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ANAIS DE RESUMOS EXPANDIDOS SUBMETIDOS AO SICTEC EXPERIENCE 2016 ISSN 2358-8446

RESUMOS EXPANDIDOS - Faculdades Ponta Grossa · levando em consideração os critérios para utilização como base referencial para pesquisa. ... em gerenciar e tratar o passivo

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ANAIS DE

RESUMOS

EXPANDIDOS SUBMETIDOS AO

SICTEC

EXPERIENCE 2016

ISSN 2358-8446

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RESÍDUOS SÓLIDOS URBANO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

BUENO, C. T. M. E-mail: [email protected]; GOMES, I. A. E-mail:

[email protected]

Resumo: O trabalho tem como objetivo analisar o impacto ambiental provocado pela geração de resíduos da construção civil e sua disposição inadequada, analisando a legislação sobre o tema e as possibilidades para a minimização do problema que vem afetando várias cidades de grande, médio e pequeno porte no Brasil. A importância do gerenciamento e a reciclagem dos resíduos de construção civil teve início na Europa depois da Segunda Guerra Mundial, quando milhares de cidades foram devastas pela guerra, e a demanda de materiais de construção estar em alta levou as autoridades a tomar medidas de reciclagem e reaproveitar os resíduos dos escombros. Nesse trabalho a fundamentação teórica teve base em artigos científicos e livros, e assim podendo apontar os casos de problemas no qual o manejo incorreto dos resíduos pode trazer para a sociedade e o meio ambiente. Durante a pesquisa do trabalho foi adquirida conhecimentos mais aprofundados sobre o impacto causado pela destinação e o despejo incorreto dos resíduos gerados em construções civis, e qual é a importância da destinação correta e a reciclagem. Com o trabalho realizado teve-se resultados de que o reaproveitamento dos resíduos de construção e a destinação correta dos resíduos para aterros simplificados são as melhores medidas para minimizar o impacto ambiental e a poluição.

Palavras chaves: Resíduos, Construção Civil, Destinação.

INTRODUÇÃO

A intensa geração de resíduos sólidos da construção civil em cidades

grandes, médio e pequeno porte tem sido motivo de preocupação em diversos

países, já que a mesma envolve questão de ordem ambiental, social e

financeira (MOTA, 2005). Com a urbanização acelerada e o rápido crescimento

das cidades de médio e grande porte têm provocado inúmeros problemas para

a destinação do grande volume de resíduos gerados em atividades de

construção, renovação e demolição de edificações e infraestrutura urbanas,

condicionando os gestores públicos a adotarem soluções mais eficazes para a

gestão desses resíduos (PINTO; PAULA, 1999).

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Na construção civil, em cada uma das etapas de uma obra acontecem

perdas e desperdícios de materiais, gerando RCC (Resíduos Sólidos da

Construção Civil) tanto na sua concepção quanto na execução e posterior

utilização. Na fase de concepção é corriqueiro acontecerem diferenças entre as

quantidades previstas e as realmente utilizadas na obra. Na execução a

geração de RCC ocorre de duas formas distintas, existindo aqueles que são

descartados e saem das obras, denominados entulho, e os desperdícios que

terminam incorporados à obra (LIMA; LIMA, 2009).

Os resíduos gerados nas atividades construtivas são gerados em

expressivos volumes, não recebem solução adequada, impactam o ambiente

urbano e constituem local propício à proliferação de vetores de doenças,

aspectos que irão aumentar os problemas de saneamento nas áreas urbanas.

Os resíduos de construção e demolição são parte dos resíduos sólidos urbanos

que incluem também os resíduos domiciliares (PINTO, PAULA, 1999).

Os resíduos de construção e demolição são classificados por exceção

na NBR 10004 como inertes. Embora em sua grande maioria se submetidos à

análise, os RCD (resíduos de construção e demolição) típicos provavelmente

seriam classificados como não inertes, especialmente devido ao seu pH e

dureza da água absorvida, em alguns casos eles podem conter contaminações

importantes. Do ponto de vista ambiental, o problema principal com este tipo de

resíduo está relacionado a sua deposição irregular e aos grandes volumes

produzidos (JOHN; AGOPYAN, 2000).

De acordo com o Conama nº 307 de 05 de julho de 2002 devem ter

Aterros de resíduos da construção civil e de resíduos inertes: Área onde são

empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil classe A, e

resíduos inertes no solo, visando e estocagem de materiais segregados, de

forma a possibilitar futuro dos materiais e/ou futura utilização da área,

conforme princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível,

sem causar danos a saúde pública e ao meio ambiente.

Segundo o Conama nº 307 de 05 de julho de 2002, no Art. 3° Os

resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta

Resolução, da seguinte forma: I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou

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recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas

e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos

provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e

reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas

de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação

e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios

etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B - são os resíduos

recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão,

metais, vidros, madeiras e outros; III - Classe C - são os resíduos para os

quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente

viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos

oriundos do gesso; IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do

processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou

aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas

radiológicas, instalações industriais e outros.

Os materiais mais comuns em obras são: materiais cerâmicos (blocos de

alvenaria, tijolos e azulejos), argamassa, gesso, madeira e aço. Existem 4

fases de excussão básica da obra: concretagem, alvenaria, revestimento e

acabamento do edifício. Segundo (LEVY, 2001) pode se dizer que a primeira

vez que teve início a reciclagem de entulhos foi nas cidades Européias, devido

a segunda guerra mundial que destruiu as cidades, e com isso cresceu a

demanda de materiais para a reconstrução das casa e edifícios, para minimizar

o custo decorrente das operações de limpeza o método mais evidente que o

poder público tomou, foi a reciclagem. Atualmente na Europa há um

desperdício equivalente a 200 milhões de toneladas anuais entre concreto,

pedras e recursos minerais valiosos. Felizmente, nações tecnologicamente

desenvolvidas como Estados Unidos, Holanda, Japão, Bélgica França e

Alemanha entre outras, já perceberam a necessidade de reciclar as sobras de

construção civil e tem pesquisado o assunto intensamente visando atingir um

grau de padronização dos procedimentos adotados para obtenção dos

agregados, atendendo desta forma aos limites que permitem atingir um padrão

mínimo de qualidade (LEVY; HELENE, 2002).

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A reciclagem é, sem dúvidas, a melhor alternativa para reduzir o impacto que o

meio ambiente sofre com o consumo de matéria prima e a geração

desordenada de resíduos. Nos últimos anos a reciclagem de resíduos tem sido

incentivada em todo mundo, seja por questões políticas, econômicas e

ecológicas. A reciclagem dos resíduos de construção ira minimizar também os

problemas com o gerenciamento dos resíduos sólidos dos municípios (LEITE,

2001). Embora, no Brasil ainda não seja habitual a produção de concreto com

material reciclado, percebe-se uma tendência generalizada por parte da

iniciativa privada e do poder público, em equacionar o e gerenciar o problema

da geração de entulhos de construção, que vem se transformando em

problema de grandes proporções nas maiores metrópoles do País e a

alternativa de produzir concreto com estes resíduos é sem dúvida uma solução

(LEVY; HELENE, 2002).

MATERIAL E MÉTODOS:

A metodologia adotada nesta pesquisa trata-se de uma revisão de

literatura. Serão realizadas observações indiretas, neste caso o pesquisador

não irá se submeter ao objeto de estudo pelos próprios conhecimentos

empíricos e científicos, mas obtém informações a respeito do objeto

pesquisado a partir das observações de outros pesquisadores.

Para o desenvolvimento desta pesquisa, serão usadas várias literaturas

referentes ao uso de métodos radiológicos de imagem para diagnóstico de

patologias em corpos mumificados.

Na primeira etapa desta pesquisa, serão realizadas buscas de artigos

científicos, publicados nos últimos 10 anos, entre 2010 e 2015, utilizando como

fonte de consultas as seguintes bases de dados eletrônicos: CAPES

(Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior), SCIENCE,

BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações), SCIELO

(Scientific Electronic Library Online), outras literaturas serão referenciadas por

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livros e demais publicações na internet. Essas publicações irão permitir

que esta pesquisa seja formada e fundamentada.

A estratégia de busca será realizada com a utilização das variadas

combinações dos seguintes termos: construção civil, resíduos sólidos, resíduos

sólidos de construção civil.

A segunda etapa será a compilação das referências encontradas, e pré-

selecionadas, por meio da leitura dos títulos e resumos, a fim de fundamentar

teoricamente o tema desta pesquisa.

Por fim, após a leitura dos resumos, as referências serão selecionadas,

levando em consideração os critérios para utilização como base referencial

para pesquisa. As publicações que não apresentam resumos, nem

embasamento teórico, que não contenham análise crítica ou de relevante

semelhança com o assunto pesquisado, serão descartadas.

Para a análise da correlação dos materiais pesquisados com o objetivo

desta pesquisa, será seguido um roteiro contendo os seguintes indicadores:

título, resumo, objetivo, ano, qualis, referencial teórico, material/métodos e

conclusão.

Neste sentido, o presente trabalho tem como fundamentos teóricos de

artigos científicos e livros, relatando as leis para a solução dos problemas

causados pela destinação incorreta de resíduos de construção civil, mostrando

também os benefícios da destinação correta.

RESULTADOS

Com a redução da quantidade de resíduos se tem á redução em gastos

com materiais utilizados para realizar a mesma tarefa, a reciclagem dos

resíduos diminui os custos da obra, quanto menos resíduos gerados o trabalho

em gerenciar e tratar o passivo é mais satisfatória e menor. E dando a

destinação correta dos resíduos em aterros simplificados que são chamados

assim, pois não necessitam de impermeabilização do solo, nem coleta e

tratamento de efluentes líquidos e gasosos gerados durante a decomposição

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do que foi enterrado, isso impede a degradação do meio ambiente e a os

danos a saúde publica.

CONCLUSÃO

O trabalho tem como importância em mostrar e falar sobre a destinação

incorreta e correta dos resíduos, seus impactos causados ao meio ambiente

devido à forma no qual os resíduos de construção civil são despejados em

locais inapropriados, e mostrando medidas fáceis a ser dotado para minimizar

os problemas ambientais que seriam o gerenciamento e reciclagem, o

reaproveitamento dos resíduos.

Durante a pesquisa do trabalho foi adquirida conhecimentos mais

aprofundados sobre o impacto causado pela destinação e o despejo incorreto

dos resíduos gerados em construções civis, e qual é a importância da

destinação correta e a reciclagem.

REFERÊNCIAS

JOHN, Vanderley M.; AGOPYAN, Vahan. Reciclagem de resíduos da construção. Seminário

Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos, 2000.

LEITE, Mônica Batista. Avaliação de propriedades mecânicas de concretos produzidos com

agregados reciclados de resíduos de construção e demolição. 2001.

MOTTA, Rosângela dos Santos. Estudo laboratorial de agregado reciclado de resíduo

sólido da construção civil para aplicação em pavimentação de baixo volume de tráfego.

2005. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

LIMA, Rosimeire S.; LIMA, Ruy Reynaldo R. Guia para elaboração de projeto de

gerenciamento de resíduos da construção civil. Série de Publicações Temáticas do Crea-PR.

Curitiba: Crea, 2009.

PINTO, TARCÍSIO DE PAULA. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da

construção urbana. 1999. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

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LEVY, Salomon Mony. Contribuição ao estudo da durabilidade de concretos, produzidos com

resíduos de concreto e alvenaria. 2001. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

LEVY, Salomon Mony. Paulo Roberto do Lago Helene.

Resolução CONAMA Nº 307/2002 - "Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

gestão dos resíduos da construção civil". - Data da legislação: 05/07/2002 - Publicação DOU nº

136, de 17/07/2002, págs. 95-96

PINTO, TARCÍSIO DE PAULA. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da

construção urbana. 1999. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

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UTILIZAÇÃO DE PAINÉIS ISOTÉRMICOS PARA A

CONSTRUÇÃO CIVIL

KALED, R. R. E- mail: [email protected]; KALED, R. Y. E- mail: [email protected]; MEIRA, T. L. E- mail: [email protected]; MARIANO, A. E-

mail: [email protected]

RESUMO Os painéis isotérmicos é um exemplo de novas tecnologias de sistema construtivo no mercado que tem como objetivo o alcance de vantagens voltadas, principalmente, ao aumento da produtividade e a diminuição da mão-de-obra. O objetivo desse trabalho é a busca de conhecimento sobre as vantagens e diversas aplicações dos painéis isotérmicos na construção civil. Palavras-chave: Montagem; Isolamento Térmico; Sistemas Construtivos.

INTRODUÇÃO

A construção civil ainda apresenta muitos problemas quanto a atrasos

nos cronogramas e entrega de obras e por isso opta-se cada vez mais por

processos e métodos construtivos que facilitam e dão maior rapidez na

montagem, como por exemplo, as estruturas pré-moldadas, blocos estruturais,

dry-wall, entre outros. Esses processos, além de garantirem maior agilidade na

montagem, diminuem significativamente o número de pessoal para o trabalho e

também a sujeira no canteiro de obras, proporcionando maior economia e

satisfação do cliente.

Os painéis isotérmicos, que é um sistema modular de placas

constituídas de um material isolante revestido de chapas de aço, também pode

ser considerado um sistema construtivo em que a agilidade e economia na

montagem são algumas das principais características. Segundo Panhan (2016)

diminui-se muito o uso de água e energia quando se opta pela solução. Para

alvenaria, se gasta muita água desde a fabricação das matérias-primas até a

instalação, com uso de água para preparação da argamassa, limpeza, entre

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outros. Na fabricação do painel, a água não é utilizada e também não

são necessários produtos auxiliares que dependem do líquido.

Devido essas características, os painéis tem sido muito utilizados em

câmaras frias, frigoríficos, indústrias alimentícias, galpões e obras que exigem

uma montagem de fácil e rápida instalação, higiênica e com isolamento térmico

e/ ou sonoro.

MATERIAL E MÉTODOS

Para realização do presente trabalho realizou-se um estudo teórico

sobre o assunto buscando ampliar a compreensão e o conhecimento. A

pesquisa bibliográfica, que está presente na fundamentação desse trabalho, é

de natureza teórica e consequentemente parte obrigatória em trabalhos

científicos. Segundo Gil (2010), o material utilizado para as tais pesquisas

baseia-se naqueles já publicados e disponíveis ao público, geralmente

impressos, como livros, revistas publicações científicas ou disponíveis na

internet referentes ao tema estudado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os painéis isotérmicos podem ser constituídos de diversos materiais

isolantes, porém o mais comum encontrado, devido ao seu baixo custo, é o

poliestireno expandido (EPS) revestidos de chapas galvanizadas para

aumentar ainda mais a resistência mecânica.

Segundo a Associação Brasileira de Poliestireno Expandido

(ABRAPEX):

EPS, sigla de Expanded PolyStyrene ou Poliestireno expandido,

muito conhecido no Brasil como ISOPOR®, marca registrada da

Knauf Isopor Ltda. Este material foi descoberto em 1949 pelos

químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz. O EPS é uma espuma sólida

com uma combinação única de características, como a leveza,

propriedades de isolamento, durabilidade e uma excelente

processabilidade. É composto por plástico celular rígido, resultante da

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polimerização do estireno em água. Como agente expansor para a

transformação do EPS, emprega-se o pentano, um hidrocarbureto

que se deteriora rapidamente pela reação fotoquímica gerada pelos

raios solares, sem comprometer o meio ambiente. Sua matéria-prima

é originada principalmente do petróleo e seu material é extremamente

leve, considerando que é composto de 98% de ar. Expandidas, as

pérolas consistem em ate 98% de ar e apenas 2% de poliestireno.

Em 1m³ de EPS, por exemplo, existem de 3 a 6 bilhões de células

fechadas e cheias de ar. (ABRAPEX, 2000)

Segundo Tessari (2006, p.13) “o EPS vem sendo utilizado cada vez mais

como material para a construção civil devido a sua baixa densidade e também

capacidade de isolamento térmico e acústico”. Moraes e Brasil (2015)

observam que o crescimento da utilização do EPS é devido à sua versatilidade

técnica, desempenho e custo-eficácia, como também características de peso

leve, resistência, durabilidade, isolamento térmico e absorção de choques

econômicos que fornecem produtos de alto desempenho.

As principais utilizações do EPS são como isolamento térmico e acústico

em variados locais como paredes, cobertura, forros e tubulações, porém pode

ser utilizado também apenas como divisórias, decoração, enchimento de lajes,

juntas de dilatação, drenagem, fundações para estradas, entre outros.

Os painéis fabricados com PUR (poliuretano) como material isolante

também tem sido muito utilizados, principalmente em câmaras frigoríficas, pois

apresentam resistência superior e alto poder de isolação térmica. Segundo

Pereira (2014) as espumas de poliuretano se destacam, pois, além de possuir

ótima relação custo/benefício, são um dos materiais com melhor coeficiente de

condutividade térmica e é facilmente processável, expansível e preenche com

facilidade qualquer cavidade conferindo adesão e rigidez.

Vilar (2004) também afirma que as propriedades térmicas, resistência

mecânica, boa adesão, e leveza das estruturas de PUR, as tornam adequadas

a diferentes aplicações. As excelentes propriedades de isolamento térmico das

espumas rígidas de PU, quando comparadas com outros materiais, são

devidas à baixa condutividade térmica.

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SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Os painéis isotérmicos são módulos pré-fabricados constituídos

geralmente de duas chapas metálicas unidas com um material isolante. As

chapas metálicas servem como revestimento e acabamento e podem ter ou

não pintura. Os materiais isolantes utilizados para o “núcleo” desse sistema

dependem da aplicação, mas os mais comuns utilizados são: o EPS

(Poliestireno Expandido); PUR (poliuretano) e LDR (Lã de Rocha), sendo que o

EPS é o mais encontrado.

O núcleo desse sistema e o revestimento são unidos por colagem e

prensagem, formando um elemento rígido e de resistência mecânica muito boa.

O fechamento do teto com painéis suspensos, por exemplo, dispensa lajes e

permite grandes vãos sem colunas dentro da câmara.

A Figura 1 a seguir mostra um modelo desse sistema construtivo:

Figura 1 - Sistema construtivo – Coelho (2015)

Os formatos dos painéis e as dimensões principais como a espessura da

parte isolante, a largura e comprimento dependem diretamente aplicação e da

disponibilidade no mercado. Para facilitar a montagem na obra, esses painéis

são fabricados com encaixes do tipo “macho” e “fêmea”. A Figura 2, a seguir,

mostra uma imagem ilustrativa do encaixe desses painéis:

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Figura 2 – Encaixe macho/fêmea – Fonte: International Refrigeração. Disponível em:

http://www.internationalrefrigeracao.com.br

Porém, além dos parafusos que ficam escondidos para melhor

acabamento, e dependendo da aplicação, esses painéis dependerão ainda de

estruturas metálicas como vigas e cantoneiras para garantir a sua completa

fixação. Paredes altas, por exemplo, precisam de longarinas na parte superior

e/ou central para fixação das placas. Outra característica importante é que,

por possuir revestimento, esse sistema não absorve água, formando assim

estruturas totalmente impermeáveis.

CONCLUSAO

Devido às variações climáticas escolhem-se cada vez mais sistemas de

proteção da edificação através do isolamento térmico de paredes e telhados,

seja por conforto ou por economia de energia. Os painéis isotérmicos além de

proporcionarem isso trazem outras vantagens para a construção civil, pois

possibilitam redução de desperdícios de materiais deixando uma obra mais

limpa e economia de tempo e pessoal devido a fácil montagem. Segundo

Panhan (2016) os painéis dispensam a necessidade de baldrames, reboco,

assentamento, entre outros trabalhos, reduzindo a quantidade da mão de obra,

eliminando riscos em relação à segurança no trabalho, com uso de andaimes.

Outras vantagens é o peso do material, leve e sem oferecer riscos aos

operários envolvidos na construção, ocupam menos espaços, são

impermeáveis e podem ser resistentes a fogo.

Atualmente os painéis isotérmicos têm sido utilizados para diversas

aplicações, principalmente em indústrias alimentícias e frigoríficos, mas

também está sendo incorporado em construções residenciais e comerciais.

Porém, Coelho (2015) ainda afirma que, por se tratar de uma tecnologia nova,

ainda há receio por parte dos consumidores quanto à segurança desse

sistema. Além disso, como há poucas indústrias no mercado, a distância até as

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fábricas em alguns locais, pode encarecer significativamente os custos, pois

torna o frete caro.

REFERENCIAS ABRAPEX – Associação Brasileira do Poliestireno Expandido disponível em http://www.abrapex.com.br. Acessado em Outubro de 2016. COELHO, F. M. F. - Ensaio Projetual de um protótipo habitacional em bloco monolítico de EPS: estudo de caso em Petrolina-PE. Recife, 2015. GIL, A. C. - Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MORAES, C. B. ; BRASIL, P. C. - Estudo da Viabilidade do Poliestireno Expandido (EPS) na produção de edificações de baixo impacto ambiental. Passo Fundo, 2015. PANHAN, R. - Painéis de EPS para construção: vantagens e desvantagens - Aeceweb, 2016.

PIMENTA, D. – Características de poliuretano com adição de fibras de coco. Belo Horizonte, 2014.

TESSARI, J. – Utilização de poliestireno expandido e potencial de aproveitamento de seus resíduos na construção civil. Florianópolis, 2006. VILAR, W. – Química e tecnologia de poliuretanos - Rio de Janeiro, 2004.

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DISPENSAÇÃO DE ANTI-HISTAMÍNICOS NO PERÍODO SAZONAL EM IMBITUVA-PR

SCHENNEMANN, J. Email: [email protected]. RAMOS, H. E-mail: [email protected]. OLIVEIRA, J. E-mail: [email protected]. OLIVEIRA,

E. E-mail: [email protected]. FARDIN, D. E-mail: [email protected]

RESUMO: A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa nasal e pode ser agravada com a exposição a alérgenos, o que traz sintomas a exemplo da coriza e espirros frequentes. O período que compreende a primavera possui um aumento de pólen na atmosfera, o que favorece o surgimento destes sinais. O presente trabalho tem por objetivo analisar e se possível confirmar que o período sazonal da primavera é considerado o mais prejudicial a saúde de pacientes com rinite alérgica. Com base no sistema de vendas de uma farmácia em Imbituva-PR no período que compreende de julho a setembro do ano de 2015, coletou-se os dados da dispensação de dois anti-histamínicos: loratadina e maleato de dexclorfeniramina, na apresentação de comprimidos e suspensão, independente do laboratório. Após isso, com auxílio de um gráfico de colunas entrou em análise os dados coletados e assim foi verificado, podendo chegar à uma conclusão exata da pesquisa. Nota-se que com a chegada da estação da primavera, pacientes que são mais predispostos à mudança de clima e o despertar das flores necessitam de maior cuidado em se tratando do sistema respiratório. O pólen que contém nas flores é facilmente carregado pelo vento e produz uma série de sinais e sintomas a quem é vulnerável, neste caso, geralmente pessoas que possuem rinite alérgica, com isso medicamentos anti-histamínicos são dispensados em maior escala.

Palavras-chave: primavera, anti-histamínicos, rinite, alergia.

INTRODUÇÃO

A definição mais clara para rinite alérgica consiste como uma inflamação

da mucosa nasal, a qual é agravada com a exposição a alérgenos, com

consequência de uma resposta inflamatória mediada pela imunoglobolina E

(IgE), o que traz sintomas crônicos ou passageiros a exemplo da coriza, prurido

no nariz e olhos, problemas relacionados à respiração e espirros frequentes. O

período que compreende a primavera possui um aumento de pólen na

atmosfera, o que favorece o surgimento destes sinais (IBIAPINA, 2007). Dois

dos medicamentos mais utilizados para combater esses sintomas são a

dexclorfeniramina e a loratadina. A loratadina é um anti-histamínico que age

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bloqueando os receptores de H1 envolvidos na resposta imune. O maleato de

dexclorfeniramina é um inibidor competitivo reversível da interação entre

histamina e seus receptores, utilizado na prevenção e alívio de manifestações

alérgicas por reverter os efeitos característicos da histamina (KOROLKOVAS,

1999). O presente trabalho tem por objetivo analisar e se possível confirmar

que o período sazonal da primavera é considerado o mais prejudicial à saúde

de pacientes com rinite alérgica.

MATERIAL E MÉTODOS

Com base no sistema de vendas de uma farmácia em Imbituva-PR no

período que compreende de julho a setembro do ano de 2015, coletou-se os

dados da dispensação de dois princípios ativos anti-histamínicos: loratadina e

maleato de dexclorfeniramina, na apresentação de comprimidos e suspensão,

independente do laboratório que produziu. Após isso, com auxílio de um gráfico

de colunas entrou em análise os dados coletados e assim foi verificado,

podendo chegar à uma conclusão exata da pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Gráfico 1 – Dispensação de anti-histamínicos entre julho e setembro de 2015

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Com base nos resultados que o gráfico disponibiliza, temos uma relação

de dispensação dos anti-histamínicos que aumenta conforme passam os

meses. Setembro apresentou o maior índice de dispensação dos anti-

histamínicos seguido por agosto e julho, este com menor impacto. Apesar de

não ser uma diferença significativa, o maleato de dexclorfeniramina na

apresentação em comprimidos foi o medicamento da classe mais dispensado

no mês que começa a primavera.

CONCLUSÃO

Nota-se que com a chegada da estação da primavera, pacientes que

são mais predispostos à mudança de clima e o despertar das flores necessitam

de maior cuidado em se tratando do sistema respiratório. O pólen que contém

nas flores é facilmente carregado pelo vento e produz uma série de sinais e

sintomas a quem é vulnerável, neste caso, geralmente pessoas que possuem

rinite alérgica, com isso medicamentos anti-histamínicos são dispensados em

maior escala.

REFERÊNCIAS

IBIAPINA, Cássio da Cunha et al. Rinite alérgica: aspectos epidemiológicos, diagnósticos e

terapêuticos. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/jbpneu/v34n4/v34n4a08.pdf>. Acesso

em: 29 set. 2016.

KOROLKOVAS, Andrejus. Dicionário Terapêutico Guanabara. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan S.A., 1999.

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ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA ASSESSORIA DE IMPRENSA NO

BRASIL

HRENECHEN, V. E-mail: [email protected]; SOARES, A. E-mail:

[email protected]

RESUMO: O presente artigo tem por objetivo analisar a evolução da

assessoria de imprensa ao longo dos anos e o desempenho de jornalistas

nesse segmento profissional. No Brasil, a função surgiu pioneiramente sendo

desempenhada por relações públicas. Com o passar do tempo, foi possível

perceber a ocupação jornalística nesse segmento profissional. Por meio de

pesquisa bibliográfica pretende-se definir o momento em que ocorreu essa

mudança no mercado de trabalho.

INTRODUÇÃO

A comunicação certamente está entre os mais relevantes fatores para o

sucesso de uma empresa. A consolidação das estruturas de comunicação e a

maior conscientização dos empresários da importância da comunicação para o

equilíbrio da imagem organizacional aumentou o grau de importância de área

de assessoria empresarial.

A pesquisa aborda a ocupação jornalística nesse segmento profissional.

A evolução da comunicação empresarial no Brasil mostra que os jornalistas ao

longo dos anos foram assumindo essa atividade que passou a compor uma

nova área de atuação para esses profissionais.

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

Muitas organizações vêm instaurando setores de comunicação dentro de

suas estruturas. Essa postura representa a necessidade de se destacarem da

concorrência e de conquistarem e ampliarem os seus públicos. As empresas

estão cada vez mais preocupadas com a imagem que elas produzem para a

sociedade, um dos setores responsáveis pela manutenção dessa imagem é a

assessoria de imprensa que, através de programas internos e externos de

comunicação, melhora a forma como a organização é percebida.

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Com o objetivo de construir e manter uma boa imagem e na busca de

uma aceitação pública de suas atividades, as empresas procuram investir em

formas eficientes de comunicação, com a divulgação de informações referentes

à sua atuação. Devido a eficácia difusora do jornalismo e a credibilidade

atribuída a esse campo, a notícia é usada como ferramenta estratégica pelos

profissionais de comunicação, que visam divulgar informações sobre a

empresa, através da imprensa.

Essa mediação estratégica entre o assessorado e a imprensa não é

nova. Podemos dizer que começou com o jornalista americano chamado Ivy

Lee, que em 1906 inventou a atividade especializada de assessoria de

imprensa ou assessoria de comunicação.

O pai da assessoria de comunicação descobriu, nesta nova atividade,

uma oportunidade e acabou institucionalizando os seus serviços. Abandonou o

jornalismo e estabeleceu o primeiro escritório de relações públicas do mundo,

em Nova York. “O jornalista Ivy Lee percebeu excelente oportunidade para

abrir um novo negócio: prestar assessoria que auxiliasse os empresários a

corrigir a imagem que deles fazia a opinião pública” (CHAPARRO, p. 36, 2003)

Ivy Lee marcou o surgimento da assessoria de imprensa com a criação

de uma declaração de princípios, em forma de carta aos editores. Ele formulou

um pequeno conjunto de regras ético-morais e comprometeu-se apenas a

fornecer notícias e colocá-las à disposição dos jornalistas, o que favoreceu o

contato com os meios de comunicação e o seu relacionamento com esses

profissionais.

Fruto da importância que a atividade ganhou, ainda nos anos 1930

surgiram, nas universidades dos Estados Unidos, as primeiras cadeiras

específicas de relações públicas, vinculadas à área de Administração. Assim, a

atividade entrou no currículo de grandes universidades americanas como Yale,

Harvard e Columbia.

A atividade de assessoria de imprensa, tal como é conhecida hoje, se

desenvolveu efetivamente no período da crise econômica de 1929, onde havia

uma demanda social de informação, componente inexistente no contexto em

que atuava Ivy Lee. Nessa época, grande parte da população havia perdido a

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esperança no governo e na economia. Era preciso motivar o povo e a sua

resistência, a fim de que a crise fosse superada (CHAPARRO, 2003).

A atividade de Relações Públicas foi para o Canadá em 1940 e seis

anos depois, entrou na Europa, pela França, através da Esso Standard e da

Shell. As agências ou departamentos de relações públicas se espalharam

rapidamente. Em 1950, já existiam agências em pelo menos mais sete países

como: Holanda, Inglaterra, Noruega, Itália, Suécia e Finlândia. (CHAPARRO,

2003).

Os Estados Unidos continuaram exportando seu modelo para todo o

mundo. Chaparro (2003) comenta que as relações públicas cresceram mais

rápido nos países que copiaram o modelo norte-americano, entre eles o Brasil.

Aqui, as assessorias apareceram pioneiramente como relações públicas,

depois da II Guerra Mundial e, mais acentuadamente após a eleição de

Juscelino Kubitschek, com a vinda das primeiras montadoras de automóveis

multinacionais ao país. Elas eram encarregadas de zelar pela imagem das

corporações.

As assessorias de imprensa foram ganhando visibilidade e relevância.

Na sociedade atual a assessoria de imprensa configura-se como uma

importante ferramenta a pautar a mídia e dado o número de assessorados

potenciais, fica praticamente impossível a difusão de notícias sem a

participação da assessoria de imprensa. A assessoria contribui diretamente

para a atualização das informações na mídia, por isso, pode-se dizer que uma

de suas funções mais importantes é a de identificar assuntos úteis ao público,

sob o ponto de vista jornalístico.

Segundo Chaparro (2003), a ruptura entre assessoria de imprensa e

relações públicas se deu efetivamente em 1980, consolidando-se no Brasil uma

das experiências únicas de assessoria de imprensa jornalística, o que não se percebia

no resto do mundo, já que a maioria dos países não considerava a assessoria de

imprensa como prática jornalística. Em Portugal, por exemplo, o jornalista que

exerce tarefas de assessoria de imprensa tem o seu registro suspenso, só o

retomando quando retorna às redações (MOUTINHO E SOUZA, 2003).

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Dessa forma, começa a se difundir a atuação de jornalistas na

comunicação empresarial no Brasil. Como resultado da ocupação do jornalista

na área profissional de assessoria de imprensa, o Sindicato dos Jornalistas

Profissionais do Estado de São Paulo, em 1980, cria a Comissão Permanente

e Aberta dos Jornalistas em Assessoria de Imprensa. Com a criação dessa

Comissão fica evidente a disputa que passar a ocorrer pela reserva de

mercado e começa a haver um processo formal de se dar identidade

jornalística à atividade de assessoria de imprensa. (CHAPARRO, 2003)

Hoje, pode-se dizer que há um grande número de jornalistas atuando em

assessoria de imprensa e, como mostra o Manual de Assessoria de Imprensa

(2007), editado pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), o segmento

está definitivamente consolidado no mercado de comunicação, constituindo-se

na área que mais emprega jornalistas.

CONCLUSÕES

As empresas, na intenção de conquistarem destaque no mercado,

passaram a aperfeiçoar o seu funcionamento e a buscar a legitimação de suas

ações, visando maior estabilidade e autonomia. Elas instauram setores de

assessoria de comunicação/imprensa ou contratam empresas terceirizadas de

assessoria com o objetivo de garantir visibilidade e reconhecimento, a partir

das articulações que esses profissionais realizam com a imprensa.

No Brasil, o trabalho de assessoria de imprensa começou sendo

desempenhado por relações públicas, ao longo dos anos e a partir da evolução

da comunicação empresarial, os jornalistas foram assumindo essa atividade.

Um das explicações para a migração está no fato das empresas buscarem

profissionais capazes não apenas de abrir espaço para suas informações nos

meios de comunicação, mas também de elaborar produtos de comunicação

empresarial como jornais, revistas e vídeos. Dessa forma, as assessorias

passam a compor uma nova área de atuação para os jornalistas.

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REFERÊNCIAS

CHAPARRO, Manuel Carlos. Cem anos de assessoria de imprensa. In: Assessoria de

Imprensa e Relacionamento com a Mídia, Teoria e Técnica. – 2º Edição – São Paulo. Ed.

ATLAS S.A. 2006.

DUARTE, Jorge. Assessoria de Imprensa, o caso brasileiro. INTERCOM - Revista Brasileira

de Comunicação, São Paulo, v. XXIV, n. 1, p. 79-105, 2001.

Fenaj- Federação Nacional dos jornalistas. Manual Nacional de Assessoria de Imprensa/

Federação Nacional dos Jornalistas - Rio de Janeiro: Edição da CONJAI – Comissão

Nacional dos Jornalistas em Assessoria de Imprensa. (2º Edição). 50 pg.

MOUTINHO, Ana Viale; SOUZA, Jorge Pedro, 2003. Assessoria de imprensa na Europa. In:

Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia, Teoria e Técnica. – 2º Edição –

São Paulo. Ed. ATLAS S.A. 2006

TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de comunicação organizacional e política. – São Paulo:

Pioneira Thomson Learning, 2004.

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CETAS: CENTRO DE TRIAGEM PARA ANIMAIS SILVESTRES DOS CAMPOS GERAIS

SOUZA, A. L – [email protected]; CURI,M.F.L–[email protected]

Resumo: O Centro de Triagem de Animais Silvestres é o termo utilizado para

a construção física de um local de apoio para a fauna silvestre que em algum momento sofreram algum tipo de vicissitude, sendo por atropelamentos, maus tratos, tráfico nacional ou internacional de animais, ou aqueles mantidos em cativeiro sem autorização do órgão competente. Os apoios à fauna e flora tornam-se necessárias com medidas mitigadoras dos impactos ambientais causados, diminuindo ao máximo as alterações no meio ambiente. As regiões dos Campos Gerais possuem um numero significativo de Unidades de Conservação, por esse motivo a instalação desse equipamento na região, irá colaborar para que esta biodiversidade seja preservada.

Palavras-chave: Fauna Silvestre, Unidades de Conservação, Centro de Triagem. INTRODUÇÃO

Funatura (1989) descreve as unidades de Conservação como porções

do território Nacional, inclusive as águas territoriais, como características

naturais de relevante valor, de domínio público ou privado, legalmente

instituídas pelo poder público, como objetivos e limites definidos e sob regimes

especiais de administração, às quais se aplicam garantias adequadas de

proteção.

A região dos Campos Gerais possui vinte e sete Unidades de

Conservação (UC), dentre elas estão: APA Estadual da Escarpa Devoniana,

cinco parques estaduais, nas cidades de Ponta Grossa, Tibagi, Jaguariaíva e

Imbaú, cinco parques municipais nas cidades de Ponta Grossa, Palmeira,

Tibagi e Jaguariaíva. Possui também, duas unidades de Reserva Particular de

Patrimônio Natural (RPPN) de nível federal nas cidades de Palmeira e Arapoti,

além de quatorze unidades de RPPNs de nível estadual distribuídas nos

municípios de Ponta Grossa, Carambeí, Palmeira, Tibagi, Ipiranga e Arapoti

catalogadas no mapa 01 de Unidades de Conservação do Estado do Paraná.

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Mapa 01- Unidades de Conservação do Estado do Paraná, gerado pela autora, com base nos dados de Publicatio UEPG-2010.

O Centro de Triagem para Animais Silvestres (CETAS) é um

equipamento urbano, fiscalizado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais (IBAMA), administrado por uma instituição pública ou

privado, que tem por finalidade, recepcionar, triar, tratar e reintroduzir a fauna

silvestre ao seu habitat natural. No estado do Paraná, há somente um CETAS,

localizado na região de Tijucas do Sul (Sudeste do Estado), a 70,2 km de

Curitiba, administrado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR). No

interior do estado, dois hospitais veterinários pertencentes às universidades,

prestam serviço de atendimento emergencial para a fauna silvestre. Porém não

possuem estrutura para tratar esses animais que acabam sendo transferidos

para o CETAS de Tijucas do Sul. Na região de Telêmaco Borba, Centro

Oriental do estado possui o Parque Ecológico pertencente à empresa Klabin e

o criadouro Onça Pintada localizado em Campina Grande do Sul, região

Metropolitana de Curitiba, atendem animais silvestres pertencentes as suas

áreas de Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN).

Na cidade de Ponta Grossa, o Instituto Klimionte Ambiental realiza

atendimento emergencial a fauna silvestre, encaminhados pela Policia

Ambiental, da qual atende toda a região dos Campos Gerais. As localizações

destes equipamentos no estado do Paraná estão indicadas no mapa 02 de

Unidades de cuidados de animais silvestres no estado do Paraná a seguir.

Page 25: RESUMOS EXPANDIDOS - Faculdades Ponta Grossa · levando em consideração os critérios para utilização como base referencial para pesquisa. ... em gerenciar e tratar o passivo

Mapa 02- Unidades de cuidados de animais silvestres no estado do Paraná, gerado pela

autora, com base na compilação de dados coletados.

Assim, propõe-se a instalação de um CETAS na região dos Campos

Gerais, pois a implantação do mesmo irá atender a fauna silvestre pertencente

à biodiversidade destas UCs. Para assim proporcionar um atendimento

eficiente e cumprindo com o Art. 1º da Declaração Universal dos direitos dos

Animais ao direito à vida.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para estruturar o escopo teórico desse trabalho, foram realizadas visitas

de campo, pesquisas bibliográficas e documentais sobre o tema, utilizando

acesso à instrução normativa do IBAMA 169/2008 anexo V, Lei 5.517/68

instalações para estabelecimentos veterinários, bem como consulta ao Plano

Diretor Municipal da cidade de Ponta Grossa, Código Florestal Lei 12.727/2012

e a Lei Federal Lei 9.985/2000 referentes às UCs. Através de visita ao CETAS

de Tijucas do Sul, e analisando o espaço, juntamente com o levantamento

fotográfico, observou-se o programa funcional existente e suas potencialidades.

RESULTADOS PARCIAIS E DISCUSSÃO

O terreno de estudo está localizado na cidade de Ponta Grossa no

estado do Paraná, (mapa 03 - Localização), o mesmo encontra-se no distrito

industrial,

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pertencente à ZI (Zona Industrial), próximo a BR 376, que liga o norte do

estado as demais regiões do Paraná.

