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Catalogação na Publicação Serviço de Biblioteca e Documentação

Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

S471r Resumos do Seminário de Pesquisas em Andamento PPGAC/USP (4.1 : 2016 : São Paulo)

Resumos do 6º Seminário de Pesquisas em Andamento PPGAC/ USP / organização: Elisabeth Silva Lopes; Carolina de Nadai; Daiana Felix; Danilo Silveira; Humberto Issao Sueyoshi; Isis Harumi Akagi; Marcello Amalfi; Sofia Boito; Sofia Vilasboas; Umberto Cerasoli Jr.; – São Paulo: PPGAC-ECA/ USP, 2016.

v.4, n.1, p.175

Resumos apresentados no Seminário, realizado de 26 a 29 de julho de 2016, Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, Escola de Comunicações e Artes/USP. ISSN 2318-8928

1. Teatro – Seminários 2. Teatro – Pesquisa I. Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes. Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas.

CDD: 792

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COMISSÃO ORGANIZADORA DO SEMINÁRIO DE PESQUISAS EM ANDAMENTO PPGAC/USP

Comissão Organizadora Carolina de Nadai; Daiana Felix; Danilo Silveira; Humberto Issao Sueyoshi; Isis Harumi Akagi; Marcello Amalfi; Sofia Boito; Sofia Vilasboas; Umberto Cerasoli Jr.

Professora Responsável Profa. Dra. Elisabeth Silva Lopes

Realização Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas

Diagramação / Arte do Caderno de Resumos Marcello Amalfi

Periodicidade Anual

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443

Cidade Universitária - 05508-020 São Paulo – SP – Brasil [email protected]

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“Em tempos de convulsão social: a pesquisa como forma de atuação política e a arte como intervenção estética” com Prof. Dra. Beth Lopes (USP), Prof. Dra. Eleonora Fabião (UFRJ) e Profa. Dra. Marila Velloso (UNESPAR)

"Investigação em dança: o corpo convulsa” Com Gladis Tridapalli (UNESPAR)

• AGACHO - Laboratório de pedagogias teatrais -UFMG • Casa Aberta: Memória, música e formação do ator UFSJ • Cepeca - Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator - USP • ECOAR - Estudos em Corpo e Arte - USP • GP Processos, Poéticas e Técnica Vocal Para o Ator -UNESP • Laboratório de Investigação em Teatro e Sociedade - LITS - USP • Núcleo Fuga! - UNICAMP • Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Artes Cênicas e Espetaculares- NACE - UFRN • O Grupo Terreiro de Investigações Cênicas Teatro, Ritual, Brincadeiras e Vadiagens - UNESP • Prática como Pesquisa: Processos de Produção da Cena Contemporânea -UNICAMP • Transeuntes - Estudos Sobre Performance - UFSJ

PROGRAMAÇÃO GERAL

TERÇA-FEIRA 26/07

QUARTA-FEIRA 27/07

QUINTA-FEIRA 28/07

SEXTA-FEIRA 29/07

MANHÃ

CREDENCIAMENTO 8:00

ABERTURA 9:30

LANÇAMENTO ASPAS 2016

CONFERÊNCIA

GRUPOS DE PESQUISA

9 às 12h

WORKSHOPS 9 às 12h

WORKSHOPS 9 às 12h

TARDE SESSÕES DE

COMUNICAÇÕES (1 a 10) 14:00

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

(11 a 20) 14:00

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

(21 a 30) 14:00

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

(31 a 40) 14:00

PALESTRA 17:15

CONFERÊNCIA DE ABERTURA

PALESTRA

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ENCONTRO COM GRUPOS DE PESQUISA

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28.07.2016 - das 09:00 às 12:00

• Cena de Formação: a narração como falso testemunho - Sala 25 - Deise Abreu Pacheco, USP Abordagem da obra "Temor e Tremor", de Kierkegaard, via leitura de seu 'Stemning', enfocando o fracasso narrativo na ‘repetição-retomada’ da ‘cena de formação’, como uma radicalização da experiência do leitor(a)/espectador(a) como narrador(a) de um falso testemunho. Trata-se de uma pesquisa teórico-prática.Trazer um caderno.

• Sistema de estudo para a exploração e investigação do movimento em dança: controle e mobilidade nas relações entre corpo e informação - Sala 21 - Marila Velloso, UNESPAR Partindo de pesquisa que analisou e levantou habilidades sensório-motoras em co-relação estreita com procedimentos para investigar e criar em dança, esse workshop discrimina as ações de explorar e de investigar o movimento com direcionamentos específicos que buscam a mobilidade do pescoço e dos sentidos da cabeça considerados aqui como dispositivos de controle da experiência corporal que restringem a mobilidade como uma espécie de “panóptico” localizado no corpo.

• Memória de um corpo com exílio do olhar - Sala 22 - Lara Pinheiro Vieira, UFU O Corpo como nossa Morada. O sentido da visão vai ser acionado e desativado para desbravar diferentes territórios de sensibilização, promover o desenvolvimento da consciência corporal e criativa que transitam entre a Arquitetura e a Dança.

• Navarasa - os nove estados emocionais - Sala 23 - Andrea Kimura Prior, UNIFESP Vivência dos 9 estados emocionais que compõem a expressão na dança teatro indiana. O objetivo é que o participante conheça a teoria e experencie-a na prática. Não há necessidade de experiênica anterior.

• O Teatro do Oprimido como ferramenta de investigação poética e política - Sala 24 Nathália Góes e Silva, UNICAMP Os jogos teatrais como método de investigação cênica e discussão política. Os participantes serão convidados a refletir sobre suas mecanizações físicas e sobre as práticas corporais que lhes são impostas diariamente: como nos relacionamos com o mundo que nos cerca?

• Música Corporal e Jogos Musicais: Barbatuques na Educação Musical do Artista Teatral - Sala Alfredo Mesquita (Teatro) - Maurício de Oliveira Maas, USP O corpo como instrumento musical. Investigação prática sobre a importância da educação

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WORKSHOPS

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musical na formação do artista teatral, a partir de jogos musicais utilizados pelo grupo de música corporal Barbatuques.

• Descendo as varas de luz: uma experiência com iluminação cênica e sua teia de ações - Sala Miroel Silveira (Teatro) - Camila Barbosa Tiago, UFRN Vivência das etapas e ações próprias do trabalho com iluminação cênica: concepção, esboço de mapa de iluminação, montagem dos equipamentos, afinação e operação da luz.

Dia 29.07.2016 - das 09:00 às 12:00

• Pedagogia da Luz - Sala 19 - Nadia Moroz Luciani - USP A partir da experiência discente, profissional ou didática dos participantes, discutir e formular um plano de atividade de ensino para a iluminação. Os participantes poderão expor suas opiniões e sugestões de formação para o profissional criador da luz.

• Desculpas Cotidianas para Dançar - Sala 21 - Núcleo Fuga! - UNICAMP Criar situações cotidianas para dançar; aproveitar as situações cotidianas para dançar e, ainda, provocar o olhar a perceber tais situações como dança. Como a sua casa dança? Quais e quantas danças o seu cotidiano revela e produz? O núcleo compartilhará procedimentos usados e proporá uma experiência performativa com os participantes.

• Pistas de uma dança queer - Sala 22 - Dodi Leal, USP Vivência cênica a partir da leitura de trecho de “História da Sexualidade 1”, de Foucault, e de jogos de integração e expressividade. As relações afetivas do viado e a interferência da matriz transgênero nas homossexualidades. O corpo queer e a performatividade de gênero.

• Como encontrar sua figura fantástica - Sala 23 - Gladis Tridapalli, UNESPAR Criar, a partir de uma experiência coletiva em dança, figuras fantásticas como dupla existência: o que em nós é precário, fracassado e, pode ser assumido como potência de existência? A dança como resultado do humor encarnado e do engajamento com os outros no espaço.

• Atitude da palavra nos textos de Tennessee Williams - Sala 24 - Giselle Alves Freire, USP Os atores colocarão no corpo as imagens das palavras de trechos de textos do autor Tennessee Williams.

• Ator em Cena:gestão dos planos de expressão - Sala 25 - Diego Pereira Borges, UnB Exercícios de preparação inspirados no workshop "The String of the Body", desenvolvidos por pesquisadores ligados ao Instituto Grotowski da Polônia, e exercícios cênicos baseados no Sistema de Formação para atores do Teatro O Bando de Portugal. Não indicado para pessoas com dificuldade de mobilidade - os participantes devem estar de roupas pretas.

• Workshop de Viewpoints - Sala Alfredo Mesquista (Teatro) Fátima Wachowicz, UFBA Despertar as qualidades da presença cênica através da percepção em "ouvir com todo o corpo", a partir de diferentes formas de improvisação e de estruturas de dança.

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SUMÁRIO

PROGRAMAÇÃO GERAL 6

APRESENTAÇÃO 16

RESUMOS

GÊNERO E PERFORMANCE - UM ESTUDO SOBRE VIOLÊNCIA DE GÊNERO, RESISTÊNCIAS E DESMONTAGENSAutor:Adão Freire Monteiro

17

INVERSÃO DO CORPO PERFEITO: O OLHAR A PARTIR DA POLIOMIELITE PARA OS FUNDAMENTOS DE BARTENIEFF Autora: Adriana Lopes de Oliveira

18

OS PROCESSOS CRIATIVOS CORPÓREOS EM DANÇA COMO VIVÊNCIAS POÉTICAS PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA Autora: Aide Esmeralda López Olivares

19

POLÍTICA NACIONAL DAS ARTES: CONTRADIÇÕES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E CULTURAIS NO NEOLIBERALISMO. Autor: Alessandro Antonio da Silva

20

DESTERRITÓRIO PROFANO: A REPRESENTAÇÃO SOB A CHAVE DA MEMÓRIA EM PROCESSO Autor: Alexandre Gil França

21

O QUE EU POSSO FAZER COM ESSE CORPO QUE EU TENHO? Autora: Amanda Graciele Moreira Teixeira 22

COMPARTILHAR E DESAPARECER COMO POÉTICAS E ESTÉTICAS DO CONTATO IMPROVISAÇÃO Autora: Ana Maria Alonso Krischke

23

CORPO POÉTICA CIDADE: OCUPAÇÃO E CRIAÇÃO DE SENTIDOS Autora: Ana Maria Alonso Krischke 24

O CORPO DO ENCENADOR NO PROCESSO DE DIREÇÃO DE ATORES: UM ESTUDO DE CASO Autora: Ana Paula Zanandréa

25

DANÇA TEATRO INDIANA – UMA VISÃO INTEGRATIVA Autora: Andrea Kimura Prior 26

CRIAÇÃO EM MÚSICA E DANÇA Autora: Andrea Mariana Morera López 27

O DRAMATURGISMO EM SUA DIMENSÃO CRÍTICA NO PROCESSO DE CRIAÇÃO CÊNICA Autor: Antonio Luiz Gonçalves Junior

28

DANÇA CONTEMPORÂNEA NO BIOS MIDIÁTICO Autor: Arthur Marques de Almeida Neto 29

GOLPES DE MÁSCARA E TRUPÉS BRINCADORES: DESCOBERTAS DO JOGO NA COMMEDIADELL’ARTE E NO CAVALO MARINHO Autor: Artur Mattar Moraes

30

VIDA EM PAUTA: O MARCADOR SOMÁTICO NO ENSINO-APRENDIZAGEM EM DANÇA Autora: Bárbara Santos

31

RESSONÂNCIAS E CRIAÇÃO: A MUSICALIDADE NO PROCESSO CRIATIVO Autora: Caísa Antunes Tibúrcio Guimarães 32REFLEXÃO SOBRE POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS EM ILUMINAÇÃO CÊNICA Autora: Camila Barbosa Tiago 33

A CRIAÇÃO DA ENCENAÇÃO A PARTIR DO COLETIVO Autora: Carla Medianeira Antonello 34

O CORPO-VOZ E SUA PRESENTIFICAÇÃO: DESAFIOS PARA A CENA CONTEMPORÂNEA Autor: Carlos Henrique Barto Júnior

35

DA GAMBIARRA[COISA] À GAMBIARR[A]ÇÃO Autora: Carolina Camargo De Nadai 36

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UM CORPO FORA DE FOCO:EDGAR GURGEL ARANHA E A REPRESENTAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE E AIDS NO TEATRO BRASILEIRO Autora:Carolina de Melo Ferraresi

37

BAILE DO MENINO DEUS NO MARCO ZERO DO RECIFE: UM ESTUDO SOBRE TRADIÇÕES CULTURAIS E CENA TEATRAL Autora: Cássia Batista Domingos

38

SABERES DO CORPO: DESAFIOS DE UMA PERSPECTIVA EPISTEMOLÓGICA CORPORIFICADA Autora: Ceila Portilho Maciel

39

O CANTO COMO LINGUAGEM: CARTOGRAFIA SOBRE ENCONTROS COM O WORKCENTER OF J. GROTOWSKI AND T. RICHARDS Autor: Chavannes Procópio Péclat

40

DE TRANSEUNTE A ESPECTADOR Autora: Christiane de Fátima Martins 41DRAMATURGIA DO SILÊNCIO Autora: Cintia Regina Alves Pereira 42

PRIMEIROS PASSOS, UMA EXPERIÊNCIA DOCENTE Autora: Clarice Costa 43TEATRO DO OPRIMIDO E GRUPO MARIAS DO BRASIL Autora: Claudete Felix de Souza 44

A LUZ , O ILUMINADOR E O PERFORMER: UMA EXPERIÊNCIA PERCEPTIVA Autora: Cláudia Pinto Ben 45A CRIAÇÃO EM DANÇA CONTEMPORÂNEA A PARTIR DE UMA LEITURA COREOLÓGICA DA ARQUITETURA DE ZAHA HADID Autor: Cláudio Marcelo Carneiro Leão Lacerda

46

OUTROS CAMINHOS DE DANÇA: TÉCNICA KLAUSS VIANNA PARA ADOLESCENTES Autora: Cora Miller Laszlo

47

OS CANTOS DE TRADIÇÃO AFRO-BRASILEIRA COMO DISPOSITIVO DE GATILHOS DE CORPOREIDADES NO ATOR Autora: Cristiane Madeira Motta

48

AS QUESTÕES DE GÊNERO E FEMINISTA NA PRODUÇÃO TEATRAL EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO Autora: Daiana Roberta S. Gomes

49

APROXIMAÇÕES DO PALIMPSESTO COM A COMPOSIÇÃO CENOGRÁFICA Autor: Daniel Marcos Pereira Mendes 50GESTO, POÉTICA E IDENTIDADE CORPORAL DA CIA DE FLAMENCO DEL PUERTO NO ESPETÁCULO LAS CUATRO ESQUINAS Autora: Daniele Luciana Zill Heuert

51

CRIAÇÃO EM DANÇA: A INSISTÊNCIA NA PRÁTICA CRIATIVA Autor: Danilo Silveira 52CORPO POÉTICO E TRAUMA NA CENA TEATRAL PERFORMATIVA Autora: Dayane Lacerda Queiroz 53

CORPOGRAFIAS DA CIDADE ATRAVÉS DA DANÇA Autoria: Débora Allemand 54

‘LIVRO DE CULTIVO’: MÉTODO-OBJETO PARA PARTILHA DE PROPOSIÇÕES ESTÉTICAS Autora: Deise Abreu Pacheco (Dedé)

55

O ESPAÇO DA PALHAÇARIA NO GÊNERO TRÁGICO: APLICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS CÔMICOS E SUAS IMPLICAÇÕES NO TRABALHO DO ATOR–PALHAÇO. Autor: Denivaldo Camargo

56

A DRAMATURGIA DO INSIGHT E A ATENÇÃO PLENA COMO PROCEDIMENTO TEXTUAL Autora: Diana de Hollanda

57

ATOR EM CENA - GESTÃO DOS PLANOS DE EXPRESSÃO Nome: Diego Pereira Borges 58

FROUXOS CORTES DE UMA BIXA FOUCAULTIANA Autora: Dodi Lea 59ELEMENTOS DA MORTE, CORPO E OBJETO Autor: Eder Tavares da Rocha 60

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O CORPO COURAÇA E A FLUIDEZ CÊNICA Autor: Elias Pintanel 61

TRANSPORTES COLETIVOS: PASSARELAS DISCURSIVAS, ESPAÇOS PERFORMATIVOS Autor: Elilson Gomes do Nascimento

62

LINHAS AMARELAS: INVESTIGAÇÕES A PARTIR DO GRÁFICO DOS ESFORÇOS Autora: Elisa Abrão 63

PROCESSO DE CRIAÇÃO: PERCURSO DE UMA ARTISTA CIRCENSE DA CENA CONTEMPORÂNEA Autora: Erica Raquel Stoppel

64

CAMINHADA SILENCIOSA: O ATO DE CAMINHAR COMO AÇÃO ARTÍSTICA Autora: Ester Cunha 65DANÇA E COGNIÇÃO: O TREINAMENTO VIEWPOINTS Autora: Fatima Wachowicz 66

A PRÁTICA DA HATHA-YOGA E O ATOR RAPSODO Autor: Felipe Xavier Aquino 67ATUALIDADE DO TEATRO DOCUMENTÁRIO Autora: Fernanda Azevedo Correia de Souza 68

PROCESSOS DE CRIAÇÃO COMPARTILHADA E FORMAÇÃO TEATRAL Autor: Filipe Brancalião Alves de Moraes 69POÉTICAS DE SÍ: AUTOBIOGRAFIA E HIBRIDISMO TRANSBORDANTE NA CENA CONTEMPORÂNEO Autora: Flaviana Benjamin dos Santos

70

O ENSINO DO TEATRO, NA EDUCAÇÃO BÁSICA, E A RELAÇÃO COM A CIDADANIA ESTÉTICA DE FUTUROS ESPECTADORES Autora: Flaviana Damasceno Alves

71

REDE: CONEXÕES POSSÍVEIS NA CONTEMPORANEIDADE DA ARTE Autora: Flaviane Flores Vieira de Magalhães 72A RUA DOS ANDRADAS E SEUS ARTISTAS CARTOGRAFANDO SENSAÇÕES, MULTIPLICANDO DESEJOS Autora: Gabriela Tarouco Tavares

73

[DES]INTEGRADO: FRAGMENTOS DE UM PERCURSO CORPORAL Autora: Gardênia Coleto 74MORAL E ÉTICA VS. DIREITO AUTORAL NO BRASIL - PEÇAS DO DRAMATURGO TENNESSEE WILLIAMS Autora: Giselle Alves Freire

75

INFERÊNCIA DAS TECNOLOGIAS NAS NARRATIVAS TEATRAIS Autora: Gislaine Regina Pozzetti 76ENTRETANTAS CONEXÃO EM DANÇA: PROBLEMATIZANDO ENCONTROS Autora: Gladis Tridapalli 77

A TRANSPOSIÇÃO DA POÉTICA DO UNIVERSO FEMININO NA CENA CONTEMPORÂNEA SUL-MATOGROSSENSE Autora: Glaucia Vieira Pires de Oliveira

78

A CIA NOVA DANÇA 4 E AS POÉTICAS DE RESISTÊNCIA Autora: Hariane Eva Serra Georg 79O CAOS SUBMERSO EM ÀGUAS PARADAS - LAÇOSA POÉTICOS ENTRE A CIDADE E O ATOR Autora: Helena Cardoso Lixa

80

LUDICIDADES FRAGMENTADAS: ENTRE O CONCEITO DE JOGO E A PRÁTICA TEATRAL CONTEMPORÂNEA Autor: Henrique Bezerra de Souza

81

PRÁTICAS DE INTIMIDADE: O REAL COMO EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA Autor: Iassanã Martins 82

CONFECÇÃO DA DRAMATURGIA DE AS TRÊS FIANDEIRAS Autor: Igor Fernando de Jesus Nascimento 83DESLOCAMENTOS E SUSPENSÃO DO ARTISTA NIPO-BRASILEIRO Autora: Isis Harumi Akagi 84

LAMBADA – UM ARTISTA DA CENA LABIRINTOS DOS PROCESSOS CRIATIVOS Autora: Jamila Nascimento Pontes 85

UM OLHAR ÀS POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS DA DANÇA-TEATRO Autor: Jeferson de Oliveira Cabral 86

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QUANDO O IM (PULSO) SE TORNA PELE, CARNE E OSSO: ESTUDO DE CANÇÕES DE TRADIÇÕES BRASILEIRAS Autora: Jessiara Menezes Lorena

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A INQUIETA POÉTICA DA BUSCA - UMA PESQUISA SOBRE A POÉTICA DO CORPO E DA PALAVRA DA TÉSPIS CIA. DE TEATRO Autor: Jônata Gonçalves da Silva

88

JOGA PEDRA NA GENI: CORPO, GESTO E PALAVRA NA CRIAÇÃO DE UM SOLO DE DANÇA Autor: José Teixeira dos Santos Filho

89

DANÇA E INCLUSÃO DA PESSOA COM MOBILIDADE REDUZIDA Autora: Juliana Tiemi Anglas Tarumoto 90

PERCURSOS DE CRIAÇÃO CORPOGRÁFICA Autor: Juliano Ricci Jacopini 91Corpo abjeto manifesto: atravessamentos em gênero e sexualidade do artista performer Autor: Jurandir Eduardo Pereira Junior 92

MEMÓRIAS DE UM CORPO COM EXÍLIO DO OLHAR Autora: Lara Pinheiro Vieira 93COREO.ESCRITURAS Autora: Laura Junqueira Bruno 94

O SOLO EM DANÇA CONTEMPORÂNEA: INVESTIGAÇÕES PRÁTICO-TEÓRICAS DO CORPO EM PROCESSO DE CRIAÇÃO Autor: Leandro de Souza

95

O ATOR E O DIRETOR NO PROCESSO COLABORATIVO: EXPERIÊNCIAS DE CRIAÇÃO NAS ARTES CÊNICAS NA COSTA RICA (2012- 2013) Autor: Lidieth Yorleni Alpízar Barquero

96

ELEMENTOS DO REAL NA CENA CONTEMPORÂNEA: ESTUDOS DE CASO Autor: Lisandro Marcos Pires Bellotto 97

POÉTICAS CÊNICAS INTERMEDIAIS NOS PROCESSOS FORMATIVOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA Autora: Lisinei Fatima Dieguez Rodrigues

98

PROCESSO DE CRIAÇÃO EM CICLOS: CAMINHOS PARA A (RE)CRIAÇÃO Autora: Lívia Maria de Andrade Figueira 99

ROBERT (BOB) WILSON: POR DE TRÁS DO OLHAR DE UM SURDO E DA VOZ-PENSAMENTO DE UM AUTISTA Autor: Lucas de Almeida Pinheiro

100

INVENTARIANDO O MENSAGEIRO DO REI – REFLEXÕES E DISCUSSÕES ACERCA DO TEATRO INFANTOJUVENIL Autor: Lucas de Carvalho Larcher Pinto

101

ESTRANHOS ATOS: O ESTRANHAMENTO PARA ALÉM DE BRECHT Autor: Lucas Heymanns 102RISCOS DE UMA PESQUISA EM PROCESSO Autora: Luciana Cezário Milagres de Melo 103

UM OLHAR SOBRE AS GESTUALIDADES PROVISÓRIAS: IN/COMPATÍVEL? E TEMPOSTEPEGOQUEDELÍCIA Autor: Luciano Correa Tavares

104

DESATIVANDO IDEAIS: A CRIAÇÃO EM DANÇA EM SEU MOVIMENTO SINGULAR Autora: Ludmila Aguiar Veloso 105O ÉPICO EM “UM DIA OUVI A LUA”, DE LUÍS ALBERTO DE ABREU Autor: Luís Roberto Arthur de Faria 106

DAR-RECEBER E O REPOUSO MOVENTE Autora: Luiza Almeida Rosa 107PISTAS PARA UMA DANÇA COMPLEXA: NEM SÓ DE IMPROPRIEDADES VIVE A EDUCAÇÃO Autora: Mabile Borsatto

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UMA CARTOGRAFIA DA CENA PERFORMATIVA DE FORTALEZA: SOBRE “BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO ?” Autor: Manoel Moacir Rocha Farias Júnior

109

ANDANÇAS DE UMA PERFORMER POR AFETOS FEITOS MOVIMENTO Autora: Marcela Gomes Aragão 110

CONDUÇÕES CÊNICAS: A “AÇON” E O MOVIMENTO ATRAVÉS DOS PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DE GILLES GWIZDEK Autor: Marcio Dias Pereira

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TEATRO NA ESCOLA - AUTOBIOGRAFIAS EM CENA Autora: Maria Cristina Fabi 112

REVERBERAÇÕES CORPORAIS: UM OLHAR DA CULTURA CIGANA , COM BASE NO MÉTODO BAILARINO- PESQUISADOR- INTÉRPRETE (BPI) Autora: María Fernanda Noboa Cueva

113

A VOZ E O SAGRADO: CANTOS SOBRE POÉTICAS DA VOZ EM CONTEXTOS DIVERSOS Autora: Maria Lyra

114

ENUNCIANDO-SE Autora: Mariah Sumikawa Spagnolo 115

MAPIKO: VARIAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES Autora: Mariana Conde Rhormens Lopes 116DO AMOR À HISTERIA: UMA ANÁLISE ACERCA DO LÉXICO TEATRO FEMINISTA EM DUAS OBRAS TEATRAIS. Autora: Mariela Lamberti de Abreu

117

HEURÍSTICA DE DADOS SOMÁTICOS EM UMA PESQUISA ETNOGRÁFICA NA DANÇA CONTEMPORÂNEA DE MAPUTO Autora: Marília C. Gomes Carneiro

118

O OPOSTO: UM PRINCÍPIO PARA A CONSTRUÇÃO DA PRESENÇA E CRIAÇÃO CÊNICA Autora: Marilyn Clara Nunes

119

A ENERGIA NA ARTE DO ARTISTA PERFORMATIVO: SIGNIFICADOS E APROPRIAÇÕES EM PROCESSOS CRIATIVOS Autora: Marina Braga Campos

120

“CRIADORES EM CENA”: REFLEXÕES SOBRE UMA EXPERIÊNCIA ARTÍSTICO PEDAGÓGICA NO TEATRO CEARENSE Autora: Marisa Araújo Cavalcante

121

TEATRO DE ESPECTADORES: O PROFESSOR MEDIADOR Autora: Martha Lemos de Moraes 122

MÚSICA CORPORAL E JOGOS MUSICAIS: BARBATUQUES NA EDUCAÇÃO MUSICAL DO ARTISTA TEATRAL Autor: Maurício de Oliveira Maas

123

MÁSCARA NEUTRA NA ESCOLA Autora: Mayara Tenório Gomes 124

MÁQUINAS – OBJETOS MOVENTES Autora: Maysa Carvalho Gonçalves 125CORPO OBSERVADOR: PERSPECTIVAS TEÓRICAS Autora: Meireane R. R. de Carvalho 126

PEDAGOGIA DO ATOR, TEATRO CONTEMPORÂNEO E INFÂNCIA Autor: Melissa da Silva Ferreira 127TEATRO E VIOLÊNCIA: MAPEAMENTOS DE UMA CARTOGRAFIA DOS DISPOSITIVOS DE VIOLÊNCIA NA CENA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA Autora: Mirela Ferraz

128

CORPOS TRANSPASSADOS: TECENDO DRAMATURGIAS Autora: Mônica Leite da Silva 129

PEDAGOGIA DA LUZ Autora: Nadia Moroz Luciani 130DESVELAR A MÁSCARA: O MÉTODO BOAL NA FORMAÇÃO TÉCNICA, ÉTICA E POLÍTICA DE ATORES Autora: Nathália Góes e Silva

131

MELANCOLIA NA CRIAÇÃO DRAMATÚRGICA DE UM CORPO PERFORMATIVO Autora: Nathalia Catharina Alves Oliveira 132TEATRO, SUBJETIVIDADE E LOUCURA Autora: Paola Cynthia Moreira Bonuti 133

TEATRO E CINEMA: EXPERIMENTO INTERDISCIPLINAR NA CRIAÇÃO Autora: Paula Emilia Almeida Martins de Martins 134O TEMPO SUSPENSO Autor: Paulo Eduardo Pinheiro Rosa 135

O CORPO ESPETACULAR NA PRÁTIVA DE ATORES DECANOS Autor: Pedro Isaias Lucas Ferreira 136

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VISADAS AO AUSENTE: UMA DISCUSSÃO SOBRE PRESENÇA NAS OBRAS DE PINA BAUSCH, KAZUO OHNO E STEVE PAXTON Autor: Pedro Rodrigo Peñuela Sanches

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A DRAMATURGIA NA PRIMEIRA REPÚBLICA: A FUNÇÃO DRAMATURGO NA SOCIEDADE BRASILEIRA PÓS-MONARQUIA Autor: Phelippe Celestino

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LISPECTORANDO: UMA EXPERIÊNCIA CORPÓREA EM UM ATO POÉTICO Autora: Priscila Queiroz Freire 139

DEPOIS DA TÉCNICA: A MATURIDADE ARTÍSTICA DO ATOR Autora: Priscilla de Queiroz Duarte 140

O TEATRO MUSICAL DE GILBERTO MENDES Autor: Rafael Lemos 141TEATRO DE IDENTIDADES: CAMINHOS LUSITANOS DO TEATRO E COMUNIDADE Autor: Ramon Santana de Aguiar 142

RASTROS DO JOGO MUSICAL: RESSONÂNCIAS DE MEIERHOLD NA CENA CONTEMPORÂNEA (RÚSSIA-FRANÇA-BRASIL) Autora: Raquel Castro de Souza

143

SIMULAÇÃO REALÍSTICA: AS PRÁTICAS DE TEATRO NA FORMAÇÃO DE MÉDICOS E ENFERMEIROS. Autora: Raquel Júlio Mastey

144

INTERVENÇÃO URBANA, DANÇA E EDUCAÇÃO POR UMA ÓTICA LABANIANA Autora: Rebeca Santos de Oliveira 145O AIKIDO E A CAPOEIRA COMO FONTES DE INSPIRAÇÃO PARA A DRAMATURGIA DO ATOR Autora: Renata Mazzei Batista

146

INTERSTÍCIO INTERFACETADO: POSSIBILIDADES COMUNICACIONAIS Autor: Rodrigo Rhenan Domingues 147

A PRESENÇA CÊNICA NOS PROCESSOS DE PREPARAÇÃO E CRIAÇÃO DO ATOR DESENVOLVIDOS POR ANTONIO JANUZELLI Autor: Rodrigo Severo dos Santos

148

PESQUISA LA POCHA NOSTRA: TRAJE DE CENA EM PERFORMANCE Autora: Sandra Pestana 149

TEATRO, PERFORMANCE E FEMINISMOS: SUBJETIVIDADES COMO ZONAS DE CONFRONTO ESPECTACULARIZADAS Autora: Stela R. Fischer

150

ENTRETECER BORDAS NO FAZER DANÇANTE:CONTRIBUIÇÕES DO MOVIMENTO AUTÊNTICO PARA DANÇA CONTEMPORÂNEA Autora: Suzana Beiersdorff Bayona

151

A SOMBRA À LUZ DA VOZ: OS MECANISMOS DO GRAVE E DO AGUDO Autora: Tainã Filipe Araujo 152TEATRO E COMUNIDADE: UMA RELAÇÃO DIALÓGICA Autora: Terena Zamariolli Coradi 153

RELATOS SOBRE A DIREÇÃO TEATRAL A PARTIR DE MODELOS VISUAIS PARA ORGANIZAR ENSAIOS Autora: Thais Vasconcelos Franco de Sá

154

TEATRO NAS ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE FLORIANÓPOLIS: ESTUDO DE CASO Autora: Thayná Cristine Rodrigues Silva

155

DRAMATIZAÇÃO DE CONTOS FILOSÓFICOS Autora: Theda Cabrera Gonçalves Pereira (CABRERA, Theda) 156

A POTÊNCIA POLÍTICA DA CONTRADIÇÃO NA DRAMATURGIA DE BERTOLT BRECHT Autora: Thereza de Jesus Santos Junqueira

157

AS FORMAS IMAGINÁRIAS DO CONHECIMENTO Autor: Thiago Meira 158

EM BUSCA DE UM TREINAMENTO PESSOAL Autor: Umberto Cerasoli Jr 159DANÇA, PROCESSO E MEMÓRIA: OS PASSOS DA DANÇA NO ESTADO DO ACRE Autora: Valeska Alvim 160

PARADOXOS E DESAFIOS DAS NOVAS MATERIALIDADES EM AMBIENTES PÓS-MÍDIA Autora: Vanessa Lopes

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CARTOGRAFIAS DE POÉTICAS HÍBRIDAS Autor: Vinicius da Silva Lírio 162

O TEATRO ESPONTANEO COMO PRÁTICA DE LIBERDADE Autora: Yandra de Oliveira Firmo 163

GRUPOS DE PESQUISA

CAMINHOS E POSSIBILIDADES DE INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA NAS ARTES DA CENA. Autores: André Estevez, Fabiana Guedes, Kátia dos Anjos, Marília Silveira, Marília Velardi, Renata Matsuo, Wesley Fernadez

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“O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AGORA [?]” – ENTRE O REAL E O FICCIONAL, POSSIBILIDADES POÉTICAS DO COTIDIANO. Autores: Bruna Reis, Dora de Andrade, Gabriela Giannetti e Roberto Rezende. Núcleo Fuga! – Laboratório Fuga - LUME Teatro/UNICAMP.

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DO LADO DE DENTRO: UMA EXPERIÊNCIA CÊNICO-MUSICAL Autores: Carlos Henrique Barto Júnior e William Francisco de Paulo 166O CENTRO DE PESQUISA EM EXPERIMENTAÇÃO CÊNICA DO ATOR (CEPECA ) Autores: Prof. Eduardo Tessari Coutinho, Renata Mazzei, Umberto Cerasoli Jr 167

GP PROCESSOS, POÉTICAS E TÉCNICA VOCAL PARA O ATOR Autor: GP Processos, poéticas e Técnica Vocal para o Ator 168NOTAS SOBRE A CIDADE ATRAVESSADA: ESPETÁCULO “DEUS É FIEL – MARCA REGISTRADA” Autor: Marcelo Eduardo Rocco de Gasperi

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GRUPO DE PESQUISA CADERNOS DE TEATRO E SOCIEDADE: TRÊS MOMENTOS DO TEATRO POLÍTICO DA DÉCADA DE 60 NO BRASIL. Autores: Laboratório de Investigação em Teatro e Sociedade (LITS): Mariana Soutto Mayor, Paula Autran, Paulo Fávari, Paulo Bio Toledo, Patrícia Freitas dos Santos e Sara Mello Neiva

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GRUPO TERREIRO DE INVESTIGAÇÕES CÊNICAS: TEATRO, RITUAIS, BRINCADEIRAS E VADIAGENS Autores: Marianna Monteiro, Letícia Leonardi, Franciane Kanzelumuka de Paula

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MAPAS INVESTIGATIVOS ESPACIALIZAM IMAGINAÇÕES NO ÂMBITO DA PESQUISA EM ARTES Autoras: Profa. Dra. Marina Marcondes Machado e Luciana Cezário Milagres de Melo (mestranda)

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PRÁTICA COMO PESQUISA NAS ARTES DA CENA: UMA EXPERIÊNCIA EM PROCESSO Autoras: Marisa Martins Lambert; Silvia Maria Geraldi; Ana Maria Rodriguez Costas 173

NÚCLEO TRANSDISCIPLINAR DE PESQUISA EM ARTES CÊNICAS E ESPETACULARES/NACE/UFRN - ARTE CONTEMPORÂNEA E CULTURA INVESTIGADAS PARA CONHECER, APREENDER E TRANSFORMAR Autora: Nara Salles

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APRESENTAÇÃO

O Seminário de Pesquisas em Andamento (SPA) é uma iniciativa do Programa de Pós-

Graduação em Artes Cênicas da USP, que ocorre desde 2010, e tem como objetivo criar um

espaço de troca de experiências entre pesquisadores das Artes Cênicas para ampliar a difusão

das pesquisas em andamento e recém-concluídas na área.

A 6ª edição do SPA ocorreu durante os dias 26, 27, 28 e 29 de julho de 2016 (de terça a

sexta-feira), nas dependências do Departamento de Artes Cênicas da USP. A atividade foi

certificada e os participantes tem seus trabalhos publicados neste Caderno de Resumos do

evento (ISSN 2318-8928).

As comunicações se deram em dois formatos: Apresentação Oral e Demonstração

Técnica.

Foram aceitas submissões de comunicações relativas a pesquisas de iniciação científica,

trabalho de conclusão de curso, especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado e pesquisa

docente. Os trabalhos de iniciação científica e de conclusão de curso foram aceitos desde que a

pesquisa se concluísse até a data de apresentação no seminário.

O tema da conferência de abertura foi: “Em tempos de convulsão social: a pesquisa

como forma de atuação política e a arte como intervenção estética”. Convidadas: Elisabeth Silva

Lopes (USP), Eleonora Fabião (UFRJ) e Marília Veloso (UNESPAR). No segundo dia tivemos

a palestra "Investigação em Dança: o corpo convulsa", com a pesquisadora Gladis Tridapalli

(UNESPAR).

Também foram aceitas inscrições de comunicações de Grupos de Pesquisas de

universidades brasileiras interessados em apresentar suas linhas de pesquisa no seminário.

maiores detalhes: www3.eca.usp.br/pos/ppgac/spa

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- GÊNERO E PERFORMANCE - UM ESTUDO SOBRE VIOLÊNCIA DE GÊNERO, RESISTÊNCIAS E DESMONTAGENS

Autor:Adão Freire Monteiro Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e Cena Orientador:Prof. Dr. Marcelo Denny de Toledo Leite Nível e data de início: Mestrado, Março de 2016 Nível e data de conclusão: Mestrado, Setembro de 2018 Contato: [email protected] Palavras-chave:Gênero,Corpo, Cultura, violência

Aceitar que temos uma cultura opressora e violenta é acreditar, que a cultura é algo exterior a nós e nos forma e comanda de uma forma única, linear e contínua, sem nos dar opções de mudanças. Assim sendo, somos todos oprimidos e violentados. Mas se notamos que em determinados espaços existem uma parcela privilegiada, de cor, gênero, sexo, e que nossas diferenças naturais se tornaram ideologicamente desiguais, para tal manutenção de privilégios, então temos uma violência direcionada, endereçada e tomada como natural. O trabalho propõe uma desconstrução, ou melhor, uma desmontagem dos ‘privilégios naturalizados de gênero’(Foucault,2014), do poder espetacular do ‘patriarcado’ (Segatto,1998). Tendo como exemplos o grupo de teatro Mal-Amadas – Poética do Desmonte e o grupo reflexivo de homens autuados pela lei Maria da Penha, da ONG – Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde . 1

Historicizar o domínio hegemônico masculino, a continuidade ideológica dessa dominação, os comportamentos ‘performativos’(Butler,2015) masculinos e femininos, é a proposição de desmontagem dessa ordem.

Bibliografia BUTLER, Judith. Quadros de Guerra – Quando uma vida é passível de luto?. São Paulo. Civilização brasileira. 2015. FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 3 - O Cuidado de Si. São Paulo. Paz e Terra, 2014 SEGATTO, Rita Laura .Os percursos do gênero na antropologia e para além dela. Brasília, 1998.

ONG,que recebe homens autuados pela Lei Maria da Penha, desde 2009, encaminhados pelo 1

Juizado de Violência Doméstica e Familiar da Barra Funda. É considerado participação no grupo a frequência contínua a dezesseis encontros, com duração de duas horas.

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INVERSÃO DO CORPO PERFEITO: O OLHAR A PARTIR DA POLIOMIELITE PARA OS FUNDAMENTOS DE BARTENIEFF

Autora: Adriana Lopes de Oliveira Instituição: Centro de Desenvolvimento Científico em Saúde e Social Linha de Pesquisa: Dança e Sujeito Orientadora: Elisa Abrão Nível e data de conclusão: Pesquisa especialização em andamento, novembro de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave:Bartenieff, fisioterapia,poliomielite

A presente pesquisa investiga os Fundamentos daBartenieff tão revisitados e experimentados no campo da dança, mas que nesta pesquisa tem como foco principal o olhar a partir da investigação daPoliomielite, isso se faz necessário por uma inversão do próprio conceito de corpo presente na dança, refletindo que os saberes de Bartenieff são amplamente difundidos no campo da dança e que eles vêm de um próprio impacto de pessoas com poliomielite. Irmgard Bartenieff desenvolveu uma abordagem de movimentos, alcançando resultados extraordinários na recuperação de pacientes de poliomielite (MIRANDA,2008).A investigação transita por autores do campo da fisioterapia, neurologia e dança, na intenção de articular as possíveis conexões do campo somático com a área neurológica.A pesquisa em andamento objetiva uma relação teórico prática apresentando como aspectos metodológicos três camadas que compõem o processo de investigação: análise das questões neuromusculares presente em corpos com poliomielite e a experimentação dos Bartenieff Fundamentais na experimentação prática e na investigação teórica dentro do que se tem escrito. O corpo deficiente, doente de ferida ou de imperfeição passa a nos revelar a grande sabedoria do corpo (LOUPPE,2012).A inversão do conceito de corpo se dá a partir da investigação e experimentação dos Fundamentos deBartenieff a partir do olhar para o corpo com poliomielite.

Bibliografia LOUPPE, Laurence. Poética da Dança contemporânea. Lisboa: Orfeu Negro,2012. MIRANDA, Regina. Corpo Espaço: Aspectos de uma Geofilosofia do corpo em Movimento. Rio de Janeiro: 7letras, 2008.

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OS PROCESSOS CRIATIVOS CORPÓREOS EM DANÇACOMO VIVÊNCIAS POÉTICAS PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Autora: Aide Esmeralda López Olivares Instituição: Universidade Federal do Pará Linha de Pesquisa: Teorias e Interfaces Epistêmicas em Artes Orientadora:Profa. Dra. Giselle Guilhon Antunes Camargo Nível e data de início: Mestrado, setembro 2015 Bolsa de fomento: Programa da Organização dos Estados Americanos OEA Contato: [email protected] Palavras-chave: dança, vivência poética, pessoas em situação de rua, intervenção

A pesquisa desenvolve-se como uma investigação qualitativa ao aludir as qualidades da experiência humana nas práticas expressivas. Investiga a dança em seus processos criativos corporais como facilitadora para o reencontro do ser humano consigo mesmo especificamente em uma intervenção artística chamada laboratório do corpo, voltada para pessoas em situação de rua em Belém do Pará. O campo de estudo da pesquisa contempla como hipótese que a pessoa que mora na rua, dentro das condições que exigem priorizar alimentação e refúgio, se vê limitada em vivências que propiciem seu bem-estar a partir da arte.Revelando em seu corpo, estados alterados frente ao estresse, violência, emoções, consumo de álcool, drogas e estratégias de resistência que criam para sobreviver no espaço urbano; para tal hipótese o projeto tem como objetivo gerar um processo criativo corpóreo onde as pessoas em situação de rua experimentem vivências poéticas em seu habitar cotidiano, definindo por vivência poética à experimentação artística que produz bem-estar. A pesquisa consta de três fases de trabalho:1) Identificação do objeto de estudo, a qual contempla uma aproximação ao panorama sociocultural em Belém e a seleção do objeto de pesquisa.2) Construção e aplicação em laboratório, atualmente a pesquisa encontra-se nesta fase, manifestando a necessidade de uma abordagem transdisciplinar que atravessa as fronteiras dos diferentes métodos para a construção de um método próprio em virtude da natureza flutuante da população. 3) Análise e interpretação da informação obtida através da fenomenologia-hermenêutica e da etnocenologia, saberes que justapõem o estudo da vivência na corporeidade.

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POLÍTICA NACIONAL DAS ARTES: CONTRADIÇÕES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E CULTURAIS NO NEOLIBERALISMO.

Autor: Alessandro Antonio da Silva Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Linha de Pesquisa: Dimensões Políticas na Comunicação Orientadora: Christine Greiner Nível e data de início: Doutorado, julho de 2013 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: Neoliberalismo,Teatro, Políticas Públicas de Cultura

Essa comunicação de trabalho pretende explanar indícios de contradições políticas, relacionadas ao desenvolvimento de estratégias de acesso à cultura no país junto a lógica econômica-cultural-criativa presente no neoliberalismo. A comunicação aborda, através de uma experiência empírica, a dicotomia de ideais gerada entre o discurso político cultural presente na elaboração dos principais documentos e leis sobre o desenvolvimento cultural no Brasil contemporâneo e a implantação de uma política de ação para o setor teatral brasileiro. A principal hipótese dessa pesquisa, verifica-se na ação de implantação da PNA ⎯ Política Nacional das Artes ⎯, na qual

é observada a falta de atenção à uma ordem democrática e de acesso ao ensino de teatro formal, presente nessa cadeia de produção. Essa dissociação de discurso cria disparidades através da difusão do teatro no território nacional, entre o mecanismo econômico neodesenvolvimentista, presente no Plano Nacional do Setor Teatral e a internacionalização do setor junto ao mercado mundial. O trabalho propõe explanar através do conceito de governamentalidade (Michel Foucault), que, embora o discurso presente nas políticas culturais brasileiras seja embasado por uma ordem de liberdade e de acesso econômico, a política cultural atual é regida por um poder soberano, associado a lógica das indústrias criativas, que muitas vezes é instaurada diante de um fundamentalismo do uso da criatividade.

Bibliografia GIELEN, Pascal. Criatividade & Outros Fundamentalismos. São Paulo: Annablume, 2015. FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. São Paulo: Graal, 2012. _________. O Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins, 2008.

