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1/17/2016 retrovisor: televisão http://camarneiro.blogspot.com.br/search/label/televis%C3%A3o 1/2 31 August 2009 house (2004‐2012) Gregory House é o Sherlock Holmes da medicina. Nenhuma novidade nisso. Nenhuma novidade também notar o charme e a verve que Hugh Laurie emprestou ao personagem. Uma das séries mais interessantes da televisão (seja pelo carisma de Laurie, seja pela ironia de suas falas), Houseatualiza alguns velhos clichês das histórias de detetive: o primado da razão e da lógica; a deficiência física como marca da mente aguçada etc. A novidade é o cenário: um hospital. Em House, a fé na medicina é absoluta. (A palavra "fé" não aparece aqui por acaso.) O problema do médico é descobrir o diagnóstico correto. Uma vez conhecida a doença, alguns medicamentos, engolidos de tantas em tantas horas, bastam para a cura. A saúde se transforma em um jogo de detetive a partir dos sintomas (a chamada "semiótica médica"). Não existe relação humana entre médico e paciente, mas por que seria diferente? Tudo que se deseja é uma prescrição, um receituário. Deixando de lado os interesses da indústria farmacêutica, basta lembrar o sucesso que o seriado tem nos EUA, país em que as drugstores são praticamente uma mania.

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House

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1/17/2016 retrovisor: televisão

http://camarneiro.blogspot.com.br/search/label/televis%C3%A3o 1/2

31 August 2009

house (2004‐2012)

Gregory House é o Sherlock Holmes da medicina. Nenhuma novidade nisso.

Nenhuma novidade também notar o charme e a verve que Hugh Laurie emprestou aopersonagem.

 

Uma das séries mais interessantes da televisão (seja pelo carisma de Laurie, seja pela ironia desuas falas), Houseatualiza alguns velhos clichês das histórias de detetive: o primado da razão eda lógica; a deficiência física como marca da mente aguçada etc. A novidade é o cenário: umhospital.

Em House, a fé na medicina é absoluta. (A palavra "fé" não aparece aqui por acaso.) Oproblema do médico é descobrir o diagnóstico correto. Uma vez conhecida a doença, algunsmedicamentos, engolidos de tantas em tantas horas, bastam para a cura.

A saúde se transforma em um jogo de detetive a partir dos sintomas (a chamada "semióticamédica"). Não existe relação humana entre médico e paciente, mas por que seria diferente?Tudo que se deseja é uma prescrição, um receituário.

Deixando de lado os interesses da indústria farmacêutica, basta lembrar o sucesso que oseriado tem nos EUA, país em que as drugstores são praticamente uma mania.