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Governo do Estado de São Paulo Secretaria do Meio Ambiente Fundação Florestal Revegetação matas ciliares e de proteção ambiental

Revegetação de Matas Ciliares e de Preservação Ambiental - Governo do Estado de São Paulo.pdf

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  • Governo do Estado de So PauloSecretaria do Meio AmbienteFundao Florestal

    Revegetaomatas ciliares e deproteo ambiental

  • GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULOSECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE

    FUNDAO FLORESTAL

    Revegetaomatas ciliares e deproteo ambiental

    Elaborado porEng. Agr. Antnio Carlos de Macedo

    Revisado e ampliado porProf. Dr. Paulo Y. Kageyama

    Prof. M.S. Luiz G. S. Costa

    So Paulo1993

  • Revegetaomatas ciliares e de proteo ambiental Fundao Florestal, 1993

    Produo EditorialCoordenadorJos Venncio de RezendeIvanisa Alcntara

    Planejamento/Edio de TextoVera Helena Farinas Tremel

    DigitaoGrizelda Serrano

    Capa e editorao eletrnicaLiliana Iris Buccianti

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    ndice para catlogo sistemtico:1. Reflorestamento : So Paulo : Estado : Silvicultura 634.95681612. So Paulo : Estado : Reflorestamento : Silvicultura 634.9568161

    DistribuioFundao Florestal

    Macedo, A. C.REVEGETAO: matas ciliares e de proteo

    ambiental / A. C. Macedo; revisado e ampliado porPaulo Y. Kageyama, Luiz G. S. da Costa.- So Paulo: Fundao Florestal, 1993

    Acima do Ttulo: Governo do Estado de SoPaulo. Secretaria Estadual do Meio Ambiente.Fundao Florestal

    Bibliografia

    1. Florestas 2. Florestas - So Paulo (SP)

    I. Ttulo

  • Sumrio

    INTRODUO

    A FLORESTAL TROPICAL: BASES PARA A REVEGETAO

    Diversidade de Espcies

    Dinmica da Floresta

    AS ESPCIES E OS GRUPOS ECOLGICOS

    REVEGETAO COM ESPCIES NATIVAS: Modelos

    Esquemas de modelos de revegetao

    Esquemas de modelos para enriquecimento de capoeiras

    ADAPTAO DOS MODELOS S REAS DE PLANTIO

    O cuidado permanente

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

  • IntroduoEm funo da crescente conscincia sobre a

    importncia da preservao ambiental, e do avano das leis quedisciplinam a ao humana nas florestas de proteo, um altointeresse vem sendo despertado para os programas derevegetao em reas degradadas, exigindo que osconhecimentos tcnico-cientficos sejam rapidamenterepassados aos potenciais usurios desses programas.

    Assim, o presente trabalho foi elaborado com vistas adar subsdios para os programas de reflorestamento misto comespcies nativas, visando recuperao da estrutura e dafuno das chamadas matas de proteo ambiental,principalmente as matas ciliares. Em razo da diversidade ecomplexidade das matas tropicais, fundamental o uso deconceitos e modelos especficos, os quais so apresentados ediscutidos com a finalidade de apoiar iniciativas e aes derevegetao de reas degradadas.

    As florestais naturais primrias so aquelas que poucosofreram com a ao do homem, conservando suascaractersticas de alta diversidade e auto-regenerao. Aquelasque sofreram a interveno humana, - as chamadas florestasperturbadas, por sua vez, ainda tm condies de retornar uma condio prxima da original, anterior ao processo deperturbao. Finalmente, as florestas degradadas, so as queperderam sua capacidade de se auto recuperar, necessitando dotrabalho de revegetao e/ou enriquecimento.

    As chamadas florestas de proteo ambiental, diferentedas de produo, so aquelas que fornecem bens indiretos aohomem: por meio das florestas de proteo ambiental, possvelproteger as nascentes e os cursos d'gua, minimizar a eroso,preservar a fauna etc. O Cdigo Florestal considera como depreservao permanente as matas ciliares, nome que se d vegetao ao redor de nascentes, assim como de picos demorros e encostas ngremes.

    As matas ciliares degradadas, que margeiam os cursosd'gua, so reas que demandam prioridade para as aes derevegetao e/ou enriquecimento. Essas matas tm um papel

  • estratgico na conservao da biodiversidade, na preservao daqualidade da gua e para a formao de corredores entre aspoucas reservas de matas primrias ainda existentes em nossoEstado.