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DESTERRITÓRIO PROFANO: A REPRESENTAÇÃO SOB A CHAVE DA MEMÓRIA EM PROCESSO

Autor: Alexandre Gil França Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e cena Orientador: Prof. Dr. Felisberto Sabino da Costa Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: profanação, desterritorialização, teatralidade

Quais as ferramentas que podemos utilizar para desvendar criticamente a conexão de obras contemporâneas com o passado? Utilizando o conceito desenvolvido por Gilles Deleuze e Fèlix Guattari da “desterritorialização” combinado ao conceito de “assinatura” evocado por Giorgio Agamben, proponho com este trabalho um tipo de abordagem crítica para obras teatrais. Desterritorialização seria uma mudança de território (no sentido mais amplo da palavra, não apenas espacialmente) de um elemento implicando uma alteração dos seus códigos de funcionamento vigentes. Mas esta mudança estaria atrelada muito mais ao uso que se faz de determinado dispositivo, do que à substituição homóloga entre partes distintas – enfim, de um uso inadequado, ou distorcido, de um objeto em sua configuração original, alterando os dois lados envolvidos nesta operação. Como o rosto humano ganhando uma subjetividade descolada do corpo a qual ele faz parte através de um regime de signos pré-determinado. No teatro, a desterritorialização dos materiais é, digamos, gatilho incontornável para a instauração de um espaço teatral de jogo. De uma coisa sendo utilizada como qualquer outra coisa. Já a assinatura de Agamben seria a mão invisível a guiar os signos dentro de um território determinado, como veremos mais profundamente do decorrer deste trabalho.

Bibliografia AGAMBEN, Giorgio. Bartebly, ou da contigência. Belo Horizonte: Autêntica Ed, 2015 _________________. O reino e a glória. São Paulo: Boitempo, 2011 DELEUZE, Gilles, GUATTARI, Fèlix. Mil Platôs, volume 2. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995 __________________________. Mil Platôs, volume 4. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997

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O QUE EU POSSO FAZER COM ESSE CORPO QUE EU TENHO?

Autora: Amanda Graciele Moreira Teixeira Instituição: Universidade Federal do Acre Linha de Pesquisa: Teatro-Educação Orientador: Prof. Dr. Micael Carmo Côrtes Gomes Nível e data de início: Iniciação Científica, agosto de 2015 Nível e data de conclusão: Iniciação Científica, julho de 2016 Bolsa de fomento: Capes Contato:[email protected] Palavras-chave:experimento cênico, técnicas corporais, trabalho do ator

Se conhecer para conhecer o outro. Conviver, dialogar, ensaiar, construir, aprender reinventar, encenar... “E o que eu posso fazer com esse corpo que eu tenho?” Assim, o objetivo dessa pesquisa é analisar como se procedia o trabalho de corpo no projeto de experimento cênico ‘As Criadas’ de Jean Genet, realizado com três estudantes do Curso de Artes Cênicas: Teatro/UFAC, entre 2011 a 2013, já que tal projeto tinha o intuito de contribuir para a formação do professor-artista de teatro.Adotamos a ‘Análise Documental’ (CELLARD, 2008) como procedimentos metodológicos, uma vez que partimos do material registrado (fotografias, entrevistas e vídeos) sobre o projeto de experimento cênico, particularmente dos depoimentos dos estudantes gravados após os ensaios. Após a transcrição nossa análise centrou-se nas proposições do corpo desenvolvidas por esses estudantes-atores durante esse processo, e que nos depoimentos, revelou-se as limitações corporais de cada um para a cena. A partir daí, problematizamos essa ‘limitação’ e partimos para um treinamento corporal pautada nas técnicas do Yôga Antigo (DEROSE, 2007) e, portanto, criando uma sequência sistematizada que envolve técnicas de concentração, respiração, imaginação e alongamento muscular como contribuição para o trabalho do ator.

Bibliografia CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis, Vozes, 2008. DEROSE. Tratado de Yôga. São Paulo: DeRose Editora, 2007.

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COMPARTILHAR E DESAPARECER COMO POÉTICAS E ESTÉTICAS DO CONTATO IMPROVISAÇÃO

Autora: Ana Maria Alonso Krischke Instituição: Universidade Estadual de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Linguagens Cênicas, Corpo e Subjetividade Orientadora: Sandra Nunes Nível e data de início: Doutorado, março 2015. Nível e data de conclusão: Doutorado, março 2019. Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: Compartilhar, Dança, Desaparecer.

Contato Improvisação (CI) é uma arte do movimento de natureza improvisada, iniciada por Paxton nos anos 70 nos EUA, cujo foco é a relação recíproca de dois corpos (ou mais), que 2

atuam em regime de coexistência. Esta pesquisa, de cunho etnográfico e/ou auto etnográfico, dá-se num processo dinâmico de experimentação e reflexão desta prática em diferentes contextos: festivais, grupo de CI, residências artísticas, e pesquisa junto a 5 bailarinas de CI da 3

América Latina. O enfoque está na potência artística e performativa do CI: quais poéticas, estéticas e éticas permeiam práticas de dança que priorizam a relação com o outro, a coletividade, a percepção e a sensação? E qual a relevância destes para a arte na atualidade? O que significa, hoje em dia, colaboração? Quais os elementos para compreendê-la de forma crítica e criativa? Uma das hipóteses que emergem da pesquisa é a de que há uma articulação entre as categorias ‘desaparecer’ e ‘compartilhar’, o fato de haver uma interdependência dos sujeitos na poética do CI indica uma prática na qual em vez da centralidade ou da polaridade dos sujeitos, está o foco no que está ‘entre’, ou seja, no que emerge no processo da relação.

Bibliografia NOVACK, Cynthia. Sharing the dance: contact improvisation and American culture. Madison, Wisconsin: The University of Wisconsin Press, 1990. RANCIÈRE, J. Política da Arte. In: Urdimento. Revista de Estudos em Artes Cênicas. n. 15, Florianópolis: CEART/UDESC, 2010, pp. 45 – 59. TAMPINI, Marina. Contact improvisation: cuerpo y pensamiento en danza. UNA, Departamento Artes del Movimiento- Argentina, 2009.

Bailarino que participou da co-criação da dança pós-moderna americana. 2

Eleitas por trabalharem com CI e performance e por serem, parceiras de trabalho da autora. 3

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CORPO POÉTICA CIDADE: OCUPAÇÃO E CRIAÇÃO DE SENTIDOS

Autora: Ana Maria Alonso Krischke 4

Instituição: Universidade Estadual do Centro Oeste Paraná Linha de Pesquisa: Pesquisa em Artes Pesquisa Docente Nível e data de início: Docente, 2014.2 Nível e data de conclusão: Docente, fevereiro 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: cidade, corpo, dança, ocupação

O presente artigo vem apresentar algumas experiências e reflexões do projeto de pesquisa ‘Poéticas do Movimento e Espaços Urbanos’ realizado com o foco de problematizar a ocupação dos espaços urbanos através de uma poética do corpo (movimento dançado), provocando um alargamento das possibilidades do estar na rua tanto dos transeuntes, em sua cotidianidade; quanto dos performers, em sua atuação artística. Junto a um grupo de estudos formado por acadêmicos da UNICENTRO, PR e comunidade, estivemos experimentando intervenções urbanas. E, neste processo, encontramos a experiência da rua enquanto território próprio do público e do político, a rua passou a ser uma fissura da cidade, o resíduo, indesejado, daquilo que não se pôde privatizar. Cada vez mais, a ocupação urbana tem sido marcada pelo trânsito, pela passagem, pela pressa. Além disso, percebemos que é importante compreender que a relação entre corpo, espaços públicos e expressão assume uma densidade própria – e uma atualidade perceptível – na medida em que compreendemos que o estágio atual de nossa sociedade do espetáculo.

Referencias KOZEL, Susan. Closer: performance, tecnologies, phenomenology. Massachussetts I.T, 2007. KRISCHKE, Ana M. Alonso. Contato Improvisação: A experiência do conhecer e a presença do outro na dança. Dissertação – PPGE/UFSC. Florianópolis, 2012. LEPECKI, A. 9 variações sobre coisas e performance. Urdimento. Revista de Estudos em Artes Cênicas. n. 19, Florianópolis: CEART/UDESC, 2012. PELBART, Peter Pál. Elementos para uma cartografia da grupalidade, Próximo Ato: questões da teatralidade contemporânea. São Paulo: Itaú Cultural, 2008.

Dançarina, performer, improvisadora e pesquisadora da dança. Doutoranda PPGT Ceart- 4

Udesc (2015 – 2019). Professora de dança na graduação em Arte Educação na Unicentro, de 2013 a 2015.

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O CORPO DO ENCENADOR NO PROCESSO DE DIREÇÃO DE ATORES:UM ESTUDO DE CASO

Autora: Ana Paula Zanandréa Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Processos de criação cênica / direção teatral Orientador: João Pedro Alcântara Gil Nível e data de início: Doutorado, agosto de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: direção de atores, encenação, processo de criação, corpo do diretor

Os processos de criação de um espetáculo teatral são verdadeiras “aventuras humanas” (PROUST, 2006, p.198), pois acontecem num território compartilhado entre os artistas, num “espaço-tempo relacional” (BOURRIAUD, 2001, p.22) “travado com, entre e nos corpos” (FAGUNDES, 2009, p. 20). Apesar desta condição, salvo quando o encenador ocupa a cena como ator ou como diretor, a implicação do seu corpo ao longo do processo de criação passa normalmente despercebida. Assim, a produção teórica acerca da direção teatral pouco contempla o encenador no ato de criação, momento em que se evidencia a sua prática enquanto diretor de atores. A fim de compartilhar procedimentos e métodos relativos à direção de atores, esta pesquisa analisa como o corpo do encenador se manifesta no ato da criação teatral contemporânea. Nesta etapa inicial, serão apresentadas as reflexões oriundas do processo de montagem do espetáculo “Concentração”, conduzido pela pesquisadora em 2015 e retomado em 2016 para uma segunda temporada. Partindo da sua experiência como diretora, a pesquisadora descobre o seu corpo em sala de ensaio, desvelando as estratégias, intencionais ou não, empregadas na direção de atores. Através desta análise serão traçados agenciamentos entre a relação ator/diretor com aquelas entre professor/aluno e entre pesquisador/objeto de pesquisa, revelando atritos, complementariedades e possíveis contaminações existentes nestas dinâmicas.

Bibliografia: BOURRIAUD, Nicolas. Esthétique relationnelle. Dijon: Les presses du réel, 2001. FAGUNDES, Patricia. La ética de la festividad en la creación escénica. 2010. Tese (Doutorado em Humanidades). Universidad Carlos III de Madrid. PROUST, Sophie. La Direction d’Acteurs. Vic la Gardiole: L’entretemps, 2006.

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DANÇA TEATRO INDIANA – UMA VISÃO INTEGRATIVA

Autora: Andrea Kimura Prior Instituição: Universidade Federal de São Paulo Linha de Pesquisa: nome da linha de pesquisa a qual a pesquisa do autor está vinculada Orientador: Jorge Oliva Cristovam Nível e data de início: Especialização, novembro de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: dança-teatro, ritual cênico, teatro antigo

A presente monografia em andamento se propõe a traçar um panorama da dança teatro indiana em sua origem templária, compará-la com experiências similares de outras culturas ancestrais (grega, ioruba e egípcia) e por esta linha histórico-antropológica estabelecer um panorama da arte pela ótica do trinômio: dança-teatro-ritual como instrumentos de transformação do indivíduo. Pretende-se resgatar entendimento sobre o tema, a partir principalmente da revisão bibliográfica sobre o assunto, com enfoque na dança teatro indiana, em especial os estilos Odissi, Kathak e Kooddyatam e os principais tratados performáticos: Natyashastra e o Abhinaya Darpanan. Nos tempos antigos, ritual e arte se entrelaçavam, e as práticas artísticas se revelavam integrativas por essência: abordavam o ser humano em sua integridade enquanto corpo físico, emocional e mental, refletindo o entendimento e a relação entre o micro e o macrocosmo. Espera-se revelar o potencial da dança teatro indiana como forma integrada de arte, saúde e consciência, indo além de seu caráter cultural e de entretenimento, ao reconhecer sua natureza mais profunda e transformadora, onde é possível vislumbrar o ofício do dançarino-ator como o de agente transformador de vários aspectos do ser na sua relação com a cena e a platéia (bhava-rasa).

Bibliografia BRANDAO, Junito de Souza, Teatro Grego – Origem e Evolução, 1980 COOMARASWAMY, Ananda, The Mirror of Gesture – Being the Abhinaya Darpana of Nandikesvara, 1970, Munshiram Manoharlal Publishers, 2003 6a ediçao LIDOVA, dr Natalia, Drama and Ritual of Early Hinduism, Motilal Banarsidass Publishers; 1994 PATNAIK, D.N., Odissi Dance, Orissa Sangeet Natak Academy, 1971, 3a ed 2006 VATSYAYAN Kapila, Bharata The Natyashastra , 1996 Sahitya Akademi

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CRIAÇÃO EM MÚSICA E DANÇA

Autora: Andrea Mariana Morera López Instituição: PPGAC / UFRGS Linha de pesquisa: Processos de Criação Cênica Orientadora: Profa. Dra. Mônica Fagundes Dantas Nível e data de início: Mestrado, Agosto de 2015 Bolsa de fomento: CAPES Contato: [email protected] Palavras chave: criação, dança, música, processo

Esta pesquisa toma meu processo criativo em música e dança por objeto de estudo.Nela proponho a elaboração de um ambiente criativo onde música e dança operam de maneira intimamente conectada. Esse ambiente criativo surge do diálogo entre as ferramentas analíticas e composicionais da música e as possibilidades de traslação desses recursos para a posterior organização de células de movimento corporal. Consequentemente, a análise musical é criada com a finalidade de suscitar estímulos para o movimento dançado. Além de uma peça da minha autoria, a pesquisa se desdobra na transmissão desse ambiente criativo para um outro compositor, Bruno Angelo, e uma outra bailarina, Fernanda Boff. O meu objetivo é oportunizar a apropriação da metodologia de trabalho e verificar a sua viabilidade para além do meu próprio processo criativo. A utilização de registros do processo, como vídeos, depoimentos e a construção de um caderno de bordo auxiliam a sistematização da pesquisa. Essa bricolagem metodológica vai ao encontro das pesquisas realizadas por Fortin (2006), Lancri (2002) e Dantas (2007).

Bibliografia DANTAS, Monica. A pesquisa em dança não deve afastar o pesquisador da experiência da dança: reflexões sobre escolhas metodológicas no âmbito da pesquisa em dança. Revista da Fundarte n.13/14, janeiro/dezembro, 2007, p. 13-18. FORTIN, Sylvie. Apports possibles de l’ethnografie et de l’autoethnografie pour la recherche en pratique artistique.In. GOSSELI, P.; LE COGUIEC, E. (org) La recherche création: pour une compréhension de la recherche en pratique artistique. Presses de l’Université du Québec, 2006, p.97-110. LANCRI, J. Colóquio sobre a metodologia da pesquisa em artes plásticas na universidade. In. BRITES, B.; TESSLER, E. (org) O meio como ponto zero.Metodologia da pesquisa em artes plásticas. Porto Alegre: Ed. Da Universidade/UFRGS, 2002, p. 15-33.

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O DRAMATURGISMO EM SUA DIMENSÃO CRÍTICA NO PROCESSO DE CRIAÇÃO CÊNICA

Autor: Antonio Luiz Gonçalves Junior Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e Cena Orientadora: Profa. Dra. Sílvia Fernandes da Silva Telesi Nível e data de início: Doutorado, fevereiro de 2015 Nível e data de conclusão: Doutorado, fevereiro de 2019 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: crítica, direção teatral, dramaturgismo, espaço urbano, processo de criação Esta comunicação visa apresentar o projeto de pesquisa em andamento, seus objetivos e procedimentos metodológicos. O estudo tem como foco investigar a prática do dramaturgista no propósito de refletir sobre sua atividade crítica, enquanto participante do processo criativo de uma obra cênica. Desse modo, a pesquisa se dirige às ações e aos modos de efetivação do dramaturgismo enquanto instância crítica. Em termos gerais, tal dimensão abrange o trabalho em torno do conceito da obra, na qual o dramaturgista age como uma espécie de observador interno, estabelecendo, em parceria com diretores, encenadores e coreógrafos, relações entre os elementos que compõem o trabalho à medida em que vão se instaurando. Portanto, trata-se de uma atitude crítica-analítica vinculada ou dirigida às relações entre forma e conteúdo que abrange o trabalho em torno do conceito da obra. Propõe-se, em vista disso, um levantamento e um estudo sobre as práticas do dramaturgista, assim como uma reflexão sobre sua atividade, a fim de averiguar outras perspectivas possíveis de como se concebe, e como se dá, sua ação crítica em processos de criação cênica que engendram um percurso de pesquisa, teórica e prática, e se relacionam de uma maneira mais próxima com ambientes concretos da vida social. Em especial, o espaço urbano. Lpara a análise ,ogo nesse contexto, entende-se que o exercício da observação crítica necessita ser problematizado e priorizado. O plano de trabalho está dividido entre atividades de pesquisa de fontes primárias e secundárias, leitura e análise de referências bibliográficas acerca das práticas do dramaturgismo, assim como entrevistas e estudo de caso.

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DANÇA CONTEMPORÂNEA NO BIOS MIDIÁTICO

Autor: Arthur Marques de Almeida Neto Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/ Univ. Federal da Paraíba. Linha de Pesquisa: Cultura e ambientes midiáticos. Orientadora: Helena Katz. Nível e data de conclusão: Doutorado, julho de 2016. Contato: [email protected] Palavras-chave:comunicação sem objeto, corpomídia, dança contemporânea, biopolítica

No Brasil, durante os últimos anos, diversos trabalhos em dança têm sido classificados como ‘dança contemporânea’. O uso do termo de maneira generalista tomou tal proporção que ele passou a informar verbalmente algo ao qual não mais se liga a um objeto. Apresentamos um dos aspectos analisados em investigação teórica: a discussão de algumas percepções sobre o termo ‘dança contemporânea’ encontradas no bios midiático (SODRÉ, 2016). Essas percepções foram observadas em flyers que apresentavam textos na internet, escolhidos randomicamente, e vídeos de propagandas e trechos de aulas, escolhidos por maior relevância no Youtube. Elas foram agrupadas em quatro categorias: uma, que entende o termo como uma prática terapêutica; outra, que ele abarca danças organizadas por ‘passos básicos’; a terceira, como prática para descoberta do ‘movimento individualizado’ (LOUPPE, 2012), e a quarta, que considera o termo como danças realizadas no presente. Discutimos essas percepções a fim de mostrar o tipo de convocação e modalização (PRADO, 2013) realizada por esses dispositivos de biopoder (FOUCAULT, 2008) que regulam um ambiente que, na troca permanente com os corpos que o formam (KATZ e GREINER, 2005), tornam a’dança contemporânea’ uma nomeação generalista e sem objeto, com consequência direta nas práticas de ensino e nas produções em dança

Bibliografia FOUCAULT, Michel.O nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978 - 1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008. KATZ, Helena; Christine, GREINER. Por uma teoria do corpomídia. In: GREINER, Christine. O corpo: pistas para estudos indisciplinares. 2a. ed. São Paulo: Annablume, 2005. pp. 125 - 133. LOUPPE, Laurence. Poética da dança contemporânea. Lisboa: Orfeu Negro, 2012.

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GOLPES DE MÁSCARA E TRUPÉS BRINCADORES: DESCOBERTAS DO JOGO NA COMMEDIADELL’ARTE E NO CAVALO MARINHO

Autor: Artur Mattar Moraes Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Tradições Brasileiras Orientadora: Grácia Navarro Nível e data de início: Iniciação Científica. Agosto de 2014 a Julho de 2015 Nível e data de conclusão: Iniciação Científica. Julho de 2015. Bolsa de Fomento: CNPQ Pesquisa Disponível:Contato: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8138264U4 Palavras Chave: Cavalo-Marinho, CommediaDell’arte e Jogo Cênico. A pesquisa voltou-se à investigação de duas formas expressivas populares distantes territorialmente e essencialmente, a Commediadell’Arte italiana e o Cavalo Marinho de Pernambuco, duas manifestações cômicas da populares que se utilizam da máscara. Busquei, a partir de um estudo comparativo, identificar princípios estruturais comuns que fazem parte do jogo cômico popular, desejando, a partir desse estudo e da troca com meus parceiros de trabalho, gerar, ao fim deste processo, um material criativo, que carregasse elementos advindos do encontro entre as duas linguagens. Não tenho como objetivo igualar essas duas manifestações expressivas, inclusive, ressalto a importância de afirmar a diferença entre as duas. O Cavalo Marinho é uma manifestação popular festiva, específica da Zona da Mata Norte de Pernambuco, com sua origem, realizadores, características e tempo histórico próprios, e a Commediadell’arte é uma manifestação teatral italiana, que apesar das suas proporções globais, dadas por seu tempo de existência e repercussão nas escolas em todo o mundo, carrega sua origem, seus realizadores e suas características específicas. Não são a mesma coisa, nem uma veio da outra. Carregam, cada uma, sua legitimidade e autenticidade. De início, tínhamos uma temática deslocada do material. A ideia era aplicá-la dentro da linguagem vinda do encontro entre as duas manifestações populares, porém, ao pisarmos em terra firme, na volta de Pernambuco para Campinas, pulsava no grupo a vontade de falar do que acabávamos de viver, ou seja, tornar o encontro não apenas a linguagem, mas sim a própria metodologia para a construção das cenas. Acabamos por nos deparar com o que chamamos de Dramaturgia do Encontro.

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VIDA EM PAUTA:O MARCADOR SOMÁTICO NO ENSINO-APRENDIZAGEM EM DANÇA

Autora: Bárbara Santos Instituição: Universidade Federal da Paraíba Pesquisa Docente- 05/05/2015 E-mail: [email protected] Palavras-chave: Dança, Ensino-Aprendizagem, Marcador Somático

O presente estudo indaga de que forma aquilo que nos afeta na vida perpassa nosso fazer artístico-pedagógico. O processo de ensino-aprendizagem em dança pode dar luz às informações advindas do próprio corpo, assim como são diversas as circunstâncias cotidianas que nos afetam e alteram nossa paisagem mental e/ou corporal. Trata-se de uma pesquisa teórica guiada pela prática docente no curso de Licenciatura em Dança da UFPB.

A hipótese do marcador somático, proposta pelo neurocientista António Damásio (2010) indica a emoção como regulação básica de sobrevivência do organismo. Ele afirma existir ampla variação de dispositivos de regulação da vida presentes no cérebro que funcionam de modo automático no surgimento das emoções, mas que só são reconhecidas pela mente consciente sob a forma de sentimentos. Amparada nesses estudos, Mascarenhas (2013) aponta que os marcadores são adquiridos por meio da experiência considerando este sistema interno de regulação e sobrevivência, mas também por influência do meio externo como fenômenos, convenções sociais e regras éticas. Afirma, portanto que é na relação corpo-ambiente-cultura que os marcadores somáticos são reforçados. Tomando como referência a teoria do corpomídia (KATZ & GREINER, 2005), as aulas de dança aqui referenciadas são pautadas em tarefas investigativas. A pertinência desta questão é tanto para docentes quanto discentes, no sentido de considerar as emoções não como um entrave no processo, mas como possibilidade sensível de lidar com a vida, um fecundo campo de conhecimento e criação.

Bibliografia DAMÁSIO, António. O livro da Consciência. Trad. Luís Oliveira Santos. Lisboa: Temas&Debates, 2010. GREINER, C.: KATZ, H. Por uma Teoria do Corpomidia. In: O corpo: pistas para estudos indisciplinares. São Paulo: Annablume, 2005. MASCARENHAS, Joana C.. Dor crônica e dança: entrelaces do fenômeno do profissional em dança. Dissertação de mestrado, UFBA, Salvador, 2013.

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RESSONÂNCIAS E CRIAÇÃO: A MUSICALIDADE NO PROCESSO CRIATIVO

Autora: Caísa Antunes Tibúrcio Guimarães Instituição: Universidade de Brasília Linha de Pesquisa: processos composicionais para cena Orientador: Marcus Mota Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Nível e data de conclusão: Mestrado, agosto de 2017 Bolsa de fomento: FAP Contato: [email protected] Palavras-chave: musicalidade, processo criativo, ressonância

Trata-se da investigação do processo criativo do espetáculo Achadouros . Farei a 5

análise de entrevistas, diários, esboços de figurino, cenário, arte gráfica, roteiros de ações, filmagens, memórias de ensaios e apresentações. A partir desses rastros, investigarei como as matérias primas foram elaboradas e se relacionam com a musicalidade proposta. A musicalidade é uma rede de ação em que cada elemento estético opera em conjunto com todos os parâmetros que a constitui. Serve para ver a sociabilidade, a relação com o corpo, com o espaço, tempo e suas subjetividades.

Do paralelos entre os parâmetros musicais e o fazer teatral, quais seriam as possíveis ressonância no processo criativo? A ressonância varia de acordo com a forma, tamanho e material do corpo que recebe a onda sonora e filosoficamente, o som vive e morre por meio da ressonância. Ela é fundamental para a criação, pois as maneiras arrebatadoras em que somos tomados por uma imagem poética são decorrentes do fenômeno de ressonância que desperta a criação poética no receptor, gerando o “poder poético”. (BACHELARD,1978).

As imagens, os sons, as palavras poéticas, a que somos submetidos, ressoam, enraízam-se e transformam-se em novas criações. A partir da identificação do receptor com o fenômeno ocorre a multiplicidade de ressonâncias que se desdobram no artista, no pesquisador e na audiência. Assim, o processo criativo é um percurso sensível de coleta daquilo que de alguma maneira toca a sensibilidade do artista. Nessa pesquisa irei investigar quais os arrebatamentos, as ressonâncias geradoras do processo criativo em questão.

Bibliografia BACHLARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1978.

Realizado em 2015, Brasília. Direção de José Regino www.achadouros.com 5

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REFLEXÃO SOBRE POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS EM ILUMINAÇÃO CÊNICA

Autora: Camila Barbosa Tiago Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Linha de Pesquisa: Pedagogias da cena Orientador: José Sávio Oliveira de Araújo Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: ensino-aprendizagem em iluminação, iluminação cênica, pedagogia do teatro

A presente pesquisa pretende refletir e questionar sobre o processo de ensino - aprendizagem em Iluminação Cênica a partir da vivência da autora como Diretora de Iluminação da Universidade Federal de Uberlândia. Diante da amplitude curricular que o campo da iluminação oferece, busca-se refletir sobre quais conteúdos são relevantes para a formação do atuante em Teatro que esteja familiarizado com essa área específica, sobretudo que perceba e esteja consciente da iluminação como elemento de composição da sua prática. Para promover essa reflexão, parte-se do pensamento de construção do conhecimento através da experiência prática com a iluminação, considerando a pessoa promotora dessa prática como um mediador de tal experiência, e que o sujeito que a vivencia está em constante diálogo para a construção de seu conhecimento, tornando-o autônomo no processo de aprendizagem. Assim, pretende-se pensar sobre uma proposta pedagógica que dialogue a partir da percepção da iluminação pelo sujeito, para que ele possa ter a consciência de fazê-la necessária ou não durante a composição do seu trabalho, seja ele artístico ou docente.

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A CRIAÇÃO DA ENCENAÇÃO A PARTIR DO COLETIVO

Autora: Carla Medianeira Antonello Instituição: Universidade Federal da Bahia Linha de Pesquisa: Processos Educacionais em Artes Cênicas Orientador: Prof. Dr. Gláucio Machado Santos Nível e data de início: Doutorado, março de 2013 Contato: [email protected] Palavras-chave: coletivo, encenação, ética

Esta pesquisa investiga a formação de estudantes no ensino de direção teatral, a partir da coleta de dados realizada durante a observação de trabalhos de encenação, para a posterior análise da construção cênica. Para isso, elenquei a importância do trabalho coletivo, uma vez que o teatro é uma arte essencialmente compartilhada. Nesse sentido, referencio o legado de Stanislávski (1986) sobre a relevância da ética, já que as relações interpessoais permeiam o processo de criação cênica, que se desenvolve por meio da disciplina e de longos períodos de treinamentos e ensaios.

Em sala de aula, o processo de criação para a construção da encenação necessita de uma equipe empenhada na experimentação, primando pela total imersão dos envolvidos, assim como ocorre nos coletivos profissionais, que zelam por esse compartilhar no que se refere tanto à criação quanto à permanência nesse campo profissional. Conforme Mnouchkine (2011), que considera o jogo dos atores como primordial à criação de uma obra em comum, sem a predominância de egos e executada pela escuta, para que os processos de encenação se realizam nesse universo de compartilhamento, é preciso que todos sejam coautores. O papel do encenador, nesse viés, tem como finalidade intermediar a criação dos atores no trabalho de montagens.

Os resultados obtidos até o momento permitem inferir é que a encenação se efetua na valorização das relações estabelecidas no coletivo, perante a postura ética de cada um em respeitar os espaços de compartilhamento e comprometer-se com a criação de uma obra em comum.

Bibliografia STANISLÁVSKY, Konstantín. Trabajos teatrales: correspondência. Buenos Aires: Quetzal, 1986. PICON-VALLIN, Béatrice. Ariane Mnouchkine: introdução, escolha e apresentação dos textos por Béatrice Picon-Vallin. São Paulo: Riocorrente, 2001.

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O CORPO-VOZ E SUA PRESENTIFICAÇÃO: DESAFIOS PARA A CENA CONTEMPORÂNEA

Autor: Carlos Henrique Barto Júnior Instituição: Universidade Federal de São João Del-Rei Linha de Pesquisa: Teatro Orientadora: Drª. Juliana Alves Mota Drummond. Nível e data de início: Trabalho de conclusão de curso, maio de 2013. Nível e data de conclusão: Trabalho de conclusão de curso, maio de 2014. Contato: [email protected] Palavras-chave: teatro, voz, presença cênica, treinamento do ator

Este trabalho tem como premissa a reflexão da presença cênica do ator e o uso de sua voz quando este treina e no momento em que performa. O autor registra ainda apontamentos para um treinamento a partir de suas vivências práticas para descobrir potencialidades em sua performance. Para evidenciar esta pesquisa, o autor relata como se deu tal treinamento no processo de montagem do espetáculo “Mosca de Fogo em: Não caibo em mim” criado pela CONCAFÉ – Cia Inquieta de Idiotas na ocasião do trabalho de conclusão de curso em bacharelado em Teatro pela UFSJ.

Esta pesquisa se deu pelo viés teórico-prático. Utilizou-se como metodologia a pesquisa-ação a partir dos conceitos de movimento de Rudolf Laban e do estudo do Rasabox de Richard Schechner.

Neste processo buscou-se entender a chamada presença cênica, que é identificada por um corpo treinado e consciente que entende sua interferência no espaço e que o incorpora com o desejo de partilhar com quem assiste percepções, sensações ou descobertas.

No referido processo criativo (Mosca de fogo em: Não caibo em mim) em momento algum os intérpretes estão “fora de cena” e cria-se um estado de situação-ação, onde público e atores desfrutam do “aqui-agora” de maneira muito potente.

O trabalho prático e teórico foi apresentado pela primeira vez no final do primeiro semestre do ano de 2014. Ambos seguem sendo apresentados em eventos artísticos e de pesquisa.

Esta investigação possibilitou perceber novas formas de treinar o corpo do ator, entendendo corpo como totalidade e núcleo de interferência espacial.

Bibliografia JÚNIOR, Carlos Henrique Barto. O corpo-voz e sua presentificação: Desafios para a cena contemporânea. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal de São João del Rei. 2014.

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DA GAMBIARRA[COISA] À GAMBIARR[A]ÇÃO

Autora: Carolina Camargo De Nadai Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e Cena Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Franco de Araujo Bastos Nível e data de início: Doutorado, fevereiro de 2013 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: composição, tempo real, dança contemporânea, gambiarra

Gambiarr[a]ção é uma composição de natureza prática que desdobra-se da pesquisa de doutorado Gambiarração: disponibilizâncias entre corpo e ambiente. A construção deste dispositivo cênico lida com a noção de gambiarra como afeto inicial que ao longo do processo investigativo formula-se em um modo de fazer. Abordarei a Gambiarr[a]ção a partir de 3 eixos principais: 1. O método de Composição em Tempo Real, que o artista português João Fiadeiro investiga há

cerca de 20 anos de modo conceitual e prático e explora meios de compor que se organizem no próprio fazer.

2. Aspectos do Modo Operativo AND em torno da partilha do comum e do viver junto, que vem sendo desenvolvidos pela antropóloga Fernanda Eugénio.

3. A Teoria das Affordances (GIBSON, 1979) e a disponibilizância como modos de 6

reciprocidades contínuas entre corpo e espaço. Gambiarr[a]ção propõem um dispositivo que opera a partir de uma ética da suficiência (FIADEIRO e EUGÉNIO, 2012), em ciclos de repetições que sugerem, ao mesmo tempo, singularidade e geral, universalidade e particular, instantaneidade e variação, eternidade e permanência. Uma permanência que é contínuo fazer. Sob todos os aspectos, ler em repetição, composição (DELEUZE, 2009).

Bibliografia DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Rio de Janeiro: Graal, 2009. FIADEIRO, João. EUGÊNIO, Fernanda; FIADEIRO, João. Dos modos de re-existência: Um outro mundo possível, a secalharidade. Lisboa-Portugal, abril. 2012. Disponível em: < https://ladcor.files.wordpress.com/2013/06/manifesto.pdf >. Acesso em: maio. 2016. GIBSON, James. The Ecological Approach to Visual Perception. Boston: H. Miffin, 1979.

Neologismo criado por mim para captar a noção de perceber-fazer proposta pela Teoria das 6

Affordances.

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UM CORPO FORA DE FOCO:EDGAR GURGEL ARANHA E A REPRESENTAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE E AIDS NO TEATRO BRASILEIRO

Autora: Carolina de Melo Ferraresi Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: História do Teatro Orientador: Ferdinando Martins Nível e data de início:Mestrado, janeiro de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave:ditadura militar; gênero; história do teatro brasileiro; homossexualidade; teatro brasileiro

A Pesquisa tem por objetivo deter-se sobre a trajetória do ator Edgar Gurgel Aranha (1937-1990) a partir da produção teatral brasileira feita durante a Ditadura Militar nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Aluno da Escola de Arte Dramática da USP, o ator viveu de perto o engajamento político de alguns setores da intelectualidade e da classe artística brasileiras, atuando em espetáculos como “O Rei da Vela” e “Navalha na Carne” ao lado de nomes importantes como Jairo Arco e Flecha e José Celso Martinez Corrêa. Portador do vírus HIV, Edgar faleceu após uma intensa batalha na Justiça para que sua seguradora de saúde cobrisse os gastos com seu tratamento contra a AIDS, abrindo precedentes para os direitos dos pacientes no Brasil. Sob a ótica dos estudos de gênero e sexualidade, pretende-se reconstruir dimensões de sua experiência social que elucidem, ao mesmo tempo, a inter-relação entre política e cultura e as possibilidades de transformação social por meio da prática teatral. Nesse sentido, entender a conexão entre o espaço urbano, a produção cultural e a manifestação da sexualidade é crucial à compreensão da trajetória de Edgar Gurgel Aranha.

A Pesquisa para o SPA (teórica) contemplará os aspectos iniciais de sua carreira, e irá deter-se em seus primeiros trabalhos como ator, encontrados em jornais, disponíveis no acervo da Hemeroteca Digital.

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BAILE DO MENINO DEUS NO MARCO ZERO DO RECIFE: UM ESTUDO SOBRE TRADIÇÕES CULTURAIS E CENA TEATRAL

Autora: Cássia Batista Domingos Instituição: Universidade Federal da Bahia Linha de Pesquisa: Matrizes estéticas na cena contemporânea Orientador: Érico José Souza de Oliveira Nível e data de início: doutorado, fevereiro de 2015. Bolsa de fomento: CAPES Contato: [email protected] Palavras-chave: baile do menino deus, cena teatral, tradição

Esta pesquisa se propõe a discutir os trânsitos entre as tradições culturais e a cena teatral a partir do espetáculo Baile do Menino Deus, que é encenado durante o ciclo natalino, há 12 anos, na praça do Marco Zero do Recife , para um público de aproximadamente 60 mil 7

pessoas por ano . A relação com as tradições culturais se dá porque os autores se inspiraram nos 8

reisados do cariri cearense para criar a peça. Em vista disso, algumas questões são relevantes: Como se dá o trânsito entre as

tradições culturais e a cena no espetáculo Baile do Menino Deus? Tais trânsitos têm relação com a elevada visibilidade do espetáculo?

Para pensá-las foi realizada uma entrevista com o autor e diretor do Baile, como também pesquisas de campo, às apresentações do espetáculo e às festas dos reisados do cariri. Além disso, noções sobre tradição, tradição e teatro e transculturalidade, são basilares para este estudo, podendo ser encontradas nos textos de Eric Hobsbawn e Terence Ranger (2014), Béatrice Picon-Vallin (2013) e Fernando Ortiz (1983).

Deste modo, espera-se que a tese que possa discutir os trânsitos relatados, viabilizando um registro crítico-reflexivo sobre um espetáculo que possui relevância na cena cultural do Recife.

Bibliografia HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A invenção das tradições. São Paulo: Paz e Terra, 2014. ORTIZ, Fernando. Contrapunteo cubano del tabaco y el azúcar. Havana: Pensamiento cubano, 1983. PICON-VALLIN, Béatrice. A arte do teatro: entre tradição e vanguarda – Meyerhold e a cena contemporânea. Rio de janeiro: 7letras, 2013.

Praça localizada no bairro do Recife Antigo. 7

Informação veiculada na matéria intitulada Um Baile que se renova, do jornal Diário de 8

Pernambuco, em 23 dez. 2013.

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SABERES DO CORPO: DESAFIOS DE UMA PERSPECTIVA EPISTEMOLÓGICA CORPORIFICADA

Autora: Ceila Portilho Maciel Instituição: Universidade Federal de Goiás Linha de Pesquisa: Espaços, materialidades e teatralidades Orientadora: Luciana Hartmann Nível e data de início: Doutorado, outubro de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: corporeidade, estudos da performance, saberes do corpo

Este projeto busca relacionar a perspectiva estética, poética e metodológica da coreologia e as perspectivas teórico-científicas dos estudos da performance. Propõe um recorte 9

cujo objeto central é a pesquisa empírica com estudantes do curso de Licenciatura em Dança, da FEFD/UFG. Uma investigação do processo de transformação dos corpos, corporeidades e realidades existenciais dos sujeitos envolvidos.

Partindo da premissa de que se opera uma trans-formação radical no sujeito, pela influência da prática constante do movimento consciente e expressivo, quer pensar esse processo de (trans)formação e (re)constituição do sujeito, ao longo do primeiro ano de curso. O objetivo da pesquisa empírica é verificar se, e como, essa transformação se manifesta na vida cotidiana e quais os elementos fundamentais nesse processo.

A partir da pesquisa de campo, a intenção é entrelaçar os saberes próprios das vivências corporais que se evidenciem nesse processo de (trans)formação, com os estudos teóricos sobre o corpo e o movimento expressivo para, então, iluminar a questão motriz da pesquisa: como, e em que medida, essa perspectiva e dimensões dos saberes corporais podem contribuir para a sistematização e conceituação dos conhecimentos sobre o corpo, a corporeidade e o movimento, especificamente para o campo acadêmico-científico dos estudos da performance e para as ciências em geral.

Bibliografia MOTA, J. Rudolf Laban, a coreologia e os estudos coreológicos. Repertório, Salvador, n. 18, p. 58-70, 2012.1.

Uso o termo Coreologia enquanto estudo teórico-prático da arte do movimento (PRESTON-DUNLOP, 9

1995 apud MOTA, 2012.1, p. 65) e/ou, a partir de Laban, como uma abordagem objetiva e científica no estudo do movimento humano (MOTA, 2012.1, p. 65).

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O CANTO COMO LINGUAGEM: CARTOGRAFIA SOBRE ENCONTROS COM O WORKCENTER OF J. GROTOWSKI AND T. RICHARDS

Autor: Chavannes Procópio Péclat Instituição: Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Linha de Pesquisa: Arte e Contexto Orientador: Prof. Dr. Jorge Luís Schroeder Nível e data de início: Mestrado, Julho de 2015 Bolsa de fomento: Não possui Contato: [email protected] Pesquisa disponível em: Não possui Palavras-chave: afeto, canto, cartografia, dialogismo, linguagem

O presente estudo de natureza teórica trata-se de uma leitura sobre o trabalho artístico realizado no Workcenter Of Jerzy Grotowski and Thomas Richards, onde utilizo da cartografia de encontros – processos pontuais como cursos, workshops, seleções de estágio, testemunho de palestras e performances – com o coletivo artístico em questão, para esboçar uma reflexão teórica sobre o canto enquanto enunciado artístico, capaz de gerar uma situação dialógica, produtora de linguagem, cuja estrutura não se estabelece somente na fronteira de uma lógica de sentidos verbal e normativa, mas sobretudo de uma lógica de afetos. A partir de conceitos filosóficos extraídos das ideias linguísticas desenvolvidas por Bakhtin e seu círculo de estudiosos, assim como o conceito de Corpo desenvolvido por Deleuze, no intuito de gerar a base teórica para o aprofundamento central deste estudo. Acredito que esta pesquisa possa contribuir com demais pesquisas no âmbito das artes da cena, filosofia e linguagem. Bem como apresentar novas leituras para o trabalho artístico desenvolvido pelo Workcenter Of Jerzy Grotowski and Thomas Richards, legado vivo da continuidade do trabalho de Jerzy Grotowski, influente diretor teatral do século XX.

Bibliografia BAKHTIN, M. & VOLOCHÍNOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2014. DELEUZE, Gilles e GUATARRI, Félix. Mil Platôs Capitalismo e Esquizofrenia. Vol 3. São Paulo: Editora 34, 1996.

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DE TRANSEUNTE A ESPECTADOR

Autora: Christiane de Fátima Martins Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e Cena Orientador: Marcos Aurélio Bulhões Martins Nível e data de início: Doutorado, janeiro 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: Intervenção Urbana. Contemporaneidade. Recepção. Espectador.

Tal pesquisa busca responder se obras relacionais, como a intervenção urbana Cegos do Desvio Coletivo, criam imagens que possibilitam incorporar o transeunte/espectador na obra, tornando-o sujeito e objeto, contemplador e contemplado, onde possamos discutir sobre quais são os limites entre observador e observado, arquitetura e cenário, ficção e realidade, se a obra funciona como dispositivo de visibilidade, possibilitando ao espectador a reflexão sobre o espaço temporal em que se encontra.

Partimos da hipótese de que obras de estética relacional criam uma realidade distinta, criam “outras formas de senso comum, outros dispositivos espaço temporais, outras comunidades de palavras e coisas, formas e significados” (RANCIÈRE: 2012, p. 99), e isso é possível por estar as obras no espaço público, para o transeunte desavisado, criando imagens e sentidos que o impossibilita de antecipar o efeito da obra sobre ele.

Refletiremos sobre a analogia da vida social com a questão da teatralidade realizada por Erving Goffman, a qual um conjunto de signos presentes em um mesmo espaço interagem com o espectador, onde esse manipula impressões, chegando ao que Goffman chamou de fachada para definir o “equipamento expressivo de tipo padronizado intencional ou inconscientemente empregado pelo indivíduo durante sua representação” (2007. p. 29).

Disso buscaremos compreender a relação direta entre modos de produção e percepção artística e o campo da vida social, percebendo a influência mútua que uma exerce sobre a outra constantemente, podendo, muitas vezes, utilizar os mesmos elementos característicos como analogias capazes de defini-las e/ou explicá-las.

Bibliografia GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes, 2007. RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.

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DRAMATURGIA DO SILÊNCIO

Autora: Cintia Regina Alves Pereira Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro Orientador: Eduardo Tessari Coutinho Nível e data de início: Mestrado, março de 2016 Nível e data de conclusão: Mestrado, setembro de 2018 Bolsa de fomento: não há Contato: [email protected] Palavras-chave: corpo cênico, didascália, dramaturgia, dramaturgia do silêncio, fábula

O presente projeto se propõe a investigar a construção de uma dramaturgia dramática retirando-se do texto escrito a delimitação da palavra falada e transformando-a exclusivamente em ação não-verbal. O ponto de partida é a leitura do texto dramático Phèdre, de Jean Racine e sua reconstrução sem palavras.

A pesquisa está em sua primeira etapa, portanto o que será apresentado no SPA serão os pressupostos teóricos sobre o que vem a ser a Dramaturgia do Silêncio e quais as possíveis interfaces, por afinidade ou oposição, entre o silêncio e o drama burguês.

O nome “Dramaturgia sem Palavras” advém do fato de o desenvolvimento da ação dramático decorrer sem que as personagens façam o uso da palavra falada. A escolha da dramaturgia dramática como objeto dessa pesquisa se deve ao fato de que, ao mesmo tempo que se cunhavam os cânones para a sua elaboração reconhecia-se como um teatro essencialmente da palavra, conforme o teatrólogo francês do século XVII Hédelin D’Aubignac, citado por Rykner (2004), que postula que é necessário que o Poeta explique tudo o que há em cena pela boca dos atores.

Bibliografia PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2015. RYKNER, Arnaud. 2004. O Reverso do Teatro: Dramaturgia do Silêncio da idade clássica a Maeterlinck. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. RACINE, Jean Baptiste. Phèdre. http://livrefrance.com/Phedre.pdf, último acesso: fevereiro, 2016

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PRIMEIROS PASSOS, UMA EXPERIÊNCIA DOCENTE

Autora: Clarice Costa Instituição: Universidade de Goiás Linha de Pesquisa: PROFARTES, Processos de ensino, aprendizagens e mediação em artes Nível e data de conclusão: Pesquisa Docente de março a julho de 2015. Contato: [email protected] Palavras-chave: profartes, professores, teatro, encenação

A pesquisa apresentada ocorreu na disciplina Teatro em Pesquisa do Mestrado Profissional – PROFARTES da Universidade de Brasília no primeiro semestre de 2015. O PROFARTES é um mestrado stricto sensu voltado para o desenvolvimento de pesquisas de professores de artes que estejam lecionando na educação básica, suas pesquisas são realizadas a partir de problemáticas enfrentadas em sala de aula. A disciplina Teatro em Pesquisa se caracterizou por um lócus, no qual os pós-graduandos puderam refletir sobre as suas pesquisas individuais em curso. Buscou-se uma instrumentalização teórica sobre a prática docente a partir de uma reflexão do próprio fazer docente por meio de um diálogo com autores (BONDÍA, 2002) que discutem a experiência e a trajetória de vida (CLEMENTINO, 2006) como instrumentos para uma analise crítica da prática docente como das pesquisas desenvolvidas pelos alunos. Desse modo, a disciplina teve um aspecto teórico-prático, pois também por meio de improvisações foram materializadas vivências, discussões e reflexões que deram origem a montagem teatral, Primeiros Passos. Nessa encenação foram apresentados vários quadros que tinham como fio condutor as vivências e reflexões dos professores-pesquisadores sobre o ambiente escolar e de sua inserção como professores de artes cênicas. A peça esteve em cartaz nos dias 20, 21 e 22 de junho de 2015, no Teatro Paulo Autran, em Taguatinga, DF.

