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Revista Aeronáutica Revista Aeronáutica 2011 Número 276 2011 Número 276

Rev Caer 276

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Revista Aeronáutica

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  • Revista

    AeronuticaRevista

    Aeronutica2011 Nmero 2762011 Nmero 276

  • As opinies emitidas em entrevistas e em matrias assinadas estaro sujeitas a cortes, no todo ou em parte, a critrio do Conselho Editorial. As matrias so de inteira responsabilidade de seus autores, no representando, necessariamente, a opinio da revista. As matrias no sero devolvidas, mesmo que no publicadas.

    Departamentos

    Cultural Cel Av Araken Hiplito da Costa

    Social Cel Av Paulo Fernandes da Silva

    Administrativo Cel Av Nylson de Queiroz Gardel

    Financeiro Cel Int Jlio Srgio Kistemarcher do Nascimento

    Patrimonial Cap Adm Ivan Alves Moreira

    Aerodesportivo Cel Av Joo Fares Netto

    Desportivo Ten Cel Av Antonio Vianna Jordo

    Beneficente Cel Av Nylson de Queiroz Gardel

    Jurdico Dr. Francisco Rodrigues da Fonseca

    Informtica (Assessor)Cel Av Jos Mauro Rosa Lima

    SuPerINTeNDNCIAS

    Sede Social Brig Ar Guilherme Sarmento Sperry

    Sede da Barra da Tijuca Brig Ar Paulo roberto de Oliveira PereiraAdjunto da Administrao e Assessor FinanceiroCel Av Mauro Domeneck SalgadoAssessora especial da SuperintendnciaLoreta Helena Valrio Alves

    Sede Lacustre 1 Ten QOe Sebastio Jos Ferreira

    Secretaria Geral Cap Adm Ivan Alves Moreira

    CHICAer Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista

    w w w . c a e r . o r g . b rr ev i s t a@ c ae r.o r g .b r

    Expediente

    Expediente do CAER (Sede Social) Dias: 3 a 6 feira Horrio: 9h s 12h e 13h s 17hSede Social Praa Marechal ncora, 15 CEP 20021-200 - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2210-3212 Fax: (21) 2220-8444Sede da Barra da TijucaRua Raquel de Queiroz, s/n CEP 22793-710 - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 3325-2681Sede Lacustre Estrada da Figueira, n ICEP 28930-000 - Arraial do Cabo - RJ Tel.: (22) 2662-1510 Fax: (22) 2662-1049

    ReviSTa do CluBe de aeRonuTiCaTel./Fax: (21) 2220-3691Diretor e Editor Cel Av Araken Hiplito da Costa

    Jornalista Responsvel J. Marcos Montebello

    Produo editorial e design Grfico Rosana Guter nogueira

    Produo Grfica Luiz Ludgerio Pereira da Silva

    Reviso Mrcia Helena Mendes dos Santos

    Secretria Adriana Valdevino

    Estagiria Paula Arajo

    Jul./Ago./Set. 2011

    Presidente do Conselho Deliberativo Maj Brig Ar Marcus Vincius Pinto Costa

    Presidente do Conselho Fiscal Brig Int Joo Carlos Fernandes Cardoso

    Presidente Ten Brig ar Carlos de almeida Baptista

    Assessor especial da Presidncia

    Cel Av Jos de Faria Pereira Sobrinho

    1 Vice-PresidenteMaj Brig Ar Mrcio Callafange

    2 Vice-Presidente Brig Ar Guilherme Sarmento Sperry

    3 Vice-Presidente Brig ar Paulo Roberto de oliveira Pereira

    4 no aCRediTo!Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista

    35 CRonoloGia aeRonuTiCaBRASILEIRASegunda PartePesquisa de Fernando Hipplyto da CostaCel Av

    25 PReCiSaMoS deSenvolveR noSSaS PRPRiaS TeCnoloGiaSTen Brig Ar Juniti SaitoClube de Engenharia

    26 a BaTalHa da GR-BReTanHa70 anos depoisOzlio Carlos da SilvaEngenheiro aeronutico

    16 CenTRo de eSTudoS eSTRaTGiCoSda univeRSidade da FoRa aRea uma anlise crtica sob a perspectivada estratgia nacional de defesaMauro Barbosa Siqueira Cel Av

    20 oS MiliTaReS e o diReiTo de oPinaRMaj Brig Ar Lauro Ney Menezes

    14 CHina-eua: a luTa PelaSuPReMaCia MundialManuel Cambeses JniorCel Av

    12 o anaCRoniSMo doSTeMPoS ModeRnoSIves Gandra da Silva MartinsAdvogado

    22 aeRoPoRTo inTeRnaCionalToM JoBiMPaulo Alves SalgadoTen Cel Int

    8 aeRonoTCiaSRedao

    32 euReKa! euReKa! Alte Roberto Gama e Silva

    40 uM CaadoR a SeR leMBRadoTen Brig Ar Joo Soares Nunes

    43 BRaSil: o GRande CaMPeodoS JoGoS MundiaiS MiliTaReSRedao

    48 vivnCia ou SoBRevivnCia?Vernica Bevilqua MendesEscritora

    50 ColeGa de TuRMaIvan Zanoni HausenCel Av

    ndice

    6 queM TeM Medo da veRdade?Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista

    44 doMei o BiCHoTen Brig Ar Srgio Pedro Bambini

    46 a noiTe de CodoS aMiGoS da onaRaul Galbarro ViannaCel Av

    Compartimento de bomba do B-25

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    Colocado este ttulo penso no que desejo escrever, a ttulo de editorial, para a Revista do Clube de Aero-nutica que tenho a honra de presidir. Sei que desejo protestar por mais esta onda de corrupo revelada, diariamente, pela nossa mdia. Sei que se trata de um mal presente em toda a histria do Brasil, desde a sua descoberta, pelos portugueses, em 1500. Entendo que o surgimento dos mo-vimentos militarista e civilista, tendo como antagnicos Hermes da Fonseca e Rui Barbosa, apresentou como bandeiras, de um lado, o combate imoralidade, falta de tica e corrupo na Administrao Pblica, e, de outro, a subordinao dos militares ao poder civil.

    Isto se arrasta desde os primrdios da Repblica, quando os civis mandaram Deodoro acabar com a realeza. Foi a pri-meira vez que os civis, por absoluta falta de credibilidade, exigiram os milicos no poder. Desde l, todos os militares que presidiram este pas corresponderam ao que deles se esperava: promoveram o progresso, com ordem e segurana, e... morreram pobres!

    Em 1964 aconteceu coisa idntica. Empurrados para fora dos quartis por grande parte dos governadores de estado e prefeitos municipais, por grande parte da elite empresarial e pelos polticos te-merosos da expanso da hidra vermelha, pelo clero e pelo governo norte-americano receoso, tambm, da tintura rosa que caracterizava os atos dos governantes de ento, os militares assumiram o governo e, lamentavelmente, nele permaneceram mais tempo do que era esperado.

    No tenho lembranas de escndalos, nesse perodo, referentes corrupo na

    no aCRediTo!Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista

    Presidente do Clube de Aeronutica

    Administrao. Quem consultar o Anurio Estatstico de 1964 e o de 1984 haver de constatar o quanto se construiu, o quanto se modernizou, o quanto se progrediu nas reas bsicas da sade e da educao neste pas, no aumento da malha rodoviria e da capacidade energtica etc.

    No meu modo de ver, isto se deve a um tal de Servio Nacional de Informaes (SNI), que abria uma pastinha para acom-panhar todos os movimentos contrrios nossa verdadeira ndole democrtica e, principalmente, conhecer os corruptos e corruptores que se aproximavam da Administrao Pblica. Tratava-se de um servio para informar o Presidente da Re-pblica e no para escandalizar a patuleia tupiniquim

    Dele se aproveitou o primeiro presi-dente da Nova Repblica, mas, o seguinte decretou sua extino. Se sobrevivesse, certamente, no haveria PC Farias e outros mais que se seguiram e, a cada governo, se proliferam assustadoramente. Lamentvel que os maiores pulhas so produzidos pelos votos que depositamos nas urnas eleitorais.

    No havendo mais um servio organi-zado como esse, sucedeu-lhe a mdia sem-pre em busca de aumentar a tiragem, os promotores e os policiais federais. Damos Graas a Deus, pelas denncias dirias e pelas algemas que alguns ex-intocveis esto tendo a surpresa de terem de usar.

    Voltando ao perodo dito militar temos constatado que, de um lado e de outro, pessoas foram vitimadas pela ao ou pela represso, mas, felizmente, um nmero bem inferior queles ocorridos em pases vizinhos com habitantes de sangue mais quente. A cada ano, as homenagens

    aos perseguidos pela ditadura tornam-se mais calorosas, sob diversas formas. Inauguram praas, pontes, escolas com nomes dos perdedores, e, muitas vezes, substituindo-se os dos vencedores. Inde-nizaes vultosas so pagas aos perse-guidos, homenagens de toda forma so prestadas aos terroristas que vitimaram mais de uma centena de pessoas sem d nem piedade, algumas com exagerado requinte de crueldade.

    Os velhos militares de hoje que vi-veram aquela poca, recolhidos em seus pijamas, a tudo assistem e, de quando em vez, expressam suas solitrias decepes. Mas, agora, resolveram, atravs dos Clu-bes Militares, promover uma missa para re-verenciar a memria de 122 mrtires. No mais que uma centena de velhos soldados acorreu igreja para orar pelo descanso eterno daquelas vtimas do terrorismo; e, ento, vem a notcia: o Capelo Militar fora impedido de oficiar a missa e os militares da ativa de comparecerem mesma.

    No acredito que um simples gesto como o nosso tenha balanado tanto a estrutura governamental, levando-lhes receio de... no sei! Eu, particularmente, fiz minhas preces pedindo a Deus que iluminasse nossa Presidente Dilma e no a deixasse esmorecer na sua vontade de no contemporizar com os velhacos chan-tagistas que ameaam retirar-lhe o imenso apoio da base que conseguiu se persistir na inteno de prosseguir com a faxina. Esto a duas coisas que os militaristas continuam a no suportar: comunistas e corruptos. Est a a secular dificuldade de se aceitar a subordinao completa ao poder civil que os aceita e os integra, e, muitas vezes, os protege e prestigia n

    Daniel Joseph Martinezself portrait

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    Recebi, h poucos dias, de um associado a quem prezo e com quem convivi h muitos anos atrs, no auge da minha vida operacional, um encaminhamento de uma correspondncia virtual contendo um chamamento para convocao de uma Assembleia Geral do Clube Militar com a finalidade de promo-ver sua reforma estrutural, provocando o retorno dos militares ao debate nacional. O motivo principal seria a apatia dos Clubes com relao criao da Comisso da Ver-dade, recentemente aprovada na Cmara dos Deputados.

    O companheiro, ento, se dirige a esta Presidncia nos seguintes termos:

    Resido fora do Rio de Janeiro, uma das razes que me impedem pouco fre-quentar nosso Clube.

    Recebo mensalmente a Revista e tambm o Arauto, mas salvo esquecimento ou engano, nada li a respeito. Consultei al-guns amigos, igualmente associados, que tambm no souberam responder. Gostaria

    de conhecer as posies do Clube de Aero-nutica e da Comisso Interclubes Militares em relao Comisso da Verdade.

    Visando esclarecer os demais, alm de outros igualmente surpresos, irei divul-gar qualquer possvel resposta.

    Antecipadamente agradeoRespeitosamente [sic]

    J havia preparado minha resposta pessoal quando pensei em divulg-la tambm a todo o quadro social, o que fao nos seguintes termos.

