VSQV/UFBA.

RESUMOIntrodução: O Projeto Vivências e Estágios naRealidade do SUS- (VER-SUS) é em um projetodestinado à aproximação do acadêmico da realidade doSistema Único de Saúde- (SUS), englobando campos poronde perpassam trabalhadores, gestores e usuários epossibilitando ao acadêmico, experiências e vivênciasenriquecedoras de sua prática em saúde. É fruto de umaarticulação entre Ministérios da Educação e da Saúde,ocorre em diversas edições e em vários locais do Brasil,dentre eles, o Oeste de Santa Catarina. A edição doVER-SUS/Oeste Santa Catarina se constitui emimportante dispositivo que permite aos estudantes setransformarem em sujeitos do próprio aprendizado,vivenciando a realidade do funcionamento do SUS emnível local e regional, possibilitando que o mesmo criesua própria forma de ver/trabalhar a saúde. O VER-SUS/Oeste Santa Catarina faz uso das metodologiasativas de aprendizagem, embasando suas ações nasideias de Paulo Freire, buscando fugir da educaçãobancária, onde o acadêmico se transforma em um merodepósito de conhecimento, se transformando emreprodutor de afazeres, longe disto, busca-se redirecionaro mesmo a sentir-se autor do próprio aprendizado. PauloFreire1 justifica o uso de metodologias ativas, com suaafirmação de que na educação de adultos, o queincentiva a aprendizagem é a superação de desafios, aresolução de problemas e a constituição doconhecimento novo a partir de conhecimentos eexperiências precedentes dos indivíduos. Objetivos: O

projeto VER-SUS objetiva proporcionar vivências nosmunicípios da região oeste catarinense bem como aconfiguração das redes de atenção locais e regionais eainda ressignificar o SUS na formação de profissionaisde saúde considerando seu protagonismo ético-político-humanístico para sua consolidação, o uso demetodologias ativas no projeto auxilia aos cursos degraduação a dar conta dos novos perfis necessários aosprofissionais que integram o SUS, o engajamento doacadêmico em relação a novas aprendizagens,demonstrado principalmente pelo interesse do mesmoem aprender, é condição muito importante para quepossa sentir-se com liberdade e autonomia na tomada dedecisões, estando preparado para sua futura profissão.Método: Na perspectiva de promover o alcance dosobjetivos propostos, a vivência do VER-SUS OesteCatarinense ocorreu em um processo de imersão teórica,prática e vivencial dentro dos sistemas municipais eregionais de saúde dos municípios do oeste catarinense,cujo município referência é Chapecó, realizou-se em noprimeiro semestre de 2015, de forma inter emultiprofissional. Envolveu 45 participantes (entreviventes, facilitadores, professores tutores eorganização), regularmente matriculados em Instituiçõesde Ensino Superior (IES) E Escolas de Ensino TécnicoProfissionalizantes, Públicos ou Privados do Estado deSanta Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul eorganizados em 06 grupos de trabalho. As atividadesocorreram em dois dias de capacitação, quatro dias devivências e, um dia de fechamento e devolutiva. Aedição fez uso de metodologias ativas de ensino-

Dervanoski et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.41-42 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

aprendizagem, com o intuito de proporcionar aoacadêmico a possibilidade de uma visão maisabrangente, foram formuladas questões de aprendizagemque norteariam as discussões e observações nos serviçosvisitados. A questão foi formulada pelo próprio grupo,através de metodologia ativa voltada à reflexão de umaimagem, sobre o que ela representava ao grupo, o olharque deveriam ter durante as vivências para odesenvolvimento de uma possível resposta, ou não, àproblematização. Com a questão de aprendizagem emmente, os viventes puderam realizar uma análise doslocais de vivências e das vivências em si, buscandorespostas ou fatores que os auxiliassem na resolução daquestão formulada anteriormente. Além disso, ao fim decada dia os grupos reuniam-se para fomentar discussõesque possibilitaram levantar diferentes olhares sobre osmesmos fatos presenciados durante o dia ou sobre asmesmas experiências vivenciadas, enriquecendo omomento e ampliando o campo de possibilidades deresolução dos questionamentos e inquietações. Noúltimo dia da realização do VER-SUS, cada grupo tinhacomo objetivo e meta, a partir de tudo que foivivenciado, promover uma devolutiva em torno dosaspectos observados. O principal foco desta devolutivafoi então, a resposta para a questão de aprendizagem e,todo este processo possibilitou aos envolvidos ampliarsuas percepções perante as fragilidades e potencialidadesexistentes no SUS e no alcance da integralidade tãoalmejada. Ao final do VER-SUS foi aplicado uminstrumento de avaliação, considerando aspectosrelacionados ao conteúdo abordado e sua relevância nocontexto da formação profissional para o SUS,dinâmicas utilizadas para o desenvolvimento da temáticae sugestões para as edições subsequentes, nesteinstrumento nos foi possível perceber as potencialidadese fragilidades apontadas pelos acadêmicos participantesdo projeto. Resultados: A utilização de metodologias deaprendizagem no VER-SUS proporcionou aosacadêmicos participantes estarem inseridos nos serviçosvisitados de uma forma mais presente, instigante,problematizando o ambiente, buscando no mesmo nãosomente a resposta á sua questão de aprendizagem, masdiversas outras indagações e inquietações que estaquestão fez “brotar” em suas mentes, diversos outrosolhares que se abriram a partir de discussões e a partirdas experiências pessoais que o momento proporcionaou vividas anteriormente, tudo isto sem o intuito deresponder a uma questão em si, mas de responder adiversos questionamentos que emergem de todo ocontexto vivenciado, de toda a vida do acadêmico, suasatitudes e ações com futuro profissional e até a posturaque deseja adotar como profissional em si.Considerações finais e Contribuições ou implicaçõespara a Enfermagem: A utilização de metodologiasativas, tanto em ambiente acadêmico quanto em projetos