Mapa 03 - Localização. Fonte: Google Earth – 2016 – Redigido pela Autora.

Com a análise dos resultados da demanda atendida pelo Instituto

Klimionte Ambiental, leva-se a concluir através de dados quantitativos do

período de 2012 a 2015 indicados no gráfico 01 dos Animais atendidos pela

Policia Ambiental de Ponta Grossa a necessidade de dispor maiores espaços

para o recinto das Aves.

Gráfico 01 - Fonte: Instituto Klimionte Ambiental – 2016 - Elaborado pela autora.

CONCLUSÃO

A pesquisa realizada constata a viabilidade e a importância da

implantação do equipamento urbano destinado para o CETAS, bem como

preservar as UCs, e seu ecossistema, priorizar a vida e proporcionar aos seus

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usuários um projeto arquitetônico que se propõe o conforto e eficiência em seu

funcionamento. Elaborado para que seja referência em projeto e

conscientização para a preservação do Meio Ambiente, juntamente com a

captação de subsídios, obtêm-se, um projeto arquitetônico coerente e com

seus fluxos bem resolvidos, minimizando conflitos.

REFERÊNCIAS BRASIL. Novo Código Florestal. Lei Federal N.12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis n

os 6.938, de 31 de agosto de

1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis n

os 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida

Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

BRASIL. Instrução Normativa IBAMA N.169, de 20 de fevereiro de 2008. O presidente substituto do instituto brasileiro do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis - IBAMA, no uso das atribuições previstas no art. Art. 22, inciso V, Anexo I ao Decreto no- 6.099, de 26 de abril de 2007, que aprova a Estrutura Regimental do IBAMA, publicada no Diário Oficial da União de 27 de abril de 2007; e Considerando o que consta do Processo IBAMA nº 02001.005418/ 2007- 11. BRASIL. Resolução CFMV N.1015, de 09 de janeiro de 2013. Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários, e dá outras providências. O Conselho Federal de Medicina Veterinária - CFMV -, no uso das atribuições que lhe confere a alínea "f" do art. 16 da Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 64.704, de 17 de junho de 1969. BRASIL. Sistema Nacional de Unidades de conservação. Lei Federal N.9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1

o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema

Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. FUNATURA - FUNDAÇÃO PRÓ - NATUREZA. Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC): Aspectos conceituais e legais. Brasília, 1989.

PARANÁ. 1º Batalhão da Polícia Ambiental, Ponta Grossa, 2016.

PONTA GROSSA. Instituto Klimionte Ambiental, 2016.

PONTA GROSSA. Plano Diretor Municipal. Lei Municipal No 4.839, 18 de dezembro de 1992. TAKEDA, Adalberto, TAKEDA, Inês; FARAGO, Paulo Victor. Unidades de Conservação da região dos Campos Gerais, Paraná. Publicatio UEPG, 7,2010.

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BOULEVARD DA ARQUITETURA: SHOPPING ESPECIALIZADO EM CONSTRUÇÃO CIVIL

CORDEIRO, P. E-mail: [email protected]; VANAT, C. E-mail:

[email protected];

RESUMO: A cidade de Ponta Grossa experimentou nos últimos anos, além de um crescimento populacional, também um aumento considerável de investimentos. Entretanto, a infraestrutura urbana do Município não acompanhou todo esse desenvolvimento. Em meio a estas mudanças é possível se verificar também uma carência de incentivo a cultura arquitetônica na cidade que, pela sua posição geográfica, se apresenta como um entroncamento rodoferroviário, apoiando as cidades vizinhas, revelando-se, ainda, de grande representatividade para o setor da construção civil. Neste contexto, surgiu a ideia de se desenvolver o projeto de um shopping aberto especializado em construção civil e arquitetura, criando-se um complexo com diversas atividades, visando impulsionar o setor e facilitar o acesso da população. Para tanto, foram feitas pesquisas de ordem bibliográfica e documental que conduziram à etapa do desenvolvimento de quadro de áreas, setorização e fluxograma, chegando-se, por fim, a um maior direcionamento para o partido do projeto.

Palavras-chave: centro comercial, shopping aberto, projeto arquitetônico. INTRODUÇÃO

A inserção do tema deste estudo se dá no contexto urbano da cidade

de Ponta Grossa, situada no Paraná, estado brasileiro localizado na região sul

do país. O município em questão encontra-se numa posição geográfica

privilegiada, na medida em que é considerado um entroncamento

rodoferroviário do estado, resultando, portanto, num polo comercial atrativo

para as cidades circunvizinhas.

Nas últimas décadas, Ponta Grossa apresentou um eminente

crescimento, constatado tanto pelo aumento populacional de 6,2% em 17 anos

(IBGE), quanto pela sua representatividade econômica na região, evidenciada

pelo Produto Interno Bruto (40% do PIB dos Campos Gerais).

Em virtude disso, a infraestrutura da cidade não acompanhou este

crescimento, acarretando, por via de consequência, vários problemas logísticos

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do ponto de vista urbano. Dentre eles estão: a falta de suporte do sistema

viário, o aumento do fluxo de veículos e a carência de vagas públicas de

estacionamento.

No âmbito da representatividade econômica da cidade, o setor da

construção civil ressalta-se pelo apoio significativo às cidades menores do seu

entorno, fornecendo não só maior diversidade de materiais, mas também mão

de obra especializada. Entretanto, é notável que o ramo ainda é pouco

explorado, não havendo na região nenhum empreendimento que englobe

diversas atividades do setor e atenda em horários diferenciados. Outras

carências que podem ser destacadas são: a falta de incentivo à “cultura

arquitetônica” e a baixa frequência de eventos relacionados ao assunto.

Diante disso, torna-se relevante a proposta de um centro especializado

em arquitetura e construção civil com a finalidade de acompanhar o

crescimento da cidade e de seu entorno, sanando os problemas acima

expostos. Ao proporcionar a opção de agregar diversas atividades no mesmo

local, gera-se maior facilidade de locomoção, economia de tempo e recursos.

Sem mencionar, ainda, o potencial do Município em se tornar uma referência

com maior expressividade.

Por conseguinte, o objetivo deste estudo é desenvolver um projeto de

shopping aberto especializado em construção civil e arquitetura de grande

porte, segundo classificação da Associação Brasileira de Shopping Centers –

ABRASCE. Nesse sentido, a proposta contempla tipologias destinadas a lojas,

salas comerciais, salão para eventos e praça de alimentação; espaços, estes,

totalmente adequados aos seus usos. Afora isso, pretende-se, ainda, inserir

estacionamento e acessos que comportem o fluxo de veículos.

Neste contexto, cumpre aqui explanar um breve conceito acerca dos

shoppings centers.

Segundo a ABRASCE:

São empreendimentos constituídos por um conjunto planejado de lojas, operando de forma integrada, sob administração única e centralizada; tem um composto de lojas destinadas à exploração de ramos diversificados ou especializados de comércio e prestação de serviços; possui lojas âncora ou características estruturais e mercadológicas especiais que funcionem como força de atração e

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assegurem o shopping center a permanente afluência de trânsito de consumidores essenciais ao bom desempenho do empreendimento; oferece estacionamento compatível com a área de lojas e correspondente afluência de veículos ao shopping center, promove ações direcionadas a atrair consumidores locais e regionais. (ABRASCE, 2012 apud RODRIGUES, 2012, p.60)

Isto posto, escolheu-se uma gleba de 50.303,25 m² para implantar o

empreendimento, inserida no bairro Jardim Carvalho. Propiciando, assim, um

ponto estratégico para os usuários que vem de algumas das cidades

circunvizinhas. A gleba conta com 50.303,25 m²

MATERIAIS E MÉTODOS

Em um primeiro momento, para alcançar respaldo para o trabalho, fez-

se o uso de pesquisa bibliográfica e documental, visitas ao terreno e ao

entorno, bem como a realização de levantamento fotográfico, além de estudos

de caso de empreendimentos similares. Na etapa seguinte, efetuaram-se

visitas de cunho observativo em lojas comerciais do ramo e outras edificações

relacionadas ao tema.

No desenvolvimento deste trabalho, chegou-se a alguns resultados

parciais, são eles: programa de necessidades e quadro de áreas, setorização e

fluxograma. A partir destes resultados, pretende-se seguir com o

desenvolvimento de projeto arquitetônico e seus complementos.

RESULTADOS PARCIAIS E DISCUSSÃO

Diante dos conteúdos obtidos, o primeiro passo foi desenvolver um

programa de necessidades baseado na divisão de macro setores, como pode

ser observado na Tabela 1. A classificação das lojas e seu dimensionamento

se deram através do padrão da ABRASCE.

Tabela 1 – Programa de Necessidades/Quadro de Estimativa de Áreas.

FONTE: Autora, 2016.

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SETORES ESPAÇOS QTD. / CPD.*

ÁREA DO SETOR(m²)

LOJAS

Âncora (+ de 1000m²) 4

32.835

Megalojas (de 500 a 999

m²)16

Satélite (- de 500 m²) 30

Sanitários 4

Estacionamento Geral

ESCRITÓRIOS

Escritórios 16

3.950

Sala de reunião 4

D.M.L 1

Recepção 1

Café 1

Vagas 32

ALIMENTAÇÃO Restaurante 10

2.645 Quiosque 3

PAVILHÃO DE EVENTOS

Salão 2.000 pessoas

2.900 Sanitários 2

Cozinha 1

ADMINISTRAÇÃO GERAL

Escritórios 8

885

Sala de reunião 1

Sanitários 2

Copa 1

Recepção 1

SERVIÇOS

Vestiários 2

1475

D.M.L 1

Refeitório/ Lazer 1

Almoxarifado 1

TOTAL ESTIMADO 43.215 m²

*Quantidade/Capacidade

Fundamentado nos dados acima apresentados ,e, juntamente com

outros estudos, perfez-se a implantação dos setores no terreno (Figura 1),

utilizando-se de blocos para segregar os usos. O partido para o

desenvolvimento da setorização foi posicionar as lojas nas fachadas que

possuem maior destaque na Av. Monteiro Lobato, visando, assim, tornar o

empreendimento mais notável não só para os moradores, mas também para

quem está adentrando na cidade. Simultaneamente com o desenvolvimento da

setorização, realizou-se o estudo dos acessos, baseado na análise dos fluxos

das vias e sua relação com a posição de cada setor de atividades (Figura 2).

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Figura 1 – Setorização. FONTE: Autora, 2016.

Figura 2 – Fluxograma. FONTE: Autora, 2016.

No que diz respeito à comunicação entre blocos, esta acontece através

de praças, passarelas e circulações conectadas no interior das edificações.

Considerações Finais

Por fim, diante da detida análise dos conteúdos apresentados, é

possível constatar a viabilidade de implantação de um shopping aberto e

especializado em construção civil e arquitetura em Ponta Grossa, sendo que

este suprirá a demanda apresentada pela cidade.

Além do mais, no desenrolar deste estudo, obteve-se uma noção mais

concreta a respeito do empreendimento, seu programa de necessidades e a

área que ele necessita, chegando a aproximadamente 45 mil metros quadrados

construídos. Outra contribuição se deu através do fluxograma, onde foram

definidos os acessos e a comunicação entre os blocos. Ainda, por meio do

estudo de posicionamento de setores, aliado a estudos volumétricos básicos,

chega-se a maiores definições do partido estético arquitetônico que será

seguido no desenvolvimento do projeto.

REFERÊNCIAS ABRASCE. Números do Setor: Definições e Convenções. Disponível em: <http://www.portaldoshopping.com.br/monitoramento/definicoes-e-convencoes>. Acesso em : 17, maio, 2016. CASTELLO BRANCO, Carlos Eduardo et al. Setor de shopping center no Brasil: evolução recente e perspectivas. Disponível em:< https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/2575/1/BS%2026%20Setor%20de%20shopping%20center%20no%20Brasil_P.pdf>. Acesso em : 07,abril,2016. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística. Frota municipal de veículos. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/frota.php?codmun=411990&search=%7Cponta-grossa&lang=. Acesso em: 30, maio, 2016.

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A ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA DE FERNANDO ROMERO

NASCIMENTO, R. R. E- mail: [email protected]; SAHD, B.F. E-mail:

[email protected]

RESUMO: O presente trabalho visa analisar a produção contemporânea do arquiteto mexicano Fernando Romero. As cidades e edifícios latino-americanos continuam a figurar proeminentemente na história da arquitetura. De fato, a atenção à produção arquitetônica nessa parte do mundo tem crescido desde meados do século XX. Poderia ser argumentado que os arquitetos latino-americanos contemporâneos estão recebendo mais reconhecimento internacional como jamais antes. Romero se revela como um agente ativo na reconfiguração do local e do espaço público, sendo seu compromisso traduzir contextos históricos, sociais, econômicos e ambientais em destinos urbanos contemporâneos, o que têm atraído a atenção da crítica e atraiu milhões de visitantes, gerando impacto positivo nas cidades e comunidades. Nos últimos quinze anos, Fernando Romero tem projetos propostos em um número de países que abrangem diferentes programas e contextos, desde museus e edifícios de escritórios para os centros urbanos densos e deserto.

Palavras-chave: Arquitetura Contemporânea, Arquitetura Latino-Americana, Fernando Romero.

INTRODUÇÃO:

A partir da década de 80 inicia-se uma discussão na América Latina em

função de sua identidade arquitetônica e junto o questionamento sobre a

exacerbada valorização do que vem de fora, dos modelos estrangeiros.

Alternativas estratégicas vêm sendo tomadas pelos arquitetos contemporâneos

para trabalhar com a diferença cultural e o efeito que esta cria no tecido das

cidades e nos edifícios. Os arquitetos contemporâneos decidem então opor-se

ao discurso de modernidade e seu respectivo progresso linear com a

universalização dos modelos trazidos pelos grandes centros do capitalismo. Ao

contrário dessa ideia, eles tomam a heterogeneidade sociocultural tanto

criticamente quando entusiasticamente e veem nas situações econômicas e

culturais nas quais os cidadãos latino-americanos vivem como fonte de

inspiração para promover inovações tipológicas. Essa situação se deve à

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ocorrência recente na mudança da escala dos projetos promovidos pela

administração pública e assim como nas pretensões dos jovens arquitetos

contemporâneos.

Segundo Felipe Hernández (Março, 2012) “Planos para cidades inteiras

e megaprojetos pontuais são raros hoje em dia. No seu lugar, a atenção é dada

a problemas específicos em áreas específicas da cidade. Mais importante que

isso, a especificidade geográfica, social e política permite aos arquitetos

atenderem mais precisamente às necessidades de particulares grupos sociais

e, assim, fazer com que os edifícios sejam mais intimamente conectados com

as pessoas”.

Assim, associando a este contexto, o Arquiteto Fernando Romero que

teve sua graduação concluída em 1995 pela Universidade Iberoamericana na

Cidade do México e que em 2000 fundou o escritório FR-EE, símbolo de seu

trabalho significativo para a arquitetura latino-americana. Romero foi

homenageado com diversos prêmios internacionais, incluindo "Honorary

Fellowhip" do Instituto Americano de Arquitetos (AIA por sua sigla em Inglês), o

Prêmio Bauhaus (2004-2005) e o Prémio da Sociedade Mexicana de Arquitetos

(2009). Participa como membro ativo da Sociedade de Arquitetos do México e

suas ideias futuristas somadas à sustentabilidade tornaram-se emblemáticas e

tomam destaque no cenário Mundial Arquitetônico Contemporâneo.

FERNANDO ROMERO E A ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA LATINO-

AMERICANA:

O arquiteto busca captar de suas obras o conceito contemporâneo

através do uso de tecnologias e materiais artísticos, ambos apoiados por

pesquisas acadêmicas, bem como de outros campos de estudo. Seu uso

estético futurista e minimalista é comumente referido pelos críticos da

arquitetura contemporânea. Romero, por outro lado, integra técnicas

sustentáveis e a paisagem do redor em seus projetos. Seu argumento é de que

os edifícios devem ser sempre espelho de seu tempo e que as tecnologias

avançadas utilizadas devem ser para responder às necessidades e

preocupações de hoje, como por exemplo a situação econômica do continente

Page 35: RESUMOS EXPANDIDOS - Faculdades Ponta Grossa · levando em consideração os critérios para utilização como base referencial para pesquisa. ... em gerenciar e tratar o passivo

e as alterações climáticas mundiais. As obras deste arquiteto propõem uma

nova dinamicidade para a cultura visual das cidades através de sua extensa

pesquisa tecnológica e social e do uso sem precedentes de estruturas e

materiais. Fernando Romero trabalha com equipes colaborativas,

multidisciplinares em um híbrido processo que realmente incorpora a

arquitetura contemporânea envolvendo o cruzamento das economias

desenvolvidas emergentes com um profundo conhecimento dos mercados

locais somado a uma visão das tendências e aspirações globais. Possui

projetos no México, Ásia, Europa e EUA.

Os inúmeros projetos abrangentes de Fernando Romero mostram sua

capacidade de superar desafios e limitações criando soluções arquitetônicas

únicas e de personalidade revelando-se um agente ativo na reconfiguração do

espaço com o compromisso de tradução de contextos históricos, sociais,

econômicos e ambientais em destinos urbanos contemporâneos.

OBRAS DE FERNANDO ROMERO:

A seguir são apresentados seus projetos mais emblemáticos, entre os níveis

nacionais e internacionais:

1. Soumaya Museum: Inaugurado em Março

de 2011 e considerado um ícone arquitetônico

no lado oeste da Cidade do México. A fachada

é feita por módulos de alumínio hexagonal com

diferentes proporções geométricas. O prédio é

um tributo à mulher de Slim Helú, falecida em 1999. O museu possui uma

coleção de 66 mil obras de arte

2. Plaza Mariana: Localizado ao lado da Basílica

de Guadalupe, um dos mais movimentados

centros religiosos no México e um dos mais

espetaculares da América Latina. O projeto tem

um uma gigante divisão em vidro em forma de

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cruz de 60 a 70 metros. O ponto de partida do projeto é a Cruz Mariana do

Papa João Paulo II, que divide os quatro blocos que formam o conjunto: Centro

de Evangelização, Columbario, Mercado e Museu.

3. Acuario Inbursa: Localizado ao lado

do museu Soumaya, a propriedade tem

um nível de piso térreo e três pistas

distribuídas em que o visitante pode

caminhar e observar as espécies

marinhas, além de uma sala de 25 metros

de profundidade.

4. Centro de Convenções de Los Cabos, Baja California: Construído em

2012 para sediar a Convenção G20 naquele

ano. Tem capacidade para 6.000 pessoas e

possui tecnologias sustentáveis como o Hall de

entrada que controla umidade, as células

fotovoltaicas que cobrem grande parte da

energia do edifício, bem como uma estação de

tratamento de água.

5.Portugal House: A proposta consistia em

uma casa de três andares em forma de

pétalas, dividido em seções de 120°

permitindo a rotação do piso superior e por

sua vez a criação de três terraços em nível

do solo. Embora a casa tem uma certa

horizontalidade em suas elevações,

orientações, formas e usos dos terraços criar diferentes ambientes e

microclimas. O projeto foi solicitado para a Trienal de Arquitetura.

6.Bridging Tea House, Jinhua, China: A

casa de chá encontra-se ao lado de uma

lagoa localizada em um parque da cidade. O

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conceito foi formalmente retrabalhado para criar uma estrutura que também

servisse como um espelho e refletisse a parte inferior na parte superior,

produzindo assim um efeito de espaço contínuo. A tradução desta ideia deu

origem a um edifício que contém uma série de espaços em vários níveis que

criam privacidade e intimidade, há a criação de micro-ambientes com diferentes

experiências visuais.

CONCLUSÃO:

A arquitetura contemporânea de Fernando Romero é reconhecida por

sua demasia e singularidade que fazem do arquiteto um grande e promissor

mestre da arquitetura global contemporânea. Suas contribuições para a

arquitetura principalmente no México possibilitaram uma maior visibilidade para

a arquitetura latina, ícone de uma nova fase de prosperidade. O perfil e a

natureza de seus trabalhos impede que se tenha aquela identidade continental

homogênea e pouco atrativa, tornando real a prática da diversidade

arquitetônica que contribui para reconfiguração das cidades na América Latina.

REFERÊNCIAS:

HERNÁNDEZ, Felipe. Além dos mestres modernistas – Arquitetura Contemporânea na

América Latina – Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-38053/alem-dos-mestres-

modernistas-arquitetura-contemporanea-na-america-latina-felipe-hernandez> Acesso em:

13/10/2016.

FR-EE/Fernando Romero Enterprise- Disponível em: <http://architizer.com/firms/fr-eefernando-

romero-enterprise/> Acesso em: 13/10/2016.

FR-EE About Fernando Romero – Disponível em:< http://www.fr-ee.org/about> Acesso em:

13/10/2016.

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PROJETO ARQUITETÔNICO DE ESCOLA INTEGRAL PARA O

MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA-PR

AVELAR, E. E. L. E-mail: [email protected]; FERRARI, W. M. A. E-mail:

[email protected]

Resumo: Investimentos na educação municipal são necessários em relação a

oportunizar escolas de Ensino Fundamental II em período integral. A falta de

atividades no contra turno escolar, acarreta em tempo ocioso, que pode levar a

diversos problemas sociais e desinteresse dos estudantes. Este trabalho tem

como objetivo a realização de um estudo de implantação de uma escola

integral para os alunos de nove a quatorze anos, inserida no Bairro Nova

Rússia. Para a obtenção de melhores resultados entre os objetivos propostos,

foi feita pesquisa bibliográfica, documental, a campo no lote para analise de

suas potencialidades e estudo de caso que serve como exemplo nacional no

tema. Como resultado do estudo, pôde ser confeccionado o programa de

necessidades, organograma e fluxograma explicando a intensão deste projeto

em relação aos usuários. Futuramente será desenvolvido o projeto

arquitetônico final prevendo o sistema construtivo Light Steel Frame – LSF,

pela agilidade de montagem e menor desperdício e resíduos em obra.

Palavras-chave: Ensino Fundamental II, Conforto, Sustentabilidade.

Introdução

Atualmente na cidade de Ponta Grossa/PR percebe-se a carência na

educação por escolas públicas integrais para os alunos do Ensino Fundamental

II, sejam elas estaduais ou municipais. Tais informações são confirmadas pelo

Núcleo Regional de Educação (2016) e pela Secretaria Municipal de Educação

(2016). Os alunos que correspondem às classes entre sexto e nono ano, são

atendidos pela rede de ensino estadual. No ano de 2016, segundo a Secretaria

de Educação do Governo do Estado do Paraná, foram contabilizadas 50

escolas para esta faixa etária na cidade, porém nenhuma em período integral.

Há oferta de escolas integrais municipais, porém atendem apenas ao Ensino

Fundamental I, que compreende crianças entre 6 a 9 anos.

O Bairro Nova Rússia concentra aproximadamente 1.500 adolescentes

entre onze a quatorze anos (IBGE, 2010). Este faz divisa com os Bairros Boa

Vista, Contorno e Órfãs, nos quais se encontram respectivamente 2.126, 2.096

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e 1.021 jovens, totalizando 6.700 adolescentes (IBGE, 2010). Estes alunos se

distribuem entre as oito escolas dessa região (NÚCLEO REGIONAL DE

EDUCAÇÃO, 2016). Este número sobrecarrega a capacidade das escolas e

obriga alguns estudantes a buscarem vagas em outros bairros. A superlotação

das escolas é um problema que também ocasiona outros fatores, como a falta

de interesse no aprendizado e o abandono das atividades escolares

(GONÇALVES, 2016).

Existem também os problemas relacionados às condições físicas das

escolas em geral, o atraso na entrega de obras públicas com esta finalidade, a

falta de manutenção em algumas, entre outros. Algumas obras chegam a ser

interrompidas no decorrer da construção até mesmo por suspeita de fraude em

orçamentos, caso já relatado recentemente no Paraná (G1, 2015). Estes

problemas ressaltam a relevância em se propor alternativas mais eficientes em

relação aos ambientes escolares.

Devido à carência de atividades no contra turno escolar, podem ocorrer

algumas adversidades na formação educacional das crianças e adolescentes.

Por se tratar de um tempo ocioso, se não for bem utilizado, isso tende a se

tornar um fator prejudicial, pois neste período os jovens estão em pleno

desenvolvimento social e educacional e precisam aproveitar seu contra turno

escolar da melhor forma possível. Este estudo tem a finalidade de amenizar os

problemas aos quais os adolescentes estão expostos quando não estão

realizando as atividades escolares, propondo o desenvolvimento de um projeto

arquitetônico de uma escola integral de Ensino Fundamental II.

Para melhor fundamentação do projeto a ser elaborado, foi realizado o

estudo de caso do Colégio Estadual Erich Walter Heine, a fim de se observar

suas características particulares relativas ao partido arquitetônico adotado, que

leva em consideração diretrizes sustentáveis. Implantado no Rio de Janeiro, é

a primeira escola totalmente sustentável da América Latina. Iniciou seu

funcionamento em 2011 e está localizado em um dos bairros com o pior índice

de desenvolvimento humano da cidade, o Santa Cruz, situado na Zona Oeste

(Archdaily, 2016). Suas principais características são a utilização de técnicas

de paisagismo, telhado verde, energia fotovoltaica, lâmpadas de led, pavimento

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permeável, entre outros. Este é o único instituto educacional brasileiro que

possui certificação Leadership in Energy and Environmental Design - LEED,

concedida pela organização internacional Green Building Council por possuir

diversas técnicas de sustentabilidade (BARATTO, 2014).

Materiais e métodos

Buscando atender os objetivos propostos neste estudo realizou-se uma

pesquisa bibliográfica em fontes compatíveis com o tema: artigos, livros,

notícias e sites da internet.

Paralelamente ocorreu o diagnóstico sobre a área de implantação do

projeto e seu entorno. Após a autorização do proprietário para desenvolvimento

do estudo, buscou-se a documentação referente à área do terreno e realizou-

se visita técnica para medições e levantamento fotográfico. Posteriormente

foram feitos estudos de casos para ter embasamento do funcionamento e dos

projetos bem-sucedidos neste ramo.

A partir destes dados elaboraram-se o programa de necessidades, o

quadro de áreas, o organograma e o fluxograma. Na próxima etapa, estes

estudos servirão como base para a elaboração do projeto arquitetônico final.

Resultados e Discussão

O lote escolhido para a implantação do projeto, localiza-se no Bairro

Nova Rússia, entre as ruas Minas Gerais e Marcílio Dias e possui área de

1.980,00m². Atualmente existe na área um galpão de uma antiga fábrica

inutilizado. O acesso ao terreno é privilegiado, podendo ser feito através de três

vias, todas pavimentadas: a Rua Minas Gerais se localiza ao sudoeste da

futura edificação; a Rua Marcílio Dias, principal via de acesso e faz ligação com

a Avenida Ernesto Vilela, situada a noroeste do local escolhido; por fim a Rua

Couto Magalhães fica a nordeste.

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Na classificação do município, em relação ao zoneamento, a área de

estudo está inserida na Zona Comercial (Z C), que permite a construção

de até 15 pavimentos, possuindo coeficiente de aproveitamento igual a 05 e

taxa de ocupação de base igual a 100% e torre igual a 60%, conforme o Plano

Diretor de Ponta Grossa de 2006.

Para determinar a capacidade de alunos que serão atendidos pela

escola integral foram levadas em consideração as informações referentes ao

numero de adolescentes existentes no Bairro Nova Rússia e vizinhança, o

numero de escolas disponíveis e as condições do terreno proposto para a

implementação desse projeto. Através destes dados chegou-se a definição que

a escola terá capacidade para atender 360 alunos em período integral.

Após a definição da capacidade, foi elaborado o programa de

necessidades seguindo critérios de áreas pesquisadas em artigos e livros.

Deste modo foi desenvolvido o quadro de áreas, baseando-se nas

recomendações encontradas em NEUFERT, 2013. Somando-se todos os

setores: administrativo, pedagógico, apoio, serviços e vivencia, estima-se como

área total da Escola Integral aproximadamente 3.221,96m².

Visando o atendimento do programa de necessidades proposto, como

técnica construtiva será recomendado o light steel frame, que garante o mínimo

possível de desperdício de materiais e a utilização de elementos leves que

minimizam os gastos com fundação e estrutura. Será imprescindível na

elaboração do projeto arquitetônico recomendar a utilização de equipamentos

que causem o mínimo possível de impacto ambiental, melhorem o conforto nos

ambientes e sistemas alternativos de economia de energia.

Para tanto será utilizada uma técnica construtiva considerada

sustentável como estrutura principal da edificação, o Light Steel Frame, que

consiste em uma construção a seco formada por perfis dobrados de aço

galvanizado, podendo utilizar diversos tipos de revestimentos e possuindo fácil

manutenção. Também será prevista a utilização de sistemas de fontes que

reaproveitem a água das chuvas e de captação de energia solar.

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Considerações Finais : Como forma de ofertar uma escola integral de

qualidade no Bairro Nova Rússia, este projeto atende às necessidades

elencadas, colaborando para o desenvolvimento do bairro e vizinhança,

atendendo até 360 estudantes. O projeto, a princípio, encontra-se em

desenvolvimento e a partir dos estudos aqui apresentados, as próximas etapas

consistem no aprimoramento da proposta através do desenvolvimento de

estudos preliminares de implantação e volumetria e posteriormente a

elaboração do projeto arquitetônico final que será apresentado futuramente.

O principal foco deste projeto é a obtenção de melhores práticas

didáticas e a utilização do ambiente construído como um fator facilitador no

processo de ensino-aprendizagem.

Referências

BARATTO, Romullo. Colégio público do Rio de Janeiro é a primeira escola sustentável certificada da América Latina. 2014. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-164540/colegio-publico-do-rio-de-janeiro-e-a-primeira-escola-sustentavel-certificada-da-america-latina>. Acesso em: 02/04/2016 G1. Obra de mais uma escola do Paraná é barrada diante da suspeita de fraude: Nova escolas tiveram construção parada; Secretaria abriu auditoria. TCE barrou obra de Centro de Educação Profissional em Campo Largo.. Campo Largo: G1 PR, 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/09/obra-de-mais-uma-escola-do-parana-e-barrada-diante-da-suspeita-de-fraude.html>. Acesso em: 02/04/2016 GONÇALVES, Antonio Sérgio. Reflexões sobre educação integral e escola de tempo integral. In: Cadernos Cenpec, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 129-135. 2006. Disponível em: <http://cadernos.cenpec.org.br/cadernos/index.php/cadernos/article/view/136>. Acesso em: 16/04/2016

IBGE. Infográficos: dados gerais do município. 2010. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=411990>. Acesso em: 16/04/2016 NEUFERT, Ernst. A arte de projetar em arquitetura. 18ª edição. Brasil. Editora GG Brasil, 2013. NUCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO. Escolas Estaduais na Cidade de Ponta Grossa/PR. Disponível em : < http://www.nre.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=63> Acesso em: 14/04/2016

PLANO DIRETOR MUNICIPAL. Zona Comercial. 2006. Disponível em: <http://geo.pontagrossa.pr.gov.br/portal/urbanismo/zona_comercial.pdf>. Acesso em: 12/04/2016

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Escolas Municipais na Cidade de Ponta Grossa/PR. Disponível em : < http://www.pontagrossa.pr.gov.br/sme>. Acesso em: 14/04/2016

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CLIMATIZAÇÃO DE GRANJAS AVIÁRIAS UTILIZANDO SISTEMA COM MICROCONTROLADOR PIC16F877A

BENINE, L.C. E-mail: [email protected]; RODRIGUES, L. A. E-mail: [email protected]; VIGIANO, G. E-mail: [email protected]

RESUMO: Este estudo de caso tem como objetivo demonstrar as vantagens e desvantagens da utilização do microcontrolador PIC16F877A, aplicado em um sistema de climatização para granjas de criação de aves. Para isso, utilizamos o software de simulação Proteus®. O trabalho levou em conta as diferentes fases de crescimento das aves, com os parâmetros de temperatura, ventilação, umidade do ar e espaço físico adequados para cada fase de desenvolvimento, visando uma maior proximidade da situação real. Por fim concluímos que apesar das maiores dificuldades de programação do microcontrolador em relação aos outros sistemas de controle, o sistema consegue efetuar a tarefa designada com confiabilidade e baixo custo.

Palavras-chave: microcontrolador; climatização; avicultura.

INTRODUÇÃO

Um dos principais problemas relacionados à avicultura de corte é a

manutenção de níveis constantes e ideais de temperatura, arejamento e

ocupação física de espaço, pois a falta de uma maior atenção a esses fatores,

pode acarretar um aumento da taxa de mortalidade das aves, acarretando em

prejuízo financeiro ao criador.

Existem diversos fatores de mortalidade ligados a problemas de

climatização em aviários, segundo dados da EMBRAPA (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária), são os principais: desconforto térmico, doenças

associadas a má circulação do ar e estresse, geralmente associados ao

dimensionamento térmico errado das edificações.

Existem no mercado vários sistemas de controle de climatização que

dimensionam corretamente a temperatura e circulação de ar em aviários de

corte, porém o problema, principalmente para os pequenos produtores, é o

custo elevado de implantação desses sistemas.

Page 44: RESUMOS EXPANDIDOS - Faculdades Ponta Grossa · levando em consideração os critérios para utilização como base referencial para pesquisa. ... em gerenciar e tratar o passivo

Hoje, em tempos de crise financeira, busca-se uma solução mais acessível,

para atender às necessidades de todos os produtores, independente do volume

de produção.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para estudo do problema, resolvemos pelo uso de simulação

computacional, devido a uma série de facilidades geradas por esse método,

principalmente não ficar à mercê de problemas climáticos e tempo de

acompanhamento entre as fases da experimentação, além do custo quase

zero.

Para realização da simulação foi usada a linguagem C, como método de

construção do algoritmo a ser usado no sistema de controle. A figura 1 nos

mostra um exemplo da sequência lógica de ações a ser realizada em cada fase

da simulação.

INÍCIO

LIGA O DISPLAY DE

LCD

LIGA O MOTOR DOS VENTILADORES NA

VELOCIDADE SETADA

VENTILADORESLIGADOS DE

0,5 m/s À 2,5 m/s

PLOTA A TEMPERATURA

MEDIDA NO LCD

MEDE A TEMPERATURA

PLOTA A VELOCIDADE

SETADA NO LCD

DE 24,1° À 26°

MOTORES DESLIGADOS

PLOTA A MENSAGEM

�TEMPERATURA OK

FIM

DE 26,1° À 100°

LIGA O MOTOR DE EXAUSTOR

PLOTA A MENSAGEM�EXAUSTOR

LIGADO

DE 0° À 24°

LIGA O MOTOR DE AQUECIMENTO

PLOTA A MENSAGEM�AQUECEDOR

LIGADO

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FIGURA 1: Lógica 6ª fase. Fonte: Autoria própria

Com a programação pronta, utilizamos o software Proteus® para simular

o funcionamento do sistema, a simulação foi preparada utilizando os

parâmetros constantes da tabela 1, considerando temperaturas mínima e

máxima e velocidade do vento para todas as fases de desenvolvimento das

aves.

SISTEMA CLIMÁTICO DE GRANJAS PARA AVES

FRANGOS DE CORTE

Fase Idade Temperatura Velocidade do Ar

1 1 a 7 dias 30 a 32 °C 0,5 m/s

2 8 a 14 dias 29 a 30 °C 0,8 m/s

3 15 a 21 dias 28 a 29 °C 1,0 m/s

4 22 a 28 dias 27 a 28 °C 1,5 m/s

5 29 a 35 dias 26 a 27 °C 2,0 m/s

6 36 ao abate 24 a 26 °C 2,5 m/s

FIGURA 1: Parâmetros por fase. Fonte: Embrapa.

O sistema de climatização proposto é constituído por uma “placa

controladora”, que gerencia todos os sistemas da granja de aves (aquecedores,

exaustores e ventiladores). Possui entrada de sensor de temperatura para o

ambiente interno e uma tela de LCD para exibir as ações executadas pelo

sistema. Este sistema possui uma sequência de três processos, sendo eles

descritos abaixo:

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Figura 2 – Topologia do processo Fonte: Autoria própria

Quando o sistema é ligado, é necessário que o usuário digite em um

teclado de entrada a fase de crescimento em que as aves se encontram pela

numeração de 1 a 6, assim o software determina os parâmetros pré-

programados de limites inferior e superior de temperatura e velocidade do

vento segundo a tabela 1.

Com a velocidade do vento adequada ativada, o microcontrolador

recebe a leitura do sensor de temperatura do ambiente através do plugin LM35

e compara com os limites setados, se a temperatura ambiente estiver abaixo

do limite inferior, ele envia um comando de acionamento ao sistema de

aquecimento, bem como, quando a temperatura ambiente estiver acima do

limite superior, ele envia um comando de acionamento ao sistema de

resfriamento, ainda se a temperatura estiver entre os dois limites, o controlador

desliga os dois sistemas e mantém apenas a velocidade do vento constante.

CONCLUSÃO

Após esse estudo chegou-se à conclusão, que é sim possível

desenvolver melhorias nos sitemas de climatização de aviários através do uso

do microcontrolador PIC16F877A, tornando o conjunto mais viável

econômicamente, em comparação aos produtos já tradicionalmente

comercializados, principalmente os baseados em CLP (Controlador Lógico

Programável), que apesar da facilidade maior de progrmação de funções,

possuem custos mais elevados, acarretando numa dificuldade maior de

acesso, quando se trata de um produtor de pequeno porte.

Algumas desvantagens desse sistema, além da já citada dificuldade de

programação, são as baixas correntes de trabalho do microcontrolador,

obrigando a instalação de relés para o acionamento dos motores de todo o

sistema.

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REFERÊNCIAS

ALECRIM, Paulo Dias de. Sistema Embarcado em Microcontrolador Para o Controle de

Climatização de Aviários de Corte. Lavras: UFLA, 2012. Dispponível em:

<http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/1273> . Acesso em: 13 out. 2016.

BUENO, L. & ROSSI, L. A. Comparação entre tecnologias de climatização para criação de

frangos quanto a energia, ambiência e produtividade. Revista Brasileira de Engenharia

Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.10, n.2, p.497–504, 2006.

MATUCHAKI, Graziel. Projeto De Um Sistema De Climatização De Aviário. Medianeira,

2011. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/581>. Acesso em: 13

out. 2016.

SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE AMBIÊNCIA E SISTEMAS DE PRODUÇÃO AVÍCOLA,

1998, Concórdia. Anais...Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 1998.

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PRINCIPAIS EFEITOS BIOLOGICOS TARDIOS DECORRENTES DA EXPOSICAO À RADIAÇÃO IONIZANTE EM CRIANÇAS E

ADOLESCENTES

BODIN, T. E-mail: [email protected]. HERMANN, B. E-mail: [email protected] ; CALDEIRA, A. E-mail:

[email protected]; BETIM, M. E-mail: [email protected]; LORENI, F. E-mail: [email protected]

RESUMO: O objetivo do trabalho é descrever os principais efeitos biológicos que podem vir a se desenvolver em crianças e adolescentes anos após uma exposição à Radiação Ionizante (RI). Analisando estudos voltados aos efeitos tardios da exposição a radiação no tratamento do câncer, dividiu-se em dois estudos "efeitos tardios endócrinos" e "efeitos tardios não endócrinos". Com o grande crescimento no índice de crianças sobreviventes decorrente do câncer, tornou-se uma referência os estudos sobre os efeitos tardios causados pela exposição no decorrer do desenvolvimento futuro desses pacientes.

Palavra chave: “Crianças”,” Adolescentes”, “Câncer “, “Radiação ionizante”, “Efeitos tardios”.

INTRODUÇÃO

A ocorrência do câncer tem apresentando crescimento considerável no

decorrer dos anos, tornando-se um problema mundial de saúde pública e

privada. Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que até o ano

de 2030 sejam diagnosticados 21,4 milhões de novos casos de câncer. No

Brasil, as perspectivas para o ano 2014 e 2015 apontavam uma ocorrência de

aproximadamente 576 mil novos casos de câncer (INCA, 2014).