    Nas reunies da Comisso Interclubes Militares, em boa hora criada j h bastante tempo, temos trabalhado em torno de assuntos que sabemos interessar a todos os associados e (em cumprimento de ob-jetivos estatutrios) a todos os integrantes das Foras Armadas de ontem, de hoje e de sempre. Alguns deles:

    Uma representao militar nas casas legislativas;

    Os reajustes salariais devidos;

    A Comisso da Verdade.Os Presidentes de Clubes foram

    recebidos pelo Ministro da Defesa, Nlson Jobim, duas vezes, junto com os Comandantes Militares, ocasies em que pudemos conversar sobre estes e outros assuntos gerais da vida nacio-nal. Temos, ainda, recebido em nossas reunies mensais Parlamentares que ouvem nossas preocupaes e colocam seus esclarecimentos a respeito de suas participaes na vida legislativa como representantes do povo brasileiro. Com muita franqueza temos exposto assun-tos variados que angustiam os militares federais inativos, com prioridade para o trato da verdade que, na nossa opinio, corre srio risco de ser sufocada, vtimas de um revanchismo inescrupuloso at por que vai contra inapelveis decises judiciais superiores. Toda nossa conduta norteada pela certeza de que os nossos atuais Comandantes, bem assessora-dos pelos seus Alto-Comandos, pelas

    centenas de Oficiais Generais e por toda a cadeia hierrquica de que dispem, poderiam tratar de todos esses assuntos prescindindo deste nosso trabalho, pois conhecendo-os como conheo, confio cegamente em que mais que membros de um governo, continuam fiis ao Estado Brasileiro, defensores, como fomos no passado, de todos os princpios ticos, disciplinares e morais que preservamos desde que ingressamos na caserna h tantos e tantos anos passados.

    Creio que eles sabero zelar para que no consigam desmoralizar velhos solda-dos que poca simplesmente cumpriram o seu dever e apenas obedeceram ordens. A principal ordem: impedir a instalao de um regime totalitrio no Pas e declarar guerra corrupo, especialmente no servio pblico em todos os seus nveis.

    Por confiar nos homens que esto hoje onde estivemos que vejo com tristeza essa troca de correspondncia virtual e at artigos publicados em re-vistas e peridicos, nos quais graduados criticam oficiais, estes criticam generais, e outros, acintosamente ofendem nossos Comandantes, numa clara demonstrao de desunio para deleite dos nossos ini-migos. A quem satisfaz, desacreditar os atuais Comandantes?

    Com relao Comisso da Verdade no consigo entender essa reverberao que se avoluma, resultando na proposta de uma Assembleia Geral que, pelo que entendo, se pretende permanente. Quem tem medo? Penso que os revanchistas es-to nos dando a oportunidade de divulgar todas as verdades que no deixam vir tona. O povo brasileiro precisa conhec-la, especialmente a juventude militar que no viveu aquela poca. Estes devem estar pensando:

    O que teme essa nossa ve lha guarda?

    Penso que ser a oportunidade de iniciar a discusso a partir da correo de uma mentira, a de que em 1964 interrompeu-se um ciclo democrtico e implantou-se uma ditadura, ditadura esta que foi combatida, ferozmente, por gente que apenas pretendia reimplantar a democracia no Pas.

    Os principais lderes comunistas da-quela poca j confirmaram, publicamen-te, que a ideia era, realmente, implantar o regime comunista no Brasil!

    Haver de aparecer, na Comisso da Verdade, algum para dizer por qu se su-foca a verdade j divulgada nos extensos trabalhos histricos sobre o terrorismo e suas vtimas.

    Presidi um Conselho Especial de Justia, quando servi no 1/14 Gav, para julgar um desses terroristas que encheu de dinamite o bero do trem de pouso de um C47 que fazia a linha do CAN, num pernoite no Aeroporto Salgado Filho. No fosse ter o mecnico olhado com mais ateno, no cheque externo, devido a um vazamento de leo hidrulico, essa aeronave teria ex-plodido no ar no momento do recolhimento do trem de pouso, ceifando a vida dos passageiros que estariam a bordo.

    E o Almirante, que foi explodido em Recife?

    Ser o momento de desmistificao do desertor Lamarca, do terrorista Mari-ghella e outros tantos, que aos poucos foram sendo implantados como heris na cabea da juventude brasileira, vtimas do ideologizado e decadente sistema escolar que como resultado apresenta avaliaes deprimentes publicadas, recentemente, na mdia.

    Medo de qu, minha gente? Vamos exigir ampla cobertura televisiva e ra-diofnica para podermos fazer com que todos digam suas verdades! Ou sejam desmascarados em suas mentiras.

    Passo, agora, convocao de uma Assembleia Geral no Clube Militar, de onde sou scio antes mesmo de associar-me ao Clube de Aeronutica.

    Preciso lembrar que, l atrs, no foram os inativos que movimentaram o Clube Militar (ou os demais co-irmos), e sim o pessoal da ativa que, entre ou-tros recursos, os usou para despertar a conscincia cvica e patr it ica da Nao. Par t icularmente, sou contra esse artifcio, mas se algum desejar que acontea, as regras estatutrias indicam a necessidade de se colher 500 assinaturas, se no me engano (no caso do Clube de Aeronutica so 200), e solicitar ao Presidente do Con-selho Deliberativo (no nosso caso) que a convoque, explicitando o motivo da proposta. Edital de Convocao vir a seguir, e a, ento, ter sido instalada a Assembleia reunindo velhos guerreiros que se sentiram desprestigiados pela mesmice que tem rondado a Diretoria do Clube que j foi palco de atos heroicos e de patriotismo [sic], conforme exalta um respeitado companheiro em sua mensagem virtual.

    Esta a minha resposta. Confiana absoluta nos Comandos das Foras e, tambm, nos Oficiais Generais que os cercam, com a certeza de que esta ser a grande oportunidade de desmistificar-se os terroristas e todos aqueles que, de m f, tentam, inutilmente, depreciar as Foras Armadas e a valorosa gente que as integra.

    Finalmente, devo registrar que no vejo no Estatuto do Clube, como atribuio do Presidente, a liderana poltico-social da classe como foi sugerida em outra correspondncia vir tual. Prometo que cobrarei do Conselho Deliberativo, na prxima reunio, uma posio bem clara a esse respeito n

    Ten Brig Ar Carlos de Almeida BaptistaPresidente do Clube de Aeronutica

    arakenobjeto

    Quem Tem medo daQuem Tem medo da

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    ToRneio de TniSliFe Ten

    O Clube de Aeronutica promoveu, no dia 13 de agosto de 2011, o torneio de tnis de duplas Life Ten.

    Estava presente ao evento o Presi-dente do Clube de Aeronutica, Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista. Sagrou-se campe a dupla Angela Pontes e Ribeiro.

    O dia 20 de agosto de 2011 entrou para o calendrio do Clube de Ultraleve na Sede Barra do Clube de Aeronutica, pois marcou o ltimo voo do Cel Av Ref Joo Luiz Moreira da Fonseca.

    Para prestigiar esse momento marcante, estavam presentes a esposa do Cel Av Joo Luiz, Sra. Maria Helena, seus filhos e amigos, inclusive o Presidente do Clube de Aeronutica, Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista.

    Aps a demonstrao de voo, todos se dirigiram ao Birutinha, onde foi servido um coquetel e o Cel Av Joo Luiz foi homenageado com muitos discursos e uma placa.

    O Cel Av Joo Luiz foi piloto de caa, um dos primeiros pilotos da Esquadrilha da Fumaa, alm de voar desde a inaugurao da pista para ultraleves. Foi instrutor de voo de ultraleves da Sede Barra.

    BaRRa CeleBRa o lTiMo voo do Cel av Joo luz

    Cel av Joo luiz iniciando o txi

    em p, da esq. para a dir.: Juarez, Meira, Jca, Bandarra, Baptista, pereira sobrinho, Mauro Motta, azzi, Fares neto, aluzio, Jos Carlos, salmito. ajoelhados: Menezes, paulo pinto e Gonzaga

    Da esq. para a dir.: ribeiro, angela pontes, ten Brig ar Carlos de almeida Baptista e Bandarra.

    No dia 5 de agosto de 2011, o Clube de Aeronutica completou 65 anos. Para celebrar essa data especial, o Presidente, Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista, promoveu um almoo para os scios e convidados especiais.

    Estavam presentes os membros da Comisso Interclubes Militares: o Vice Alte Ricardo de Veiga Cabral, Presidente do Clube Naval e o Gen Ex Renato Cesar Tibau da Costa, Presidente do Clube Militar; alm de vrios Oficiais-Generais da ativa, que servem no Rio de Janeiro, todos associados do Clube.

    O Presidente do Clube destacou as turmas de integrantes de algumas mesas que h muitos anos prestigiam o nosso almoo, dentre elas, a mais antiga, conhecida como a mesa do Brig Bach.

    Aps o discurso proferido pelo Presidente do CAer, os scio-fundadores e ex-pre-sidentes foram homenageados, recebendo a medalha comemorativa do aniversrio.

    Ao som do Parabns a Voc, interpretado no piano pelo Cel Ubirajara Carvalho da Cruz, todos se reuniram em volta mesa e celebraram mais um ano de vida do Clube de Aeronutica.

    65 aniveRSRio do CaeRaeRonoTCiaS do CAER

    ten Brig ar Carlos de almeida Baptista e associados brindam os 65 anos do Caer

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    O Curso do Pensamento Brasileiro II e o Grupo de Estudos do Departamento Cultural do Clube de Aeronutica reiniciaram suas atividades no segundo semestre de 2011 recebendo o Ncleo de Estudos Avanados de Geopoltica (NEAG) da Academia da Fora Area (AFA), no dia 6 de setembro.

    Apresentaram-se o Cel Av Pedro de Carvalho e Silva, Chefe da Diviso de Ensino (DE) da AFA, o Cadete Intendente do 4 ano, Marcelo dos Santos Sobrinho, chefe do Clu-be NEAG e o Cadete de Infantaria do 3 ano Thiago Luiz Maia dos Santos, que em 2012 assumir a chefia do Clube do NEAG.

    O ineditismo da apresentao pela manh, do Cadete Marcelo, seguido do Cel Pedro, sobre as atividades do NEAG da AFA e como se desenvolve o estudo de Geopoltica na Academia, onde so formados os Oficiais da Fora Area Brasileira (FAB), em Pirassu-nunga, SP, despertou o entusiasmo e a admi-rao em cerca de cinquenta componentes do Curso do Pensamento Brasileiro II presentes no Salo Mal do Ar Mrcio de Souza e Melo, constituindo-se num fato histrico e cultural para o Clube de Aeronutica.

    O Cadete Marcelo desenvolveu sua apresentao explicando o mtodo de ensino do NEAG, ilustrando sua contextualizao da Situao Problema. Mostrou tambm as atividades ministradas na NEAG, bem como a sua relao com o meio acadmico nacional e as principais metas futuras.

    Em seguida, o Cel Av Pedro explicou o funcionamento da Diviso de Ensino e a sua base legal, conforme a Lei 9394/96, falando sobre a interligao das atividades do ensino, extenso e pesquisa, justificando a criao do Grupo de Pesquisa. Citou, tambm, a misso da Academia em face da Estratgia Nacional de Defesa. Ao final, ele se colocou

    nCleo de eSTudoS avanadoS de GeoPolTiCa da aFa aPReSenTa-Se no CluBe de aeRonuTiCa

    aeRonoTCiaS do CAER

    disposio da plateia para dirimir dvidas.O Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista,

    Presidente do Clube de Aeronutica, assistiu palestra ao lado do Cel Araken Hiplito da Cos-ta, Diretor Cultural do CAER, e de convidados especialistas em Geopoltica, como: Cel Av Manuel Cambeses Jnior, membro emrito do Instituto de Geografia e Histria Militar do Bra-sil e Conselheiro do Instituto Histrico-Cultural da Aeronutica; Cel Cav Roberto Machado de Oliveira Mafra, professor h 21 anos da Escola Superior de Guerra (ESG); Professor Francisco

    Martins de Souza, vice-presidente da Acade-mia Brasileira de Filosofia; e os 16 membros do Grupo de Estudos do Pensamento Brasileiro do Clube de Aeronutica.