como o VER-SUS possibilita que o mesmo tenha a sicomo agente gerador de mudanças e coloque-se compossibilidade para tal, auxiliando o mesmo no “pensarem saúde”, movimentar-se, questionar-se, raciocinando eproblematizando o ambiente em que está inserido,colocando-se no lugar do outro, e sentindo-se nãosomente como uma “marionete” nas mãos doseducadores e sim como um ser com possibilidade decriar seu próprio aprendizado, com base em suaspróprias experiências, vivências, necessidades eambições. O uso de metodologias ativas no ensino deenfermagem e em projetos como o VER-SUS podecontribuir para a profissão, na medida em quetransforma a maneira como o acadêmico aprende, olhapara seu entorno, seu campo de atuação, proporcionandoque o mesmo crie por si só uma visão diferenciada sobretrabalhadores, gestores e usuários, possibilitando que omesmo se sensibilize a trabalhar de uma forma em quepossa contribuir para o entendimento entre os atores doSUS, buscando integralidade, auxiliando para aconsolidação do SUS, buscando visibilidade a estaprofissão que muito tem a contribuir.

PALAVRAS-CHAVE: Formação em Saúde,Metodologias Ativas de Aprendizagem, Projeto VER-SUS.

REFERÊNCIAS[1] FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e

Terra, 1996.

Vol.11,n.3,pp.43-44 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO EXPANDIDO - APRESENTAÇÃO ORALEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

PROJETO VER-SUS: VIVENCIANDO A REALIDADE DOSISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

KAUANA DALL' AGNESE CAREGNATTO¹, EDLAMAR KÁTIA ADAMY²

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2. Enfermeira, Doutoranda em Enfermagempela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora do Departamento de Enfermagem UDESC/CEO.

RESUMOIntrodução: O projeto Vivências e Estágios naRealidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) sãoestágios e vivencias que possibilitem o despertar de umavisão ampliada do conceito de saúde que pretendeestimular a formação de trabalhadores para o SUS,comprometidos com os princípios diretrizes do sistema.Possibilita o experimento de um novo espaço deaprendizagem a partir do cotidiano das organizações eserviços de saúde1. Proporciona a nós estudantes umaexperiências única e reveladora, sendo uma amostra darealidade do SUS, pois muitas interfaces são ocultadas esuprimidas durante a formação acadêmica, um projetoque constrói e reconstrói conceitos, ressaltando oreconhecimento de trabalhar coletivamente com diversossaberes sejam eles científicos/sagrados oupopulares/profanos; bem como uma relevância de trocade experiência para melhoramento dos serviçosprestados na saúde, auxiliado na formação de umaopinião sobre o SUS, caracterizado como "ummovimento de movimentos". Objetivo: Relatar aexperiência de participar do projeto para oaperfeiçoamento e formação acadêmica. DescriçãoMetodológica: Relato de experiência da participação na1° edição do Projeto VER-SUS Oeste Catarinense,realizado no município de São Carlos/Santa Catarinacom vivências nos municípios vizinhos como Saudades,Guatambu do Sul, Palmitos, Águas de Chapecó,Caxambu do Sul, Chapecó e Planalto Alegre. O projetofoi realizado durante o período de 26 de julho a 03 deagosto de 2014, durante o período de férias escolares.Participaram deste projeto, acadêmicos de diversoscampos de atuação (cursos) e diferentes universidadescomo Universidade Comunitária de Chapecó(Unochapecó), Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS),