Os tumores pediátricos representam entre 1 a 3% do total de casos de

câncer no mundo. O câncer é uma doença rara na idade infantil e na primeira

fase da adolescência, afetando cerca de 10 em 100.000 crianças a cada ano.

Considerando-se crianças com até 15 anos, isso significa que uma em cada

setecentas desenvolverá câncer durante esse período (VOÛTE, 1999).

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O avanço na padronização de protocolos e modalidades terapêuticas

combinadas com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, aliada à centralização e

melhor suporte de cuidado para o tratamento do câncer infantil resultou em

maior sobrevida dos pacientes oncológicos (KUPEMAN, 2010).

Concomitantemente, houve um aumento das complicações decorrentes

da terapia prévia, entre as quais os distúrbios endócrinos correspondem a 20%

a 50% dos casos (INCA, 2014).

Os efeitos tardios da radiação ionizante não dependem apenas da

condição clínica e da predisposição genética do paciente, mas, estão ligados

diretamente ao tipo de tratamento ao qual o paciente foi submetido. Os fatores

que estão relacionados ás manifestações dos efeitos tardios nos pacientes

estão diretamente relacionados a dose dos agentes quimio e radioterápicos,

assim como a intensidade e região corpórea de irradiação. Os efeitos

endócrinos tardios podem ser multifatoriais, e por conta disso requerem um

acompanhamento de longo prazo, necessitando uma análise constante

(KUPEMAN, 2010).

Os efeitos colaterais dessa exposição podem causar alterações

endócrinas e não endócrinas, modificando o estado nutricional dos indivíduos,

que ficam mais suscetíveis a complicações (COUTO-SILVA, 2005).

O presente estudo objetiva relatar resumidamente estudos sobre os

efeitos tardios em crianças e adolescentes após tratamento oncológico.

MATERIAIS E METODOS:

Para a realização da presente revisão bibliográfica foi realizada uma

pesquisa de artigos na literatura que citam os principais efeitos tardios da

radiação ionizante em crianças e adolescentes sobreviventes ao tratamento do

câncer. A pesquisa teve como base de dados alguns artigos e revisões

bibliográficas indexados nas bases de dadosLilacs (Literatura Latino-Americana

de Ciências de Saúde), Scielo (Scientific Eletronic Library Online), a partir das

seguintes palavras chaves: efeitos tardios da radiação, efeitos endócrinos,

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sequelas, do câncer infantil. Com objetivo de encontrar artigos científicos que

abordam os efeitos tardios da exposição à radiação em crianças sobreviventes

do câncer.

RESULTADOS

Foram encontrados aproximadamente 458.000 resultados ao se fazer uma

procura com a palavra: efeitos tardios. Acrescentando as palavras efeitos

tardios da radiação em crianças e adolescentes foram encontrados 270

resultados, dos quais, 15artigos foram selecionados avaliados inicialmente pelo

titulo e resumo, buscando uma temática que atendesse ao objetivo da

pesquisa. Após análise crítica, foram excluídos 6 artigos por não atenderem o

objetivo da pesquisa elaborada. Dentre os 9 artigos escolhidos, foram divididos

em dois grupos para critério de estudos, entre os quais falavam sobre os

efeitos tardios endócrinos, e efeito tardios não endócrinos.

DISCUSSÕES

Efeitos tardios endócrinos:

Todas as seqüelas endócrinas analisadas foram descritas após a exposição à

radiação em pacientes submetidos aos tratamentos contra o câncer, as quais

se manifestaram como deficiência de hormônio de crescimento (GH), diabetes,

obesidade, distúrbio gonadal e hipotireoidismo (ARMSTRONG, 2010).

Efeitos tardios não endócrinos:

Apesar do tratamento a base de radiação ionizante desempenhar papel

fundamental no tratamento de diversas neoplasias descobertas na fase

pediátrica e infanto-juvenil, aumentando a sobrevida desses pacientes, porem,

também tem sido associado como grande colaborador para o surgimento de

várias seqüelas, como perda auditiva e disfunção de vários órgãos (como

pulmão, coração, rim e bexiga), assim como o desenvolvimento de segunda

neoplasia (TAYLOR, 2010).

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CONCLUSÃO

Apesar dos avanços nos métodos de tratamentos contra o câncer,

inúmeros trabalhos descrevem os efeitos colaterais provocados pela exposição

à radiação ionizante em pacientes que tiveram tratamento durante a infância e

adolescência. Observou-se que os sobreviventes apresentaram efeitos tardios

em comum, como hipotireoidismo, deficiência de GH, obesidade, diabetes,

infertilidade, perda auditiva, disfunção de diversos órgãos, como pulmão,

coração, rim e bexiga, e também estiveram expostos a possibilidade de

desenvolvimento de uma segunda neoplasia. O que evidência uma

necessidade constante de se realizar um acompanhamento desses pacientes

durante toda sua vida adulta.

REFERÊNCIAS

Armstrong GT, Stovall M, Robison LL. Long-

termeffectsofradiationexposureamongadultsurvivorsofchildhoodcancer:resultsfromthechildhoodcance

rsurvivorstudy. Radiat Res. 2010;174(6):840-50. Review.

Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).

Estimativa 2012 2014: Incidência de Câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2014. [citado

2014 Abr 24]. Disponível em:http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/estimativa-24042014.pdf

Cohen LE. Endocrine late effectsofcancertreatment. EndocrinolMetabClin North Am.

2005;34(3):769-89.

Couto-Silva AC, Brauner R, Adan LF. [Endocrinesequelaeafterradiotherapy in

childhoodandadolescence]. ArqBrasEndocrinolMetabol. 2005;49(5):825-32. Review. Portuguese

Kupeman H, Battistin C, Moreira AC, Cornacchioni AL, Odone Filho V, Setian N, et al.

[Evaluationofthemain late endocrineeffects in childrenandadolescentsaftertreatmentofmalignancies].

ArqBrasEndocrinolMetabol. 2010;54(9):819-25. Portuguese

Taylor AJ, Little MP, Winter DL, Sugden E, Ellison DW, Stiller CA, et al. Population-basedrisksof

CNS tumors in survivorsofchildhoodcancer: the British ChildhoodCancerSurvivorStudy. J ClinOncol.

2010;28(36):5287-93

Voûte, P.A. (1999). Câncer na infância. Tradução Arion Caio Paulino. In: União Internacional contra

o câncer. Manual de Oncologia Clínica. Tradução da 6ª edição original. São Paulo, 531-534

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ARQUITETURA DA DANÇA: ESCOLA DE BALLET EM PONTA GROSSA, PR.

LEGAT,C. – [email protected]; Vanat, C. – [email protected]; MADALOZZO,N –

[email protected]

Resumo: O ballet além de ser uma expressão de arte tem a função de exercício físico, estimulando e protegendo o condicionamento físico e mental de quem o pratica. O presente trabalho teve como objetivo apresentar a necessidade da implantação de mais uma escola de ballet no município de Ponta Grossa/PR. Estuda-se o bairro de Uvaranas, o qual tem infraestrutura e comércio desenvolvidos, porém é carente no ensino especializado da dança. A escola contará com aulas de ballet, assim como suporte de fisioterapeutas e professores de pilates, auxiliando os bailarinos à executarem com maior precisão e segurança os movimentos do ballet, assim como seus tratamentos também estarão abertos à população. Para tal foi elaborado um plano de necessidade, cumprindo com as exigências para uma infraestrutura adequada, tendo como maior enfoque o piso adequado para a dança.

Palavras-chave: ensino da dança, projeto arquitetônico, piso resiliente.

INTRODUÇÃO

O Ballet é uma atividade física que proporciona não apenas o

desenvolvimento muscular e motor como também favorece a criatividade,

disciplina e musicalidade de crianças e adultos. Atualmente no município de

Ponta Grossa, Paraná, existem quatro academias de ballet, sendo que duas

estão localizadas no centro da cidade e uma no bairro Orfãs e outra no bairro

de Oficinas. Entretanto nenhuma delas consegue suprir a demanda de número

alunos, tendo constantemente lista de espera, além de não possuírem uma

infraestrutura totalmente adequada para o ensino da dança.

O bairro de Uvaranas, onde estuda-se a implantação da escola de ballet,

é o mais populoso do município, com 44.450 habitantes (IBGE, 2010), possui

um importante entroncamento viário, que dá acesso a cidades vizinhas e outros

estados, e

sua infraestrutura e comércio estão altamente desenvolvidos. O lote onde será

implantada a escola de ballet está localizado em um zoneamento comercial, o

qual possibilita bom coeficiente de uso do terreno. O acesso pode ser feito pela

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via principal do bairro, a Avenida Carlos Cavalcanti, e sendo um ponto de

esquina, possibilita uma boa visibilidade do edifício. O acesso restrito ao

estacionamento, apenas para professores e funcionários, se dará na Rua

Euclides da Cunha, aproveitando o desnível do terreno, não sendo necessário

grande alteração no terreno para a implantação de um subsolo.

A prática do ballet é recomendada a partir dos 3 anos de idade, não

tendo idade limite para o exercício físico. Portanto é necessário que a escola

tenha uma infraestrutura acessível e adequada para o ensino da dança, tendo

salas com piso de madeira, o qual não

pode estar em contato com a laje, coberto de linóleo, além de boa ventilação,

iluminação e acústica.

O projeto contempla não apenas o ensino da dança, como também inclui

um centro de fisioterapia e pilates, para que os alunos tenham o apoio de

especialistas auxiliando-os em sua consciência corporal, e em adquirir

condições físicas adequadas para a prática saudável de ballet, além do

aperfeiçoamento de seus movimentos.

Segundo Zeeman (1980 apud VAN DER VOORDT et al., 2013, p.9), um

edifício pode ter função cultural e/ou social. O edifício a ser estudado

proporcionará as duas funções, na área social o usuário poderá desempenhar

de modo eficaz suas atividades, tendo como elementos primários da edificação

o cuidado com a saúde, bem-estar, comunicações e qualidade de vida. Assim

como cumprirá a função cultural a qual envolve fatores estéticos e

arquitetônicos, ambientais e de planejamento e desenho urbano, além de que

incluirá a noção de civilização, pois atenderá as atividades que abriga sem

causar incomodo ou prejudicar o meio ambiente.

MATERIAIS E MÉTODOS

Após análise do terreno, verificação do zoneamento e tipologias de vias,

foi realizado o estudo de fluxograma, organograma e plano de necessidades.

Para satisfazer as metas propostas, foi realizada pesquisa bibliográfica, análise

de edificações similares, e procuraram-se soluções ergonômicas para o

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conforto do usuário. A pesquisa bibliográfica consiste em material escrito,

incluindo fontes diretas e indiretas. Após essa fase será elaborado projeto

arquitetônico, com base nos estudos preliminares apresentados sucintamente

nesse trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Sanoff (1992 apud VOORDT; WEGEN, 2013, p.74) o programa

de necessidades pode ser considerado como um sistema de processamento de

informações onde são estabelecidos rumos para o projeto de acordo com as

necessidades do usuário, do cliente e do projetista.

Na elaboração do plano de necessidades deve-se considerar o local

onde será implantando, o desempenho e a organização que se deseja do

edifício, assim como respeito às leis vigentes, podendo ser necessário a

adequação do programa. (VOORDT,1999 apud VOORDT; WEGEN, 2013,

p.75)

Segundo Voordt (VOORDT,1997 apud VOORDT; WEGEN, 2013, p.105)

os estudos de avaliação são úteis quando características e experiências de

edificações relacionadas são comparadas. Portando estipulou-se uma

capacidade de cento e vinte pessoas, tomando como base o número médio de

alunos das outras escolas de ballet presentes na cidade. Para a elaboração do

plano de necessidade, considerou-se estudos de caso, como o Centro de

Movimento Deborah Colker, que conta com quatro salas de ballet e sendo uma

exclusiva para ensaios da companhia.

Porém, por se tratar de uma escola, considerou-se a necessidade de

três salas de ballet, possibilitando que fossem ministradas aulas em todas as

salas simultaneamente, portanto diminui-se o risco de lista de espera. Também

existe a carência de um espaço reservado para a prática de pilates e

fisioterapia, pois tratamentos não serão exclusivos dos alunos da escola,

portanto será levado em consideração a necessidade de vestiários exclusivos

para essa área. Além das salas de aula haverá duas área de espaço comum,

uma localizada na cantina, destinada aos pais e acompanhantes, e a área de

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convivência, destinada aos alunos, onde haverá espaço para estudo e

entretenimento dos alunos. Além das salas de aula prática, viu-se a

necessidade de uma sala de aula teórica, pois o ballet é ensinado em francês,

por isso é importante aprender sua gramática para melhor compreensão na

aula prática, assim como aprender a história do ballet e seus grandes

espetáculos.

A preocupação especial com a ergonomia do piso será um diferencial da

escola, pois nenhuma da cidade tem o piso completamente adequado para o

uso da dança. Portanto, propõe-se a instalação de um piso resiliente, pois a

maleabilidade do piso pode prevenir de que aconteçam lesões nos bailarinos

por conta do impacto, assim como o seu revestimento com linóleo, que ajuda

ainda mais a amortecer o impacto além de proporcionar uma aderência melhor

da sapatilha no piso.

Normalmente, os pisos que não são adequados para pratica da dança

são assoalhos de madeira instalados diretamente ao concreto, não permitindo

que haja um espaço para o piso trabalhar, sendo uma superfície dura.

(BARRELL, 1991)

Segundo a Harlequin Floors (2012), empresa americana especializada

em equipamentos para ballet, a recomendação do Dr. Boni Rietveld, cirurgião

ortopédico, é de que bailarinos deveriam se recusar a dançar em espaço os

quais não proporcionem a absorção do impacto adequado, diminuindo o risco

de lesões. Ele complementa que escolas particulares de ballet devem se

preocupar mais com a escolha de seus pisos. Quando questionado sobre qual

seria o piso ideal para a dança, responde:

Na minha opinião, um piso para dança não deveria ser

nem muito flexível nem muito macio. Um piso duro causa

sérias ondas de choque de retorno e pode levar a lesões

ou gasto prematuro da cartilagem. Um piso macio faz com

que os músculos e, assim, os tendões trabalhem mais.

Além disso, um piso muito macio pode ser perigoso para

dançarinos por causa do efeito surpresa. (RIETVELD,

2012)

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O piso flutuante de madeira é resiliente, sendo um dos métodos

adequados para que o risco de lesões por impacto seja reduzido. Ele suspende

a superfície de madeira por meio de vigas sobrepostas que formam o desenho

de uma cesta, como pode ser observado na figura 01. Em sua instalação deve-

se ter o cuidado para que o haja espaço entre as paredes e o piso, para que

permita a expansão e contração da madeira causada pelas mudanças de

temperatura e umidade. (ARMSTRONG et al.,1984)

Figura 01 – Sistema de piso flutuante de madeira. (BARREL, 1991)

Após a instalação do piso, ele deve ser coberto com linóleo, para que o

piso tenha uma aderência maior. O linóleo é adequado para instalações

permanentes e com uma instalação bem feita e manutenção adequada, ele

deve durar anos (BARRELL, 1991). Atualmente, a marca norte americana

Rosco tem o linóleo adequado para a dança de ballet, jazz ou dança moderna,

tendo como base o vinil que proporciona uma superfície não reflexiva e com

deslizamento controlado. Foi desenvolvido para alto tráfego, tendo uma

resistência maior aos anos de uso.

Portanto o piso adequado para a pratica da dança é uma das premissas

básicas para um projeto arquitetônico eficaz de uma escola de ballet. O

cuidado com a acústica e climatização também são muito importantes, porém,

não é exclusivo às salas, sendo necessários em todo o edifício. A acústica

deverá ser tratada com isolamento das salas, pois como haverá som em todas

as salas de ballet, é necessário tanto que não haja interferência entre eles,

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assim como é necessário que o som não afete o entorno do edifício. O sistema

de arrefecimento pelo solo será o responsável principal pela climatização da

escola, pois ele proporciona a troca do ar quente pelo fresco, a partir do efeito

chaminé, utilizando muito pouca energia.

CONCLUSÃO

Conclui-se que existe a necessidade da implantação de mais uma

escola de ballet em Ponta Grossa, tanto pela demanda do bairro de Uvaranas,

como pela falta de infraestrutura adequada para a prática da dança no

município.

Após pesquisas bibliográfica e análise de correlatos, totalizou-se uma

área de 1070 metros quadrados, os quais estarão adequados as necessidades

dos usuários, contemplando não apenas o piso resiliente para a prática do

ballet, como também acústica e climatização em todo o empreendimento. Por

se tratar de um local onde não há faixa etária limite, os acessos verticais serão

por meio de elevadores, possibilitando a acessibilidade dentro da escola inteira.

Posteriormente, tendo como base estudos apresentados, será realizado

projeto arquitetônico, cumprindo com as leis municipais, normas de

acessibilidade e exigências do corpo de bombeiros e vigilância sanitária.

Referências

ARMSTRONG, Leslie; MORGAN, Roger. Space for dance: An architectural design guide. Ann Arbor: Pub Center Cultural Resources, 1984. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. BARRELL, M. Kay. The technical production handbook: A guide for perfoming arts presenting organizations and touring companies. 2. ed. Santa Fe: WESTAF, 1991. CENTRO DE MOVIMENTO DEBORAH COLKER. Disponível em <http://www.cmdc.art.br/> Acesso dia 17/06/2016 HARLEQUIN FLOORS, 2012. Pisos para a prática da dança. Disponível em: < http://us.harlequinfloors.com/en/research/an-interview-with-orthopedic-surgeon-dr-boni-rietveld/>. Acesso dia 09/06/2016.

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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco de Dados Agregados. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br.> Acesso em: 11/06/2016. NEUFERT, Peter. Neufert: Arte de Projetar em Arquitetura. 18ª ed. Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 2013. ROSCO. Disponível em: <https://www.rosco.com/floors/studio.cfm>. Acesso dia 12/06/2016 VOORDT, Theo J. M. van Der; VAN WEGEN, Herman B. R.. Arquitetura sob o olhar do usuário: programa de necessidades, projeto e avaliação de edificações. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.

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TALIDOMIDA NOS MUNICÍPIOS DOS CAMPOS GERAIS

¹BUENO, P.A.V E-mail: [email protected] ; ²FERNANDES, J.C. E-mail: [email protected] ; ³SILVA, K.L.L. E-mail: [email protected] ;

4VIANNA, G. C. E-

mail: [email protected] ; 5CARDOZO, A. E-mail: [email protected].

Resumo: O trabalho teve como objetivo verificar a quantidade de usuários de Talidomida e qual o tipo de doença na região dos Campos Gerais, sendo realizada uma pesquisa exploratória na 3º Regional de Saúde do Paraná. A Talidomida teve bons resultados em algumas doenças como a hanseníase.

PALAVRAS-CHAVAS: talidomida, usuários, doença, efeitos teratogênicos.

INTRODUÇÃO

A talidomida é um derivado do ácido glutâmico e estruturalmente contém

dois anéis amida e um único centro quiral. Este composto existe na forma de

mistura equivalente dos isômeros S(-) e R(-) que se interconvertem

rapidamente em condições fisiológicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

O enantiômero S está relacionado com os efeitos teratogênicos da

talidomida, enquanto o enantiômero R é responsável pelas propriedades

sedativas do fármaco.

A talidomida ou “α-N-ftalimidoglutarimida” é uma substância química (3–

ftalimidoglutari-mida) que foi sintetizada na Alemanha Ocidental, em 1953, nos

laboratórios da Ciba, e depois pela empresa alemã Chemie Grünenthal, em

1954 (LENZ, 1988).

ESTRUTURA MOLECULAR DA TALIDOMIDA

Fonte <http://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/summary/summary.cgi?sid=134338144&loc=esrss>.

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A descoberta da talidomida deu-se em 1954 na Alemanha, a partir da

síntese do acido glutâmico, sendo esse utilizado como sedativo, antiemético e

hipnótico. Em 1956 foi utilizado no mercado como antigripal, pois, induzia a um

sono profundo, já em 1957 foi lançado como medicamento sedativo,

acreditando se que era inteiramente atóxico completamente seguro e inócuo.

Dessa forma já que não apresentava efeitos adversos foi muito utilizado de

1954 a 1962, inclusive para enjoo em gestantes sendo liberada a licença para

sua comercialização em 1958, foi utilizada em vários países: Alemanha, Grã-

Bretanha, Estados Unidos da América, mas em 1959 começou os relatos de

má formação em fetos, sendo em 1962 retirada do mercado Alemão (LENZ,

1988; SALDANHA, 1994).

No Brasil sua comercialização iniciou se em 1958. Em 1960 observou se

a incidência de recém-nascidos com má formação congênita, e apenas em

1962 a talidomida foi retirada do mercado brasileiro e alemão, após pesquisas

demonstrarem seu efeito tóxico no feto (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Em 1963 foi reintroduzida sua comercialização no Brasil, porém com

outra finalidade por possuir efeito dermatológico. Atualmente é utilizada para

hanseníase e lúpus. Porém por apresentar efeito teratogênico, sua

dispensação apenas é liberada após rígido critério médico.

Efeitos teratogênicos: são aqueles que provocam má formação no feto

(focomelia ou amelia). São resultados de ingestão do medicamento durante a

gestação, sendo particularmente sensível o período do 5º a 8ª semana de

concepção. Outros efeitos: sedação, tremor, vertigens, alteração do humor,

edema unilateral de membros inferiores, aumento do apetite, amenorréia.

INDICAÇÕES DE DOENÇAS PARA O TRATAMENTO COM A

TALIDOMIDA

DENÇAS CID

Hanseníase: reação hansênica tipo eritema nodoso ou tipo II A30

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DST/AIDS: ulceras aftoide idiopático em pacientes HIV/AIDS B23,8

Doenças crônico – degenerativas

Lúpus eritematoso sistêmico M32

Lúpus eritematoso discóide L93,0

Lúpus eritematoso cutâneo subagudo L93,1

Doença enxerto contra hospedeiros T86,0

Mieloma múltiplo T86,0

Tendo essas informações realizou-se uma pesquisa com o objetivo de

verificar a quantidade de usuários de Talidomida e qual o tipo de doença está

relacionada na região dos Campos Gerais.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa exploratória realizada na 3º Regional de

Saúde do Paraná, que determina a quantidade de pessoas usuárias de

talidomida, o sexo do paciente, qual o tipo de doenças o uso da talidomida está

relacionado e em quais Municípios dos Campos Gerais são distribuídos o

medicamento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os Municípios dos Campos Gerais recebem a talidomida para pacientes

com doenças com Hanseniase não especificada (CID A30.9), Hanseniase tipo

II (CID A30), Mieloma múltiplo (CID 90.0), Lúpus eritematoso sistêmico (CID

M32). Dos 11 municípios dos Campos Gerais, apenas 4 recebem a distribuição

da talidomida para o tratamento dessas doenças.

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Município Quantidade Sexo CID

Jaguariaíva 7 6 M e 1F A30.9

Castro 6 4 M e 2 F A30 e C90.0

Ivaí 3 3 M A30

Ponta Grossa 29 22 M e 7 F A30, M32, C90

A talidomida possui efeito antiinflamatório no eritema nodoso na

hanseníase e resposta imunológica com a prevenção e o controle nas doenças

crônico-degenerativas e ulceras aftosas idiopáticas em portadores de

HIV/AIDS. Porem não se deve usar esse medicamento sem consentimento

médico, pois uma única dose de talidomida pode levar a feitos colaterais séria,

como, provocar a má formação no feto.

CONCLUSÃO

Esta pesquisa veio a confirmar que o uso da Talidomida ajuda a

melhorar a qualidade de vida dos pacientes e é mais prevalente em doenças

como a Hanseníase, mieloma e lúpus. Porem não se deve esquecer que o uso

incorreto desse medicamento acarreta efeitos indesejáveis à saúde. A

Talidomida só pode ser usada com indicação médica, com as orientações

corretas e o acompanhamento do Farmacêutico e do Médico.

REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

das Doenças Transmissíveis. Talidomida : orientação para o uso controlado / Ministério da

Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças

Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.

W. Lenz, Thalidomide retrospective: What did the clinical teratologist

learn?, Teratology, 1992, 46, 5

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TALIDOMIDA. Disponível em:

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/11/talidomida-orientacoes-web-2. Acesso

em 12 de outubro de 2016.

TALIDOMIDA. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/talidomida/bula_talidomida.pdfpdf. Acesso em 12 de outubro

de 2016.

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MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO REALIZADOS PARA RASTREIO DE PATOLOGIAS MAMÁRIAS

CALDEIRA, A. E-mail: [email protected]; LORENI, F. E-mail:

[email protected] ;BETIM, M. E-mail: [email protected]; FORMENTON,

H.B E-mail: [email protected]; BODIN, T. E-mail: [email protected]

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo descrever os principais métodos de diagnóstico por imagem utilizados para detecção de patologias mamárias. A Mamografia é um excelente método com impacto comprovado na redução da mortalidade pelo câncer de mama. Porém, não é um método perfeito, apresentando alguns pontos fracos, principalmente no rastreamento de mulheres com mamas densas, estadiamento e avaliação de tratamento. A Ressonância Magnética mamária mostrou a necessidade e importância da avaliação funcional mamária, Ultrassonografia é largamente utilizada na pratica clínica em pacientes com alterações detectáveis ao exame físico ou à Mamografia. Na presença de lesões Mamográficas, a Ultrassonografia auxilia não só a caracterização e a realização de biópsias, como também são capazes de identificar lesões adicionais em 14% das mulheres com mamas densas com contraste; o custo-benefício destas tecnologias necessita de mais estudos. Esses métodos apresentam bons resultados podendo assim melhorar o estudo de patologias mamárias. Apesar dos grandes avanços ocorridos nas novas técnicas (Ressonância Magnética Nuclear, Mamografia Digital e Tomossíntese Mamaria) empregadas no diagnostico por imagem de patologias mamarias não ocorreu, até o presente momento, uma substituição desses novos métodos pelos métodos tradicionais (Mamografia e Ultrassonografia). O que de fato ocorre é um surgimento escalar de novos métodos de diagnostico por imagem complementares aos já existentes.

Palavras-chaves: diagnóstico, custo-benefício, mamografia, ressonância magnética, ultrassonografia.

INTRODUÇÃO

O câncer de mama é o que mais acomete as mulheres em todo o

mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos.

Passou de 641.000 casos em 1980 para 1.643.000 casos em 2010, sendo

responsável por 27% dos novos casos de câncer diagnosticados em mulheres

(INCA, 2014). Destes, cerca de dois terços ocorreram em mulheres acima de

50 anos, principalmente nos países desenvolvidos. Já nas mulheres abaixo dos

50 anos (entre 15 e 49 anos), a incidência de câncer de mama foi duas vezes

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maior nos países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos

(Câncer no Brasil: presente e futuro, 2004).

Diagnósticos e os tratamentos dos variados tipos de câncer passaram

por importantes e expressivos avanços ao longo das últimas duas décadas. Os

métodos ficaram mais modernos e específicos, desde imaginologia até técnicas

de biologia molecular, o que tem permitido um diagnóstico apurado,

acompanhamento adequado e avaliação de prognósticos dos pacientes. Tanto

o avanço nos diagnósticos quanto nos tratamentos tem possibilitado sobrevida

maior em casos considerados incuráveis até pouco tempo (GEBRIM, L. H. e

QUADROS, L. G. A, 2004).

O presente trabalho tem como objetivo descrever os principais métodos

de diagnostico por imagem utilizados atualmente para detecção de patologias

mamárias.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a concretização da presente revisão bibliográfica foi realizado uma

pesquisa de artigos na literatura que descrevem métodos de diagnostico em

patologia mamaria. A pesquisa foi feita na base de dados Scielo, do dia 12 de

setembro a 15 de outubro de 2016, com as seguintes palavras chaves:

diagnóstico, Mamografia, Ressonância Magnética e Ultrassonografia na

inovação e diagnóstico. Com o objetivo de encontrar artigos científicos que

abordem métodos de diagnóstico para rastreio de patologias mamárias.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrando 3.452,706 resultados fazendo uma procura com a

palavra patologia mamária. Acrescentando quatro palavras chaves

(diagnóstico, Mamografia, RMN e Ultrassonografia), foram encontrados 32

artigos e apenas 12 artigos tratavam de métodos diagnostico em patologia

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mamária. Os demais artigos abordavam sobre outros tipos de câncer e

temáticas que não se encaixavam no estudo realizado.

Os métodos de diagnostico para patologia mamária serão descrito a

seguir, subdivido em tópicos.

1 Mamografia

Atualmente existem dois tipos de formação de imagem nos

equipamentos de Mamografia (MM). A primeira geração é formada pelo

conjunto filme-écran e caracteriza a Mamografia Convencional (MC), e a

segunda geração é representada pelos receptores digitais e define a

Mamografia Digital (MD). Na MC, o filme representa o meio de aquisição, de

exposição e de armazenamento da imagem mamográfica. MD, os processos

de aquisição, exposição e armazenamento são separados e podem ser

aperfeiçoados individualmente. Além disto, a análise das imagens

mamográficas digitais em estações de trabalho com monitores da alta

resolução permite uma série de processamentos que podem ajustar o contraste

da imagem. Não há nenhum consenso em relação a um uso preferencial da

MD ou MC, mesmo em subgrupos específicos de mulheres. A capacidade da

MM em detectar o câncer de mama varia entre as mulheres de acordo com

alguns fatores e o mais importante deles é a densidade radiológica da mama; a

sensibilidade da MM é menor nas mamas densas do que naquelas com

predomínio de tecido adiposo. Por esta razão, métodos de imagem

suplementares para rastrear e avaliar mamas densas têm sido investigados e

incluem, principalmente, a Ultrassonografia e a Ressonância Magnética

Nuclear.

2 Ultrassonografia

A Ultrassonografia (US) é o segundo método mais empregado no

diagnóstico das doenças e deve ser a primeira técnica de imagem indicada

para avaliar a maioria das alterações clínicas mamárias por não expor o

paciente a Radiação Ionizante. As principais indicações da US nas mamas são:

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diferenciar e caracterizar nódulos sólidos e cistos identificados pela MM

ou pelo exame clínico; guiar procedimentos intervencionistas na mama; avaliar

pacientes jovens, gestantes ou lactantes com alterações clínicas na mama;

pesquisar abscessos nas mastites; avaliar nódulos palpáveis em mamas

radiologicamente densas; analisar implantes mamários, caracterizar

assimetrias focais que podem corresponder a nódulos; avaliar a resposta à

quimioterapia neoadjuvante; suplementar a MM no rastreamento do câncer de

mama em mulheres com mamas radiologicamente densas.

3 Ressonância Magnética Nuclear

O método de diagnostico por Ressonância Magnética Nuclear (RMN)

também está sendo cada vez mais utilizada como método adjunto da MM e da

US na detecção, na caracterização e no planejamento terapêutico do câncer de

mama. Muitas indicações têm sido identificadas e avaliadas e, em geral, elas

baseiam-se principalmente na sua elevada sensibilidade para a detecção do

câncer de mama, inclusive de lesões ocultas no exame físico e nos métodos

convencionais (MM e US). A RMN das mamas tem sido investigada no

rastreamento de mulheres com alto risco para o câncer de mama; no

rastreamento da mama contralateral em mulheres com diagnóstico de câncer

de mama para pesquisa de neoplasias sincrônicas; na procura da lesão

primária oculta em pacientes com metástases axilares; na caracterização de

achados duvidosos na MM ou na US; para determinar a extensão local do

câncer de mama; para verificar a presença e a extensão de doença residual,

especialmente quando margem cirúrgica é positiva no exame histológico; para

avaliar a resposta à quimioterapia neoadjuvante; na diferenciação entre cicatriz

cirúrgica e recorrência tumoral nas pacientes previamente tratadas por câncer

de mama; na avaliação da integridade dos implantes mamários.

4 Tomossíntese Mamária

Tomossíntese Mamária (TM), também conhecida como mamografia 3D,

é um método que foi descrito há muitos anos, mas não era desenvolvida para

fins comerciais porque ainda não se tinha detectores digitais capazes de

realizarem a aquisição de imagem sem a necessidade de mover a mama

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durante a exposição. O desenvolvimento desse novo método combina

imagens adquiridas em diversos ângulos do tubo de raios X, seguindo um arco

acima da mama, enquanto o detector se mantém estacionário. As imagens são

reconstruídas digitalmente o que permite a caracterização de diferentes planos

seccionais da mama e se faz possível obter um modelo tridimensional da

mama. Vários artigos apontam que a dose total da radiação para TM é próxima

da dose de uma única incidência na mamografia. Uma série de oito a dez

imagens obtidas sobre um arco de 20 a 30 graus permite o movimento sobre a

mama, fazendo cortes efetivamente com poucos milímetros de espessura.

Proporcionando uma possível detecção de tumores que na Mamografia

convencional não são possíveis de ser visualizados, devido à sobreposição de

estruturas que provocam ruído.

CONCLUSÃO

Apesar dos grandes avanços ocorridos nas novas técnicas (RMN, MD e

TM) empregadas no diagnostico por imagem de patologias mamarias não

ocorreu, até o presente momento, uma substituição desses novos métodos

pelos métodos tradicionais (MC e US). O que de fato ocorre é um surgimento

escalar de novos métodos de diagnostico por imagem complementares aos já

existentes.

REFERÊNCIAS

CALDAS F. A. A.; ISA, H. L. V. R.; TRIPPIA, A. C.; BÍSCARO, A.C. F.P.J.; et. al. Controle de

qualidade e artefatos na mamografia. Revista radiologia Brasileira, 2005, (38)4; 295-300.

Câncer no Brasil: presente e futuro. (editorial) revista Associação Medica Brasileira [online].

2004, vol.50, n.1, pp. 1-1. iSSN 0104-4230.

CHALA LF, Barros N. Avaliação das mamas com métodos de imagem. Radiologia Brasileira.

2007; 40(1): iv–vi.

Disponível: http://www.breastcancer.org Acessado em: 07 de outubro de 2016.

Disponível: http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/index.asp?iD=2 Acessado em: 07 de

outubro de 2016.

Disponível: http://cbr.org.br/radiologia-brasileira/ Acessado em 14 de outubro de 2016.

Page 69: RESUMOS EXPANDIDOS - Faculdades Ponta Grossa · levando em consideração os critérios para utilização como base referencial para pesquisa. ... em gerenciar e tratar o passivo

GEBRIM, L. H. e QUADROS, L. G. A. Rastreamento do câncer de mama no Brasil. Revista

Brasileira. Ginecologia Obstetrícia. vol.28 no.6 rio de Janeiro ,Junho 2006.

MARQUES EF, MEDEIROS MLL, SOUZA JA, et al. Indicações de ressonância magnética das

mamas em um centro de referência em oncologia. Radiologia Brasileira. 2011; 44: 363–6.

PEREIRA FPA, MARTINS G, FIGUEIREDO E, et al. O uso da difusão por ressonância

magnética na diferenciação das lesões mamárias benignas e malignas. Radiologia Brasileira.

2009; 42: 283–8.

Page 70: RESUMOS EXPANDIDOS - Faculdades Ponta Grossa · levando em consideração os critérios para utilização como base referencial para pesquisa. ... em gerenciar e tratar o passivo

CONTROLE DE QUALIDADE E CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA DO Ginkgo biloba L.

TABORDA, T.A . E-mail: [email protected]; SAMPAIO, C.C. E-mail: [email protected]; BOBEK, V.B. E-mail: [email protected]; LYRA, A. E-

mail: [email protected]

RESUMO: Atualmente as plantas medicinais são muito utilizadas e procuradas pela população no mundo todo, representando um valor mais acessível em tratamentos quando comparados a medicamentos sintéticos, porém deve se ter muita atenção em relação a eficácia e segurança em relação ao seu uso. A qualidade de uma planta é essencial para garantir que a planta foi corretamente identificada, que está livre de contaminações, de impurezas. O controle de qualidade realizado neste trabalho, foi em uma instituição de ensino de Ponta Grossa, analisando macroscopicamente a planta para observação de materiais estranhos, caracterização fotoquímica, cinzas e umidade, onde a planta apresenta parâmetros fora do tolerável pela OMS.

Palavras-chave: Ginkgo biloba L., droga vegetal, planta medicinal, controle de

qualidade

INTRODUÇÃO

Estudos com plantas medicinais são amplamente realizados, e o

conhecimento popular, muitas vezes baseado apenas em evidências, abrange

uma diversidade de espécies vegetais que ainda não possuem estudos

científicos ou referências em farmacopeias (BRASIL, 2010).

Considera-se como droga vegetal a planta medicinal ou suas partes, que

contenham as substâncias, ou classes de substâncias, que possuam ação

terapêutica, após processos de coleta ou colheita, estabilização, secagem,

podendo ser íntegra, rasurada ou triturada (BRASIL, 2010).

O Ginkgo biloba é uma das plantas medicinais mais utilizadas e também

uma das mais estudadas, possuindo diversos trabalhos científicos publicados,

confirmando suas propriedades farmacológicas. Pertence à família

Ginkgoaceae, as partes usadas são as folhas, partes aéreas (caule e folhas).

Como princípios ativos temos extrato com 24% ginkgoflavonóides, 6% de

terpenolactonas (BRANDÃO, 2009). Suas folhas são verdes claras, de 6 cm a

8 cm de comprimento por 10 cm a 12 cm de largura, em forma de leque

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flabeliforme apresentando uma chanfradura mais ou menos profunda na parte

superior dando-lhes aspecto de serem bilobadas.

Os bordos são ligeiramente crenulados e o limbo é de consistência

coriácea. As nervuras divergem do ponto de fixação do pecíolo que é comprido.

São inodoras e de sabor ligeiramente amargo (Farmacopeia Homeopática

Brasileira, 2011).

As substâncias químicas presentes nas folhas do Ginkgo biloba L.

apresentam várias atividades, sendo capazes de diminuir a fragilidade de

capilares, especialmente os cerebrais, o que promove uma melhoria nos

sintomas iniciais de várias doenças, como zumbidos, vertigens e até o mal de

Alzheimer (BRANDÃO, 2009). Porém, é essencial que o material vegetal

atenda a requisitos de qualidade, garantindo eficácia e segurança as pessoas

que fazer uso desse tipo de planta medicinal, esses parâmetros foram

avaliados no presente trabalho.

MATERIAL E MÉTODOS

As análises foram realizadas no laboratório de química geral das

Faculdades Ponta Grossa, localizada na Avenida General Carlos Cavalcante,

8000 - Jardim Paraíso. A amostra da droga vegetal (Gingko Biloba L.) foi

adquirida em uma casa de produtos naturais, localizada no município de Ponta

Grossa-PR.

Foram realizadas de acordo com a Farmacopeia Brasileira (BRASIL,

2010), Farmacopeia Americana (USP, 2001) e Organização Mundial de Saúde

(WHO, 1999) as seguintes análises:

Verificação de pureza

A verificação da pureza foi determinada através da pesquisa de

materiais estranhos, determinação de cinzas totais e do teor de umidade por

infravermelho e pelo método gravimétrico, comparando-se os resultados

obtidos com o indicado pelas monografias farmacopeicas (BRASIL, 2000; USP,

2001).

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Testes fitoquímicos

- Reações de caracterização para taninos (reação com cloreto férrico, acetato

de chumbo, acetato de chumbo e ácido acético glacial);

- Reações de caracterização para flavonoides (reação de Shinoda, cloreto

férrico e hidróxido de sódio);

- Reações de caracterização para saponinas (formação de espuma);

- Reações de caracterização para antraquinonas (reação com hidróxido de

sódio);

- Reações de caracterização para alcaloides (reação com reagente de

Dragendorff e Mayer).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Verificação da pureza:

- Determinação de material estranho

Realizou-se a análise macroscópica, retirando os materiais estranhos

presentes na amostra. Pesou-se 50g de amostra total e determinou-se a

quantidade de impurezas, resultando o equivalente a 0,3324 %, estando assim

dentro dos valores indicados pela Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2010) que

é de no máximo 2% para drogas vegetais.