    No perodo da tarde, o Cel Pedro e os Cadetes Marcelo e Maia reuniram-se com o Grupo de Estudos e especialistas em Geopoltica para discutir a possibilidade de um trabalho em conjunto, alm da possvel participao da Academia da Fora Area no Seminrio do Pensamento Brasileiro, previsto para acontecer no prximo ano.

    auditrio do Curso do pensamento Brasileiro ii

    Da esq. para a dir. os palestrantes Cel av pedro e Cad int Marcelo

    entrega de diplomas pelo presidente do Caer, Carlos de almeida Baptista

    reunio com o Grupo de estudos do Caer

    Cerca de cinquenta componentes do Curso do Pensamento Brasileiro II do Clube de Aeronutica, guiados a bordo pelo Alte Armando de Senna Bittencourt, Diretor do Patrimnio Histrico Cultural da Mari-nha, e conduzidos pelo Cel Araken Hiplito da Costa, Diretor Cultural do Clube de Ae-ronutica, participaram de uma verdadeira aula viva de histria e geografia sobre o Rio de Janeiro, ministrada no convs do Rebocador Laurindo Pitta, da Marinha do Brasil, no dia 13 de setembro de 2011, uma tera-feira com mar de Almirante e fazendo um cu de Brigadeiro.

    Lanado ao mar em 1910, a embarca-o que serviu Armada Brasileira durante a Primeira Guerra Mundial, atualmente

    dePaRTaMenTo CulTuRal PRoMove PaSSeio na Baa de GuanaBaRa

    revitalizada, fez um dos mais belos tours atravs da Baa de Guanabara, passando ao largo do Aterro e das Praias do Flamengo, Botafogo e Urca, avistando-se o morro do Po de Acar, a Fortaleza de So Joo e, em Niteri, a Fortaleza de Santa Cruz e o Museu de Arte Contempornea (MAC).

    Aps duas horas de viagem, o Laurin-do Pitta cruzou o Arsenal de Marinha e a Ilha Fiscal, atracando no cas do Complexo Cultural da Marinha.

    Antes do embarque, os componentes puderam visitar a Galeota D. Joo VI, cons-truda em 1808; o Navio-Museu Bauru; o Submarino Riachuelo; uma rplica da Nau dos Descobrimentos e, ainda, um exemplar do Helicptero Sea King.

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    Senador Acio Neves Com cum-primentos cordiais, agradece a gentileza referente ao envio do exemplar n 275 da Revista Aeronutica.

    Thiago Hora Costa da Silva Advo-gado Acusa o recebimento da Revista Aeronutica de n 275, agradece, enaltece a matria Um novo conceito de conflito para o sculo XXI e envia o importante comentrio:

    Fico extremamente grato por ter colaborado com a revista que a cada edio nos surpreende com mate-rial rico em qualidade e diversidade, atingindo diversos campos em nossa sociedade.

    MenSaGeMdos leitores

    NOTA DO EDITORAgradecemos as manifestaes dos leitores, acrescentando nossa gratido aos colaboradores, que valorizam as nossas edies, e deixando-lhes aberto espao para o envio de textos.

    O Espao Cultural da Mari-

    nha abre visitao pblica, de

    tera-feira a domingo, no hor-

    rio das 12h s 17h e est situado

    na Avenida Alfredo Agache s/n,

    na Praa XV, no Centro do Rio de

    Janeiro. Contatos pelo telefone

    (21) 2104-6025.

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    O desconhecimento da histria e a pouca ateno que, nas grades escolares, principalmente univer-sitrias, se d importncia do estudo de toda a espcie de acontecimentos passados, principalmente na poltica e nos costumes, faz com que aquele que vive o momento presente, sobre pensar viver o momento definitivo da histria, termine por repetir os mesmos erros, vcios e novidades pretritas.

    Na poltica, como procurei demonstrar em meu livro Uma breve teoria do poder, o homem pouco evoluiu. Se uma democra-cia formal foi conquistada a duras penas, a verdade que nem por isso a sociedade consegue controlar a figura do detentor do poder, que quer o poder pelo poder, sendo a prestao de servios pblicos apenas efeito colateral de seu exerccio, e que faz o que bem entende, at encontrar a resistncia dos que no tm o poder e o desejam. A corrupo endmica nas entidades estatais, nos tempos modernos, to velha quanto a dos tempos primitivos ou das primitivas civilizaes. Apenas mais sofisticada. Carl Schmitt (O Conceito do Poltico) e Maquiavel (O Prncipe) con-tinuam atualssimos.

    Nos costumes, a denominada liberdade sexual, em que dar vazo aos instintos modelo da modernidade, remonta, pelo

    menos, ao tempo da decadncia babilni-ca, quando as mulheres conseguiam seus dotes para o casamento entregando-se livremente no templo, ou decadncia do Imprio Romano. Polbio (Histria), este historiador grego que viveu em Roma, demonstrou que tal liberdade estava desfa-zendo as famlias romanas, prevendo o fim do imprio pela deteriorao dos costumes. de se lembrar que, no perodo anterior, quando da Repblica, as famlias respeita-vam valores e a sociedade se representava perante o Senado e os cnsules, atravs do Tribunato da Plebe (Fustel de Coulanges A cidade antiga). A cidadania romana tornou-se um bem, que protegia no s os romanos, mas aqueles que a conquistavam, dentro de suas fronteiras.

    se lembrar que, antes da queda de Esparta, a liberdade sexual das mulheres espartanas faria inveja s mais desinibidas senhoras da atualidade.

    O prprio homossexualismo, pratica-do em Atenas, tornou-se bem evidente, quando do incio de sua decadncia, que termina, de rigor, com a derrota na Guer-ra do Peloponeso, to bem narrada por Tucdides.

    Tais breves e perfunctrias remi-niscncias histricas sobre costumes e poltica objetivaram apenas demonstrar que as denominadas conquistas dos tem-

    pos modernos so muito velhas e, quase sempre, coincidem com a decadncia de civilizaes formadas, como o foi o imprio romano, luz de valores diferentes.

    Parece-me, portanto, que a deno-minao de conservadores seria mais aplicvel queles que repetem, atravs da histria, costumes flexveis- para adotar uma terminologia politicamente correta - e no os valores abraados pelos verdadeiros construtores das civilizaes, que, como Toynbee afirma (Um Estudo da Histria), nasceram, fundamentalmente, dos preservados pelas grandes religies.

    Uma ltima observao de carter apenas explicativo. Nos tempos de cos-tumes condenveis, em que as mulheres, em algumas naes, tinham um estatuto inferior, foi Cristo que abriu a perspectiva da igualdade entre o homem e a mulher ao dar ao matrimnio a dignidade de estado, com obrigaes e direitos mtuos rigoro-samente idnticos, com deveres de leal-dade e fidelidade necessrios para criar os valores prprios para a correta educao da prole que geravam. E elevou uma mulher condio da mais importante figura da humanidade, para os catlicos, acima de todos os homens, ou seja, Santa Maria.

    Poltica e costumes merecem sem-pre uma reflexo histrica. Pouco co-mum, mas necessria n

    o anaCRoniSMo doS TeMPoS ModeRnoS

    Ives Gandra da Silva Martins Advogado e Professor

    Membro das Academias Paulista de Histria e de Letras, Brasileira de Filosofia e Internacional

    de Cultura Portuguesa (Lisboa)[email protected]

    MarCus CoatesJourney to the lower Worl (Berryl)Fotografia

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    China-EUA A Luta pela Supremacia Mundial

    Manuel Cambeses JniorCel Av

    Conferencista especial da ESG, membro emrito do Instituto de Geografia

    e Histria Militar do Brasil e conselheiro do Instituto Histrico-Cultural da Aeronutica.

    [email protected]

    Recentemente, foi amplamente divulgado no site da conceituada publicao cientfica Next Big Fu-ture (www.nextbigfuture.com) instigante e aprofundado estudo realizado pelo pres-tigioso Georgia Institute of Technology que enfatiza, de forma magistral, a luta renhida que vem sendo protagonizada pe-las monoplicas superpotncias, Estados Unidos e a Repblica Popular da China, no sentido de conquistar e manter a lide-rana mundial na economia e, tambm, no que concerne ao desenvolvimento cientfico-tecnolgico.

    O referido estudo vaticina que, em 2030, o portentoso pas asitico ir su-perar a economia norte-americana, fruto das medidas que vm sendo colocadas em prtica no sentido de desenvolver, de forma ativa e fecunda, destacados setores da cincia e da tecnologia, e converter esses desenvolvimentos em produtos e servios para serem lana-dos, de modo impactante, no mercado mundial.

    De maneira anloga, interessante ar tigo publicado na Harvard Business Review, edio de dezembro de 2010, assinala que de maneira quase desaper-cebida para o mundo, durante os ltimos quatro anos a China tem se movido para uma nova fase de crescimento, passando de uma economia manufatureira de baixo e mdio desenvolvimento tecnolgico, para uma outra, mais sofisticada, em-pregando alta tecnologia.

    O que ocorreu para que fosse im-plementada mudana to radical em cur to espao de tempo? Cer tamente, a resposta est na consistncia estra-tgica do governo chins. Ainda que o firme propsito de converter o pas em uma potncia tecnolgica de primeiro nvel tenha ficado plasmado, como alta

    prioridade, na 17 Conferncia do Parti-do, realizada em outubro de 2007, im-portante destacar que este ambicionado objetivo precede o referido evento.

    A mater ia l izao dessas metas progressistas est calcada no estabele-cimento de rotas distintas, porm, con-vergentes. Primeiramente, selecionaram dezessete reas e um grupo de empresas-chave, em cujo entorno, de modo sinrgi-co e participativo, concentraram esforos e efetuaram amplas inverses.

    Em segundo lugar, por via de inverso direta em pesquisa e desenvolvimento. Faz-se mister destacar que esta vem crescendo 21% ao ano, durante os lti-mos dez anos e, em 2016, com certeza, alcanar o patamar em que se encontra os Estados Unidos.

    Em terceiro lugar, atravs da massiva transferncia de tecnologia proveniente das empresas estrangeiras que esto presentes no territrio chins. Isto con-seguido por maneiras diversas, desde o estabelecimento de incentivos fiscais at a obrigatoriedade de associarem-se com companhias chinesas, passando pela possibilidade de excluso de contratos sociais s empresas que no cedam aos requerimentos de contedo tecnolgico.

    Em quarto lugar, comprando compa-nhias com alta tecnologia til no exterior. Em quinto lugar, oferecendo generosos incentivos para o retorno ao pas de talentos chineses residindo no exterior. E, finalmente, investindo copiosamente em educao e na formao de quadros tecnolgicos e de mo de obra altamente qualificada.

    Observamos, na atualidade, que, paradoxalmente, os Estados Unidos transitam exatamente pela via inversa. O financiamento oficial para cincia e tecnologia no tem aumentado, em ter-

    mos reais, desde 1995. Ou seja, o pas carece de uma ampla viso estratgica e responde a programas de curta durao e baixa interconexo.

    As corporaes norte-americanas, que costumam albergar o grosso da ino-vao tecnolgica, vm sistematicamente cedendo tecnologia, em profuso, para acesso imediato do mercado produtor. Ocorre que, de uma forma indireta, acaba carreando imensos benefcios para os produtores chineses, vidos por importar novidades tecnolgicas que possam lhes trazer benesses industriais com baixo custo em pesquisa.