    O processo de regenerao na floresta natural atravsdas clareiras (sucesso secundria) tem sido usado comofundamento para o plantio misto de espcies nativas, visando revegetao de matas ciliares e outras florestas de proteo.Nesse sentido, o uso de espcies pioneiras, assim como aseparao do grande nmero de espcies de espcies da florestatropical em grupos ecolgicos, tem sido fundamental para esseprocesso.

  • A florestal tropical:bases para a revegetao

    Diversidade de espcies

    O processo de desmatamento nos trpicos tem levado fragmentao das florestas e extino de espcies animais evegetais. A fragmentao ocorre quando uma grande extensode habitats transformada em numerosas manchas menores,com reas totais pequenas e isoladas uma das outras, como seapresenta atualmente o Estado de So Paulo.

    A floresta tropical extremamente complexa e suadinmica est assentada na interao planta x animal. Osanimais so responsveis pela manuteno das diferentesespcies de plantas nos ecossistemas, atravs de suaparticipao nos processos de polinizao e disperso desementes.

    A polinizao a transferncia do plen da flor de umarvore para outra rvore da mesma espcie. Para o perfeitofuncionamento desse processo, as plantas desenvolveramatrativos nas flores para os animais. Insetos, pssaros emorcegos, ao se alimentarem e visitarem diversas flores,executam o processo de polinizao na floresta tropical.Aproximadamente 95% das espcies arbreas tm comopolinizadores esses animais.

    A disperso o transporte e distribuio das sementespelos animais e pelo vento, tendo influncia direta na estruturada floresta. Os animais enterram, regurgitam ou defecam assementes, que vo fornecer novos indivduos. Em matas ciliarese em outras reas de florestas do nosso Estado, observou-seque a disperso por animais de aproximadamente 95% e 75%,respectivamente.

    Uma das principais caractersticas da floresta tropical o fato de as espcies apresentarem poucos indivduos porunidade de rea. Essa caracterstica permite a alta diversidadede espcies nessas florestas: em 1,0 ha da florestal tropical,podem ocorrer mais de 200 espcies arbreas diferentes.

  • Essa diversidade pode ser reduzida pelas modificaescausadas pelo processo de fragmentao e sua recuperao emanuteno so promovidas atravs de prticas de revegetaoe proteo ambiental das reas. No processo de revegetao,deve-se levar em conta que tanto a alta diversidade como ospolinizadores e dispersores devem estar presentes paraassegurar a continuidade da floresta no futuro.

    Dinmica da floresta

    A dinmica da floresta tropical o processo pelo qual asespcies se regeneram e se desenvolvem naturalmente. Isso sed atravs da queda das rvores, provocando a formao declareiras de diferentes tamanhos, que so ocupadas por novosindivduos de diferentes espcies. A variao das clareiras noespao e no tempo d origem a um mosaico de diferentesestgios sucessionais.

    O fator principal que influencia a colonizao dasclareiras a luz. Algumas espcies so bastante tolerantes sombra e tm seu crescimento inibido quando expostas a nveiselevados de luz. Outras espcies adaptam-se plena luz,enquanto outro grupo exige luz somente num estgio de seuciclo de vida. Diferentes tamanhos e formas de clareirasproduzem situaes diversas de microclima, possibilitando quediferentes grupos de espcies se estabeleam.

  • As espcies e osgrupos ecolgicos

    A separao das espcies arbreas em gruposecolgicos uma maneira de possibilitar o manuseio do grandenmero de espcies da floresta tropical, mediante seuagrupamento por funes semelhantes e de acordo com asexigncias. Diferentes critrios para a classificao das espciestm sido utilizados, com base principalmente na resposta luzdas clareiras ou ao sombreamento do dossel.

    As diferentes classificaes compreendem trs grupos.O primeiro grande grupo, que o das pioneiras, tm rpidocrescimento, germinam e se desenvolvem a pleno sol, produzemprecocemente muitas sementes pequenas, normalmente comdormncia, as quais so predominantemente dispersadas poranimais. So tambm denominadas de especialistas de grandesclareiras (> 200m2). Na floresta tropical, ocorrem em pequenonmero de espcies, com um grande nmero de indivduos.