- Determinação de cinzas totais

No ensaio para determinação de teor de cinzas, as amostras

apresentaram, de acordo com OMS, resultados insatisfatórios para folhas

secas de Ginkgo biloba L. que é no máximo 11% (WHO, 1999). A amostra A

apresentou 11,3087%, já a amostra B 12,2401%, resultando em uma média de

11,7744%, como mostra a Tabela 1. Com isso pode se dizer que materiais

como vestígios de pedras, cimentos, areia, entre outros contaminantes

inorgânicos encontram se presentes na amostra.

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Tabela 1: Teor de cinzas totais de folhas secas de Ginkgo biloba L.

Teor de cinzas (% ± DP)

Limite máximo permitido (%)

11,77 ± 0,55 11,0

*DP: desvio padrão

- Determinação do teor de umidade – infravermelho e método

gravimétrico

Na determinação do teor de umidade presente nas amostras, os dois

métodos apresentaram resultados próximos e dentro do limite aceitável de

11%, recomendado pela Farmacopeia Americana (USP, 2001).

Os resultados estão descrito na Tabela 2.

Tabela 2: Teor de umidade presente nas folhas secas de Ginkgo biloba L.

Método empregado

Umidade (% ± DP)

Limite máximo permitido (%)

Umidade – infravermelho 9,20 ± 0,43 11,0

Umidade – método gravimétrico

9,61 ± 0,22 11,0

*DP: desvio padrão

O baixo teor de umidade é muito importante para garantir a qualidade do

material vegetal, diminuindo a possibilidade de contaminação microbiológica e

deterioração da amostra vegetal.

Reações de caracterização – teste fitoquímico

Observou-se a presença de taninos, pois as reações de caracterização

foram positivas, sendo presentes taninos condensados e taninos hidrolisáveis.

Observou-se a presença de flavonoides pelo aparecimento de coloração

positiva para as seguintes análises: Shinoda: coloração vermelha/laranja –

flavonóis e flavonas; FeCl2: coloração verde acastanhado – flavonóis e NaOH:

coloração amarelo escuro - flavonóis.

Na caracterização de saponinas, observou-se um resultado fraco

positivo, pelo aparecimento e permanência de espuma.

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CONCLUSÃO

A amostra comercial de Ginkgo bibola L. apresentou resultados

satisfatórios nos testes de controle de qualidade para material estranho e teor

de umidade. Porém, segundo critérios da Farmacopeia Americana, o teor de

cinzas totais excedeu o limite máximo permitido. Os dados da triagem

fitoquímica realizada revelaram que a presença de taninos, flavonoides e

saponinas, característicos de Ginkgo bibola L.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, M. G. L. Plantas medicinais e fitoterápicos. Banco de dados e amostras de plantas aromáticas, medicinais e tóxicas - Museu de história natural e jardim botânico, Universidade Federal de Minas Gerais, 2009. Disponível em: < http://www.ceplamt.org.br/wp-content/uploads/2014/02/Plantas-Medicinais-e-Fitoterpicos2009.pdf>. Acesso em: 10/10/2016.

BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA. Farmacopeia Brasileira, 5ª ed. v. 2, 2010. BRASIL, Ministério da Saúde. Farmacopeia Homeopática Brasileira, 3ª ed., 2011. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/conteudo/3a_edicao.pdf>. Acesso em: 10/10/2016. USP. United States Pharmacopeia: The United States Pharmacopeial Convention, 2001. WHO, World Health Organization. Monographs on Selected Medicinal Plants - Volume 1, 1999. Disponível em: < http://apps.who.int/medicinedocs/en/d/Js2200e/18.html>. Acesso em: 16/10/2016.

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ESTUDO FÍSICO-QUÍMICO DE XAROPE BRONCODILATADOR ADULTO

ALMEIDA, J. [email protected]; BOBEK, V.B. [email protected];

MARTINEZ Lyra, A. [email protected]; SANTANA,

[email protected]; PASQUALOTTO, J. [email protected]

RESUMO

Xaropes são preparações farmacêuticas aquosas, geralmente compostas por açúcar, onde são incluídos fármacos para fabricação e comercialização de medicamentos. O objetivo do presente trabalho foi analisar características físico-químicas do xarope broncodilatador contendo o princípio ativo acebrofilina, comparando as apresentações do medicamento de referência, similar e genérico. Os testes físico-químicos realizados foram: densidade através do método da picnometria, viscosidade pelo método do viscosímetro Oswald e verificação do pH com o auxílio de um peagâmetro digital. O medicamento de referência foi o que apresentou maior densidade 1,23 g/cm3

e maior viscosidade 44,5372 Poise. Foram observadas diferenças nos valores das amostras, houve variação de densidade e viscosidade e uma sutil diferença de pH, esta diferença pode estar relacionada com a qualidade dos métodos de fabricação e matéria-prima.

Palavras-chave: controle de qualidade; parâmetros físico-químicos; xarope.

INTRODUÇÃO

As preparações farmacêuticas líquidas presentam vantagens sobre os

medicamentos sólidos, pela facilidade e administração, além da absorção ser

mais rápida, pois o fármaco apresenta-se dissolvido no meio dispersante sendo

facilmente disponibilizado para a absorção (BILLANY, 2005).

Dentre as formas farmacêuticas líquidas, destacam-se os xaropes. De acordo

com Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira, (2012) os xaropes

consistem em preparações aquosas caracterizadas pela alta viscosidade, que

apresentam não menos que 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua

composição que lhe confere o aspecto viscoso.

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A acebrofilina é um fármaco broncodilatador e expectorante, utilizado em casos

de bronquite, asma e secreções respiratórias (efeito mucolítico). As principais

reações adversas apresentadas por este fármaco são: alergias, dermatite,

fadiga e taquicardia. O seu mecanismo de ação se dá através da inibição da

fosfodiesterase e consequente elevação do AMP cíclico, promovendo

relaxamento da musculatura lisa dos pulmões. Além deste, a ação da

acebrofilina também se baseia na elevação do fluxo de adenosina e cálcio

intracelular, promovendo abertura dos brônquios e facilitação da expectoração

(BULA DE REMÉDIO, [2016]).

Considerando a escassez de informações relacionadas aos parâmetros físico-

químicos de xaropes contendo o princípio ativo acebrofilina, torna-se

necessário a realização teste que forneçam essas informações, contribuindo

dessa forma para o controle de qualidade desse medicamento.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram analisados os seguintes parâmetros físico-químicos, de acordo com a

Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2010): densidade, pH e viscosidade de

amostras de xarope de acebrofilina em três categorias medicamentosas:

referência (R), genérico (G) e similar (S).

Densidade

O procedimento consistiu na utilização do picnômetro limpo e seco, com

capacidade de 50 mL, previamente calibrado. Pesou-se o picnômetro vazio,

com a água e em seguida com a amostra em temperatura de 20ºC, anotando

os valores respectivamente. A densidade relativa foi calculada pelo coeficiente

entre a massa da amostra líquida e a massa da água, ambas a 25ºC (BRASIL,

2010).

pH

A medida do pH foi realizada através do método potenciométrico, utilizando

pHmetro digital (Gehaka PG 2000 São Paulo-Brasil), previamente calibrado

com as soluções tampões ph 4,0 e 7,0 e procedeu-se a medida do pH em

triplicata para cada amostra.

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Viscosidade

A viscosidade foi determinada com o auxílio do viscosímetro de Ostwald o

qual, é o mais simples e popular dentre os aparelhos disponíveis (BRASIL,

2010). Para o cálculo, foi utilizada a seguinte fórmula:

onde:

2 = viscosidade do líquido problema

1 = viscosidade do líquido padrão (H

2O destilada)

líquido 2

= densidade do líquido problema

líquido 1

= densidade do líquido padrão (H2O destilada)

t2 = tempo de escoamento do líquido problema

t1 = tempo de escoamento do líquido padrão (H

2O destilada)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1. Resultados encontrados para os parâmetros físico-químicos

analisados

AMOSTRA DENSIDADE (g/cm3) pH VISCOSIDADE

(POISE)

Referência 1,23 4,3±0,2 44,5372

Similar 1,12 4,3±0,2 27,0361

Genérico 1,12 4,4±0,4

35,9881

A densidade em substâncias líquidas depende da variação de temperatura e da

quantidade de açúcar, deve estar em torno de 1,20 a 1,32 g/mL em uma faixa

de temperatura que varia de 15 a 20 ºC (BRANDÃO, 2001) sendo assim, os

resultados obtidos estão próximos aos esperados.

11

22

1

2

.

.

t

t

líquido

líquido

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Segundo Santinho; Waldow; Santos (2008) a determinação do pH é aplicada a

preparações farmacêuticas veiculadas apenas em água ou em associação a

outros líquidos miscíveis com água. Portanto, pode-se utilizar essa metodologia

para formas farmacêuticas líquidas de uso oral, como os xaropes.

O pH das amostras analisadas variou pouco entre as mesmas. Entretanto, os

resultados descritos neste trabalho são diferentes do descrito por Santinho;

Waldow; Santos (2008) no qual, o pH encontrado para o xarope de acebrofilina

foi de 5,08 ± 0,08 para apresentações com sacarose e 5,00 ± 0,11 para

apresentações sem sacarose.

A viscosidade pode ser entendida como a resistência de um fluido frente a um

fluxo, resultante da aplicação de uma força, que causa deformação temporária

ou permanente da matéria. Portanto, quanto maior a viscosidade, maior a

resistência ao fluxo (SINKO, 2008). A determinação desse parâmetro também é

importante durante a fase de desenvolvimento de um produto, quando se quer

caracterizar o quanto de material pode ser despejado de um frasco, ser

apertado em um tubo, etc. (CORRÊA et al, 2005).

Do ponto de vista farmacotécnico, é de extrema importância o conhecimento de

parâmetros reológicos, uma vez que um adequado fluxo dos sistemas é

necessário para que a atividade terapêutica, sejam asseguradas(WOOLFSON,

2000).

A apresentação que apresentou maior viscosidade foi a do medicamento de

referência. A diferença dos valores obtidos pode ser explicada pela formulação

e o tipo de excipiente utilizado. Estipula-se um valor de 8640cP para xarope

simples, no entanto, não foi encontrado um valor para este tipo de xarope

analisado.

CONCLUSÃO

Os resultados encontrados neste estudo são concordantes com resultados

encontrados para xaropes simples, na literatura consultada. Foi possível

observar algumas diferenças de valores dos parâmetros físico-químicos entre

as amostras analisadas como, por exemplo, densidade, viscosidade e pH.

Essas diferenças podem ocorrer devido à formulação. Os dados obtidos neste

trabalho auxiliam no controle da qualidade de xaropes contendo acebrofilina.

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REFERÊNCIAS

Brondilat ®: Acebrofilina. Resp.: Dr. Wilson R. Faria – CRF-SP: 9555. São

Paulo: Laboratório Achê (Produtos Farmacêuticos) [2016]. Bula de remédio.

Disponível em: <http://www.medicinanet.com.br/bula/1029/brondilat.htm>

Acesso 16/10/2016.

BRANDÃO, A. Controle da qualidade e controle da produção de

medicamentos. Ensaios para laboratório de controle da qualidade e controle da

produção de medicamentos, 2001, p.49. Disponíveis em:

<http://www.boaspraticasfarmaceuticas.com.br/includes/Controle_da_qualidade

.doc> Acesso 16/10/2016.

CORRÊA, N. M. et al. Avaliação do comportamento reológico de diferentes géis

hidrofílicos. Rev. Bras. Cienc. Farm., v.41, n.1, p.73-78, 2005

SINKO, P.J. Martin: físico- farmácia e ciências farmacêuticas. 5. ed. Porto

Alegre: Artmed, 2008, 810p.

WOOLFSON, A.D et al. Rheological, mechanical and membrane penetration

properties of novel dual drug systems for percutaneous delivery. J. Control.

Release. 67, (2–3):395 - 408, 2000.

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HOTEL EXECUTIVO: NOVAS POSSIBILIDADES PARA O SETOR HOTELEIRO

RESERVENSE

PRESTES, E.; [email protected]; MIGLIORINI, J. M.; [email protected];

OLIVEIRA, V. C. V. de – [email protected]

Resumo: O presente trabalho teve como objetivo apresentar novas soluções

para o setor hoteleiro da cidade de Reserva – PR. A principal fonte de renda do

município é a agropecuária, mas o setor comercial e industrial vem se

desenvolvendo, e a infraestrutura para receber os executivos não absorveu

este crescimento. Portanto este estudo tem como objetivo principal a

implantação de um Hotel Executivo com restaurante. O projeto será implantado

em um terreno próximo a pontos de interesse e da rodovia que corta a cidade.

Para alcance do objetivo proposto realizaram-se pesquisas bibliográficas,

normativas, assim como o diagnóstico do terreno. O hotel será classificado

como 3 estrelas, de acordo com as novas categorias propostas pelo Ministério

do Turismo, desenvolveu-se o programa de necessidades, juntamente com o

organograma. O projeto foi classificado em setores e através do quadro de

áreas de cada setor chega-se a uma estimativa da área total do hotel. Com

esses dados o fluxograma apresenta uma espacialidade, juntamente com uma

implantação com a definição dos principais acessos ao hotel. Esse

desenvolvimento apresenta soluções obtidas demonstrando a complexidade do

projeto, posteriormente será finalizado com o projeto arquitetônico final do

hotel.

Palavras-chave: eventos, restaurante, unidade habitacional.

Introdução

Reserva é um município do interior do estado do Paraná, localizado a

224km de Curitiba, sua população é de 26.522 habitantes (IBGE), a

agropecuária é a principal fonte de renda, em 2013 o PIB agropecuário era de

R$ 196.086 mil reais (IBGE). Após a divulgação desses dados, percebe-se o

salto no PIB que o setor industrial e comercial apresentou, de 2010 para 2013 o

setor mais que dobrou sua renda, passando de R$ 18.858 mil reais para R$

44.921 mil reais, fato que atrai mais executivos para negociar no local.

Apesar de todo o crescimento da economia, no que diz respeito a

estrutura para atender essa demanda, não há investimento suficiente no setor

hoteleiro. O município conta com apenas dois hotéis, antigos, não possuem a

manutenção necessária e não contemplam espaços apropriados para reuniões

e convenções. Desta forma, os executivos procuram as cidades vizinhas como

Telêmaco Borba, para se hospedarem, limitando o desenvolvimento da cidade.

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No setor de alimentação, também há carência de opções noturnas para

atender a população flutuante e local. Nota-se a falta de oportunidades no setor

de hotelaria e alimentação para atender o público local e externo.

Para sanar esses problemas propõe-se a implantação de um Hotel

Executivo com restaurante, afim de atender as demandas nessas áreas, com

espaços propícios para que os empresários e executivos façam novos

negócios, impulsionando a economia do município e atraindo cada vez mais

turistas, além de agregar qualidade no setor alimentício. O hotel precisa contar

com espaços para reuniões e convenções, com espaços de convivências para

que haja a possibilidade de encontros informais dos executivos. As unidades

habitacionais devem contar com dimensionamento apropriado e estarem

dispostas aproveitando o máximo de iluminação natural, ressaltando o conforto

térmico, acústico e luminoso como prioridade no ambiente. O restaurante

pretende atender aos hóspedes e ao público externo. Tendo um hotel com

restaurante desse porte, a cidade fica preparada para atender as demandas

não só do público executivo, mas também de quem vai à cidade a passeio.

Os principais objetivos deste trabalho são: pesquisar o contexto da

cidade nas áreas de hotelaria e alimentação, traçar o programa de

necessidades, desenvolver o projeto arquitetônico de um Hotel Executivo com

restaurante, propondo áreas de convenções e reuniões e também otimizar

recursos naturais.

O projeto será proposto para um terreno localizado no centro da cidade,

próximo de pontos de interesse como a prefeitura municipal, igreja matriz e a

rodovia PR 441 que corta a cidade, facilitando o acesso ao usuário. O hotel

atenderá: os executivos provindos de outras regiões, o público da cidade que

necessita de um lugar para fazer suas convenções e eventos, demais visitantes

que buscam uma opção em hotelaria e também a população reservense que

deseja uma opção diferente em alimentação.

Dentro da classificação dos hotéis, que passam por uma revisão no país,

o hotel será projetado na categoria 3 estrelas de acordo com o Ministério do

Turismo, para isso deve se adequar a exigências como: área útil da UH

(Unidade Habitacional), exceto banheiro, com 13 m² (mínimo 80%); banheiro

nas UH com 3 m²; lavanderia; sala de estar com televisão; restaurante;

estacionamento; medidas para redução do consumo de energia e de água,

para o gerenciamento de resíduos sólidos (Ministério do Turismo, 2011).

Esses parâmetros servem para determinar a área do hotel, e suas

instalações. Portanto este projeto se encaixa no meio de hospedagem Hotel,

de categoria 3 estrelas, devido ao porte da cidade, entorno e programa de

necessidades.

Materiais e métodos

Realizou-se uma pesquisa de referências bibliográficas, dados

quantitativos, qualitativos, levantamento de informações do terreno, localização

perante os pontos de interesse da cidade e visitas in loco para levantamento

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fotográfico e métrico. Desenvolve-se um programa de necessidades,

fluxograma, organograma e levantamento de dados complementares. Com

todas as informações e com a tabulação desses dados é realizado a

elaboração do projeto arquitetônico final.

Resultados Parciais e Discussão

Para concepção inicial do projeto estudaram-se os setores do hotel,

organograma, fluxograma, terreno, entorno, posição do sol e demais fatores

para que se tenha entendimento do empreendimento, alguns desses itens

devem ser analisados mais especificamente, como o programa de

necessidades.

O projeto será organizado a partir dos setores:

Hall

Administrativo (gerencia, administração)

Alimentação (restaurante, áreas de alimentos e bebidas, recebimento, pré-preparo, câmara frigorífica, almoxarifado)

Estacionamento

Recepção (lobby, salas de estar)

Eventos (salão modular, salas de reuniões)

Unidades habitacionais (single, duplo, triplo, suíte)

Área de lazer (piscina, área de convivência, bar)

Governança (lavanderia)

Serviço (almoxarifado, vestiário, lavanderia, copa)

Manutenção.

Para melhor compreensão do programa de necessidades deve ser

analisado um organograma (Figura 01) para representar os diferentes

elementos de um Hotel executivo e suas ligações e hierarquias.

Figura 01 – Organograma elaborado pelo autor. Fonte: Autor, 2016.

ADMINISTRATIVO

GERENCIA

FINANCEIRO

MARKETING

VENDAS

ALIMENTAÇÃO

RESTAURANTE

COZINHA

BAR

RECEPÇÃO

RESERVAS

ATENDIMENTO

GOVERNANÇA

LAVANDERIA

SERVIÇOS

ALMOXARIFADO

VESTIÁRIO

LAVANDERIA

COPA

ACOMODAÇÕES

LAZER

BAR

PISCINAS

MANUTENÇÃO

EVENTOS

SALA DE EVENTOS

SALA DE REUNIÕES

APOIO

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Segundo ANDRADE, et, al, (1999), para um bom dimensionamento das

áreas do hotel, deve-se levar em consideração que o item mais importante de

dimensionamento de qualquer estabelecimento hoteleiro, é o número de

apartamentos, dele derivam direta ou indiretamente quase todos os requisitos

programáticos e dimensionais das áreas e das instalações que compõem o

empreendimento hoteleiro.

Desta forma estas áreas de projeto serão baseadas nas seguintes

Unidades Habitacionais: 15 singles, 10 duplos, 10 triplos e 5 suítes. No setor de

eventos a capacidade máxima será de 300 pessoas, em hóspedes será de 80.

O quadro 01 apresenta as áreas previstas a partir do número de UH, do

setor de eventos necessariamente atendendo a NPT (Norma de Procedimentos

Técnicos 011 – Saídas de Emergência, que dispõe as diretrizes para

dimensionar as saídas de emergência e também população da edificação.

Quadro 01 – Quadro de Áreas.

SETORES ÁREAS

ADMINISTRATIVO 50m²

HALL 85m²

RECEPÇÃO 35m²

ESTAR 85m²

RESTAURANTE 180m²

LAZER 130m²

EVENTOS 260m²

ÁPOIO E SERVIÇO 170m²

UH 792m²

Os parâmetros adotados para dimensionamento são diferentes em cada

tipo de hotel, ANDRADE, et al, (1999) diz: No entanto, diante das grandes variações que ocorrem nas

características e nas áreas de hotéis de tipos diferentes (e até mesmo

no caso de hotéis de um mesmo tipo), é difícil estabelecer como

parâmetros universais que permitam a partir de um único dado

básico, como, por exemplo, o número de apartamentos, dimensionar

precisa e convenientemente todas as dependências do hotel.

Um hotel com ênfase em eventos pode apresentar uma participação

percentual maior de áreas sociais, independentemente de seu padrão, caso

que se aplica a esse estudo.

Os acessos do hotel (Figura 02) serão dispostos em: um acesso

principal, na rua Vicente Markovicz onde o fluxo de veículos é maior, um para o

restaurante e outro acesso de serviço, os dois na rua José Adolfo Nemecek,

onde o fluxo de veículos é menor. O hotel contará com quatro pavimentos: no

térreo, o hall de entrada, administrativo, recepção, salas de estar e restaurante;

O primeiro pavimento será formado pelo centro de convenções, salas de

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reunião e lazer, nos dois últimos pavimentos as unidades habitacionais, single,

duplo, triplo e suítes (Figura 03).

Figura 02 – Implantação elaborada pelo autor. Fonte: Autor, 2016.

Subsequente aos acessos, foi elaborado o fluxograma (Figura 03), que

contém os setores de serviço, social, eventos e restaurante, onde o hóspede

pode acessar o hotel pelo hall e a partir dele utiliza: estar, restaurante, lazer,

UH; se o seu destino for a área de eventos também acessa a partir do hall; o

colaborador acessa o hotel pela entrada de serviço e anda pelos setores em

que exerce sua função. Toda entrega de mercadorias, como higiene, limpeza,

alimentação, entra e sai pelo acesso de serviço, neste setor há uma circulação

vertical para que a mercadoria seja disposta entre todos os pavimentos. A

circulação entre os setores acontece a partir de um núcleo de circulação

vertical e a circulação horizontal se dará através de corredores.

Figura 03 – Fluxograma elaborado pelo autor. Fonte: Autor, 2016.

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Considerações Finais

Conclui-se que o município de Reserva está crescendo no setor

econômico, assim ficando cada vez mais evidente a carência nos setores de

hotelaria e alimentação, a tabulação de todas as informações mostrou a

importância e a falta que um Hotel Executivo com restaurante faz na cidade,

assim como os impactos positivos e a viabilidade de construção do mesmo.

Após toda a análise da problemática e dos dados referentes ao

desenvolvimento deste projeto, chega-se a alguns resultados: definido todo

programa de necessidades do hotel, bem como um organograma para melhor

entendimento do programa, determinado toda setorização e fluxos verticais e

horizontais do empreendimento, a importância em propor a edificação

pensando na eficiência de utilização dos recursos naturais e também a

preocupação na questão da acústica nos ambientes de eventos e reuniões.

Serão 3 acessos: principal, restaurante e serviço, assim como a área total do

empreendimento será de aproximadamente 1.700 metros quadrados.

Entende-se a complexidade do projeto e como próximo passo será

desenvolvido o projeto arquitetônico do empreendimento.

Referências

ANDRADE, et al. Hotel Planejamento e Projeto. 2. ed. São Paulo: SENAC, 1999.

BRASIL, Portaria nº 100, 16 de junho de 2011. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/legislacao/?p=175>. Acesso em: 15/06/2016.

IBGE, Reserva – Paraná – 2013. Disponível em:

<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=412170&search=parana|reser

va|infograficos:-informacoes-completas>. Acesso em: 25/05/2016.

IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios – 2013. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/grafico_cidades.php?lang=&codmun=412170&idtema=152&search=parana|reserva|produto-interno-bruto-dos-municipios-2013>. Acesso em: 01/06/2016.

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PROJETO ARQUITETÔNICO DE ESCOLA INFANTIL

SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA - PR

MANDRYK; E. H. – [email protected]; OLIVEIRA, C. V. - [email protected];

MIGLIORINI, J. M.- [email protected]

Resumo: A construção civil é um dos setores que mais poluem o planeta com

geração de resíduos e gases, afetando o micro clima. Entretanto, existem

outros fatores em questão que influenciam nesta degradação os quais são os

hábitos do cotidiano como o consumo do edifício em si e a utilização de

recursos não renováveis como: uso indiscriminado da água e energia.

Referindo-se de edifícios que apresentem soluções sustentáveis, no âmbito

escolar, não encontram-se exemplares com essas características no município

de Ponta Grossa-PR. Além disto, existe um outro problema na infraestrutura

escolar, onde na maioria das escolas públicas compreendem somente

estrutura básica, faltando área de lazer, laboratórios, biblioteca, sala de

professores, adaptação para portadores de necessidades especiais seguindo a

NBR - 9050. Para elaborar o projeto de escola com 1600 m² para 300 crianças

de 0 à 6 anos de idade são traçados alguns objetivos como fornecer condições

físicas e sustentáveis para o edifício. A área de implantação do estudo

encontra-se no bairro Contorno na cidade de Ponta Grossa-PR, com uma área

do lote de 4.917,39 m2. Por conseguinte, para atender os objetivos do projeto é

preciso entender os fluxos, dimensionamento de áreas e algumas soluções

sustentáveis analisar as leis e diretrizes já existentes no Brasil como o Manual

das Escolas sustentáveis, o Encarte de Parâmetros básicos de infraestrutura

para Instituições de Educação Infantil entre outras no âmbito educacional.

Palavras-chave: educação infantil, infraestrutura escolar, sustentáveis.

Introdução

Atualmente a construção civil é responsável por 1/3 dos gases

lançados na atmosfera em todo o mundo, entorno de 25% a 30%, sendo um

dos setores que mais poluem no planeta. Além dos gases emitidos a também a

produção de resíduos, restos de tijolos, argamassa, aço, madeira, etc.,

provenientes dos desperdícios na construção, reforma ou demolição de

estruturas. (ABRECON,2016)

Para minimizar os impactos ambientais oriundos da construção civil, foi

implantado, através do Governo Federal, a Resolução de número 307, de 5 de

julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que

estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da

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construção civil. Não é somente este grande índice de resíduos gerados

nestas edificações que afetam o micro clima da região, outro fator são os

hábitos do cotidiano como por exemplo o consumo pelo edifício em si, de

recursos naturais não renováveis (água e energia).

Partindo desta premissa, referindo-se à edifícios de grande porte no

âmbito educacional, são poucos exemplares que utilizam de soluções

sustentáveis em suas edificações, no município de Ponta Grossa-PR, a um

déficit destes princípios ecológicos.

Em relação ao aumento de novos loteamentos na cidade,e

especificamente no entorno da área de estudo, houve um crescimento

populacional acarretando a falta de infraestrutura de edificações de suporte

educacional. Se tratando do bairro de estudo (Contorno), foram encontradas 6

escolas de Educação Infantil no seu entorno imediato.

Além da inexistência das diretrizes sustentáveis, verifica-se que as

escolas apenas oferecem uma infraestrutura escolar básica, fornecimento de

água, instalações hidrossanitárias, elétricas e um refeitório, não havendo

estrutura elementar com laboratórios, bibliotecas, quadras poliesportivas,sala

de professores e dependências adaptadas para atender portadores de

necessidades especiais. Segundo NETO(et al,2013,p.90), 44% das escolas

públicas brasileiras não atendem esta estrutura básica elementar.

Neste panorama, o objetivo deste trabalho é propor um projeto

arquitetônico para implantação de uma escola infantil para o município de

Ponta Grossa - PR, no Bairro Contorno, fornecendo condições físicas e

sustentáveis para o edifício.

O propósito da edificação é fornecer qualidade de vida e respeito

ambiental para o local e para as futuras gerações, atendendo as necessidades

de aprendizado da área de estudo. Plantear ambientes com maior

aproveitamento da insolação e ventilação natural, tornando um projeto com

caráter sustentável e que atenda a norma de acessibilidade a NBR 9050.

A faixa etária destas crianças segundo o Instituto Nacional de Estudo e

Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (INEP), é o atendimento de crianças de

0 à 6 anos. Dividida em creche para crianças de 0 à 3 anos e pré-escolas de 4

à 6 anos conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB -

1996), esta cabe ao poder publico oferecer a Educação Infantil, com apoio do

governo municipal, estadual e federal. (INEP,2011).

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº

9.394/1996), as turmas da Educação Infantil devem ser separadas pela idade e

a quantidade máxima para que não sobrecarregue as salas de aula. As

crianças de 0 a 1 ano é permitido no máximo 8 alunos por sala. Na faixa etária

que corresponde até dois anos, o máximo permitido é de 10 alunos por sala.

Sucessivamente, nas turmas com crianças até três anos, o número máximo é

de 15 alunos e finalmente entre 4 e 5 anos, as turmas devem ser de até 20

crianças.

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Conforme o Manual das Escolas Sustentáveis o ambiente deve prever

a destinação apropriada de resíduos da escola, eficiência energética e uso

racional da água, conforto térmico e acústico, mobilidade sustentável e

estruturação de áreas verdes. Os estudos devem conter analises sobre a

viabilidade de intervenções arquitetônicas de acordo com critérios de

sustentabilidade, bem como realização das adequações identificadas como

prioritárias por meio de ecotécnicas.

A sustentabilidade implantada na edificação escolar é de suma

importância por tratar-se de um ambiente de aprendizado e crescimento destas

crianças, aprendendo a preservar e garantir qualidade de vida para as

próximas gerações. Portando, juntamente a estas diretrizes educacionais

devemos interligá-las as práticas sustentáveis e ecológicas planejando

ambientes com conforto térmico, integrando as características climáticas do

local e otimizando o consumo de água e energia, além de gerar menos

poluentes.

Materiais e métodos

Foram desenvolvidos levantamentos com revisão bibliográfica para dar

embasamento ao projeto arquitetônico de escolas infantil sustentável.

Entendendo o funcionamento do edificação para que atenda as diretrizes nas

quais farão com que a edificação também seja um projeto sustentável. Para

representação deste entendimento serão demonstrados abaixo programa de

necessidade, organograma, fluxograma, implantação, quadro de áreas .

Para realização dos levantamento cartográficos, utilizou-se de material

de medição como trena e coleta de imagens do terreno verificando os possíveis

desníveis e em relação ao seu entorno imediato.

Resultados Parciais e Discussão

Para atender as necessidades de funcionamento da escola infantil de

acordo com Ministério da Educação (MEC), o edifício deve ter capacidade de

no máximo para 150 crianças por turno com faixa etária de 0 à 6 anos de

idade, deste modo determinado os espaços por idade e locais multiuso. Estes

espaços serão regidos pelas normas de acessibilidade de acordo com a NBR

9050.

Com base no Encarte de Parâmetros Básicos de Infraestrutura de

Instituições de Educação Infantil (MEC,2006), além de informações do Neufert

(2013), foram elencados o programa de necessidades da edificação em

questão. (Tabela 1)

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Tabela 1- Quadro de áreas de Escola Infantil. (Autora,2016)

Com base neste programa foi atribuído hierarquias de acordo com as

atividades e conexões devidas, conforme o organograma abaixo (Figura 1).

Figura 1 – Organograma com as atividades e conexões. (Autora,2016)

A conexão do edifício escolar com o meio ambiente faz com que sejam

estimulados o convívio, lazer e o aprendizado das crianças, ou seja, incluindo

espaços livres, salas de aula que dão acessos a jardins, horta, pátios abertos e

etc. Estas salas devem possuir um bom aproveitamento da insolação e

ventilação, além de espaços de compostagens para o reaproveitamento de

resíduos orgânicos.

Para atender as atividades desenvolvidas e suas hierarquias, foi

elabora um estudo de fluxos e suas necessidades. Abaixo, segue o fluxograma

da escola infantil (Figura 2).

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Figura 2 – Fluxograma da Escola Infantil Sustentável. (Autora,2016)

A área de estudo está localizada no Bairro Contorno, no Loteamento

Jardim Residencial Campos Elíseos, possuindo 4.917,39m². Com base nas

informações do Ministério da Educação, podem ser utilizados até 1/3 da área

total do terreno para a edificação, totalizando uma área construída de

aproximadamente 1.600m². Nesta proporção a capacidade da escola será de

até 300 crianças, sendo destas 150 alunos por turno (MEC,2006).

Considerações Finais

Com base na pesquisa elaborada, é possível averiguar a importância e

sua necessidade de escola infantil sustentável no município de Ponta Grossa-

PR, devido a carência deste tipo de edifício com estas diretrizes sustentáveis.

Portando, foi empregado no projeto desta edificação escolar, técnicas

sustentáveis como: salas de aula posicionadas para norte para que tenham

maior insolação proporcionando conforto térmico para os usuários, contendo

reservatório de água pluvial para utilizar nos sanitários e para lavar calçadas e

pisos, painéis fotovoltaicos para aplicação de energia limpa, além da horta e

do pomar.

Juntamente com estas diretrizes sustentáveis é de grande valia e

viável, associar estes espaços verdes (horta, pomar, parquinho) com as salas

de aula para que entrem em harmonia, viabilizando o conforto ambiental.

O projeto de escola de ensino infantil, deve ser elaborado de acordo

com as leis e diretrizes federais para que sejam seguidos padrões mínimos de

sustentabilidade, acessibilidade e infraestrutura básica educacional, mantendo

o conforto do usuário e não prejudicando o entorno da edificação. Além de

propiciar há este novo loteamento e para as residências no entorno imediato, a

valorização imobiliária contribuindo com a economia do município.

Referências

ABRECON. O que é entulho?.2016. Disponível em: <http://www.abrecon.org.br/o-que-e-

entulho/>. Acesso em 21/05/2016.

BRASIL.Decreto Nº 7.083, de 27 de jan. de 2010.Brasilia,DF. 2010. Acesso em 09/04/2016.

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BRASIL. Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9394/96,de 20 de dez. de 1996. Brasilia,DF .Acesso em

07/05/2016.

BRASIL. Resolução CONAMA nº 307/2002, de 05 de jul. de2002. Acesso em 21/05/2016.

INEP. Censo de Educação Infantil 2000. Brasilia-DF. Disponível em:

<http://portal.inep.gov.br/educacao-infantil>.Acesso em 09/04/2016.

MEC. Manual Escolas Sustentáveis. Maio 2013. Disponível em:

<http://pdeinterativo.mec.gov.br/escolasustentavel/manuais/Manual_Escolas_Sustentaveis_v%

2005.07.2013.pdf> Acesso em 19/04/2016.

MEC. Parâmetros básicos de infraestrutura para Instituições de Educação Infantil.

Encarte 01.2006. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/

Educinf/eduinfparinfestencarte.pdf > Acesso em 28/05/2016.

NETO, José S. JESUS,Girlene R. KARINO,Camila A. ANDRADE,Dalton F. Uma escala para

medir a infraestutura escolar. Est. Aval. Educ. Abril 2013. São Paulo-SP. Disponível em:

<http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1786/1786.pdf>. Acesso em

07/05/2016. Página 90.

NEUFERT, Ernst. Arte de Projetar em Arquitetura. 18ª Edição. São Paulo-SP. Gustavo Gili,

2013. Página 208.

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MERCADO GOURMET: O ESPAÇO DA ALIMENTAÇÃO COMO

UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA E BEM ESTAR

DUSO, R. F. – [email protected]; MIGLIORINI, J. M. – [email protected]

Resumo: A ascensão do mercado da gastronomia é indiscutível. O modo de

viver das pessoas nos dias atuais e a busca por gastronomia e seus espaços

esta cada vez maior. O presente trabalho visa à concepção de um Mercado

Gourmet na cidade de Ponta Grossa-PR. A abordagem da proposta tem como

objetivo suprir a deficiência na infraestrutura e trazer para a cidade uma

gastronomia diferenciada com a possibilidade de um espaço gastronômico

apresentar diversas opções de uso, como um Mercado Gourmet, Restaurante e

Ateliê, motivando o consumidor em se relacionar com o ambiente projetado

compreendendo o mercado de produtos alimentares gourmet numa perspectiva

de consumo e comercialização, em resposta ao contexto atual vivido pela

gastronomia e contribuindo para a construção de novos hábitos e postura

quanto à relação do indivíduo com o ambiente em que se insere. A existência

de um Mercado Gourmet não só faz com que as pessoas conheçam melhor os

alimentos, como as instigará a terem maior discernimento no momento de

escolher as origens da sua alimentação, pois mostrará que muito do que se

consome não passa por um processo cuidadoso e cauteloso com valor

histórico, artístico ou social que formam parte da herança alimentar,

reconhecendo a história e a cultura de cada grupo social.

Palavras-chave: Gastronomia, Espaços Multifuncionais, Projeto Arquitetônico.

Introdução

A busca do consumidor por espaços de gastronomia é cada vez maior.

O universo gastronômico está em voga e o conceito de alta qualidade é

premissa básica para atender essa demanda. Devido a estes princípios as

pessoas estão adotando outros hábitos alimentares e tentando resgatar as

formas de consumo mais naturais e saudáveis em busca de maior qualidade de

vida.

O setor gastronômico de Ponta Grossa tem dado fortes sinais de

crescimento nos últimos anos. A cidade é responsável por 40% do PIB dos

Campos Gerais e agrega dinamismo e diversidade econômica a região. O

município apresenta o maior crescimento da região e possui uma grande oferta

de serviços, que fomentam o desenvolvimento local (DE OLHO NO

MERCADO, 2016).

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Diante de um consumo crescente em relação à gastronomia, o

Município de Ponta Grossa-PR possui deficiências: não possui um Mercado

Gourmet, o Mercado Municipal se encontra desativado, e as opções que vão

de aquisição de itens para preparo da alimentação até o produto final pronto

são bastante limitadas. Essa demanda por espaços de convivência cresce a

cada dia e os empreendimentos tendem a combinar arrojados ambientes

arquitetônicos com amplos espaços para passeio e uma diversificada oferta

que inclui compras, entretenimento e gastronomia (MOURA, 2005), nesse

contexto encontra-se o Mercado Gourmet.

Este será implantado no município de Ponta Grossa, localizado no

bairro de Oficinas, a área total do terreno é de 5.695,86 m². De acordo com o

Plano Diretor do Município (PONTA GROSSA, 2006), o terreno em estudo faz

parte da ZCOM – Zona Comercial, foi escolhido devido à crescente

urbanização da região e por possuir fácil acesso a toda sua extensão.

Para compreensão deste tema, busca-se a história dos espaços de

comércio de alimentos. A atividade comercial surgiu há muito tempo na história

da humanidade, estando na base das civilizações e, mesmo tendo se

sofisticado bastante durante o tempo, ainda está relacionada com a ideia

básica de troca (RENNÓ, 2006). A importância do comércio espacial e social

de uma cidade possibilitou desde o início o convívio entre as pessoas, uma das

primeiras formas de obtenção do alimento foram às feiras livres do período

medieval, as quais, comercializavam todos os tipos de produtos, além disso,

possibilitavam o empréstimo e o câmbio de moedas.

Depois das feiras, surgiram os Mercados Públicos, como uma forma de

oferecer produtos quase todos os dias da semana, já que as feiras tinham dias

específicos para ocorrer, esses foram possíveis com o crescimento da cidade,

(RENNÓ, 2006).

A partir do desenvolvimento de formas de embalagem e conservação,

além da padronização dos pesos e medidas se tornou possível trazer alguns

produtos para a vista do consumidor. Somado a isso houve a criação do

sistema de auto serviço no comércio, quando o próprio consumidor escolhe,

retira e leva a mercadoria até o caixa, onde é efetuado o pagamento, (RENNÓ,

2006). Fundamentado nesse sistema houve a criação do supermercado, que é

conceituado como estabelecimento varejista que, adotando auto serviço, expõe

e vende no mesmo local, permanentemente, gêneros alimentícios, artigos de

consumo imediato e utilidades domesticas (RENNÓ, 2006).