    Desde a conhecida crise da denomi-nada nova economia, ocorrida a partir do incio deste milnio, os Estados Unidos tm deixado escapar parte fundamental de seu plantel tecnolgico formado por massa crtica de origem indo-chinesa.

    Simul taneamente, as restr ies impostas - aps os atentados perpetra-dos em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos - para a obteno do H1B Work Visa a profissionais altamente qualificados tm negado ingresso no pas de crebros privilegiados oriundos de vrios rinces do planeta. Embora a boa qualidade de suas universidades tenha se preservado, o nvel mdio educacional vem perdendo, sistematicamente, com-petitividade em nvel internacional.

    A atitude laxa que vem sendo, siste-maticamente, adotada pelo Governo dos Estados Unidos contrasta com a frrea consistncia dos objetivos colimados pelos prceres chineses. Se os norte-americanos no adotarem uma atitude mais proativa, como o fez nos anos 70 do sculo passado, por ocasio da disputadssima corrida espacial com os soviticos, inexoravelmente perdero a sua hegemonia mundial nzhanG XiaoGanG

    the Big Family

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    No ano de 2008, o ex-Comandante da Universidade da Fora Area (UNIFA) o Excelentssimo Senhor Major Brigadeiro do Ar Louis Jackson Josu Costa promulgou a portaria que estabeleceu a criao do atual Centro de Estudos Estratgicos (CEE) da UNIFA e ativou esse centro de pesquisas de modo permanente. Cada vez mais, o CEE recebe a incumbncia de gerir novos projetos e se

    Centro de Estudos Estratgicos da Universidade da Fora Area

    fortalece luz de conhecimentos slidos e sob a gide de trabalhos fidedignos.

    Pioneiramente e com base legal nes-se documento normativo, implementou-se o Centro de Estudos Estratgicos, cujo nvel de ingerncia funcional cor-responde ao das demais divises da su-pracitada Universidade. No mbito desse campus universitrio, o CEE se insere como um centro catalisador dedicado

    a pensar, a priori, o futuro do ensino de ps-formao na Aeronutica.

    Consubstanciava-se, dessa forma, um anseio idealizado no pensamento daque-les homens de viso que comandaram o processo de implantao de uma Univer-sidade, em moldes similares s civis, no Campo Fontenelle.

    Constituda por grupo seleto de re-cursos humanos de toda ordem, a UNIFA

    integra diversificadas unidades com misses atribudas, o que, em essncia, replica o carter universal de uma ins-tituio de ensino dessa natureza. Pela prpria natureza, a Universidade da Fora Area se compe de elementos multi-disciplinares conjugados e harmnicos. Com o mesmo escopo, todo o complexo universi tr io englobado pela UNIFA organiza-se, em funo de exigncias

    institucionais, sob a gide da coerncia administrativa e da hierarquia militar.

    Frise-se que o primeiro empreen-dimento de vulto realizado pelo CEE da UNIFA foi planejar, organizar e acompanhar a execuo do VIII Encontro Nacional de Estudos Estratgicos (ENEE) evento de mbito nacional em que a Universidade da Fora Area recebeu o foco das atenes de escolas militares, universidades civis

    (pblicas e privadas), empresrios, jor-nalistas, autoridades na esfera da Defesa Nacional e no campo dos Estudos Estra-tgicos, assim como de ordem interna Fora Area Brasileira.

    Foi, portanto, no editorial da 23 edi-o da Revista da Universidade da Fora Area, que o Major Brigadeiro do Ar Josu instigou os integrantes das comunidades civil e militar a comparecerem ao mega-

    Uma Anlise Crtica sob a Perspectiva da Estratgia Nacional de Defesa

    Mauro Barbosa SiqueiraCel Av

    Chefe do Centro de Estudos Estratgicos da Universidade da Fora Area. Mestre e Doutorando em Cincia Poltica pela UFF

    [email protected]

    Gilles BarBierl'hospice

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    evento e lhes indicou as razes com os seguintes argumentos:

    Por fim, como coroamento desse ano em

    que so comemorados os 25 anos da

    Universidade da Fora Area, est a reali-

    zao do 8 Encontro Nacional de Estudos

    Estratgicos, momento no qual a UNIFA

    promove os meios e o ambiente para

    que acadmicos, empresrios, militares,

    representantes de rgos governamentais

    e no-governamentais, interessados e

    intelectuais possam conhecer e discutir

    os principais temas estratgicos do pas

    e falar da Estratgia Nacional de Defesa

    e do seu significado. (Revista da UNIFA,

    2008, p. 2, editorial).

    A publicao oficial da Estratgia Na-cional de Defesa ocorreu depois de findo o 8 Encontro Nacional de Estudos Estra-tgicos (em novembro de 2008) e como consequncia das idealizaes do Comit Ministerial, formado, essencialmente, para esse fim especfico. Aos estudiosos de Defesa Nacional, de estudos estratgicos e de relaes internacionais, a avanada Estratgia Nacional de Defesa Brasileira imps exigncia e desafio. Analisar assunto to recente exige leitura pormenorizada e crtica, de modo a assimilar novos conceitos e saberes. Enfim, faz-se mister exercitar o esprito crtico e ter capacidade intelectual reflexiva e contemplativa. Este ensaio apoia-se no desejo de refletir-se um anseio da vontade nacional: o Brasil potncia econmico-militar e independente de ajuda externa na construo de plata-formas darmas, alheio ao cerceamento em tecnologia de ponta e de inovaes tecnolgicas e apto ao aprimoramento de seu capital intelectual oriundo das esferas acadmicas e dos centros de excelncia das Foras Armadas Brasileiras.

    Evidenciem-se, assim, os trs capitais eixos que estruturaram essa Estratgia: inovadora reorganizao nas Foras Arma-das, reestruturao da indstria de material blico no pas e, por fim, nova poltica de composio dos efetivos das Foras Armadas. Portanto, o somatrio dessas trs relevantes reas do conhecimento

    conforma o escopo principal da Estratgia Nacional de Defesa, em cujo bojo h outros temas de igual importncia.

    A Poltica de Defesa Nacional (PDN), publicada em 1996, foi, com veemncia, norma de relevncia institucional ao for-talecimento da Base Industrial de Defesa (BID) no Brasil. Esse documento definia uma necessidade premente do pas: o fortalecimento equilibrado da capacitao nacional no campo da Defesa, com o envolvimento dos setores industrial, uni-versitrio e tcnico-cientfico, para se obter maior autonomia e melhor capacitao operacional das Foras Armadas.

    A indita Estratgia Nacional de Defesa ratifica essa tendncia, vislumbrada, no ano de 1996, naquela Poltica de Defesa, ao dispor sobre o propsito da reestruturao da indstria brasileira de material de defe-sa. Conforme preconiza essa precursora Estratgia, o atendimento s necessidades de equipamento das Foras Armadas deve ser apoiado em tecnologias sob o domnio de conhecimento e expertise brasileiros. Nesse caso especfico, as questes ligadas Aeronutica tomam vulto e torna-se im-prescindvel reverberar a FAB no sc. XXI.

    Do mesmo modo, a Estratgia Nacio-nal de Defesa replica importante diretriz da Poltica de Defesa Nacional em vigor. Na atual PDN, afirma-se que o desenvol-vimento da indstria blica compreen-dendo o domnio de tecnologias de uso dual constitui-se em etapa fundamental para se alcanar o abastecimento seguro e previsvel de materiais e servios de defesa, que deve incluir, tambm, os itens aeronuticos e espaciais.

    Por conseguinte, pode-se interpretar que o fomento importante rea das inds-trias de material blico, a partir da vigente Estratgia Nacional de Defesa, dever ser uma Poltica de Estado, no Brasil, inclusive para o Poder Aeroespacial.

    Nesse sentido, emerge a importn-cia de haver um centro de pesquisas em estudos estratgicos na UNIFA. Pensar o carter da guerra area do futuro e o vindouro papel do ser humano nesses

    cenr ios incer tos impe raciocnio lgico e contemplativo e, sobretudo, requer reflexes sobre temas atinentes Fora Area.

    Segundo uma assertiva de Sir Winston Churchill, um estadista pensa na prxima gerao, enquanto que o poltico pensa na prxima eleio citao transcrita da obra do Brigadeiro Engenheiro Trcio Pacitti, em que ele salienta, no captulo referente s Estratgias Nacionais, a atuao do ento Presidente de Frana, durante a Segunda Guerra, cuja perspic-cia como homem pblico, conforme esse autor, no foi muito observada, tampouco comentada: Charles De Gaulle foi um Estadista. Plantou para o futuro quando ele mesmo, no mais poderia colher os frutos. Mas a Frana os colheu (PACITTI, 2003, p. 412).

    Mangabeira Unger, ex-Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratgicos, demonstrou a viso de estadista ao se preocupar com o pleno entendimento da END pelo povo brasileiro e com a eficaz integrao da END Estratgia Nacional de Desenvolvimento. A viso prospectiva contida nessa pioneira Estratgia de Defesa merece ser acompanhada por pensadores e estrategistas do Poder Aeroespacial.

    Acredita-se ter sido propiciada a revelao de significantes elementos con-cernentes Estratgia Nacional de Defesa, decerto, pouco abordados neste peridico. No mbito do COMAER, a incluso do CEE da UNIFA representa uma quebra de para-digmas e um avano em termos de novos conhecimentos adquiridos.

    Neste artigo, props-se discutir, luz da END, a criao do CEE da UNIFA, cujos membros compem, hoje, os grupos de trabalho do Livro Branco de Defesa. Estima-se ter alcanado o capital objetivo deste breve ensaio, que se perfez em um sucinto retrospecto das questes afetas Defesa Nacional e s aes implementadas ao se editar a atual END no governo do ento Presidente Lula.

    Novos horizontes so vislumbrados indstria de material blico do Brasil, com

    a viso prospectiva denotada pela END, que impe aos integrantes das Foras Armadas Brasileiras, aos cientistas e aos empres-rios desse setor a elaborao de estratgias eficazes atuao num estado-mercado cada vez mais mercantil.

    Na Estratgia Nacional de Defesa, observa-se o ntido intuito de transformar as foras militares inclusive a FAB por intermdio de aes planejadas e de ca-pacidades operacionais inovadoras. Essa concepo estratgica visa a preparar as foras armadas para cumprirem, de modo eficiente, sua destinao constitucional prevista na Carta Magna do Brasil.

    Ao Comando da Aeronutica, cabe pensar, estrategicamente, a guerra area e, em especial, refletir sobre temticas focadas no Poder Aeroespacial do futuro.

    Apense-se a isso que h, na Estratgia Nacional de Defesa em vigor, os objetivos de obter-se engajamento de toda a Nao Brasileira e conscientiz-la nas matrias afetas Defesa Nacional, em particular, os setores que se comunicam com a rea de defesa por essncia; de sobrepujar questes culturais e conceder poder de voto (e de veto) ao Ministrio da Defesa nas decises da mais alta instncia gover-namental no ncleo decisrio do estado; de amplificar a competncia legalmente

    atribuda ao Ministrio da Defesa de es-calo superior s foras armadas; e de majorar e sedimentar uma real integrao das trs foras armadas, rumo total in-teroperabilidade, consolidando-a nos cam-pos operacional, cientfico-tecnolgico, doutrinrio, no ensino, na inteligncia e na rea logstica.

    Entretanto, a leitura crtica da END leva concluso de que o documento no se constitui em obra perfeitamente acabada, visto apresentar senes de toda ordem. Desafortunadamente, o legislador penetrou no campo da Poltica de Defesa Nacional, inseriu-se no nvel operacional e navegou nas esferas ttica e doutrinria.