    As principais espcies arbreas pioneiras que ocorremno Estado de So Paulo e que tm sido utilizadas em plantios deflorestas de proteo so: Trema micrantha, Cecropia sp, Crotonfloribundus, Croton urucurana, Mimosa scabrella, Miconiacinamomipholia, Solanum sp, Mimosa bimucronata, Citarexylunmyrianthum, Inga sp, Piptadenia sp, Gudnzuma ulmifolia, dentreoutras.

    O segundo grande grupo, que o das climcicas, tmcrescimento lento, germinam e se desenvolvem sombra eproduzem sementes grandes, normalmente sem dormncia. Sodenominadas tambm tolerantes, ocorrendo no sub-bosque ouno dossel da floresta. As espcies deste grupo ocorrem tambmem pequeno nmero, com mdias e altas densidades deindivduos.

    So espcies caractersticas do grupo das climcicas emnosso Estado as seguintes: Esenbeckia leiocarpa, Euterpe edulis,Copaifera langsdorffii, Hymenaea stilbocarpa, Securinegaguaraiuva, Ilex paraguayensis, Entorolobium contortisiliquum,dentre outras.

  • Entre esse dois grupos, est a maioria das espcies,classificadas como o grupo das secundrias, tambmdenominadas de especialistas de pequenas clareiras,oportunistas, nmades ou intermedirias. Essas espciesapresentam, como principal caracterstica, a capacidade desuas sementes germinarem sombra, mas requerendo apresena da luz para seu desenvolvimento. So espciescaractersticas do dossel ou do estado emergente. Na florestatropical, ocorrem em grande nmero de indivduos por rea.So as secundrias as responsveis pela alta diversidade dessasflorestas.

    Neste grupo destacam-se, dentre outras, as espciesCariniana legalis, Cabralea canjerana, Cedrela fissilis, Tabebuasp, Balfourodendron riedelianum, Centrolobium tomentosum,Astronium urundeuva, Jacaratia spinosa, Chorisia speciosa.

    Deve-se observar que essa classificao tem sentidopuramente de orientao para os plantios mistos e no deve serentendida de forma rgida e definitiva. Isto porque ainda restrita a compreenso sobre o processo de dinmica da florestatropical, assim como tambm so escassas as informaessilviculturais das espcies em plantios mistos.

  • Revegetao comespcies nativas: modelos

    A revegetao objetiva criar condies para que umarea degradada recupere algumas caractersticas da florestaoriginal, criando uma nova floresta com caractersticasestruturais e funcionais prximas s das florestas naturais.

    Na revegetao deve-se envolver os diferentes gruposecolgicos sucessionais, arranjados de forma tal que suasexigncias sejam atendidas pelos modelos. As espcies doestgio inicial de sucesso - as pioneiras ou sombreadoras - soimportantes para que as espcies dos estgios finais (nopioneiras ou sombreadas) tenham condies adequadas paraseu desenvolvimento.

    Os resultados de experimentos e observaes de campo,em plantios mistos de espcies nativas, permitem algumasgeneralizaes sobre a silvicultura, que podem ser assimresumidas:

    a) As diferentes espcies pioneiras fornecem nveis diversosde sombreamento, podem ser subdivididas em pioneiras decopa densa e pioneiras de copa rala. As pioneiras devemser plantadas em nmero restrito de espcies (de 2 a 5),envolvendo os dois subgrupos, com grande nmero deindivduos por rea (de 200 a 500/ha);

    b) As espcies do grande grupo das no pioneiras(secundrias e climcicas) devero ocupar os diferentesgraus de sombreamento promovido pelas pioneiras. Assecundrias devero ser plantadas em um grande nmerode espcies (mais de 30), com pequeno nmero deindivduos por rea (de 5 a 20/ha); as climcicas, por suavez, com um mdio nmero de espcies (de 5 a 10/ha) eum mdio nmero de indivduos por rea (de 50 a100/ha).

    No trabalho de revegetao, alguns procedimentosgerais devem ser seguidos, independente das caractersticas decada local:

  • 1) uso exclusivo de espcies nativas de ocorrncia regional;

    2) existncia de informaes silviculturais sobre as espcies;

    3) utilizao do maior nmero de espcies, para promover adiversidade e a conservao dos recursos genticos; e

    4) preferencialmente, usar sementes de no mnimo 10 rvorespara cada espcie, colhidas se possvel de florestas naturais,para minimizar os efeitos de consanginidade.