A busca por alimentos diferenciados e que possuem alto valor

agregado é cada vez maior, seja devido ao significado emocional desse tipo de

produto, seja pelo desejo das pessoas se expressarem e distinguirem-se umas

das outras, a saúde, bem-estar animal e ponto de vista ético, ambiental e

político são exemplos de questões que passam a influenciar o comportamento

dos consumidores em relação aos alimentos. Como consequência, um espaço

crescente vem sendo disponibilizado para o desenvolvimento e a

comercialização de produtos diferenciados e que representam mais que a

simples satisfação de necessidades básicas (CANTO; et al., 2014).

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Em concordância com essa tendência surge o movimento Slow Food

“A defesa firme de um prazer calmo é a única forma de oposição à folia

universal de uma vida rápida” deste modo, o movimento defende um sistema

alimentar saudável, preservando as tradições alimentares locais e o prazer das

refeições a mesa, criando um ritmo de vida mais calmo e harmonioso

(FERREIRA, 2009).

Para corroborar com a conceituação dessa pesquisa, analisam-se os

significados dos termos gourmet e premium. Gourmet para Freixa e Chaves

(2015) é um conceito que surgiu na França e se refere à pessoa de paladar

apurado e conhecedora da boa mesa. Esse conceito evolui atualmente para

definir também alimentos e locais diferenciados e de excelência.

O conceito gourmet engloba produtos de qualidade superior, que

apresentam características raras e distinguíveis dos demais, que se

enquadram e projetam num mercado mais exclusivo de consumo e

que proporcionam prazer e satisfação pessoal ao consumidor, assim

como pode referir-se a uma pessoa que tem o gosto por apreciar

iguarias sofisticadas e exclusivas. (PAULINO, 2011, “tradução

nossa”)

O produto premium pode ser definido como aquele que possui

qualidade superior em relação aos concorrentes, a qual pode se dar em

diversos âmbitos como ingredientes, matérias primas, processo, aspectos

sensoriais, aparência, embalagem, ponto de venda. Isso gera percepção de

valor para o consumidor e disposição ao pagamento (CANTO; et al, 2014).

Os objetivos deste trabalho são: projetar um Mercado Gourmet

buscando definições e conceitos fundamentais com suas respectivas zonas de

influência na atualidade, bem como, definir as necessidades espaciais e legais

para o projeto do espaço proposto.

Materiais e métodos

Preliminarmente, analisando o contexto do tema, foi realizada uma

pesquisa para a obtenção de material sobre o Mercado Gourmet, através de

materiais bibliográficos, levantamento de informações do terreno, como visitas

in loco, coleta de imagens, estudo de hierarquização viária, locação de pontos

de interesse. Para a exposição de todo esse conhecimento, criou-se um

programa de necessidades, organograma com fluxos, quadro de áreas,

setorização e implantação. Para a próxima etapa será realizado o

desenvolvimento do projeto arquitetônico, fundamentado em todo

conhecimento obtido.

Resultados Parciais e Discussão

Para compreensão do objeto de estudo foi realizada discussão acerca

da terminologia que atende o conceito pretendido. Chegou-se ao resultado de

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que o Mercado Gourmet é a melhor designação, pois é todo e qualquer espaço

destinado ao bem-estar voltado para a gastronomia, tendo como princípio

instigar o consumidor a aprimorar seu conhecimento sobre o alimento

consumido, através de áreas gastronômicas reunidas em um único espaço,

como um Mercado Gourmet. Este conta com ampla variedade e

refinada linha de produtos, principalmente importados, oferecendo serviço e

atendimento de qualidade. Possui também espaços destinados aos

restaurantes e bares para degustação que servirão de exemplo de excelência e

preparo, também conta com ateliê com workshops e cursos para aprimorar

todo conhecimento em relação a gastronomia. Criou-se um programa de

necessidades, que divide o Mercado Gourmet em cinco setores principais:

ACESSOS: Estacionamento, Hall, Recepção/Atendimento, SETOR DE

COMPRAS: Mercado Gourmet, Sanitários, Circulação, Praça, SETOR DE

CONSUMO: Restaurantes/Bares (Circulação, Sanitários, Salão/Área de

Refeições, Cozinha, Depósito, Acessos de Serviço, Utensílios e Bar). SETOR

DE ENSINO: Atelier (Atendimento/Recepção, Sala de Aula, Cozinha

Experimental, Vestiário, Copa), Salas Multiuso. SETOR ADMINISTRATIVO:

Hall, Administração, Direção, Reunião, Estar, Copa, Sanitários, Marketing,

Jurídico, Informática, RH. INFRA ESTRUTURA: D.M.L., Descarga/Docas,

Vestiários, Espaço de Apoio, Depósito de Lixo Orgânico e Reciclável,

Reservatório, Sanitários, Acesso de Funcionários e Mercadorias, Depósito,

Frigorífico e Congeladores.

Após a criação do programa de necessidade, faz-se necessário a

criação de um organograma (Figura 1) que representa diferentes setores do

Mercado Gourmet, bem como suas hierarquias e fluxos.

Figura 1 – Organograma com fluxos. (Autor, 2016),

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Tabela 01 – Quadro de Áreas. (Autor, 2016)

Total

1 10 1 15 15

4 6 1 25 25

2 2 1 20 20

10 1 25 25

4 10 1 15 15

2 4 1 20 20

2 4 1 20 20

6 2 10 20

200 200 12,5 2500

2 1 150 150

2 10 1 5 10

20 700 1 2200 2200

2 20 2 35 70

30 1 400 400

CONSUMO 10150/Restaurant

e3 400 1200

2 20 1 200 200

60 1 150 150

INFRA-ESTRUTURA

E SERVIÇOS20 1 1050 1050

TOTAL

M²QUANT.POPULAÇÃO

VARIÁVEL

POPULAÇÃO

FIXASETOR AMBIENTE

Sala de Estar/Copa

RH/Jurídico

Marketing/Informática

Sanitário Funcionários

ACESSOS

Estacionamento

Hall

Recepção/Atendimento

ADMINISTRATIVO

Hall/Recepção

Administração

Direção

Reunião

COMPRAS

Mercado Gourmet

Sanitários

Praça

Restaurantes/Bares com terraço (Circulação,

Sanitários, Salão/Área de Refeições, Cozinha,

Depósito, Acesso de Serviço, Utensílios e Bar)

D.M.L., Descarga/Docas, Vestiários, Espaço de Apoio,

Depósito de Lixo Orgânico e Reciclável, Reservatório,

Sanitários, Acesso de Funcionários e Mercadorias,

Depósito, Frigorífico e Congeladores

8.090,00 m²

ENSINO

Atelier (Atendimento/Recepção, Sala de Aula, Cozinha

Experimental, Vestiário, Copa)

Salas Multiuso

Analisando os setores, descreve-se que a parte térrea do edifício é

destinada ao Mercado Gourmet, foco principal deste estudo, é através dele que

todas as áreas serão distribuídas. A circulação vertical está disposta de forma a

atender todo o fluxo de pessoas que circularão. A administração está localizada

junto ao mercado possibilitando fácil acesso dos funcionários. A área destinada

para infraestrutura e o acesso de serviço estão localizados ao fundo da

edificação facilitando o apoio. No pavimento superior estão distribuídos os

restaurantes com terraço, um ateliê e salas multiuso para o ensino, servindo de

apoio este pavimento também conta com área de serviço.

A distribuição espacial foi previamente analisada a partir de um

mercado gourmet com praça central, fácil acesso e circulação a todas as outras

áreas do edifício. A proposta da praça central em conjunto com o mercado

gourmet foi desenvolvida tendo como princípio a convivência e bem estar

aliado ao conceito slow food, criando um espaço de gastronomia de alta

qualidade.

Conforme representado na implantação (Figura 3), os acessos serão

distribuídos conforme as necessidades do programa bem como os fluxos do

entorno. O acesso principal de pedestres está localizado na Rua Saint Hilaire,

tendo em vista que oposto a esta entrada está localizado um parque municipal,

facilitando o acesso do pedestre que ali transita; o acesso de veículos está

localizado junto na Avenida dos Vereadores.

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Mercado GourmetHall

Infra-estrutura / ServiçoPraçaSetor AdministrativoCirculação Vertical

ServiçoRestaurantes

Atelier e Salas Multiuso

Aven

ida

dos Ve

read

ores

Rua Saint Hilaire

Figura 2 – Setorização e Volumetria. (Autor, 2016), Figura 3 - Implantação.

(Autor, 2016)

Considerações Finais

Ao longo do desenvolvimento deste trabalho, percebeu-se a

necessidade de implantação de um Mercado Gourmet em Ponta Grossa,

devido a carência do município em relação a alta gastronomia e consumo, uma

vez que a economia da cidade está crescendo. Conclui-se que um Mercado

Gourmet tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida, oferecendo inúmeros

benefícios dos quais os usuários devem-se reeducar os sentidos, exige-se um

passeio mais atento para se deixar levar pelas surpresas que o espaço

encerra.

A existência de um Mercado Gourmet não só faz com que as pessoas

conheçam melhor os alimentos, como as instigará a terem maior discernimento

no momento de escolher as origens da sua alimentação. O Mercado Gourmet

mostrará que muito do que se consome não passa por um processo cuidadoso

e cauteloso de escolha quanto a sua qualidade e ao seu sabor. Muitos

alimentos deixam de ser consumidos pois não se conhece as formas de

preparo.

O Mercado Gourmet não só traz para a população um conhecimento

maior sobre os alimentos, como ao longo do tempo contribuirá com que a

cidade tenha maior interesse em desenvolver e melhorar o mercado da

alimentação, servindo como modelo.

Referências

CANTO, N. R.; BARCELLOS, M. D.; BOSSLE, M. B.; REICHERT, F. M. Tendências na

Produção e Consumo de Produtos Lácteos Premium. Disponível em:

<http://www.estudosdoconsumo.com.br/artigosdoenec/ENEC2014 > Acesso em: 11/04/2016.

DE OLHO NO MERCADO. Onde investir em 2016, nos Campos Gerais. Disponível em:

<http://www.deolhonomercado.com.br/economia/onde-investir-em-2016-nos-campos-gerais-do-

parana/>. Acesso em: 03/04/2016.

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FREIXA, Dolores; CHAVES, Guta. Gastronomia no Brasil e no mundo. 3ª Ed. rev. e atual.

Rio de Janeiro: Senac Editoras, 2015. 318 p.

FERREIRA, Ana Rita Alves Cruz. O Movimento Slow Food. 2009. p. 43. Monografia –

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto, Porto – Portugal.

MOURA, Maria Edna de Matos. Concepção de um Complexo Gastronômico-Cultural para

Brasília. 2005. 63 p. Monografia – Universidade de Brasília.

PAULINO, Sara Isabel Nunes de Oliveira. Estratégias de Comunicação para nichos de

mercado. Universidade Técnica de Lisboa, 2011. Disponível em:

<https://marketingiscsp.files.wordpress.com/2014/05>. Acesso em: 06/04/2016.

PONTA GROSSA, Plano Diretor Participativo, Ponta Grossa, 2006. Disponível em:

<http://geo.pg.pr.gov.br/portal/planodiretor/Y_apendice_1.2_aspectos_ambientais.pd f>.

Acesso em: 07/04/2016.

RENNÓ, Raquel. Do mármore ao vidro: mercados públicos e supermercados, curva e reta

sobre a cidade. 1ª Ed. São Paulo: Annablume, 2006, 130 p.

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ANÁLISE FITOQUÍMICA E CONTROLE DE QUALIDADE DE Echinodorus macrophyllus KUNTH

SAMPAIO, C.C. E-mail: [email protected]; TABORDA, T. A. E-mail: [email protected]; BOBEK, V.B. E-mail: [email protected]; LYRA, A.M. E-

mail: [email protected]

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo realizar o controle de qualidade de Echinodorus macrophyllus e verificar se está dentro dos parâmetros exigidos pela Farmacopeia Brasileira. Foram realizadas análises de teor de cinzas, umidade e material estranho, bem como pesquisa dos principais grupos de metabólitos secundários por meio de reações de caracterização: taninos (reações com cloreto férrico; acetato de chumbo; acetato de chumbo e ácido acético glacial); flavonoides (reação de Shinoda; cloreto férrico; hidróxido de sódio); saponinas; antraquinonas (reação com hidróxido de sódio) e alcaloides (empregando os reativos de Dragendorff e Mayer). Os teores de cinzas e de umidade encontrados foram abaixo de 11 % e 9 %, respectivamente, e material estranho equivalente a 0,7 %, estando dentro dos parâmetros estabelecidos pela Farmacopeia Brasileira. Com relação aos metabólitos secundários foram encontrados taninos (condensados, hidrolisáveis e gálicos), flavonoides e saponinas. Não houve presença de antraquinonas e alcaloides. A amostra comercial de chapéu-de-couro apresentou resultados satisfatórios nos testes de controle de qualidade realizados.

Palavras-chave: Echinodorus macrophyllus, físico-química, fitoquímica,

chapéu-de-couro.

INTRODUÇÃO

Desde os primórdios as plantas medicinais são utilizadas pelo ser

humano para fins terapêuticos e alimentícios, com isso, os conhecimentos

foram se aprimorando ao longo do tempo. As plantas medicinais apresentam

inúmeros benefícios aos que dela fazem uso, sendo muito utilizadas para o

tratamento de diversas patologias. Deve-se ressaltar que as plantas medicinais

e medicamentos fitoterápicos também apresentam efeitos e podem causar

danos à saúde se não forem utilizados sob orientação do farmacêutico ou

médico (FERREIRA, PINTO, 2010).

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No ramo dos produtos fitoterápicos a indústria tem obtido êxito, pois, é

uma área que está em constante desenvolvimento e por meio das plantas é

possível obter a cura das enfermidades (FERREIRA, PINTO, 2010).

Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli, pertence à família

Alismataceae, e é popularmente conhecida como chapéu-de-couro, chá-

mineiro, erva-do-pântano,erva-de-bugre, congonha-do-brejo e erva-do-brejo.

Ocorre em regiões de Minas Gerais e São Paulo. Possui como constituintes

químicos principais: alcaloides, glicosídeos, saponinas, taninos, flavonoides e

terpenos.

A E. macrophyllus encontra-se descrita na Farmacopeia Brasileira

(BRASIL, 2010). Apesar de apresentar diversas atividades farmacológicas,

como agente diurético, antiarrítmico, anti-inflamatório e antirreumático, não há

muitos estudos com a E. macrophyllus (DIAS et al.,2013).

Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo realizar o controle de

qualidade de amostra comercial de Echinodorus macrophyllus e verificar se

está dentro dos parâmetros exigidos pela Farmacopeia Brasileira.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada nos laboratórios de farmácia das Faculdades

Ponta Grossa, localizada na Avenida General Carlos Cavalcanti, 8000 – Jardim

Paraíso Uvaranas, Ponta Grossa – PR. A amostra comercial de Echinodorus

macrophyllus foi adquirida em farmácia em Ponta Grossa – PR.

Foram realizados os seguintes testes:

1.1 Determinação de material estranho;

1.2 Determinação do teor de umidade – infravermelho e método

gravimétrico;

1.3 Determinação de cinzas totais;

1.4 Reações de caracterização de metabólitos secundários:

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Taninos (Reação com cloreto férrico; Reação com acetato de

chumbo; Reação com acetato de chumbo e ácido acético glacial);

Flavonoides (Reação de Shinoda; Reação com cloreto

férrico; Reação com hidróxido de sódio);

Saponina (Reação para a formação de espuma);

Antraquinona (Hidróxido de sódio);

Alcaloides (Dragendorff e Mayer).

As análises foram realizadas de acordo com a Farmacopeia Brasileira 5ª

Edição, 2010 (BRASIL, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

1.1 Determinação de material estranho

Realizou-se a análise macroscópica com a finalidade, de remover os

materiais estanhos presentes na amostra analisada. A partir da amostra total

(20 g),separou-se os materiais estranhos e pequenos galhos presentes. Após a

coleta verificou-se novamente a pesagem dos resíduos, constatando 0,1376 g.

Desta forma o Chapéu-de-couro apresentou 0,7 % de impurezas na amostra;

este valor está dentro dos parâmetros aceitáveis pela Farmacopeia Brasileira,

no máximo 2,0 % (BRASIL, 2010; SIMÕES, et al.,2004).

1.2 Determinação do teor de umidade– infravermelho e método

gravimétrico

O teor de umidade presentes nas folhas secas de E. macrophyllus foi

determinado por dois métodos para fins comparativos: análise por

infravermelho, empregando-se oanalisador de umidade (SHIMADZU, modelo

MOC63u, Quioto, Japão) e método gravimétrico em estufa. Os resultados

obtidos encontram-se dispostos na Tabela 1.

Tabela 1: Teor de umidade presente nas folhas secas de E. macrophyllus.

Método empregado

Umidade (% ± DP)

Limite máximo permitido (%)

Umidade – infravermelho 8,30 ± 0,32 9,0

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Umidade – método gravimétrico

8,65 ± 0,18 9,0

DP: desvio padrão

Os dois métodos utilizados apresentaram resultados próximos ao

encontrado na literatura (DIAS et al., 2013) e, considerando os parâmetros

exigidos pela Farmacopeia Brasileira, os valores encontram-se dentro das

exigências que tolera no máximo 9,0 % de presença de água nas amostras de

E. macrophyllus.

1.3 Determinação de cinzas totais

A tabela 2 apresenta os dados para análise de teor de cinzas das folhas

secas de E. macrophyllus adquirida comercialmente.

Tabela 2: Teor de cinzas totais de folhas secas de E. macrophyllus.

Massa inicial (g ± DP)

Massa de cinzas (g ± DP)

Teor de cinzas (% ± DP)

Limite máximo permitido (%)

3,002 ± 0,00007 0,32 ± 0,007 10,82 ± 0,24 11,0

*DP: desvio padrão

O teor de cinzas encontrado está de acordo com dados da literatura e

abaixo do limite máximo permitido (DIAS et al.,2013).

1.4 Reações de caracterização

A análise fitoquímica qualitativa mostrou os grupos de metabólitos

secundários presentes no chapéu-de-couro. Os resultados obtidos por meio

dos testes podem ser visualizados na Tabela 3.

Tabela 3: Análise fitoquímica de E. macrophyllus.

Grupos de metabólitos secundários

Reações Resultado*

Taninos

Cloreto férrico +

Acetato de Chumbo +

Acetato de Chumbo e Ácido Acético Glacial

+

Flavonoides Shinoda +

Cloreto férrico +

Hidróxido de sódio +

Saponinas Formação e permanência da espuma

+

Antraquinonas Hidróxido de sódio -

Alcaloides Dragendorff -

Mayer -

*(+) reação positiva; (-) reação negativa

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Dos metabólitos secundários analisados, os que estavam presentes

foram: taninos condensados, evidenciado pelo aparecimento da cor verde na

reação com cloreto férrico; taninos hidrolisáveis, pelo surgimento de precipitado

esbranquiçado na reação com acetato de chumbo; e taninos gálicos, pelo

aparecimento da cor castanho avermelhada, na reação com acetato de

chumbo e ácido acético glacial.

Já nas reações para flavonoides, a positividade foi constatada pelo

aparecimento da coloração vermelha na reação de Shinoda, e amarelanas

reações com cloreto férrico e hidróxido de sódio.

Pode ser observada a formação e permanência de espuma no tubo de

ensaio, caracterizando presença de saponinas. A droga vegetal não

apresentou positividade frente às reações para antraquinonas e alcaloides.

Figura 1: representação das etapas realizadas, onde 1: separação de material estranho; 2:

preparo das reações de caracterização; 3: reações para taninos, flavonoides e saponinas; 4

reações para alcaloides; 5 reação para antraquinonas.

CONCLUSÃO

A amostra comercial de chapéu-de-couro apresentou resultados

satisfatórios nos testes de controle de qualidade. Por meio das análises

realizadas, pode-se observar que os teores de cinzas, umidade e material

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estranho estão dentro dos limites permitidos pela Farmacopeia

Brasileira. As reações de caracterização sugerem a presença de taninos,

flavonoides e saponinas, característicos de E. macrophyllus.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA. Farmacopeia Brasileira, 5ª ed. v. 2, 2010.

DIAS, E.; et al. Qualidade e autenticidade de folhas de chapéu-de-couro (Echinodorusgrandiflorus) oriundas de fornecedores de São Paulo. Revista Brasileira de Plantas Mediciais, v. 15, n. 2, p. 250-256, 2013.

FERREIRA, V.; PINTO, A. A fitoterapia no mundo atual. Química Nova, v. 33, n. 9, p. 1829-1829, 2010.

SIMÕES, C. M. O.; et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre/ Florianópolis, SC: Editora da UFRGS/ Editora da UFSC, 2004.

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A IMPORTÂNCIA DO USO E ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS SUSTENTÁVEIS PARA PROJETOS DE MAIOR QUALIDADE

MEDEIROS, R.- E-mail: [email protected]; ROMANIUK, A.- E-mail:

[email protected]; ALMEIDA, C.- E-mail: [email protected]; FERRARI, Andressa – E-mail: [email protected].

RESUMO: Grande parte das ações humanas geram consequências negativas ao meio ambiente, causando degradação do solo, da vegetação e da água. O setor da construção civil é um dos principais responsáveis por tais impactos, portanto se faz necessária a adoção de medidas que atenuem seus efeitos na natureza. Neste cenário a escolha dos materiais é parte primordial nas construções sustentáveis. E cada vez mais, tem-se tornado realidade nos projetos que almejam qualidade e bom funcionamento com melhor eficiência energética e diminuição de resíduos. Desta maneira, este estudo, utilizou-se de pesquisa bibliográfica visando destacar a importância da escolha dos materiais, assim como cita alguns exemplos.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Eficiência, Resíduos.

INTRODUÇÃO

A construção civil é em uma atividade de alto grau de impacto ao meio

ambiente, além do intenso consumo dos recursos naturais, este mercado

colabora com a formação ou alteração da paisagem e, como todas as demais

atividades da sociedade, gera resíduos. Utiliza Como o mercado da

construção civil esta em constante mudança e desenvolvimento, cresce

também o interesse pela redução de seus impactos negativos e com isso,

surgem novos materiais e tecnologias que visam a sustentabilidade. Este

trabalho tem como objetivo destacar a importância da escolha de materiais

sustentáveis para realização de um projeto eficiente, assim como expor alguns

exemplos já disponíveis no mercado.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste estudo, realizaram-se pesquisas bibliográficas

em artigos, livro e sítios eletrônicos para levantamento de dados relacionados

ao tema.

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Após levantamento inicial, foram destacados e discutidos os temas que

envolvem questões sobre a construção sustentável e a importância da seleção

de materiais locais para projetos que visam qualidade e eficiência energética.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A fase inicial de um projeto, ou seja, o planejamento inerente à

concepção arquitetônica é de extrema importância para o alcance de uma

proposta que vise maior eficiência. Nesta etapa se faz necessário pensar sobre

os impactos que a edificação causará ao meio ambiente com proporcionar o

máximo aproveitamento dos recursos naturais presentes na região onde a obra

será construída. Para reduzir os impactos negativos a escolha por materiais e

componentes que produzem pouco ou nenhum resíduo que possa ser lançado

ao solo, água ou ar, considerando sua durabilidade, disponibilidade e facilidade

de manutenção é fundamental. Como comenta Araujo (2012, pag. 1), essa

forma de edificar:

[...] baseia-se no desenvolvimento de um modelo que enfrente e proponha soluções aos principais problemas ambientais de sua época, sem renunciar à moderna tecnologia e à criação de edificações que atendam as necessidades de seus usuários.

Um projeto sustentável ira contribuir na construção de uma cidade

sustentável (CASAGRANDE JR), portanto a escolha de materiais com alguma

certificação ambiental ou selo ecológico de manejo sustentável promove a

redução progressiva de impactos ambientais juntamente com o consumo

inteligente, eficaz e duradouro dos recursos existentes.

De acordo com Casagrande, “ecológicos são materiais que não

promovem a degradação do ambiente”, enquanto energéticos são “os materiais

que pressupõem o consumo de algumas fontes energéticas para sua extração

ou fabricação, mas ao mesmo tempo preocupam-se com a economia de

energia neste processo.” (CASAGRANDE JR, pag. 9). Entre os materiais

sustentáveis estão:

Madeira plástica – semelhante à madeira tradicional, feita de plástico reciclado, ela pode ser usada como piso ou revestimento. É imune a pragas, como cupim, e tem menor necessidade de manutenção.

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Solo cimento – segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland é o material resultante da mistura homogênea, compactada e curada de solo, cimento e água em proporções adequadas. O produto resultante deste processo é um material com boa resistência à compressão, bom índice de impermeabilidade, baixo índice de retração volumétrica e boa durabilidade.

Tecido Greenscreen – usado em cortinas e persianas, proporciona o uso racional da energia solar, bloqueando a irradiação e utilizando a luz com eficiência.

Concreto reciclado – feito a partir de entulhos de obras, diminui o número de resíduos das mesmas. Existem diferente tipos de concreto reciclado, mas todos priorizam a reutilização de materiais de obras, como telhas e tijolos.

Telhas Ecológicas – há diversos tipos de telhas ecológicas no mercado, sendo a principal feita a partir de fibras de madeiras como pinho, eucalipto, e de não madeiras, como sisal, bananeiras e coco. Há também as telhas feitas de materiais reciclados, como papel, asfalto e resina.

Lâmpadas de LED – com durabilidade cerca de 30 vezes mais do que uma lâmpada comum, consomem menos energia para funcionar.

Bloco de Adobe – feito com argila, areia, água e palha ou outras fibras, é muito resistente e uma boa alternativa aos blocos tradicionais.

Dentre os benefícios destes citam-se: a otimização na utilização de

recursos, a eficiência energética, o consumo consciente de energia, a

valorização imobiliária e a oferta de um ambiente saudável. Quando o assunto

são recursos tecnológicos:

(..) são muitas as opções para minimizar o impacto ambiental dos edifícios, como o uso de painéis fotovoltaicos, turbinas eólicas para geração de energia, painéis solares para aquecimento de água, sistemas de reaproveitamento de águas cinza e outros. (MELO, 2012, pag. 5).

Quando cabível, devemos nos apropriar de tais ferramentas já nas

primeiras etapas do projeto, garantindo uma melhor utilização e aproveitamento

dos recursos de forma passiva.

Como regra geral para os materiais, a escolha deve recair para aqueles

que tenham o mínimo de processamento, produtos não tóxicos e que são

encontrados próximos ao local de implantação da obra. Devem, sobretudo, ser

duráveis e adequados ao uso a que se destinam (CHAVES, 2014).

Como exemplo de avaliação e seleção de materiais eficientes deve-se,

ao projetar, levantar empresas e fornecedores locais que trabalham com

produtos que possuem certificações e consciência sustentável, podendo, ou

não, ter seus materiais utilizados em empreendimentos já certificados,

causando o mínimo possível de danos à natureza.

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O aproveitamento de recursos encontrados na região deve acompanhar

todas as fases da obra, obtendo-se um melhor resultado e um ambiente mais

agradável para o usuário, uma vez que, construções sustentáveis não

representam somente a redução do impacto ambiental e do uso de água e

energia, mas também a melhora na qualidade de vida aos seus usuários

(MELO, 2012).

Outro fator importante é o gerenciamento dos rejeitos da obra,

regulamentado pela Resolução CONAMA nº 307 de 5 de julho de 2002, sobre

Gestão de Resíduos da Construção Civil, que os divide em quatro categorias:

Classe A - resíduos de alvenaria, concreto, argamassa e solos – passíveis de

reciclagem para uso na forma de agregados na própria construção civil.

Classe B - restos de madeira, metal, plástico e papel – passível de reutilização

no canteiro ou encaminhado para reciclagem.

Classe C - Produtos sem tecnologia para recuperação;

Classe D - Resíduos perigosos - cuja destinação deve seguir normas

específicas.

Para que se possa gerar o mínimo de resíduos e desperdício, é

necessário orientar os trabalhadores, implementando rotinas de trabalho que

promovem a conscientização e adoção de praticas sustentáveis no canteiro,

desde a separação correta dos resíduos até a destinação adequada dos

mesmos.

Desta forma tem-se uma obra que reflete e promove o respeito

ambiental, aumentando a vida útil da edificação e melhorando a qualidade de

vida de seus usuários, com menor impacto ao meio ambiente e maior eficiência

energética, já que a construção sustentável equivale a um projeto de qualidade

(KELLER, 2010).

CONCLUSÃO

O setor da construção civil é um dos principais responsáveis pelos

impactos da humanidade aos ecossistemas. Quando se objetiva ainda na fase

de projeto a qualidade e eficiência energética, tendo como premissa a

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sustentabilidade, a sociedade é beneficiada com construções de maior

qualidade e durabilidade, com menores impactos negativos.

O processo de escolha dos materiais tem papel primordial neste

cenário. A preferência por materiais alternativos ou com certificação ambiental

traz consigo inúmeras vantagens, dentre elas a valorização do imóvel e a

diminuição de resíduos.

Valorizar e buscar o respeito ambiental por meio das escolhas que se

iniciam na fase de projeto possibilita edificações com maior qualidade de vida e

bem-estar para seus usuários, seja em ambientes profissionais ou residenciais.

Outro benefício é o retorno financeiro, com a diminuição de gastos hídricos,

elétricos ou de produção e ainda a melhora da produtividade na realização das

atividades diárias.

REFERÊNCIAS ARAÚJO, Márcio Augusto. A moderna construção sustentável. Disponivel

em: <http://www.idhea.com.br/artigos_entrevistas.asp>. Acesso em 19 set 2016.

CASAGRANDE JR, Eloy Fassi. Princípios e Parâmetros para a Construção Sustentável.

CHAVES, Helena de Oliveira. Diretrizes sustentáveis na construção civil: avaliação do ciclo de vida. 2014. Projeto de graduação ao curso de Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio de Janeiro.

CONAMA 307/2002. Conselho Nacional do Meio Ambiente, MMA. Diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30702.html> Acesso em 21 set 2016

KEELER, Marian; BURKE, Bill. Fundamentos de projetos de edificações sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, 2010.

MELO, Juliana Jardim Soares e. Um Estudo Sobre a Integração Entre Ambiente, Projeto e Tecnologia. Artigo para revista on-line Especialize IPOG. Maio 2012.

VERONEZI, Felipe. O Impacto da Construção Civil no Meio Ambiente. 2016. Disponível em:

<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=23&Cod=1827> Acesso 19 out 2016

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ANÁLISE FÍSICO-QUIMICA COMPARATIVA DE SABONETES

LÍQUIDOS

LOPES, A.C. [email protected]; de MORAES, A. [email protected];

REDA DE OLIVEIRA, A.F. [email protected]; PONTES GUIMARÃES, B. [email protected]; BOBEK, V. [email protected]; MARTINEZ

Lyra, A. [email protected]

RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo realizar testes físico-químicos de duas amostras de sabonete líquido diferentes, a fim de compará-las. As análises foram realizadas no laboratório da instituição de ensino das Faculdades Ponta Grossa (FacPG) e no laboratório de produção de medicamentos (LAPMED) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Os parâmetros físico-químicos analisados foram: densidade através do método da picnometria, viscosidade pelo método do viscosímetro rotacional (Brookfield) e verificação do pH com o auxílio de um peagâmetro digital. As análises das amostras A e B foram realizadas em triplicatas e os resultados obtidos foram comparados com a literatura. Os valores de densidade encontrados foram 1,003 g/cm3 para a amostra A e 0,6207 g/cm3 para a amostra B. Os valores de pH e viscosidade encontrados foram, respectivamente 5,76, 6RPM/s 10,69Pa.s, 12RPM/s 8,28Pa.s para a amostra A, e 6,56, 6RPM/s 4,68Pa.s, 12RPM/s 3,59Pa.s para a amostra B. Com a realização das análises físico-químicas pode ser observado uma diferença significativa entre as amostras, sendo a amostra A mais densa, mais viscosa e com o pH mais ácido que a amostra B.

Palavras-chave: sabonete líquido; descontaminação; parâmetros físico-químicos.

INTRODUÇÃO

Os sabonetes líquidos foram lançados no mercado na década de 70 e

rapidamente alcançaram o sucesso, pois suas formulações apresentavam um

pH próximo ao da pele, fato que nunca havia sido observado antes em

sabonetes tradicionais, já que estes são alcalinos por natureza. Outra

característica dos sabonetes líquidos que contribuiu para o seu sucesso foi o

tipo de embalagem, a qual permite a utilização do produto com o mínimo de

contato com o ambiente externo (MORGANTI, 1995; LUNDMARK, 2008).

Os sabonetes líquidos utilizados para descontaminação, geralmente

comercializados em farmácias ou supermercados, agem na limpeza superficial

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da derme. Para que isso ocorra sem agredir a pele é necessário que estes

apresentem propriedades físico-químicas específicas, e sejam acrescidos de

agentes hidratantes, como a glicerina, que evita o ressecamento (HIGIOKA,

2013)

O pH é um dos principais mecanismos de proteção da pele, devendo-se à

produção de ácido láctico e conferindo à superfície cutânea aquilo que se

convencionou designar por “manto ácido cutâneo”, e é constantemente

desafiado por agressores

externos como a poluição, mudanças de temperatura e os produtos

químicos. Ele varia de acordo com ambos os gêneros e onde está situado no

corpo. (EUCERIN, [2016])

O pH da pele é levemente acidificado (4,6 – 5,8), o que contribui para que

ocorra a proteção fungicida e bactericida em sua superfície. Observa-se

também, uma importante propriedade das secreções cutâneas em apresentar

capacidade tamponante. (LEONARDI et al, 2002)

Algumas regiões do corpo tem seu termômetro de saúde definido

principalmente pelo índice de potencial hidrogeniônico, como é o caso da

região íntima da mulher. O pH da vagina saudável é ácido, com valores que

oscilam entre 3,8 a 4,2, pois estas são as condições ideais de sobrevivência

dos microrganismos que compõem a flora microbiana do ambiente vaginal

saudável (BRUSCO,2009; DI LAROUFFE, 2009).

A redução do nível desses microrganismos é a principal causa de infecções e

irritações, e para que esse índice seja mantido é necessário que os produtos

químicos utilizados nessa região estejam de acordo com o que o corpo

necessita. (SIMÕES, 2008)

Neste sentido, com o intuito de saber se o cuidado com a saúde do consumidor

é respeitado, objetivou-se neste trabalho analisar amostras de dois tipos de

sabonete líquido através de testes físico-químicos os quais contribuem para o

controle da qualidade do produto. (ALBERTI et al, 2015)

MATERIAL E MÉTODOS

Foram analisados os seguintes parâmetros físico-químicos, de acordo

com o Guia de Estabilidade de produtos cosméticos sugerido pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2004): densidade, pH e viscosidade.

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Densidade

O procedimento consistiu na utilização do picnômetro limpo e seco, com

capacidade de 50 mL, previamente calibrado. Pesou-se o picnômetro vazio,

com a água e em seguida com a amostra em temperatura de 19ºC, anotando

os valores respectivamente. A densidade relativa foi calculada pelo coeficiente

entre a massa da amostra líquida e a massa da água, ambas a 25ºC (BRASIL,

2010).

pH

A medida do pH foi realizada através do método potenciométrico,

utilizando pHmetro digital (Gehaka PG 2000 São Paulo-Brasil), previamente

calibrado com as soluções tampões ph 4,0 e 7,0. Preparou-se uma solução a

10%, usando-se água destilada como solvente e procedeu-se a medida do pH

em triplicata para cada amostra.

Viscosidade

A viscosidade aparente foi determinada utilizando-se viscosímetro de

Brookfield (QuimisQ860MDiadema/São Paulo-Brasil).. Em ambas as amostras

o spindle utilizado foi o número 3. Para parâmetro de comparação, utilizou-se

as velocidades de 6RPM/s e 12RPM/s, sendo os resultados expressos em

Pa.s, realizados em triplicata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram avaliadas duas amostras de sabonete líquido comerciais, sendo

uma delas sabonete líquido normal e a outra sabonete líquido para a região

intima feminina. Os resultados estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1 – Resultado das análises físico-químicas das amostras de sabonete líquido

comerciais

AMOSTRA A - íntimo B - normal

DENSIDADE (média ± DP) 1,003078482 g/cm3 0,620770016 g/cm

3

pH( média ± DP) 5,76 ± 0,11 6,56 ± 0,05

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VISCOSIDADE( média ± DP)

6RPM/s 10,69Pa/s ± 0,25 6RPM/s 4,68Pa/s ± 0,13

12RPM/s 8,28Pa/s ± 0,19 12RPM/s 3,59Pa/s ± 0,08

A densidade é representada pela relação entre a massa de uma

substância e o volume que ela ocupa. De acordo com a Farmacopeia Brasileira

(BRASIL, 2010), no

caso de líquidos ou semi-sólidos esta característica pode sugerir a

incorporação de ar ou a perda de ingredientes voláteis e água.

Foi observada uma diferença de valores de densidade das duas amostras. A

amostra B apresentou uma densidade menor do que a amostra A o que pode

ser indicativo de perda de compostos voláteis. Não foi encontrado na literatura

um valor padrão de densidade para sabonetes líquidos. No entanto, o valor

mais comum encontrado foi 1,003 g/cm³ (HIGIOKA, 2013)

Conforme reportado na literatura (LEONARDI et al., 2002), a pele não possui

pH neutro, e o pH varia conforme a região do corpo ou da idade, no entanto, de

maneira geral, o chamado pH fisiológico da pele é entre (4,5 - 6,0), onde o

mesmo executa a proteção bactericida e fungicida em sua superfície. Neste

sentido, pode ser verificado que as duas amostras revelaram valores de pH

fora dos valores ideais. A análise do pH da formulação é de extrema

importância, uma vez que o pH do produto deve ser mantido durante todo o

seu prazo de validade, pois a alteração do pH pode significar alteração da

estabilidade da formulação (LEONARDI; MAIA CAMPOS, 2001).

A viscosidade pode ser explicada de forma simples como “dificuldade ao

escoamento” ou seja, é a medida de resistência do sistema em fluir quando

submetida a uma força. Desta forma, quanto maior a viscosidade de um

produto, maior será essa resistência, podendo interferir ainda na capacidade de

espalhamento do produto sobre uma superfície (LAHOUD; CAMPOS, 2010).

A viscosidade é uma característica relevante no desenvolvimento de produtos

cosméticos e está totalmente relacionada à aceitação do consumidor

(CHORILLI et al., 2006).

Utilizou-se o viscosímetro de Brookfield para análise do perfil da viscosidade e

padronizaram-se as leituras utlizando-se o spindle 3 e velocidades de rotação

de 6 e 12 rpm (SILVEIRA, 2007). As duas amostras apresentaram valores de

viscosidade diferentes, sendo a amostra A mais viscosa que a amostra B.

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Constatou-se ainda, que os resultados de pH obtidos da amostra A diferem dos

valores da embalagem da mesma, que afirmam que o pH ideal estaria entre 4,5

e 5,5.

CONCLUSÃO

A partir da comparação dos parâmetros físico-químicos analisados como

densidade, viscosidade e pH das amostras de sabonete líquido normal e

sabonete íntimo comparadas, foi possível identificar divergências nas

informações contidas no rótulo da embalagem, especificamente para o pH

obtido na análise de uma das amostras. Logo, conclui-se que os consumidores

não estão adquirindo realmente o produto pelo qual estão pagando.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa.Guia de estabilidade de produtos cosméticos. 1. ed., v. 3, Brasília: ANVISA,2004.

BRASIL,Ministério da Saúde. Anvisa.Farmacopeia Brasileira.1º Ed. v. 3,Brasília:ANVISA.2010.