    Compete ao Comando da Aeronutica o planejamento do preparo, visto que plane-jar o emprego cabe, por fora de lei com-plementar, ao Estado-Maior Conjunto das Foras Armadas do Ministrio da Defesa. Sob a gide de novos conceitos validados no mundo, de eficaz reorganizao estru-tural e de capacidades inditas a adquirir, o COMAER deve planejar a preparao dos meios materiais e de homens e mulheres, conforme prev a Estratgia Nacional de Defesa em vigor.

    Um grupo seleto de pessoas focadas em estudos estratgicos, de toda e qual-quer Fora Area, constitui-se num frum

    adequado s discusses e pesquisas, de natureza estratgica, que interessem Instituio Aeronutica Militar.

    Sob esse enfoque, o Centro de Estudos Estratgicos da UNIFA poder ser ferra-menta indelvel no processo de pensar a futura guerra aeroespacial; a nossa Fora Area do sculo XXI e alm; e, como fruto de um legado, um Brasil melhor. Afinal, almeja-se um pas de todos os brasilei-ros, glorioso e soberano. Para que esse pas forte se corporifique de pleno, deve-se cercar, em tempo de paz, de Foras Armadas com capacidade dissuasria e planejamento estratgico efetivo.

    Da Estratgia Nacional de Defesa, devem ser esperados empreendimentos autnomos e eficazes advenham, pois a f do povo brasileiro, na Defesa Nacional e na FAB, merece permanecer inclume. Do Centro de Estudos Estratgicos da UNIFA devem ser almejadas pesquisas fidedignas, que se perfaam sob a tica do pensamento estratgico. Na clssica obra A Arte da Guerra, o clebre estrategista e general chins Sun Tzu destaca que as principais armas para a garantia da paz so artfices da guerra bem preparados. Caso contrrio, a nao fica submetida a srio perigo. Eis, enfim, uma importante razo de ser dos estudos estratgicos n

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    A participao dos militares brasileiros na arena poltica sobejamente co-nhecida. Mesmo tentando discuti-la ou question-la, como fazem alguns, um fato histrico e irretorquvel. No caberia, nestas notas rpidas e sintticas, avaliar o quanto de espao no cenrio poltico as elites (?) brasileiras, por fora de sua decre-pitude, falncia ou omisso, cederam aos militares. Nem mesmo cabe julgar o quanto a formao castrense, fechando-se em si mesma por muito tempo, ficou imune ao processo de esquerdizao ostensivamente implantado em toda a nossa universidade e na nossa mdia em pocas passadas, permanecendo, portanto, imune e des-contaminada aos olhos da sociedade. Essa iniciativa das Foras Armadas assegurou ao processo de formao e desenvolvimento dos seus componentes cultivar e manter valores e tica no seio da sua comunidade, independentemente do processo externo.

    Alm disso, h um qu de caldo de cultura incutido nas mentes dos cidados civis que parte da premissa inquestionvel que organizao-metodologia-iseno-disciplina-hierarquia-desprendimento-vo-cao etc. so apangio permanente dos militares, em detrimento daquilo que possa ocorrer (ou estar em prtica) na sociedade civil. Razo pela qual, em circunstncias emergenciais do passado, os cidados-fardados foram convocados pela prpria sociedade civil para participar na soluo do impasse poltico de momento.

    Como decorrncia da orientao cha-mada de retorno aos quartis, inaugurada e implementada aps o ocaso dos governos militares, as lideranas fardadas naturais fo-ram abandonando o cenrio, no existindo, na data de hoje, personalidades castrenses desejosas de aglutinar a caserna, mesmo para a defesa de seus mais lcitos direitos. Assim, as Foras Armadas brasileiras se

    Maj Brig Ar Lauro Ney [email protected] os militares e o direito de opinar

    impuseram a figura do Grand Muet, o grande mudo, mas que, felizmente, mesmo no falando... pensa!

    Hoje, alguns membros das geraes militares passadas (na Reserva) voltam ao cenrio, estimulados a participar no equacionamento da grande problemtica nacional, como cabe a qualquer membro da sociedade. E agora, motivados pelo abrandamento dos Regulamentos (naquilo que se refere participao de militares no processo poltico partidrio), assim como pela facilidade de acesso mdia e opinio pblica, somados expanso do sentimento de associatividade em torno de interesses comuns, promovem declaraes impren-sa, com o fim de gerar um movimento de opinio. E o fazem com pleno direito de cidado. Principalmente, no que tange pro-fissionalizao, reequipamento das Foras e sua destinao constitucional e emprego.

    Alm disso, as novas (e, por que no, as velhas) geraes, insatisfeitas com a baixa prioridade atribuda pelo Governo conduo e o tratamento dado s mais ur-gentes e justificadas aspiraes das Foras Armadas, buscam sadas. A soluo, como fcil concluir, encontrar uma forma de aglutinar a massa de opinio militar e direcion-la, em busca da conquista de suas expectativas e atendimento de suas carncias. E aqui que a Reserva, (princi-palmente) inferindo a misso, se dispe a abandonar o mutismo e vir luz e expor posies, com mais nfase.

    Tentando, portanto, se contrapor ao status quo e a quaisquer posies radi-calizadas, o que as Foras Armadas hoje procuram so os bons (velhos) soldados, indiscutveis profissionais das armas, que encarnem na realidade as figuras dos representantes de uma comunidade que na busca e manuteno de seus princpios basilares de existncia e sobrevivncia

    tornem pblico sua filosofia e conceitos, na expectativa de, atravs deles, sensibilizar a parcela silenciosa da sociedade civil (e da prpria militar), com objetivo de se integrar legitimamente na conduo do processo po-ltico brasileiro, sem abandonar o exerccio do regime democrtico, assim como opinar na formulao das solues para o encami-nhamento dos assuntos profissionais.

    Em sendo assim, no h porque en-tender de outra forma a participao dos militares no momento brasileiro, j que ela faz parte do processo de mobilizao de opinio caracterstico dos regimes de-mocrticos. O que causa estranheza, isto sim, o fato de, a partir da prtica dessa mobilizao (mesmo aquelas totalmente alinhadas com as da prpria sociedade), os militares possam ser vistos por alguns como saudosistas do passado, em busca da ressurreio de movimentos que no se coadunam nem com a realidade e nem com as necessidades do Brasil de hoje. E, principalmente, de amanh. Somente porque pensam e consequentemente, se expressam!

    Em suma, na democracia do sculo 21, manifestao de militares (principalmente os da Reserva) no pode mais ser vista como exceo, mas sim, como uma forma de atuao permanente de tornar pblico seus pensamentos e iderio, como o fazem os outros diversos segmentos da sociedade. Sem inibies!

    Visto de outra forma, seria como entender a participao dos militares no panorama poltico como se um mastodonte fossilizado, trazido vida de um parque jurssico qualquer, para adentrar a um cenrio que, por princpio, o acesso no lhe fosse permitido. Como se um estranho no ninho fosse... nem mesmo CIDADO!

    Opinar, portanto, no s direito: obrigao! n

    Maurizio Cattelana perfect DayFotografia

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    Em 1978, passei para a reserva e fui admitido na ARSA - Aeroportos do Rio de Janeiro S.A., onde trabalhei por 12 anos, perodo para sempre preser-vado nas minhas lembranas. A ARSA era uma empresa modelo, de questo exem-plar, com excelente ambiente de trabalho, o qual imperava um esprito de colaborao e camaradagem.

    Foi a melhor fase da minha vida pro-fissional, repito, da qual guardo as mais gratas recordaes.

    Hoje, vejo, com um misto de espanto e incredulidade, a desclassificao do AIRJ - Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, agora nomeado de Tom Jobim, para ter-minal rodovirio de terceira categoria, ou coisa parecida, no julgamento do Prefeito do RJ. Nosso Governador, h tempos, vem lutando pela sua privatizao como nica soluo possvel. Recentemente, a imprensa publicou que o Governo j admite a concesso da sua administrao para a iniciativa privada, renunciando a dogmas e bandeiras polticas bsicas na ideologia do seu partido, rendendo-se s preocupaes com a precria situao do transporte areo. Um dos mais graves entraves ao xito da localizao da Copa do Mundo de

    futebol e dos Jogos Olmpicos para 2014 e 2016 no Brasil, reconhecidamente, o estado de alguns aeroportos carentes de instalaes adequadas, capacidade operacional, conforto, eficincia, alm do outros requisitos essenciais:

    O Aeroporto Tom Jobim no tem mais nada disso. Encontra-se atrofiado.

    Mas o que lhe ter acontecido? O que o leva a tamanha degradao? H 34 anos era inaugurado como o melhor aeroporto da Aeronutica, construdo com requintes de perfeio e at de luxo. Seu projeto, oriundo do Canad, moderno at hoje. Foi, por muitos anos, um orgulho para os brasileiros e para os cariocas, em particu-lar, pela eficincia, beleza e imponncia. Majestoso porto de entrada Cidade Maravilhosa.

    Orgulho, tambm, para os que nele trabalhavam para mant-lo como padro de eficincia. Afirmo tudo isso sem receio de estar exagerando.

    Ter envelhecido? Ficou obsoleto? O mais provvel que tenha sucumbido ao descaso e aos maus tratos. Ter sido mais uma vtima do empreguismo poltico? Consta que, em certa ocasio, o Presidente da Infraero mantinha uma entourage de

    Aeroporto Internacional Tom Jobim

    Paulo Alves SalgadoTen Cel Int

    Vista area do aeroporto tom JobimGoogle

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    A afirmao do Ten Br ig A r Juni t i Sa i to, comandante da Ae r onu t i ca do B r as i l , que apresentou no conselho dire tor do Clube de Engenharia, dia 11 de julho, a atuao da Fora Area Nacional, no s em defesa da soberania, como tambm no controle do espao areo nacional, no trabalho de ocupao e transpor te eficiente na Amaznia e, pr incipalmente, como fomentadora da pesquisa e do desenvolv imento tecnolgico no pas. Segundo Saito, no interessa Aeronutica a compra apenas de produtos e peas prontas, e sim a transferncia de tecnologia ao longo do processo e o salto tecno-lgico que isso pode representar. O invest imento em novas tecnologias genuinamente nacionais o verdadeiro diferencial de um pas verdadeiramen-te desenvolvido, explicou.

    Acompanhado pelo Maj Brig Eng Israel Batista Ferreira, da Diretoria de

    Precisamos desenvolver nossas PRPRiaS TeCnoloGiaS

    cerca de 30 assessores pessoais, aspo-nes no jargo popular. Isso era apenas a ponta do iceberg.

    Hoje, passados 21 anos de minha de-misso, contemplo estarrecido e incrdulo este descalabro. Fui, ento, testemunha de alguns acontecimentos que podem ter ocasionado ou contribudo para o estado lamentvel em que se encontra o AIRJ, que desabou do 1 para um dos ltimos lugares no ranking dos aeroportos nacionais.

    Em 1987, a ARSA, Sociedade Annima de Economia Mista, aos 10 anos de existn-cia, foi incorporada INFRAERO, empresa estatal de administrao de aeroportos por ato do Governo, sob o argumento de que eram empresas com a mesma finalidade. Contudo, apenas a finalidade era a mesma, j que o restante revelou-se completa-mente diferente. Foi como misturar gua e leo. A ARSA era uma empresa exemplar. Enquanto existiu, manteve-se, sempre, autossustentvel. Em certa ocasio foi con-siderada, no julgamento de uma revista de assuntos econmicos, a 3 estatal melhor administrada.

    Muito frente da INFRAERO em cultu-ra, mtodos empresariais, especializao operacional e administrao moderna e eficiente. A INFRAERO, por outro lado, era uma estatal pesada, lenta, com ranos de servio pblico, dominada por uma cultura burocratizada e muito sujeita a influncias polticas.