Bibliografia BONDÍA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, 2002, impressão on line, ISSN 1809-449X. CLEMENTINO, Elizeu. A arte de contar experiências: reflexões teórico-metodológicas sobre a história de vida em formação. Revista de Educação em Questão, V. 25, n 11, 2006.

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TEATRO DO OPRIMIDO E GRUPO MARIAS DO BRASIL

Autora: Claudete Felix de Souza Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro Linha de Pesquisa: Artes da Cena – Experimentações da cena: formação artística Orientadora: Alessandra Vannucci Nível e data de início: Mestrado, março 2015 Nível e data de conclusão: Mestrado, dezembro 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: profano feminino, teatro do oprimido

Há 30 anos eu faço parte do Centro de Teatro do Oprimido (CTO) do Rio de Janeiro, sendo 23 anos com a direção de Augusto Boal. Desde 1998, atuo na formação artística do grupo Marias do Brasil: trabalhadoras domésticas e atrizes que criam espetáculos a partir de suas próprias histórias: dos jogos ao texto, à discussão com o público que substitui o protagonista em cena, em teatros e praças. Esta dissertação vem estudar a potência do Teatro do Oprimido na formação estética/política à frente das lutas sociais do grupo Marias do Brasil, com entrevistas e apontamentos aliados à pesquisa de Agamben, Butler, Bourriaud, Foucault, Ranciere e Boal. A performatividade do feminino aponta para a construção de personagens cotidianos em corpos historicamente distorcidos e moldados pela invisibilidade social do trabalho doméstico e atua como profanação de espaços sacralizados à representação teatral nos palcos ou no saguão da Câmara dos Deputados ao entregar abaixo assinado em prol das trabalhadoras domésticas.

Bibliografia AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo. Boitempo, 2007. BOAL, Augusto. Estética do Oprimido. Rio de Janeiro: Garamond, 2009. _______. Arco Íris do Desejo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. _______. Jogos para Atores e não Atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. _______ Teatro como Arte Marcial. Rio de Janeiro. Garamond, 2003 BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. São Paulo. Martins Fontes. 2009 BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 2015. FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade – A Vontade de Saber – Vol. 1 RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. São Paulo. Martins Fontes.2012.

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A LUZ , O ILUMINADOR E O PERFORMER: UMA EXPERIÊNCIA PERCEPTIVA

Autora: Cláudia Pinto Ben Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Prática em Artes Cênicas Orientadora: Marta Issacsson da Silva Nível e data de início: Mestrado ,03/2012 Nível e data de conclusão: Mestrado, , 07/2014 Bolsa de fomento: Capes Pesquisa disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/105096 Contato: [email protected] Palavras-chave: Luz. Estímulo luminoso. Iluminador cênico. Performer. Fenomenologia

O presente estudo abordou as possibilidades artísticas e expressivas da luz, a partir da realização de laboratórios, onde estímulos luminosos foram especialmente concebidos no sentido de afetar a percepção de um peformer e sua consequente criação de movimento. Assim, tanto o processo criativo do iluminador, enquanto criador do estímulo, quanto aquele do perfomer encontraram-se aqui examinados. A reflexão que acompanhou todo o processo empírico esteve nutrida por aspectos do comportamento da luz dentro dos campos da ótica física e alguns princípios do pensamento fenomenológico de Merleau-Ponty.

A revelação da alquimia da luz com as águas foi o dínamo para a criação de um produto híbrido capaz de sensibilizar o performer a ponto de constituir uma manifestação artística, orgânica e viva. Ao utilizar a palavra alquimia a pesquisa se ampliou estabelecendo uma analogia com o conceito de transmutação desta prática milenar sustentando o processo experimental , no sentido de misturar os ingredientes, encontrar a química entre eles, transmutá-los, dar uma outra forma onde o corpo e o estímulo reagem dando lugar a outra forma híbrida gerada por essa alquimia.

O reconhecimento da luz como um instrumento discursivo de interação e fusão com o espaço, o corpo e o objeto, estimulou a criação de métodos e estratégias para o trabalho com o performer , trazendo desafios para pensarmos o teatro sob novas perspectivas de percepção e trazer para a discussão acerca da luz em si.

Bibliografia MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

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A CRIAÇÃO EM DANÇA CONTEMPORÂNEA A PARTIR DE UMA LEITURA COREOLÓGICA DA ARQUITETURA DE ZAHA HADID

Autor: Cláudio Marcelo Carneiro Leão Lacerda Instituição: Universidade Federal da Bahia Linha de Pesquisa: Somática, Performance e Novas Mídias Orientadora: Profª. Drª. Ciane Fernandes Nível e data de início: Doutorado, março de 2014 Bolsa de fomento: CNPq Contato: [email protected] Palavras-chave: dança, arquitetura, coreografia, prática como pesquisa

Esta pesquisa visa construir uma coreo-tese, através da realização de um processo artístico-teórico de criação de uma obra de dança contemporânea, tendo como ponto de partida e inspiração a obra arquitetônica e visões sobre corpo, arquitetura, vida e arte de Zaha Hadid, arquiteta iraquiana radicada em Londres. A pesquisa segue as abordagens metodológicas da Prática como Pesquisa (Practice as Research) e da Pesquisa guiada pela Prática (Practice-led Research), nas quais o processo artístico em dança – o corpo dançante no espaço – guia e agencia a pesquisa, colocando em relação transversal os Estudos Coreológicos (Rudolf Laban e autores relacionados), os estudos da dança, a arquitetura, as artes visuais e a performance. O processo artístico compreende e encadeia reflexões sobre possíveis relações criativas entre dança e arquitetura, sobre a produção e prática artístico-teórica em dança do autor nos últimos 18 anos e considerações sobre suas principais influências em dança. A pesquisa ocupa-se em revelar o aspecto processual da criação artística em dança e como esse processo pode ser atravessado por inúmeros estímulos corporais, visuais e teóricos e em valorizar o campo da dança como articulador de relações interartísticas e interdisciplinares.

Apresentarei o estágio em que se encontra a pesquisa, após a realização do processo artístico intitulado “Contraespaço” com um grupo de cinco bailarinos e as transversalidades teóricas que o impulsionaram e dele advieram. Utilizei os princípios de imaginação espacial, corporal e de movimento, cruzando pensamentos de Laban, Gaston Bachelard, Maxine Sheets-Johnstone, Laurence Louppe e Daniel Stern com imagens de obras de Hadid e pensamentos da mesma e de outros sobre sua obra.

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OUTROS CAMINHOS DE DANÇA: TÉCNICA KLAUSS VIANNA PARA ADOLESCENTES

Autora: Cora Miller Laszlo Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas e Linguagens da Cena Orientadora: Silvia Maria Geraldi Nível e data de conclusão: Iniciação Científica, julho de 2015. Bolsa de fomento: Fapesp Pesquisa disponível em: https://proceedings.galoa.com.br/proceedings/29/papers/38127; e vídeo da criação 10

Contato: [email protected] Palavras-chave: adolescentes, dança contemporânea, técnica Klauss Vianna

A pesquisa, de cunho prático-teórico, teve como objeto de estudo a Técnica Klauss Vianna (TKV) no ensino-aprendizagem da dança para adolescentes, investigando metodologias alternativas aos modelos pedagógicos tradicionais. As questões centrais foram: as particularidades do ensino da TKV para adolescentes; a busca por uma singularidade expressiva do aluno; e a potencialidade da inclusão de sequências de movimento articuladas às improvisações (estratégia predominante na TKV) para construção dessa singularidade. Para investigar tais questões, a pesquisadora ministrou aulas a um grupo de adolescentes durante os 18 meses do projeto. O processo da pesquisa articulou estudo bibliográfico, prática das aulas e depoimentos das alunas. Foram trabalhados os três eixos da TKV: processo lúdico, processo dos vetores e processo criativo (MILLER, 2007), a partir dos quais criou-se um material cênico apresentado. Foram usadas três estratégias de criação – improvisação em cena, sequências coreográficas criadas pela pesquisadora e sequências criadas pelas alunas –, que refletem o trabalho em sala de aula e a não separação entre técnica/criação proposto pela TKV.

Como resultados principais da pesquisa estão: a importância da relação invenção/investigação/aperfeiçoamento nos processos de ensino-aprendizagem da dança para adolescentes a partir da TKV; a constatação do desenvolvimento da singularidade de movimento de cada aluna a partir da observação e depoimentos; e êxito da incorporação de sequências aos objetivos das aulas.

Bibliografia MILLER, J. A escuta do corpo. São Paulo: Summus, 2007.

https://www.youtube.com/watch?v=CraviVHhAwQ10

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OS CANTOS DE TRADIÇÃO AFRO-BRASILEIRA COMO DISPOSITIVO DE GATILHOS DE CORPOREIDADES NO ATOR

Autora: Cristiane Madeira Motta Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro, Formação do Artista Teatral Orientadora: Profa. Dra. Elisabeth S. Lopes Nível e data de conclusão: Doutorado, fevereiro de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: cantos de Tradição, corporeidade, Grotowski, Maud Robart, memória

Tem por objetivo propor meios de gerar corpos com impulsos e ações vivas advindas de corporeidades da memória coletiva ativadas a partir da potência e eficácia dos cantos de Tradição Afro-brasileira (Bantu) como ferramentas para criação de um fluxo intenso para o ato criativo para o ator. Relaciona-se com a pesquisa dos cantos de Tradição Vodu haitiano da Maud Robart e do Workcenter of J. Grotowski and T. Richards. Os cantos de Tradição tem a capacidade de expandir a consciência e percepção sensorial trazendo vibrações diretas na cabeça, coração e corpo, provocando assim um fluxo de impulsos, ações vivas no corpo, colocando o ator em contato direto e profundo com o seu próprio eu, com o outro que está ao seu lado e do espaço em que estão inseridos. Estes ainda provocam uma dilatação energética do corpo, trazendo assim, uma corporeidade com o sinônimo que Thomas Csordas apresenta, de que o corpo deva ser entendido como a base existencial da cultura, um sujeito que é “necessário ser” e não como um objeto que é “bom para pensar”(Csordas, 2008). A pesquisa é prática. A pesquisadora vivenciará os processos desenvolvidos pelo Workcenter of J. Grotowski and T. Richards e por Maud Robart, para compreensão do como são realizados os trabalhos com os Cantos de Tradição por estes Mestres. Daí haverá o momento empírico com dois ou três atores, com o intuito de se verificar a possibilidade de gerar corpos com impulsos e ações vivas advindas de corporeidades da nossa memória coletiva ativadas a partir da potência e eficácia dos cantos de Tradição Afro-brasileira (Bantu) como ferramentas para criação de um fluxo intenso para o ato criativo para o ator

Bibliografia: CSORDAS, Thomas. Corpo/Significado/Cura. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008

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AS QUESTÕES DE GÊNERO E FEMINISTA NA PRODUÇÃO TEATRAL EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO

Autora: Daiana Roberta S. Gomes Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Linguagens Cênicas, Corpo e Subjetividade Orientadora: Profa.Dra.Brígida de Miranda Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: feminista, gênero, mulheres, teatro ludovicense

Este estudo se propõe a analisar as experiências artísticas das mulheres na produção do teatro ludovicense universitário e profissional nos últimos 5 anos, suas imbricações com as questões de gênero, refletindo as experiências, (in)visibilidade nos principais grupos, espetáculos e ações, enquanto atrizes, diretoras, dramaturgas, interpretando como os espetáculos e ações evidenciam as pautas feministas.

Em São Luís, as perspectivas para as questões de gênero, teatro feminista são vistas com o surgimento de grupos e coletivos teatrais universitários, devido a ação do Curso de Licenciatura em Teatro na Universidade Federal do Maranhão. E com a realização do I e II Festival de Teatro Universitário Ponto de Vista (2013; 2014), faço o recorte da produção teatral na cidade, pois agregou pesquisadores/as, artistas e professores/as das regiões do nordeste, sul e sudeste, estabelecendo diálogo na cena universitária e profissional, por meio das apresentações artísticas, oficinas e mesas redondas.

A proposta teórica – metodológica se baseia no materialismo histórico dialético, por compreender que este método permite uma análise crítica da realidade vivenciada e traz uma perspectiva de transformação desta realidade tendo o teatro como linguagem que permite pensar o lugar comum e refletir sobre os processos visando transformá-lo.

A categoria gênero, evidencia que a “exclusão das mulheres é uma construção social”, pois foram pensadas, elaboradas e colocadas em prática, através de vários mecanismos da educação, política, religião, família, reforçando a hierarquia e inferiorização a partir de sua condição biológica. (FERREIRA, 2007)

Bibliografia FERREIRA, Mary. As Caetanas vão à luta: feminismo e políticas públicas no Maranhão. São Luís: EDUFMA; Grupo de Mulheres da Ilha, 2007.

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APROXIMAÇÕES DO PALIMPSESTO COM A COMPOSIÇÃO CENOGRÁFICA

Autor: Daniel Marcos Pereira Mendes Instituição: Universidade Federal de Ouro Preto Linha de Pesquisa: Processos e Poéticas da Cena Contemporânea Orientador: Prof. Dr. Rogério Santos Oliveira Nível e data de início: Mestrado, março de 2014 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: composição cenográfica, espaços de uso não convencional, palimpsesto

Em nossa pesquisa de mestrado estudamos os processos intrínsecos às interferências cenográficas em espetáculos teatrais contemporâneos, praticados em "espaços de uso não convencional". O reconhecimento de um espaço e também as intervenções para a determinação da Composição Cenográfica, se efetivam por algumas vias, dentre as quais consideramos as mais importantes: 1) A utilização das camadas de gênese de um "espaço encontrado" (KOSOVSKI, 2000) e (GARROCHO, 2010); 2) O dressing, utilizado por Marcos Pedroso (Teatro da Vertigem) ao pensar a cenografia quando desenvolvida a partir de um locus estabelecido, pela enfatização e/ou pela transformação da carga semântica de um espaço; e 3) A aplicação e/ou inserção de outros materiais diretamente nos elementos arquiteturais. Surge para nós, portanto, aproximações ao termo Palimpsesto. Na Idade Média, este termo significava a condição de se apagar os escritos dos pergaminhos, para uma nova escrita sobre o suporte antigo. Palimpsesto significa literalmente "aquilo que se raspa para escrever de novo". No caso das Composições Cenográficas, as novas camadas que são encontradas ou inseridas em um espaço, possuem uma principal particularidade: nestes casos não se apaga tudo o que já está escrito. Todas as camadas de gênese do espaço – as questões estruturais e também simbólicas – estão dispostas para possibilitarem o surgimento da uma nova grafia a favor da cena teatral. Bibliografia GARROCHO, Luiz Carlos. MADEIAZONAMORTA: DOS CORPOS, DOS PLANOS E DO TODO ABERTO. In: GRUPO TEATRO INVERTIDO. Cena Invertida: Dramaturgias em processo. Belo Horizonte, MG: Edições CPMT, 2010. KOSOVSKI, Lídia. Comunicação e Espaço Cênico. Do cubo Teatral à cidade escavada. Rio de Janeiro: Tese de Doutorado, ECO/UFRJ, 2000.

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GESTO, POÉTICA E IDENTIDADE CORPORAL DA CIA DE FLAMENCO DEL PUERTO NO ESPETÁCULO LAS CUATRO ESQUINAS

Autora: Daniele Luciana Zill Heuert Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Processos de Criação Cênica. Orientadora: Prof.Dra.Suzane Weber da Silva. Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015. Nível e data de conclusão: Mestrado, agosto de 2017. Bolsa de fomento: Capes Pesquisa disponível em: Contato: [email protected] Palavras-chave: dança, flamenco, gesto, poética

Esta pesquisa teórica propõe a investigação acerca do gesto, da poética e do inventário corporal da Companhia de Flamenco Del Puerto no espetáculo LAS CUATRO ESQUINAS, obra que estreou em abril de 2012 e na qual a autora atua como bailarina e produtora, em meio a outros colaboradores. A pesquisa estabelece intersecções entre os discursos do corpo do grupo e as especificidades para criação da obra. Com o objetivo contextualizar o espetáculo dentro da estética da arte flamenca contemporânea e considerando seus pilares tradicionais a música instrumental, o canto e a dança propriamente dita, a investigação destaca e relaciona diferentes noções de gesto com a operacionalidade artística entre os integrantes do grupo. Serão utilizados, para fins análise, os registros do espetáculo como fotos, vídeos, anotações de ensaio, além de entrevistas e depoimentos do elenco, reafirmando assim o permanente ir e vir entre a reflexão teórica e a prática artística continuada, principal caráter de trabalho desta companhia de dança.

Bibliografia: GIL, José. Movimento total – o corpo e a dança. São Paulo: Iluminuras, 2004. GODARD, Hubert. Gesto e Percepção. In PEREIRA, R.; SOTER, S. Lições de Dança. Rio de Janeiro, Ed. da UniverCidade, s.d., p. 11-35. NUÑEZ, Faustino. Guia comentado de musica y baile preflamencos. Barcelona: Ediciones Carena, 2008. ROQUET, Christine. Da análise do movimento à abordagem sistêmica do gesto expressivo. O Percevejo online, 3, 5, 2011. SALLES, Cecília. A. Gesto Inacabado. São Paulo: FAPESP: Annablume, 2009. SIQUIERA, Denise. Corpo, comunicação e cultura - a dança contemporânea em cena. Campinas: Autores Associados, 2006.

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CRIAÇÃO EM DANÇA: A INSISTÊNCIA NA PRÁTICA CRIATIVA

Autor: Danilo Silveira Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e Cena Orientadora: Sayonara Pereira Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: continuidade, permanência, processo de criação

A pesquisa se constrói a partir do olhar sobre a criação em dança que perdura insistentemente na mesma configuração. O objetivo, portanto, é acompanhar o processo criativo do espetáculo Corpo Desconhecido da artista Cinthia Kunifas, refletindo sobre o estado de continuidade que este constrói nos seus doze anos de existência discutindo a “permanência” em processos de criação na dança.

Para abordar o conceito de permanência em processos, a pesquisa se apega aos dizeres de Machado (2001) que diz que um sistema evolutivo é provido por um atributo de potencialidade contínua, ao emergir singularidades. Assim, o ato de insistir como ação criativa se relaciona com o permitir emergências no processo de mergulho do tempo da criação. A insistência no tempo de vivência das questões originais da obra fez com que Corpo Desconhecido se tornasse uma experiência artística construída na continuidade, afirma Kunifas (2008).

Para Salles (2011), o ato criador é um processo contínuo de configurar a matéria-prima, através de determinados significados que abrigam estéticas e éticas. Neste viés, o ato criador é uma ação sensível e empírica que pode acontecer em continuidade, uma vez que o fazer criativo insistente pode ser uma ação de reflexões contínuas. A continuidade, desta forma, não é progressista ou sequencial, mas sim um estado de existência que está condicionado a transformação.

Bibliografia KUNIFAS, Cithia Bruck. Corpo desconhecido: um contínuo processo de criação em dança. Salvador, 2008. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) – Universidade Federal da Bahia, 2008. MACHADO, Adriana B. A natureza da permanência: processos comunicativos complexos e a dança. São Paulo, 2001. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) - PUC-SP, 2001. SALLES, Cecília Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artística. 5. ed. São Paulo: Intermeios, 2011.

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CORPO POÉTICO E TRAUMA NA CENA TEATRAL PERFORMATIVA

Autora: Dayane Lacerda Queiroz Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Linha de Pesquisa: Artes da Cena Orientadora: Profª Mônica Medeiros Ribeiro Nível e data de início: Metrado, fevereiro 2015 Nível e data de conclusão: Metrado, fevereiro 2017 Bolsa de fomento: CAPES Contato: [email protected] Palavras-chave: corpo poético, memória, teatro performativo, trauma

A pesquisa de mestrado, em andamento, tem como tema a autobiografia no processo criativo do ator. Para realização da presente comunicação o recorte se deu por meio da relação entre o trauma - criações cênicas que trabalham com experiências pessoais traumáticas como mote criativo - e a construção de um corpo poético na cena teatral performativa. O objetivo dessa comunicação, de natureza teórica, é analisar como o trauma influenciou as construções corporais da atriz Cida Falabella no espetáculo Domingo. As ações metodológicas constam de revisão da literatura com os descritores: corpo poético, trauma, teatro performativo e memória, e estudo de caso com observação não participativa do espetáculo Domingo (BH/MG).

Como resultados parciais de pesquisa, podemos considerar que o teatro performativo (FÉRAL, 2015) vem se construindo como possibilidade de afloramento das autobiografias silenciadas. Domingo, trata da experiência da atriz Cida Falabella após uma separação, seu corpo poético (DUBATTI, 2010) é composto pelas fissuras estabelecidas pelo trauma (SELIGMAN-SILVA, 2015), as invenções inerentes ao ato de rememorar (RIBEIRO, 2013), e o não-dito, como impossibilidade do relato de um acontecimento de exceção (AGAMBEN, 2008).

Bibliografia AGAMBEN, Giorgio. O Que Resta de Auschwitz. São Paulo: Boitempo, 2008. DUBATTI, Jorge. Filosofía del Teatro II: Cuerpo Poético y Función Ontológica. Buenos Aires: Atuel: 2010. FÉRAL, Josette. Além dos limites: teoria e prática do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2015. RIBEIRO, Mônica. Memórias da dança-improvisação. In: TOLEDO, Mônica (Org.). Performances da memória. Belo Horizonte: Impressões de Minas, p. 46-59, 2013. SELIGMANN-SILVA, Márcio. A era do Trauma. Revista Cult, ano 18, n.205, São Paulo, p. 46-51, 2015.

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CORPOGRAFIAS DA CIDADE ATRAVÉS DA DANÇA

Autoria: Débora Allemand Instituição: Universidade Federal de Pelotas Linha de Pesquisa: Urbanismo Contemporâneo Orientador: Eduardo Rocha Nível e data de conclusão: Mestrado, abril de 2016. Bolsa de fomento: CAPES Pesquisa disponível em: http://prograu.ufpel.edu.br/index.php/br/biblioteca/pesquisa?linha=4 Contato: [email protected] Palavras-chave: ...AVOA! Núcleo Artístico, arte de rua, cidade, dança, São Paulo.

O trabalho busca encontrar algumas relações que podem ser feitas entre cidade e dança, a partir do projeto “Entre-espaços” do ...AVOA! Núcleo Artístico. A pesquisa volta-se para o estudo das intervenções urbanas, entendendo que esta é capaz de abrir brechas para diferentes compreensões da cidade e um dispositivo de desterritorialização-reterritorialização-territorialização (DELEUZE; GUATTARI, 1997) dos habitantes, potencializando-os a atentar para o espaço da cidade.

A dissertação segue o método da Cartografia, uma metodologia em cuja essência não está a validação ou a reprovação de uma situação, mas sim a possibilidade de dar visibilidade a micropolíticas da cidade. São utilizados como instrumentos metodológicos: revisão bibliográfica, entrevistas, corpografia urbana (JACQUES, 2008) e análise de fotos e vídeos do grupo.

O trabalho volta-se para a Rua São Bento no centro da cidade de São Paulo/SP, local de estudo do ...AVOA!. E conclui que a cidade pode passar a ser vista também a partir das pessoas que a habitam, porque os principais motivadores de criação para o ...AVOA! foram o ritmo e o movimento das pessoas do local, bem como os sons produzidos por elas. A arte de rua passa a ser entendida como uma forma de resistência na cidade capitalista contemporânea, que é capaz de transformá-la de dentro do próprio sistema econômico e social.

Bibliografia DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. V.4. São Paulo: Ed. 34, 1997. JACQUES, Paola Berenstein. Corpografias Urbanas. 2008. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.093/165. Acesso em: 23/05/14.

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‘LIVRO DE CULTIVO’: MÉTODO-OBJETO PARA PARTILHA DE PROPOSIÇÕES ESTÉTICAS

Autora: Deise Abreu Pacheco (Dedé) Instituição: Universidade de São Paulo – USP / Escola de Comunicações e Artes – ECA / Departamento de Artes Cênicas – CAC Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro – Teatro Educação Orientador: Flávio Desgranges Co-orientador: Joakim Garff (Universidade de Copenhague/Dinamarca do Søren Kierkegaard Forskningscenteret – SKC [Søren Kierkegaard Research Centre / Bolsa Estágio Pesquisa no Exterior – BEPE/FAPESP] Nível e data de início: Doutorado, março de 2014 Nível e data de conclusão: Doutorado, fevereiro de 2018 Bolsa de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP Pesquisa disponível em: deisepacheco.com.br Contato: [email protected] Palavras-chave: estética existencial, metodologia qualitativa, pedagogia do espectador

Na comunicação oral, será apresentada uma síntese da metodologia desenvolvida dentro da pesquisa de campo do projeto de doutorado em andamento, via método-objeto nomeado ‘Livro de Cultivo’, que foi o mediador de proposições estéticas endereçadas aos atores Caio Paduan, Eduardo Leite, Giulian Batista e Otacílio Alacran, à cineasta Thais de Almeida Prado e ao filósofo Vinícius Castro Soares. As proposições estéticas, respondidas cenicamente em ‘Retiro de Cultivo’, realizado na Praia da Juréia/SP [2014], foram registradas em um ‘filme-testemunho’, como ‘processo de produção’ [making of], suporte que reinstaurou a problematização da pesquisa.

O projeto “Assistir e ser assistido: estética existencial em Temor e Tremor, de Søren Kierkegaard” toma por eixo da investigação a obra Temor e Tremor, lírica dialética, do autor dinamarquês, sob seu pseudônimo de Johannes de silentio, para produzir, por meio de pesquisa de campo e abordagem teórica, rede de recepção da obra em questão, a fim de descrever qualitativamente a interlocução entre obra e sua leitura, como projeto existencial, na esfera de uma poética elaborada a partir da teologia antropológica de Søren Kierkegaard (1813-1855), autor que, em nossa modernidade, recebeu o epíteto de ‘pai dos existencialismos’.

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O ESPAÇO DA PALHAÇARIA NO GÊNERO TRÁGICO: APLICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS CÔMICOS E SUAS IMPLICAÇÕES

NO TRABALHO DO ATOR–PALHAÇO.

Autor: Denivaldo Camargo Instituição: Universidade de Brasília. Linha de Pesquisa: Processos Composicionais Para a Cena. Orientador: Prof. Dr. Marcus Mota Pesquisador: Denivaldo Camargo de Oliveira – Denis Camargo. Nível: Doutorado, Data de Início: março de 2013 Contato: [email protected]

A pesquisa acadêmica O ESPAÇO DA PALHAÇARIA NO GÊNERO TRÁGICO analisa as aplicações de procedimentos cômicos e suas implicações no trabalho do ator palhaço. Para tanto, se utiliza em seu processo composicional da obra Édipo-Rei, de Sófocles. A linha da pesquisa realiza uma ponte entre a poética do palhaço e a poética trágica, logo, fez-se necessário realizar análise do mito, da estrutura dramatúrgica da obra original, adaptação de obra para o contexto da comicidade, experimentos em ensaios com os atores-palhaços, ensaios com os músicos, trabalhos de produção, divulgação e seis apresentações do resultado final, em formato de espetáculo de palhaços para adultos denominado Édipo Rei –– o rei dos Bobos. O problema localiza-se justamente na questão da “consciência trágica”, no contexto da poética da tragédia, e o seu impacto na “lógica do palhaço” e no contexto da poética da palhaçaria.

Bibliografia ARISTÓTELES. Poética. São Paulo: Ed. Nova Cultural. 1996. CEGALLA, Domingos Paschoal. Édipo Rei. 6a. Edição. Rio de Janeiro: Ed. DIFEL.2011. HUTCHEON, Linda. Uma teoria da Adaptção.Trad: Ricardo CMZ. Rio de Janeiro: ed. Imago. 2011; MOTTA, Gilson. O espaço da tragédia - na cenografia brasileira contemporânea. São Paulo: ed. Ed. Perspectiva. 2011. SERRA, Ordep. O reinado de Édipo. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2007.

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A DRAMATURGIA DO INSIGHT E A ATENÇÃO PLENA COMO PROCEDIMENTO TEXTUAL

Autora: Diana de Hollanda Instituição: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Linha de Pesquisa: Poéticas da Cena e do Texto Teatral Orientadores: Cassiano Quilici (UNICAMP) e Nara Keiserman (UNIRIO) Nível e data de início: Doutorado, março de 2015 Nível e data de conclusão: Doutorado, julho de 2019 Bolsa de fomento: CNPQ Pesquisa disponível em: www.teatrodamente.com.br/dramaturgia-do-insight/ Contato: [email protected] Palavras-chave: Budismo; Dramaturgia; Insight; Mindfulness; Processo

A presente pesquisa estreita a meditação e a filosofia budistas ao processo teatral. Para tanto, objetiva-se formular o conceito de dramaturgia do insight e desenvolvê-lo em uma obra, com base na atenção plena (popularizada no ocidente como “mindfulness”). Essa prática consiste em observar, no aqui e agora, quatro fundamentos (corpo, sensações, mente, objetos mentais), dissociando-os da ilusão de um “eu”. Pretende-se examinar sistematicamente as três características investigadas na meditação do Insight (impermanência, sofrimento e não-eu) para compor uma dramaturgia voltada ao descondicionamento da mente em seu “resultado” estrutural e temático. A apresentação oral se dividirá em cinco partes: 1) Expor de maneira sintética o processo do insight e da atenção plena 2) Apontar exemplos artísticos a fim de extrair singularidades que balizem o conceito de dramaturgia do insight − como a peça Eu não, de Samuel Beckett, e trabalhos de autores influenciados pelo budismo, como Marina Abramovic e Meredith Monk 3) Apropriar-se da leitura do termo procedimento, por César Aira, em “La nueva escritura” − uma postura que leve as obras a engrenarem sozinhas sem a falsa liberdade de fatores como a “inspiração” − para defender a atenção plena como um procedimento textual 4) Explanar de que forma esse procedimento constituirá a dramaturgia proposta 5) Compartilhar os progressos do laboratório cênico e da escrita até o momento.

Bibliografia AIRA, César. “La nueva escritura”, Rosario: Boletín nº8 del Centro de Estudios de Teoría y Crítica Literaria, 2000. ANALAYO. Bhikkhu. Satipatthana: the direct path to realization, Birmingham: Windhorse, 2003 BECKETT, Samuel. Eu não. Rio de Janeiro: Banco de peças da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 1985. BODHI, Bhikkhu. Org. A comprehensive manual of Abhidhamma. Sri Lanka: BPS, 2010

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ATOR EM CENA - GESTÃO DOS PLANOS DE EXPRESSÃO Nome: Diego Pereira Borges Instituição: Universidade de Brasília Linha de Pesquisa: Processos Composicionais para a Cena Orientadora: Alice Stefânia Curi Nível e data de início: mestrado, agosto de 2014. Bolsa de fomento: CAPES Atuação profissional: Ator/Pesquisador, trabalha com o grupo português o Bando e integra o grupo de pesquisas Teatro do Instante vinculado à Universidade de Brasilia. Contato: www.diegoborges.net - [email protected] Palavras-chave: ator, sensação concreta, consciência.

Baseado nos princípios do Sistema de Formação para atores “Consciência do ator em cena”, criado por João Brites e o Teatro O Bando de Portugal ao longo dos últimos vinte anos, este trabalho visa promover vivências em práticas teatrais a partir de possibilidades técnicas e expressivas da interpretação dramática utilizando conceitos e exercícios específicos, contribuindo para a ampliação da capacidade do ator de exercer o seu domínio sobre três planos de expressão (interioridade, oralidade, corporalidade), tornando-o mais consciente das suas possibilidades técnicas e expressivas. Fundamentado por João Brites, enquanto encenador do teatro O Bando e como professor da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, o curso sustenta o que Brites define “a capacidade do ator exercer, em tempo real, o seu domínio sobre os três Planos de Expressão: Interioridade, Oralidade, Corporalidade” (BRITES, 2011, pág. 104). O intuído é tornar o ator mais consciente de suas possibilidades técnicas, de seu virtuosismo artístico e das suas características recorrentes. Muitas vezes no trabalho do ator, faz-se necessário certo rigor técnico para que se possa ampliar as possibilidades de aproveitamento de suas ferramentas afim de atingir certa qualidade de trabalho. E isso é aplicado pedagogicamente no curso através de exercícios que são por sua vez fundamentais para o desenvolvimento do corpo/mente do ator. E ao mesmo tempo podem servir como ponto de partida para a criação ou desenvolvimento do discurso dramatúrgico do ator em cena. É importante lembrar que o curso está apoiado sobre a capacidade criativa de cada indivíduo bem como em suas experiências anteriores. Portando uma de suas premissas é potencializar competências anteriormente adquiridas pelo ator ao longo de seu trajeto. Neste caso, apresento o sistema “Ator em Cena” como um desdobramento dessa pesquisa, um curso estruturado por um discurso e programa sistematizado, com princípios e objetivos claros.

Bibliografia BRITES, João. Teatro O Bando: afetos e reflexos de um trajeto. Lisboa: Ed. Teatro O Bando, 2009. Endereço eletrônico: www.obando.pt acessado em maio de 2015.

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FROUXOS CORTES DE UMA BIXA FOUCAULTIANA

Autora: Dodi Leal Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Processos psicossociais básicos Orientador: Luis Guilherme Galeão da Silva Nível e data de início: Doutorado, janeiro de 2014 Bolsa de fomento: Capes Pesquisa disponível em: vídeo do trabalho em andamento 11

Contato: [email protected] Palavras-chave: dança, sexualidade, gênero

Demonstração técnica baseada no trabalho de dança ‘Frouxos cortes de uma bixa focaultiana’ da intérprete Dodi Leal, do músico Marcello Amalfi e da participação de Danilo Silveira como artista-provocador da linguagem da dança. O projeto surge em 2015 dada a necessidade de discussão sobre sexualidade e gênero por meio de um processo criativo interessado em se aprofundar na noção de propriedade projetada nas relações afetivas e do desejo sexual do viado. A partir do repertório do Karatê, a investigação tece e articula, por meio da dança contemporânea e do jogo cênico da música, os movimentos do corpo do viado para friccionar sua masculinidade com sua feminilidade. Por ser um modo de posicionamento e construção de conhecimento a experiência do fazer artístico da dança é um dos pontos cruciais para a construção do argumento do trabalho. Para Setenta (2008), o modo de fazer define a fala, o dizer. A percepção singular do corpo que dança, é resultado de experiência vivida em seu meio habitual, é laboração criativa, é discurso político e, para isso, na demonstração técnica, estará posta a argumentação sobre os fazeres do corpo que se apresenta como questão e, consequentemente, se reconhece em questão. Na perspectiva da teoria de Foucault (1980) e Butler (1997), a demonstração técnica aponta como se dão neste trabalho as operações performáticas combativas de resistência queer para se posicionar a respeito da noção de posse sobre a corporalidade homossexual.

Bibliografia BUTLER, Judith. Excitable Speech: a politics of the performative. New York: Routledge,1997. FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 1 - a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1980. SETENTA, Jussara Sobreira. O fazer-dizer do corpo: dança e performatividade. Salvador: EDUFBA, 2008.

https://www.youtube.com/watch?v=pGSfZUG89-I11

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ELEMENTOS DA MORTE, CORPO E OBJETO

Autor: Eder Tavares da Rocha Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Linguagens Corpo e Subjetividade Orientador: Paulo Balardim Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: Corpo-objeto, Tadeusz Kantor, Teatro da Morte

A presente pesquisa tem como natureza teórica a análise o processo de objetificação corporal e suas repercussões na obra de Tadeusz Kantor. Para tal será considerado a trajetória do pensamento de objetificação corporal na história do teatro (com recorte do final do século XIX e o XX), bem como, a apreciação de propostas teatrais que desenvolveram métodos que problematizaram a relação do corpo no teatro (Craig, Meyerhold, Artaud e Kantor). A pesquisa também irá refletir e comparar teóricos da área da filosofia (Jeudy, Deleuze e Merleau-Ponty) e antropologia (Le Breton). Por fim, o estudo de técnicas teatrais desenvolvidas, principalmente no século XX, que apresentem uma metodologia mais inclinada nos processos de identidade, corporeidade e objetificação.

Espera-se na pesquisa, a reflexão deste novo pensamento corporal construído no século XX, e a reverberação desses conhecimentos na prática teatral. Entender também os processos que geram a esta critica, principalmente a este corpo que é humano, autoral e identitário. Também será refletida a incorporação do Teatro de Formas Animadas e entender o inanimado como potência de expressão. Dessa forma, não podemos cair na dualidade do animado e inanimado, na cena atual contemporânea um objeto pode substituir uma pessoa em cena. (PAVIS, 2008).

O cerne da pesquisa será a análise da Obra de Tadeusz Kantor (2008) e sua influência a partir dos teóricos estudados. Bem como, o entendimento contextual em que estava inserido e problematizar as repercussões dessas conjunturas em sua obra, e entender os artifícios que Kantor apropria para que esta objetificação se torne real e possível.

Bibliografia KANTOR, Tadeusz. O teatro da morte. Org. Denis Bablet. São Paulo: Perspectiva, 2008. PAVIS, Patrice. A Análise dos espetáculos. Trad. Sérgio Sálvia Coelho. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 2008.

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O CORPO COURAÇA E A FLUIDEZ CÊNICA

Autor: Elias Pintanel Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Técnicas e Processos de Formação do Artista da Cena Orientadora: Profa. Dra. Marisa Martins Lambert Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: bioenergética; corpo couraça; preparação de atores.

A presente pesquisa tem como objetivo investigar a contribuição da bioenergética como ferramenta corporal no trabalho de preparação e criação do ator. Bioenergética é uma maneira de entender o corpo a partir da sua personalidade e de seus processos energéticos (LOWEN, 1982). O projeto opera-se com: conceitos da bioenergética de Lowen (1982); o método de ações físicas de Stanislavski (2005); e a noção de via negativa de Grotowski (2007). Nessa configuração surgiu a seguinte pergunta: qual a visão de corpo neste trabalho? A bioenergética parte do pressuposto de que é o/no/com o corpo onde acontece e se "registra" todas as nossas experiências vividas, fonte do modo de reagir ao mundo e de se comunicar com os outros. Para Lowen (1982) o corpo é o nosso passado e nele está registrado, por meio das couraças, 'pontos' que bloqueiam o fluxo de energia vital do corpo. Chamo de "corpo couraça" o estado corporal onde a fluidez energética é debilitada ou impossibilitada de ser flexível ao ponto de liberar o impulso interior à reação externa do corpo. "É um pequeno passo rumo à encarnação de nossa vida no impulso" (GROTOWSKI, 2007, p.183). A bioenergética assim se apresenta como uma aliada no caminho para se libertar dos automatismos e das couraças: seja em termos de movimentos como de percepções. A hipótese é que a bioenergética permite alargar/descondicionar a percepção dessas couraças podendo permitir ao ator obter um estado de presença física em que os impulsos de cada ação sejam fluídos e expressivos.

Bibliografia GROTOWSKI, Jerzy & FLASZEN, Ludwik. O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski 1959-1969. São Paulo: Perspectiva, 2007. LOWEN, Alexander. Bioenergética. São Paulo: Summus, 1982. STANISLAVSKI, Constantin. A preparação do ator. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira 2005.

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TRANSPORTES COLETIVOS: PASSARELAS DISCURSIVAS, ESPAÇOS PERFORMATIVOS

Autor: Elilson Gomes do Nascimento Instituição: UFRJ Linha de Pesquisa: Experimentações da cena Orientadora: Eleonora Fabião Nível e data de início: Mestrado, março de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: performance, mobilidade, transportes coletivos, discurso

Partindo dos pressupostos de que há uma dimensão dramática e performativa fundamental na existência em sociedade (MONTEIRO, 2010) e que as características de um espaço não são estanques, este trabalho constitui-se por uma leitura-experimentação dos transportes coletivos enquanto espaços performativos.

Uma leitura, primeiramente, dos modos como ambulantes, pedintes, religiosos e artistas têm reconfigurado a espacialidade (os corredores são transformados em púlpito e assembleia religiosos, feira livre, palco ou num meio filantrópico) e transformado os passageiros em espectadores, pois um performer não é autônomo, opera uma relação recíproca e complementar (FABIÃO, 2009)

Uma experimentação, em segundo, porque, após um processo de “coleta” (anotações, fotografias e gravações de áudio), o projeto avança para a realização de performances, como: “Pago R$4,10”, utilizando um carrinho de supermercado como veículo e oferecendo a tarifa atual do Metrô RJ aos transeuntes e “Troncal”, uma palestra sobre a palavra escolhida para nomear novas linhas de ônibus num projeto de racionalização que já eliminou outras 50.

Assim, vivenciar os transportes sob os dois vieses, como espectador e performer, é questão capital na pesquisa, pois há características como escolhas linguísticas e relações corpo-espaço e a própria disposição de agir e falar, arcando com as consequências da interação, que podem aproximar os performers da cena e do cotidiano enquanto “heróis errantes”, vista a conotação de coragem (ARENDT, 2007) presente em suas ações.

Bibliografia ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, 2007. FABIÃO, Eleonora. Performance e teatro: poéticas e políticas da cena contemporânea. Revista Sala preta, São Paulo, v.8, p. 235-246. 2009. MONTEIRO, Paulo Filipe. Drama e Comunicação. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010.

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LINHAS AMARELAS: INVESTIGAÇÕES A PARTIR DO GRÁFICO DOS ESFORÇOS

Autora: Elisa Abrão Instituição: Universidade Federal de Goiás Linha de Pesquisa: Dança e Sujeito Nível e data de conclusão: Pesquisa docente, agosto de 2017 Contato: [email protected] Palavras-chave: Gráfico dos Esforços, corpo/ambiente,

O presente projeto investiga os conceitos que permeiam o Gráfico dos Esforços desenvolvido por Rudolf Laban, transitando por autores do campo da arte, filosofia e literatura, na intenção de esgarçar as linhas que o compõem, na hipótese que essas linhas possibilitam novas tessituras conceituais e corporais. A conexão corpo ambiente apresenta-se como princípio liminar para a articulação criativa de conceitos e experimentação artística. Compreende-se liminareidade como caos fecundo, armazém de possibilidade, processo de gestação e esforços por novas formas e estruturas (CABALLERO, 2011). No fluxo de diálogos e encontros a pesquisadora colore de amarelo as linhas do Gráfico dos Esforços. Metáfora impulsionada pelo livro ‘A Bolsa Amarela’ da escritora romancista brasileira Lygia Bojunga, a qual traz a noção de vontade e se aproxima da técnica narrativa de fluxo de consciência. Outra alteração é pontilhar as linhas do Gráfico permitindo refletir sobre o que permanece sem se inscrever em gestos e ações o que cria um espaço ‘entre’, o qual ventila/ressalta o silêncio e a pausa como parte significativa das dinâmicas de movimento/existência. A relação entre teoria e prática compõe o cenário metodológico da presente pesquisa, o qual transita por investigações criativas dos conceitos relativos aos quatro fatores de movimento, concomitantemente com as investigações impulsionadas pelas relações corpo ambiente. Das experimentações é realizado registro em vídeo e a elaboração de um diário de percepções e insistência. Compreendem-se esses dois recursos de colheita de dados como primorosos para a investigação.

Bibliografia BOJUNGA, Lygia. A bolsa amarela (35ª ed.) Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. CABALLERO, Ileana Diéguez. Cenários liminares: teatralidades, performances e política; tradução Luis Alberto Alonso e Angela Reis. Uberlândia: EDUFU, 2011

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PROCESSO DE CRIAÇÃO: PERCURSO DE UMA ARTISTA CIRCENSE DA CENA CONTEMPORÂNEA

Autora: Erica Raquel Stoppel Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas e linguagens da cena Orientadora: Pra. Dra. Ana Maria Rodriguez Costas Nível e data de início: Mestrado, julho/2015 Nível e data de conclusão: Mestrado, julho/2017 Pesquisa disponível em: https://youtu.be/u4tgn4SLf0o Contato: [email protected] Palavras-chave: circo, cena contemporânea, processo criativo, trapézio, risco

A pesquisa de mestrado em andamento, apresenta o processo de criação do artista-autor-intérprete, em especial, de uma trapezista, formada em escolas de circo, cuja motivação é a busca de uma criação poética que potencialize as dimensões dramáticas, expressivas e narrativas do gesto circense. Na investigação de cunho prático-teórico, estuda-se a potência expressiva da linguagem do circo na construção de uma dramaturgia colocando-se em foco o percurso da criação de uma obra.

Quanto à metodologia, a prática artística é o ponto de partida para o desenvolvimento de uma pesquisa em criação de forma articulada a teorização. O estudo desenvolve-se a partir da observação da relação entre a trajetória da artista e o cenário em que está situada; o aporte cênico se alia ao entendimento sobre o fazer artístico do circo na cena contemporânea.

A criação e a pesquisa dramatúrgica são observados em relação às peculiaridades da linguagem circense, buscando-se expor, na composição da obra, o potencial dramático da poética do risco (GOUDART, 2009). O processo de criação ocupa-se da espacialidade dada entre o corpo no ar e o corpo no chão, verticalizando-se nos seguintes eixos: a geometria do espaço e a ocupação do espaço aéreo; a força da gravidade; o equilíbrio e a queda; o risco; a cena e seu drama.