CHORILLI, M.; UDO, M.S.; CAVALLINI, M.E. & LEONARDI, G.R. Desenvolvimento e estudos preliminares de estabilidade de formulações fotoprotetoras contendo Granlux GAI-45 TS. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. 2006; 27: 237-246.

LAHOUD, M.H; CAMPOS, R. Aspectos teóricos relacionados à reologia farmacêutica. Visão Acadêmica, Curitiba, n.1, Jun./2010 LEONARDI, G.R. Influência do ácido glicólico na penetração cutânea da vitamina A palmitato e na estabilidade física de formulações dermocosméticas. 1997. 114p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 1997.

LEONARDI, G.R.; MAIA CAMPOS, P.M.B.G. Estabilidades de formulações cosméticas. Int. J. Pharm. Compound. 2001; 3(4): 154-156.

LEONARDI, G.R.; GASPAR,L.R; CAMPOS, P. M.B.G.M. Estudo da variação do pH da pele humana exposta à formulação cosmética acrescida ou não das vitaminas a, e ou de ceramida, por metodologia não invasiva. Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de janeiro, v. 77, n.5, p. 563-569, 2002.

LUNDMARK, L. The evolution of liquid soap. Cosmetics & Toiletries, v.1 07, p. 49-53, 2008.

MORGANTI, P. Natural soap and syndet bars. Cosmetic. Toilet., v. 110, p. 89-97, 1995.

SILVEIRA, C. A.S. Uso do viscosímetro de Brookfield em determinações reológicas. Polímeros: Ciência e tecnologia. p.41-43, 1991.

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CONTROLE DE QUALIDADE DA DROGA VEGETAL CARQUEJA

KRUG,L. E-mail:[email protected]; BECKMANN, F. E-mail: [email protected]; MIGACZ,I. E-mail: [email protected]; MESQUITA, M.

E-mail: [email protected]; BOBEK, V. B. E-mail: [email protected] (professora); LYRA, A. M. E-mail: [email protected]

(professora)

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo verificar se amostra comercial de Baccharis trimera está dentro dos parâmetros de qualidade exigidos pela Farmacopeia Brasileira. Foram realizadas análises de teor de cinzas, umidade e pesquisa dos principais grupos de metabólitos secundários por meio de reações de caracterização: taninos (reações com cloreto férrico; acetato de chumbo; acetato de chumbo e ácido acético glacial); flavonoides (reação de Shinoda; cloreto férrico; hidróxido de sódio); saponinas; antraquinonas (reação com hidróxido de sódio) e alcaloides (empregando os reativos de Dragendorff e Mayer). Os teores de umidade e de cinzas encontrados foram abaixo de 8 % e 12 %, respectivamente, e material estranho abaixo de 2 %, estando dentro dos limites estabelecidos pela Farmacopeia Brasileira. Com relação aos metabólitos secundários foram encontrados flavonoides, saponinas e antraquinonas. Não houve indicativo de presença de taninos e alcaloides. A amostra comercial de carqueja apresentou resultados satisfatórios nos testes de controle de qualidade realizados.

Palavras-chave: Carqueja, Baccharis trimera, fitoquímica.

INTRODUÇÃO

A utilização de plantas medicinais no tratamento e cura de enfermidades é um

recurso terapêutico muito antigo, porém vem sendo adotado por vários

profissionais até área de hoje. Dentre as principais plantas medicinais as do

gênero Baccharis, são as mais comercializadas no âmbito da fitoterapia

(ALONSO, 2006).

A família Asteraceae concentra grande número de espécies com potencial

terapêutico, algumas das quais do gênero Baccharis, utilizadas na medicina

popular e também na produção de fitoterápicos. Estudos relatam que as

principais indicações terapêuticas mencionadas para estas espécies estão

relacionadas com ações sobre o trato gastrintestinal (BETONI, 2006).

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A Baccharis trimera, popularmente conhecida como carqueja, é muito utilizada

na medicina popular, principalmente na forma de infusão (chá) de suas partes

aéreas para tratamento de problemas gástricos e do fígado. Há também

registros de uso de decocções concentradas de carqueja para higienização e

cicatrização de feridas.

Ainda por indicação popular, o chá de carqueja é recomendado como tônico

(energético), para casos de má digestão, azia, reumatismo, anemia, dores no

fígado, gastrite e diabetes. Os compostos mais frequentes são os flavonoides e

os terpenóides, como monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos e triterpenos

(BORELLA et al., 2006).

A segurança e a eficácia de um fitoterápico devem ser definidas para cada

produto, pois dependem de diversos fatores, como a metodologia de obtenção

dos extratos, a qualidade da droga vegetal especialmente no contexto de

adulteração e mistura de várias espécies botânicas que não detenham do

farmacógeno esperado, material estranho, etc. Para garantir uniformidade dos

diferentes lotes desses medicamentos e, consequentemente, sua

reprodutibilidade em termos de eficácia, segurança e qualidade farmacêutica,

faz-se necessário um controle rigoroso de todas as etapas do processo de

produção de fitoterápicos (ALONSO, 2006).

Neste contexto, metodologias de reações químicas de caracterização de

compostos se fazem amplamente aplicáveis à rotina do controle de qualidade

da matéria prima vegetal em indústrias de fitoterápicos e seus derivados.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada nos laboratórios de farmácia das Faculdades Ponta

Grossa localizada na Avenida General Carlos Cavalcanti, 8000 – Jardim

Paraíso Uvaranas, Ponta Grossa – PR. A amostra comercial de Baccharis

trimera foi adquirida em farmácia em Ponta Grossa – PR.

Foram realizados os seguintes testes:

1.1 Determinação do teor de cinzas totais;

1.2 Determinação do teor de umidade por infravermelho;

1.3 Reações de caracterização de metabólitos secundários:

Taninos (Reação com cloreto férrico; acetato de chumbo; acetato de

chumbo e ácido acético glacial);

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Flavonoides (Reação de Shinoda; cloreto férrico; hidróxido de sódio);

Saponina (Reação para a formação de espuma);

Antraquinona (Hidróxido de sódio);

Alcaloides (Dragendorff e Mayer).

As análises foram realizadas de acordo com a Farmacopeia Brasileira 5ª

Edição, 2010 (BRASIL, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

1.1 Determinação de cinzas totais

A tabela 1 apresenta os dados para análise de teor de cinzas das folhas secas

de Baccharis trimera adquirida comercialmente.

Tabela 1: Teor de cinzas totais de folhas secas de Baccharis trimera.

Massa inicial (g ± DP)

Massa de cinzas (g ± DP)

Teor de cinzas (% ± DP)

Limite máximo permitido (%)

1,79 ± 0,033 0,09 ± 0,014 5,0 ± 0,15 8,0

*DP: desvio padrão

O teor de cinzas encontrado está abaixo do limite máximo permitido (BRASIL,

2010).

1.2 Determinação do teor de umidade por infravermelho

O teor de umidade presentes nas folhas secas de B. trimera foi determinado

por análise por infravermelho, empregando-se o analisador de umidade

(SHIMADZU, modelo MOC63u, Quioto, Japão). O resultado obtido encontra-se

na Tabela 2.

Tabela 2: Teor de umidade presente nas folhas secas de Baccharis trimera.

Umidade (% ± DP) Limite máximo permitido (%)

10,23 ± 0,56 12,0

DP: desvio padrão

O teor de umidade encontrado está abaixo do limite máximo permitido

(BRASIL, 2010).

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1.3 Reações de caracterização

A análise fitoquímica qualitativa mostrou os grupos de metabólitos secundários

presentes na carqueja. Os resultados obtidos por meio dos testes podem ser

visualizados na Tabela 3.

Tabela 3: Análise fitoquímica de Baccharis trimera.

Grupos de metabólitos secundários

Reações Resultado*

Taninos

Cloreto férrico -

Acetato de Chumbo -

Acetato de Chumbo e Ácido Acético Glacial

-

Flavonoides Shinoda +

Cloreto férrico +

Hidróxido de sódio +

Saponinas Formação e permanência da espuma

+

Antraquinonas Hidróxido de sódio +

Alcaloides Dragendorff -

Mayer -

*(+) reação positiva; (-) reação negativa

Os tubos de ensaio referente às reações para flavonoides apresentaram

coloração laranja e amarela, caracterizando positividade para flavonoides, em

especial, flavonas e isoflavonas.

Pode ser observada a formação e permanência de espuma no tubo de ensaio,

caracterizando presença de saponinas.

A presença de antraquinonas se deu por indicação da coloração avermelhada

na reação com hidróxido de sódio.

A droga vegetal não apresentou resultados positivos para as reações para

taninos e alcaloides.

Os resultados estão condizentes com os descrito na literatura (BORELLA et al.,

2006).

CONCLUSÃO

Nos testes de controle de qualidade realizados, a amostra comercial de

carqueja apresentou resultados satisfatórios e condizentes com a literatura. As

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reações de caracterização sugerem a presença de flavonoides, saponinas e

antraquinonas, característicos de Baccharis trimera.

REFERÊNCIAS

ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas medicinales autóctonas de la Argentina. Bases científicas para su aplicación en atención primaria de la salud. Buenos Aires: LOLA, 2006. 663p.

BETONI, J.E.C.; MANTOVANI, R.P.; BARBOSA, L.N.; STASI, L.C.D.; FERNANDES JUNIOR, A. Synergism between plant extract and antimicrobial drugs used on Staphylococcus aureus diseases. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.101, n.4, p.387-90, 2006.

BORELLA, J.C.; DONATA, P.D.; NOVARETTI, A.A.G.; MENEZES JUNIOR, A.; FRANÇA, S.C.; RUFALO, C.B.; SANTOS, P.A.S.; VENEZIANI, R.C.S.; LOPES, N.P. Variabilidade sazonal do teor de saponinas de Baccharis trimera (Less.) DC (Carqueja) e isolamento de flavona. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.16, n.4, p.557-61, 2006.

BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA. Farmacopeia Brasileira, 5ª ed. v. 2, 2010.

MOUCO, G.; BERNARDINO, M. J.; CORNÉLIO, M. L. Controle de qualidade de ervas medicinais: Controle de qualidade de Phyllantus niruri L. (quebra-pedra). Revista biotecnologia ciência e desenvolvimento, ed. 31, p. 68-73, 2003.

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CONDOMÍNIO RESIDENCIAL SUSTENTÁVEL EM PONTA

GROSSA -PR

SILVA, L. E-mail: [email protected]; MATTA, D. E-mail: [email protected]

Resumo: Atualmente o setor da construção civil é o responsável por 50% dos

resíduos gerados pelo homem, sendo possível minimizar esse e outros danos

causados ao meio ambiente com diferentes métodos de construção e

materiais. A procura por condomínios está crescendo cada vez mais, onde se

busca maior segurança e qualidade de vida, com isso, o objetivo é propor um

método sustentável de construção de condomínio residencial em Ponta

Grossa. Um dos intuitos do projeto é a interação entre os moradores e sua

vizinhança, evitando separação social, propondo uma praça externa para ser

compartilhada com a população. Com os estudos realizados, embasados em

pesquisas bibliográficas, e com o conhecimento obtido, foi criado o programa

de necessidades, organograma e fluxograma. Técnicas como coberturas

verdes, iluminação natural, energias renováveis, reaproveitamento de águas

pluviais, tratamento de esgoto ecológico e áreas arborizadas, foram

encontradas durante o estudo e poderão ser utilizadas no projeto, fazendo com

que se dê origem a um espaço sustentável, proporcionando uma melhor

qualidade de vida para as pessoas, além de contribuir com a preservação do

meio ambiente.

Palavras-chave: sustentabilidade, eficiência, habitação.

INTRODUÇÃO

No município de Ponta Grossa, aproximadamente 95% da população ocupa a área

urbana da cidade (PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA, 2016). O

crescimento desordenado da população acarreta vários problemas, entre eles a

violência, o que aumenta a procura por condomínios fechados visando maior

segurança. Os condomínios existentes no município utilizam práticas construtivas

convencionais, o que prejudica o meio ambiente, pois segundo o Ministério do Meio

Ambiente (2016), o setor da construção civil é o que mais consome recursos naturais e

utiliza energia e água de forma intensiva, além de ser responsável por 50% dos

resíduos gerados pelo homem.

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Danos irreversíveis para o planeta, ligados ao rápido crescimento populacional,

desperdício de matéria-prima e energia fóssil, degradação do ar, água e solo, e a

abundância de resíduos acumulados, já eram preocupações de especialistas há muito

tempo (MÜLLER, 2011). Com o uso de materiais, métodos e técnicas sustentáveis, é

possível minimizar esses danos, poupando o meio ambiente e podendo trazer maior

conforto e melhores condições de vida para as pessoas.

Segundo Veronezzi (2016) existem cinco conceitos básicos para construções

sustentáveis, que são fundamentais para diminuir os impactos ambientais e poupar

recursos naturais, sendo eles: projetos inteligentes, que aproveitam de forma mais

eficiente as características do terreno e os recursos naturais; redução da poluição,

com obras que utilizam menos energia e água, e diminuem o acúmulo de resíduos

gerados pela construção civil; materiais ecológicos, que causem menos impactos ao

meio ambiente; eficiência energética, aproveitando luz natural, ventilação e calor,

podendo descartar o uso de ar condicionado; aproveitamento da água, que visa utilizar

da melhor maneira possível esse recurso, evitando desperdícios, e propondo o

reaproveitamento da água da chuva.

O objetivo deste trabalho é propor um projeto de um condomínio residencial

sustentável na cidade de Ponta Grossa - PR, no bairro de Uvaranas, utilizando

técnicas construtivas específicas e elaborar o projeto modelo de uma residência para o

mesmo, utilizando recursos que proporcionem melhor qualidade de vida aos

moradores e que contribuam com a preservação do meio ambiente.

A área escolhida para este estudo está localizada no bairro de Uvaranas, cuja região

vem crescendo muito nos últimos anos, tendo a Avenida Carlos Cavalcanti, uma das

mais importantes vias da cidade, como principal via de acesso, fazendo ligação com o

centro de Ponta Grossa.

Este projeto é destinado para pessoas de classe alta e média, que buscam melhor

qualidade de vida e segurança. O projeto do condomínio terá aproximadamente 70

lotes, sendo assim, com média de quatro pessoas por residência, teremos

aproximadamente 280 habitantes residindo no local.

A arquitetura sustentável, com o objetivo de diminuir os impactos ambientais,

proporciona uma melhor qualidade de vida para as pessoas, objetivando o uso de

recursos naturais de maneira adequada (DINÂMICA AMBIENTAL, 2014). Assim,

podendo proporcionar uma maneira mais eficiente e digna de se habitar.

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As modificações climáticas atuais, assim como a degradação ambiental, estão

diretamente ligadas às atividades do homem. O primeiro encontro da ONU sobre o

homem e o meio ambiente aconteceu em 1972, em Estocolmo, e foi nesse período

que surgiram a maioria dos ministérios do Meio Ambiente. Em 1992, os chefes de

Estado presentes na Rio 92, se comprometeram por um desenvolvimento que

atendesse as necessidades atuais sem comprometer as futuras gerações (MÜLLER,

2011).

Para diminuir os impactos ambientais causados pela construção civil, o

desenvolvimento sustentável se baseia em três princípios, que são: consideração de

conjunto do ciclo de vida dos materiais; desenvolvimento do uso das matérias-primas

e energias renováveis; redução das quantidades de matéria e de energia utilizada

durante a extração dos recursos naturais, a exploração dos produtos e a destruição ou

reciclagem dos resíduos (MÜLLER, 2011).

Técnicas sustentáveis, se aplicadas de forma correta, proporcionam uma melhor

qualidade de vida, pois além de preservar o meio ambiente, reduzindo os impactos

ambientais causados pela construção civil, também possibilita a existência de uma

arquitetura ecoeficiente, o que além de proporcionar maior conforto termoacústico,

gera economia para todos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Ao realizar uma pesquisa bibliográfica para melhor aprofundamento no tema definido,

por meio de livros, artigos e sites da internet, se obteve o entendimento necessário

para realização do trabalho. Em seguida foi feita a escolha do terreno e levantamento

de dados relevantes como a infraestrutura, localização, equipamentos públicos,

dimensões e níveis, utilizando para esta etapa levantamento fotográfico e visita in loco.

Para melhor entender o funcionamento de um condomínio residencial, foi realizada

uma visita in loco em um condomínio residencial na cidade de Ponta Grossa, onde foi

possível conhecer sua estrutura e sanar as dúvidas existentes.

Com o conhecimento e dados obtidos, criou-se um programa de necessidades,

organograma e fluxograma que serão fundamentais na próxima etapa do trabalho,

para conclusão deste estudo, dando início ao desenvolvimento do projeto, utilizando

todas as informações adquiridas com as etapas anteriores.

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RESULTADOS PARCIAIS E DISCUSSÃO

A área de estudo escolhida está localizada no bairro de Uvaranas, na Rua Siqueira

Campos, tendo como principal via de acesso a Avenida Carlos Cavalcanti, estando

aproximadamente 5km de distância até o centro da cidade. O terreno possui

128.191,62m², com infraestrutura básica, como rede de água, esgoto, pavimentação,

rede elétrica e linhas de ônibus.

Os condomínios residenciais geralmente são totalmente fechados e isolados de tudo

que está ao seu redor, com muros altos que impedem a visualização interna,

escondendo as edificações e oprimindo a vizinhança, deixando explícita a diferença

social.

O intuito é elaborar o projeto de um condomínio onde exista a interação com as

pessoas em seu entorno, utilizando recursos como a colocação de gradis vazados em

seu fechamento e praça externa aberta para a população. Com isso é possível um

melhor relacionamento com a vizinhança, evitando qualquer tipo de discriminação

social.

Através dos dados obtidos na pesquisa foi possível complementar este estudo, criando

um programa de necessidades com setores de administração, serviço, área de lazer,

praças e habitação (Tabela 1).

Tabela 1 – Programa de necessidades

SETOR AMBIENTES

ADNIMISTRAÇÃO Sala da gerência; Sala de atendimento; Copa;

Banheiro masc. / fem. / PNE

SERVIÇOS Cadastro e identificação; Vestiário funcionários masc.

e fem.; Depósito; Sala de segurança; DML; Portaria;

Estacionamento; Lixo; Tratamento de esgoto

ÁREA DE LAZER Salão de festas; Banheiros masc. / feminino / PNE;

Cozinha; Churrasqueira; Academia; Piscina; Vestiários

feminino e masculino; Sala de jogos; Estacionamento

PRAÇAS Praça externa; Praça interna 1; Praça interna 2

HABITAÇÃO Lotes

Figura 1 – Organograma e Fluxograma

Para melhor eficiência no projeto, serão aplicadas técnicas e materiais que causam

menor impacto ambiental. Existem inúmeras formas e métodos que podem ser

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adotados para se obter um nível considerável de sustentabilidade, dentre eles, alguns

foram estudados, analisados e poderão ser aplicados no projeto, tais como: coberturas

verdes, iluminação natural, calefação e refrigeração, energias renováveis,

reaproveitamento de águas pluviais, tratamento de esgoto ecológico, e várias áreas

bem arborizadas.

Com o programa de necessidades elaborado, para melhor visualização do

funcionamento do condomínio, foi possível criar um organograma - fluxograma prévio

(Figura 1), contendo a distribuição de cada setor e como será a ligação entre eles.

Figura 1 – Organograma e Fluxograma

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação deste projeto terá grande importância para a cidade de Ponta Grossa,

por aliar a necessidade de novas edificações, suprindo o crescimento populacional,

com as ideias de soluções sustentáveis e ecológicas, podendo servir de exemplo para

futuros empreendimentos de mesmo caráter e conscientização de uma nova forma de

construir, na qual é possível causar menos impactos ambientais.

O projeto traz como proposta uma melhor qualidade de vida e maior integração social

para as pessoas, mantendo as características de um condomínio residencial, porém

com alguns diferenciais destinados a preservação do meio ambiente, aplicando

técnicas e soluções que diminuem os impactos causados pela construção civil. Na

sequência, os dados e conhecimentos adquiridos serão utilizados de subsídios para o

desenvolvimento do projeto.

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Referências

DINÂMICA AMBIENTAL. O que é arquitetura sustentável. 2014. Disponível em:

<http://www.dinamicambiental.com.br/blog/sustentabilidade/arquitetura-sustentavel/>. Acesso

em: 17/06/2016.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Construção Sustentável. 2016. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/urbanismo-

sustentavel/constru%C3%A7%C3%A3o-sustent%C3%A1vel>. Acesso em: 12/06/2016.

MÜLLER, Dominique Gauzin. Arquitetura Ecológica. São Paulo: Senac São Paulo, 2011.

PREFEITURA DE PONTA GROSSA. Informações gerais. Ponta Grossa: 2016. Disponível em:

<http://www.pontagrossa.pr.gov.br/infogerais>. Acesso em: 10/06/2016.

PREFEITURA DE PONTA GROSSA. Informações gerais. 2016. Disponível em:

<http://www.pontagrossa.pr.gov.br/infogerais>. Acesso em: 10/06/2016.

VERONEZZI, Felipe. O Impacto da Construção Civil no Meio Ambiente. 2016. Disponível

em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=23&Cod=1827>. Acesso em:

17/06/2016.

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CENTRO DE HABITAÇÃO TEMPORÁRIA PARA REFUGIADOS

BITTENCOURT, K. E-mail: [email protected] OLIVEIRA, C. E-mail:

[email protected]

RESUMO: O presente trabalho aborda o tema dos indivíduos que estão desabrigados em virtude de catástrofes naturais, chamados de refugiados ambientais, também, aqueles que foram forçados a abandonar seus lares e país de origem por fundados temores de perseguição, conflitos armados, violência generalizada e violação dos direitos humanos, denominados refugiados de guerra. Não existe na cidade de Ponta Grossa, bem como no estado que pertence, o Paraná, nenhuma edificação com o objetivo de hospedar pessoas, que por algum dos motivos citados, encontram-se sem abrigo. Nesse panorama o projeto do Centro de habitação temporária para refugiados se baseia, tendo como objetivo acolher de forma transitória estes refugiados. Pesquisas bibliográficas qualitativas e quantitativas auxiliaram na produção do organograma e fluxograma, quadro de áreas e setorização, direcionando para estudos de volumetria e o partido arquitetônico do projeto.

Palavras-chave: desabrigados, hospedar, transitória.

INTRODUÇÃO

Atualmente observam-se diversas alterações climáticas no cenário

mundial. Estes fenômenos influenciam no funcionamento do planeta, e podem

causar diferentes desastres naturais. No Brasil entre os anos de 2008 e 2012,

40,9% dos municípios foram atingidos por algum tipo de desastre natural,

aproximadamente 1,4 milhões de vitimas ficaram desabrigadas ou desalojadas

(IBGE, 2013).

Os indivíduos que estão temporariamente desabrigados são

classificados como refugiados ambientais definidos como:

Pessoas que foram obrigadas a abandonar temporária ou

definitivamente a zona tradicional onde vivem, devido ao visível

declínio do ambiente (por razões naturais ou humanas) perturbando a

sua existência e/ou a qualidade da mesma de tal maneira que a

subsistência dessas pessoas entre em perigo. (PNUMA, 1985 apud

PINTO, 2009).

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Além dos refugiados ambientais, há também os refugiados de guerra

que, conforme a Convenção de 1951, referente ao Estatuto dos Refugiados,

são pessoas que estão fora do seu país de origem por fundados temores de

perseguição, motivos de raça, religião, grupo social ou opinião política ou que

foram forçados a deixar seu país devido a conflitos armados, violência

generalizada e violação massiva dos direitos humanos, (ACNUR, 2016).

No Brasil até Abril de 2016, são 8.863 refugiados reconhecidos, de 79

nacionalidades diferentes (ACNUR, 2016). No Paraná, em 2013, foram

registrados 5.256 solicitações de refugio de 67 nacionalidades distintas

(DEDIHC, 2016).

Entretanto, não existe nenhum edifício no Paraná com a finalidade de

hospedar os indivíduos que, caso ocorra algum dos motivos já mencionados,

estarão na condição de desabrigados. Frente a isso, o presente trabalho visa

suprir essa demanda da região, proporcionando o estudo de uma habitação

transitória, que se destina ao reestabelecimento das atividades corriqueiras em

caráter temporário (DAVIS, 1980 apud AIBE, 2012). O projeto arquitetônico do

centro de habitação temporária tem como objetivos: hospedar refugiados

ambientais e refugiados de guerra, até que estes tenham condições de se

recompor.

A edificação proposta será inserida na cidade de Ponta Grossa. O

terreno para implantação do edifício está localizado na região da antiga ferrovia

do município, na Travessa Edmundo Bittencourt, tem área de 3.880 m².

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a produção deste trabalho, realizaram-se, inicialmente, pesquisas

bibliográficas de cunho qualitativo e quantitativo em livros, sites da internet,

cartilhas, artigos científicos e reportagens.

As informações referentes à regularização e ao local de estudo foram

colhidas em visita à Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, e em consultas no

Plano Diretor participativo do município de Ponta Grossa. Em seguida foram

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feitas visitas de campo no terreno para a realização de registros

fotográficos e medições.

A compilação dos dados levantados resultou no desenvolvimento do

programa de necessidades, estudo de fluxograma e organograma, aqui

apresentados. Posteriormente será elaborado o projeto final, que conta com

estudos de implantação: acessos, orientação solar; estudo de volumetria com

croquis; projeto arquitetônico contendo plantas baixas, cortes, elevações;

maquetes: eletrônica e física.

RESULTADOS PARCIAIS E DISCUSSÃO

Diante dos dados quantitativos levantados, o centro terá capacidade

para hospedar 120 pessoas. Para tanto, as áreas previstas no programa de

necessidades foram dividas em quatro setores principais: hospedagem,

administração, serviço e convívio, dispostos conforme o organograma e

fluxograma a seguir (Figura 01).

Figura 01 - Organograma e fluxograma. Fonte: Autora. 2016.

Baseado no programa de necessidades e no Código de obras de Ponta

Grossa elaborou-se o pré-dimensionamento dos ambientes do projeto (Quadro

01).

Quadro 01 – Pré-dimensionamento das áreas. Fonte: Autora. 2016.

SETOR AMBIENTE ÁREA RECOMENDADA ÁREA PREVISTA

SETOR DE

ADMINISTRAÇÃO

Recepção 16,00 m² 20,00 m²

Enfermaria 16,00 m² 16,00 m²

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Sala para entrevista - 10,00 m²

Assistente social - 10,00 m²

Administração 10,00 m² 20,00 m²

Arquivo 4,00 m² 6,00 m²

Área total do setor: 82,00 m²

SETOR DE

HOSPEDAGEM

Dormitórios 6,00 m², quando destinados a

uma pessoa.

4 pessoas: 24,00 m²

20 unidades: 480,00 m²

6 pessoas: 36,00 m²

20 unidades: 720,00 m²

Total: 1.200 m²

Banheiros 8,00 m²

20,00m² por unidade

4 unidades por andar

Total: 80 m²

Estar - 15,00 m² por unidade

8 unidades: 120,00 m²

Área total do setor: 1.400,00 m²

SETOR DE

SERVIÇOS

Copa 4,00 m² 8,00 m²

Vestiário 4,00 m² 10,00 m² por unidade

2 unidades.Total: 20,00m²

Cozinha Mínimo de 12,00 m² 40,00 m²

Despensa 6,00 m² 10,00 m²

Horta - 12,00 m²

Refeitório Mínimo de 12,00 m² 100,00 m²

Lavanderia Mínimo de 6,00 m² 40,00 m²

Almoxarifado 2,00 m² 16,00 m²

Área técnica - 4,00 m²

Área total do setor: 150,00 m²

SETOR DE

CONVÍVIO

Sala de jogos - 40,00 m²

Sala de TV - 25,00 m²

2 unidades: 50,00 m²

Brinquedoteca - 15,00 m²

Quadra Poliesportiva - 160,00 m²

Salas de Aulas 1,5 m² por aluno 20 alunos por sala: 30,00 m²

4 Salas= 120,00 m²

Banheiros 8,00 m²

20,00m² por unidade

4 unidades por andar

Total: 80 m²

Área total do setor: 465,00 m²

TOTAL: 2.097 m²

A partir do quadro de áreas apresentado e após estudos sobre

insolação, entorno, fluxos das vias e acesos, obteve-se a implantação prévia do

edifício no Terreno (Figura 02). O acesso de pedestres será pela Travessa

Edmundo Bittencourt, e o de veículos pela Rua Amazonas.

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Figura 02 – Implantação. Fonte: Autora. 2016.

O setor administrativo estará no térreo, permitindo o fácil acesso das

pessoas à recepção para posteriormente serem direcionadas aos outros

ambientes. Também no térreo estará o setor de serviços, para maior facilidade

no recebimento de alimentos e materiais. O setor de hospedagem contempla o

segundo, terceiro e quarto pavimentos, sendo posicionado na orientação Norte,

visando o melhor aproveitamento de insolação ao longo do dia. O setor de

convívio estará no segundo pavimento permitindo fácil circulação com os

demais setores (Figura 03).

Figura 03 – Macrosetorização. Fonte: Autora. 2016.

O terreno em que a edificação será implantada integra a Zona

Comercial de Ponta Grossa, nela é permitido construir até 15 pavimentos, e o

projeto irá contar com 4 pavimentos, estando assim dentro dos parâmetros

urbanísticos permitidos.

Considerações Finais

Perante os fatos mencionados e estudos realizados no presente

trabalho, observa-se a importância e a viabilidade da implantação do Centro de

habitação temporária para refugiados na cidade de Ponta Grossa.

Através do programa de necessidades, organograma, fluxograma e

pré-dimensionamento das áreas aqui realizados, foi possível obter melhor

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caracterização do projeto em desenvolvimento, e concluir que o

empreendimento requer aproximadamente 2.100 m² de área total construída.

Os estudos de insolação, acessos, e volumetria contribuíram para a

determinação do partido arquitetônico, que prosseguirá para as próximas fases

do trabalho, auxiliando na evolução do projeto arquitetônico.

REFERÊNCIAS ACNUR: Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Brasil tem quase 9 mil refugiados de 79 nacionalidades. Notícias. 10/05/2016. Disponível em:

<http://www.acnur.org/t3/portugues/noticias/noticia/brasil-tem-quase-9-mil-refugiados-de-79-nacionalidades/>. Acesso em: 25 mai. 2016.

ACNUR: Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Estatísticas. 2015. Disponível em:

<http://www.acnur.org/t3/portugues/recursos/estatisticas/>. Acesso em: 17 mar. 2016.

AIBE, Yukari. Levantamento iconográfico de soluções temporárias, transitórias e permanentes para situações de emergência: projetos de produtos comercializados e divulgados em concursos de ideias.

São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.usp.br/noah/wp-content/uploads/2012/07/Relatorio_Yukari28marco-20121.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2016.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. 2016. Disponível em:

<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=411990&search=parana|ponta-grossa>. Acesso em: 25 mai. 2016.

PINTO, Anne Fernanda Rocha da Silva. Refugiados ambientais. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XII, n.

71, dez 2009. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6845>. Acesso em: 15 abr. 2016.

PONTA GROSSA. TEMPESTADE: Prefeitura garante abrigo e alimento a desabrigados. 28/09/2015.

Disponível em: <http://www.pontagrossa.pr.gov.br/node/29558>. Acesso em 25 mai. 2016.

PONTA GROSSA. Plano Diretor Participativo. Ponta Grossa, 2006. Disponível

em:<http://geo.pg.pr.gov.br/portal/planodiretor/Y_apendice_1.2_aspectos_ambientais.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2016.

PONTA GROSSA. Lei nº 6327, 02 de dezembro de 1999. Consolida e atualiza a legislação que dispõe

sobre o código de obras do município de Ponta Grossa. Lex: Leis Municipais. Ponta Grossa.

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INFLUÊNCIA DA HUMANIZAÇÃO NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO

VAZ, G. M. E-mail: [email protected]; MATTA, D. C. E-mail:

[email protected]

RESUMO: O presente estudo objetiva o desenvolvimento de um projeto arquitetônico de uma clínica de reabilitação infantil no município de Ponta Grossa, onde se constatou uma grande prevalência de crianças com algum tipo de deficiência, além da ausência de estabelecimentos de saúde que forneçam este tipo de serviço especializado. Partindo de referencial teórico, avaliou-se as concepções de projeto deste tipo de estabelecimento que enfatizam a influência da humanização no processo de reabilitação infantil, colaborando para o processo terapêutico e contribuindo para a qualidade dos serviços prestados. Pretende-se, portanto, apresentar no projeto arquitetônico maneiras de criar ambientes modernamente tecnológicos, sem preterir a humanização, garantindo maior qualidade ao ambiente de modo que este não se torne uma adversidade no tratamento.

Palavras-chave: arquitetura, humanização, conforto ambiental.

INTRODUÇÃO

No Brasil, segundo dados fornecidos pelo Censo 2010 do IBGE, das

45.932,294 crianças com idades de 0 a 14 anos, 8,5% possuem algum tipo de

deficiência, totalizando aproximadamente 3.904,24 crianças. Em relação ao

município de Ponta Grossa, o número de crianças com deficiência representa

5,34%, totalizando 4.090 crianças.

A partir desses dados foi possível obter a prevalência de casos de

crianças com algum tipo de deficiência, onde a taxa nacional corresponde a

0,08%, e a do município 0,05%. Comparados ao município do Rio de Janeiro,

que possui 25 estabelecimentos especializados em reabilitação, onde a taxa de

prevalência é de 0,03%, constatou-se a importância da implantação de uma

clínica de reabilitação infantil na cidade de Ponta Grossa.

No que diz respeito às edificações destinadas a prestação de assistência

à saúde, a cidade conta 763 estabelecimentos, destes, apenas um é

exclusivamente infantil, entretanto, não oferece tratamentos especializados em

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reabilitação, levando pacientes com necessidade de tratamento específico e

intensivo a se deslocar até outras cidades (DATASUS/CNES, 2015).

Reabilitação, segundo a Organização Mundial da Saúde significa: ”Um

processo contínuo, coordenado com o objetivo de restaurar o indivíduo

incapacitado para ter o mais completo possível desempenho físico, mental,

social, econômico e vocacional permitindo sua integração social.” Podem ser

inclusas neste processo, incapacidades diagnosticadas tanto na gestação

quanto ao longo da vida da criança.

Portanto, a clínica de reabilitação infantil ofereceria a população da

cidade serviços condizentes às necessidades de cada paciente, garantindo seu

bem estar biopsicossocial através de um tratamento correto contínuo.

Este trabalho tem por objetivo compreender a importância da

humanização, analisando diversos conceitos sobre o tema em espaços de

reabilitação infantil e demonstrando que podem despertar estímulos e

sensações auxiliando na recuperação dos pacientes.

Tendo o paciente como centro das atenções, a humanização dos

espaços oferece maior qualidade ao ambiente, utilizando-se de aspectos de

grande relevância nos projetos arquitetônicos hospitalares, como o controle da

iluminação, o uso de cores adequadas e a relação interior – exterior.

A iluminação é de extrema importância na impressão do ambiente, uma

vez que influencia no estado emocional dos pacientes, colocando-os em

harmonia com suas necessidades fisiológicas. A iluminação natural, além de

proporcionar relação interior-exterior estabelecendo uma sincronia dos

mecanismos fisiológicos dos usuários, reduz o consumo de energia. A

iluminação artificial, por sua vez, minimiza áreas sombreadas e complementa a

iluminação natural em áreas de trabalho específicas (PECCIN, 2002).

O emprego das cores no ambiente provoca efeitos psicológicos

particulares de cada uma delas nos usuários e afetam a percepção humana,

portanto, devem ser selecionadas cuidadosamente. Tratando-se de um

estabelecimento infantil, deve ser levado em consideração o fato de crianças

reagirem melhor a contrastes. (MODESTO, 1986).

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No que se refere à relação interior-exterior, a integração desses

ambientes enfatiza o uso da iluminação e ventilação natural, além da presença

de vegetação como uma distração positiva aos pacientes, devido ao fato da

natureza causar estímulos sensoriais benéficos à saúde e contribuir para a

diminuição de pensamentos negativos (VASCONCELOS, 2004).

MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado a partir de uma metodologia de

natureza qualitativa e quantitativa dividida em três etapas: revisão bibliográfica,

análise de estudos de caso e pesquisa de campo, as quais possibilitaram um

entendimento geral sobre o tema da pesquisa.

A análise de estudos de caso foi feita baseada nas diretrizes projetuais e

no partido arquitetônico da edificação para auxiliar na elaboração de ambientes

mais humanizados. Já a pesquisa de campo, possibilitou melhor entendimento

do funcionamento interno destes locais.

Nesta etapa apresentam-se o plano de necessidades, o quadro de

áreas, fluxograma e organograma detalhados, visando atingir os objetivos

desta pesquisa para futura elaboração do projeto arquitetônico.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em um primeiro momento foi definido o terreno de implantação levando

em consideração a facilidade de acesso, possibilitando atendimento aos

municípios do entorno e a proximidade a outras unidades de saúde. Segundo o

Plano Diretor Municipal (2006) o terreno localizado no âmbito do bairro Nova

Rússia, na Avenida João Manuel dos Santos Ribas, situa-se na Zona

Comercial (ZCOM). Posteriormente foi elaborado um organograma preliminar

definindo os setores e possibilitando a criação de um fluxograma geral do

estabelecimento (Figura 01).

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Figura 01 – Fluxograma Geral. Fonte: Autora, 2016.

Para a definição do quadro de áreas (Figura 02) primeiramente

determinou-se o número de internações, baseando-se na Portaria 1.101/02 do

Ministério da Saúde que estabelece os parâmetros de cobertura assistencial. A

Portaria determina que para um total de 4.090 crianças, 37 internações seria o

mínimo esperado. Buscando dar maior assistência a população o projeto prevê

um número de instalações 35,13% além do estabelecido pela norma. Para o

dimensionamento prévio das áreas utilizou-se o Manual Prático da Arquitetura

Hospitalar, escrito por Ronald Góes.(2004)

ADMINISTRAÇÃO 261 m² INTERNAÇÃO 544 m²

PEDAGÓGICO 410 m² REABILITAÇÃO MOTORA 1307 m²

CENTRAL DE DIAGNÓSTICO 359 m² REAB. PSÍQUICA E CONSULTÓRIOS 421 m²

OFICINA ORTOPÉDICA 333 m² SERVIÇOS 232 m?

ÁREA PRÉVIA TOTAL 4.482 m² ANEXOS 615 m²

Figura 02 – Quadro de áreas. Fonte: Autora, 2016.

Com base na subdivisão dos setores produziu-se o estudo de

implantação e determinou-se o número de acessos. Foram previstos cinco

acessos à edificação, sendo o acesso principal para visitantes, o acesso para a

loja ortopédica e o acesso para ônibus e vans localizados em frente à avenida

principal; e o acesso de serviços pelas ruas laterais, distribuindo os fluxos.

Em seguida elaborou-se a setorização das áreas na volumetria de

acordo com a necessidade de proximidade dos mesmos. No setor

administrativo é o controle de atendimento, devendo ser de fácil acesso aos

outros setores, assim como o setor de serviços, que é responsável pela

manutenção e limpeza do edifício.

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A internação foi implantada na face norte garantindo maior incidência de

iluminação nos leitos e próxima à central de diagnósticos, uma vez que os

pacientes que se utilizam dela necessitam frequentemente de algum tipo de

exame e também ao setor de reabilitação motora, facilitando o fluxo de

pacientes que não tem condições de se locomover.

O setor de reabilitação psíquica e consultórios, e o setor pedagógico

também estão voltados ao norte proporcionando maior conforto higrotérmico

dos ambientes internos. A escolha de implantação do setor pedagógico, que

contém a sala de musicoterapia, no último pavimento proporcionou maior

conforto acústico devido seu isolamento.