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e dasMissões (URI) Universidade do Extremo Sul (UNESC)e Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).Participaram desta experiência 100 estudantes e 3professores UFFS e 1 coordenador UFSC. O VER-SUSé realizado numa metodologia de imersão com duraçãode 7 a 15 dias, de forma transdisciplinar, com aparticipação de estudantes de graduação, residentestécnicos e movimentos sociais1. Nesse período, osparticipantes ficaram hospedados juntos para queocorressem momentos de diálogo e troca de experiênciasrelacionadas às vivências de cada dia. Foram realizadostrês dias de capacitação proporcionada por professores/profissionais da saúde abrangendo temas como:Princípios e diretrizes do SUS, visibilidade e (des)qualificação do setor público e Educação Popular. Apósessa imersão, os viventes foram divididos em grupos deforma aleatória onde se realizaram discussões, rodas deconversas e dinâmicas relacionadas aos temas daspalestras, sempre mediado por um facilitador e ummembro da comissão organizadora, orientados pelopalestrante do dia. Também foram realizadas palestra ediscussão com representantes dos movimentos sociais,reflexões sobre a importância e influência da luta dosmovimentos para a história da sociedade brasileira e asaúde da população. Durante quatro dias de vivênciastivemos oportunidade de conhecer serviços conveniadospelo SUS, abrangendo os três níveis de atenção(primária, secundária e terciária), nos quais foi possívelrefletir acerca das potencialidades e fragilidadesvivenciadas nestes serviços: Unidades Básica de Saúde,Hospitais, serviço de psiquiatria, Associação de Pais eAmigos dos Excepcionais (APAE), SecretariasMunicipais de Saúde, Unidade de Pronto Atendimento, ealguns programas desenvolvidos pelo SUS, Centro deReferência de Assistência Social (CRAS), CentroEspecializado de Assistência Social (CREAS), Asilos,

Caregnatto & Adamy. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.43-44 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

Aldeias, Cidade do Idoso entre outras, nesses ambientesconhecemos a estrutura física, a forma de organizaçãodentro da rede, e os programas e políticas que sãorealizados, a forma através da qual eles se inserem narede e acima disso podemos perceber como os conceitosse aplicam na realidade de cada comunidade de inserçãodestes locais As capacitações foram desenvolvidas nohotel e as despesas foram custeado pelo Ministério daSaúde. Resultados: A vivência nos provocaquestionamentos, vistos que diversas vezes, ao nosdepararmos com o cotidiano dos usuários nãodirecionamos nossa atenção apenas para as pessoas esuas enfermidades mais em muitos casos umaabordagem voltada as suas condições socioeconômicas,acesso a moradia adequada, saneamento básico ealimentação que são entre outros fatores condicionantesem saúde. Considero que foi um a forma de aprendizado,de adquirir experiência e agregar conhecimento a partirdas relações estabelecidas. A imersão é umametodologia onde o participante fica 24h por dia,durante todo o período da vivência, disponível paraatividades do projeto. É criado o espaço necessário pararealização de observações e vivências frente à realidadedo SUS, participando e interagindo em grupos. Foramprevistas atividades de aprofundamento teórico, a partirde seminários e oficinas didático-pedagógicas sobreaspectos da gestão do sistema, estratégias de atenção,exercício do controle social e processos de educação nasaúde e no campo. O VER-SUS, como dispositivo deensino, desperta o contato com o novo, a sensação deincômodo e o desejo de ação de cada participante no seuprocesso de formação, bem como futuramente na suaatuação profissional. O acúmulo de experiência evivências acaba por produzir estímulos e mudanças navisão dos estudantes2. A experiência tambémproporcionar a troca entre estudantes e professores dasdiversas universidades envolvidas. Considerações finaise Contribuições para Enfermagem: O VER-SUS nosproporcionou experiências únicas, que não apenasconstruí e reconstrói opiniões/conceitos mais nos tornamais humanos. Na troca de conhecimento entre osparticipantes do projeto, possibilita a ampliação de umavisão multidisciplinar, estimulando assim o pensarcoletivo, em prol do trabalho em equipe, fazer partedeste sistema conhecê-lo além da teoria assimconhecendo melhor sua funcionalidade, e principalmentenos transformando em um profissional melhor, essavivência pelas brechas do sistema nos proporcionouanalisar as diferentes realidades que encontramos eencontraremos em diversas regiões que o sistemaabrange. Neste sentido, o VER-SUS vem ao encontro

das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso deGraduação em Enfermagem que propõe a formação doEnfermeiro com ênfase no SUS, atendendo asnecessidades sociais da saúde, assegurando aintegralidade da atenção, a qualidade e humanização noatendimento3. Aprimorarmos nossos conceitos,avaliarmos como indivíduo olhado como um todo,incluindo o mesmo no aspecto família e comunidade.Possibilitou a vivência em áreas do conhecimento aindanão exploradas enquanto acadêmica, mas que certamenteserão lembradas na vida acadêmica e como futuraprofissional.

PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem, Sistema Único deSaúde, Estudantes de Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1] Brasil. Ministério da Saúde. Projeto VER-SUS

[acessado em 08 de maio de 2015]. Disponível em:http://www.otics.org/estacoes-de-observacao/versus/versus-1/apresentacao

[2] Lira Neto JCG, Freitas RWJF de, Brito ECC et al.VER-SUS: um relato de experiência sobre umavivência-estágio na realidade do Sistema Único deSaúde. Rev Enferm UFPE online. Recife. 2013;7(esp):1042-6.

[3] Brasil. Conselho Nacional de Educação. Câmara deEducação Superior. Resolução CNE/CES nº 3 de 7de novembro de 2001 que institui DiretrizesCurriculares Nacionais do Curso de Graduação emEnfermagem. Acessado em 10 de maio de 2015.Disponível em:http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Enf.pdf