    Nessa fuso prevalecem, claro, a cultura da sede. A incorporao revelou-se em desastre para a ARSA que levou anos para descer ao nvel da sede. Este foi o primeiro impacto a provocar tamanho retrocesso.

    O segundo impacto, autntica p de cal, foi o expurgo demaggico que o Go-verno Collor, esbanjando empfia, fez nas empresas estatais em 1990. Sem nenhuma base, nem qualquer estudo, imps um cor-te de pessoal de 20%, em todas, partindo da suposta premissa de que estavam super infladas de empregados inteis.

    Uma de suas bravatas popularescas. Na superintendncia Regional do RJ expurgo foi perpetrado com particulares e propositais requintes de crueldade. Sem qualquer considerao, por quem quer que fosse, desprezando mritos, ttulos, servios prestados, conceitos, merecimentos, dedicao ou capacidade tcnica. Visou, principalmente, a cpula da administrao at o nvel de chefe de diviso. Eu estava a.

    S foram poupados alguns funcion-rios protegidos por um acordo trabalhista anterior que vedava demisses sem justa causa de empregados a menos de trs anos de aposentadoria. Estes empregados, con-tudo, foram destitudos de suas funes e mantidos encostados at a aposentadoria. Um escrnio! Outros foram casos de pri-vilgios especiais tambm salvos. Assim,

    todos os empregados, em nvel de chefia das diversas atividades de manuteno e operao, foram defenestrados.

    Eram profissionais amplamente ca-pacitados para manter todos os equipa-mentos e a estrutura operacional do AIRJ em alto nvel de eficcia. Todos haviam participado da construo do aeroporto, que lhes conferia capacitao especial nos equipamentos e sistemas.

    Constituam-se em precioso patrim-nio da empresa. Todos demitidos.

    Eram insubstituveis? Ningum o , mas, a consequncia foi a queda no padro de conservao e operao das instalaes e equipamentos.

    Sabe-se que, aps um ano do cruel expurgo, os 840 empregados da Regional RJ desta forma demitidos, j tinham sido substitudos por outras admisses em nmero at superior.

    E, assim, o AIRJ-Tom Jobim, chegou a esse estado deplorvel.

    Quais os motivos? De quem a culpa? Quais os responsveis? A defasagem das tarifas aeroporturias? O descaso? A inc-ria? O empreguismo desenfreado?

    Perguntas sem respostas geram especulaes.

    A devastao tamanha que, certa-mente, a causa no ter sido uma s.

    Todavia, ningum parece preocupado em achar os motivos.

    Acho que o povo merece conhec-los n

    Engenharia da Aeronutica (DIRENG); Ten Brig Ar Ailton Santos Pohlmann, diretor do Departamento de Cincia e Tecnologia Aeroespacial (DCTA); Brig Reginaldo dos Santos, reitor do Instituto Tecnolgico da Aeronutica (ITA); Maj Brig Ar Antonio Franciscangelis Neto, chefe de gabinete do Comandante da Aeronutica; dos Brig Eng Luiz Srgio Heinzelmann e Venancio Alvarenga Gomes e do Maj Marcelo Antunes, Saito apresentou a palestra Um trinmio de sucesso: ensino superior (ITA); pesqui-sa e desenvolvimento (CTA); indstria aeronutica (Embraer).

    No campo da educao e pesquisa, o comandante destacou a importante atuao do ITA desde sua fundao, em 1950, na formao de excelentes profissionais nas reas da engenharia aeronutica, eletrnica, mecnica ae-ronutica, entre outras. Formamos, desde a primeira turma at 2009, 5.440 engenheiros. Embora a seleo seja

    dura e o curso seja exigente, diferente das outras escolas de Engenharia, temos um percentual de desistncia de apenas 7% ao longo do curso, destacou. Sobre o Centro Tcnico Aeroespacial (CTA), Saito elencou grandes contribuies para o desenvolvimento de tecnologias nacionais. O CTA desenvolveu ou contribuiu diretamente para a concep-o e construo do motor a lcool, da urna eletrnica, de simuladores de voo, de radares meteorolgicos, entre muitos outros projetos genuinamente nacionais.

    Ao apresentar a Embraer, Sai to lembrou sua relevncia no mercado das empresas de defesa, representando 8% do mercado mundial, com um am-plo portflio de aeronaves de defesa, como o Super Tucano com cerca de 150 avies em cinco foras areas do mundo , aeronaves para o transporte civil, de monitoramento e servios es-tratgicos n

    Palestra proferida pelo Ten Brig Ar Juniti Saito no

    Clube de Engenharia, Rio de Janeiro

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    o dia 15 de setembro de 1940 foi uma data decisiva no desenrolar daquele que foi o maior conflito j provocado pelo ser humano, a II Guerra Mundial, com um saldo de mortes e destruio jamais igualado. Pouco mais de um ms aps a invaso e a tomada da Holanda, da Blgica e de Luxemburgo pelas foras terrestres, aerotransportadas e areas da Wehrmacht de Hitler, o chefe nazista j estava pressionando seus generais e almirantes e, em especial, o Comandante em Chefe da Luftwaffe, Marechal Goering que havia prometido nos primeiros dias da guerra varrer dos ares a RAF (Royal Air Force) em menos de um ms para acelerar a execuo da operao leo do Mar definida na diretriz n. 17 de Hitler, datada de 1 de agosto, dando as ordens para os preparativos das diversas foras para a invaso das ilhas britnicas, que deveriam estar concludos at 15 de setembro de 1940. Tal ordem, aparentemente otimista, estava, de certo modo, fundamentada nos sucessos alcanados pelas foras armadas nazistas nas semanas recentes, que podem ser resumidos como segue:

    Decorrido um perodo de sete anos e cinco meses aps a rendio da Polnia s foras militares invasoras de Hitler e a declarao formal de guerra da Frana e Inglaterra Alemanha, os exrcitos ficaram nas respectivas fronteiras observando os movimentos dos adversrios, sem disparar nenhum tiro, situao que foi apelidada de drle de guerre, cuja traduo mais adequa-da seria guerra de araque.

    Depois de vrios adiamentos da data de incio do ataque pelo lder nazista o que foi aproveitado pelos oponentes para melhor posicionamento no terreno dos exrcitos francs e belga, alm da fora expedicionria britnica foi criado pelos

    A Batalhada Gr-Bretanha70 Anos Depois

    Ozilio Carlos da SilvaEngenheiro aeronutico pelo ITA.

    Fez parte da equipe que fundou a EMBRAER, onde foi diretor de produo, comercial e superintendente.

    [email protected]

    Voluntrio civil do royal observer Corps vigiando o cu de londres

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    aliados um comando unificado composto por um Estado-Maior conjunto e um Co-mandante em Chefe, o francs General Gamelin, ficando os exrcitos holandeses separados, pois ainda acreditavam no res-peito neutralidade da Holanda, afianada por Hitler. No amanhecer de 10 de maio, um belo dia de primavera, uma tempestade de ao, chumbo, ferro e fogo foi desencadeada pela Wehrmacht sobre as defesas aliadas ao longo de 280 km das linhas de fronteiras dos trs pases mais Luxemburgo.

    Cerca de 1.700.000 combatentes, milhares de tanques, bombardeiros de mergulho, avies de caa, paraquedistas, infantaria motorizada, artilharia, engenharia de fortificaes e todos os mais avanados recursos tecnolgicos blicos necessrios, para apoiar um exrcito moderno e agres-sivo, foram colocados na batalha pelos alemes, deixando a blitzkrieg aplicada na Polnia no ano anterior parecer um exer-ccio de treinamento. Do lado oposto, em posio de defesa, outros trs milhes de franceses, ingleses, belgas, holandeses, luxemburgueses e canadenses.

    A maior surpresa do dia foi o ataque nazista Holanda: o bombardeio de Haia e Roterd, em que tropas aerotransportadas saltando de paraquedas atrs das defesas holandesas tomaram o controle dos diques antes que fossem abertas as comportas para inundar as terras baixas e dificultar a progresso dos tanques. No decorrer deste primeiro dia, em Londres, o Primeiro-Ministro Neville Chamberlain apresentou sua renncia aps concluir, junto com seu Gabinete, que no teria condies polticas de reunir o apoio do Parlamento e montar um governo de unio nacional para condu-zir a guerra. Na mesma tarde, o Rei Jorge VI, numa hora de pnico nacional, com seus exrcitos e fora area engolfados numa batalha de vida ou morte no conti-nente, deu uma demonstrao da fora de suas instituies, convocando ao Palcio de Buckingham o homem que ele sabia ser o mais capacitado para conduzir o pas naquela hora de extrema crise e convidou o deputado Winston Churchill para assumir o cargo de Primeiro-Ministro e formar um novo governo de unio nacional, o que foi aceito e feito em prazo recorde.

    15 de maio: apenas cinco dias depois

    do incio da invaso, o Governo da Holanda assina a capitulao de suas foras armadas e o pas dos moinhos de vento passou a ser ocupado e administrado pelos nazistas, com Gestapo e tudo o mais.

    16 de maio: Paul Reynaud, o novo Pre-sidente do Conselho de Ministros da Frana, cargo equivalente a primeiro-ministro, que ha-via substitudo Daladier em 21/03/40, telefona para Churchill convidando-o para um encontro em Paris. Na mesma tarde, o General Gamelin faz para ambos uma apresentao da situao militar, demonstrando bastante pessimismo. Pede a Churchill para enviar mais dez esqua-dres de avies de caa, para recompensar a perda de 268 aparelhos ocorrida nos cinco primeiros dias de batalha, muitos deles des-trudos no solo em suas bases, apanhados de surpresa. O pedido foi atendido algumas semanas mais tarde; mas, pedidos semelhan-tes renovados em junho foram negados, pois os ingleses j estavam se preparando para continuar a guerra sozinhos.

    19 de maio: descontente com o desen-rolar do conflito, o Gabinete francs convida o idoso General Ptain, heri da I Guerra, ento embaixador em Madrid, para assumir a vice-presidncia do Conselho e substitui Gamelin pelo General Weygand, comandante das foras francesas no Lbano.

    26 de maio: comea o cerco de milha-res de soldados franceses, ingleses e belgas na praia de Dunquerque, no Mar do Norte. Uma mirade de embarcaes de todos os tipos, sob contnuo ataque de caas alemes, embarca os combatentes para os portos in-gleses. No final da Operao Dnamo, como ficou conhecida a retirada de Dunquerque, em 4 de junho, haviam sido transportados para a Gr-Bretanha 338.000 militares e tambm muitas personalidades civis.

    14 de junho: tropas alems desfilam pela Avenida Champs Elyses em Paris. O Governo francs muda-se para Tours, s margens do rio Loire, e logo depois para Bordeaux, na costa sul do Atlntico.

    17 de junho: o Presidente do Conselho Reynaud entrega ao Presidente da Repblica Francesa seu pedido de demisso e subs-titudo pelo Marechal Ptain de 84 anos de idade. Este constitui um novo gabinete, no qual Pierre Laval nomeado Ministro do Exte-rior e o General Weigand, Ministro da Guerra. No mesmo dia, o governo francs solicita ao governo da Alemanha nazista as condies de um armistcio entre as duas naes.

    22 de junho de 1940: na clareira da floresta de Compigne, ao norte de Paris, onde havia sido assinada a rendio da Ale-manha do Kaiser para os pases aliados em

    11 de novembro de 1918, no mesmo vago ferrovirio, para humilhar os franceses, foi assinado o armistcio pelo qual a Alemanha ocuparia mais da metade do territrio da Frana, acima do rio Loire e uma faixa na costa do oceano Atlntico, o que durou quatro longos anos.