CONCLUSÃO

Por meio da pesquisa bibliográfica e de campo ampliou-se os

conhecimentos sobre o tema, obtendo os dados necessários para a elaboração

do organograma, fluxograma e quadro de áreas, possibilitando assim a futura

elaboração do projeto arquitetônico da clínica infantil.

O projeto será embasado utilizando os estudos arquitetônicos dos

ambientes de saúde e as diversas maneiras de tornar os ambientes

humanizados. Promovendo a integração das tecnologias disponíveis para

diagnósticos e tratamentos, às necessidades de cada usuário, contribuindo

para o seu bem estar biopsicosocial e favorecendo sua reabilitação.

Através deste trabalho pretende-se contribuir para um melhor

entendimento da influência da arquitetura sobre o processo de reabilitação,

sendo esta responsável por estabelecer harmonia entre o ambiente físico e os

valores humanos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1101/GM em 12 de junho de 2002. DATASUS - CNES. Cadastramento Nacional dos Estabelecimentos de Saúde. Estabelecimentos de Saúde do Município: Ponta Grossa. Disponível em: <http://cnes.datasus.gov.br.> Acesso em: 12 fev. 2016.

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DE GÓES, R. Manual Prático da Arquitetura Hospitalar. São Paulo: Edgar Blucher, 2004. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco de Dados Agregados. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br.> Acesso em: 12 fev. 2016. MODESTO, F. Psicodinâmica das cores em comunicação. 2ª Edição. São Paulo: Edgar Blücher, 1986. ONU. Organização Mundial da Saúde. Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade e Saúde. 2001. PECCIN, A. Iluminação hospitalar. Estudos de caso: espaços de internação e recuperação. Dissertação (Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2002. PONTA GROSSA. Plano Diretor Participativo. Ponta Grossa: 2006. Disponível em: <http://geo.pg.pr.gov.br/portal/planodiretor/4.3_lei_zoneamento_pmpg.pdf>. Acesso em: 29 de jan. 2016. VASCONCELOS, R.T.B. Humanização de ambientes hospitalares: características arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior. Dissertação (Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: 2004.

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QUEBRA DE TABOO: UNIVERSO LGBT NA PROPAGANDA BRASILEIRA

NETO, Ademir B. E-mail: [email protected]; RIBEIRO, Karyn L. E-mail: [email protected]; DIAS, Crislaine. E-mail: [email protected]; SENEIKO,

Fernanda M. E-mail: [email protected]; NETTO, Robson J. H. E-mail: [email protected]

RESUMO: O objetivo deste trabalho é demonstrar a evolução da propaganda brasileira com a utilização de personagens LGBT em campanhas publicitárias. Com de estudos de caso, em sites de jornais, revistas, institutos, entre outros, foi realizada uma pesquisa satisfatória. Em conclusão, percebeu-se que muitas marcas já têm utilizado desses personagens em campanhas sem nenhum receio de opiniões negativas da sociedade, e assim, fazendo uso e enaltecendo a diversidade de forma mais abrangente. Palavras-chave: propaganda, LGBT, diversidade

INTRODUÇÃO

O Brasil é um país laico, de acordo com o instituto de pesquisa Pew Research

Center, ele é o segundo mais católico do mundo, ficando atrás apenas dos

EUA. Um país onde a religião determina quase todas as decisões que são

tomadas quando se diz respeito aos cidadãos.

No país, nota-se que muitas propagandas acabam sendo censuradas até

mesmo pelo CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária),

já em outros países, propagandas do mesmo cunho e/ou até mesmo mais

“pesado” são transmitidas em mídias como a televisão, internet e impressos.

Até pouco tempo, propagandas que simplesmente usavam a palavra “sexo”,

possuíam alguma frase com duplo sentido ou com conotação levemente

sexual, eram censuradas e retiradas de veiculação. Um bom exemplo disso é a

propaganda da Havaianas em que uma avó faz referência a sexo casual para a

neta em um restaurante.

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Enquanto isso no Brasil, recentemente a propaganda começou a abordar o

universo LGBT, já que fora do país essas propagandas que utilizam de

personagens de diferentes identidades de gênero são comuns.

O Brasil é um país de grande porte, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística), possui mais de 206 milhões de pessoas, sendo que

estatisticamente falando, a cada 20 segundos uma nova pessoa nasce, então,

podemos dizer que a cada minuto um indivíduo LGBT nasce no país. Pegando

apenas a cidade do Rio de Janeiro, em 2009 foi feito um estudo onde 19,3% da

população masculina se dizia Homossexual e/ou Bissexual. Mesmo não sendo

nem 20%, é um número bastante expressivo. Em 2010 em uma pesquisa

realizada pelo IBGE, foi identificado cerca de 60 mil casais gays no país. Hoje

esse número praticamente duplica.

Levando em consideração as informações mostradas acima, conclui-se que o

país apesar de ser extremamente religioso, possui um número expressivo de

cidadãos LGBT e sendo assim, as propagandas que utilizam personagens

desse meio além de importantes, mostram-se necessárias para a normatização

desse público. A intenção é demonstrar que fazer parte do grupo LGBT é “tão

normal tanto quanto ser heterossexual”, tornando a publicidade uma ferramenta

de apoio contra a discriminação e uma forte influenciadora da sociedade.

MATERIAL E MÉTODOS:

A ideia para a pesquisa surgiu em meados de 2015, quando a marca O

Boticário lançou a campanha do dia dos namorados daquele ano com temática

LGBT, onde em determinado momento da narrativa surgiam casais do mesmo

sexo trocando presentes. O Conselho Nacional de Autorregualmentação

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Publicitária - CONAR, abriu processo para análise da propaganda para que, se

necessário, a mesma fosse retirada de veiculação, mas logo foi absolvida após

reclamações.

A campanha do dia dos namorados do ano de 2015 do O Boticário ganhou o

Grand Effie (prêmio máximo) no Effie Wards Brasil 2015.

Inicialmente foi realizada uma pesquisa sobre a regulamentação das

propagandas em geral, juntamente àquelas que são censuradas ou que podem

correr esse risco. Após isso, foram pesquisadas 15 propagandas com temas

alternativos, explícitos e/ou com referências, e também novas propagandas

que faziam uso de personagens LGBT.

Para realização da pesquisa quantitativa-qualitativa, segundo Vânia Maria do

Nascimento Duarte (2016), pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que não

pode ser mensurável, pois a realidade e o sujeito são elementos indissociáveis

e na pesquisa quantitativa ela se traduz por tudo aquilo que pode ser

quantificável, ou seja, ele iria traduzir em números as opiniões e informações

para então obter a análise dos dados e, posteriormente, chegar a uma

conclusão.

Para a elaboração do trabalho foi utilizada a ferramenta Google Forms. Foram

entrevistadas 15 pessoas, de ambos os sexos. Os tópicos abordados foram

simples, como a religião, idade e identidade sexual da pessoa, o que ela acha

da comunidade LGBT e o que ela pensa a respeito das propagandas que

abordam esse tema.

RESULTADOS E DISCUSSÕES:

Com o resultado da pesquisa, relatamos que em média 70% dos

entrevistados são católicos. Apoiam a comunidade LGBT, e acham que a

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abordagem desses personagens é inteligente e satisfatória. Desses 70%,

metade possuem diferentes identidades de gênero.

Percebe-se que, com o passar do tempo, grandes marcas como Dove, Adidas

e até a Renault optaram por abranger seus personagens para esse público,

mesmo ficando sujeitas à críticas e reclamações. O consumidor ficou dividido,

uma pequena porcentagem ainda não aceita essa abrangência e tende a fazer

reclamações para tentar tirar do ar, mas uma grande maioria não enxerga nada

de errado ao utilizar tais personagens. A política de posicionamento destas

marcas, em relação à ataques e respostas negativas, foi realizada de forma

tranquila, não atacando diretamente os críticos, e muitas usaram de humor

para isso como a Adidas em sua última propaganda. Sendo assim, nota-se que

muitas marcas, tanto grandes quanto pequenas empresas e outras

organizações estão se tornando “parceiras” desse público, sem demonstrar

nenhum receio ou até mesmo “vergonha” de o representar na propaganda

nacional.

Esse novo tipo de publicidade que aborda a comunidade homoafetiva é

denominada friendly ou colorida.

CONCLUSÃO:

Com este trabalho conclui-se que, apesar da rejeição de alguns grupos

da sociedade, existe um espaço para esse público na publicidade em cenário

nacional, pois além de ser um público crescente, existem aqueles que o

apoiam, que simpatizam com a causa.E também, com as marcas interagindo

cada vez mais com esses personagens, pode-se afirmar que a época da

propaganda no Brasil retrógrada está finalmente ficando para trás, trazendo

assim um novo cenário para a publicidade brasileira.

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REFERÊNCIAS:

Pesquisa coloca o Brasil como o segundo maior país cristão do mundo, atrás apenas do

EUA, GOSPEL, 08 de Janeiro de 2016. (https://noticias.gospelmais.com.br/brasil-maior-pais-

cristao-mundo-eua-81014.html)

O ano em que a religião colonizou a política, LAPAROLA, 03 de Setembro de 2014.

(http://www.laparola.com.br/o-ano-em-que-a-religiao-colonizou-a-politica)

Propaganda Havainas, YOUTUBE, 04 de Setembro de 2009.

(https://www.youtube.com/watch?v=KxgTJMZo8Kg)

CONAR abre processo sobre comercial de O Boticário com casais gays após 30

reclamações, FOLHA DE S.PAULO, 03 de Junho de 2015.

(http://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2015/06/1637409-conar-abre-processo-sobre-comercial-de-o-

boticario-com-casais-gays-apos-30-reclamacoes.shtml)

CONAR “absolve” Boticário por propaganda com casais gays, G1, 16 de Julho de 2015.

(http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2015/07/conar-absolve-boticario-por-

propaganda-com-casais-gays.html)

Propaganda de O Boticário com casais gays vence prêmio publicitário, G1, 20 de Outubro

de 2015. (http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2015/10/propaganda-da-

boticario-com-casais-gays-vence-premio-publicitario.html)

Pesquisa quantitativa e qualitativa, MONOGRAFIAS BRASIL ESCOLA, 15 de Setembro de

2016.(http://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/pesquisa-quantitativa-

qualitativa.htm)

12 propagandas brasileiras inclusivas que mostram amor gay, REVISTA LADO A, 28 de

Maio de 2015. (http://revistaladoa.com.br/2015/05/noticias/12-propagandas-brasileiras-

inclusivas-que-mostram-amor-gay)

Adidas responde com perfeição a comentários homofóbicos contra sua campanha do

dia dos namorados, HYPENESS INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE PARA TODOS, Fevereiro de

2016. (http://www.hypeness.com.br/2016/02/adidas-responde-com-perfeicao-a-comentarios-

homofobicos-contra-sua-campanha-do-dia-dos-namorados/)

Desde a década de setenta, em setenta comerciais: As representações LGBT na

publicidade e propaganda veiculadas na televisão brasileira, LUME, 05 de Junho de 2015.

(http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/132742/000980128.pdf?sequence=1)

A publicidade colorida: considerando justa “toda forma de amor”, PORTAL INTERCOM,

08 de Julho de 2016. (http://www.portalintercom.org.br/anais/nordeste2016/resumos/R52-1676-

1.pdf)

Boticarizou: o diálogo entre a publicidade e os elementos contra-hegemônicos, DSPACE,

2016. (http://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/43440)

A publicidade como construção da memória do futuro: “Pelo direito à indiferença”,

REVISTA UNIOESTE, 2008.

(http://e-revista.unioeste.br/index.php/trama/article/viewArticle/2355)

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ASFALTO–BORRACHA: UMA ALTERNATIVA ECOLOGICAMENTE CORRETA DE SE MELHORAR A

QUALIDADE DA MALHA RODOVIÁRIA

BONETTI, P. E – mail: [email protected] CRISTO, W. E –

mail:[email protected]; WOLNIEVSKI, P. E – mail: [email protected] KULLER, A.; E –mail: [email protected] SILVA, H. E – mail:

[email protected].

RESUMO: O presente trabalho possui como objetivo discorrer sobre as características e os benefícios da utilização do asfalto-borracha, relatando o acréscimo de qualidade e desempenho nas rodovias, bem como a utilização de materiais poluentes ao meio ambiente, como fonte de matéria prima no processo de produção dessa tecnologia. A metodologia aplicada foi de caráter bibliográfico, valendo-se de publicações relevantes sobre o tema, na internet, assim como em fontes bibliográficas disponíveis. Através do estudo sobre o assunto, foi possível concluir que não só o mercado de trabalho, mas também que a sociedade em si, exigirá dos profissionais de engenharia, uma capacidade de criar e desenvolver materiais mais eficientes e ao mesmo tempo menos agressivos ao meio ambiente. Nesse contexto, o asfalto–borracha surge como uma ótima opção para otimizar as rodovias, através do aproveitamento das características dos pneus inservíveis, materiais que até então, apresentam-se como agentes poluidores do meio ambiente.

Palavras chave: asfalto-borracha, rodovias, meio ambiente.

INTRODUÇÃO

No decorrer da história, o Brasil presenciou o setor rodoviário consolidar-

se como principal modal de transporte do nosso país. No entanto, apesar de

sua inquestionável importância para o desenvolvimento da nação, esse sistema

logístico não vem desempenhando todo seu potencial, devido principalmente,

ao mau estado de conservação de suas rodovias.

De acordo com o relatório gerencial sobre as rodovias brasileiras,

realizado em 2015 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o país

apresenta cerca de 213.299 km de rodovias asfaltadas (CNT, 2015), porém a

grande maioria não possui as condições ideais de utilização.

Outro fator decorrente do setor de transporte rodoviário, e que vem

causando sérias preocupações ambientais, consiste no descarte inadequado

de dos pneus utilizados pela frota rodoviária. Mesmo com a existência de

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órgãos como a Agência Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que

criou o programa de coleta e destinação de pneus inservíveis, quantidades

significativas continuam a possuir como destino final o meio ambiente,

causando a proliferação de insetos, entre eles o Aedes aegypti, mosquito

transmissor da dengue.

Em meados da década de 60, com o intuito de desenvolver uma

tecnologia que surgisse como solução para conciliar ambos os problemas,

Charles H. Macdonald desenvolve na cidade norte americana de Phoenix, um

asfalto que utiliza em sua composição a borracha resultante dos pneus

descartados. Dessa maneira, ele conseguiu melhorar significativamente a

qualidade do asfalto local, além de encontrar uma destinação apropriada para

os pneus inservíveis.

No Brasil a utilização do asfalto-borracha se dá a partir do ano 2000,

através do pioneirismo de algumas empresas como, Ecorodovias, Univias e

também do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-

RJ).

MATERIAL E MÉTODOS

O método utilizado para realização do presente trabalho foi de cunho

bibliográfico, onde teve por objetivo o estudo e obtenção de conhecimentos

relevantes acerca do tema abordado, a partir de publicações e periódicos em

fontes bibliográficas disponíveis, bem como através de publicações, artigos e

sites de empresas especializadas no assunto.

A coleta de dados foi realizada junto ao conteúdo eletrônico da empresa

Greca Asfaltos, com sede na cidade de Araucária – PR, além de informações

obtidas no relatório gerencial de rodovias da Confederação Nacional do

Transporte (CNT).

Também foram realizadas pesquisas de fonte secundária, em artigos de

anais, artigos eletrônicos e boletins, que se caracterizam como contribuições já

publicadas sobre o tema estudado.

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Procurou-se nas fontes pesquisadas, informações e dados que apontem a

viabilidade técnica e econômica referente a utilização do asfalto–borracha nas

rodovias, com o intuito de analisar se tal tecnologia tem potencial para

aumentar a eficiência do pavimento das estradas e reduzir o descarte

inadequado de pneus inutilizados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O asfalto-borracha consiste de uma adição de pó de borracha, extraído

do pneu por meio de empresas especializadas, ao cimento asfáltico de petróleo

(CAP). Como resultado, obtemos um asfalto que adquire e se beneficia das

características associadas à borracha, como a capacidade de não perder as

características funcionais por causa da variação de temperatura ou

intempéries, e as vantagens de aumentar a estabilidade e prolongar a vida útil

do pavimento.

De acordo com Paulo Rosa (MAZZONETTO, 2011), engenheiro-

assessor de projetos especiais da Ecorodovias, o teor de borracha aplicado ao

CAP varia em torno de 5 à 25%, e quanto maior essa porcentagem, mais

eficiente será o asfalto. O engenheiro afirma ainda que em geral, o pavimento

de asfalto-borracha é cerca de 40% mais resistente do que o asfalto

convencional (MAZZONETTO, 2011). Outra característica da borracha, que é

aproveitada no asfalto, é a maior aderência, que reduz a ocorrência de

derrapagens e o spray decorrente da passagem dos pneus em dias chuvosos.

Um dos empecilhos para a utilização em larga escala do asfalto-

borracha pode ser o custo, em geral 30% mais caro, uma vez que se necessita

de processos industriais para incorporar a borracha ao material asfáltico. Desse

modo, será necessário um estudo de viabilidade, que comprove as vantagens

econômicas em se adicionar a borracha com o intuito de melhorar a resistência

ao impacto do tráfego e das intempéries no asfalto.

Devemos levar em consideração, que mesmo o asfalto–borracha

apresentando despesas mais elevadas em relação ao asfalto comum, as

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vantagens conferidas às rodovias compensam o investimento. Se

analisarmos que a tecnologia aplicada oferece uma resistência 40% maior que

a técnica comumente utilizada no Brasil, torna-se evidente, que em médio

prazo, a técnica já apresenta a viabilidade econômica necessária para sua

ampla aplicação. A questão ambiental se apresenta como outro fator a

impulsionar a utilização do asfalto–borracha.

CONCLUSÃO

No contexto global em que vivemos, onde se torna cada vez mais

indiscutível a necessidade de se tomar decisões levando em consideração os

benefícios ambientais, é claramente visível que os profissionais das

engenharias terão grande responsabilidade e dever em descobrir tecnologias,

que além de preservar o meio ambiente, sejam viáveis e que otimizem as já

existentes.

Torna-se claro que durante o desenvolvimento do asfalto–borracha,

observou-se duas necessidades distintas, a de melhoria da malha rodoviária e

a da destinação correta dos pneus, a partir da identificação de duas

necessidades e da utilização de um pensamento empreendedor, e ao mesmo

tempo sustentável, as duas foram conciliadas, e de um problema acabaram se

tornando uma solução.

REFERÊNCIAS

GRECA ASFALTOS. Asfalto Ecológico, Ecoflex, 2012. Disponível em:

< http://www.asfaltoecologico.com.br/>. Acesso em: 11 out. 2016, 20:32.

Mazzonetto, C. Asfalto-borracha. Infraestrutura Urbana, Dez. 2011. Disponível em:

< http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/11/asfalto-borracha-a-adicao-de-po-de-borracha-extraido-de-245173-1.aspx>. Acesso em: 11 out. 2016, 17:45.

Pesquisa CNT de rodovias 2015: relatório gerencial. – Brasília: CNT: SEST: SENAT, 2015.

RECICLANIP. Elementos sobre a Destinação Ambientalmente Adequada de Pneumáticos Inservíveis, jul. 2008. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/83C56F5F/PropANIP_ElementosDestPneus.pdf>. Acesso em: 10 out. 2016, 20:40.

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A ARQUITETURA COMO ELEMENTO FACILITADOR DO

DESENVOLVIMENTO PESSOAL NOS CENTROS

SOCIOEDUCATIVOS

CLARINDO, A. G. E-mail:[email protected]; MIGLIORINI, J. M. E-

mail:[email protected]; CLARINDO, F. M. E-mail:[email protected]

Resumo: A realidade dos espaços destinados aos jovens infratores não condiz com as prerrogativas do Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê um espaço educativo e inclusivo e não uma réplica do sistema prisional. O presente trabalho teve como objetivo apresentar uma nova forma de projetar um Centro Socioeducativo, na cidade de Ponta Grossa-PR, em um terreno que possui fácil acesso de diferentes pontos da cidade. Seguindo a premissa de que o espaço construído deve condizer com a realidade dos internos, com o objetivo de auxiliar a ressocialização do individuo, utilizando a arquitetura como elemento promotor do desenvolvimento pessoal. Posteriormente, para finalização deste trabalho, será realizado o projeto arquitetônico desta instituição, para tal foi estudado um programa de necessidades específico, juntamente com um organograma, com os setores necessários. Por fim, acredita-se que uma infraestrutura adequada pode ser essencial para quebrar o paradigma que existe na sociedade, em relação aos menores infratores.

Palavras-chave: Reclusão, menores infratores, ressocialização.

Introdução

A cidade de Ponta Grossa, atualmente, possui somente um CENSE -

Centro Socioeducativo, este absorve demanda de outras regiões do estado.

Apesar de a edificação ter sido projetada para este uso específico, observa-se

que o espaço passa por constantes reformas para atender os adolescentes em

conflito com a lei. Isso ocorre para adequar o edifício ao projeto pedagógico

aplicado nesse centro.

O objetivo deste trabalho é elaborar um projeto arquitetônico de um

CENSE, para a reeducação e reinserção de menores infratores na sociedade,

projetando um espaço humanizado e funcional que descentralize o sistema de

reclusão, unificando e integrando o atendimento ao adolescente. Parte-se,

portanto, de um projeto que passe a valorizar a vida em sociedade e não

contribua para que estes adolescentes retornem a vida criminal, como vem

ocorrendo em inúmeros casos no Brasil.

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Este edifício será implantado na cidade de Ponta Grossa-PR, localizada

a 130km da cidade de Curitiba-PR. O terreno escolhido possui

aproximadamente 29.000m², está inserido em um bairro que possui fácil

conexão com o centro da cidade, além de estar próximo a importantes

equipamentos públicos urbanos. O zoneamento que compreende a área é o

ZR2 - Zona Residencial 2, o qual permite a instalação desta edificação.

Em relação ao usuário, este projeto visa possibilitar o atendimento

especial de adolescentes que cometeram crimes e foram sentenciados

judicialmente a cumprir medidas socioeducativas, o ECA - Estatuto da Criança

e do Adolescente, dita que o período de permanência nessas instituições deve

ser produtivo para o desenvolvimento psicológico, profissional e social dos

mesmos.

Atualmente, no Brasil, aos adolescentes infratores, são aplicadas essas

medidas socioeducativas, uma delas é a privação de liberdade, porém, esta

deve ser cumprida em instituições de internação de âmbito educacional.

A legislação brasileira, em relação aos espaços destinados a internação

de adolescentes em conflito com a lei, possui um histórico longo com seu inicio

datado de 1830, a partir da criação do Código Criminal do Império, que foi onde

ocorreu o primeiro indício de distinção do tratamento entre um adolescente e

um adulto. (SOUZA, 2011). Mesmo com esse indício, ainda não ocorria a

diferenciação entre adolescentes e adultos no sistema prisional.

Segundo Souza (2011), pode-se identificar quatro fases distintas da

evolução dos espaços de internação no cenário brasileiro, sendo elas: a

inexistência de espaços específicos; a internação em reformatórios exclusivos

para menores; mudanças legais, porém mesma estrutura física e por fim a

mudança do paradigma. O que acontece durante muito tempo é a alteração da

terminologia sem a modificação do ambiente, que deveria amparar o

adolescente durante a fase de ressocialização.

O surgimento do Estatuto revela necessidade de se pensar o espaço

arquitetônico dessas instituições. Questiona-se acerca da influência da

estrutura dos Centros Socioeducativos, sejam elas estruturas novas ou

adaptadas, na reincidência criminal destes adolescentes, onde, segundo

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pesquisa divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ (2012),

43% dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de

internação já haviam sido internados pelo menos uma vez.

Outro fator significativo para arquitetura nos Centros Socioeducativos se

dá com a Lei nº 12.594/2012 que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento

Socioeducativo – SINASE, pois é o primeiro documento que relaciona os

parâmetros arquitetônicos com a gestão pedagógica destes centros.

Com o objetivo de unir a organização espacial com a proposta

pedagógica, o SINASE, delimita algumas diretrizes em relação ao programa de

necessidades, áreas mínimas necessárias e também capacidade máxima.

É exatamente neste ponto que reside a inquietação desta pesquisa,

pois, de que forma esta ruptura entre a convivência social e o ‘encarceramento’

do adolescente pode ser atenuada? E ainda, de que forma pode-se garantir a

ressocialização destes adolescentes sem comprometer os critérios de

segurança destas unidades socioeducativas?

Observa-se que os conceitos acerca deste espaço devem ser

repensados, de maneira que o estigma existente em torno do sistema de

reclusão seja rompido e gere uma nova percepção de reinserção, que não

exclua o individuo, mas o acolha em meio à sociedade.

Materiais e métodos

O método adotado nesta pesquisa inicia-se com pesquisa exploratória, a

qual, segundo Gil (2007) possui o objetivo de proporcionar maior familiaridade

com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.

Já em relação à abordagem, se classifica como abordagem multimodal, ou

seja, tanto qualitativa como quantitativa, onde Fonseca (2002, p.20) afirma que

“A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher

mais informações do que se poderia conseguir isoladamente”.

Há necessidade de pesquisar referências relevantes sobre o tema a ser

discutido, assim como a evolução da legislação que abrange as crianças e

adolescentes e também a história dos Centros Socioeducativos no Brasil, tais

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pesquisas se baseiam em livros, teses, artigos científicos, resumos, notícias,

relatórios e websites.

Posteriormente, a análise dos dados coletados juntamente com as

conclusões retiradas dos mesmos, foi realizada a escolha do terreno para

implantação do edifício. Visita à área escolhida, com o propósito de realizar o

levantamento fotográfico, e também a pesquisa cartográfica, para a

visualização de acessos, infraestrutura e equipamentos próximos à área de

implantação. Para a elaboração do organograma, fluxograma e programa de

necessidades, elementos fundamentais para o desenvolvimento do projeto

final, serão seguidas as diretrizes do SINASE.

Resultados Parciais e Discussão

Podemos comprovar que os ambientes vivenciados diariamente

possuem grande efeito no comportamento e na estruturação dos valores

sociais, além de ser um fator determinante do sucesso ou não das atividades

que ocorrem em seu interior. Nos Centros Socioeducativos, a importância dos

efeitos da relação Pessoa-Ambiente é ainda maior devido ao período que o

adolescente permanece no espaço institucional. (OLIVEIRA, 2008)

Dito isso, pode-se partir da premissa de humanizar o espaço de

reclusão, iniciando pelo programa de necessidades, o qual deve ser elaborado

de maneira dinâmica, prevendo o bem estar e a segurança de seus usuários. O

SINASE propõe que o; programa de necessidades seja dividido em etapas,

sendo elas: acesso/controle, administrativo, saúde, serviços, visitas, educação,

oficinas profissionalizantes, lazer, juntamente com esportes e cultura.

Além dessas áreas específicas, o documento estabelece que as áreas

destinadas a esportes e lazer tenham a opção de serem cobertas e

descobertas, incentivando o adolescente a não permanecer recluso no

dormitório. É importante mencionar que cada instituição exige um programa de

necessidades especifico, porém devem-se respeitar as áreas mínimas citadas

no documento. O artigo 168 da lei 12.594/2012 garante o direito, ao

adolescente casado, ou que viva, comprovadamente, em união estável de

receber visitas íntimas.

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Esta edificação atenderá noventa adolescentes, capacidade máxima

autorizada pelas diretrizes do SINASE, destas vagas, 10% será destinada as

adolescentes do sexo feminino, pois, segundo o Conselho Nacional de Justiça,

a média brasileira de internas é de 9%. A separação por gênero ocorrerá nas

moradias e na diferenciação de horários para atividades específicas.

Estima-se que a área total da edificação será de aproximadamente

4.900m², descontando as áreas de praça e circulação, constituída somente de

um pavimento. O programa de necessidades de um Centro Socioeducativo é

complexo, com o intuito de facilitar a compreensão do mesmo foi elaborado um

organograma, que compreende os setores: Acesso e controle; administrativo;

serviços; saúde; visita; lazer, esporte e cultura; educação; oficinas e moradias,

para representar os componentes que formam este projeto.

Observa-se que o setor de acesso e controle está em primeiro plano

neste organograma, pois, segundo diretrizes do SINASE, deve existir somente

um acesso a esta edificação, sendo obrigatório a todos os usuários do edifício

passar pelo controle. A área de visitantes está conectada a área de lazer

devido ao espaço para eventos que se encontram neste setor, as moradias

ficarão distantes da área de acesso e setores onde os internos não circulam

(administrativo e serviços).

Considerações Finais

Através desse trabalho, foi possível identificar a necessidade de

reformular as estruturas dos Centros Socioeducativos no Brasil, pois a

alteração de nomenclatura ocorre há vários anos, mas a estrutura dos prédios

que abrigam essas instituições continuam as mesmas, com características de

prisões, onde os adolescentes se sentem meros detentos e acabam não

passando pelo processo de ressocialização de maneira adequada. Conclui-se

que, a arquitetura pode influenciar positiva ou negativamente no

desenvolvimento social de todos os seres humanos, sendo assim, torna-se

dever do arquiteto fazer o melhor para a sociedade, indiferente de preceitos ou

paradigmas impostos.

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Após a análise dos dados apresentados, será desenvolvido o projeto

arquitetônico deste Centro Socioeducativo, o qual estará adequado às

necessidades dos usuários, de maneira humanizada para que a

ressocialização desses adolescentes ocorra da forma desejada.

Referências

BRASIL. Decreto n. 12.594, de 18 de janeiro de 2012. Institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional. Lex: Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos.

CNJ – Conselho Nacional de Justiça. Panorama Nacional: A Execução das Medidas Socioeducativas de Internação Programa Justiça ao Jovem. Brasil, 2012. Apostila.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

OLIVEIRA, Elena M. D. Por uma arquitetura socioeducativa para adolescentes em conflito com a lei: uma abordagem simbólica da relação pessoa-ambiente. Dissertação (Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal De Santa Catarina. Florianópolis, 2008.

SOUZA, Danielle G. de B. Arquitetura socioeducativa: Os espaços de internação para adolescentes em conflito com a lei: mudanças ocorridas até o SINASE e a sua repercussão na arquitetura. Maceió, 2011. Disponível em: < http://www.vitruvius. com.br/revistas/read/arquitextos/11.131/3832>. Acesso em: 05/06/2016

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A VIABILIDADE DA MECANIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

WOLNIEVSKI, P. E-mail: [email protected] CAMARGO, L.A. E-mail: [email protected] BONETTI, P.R E-mail: [email protected] KULLER, A. E-

mail: [email protected] SILVA, H.C. E-mail: [email protected]

RESUMO: O objetivo deste trabalho é verificar a viabilidade da mecanização na construção civil, pois o avanço na construção civil está cada vez mais constante, e em consequência temos a evolução da mecanização no canteiro de obras. O trabalho com esses equipamentos é irreversível, não para a substituição da mão de obra, mas para dotar a construção civil de opções que reduzam os tempos de execução, incrementem a precisão e garantam elevado nível de segurança. Com o custo da mão de obra especializada cada vez mais crescente, e a necessidade de aprimorar os índices de produtividade, várias construtoras e incorporadoras estão investindo em estudos de viabilidade da mecanização nos canteiros de obras da construção civil. O uso de máquinas e equipamentos nas obras melhora a produção, reduz os desperdícios de materiais, diminuem o número de homem/apartamento produzido e, com isso, diminui os custos fixos. A mecanização tem grande importância financeira, mas ela deve ser planejada para organizar a os processos produtivos e aumentar a qualidade dos serviços realizados. Para que se tenha uma economia de recursos é necessário saber quais equipamentos serão utilizados e onde eles devem ser empregados, dependendo também do tipo de obra, mão de obra e tecnologia aplicada.

Palavras-chave: custos, mecanização, qualidade.

INTRODUÇÃO:

A construção civil é uma das áreas que está em contínuo

desenvolvimento e a mecanização desempenha um papel cada vez mais

importante. A evolução nos processos de produção fez com que ficasse mais

frequente o uso de máquinas e equipamentos nos canteiros de obras já que ela

diminui gastos, tempo e desperdícios de materiais e, oferece um melhor custo-

benefício em relação aos processos manuais. “A mecanização da construção

civil incorpora conceitos de produtividade e de substituição do esforço humano,

aliados ao aprimoramento das tecnologias demandando equipamentos”,

explica o professor Souza (2005).

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Contudo, se faz necessário um estudo de viabilidade dos equipamentos

antes de iniciar uma obra. Pois o planejamento garante um cronograma sem

atrasos e eleva a qualidade dos serviços.

Veremos também a seguir, um estudo de viabilidade da mecanização da

ECB Engenharia, no edifício Palazzo Masini, localizada na Rua Dr Paula

Xavier, 615, Vila Estrela, em Ponta Grossa, uma obra de grande porte, onde há

um grande volume de material, e sem a mecanização, seria impossível o

cumprimento dos prazos.

MATERIAL E MÉTODOS:

O método utilizado para a elaboração do trabalho foi por meio de

pesquisas coletadas na ECB Engenharia onde foram observadas as vantagens

da mecanização na obra. Isso aconteceu através da participação dentro da

obra, desde seu início com a fundação, utilizando máquinas para

terraplanagem e fundação até o uso de gruas, na obra avançada.

Outras fontes de pesquisa foram bibliográficas, com artigos e sites de

empresas que são especializadas no assunto. Essas, por sua vez, ajudaram a

definir e dar ênfase para a importância da mecanização não somente no

Edifício Palazzo Masini, mas em qualquer obra da construção civil.

Conforme imagem 1, temos o edifício Palazzo Masini em andamento,

onde podemos observar o uso de equipamentos de mecanização, por exemplo,

a grua. Esse equipamento permite a elevação e a movimentação de cargas e

materiais pesados, facilitando o forte ritmo de produção.

Imagem 1: Vista Superior Edifício Palazzo Masini

Fonte: Vídeo ECB Engenharia (2016)

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Já na imagem 2, podemos observar o edifício finalizado, com

apartamentos de alto padrão e com ótima localização tendo uma área de lazer

de 2.050 m² e uma infraestrutura com padrão elevado.

Imagem 2: Perspectiva do Edifício Palazzo Masini

Fonte: ECB Engenharia (2016)

RESULTADOS E DISCUSSÕES:

De acordo com a Construtora a definição de quais equipamentos a ser

utilizado e quando se deve substituir a mão de obra ou equipamentos mais

antigos por máquinas mais modernas, depende muito do tipo da obra. Se

tratando de uma obra de grande porte como é o caso, o uso da mecanização

torna-se bastante viável.

A primeira etapa é o planejamento dos equipamentos a serem

empregados tendo uma economia de recursos, levando em consideração o

custo benefício, rapidez, segurança dos trabalhadores e a qualidade do produto

final.

As aquisições de equipamentos grandes como gruas e elevadores de

cargas garantem pontualidade no cumprimento do cronograma, sem elevar o

custo indireto, além da redução de número de operários no canteiro.

Quando se fala em redução de operários, não significa necessariamente

que o operário perde importância, pelo contrário. A pesar de a tendência ser a

diminuição do numero de trabalhadores na obra, há uma vantagem na

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especialização do trabalhador, o que acarretará em uma melhora nas

condições de emprego e nos salários do setor. A ECB investe na melhoria dos

funcionários, até porque as ferramentas de trabalho utilizadas são mais caras.

CONCLUSÃO:

O manuseio automatizável produz resultados notáveis na obra, a

diminuição do prazo das construções, a redução dos desperdícios de materiais,

a melhoria da produtividade, possibilitando o aumento na escala de produção e

redução dos preços de venda, e posteriormente, podemos observar também a

melhoria na qualidade final das moradias.

Embora ainda exista um processo construtivo mais convencional, mas a

tendência é a forma industrializada crescer, ou seja, a mecanização nas obras

será cada vez mais constante isso porque é mais barato, rápido e prático.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Disponível em: <http://blogrubensmenin.com.br/mecanizacao-na-construcao-civil>. Acesso

em: 09 Out. 2016, 13:32:25

Disponível em:<http://construcaomercado.pini.com.br/>. Acesso em: 10 Out. 2016, 14:12:35

Disponível em: <http://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/mecanizacao-um-caminho-sem-volta_2450_10_0>. Acesso em: 13 Out. 2016

SOUZA, U.E.L. Como reduzir perdas nos canteiros. São Paulo. Editora Pini, 2005.

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ANÁLISE ERGONÔMICA DE EDIFICAÇÕES POPULARES

UCZAK, A.S.C. E-mail: [email protected] ; RAISSA, M.M. E-mail:

[email protected]; OLIVEIRA, V.C.V. E-mail: [email protected]

RESUMO: A possibilidade de se obter uma moradia digna se caracteriza

como um dos mais importantes direitos do cidadão, e trata-se de um desejo

intrínseco do ser humano. Por meio de incentivos através do Governo Federal,

foi possível promover a inclusão social em edificações populares, a população

de baixa renda deve ter acesso à uma arquitetura acessível e igualitária. A

antropometria quando empregada à arquitetura, garante que as edificações

construídas estejam dentro das proporções relacionadas com a escala

humana. As edificações nem sempre correspondem às reais necessidades

dos moradores, não respeitam medidas básicas de ergonomia, e muito menos

são acessíveis. Por isso, o objetivo desse trabalho é analisar, por meio de

medidas padrões de ergonometria, edificações populares.

Palavras-chave: Ergonomia, Acessibilidade, Antropometria,

Habitação Social

INTRODUÇÃO

As edificações são produzidas para usufruto das pessoas e

para serem ocupadas por elas. As dimensões e movimentos do corpo

humano são os parâmetros que determinam a forma e tamanho dos

equipamentos, mobiliário e espaço.

Todas as pessoas que têm intenção de entender sobre

construção, deve – se ter noção de escala e proporção do que se

deseja projetar, tais como: móveis, salas edifícios, etc. Para se ter

uma noção mais adequada da escala de qualquer coisa é necessário

que vejamos junto dela uma figura humana ou uma imagem que

represente as suas dimensões.

Todos que realizam projetos entendem a importância de o porquê utilizar

certas medidas padrão. Precisam se informar sobre as relações entre os

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membros de um homem normal e qual espaço necessita para se

deslocar, trabalhar, ou descansar em várias posições.

Antropometria é a ciência que estuda as medidas e dimensões físicas do

corpo com sua habilidade e desempenho ao ocupar um espaço em que realiza

várias atividades. Aplicar a Antropometria em projetos de habitação popular é

uma ferramenta que auxilia no processo de desenvolvimento do projeto,

principalmente quanto às questões dimensionais, melhorando assim a

qualidade da habitação. O trabalho tem por objetivo analisar ergonomicamente

edificações populares que fazem parte do programa minha casa minha vida,

exemplificadas por meio de planta de layout de um apartamento.

MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia consistiu em realizar uma revisão bibliográfica sobre os

conceitos envolvidos na presente pesquisa, podendo dessa forma realizar uma

contextualização do projeto escolhido como objeto de estudo. Posteriormente,

foi feito a análise ergonômica do layout escolhido como objeto de estudo, a

partir das medidas de ergonometria apresentadas por Gurgel (2011) e Neufert

(2013). A partir disso, pode-se tirar reflexões e conclusões pertinentes ao

projeto.

DISCUSSÃO E RESULTADOS

Como é de se notar, o corpo humano é usado como unidade de medida

e de referência da escala e proporção da edificação, e o

conhecimento das suas dimensões e da sua mecânica de articulação

é imprescindível ao projeto arquitetônico, que procura a melhor relação entre

o edifício e aquele que fará uso do espaço edificado. (BOUERI, 2008)

Na década de 1990, um grupo de arquitetos e defensores de uma

arquitetura e design mais centrados no ser humano e sua diversidade reuniu-se

no Center for Universal Design, a fim de estabelecer critérios para que

edificações, ambientes internos, urbanos e produtos atendessem a um maior

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número de usuários. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2016).