Bibliografia GOUDART, P. Estética do risco: do corpo sacrificado ao corpo abandonado. In: WALLON, E. (Org.). O circo no risco da arte. Trad. C. Lage. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

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CAMINHADA SILENCIOSA: O ATO DE CAMINHAR COMO AÇÃO ARTÍSTICA

Autora: Ester Cunha Instituição: Universidade Federal Fluminense Linha de Pesquisa: Estudos Críticos das Artes Orientador: Tato Taborda Nível e data de conclusão: Mestrado, abril de 2016. Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: caminhada, silêncio, proposição

Essa comunicação pretende apresentar a pesquisa de mestrado acerca da proposta Caminhada Silenciosa da artista paulista Vivian Caccuri. Na proposição a artista convida em sua página do facebook, de quinze a vinte participantes para que caminhem sob voto de silêncio na performance com duração em torno de oito horas. Por tratar-se de uma proposta participativa realizada no espaço urbano, a proposição de Caccuri nos permite observar os modos como a apropriação dos elementos da realidade cotidiana se dá a partir da singularidade da percepção de cada participante. Nesse sentido o voto de silêncio proposto na performance é fundamental para favorecer uma maior sensibilização dos sentidos dos participantes à variabilidade de estímulos que esse deslocamento propicia.

A presente pesquisa tem como metodologia a experiência pessoal na Caminhada Silenciosa como ponto de partida para a abordagem teórica de questões acerca da apropriação de elementos da realidade cotidiana, da relação entre arte e o espaço, e da participação do público na arte. Nosso objetivo é apontar a potência do deslocamento corporal como ação artística, contextualizando o trabalho de Caccuri no âmbito da produção artística de diferentes campos de expressão que tem o caminhar como mote de suas poéticas pessoais.

Como resultado da pesquisa é possível observar o ato de caminhar na arte como uma ação que estabelece uma relação entre corpo/sentidos/espaço, além de problematizar as noções de materialidade na criação artística e a própria ideia de obra substituída pela proposição. É possível observar ainda a interação estabelecida entre o corpo performático – do grupo, que caminha em silêncio pela cidade – e os demais transeuntes da cidade. Nesse sentido a ação possibilita a investigação da relação entre arte e vida.

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DANÇA E COGNIÇÃO: O TREINAMENTO VIEWPOINTS

Autora: Fatima Wachowicz Instituição: Universidade Federal da Bahia Linha de Pesquisa: Pesquisa experimental em Estudos Cognitivos do Movimento Orientadora: Prof. Dra. Catherine Stevens Nível e data de conclusão: Pós-Doutorado, agosto de 2015. Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: Atenção, Integração Sensorial, Sinestesia.

Na pesquisa de Pós Doutoramento realizada pela autora foi explorado o treinamento 12

Viewpoints (BOGART E LANDAU, 2005) como uma ferramenta para a improvisação e composição em dança. Investigou-se como a pratica dos Viewpoints afetam a criação de movimentos, utilizando conceitos e métodos da psicologia cognitiva. Tais associações podem nos levar a novas formas de pensar os processos de percepção, atenção e consciência corporal, como por exemplo: a aprendizagem de "ouvir com todo o corpo", como intensificada integração multissensorial - uma espécie de sinestesia e interação entre os sentidos (PARISE, SPENCE, 2009) e o comportamento coletivo e liderança distribuída (DRYER et al, 2009). O treinamento Viewpoints desenvolve os sentidos para responder rapidamente aos estímulos externos, destaca a atenção e a consciência perceptiva de si, melhora a sensação de vivacidade em cena e desenvolve dinâmica de grupo. O impacto dos Viewpoints sobre a improvisação de dança, a sincronia em grupo, conexões cognitivas entre atenção, estado de alerta, resposta e coesão em movimentações feitas em grupo serão apresentados.

Bibliografia BOGART, A, LANDAU, T. The Viewpoints Book: A practical guide to Viewpoints and composition. T.C.G., NY, 2005. DRYER, J.R.G., JOHANSSON, A., HELBRING, D., COUZIN, I.D., KRAUSE, J. Leadership, consensus decision making and collective behavior in humans. P.T. of the Royal Society 364: 781-789, 2009. PARISE, C.V, SPENCE, C. When birds of a feather flock together: Synesthetic correspondences modulate audiovisual integration in non-synesthetes. PLoS ONE 4(5): e5664, 2009.

Pesquisa Pós Doutoral realizada na Western Sydney University, The MARCS Institute, 12

Australia (2014-2015), bolsa CAPES–Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior, Processo n. 16011-48.

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A PRÁTICA DA HATHA-YOGA E O ATOR RAPSODO

Autor: Felipe Xavier Aquino Instituição: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro, Formação do Artista Teatral Orientadora: Profa. Dra. Nara Waldemar Keiserman Nível e data de conclusão: Iniciação Científica, julho de 2016 Bolsa de fomento: UNIRIO Contato: [email protected] Pesquisa disponível em: http://sistemas.unirio.br/projetos Palavras-chave: Ator Rapsodo, Corporeidade, Espiritualidade

Pretende-se refletir nesse trabalho teórico de que modos a prática da Yoga favorece o trabalho formativo e de criação cênica do ator rapsodo, junto de um repertório de procedimentos de trabalho corporal baseados na Hatha Yoga que apontem para caminhos pedagógicos para o ator rapsodo. Esses procedimentos foram levantados a partir de estudos práticos e bibliográficos sobre as modalidades da Yoga, realizados no decorrer da pesquisa, atentando-se para a leitura de autores que abordam a Filosofia Yogue e de pesquisadores da área de Teatro e Espiritualidade.

As principais atividades existentes na metodologia da presente pesquisa englobam a realização de estudos teóricos sintonizados com a prática laboratorial semanal. Além das experiências corporais e vocais, que abrangem a realização de práticas de Hatha-Yoga e o canto de mantras indianos, ocorrem as discussões reflexivas que o trabalho demanda, cujos conteúdos são trazidos pela Orientadora e pelos bolsistas.

Ao final de um ano, procura-se observar como esses estudos permearam e potencializaram as experiências de criação cênica, desenvolvidas em sala de ensaio, e de (re)criação corporal e subjetiva dos próprios indivíduos envolvidos. Essa observação será possível por meio da elaboração de textos no decorrer da pesquisa, contendo a descrição reflexiva que contemple o universo investigado.

Bibliografia RAMACHÁRACA, Yogi. Hatha Yoga ou Filosofia Yogue do Bem-estar Físico. São Paulo: Pensamento, 1999. MIRANDA, Caio. O abc do Hatha Yoga. Rio de Janeiro: Editora De Ouro, 1978. IYENGAR, B.K.S. Luz na Vida. São Paulo: Summus, 2007. QUILICI, Cassiano Sydow. O ator-performer e as poéticas da transformação de si. São Paulo, Annablume: 2015.

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ATUALIDADE DO TEATRO DOCUMENTÁRIO

Autora: Fernanda Azevedo Correia de Souza Instituição: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Linha de Pesquisa: Artes: Estética e poéticas cênicas Orientador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Mate Nível e data de início: Mestrado, março de 2016 Nível e data de conclusão: em curso, junho de 2018 Contato: [email protected] Palavras-chave: ficção, teatro, teatro documentário

O projeto de pesquisa coloca em questão a atualidade da linguagem do teatro documentário, sua função estética e política na sociedade brasileira, especificamente no âmbito do teatro de grupo realizado na cidade de São Paulo, e suas consequências no trabalho de atores e atrizes.

A apresentação teórica da pesquisa no SPA partirá da hipótese de que a linguagem do Teatro Documentário se apresenta, hoje, como uma potente ferramenta estética e política de compreensão e análise crítica da realidade. Serão abordados, basicamente, dois tipos de utilização de documentos em cena: o teatro documentário de ambição política - que revela mecanismos sociais e procura intervir no sentido da transformação social - e o chamado teatro do real, que privilegia o depoimento individual e a subjetividade.

Para dar suporte teórico serão utilizadas as obras de Peter Weiss, em especial Notas sobre o teatro documentário, Erwin Piscator (Teatro político) e Tania Moguilevskaia e Lucie Kempk (Le théâtre neo-documentaire, résurgence ou réinvention), além de materiais e textos produzidos por artistas e Companhias paulistanas que utilizam os expedientes do teatro documentário em suas montagens cênicas.

Bibliografia MOGUILEVSKAIA, Tania e KEMPF, Lucie. Le théâtre neo-documentaire, résurgence ou réinvention. Lorraine: PUN – Éditions Universitaires de Lorraine, 2013. PISCATOR, Erwin. Teatro Político. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. WEISS, Peter. Notas sobre o Teatro Documentário. In: Contrapelo – caderno de estudos sobre arte e política nº 2. São Paulo: Kiwi Companhia de Teatro, 2015.

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PROCESSOS DE CRIAÇÃO COMPARTILHADA E FORMAÇÃO TEATRAL

Autor: Filipe Brancalião Alves de Moraes Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro – Teatro e Educação Orientadora: Profª Drª Maria Lúcia de Souza Barros Pupo Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2015 Nível e data de conclusão: Mestrado, agosto de 2017 Contato: [email protected] Bolsa de fomento: não há Pesquisa disponível em: não há Palavras-chave: formação teatral, pedagogia do teatro, processo colaborativo

A presente pesquisa se propõe ao exame de algumas das implicações pedagógicas provocadas pelos modos de produção do teatro de grupo instituídos a partir da década de 90, especificamente os processos de criação compartilhada, em contextos de formação teatral. Para tanto, a investigação vem tomando como campo de estudos a “SP Escola de Teatro” que conta com momentos específicos em que a aprendizagem se efetiva em meio aos modos de criação compartilhada, no encontro entre os estudantes de oito diferentes cursos (Atuação, Cenografia e Figurino, Direção, Dramaturgia, Humor, Iluminação, Sonoplastia e Técnicas de Palco). Além do acompanhamento das atividades na SP Escola de Teatro por três semestres consecutivos (2015/2016), estão sendo realizadas entrevistas com profissionais e estudantes diretamente envolvidos nos processos da escola.

À medida que a pesquisa vem sendo desenvolvida tem sido possível observar que, ao optar pela criação compartilhada como eixo de seu projeto pedagógico, a SP Escola de Teatro vem privilegiando uma formação voltada para o estabelecimento de novos modos de colaboração e interação entre as pessoas, permitindo aproximações com as formulações de Hannah Arendt acerca das noções de “espaço público” e “política”. O estabelecimento de paralelos entre as práticas observadas na escola e as formulações de Arendt corresponde ao atual estágio da pesquisa, que busca analisar quais tensões, contradições e potências emergem nos processos de formação teatral instaurados a partir dos pressupostos da criação compartilhada.

Bibliografia ARENDT, Hannah. A condição humana. RJ, Forense Universitária, 2015.

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POÉTICAS DE SÍ: AUTOBIOGRAFIA E HIBRIDISMO TRANSBORDANTE NA CENA CONTEMPORÂNEA

Autora: Flaviana Benjamin dos Santos Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Teoria e Prática do Teatro Orientador: Ferdinando Crepalde Martins Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2016. Nível e data de conclusão: Mestrado, agosto de 2018. Bolsa de fomento: Não Pesquisa disponível em: Não Contato: [email protected] Palavras-chave: mulher, performance, teatro documental

A autobiografia não se limita apenas ao gênero literário, mas se evidencia em outros gêneros artísticos. Proporciona, em meados do século XX, diversas manifestações artísticas que potencializam através das representações do eu na arte. O presente projeto tem por objetivo análise histórica, documental e artística dessas escritas que desponta na aproximação do teatro documental e da performance arte. Prevê também analisar artistas como Hannah Wilke (1940- 1993), Vivi Tellas (Argentina) e Tania Alice residente no Rio de Janeiro e outras obras que fortaleçam a presente pesquisa. Problematizando a presença feminina, sobretudo a brasileira, na arte como propulsora de discursos que legitimem sua potência artística. E também as imbricações das escritas do eu que se utilizam dos aparatos tecnológicos como fator de potencializar essas representações através de sua veiculação. Evidenciando as escritas do eu na encenação contemporânea, não limitando-as, mas entendo-as como desafios e implicações na arte.

Bibliografia KIRBY, Michael. An Introduction, The Drama Review: TDR, Vol. 23, No. 1, Autoperformance Issue (March, 1979).

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O ENSINO DO TEATRO, NA EDUCAÇÃO BÁSICA, E A RELAÇÃO COM A CIDADANIA ESTÉTICA DE FUTUROS ESPECTADORES

Autora: Flaviana Damasceno Alves Instituição: Universidade de Brasília Linha de pesquisa: Artes Cênicas e Educação Orientador: Prof. Dr. Jorge das Graças Veloso Nível e data de início: Graduação, agosto de 2011. Nível e data de conclusão: Graduação, dezembro de 2015. Contato: [email protected] (61) 98166-4099 Palavras-chave: arte-educação, educação, escola, espectador, plateia

O trabalho discerne sobre a formação de plateia por meio do ensino de Teatro em escolas públicas de Brasília. Para a realização do mesmo foram analisados documentos públicos, tais como: Lei de Diretrizes Básicas (LDB), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e o Currículo em movimento, juntamente com pesquisas de campo e aplicação de questionários nas escolas, Centro de Ensino Fundamental (CEF) 214 sul e Centro Educacional (CED) 04 do Guará II, bem como na 20ª edição do festival Cena Contemporânea de Brasília.

Com resultados otimistas quanto a importância do ensino do Teatro na educação básica, esse trabalho teve como conclusão, fortes indicações da importância social que o ensino do Teatro representa na formação da cidadania estética dos alunos. O trabalho foi pensado para agregar valor à comunidade acadêmica e debater a importância que a escola, e o ensino de Teatro desde a educação básica, tem na formação de futuros espectadores.

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REDE: CONEXÕES POSSÍVEIS NA CONTEMPORANEIDADE DA ARTE

Autora: Flaviane Flores Vieira de Magalhães Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Teatro, Sociedade e Criação Cênica Orientadora: Prof.ª Dra. Tereza Mara Franzoni Nível e data de início: Mestrado, março de 2016 Nível e data de conclusão: Mestrado, fevereiro de 2018 Bolsa de fomento: PROMOP/UDESC Pesquisa disponível em: Contato: [email protected] Palavras-chave: cibercultura, rede, relacionamento, resistência

Pretende-se investigar relações possíveis entre pessoas através da arte, do ponto de vista da constituição de redes de relacionamentos para a resistência política, recortadas e localizadas no ciberespaço. Através da observação da teoria já produzida e também do contato direto com artistas e suas experiências – tendo como ponto de partida a casa aberta e colaborativa, Solimões 541, em Curitiba/PR – a pesquisa irá traçar um percurso cartográfico, como proposto por Gilles Deleuze e Féliz Guattari (1995), justificado pelos atravessamentos entre mapa, rede, ciberespaço e ativismo. Através da noção, estrutura e movimentação próprios da rede esse percurso quer levantar a hipótese de que a cibercultura, designada por Lemos (2002, p. 281) como a expressão de “uma atitude de apropriação criativa (vitalista, hedonista, presenteísta) das novas tecnologias”, estaria engendrando princípios muito específicos no fazer artístico, desdobrando-se em diversas categorias, desde a formação subjetiva do artista e do público, passando às metodologias e processos criativos, aos modos de produção e às estéticas próprias de suas obras, afetando finalmente a relação da arte com a sociedade em nível político e poético. Em síntese, pergunta-se: com as relações sociais já modificadas pela técnica, em que nível é afetada a arte contemporânea de resistência? Com que natureza de processos a comunidade artística e ativista está se deparando em sua relação com a cibercultura?

Bibliografia: DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: Capitalismo e esquizofrenia, vol. 1. Rio de Janeiro: Editora 34. 1995. LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002.

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A RUA DOS ANDRADAS E SEUS ARTISTAS CARTOGRAFANDO SENSAÇÕES, MULTIPLICANDO DESEJOS

Autora: Gabriela Tarouco Tavares Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Linguagem, recepção e conhecimento em artes cênicas Orientadora: Profa. Dra. Silvia Balestreri Nunes Nível e data de início: Mestrado, Agosto de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: artistas de rua, arte na rua, cartografia, poética espacial, Rua dos Andradas

A pesquisa propõe pensar a arte que se faz nas ruas em seus modos de criação, recepção e autoanálise, estabelecendo um diálogo entre diferentes artistas que ocupam a Rua dos Andradas, na cidade de Porto Alegre – RS, com alguns conhecimentos sobre arte na atualidade. Através do depoimento, em entrevistas, de estátuas vivas, bandas independentes e músicos solos, pintores de retratos e poetas errantes busca-se compreender como o artista percebe a rua em relação com o que chamamos de galeria urbana e os motivos que cercam a escolha da rua como palco. Como metodologia e princípio de desenvolvimento para a pesquisa teórica, elabora-se uma cartografia, assumindo uma pesquisa em movimento, em que o caminhar do pesquisador articula conhecimentos. Para o entendimento de cartografia e sua investigação para a análise dos dados utiliza-se autores como Félix Guattari, Gilles Deleuze, Suely Rolnik e Virginia Kastrup. Ao fim do percurso, além de perceber as questões que envolvem a escolha da rua como palco, e as paisagens que se criam, através das falas dos artistas, discutiremos as relações socioculturais que se atravessam por intermédio da apropriação de espaços urbanos para as artes.

Bibliografia CARREIRA, André (org.). Teatralidade e cidade. Florianópolis: Ed. da EDESC, 2011. DELEUZE, Gilles; PARNET, Claire. Diálogos. São Paulo: Escuta, 1998. GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely.Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 2011. PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCÓSSIA, Liliana da. Pistas e métodos da cartografia. Porto Alegre: Sulinas, 2010. ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Editora da universidade/UFRGS, 2006.

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[DES]INTEGRADO: FRAGMENTOS DE UM PERCURSO CORPORAL

Autora: Gardênia Coleto Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Linha de Pesquisa: Dança e sujeito Orientadora: Profa. Dra. Roberta Marques Nível e data de conclusão: Graduação, fevereiro de 2016. Contato: [email protected] Palavras-chave: formação, dança, arte, autoetnografia.

Mobilizo materiais de diferentes contextos formativos, e, assim, investigo como se estabelecem as conexões entre os diversos estratos temporais presentes em meu fazer artístico. A partir da perspectiva do pesquisador como agente e objeto de pesquisa, apoio-me no método autoetnografico, relacionado às teorias atinentes ao compartilhamento biográfico, para buscar relações entre o “eu” e o entorno, construindo uma reflexão que parte de minha construção corpórea enquanto artista da dança, associada aos aspectos concernentes ao contexto cultural no qual estou inserida. A pesquisa move-se por entre fragmentos de memória-corpo, conectando ideias difusas para tecer questionamentos acerca das contradições e associações que me [des]integram. A plasticidade das estruturas corporais serve como sinalizadora da incompletude dos pensamentos aqui formulados. As relações entre transgressões e submissões permeiam o trabalho, chamando ao debate Michel Foucault, Gilles Deleuze, Guattari, Zdenek Hampl, Chico Science, e outros... Dançarinos, filósofos e mangueboys conectando conhecimentos para a construção intempestiva de redes informacionais geradoras de potências, danças, transformações, buscando desestabilizar as hierarquias entre saberes-fazeres. A partir do jogo entre os dispositivos que impõe a divisão do corpo em partes sendo a cabeça a parte principal e o desejo de implodi-lo/profaná-lo, reflito sobre as dominações a que o corpo é submetido, e como a arte pode ser tomada, possuída, como uma forma de resistência.

Questiono as perspectivas cronológicas incutidas socialmente, estilhaço-me, me recomponho de infinitas formas e questiono a obrigatoriedade de uma tessitura voltada para um fim/conclusão quando a matéria estudada é a provisoriedade encarnada.

A escrita no presente denota a confluência de passado-futuro-presente no agora.

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MORAL E ÉTICA VS. DIREITO AUTORAL NO BRASIL - PEÇAS DO DRAMATURGO TENNESSEE WILLIAMS

Autora: Giselle Alves Freire Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Tradução Teatral. Orientador: Prof. Dr. John Milton. Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2016. Nível e data de conclusão: agosto de 2018. Bolsa de fomento: Contato: [email protected] Pesquisa disponível em: Palavras-chave: dramaturgia, tradução de obra teatral, ator/tradutor, adaptação.

A pesquisa analisa o processo tradutório das peças de um ato de dois livros do dramaturgo T. Williams, traduzidas pelo grupo TAPA. O projeto é teórico, porém a metodologia consiste em entrevistar os atores/tradutores envolvidos na tradução dos livros e fazer uma análise teórica da realização do processo com base em teorias da tradução ainda a serem estabelecidas. Tomando como base o fato de toda peça teatral é escrita e/ou traduzida para ser encenada, o processo engloba ainda o estudo de uma das peças montada por um grupo teatral carioca.

O projeto a ser apresentado no 6º SPA explora esse ponto da pesquisa, abordando as práticas de direitos autorais de peças teatrais estrangeiras no Brasil. Como pano de fundo para a discussão foi utilizada a peça Fala Comigo Como a Chuva e me Deixa Ouvir, que teve sua temporada cancelada pelo órgão detentor dos direitos autorais das peças de Williams no Brasil numa montagem carioca.

A palestra levanta questões acerca da ética envolvida na montagem do texto de autores consagrados. Qual o princípio ético envolvido nessa escolha? Questiona-se a importância na escolha entre se privilegiar os motivos que levaram o diretor a realizar a montagem ou às escolhas de encenação propostas pelo autor.

Partindo-se do princípio de que o diretor é também um co-criador, ele adapta sua montagem de acordo com sua visão de mundo. Propõe uma tradução subversiva do trabalho.

O diretor assume um papel de tradutor, deve assim traduzir esse texto para seu contexto político e social? Precisa realizar mudanças no texto? Essas questões são analisadas por um viés ético, tratando da ética individual e da ética social/política. Bibliografia GOUANVIC, Jean-Marc. The Retur to Ethics. St. Jerome, 2001.

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INFERÊNCIA DAS TECNOLOGIAS NAS NARRATIVAS TEATRAIS

Autora: Gislaine Regina Pozzetti Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Linha pesquisa: Design Digital e Inteligência Coletiva Orientador: Prof. Dr. Hermes Renato Hildebrand Nível e data de início: Doutorado, janeiro de 2015 Atuação Profissional: Profa Mestre da Universidade do Estado do Amazonas Contato: [email protected] Palavras-chave: narrativas dramáticas, tecnologias digitais, ato criativo

A pesquisa de natureza prática, tem como objetivo investigar as potencialidades que os telefones celulares, atuais protagonistas da vida contemporânea, apresentam como espaço de experimentação e de ocupação pela dramaturgia.

As questões que envolvem a produção de narrativas em contato com as mídias e com as tecnologias digitais ampliam as perspectivas de uma nova estética e poética teatral. Tais processos modificam o modo como é percebido o ato criativo, uma vez que as mídias interativas geram sentidos voláteis e polissêmicos envolvendo a participação ativa do usuário (SANTAELLA, 2003). Desde a invenção do Moden em 1978, o ambiente virtual é cada vez mais um espaço de convivência interativa e aborda um novo paradigma de usuário e público interligado pelas redes sociais, cuja constituinte é tornar-se produtor, criador, compositor, montador, apresentador e difusor de seus próprios produtos, ou seja, o ato criativo configura-se na oportunidade de coautoria e coparticipação, estreitando a distância entre produtores e receptores.

Assim, propõe-se na pesquisa de doutorado a experimentação de processos criativos a partir de aplicativos para celulares, na perspectiva de conduzir às novas estruturas as narrativas dramáticas que tenham o meio digital como ambiente de desenvolvimento. As experimentações de construção destas dramaturgias têm como método investigativo a pesquisa guiada-pela-prática, cujo paradigma é a Pesquisa Performativa (HASEMAN, 2005).

Bibliografia SANTAELLA, Lucia. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003. HASEMAN, Brad. Manifesto pela pesquisa performativa. Resumos do Seminário de Pesquisa em Andamento PPGAC/USP. Vol. 3.1: 2015: São Paulo.

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ENTRETANTAS CONEXÃO EM DANÇA: PROBLEMATIZANDO ENCONTROS

Autora: Gladis Tridapalli – pesquisadora e coordenadora Instituição: Universidade Estadual do Paraná Linha de Pesquisa: Processos de criação e produção em dança Nível e data de início: Pesquisa Docente, abril de 2014. Contato: [email protected] Palavras-chave: entretantas conexão em dança, investigação, percurso de criação, produção acadêmica.

Entretantas Conexão em dança: problematizando encontros é um projeto de pesquisa que consiste na formulação de um estudo teórico e acadêmico a partir do percurso prático de criação da Entretantas Conexão em dança, que se dá a partir da identificação de assuntos que recorrem nas suas obras artísticas: De maçãs e Cigarros (2008), Swingnificado (2011), Cachaça sem rótulo (2013) e Maria Samambaia Palestra (2015). Os assuntos elencados são a resistência, o humor e a relação de colaboração entre púbico e artistas para realização das obras. Desse modo, faz parte da metodologia aprofundar esses assuntos a partir do estabelecimento de uma rede teórica e também produzir escrita acadêmica a partir desse estudo teórico vinculado aos laboratórios de ensaios, criação e experimentação da Entretantas Conexão em dança, bem como, à análise de vídeo dos trabalhos artísticos e dos textos produzidos sobre esses trabalhos (releases, projetos, relatórios, reportagens em jornais, diários de ensaio). Nessa perspectiva, os principais resultados vislumbrados são: aproximar prática e teoria a fim de discutir o trânsito entre a pesquisa artística e a acadêmica, problematizar os formatos da escrita acadêmica a partir da reflexão sobre a existência do artista que é professor e pesquisador no contexto acadêmico de arte e ampliar, a partir de um estudo teórico, o olhar sobre as temáticas da resistência, humor e da relação colaborativa entre público e artistas na realização da dança.

Bibliografia SLAVUTZKY. Abrão. Humor é coisa séria. Porto Alegre: Arquipélago Editorial. 2014. TRIDAPALLI, Gladis. Aprender investigando: a educação é criação compartilhada. Dissertação de mestrado apresentada no PPGD, em 2008, UFBA, Salvador. BOURRIAUD, Nicolas. Estética relacional. São Paulo. Editora Martins Fontes, 2009.

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A TRANSPOSIÇÃO DA POÉTICA DO UNIVERSO FEMININO NA CENA CONTEMPORÂNEA SUL-MATOGROSSENSE

Autora: Glaucia Vieira Pires de Oliveira Instituição: Faculdades Integradas de Cassilândia – FIC Linha de Pesquisa: Espaço e espacialidade Orientador: Prof. Me. Christiane Araújo Nível e data de início: Especialização, fevereiro de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: Dramaturgia do espaço; Processos criativos; Universo feminino.

Com o intuito de realizar uma análise sobre a composição da dramaturgia espacial em dois espetáculos que possuem como eixo temático o universo feminino, a presente pesquisa propõe uma reflexão sobre essas produções artísticas contemporâneas criadas no MS. Os espetáculos de dança e teatro, escolhidos respectivamente, foram Inocência, do Conectivo Corpomancia, criado a partir da obra homônima de Visconde de Taunay e No gosto doce e amargo das coisas de que somos feitos, da Cia Teatral OFIT, que buscou transpor cenicamente a obra literária de Clarice Lispector por meio de uma dramaturgia contemporânea. Novos sentidos foram construídos no espaço cênico, que é mencionado por G. Ratto, “como uma atmosfera que atua no espetáculo de forma sensorialmente dramática” (1999, p. 19). Ao tecer esse estudo, de natureza artístico-teórica, os procedimentos que estão sendo adotados é a realização de um levantamento bibliográfico sobre os conceitos abordados em processos criativos, espaço cênico, a análise dos registros sobre as produções locais, a proposta de trabalho da Cia OFIT e do Conectivo Corpomancia, além de uma entrevista semiestruturada com seus diretores. Observa-se até essa fase da pesquisa, que por meio de uma linguagem simbólica, que instiga o imaginário do público, promovendo o diálogo com este ao retratar a condição feminina com sua subjetividade, configurou-se o espaço cênico nesses espetáculos. Com esse estudo pretende-se revelar as possibilidades criativas, as descobertas e a transposição poética do feminino em distintas atmosferas compostas a partir dos principais elementos literários e da dramaturgia corporal do artista intérprete.

BIBLIOGRAFIA RATTO, G. Anti tratado da cenografia, Variações Sobre o Mesmo Tema. SP: Senac, 1999.

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A CIA NOVA DANÇA 4 E AS POÉTICAS DE RESISTÊNCIA

Autora: Hariane Eva Serra Georg Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas e Linguagens da Cena Orientadora: Profª. Dra. Sílvia Geraldi Nível e data de início: Mestrado, setembro de 2014 Nível e data de conclusão: Mestrado, fevereiro de 2017 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: dança contemporânea, cia nova dança 4, resistência, corpo

Esse resumo propõe, de maneira breve, uma tentativa de demonstrar o percurso no qual essa pesquisa pretende se inscrever. Tal percurso possui como maior inquietação as relações éticas e estéticas e possivelmente geradoras de dissenso inseridas na poética da dança. O desejo de evidenciar tais questões referentes ao aspectos políticos inscritos na dança vem junto à necessidade de teorizar e problematizar a importância da ressignificação dessa arte enquanto força crítica, tendo em suas elaborações estéticas um lugar capaz de enunciar sensivelmente as questões do artista e sua relação com o mundo.

Esse trajeto de investigação tem como cenário a dança contemporânea paulistana, elegendo como foco do estudo a Cia Nova Dança 4 , dirigida por Cristiane Paoli Quito em 13

parceria com Isabel Tica Lemos – companhia que buscou repensar as configurações da dança em sua dada atualidade nacional e as diversas nuances éticas e estéticas dentro de suas elaborações poéticas. A sustentação que se pretende dar para essa escrita, dentro do que delineia a realidade da companhia, segue sendo construída por meio de visitas ao grupo, entrevistando-os, investigando seus acervos pessoais, buscando por materiais registrados em outras vias de acesso e que auxiliem na concretização da pesquisa.

A Cia Nova Dança 4 nasceu em 1996, dentro do Estúdio Nova Dança em São Paulo, como 13

um núcleo de improvisação em dança-teatro. Fruto da parceria entre Cristiane Paoli Quito, na direção do grupo, e de Isabel (Tica) Lemos, como preparadora corporal, o grupo personalizou-se pela experimentação do diálogo entre diferentes linguagens (dança, teatro, música, palavra, performance), utilizando a improvisação como linguagem cênica e criando soluções de encenação em tempo real.

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O CAOS SUBMERSO EM ÀGUAS PARADAS - LAÇOS POÉTICOS ENTRE A CIDADE E O ATOR

Autora: Helena Cardoso Lixa Instituição: UNICAMP Linha de Pesquisa: Poéticas e linguagens da cena Orientadora: Silvia Maria Geraldi Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: ator, caos, cidade, vazio.

A pesquisa aqui apresentada, de ordem prático-teórica, tem como objetivo investigar as relações entre o processo de criação e treinamento do ator – em particular a percepção corporal dos conceitos de vazio e presença cênica - e a vida conturbada da maior metrópole do país, São Paulo. Mais do que apontar as contribuições negativas das atribulações da vida da cidade para a criação, buscamos compreender como o multitasking, a poluição (mental, visual, sonora e outras), o cimento e o caos, em atrito com a constância de longas horas de ensaio, disciplina, foco e mente vazia, podem contribuir para a produção de poesia cênica.

Para tal, dois diários de bordo são usados como base para a análise: um, mantido por Mariana Muniz, atriz e bailarina desde a década de 1970, que tem como foco de seus mais recentes trabalhos as ruas da cidade, os materiais de que são feitos os corpos que constituem São Paulo e as (in)comunicações entre seus cidadãos; outro, mantido pela própria pesquisadora, durante o processo de criação do espetáculo Entre Vãos, espetáculo de A Digna com direção de Luiz Fernando Marques, que propõe uma ruptura no tempo cotidiano de São Paulo e convida os espectadores a percorrerem um caminho desde o mais íntimo de uma vida privada (fictícia?) de um cidadão paulistano até a experiência máxima do amálgama público na estação Sé do metrô. Espera-se que a escrita final dessa pesquisa some uma descrição objetiva dos processos de treinamento e criação das duas artistas com a produção de relatos subjetivos de ambas, que deflagrem as interferências do cotidiano da cidade sobre seus olhares para a vida urbana e sua realização artística.

A pesquisa caminha para seu terceiro semestre e está em fase de conclusão dos diários de bordo, quando as informações deles começam a se cruzar e tomar forma em palavras.

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LUDICIDADES FRAGMENTADAS: ENTRE O CONCEITO DE JOGO E A PRÁTICA TEATRAL CONTEMPORÂNEA

Autor: Henrique Bezerra de Souza Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Linguagens Cênicas, corpo e subjetividade Orientador: José Ronaldo Faleiro Nível e data de início: Doutorado, Fevereiro de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: ator, cena contemporânea, ensino, jogo, teatro

A seguinte pesquisa visa investigar possíveis aproximações entre o conceito de jogo e a prática teatral contemporânea. Tal proposta almeja trazer contribuições para o trabalho prático de atores, bem como para a pedagogia teatral, ampliando modelos e formas de ensino pautadas no jogo. Para tanto, no estágio vigente, este estudo aborda o conceito de jogo analisado por Johan Huizinga, o relacionando com as reflexões de pesquisadores que investigam a cena contemporânea, tais como Josette Féral, Silvia Fernandes e Hans-Thies Lehmann. A hipótese defendida é a de que práticas frequentemente atribuídas às obras cênicas contemporâneas possuem sintonia com as características que Huizinga elenca no jogo. No viés metodológico, pretende-se investigar o trabalho de atores em grupos de teatro profissionais, reconhecidos por suas contribuições na reflexão e prática teatral contemporânea, bem como analisar como tal prática é abordada em cursos de graduação em teatro. Após estas investigações, almeja-se desenvolver um trabalho prático com discentes dos cursos superiores de teatro, pautado nas aproximações “jogo – cena contemporânea” encontradas nas observações anteriores. Tal proposta visa edificar o campo de análise necessário para observar como ocorreu o ensino e prática deste processo e, assim, verificar se tais aproximações poderão resultar em encaminhamentos práticos para o trabalho de atores.

Bibliografia FÉRAL, Josette. Por uma poética da performatividade: teatro performativo. Revista Sala Preta, São Paulo, v. 8, p. 197-210, 2008. FERNANDES, Silvia. Teatralidades Contemporâneas. São Paulo: Perspectiva, 2010. HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2010. LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

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PRÁTICAS DE INTIMIDADE: O REAL COMO EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA

Autor: Iassanã Martins Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Processos de Criação Cênica Orientadora: Silvia Patricia Fagundes Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: ator, espectador, intimidade, real na cena, espaços diferenciados.

Esta pesquisa se propõe a investigar o processo criativo no trabalho do ator que procura maneiras de evidenciar e problematizar o real na cena, buscando possíveis formas de ação, procedimentos e características da sua prática. O objetivo é compreender os princípios que envolvem a experiência compartilhada entre ator e espectador em um espaço íntimo construído sob três elementos: pequenos espaços de atuação, público reduzido e dramaturgia em primeira pessoa.

Para o desenvolvimento desse trabalho realiza-se uma pesquisa teórico-prática onde as possibilidades são vivenciadas em um processo artístico. Como proposta desenvolve-se uma criação cênica sobre “Violência contra as mulheres”, composta por duas atrizes, sendo uma a autora dessa pesquisa e uma diretora convidada.

Na primeira etapa foram coletados dados sobre o tema: depoimentos de vítimas de agressão na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Porto Alegre, histórias contadas por mulheres via redes sociais e histórias pessoais das atrizes e diretora. Na etapa seguinte iniciaram-se os encontros práticos para desenvolvimento e construção dramatúrgica a partir de improvisações e do material coletado, afim de construir uma composição poética a ser compartilhada e desenvolvida junto aos espectadores, na qual será apresentada em cinco lugares diferentes da cidade de Porto Alegre. Na etapa seguinte será feita a análise dos processos realizados nas etapas anteriores com o intuito de contribuir na compreensão do processo do ator contemporâneo que se propõe construir uma experiência compartilhada junto ao espectador.

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CONFECÇÃO DA DRAMATURGIA DE AS TRÊS FIANDEIRAS

Autor: Igor Fernando de Jesus Nascimento Instituição: Universidade Federal do Maranhão Linha de Pesquisa: Criação Dramatúrgica Orientador: Arão Nogueira Paranaguá Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2015 Nível e data de conclusão: - Bolsa de fomento: FAPEMA Pesquisa disponível em: Contato: [email protected] Palavras-chave: dramaturgia; processo de criação; teatro colaborativo.

No seminário proposto, narro o processo de criação da dramaturgia paralela aos ensaios e às apresentações de As Três Fiandeiras (NASCIMENTO, 2016) . Um processo colaborativo 14

em parceria com grupo Xama Teatro em que cada participante, embora com funções definidas, 15

dá sugestões, critica e oferece materiais para construção da obra (ARAÚJO, 2011). Divido o processo de escrita em duas etapas: a confecção da fábula e a desmontagem da

fábula. A primeira etapa tem como objetivo a criação de um enredo no qual o conflito principal é desenvolvido com um começo, um meio e um fim (ARISTÓTELES, 2003). Na desmontagem, o enredo passa por um tratamento no qual cortes, mistura dos gêneros épico, lírico e dramático, supressão ou não resolução dos conflitos são empregados, produzindo, um texto híbrido marcado por um jogo em que várias formas de escrita e composição cooptam (SARRAZAC, 2002, 1981).

Tanto a confecção da fábula quanto a desmontagem da mesma se deram ao longo do processo de montagem do espetáculo. O resultado final é uma síntese do diálogo entre o perfil do grupo, as proposta temática, os ensaios e a dramaturgia.

Bibliografia ARISTÓTELES. Arte Poética. Tradução Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2003. ARAÚJO, Antônio. A gênese da vertigem: o processo de criação de o Paraíso Perdido. São Paulo: Perspectiva, 2011. NASCIMENTO, Igor Fernando de Jesus. As Três Fiandeiras. 2016. 38p. Obra teatral (não publicada). Grupo Petite Mort Teatro, Maranhão. SARRAZAC, Jean-Pierre. L’Avenir du Drame : Écritures Dramatique Contemporaines. Laussanne (Suisse): Editions De L’Aire, 1981

Link do espetáculo na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=qOO2EfGje_g 14

O Grupo Xama Teatro tem sede no Maranhã e tem como linha de pesquisa o ator-contador.15

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DESLOCAMENTOS E SUSPENSÃO DO ARTISTA NIPO-BRASILEIRO

Autora: Isis Harumi Akagi Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Teoria e Prática do Teatro, Texto e Cena Orientadora: Maria Helena Franco de Araujo Bastos Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2015 Bolsa de fomento: Capes Atuação profissional: Cantora, atriz, arte-educadora e pesquisadora – integrante do Ladcor (Laboratório de Dramaturgia do Corpo) Contato: [email protected] Palavras-chave: estereótipo, imaginário, ma, nipo-descendentes brasileiros

São muitas as abordagens e estudos que se tem em relação ao corpo. Partimos das teorias e conceitos cujas abordagens exploram estudos que entendem fazer e conhecer numa mesma escala temporal para investigar o corpo enquanto artista pesquisadora num viés prático teórico. Nosso foco específico é o corpo nipo-brasileiro, ou seja, descendente de japoneses nascido no Brasil. O enfoque se dá pelo fato de ser chamado de “japonês” no Brasil, mas é inevitavelmente brasileiro, estrangeiro em território japonês. Afinal, que lugar é esse que este corpo habita?

A cidade de São Paulo possui a maior concentração de japoneses e seus descendentes fora do Japão. É também expoente no que diz respeito à cena artística brasileira. No entanto, a realidade não se mostra tão favorável ao analisarmos numericamente a representatividade dessa população nesta cena. Há poucos artistas descendentes e, quase sempre, sua presença é marcada por certa “japonicidade”: estereótipos e imaginários que se tem em relação a ele.

Ma (間) é um modo de percepção de mundo característica dos japoneses. Seu

ideograma significa literalmente “vão por onde é possível entrever o sol”. É uma suspensão. Um intervalo. Um gap. Mas não é vazio. É usado para designar tanto um intervalo no tempo quanto no espaço. Aqui, propõe-se o deslocamento de entendimento em relação a esse termo para entender espeço-temporalmente o artista nipo-brasileiro, nipo-paulistano.

Bibliografia OKANO, Michiko. MA: estre-espaço da comunicação no Japão – um estudo acerca dos diálogos entre Oriente e Ocidente. Tese de Doutorado em Comunicação e Semiótica. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ano de obtenção: 2007.

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LAMBADA – UM ARTISTA DA CENA LABIRINTOS DOS PROCESSOS CRIATIVOS

Autora: Jamila Nascimento Pontes Instituição: Universidade Federal do Acre Linha de Pesquisa: Linguagem e Educação Orientador: Prof. Dr. Micael Carmo Côrtes Nível e data de conclusão: Mestrado, fevereiro de 2016 Atuação profissional: Professora/pesquisadora do Instituto Federal do Acre – IFAC. Contato: [email protected] Palavras-chave: (Auto)biografia, Cartografia, Processo Criativo, Ator, Teatralidade

A presente pesquisa tem como eixo estruturador a trajetória e as experiências artísticas de Dino Camilo da Silva, o Lambada. Para tanto, a pesquisadora, antes de adentrar o território da pesquisa, ousa cartografar-se. No início deste trabalho, encontram-se as primeiras imagens da infância e a formação acadêmica da pesquisadora, que logo em seguida, transita e narra o universo do outro, isto é, a formação e os processos de criação do ator Lambada.

Fundamentada nos estudos teatrais, destaca a teatralidade (FÉRAL, 2015) nas cenas dos “casamentos caipiras”, em especial quando ele, o sujeito pesquisado, corporifica Maria Rolha Furtado, personagem central da quadrilha junina Escova do Banguelo (1998-2004). Desta maneira, a pesquisadora se distancia da rigidez das pesquisas acadêmicas, assim como de seus protocolos, e segue com a cartografia sentimental de Rolnik (2014), transitando entre a história (documental) e as geografias dos afetos, tece/cria a biografia do artista Lambada.

Mesmo sendo, como ele mesmo afirma, um analfabeto que não sabe ler e escrever, é um sujeito portador e produtor da teatralidade que cria e desloca espaços cênicos com o próprio corpo. Entre o visível o e invisível das cenas, o artista cambia experiências, desejos, angústias, dores, frustrações e alegrias com os espectadores.

Bibliografia BARBA, E. Teatro: solidão, ofício, revolta. Brasília: Teatro Caleidoscópio; Editora Dulcina, 2010. FÉRAL, J. Além dos limites: teoria e prática do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2015. ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina; Editora da UFRGS, 2014.

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UM OLHAR ÀS POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS DA DANÇA-TEATRO

Autor: Jeferson de Oliveira Cabral Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Linguagem, recepção e conhecimentos em artes cênicas Orientadora: Profª. Drª. Vera Lúcia Bertoni dos Santos Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: dança-teatro, juventudes, construção de conhecimento, pedagogia da arte

A pesquisa teórica, aqui descrita, propõe-se traçar às possibilidades da dança-teatro como componente para Pedagogia da Arte. O estudo vale-se metodologicamente do conceito de estudo de caso. O objetivo é extrair princípios pedagógicos em dança-teatro a partir do documentário “Sonhos em Movimento”, dirigido por Anne Linsel e Rainer Hoffmann (2010), que mostra o desenvolvimento do trabalho de Pina Bausch com jovens. Com isso, pretende-se fortificar o fazer da dança-teatro como elemento de conhecimento humano, através da educação. No campo teórico relacionado à dança-teatro são enfocados autores brasileiros e estrangeiros que abordam o processo cênico de Bausch. Referente à noção de juventude na contemporaneidade, trazemos autores que discutem a importância do jovem estar conectado com seu tempo, e qual seu espaço de atuação sobre si mesmo. Para tratar de conceitos pedagógicos serão utilizados escritos de Jorge Larossa (2011), Vera Lúcia Bertoni dos Santos (2012) e Odailso Berté (2015). Pode-se identificar através dos depoimentos dos jovens participantes do documentário que, mesmo sem este fim, a proposta de Pina Bausch os provocara para uma nova visão de si perante seu cotidiano a partir da entrada no universo da arte, gerando construção de conhecimento por meio de sua poética artística.

Bibliografia BERTÉ, Odailso. Dança Contempop: corpos, afetos e imagens (mo) vendo-se. Santa Maria: UFSM, 2015. LARROSA, Jorge. Experiência e alteridade em educação. Reflexão e Ação, vol.9, n.2, 2011. SANTOS, Vera Lúcia Bertoni dos. Shakespeare Enfarinhado: estudos sobre teatro, jogo e aprendizagem. São Paulo: Hucitec, 2012. SONHOS EM MOVIMENTO. Direção: Anne Linsel e Rainer Hoffman: Imovision, Berlim, 2010, 89 min.

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QUANDO O IM (PULSO) SE TORNA PELE, CARNE E OSSO:ESTUDO DE CANÇÕES DE TRADIÇÕES BRASILEIRAS

Autora: Jessiara Menezes Lorena Instituição: Universidade de Brasília Linha de Pesquisa: Processos Composicionais para Cena Orientador: César Lignelli Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015. Nível e data de conclusão: Mestrado, agosto de 2017. Bolsa de fomento: FAP-DF. Contato: [email protected] Palavras-chave: arte como veículo, canções, tradições brasileiras, voz.

O projeto que será apresentado, se encontra no segundo semestre de pesquisa, com uma proposição teórica e prática. Todavia, a apresentação no SPA terá um caráter apenas teórico, com o intuito de apresentar o estágio da pesquisa e os questionamentos iniciais que são vislumbrados. O escopo geral é pesquisar detalhadamente as canções de tradições brasileiras, o trabalho vocal/corporal desenvolvido pela atriz em seu processo criativo e, de que maneira ele o conduz para um corpo consciente em cena.

Posto isso, a pesquisa parte de um estudo teórico que seja calcado na experimentação prática dessas canções. Os pilares do estudo, se fundam na obra artística de Jerzy Grotowski, em especial sua última fase de trabalho, Arte como Veículo ou Artes Rituais. Assim como, nos Parâmetros do Som, por César Lignelli, com especificidade para o contorno, silêncio e ritmo.