    Julho/agosto de 1940: ocupando toda a costa francesa da parte ocidental do Mar do Norte, a Alemanha passou a montar bases de apoio para a continuao da guerra com a Gr-Bretanha, tanto no mar como no ar, pois dessas bases seus avies de com-bate decolariam de aeroportos que ficavam a alguns minutos de voo da costa inglesa, dos principais portos e mesmo da capital Londres. Com esta vantagem estratgica e livre de outros conflitos no continente, todo o poderio de sua invencvel Wehrma-cht foi colocado em estado de alerta para a Operao Leo do Mar, cuja estratgia era aniquilar a fora area britnica, eliminar o poderio da Marinha atravs de ataques areos, destruir a indstria blica e, no final, desembarcar nas praias da ilha um exrcito de trs milhes de soldados.

    17 de julho: Hitler baixa a Diretiva n. 16, estabelecendo o dia 15 de setembro como a data para concluso de todos os pre-parativos. Ali estava definido que a invaso ocorreria na costa sudeste, a partir de Dover, sendo a primeira vaga formada por 90.000 homens e no terceiro dia mais 260.000, alm das unidades de paraquedistas que saltariam na retaguarda. Todos os comandantes de grandes unidades foram nomeados e no comando supremo das foras de invaso ficaria o Marechal de Campo Rundstedt, que havia exercido a mesma funo na batalha da Frana. Contudo, a data final s seria confirmada dependendo dos resultados das batalhas areas e navais.

    No final de julho, um balano apro-ximado das frotas areas de combate dos ingleses x alemes era o seguinte: avies de caa (903x1464); bombardeiros (560x1380); bombardeiros de mergulho (0x428 Stukas) e patrulha/reconhecimento (500x800). Alm do mais, o melhor avio de caa na poca era o alemo Messerschmitt BF109-F, com um motor de 1200 HP, alta-mente manobrvel e veloz, equipado com cinco metralhadoras, o qual tinha dado um show nos combates sobre a Frana. Do lado

    ingls, os dois caas de primeira linha eram: o Hurricane, um projeto mais antigo que superava todos os caas alemes, menos o Me 109, e o Spitfire, que viria a se tornar o mais famoso avio de caa da histria. Nos combates na Frana ele ainda estava voando com um motor Rolls Royce Merlin de 1030 HP e ficou um pouco inferiorizado em relao ao 109. Isto deixou os pilotos da Luftwaffe confiantes em cumprir a meta de destruir a RAF nos ares e sobre o solo ingls.

    As primeiras misses atribudas Luftwaffe foram: atacar a frota inglesa nos portos do Canal, as fbricas de avies, as instalaes porturias e, prioritariamente, as bases e estaes de radar da defesa area da RAF no sul do pas. No incio tive-ram bastante sucesso e, nas duas semanas que terminaram em 6 de setembro, a RAF perdeu 466 caas, 103 pilotos mortos em combate e 128 gravemente feridos. Neste ritmo de perdas seria impossvel continuar a batalha. Contudo, a reposio de avies e pilotos estava bem organizada e outros fatores trabalharam em favor dos defenso-res: primeiro, e mais importante, foi o plano de defesa area do territrio montado pelo Comandante em Chefe da Aviao de Caa, Air Chief-Marshal Sir Hugh Dowding, piloto de combate na Primeira Guerra, planejador modesto, mas, inteligente e determinado, que desde 1936 havia criado um sistema de dez setores de defesa convergentes para Londres, cada um com centros de controle subterrneos, um sistema de comunicao por telefone e rdio bastante avanado interligando o pas inteiro. Nas salas de controle grupos de civis e militares recebiam as informaes das recm-ins-taladas estaes de radar dispersas pelos corredores de aproximao mais provveis. Uma equipe de 50.000 observadores foi recrutada nos anos 39/40, composta por aviadores civis, jovens universitrios e mi-litares reformados, os quais de seus postos de observao nos setores, munidos de binculos, rdios e telefones de campanha, reportavam aos centros a aproximao do inimigo, fornecendo as informaes para as quais foram treinados. Com isto, os controladores, supervisionados por oficiais pilotos, orientavam os comandantes das unidades areas sobre o ponto de encontro com as formaes inimigas, altitude de

    voo, tipos de aeronaves intrusoras, condi-es meteorolgicas etc. Grandes painis nas paredes com a indicao do nmero do esquadro e um cdigo de lmpadas coloridas serviam para dar um panorama instantneo da situao naquele setor. As lmpadas inferiores significavam esqua-dres no solo sendo equipados com mu-nio, reabastecidos e aptos para decolar em 20 minutos, subindo na escala vinham os de 5 minutos, 2 minutos e depois os que estavam no ar voando para a interceptao, e, por fim, as lmpadas vermelhas indican-do os esquadres que estavam engajados no combate. Outra condio ttica que surpreendeu os comandantes e pilotos da Luftwaffe foi que o desempenho em voo dos Spitfires estava no mesmo nvel do Bf 109, ou seja, a diferena no combate passou a ser a habilidade do piloto. Isto se deveu em parte da ajuda norte-americana Gr-Bretanha, com o fornecimento da ento desconhecida gasolina de 100 octa-nas (chamada gasolina de aviao) e uma nova hlice de maior eficincia instalada nos motores Rolls Royce, o que turbinou o desempenho dos avies, incrementando a razo de subida e a velocidade horizontal. A adoo de uma melhor ttica de combate no ar tambm teve muita influncia: os atacantes vinham em grande nmero das suas bases na Frana, Blgica e Holanda, reunindo-se num ponto determinado na rota, em funo da localizao do objetivo a ser atacado, com os bombardeiros voando a 4.500/5.000m e os caas de sua prote-o a 6.000/7.000m. Quando penetravam no territrio e eram atacados pela defesa britnica, os Bf 109 mergulhavam para de-fender os lentos e pesados bombardeiros. Neste momento, os ingleses se dividiam e os Hurricanes atacavam os bombardeiros com seus quatro canhes de 20 mm e os Spitfires se engajavam com os 109, de igual para igual. Com esta ttica, as perdas da Luftwaffe cresciam dia aps dia. Outra ao que ganhou fora foi a artilharia do exrcito britnico, que passou a ser equipada com canhes antiareos de maior poder de fogo e, quando as formaes inimigas penetra-vam no territrio recebiam, tambm, uma saraivada de tiros do solo. O comando da defesa antiarea do exrcito tinha oficiais que orientavam suas baterias pelo rdio/

    Dois alemes luftwaffe Ju 87, bombardeiros de mergulho stuka, retornando de um ataque contra os britnicos na costa sul, em 19 de agosto de 1940 (ap photo)

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    telefone a partir de uma sala do centro de controle da RAF, coordenando, portanto, as aes das duas foras e tambm para evitar o fogo amigo, que, mesmo assim, ocorreu diversas vezes.

    o dia 15 de SeTeMBRoHitler j havia adiado duas vezes a data

    da invaso, em razo da Marinha alem ter dvidas sobre sua capacidade de desem-barcar num dia um exrcito de 100.000 homens nas praias britnicas, apoi-los com equipamentos e armamento, quando no se tinha a supremacia area e ela ainda estava inferiorizada em poderio comparada com a Armada Inglesa. Por seu lado, os generais do OKW (Estado-Maior) tambm tinham muitas reservas, pois seu plano era baseado naquelas premissas. Pressionados, Goering e seus comandantes ordenaram um grande ataque a Londres durante o dia, para se obter melhores resultados, colocando em ao 600 bombardeiros e 650 caas. Por coincidncia, foi escolhido o dia 15, um do-mingo, e, como fazia todos os fins de sema-na, Churchill, acompanhado de sua esposa, saia de carro para inspecionar os postos de observao e obstculos construdos nas praias do leste e sul da Inglaterra, onde se acreditava que seriam os mais provveis locais da tentativa de invaso anunciada por Hitler. Havia de tudo: blocos de concreto, obstculos de ao contra barcos de fundo chato, lana-chamas com canhes de gaso-lina, reservas de petrleo para ser lanado e incendiado no mar etc. Alm da inspeo, suas visitas tinham como maior objetivo incentivar o povo para defender a ptria em perigo. Todos os cidados britnicos foram autorizados a portar armas e o Rei Jorge VI mandou montar no palcio um stand de tiro para a Famlia Real treinar tiro ao alvo. Isto aps ter recebido inmeros pedidos para se mudar para o Canad e ter reagido com veemncia contra a ideia. Naquele domingo Churchill havia sido convidado para assistir a operao do Centro de Controle de Uxbrid-ge, base da RAF prxima de Heathrow, onde foi depois construdo o principal aeroporto civil da Inglaterra. Este centro controlava o Grupo de Caa nmero 11, o maior de todos, que cobria sete setores na regio sudeste. A parte da manh foi tranquila e o Primeiro-Ministro pde visitar todas as dependncias

    e conversar com o pessoal. Por volta das 12h00, as estaes de radar detectaram uma grande concentrao de unidades alems do outro lado do Canal e seu agru-pamento com os caas na aproximao do territrio britnico. Neste dia, no comando de Uxbridge estava o prprio Vice-marechal Keith Park, comandante do Grupo 11. A atividade no Centro ficou frentica medida que as unidades da Luftwaffe penetravam em busca de seus alvos. Park, ento, decidiu colocar todos os esquadres do Grupo no ar e s 13h30 havia 300 Spitfires e Hurricanes atacando os bombardeiros e os caas de escolta, o que saturou os cus com mais de 1.500 avies lanando bombas, atirando uns nos outros com canhes e metralhado-ras e recebendo uma saraivada de projteis lanados do solo. Os painis ficaram com todas as luzes vermelhas acesas e, preocu-pado, Churchill perguntou se havia reservas disponveis; Park respondeu negativamente e disse que tudo que eles tinham estava no ar. Depois de decorridos 70/80 minutos, os avies teriam de pousar para serem reabas-tecidos de combustvel e munio. Como todo o Grupo estava em combate e no havia outros avies nas proximidades que pudessem substitu-los, cresceu o temor de um ataque dos caas inimigos s Bases dos esquadres, apanhando no solo os avies sendo reabastecidos. Por sorte, como havia uma segunda leva de bombardeiros alemes programada para atacar, estes foram retardados do outro lado do Canal por falta de escolta disponvel e ficaram aguardando no solo seus caas protetores retornarem. Assim, somente duas horas depois, a segunda vaga pde penetrar e quando chegou ao espao areo britnico recebeu a mesma acolhida de fogo e chum-bo que a primeira, pois os caas ingleses estavam no ar reabastecidos com combus-tvel e munio. As primeiras apuraes do resultado do dia davam como abatidos ou seriamente avariados 183 avies atacantes e 40 perdidos pelos ingleses. Posteriormen-te, clculos mais precisos deram 55 caas ingleses destrudos e 15 pilotos mortos. Do lado alemo os nmeros so menos consistentes porque muitos bombardeiros bimotores e alguns quadrimotores, mesmo avariados, conseguiam se arrastar at o continente e pousar onde fosse possvel,

    mas, muitos deles ficando destrudos na aterrissagem. O mais importante resulta-do, contudo, foi que o dia 15 de setembro marcou uma reviravolta na guerra area e os ingleses o definiram como o Dia da Batalha da Gr-Bretanha, a ser comemorado nos tempos futuros. Do lado alemo, Goering deu ordens para acabar com os ataques diurnos, passando da em diante ao bombar-deio noturno. Do final de setembro at 3 de novembro a Luftwaffe enviou uma mdia de 200 bombardeiros por noite sobre Londres, Birmingham, Manchester e outras cidades industriais. A RAF continuou a defender seu espao areo e a defesa antiarea se tornou mais efetiva, o que contribuiu para o plano da invaso ser deixado um pouco de lado; primeiro com Hitler adiando o desembarque para a primavera de 1941 e depois, para o vero de 1942, aps a vitria na nova frente de combate aberta em 21/09/1941 contra a Unio Sovitica, o que realmente nunca aconteceu e foi o comeo do fim do Reich de mil anos de Hitler.