Esse grupo definiu os sete princípios do Desenho Universal, sendo eles: o

equitativo: ambientes, objetos e produtos que possam ser usados por pessoas

com diferentes capacidades, tornando todos os espaços iguais; uso flexível:

planejar produtos que atendam pessoas com habilidades distintas, sendo

adaptáveis a diferentes formas de uso; uso simples e intuitivo: de simples

entendimento, compreensível para qualquer pessoa independente de sua

idade, conhecimento, habilidade de linguagem ou nível de concentração;

informação de fácil percepção: quando a informação necessária é comunicada

de modo que atenda às necessidades do receptador; tolerância ao erro:

previsto para minimizar riscos e possíveis consequências de ações eventuais

ou não propositadas; esforço físico mínimo: para ter seu uso eficaz, com

comodidade e o mínimo de fadiga; dimensionamento de espaços para acesso

e uso abrangente: que determina dimensões e espaços adequados para o

acesso, alcance, manipulação e uso, independente das dimensões de um

corpo, da postura ou mobilidade do usuário. (MACE, 1987)

Conforme Miriam Gurgel (2013), a ergonomometria é a ciência que

combina as características físicas do corpo humano, a fisiologia e fatores

psicológicos, a fim de incrementar a relação existente entre meio ambiente e

seus usuários. É fundamental que tenhamos espaços projetados

especificamente para sua função. Portanto, aplicar os conceitos e padrões

ergonométricos num projeto é indispensável.

As medidas humanas quando aplicadas à arquitetura sempre

possibilitaram a construção de edifícios dentro de proporções e

harmonia relacionadas com a escala humana. (BOUERI, 2008)

Uma moradia digna contempla as necessidades do ser humano em

todas as etapas e circunstâncias da vida. Por isso, quando falamos em

habitação inclusiva, referimo-nos a um conceito muito mais amplo do que a

simples adaptação de imóveis para atender situações específicas, como

dificuldade ou incapacidade de locomoção, deficiência visual, auditiva ou de

qualquer natureza. (NASSRALLAH, 2010).

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Neufert (2013), descreve que todas as edificações deverão ser

acessíveis e possibilitar o uso pleno por qualquer pessoa. Os usuários devem

estar completamente seguros de sua independência, livres de qualquer ajuda

externa. Isto é válido para pessoas com necessidades especiais (PNEs),

especialmente para o cadeirante.

A planta analisada possui uma área de 48 m² e contém dois dormitórios.

Ela está localizada no estado do Paraná, na cidade de Ponta Grossa, bairro

Jardim Carvalho. Esse edifício faz parte do Programa Minha Casa Minha Vida

(Figura 1). O Programa Minha Casa Minha Vida é um programa criado pelo

Governo Federal, como uma iniciativa ao direito à moradia nas áreas urbanas,

no qual oferece condições atrativas de financiamento para famílias de baixa

renda, em parceria com estados, municípios, empresas e entidades sem fins

lucrativos.

Planta de Layout– Apartamento

De acordo com Miriam Gurgel (2011), existem algumas medidas

ergonômicas a serem seguidas, as quais divergem das medidas encontradas

na planta analisada. O espaço entre as camas encontrado foi de 57 cm, sendo

que o recomendado para uma distância mínima é 60 cm. O tamanho padrão da

cama de solteiro é de 70 a 90 cm por 190 cm, no entanto o que consta no

layout disponível é de 190 cm x 91,5 cm. O espaço entre a cama de casal e

parede foi de 54 cm, porém o proposto por Gurgel é de no mínimo 60 cm,

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sendo que o ideal seria entre 70 a 80 cm. A medida padrão de uma cama de

casal é de 140 cm x 190 cm, todavia a cama de casal colocada na planta mede

190 cm x 137 cm. Uma bancada para refeição considerada ideal deve ter uma

profundidade de 50 cm, contudo o que consta no desenho é uma profundidade

de apenas 26 cm. A medida encontrada da geladeira foi de 71,6 cm x 71,6 cm,

sendo a distância entre a geladeira e a bancada de 73 cm, impossibilitando que

uma pessoa possa utilizar a bancada e abrir a geladeira ao mesmo tempo O

espaço para circulação entre a mesa da sala de jantar e a parede é de no

mínimo 90 cm, mas a medida encontrada foi de 74,5 cm. O espaço entre a

parede e vaso sanitário é de 52 cm, sendo o ideal para a circulação de no

mínimo 60 cm.

Segundo Neufert (2013), para um local ser acessível para um cadeirante

as medidas das áreas de movimentação devem ser entre 0,90 m e 1,80 m para

execução de curvas de retorno em cada ambiente, deve-se projetar uma

largura e profundidade de no mínimo 1,50m.

CONCLUSÃO

A planta de layout analisada é algo meramente ilustrativo, já que não

atende as mínimas condições de ergonometria, apresentando algumas

medidas fora do padrão. Os projetos realizados pelo programa Minha Casa

Minha Vida, não respeitam as medidas básicas de acessibilidade,

impossibilitando que algumas pessoas, com mobilidade reduzida, utilizem de

forma confortável esse espaço. Não se deve mais considerar os projetos que

não respeitem as proporções do corpo humano e nem suas limitações.

Espaços mal projetados, inapropriados aos seus usuários, são a consequência

da falta de pesquisa e entendimento das necessidades referente à execução

de algumas tarefas específicas. Priorizar o conforto e o bem-estar, deveria ser

o objetivo principal de qualquer projeto.

REFERÊNCIAS

BOUERI, Jorge. Antropometria aplicada à arquitetura, urbanismo e desenho industrial:

manual de estudos. 1 ed. São Paulo: Estação das Letras e Cores,2008. 151 p.

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CAIXA. Minha Casa Minha Vida – Habitação Urbana. Disponível em:

<http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/minha-casa-minha-vida/urbana/Paginas/default.aspx>.

Acesso em: 12 out. 2016.

GURGEL, Miriam. Projetando espaços: design de interiores. 4. ed. São Paulo: Senac São

Paulo, 2011. 224 p.

GURGEL, Miriam. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas

residenciais. 7. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2013. 304 p.

MACE, L. Ronald; HARDIE, J. Graeme; PLACE, P. Jaine. Accessible Environments: Toward

Universal Design. Disponível em: <

https://www.ncsu.edu/ncsu/design/cud/pubs_p/docs/ACC%20Environments.pdf> . Acesso em:

11 set. 2013.

MRV. Imóveis à venda. Disponível em: <

http://www.mrv.com.br/imoveis/apartamentos/parana/pontagrossa/jardimcarvalho/pontaldoscam

pos >. Acesso em: 12 out. 2016.

NASSRALLAH, M. Casa acessível – Casa para vida inteira – Desenho Universal. Disponível

em: <http://marcianassrallah.com.br/?p=1009>. Acesso em 13 out. 2016.

NEUFERT, Ernst; NEUFERT, Peter. Arte de projetar em arquitetura. 18. ed. totalmente rev. e

ampl. Barcelona: Gustavo Gili, 2013. 618 p.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Desenho universal: habitação de interesse

social. Disponível em: < http://www.mp.sp.gov.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual-

desenhouniversal.pdf >. Acesso em 12 out. 2016.

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EXECUÇÃO DE LAJE PROTENDIDA

CAMARGO, L.A. [email protected] WOLNIEVSKI, P. [email protected]

CRISTO, W. S. [email protected] BONETTI, P.R. [email protected] SILVA, H. [email protected]

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo descrever um roteiro simplificado sobre a execução de laje protendida, sistema construtivo que está crescendo em nossa região. A protensão é uma tecnologia que pode ser adotada sempre que for necessário ter vãos maiores com menos vigas e laje com maior capacidade de carga. Executada com cordoalhas engraxadas e plastificadas, a laje protendida é bastante utilizada em hospitais, prédios comerciais e residenciais. Este tipo de laje deve ter concreto com, no mínimo, 25 MPa de resistência e é indicado para vãos grandes, entre 5 m e 15 m de distância entre os pilares. Os cabos devem ser posicionados na laje a ser concretada, conforme o projeto. Depois de lançar o concreto, a protensão dos cabos é feita com um macaco hidráulico após três ou quatro dias.

Palavras-chave: protensão, execução, cordoalha.

INTRODUÇÃO:

O uso da solução em concreto protendido para lajes de edifícios tem crescido

nos últimos anos no Brasil. No fim da década de 1990, o método foi

simplificado com a chegada das cordoalhas engraxadas e plastificadas, que

permitem a execução do sistema não aderente, ou seja, dispensando bainhas

metálicas e injeção de nata de cimento.

De lá para cá, o mercado passou a oferecer materiais complementares mais

eficientes para o sistema. É o caso das bainhas plásticas individuais, mais

resistentes ao manuseio em canteiro, das ancoragens fundidas e das cunhas

bipartidas, sem anel de união.

"A facilidade executiva do sistema pode levar à errada suposição de que

qualquer pessoa medianamente iniciada no processo pode tocar uma obra de

protensão com segurança. Mas a mão de obra envolvida deve ser muito bem

treinada", explica Cauduro (2015).

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A instalação de qualquer elemento deve ser realizada de acordo com o projeto

de engenharia estrutural. Os desenhos devem detalhar número, tamanho,

comprimento, marcação de cores, alongamento, perfil e localização de todos os

cabos, assim como o plano dos apoios.

MATERIAL E MÉTODOS:

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi de natureza

bibliográfica, através de artigos e sites de empresas especializadas no assunto,

e também de pesquisa a campo e documental, tendo como base a obra

Palazzo Masini da empresa ECB Engenharia situada na Rua Dr. Paula Xavier,

615, Estrela, Ponta Grossa PR.

A coleta de informações foi realizada junto ao conteúdo da empresa ECB

Engenharia, além de dados obtidos através de observação participativa da

autora realizada dentro da obra Palazzo Masini.

Para a análise a campo da execução teve-se como base os projetos executivos

da obra, tais como: Projetos de armadura positiva e negativa, projetos de

protensão horizontal e vertical e projeto de formas, verificando se a execução

estava de acordo com os projetos. Também foi analisada a resistência com 3

dias do concreto, através do rompimento de corpos de prova realizado pela

empresa fornecedora do mesmo, averiguando se a resistência estava

apropriada para a protensão. Ainda foi efetuado acompanhamento da

distensão dos cabos pelo macaco hidráulico, medindo a força aplicada e o

alongamento obtido.

Procurou-se nas fontes pesquisadas, o processo de execução, histórico,

vantagens e os cuidados que se deve ter na execução de lajes protendidas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES:

A solução em lajes protendidas para edifícios, tanto comerciais como

residenciais, oferece uma gama de possibilidades estruturais que resultam em

flexibilidade de uso e arrojo estrutural. A obra Palazzo Masini compõem-se de

duas torres residenciais, sendo uma com 23 (vinte e três) pavimentos, e outra

com 31 (trinta e um) pavimentos. Este empreendimento adota o sistema de laje

protendida em sua estrutura, a seguir

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será apresentado o procedimento de execução das mesmas, com base na

instrução de trabalho utilizada pela empresa.

Primeiramente é necessário que todos os documentos de referência, como as

pranchas dos projetos, estejam na obra, bem como os materiais e

equipamentos necessários à execução.

Inicia-se com a marcação das alturas dos cabos horizontais e verticais,

tomando como referência a borda da laje a ser executada; locar as armaduras

de fretagem no perímetro da laje; furar a fôrma de borda da laje para instalação

do pocket-former e prepara-lo com fita crepe para proteção durante a

concretagem. Iniciar a distribuição dos cabos da posição vertical (Faixa)

fixando nas alturas metálicas já locadas, em seguida são posicionados os

cabos Horizontais (distribuídos) fixando também nas alturas metálicas,

conforme figura 1.

Figura 1: Laje com cabos horizontais e verticais distribuídos.

Fonte: Os autores (2016)

Verificar as posições das ancoragens passivas e ativas. Na ancoragem

ativa é necessário desencapar os cabos em um comprimento próximo de um

metro deixando somente as cordoalhas expostas e transpassando pocket-

former parafusando a ancoragem junto a borda perfurada junto a armadura de

fretagem, engraxando a região desencapada para proteção de aderência

durante a concretagem, conforme mostrado na figura 2.

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Figura 2: Ancoragem ativa

Fonte: Os autores (2016)

A ancoragem passiva deve ficar parafusada na fôrma entre as

armaduras de fretagem, conforme projeto, como mostrado na figura 3.

Figura 3: Ancoragem passiva

Fonte: Os autores (2016)

As armaduras negativas e punção são colocadas após a aplicação dos

cabos conforme projeto. Fazer Locação das caixas de passagem elétrica,

hidráulica, gás, churrasqueira, ventilações e demais rasgos que forem

apresentados em projeto, a locação será feita com topografia ou utilizando eixo

de referência arbitrado no projeto de locação de cargas na fundação. Após a

locação e execução das caixas de passagem é feito o reforço com armaduras

nas adjacências da passagem.

Durante a concretagem da laje deve-se adensar o concreto

corretamente e alisar a laje com o auxílio de régua, verificando o nível. Após 24

horas da concretagem remover as fôrmas da borda da laje e limpar as pontas

de cabos, removendo a graxa. Realizar protensão após atingir resistência de

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projeto fcj, aproximadamente 3 a 4 dias, utilizando macaco hidráulico travando

com cunhas, conforme figura 4.

Figura 4: Macaco hidráulico distendendo cabos.

Fonte: Os autores (2016)

Medir alongamento dos cabos protendidos comparando com projeto,

realizar os cortes dos cabos com maçarico e tamponamento com graute da

região de pocket former e cunhas dos cabos cortados.

CONCLUSÃO:

O sistema de protensão é um sistema antigo que teve seu

desenvolvimento inicial na década de 50 nos Estados Unidos e Austrália,

porém, na nossa região esse método construtivo apareceu há pouco tempo, e

vem ganhando forças pela praticidade na execução, a esbeltes, simplicidade e

elegância da estrutura além das vantagens econômicas que o sistema oferece,

Esse sistema, apesar de prático e econômico, requer mão de obra

especializada tanto na fase de projeto quanto na execução. Neste trabalho foi

abordado o tema: Execução de laje protendida, com o propósito de descrever

um roteiro de execução, contribuindo para a compreensão do sistema.

REFERÊNCIAS:

AH, André Von. Lajes Protendidas. Jornal Votura, Indaiatuba, p.16, 31 de ago. 2007.

CAUDURO, Eugênio Luiz. Manual para a boa execução de estruturas protendidas usando cordoalhas de aço engraxadas e plastificadas. 2ª edição. 1997.

PEREIRA, Michel Diego. Instrução de Trabalho – IT – 006 – Montagem de laje Protendida, ECB Engenharia, 2016.

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MODERNISMO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE SOBRE PAULO MENDES DA

ROCHA E LINA BO BARDI

KUBASKI, G. E- mail: [email protected]; BARRETO, G. L. M. E- mail:

[email protected]; BOBATO, H. E- mail: [email protected]; SAHD, F. B. E- mail: [email protected].

RESUMO: Paulo Mendes da Rocha e Lina Bo Bardi são dois nomes importantes da arquitetura brasileira no século XX, ambos afeitos ao estilo modernista e com destaque internacional. O objetivo deste resumo é apresentar as principais características desses arquitetos, relacionando-as com o estilo arquitetônico em que se enquadram. Foram feitas pesquisas sobre os arquitetos e o movimento modernista no Brasil. Rocha e Bo Bardi assumem uma arquitetura destinada ao bem social e não descaracterizam a região em que se localiza a obra, para isto inserem tradições e conceitos relacionados ao folclore e costumes da população. Palavras-chave: Arquitetura, Modernidade, Paulo Mendes de Rocha, Lina Bo Bardi.

INTRODUÇÃO

O modernismo no Brasil surge como um movimento cultural, artístico e

literário na primeira metade do século XX. No campo da arquitetura, o

modernismo brasileiro assume a busca de uma identidade nacional baseando-

se em referências estrangeiras, estas fortemente difundidas por Le Corbusier.

Este estilo se torna nacional pelo fato de incorporar elementos locais, valorizar

as tradições características de cada região, otimizando-as e interrelacionando

materiais existentes e a natureza exuberante. Paulo Mendes da Rocha e Lina

Bo Bardi são exemplos de arquitetos modernistas brasileiros, os quais têm

também reconhecimento internacional. Portanto, nota-se a importância do

reconhecimento destes nomes de nossa arquitetura.

O objetivo do presente trabalho consiste em introduzir o estilo modernista

e características gerais da produção de Rocha e Bo Bardi, de forma a

relacioná-los com as principais características do estilo supracitado.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do trabalho foram realizadas leituras sobre cada

arquiteto, e também de textos como “América Latina fim de milênio” de Roberto

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Segre (1991) e “Paulo Mendes da Rocha. Breve relato de uma mudança” de

Maria Alice Junqueira Bastos (2010), as quais serviram de embasamento para

a compreensão das visões e conceitos acerca do modernismo e de sua

vertente no Brasil. Por fim, os conceitos modernistas foram relacionados a cada

arquiteto, arrematando-se a pesquisa com uma conclusão abrangendo suas

principais características.

BASE TEÓRICO-CONCEITUAL

Paulo Mendes Da Rocha

Paulo Archias Mendes da Rocha assumiu nas últimas décadas uma

posição de destaque na arquitetura contemporânea brasileira, e recebeu em

2006, o Prêmio Pritzker. Em sua obra vários elementos são reunidos segundo

uma intenção espacial evidenciada pelas escolhas arquitetônicas. É uma obra

em que algumas influências aparecem: a preocupação com uma arquitetura

que mesmo limpa possui detalhes construtivos rigorosamente estudados

(influência de Mies van der Rohe), os grandes vãos e o concreto aparente nos

quais a relação indivíduo-espaço é ora íntima ora monumental (Vilanova

Artigas), a arquitetura formalista procurando mostrar funcionalidade (Le

Corbusier), a busca de espaços que incentivam o convívio dos usuários (Rino

Levi, Artigas, entre outros).

A convite de Vilanova Artigas, Mendes da Rocha adentrou na Escola

Paulista da arquitetura brasileira e ambos elevaram a Faculdade de Arquitetura

e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) com seus pontos de

vista sociais e humanistas. Rocha se preocupava com a promoção de uma

arquitetura “crua, limpa, clara e socialmente responsável”, influenciada pelos

ideais do brutalismo europeu, e apresentava soluções formais que permitem a

apreensão, por parte dos usuários, dos ideais de economia e síntese espacial

em seus elementos.

Tal preocupação social é um dos itens abordados por Roberto Segre

(SEGRE, 1991) como uma das circunstâncias que formam a identidade do

discurso arquitetônico brasileiro. Conhecendo a realidade do país e

compreendendo a incompatibilidade do padrão de arquitetura europeia diante

dessa realidade, Paulo Mendes da Rocha atua com base em um discurso que

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afirma uma profunda reflexão entre o moderno e o tradicional. Em seu livro

América, cidade e natureza (ROCHA, 2012) o autor afirma:

A casa, particularmente nos países atrasados e de passado colonial como o nosso, é uma necessidade quantitativa, escandalosa, e não poderá ser pensada simplesmente como uma unidade de habitação. Para suprir essa necessidade nós teremos que inventar, aceitar, reconhecer a casa realmente contemporânea que conte fundamentalmente com os recursos da grande cidade (ROCHA, 2012).

Nesse trecho e em várias passagens do livro percebe-se profunda

sensibilidade social, desejo de reconhecimento da realidade e a busca por uma

integração de soluções modernas visando o conforto nas suas mais diversas

abrangências. Porém, Paulo Mendes da Rocha projetou unidades de habitação

das quais vários críticos consideram conflitantes com seu discurso. O texto de

Maria Alice Junqueira Bastos (2010) discorre sobre o fato:

A arquitetura de Paulo Mendes da Rocha não era especialmente informada pelo lugar urbano, ou pela preocupação com a configuração de espaços externos [...] Quando Mendes da Rocha teve a oportunidade de projetar um conjunto habitacional de grandes proporções como foi o Parque Cecap em Guarulhos (1967) todos os blocos foram implantados sob mesma orientação. Aliás, nesse projeto é possível observar o intuito de generalização de propostas concebidas anteriormente para edifícios isolados. (BASTOS, 2010).

De todo modo, a expressão arquitetônica e as soluções dadas às obras

na busca por conforto e funcionalidade, sem abandonar a identidade, exprimem

o discurso da “modernidade apropriada” nas obras de Paulo Mendes da Rocha.

São características marcantes que fizeram desse arquiteto uma referência no

Brasil e no mundo.

LINA BO BARDI

Arquiteta, designer, cenógrafa, editora e ilustradora, Achillina Bo Bardi,

nasceu na Itália, teve sua vida sempre envolvida com causas sociais e com as

artes de uma forma geral, veio ao Brasil ao final da II Guerra Mundial e se

inseriu mais efetivamente no meio arquitetônico nacional quando cria, em 1950,

a revista Habitat. Projeta em 1951 sua própria residência, no bairro do

Morumbi, em São Paulo, apelidada de "casa de vidro", considerada uma obra

paradigmática do racionalismo artístico no país. Esse papel de destaque se

completa em 1968, quando inicia o projeto para a nova sede do Museu de Arte

Moderna de São Paulo (MASP), na avenida Paulista, o qual é um marco

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icônico da arquitetura brasileira. Em 1958, Bo Bardi dirige o Museu de Arte

Moderna da Bahia (MAM/BA) e realiza também o projeto de restauro do Solar

do Unhão. De volta à São Paulo, após o golpe militar em 1964, 'incorpora em

seus projetos o legado da temporada nordestina na forma de uma radical

"experiência de simplificação" da linguagem. Sua obra a partir daí assume um

caráter do que qualifica como "arquitetura pobre" (ENCICLOPÉDIA Itaú

Cultural, 2015).

A arquitetura de Lina Bo Bardi é caracterizada por uma relação

apropriada com o contexto circundante, sendo os conceitos centrais: a

organização do todo em relação com o entorno; a relação direta entre forma e

construção; a valorização e preservação dos elementos relevantes, inserindo

componentes modernos; e o número de elementos reduzidos para obtenção da

harmonia e máximo efeito pretendido.

Bastos (2011) menciona em seu texto sobre a arquitetura brasileira

posterior a Brasília, que esta é uma arquitetura em conformidade com a

realidade, comprometida com o meio. Nas obras de Lina observam-se fortes

características desta época de “combate” ao movimento moderno.

“No fundo, vejo a arquitetura como serviço coletivo e como poesia. Alguma coisa que nada tem a ver com arte, uma espécie de aliança entre dever e prática científica. “ “A função do arquiteto é, antes de tudo, conhecer a maneira de viver do povo em suas casas e procurar estudar os meios técnicos de resolver as dificuldades que atrapalham a vida de milhares de pessoas (...). A arquitetura é profundamente ligada a vivencia, na medida que ela é tudo.” (BO BARDI,2015).

A partir destas citações da arquiteta é possível destacar a preocupação

social que ela empregou em seus projetos, o que faz parte de seu caráter

projetivo e está em conformidade com a identidade arquitetônica brasileira,

conforme Segre (1991) destacou em seu texto.

Segundo Lima (2014), Lina Bo Bardi valorizou a improvisação e a

autenticidade das pessoas simples, que muitas vezes viu como despojadas de

meios materiais, mas ricas em capacidade criativa. Para ela, a humanidade e

suas lutas coletivas eram mais importantes que as aspirações individualistas,

uma crença que ela levou para primeiro plano, especialmente na maturidade.

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CONCLUSÃO

Paulo Mendes da Rocha e Lina Bo Bardi possuem característica comuns

evidenciadas na estética e forma de projetar. Ambos assumem uma arquitetura

destinada ao bem social e não descaracterizam a região em que se localiza a

obra, para isto inserem tradições e conceitos relacionados ao folclore e

costumes da população. Utilizam materiais e técnicas regionais interligados à

tecnologia mundial, podendo-se conceituar sua arquitetura como “regionalismo

crítico” e “modernidade apropriada”, conforme Bastos (2011) enfatizou em seu

texto.

Suas obras possuem fortes marcas, podendo-se referenciar esta época

da arquitetura brasileira e latina. Ambos são nomes importantes e de renome

internacional do século XX. Muitas de suas características podem ser

relacionadas às produções latinas de suas épocas, as quais encontramos no

texto de Segre (1991) através dos exemplos de arquitetos dos países

formadores desta região.

REFERÊNCIAS

BASTOS, Maria Alice Junqueira. Paulo Mendes da Rocha. Breve relato de uma mudança. Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 122.01, Vitruvius, jul. 2010. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.122/3472>. Acesso em: 06. Out. 2016. LIMA, Zeuler R. M. De A.. Lina Bo Bardi: Em busca de uma arquitetura pobre. Au Educação, São Paulo, ed. 249, dez. 2014. Disponível em: <http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/249/artigo334011-3.aspx>. Acesso em: 06. Out. 2016. BO BARDI, Lina. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2015. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1646/lina-bo-bardi>. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. Acesso em: 06. Out. 2016. ROCHA, Paulo Mendes da. Villac, Maria Isabel. América, cidade e natureza. São Paulo. Estação Liberdade. 2012. SEGRE, Roberto. América Latina fim de milênio. São Paulo: Nobel. 1991.

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MÁQUINAS HIDRÁULICAS

CAMARGO, D. E-mail: [email protected]; WEIGERT, B. E-mail:

[email protected]; PINHEIRO, B. E-mail: [email protected]; ROCHA, S. E-

mail: [email protected]; PASSONI, S. E-mail: [email protected].

RESUMO: O proposto artigo tem como objetivo apresentar noções

sobre o princípio das maquinas hidráulicas, os seus fundamentos e exemplificar as muitas máquinas que nos cercam na vida cotidiana e que utilizam os princípios explicados pela Lei de Pascal. Para exemplificar algumas maquinas hidráulicas que utilizam desse princípio podemos citar aplicações como elevadores hidráulicos muito utilizados em postos de combustíveis, freios, macacos, volantes hidráulicos de automóveis, dispositivos hidráulicos em implementos agrícolas, bombas e turbinas hidráulicas, cadeiras de dentista, etc. Cita-se como aplicação de maquinas hidráulicas no ramo da engenharia civil bombas submersas utilizadas em jardins ou em garagens subterrâneas. Apresenta-se a utilização de moto-bombas em sistemas de aproveitamento de agua. Com o estudo realizado podemos concluir que apesar de bastante antigo os conceitos de máquinas hidráulicas suas aplicações são inúmeras, abrangendo utilidades simples e sistemas complexos, por exemplo, em sistema industriais automatizados. O tema é antigo, porém atualmente bastante ativo nos estudos envolvendo aproveitamento das energias naturais, como é o caso de energia eólica.

Palavras-chave: Máquinas hidráulicas; hidráulica; lei de pascal.

INTRODUÇÃO

Um dos fatores motivadores para essa pesquisa é o fato de que

tivemos séculos de avanço tecnológico quando relacionado a sistemas de

movimentação em geral, porém, os princípios da hidráulica desde a sua

descoberta permanecem perseverantes e onipotentes nos seus fundamentos

caminhando junto com as novas tecnológicas, como a “recente” energia

elétrica, entre outras.

Segundo Santos (2016), o famoso físico e matemático Blaise Pascal

(1623-1662), por meio de experimentos com líquidos, constatou que o aumento

de pressão em um ponto do líquido, é igual ao aumento provocado em outro

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ponto. Esse é um princípio muito importante, pois explica o funcionamento das

máquinas hidráulicas.

Para exemplificar algumas máquinas hidráulicas que utilizam desse

princípio pode-se citar aplicações como elevadores hidráulicos muito utilizados

em postos de combustíveis, freios, macacos, volantes hidráulicos de

automóveis, dispositivos hidráulicos em implementos agrícolas, bombas e

turbinas hidráulicas, cadeiras de dentista, etc.

Em um estudo de especialização Studart (2016), apresenta que

máquinas hidráulicas são máquinas que trabalham fornecendo, retirando ou

modificando a energia do liquido em escoamento. As máquinas podem ser

classificadas em máquinas operatrizes, motrizes ou mistas.

De forma mais simplória Bergamin (2007), cita o exemplo da abertura

de uma porta em local fechado que é capaz de gerar movimento nas cortinas

ou é possível sentir a vibração dos vidros de uma janela ocasionados pelo

deslocamento de ar que acontece. Na sua pesquisa ele apresenta uma simples

experiência para se fazer em casa, utilizando-se uma seringa para mover um

embolo no extremidade de uma mangueira (duto) de borracha.

O proposto artigo tem como objetivo apresentar noções sobre o

princípio das maquinas hidráulicas, os seus fundamentos e exemplificar as

muitas máquinas que nos cercam na vida cotidiana e que utilizam os princípios

explicados pela Lei de Pascal.

MATERIAL E MÉTODOS

Essa pesquisa se classifica como sendo exploratória, porque faz uso de

amplo levantamento bibliográfico. Conforme Andrade, (2001, p.153) “a

pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico. Na maioria

dos casos, é um trabalho preliminar para outro tipo de pesquisa, ou seja,

completamente outro”.

É o momento de buscar informações normalmente em bibliografia, para

pesquisar um determinado assunto (ANDRADE, 2001).

Studart (2016, p.114), apresenta a classificação das máquinas

hidráulicas:

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Máquinas operatrizes - introduzem no liquido em escoamento a energia

externa, ou seja, transformam energia mecânica fornecida por uma fonte

em energia hidráulica sobre a forma de pressão e velocidade, é o caso

das bombas hidráulicas.

Máquinas motrizes – transforma energia do liquido e a transferem para o

exterior, isto é, transformam energia hidráulica em outra forma de

energia, é caso das rodas d’agua e turbinas.

Mistas – máquinas que modificam o estado da energia que o líquido

possui, por exemplo, ejetores e carneiros hidráulicos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesse artigo apresenta-se como aplicação de uma máquina hidráulica, a

utilização de bombas hidráulicas submersas utilizadas muitas vezes por

segurança em garagens de prédios, ou em simples fontes de jardins

ornamentais. A figura 1 mostra um exemplo desse tipo de bomba.

Figura 1 – Bomba hidráulica submersa.

Fonte: www.google.com.br, 2016

Outro exemplo de máquina hidráulica muito utilizada atualmente na

engenharia civil, é nos novos projetos de aproveitamento de água da chuva.

Para levar a água do reservatório de captação até um nível que possibilite a

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distribuição natural, é necessário a utilização de uma bomba de água periférica.

A figura 2 apresenta um modelo desse tipo de bomba.

Figura 2 – Bomba de água periférica ou moto bomba.

Fonte: www.google.com.br, 2016

Nesse caso, conforme explica Studart (2016), o conjunto constituído

pelas canalizações e pelos meios mecânicos de elevação denomina-se sistema

de recalque, e suas partes principais são a tubulação de sucção, moto-bomba,

tubulação de recalque. A moto-bomba pode ser instalada de duas maneiras:

A figura 3 apresenta um modelo de altura positiva.

Figura 3 – Moto bomba com altura positiva.

Fonte: Adaptada de Studart, (2016, p.122)

A figura 4 um modelo de altura negativa

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Figura 4 – Moto bomba com altura negativa.

Fonte: Adaptada de Studart, (2016, p.122)

CONCLUSÃO

Com o estudo realizado pode-se concluir que os princípios de

máquinas hidráulicas são conceitos muito antigos e amplamente utilizados nos

dias atuais em diversos dispositivos. Podemos observar alguns exemplos

simples, no entanto, suas aplicações são abrangentes em sistemas complexos,

por exemplo, em sistema industriais automatizados.

Como prospecção para um trabalho futuro pode-se sugere-se um

aprofundamento nos cálculos de potência de bombas hidráulicas e diâmetro de

dutos em sistemas de aproveitamento de água. Podendo se estender em

outras aplicações de reaproveitamento de energia como é o caso das turbinas

de geração de energia eólica.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução a Metodologia do trabalho científico:

elaboração de trabalhos na graduação. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001. 174p.

BERGAMIM, João Paulo Cury. Princípio de Pascal em um experimento autoexplicativo.

2007. 20p. Relatório Final, Universidade Estadual de Campinas, 2007.

Google. Imagens. Disponível em http://www.google.com.br. Acesso em 18 out. 2016.

Page 178: RESUMOS EXPANDIDOS - Faculdades Ponta Grossa · levando em consideração os critérios para utilização como base referencial para pesquisa. ... em gerenciar e tratar o passivo

SANTOS, Marco Aurélio Da Silva. Máquinas Hidráulicas: a aplicação do princípio de Pascal.

Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/fisica/maquinas-hidraulicas-

aplicacao-principio-pascal.htm. Acesso em 18 de out. de 2016.

STUDART, Ticiana Marinho de Carvalho. Maquinas Hidráulicas. Universidade Federal do

Ceará. Disponível em

http://www.deha.ufc.br/ticiana/Arquivos/Especializacao/Cariri/6_Sistemas

%20de%20Abast%20de%20%C1gua/Hidr%E1ulica2-Bombas.pdf. Acesso em 18 de out. de

2016.

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CLIMATIZAÇÃO DE GRANJAS AVIÁRIAS UTILIZANDO SISTEMA COM MICROCONTROLADOR PIC16F877A

BENINE, L.C. E-mail: [email protected]; RODRIGUES, L. A. E-mail:

[email protected]; VIGIANO, G. E-mail: [email protected]

RESUMO: Este estudo de caso tem como objetivo demonstrar as vantagens e desvantagens da utilização do microcontrolador PIC16F877A, aplicado em um sistema de climatização para granjas de criação de aves. Para isso, utilizamos o software de simulação Proteus®. O trabalho levou em conta as diferentes fases de crescimento das aves, com os parâmetros de temperatura, ventilação, umidade do ar e espaço físico adequados para cada fase de desenvolvimento, visando uma maior proximidade da situação real. Por fim concluímos que apesar das maiores dificuldades de programação do microcontrolador em relação aos outros sistemas de controle, o sistema consegue efetuar a tarefa designada com confiabilidade e baixo custo. Palavras-chave: microcontrolador; climatização; avicultura. INTRODUÇÃO

Um dos principais problemas relacionados à avicultura de corte é a

manutenção de níveis constantes e ideais de temperatura, arejamento e

ocupação física de espaço, pois a falta de uma maior atenção a esses fatores,

pode acarretar um aumento da taxa de mortalidade das aves, acarretando em

prejuízo financeiro ao criador.

Existem diversos fatores de mortalidade ligados a problemas de climatização

em aviários, segundo dados da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária), são os principais: desconforto térmico, doenças associadas a

má circulação do ar e estresse, geralmente associados ao dimensionamento

térmico errado das edificações.

Existem no mercado vários sistemas de controle de climatização que

dimensionam corretamente a temperatura e circulação de ar em aviários de

corte, porém o problema, principalmente para os pequenos produtores, é o

custo elevado de implantação desses sistemas.

Hoje, em tempos de crise financeira, busca-se uma solução mais acessível,

para atender às necessidades de todos os produtores, independente do volume

de produção.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Para estudo do problema, resolvemos pelo uso de simulação computacional,

devido a uma série de facilidades geradas por esse método, principalmente

não ficar à mercê de problemas climáticos e tempo de acompanhamento entre

as fases da experimentação, além do custo quase zero.

Para realização da simulação foi usada a linguagem C, como método de

construção do algoritmo a ser usado no sistema de controle. A figura 1 nos

mostra um exemplo da sequência lógica de ações a ser realizada em cada fase

da simulação.

INÍCIO

LIGA O DISPLAY DE

LCD

LIGA O MOTOR DOS VENTILADORES NA

VELOCIDADE SETADA

VENTILADORESLIGADOS DE

0,5 m/s À 2,5 m/s

PLOTA A TEMPERATURA

MEDIDA NO LCD

MEDE A TEMPERATURA

PLOTA A VELOCIDADE

SETADA NO LCD

DE 24,1° À 26°

MOTORES DESLIGADOS

PLOTA A MENSAGEM

�TEMPERATURA OK

FIM

DE 26,1° À 100°

LIGA O MOTOR DE EXAUSTOR

PLOTA A MENSAGEM�EXAUSTOR

LIGADO

DE 0° À 24°

LIGA O MOTOR DE AQUECIMENTO

PLOTA A MENSAGEM�AQUECEDOR

LIGADO

FIGURA 1: Lógica 6ª fase. Fonte: Autoria própria

Com a programação pronta, utilizamos o software Proteus® para simular o

funcionamento do sistema, a simulação foi preparada utilizando os parâmetros

constantes da tabela 1, considerando temperaturas mínima e máxima e

velocidade do vento para todas as fases de desenvolvimento das aves.

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SISTEMA CLIMÁTICO DE GRANJAS PARA AVES

FRANGOS DE CORTE

Fase Idade Temperatura Velocidade do Ar

1 1 a 7 dias 30 a 32 °C 0,5 m/s

2 8 a 14 dias 29 a 30 °C 0,8 m/s

3 15 a 21 dias 28 a 29 °C 1,0 m/s

4 22 a 28 dias 27 a 28 °C 1,5 m/s

5 29 a 35 dias 26 a 27 °C 2,0 m/s

6 36 ao abate 24 a 26 °C 2,5 m/s

FIGURA 1: Parâmetros por fase. Fonte: Embrapa.

O sistema de climatização proposto é constituído por uma “placa controladora”,

que gerencia todos os sistemas da granja de aves (aquecedores, exaustores e

ventiladores). Possui entrada de sensor de temperatura para o ambiente

interno e uma tela de LCD para exibir as ações executadas pelo sistema.

Este sistema possui uma sequência de três processos, sendo eles descritos

abaixo:

Figura 2 – Topologia do processo

Fonte: Autoria própria

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Quando o sistema é ligado, é necessário que o usuário digite em um teclado de

entrada a fase de crescimento em que as aves se encontram pela numeração

de 1 a 6, assim o software determina os parâmetros pré-programados de

limites inferior e superior de temperatura e velocidade do vento segundo a

tabela 1.

Com a velocidade do vento adequada ativada, o microcontrolador recebe a

leitura do sensor de temperatura do ambiente através do plugin LM35 e

compara com os limites setados, se a temperatura ambiente estiver abaixo do

limite inferior, ele envia um comando de acionamento ao sistema de

aquecimento, bem como, quando a temperatura ambiente estiver acima do

limite superior, ele envia um comando de acionamento ao sistema de

resfriamento, ainda se a temperatura estiver entre os dois limites, o controlador

desliga os dois sistemas e mantém apenas a velocidade do vento constante.

CONCLUSÃO

Após esse estudo chegou-se à conclusão, que é sim possível desenvolver

melhorias nos sitemas de climatização de aviários através do uso do

microcontrolador PIC16F877A, tornando o conjunto mais viável

econômicamente, em comparação aos produtos já tradicionalmente

comercializados, principalmente os baseados em CLP (Controlador Lógico

Programável), que apesar da facilidade maior de progrmação de funções,

possuem custos mais elevados, acarretando numa dificuldade maior de

acesso, quando se trata de um produtor de pequeno porte.

Algumas desvantagens desse sistema, além da já citada dificuldade de

programação, são as baixas correntes de trabalho do microcontrolador,

obrigando a instalação de relés para o acionamento dos motores de todo o

sistema.

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REFERÊNCIAS

ALECRIM, Paulo Dias de. Sistema Embarcado em Microcontrolador Para o Controle de

Climatização de Aviários de Corte. Lavras: UFLA, 2012. Dispponível em:

<http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/1273> . Acesso em: 13 out. 2016.

BUENO, L. & ROSSI, L. A. Comparação entre tecnologias de climatização para criação de

frangos quanto a energia, ambiência e produtividade. Revista Brasileira de Engenharia

Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.10, n.2, p.497–504, 2006.

MATUCHAKI, Graziel. Projeto De Um Sistema De Climatização De Aviário. Medianeira,

2011. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/581>. Acesso em: 13

out. 2016.

SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE AMBIÊNCIA E SISTEMAS DE PRODUÇÃO AVÍCOLA,

1998, Concórdia. Anais...Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 1998.