Dessa forma, o recorte foi feito a partir das pesquisas idealizadas por Mário de Andrade, a partir do final de 1920. Um dos primeiros registros de gravação das culturas populares brasileiras, disponibilizados na Discoteca Oneyda Alvarenga na cidade de São Paulo – SP. A Missão de Pesquisas Folclóricas, percorreu todo norte e nordeste do país, com o escopo de recolher materiais de áudio, fotos e vídeos de todas as manifestações populares que encontrassem. É a partir de alguns fonogramas recolhidos que a pesquisa se debruça, como matéria prima para um estudo prático da atriz.

Bibliografia GROTOWSKI, Jerzy; FLASZEN, Ludwik; BARBA, Eugênio. O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski 1959 – 1969. São Paulo: Perspectiva, 2010. TONI, Flávia Camargo. Missão: as pesquisas folclóricas. In: Revista USP, São Paulo, nº 77, 2008, p.24-33.

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A INQUIETA POÉTICA DA BUSCA - UMA PESQUISA SOBRE A POÉTICA DO CORPO E DA PALAVRA DA TÉSPIS CIA. DE TEATRO

Autor: Jônata Gonçalves da Silva Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Teatro, Sociedade e Criação Cênica Orientadora: Profa. Vera Regina Martins Collaço, Dra. Nível e data de início: Mestrado, março de 2015 Nível e data de conclusão: Mestrado, fevereiro de 2017 Bolsa de fomento: Capes Pesquisa disponível em: -- Contato: [email protected] Palavras-chave: dramaturgia, periplo compañia teatral, téspis cia. de teatro, treinamento do ator, roberto alvim

A presente pesquisa destina-se a apresentar uma reflexão sobre as formas dramatúrgicas que a Téspis Cia. de Teatro, de Itajaí (SC), elabora em suas montagens. Entendendo que a partir das três últimas décadas do século XX e com os novos conceitos explorados pelas produções contemporâneas a dramaturgia pode ser identificada em vários elementos da cena. O texto dramático não é mais a única possibilidade de amparar a dramaturgia do espetáculo. Neste estudo de caso será pesquisada a poética aplicada nos textos montados pela companhia e a metodologia do treinamento e preparação do corpo do ator para que ele seja também detentor de dramaturgia. É dado o destaque para dois momentos dentro da história da companhia que fizeram com que suas obras e seu modo de ver o teatro mudassem. O encontro com a Periplo Compañia Teatral de Buenos Aires e com o dramaturgo Roberto Alvim do Club Noir de São Paulo. A primeira parte dessa pesquisa apresenta a Téspis, sua trajetória e os personagens dessa história. A segunda parte comenta como foi o encontro com a Periplo e o grande aprendizado preconizado pelos argentinos dentro do treinamento do ator. A terceira parte reflete sobre os estudos do texto contemporâneo que o grupo fez orientado por Roberto Alvim no Núcleo de Dramaturgia do SESI Guaíra (PR). Serão realizadas entrevistas com todos os envolvidos e pesquisas de arquivos da companhia, para entender seu processo de criação amparada em uma bibliografia da cena contemporânea. Também será realizada uma reflexão sobre a poética dramatúrgica do corpo e da palavra da Téspis Cia. de Teatro.

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JOGA PEDRA NA GENI: CORPO, GESTO E PALAVRA NA CRIAÇÃO DE UM SOLO DE DANÇA

Autor: José Teixeira dos Santos Filho Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Arte e Contexto Orientadora: Ana Maria Rodriguez Costas Nível e data de início: Iniciação Científica, agosto/2015 Nível e data de conclusão: Iniciação Científica, agosto/2016 Bolsa de fomento: SAE/UNICAMP (PIBIC) Contato: [email protected] Palavras-chave: Dança-teatro, Geni, gesto, Pina Bausch, processo criativo

O presente trabalho originou-se do projeto de iniciação científica “Joga pedra na Geni: investigação gestual e criação em dança”, o qual, tem por objetivo desenvolver uma pesquisa gestual em dança acerca da Geni, personagem da canção “Geni e o Zepelim” de Chico Buarque (1978), da peça teatral “Ópera do Malandro”. A partir de estudos sobre a personagem, a obra, a temática em seu contexto, a coleta de reportagens apontando a violência sofrida por LGBTs, foram desenvolvidas sessões de improvisação tendo como recorte estético e poético, alguns dos elementos presentes nos processos criativos da coreógrafa Pina Bausch. Esses elementos incluem o entendimento do gesto como algo construído e atravessado por valores estéticos, sociais, políticos e psicológicos, a relação entre vida cotidiana e cena, público e artista, trazidos ao palco por meio da repetição (FERNANDES, 2007). Assim, metaforizando algumas Genis – travestis e homossexuais – o pesquisador vem investigando as relações entre os componentes da dança – movimento, dançarino, elementos visuais e aurais (COSTAS, 1997) –, com destaque para o diálogo entre corpo, palavra e gesto. No presente momento, o processo criativo está organizado em quatro núcleos coreográficos que irão compor um solo de dança. 16

Bibliografia BUARQUE, Chico. Ópera do malandro. São Paulo: Cultura, 1978. COSTAS, Ana Maria Rodriguez. Corpo veste cor: um processo de criação coreográfica. Dissertação de mestrado em Artes. UNICAMP. Campinas, SP: 1997. FERNANDES, Ciane. Pina Bausch e o Wuppertal Dança-teatro: repetição e transformação. São Paulo: Annablume, 2007.

Registro das sessões de improvisação: https://youtu.be/Dmj4-oqoz3w 16

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DANÇA E INCLUSÃO DA PESSOA COM MOBILIDADE REDUZIDA

Autora: Juliana Tiemi Anglas Tarumoto Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de pesquisa: Poéticas e Linguagens da Cena Orientadora: Mariana Baruco Machado Andraus Nível e data de início: Iniciação Científica, agosto de 2015 Bolsa de fomento: FAPESP Pesquisa disponível em: http://www.bv.fapesp.br/pt/pesquisador/679668/juliana-tiemi-anglas-tarumoto/ Contato: [email protected] Palavras-chave: DANÇA, INCLUSÃO, VIDEODANÇA

A pesquisa intitula-se “Dança e Inclusão da Pessoa com Mobilidade Reduzida: análise de produções contemporâneas em dança inclusiva na Região Sudeste do Brasil e criação de duo coreográfico para videodança inclusivo” e prevê o contato com três companhias que contam com bailarinos com e sem deficiência em seu elenco, bem como a produção de um videodança ao lado de uma co-criadora que possui mobilidade reduzida, além de revisão bibliográfica. No etapa teórica foram estudados o conceito dança inclusiva e referenciais sobre inclusão na sociedade, bem como os períodos da dança e suas características, procurando conceituar o movimento pós-moderno da dança como aquele que possibilitou romper com as limitações impostas pela dicotomização entre treinamento e estética da cena, possibilitando, desde então, entrever a atuação de diferentes corpos como protagonistas em dança contemporânea.

O contato com as companhias – Grupo Mão na Roda, que atuou até 2015 sob a direção de Luís Ferron; Pulsar Cia. de Dança, sob direção de Teresa Taquechel; e Cia. Dança sem Fronteiras, sob direção de Fernanda Amaral –, a partir de observações de ensaios e apresentações e entrevistas com o elenco, possibilitou perceber que a terminologia “inclusiva” não é adotada por esses grupos, uma vez que as habilidades dos bailarinos são consideradas no processo criativo, mesmo que a diretora/ coreógrafa já tenha uma proposta, esta pode se modificar a partir das facilidades e dificuldades dos bailarinos, tanto com quanto sem deficiência.

Quanto à parte prática, realizaram-se laboratórios práticos, obtendo-se o material para a produção de um videodança, que se encontra em fase de edição e finalização.

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PERCURSOS DE CRIAÇÃO CORPOGRÁFICA

Autor: Juliano Ricci Jacopini Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas da Cena Orientadora: Suzi Frankl Sperber Nível e data de início: Doutorado, setembro de 2014. Nível e data de conclusão: Doutorado, agosto de 2018. Bolsa de fomento: Capes. Pesquisa disponível em: www.cialabirinto.com.br Contato: [email protected] Palavras-chave: ator-dramaturgo, corpografia, dramaturgia, memória, mímesis

Este estudo sobre a corpografia, traz o ator em processo criativo tecendo uma dramaturgia cênica e uma cena dramatúrgica, por intermédio e acionamento de suas memórias pessoais, que servem de rico material para a possibilidade nascente do ator-dramaturgo nos estudos das artes da cena.

Nos caminhos corpográficos experimentados até então, vale destaque o eixo de trabalho do artista sobre si, onde a dramaturgia nasce por intermédio da memória pessoal em uma linha sucessiva de fatos que se atualizam em evolução (BERGSON, 2006), com o convite para o artista de se revisitar no hoje, com abertura para recontar sua história, na possibilidade de ficcionalizar às experiências pessoais que tecem uma ação cênica.

Em ‘Ame!’ (um dos processos de estudos corpográfico da Cia. Labirinto de Teatro), o trabalho parte das memórias pessoais da intérprete Mabê Henrique, que são dialogadas a obras plásticas do artista Amedeo Modigliani (referenciais externos), em um trabalho fundamentado na pesquisa de mímesis corpórea (LUME Teatro) para desenvolvimento da expansão do olhar, e não para imitação do observado (FERRACINI, 2006). Assim, corpograficamente, o ator-dramaturgo se ‘atravessa’ em uma possibilidade de mímesis de si.

Tece-se uma dança das memórias em território energético com referências vividas, buscando como e o que o corpo exprimirá no vivido do agora, que nasce com/ pela potência de expressão, ao desterritorializar o vivido para reterritorializá-lo (DELEUZE, GUATARRI, 2012), encontrando em si mesmo a base para toda criação.

Bibliografia BERGSON, H. Matéria e Memória. São Paulo: Martins Fontes: 2006. DELEUZE, G; GUATARRI, F. Mil Platôs. 2ª Ed. São Paulo: Editora 34, 2012. FERRACINI, R. Corpos em Arte, Corpos em fuga. Fapesp, 2006.

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CORPO ABJETO MANIFESTO: ATRAVESSAMENTOS EM GÊNERO E SEXUALIDADE DO ARTISTA PERFORMER

Autor: Jurandir Eduardo Pereira Junior Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de pesquisa: Linguagem cênica, corpo, e subjetividade. Orientadora: Maria Brígida de Miranda. Nível e data de início: Doutorado, fevereiro de 2016. Bolsa de Fomento: PROMOP Contato: [email protected] Palavras-chave: Abjeto, Corpo, Gênero

Quando falamos em gênero, devemos reconhecer que o corpo é o primeiro registro que se coloca para demarcar e delimitar o espaço de construção discursiva do indivíduo por meio da visão biológica. De acordo com Louro (2004), o reconhecimento do gênero se dá em efetiva relação entre o sexo e suas estruturas anatômicas corporais, ou seja, a concepção de corpo encontra-se ligada aos estudos biológicos e suas definições. Neste aspecto, o corpo enquanto definição abjeta é um espaço de questionamento político, que pode ser percebido no contexto artístico.

As artes da presença, especificamente as artes ligadas a performance, vêm estabelecendo sintonia no que tange esse processo que visibiliza não só a potencialidade expressiva dos corpos, mas destaca a frágil discursividade dada a ele. No campo da performance, o corpo enquanto escrita criativa e, sobretudo, um espaço discursivo que expõem formas que problematizam a frágil noção de identificação fixa.

Esta pesquisa em caráter de tese visa investigar as estratégias de composição do corpo abjeto na performance contemporânea. Com base na teoria de Judith Butler e Beatriz Preciado, onde serão observados grupos/artistas que tem em suas práticas atravessamentos poéticos entre corpo, gênero e sexualidade. Esta pesquisa contém ainda a realização de ações performáticas tendo a rua como espaço de apropriação realizado pelo pesquisador. A investigação com caráter etnográfico e auto-etnográfico partindo de convívios com artistas permitirá formular e discorrer sobre os efeitos da composição do corpo abjeto tendo o corpo do pesquisador/performer como espaço efetivo de constantes atravessamentos.

Bibliografia

LOURO, Guacira Matos. Um corpo estranho: Ensaios sobre sexualidade e teoria Queer. Belo Horizonte. Editora: Autêntica. 2004

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MEMÓRIAS DE UM CORPO COM EXÍLIO DO OLHAR

Autora: Lara Pinheiro Vieira Instituição: Universidade Federal de Uberlândia Linha de Pesquisa: Práticas e Processos em Artes Orientadora: Prof. Dr. Mara Lúcia Leal Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: corpo, deficiência visual, processo de criação

Para a realização da pesquisa, além do aprofundamento teórico sobre corpo, deficiência visual e processo de criação, farei uma auto-etnografia, partindo dos diários de campo e registros audiovisuais do processo criativo do espetáculo "Exílio do Olhar"1. Utilizo como referências 20 anos de prática em dança contemporânea e as proposições percorridas na Arquitetura (EESC-USP), na especialização em Dança (New Dance Development School-Amsterdam), nesta pesquisa de Mestrado (PPGArte-IARTE/UFU) e o estudo do "suriashi" com mestres do Butoh, Anna Halprin e Evgen Bavcar. Busco trabalhar com questões relacionadas à percepção visual no mundo contemporâneo. Parto do ponto de vista do meu exílio de imagens devido à alta deficiência visual na perspectiva da criação artística do solo acima citado. Proponho-me explorar percepções sensoriais do corpo na natureza, para depois verificar suas reverberações em cena. E, com isso, investigar o corpo como uma terra natal onde o olhar é exilado, porém, emigra para os outros sentidos do corpo e constrói novas paisagens. Reflito sobre a inesquecível frase de Artaud “Dilatar o corpo de minha noite interna”.2

Bibliografia UNO, Kuniichi. A gênese de um corpo desconhecido. São Paulo: n-1 Edições, 2012. HALPRIN, Anna. Moving toward life. Decades of transformation dance. Hanover: Wesleyan University Press, 1995. BAVCA, Evgen. A luz e o cego. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. ______________________ 1 Link do vídeo resultado cênico da pesquisa: www.youtube.com (Exílio do Olhar parte 1 e 2). 2 UNO, Kuniichi. A Gênese de um corpo desconhecido. São Paulo: n-1 Edições, 2012. p 58. 3 A autora, desde 1995, fez workshops com mestres de Butoh: Kazuo Ohno, Yoshito Ohno, Ko Morobushi, Mitsuro Sasaki, Akira Kasai, Waguri e Tadashi Endo.

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COREO.ESCRITURAS

Autora: Laura Junqueira Bruno Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Teoria e Prática do Teatro, Texto e Cena Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Franco de Araujo Bastos Nível e data de conclusão: Doutorado, março de 2013 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: contemporaneidade, dança, escrita

A pesquisa propõe-se a realizar uma reflexão a respeito da escrita sobre dança contemporânea discutindo a condição da escrita na contemporaneidade, em um contexto marcado pelas transformações da textualidade digital. Pretende-se apresentar uma proposição de escrita a partir destas reflexões, fazendo do ofício crítico um exercício também poético. Por fim, propõe-se apresentar textos poético-críticos a partir de obras coreográficas contemporâneas.

Algumas hipóteses que sustentam a pesquisa até o momento são: As artes do corpo reclamam uma maneira específica de escrita, que leve em conta a efemeridade da linguagem corporal; a performatividade da linguagem coreográfica pode infiltrar-se na linguagem escrita; a tradição ensaística dos poetas-críticos que se aventuraram a escrever sobre as artes do corpo oferecem uma perspectiva para tratar das artes do corpo; algumas noções arraigadas vêm sendo desafiadas pela revolução digital em curso, como as noções de originalidade e autoria; a quantidade sem precedentes de textos escritos disponíveis impõe-se como condição para a escrita atual; algumas qualidades específicas de escrita podem emergir para lidar com esta profusão textual.

A escrita, neste caso, ambiciona também ser criativa, produzir conceitos, gerar reflexão. E, assim como a própria obra de arte, produzir conhecimento. A linguagem é o campo inventivo em que esta tarefa se dá, e é no trabalho engenhoso de composição que o discurso crítico e criativo se materializa. É nesse labor compositivo que a atividade artística e de escrita se aproximam, compartilhando uma disposição inventiva para se expressarem. Os textos sobre as obras coreográficas dependem, em grande medida, da capacidade de estabelecer relações discursivas com a obra em questão.

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O SOLO EM DANÇA CONTEMPORÂNEA: INVESTIGAÇÕES PRÁTICO-TEÓRICAS DO CORPO EM PROCESSO DE CRIAÇÃO

Autor: Leandro de Souza Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas e Linguagens da Cena Orientadora: Profª. Drª. Mariana Baruco Machado Andraus Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Bolsa de fomento: FAPESP Contato: [email protected] Palavras-chave: criação em dança, dança contemporânea, solo de dança

Esta é uma pesquisa de mestrado de caráter teórico e prático que tem por objetivo investigar o formato solo em dança contemporânea verificando o que se encontra em jogo na construção da presença cênica do sujeito que se engaja na feitura desse modo de fazer e pensar dança, nos dias atuais. A metodologia para o desenvolvimento da pesquisa de mestrado consiste em pesquisa bibliográfica específica e correlata acerca do solo em dança contemporânea a partir de obras de autores como Laurence Louppe, Michel Foucault, Stuart Hall e de pressupostos estético-filosóficos desenvolvidos por artistas e pesquisadores das artes da cena internacionais e brasileiras; entrevista com dois artistas da dança da cidade de São Paulo com destacada atuação na criação e performance de peças solo de dança contemporânea; e um experimento de criação solo em dança a partir da reflexão sobre três solos do próprio pesquisador – “Ovelhas”, “Nunca Mais Bom Crioulo” e “Sismos e Volts” em diálogo com os conhecimentos desenvolvidos nas etapas anteriores, como método de investigação corporal dos conceitos visitados. Os registros em diário de bordo, fotográficos e audiovisuais possibilitarão posteriormente dialogar com os questionamentos levantados no decorrer da pesquisa e passarão por edição a fim de serem publicados na forma de anexo na dissertação de mestrado. Acredita-se que o estudo do solo em dança faz-se discussão imensurável e necessária para a dança contemporânea, enquanto conjunto de conhecimentos teóricos e práticos sobre os modos de manifestação e confecção dessa arte. Espera-se que esta pesquisa possa trazer contribuições para artistas da cena, professores da área de conhecimento e estudantes da/na dança realizada nessa comunidade, nessa região e nesse país.

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O ATOR E O DIRETOR NO PROCESSO COLABORATIVO: EXPERIÊNCIAS DE CRIAÇÃO NAS ARTES CÊNICAS NA COSTA RICA (2012- 2013)

Autor: Lidieth Yorleni Alpízar Barquero Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas teatrais Orientador: Dr. Mario Alberto de Santana Nível e data de conclusão: Mestrado, dezembro de 2015 Bolsa de fomento: Organização dos Estados Americanos (OEA) Pesquisa disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000966309 Contato: [email protected] Palavras-chave: atores, diretores, artes cênicas, Costa Rica

O estudo sobre o Processo Colaborativo nas artes cênicas desvela um modo de criação que não é exclusivo do teatro brasileiro e que também não está limitado a modos específicos de organização e produção teatral. Assim, também na Costa Rica, as práticas de criação em diversos coletivos apresentam características de Processo Colaborativo, ao integrarem procedimentos e princípios atualizados da Criação Coletiva.

Os dois objetos de análise do estudo foram os espetáculos Manuales de (in) seguridad e El Patio, que estrearam na cidade capital de San José de Costa Rica, nos anos de 2012 e 2013, respectivamente.

Para responder às perguntas levantadas em torno do modo de criação dos atores e diretores foi selecionado, como procedimento metodológico, coletar informações através de 1) entrevistas qualitativas e 2) análise de documentos e registros. Também, foi aplicado como ferramenta de análise as catorze linhas de força que Araújo (2008, p. 63) identifica como fundamentais num Processo Colaborativo. Dessa forma, a presença e a ausência dessas linhas no processo criativo de cada um dos espetáculos permitiram visualizar o modo como o Processo Colaborativo é exercido de maneira especifica.

Finalmente, os resultados da pesquisa revelaram que Manuales de (in) seguridad mostra a presença de nove linhas, e El Patio, de seis linhas, havendo quatro comuns aos dois espetáculos.

Bibliografia ARAÚJO, Antônio. A encenação no coletivo: desterritorializações da função do diretor no processo colaborativo. Tese de Doutorado em Artes Cênicas. Escola de Comunicações e Artes. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.

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ELEMENTOS DO REAL NA CENA CONTEMPORÂNEA: ESTUDOS DE CASO

Autor: Lisandro Marcos Pires Bellotto Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - PPGAC Linha de Pesquisa: Processos de criação Orientadora: Marta Isaacsson de Souza e Silva Nível e data de início: Doutorado - agosto de 2015. Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: ficção, performance, realidade, teatro do real, teatro documentário

Pesquisa de natureza teórica, que parte do princípio que a busca crescente por elementos do “real” nas artes da cena tem provocado transformações substanciais nos processos de criação. Através de estéticas e procedimentos variados, alguns teatros incluem no seu interior elementos que remetam a um real projetado: seja utilizando como fonte de inspiração criativa dados da realidade, seja buscando o “real” como experiência vivida na própria cena, referenciando diretamente à linguagem da performance. Dentro da multiplicidade de procedimentos, percebe-se que a noção do que seja o “real” tem entendimentos múltiplos na cena contemporânea. A partir do teórico Dubatti, onde a realidade pode ser percebida como algo indissociável da relação inter-subjetiva, e representável apenas como processo (DUBATTI 2003), busca-se identificar essa noção agindo em diferentes poéticas na atualidade. Inclui no seu corpus de análise espetáculos do encenador belga Jan Fabre, do grego Dimitris Papaioannou, e do grupo brasileiro Teatro Oficina, que possuem estratégias diferentes para convocar a experiência do “real” no palco, evidenciando parâmetros de como estes operam. Possibilita-se, assim, a partir da investigação de seus procedimentos e espetáculos, refletir sobre as transformações nas teatralidades contemporâneas, no que diz respeito aos processos de criação. As alterações nas estruturas relacionais e processuais tradicionais de criação cênicos, bem como as hibridações decorrentes serão investigados, elucidando o entendimento desses formatos de representação.

Bibliografia DUBATTI, Jorge. El convivio teatral. Teoría y práctica del Teatro Comparado. Buenos Aires: Atuel, 2003.

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POÉTICAS CÊNICAS INTERMEDIAIS NOS PROCESSOS FORMATIVOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Autora: Lisinei Fatima Dieguez Rodrigues Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Processos de Criação Cênica Orientadora: Marta Isaacsson de Souza e Silva Nível e data de início: Doutorado, agosto de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: intermedialidade, processos formativos, Teatro na Educação Básica

Quando os dispositivos tecnológicos passam a habitar a cena teatral contemporânea impõe-se a necessidade em aproximar as práticas teatrais escolares da Educação Básica aos estudos que tratam da espetacularidade que tais produções engendram. De que forma pode-se promover poéticas cênicas intermediais nos processos de criação da cena escolar? Para constituir essa pesquisa, busca-se analisar modelos de agenciamento do tempo, do espaço e de formas de produção de presença que as práticas multimodais oferecem. Elegeu-se como ponto de partida para o referencial teórico os trabalhos de Walter Benjamin (modos de percepção alterados pela tékhné), Pierre-Lévy (análise da sociedade do conhecimento) e Marta Isaacsson (teatro e intermedialidade nos processos de criação cênicos). Um estudo piloto no formato de pesquisa-ação foi o procedimento selecionado para oportunizar a experimentação de dispositivos tecnológicos multimodais em suas possibilidades criadoras de sonorização, de projeção de imagens, de uso das tecnologias de informação e comunicação. Material esse, registrado em vídeos, em documentos escritos e em repositórios digitais. Com a duração de um semestre letivo, essa ação será ofertada como disciplina eletiva para estudantes do Ensino Médio do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no início de 2016.

Bibliografia BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre: L&PM, 2015. LÉVY, Pierre. A internet e a crise do sentido. In. Ciberespaço: um hipertexto com Pierre Lévy. Porto Alegre: Artes & Ofícios, 2000. ISAACSSON, Marta. Cruzamentos históricos: teatro e tecnologias de imagem. http://www.seer.ufu.br/index.php/artcultura/article/view/15120/8511 Acesso em 09 de abril de 2016.

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PROCESSO DE CRIAÇÃO EM CICLOS: CAMINHOS PARA A (RE)CRIAÇÃO

Autora: Lívia Maria de Andrade Figueira Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro Orientador: Eduardo Tessari Coutinho Nível e data de início: Mestrado, março de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: afetos, criação em ciclos, evolução sistêmica, máscara expressiva

Pesquisa teórico prática que pretende refletir os caminhos criativos, procedimentos e princípios para a consciência do ator criador de sua própria escritura cênica, através da partilha de experiências e afecções que têm surgido durante a criação do experimento cênico “Entre o Brilho do Relâmpago e o Canto do Trovão”, realizada a partir do que aqui é chamado de Processo de Criação em Ciclos.

O processo sugere um caminho de criação inspirado no princípio de Evolução Sistêmica apresentado por Fritjof Capra e, portanto, entende a obra como um sistema vivo, suscetível a perturbações de elementos diversos que podem gerar de pequenas adaptações à profundas mudanças em sua estrutura.

Partiu-se de uma cena na linguagem de meia máscara expressiva cuja escritura é a estrutura central do experimento e cujo estímulo disparador foi a frase que dá título à criação.

Improvisada várias vezes ao longo do processo, a cena é sempre perturbada por novos elementos de afecção – exercícios e jogos - elaborados para provocar respostas criativas a uma necessidade da escritura, detectada a cada ciclo de criação. Esta detecção é feita a partir do diálogo com o princípio de corpo poético de Jacques Lecoq e de apresentações e discussões realizadas com membros do CEPECA-USP e participantes de demonstrações de processo realizadas ao longo do período de criação.

Portanto, a pesquisa tem sido articulada em dois vetores principais: a investigação de um operador – Processo de Criação em Ciclos -, e a criação das operações cênicas - os procedimentos que servem como elementos de afecção.

O projeto postula que, em contato com os novos elementos de afeto em jogo, a estrutura da cena evolui, ao mesmo tempo em que se que aprofunda a compreensão do ator sobre a obra e sobre seu fazer criativo. Dessa forma, acredita-se que ator e obra coevoluem.

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ROBERT (BOB) WILSON: POR DE TRÁS DO OLHAR DE UM SURDO E DA VOZ-PENSAMENTO DE UM AUTISTA

Autor: Lucas de Almeida Pinheiro Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas e Linguagens da Cena Orientadora: Profa. Dra. Isa Etel Kopelman Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: autismo, Bob Wilson, processo de criação, surdez

Esta pesquisa visa refletir como o encontro do encenador norte-americano Robert Wilson com duas crianças - com outros padrões de consciência - afetou sua vida e obra, principalmente na década de 1970. O primeiro encontro ocorreu no final da década de 1960, com um jovem que nasceu surdo, Raymond Andrews, e que, posteriormente, acabou sendo adotado por Wilson; o segundo ocorreu no começo da década de 1970 com outro jovem, Christopher Knowles, diagnosticado com autismo. Para além de meras "ferramentas", como alguns poucos autores os trataram no Brasil, estes dois encontros, essas duas crianças, modificaram a forma com a qual Wilson via e vivenciava o mundo, o que o afetou enquanto pessoa e artista.

São as sutilezas e diferenças das consciências e modos de percepção de Andrews e Knowles, que fazem com que o olhar de um surdo e a voz-pensamento de um autista sejam um dos alicerces da investigação primeira de Robert Wilson, enquanto pessoa e artista. São estas duas crianças as principais responsáveis pela forma com a qual o encenador passou a refletir a composição de sua dramaturgia cênica, sendo que um influenciou a dramaturgia ótico-visual e outro a sonoro-verbal do encenador – principalmente nos trabalhos da década de 1970.

A partir de uma ótica teórica, a pesquisa analisa, reflete e dialoga questões pertinentes às Artes Cênicas – como os processos criativos e artísticos de Bob Wilson – com áreas como a Linguística, Neurolinguística e Psicologia – com nomes como L. S. Vygotsky (1986-1934), O. Sacks (1933-2015) e M. Tomasello (1950 - ).

Nesta convergência de áreas e reflexões, o pesquisador vem buscando pincelar os porquês de o olhar de um surdo e da voz-pensamento de um autista serem tão significativos e importantes dentro do trabalho criativo de Robert (Bob) Wilson.

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INVENTARIANDO O MENSAGEIRO DO REI –REFLEXÕES E DISCUSSÕES ACERCA DO TEATRO INFANTOJUVENIL

Autor: Lucas de Carvalho Larcher Pinto Instituição: Universidade Federal de Uberlândia Linha de Pesquisa: Práticas e processos em Artes Orientador: Prof.ª Dr.ª Vilma Campos dos Santos Leite Nível e data de conclusão: Mestrado, março de 2016 Bolsa de fomento: Capes Pesquisa disponível em: http://www.bdtd.ufu.br Contato: [email protected] Palavras-chave: inventário, o mensageiro do rei; teatro infantojuvenil

A presente comunicação tem como objetivo compartilhar o caminho percorrido durante minha pesquisa de mestrado, que apresenta algumas reflexões e discussões acerca do Teatro Infantojuvenil, tendo como pano de fundo os meandros e desdobramentos da criação do espetáculo O Mensageiro do Rei, em Uberlândia-MG, no ano de 2014. Denominada de Inventário criativo, a dissertação em questão narra minha experiência na montagem do texto original de Rabindranath Tagore, dirigida por Mário Piragibe, na qual assumi o papel de ator-inventariante – responsável por unir o conjunto de bens herdados do processo criativo citado.

Neste contexto, os documentos de processo ou os “relatos temporais de uma gênese que agem como índices do percurso criativo” (SALLES, 2009, p. 21) - como textos rabiscados, croquis de figurinos, esboços de cenário e de Formas Animadas - elaborados pela equipe de criação do espetáculo, assim como minhas memórias, são o ponto de partida para apontamentos emergidos no próprio ato do fazer-pensar/pensar-fazer teatral.

Inserida em um contexto específico, sob um ponto de vista descritivo, reflexivo e crítico, esta pesquisa pretende colaborar no pensamento sobre como vem sendo caracterizadas/estruturadas as encenações atuais voltadas para crianças e jovens e o que elas expõem. Inquietações expressas em três perguntas que guiaram a pesquisa, e que encontraram possíveis respostas em sua conclusão, revelando aspectos sobre o Teatro Infantojuvenil.

Bibliografia SALLES, Cecília Almeida. Gesto Inacabado – Processo de criação artística. 4.ed. São Paulo: FAPESP/Annablume, 2009. TAGORE, Rabindranath. O Mensageiro do Rei. [S.I.]: [s.n.], 1912. (Tradução de Mario Piragibe).

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ESTRANHOS ATOS: O ESTRANHAMENTO PARA ALÉM DE BRECHT

Autor: Lucas Heymanns Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Teatro, Sociedade e Criação Cênica Orientador: André Antunes Netto Carreira Nível e data de início: Mestrado, março de 2016 Bolsa de fomento: PROMOP/UDESC Contato: [email protected] Palavras-chave: crise da representação, estranhamento, teatro

A presente pesquisa busca criar um panorama ao redor do conceito de estranhamento e de suas possibilidades e implicações para o teatro feito hoje. Para isso, serão investigadas algumas abordagens da noção de estranhamento, com ênfase nos escritos do escritor e teórico literário russo Viktor Chklovski e no trabalho de Meyerhold e Brecht, assim como pesquisas que lidam com a ideia de crise da representação na arte e nas ciências. A hipótese desta pesquisa é a de que o estranhamento pode ser um conceito potente para pensarmos práticas teatrais contemporâneas que exploram espaços liminares entre realidade e representação. Outra hipótese é de que através deste conceito podemos estabelecer relações entre práticas artísticas contemporâneas e um contexto científico e epistemológico mais amplo, marcado pela problematização de binômios como vida/arte, realidade/representação e natureza/cultura.

Esta pesquisa busca aportar novas miradas à ideia de estranhamento na prática e na teoria teatral contemporânea, tendo como foco a abordagem de estranho enquanto algo que habita zonas liminares entre o real e o representacional. Tal ideia, que é comumente associada ao Verfrendungseffeckt brechtiano, tem implicações que vão além de técnicas ou procedimentos de elaboração, e relaciona-se com importantes conceitos como o Unheimlich freudiano, a époché fenomenológica em Husserl e a ideia de ostranenie em Chklovski. Desta forma, a pesquisa propõem traçar paralelos entre estas e outras abordagens tendo como ponto comum a fricção entre o que Gumbrecht chama de efeitos de presença e efeitos de sentido, buscando exemplos atuais nas artes cênicas para pensar em que consistem os estranhamentos da contemporaneidade e para que eles podem servir.

Bibliografia: GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de presença - o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2010.

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RISCOS DE UMA PESQUISA EM PROCESSO

Autora: Luciana Cezário Milagres de Melo Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Linha de Pesquisa: Artes da Cena / Processos investigativos da criação cênica a partir de prática etnográfica Orientadora: Profa. Dra. Marina Marcondes Machado Nível e data de início: Mestrado, março de 2015 Bolsa de fomento: CAPES Contato: [email protected] Palavras-chave: criação, espaço prisional, etnografia, gênero, performance

Este trabalho mostra o mapa da pesquisa intitulada “Mergulho em águas profundas – o teatro é [no] encontro com o outro no mundo”, na qual proponho uma residência artística em presídios femininos mineiros, com duração de quatro dias, a ser realizada com quatro grupos de mulheres, totalizando 16 encontros. A metodologia do trabalho se dará em work-in-process / trabalho em processo, revelando sua desmontagem (DIÉGUEZ, 2014) pela manutenção de diários de bordo nos quais, ancorada no campo da etnografia, registro o processo através de descrições densas e elaboro a criação de mapas da pesquisa.

A proposta foi construída a partir de práticas e reflexões contemporâneas em teatro, sobretudo a performance (CARLSON, 2010), a convivialidade (DUBATTI, 2012) e a estética relacional (BOURRIAUD, 2009). A residência artística se iniciará com a exibição do filme Central do Brasil (WALTER SALES, 1998), de modo que os encontros serão a seguir permeados pela escrita e compartilhamento de cartas pessoais: biográficas e ficcionais.

Bibliografia BOURRIAUD, Nicolas. Estética relacional. São Paulo: Martins, 2009. CARLSON, Marvin. Performance: uma introdução crítica. Tradução: Thaís Flores Nogueira Diniz; Maria Antonieta Pereira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. DIÉGUEZ, Ileana. Desmontagem Cênica. In: Rascunhos. Uberlândia, v. 1 n. 1 p. 5-12 jan/jun 2014. DUBATTI, Jorge. Arte, Convívio e Tecnovívio. In: CARREIRA, André L. A. N.; BIÃO, Armindo. J. C; TORRES, Walter. L. (Orgs.). Da Cena Contemporânea. Porto Alegre: ABRACE, 2012.

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UM OLHAR SOBRE AS GESTUALIDADES PROVISÓRIAS: IN/COMPATÍVEL? E TEMPOSTEPEGOQUEDELÍCIA

Autor: Luciano Correa Tavares Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Processos de Criação Cênica Orientadora: Profa. Dra. Suzane Weber da Silva Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Nível e data de conclusão: Mestrado, agosto de 2017 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: cartografia teatral, in/compatível?, processo de criação em dança tempostepegoquedelícia

Esta pesquisa propõe identificar as singularidades do gesto de duas obras coreográficas, IN/compatível? e Tempostepegoquedelícia, da Eduardo Severino Cia. de Dança, criações as quais esse pesquisador participa. É uma pesquisa de caráter teórico. Essas coreografias abordam questões de gênero, de sexualidade e de humor, dentro de um corpo mestiço em seu contexto sociocultural. As criações foram realizadas entre 2005 e 2012 e nesse momento continuam em desdobramentos. As diferenças poéticas/gestuais/estéticas de cada espetáculo são analisadas comparativamente nos seus processos de criação a partir dos estudos comparativos de Jorge Dubatti (2008) em Cartografía Teatral: introducción al teatro comparado; onde os conceitos de territorialidade, de supraterritorialidade e de acontecimento convivial auxiliarão no desenvolvimento da escrita. Essa escolha, justifica-se pelo fato de tonar visível os procedimentos de processos de criação e pretende ainda agregar ferramentas de outros aportes metodológicos tais como o método da Crítica Genética, a Cartografia e a Etnografia. Por fim, esse estudo procura entrecruzar duas áreas do conhecimento, às Ciências da Informação e às Artes Cênicas por estas utilizarem a informação de modo diferenciado, onde podem ganhar função de dispositivos criativos nos processos de criação e recriação. A distinta forma em que utilizam documentos e materiais são, também, um foco de interesse justificada pela dupla formação do autor dessa pesquisa, bailarino e bibliotecário.

Bibliografia DUBATTI, Jorge. Cartografía teatral: introducción al Teatro Comparado. In: Cartografía teatral: introducción al Teatro Comparado. Buenos Aires: Atuel, 2008.

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DESATIVANDO IDEAIS: A CRIAÇÃO EM DANÇA EM SEU MOVIMENTO SINGULAR

Autora: Ludmila Aguiar Veloso Instituição: Universidade Federal da Bahia Linha de Pesquisa: Dança, Corpo e Cognição Orientadora: Adriana Bittencourt Nível e data de conclusão: Mestrado, Maio de 2015. Bolsa de fomento: FAPESB Contato: [email protected] Palavras-chave: corpo, criação, dança, evolução

Este trabalho integra os estudos desenvolvidos sobre criação em dança no Mestrado em Dança da Universidade Federal da Bahia. Partindo da hipótese de que criar é condição de existência da dança, vêm-se, nessa pesquisa, desmistificar a ideia de que há danças que independem da criação para ocorrerem. Trata-se de um estudo teórico que tem por objetivo tencionar noções superficiais, porém, ainda recorrentes, de criação artística como um fazer inexplicável e misterioso. Na construção de entendimentos sobre dança em sua natureza existencial: auto-organização e co-evolutiva, se utiliza como fundamentação a Teoria Geral dos Sistemas, pelo viés teórico do pesquisador Jorge de Albuquerque Vieira (2007); e o entendimento de Adriana Bittencourt Machado(2012) acerca das criações em dança, e suas respectivas imagens, como índice das interações inestancáveis entre corpo e ambiente. No entendimento de que cada dançar revela uma diferença, fruto da criação, propõe-se compreender que a criação em dança é solução adaptativa encontrada pelo corpo, pois incide em articular o fluxo de informações que configuram sua própria existência. A criação em dança apresentada nesse estudo sob a perspectiva evolutiva e, assim, em sua natureza dinâmica, processual, problematiza as noções ainda arraigadas sobre a capacidade de dançar como uma espécie de “dádiva”, vinculada a uma ação “sobrenatural”, que assim se afasta do entendimento de que cada dançar é movimento de criação, se faz criando.

Bibliografia MACHADO, Adriana. Imagens como acontecimentos: dispositivos do corpo, dispositivos da dança.Salvador: EDUFBA, 2012. VIERA, Jorge de Albuquerque. Ciência. Formas de Conhecimento. Arte e ciência uma visão a partir da complexidade. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2007.

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O ÉPICO EM “UM DIA OUVI A LUA”, DE LUÍS ALBERTO DE ABREU

Autor: Luís Roberto Arthur de Faria Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas e linguagens da cena Orientadora: Profa. Dra. Larissa de Oliveira Neves Catalão Nível e data de início: Doutorado, setembro de 2014 Contato: [email protected] Palavras-chave: dramaturgia, épico, imaginação, memória, narrativa

A pesquisa de Doutorado em andamento, intitulada “A Inter-Relação Teatro-TV: um estudo a partir da obra de Luís Alberto de Abreu", considera uma discussão sobre a relação entre teatro e TV a partir da questão do épico, dentro da obra de Luís Alberto de Abreu. Trata-se de uma pesquisa teórica, de análise comparativa de textos desse autor, de teatro e para a mídia televisiva. A proposta da comunicação é a de analisar a questão do épico como procedimento narrativo dentro do texto "Um Dia Ouvi a Lua". A obra apresenta os elementos essenciais de que fala Abreu em seus textos teóricos sobre o épico: presença de narradores (há um narrador principal; também várias personagens narram suas histórias); evocação da memória coletiva por meio da música (a peça é baseada em canções de Tonico e Tinoco; além disso, traz no texto rubricas que pedem que se brinque uma Folia de Reis); ausência da quarta parede. Assim, apresenta-se a narração como elemento fundador do épico.

Abreu considera, ainda, que o épico pode promover uma possível reconfiguração da linguagem cênica teatral. Apoiada em Massaud Moisés (MOISÉS, 1968), que sugere ser o épico uma linguagem de difusão de vivências individuais formadoras do inconsciente coletivo, e em Anatol Rosenfeld (ROSENFELD, 2006), que afirma ser o épico uma forma narrativa, busca-se mostrar que a peça em análise é modelo para a reconfiguração proposta, o que pode ser percebido em outros textos teatrais de Abreu, bem como nos roteiros que escreve para a TV.

Bibliografia NICOLETE, Adélia (ORG.). Luís Alberto de Abreu: um teatro de pesquisa. São Paulo Perspectiva, 2011 (texto de "Um Dia Ouvi a Lua" e teóricos). MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Melhoramentos, 1968. ROSENFELD, Anatol. O Teatro Épico. São Paulo: Perspectiva, 2006 (4a edição).

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DAR-RECEBER E O REPOUSO MOVENTE

Autora: Luiza Almeida Rosa Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Linha de Pesquisa: Processos de Criação na Comunicação e na Cultura Orientador: José Amálio Pinheiro Nível e data de início: Doutorado, janeiro de 2015 Nível e data de conclusão: Doutorado, dezembro de 2018 Bolsa de fomento: - Pesquisa disponível em: - Contato: [email protected] Palavras-chave: afeto, comunicação, presença.

A ação é a de dar-receber, dar e receber, por meio do toque: com as mãos, toca-se um corpo em repouso, em movimento. Qual a implicação desse acionamento verbal no(s) corpo(s) ao longo de uma insistência, de uma duração? Essa comunicação é um convite para discutir entendimentos de presença, como sendo uma chave de comunicação, suposição que foi sendo elaborada em conversa com o conceito de “ritornelo”, formulado por Gilles Deleuze & Félix Guattari – “Acerca do ritornelo” (2012) – e em conversa com o centro em movimento (Lisboa, Portugal), durante estágio artístico, que ocorreu ao longo do primeiro semestre de 2016. Serão convocados, para a reflexão, os entendimentos de “corpo-acontecimento” (Neuparth, 2013) e de “corpo-que-sabe” (Rolnik, 2006). A pesquisa é de caráter teórico-prático: a prática de aulas e de estudos com vistas a aguçar e acurar a escuta do(s) movimento(s) no corpo alimenta, é alimentada e só se dá em diálogo com produção de conhecimento das áreas da filosofia, da psicanálise e da dança. Esta é apenas uma etapa de pesquisa de doutorado, desenvolvida com orientação do professor doutor José Amálio Pinheiro, no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), que escoa na proposição do entendimento da comunicação como potência e da proliferação barroca como potência de comunicação de uma cultura mestiça.

Bibliografia: DELEUZE, Gilles, GUATTARI, Félix. Mil platôs, vol. 4. São Paulo: Editora 34, 2012, 2a. edição. NEUPARTH, Sofia. movimento: escrito em estado de dança. Lisboa: c.e.m, 2014. ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre, RS: UFRGS Editora, 2006.

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PISTAS PARA UMA DANÇA COMPLEXA: NEM SÓ DE IMPROPRIEDADES VIVE A EDUCAÇÃO

Autora: Mabile Borsatto Instituição: Universidade Federal da Bahia Linha de Pesquisa: Dança, Corpo e Cognição Orientadora: Adriana Bittencourt Machado Nível e data de início: Mestrado, abril de 2015. Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: aprendizagem, complexidade, ensino, ousadia, transgressão

Esta pesquisa nasceu da percepção de que há comportamentos e espaços cristalizados na dança que se distanciam dos processos de ensino e aprendizagem pela experiência. Assim, apresenta um estudo teórico, lançando pistas para lidar com as impropriedades que competem os modos de ensinar e aprender. Como não se trata de pistas inseridas em modelos, são proposições subsidiadas nas instigações para que novos modos de atuação emerjam, mais críticos e sensíveis.

Pista 1 - Teoria e prática: pontos de conexão e divergência. Pista 2 - Conhecimento especializado em dança x senso comum = regularidades de

conduta. Pista 3 - Autonomia e mediação: por uma dança que rompe com a disciplina. Pista 4 - Transgressão e ousadia nos processos de ensinar e aprender. Em diálogo com autores como Hugo Asmann e Boaventura de Souza Santos, percebeu-

se que as experiências não se reduzem, nem se simplificam, mas geram uma nova tessitura entre o conhecido e o desconhecido, entre o convencional e o inovador, entre a ordem e a desordem. Essa inquietação trouxe a percepção de que o conhecimento é feito de trocas e, que, portanto, não é causal e nem linear.

Desse modo, a pesquisa instaura-se como um convite e se efetiva em um encontro com a dança, e não um encontro qualquer, mas daqueles que incitam a fazer diferente através das relações e é também uma crítica, mas não aquela convencional de alguém que assiste de longe, mas da possibilidade de uma crítica colaborativa, para que todos os interessados em educação possam dialogar e criar suas reflexões.

Bibliografia ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

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UMA CARTOGRAFIA DA CENA PERFORMATIVA DE FORTALEZA: SOBRE “BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO ?”

Autor: Manoel Moacir Rocha Farias Júnior Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Teoria e prática do Teatro, Texto e cena Orientador: Prof. Dr. Marcos Bulhões Nível e data de início: Doutorado, fevereiro de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: cartografia, coralidade, performance

Tratarei de alguns elementos que nortearam o processo da intervenção urbana “Bandido Bom é Bandido Morto? ou Chacinados: Feliz Natal Polícia Militar”, uma parceria entre o Coletivo Margens Urbanas da UFC e Laboratório de Práticas Performativas da USP, como resultado de uma oficina dada pelo professor/performer Marcos Bulhões, em dezembro de 2015.