    Com o arrefecimento dos combates sobre o solo ingls, a guerra area perdeu prioridade do lado alemo, para grande al-vio da Marinha e descrdito de Goering jun-to ao alto comando militar, ento j fazendo os preparativos para 1941. Os ingleses se aproveitaram desta situao e passaram ao ataque, enviando vrias formaes de bombardeiros sobre Berlim. Os primeiros ataques tiveram pouca efetividade, mas, grande repercusso. Em sequncia, estes ataques causaram as primeiras mortes na populao civil, o que deixou Hitler pos-sesso, prometendo, publicamente como vingana, arrasar todas as grandes cidades britnicas. Mal sabia ele que isto era s o comeo de uma reao que levaria morte, destruio e runa para a sua capital e para as grandes cidades em nvel jamais igualado.

    Um rpido balano da Batalha, cujo trmino ficou entendido ter ocorrido no final de outubro de 1940: a Luftwaffe perdeu nos quatro meses de combates 1.887 avies de todos os tipos e 2.662 tripulantes mortos. A RAF teve destrudos 1.023 avies e 537 tripulantes mortos. A desproporo dos nmeros citados tem explicao no fato de que os alemes estavam voando em avies que tinham at quatro tripulantes, enquanto

    os ingleses, na maioria, eram caas mono-postos. Alm disto, os britnicos estavam voando nos cus de sua ptria e quando saltavam de paraquedas ou pousavam seus avies fora de um aeroporto, em emergn-cia, recebiam todo apoio da populao e, muitas vezes, suas vidas eram salvas pelos seus conterrneos. O oposto acontecia com os alemes, que eram hostilizados, feitos prisioneiros de guerra e, se estivessem lan-ando bombas naquela localidade, podiam at ser mortos em represlia. Outro mito derrubado foi a temida efetividade do bom-bardeiro de mergulho Stuka, que ficou famo-so pelos grandes estragos feitos no ataque nazista Polnia, quando se lanavam em voo picado a mais de 500 km/h, fazendo um barulho apavorante com suas trombetas de Jeric, antecessoras das vuvuzelas da Copa passada. Mesmo podendo carregar uma bomba de uma tonelada, o piloto do Stuka precisava identificar com preciso o alvo para se lanar na picada. Ora, alm do tempo normalmente encoberto da Inglaterra, ele era menos veloz que os caas ingleses em voo horizontal, que os abatiam na entra-da ou na sada do espao areo.

    a CoMeMoRao doS 70 anoS

    O povo britnico conhecido pelo seu apreo s tradies guerreiras de seu pas e ao culto a seus heris. Assim, esta Batalha ficou inscrita no calendrio anual de comemoraes, havendo desfiles militares, abertura das bases da RAF para a visita das comunidades, exposio de avies antigos e modernos, alm de demonstraes de acrobacias por unidades areas especiais, como nossa famosa Esquadrilha da Fumaa da FAB. Por iniciativa do comandante da esquadrilha de demonstrao que voa o Tucano RAF, foi decidido, no incio de 2010, pintar todos os avies da unidade nas cores dos Spitfires de 1940, sendo inscrito neles as mesmas matrculas dos avies de dois heris pilotos que comandaram unidades de combate na Batalha, e que fazem parte da galeria dos chamados, carinhosamente, the few os poucos expresso tirada do famoso discurso de Churchill no Parlamen-to. Assim, um avio brasileiro de projeto da EMBRAER, fabricado sob licena na Gr-Bretanha pela Shorts, em Belfast, par-

    ticipou com destaque das comemoraes fazendo acrobacias e manobras, cumprindo um vasto calendrio de demonstraes que terminou no final do ano de 2010. Este pro-grama do Tucano ingls se iniciou em 1984, quando a RAF abriu uma concorrncia para adquirir 130 novos avies de treinamento. A histria desta competio e dos contratos posteriores est bastante detalhada no livro Decolagem de Um Sonho, que conta a histria da EMBRAER, de autoria de Ozires Silva, que vai at o anncio da escolha do Tucano, em 21/03/1985, pelo Primeiro-Ministro ingls Michael Haseltine. Foi uma grande vitria e objeto de muito orgulho para o pessoal da EMBRAER e todos os brasilei-ros que acompanharam o desenrolar da dura competio. Houve cooperao industrial e tcnica bem sucedidas entre a EMBRAER e

    a Shorts, que se esforaram para cumprir prazos muito apertados e atender a todos os requisitos da RAF. No dia 20 de janeiro de 1987, na fbrica de Belfast, Irlanda do Norte, ocorreu a cerimnia de apresentao do novo Tucano RAF, que incorporava muitas modificaes, como um motor mais poten-te, para atender aos requisitos do cliente. Estavam presentes o Chefe do Estado-Maior da RAF, vrios oficiais generais, muitas au-toridades do governo, dirigentes da Shorts e, representando o governo brasileiro, o Em-baixador Souza e Silva e eu representando a EMBRAER. Houve uma grande cobertura da imprensa, muitas entrevistas e foi servido um fino coquetel, que foi muito apreciado, pois embora o corao estivesse aquecido, o frio que fazia exigia tomar um bom whiskey irlands n

    Spitfires

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    ARQUIMEDES de Siracusa, nascido no ano 287 a.C. e falecido no ano 212 a.C., foi uma das mentes mais brilhantes da Humanidade. Distinguiu-se na Matemtica, na Fsica e como inventor.

    No campo da Fsica, contribuiu para o desenvolvimento da HIDROSTTICA, tendo introduzido, entre outras inova-es, o famoso princpio que leva o seu nome.

    Diz a Histria que Hiero, rei de Siracusa, pediu a ajuda de Arquimedes para descobrir, sem danificar a pea, se um ourives o enganara na pureza de uma joia de ouro.

    Estava Arquimedes pensando na soluo do problema apresentado pelo rei, quando notou que uma quantidade de gua correspondente ao seu prprio volume, transbordava da banheira quan-do nela entrava. Imediatamente o sbio vislumbrou a soluo do problema, pela comparao entre a quantidade de lquido derramado com o mergulho da joia num recipiente cheio de gua, e a quantidade de lquido derramado pelo mergulho de iguais pesos de prata e ouro, colocados no mesmo recipiente. Ficou to entu-siasmado com a descoberta que saiu rua nu, gritando EUREKA! EUREKA! (Achei! Achei!).

    Da surgiu definio do Princpio de

    euReKa! euReKa!

    Alte Roberto Gama e [email protected]

    Water BootsFotografia

    Arquimedes, por ele mesmo includo no Tratado dos Corpos Flutuantes:

    Todo corpo mergulhado total ou parcialmente em um fluido sofre uma impulso vertical, dirigida de baixo para cima, igual ao peso do volume do fluido deslocado, e aplicado no centro de impulso.

    Traduzindo em midos, para um objeto, que pode ser um navio, flutuar, o peso da gua deslocada tem que ser maior do que o peso do prprio objeto. O objeto que flutua, ento, apresentar um peso aparente bem menor do que o real, por conta da impulso vertical, dirigida de baixo para cima. O navio, quando flutua, apresenta, pois, um peso bem menor do que o seu peso total, incluindo o da carga que transporta.

    com base no Princpio de Arqui-medes que o transporte aquavirio o mais barato dentre os sistemas modais de movimentao de pesos, alm de consumir menos energia para movimen-tao de cargas.

    A comparao normal de custos obedece srie: 1 para as aquavias, 4 para as ferrovias e 10 para as rodovias.

    Tudo o que foi descrito tem como objetivo adiar, sine die, uma sangria des-necessria do dinheiro dos contribuintes, em momento de crise, para asfaltar a rodovia BR-319, que promoveria a ligao

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    terrestre entre Porto Velho e Manaus. A dita rodovia tem um traado paralelo ao curso do rio Madeira, aquavia francamen-te navegvel entre os seus dois pontos terminais.

    No se deve, a priori, condenar a abertura de uma rodovia paralela ao curso de um rio navegvel, eis que o ideal seria a existncia de vrios sistemas modais, para conceder o direito de esco-lha aos usurios. Entretanto, h que se considerar que a Amaznia no apresenta caractersticas continentais, mas a de um gigantesco arquiplago, tantos so os rios que a dividem em ilhas.

    J para deixar Porto Velho surge o primeiro obstculo: a travessia de balsa do prprio rio Madeira, para alcanar a sua margem esquerda. Os planejadores governamentais intentam suprimir esse obstculo lanando uma ponte com 966,33 metros de comprimento e 13,40 metros de largura, com um custo esti-mado em R$181.800.000,00, segundo dados do DNIT divulgados em 1 de setembro de 2008.

    Da, at a margem direita do rio Ama-zonas so 885 quilmetros de estrada.

    Depois da travessia do Madeira faz-se necessrio transpor nada me-nos do que 30 igaraps, capazes de serem ultrapassados por pontilhes. No caminho at margem direita do Rio Amazonas, entretanto, h trs rios, o Castanho, o Igap-A e o Tupan, que exigem travessias por balsas. Os trs obstculos, porm, podero ser eliminados com o lanamento das trs pontes citadas, que custariam R$117.612.500,00, segundo avaliao do Comit Gestor do PAC (2008).

    Depois disso, os veculos precisaro ainda embarcar em balsas, para duas outras pernadas longas: o rio Amazonas, at a ilha do Careiro, e ainda o trecho entre a ilha do Careiro at a margem esquerda do rio Negro, onde se localiza a capital do Amazonas.

    Com o fator condicionante dos hor-rios das balsas, na hiptese de faltarem os recursos para as pontes, a travessia dos 885 quilmetros da BR-319 poder demorar uns dois dias para carros de passeio e uns trs dias para caminhes e nibus.

    Outrossim, devido s exigncias ambientais, que custaro R$653,5 mi-lhes, a recuperao da estrada, orada em R$467.831.257,00, e o lanamento das quatro pontes, de custo total igual a R$209.412.500,00, a recuperao da estrada acabar custando bagatela de R$1,33 bilho, despesa essa perfeita-mente adivel. Alm disso, num prazo mximo de seis anos, seria necessrio recapear a estrada, ao custo estimado de R$166.000.000,00.

    O sistema modal que deve ser uti-lizado, prioritariamente, para manter a ligao entre Porto Velho e Manaus , sem dvida, o aquavirio. Seria muito mais econmico e duradouro investir em empresas de transporte fluvial dotadas de empurradores e balsas para transporte de granis, balsas com propulso prpria para transporte de carretas carregadas

    e, tambm, balsas com autopropulso e camarotes para transporte de automveis de passeio e respectivos passageiros.

    Ora, se at no igarap chamado Reno, na Alemanha boa par te do transporte para o interior usa a aquavia, por que no fazer o mesmo no caudaloso Madeira? A durao da travessia at Manaus, para as balsas com autopro-pulso seria apenas um pouco mais demorada do que pela rodovia asfaltada (sem o lanamento das pontes), pois navegando a 10 ns (um n equivale a 1852 metros por hora), gastar-se-ia umas 45 horas rio abaixo.

    A opo aquaviria, ademais, poluiria menos o ambiente, pois gastaria menor quantidade de combustvel do que no transporte rodovirio e, alm disso, protegeria a cobertura vegetal primitiva existente s margens da projetada ro-dovia asfaltada, ponto muito importante para a manuteno do equilbrio ecol-gico local.

    Como muito bem observou o cien-tista Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Ama-znia (INPA), conectar Manaus com o