Apresentarei um estudo de caso em forma de relato sobre pontos relacionados à minha pesquisa de doutorado sobre a cena performativa de Fortaleza, uma análise cartográfica de trabalhos de dança, teatro e performance que têm se manifestado nesta cidade, desde os anos 1990. Um conceito muito explorado nessa intervenção foi o de coralidade, a partir da qual se pode ver tanto a permanência quanto o desenvolvimento do côro trágico, como algo que nos arrastaria a um senso de comunidade (SARRAZAC, 2012).

Nesse sentido, farei relações entre esse aspecto e o das performances da aula e da intervenção, com foco nas suas etapas (preparação, criação coletiva, produção e condução) do ponto de vista de performer e de pesquisador. Como consideração final, tecerei uma reflexão sobre como esta performance extrapola os limites do institucional e expõe problemas da cidade, que desde o período de sua Belle Époque até hoje tem apresentado, sob o signo da violência, diversas tentativas de contenção e mascaramento de suas questões sociais (PONTE, 2014), discutindo-as como memória cultural (TAYLOR, 2013).

Bibliografia PONTE, Sebastião Rogério Ponte. Fortaleza Belle Époque: reforma urbana e controle social, 1860-1930. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2014. SARRAZAC, Jean-Pierre. Léxico do drama moderno e contemporâneo. São Paulo: Cosac Naify, 2012. TAYLOR, Diana. O arquivo e o repertório: performance e memória cultural nas américas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.

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ANDANÇAS DE UMA PERFORMER POR AFETOS FEITOS MOVIMENTO

Autora: Marcela Gomes Aragão Instituição: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Linha de Pesquisa: Processos de Criação, Criação em Dança Orientador: Francini Barros Pontes Nível e data de início: Trabalho de conclusão de curso, maio de 2015 Nível e data de conclusão: Trabalho de conclusão de curso, fevereiro de 2016 Pesquisa disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ePvkMj_0oSk&feature=youtu.be Contato: [email protected] ou [email protected] Palavras-chave: afeto; cotidiano; corporeidade; micropolítica;

A presente pesquisa é um estudo teórico-prático que busca investigar as possibilidades do performer da dança permitir-se contagiar por imagens cotidianas que o assolam e pedem por expressão para além das línguas por ele constituídas em seu corpo e de seus automatismos perceptivos. Ao performer é atribuído o poder da fala, conferindo expressão ao trauma sofrido no encontro com essas imagens. Os encontros revelam os afetos movidos no corpo nos instantes em que ele se propõe uma abertura para a relação com o mundo, a rua, o outro. O traçado da cartografia da pesquisa parte das esferas micropolíticas das relações de afeto produzidas nos encontros e dos devires assim gerados. A micropolítica que norteia a pesquisa é traçada pelas linhas da teórica Suely Rolnik (2014). As relações entre o poder e a vida, que sobrepujam as formas de vida em prol da manutenção de sobrevidas, são abordadas a partir do encontro com Peter Pál Pelbart (2006), que me ajudou a retirar, de tais relações, a possibilidade de uma força inventiva para a escrita deste trabalho.

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CONDUÇÕES CÊNICAS: A “AÇON” E O MOVIMENTO ATRAVÉS DOS PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DE GILLES GWIZDEK

Autor: Marcio Dias Pereira Instituição: Universidade Federal de Uberlândia Linha de Pesquisa: Práticas e processos em artes Orientador: Prof. Dr. Narciso Larangeira Telles da Silva Nível e data de conclusão: Mestrado, abril de 2016 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: ações físicas, movimento, teatro, texto dramático

A pesquisa identifica e descreve os princípios e os procedimentos metodológicos do diretor Gilles Gaetan Gwizdek sobre a transposição do texto dramático para o espaço de representação através da ação e do movimento. Além disso, apresenta os resultados dos laboratórios experimentais em dois diferentes campos de trabalho e modos de condução: o aluno-não ator, inserido na educação básica, e o aluno-ator, inserido no ensino superior.

Como referenciais teóricos, estudaram-se os artistas-pedagogos: Jacques Copeau, no que tange ao uso do texto dramático, e Jacques Lecoq, no que se aproxima do uso físico do corpo do ator para o teatro. Os conceitos sobre teatro dos teatrólogos Constantin Stanislavski, Eugênio Barba, Meyerhold, Eugênio Kusnet, Bertold Brecht transpassam pelas revisões teóricas dos pensadores Odete Aslan, Patrice Pavis, Ney Piacentini, Lúcia Romano, Flávio Desgranges e Anne Bogart, no que afeta suas experiências práticas e conceituais sobre o texto, a ação e o movimento.

Apesar dos espetáculos, na educação básica e no ensino superior, terem alcançados suas plasticidades cênicas, as conduções tomadas pelo professor foram diferentes para cada grupo, e essa diferença causou, em alguns alunos, uma aproximação e, em outros, um afastamento dos princípios e procedimentos. A forma com que a cena foi conduzida causou, ou não, o afeto no processo de trabalho sobre os alunos.

Conclui-se que os atos violentos provocados nos alunos, por intermédio dos princípios e dos procedimentos metodológicos do diretor Gilles, foram de extrema importância para o desenvolvimento do processo de trabalho que tinha o objetivo de transpor o texto dramático para o espaço de representação e, com isso, recriar plasticamente a fábula do texto.

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TEATRO NA ESCOLA - AUTOBIOGRAFIAS EM CENA

Autora: Maria Cristina Fabi Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: processos de ensino, aprendizagem e criação em artes Orientador: Prof. Dr. Stephan Baumgartel Nível e data de início: Mestrado, julho de 2014 Nível e data de conclusão: Mestrado, julho de 2016 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: autobiografia, biodrama, escola, real, teatro documentário

O presente artigo se apresenta como descrição de um processo de criação artística no contexto do teatro na escola. A proposta de trabalho prático é um procedimento cênico que envolve o real em cena com adolescentes do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Básica Dom Jaime de Barros Câmara, situada em Florianópolis, Santa Catarina. A metodologia foi desenvolvida a partir de pesquisas sobre os teatros do real, no Ciclo Biodrama da diretora argentina Viviana Tellas e na pedagogia do Teatro Documentário. A partir dos procedimentos citados acima, desenvolvi uma prática cênica, trabalhando com autobiografias desses adolescentes. Estabeleço um diálogo direto com a cena contemporânea ao estar trabalhando teatro na escola a partir de material extraído da realidade. A dramaturgia não foi construída a partir de um texto dramático; não nos utilizamos de personagens para contar histórias. Meu objetivo foi criar um jogo cênico a partir da presença em cena de adolescentes que viveram alguns fatos e se colocam diante do espectador para narrá-los e discuti-los . Estou interessada em refletir sobre a pertinência do formato escolhido como possibilidade de campo para que os adolescentes estabeleçam uma percepção de suas próprias realidades.

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REVERBERAÇÕES CORPORAIS: UM OLHAR DA CULTURA CIGANA , COM BASE NO MÉTODO BAILARINO- PESQUISADOR- INTÉRPRETE (BPI)

Autora: María Fernanda Noboa Cueva Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Método Bailarino- Pesquisador- Intérprete. Método de Criação em dança e formação do intérprete. Orientadora: Profa. Dra. Graziela Estela Rodrigues Fonseca Nível e data de início: Iniciação Científica, mês da inicio setembro de 2015. Nível e data de conclusão: Iniciação Científica, julho de 2016-05-15 Bolsa de fomento: PIBIC- CNPq Pesquisa disponível em: http://www.sbu.unicamp.br/ Contato: [email protected] Palavras-chave: Corpo; Cultura Cigana; Dança; Método (BPI) Bailarino- Pesquisador- Intérprete

A pesquisa de caráter teórico- prático, baseia-se nas situações vivenciadas por mim durante a imersão no Método (BPI) bailarino- pesquisador- intérprete. Especificamente, no mergulho no eixo Co-habitar com a fonte do mesmo método. O método propõe processos de criação em dança e formação do intérprete a partir de um contato com diversas esferas subjetivas do bailarino, e de um contato sensível com o outro. Esse contato com o outro é a essência do eixo Co-habitar com a fonte, momento que surge a partir das descobertas internas do bailarino- pesquisador- intérprete, que o motiva a expandir-se, a olhar pro outro, que de alguma forma funciona como espelho potencializador de si mesmo. No caso da presente pesquisa o primeiro foco de olhar ao outro começou com a cultura cigana na primeira proposta, mas pelo fato do processo basear-se em torno das subjetividades do bailarino- pesquisador- intérprete, o foco de campo variou a partir das necessidades mais internas. Os trabalhos de campo e os laboratórios de exploração em dança foram ferramentas didáticas essenciais para chegar aos resultados obtidos.

Bibliografia: - RODRIGUES, G, E, F. Bailarino-Pesquisador- Interprete: processo de formação/ Graziela Rodrigues. -Rio de Janeiro: Funarte, 1997.

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A VOZ E O SAGRADO: CANTOS SOBRE POÉTICAS DA VOZ EM CONTEXTOS DIVERSOS

Autora: Maria Lyra 17

Instituição: Universidade Federal de Uberlândia Linha de pesquisa: Práticas e Processos em Artes Orientador: Fernando Aleixo Nível e data de início: Mestrado; concluído em Fevereiro/2016 Bolsa de fomento: CAPES Contato: arteira, cantadeira, escrevinhadeira / [email protected] Palavras-chaves: canto, presença, sagrado, voz poética

Resumo: pesquisa consistiu na investigação da dimensão sagrada da voz - entendo sagrado como “alargamento da percepção de si e do mundo”, como definiu Grotowski. Tal dimensão é trazida para refletir sobre a qualidade de presença na prática da voz poética, do canto. Para tanto, elege-se aqui, como pontos de diálogo, dois contextos de pesquisa de campo: o trabalho de Cecília Valentim - A Arte de Ser Cantante, e, a encenação Recusa, da Cia Balagan, ambos em São Paulo. Do projeto e dos campos de estudo da pesquisa: Este canto-pesquisa, intitulado A Voz e o Sagrado: Cantos sobre Poéticas da Voz em dois contextos consistiu no estudo sobre a dimensão sagrada da voz, em diálogo com dois contextos de pesquisa em campo. Tais campos de estudo formam pontos de apoio, nos quais me ancoro para pensar o tema. O sagrado aqui é pensado a partir da perspectiva de Grotowski, relacionado ao “alargamento de si e do mundo” (LIMA,2010), desvinculado de dogmas religiosos. Os campos de estudo elegidos foram: 1) O trabalho de Cecília Valentim com cantos de tradições em sua abordagem terapêutica e pedagógica de exploração da voz poética; 2) O processo de criação do espetáculo Recusa, da Cia Teatro Balagan – companhia teatral de São Paulo, dirigida por Maria Thaís. O primeiro deles teve como especificidade experiências no âmbito terapêutico da prática vocal, e consistiu, enquanto pedagogia da voz, como uma prática de trabalho sobre si mesmo. 18

O segundo campo de estudo, por outro lado, tinha como especificidade sua filiação ao campo cênico, a um contexto que envolve não só o processo de criação, como de produção, de veiculação, de preparação e de encontro com um público. Em ambos me propus à aproximação e ao diálogo a partir da observação direta, a realização de entrevistas, e, no primeiro, a participação em oficinas. No diálogo com os campos elegidos elenco alguns elementos ou categorias para a formulação de um pensamento sobre a dimensão sagrada da voz.

Nome artístico de Maria Cláudia S. Lopes.17

Grotowski, inspirado por Stanislaviski, usa em vários momentos de suas pesquisas a 18

expressão “trabalho do ator sobre si mesmo”. (LIMA, 2010. p.1).

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ENUNCIANDO-SE

Autora: Mariah Sumikawa Spagnolo Instituição: Universidade Estadual do Paraná Linha de Pesquisa: Criação em Dança Orientadora: Drª Rosemeri Rocha da Silva Nível e data de conclusão: Programa de Iniciação Científica, agosto de 2016 Bolsa de fomento: Fundação Araucária Pesquisa disponível em: Não se aplica Contato: [email protected] Palavras-chave: Dança; Dramaturgia; Performatividade

A presente pesquisa de iniciação científica emerge da necessidade de aprofundar os

estudos sobre a cena da dança. A proposta é olhar para o corpo como agente crítico e consciente do seu discurso ao organizar e ressignificar suas proposições e interesses artísticos.

Esse trabalho é de caráter teórico-prático e promove um trânsito entre estudos referentes à bibliografia e o exercício da criação em dança, que acontece principalmente nos encontros do UM – Núcleo de Pesquisa Artística em Dança da FAP coordenado pela Profª Drª Rosemeri Rocha.

A obra “Resíduos”, desenvolvida pelo Núcleo em 2015, é objeto de estudo dessa pesquisa, que tem por objetivo geral entender a construção da cena em dança a partir da aproximação entre os conceitos de dramaturgia e performatividade.

Ao estudar a obra citada, é possível considerar parcialmente que assumir um discurso que se constrói no/pelo corpo é assumir o corpo como sujeito singular e contextualizado. Esse modo de organizar-se como fonte de produção propõe outro tipo de dramaturgia, isto é, uma rede de relações que se dão potencialmente no corpo. Assim, essa estrutura dramatúrgica acolhe e expande conforme a atualização da ideia do corpo, a partir dos seus processos perceptivos, cognitivos e da própria estrutura. Essa dramaturgia móvel é considerada provisoriamente como dramaturgia performativa.

Bibliografia PAIS, Ana. O discurso da cumplicidade: dramaturgias contemporâneas. Lisboa, Edições Colibri, 2004. SETENTA, Jussara. O fazer-dizer do corpo: dança e performatividade, Salvador: EDUFBA, 2008. SILVA, ROSEMERI R. UNO, mapa de criação: ações corporalizadas de um corpo propositor num discurso em dança. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, 2013.

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MAPIKO: VARIAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES

Autora: Mariana Conde Rhormens Lopes Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Técnicas e Processos de Formação do Artista da Cena Orientador: Matteo Bonfitto Júnior Nível e data de início: Doutorado, agosto de 2015 Pesquisa disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000944967 Contato: [email protected] Palavras-chave: maconde, mapiko, máscara, moçambique

O trabalho propõe um estudo teórico acerca dos saberes tradicionais das máscaras de Mapiko, tipicamente do povo Maconde, originário do norte de Moçambique da província de Cabo Delgado. Rodeada de mistérios e segredos a manifestação mistura música, dança e cena representando o imaginário de tal povo. Mapiko é o nome dado à manifestação e à máscara utilizada. A manifestação apresenta a existência do mundo sobrenatural e a ligação entre o dançarino e suas crenças, podendo recriar na arte os diferentes modos de estar na vida espiritual. Segundo Bortolot, o Mapiko constitui um esquema onde os indivíduos exercem a prática de olhar dentro e fora, articulando questões sociais e identidades. (BOLTOLOT, 2008). Este trabalho pretende explorar questões relacionadas a máscara e ao desempenho do mascarado a partir de uma abordagem histórica.

Moçambique passou por diversas transformações políticas que re-estruturaram o país social e culturalmente (colônia de Portugal, guerra de libertação, regime socialista e pluripartidarismo). Vivenciadas tais transformações, os Macondes e seus costumes, crenças e festas se modificaram com o passar dos anos.

O Mapiko, assim como o desempenho do mascarado sofreu modificações que o fizeram sobreviver até aos dias de hoje. Atualmente os Macondes entendem o mascarado, como simultaneamente um homem em desempenho competitivo, uma representação dramática de um personagem e uma encarnação de um espírito ancestral. Para maior compreensão das variações do Mapiko, discorreremos sobre as transformações históricas e suas influências no Mapiko.

Bibliografia BORTOLOT, Alexander. A Language for Change: Creativity and Power in Mozambican Makonde Masked Performance. Nova York: Columbia University Press, 2008.

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DO AMOR À HISTERIA: UMA ANÁLISE ACERCA DO LÉXICOTEATRO FEMINISTA EM DUAS OBRAS TEATRAIS.

Autora: Mariela Lamberti de Abreu Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e Cena, História do Teatro Orientador: Ferdinando Crepalde Martins Nível e data de início: Mestrado, março de 2016. Contato: [email protected] Palavras-chave: feminismo, teatro político, teatro pós-dramático.

A pesquisa visa debruçar-se sobre o conceito de teatro feminista e suas reverberações a partir da análise de dois espetáculos, de modo a perceber a quantidade de elementos teatrais, tanto do ponto de vista do conteúdo quanto da forma, que são influenciados pelos papéis desempenhados pelas mulheres no teatro, na esteira das teorias feministas da contemporaneidade.

A pesquisa será realizada em três fases metodológicas. Na primeira será levantado o material teórico acerca de teatro feminista e suas diversas correntes. Na segunda fase será realizado o estudo dos espetáculos Os Fuzis da Senhora Carrar (Bertold Brecht) e Hysteria, (Grupo XIX de Teatro), afim de analisar possíveis pontos de aproximações com o termo acima citado. E por fim, será realizado um cruzamento entre as duas análises apontando reflexões acerca do desenvolvimento do termo teatro feminista e suas reverberações nas práticas teatrais na relação à representação da mulher.

O teatro feminista escancara a relação entre teatro e política e entre performances de gênero na sociedade e a presença de corpos sexuados na cena, e sendo assim, pode-se apontar características que se esbarram no teatro brechtiano e no teatro pós dramático.

Segundo Goodman (1993), algumas feministas, utilizando-se das teorias de Brecht, encontraram um meio para expressarem suas posições políticas e provocarem a espectadora, para que ela, diante do fenômeno teatral, pudesse desenvolver uma postura crítica da realidade.

Também é possível identificar aproximações do teatro feminista com o teatro pós-dramático proposto por Lehmann em relação à nova forma que esta prática propõe, se aproximando da subjetividade do artista e reforçando o diálogo dos corpos.

Bibliografia GOODMAN, Lizbeth. Contemporary Feminist Theatres: To Each Her Own. London: T.J. Press Ltd, 1993. LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático. 1. ed.São Paulo: Cosac Naify, 2007.

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HEURÍSTICA DE DADOS SOMÁTICOS EM UMA PESQUISA ETNOGRÁFICA NA DANÇA CONTEMPORÂNEA DE MAPUTO 19

Autora: Marília C. Gomes Carneiro Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Sociedade, Cultura e Educação Orientadora: Márcia Strazzacappa Nível e data de conclusão: Doutorado, fevereiro 2016. Bolsa de fomento: Fapesp Pesquisa disponível em: www.bibliotecadigital.unicamp.br Contato: [email protected] Palavras-chave: dados somáticos, dança contemporânea, maputo, método etnográfico

Filiado à pesquisa em prática artística (Fortin & Gosselin, 2014), o trabalho é empírico conceitual. Pergunta-se: o que são os dados somáticos na pesquisa etnográfica da dança (Fortin, 2009)? Que forma tomam ao serem anotados? Como participam da construção da reflexão? Elaborou-se processualmente a abordagem etnográfica do trabalho de campo, alcançando um design metodológico de coleta dos dados centrado nos procedimentos clássicos de recolha de documentos, entrevistas, observação participante e registro escrito. O banco de dados materializado recebeu tratamento heurístico (Moustakas, 1990). Apresenta-se o resultado em uma prática analítica criativa (Richardson & St.Pierre, 2005), o gráfico PAC baseada em dados reais, que divide o fieldwork em 5 estados transitórios e relaciona os achados classificados como somáticos (corpocidade, experiência cinestésica, reações somáticas) com a participação em treinos de dança e outras circunstâncias. Conclui-se que os dados somáticos são múltiplos e participam incisivamente na construção da reflexão. Cabem novas explorações aos que desejem galgar graus de objetividade na pesquisa etnográfica da dança.

Bibliografia FORTIN, Sylvie. Contribuições possíveis da etnografia e autoetnografia para a pesquisa na prática artística. Porto Alegre:Revista Cena, 2009. FORTIN, Sylvie; GOSSELIN, Pierre. Considerações metodológicas para a pesquisa em arte no meio acadêmico. Natal:Art Research Journal, 2014. MOUSTAKAS, C.E. Heuristic research: Design, methodology, and applications. Newbury Park:Sage Publications, 1990. RICHARDSON, L. & St. PIERRE. Writing, a methody of inquiry. Londres:Sage Publications, 2005.

Capital de Moçambique, na África Austral, liberto de Portugal em 1975. 19

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O OPOSTO: UM PRINCÍPIO PARA A CONSTRUÇÃO DA PRESENÇA E CRIAÇÃO CÊNICA

Autora: Marilyn Clara Nunes Instituição: Universidade Estadual Paulista Linha de Pesquisa: Estéticas e poéticas cênicas Orientadora: Lucia Regina Vieira Romano Nível e data de início: Mestrado, março de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: antropologia teatral, presença cênica, treinamento atoral

A minha pesquisa é de natureza teórico-prática em que crio um espetáculo de demonstração técnica e disserto sobre o processo de criação deste. Esta demonstração, nomeada “O oposto”, foi dirigida por minha mestra Julia Varley, atriz do Odin Teatret, versando sobre a construção da presença cênica e criação atoral. Eu utilizo a própria estrutura da demonstração para apresentar o que é o treinamento, que vai de exercícios à criação de espetáculos, destacando a presença do princípio da “oposição” neste processo. Este princípio foi dividido em 4 elementos: a contraposição (que pode ser evidente ou sutil e que trabalho o equilíbrio e as tensões do corpo) que é utilizado por Decroux, especialmente referindo-se aos membros inferiores e superiores do corpo; a resistência, que envolve o emprego de força, de energia; pré-ação, que é o equivalente ao sats, de Barba ou a otkas, de Meyerhold; e a introversão e extroversão, que Delsarte chama de concêntrico e excêntrico. Há ainda o relato da minha experiência pessoal, a construção da relação interpessoal entre mestra e discípula, descrição dos exercícios aprendidos e o relato da criação dos meus espetáculos solos, dirigidos por Julia Varley. A pesquisa acompanha DVD com a demonstração técnica e entrevistas realizadas com o grupo Odin Teatret versando sobre o tema treinamento.

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A ENERGIA NA ARTE DO ARTISTA PERFORMATIVO: SIGNIFICADOS E APROPRIAÇÕES EM PROCESSOS CRIATIVOS

Autora: Marina Braga Campos Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Teatro, Sociedade e Criação Cênica Orientador: André Luiz Antunes Netto Carreira Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2016. Contato: [email protected] Palavras-chave: artista performativo, energia, treinamento

Essa pesquisa pretende investigar significados e apropriações da noção de energia na arte do artista performativo. Por meio de revisão bibliográfica, levantamento de referenciais artísticos e realização de entrevistas, tem o interesse de ampliar o entendimento de energia e identificar as bases que estruturam treinamentos corporais que visam à modulação da energia de forma consciente.

Está fundamentada, até o momento, nas reflexões sobre a energia da atuação escritas por Eugênio Barba, Luiz Otávio Burnier e Renato Ferracini. O termo performativo se refere ao conceito de teatro performativo de Josette Féral tratado de forma estendida às outras artes da cena que possam, além do trabalho de depuração sobre o “fazer”, apresentar uma preocupação com o caráter energético da performance.

Propõe-se realizar entrevistas semi-estruturadas com artistas performativos cujas produções dialoguem com a pesquisa. Pretende-se identificar e sistematizar entendimentos sobre a energia e como a noção de energia é integrada aos processos criativos e treinamentos contemporâneos, assim como, avaliar possíveis contribuições para a formação do ator, a partir de uma atenção à energia da performance.

Bibliografia BARBA, Eugenio. A canoa de papel – tratado de antropologia teatral. São Paulo: HUCITEC, 1994. BARBA, Eugenio; SAVARESE, Nicola. A arte secreta do ator: dicionário de Antropologia Teatral. São Paulo: HUCITEC, 1995. BURNIER, Luís Otávio. A arte do ator: da técnica à representação. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009. FERRACINI, Renato. A arte de não interpretar como poesia corpórea do ator. Campinas, SP. Editora Unicamp, 2003. FÉRAL, Josette. Por uma poética da performatividade: teatro performativo. Revista Sala Preta, São Paulo, v. 8, p. 197-210, 2008.

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“CRIADORES EM CENA”: REFLEXÕES SOBRE UMA EXPERIÊNCIA ARTÍSTICO PEDAGÓGICA NO TEATRO CEARENSE

Autora: Marisa Araújo Cavalcante Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Linha de Pesquisa: Teatro, Sociedade e Criação Cênica. Orientador: Vicente Concílio. Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2016. Contato: [email protected] Palavras-chave: Escola Porto Iracema, Criadores em Cena, Processo Artístico Pedagógico

A presente pesquisa em andamento visa refletir os meandros entre o processo criativo e o processo pedagógico dos envolvidos no trabalho artístico, tendo como objeto de investigação a primeira edição do curso teatral Criadores em Cena, ocorrido em 2015, na Escola Porto Iracema das Artes em Fortaleza- Ceará. A investigação centralizar-se-á na relação hierárquica entre diretores e atores no processo colaborativo, interferida (no caso do Curso aqui investigado) pela criação e produção em um espaço institucional. A abordagem metodológica ocorrerá por meio da reflexão teórica de autores como Antônio Araújo (2008), Flávio Desgranges (2011), Gilberto Icle (2007), dentre outros. Estas leituras serão relacionadas a entrevistas semi-estruturadas que ocorrerão presencialmente na cidade de Fortaleza- CE com os envolvidos. Também será utilizado como fonte de dados o material publicado ao longo da processo pedagógico no site da Escola Porto Iracema das Artes, no blog criado na ocasião, em vídeos e postagens sobre o processo divulgadas nas diversas mídias, como facebook e youtube.

Bibliografia ARAUJO, Antônio. A encenação no coletivo: desterritorializações da função do diretor no processo colaborativo. Tese de doutorado apresentada na Universidade de São Paulo- USP, 2008. DESGRANGES, Flávio. Pedagogia do Teatro: Provocação e dialogismo. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 2011. ICLE, Gilberto. Da Pedagogia do Ator à Pedagogia Teatral: verdade, urgência, movimento. O Percevejo online, v. 1, p. 1-9, 2009. www.portoiracemadasartes.org.br www.criadoresemcena.wordpress.com

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TEATRO DE ESPECTADORES: O PROFESSOR MEDIADOR

Autora: Martha Lemos de Moraes Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro Orientador: Flávio Desgranges Nível e data de início: Doutorado, 1/2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: espectador, teatro, mediação

Esta pesquisa em andamento busca caminhos metodológicos para uma pedagogia teatral mediadora em sala de aula, que seja realizada pelo professor de teatro, em prol da experiência estética do estudante e da formação de espectadores. Fundamenta-se na Pedagogia do Espectador (DESGRANGES, 2010), na estética da recepção (JAUSS, 1994) e na arte relacional (BOURRIAUD, 1998), tendo como hipótese que por meio do “ato” do espectador, da leitura de metáforas e da co-criação (espectador/artista), os estudantes ampliarão suas leituras de mundo e de si mesmos, tornando-se mais sensíveis ao olhar do Outro. A pesquisa está em fase de experimentação metodológica em campo, com a docência no curso de extensão “Teatro de espectadores” oferecido na Faculdade Evangélica de Taguatinga – DF para estudantes do curso de graduação em pedagogia desde março de 2016. Em síntese, o foco da mediação se dá no estímulo à reflexão e análise dos espetáculos assistidos, na partilha de leituras dos espectadores e na proposição de desdobramentos criativos aos estudantes (numa perspectiva de fazer/fruir sem dicotomia). Ou seja, a partir da leitura dos espetáculos, são realizadas releituras e criadas novas cenas, por meio da improvisação teatral. A avaliação é formativa e contínua (observação participante) e utiliza-se de ferramentas como diário reflexivo, questionários e registro áudio-visual. Apesar de recente, avalia-se parcialmente que os objetivos começam a ser atingidos, ao analisar discursos fundamentalistas e preconceituosos em avaliação diagnóstica versus ponderados / sensibilizados após experiências teatrais.

Bibliografia BOURRIAUD, Nicolas. Estética relacional. São Paulo: Martins Fontes, 1998. DESGRANGES, Flávio. A Pedagogia do Espectador. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2010. JAUSS, Hans Robert. A História da Literatura como Provocação à Teoria Literária. São Paulo: Ática, 1994.

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MÚSICA CORPORAL E JOGOS MUSICAIS: BARBATUQUES NA EDUCAÇÃO MUSICAL DO ARTISTA TEATRAL

Autor: Maurício de Oliveira Maas Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro, Formação do Artista Teatral Orientador: Prof. Dr. Fábio Cardoso de Melo Cintra Nível e data de início: Mestrado, março de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: jogos, música, percussão corporal, teatro

Este trabalho propõe uma investigação sobre as possibilidades de aplicação das práticas de musicalização corporal utilizadas pelo grupo Barbatuques, referência mundial em percussão corporal, na educação musical do artista teatral. Por conseguinte, este trabalho pretende ajudar a preencher uma lacuna ainda existente no ensino musical presente atualmente nas diversas escolas de teatro no Brasil.

O artista teatral precisa ter em sua formação, um mínimo de conhecimento musical. A utilização prática dos diversos jogos musicais corporais contribui no desenvolvimento e na apropriação de diversas qualidades e conceitos musicais: ritmo, pulso, afinação, coordenação motora, noção temporal, criatividade, sensibilidade, expressividade, escuta, atenção, estado de jogo, composição e improvisação.

A ideia da interdisciplinaridade entre Teatro e Música é de suma importância neste atual momento. O artista precisa expandir suas possibilidades musicais, desenvolver seu repertório de possibilidades e ter ferramentas à sua disposição para o seu fazer artístico. É preciso trazer esta força musical para dentro das salas de aula de teatro, não apenas do modo tradicional que vem sendo trazido mas abrindo novas possibilidades e novos horizontes. A proposta desta pesquisa é poder compartilhar, estudar e refletir sobre o uso de todo este conhecimento pedagógico dos Barbatuques na formação do artista teatral. Fazer com que esta educação seja mais completa e coesa, proporcionando uma ferramenta disponível, acessível e inovadora. Transformá-lo em semeador e multiplicador desta nova linguagem que propõe uma volta às origens, à sua fonte primária artística e sonora, utilizando um conhecido instrumento de trabalho: o seu próprio corpo.

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MÁSCARA NEUTRA NA ESCOLA

Autora: Mayara Tenório Gomes Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro Linha de Pesquisa:: Teatro-Educação Orientadora: Cleusa Joceleia Machado Nível e data de início: Iniciação Artística Cultural – Bolsa Acadêmica UFRJ, Abril de 2016 Nível e data de conclusão: Iniciação Artística e Cultural – Bolsa Acadêmica UFRJ, Abril 2017. Bolsa de fomento: PR1 - UFRJ . Pesquisa disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000479530 Contato: [email protected] Palavras-chave: Máscara Neutra, Educação, Teatro.

Este resumo consiste em um relato sobre a experiência do uso da Máscara Neutra por alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ). É resultado da pesquisa de Iniciação Artística (PIBIAC/UFRJ) vinculada ao Projeto Fazendo Gênero, que investiga um exercício de criação teatral cujo princípio pedagógico seja a experimentação poética de si por meio da vivência da teatralidade do corpo, através da aplicação e análise de uma prática teatral fundamentada nas ideias e conceitos do Teatro Físico, principalmente na pedagogia de Jacques Lecoq(2010), o exercício com a Máscara Neutra possibilita ao ator perceber e dissolver os resquícios de gestos e ações pessoais que interferem na sua atuação, desenvolvendo um estado corporal para o jogo/cena, o qual pode ser definido como estado de neutralidade. Embora sejam jogos mais empregados na formação de atores, o objetivo da experiência em âmbito escolar foi oferecer ao adolescente a possibilidade de experimentar este estado de presença cênica em seu próprio corpo, dialogando e refletindo sobre as possibilidades de teatralidade do corpo que ela suscita. Como resultado, aponta-se as observações dos alunos, que mencionam impressões distintas que vão de sensação de dilatação do corpo até sufocamento e incômodo. E, sobretudo, percebe-se a consciência e o desenvolvimento da capacidade de tornar ativo um comportamento corporal diferente para a cena, o estado neutro.

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MÁQUINAS – OBJETOS MOVENTES

Autora: Maysa Carvalho Gonçalves Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Linguagens Cênicas, Corpo e Subjetividade Orientador: Prof. Dr. Paulo Balardim Nível e data de conclusão: Mestrado, fevereiro de 2018 Contato: [email protected] Palavras-chave: máquinas, teatro de objetos, teatro de formas animadas

A proposta deste estudo é promover uma reflexão sobre a convergência entre as máquinas e a arte, em especial a relação com a linguagem do Teatro de Formas Animadas. Busca-se apontar as particularidades da máquina como sujeito na cena, observando a sua relação com o ator, além de compreender as restrições e potencialidades deste artificio teatral. Serão abordadas alguns exemplos de obras de arte que possuem a máquina como principal objeto de concepção, e uma breve análise de cenas do espetáculo “Las Tribulaciones de Virgina” do grupo catalão Hermanos Oligor.

Diversos artistas vão utilizar o termo máquinas para designar especificidades da sua criação e alguns deles interessam a esta reflexão. Na artes visuais, o estudo das pesquisadoras brasileiras Bete Esteves (2011) e Angélica Castro (2014) corroboram para a abordagem da máquina por meio do desenvolvimento da técnica e sua relação na arte, além de apresentarem o termo em demais autores. Também o conceito de arte cinética e a obra de Abraham Paltinik será de grande importância para a definição dos conceitos e contextualização da máquina na arte.

No Teatro de Formas Animadas contemporâneo a hibridação das áreas de conhecimento é cada vez mais recorrente. Ao refletir sobre máquinas enquanto objetos em movimento, e em diálogo com o conceito de arte cinética, é possível criar correlações com a perspectiva do Teatro de Objetos. Para esta reflexão, o estudo da Flávia D’Ávila (2013) contribui para a abordagem ao possibilitar a identificação da relação do objeto na cena e ao apresentar aspectos que criam paralelos de análise com as máquinas no teatro.

A utilização de máquinas na área teatral não é novidade da contemporaneidade, porém a sua potência expressiva enquanto sujeito na cena é uma perspectiva recente para a reflexão no teatro. O diálogo cada vez mais aproximado com a ciência e tecnologia proporciona um diferente olhar para os objetos cotidianos e apresenta novas possibilidades poéticas.

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CORPO OBSERVADOR: PERSPECTIVAS TEÓRICAS

Autora: Meireane R. R. de Carvalho Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Poéticas da Cena Orientadora: Profa. Dra. Daniela Gatti Nível e data de início: Doutorado, julho de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: experiência corpórea, percepção

O tema que se apresenta tem origem na pesquisa em andamento, que trata sobre os acontecimentos perceptivos da vida artística de Francisco Rider. E entende que o processo de criação ocorre em diferentes situações da vida do artista. Nesse processo de experiência, entendemos que o corpo é um corpo observador. A partir dessa visão, propomos dialogar sobre o termo que denominamos de corpo observador. Merleau-Ponty (2006), diz que a percepção é uma experiência corporal que se dá pelos sentidos. Diante da observação, que é corporal, o corpo vivencia olhares sobre o mundo. O corpo é integração dos sentidos no estado de percepção e interage com outros ambientes elaborando novas experiências. Fazendo uma aproximação das concepções de corpo enquanto percepção como experiência corpórea e interação com o meio, Maturana e Varela (2008) verificam que os sistemas viventes são autopoiéticos, com estruturas dinâmicas que interagem entre si, atuam em seu meio e consigo mesmo. Deleuze (2002), na leitura sobre Espinoza, propõe os pensamentos do filósofo acerca do corpo na perspectiva das afecções. Em Deleuze (2002), o corpo, para Espinoza, é compreendido pelas relações que ele tem, pela capacidade relacional que possui. O corpo se define pela potência das relações, pela capacidade de afetar e ser afetado. Entendemos, assim, que o meu corpo é uma relação de afeto pelas relações afetivas que ele é capaz de realizar. O corpo observador compreende a percepção corpórea que se dá na experiência, na relação com o mundo; Como organismo vivo, o corpo é uma estrutura dinâmica que interage entre os outros corpos e consigo mesmo; tem a capacidade de afetar e de ser afetado; se configura na experiência com o mundo.

Bibliografia DELEUZE, G. Espinoza: filosofia prática. Tradução de Daniel Lins e Fabien Pascal Lins. São Paulo: Editora Escuta, 2002. MATURANA, H.; VARELA, F. A organização do ser vivo. In: A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athenas, 2008, p. 40-61. MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. 3. ed. Tradução: Carlos Alberto Ribeiro de Souza. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

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PEDAGOGIA DO ATOR, TEATRO CONTEMPORÂNEO E INFÂNCIA

Autor: Melissa da Silva Ferreira Instituição: Universidade Federal de Ouro Preto Linha de Pesquisa: Processos e Poéticas da Cena Contemporânea Nível e data de início: Pós-Doutorado, maio de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: Formação do ator, ensino do teatro e criação artística

As investigações abordadas neste trabalho estão sendo desenvolvidas no âmbito da pesquisa de pós-doutorado em andamento no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFOP, denominada “Pedagogia do ator, teatro contemporâneo e infância: a prática como produtora de conhecimento”, que tem como foco a realização de eventos cênicos que envolvam atores e crianças com o intuito de investigar os modos de ser e estar da criança na cena e suas possíveis contribuições para as práticas formativas e artísticas dos atores contemporâneos.

A pesquisa surge como um desdobramento prático de questões presentes na tese de doutoramento “Ceci n’est pas un acteur: Corpo, percepção e experiência na cena e na pedagogia da Socìetas Raffaello Sanzio”, tais como a noção de prática como pesquisa, a diluição das fronteiras entre a criação artística e a pedagogia e a parceria entre atores e crianças.

As ações laboratoriais buscam oferecer para as crianças experiências na quais elas possam se apropriar da linguagem teatral interagindo diretamente no contexto da ficção e, ao mesmo tempo, funcionar como uma experiência formativa para os participantes adultos. Por meio desta pesquisa busca-se articulações entre diferentes esferas do fazer teatral: a formação de atores, o ensino do teatro e a criação artística.

O projeto tem como referência autores e artistas que trabalham com a ideia de que o teatro contemporâneo abarca formas de participação na cena que são geradoras de novas identidades artísticas, como Hans-Thies Lehmann, Marco De Marinis, Josette Féral, Erika Fischer-Lichte, Romeo Castellucci e Chiara Guidi.

Bibliografia FERREIRA, Melissa da Silva. Ceci n’est pas un acteur: Corpo, percepção e experiência na cena e na pedagogia da Socìetas Raffaello Sanzio [tese]. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina, 2014.

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TEATRO E VIOLÊNCIA: MAPEAMENTOS DE UMA CARTOGRAFIA DOS DISPOSITIVOS DE VIOLÊNCIA NA CENA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA

Autora: Mirela Ferraz Instituição: Universidade Estadual de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Teatro e Sociedade Orientador: André Carreira Nível e data de início: Doutorado, março de 2015. Nível e data de conclusão: Doutorado, março de 2019. Bolsa de fomento: CAPES Contato: [email protected] Palavras-chave: arte, contemporaneidade, teatro, violência

O presente trabalho de doutoramento pretende investigar específicas relações presentes entre o teatro e a violência social, no contexto do teatro brasileiro. A partir os conceitos utilizados por Walter Benjamin, Hannah Arendt, Slavoj Žižek, entre outros, busca-se delinear um mapeamento de uma possível cartografia existente entre o teatro no Brasil e a violência social, a fim de responder a principal hipótese: poder-se-ia escrever também um mapeamento da história do teatro brasileiro, a partir de uma história violência? Para este fim, as esferas da história, da filosofia e da arte, serão imbricadas pelo estudo dessa cartografia, que pretende investigar a hipótese principal por meio dos estudos dos objetos, os quais serão escolhidos a partir das fases da pesquisa em andamento, e também, particulares momentos do teatro no Brasil.

Bibliografia BENJAMIN, Walter Para a crítica da violência. En: Escritos sobre mito e linguagem. Trad.: Ernani Chaves. São Paulo: Editora 34/Duas Cidades, 2013. ARENDT, Hannah. A Condição Humana. 10º ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense Universitária, 2000; _______________. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Ed. Companhia das Letras, 1999; ________________. Sobre a Violência. Rio de Janeiro: Ed. Relume-Dumará, 1994; ŽIŽEK, Slavoj. Violência: seis reflexões laterais. Tradução de Miguel Serras Pereira. São Paulo: Boitempo, 2014.

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CORPOS TRANSPASSADOS: TECENDO DRAMATURGIAS

Autora: Mônica Leite da Silva Instituição: Universidade de Brasília Linha de Pesquisa: Processos Composicionais para Cena Orientadora: Profª Dra Alice Stefânia Curi Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Nível e data de conclusão: Mestrado, agosto de 2017 Bolsa de fomento: FAP/ DF Contato: [email protected] Palavras-chave: processo criativo, treinamento ator, capoeira, dramaturgia corporal

A proposta é trilhar um processo criativo advindo do estudo de caso de três moradores em situação de rua da cidade de Salvador/ BA conhecidos pelo codinome: Categoria, Fina e Mongo, que transpassam meu corpo/voz através de suas histórias e do meio urbano que se encontram. A dramaturgia nasce do treinamento por via da capoeira culminando na criação de matrizes que revelam virtualidades cênicas.

As ferramentas metodológicas se constituem através da pesquisa de campo, fotos, capitação áudio visual, usados como disparadores da criação, numa fricção entre real, imaginário do corpo/voz da atriz. Assumo a postura do Cartografo segundo Kastrup (2012), diante todas as fases da pesquisa, pensando no processo como algo inacabado e propício a desvelamentos outros durante seu percurso. Desta forma, autores como Barba (1995), Greiner (2005), Sampaio (2014), Sant’Anna (2001), Lima (2002) vão dando corpo e tecendo diálogos com o trabalho na sala de ensaio.

Bibliografia BARBA, E. A arte secreta do ator: dicionário de antropologia teatral. Campinas: Editora UNICAMP, 1995. GREINER, C. O corpo: pistas para estudos indisciplinares. São Paulo: Annablume, 2005. KASTRUP, V.. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. In: PASSOS, E., KASTRUP, V e ESCÓSSIA, L. (orgs). Pistas do Método da Cartografia. Porto Alegre: Sulina, 2012. (p. 32 – 51) LIMA, E. T.. Capoeira de Angola como treinamento para o ator. Dissertação. Universidade Federal da Bahia. 2002 SAMPAIO. M. E. A. Dramaturgia de uma nau de corposoutros: uma possibilidade cênica. Tese. Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. 2014. SANT’ANNA, D. B. de. Corpos de Passagens: ensaios sobre a subjetividade contemporânea. São Paulo: Estação da Liberdade, 2001.

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PEDAGOGIA DA LUZ

Autora: Nadia Moroz Luciani Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro, Formação do Artista Teatral Orientador: Prof. Dr. José Batista Dal Farra Martins Nível e data de início: Doutorado, fevereiro de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: design cênico, iluminação, pedagogia do teatro

Considerando os princípios do design como fundamentação da criação em iluminação cênica, pretende desenvolver uma proposta pedagógica para o ensino da iluminação cênica traçada a partir de pesquisa de mestrado (LUCIANI, 2014) que comprova a relação entre ambos e demonstra, em uma experiência prática de ensino da iluminação, sua possível aplicação.

Para tanto, deverá investigar o tema da perfomatividade da luz, supostamente estabelecida a partir da presença/ausência do seu agente, o criador/operador de luz em sua relação com a cena e com o espectador, ambos agentes (cri)ativos da cena contemporânea, considerando as transformações ocorridas na função e significação da luz com o advento do teatro pós-dramático e as formas de recepção surgidas simultaneamente aos conceitos de teatralidade e performatividade na segunda metade do século XX. Com base teórica aplicada na prática da criação, a pesquisa deverá analisar alguns projetos de montagens cênicas cuja luz seja performada, dentro e fora da cena, explorando sua potencialidade expressiva como linguagem e elemento sensorial, bem como a recepção criativa do espectador, para orientar um caminho para o ensino da iluminação.

Pretende, assim, propor uma estrutura e conteúdo didáticos para a formação técnica e artística do designer de luz como um artista capaz de compreender as demandas da ação coletiva de criação cênica. Sua proposta pedagógica deve, assim, estar ancorada em um processo metodológico de ação-reflexão-ação e no entendimento dos meios e estratégias do conceito de Design Cênico, além de compartilhar experiências e incentivar o confronto com outros métodos, processos e teorias de ensino para, quem sabe, conduzir à elaboração e implantação de um plano de formação de profissionais da iluminação cênica no Brasil.

Bibliografia LUCIANI, Nadia Moroz. Iluminação Cênica: uma experiência de ensino fundamentada nos princípios do design. Dissertação (Mestrado em Teatro) – PPGT, Ceart, UDESC. Florianópolis, 2014.

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DESVELAR A MÁSCARA: O MÉTODO BOAL NA FORMAÇÃO TÉCNICA, ÉTICA E POLÍTICA DE ATORES

Autora: Nathália Góes e Silva Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Arte e Contexto Orientadora: Ana Maria Rodriguez Costas Nível e data de início: Mestrado, agosto/2015 Nível e data de conclusão: Mestrado, agosto/2017 Contato: [email protected] Palavras-chave: Augusto Boal, formação de atores, Teatro do Oprimido

A pesquisa pretende analisar o método desenvolvido pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal (1931-2009) para o treinamento de atores sejam eles profissionais ou não. Boal sistematizou uma série de exercícios e jogos teatrais com a intenção de capacitar atores a exercerem a linguagem teatral. Norteada pela ideia de que é necessário que os homens recuperem suas capacidades sensíveis, abstraídas pelas mecanizações que o mundo contemporâneo nos impõe, sua pedagogia enfatiza uma proposta de que cada praticante reflita sobre sua vida através da prática teatral e, desta forma, extrapole a cena ficcional levando a experiência adquirida cenicamente para o âmbito da realidade e vice-versa. O recorte específico desta investigação terá enfoque na criação dos personagens por meio da construção de máscaras sociais, noção desenvolvida por Boal que apresenta as máscaras como figuras típicas e de caráter rígido. A metodologia em questão está sendo experimentada por dois núcleos: um deles formado por participantes da ONG Mudança de Cena, inseridos no circuito do teatro amador e que já possuem experiência com o sistema do Teatro do Oprimido, e outro núcleo composto por atores da Honesta Cia de Teatro, grupo formado por atores profissionais com formação acadêmica em artes cênicas. Ambos se utilizarão das técnicas propostas como ferramentas para um processo de criação. Esta investigação tem como propósito refletir sobre o caráter das construções de personagens produzidas pelos atores e bem como as consequências desta pedagogia para a estruturação teatral como um todo, as perspectivas e escolhas para a cena e as reflexões dos grupos.

Bibliografia: BOAL, Augusto. Jogos para Atores e Não-Atores. 13ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

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MELANCOLIA NA CRIAÇÃO DRAMATÚRGICA DE UM CORPO PERFORMATIVO

Autora: Nathalia Catharina Alves Oliveira Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e Cena Orientadora: Prof. Dra. Maria Helena Franco de Araujo Bastos Nível e data de início: Mestrado, março de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: corpo, dramaturgia, melancolia, performance, subjetividade

Esta é uma pesquisa artística e teórica que une o teatro, a dança, a dramaturgia e a 20

performance em uma perspectiva dialética e histórica. Neste estudo em que teoria e prática estão entrelaçadas, se investiga a experiência social e subjetiva contemporânea a partir do conceito de melancolia, aqui entendido como potência de criação de uma nova anatomia de nossa experiência física, psíquica e social. Pesquisa-se aqui o diálogo que pode ser estabelecido entre um corpo performativo e a subjetividade contemporânea a partir da ação de um corpo melancólico. Com o termo “performativo” pretende-se descrever um corpo em suas implicações tanto sociais quanto estéticas, um corpo que existe e opera em limiar.

É possível buscar em Walter Benjamin elementos esclarecedores da melancolia como um sintoma social do nosso século, relacionando o desencanto do melancólico ao efeito de um desajuste ou de uma recusa quanto as suas condições sociais. A desvalorização da experiência da vida conduziria ao fatalismo que está na origem da indolência do coração do melancólico (BENJAMIN, 2013). A atualidade da melancolia para esta pesquisa se funda na possibilidade que ela parece oferecer de problematização e reflexão sobre o corpo contemporâneo, fundado em uma estrutura social produtora de experiências subjetivas de pauperização.

Tomando-se o corpo do performer como um microcosmo de um corpo social, o mesmo poderia revelar e ao mesmo tempo resistir ao sistema ético e estético no qual está inserido? Este estudo debruça-se sobre um corpo melancólico, tendo como hipótese que este seja capaz de ressignificar sua condição dada anteriormente, como resistência a esta última.

Bibliografia BENJAMIN, Walter. Origem do Drama Barroco Alemão. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

https://vimeo.com/16059859820

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TEATRO, SUBJETIVIDADE E LOUCURA

Autora: Paola Cynthia Moreira Bonuti Instituição: Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas PPGAC / UFOP Linha de Pesquisa: Estética, Crítica e História das Artes Cênicas. Orientadora: Prof. Dr. Luciana da Costa Dias Nível e data de início: Mestrado, Abril de 2016 Nível e data de conclusão: Mestrado, Abril de 2018 Bolsa de fomento: UFOP Pesquisa disponível em: -- Contato: [email protected] Palavras-chave: ator, loucura, teatro, subjetividade

O presente trabalho se insere no âmbito da pesquisa de mestrado, em andamento, acerca das práticas de criação do ator junto aos usuários de saúde mental, tendo como escopo a possibilidade de (auto)-ressignificação do ‘louco’. A investigação teórica se dará através da relação crítica entre os escritos sobre loucura, modernidade, subjetividade e escrita de si de Foucault e a proposta teatral de Artaud, que convergem em direção a uma crise da representação, do pensamento e do corpo. Como fabricar um “corpo” sem órgãos? Como isso se relaciona com a questão da loucura e se faz questão para a cena contemporânea? A mesma tradição que construiu a clínica parece ter construído a prisão e o teatro fechado, a noção de subjetividade e de loucura. Neste sentido, Derrida também é chave de leitura da questão, que apresenta muitas tensões por serem discutidas. Em perspectiva metodológica, é importante destacar que esse objeto e suas questões nasceram dentro do trabalho realizado desde Março de 2015 junto ao Programa de Permanência-dia do Caps I (Centro de Atenção Psicossocial em Saúde Mental de Ouro Preto- MG), que evoluiu em direção à pesquisa iniciada junto ao PPGAC/UFOP. Encontra-se atualmente na fase de escrita do Referencial Teórico e de fomento à construção de um grupo teatral nos moldes do processo colaborativo (ou seja, não focado em uma subjetividade unívoca, relação que precisa ser discutida) e que incentive e estimule a autonomia, as aptidões e o desejo individual e coletivo.

Bibliografia ARTAUD, A. O Teatro e Seu Duplo. São Paulo: Martins Fontes, 2006. DERRIDA. J. A Escritura e a Diferença. São Paulo: Perspectiva, 1971. FOUCAULT, M. História da Loucura. São Paulo: Perspectiva, 2013.

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TEATRO E CINEMA: EXPERIMENTO INTERDISCIPLINAR NA CRIAÇÃO

Autora: Paula Emilia Almeida Martins de Martins Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Processos de Criação Cênica Orientadora: Marta Isaacsson Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: Interdisciplinaridade, Processo Criativo Colaborativo, Escritura Cênica, Improvisação

A investigação desse projeto situa-se no campo dos processos de criação artística 21

envolvendo as relações entre teatro e cinema. Seu objetivo é explorar as possibilidades de contribuição entre essas duas artes, a fim de destacar possíveis intercâmbios de procedimentos criativos entre as diferenças de suas especificidades de linguagem. De um lado há a colaboração da improvisação teatral como um dispositivo de construção de um roteiro de cinema. Do outro, há os procedimentos cinematográficos de intimidade do ator com a câmera e com as tecnologias presentes no set de filmagem como um gatilho de criação cênica. Assim, a pesquisa intenciona a construção de um texto teatral a partir de improvisações realizadas dentro do conceito que abarca o teatro performativo. Este texto propõe-se a não ser exclusivamente teatral e a ter um potencial cinematográfico. O corpus de análise desta investigação é a criação de uma encenação e de um curta-metragem gerados a partir do texto proposto e construídos em um processo colaborativo. A metodologia de pesquisa dá-se em duas etapas. Primeiramente o desenvolvimento será calcado na investigação das especificidades de ambas linguagens, nutrida por ideias de teóricos do campo do teatro como Anne Ubersfeld, Patrice Pavis e Roland Barthes, assim como por teóricos do campo do cinema, tais como André Bazin, Christian Metz e Susan Sontag. A segunda etapa, de caráter empírico, dará origem ao corpus de análise da pesquisa e será realizada no período de quatro meses. A prática conta com o elenco de seis atores, um encenador e um diretor de fotografia convidados e pretende contemplar a construção de uma encenação e de um curta-metragem.

Blog do processo disponível em: https://dramaturgiacinematografica.wordpress.com/ 21

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O TEMPO SUSPENSO

Autor: Paulo Eduardo Pinheiro Rosa Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Linguagens Cênicas, Corpo e Subjetividade Orientadora: Profa. Dra. Sandra Meyer Nunes Nível e data de conclusão: Mestrado, setembro de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Pesquisa disponível em: www.ceart.udesc.br/ppgt/ Palavras-chave: percepção temporal, presença cênica, relação, tempo

A pesquisa de natureza teórica aqui apresentada nasceu da vontade de compreensão dos fenômenos de presença cênica e sua relação com a construção da percepção temporal, inquirindo a possibilidade de manipulação dos mecanismos de estruturação de tal percepção para a criação de um ambiente propício ao surgimento dos eventos de presença.

Através de pesquisa bibliográfica, apresenta uma evolução histórica de como o conceito de tempo veio a se formar tal como o apreendemos hoje, passando de um modelo cíclico à um modelo linear (WHITROW, 2005) a os consequentes deslocamentos trazidos por tal mudança; apresenta também como a noção temporal foi transformada com o advento da Física Relativística e seus desdobramentos à nossa vida cotidiana. Sendo esse parâmetro tema central da pesquisa, postula que fenômenos de presença incorrem em alteração da percepção temporal, provocando sua contração ou expansão.

Sobre presença, o autor se baseia na noção de que toda comunicação gera presença, variando apenas em intensidade (GUMBRECHT, 2010), e através da relação com percepção temporal, conclui traçando possíveis encaminhamentos para entender os mecanismos de produção de tal presença e como poderíamos nos utilizar dos mesmos em um evento teatral.

Bibliografia GUMBRECHT, H. U. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto : Ed. PUC-Rio, 2010. WHITROW, G. J. O que é tempo?: uma visão clássica sobre a natureza do tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2005.

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O CORPO ESPETACULAR NA PRÁTICA DE ATORES DECANOS

Autor: Pedro Isaias Lucas Ferreira Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Linha de Pesquisa: Processos de Criação Cênica Orientadora: Inez Alcaraz Marocco Nível e data de início: Doutorado, Agosto de 2015 Bolsa de fomento: Capes Pesquisa disponível em: Ainda não está disponível Contato: [email protected] Palavras-chave: ator, corpo, espetacular

Este projeto de pesquisa propõe o estudo de espetacular através da análise de fenômenos observáveis na vivência cênica de atores experientes. Atores que ao longo das suas trajetórias profissionais viveram situações nas quais o espetacular pode ser reconhecido ou apropriado a partir das práticas teatrais, e de outras experiências cênicas, tais como as do circo, da dança, do rádio, do cinema e da televisão. O espetacular é considerado neste trabalho como a física peculiar do espírito, que se manifesta numa maneira de agir que difere do comportamento cotidiano e pressupõe participação, emanação mutual entre pessoas, segundo Jean Marie Pradier (PRADIER, 2001). A este estudo interessam as vivências de atrizes e atores que ainda trabalham ou trabalharam em diferentes ambientes cênicos e que fazem uma transmigração de conhecimentos e de técnicas, de um âmbito para o outro, e a partir deste circuito de aprendizados, conectaram impressões, dados e sensações, ao longo de décadas de exercício artístico. Formaram, portanto, conexões a partir de material sensível, tão pessoal e íntimo, quanto as próprias biografias. Deste material, serão selecionados para análise aqueles episódios que possibilitem uma observação de formas de ocorrência do corpo espetacular e de uma rede de fenômenos conexos a ele, como as situações que remetem à liminaridade e communitas e seus desdobramentos. Este trabalho é de natureza teórica e a metodologia a ser empregada é a entrevista semi-estruturada. É esperada uma particularização das experiências espetaculares a ponto do título final deste trabalho conter o nome do(s) ator(es) ou atriz(es) participantes.

Bibliografia PRADIER, Jean-Marie. Performers et sociétés contemporaines. L’embrasement. In: Théâtre/Public, nº 157, janvier/février, 2001, p. 47-62.

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VISADAS AO AUSENTE: UMA DISCUSSÃO SOBRE PRESENÇA NAS OBRAS DE PINA BAUSCH, KAZUO OHNO E STEVE PAXTON

Autor: Pedro Rodrigo Peñuela Sanches Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e cena Orientadora: Silvia Fernandes da Silva Telesi Nível e data de início: Doutorado (fevereiro de 2016) Contato: [email protected] Palavras-chave: presença, ausência, dança, alteridade, corpo

A partir de uma revisão crítica das ideias de autores de teoria estética (como H. Gumbrecht, 2010), que conceituam a noção de presença em oposição a noções como sentido e significado, pretendemos defender e fundamentar uma concepção de presença, que caminha tanto para a recusa da dicotomia em relação ao “sentido” – na medida em que concebemos, acompanhando J. Rancière (2009, 2012), toda concretude da experiência como um universo de partilha do sensível, em que as formas e a materialidade das coisas já enunciam sentidos, pela própria maneira como podem ser ou não percebidas, vividas e compartilhadas –, quanto para a proposta de uma concepção paradoxal da presença (não-dicotômica), entendida como forma subverter certa partilha hegemônica do sensível, por visar, abordar e jogar com certas ausências. Nesse sentido, toda presença é também evocação, presentificação ou atravessamento de ausências que, a princípio, pareceriam seus avessos.

Para desenvolver tal discussão, desdobraremos a hipótese de que nos trabalhos de Pina Bausch, Kazuo Ohno e Steve Paxton, aparecem modalidades específicas e fundamentais desse jogo entre presença e ausência, ligadas a certa abordagem da memória, da consciência (no sentido da palavra inglesa awareness) e da alteridade radical.

O trabalho é sobretudo teórico, baseado em material bibliográfico e entrevistas, mas ocorrerá em paralelo com uma proposta de investigação-criação cênica/coreográfica.

Bibliografia GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2010. RANCIÉRE, Jaques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO, Ed. 34, 2009. RANCIÉRE, Jaques. O espectador emancipado. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

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A DRAMATURGIA NA PRIMEIRA REPÚBLICA: A FUNÇÃO DRAMATURGO NA SOCIEDADE BRASILEIRA PÓS-MONARQUIA

Autor: Phelippe Celestino Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: História do Teatro Orientador: Prof. Dr. Ferdinando Crepalde Martins Nível e data de início: Mestrado, março de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: dramaturgia, função dramaturgo, história do teatro, primeira república, teatro brasileiro

Ao abordar o teatro realizado no Brasil entre 1889 até 1930, percebeu-se, num primeiro instante, a necessidade de reflexão sobre o teatro desenvolvido durante todo o século XIX. Mais que estudar os autores dramáticos e a historiografia teatral, mostrou-se necessária uma investigação sobre os contextos social e político que instauram a cultura literária no Brasil, dado o fato de que grande parte dos autores dramáticos são primeiramente autores da literatura num sentido geral. Diante disso, verificou-se que a circulação do material literário – e consequentemente do dramático – se dava em medidas mínimas, aspecto decorrente do surpreendente analfabetismo da época (GUIMARÃES, 2004). Logo, se havia um objetivo de apreciação do teatro enquanto vinculação a certo status literário, pressupõe-se que estas encenações dispunham de pouquíssimos adeptos e admiradores, restritas àquele pequeno círculo de intelectuais. Sobre isso, há ainda diversas questões a serem problematizadas. Todavia, deve-se levar em conta o teatro desvinculado desta ideia literária, ou seja, aquele que se dava para a fruição das pessoas que se encontravam alheias a isso. É esse teatro, ligado à população irrestrita, que se acentua conforme se aproxima o fin-de-siècle e que fundamenta as raízes uma cultura de massa (MENCARELLI, 2003), oposta àquela literária, e responsável pela notável hegemonia quanto ao teatro na Primeira República.

Bibliografia GUIMARÃES, Hélio. Os leitores de Machado de Assis: o romance machadiano e o público de literatura no século 19. São Paulo: EDUSP, 2004. MENCARELLI, Fernando. A Voz e a Partitura: Teatro Musical, Indústria e Diversidade Cultural no Rio de Janeiro (1868-1908). Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas, 2003, Campinas.

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LISPECTORANDO: UMA EXPERIÊNCIA CORPÓREA EM UM ATO POÉTICO

Autora: Priscila Queiroz Freire Instituição: Faculdade Angel Vianna – FAV Linha de Pesquisa: processos criativos dentro da área da dança Orientadora: Helia Maria Oliveira da Costa Borges Nível e data de conclusão: Especialização. Março de 2016. Pesquisa disponível em: www.academia.edu Contato: [email protected] Palavras-chave: corpo, metacorporeidade, movimento

Este trabalho teórico trata-se do processo de montagem de Lispectorando , uma vídeo-22

dança na qual eu sou a única intérprete. Assim faço um relato subjetivo, íntimo e artístico, acrescentando reflexivamente suas questões e contextos. Tento assim dialogar harmonicamente com o raciocínio lógico-perceptivo, filosófico-subjetivo que podem surgir na ação de se movimentar e dançar de uma maneira cartográfica e poética.

Reflito uma possível forma de pensar o tempo através de algumas provocações gestacionais que Clarice Lispector traz em seu livro “A hora da Estrela” desenvolvendo esta 23

ideia como a preparação para o surgimento de um novo indivíduo com base em Simondon, que discute esse surgimento à luz de uma construção da subjetividade desse indivíduo. Além disso, mostro um panorama das preparações corporais para este trabalho, explicitando as técnicas e vivências utilizadas.

Penso neste resultado como uma forma de mais uma vez atualizar a obra A hora da estrela através desse corpo devir chamado Lispectorando e que ganha outras formas de reverberação, conquistando outras possibilidades de criar e recriar outras corporeidades.

Bibliografia DAMASCENO, Veronica. Notas sobre a individuação intensiva em Simondon e Deleuze. Revista O que nos faz pensar, n. 21, maio 2009, p. 173-186. LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: Transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina, 2006.

Lispectorando. Disponível em: https://vimeo.com/151940715 senha: lispectorando.22

Utilizo dois trechos desta obra: “engravidada de si mesma” (LISPECTOR, 1998, p. 60) e 23

“Uma pessoa grávida de futuro” (idem, p. 79)

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DEPOIS DA TÉCNICA: A MATURIDADE ARTÍSTICA DO ATOR

Autora: Priscilla de Queiroz Duarte Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Linha de Pesquisa: Artes da Cena Orientador: Fernando Antonio Mencarelli Nível e data de início: Doutorado, março 2015 Bolsa de fomento: Fapemig Contato: [email protected] Palavras-chave: arte do ator, maturidade, técnica, trabalho sobre si

Em sua maturidade artística, Stanislavski acumula certa bagagem sobre a técnica da arte teatral, e sente necessidade de reordená-la, ao mesmo tempo em que se pergunta onde teria ido parar sua antiga alegria criativa da juventude.

Conquista, aperfeiçoamento e superação da técnica são questões que interessaram aos reformadores do teatro do séc. XX e aos teatros-laboratórios de Grotowski e Barba nos anos 1960. Enfatizaremos na pesquisa a experiência atual de atores provenientes desses grupos. Em sua maturidade artística, como lidam com a técnica?

Discutiremos noções como Grande Reforma e teatros-laboratórios (SCHINO, 2012); técnica e trabalho sobre si em Stanislavski (2009), Grotowski (2011) e Barba (1993); cuidado de si em Foucault (2006) e cultivo de si em Yuasa (1993); flor em Zeami (1987); abhinaya no Natyashastra (GHOSH, 1995).

A pesquisa será desenvolvida na teoria (revisão bibliográfica) e na prática (exercício cênico e trabalho de campo). Exploraremos não apenas mutações teatrais, mas zonas ocultas da experiência, de afetos, sentimentos e valores, entre a vida e a arte do ator.

Bibliografia STANISLAVISKIJ, Konstantin. La mia vita nell’arte. Firenze: La casa Usher, 2009. SCHINO, Mirella. Alquimistas do Palco: os laboratórios teatrais na Europa. São Paulo: Perspectiva, 2012. BARBA, Eugenio. La canoa di carta: Trattato di Antropologia Teatrale. Bologna: Il Mulino, 1993. FOUCAULT, Michel. A Hermenêutica do sujeito. São Paulo: Martins Fontes, 2006. GOSH, M. (Trans.). The Natyasastra. Calcutta: Manisha Granthalaya, 1995. GROTOWSKI, Jerzy; FLASZEN, Ludwik. O Teatro laboratório de Jerzy Grotowski 1959 -1969. São Paulo: Perspectiva/SESC-SP/Fondazione Pontedera, 2001. YUASA, Yasuo. The body, Self-Cultivation and Ki-Energy. New York: SUNI, 1993. ZEAMI, Motokiyo. Il segreto del Teatro No. Milano: Adelphi, 1987.

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O TEATRO MUSICAL DE GILBERTO MENDES

Autor: Rafael Lemos Instituição: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Linha de Pesquisa: Abordagens Teóricas, Históricas e Culturais da Arte Orientador: Prof. Dr. Omar Khouri Nível e data de início: Mestrado, março de 2015 Nível e data de conclusão: - Bolsa de fomento: Capes Pesquisa disponível em: - Contato: [email protected] Palavras-chave: intersemiose; música; teatro

Gilberto Mendes, compositor, dedicou-se, durante mais de meio século de carreira, à experimentação dos limites da linguagem musical em relação com os demais códigos. Dentre suas obras mais radicais, há composições num gênero denominado pelo musicólogo Gérard Béhague de “teatro musical” (THE NEW GROVE, 1980). Nestas composições não há propriamente música, se esta for entendida como organização dos sons, mas há a apropriação dos gestos encenados no palco como música, aparecendo a linguagem musical strictu sensu apenas de forma eventual nesta espécie de harmonia intersemiótica. A noção de música aproxima-se aqui da de performance, sendo a obra propriamente a execução de uma partitura corporal onde, embora a ação teatral possa constituir a o que Susanne Langer chama de “aparição primária” (LANGER, 2004), seus recursos estruturais são análogos à construção musical, surgindo a música aí como uma manifestação secundária.

O trabalho a ser apresentado, de natureza teórica, reflete, sobre a intersemiose e a exploração dos limites e confluências entre linguagens artísticas, aspectos constantamente presentes na obra de Gilberto Mendes. Através de uma leitura mediada pela semiótica peirceana e pelo conceito de “aparição primária” de Susanne Langer, abordaremos o teatro musical Son et Lumière (para tape recording, pianista-manequim e dois fotógrafos), de 1968, buscando evidenciar o contributo das artes visuais cênicas no desevolvimento de uma nova compreensão de música na contemporaneidade.

Bibliografia LANGER, Susanne. Filosofia em nova chave. São Paulo: Perspectiva, 2004. PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1999. THE NEW GROVE DICTIONARY OF MUSIC AND MUSICIANS. London: MacMillan, 1980.

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TEATRO DE IDENTIDADES:CAMINHOS LUSITANOS DO TEATRO E COMUNIDADE

Autor: Ramon Santana de Aguiar Instituição: Universidade do Estado de Minas Gerais Nível e data de conclusão: Pós- Doutorado julho de 2014 Bolsa de fomento: CAPES Contato: [email protected] Palavras-chave: Teatro, identidade, comunidade

A comunicação aqui proposta é parte dos resultados da pesquisa de pós-doutorado (CAPES) realizada pelo autor junto ao mestrado em Teatro e Comunidade da Escola Superior de Teatro e Cinema em Amadora, Portugal. O projeto Teatro de Identidades – teatro sénior é uma iniciativa daquela Escola em parceria com a Câmara Municipal de Amadora e configura-se como Teatro e Comunidade. As atividades são coordenadas e desenvolvidas por participantes do mestrado referido e tem como objetivo estabelecer pontes e trocas entre as práticas e experiências de intervenção em teatro e comunidades com pessoas idosas. O projeto tem possibilitado o registo de alterações de comportamentos e atitudes através da comunicação verbal e não-verbal, conscientização corporal, movimento e outras formas de expressão e integração social. O trabalho desenvolvido considera que os idosos são fonte de aprendizagem acumulada, e estabelecem os elos com o passado e consequentemente, com nossas identidades sociais e coletivas. As intervenções se dão, principalmente a partir das contribuições que o Teatro e suas metodologias corroboram para o desenvolvimento de novas mentalidades. Como resposta à comunidade, são organizados recitais, encontros e espetáculos apresentados em diferentes espaços. Aqui, da-se destaque ao espetáculo / ritual de rua intitulado “Casamento AmaAdora” ocorrido em junho de 2013. Esse teve a direção artística do autor e compos as atividades desenvolvidas no seu estágio pós-doutoral. A ação de inscrever um novo rito no cotidiano de uma cidade através do teatro é percebida como construção de relações entre participantes envolvidos em uma rede de laços interpessoais em que experiências pessoais são sustentadas por eventos intencionais e emocionalmente carregados.

Bibliografia Aguiar, R; Wengorovius, R. Teatro e Comunidade: projeto de investigação com seniores. Amadora: Câmara Municipal de Amadora, 2014. Bosi, Ecleia. Memória e sociedade. Lembranças de velhos. São Paulo: Cia das Letras, 1995; Certeau, Michel. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 2000; Houseman, M. O Vermelho e o negro: Um experimento para pensar o ritual. In: Mana. Rio de Janeiro: Out 2003, vol.9, no.2, p.79-107; Jacob, L . Animação de idosos. Lisboa: Anbar, 2008.

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RASTROS DO JOGO MUSICAL: RESSONÂNCIAS DE MEIERHOLD NA CENA CONTEMPORÂNEA (RÚSSIA-FRANÇA-BRASIL)

Autora: Raquel Castro de Souza Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Linha de Pesquisa: Artes da Cena Orientador: Prof. Dr. Maurilio Andrade Rocha Nível e data de início: Doutorado, agosto de 2013 Bolsa de fomento: Capes/Pdse Pesquisa disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/JSSS-9B7NXQ Contato: [email protected] Palavras-chave: jogo musical, processos de transmissão/recepção, V. Meierhold

A comunicação tem como objetivo apresentar o processo de investigação dos princípios de composição e procedimentos criativos que se referem ao jogo com a música no teatro do encenador russo Vsévolod Meierhold. Pretende-se, ainda, apresentar os resultados parciais da pesquisa que buscou rastrear e refletir sobre as ressonâncias das propostas de Meierhold na cena teatral contemporânea com a finalidade de verificar a pertinência de uma pedagogia de jogo com a música na formação de atores e encenadores ocidentais.

Para essa etapa da pesquisa, foi realizado um estágio no Centro de Pesquisa Paris-Sorbonne-CNRS EUR’ORBEM (UMR 8224) - unidade de pesquisa interdisciplinar sobre as culturas e sociedades da Europa Oriental - sob direção da pesquisadora Dra. Marie-Christine Autan-Mathieu, especialista na área do teatro russo. Foram feitas análises de processos de recepção, transmissão e transformação de técnicas teatrais através do estudo de cruzamentos e interações Rússia/França/Brasil no âmbito teatral durante os séculos XX e XXI, especialmente os processos relativos aos princípios musicais do teatro meierholdiano.

Partindo da premissa que há rastros das propostas de Meierhold nos trabalhos de certos grupos e artistas da cena teatral contemporânea da Rússia, França e Brasil, propõe-se apresentar exemplos de materialização de procedimentos propostos pelo artista russo à sua época e suas possíveis projeções no teatro contemporâneo através da análise de processos de criação e formação teatral que tenham sido influenciados, direta ou indiretamente, pelas propostas de Meierhold.

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SIMULAÇÃO REALÍSTICA: AS PRÁTICAS DE TEATRONA FORMAÇÃO DE MÉDICOS E ENFERMEIROS.

Autora: Raquel Júlio Mastey Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Teatro, Sociedade e Criação Cênica Orientadora: Profª Drª Tereza Mara Franzoni Nível e data de início: Mestrado, março de 2016. Nível e data de conclusão: Mestrado,agosto de 2017 Contato: [email protected] Palavras-chave: humanização, saúde, simulação realística, teatro

À pesquisa, se propões a investigar a prática interdisciplinar, nomeada Simulação Realística, que acontece em alguns Hospitais/Escolas, que faz uso de recursos e metodologias de teatro no processo de formação de profissionais de saúde. A hipótese que esta prática de ensino, faz uso de metodologias de teatro, surgiu a partir de leituras de relatos de experiência, sobre na participação da prática de uma equipe de saúde, do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Neste relato, podemos encontrar termos como: catarse, cenas, ações dramáticas, improvisações, atores profissionais, bonecos simuladores, cenários . 24

Para que seja investigada a forma de utilização dos recursos de teatro, no processo de formação, escolhemos a proposta político/estética de Brecht. A metodologia utilizada é de caráter documental/qualitativa, envolverá pesquisa em documentos do Ministério da Saúde, Diretrizes Curriculares dos Cursos de Medicina e Enfermagem, da literatura sobre experiências de Simulação Realística, bem como da literatura sobre os métodos propostos por Bertold Brecht e autores contemporâneos que discutem o método sistematizado por ele, como a autora (KOUDELA, 2001) entre outros. Com isto, organizaremos protocolos de observações, em seguida faremos análises de simulações in lócus. No objetivo de documentar, analisar, comparar e descrever a prática com ênfase no trabalho do ator/atriz, e os recursos utilizados.

Bibliografia: BRASIL. Instituto Nacional do Câncer. Comunicação de notícia difíceis na atenção à saúde. Coordenação geral de gestão assistencial. Coordenação de Educação. Rio de Janeiro: INCA, 2010. Disponível em: < http://pt.slideshare.net/carinh/comunicando-noticias-dificeis >. Acesso em: 09 ago. 2015. KOUDELA, Ingrid Dormien. Brecht na Pós-Modernidade. São Paulo: 2001.

Termos citados conforme relato de experiência, do livro: Comunicação de notícias difíceis 24

páginas: 25-29; 65-71, no ano 2010, disponível em: http://pt.slideshare.net/carinh/comunicando-noticias-dificeis

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INTERVENÇÃO URBANA, DANÇA E EDUCAÇÃO POR UMA ÓTICA LABANIANA

Autora: Rebeca Santos de Oliveira Instituição: Faculdade de Dança Angel Vianna Linha de Pesquisa: Dança Orientadora: Profª. Ma. Regina Miranda/Profª. Ma. Ana Bevilaqua Nível e data de conclusão: Pós-Graduação, Dezembro de 2015 Bolsa de fomento: sem bolsa Contato: [email protected] Pesquisa disponível em: Biblioteca da Faculdade Angel Vianna Palavras-chave: dança, educação, intervenção urbana

Foi realizado um estudo de caso analisando duas experiências distintas: a prática de uma intervenção urbana e uma oficina de dança na educação formal, cujo formato surgiu em decorrência da intervenção. A análise foi efetuada pela ótica da teoria de Rudolf Laban e pelo conceito de lúdico de Johan Huizinga. O projeto "Vamos brincar? Let´s play again!” (VBLPA) consiste em pular corda em praças públicas da cidade de São Paulo e é voltada para o público adulto, os principais responsáveis pela educação das crianças. A oficina de dança foi realizada em uma escola pública da rede municipal de São Paulo com crianças do segundo ano do Ensino Fundamental I, em novembro de 2014. Ambos tem em comum brincadeiras com corda como principal estímulo corporal e interacional para promover um movimento espontâneo e criativo. Conceitos como o "mundo do silêncio" e a importância da manutenção do movimento espontâneo infantil na prática da dança educacional são norteadores das práticas analisadas. No projeto VBLPA a ação simples de pular corda, quando descontextualizada, gera um estranhamento nos transeuntes, esta surpresa e esta possibilidade de se mover no espaço urbano de outra maneira gera um estado de euforia que continua para além da ação. Na escola a prática de alguns conceitos de Laban atingiu o objetivo de incentivar o movimento espontâneo das crianças. O "mundo do silêncio" enquanto lugar de potência criadora e estética humana se manifestou de maneira espontânea nos transeuntes que participam da ação e nas crianças que participaram da oficina.

Bibliografia HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva, 2001. LABAN, Rudolf. Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990. LABAN, Rudolf. Domínio do movimento. São Paulo: Summus,1978.

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O AIKIDO E A CAPOEIRA COMO FONTES DE INSPIRAÇÃO PARA A DRAMATURGIA DO ATOR

Autora: Renata Mazzei Batista Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro- Formação do Artista Teatral Orientador: Prof. Dr. Armando Sérgio da Silva Nível e data de início: Doutorado, Janeiro de 2013 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: aikido, capoeira, corpo, ator, relação

Esta pesquisa tem como objetivo a elaboração de procedimentos que preparem o ator psicofisicamente, ampliem seu repertório técnico e poético e estimulem seu potencial expressivo por meio de elementos extraídos do aikido e da capoeira, de modo a construir uma dramaturgia com base no trabalho criativo do ator. O aikido é uma arte marcial japonesa que busca o caminho da harmonização do ki. O ki, explicando de forma simplista, se refere à energia vital que flui pelo corpo. Todos os movimentos do aikido pressupõem uma relação, pois suas técnicas são sempre de contragolpe. Este contragolpe terá como impulso o aproveitamento da energia do ataque que estiver sendo desferido. Já a capoeira é uma luta-dança de origem afro-brasileira criada pelos escravos e seus descentes. Esta arte tem como principal característica o jogo que se desenvolve no centro de uma roda ao som de cantos e toques. Dois importantes fundamentos da capoeira são a conexão entre os parceiros durante o jogo e a afetação pela música. Da dinâmica destas artes selecionamos alguns princípios para o treinamento do ator que são: relação com o parceiro, potencialização da energia por meio da conexão entre respiração e movimento e uso de voz e música como recurso para estimular a criatividade. Como suporte teórico recorremos à Rudolf Laban no que diz respeito aos fatores de movimento, à Alva Noe e seus estudos sobre a percepção e a Martin Buber que concebeu a palavra princípio Eu-Tu para explicar a relação direta, imediata e recíproca.

Bibliografia BUBER, Martin. I and Thou. Trad. Walter Kaufmann. New Tork: Touchstone, 1971. LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. Tradução de Anna Maria Barros de Vecchi e Maria Silvia Mourão Netto. 4ª ed. São Paulo: Summus, 1978. NOE, Alva. Action in Percetion. Mit Pr, 2009.

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INTERSTÍCIO INTERFACETADO: POSSIBILIDADES COMUNICACIONAIS

Autor: Rodrigo Rhenan Domingues Instituição: Unespar – Campus Curitiba II Linha de Pesquisa: Dança e Tecnologia Orientadora: Gisele Miyoko Onuki Nível e data de início: Iniciação Científica, agosto 2015 Nível e data de conclusão: Iniciação Científica, agosto 2016 Bolsa de fomento: Não se aplica Pesquisa disponível em: Não se aplica Contato: [email protected] Palavras-chave: dança-tecnologia, interstício, comunicação.

Ao olharmos para o contexto do homem contemporâneo, vemos que o mesmo está imerso por tecnologias, isto vem mudando a forma de pensarmos esse corpo tanto na sociedade quanto na cena artística. Desta maneira, este trabalho pretende, de forma breve, compreender a possível comunicação que decorre da relação entre o corpo que dança e a tecnologia, em um contexto de criação artística a qual acontece em tempo real. Para tanto, partimos do conceito de interface, termo este desenvolvido pela área da informática, tendo por finalidade intermediar uma relação entre dois sistemas distintos, ou seja, através de uma ação simples como apertar um botão o computador processa a informação e a devolve para o mesmo (Arantes, 2005). Além deste termo, utilizaremos o conceito de Corpo Interface proposto pela Lucia Santaella (2013), em específico o vetor intersticial compreendido como o “entre”, lugar este onde ocorre a relação, entre o corpo que dança e o corpo projetado. Assim sendo, compreendendo estes conceitos, vemos uma grande possibilidade cênica, onde o corpo não é suporte da mesma, mas cria neste contexto, outro modo de se relacionar com a tecnologia, chegando a produzir presença (Gumbrecht, 2010), tanto para o mesmo, quanto para o espectador que assiste.

Bibliografia ARANTES, Priscila. @rte e Mídia: perspectivas da estética digital. São Paulo: Senac São Paulo, 2005. HANS, U. Gumbrecht. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Tradução de Ana Isabel Soares. Rio de Janeiro: Contraponto e PUC-Rio, 2010. SANTAELLA, Lúcia. Comunicação ubíqua: repercussões na cultura e na educação. São Paulo: Paulus, 2013.

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A PRESENÇA CÊNICA NOS PROCESSOS DE PREPARAÇÃO E CRIAÇÃO DO ATOR DESENVOLVIDOS POR ANTONIO JANUZELLI

Autor: Rodrigo Severo dos Santos Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Texto e Cena, Teoria e Prática do Teatro Orientador: Prof. Dr. Marcos Aurélio Bulhões Nível e data de conclusão: Mestrado, setembro de 2015 Bolsa de fomento: Capes Atuação profissional: Ator, performer e professor e membro do Grupo Desvio Coletivo Contato: [email protected] Pesquisa disponível em: www.teses.usp.br Palavras-chave: Antonio Januzelli, presença cênica, processos de preparação e criação

Esta pesquisa, de natureza empírica, estudou, nos processos de preparação e criação cênica de Antonio Januzelli, princípios metodológicos que contribuem para potencializar a presença do ator. Januzelli desenvolve um trabalho contínuo de pesquisa dedicado à prática e formação do ator. Acredito que o desenvolvimento do seu laboratório de ator (JANUZELLI, 1992), nos últimos anos, ainda não sistematizado, apresenta contribuições para a formação do ator do teatro performativo (FÉRAL, 2015), principalmente para a ideia de presença. O estudo enfoca a observação, registro e análise dos workshops orientados por Januzelli no Grupo Desvio Coletivo (2012-2013), complementados por entrevistas com os atuantes, descrições de ensaios do espetáculo A Hora e Vez (2014) e por reflexão sobre o processo de criação de O Porco (2013), pela observação do espetáculo e realização de entrevistas com o diretor e com o ator Henrique Schafer. Cheguei à conclusão de que a noção de representação mimética não entra nas práticas de Januzelli e a presença aparece como uma força proveniente do corpo fenomênico do ator (FISCHER-LICHTE, 2011), transformando-se em estado, fluxo energético, em que o espectador é captado pelo magnetismo de uma pessoa real, chamado por Januzelli de pessoalidade, transparência e presentificação de si mesmo.

Bibliografia FÉRAL, Josette. Além dos limites: teoria e prática do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2015. FISCHER-LICHTE, Erika. Estetica de lo performativo. Madrid: Abada, 2011. JANUZELLI, Antonio. A aprendizagem do ator. São Patulo, Ática, 1992.

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PESQUISA LA POCHA NOSTRA: TRAJE DE CENA EM PERFORMANCE

Autora: Sandra Pestana Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: História do Teatro Orientador: Prof. Dr. Fausto Viana Nível e data de início: Doutorado, fevereiro de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: Figurino, La Pocha Nostra, Performance

A pesquisa La Pocha Nostra: trajes de cena em performance propõe a análise teórica e a documentação do traje de cena (figurino) de performance, por meio do estudo de caso do coletivo transnacional La Pocha Nostra. O foco da pesquisa são os trajes de cena criados a partir das práxis desenvolvidas pelo coletivo nas décadas de 1990 e 2010, denominadas antropologia inversa e ternura radical, observando-os dentro da perspectiva de continuums, cujos extremos seriam desconstrução do corpo étnico/histórico/regional e geração do corpo em devir. La Pocha Nostra desenvolveu metodologia criativa a partir do uso de trajes e props, como laboratório para criação de imagens vivas e personas, observando os processos híbridos de criação na cena contemporânea, a pesquisa propõe uma reflexão sobre os aportes que tal metodologia pode oferecer também para criação de trajes de cena teatrais, especialmente os de espetáculos nomeados como contemporâneo, performativo ou pós-dramático.

Bibliografia BONFITTO, Matteo – Entre o ator e o performer: alteridades, presenças, ambivalências. São Paulo: Perspectiva: FAPESP, 2013. CANCLINI, Nestor Garcia - Culturas híbridas. São Paulo: Edusp, 2013. D’EMILIA, Dani - Encarnando la ternura radical: alianzas político-afectivas y descolonización del cuerpo en la performance-pedagogía de La Pocha Nostra. Master PEI, MACBA, Barcelona, Universidad Autonoma Barcelona, 2015. Inédito, cedido pela autora. FERNANDES, Silvia – Teatralidades Contemporâneas. São Paulo: Perspectiva: FAPESP,2010. GÓMEZ-PEÑA, Guillermo e SIFUENTES, Roberto - Exercises for Rebel Artists: Radical Performance Pedagogy. Londres e Nova Iorque: Routledge, 2011. ORTIZ, Renato – Mundialização e Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994. VIANA, Fausto e BASSI, Carolina (org.) – Traje de cena, traje de folguedo. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2014.

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TEATRO, PERFORMANCE E FEMINISMOS: SUBJETIVIDADES COMO ZONAS DE CONFRONTO ESPECTACULARIZADAS

Autora: Stela R. Fischer Instituição: USP Linha de Pesquisa: Pedagogia do Teatro, Formação do Artista Teatral Orientadora: Profª Dra. Elisabeth Silva Lopes Nível e data de início: Doutorado em Artes Cênicas (Fev. de 2013) Bolsa de fomento: FAPESP Atuação profissional: atriz e diretora teatral do Coletivo Rubro Obsceno. Docente do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Contato: [email protected]

Há alguns anos venho me dedicando ao ativismo artístico. Não posso me furtar de lembrar o quanto o nosso atual panorama político instaura um momento de desorientação e retrocessos em relação aos direitos humanos e de gênero já conquistados. É um momento de reedições de disciplinamento dos corpos a partir da perspectiva heterossexual, branca, patriarcal, cristã.

Faz-se imprescindível tratar estes temas em diversos âmbitos, inclusive nas artes como formas de inscrição política, “quaisquer que sejam as intenções que as regem, os tipos de inserção social dos artistas ou o modo como as formas artísticas refletem estruturas ou movimentos sociais” (Rancière, 2009, p. 19). Nessa direção, enfatizo a performance e os ativismos artísticos. Para Diana Taylor, a performance oferece uma maneira de gerar e transmitir conhecimento através do corpo, da ação e do comportamento social. E defende que os corpos “não apenas incorporam estas novas subjetividades espectacularizadas, mas também se colocam em tensão crítica frente a elas” (Taylor, 2012, p. 108).

Assim, pretendo descrever a pesquisa cênica que resultou na performance Para aquelas que não mais estão, parceria entre o Coletivo Rubro Obsceno e a performer mexicana Violeta Luna, uma denúncia poético-cênica da problemática do feminicídio na América Latina. 25

Bibliografia RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: E. 34, 2009. TAYLOR, Diana. Performance. Buenos Aires: Asunto Impreso ediciones, 2012.

A performance “Para aquelas que não mais estão” foi concebida para a programação da II 25

Bienal Internacional de Teatro da Universidade de São Paulo e estreou em 18 de dezembro de 2015, no TUSP, São Paulo.

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ENTRETECER BORDAS NO FAZER DANÇANTE:CONTRIBUIÇÕES DO MOVIMENTO AUTÊNTICO PARA DANÇA CONTEMPORÂNEA

Autora: Suzana Beiersdorff Bayona Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Técnicas e Processos de Formação do Artista da Cena Orientadora: Profa. Dra. Marisa Martins Lambert Nível e data de início: Mestrado, agosto de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: dança contemporânea, educação somática, movimento autêntico, processo de criação

A presente pesquisa nasceu da intersecção entre minha experiência prática como dançarina contemporânea associada à vivência em abordagens de Educação Somática, especificamente o Movimento Autêntico (MA). Neste terreno vivencial, tenho como objetivo, pela investigação teórico-prática, encontrar cruzamentos de saberes dessas áreas, identificando elementos no MA que possam potencializar processos de criação em dança. A metodologia da pesquisa está embasada em pressupostos pós-positivistas, com a bricolagem das etnografias interpretativa e pós-moderna.

Esta proposta de apresentação visa a exposição oral da etapa em que se encontra o projeto, com foco na contextualização teórica, bem como na coleta de dados já realizada. Do ponto de vista teórico, aponto as noções em dança contemporânea, educação somática e do MA. Da coleta de dados, trago a exposição de elementos referentes a entrevistas semi-estruturadas realizadas com 04 artistas da dança que utilizam o MA em suas pesquisas de criação. A partir desta etapa, darei início à análise e produção de dados, com a realização de laboratórios práticos. Conduzirei essas experiências com base nas metodologias e modos de relação entre MA e dança levantados junto às artistas entrevistadas. Neste momento se dará o cruzamento com a minha experiência pessoal como pesquisadora da dança e praticante da abordagem somática, de modo a construir caminhos de investigação pessoal na criação artística.

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A SOMBRA À LUZ DA VOZ: OS MECANISMOS DO GRAVE E DO AGUDO

Autora: Tainã Filipe Araujo Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linha de Pesquisa: Centre Artistique Internacional Roy Hart – CAIRH Orientadora: Profª. Drª. Gina Maria Monge Aguilar Nível e data de conclusão: Iniciação Científica, julho de 2016 Bolsa de fomento: PIBIC Pesquisa disponível em: ainda não possui publicação eletrônica Contato: [email protected] Palavras-chave: Teatro. Voz. Alfred Wolfsohn. Roy Hart. Formação do ator. Carl Gustav Jung.

Esse projeto propõe relacionar o trabalho com a voz humana, desenvolvido por Alfred Wolfsohn e seu aluno e ator, Roy Hart, especialmente no que diz respeito ao extremo grave e extremo agudo, com os conceitos de anima, animus e sombra desenvolvidos pelo psicólogo Carl Gustav Jung. Wolfsohn, após ter participado da Primeira Guerra Mundial, desenvolve uma pesquisa voltada para a expressão através da voz. Roy Hart, por sua vez, absorve esses ensinamentos e os leva para o ambiente teatral. Os trabalhos de Jung, sobre anima, animus e sombra, servirão como base teórica para analisar o trabalho teórico-prático em desenvolvimento na pesquisa.

No sexto Seminário de Pesquisas em Andamento – SPA será feita uma apresentação oral explicando o desenvolvimento da pesquisa de Alfred Wolfsohn e Roy Hart e como ela se entrelaça com os estudos de Carl Gustav Jung. Posteriormente, como foi elaborado o método de trabalho de Wolfsohn e Hart e, por fim, como deu-se a transposição disso à cena teatral e os resultados alcançados de ambos os estudiosos.

Bibliografia CHIOCHETTA, Leticia. A criação da cena teatral à luz de Alfred Wolfsohn e Roy Hart. São Paulo. 2013. Dissertação (Mestrado) – CAC/ECA/USP. MONLEÓN, José. Dos semanas con Roy Hart. Primer Acto: El teatro de Max Aub. Madrid, 1971. MOLINARI, Paula. Conhecer e Expressar o Indizível – O Legado de Alfred Wolfsohn. Campo Limpo Paulista: editora FACCAMP, 2008. PIKES, Noah. Dark Voices: The Genesis of Roy Hart Theatre. New Orleans, Louisiana, 1999. SCHECHNER, Richard. Performer. Sala Preta. São Paulo, 2009. STEIN, Murray. Jung: o mapa da alma: uma introdução. 5ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

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TEATRO E COMUNIDADE: UMA RELAÇÃO DIALÓGICA

Autora: Terena Zamariolli Coradi Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Teatro e Educação Orientadora: Maria Lúcia de Souza Barros Pupo Nível e data de início: Mestrado, fevereiro de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: ação cultural, comunidade, educação, sustentabilidade, teatro

A pesquisa “Teatro e Comunidade: uma relação dialógica” visa investigar as especificidades da prática teatral numa perspectiva de construção de comunidades saudáveis/sustentáveis no bairro de Vargem Grande, região de Parelheiros, extremo sul da cidade de São Paulo – local onde acontece o “Projeto Vargem Grande: Comunidade Saudável”, com coordenação do CPCD - Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento. Pretende-se compreender as práticas teatrais que dialogam com esta perspectiva comunitária, que visa a construção da autonomia e a compreensão sistêmica de sustentabilidade.

O trabalho consiste numa investigação teórico-prática acerca da relação Teatro, Educação, Comunidade e Sustentabilidade. A proposta é compreender como se dão estes cruzamentos disciplinares na criação teatral.

O processo de criação teatral teve início em março de 2016 com o grupo de crianças e adolescentes cuja faixa etária varia de 07 a 14 anos.

As intersecções entre Teatro e Comunidade tem se mostrado um rico campo de estudo, porém não existe consenso sobre a melhor terminologia para se referir ao tipo de prática teatral, de cunho educacional, que acontece em contextos comunitários diversos. Alguns termos são utilizados: teatro na comunidade, teatro e comunidade, teatro comunitário, teatro aplicado, teatro para o desenvolvimento, teatro para/com/por comunidade. Um dos objetivos da presente pesquisa é problematizar a relação Teatro e Comunidade, assim como os diferentes termos utilizados.

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RELATOS SOBRE A DIREÇÃO TEATRAL A PARTIR DE MODELOS VISUAIS PARA ORGANIZAR ENSAIOS

Autora: Thais Vasconcelos Franco de Sá Instituição: Universidade do Estado do Amazonas Orientadora: Prof.ª. Ma. Vanja Poty Sandes Gomes Menezes Nível e data de conclusão: Graduação, agosto 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: direção, modelos de ensaio, processo criativo

Esse trabalho é, sobretudo, fruto de uma vivência artística. A pesquisa é desenvolvida a partir da análise da utilização dos modelos visuais de organização de ensaios, criados pelo prof. Humberto Issao durante a disciplina de Direção Teatral da Universidade do Estado do Amazonas. A investigação visa provocar a reflexão acerca dos percursos de criação e direção teatral, principalmente, fundamentados por Anne Bogart e Tina Landau em sua obra The viewpoints book (2005).

A pesquisa, desenvolvida entre março e novembro de 2015, tem base na crítica de processos criativos, assim como é desenvolvida por Cecília Salles em O Gesto Inacabado (1998). As metodologias são as seguintes: observação dos procedimentos criativos na sala de ensaio; a análise de imagens geradoras durante a criação da obra; reflexão acerca dos documentos de processo e a investigação do percurso de experimentação.

Os modelos para organização de ensaios, inspirados nos escritos de Lawrence Halprin (1969), em sua obra The RSVP Cycles: Creative Process in the Human Environment, se tornaram um índice do processo criativo, servindo como guia para o diretor. Tendo experimentado os modelos criados por Issao, um novo modelo foi elaborado, contemplando os acertos e as descobertas que surgiram durante a direção.

Além de facilitar a visualização, o uso dos modelos, é uma maneira de organizar o pensamento. O formato dos modelos é o que os diferencia dos padrões de organização lineares: é como dar corpo para as ideias.

Bibliografia BOGART, Anne. LANDAU, Tina. The Viewpoints Book. New York: Theater Communications Group, 2005 HALPRIN, Lawrence. The RSVP Cycles: Creative Process in the Human Environment. New York: Routledge, 1969. SALLES, Cecília Almeida. Gesto Inacabado: processo de criação artística. São Paulo: FAPESP. 1998.

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TEATRO NAS ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE FLORIANÓPOLIS:ESTUDO DE CASO

Autora: Thayná Cristine Rodrigues Silva Instituição: Universidade do Estado de Santa Catarina Linha de Pesquisa: Teatro, Sociedade e Criação Cênica Orientadora: Profª. Drª. Márcia Pompeo Nogueira Nível e data de início: Mestrado, março de 2015. Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: artista, escola, professor, teatro

Para realizar um estudo de caso a respeito do teatro produzido em duas escolas públicas municipais de Florianópolis, este estudo tem o foco nas práticas e metodologias utilizadas por dois professores dos anos finais do Ensino Fundamental e na legislação vigente para o ensino do teatro no município. O conceito de professor-artista, conforme as considerações de Telles (2013) e Marques & Brazil (2014) é questionado, pois será que a história do teatro e práticas que este docente vivenciou na sua formação vão de encontro às práticas realizadas nas escolas? Mediante as dificuldades da escola como tempo de aula fragmentado, o fato de muitas vezes uma disciplina não dialogar diretamente com outra e problemas relacionados ao espaço físico das escolas, de que maneira as metodologias se adaptam ao contexto escolar? Para a realização da pesquisa será utilizado o método da etnografia. Serão feitas visitas de campo às duas escolas, durante um semestre, observação direta das aulas e análise dos Projetos Políticos e Pedagógicos. A escolha dará prioridade para professores efetivos, que trabalhem com teatro na escola e queiram compartilhar as conquistas e dificuldades que encontram para instaurar uma prática teatral. Os registros desta observação envolvem questionários com os alunos, entrevistas com os professores e diretores e fotografias dos processos teatrais. Assim, busca-se otimizar possibilidades para se ter uma ideia de como é o teatro nos anos finais do Ensino Fundamental das escolas públicas municipais, com recorte para Florianópolis.

Bibliografia MARQUES, Isabel & BRAZIL, Fábio. Arte em questões, 2. ed. São Paulo: Cotez, 2014. TELLES, Narciso (org). Pedagogia do teatro práticas contemporâneas na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 2013, pp.: 219-238.

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DRAMATIZAÇÃO DE CONTOS FILOSÓFICOS

Autora: Theda Cabrera Gonçalves Pereira (CABRERA, Theda) Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Cultura, Organização e Educação Orientador: Prof. Dr. Marcos Ferreira-Santos Nível e data de conclusão: Doutorado, março 2015 Bolsa de fomento: Capes, 2011-2013 e Fapesp 2013-2015 Pesquisa disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-15062015-143412/pt-br.php Contato: [email protected] Palavras-chave: arte-educação, contos filosóficos, dramatização, educação de sensibilidade, formação de educadores

Na presente comunicação nos ateremos em alguns aspectos da pesquisa teórico-prática de Doutorado em Educação (FE-USP), discutindo a utilização da dramatização (CABRERA, 2015) de contos filosóficos (CARRIÈRE, 2004, 2008). A pesquisadora colocou em prática suas propostas (2012-2014) junto a estudantes de pedagogia e licenciandos, com o intuito de propiciar vivências curriculares em arte-educação.

Empregando uma metodologia experimental e fenomenológica, os principais resultados da pesquisa observados foram uma leitura mais crítica (contra ideológica), reflexiva (baseada em constructos) e sensível (mediada pelos perceptos) dos participantes, levando-os a ter, a escolha do desafio profissional, pessoal e existencial de uma busca mais coerente de outros possíveis modos de ser. Sob uma perspectiva antropológica e de alteridade, a práxis evidenciou sua pertinência formativa nesta concepção de vivência curricular.

Bibliografia CABRERA, Theda. A ético-poética do trabalho sobre si por meio da dramatização de contos filosóficos com mitema iniciático na formação inicial de educadores. 2015.196 p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. CARRIÈRE, Jean-Claude. O círculo dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro. São Paulo: Ediouro, 2004. CARRIÈRE, Jean-Claude. Contos filosóficos do mundo inteiro. São Paulo: Ediouro, 2008.

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A POTÊNCIA POLÍTICA DA CONTRADIÇÃO NA DRAMATURGIA DE BERTOLT BRECHT

Autora: Thereza de Jesus Santos Junqueira Instituição: Universidade Federal da Bahia Linha de Pesquisa: Estudos de teorias e representações literárias e culturais Orientadora: Profa. Dra. Cássia Dolores Costa Lopes Nível e data de início: Doutorado, Março de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: contradição, dramaturgia, gesto, política

Ao analisar a dramaturgia de Bertolt Brecht, percebe-se uma construção pautada pela contradição, como um recurso não só dramatúrgico, mas também de viés político. Essa temática está presente nas obras “Diz que sim & Diz que não”, que já traz em seu próprio título o problema em questão; e em “Um homem é um homem”, que é tomada aqui como contraponto à primeira.

As peças exercitam a contradição, em seu texto, nas relações entre as personagens, suas falas, posições e projeções, bem como com os recursos do teatro épico, como interrupções e músicas. Pretende-se estudar o “não” do menino, que explicita um exercício de contradição, enquanto “gesto”, em contraponto à incapacidade de Galy Gay de dizer não, também a partir da análise de seus gestos.

O teatro épico já se ocupa de “citar os gestos” (BENJAMIN, 2012). Nosso desafio, aqui, seria oferecer um realce, possível através de seu deslocamento e, após, reinserção mediada pelos gestos que lhe oferecem resistência, evidenciando a contradição que os destaca e produz.

Trata-se de pesquisa teórica, que trabalha com o mapeamento dos gestos das personagens nas peças analisadas, e com análise bibliográfica acerca da recepção das obras, bem como de temas do teatro épico e de filosofia política. Espera-se evidenciar a proposta política da dramaturgia brechtiana, através da análise dos efeitos estéticos e políticos por ela atingidos.

Bibliografia BRECHT, Bertolt. Gesammelte Werke. Frankfurt a. M.: Surhkamp, 1967. BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, arte e política. São Paulo: Editora Brasiliense, 2012.

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AS FORMAS IMAGINÁRIAS DO CONHECIMENTO

Autor: Thiago Meira Instituição: Universidade Federal de Ouro Preto Linha de Pesquisa: Estética, Crítica e História das Artes Cênicas Orientador: Dra. Neide das Graças de Souza Bortolini Nível e data de início: Mestrado, março de 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: conhecimento, imagem, imaginação, imaginário, jogo

O trabalho se propõe a investigar as articulações estabelecidas entre os conceitos de imaginação, imaginário, fantasia e conhecimento uma vez que os processos de criação em arte, seja na literatura ou no teatro, abrangem a dimensão do inconsciente, bem como perpassam o brincar infantil. Assim, percorrendo estudos que vão da literatura ao teatro, da psicanálise à filosofia, no sentido de compreender o trabalho da imaginação, seja na criança ou no ator. Este estudo busca a observação de uma ação subjetiva que se objetiva no fundamental para a constituição do ser na realidade. Estabelece, então, um diálogo entre os estudos da psicanálise em Freud (1925) com os estudos acerca da imagem e da imaginação, buscando em Foucault (1966) e em Didi-Huberman (1992) alguns conceitos que levam à constituição subjetiva e psicoafetiva do homem. Desse diálogo surge uma base de análise do jogo apresentado por Ryngaet (1988) e Augusto Boal (1996), tendo o conhecimento de si e da cultura à qual o indivíduo se insere como bases do desenvolvimento subjetivo.

Bibliografia BOAL, Augusto. O arco íris do desejo, o método Boal de teatro e terapia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996. DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Editora 34, 1998. FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1995. FREUD, Sigmund. A Gradiva de Jensen e outros trabalhos – Volume XI Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969. RYNGAERT, Jean-Pierre. Jogar, representar: práticas dramáticas e formação. São Paulo: Cosac Nalfy, 2009.

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EM BUSCA DE UM TREINAMENTO PESSOAL

Autor: Umberto Cerasoli Jr Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Formação do Artista Teatral Orientador: Prof. Dr. Armando Sérgio da Silva Nível e data de início: Doutorado, março de 2012 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: exercícios físicos e plásticos, trabalho do ator, treinamento

Esta pesquisa reflete sobre o percurso realizado pelo autor durante os anos 2008 e 2015 “Em busca de um treinamento pessoal” e pretende, a partir desta experiência, levantar questões que permitam uma melhor compreensão sobre a formação do ator, principalmente no que se refere a seu “treinamento”.

A metodologia da investigação se baseia nos procedimentos da observação participante, da pesquisa prática e bibliográfica. O treinamento é pensado como um espaço privilegiado de investigação e auto-observação que permite ao ator confrontar-se, de modo prático e concreto, com as principais questões ligadas a seu ofício.

As referências históricas e conceituais são: Jerzy Grotowski, Ettiénne Decroux, Eugênio Barba e Luís Otávio Burnier. Quanto as principais referências práticas e técnicas de treinamento que o autor teve contato, destacam-se: os Exercícios Físicos e Plásticos do Teatro Laboratório de Grotowski, o Treinamento Técnico proposto pelo grupo Lume Teatro e, de forma secundária, a prática do Lian Gong.

Sobre os autores de referência, a revisão bibliográfica mostrou que, embora os resultados cênicos se distanciem esteticamente, o pensamento teatral coincide quanto a defesa do teatro como “arte do ator”, o entendimento que a especificidade do teatro é “o encontro vivo entre ator e espectador”, e a eleição do ator como principal meio de significação da cena. Da mesma forma, as propostas de treinamento produzidas coincidem na busca pela expressividade e por uma atuação orgânica.

As experiências práticas permitiram vivenciar diferentes propostas de treinamento e identificar os elementos fundamentais da vida orgânica nesses trabalhos (impulso, energia, centro, fluidez, equilíbrio, precisão, espontaneidade, ritmo e contato) e refletir sobre a relação entre os treinamentos físico, técnico e criativo do ator.

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DANÇA, PROCESSO E MEMÓRIA: OS PASSOS DA DANÇA NO ESTADO DO ACRE

Autora: Valeska Alvim Instituição: Universidade de Brasília Linha de Pesquisa: Poéticas Contemporâneas Orientadora: Prof. Dr. Soraia Maria Silva Nível e data de início: Doutorado, março de 2014 Nível e data de conclusão: Doutorado, março de 2018 Bolsa de fomento: FAPAC Pesquisa disponível em: Contato: [email protected] Palavras-chave: cartografia, formação, dança

Essa pesquisa visa realizar uma cartografia da dança no estado do Acre e um diagnóstico dos agentes culturais e professores da Dança que atuam no campo artístico e formativo, faz-se necessário, traçar linhas, reconhecer territórios ditos inexistentes para a maioria dos brasileiros, promover rotas de escape para um estudo que envolve vinte dois municípios, muitos deles com uma participação ativa dos povos indígenas, entendendo que a pesquisa ultrapassa o âmbito do recenseamento, trata se de mapear a produção revelando artistas, formadores e dinâmicas culturais do único estado que lutou pra ser brasileiro. Uma escolha ética de apresentar ao público a realidade da Dança nesse lugar de fronteira e principalmente dar luz não só aos dados coletados, mas também as lacunas informativas que o próprio afastamento geográfico dos grandes eixos revela. São essas questões que fazem emergir essa cartografia, levantamento que tem um papel singular, pois não se trata apenas de categorizar atuais configurações coreográficas na região, mas identificar informações que permitam distinguir no presente a articulação e o pensamento em Dança em uma região da Amazônica com movimentação na área e pouquíssimos registros. Para tanto, iniciamos como parte da pesquisa, um acervo digital com esse material doado que não funciona como um arquivo estático, mas como um espaço de reflexão sobre a memória da dança, como proposta de construção de conhecimento e discussão de políticas públicas a partir da difusão desses materiais e números. Certamente muitas são as dificuldades para realizá-la, mas sua realização promete também descobertas tão fascinantes e necessárias para o trabalho do profissional da dança, que é possível entrever uma relevante contribuição para a rede acriana de cultura.

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PARADOXOS E DESAFIOS DAS NOVAS MATERIALIDADES EM AMBIENTES PÓS-MÍDIA

Autora: Vanessa Lopes Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Linha de Pesquisa: Dimensões Políticas da Comunicação Orientadora: Profa. Dra. Christine Greiner Nível e data de início: Doutorado, fevereiro 2015 Contato: [email protected] Palavras-chave: Materialidade, condição pós-mídia, corpomídia, arte imaterial

A pesquisa aborda a materialidade do objeto nos processos de comunicação da era digital. Nos últimos vinte anos a questão do material vs. imaterial tem sido muito discutida na comunicação, principalmente por conta da virtualização do meios. Como se dá a comunicação entre (não)objetos cuja matéria deixa de ser definida pela sua fisicalidade? Há mudanças nos modos de produção e compartilhamento? Os procedimentos de comunicação dessas redes de subjetividade podem acionar a criação de novos ambientes midiáticos? Partindo destas questões, que tem norteado debates em diversas áreas do conhecimento, o objetivo da pesquisa é analisar como produzimos e consumimos arte formato imaterial. Além disso, ao problematizar a imaterialidade das relações de trabalho, dos experimentos tecnológicos e dos processos de criação constituídos na vida cotidiana, reafirma-se a presença do corpo como fundamento da comunicação. O tema da materialidade é abordado a partir do estudo de um tipo de arte que não se manifesta por uma forma física definida, mas por um conjunto de materialidades além de um objeto específico, formando circuitos de curadoria, criação, produção e circulação de obras que transitam no campo do imaterial. O corpus da pesquisa é composto por instituições dedicadas à arte contemporânea, como o MoMA PS1, MAI Hudson e Creative Time, assim como o trabalho dos artistas Olafur Eliasson, Tino Sehgal e Rafael Rosendaal, tomados como exemplo de sistemas de arte que atendem esta demanda. O intuito da pesquisa é observar e mapear como se comporta a cadeia produtiva na hipermodernidade e como nos comunicamos dentro deste contexto.

Bibliografia COOLE, Diana; FROST, Samantha (Ed.). New Materialisms: Ontology, Agency, and Politics. Durham&London: Duke University Press, 2010. KRAUSS, Rosalind.The Voyage on the North Sea – art in the… NY: Thames & Rudson, 2000. LAZZARATO, Maurizio; NEGRI, Antonio. Trabalho imaterial: formas de vida e produção de subjetividade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 25. LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. A Estetização do Mundo: viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

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CARTOGRAFIAS DE POÉTICAS HÍBRIDAS

Autor: Vinicius da Silva Lírio Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Linha de Pesquisa: Processos e Poéticas da Cena Contemporânea Nível e data de início: Pesquisa Docente, março de 2016 Contato: [email protected] Palavras-chave: arte contemporânea, dança, intervenção urbana, performance, teatro

Pesquisa teórica docente em desenvolvimento na Universidade Federal de Minas Gerais, entre 2016 e 2018. Essa investigação parte do contato com processos criativos e da apreciação de propostas cênicas, no intuito de mapear poéticas contemporâneas, no que tange às fricções e hibridismos entre as seguintes linguagens, obras artísticas e/ou manifestações culturais espetaculares (PAVIS, 2010): teatro, dança, performance e intervenções urbanas. Busca-se criar uma espécie de cartografia desses híbridos. Para tanto, serão desenvolvidas reflexões e sistematizações teóricas, considerando os “rastros” (SALLES, 2008) das poéticas, entrevistas com criadores, publicações e a espectação em si. Assim, a abordagem metodológica transitará entre alguns procedimentos e princípios da Crítica Genética (Ibid.) e dos métodos etnográfico e autoetnográfico (VERSIANI, 2005), já que envolve experiências de pesquisadores-artistas. Essa pesquisa se faz oportuna diante do reconhecimento, cada vez mais significativo, do rompimento das fronteiras entre as artes da cena e as manifestações culturais espetaculares. Sistematizar estudos acerca disso atende a demandas epistemológicas específicas para dialogar com esses fenômenos no campo das Artes e Humanidades. Almeja-se, ainda, entre os resultados, contribuir para a potencialização e difusão de registros acerca de tais questões, considerando processos e procedimentos, espaços-tempos e os sujeitos desses movimentos criativos.

Bibliografia PAVIS, Patrice. A encenação contemporânea: origens, tendências, perspectivas. São Paulo: Perspectiva, 2010. SALLES, Cecilia Almeida. Crítica genética: fundamentos dos estudos genéticos sobre o processo de criação artística. 3ª ed. Rev. São Paulo: EDUC, 2008. VERSIANI, Daniela B. Autoetnografias: conceitos alternativos em construção. Rio de Janeiro: 7letras, 2005.

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O TEATRO ESPONTANEO COMO PRÁTICA DE LIBERDADE

Autora: Yandra de Oliveira Firmo Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso Linha de Pesquisa: Movimentos Sociais, Política e Educação Popular. Orientadora:Profa. Dra. Maria da Anunciação Pinheiro Barros Nível e data de início: Doutorado, março de 2016. Contato: [email protected] Palavras-chave: pedagogia do oprimido, sociodrama, teatro espontâneo

A pesquisa tem o objetivo de compreender como o Sociodrama e o Teatro Espontâneo podem contribuir para a formação e preeminência dos vínculos entre os sujeitos na práxis pedagógica no ambiente escolar, favorecendo a convivência, permanência, criatividade e a aprendizagem de alunos da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino do Estado de Mato Grosso.

Realiza se esta investigação, por meio da compreensão bibliográfica fundamentada em uma Educação para a liberdade por meio da Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire e os métodos do Sociodrama e do Teatro Espontâneo criados por Jacob Levy Moreno, volvendo o olhar para a pesquisa interventiva, fazendo uso metodológico da pesquisa ação. Indaga se de que maneira pode se considerar o Sociodrama como uma metodologia para pesquisa em Educação e Artes.

Uma ação pedagógica democrática de caráter autônomo e libertador contra opressores e mecanismos de opressão. Ancora-se, nos fundamentos teóricos pautados pelo ideário de uma educação para a liberdade. Traz como hipótese, que o Sociodrama e o Teatro Espontâneo podem ser utilizados no cotidiano escolar por terem como princípios a plenitude da experiência e a ação-reflexão-ação, vivenciadas nas práticas dialógicas e inventivas.

Crer se que o Sociodrama é um instrumento para levantamento de dados diagnósticos e apresenta possíveis soluções dos conflitos escolares que distanciam os jovens alunos de uma educação protagônica, libertadora e democrática. O Teatro Espontâneo pode vir a ser um poderoso instrumento para a provocação do ator/discente como um ser protagonista na construção de conhecimento e reconhecimento de si e do mundo.

Bibliografia MORENO, J. Levy. O teatro da espontaneidade. São Paulo: Summus,1984. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 40.Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,2005.

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CAMINHOS E POSSIBILIDADES DE INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA NAS ARTES DA CENA.

Autores: André Estevez, Fabiana Guedes, Kátia dos Anjos, Marília Silveira, Marília Velardi, Renata Matsuo, Wesley Fernadez Instituição: Universidade de São Paulo Linhas de Pesquisa: As pesquisas radicalmente qualitativas e as artes da cena; promoção da atividade física e do lazer Orientador: Marília Velardi Contato: [email protected] Palavras-chave: artes da cena, corpo, pesquisa qualitativa

Partimos da noção apontada por Denzin (2016, p. 59) de que nenhuma teoria, método ou maneira de analisar informações, dados, discursos, são universais e generalizáveis. A investigação qualitativa deveria abarcar outras possibilidades de apresentação; Dezin (2016, p. 68), por exemplo, falará das performances como possibilidades de publicação de resultados de uma investigação etnográfica. Para o autor está claro que a ideia não é que os textos performativos substituam os artigos acadêmicos, mas que sejam mais um caminho, no caso para o autor, de apresentação da pesquisa etnográfica, e para nós das nossas investigações artísticas, em textos em primeira pessoa, valorizando o ser de quem pesquisa e o ser da pesquisa, e usando de outras poéticas. Assim, nosso objetivo é apresentar e discutir os caminhos investigativos, da pesquisa qualitativa, que o grupo ECOAR vem traçando e trançando. Autores como Tim Ingold, Richard Schusterman, Pierre Bourdieu, Edmund Husserl, entre outros, têm norteado o grupo, mas o grupo se configura como um espaço de teoria e prática. Seguimos pensando, como aponta Ingold (2012, p. 38) que “o (ou a) artista – assim como o artesão – é um itinerante, e seu trabalho comunga com a trajetória de sua vida”; no ECOAR as investigações são conectadas com a trajetória de seus pesquisadores.

Bibliografia DENZIN, Norman K. Re-leyendo Performance, Praxis y Política. Investigación cualitativa. Vol 1, No 1, 2016. Disponível em: http://ojs.revistainvestigacioncualitativa.com/index.php/ric/article/view/18. Acesso em: 11 de maio de 2016. INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta a vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 18, n. 37. Jan-Jun 2012.

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“O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AGORA [?]” – ENTRE O REAL E O FICCIONAL, POSSIBILIDADES POÉTICAS DO COTIDIANO.

Autores: Bruna Reis, Dora de Andrade, Gabriela Giannetti e Roberto Rezende. Núcleo Fuga! – Laboratório Fuga - LUME Teatro/UNICAMP.

Resumo: Esse trabalho pretende discutir a experiência da ação performativa “O que você está fazendo agora [?]” - desenvolvida pelo Núcleo Fuga! para espaços não convencionais, abertos e ou fechados (espaços públicos ou de convivência). Construída entre a dança, a performance e o teatro, esta ação tem como dispositivos alguns procedimentos utilizados para fabricar enquadres que tencionem a relação entre real e ficcional, tentando abrir a escuta às dramaturgias instantâneas que o cotidiano oferece e (re)criar ações a partir do que já está acontecendo. Para tanto, partimos do entendimento que o Real e a Ficção são planos sobrepostos; existentes numa zona virtual que em ação poética são atualizados pelos artistas em cena. Assumimos em nossa proposta que a dança e a performatividade em jogo não estão necessariamente vinculadas e/ou restritas aos artistas proponentes; buscando, por vezes; apenas emoldurar, espelhar e ecoar o que já está no espaço e nos corpos que o ocupam, disparando composições cartográficas apoiadas nas relações corpo-ambiente-dramaturgia.

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DO LADO DE DENTRO: UMA EXPERIÊNCIA CÊNICO-MUSICAL

Autores: Carlos Henrique Barto Júnior e William Francisco de Paulo Instituição: Universidade Federal de São João Del-Rei Linha de Pesquisa: Teatro, música, teatro musical. Orientadora: Drª. Juliana Alves Mota Drummond. Nível e data de início: Pesquisa coletiva, agosto de 2015. Nível e data de conclusão: Pesquisa coletiva, julho de 2016. Contato: [email protected] / [email protected] Palavras-chave: música, memória, teatro

O presente trabalho propõe relatar o processo de criação do experimento cênico denominado “Do lado de dentro”. Uma cena espetacular criada no projeto de pesquisa CASA ABERTA: Memória, música e formação do ator. A pesquisa utiliza elementos contidos nos sonhos dos participantes e nas músicas coletadas nas missões de Mario de Andrade para estruturar um espetáculo. De acordo com Drummond (2012) essas músicas foram passadas através da oralidade, foram vividas corporalmente por meio de manifestações religiosas indígenas e africanas e, portanto, fazem parte da cultura brasileira e torna-se capaz de nos conectar com o que é transcendente.

Deste modo, a investigação se deu por um viés teórico-prático, onde os atores-pesquisadores se embasaram a partir da tese de doutorado da coordenadora. E utilizaram como metodologia a pesquisa-ação, onde todos os atores-participantes levavam suas criações nos treinamentos e no decorrer do processo, os mesmos interviam na ação do outro sugerindo novas alternativas para a cena.

O primeiro esboço da cena foi apresentado no final do segundo semestre do ano passado, no qual as criações das partituras corporais e sonoras trazidas da memória dos interpretes, buscou afetar os espectadores de alguma forma, compreendendo que as pessoas passam pelas mesmas sensações, porém não sendo as mesmas experiências.

Entende-se que o experimento possibilitou perceber uma nova forma de criar partindo dos elementos do campo onírico e musical, do qual reverberam fortemente no trabalho do ator neste tipo de cena.

Bibliografia DRUMMOND, Juliana Alves Mota. Marcas deles em mim: Memória, Música e Formação do Ator. Tese (doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes, 2012.

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O CENTRO DE PESQUISA EM EXPERIMENTAÇÃO CÊNICA DO ATOR (CEPECA ) Autores: Prof. Eduardo Tessari Coutinho, Renata Mazzei, Umberto Cerasoli Jr Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Formação do Artista Teatral Responsáveis: Prof. Dr. Armando Sérgio da Silva (aposentado) e Prof. Dr. Eduardo Tessari Coutinho Contato: [email protected] Palavras-chave: ator, metodologias de formação, processos de criação

O CEPECA é um grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) especializado na investigação prática dos processos de criação do ator e suas metodologias de formação. Surgiu em 2006 a partir do interesse de se constituir um espaço que favorecesse a troca de experiências entre as pesquisas práticas realizadas sobre o ator no âmbito pós-graduação.

O grupo se reúne semanalmente para discutir o desenvolvimento das pesquisas de dois ou três de seus membros, que apresentam uma experimentação cênica ou demonstração técnica que evidencie as questões, problemas e soluções, práticas e teóricas, com as quais a pesquisa depara-se naquele momento. Em seguida, as técnicas, escolhas e os meios de desenvolvimento propostos são debatidos pelo coletivo, que contribui e aporta, desde as especialidades reunidas no grupo, com observações, sugestões e indicações para o aperfeiçoamento da proposta apresentada. Neste processo, pode-se dizer que a investigação teórica e o experimento prático caminham lado a lado e amadurecem concomitantemente. Ao final do Mestrado ou Doutorado, cada pesquisador produz, além do trabalho escrito, um resultado cênico que é apresentado como parte da sustentação da sua pesquisa.

Para divulgar o seu trabalho, o CEPECA organiza regularmente mostras de resultados cênicos de suas pesquisas e participa de encontros e eventos que permitem a demonstração pública de suas pesquisas – sobretudo em cursos de formação de atores. Como resultado, desde 2006, já produziu onze dissertações de mestrado (três publicadas em livro) e nove teses de doutorado; criou doze espetáculos teatrais; organizou quatorze mostras espetaculares e três exposições; edita a Revista PesquisAtor; publicou dois livros; e promoveu dois projetos de intercâmbio internacional.

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GP PROCESSOS, POÉTICAS E TÉCNICA VOCAL PARA O ATOR

Autor: GP Processos, poéticas e Técnica Vocal para o Ator Instituição: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Linha de Pesquisa: Estética e poéticas cênicas Orientador: Profa. Dra. Suely Master (Líder) Nível e data de início: certificado pelo CNPq em 2012 Contato: [email protected] Palavras-chave: técnica vocal, poéticas da voz, processos de criação da palavra em cena.

Certificado em 2012, o GP Processos, Poéticas e Técnica Vocal para o Ator, tem como líder, Suely Master, docente do Instituto de Artes da UNESP. O GP se insere, basicamente, na convergência das áreas de Humanas e Biológicas, dada a formação dos seus membros. De maneira geral, as pesquisas desenvolvidas têm abordado, do ponto de vista, teórico, prático e pedagógico, temas como os processos de criação da palavra em cena, a preparação vocal em diferentes dramaturgias, a relação entre o corpo e a voz, e a relação entre a escuta e a expressividade; ainda, aspectos mais objetivos como os elementos acústicos, aerodinâmicos, eletroglotográficos e perceptivo-auditivos da voz cênica também têm sido conduzidos. Enquanto resultados, elaborou-se uma abordagem técnica, a “Fisiologia da Expressividade”, que pretende cobrir uma lacuna na formação do ator contemporâneo. Entende-se que a voz “forte e impostada” dos anos 50, onde o texto era o fio condutor do espetáculo, não responde mais às necessidades do ator. Hoje, para além da importância de saber dizer um texto, com uma boa voz, que não seja especificamente aquela “forte e impostada”, existe uma busca pelos efeitos de teatralidade dos sons, das palavras, da voz. Assim, a abordagem centra-se em três pilares: no conhecimento da produção da voz cênica, com foco especial na questão do “formante do ator”; nos desdobramentos desse aspecto em “marcadores de expressividade” ou “expressores” e, por último, no uso de novas tecnologias do Laboratório de Voz para o ensino da voz cênica. Convém ressaltar que a “Fisiologia da Expressividade” leva em conta as características de cada um, é bastante individualizada e não tem como proposta um determinado padrão de voz. Esses trabalhos foram, na sua maioria, publicados em periódicos nacionais e internacionais como Sala Preta, Urdimento e Journal of Voice, respectivamente, além de terem sido apresentados em congressos nacionais, como a ABRACE, Jornada de Pesquisa em Artes PPG IA/UNESP, 50 SPA, e em congressos internacionais, como o Annual Symposium: Care of the Professional Voice e o Pan-European Voice Conference onde foram muito bem recebidos uma vez que as pesquisas nessa área são escassas!

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NOTAS SOBRE A CIDADE ATRAVESSADA: ESPETÁCULO “DEUS É FIEL – MARCA REGISTRADA”

Autor: Marcelo Eduardo Rocco de Gasperi Instituição: Universidade Federal de São João del-Rei Linha de Pesquisa: Artes Cênicas: Teorias e Práticas Orientador: Mariana Lima e Muniz (UFMG) Nível e data de início: O coordenador do grupo está no nível de Doutorado, desde setembro de 2012. Bolsa de fomento: Sem recebimento de proventos Atuação profissional: Professor Adjunto I da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Teatro. Contato: [email protected] Palavras-chave: intervenções urbanas, performatividade, espectador transeunte.

Sobre a natureza do trabalho prático O grupo de pesquisa "Transeuntes: Estudos sobre performance" foi criado a partir da

necessidade de artistas em ampliar os estudos acerca das intervenções artísticas nas ruas. Tal grupo pesquisa as noções de performance e de performatividade, na busca da diluição entre o real e o ficcional na cena contemporânea. Sendo assim, criou-se em 2015, a encenação performativa "DEUS É FIEL- MARCA REGISTRADA", cuja temática retrata determinados extremismos religiosos que, muitas vezes, desprezam e/ou atacam certas identidades. Partindo desses motes, o intuito é levar um pequeno fragmento desta encenação para o 6° SPA, na forma de demonstração técnica/prática, visando ouvir vozes dissonantes sobre o trabalho.

Metodologia O método utilizado para a criação desta encenação se baseia na construção de cenas a

partir de diversos materiais coletados no cotidiano da cidade. Investiga-se o processo juntamente ao público, formado por transeuntes e por apoiadores da pesquisa, tendo a rua como local privilegiado da recepção.

Resultados Conquistados Tal trabalho partiu de construções artísticas na rua, visando provocar breves

interrupções no cotidiano como fonte de pequenas rupturas na espetacularização da vida (DEBORD, 2003).

Bibliografia COHEN, Renato. Work in Progress na Cena Contemporânea: Criação, Encenação, Recepção. São Paulo: Perspectiva, 1998. DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 2003.

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GRUPO DE PESQUISA CADERNOS DE TEATRO E SOCIEDADE: TRÊS MOMENTOS DO TEATRO POLÍTICO DA DÉCADA DE 60 NO BRASIL.

Autores: Laboratório de Investigação em Teatro e Sociedade (LITS): Mariana Soutto Mayor, Paula Autran, Paulo Fávari, Paulo Bio Toledo, Patrícia Freitas dos Santos e Sara Mello Neiva Instituição: Universidade de São Paulo Linha de Pesquisa: Teoria e Prática do Teatro Orientador: Sérgio Ricardo de Carvalho Santos Contato: [email protected] Palavras-chave: teatro brasileiro; teatro político; teatro épico.

O Laboratório de Investigação em Teatro e Sociedade (LITS) pretende apresentar as razões da constituição do laboratório e o andamento de suas atividades até agora, com a abertura do processo de pesquisa para a edição dos Cadernos de teatro e sociedade. A ideia é mostrar os objetivos que fundamentaram a escolha dos textos, o modo de produção do material e gerar pontos de reflexão a partir das peças.

O LITS é um centro de pesquisa e estudos ligado ao Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, coordenado pelo prof. Dr. Sérgio de Carvalho, interessado nas relações entre arte e sociedade no teatro brasileiro e latino-americano. Seu objetivo é, sobretudo, conectar trabalhos artísticos e acadêmicos e propor reflexões críticas acerca das interações entre formas teatrais, projetos de modernização e situações produtivas da vida cultural.

Assim, o projeto Cadernos de teatro e sociedade, - contemplado com incentivo para publicação cultural do ProAc 2015, prêmio da Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo – teve como principal proposta publicar algumas peças decisivas para o teatro participativo de esquerda da década de 60. Apesar de sua importância seminal, tais textos permaneciam inéditos ou esquecidos.

Os três cadernos contemplaram Mutirão em Novo Sol, de Nelson Xavier, Augusto Boal e outros autores; A mais-valia vai acabar, seu Edgar e Mundo Enterrado, de Vianinha; e as peças e canções que compõem a Feira paulista de opinião, de Augusto Boal, Bráulio Pedroso, Gianfrancesco Guarnieri, Jorge Andrade, Lauro Cesar Muniz e Plinio Marcos.

Para cada edição, foram feitos o cotejamento com várias versões das peças publicadas, além de estudos críticos, entrevistas com os participantes das montagens originais e pesquisas de campo. O projeto tem em vista uma possível reapropriação das peças, reconstituindo aspectos das encenações. Em síntese, trata-se de uma pesquisa que pretende constituir uma rede de conexões vivas entre a atualidade e um tempo no qual a arte teve importância decisiva na sociedade.

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GRUPO TERREIRO DE INVESTIGAÇÕES CÊNICAS:TEATRO, RITUAIS, BRINCADEIRAS E VADIAGENS

Autores: Marianna Monteiro, Letícia Leonardi, Franciane Kanzelumuka de Paula Instituição: Universidade Estadual Paulista Linha de Pesquisa: Estéticas e Poéticas da Cena Orientador: Marianna Monteiro Nível e data de início: Doutorado. Início em março de 2015 Bolsa de fomento: Capes Contato: [email protected] Palavras-chave: ritual, teatro, terreiro, troca de saberes

O Grupo Terreiro é um celeiro de pesquisas voltadas para as manifestações cênicas da cultura popular brasileira visando estabelecer e compreender suas relações com as expressões artística contemporâneas. Volta-se para os métodos adotados por artistas e arte educadores na formulação de dramaturgias e procedimento de treinamento ator-bailarino, centrados nas tradições populares e na pesquisa de campo.

O grupo propõe aproximar a Universidade dos saberes tradicionais, estimulando os intercâmbios e soçobrando as fronteiras entre cultura erudita e popular, processos artísticos e de aprendizagem nas artes cênicas. As atividades possuem caráter teórico-prático, voltam-se para a reflexão histórica, pedagógica, antropológica, política, filosófica, para a pesquisa de processos criativos de encenação e performance.

Composto por pesquisadores com diferentes atuações, o Grupo interessa-se pelo avizinhar-se da arte com a vida, pelo fantástico no cotidiano, pelo papel das tradições africanas nos países da diáspora e na educação brasileira e, sobretudo pelas formas múltiplas de aprendizagem / criação presentes em contextos dos mais diversos.

A heterogeneidade do grupo marcada por diferentes saberes configura-se como estratégica em um contexto acadêmico caracterizado pela hiperespecialização, essa diversidade pode ser observada em suas linhas de pesquisas: O Afro-brasileiro entre o Terreiro e a Cena; Mito, Performance e Cultura Popular; Pedagogia, oralidade e brincadeiras: transmissão e saberes; Tradição Popular Brasileira e Treinamento Cênico.

Recentemente o grupo realizou o 1º Colóquio Internacional O Afro Contemporâneo nas Artes Cênicas 2015, e este ano deu início ao projeto de extensão Dramaturgias do Corpo: (Re)Inventando Tradições 2016.

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MAPAS INVESTIGATIVOS ESPACIALIZAM IMAGINAÇÕES NO ÂMBITO DA PESQUISA EM ARTES

Autoras: Profa. Dra. Marina Marcondes Machado e Luciana Cezário Milagres de Melo 26

(mestranda) Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Linha de pesquisa: Artes da Cena / Processos investigativos da criação cênica a partir de prática etnográfica Contato: [email protected] Palavras-chave: cartografias imaginárias; mapa como registro dramatúrgico de si; trabalho em processo

Marina pesquisa no campo híbrido entre teatro e psicologia, cena contemporânea e fenomenologia, desde a década de 1990 e hoje tematiza as “dramaturgias do espaço” em minha pesquisa docente no âmbito da graduação e da pós-graduação e proponho a construção de mapas, ampliando o convite a meus alunos orientandos participantes do laboratório Agacho ao “mapear a si mesmo”: ato performativo sempre contextualizado no mundo compartilhado e com o outro.

O laboratório propõe aos participantes imaginarem uma geometria que vetorize conexões entre corporalidade-espacialidade-mundaneidade-outridade, desenho no qual a corporalidade é o si mesmo – nossa pessoalidade – e a espacialidade é a experiência espaço corpo próprio em movimento no espaço mundo compartilhado, lugar onde encontramos os outros. Ao fazer daquilo tudo uma espiral ou um redemoinho, os alunos estarão prontos para o ato do mapear-se: implicando-se no desenho, mesmo que inicialmente apenas em rabiscos ou garatujas. O mapa será generoso e mutante, e revelará o work in process do pesquisador. Aqui o ato de mapear-se é conectado, necessariamente, ao projeto de pesquisa do orientando.

Sem formas definidas anteriormente, mas pleno de potência e possibilidades, pensamos mapas em conexão com Marquez (2014), autora que reviu a cartografia como uma plataforma científica que, desde seus primórdios, guarda uma potência mítica para relatos abertos e transversais à ciência.

Bibliografia MARQUEZ, R. M. O mapa como relato. Curitiba: Revista Ra’e Ga. v.30, p.41-64. abr/2014.

Coordeno o laboratório Agacho desde 2015 e mantenho o site-blog 26

www.agachamento.com

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PRÁTICA COMO PESQUISA NAS ARTES DA CENA: UMA EXPERIÊNCIA EM PROCESSO

Autoras: Marisa Martins Lambert; Silvia Maria Geraldi; Ana Maria Rodriguez Costas Instituição: Universidade Estadual de Campinas Linhas de Pesquisa: Técnicas e Processos de Formação do Artista da Cena; Poéticas e Linguagens da Cena; Arte e Contexto Coordenadoras: Marisa Martins Lambert; Silvia Maria Geraldi Nível e data de início: Grupo de Pesquisa, agosto de 2014 Pesquisa disponível em: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4528156622405590 Contato: [email protected]; [email protected]; [email protected] Palavras-chave: cena contemporânea, pesquisa em artes da cena, prática como pesquisa

Compartilhada por suas três pesquisadoras permanentes – Ana Maria Rodriguez Costas, Marisa Martins Lambert e Silvia Maria Geraldi –, a comunicação enfocará aspectos da gênese, ideário de atuação e percurso do Grupo “Prática como Pesquisa: processos de produção da cena contemporânea”.

Acolhendo projetos de pesquisa na área das artes da cena (dança, teatro, performance, circo), o núcleo vem funcionando nos moldes de um laboratório de investigação conduzido predominantemente a partir da prática de seus participantes. Para tanto, busca colocar em permanente fricção três eixos de conhecimento: a experiência do processo artístico no corpo, como elemento preponderante; a reflexão crítica resultante da aproximação empírica; os enfoques teóricos analíticos (marcos teóricos).

Serão discutidas as implicações epistemológicas, metodológicas e políticas que orientam a “prática como pesquisa” no campo das artes da cena, bem como os modos de seu tratamento na dinâmica de trabalho do grupo e na prática investigativa de seus integrantes. As pesquisadoras tratarão, ainda, de elucidar procedimentos e ferramentas utilizados nos laboratórios investigativos compartilhados pelo grupo, bem como expor alguns dos resultados individuais/coletivos que vem sendo alcançados em decorrência desse tipo de aproximação metodológica processual.

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NÚCLEO TRANSDISCIPLINAR DE PESQUISA EM ARTES CÊNICAS E ESPETACULARES/NACE/UFRN

ARTE CONTEMPORÂNEA E CULTURA INVESTIGADAS PARA CONHECER, APREENDER E TRANSFORMAR

Autora: Nara Salles Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Linha de Pesquisa: Performance e Processos Criativos Colaborativos em Arte Contemporânea Nível e data de início: Pesquisa Docente, janeiro de 2015 Nível e data de conclusão: Pesquisa Docente em andamento Bolsa de fomento: CNPq, MEC/SESU Contato: [email protected] Palavras-chave: teatro, dança, instauração cênica, pesquisa ação

A pesquisa articula ações nas dimensões de pesquisa, extensão e ensino, congregando as áreas TEATRO/DANÇA/PERFORMANCE/CINEMA/MÚSICA/ARTES VISUAIS. Mantêm relação com cursos de graduação e pós-graduação: PPGARc e PROFARTES. As ações compreendem realização de mini-residências, objetivando fomentar a arte e a cultura, viabilizando o acesso da comunidade ao resultado de projetos de pesquisa e disciplinas da graduação e pós-graduação, seminários, mini-cursos, conferências, introdução ao cinema contemporâneo. Como produtos culturais, confeccionar-se-á livro e DVD. Acontecerá a internacionalização do Programa no Escena Mazatlán 2016, México.

Encontrar o referencial teórico e metodológico para a realização deste projeto foi um processo dialético contido na própria definição do objeto e sua delimitação, encontrando-se altamente articulado com Programas e Projetos de Pesquisa e Extensão da UFRN e comprometido com a formação dos alunos da graduação e pós-graduação. Existe na proposta uma articulação veemente entre ensino, pesquisa e extensão, posto que as ações abrangem uma pesquisa de Iniciação Científica, um Projeto de Ação Integrada, resultados práticos de pesquisas desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFRN propondo uma ampla discussão sobre a Arte Contemporânea e ao acesso a obras artísticas produzidas na UFRN, os trabalhos artísticos estão sendo apresentados para a comunidade em geral em uma circulação da arte produzida no âmbito da academia; assim como são realizadas discussões sobre os processos criativos em arte contemporânea nas linguagens apontadas, e na ação de pintura artística de murais com o artista muralista Andruchak.

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Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 Cidade Universitária - 05508-020

São Paulo – SP – Brasil [email protected]

www3.eca.usp.br/pos/ppgac/spa

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