    Podem ser utilizados diferentes modelos nos programasde revegetao, visando recuperao e manuteno dasflorestas de proteo. Esses modelos apresentam formas dedistribuio dos diferentes grupos ecolgicos no local onde sepretende a revegetao, assim como apresentam diversaspropores entre as espcies empregadas.

    Porm, somente a aplicao dos modelos no garante osucesso da revegetao. A escolha do melhor modelo deve serfeita cuidadosamente, levando-se em conta vrios fatores. Asexigncias das espcies e a sua adaptao s condies locaisde solo, clima e umidade, por exemplo, so elementosimportantes para a escolha do modelo. Outro fator relevante oconhecimento prvio da rea a ser revegetada, o que pode serobtido mediante o levantamento de informaes tais como:

    1) levantamento histrico da rea quanto sua utilizao,preparo do solo, cultivo etc.;

    2) caracterizao do local a ser revegetado, quanto a condiesde clima, fertilidade, textura, permeabilidade e profundidadedo solo, topografia e presena de gua (altura do lenolfretico, umidade, encharcamento, inundaes peridicasetc.);

    3) caracterizao do tipo de formao vegetal existenteoriginariamente e aferio das espcies de ocorrnciaregional;

    4) seleo das espcies nativas regionais adaptveis ao local aser revegetado; e

  • 5) determinao do percentual de participao em funo dacobertura vegetal existente originalmente no local a serrevegetado, do grupo ecolgico ao qual pertence elevantamento da freqncia ou raridade com que cadaespcie ocorre naturalmente.

    Esquemas dos modelos de revegetao

    Modelo I

    Este modelo consiste na implantao de uma linha depioneiras alternada com uma linha de no pioneiras. O plantiopode ser simultneo ou em pocas diferentes. A distribuio dasplantas nas linhas pode ser ao acaso, misturando-as antes doplantio, ou numa forma sistemtica, colocando as espciesdisponveis numa seqncia estabelecida.

    A principal vantagem deste mtodo est na facilidade deimplantao, pois incorpora a rotina do produtor no cultivo dequalquer cultura, s exigindo o cuidado de separar os doisgrupos nas linhas alternadas. Como desvantagem, se forutilizado o plantio simultneo, as plantas das no pioneiraslevaro mais tempo para receber sombreamento.

  • Modelo II

    Neste modelo os grupos de pioneiras e no pioneirasso alternados na linha de plantio. Na linha seguinte, altera-sea ordem em relao linha anterior. Dentro de cada um dosgrupos, pode-se distribuir as espcies ao acaso ousistematicamente, da mesma forma que no modelo anterior.

    A grande vantagem desse modelo a distribuio maisuniforme dos dois grupos na rea, promovendo umsombreamento mais regular. No entanto, exige um cuidadomaior na implantao dentro da e entre as linhas.

    /

  • Modelo III

    Este modelo consiste na separao das pioneiras emdois subgrupos, as pioneiras de copa mais densa (ex. Cecropiasp). O plantio sistemtico dos dois subgrupos vai criar umgradiente de luz para diferentes tipos de no pioneiras.

    A vantagem deste modelo reside na criao dediferentes microclimas para satisfazer as exigncias dosdiferentes tipos de no pioneiras. Este modelo exige doprodutor, alm do conhecimento sobre os dois grupos, quesaiba proceder separao das espcies, dentro de cada umdeles. Alm disso, requer muito mais cuidado na implantao,por se tratar de modelo mais sofisticado.

  • Esquemas dos modelos de enriquecimento decapoeiras

    Modelo I

    Este modelo constitudo por um conjunto de 13plantas, na forma de um cruzeiro, sendo oito pioneirasdistribudas na borda, e cinco no pioneiras no interior. Dascinco no pioneiras, o indivduo central uma climcica, quefica rodeada por quatro secundrias. Cada um desses conjuntospoder ser colocado nos locais abertos, dentro da vegetaoexistente. Para formar um conjunto, excetuando o indivduocentral, possvel utilizar uma ou mais espcies dentro de cadagrupo.

    A vantagem desse modelo de controle individual docomportamento das espcies no pioneiras da parte central doconjunto, principalmente da planta climcica. A restrio nessecaso que a sua utilizao possvel somente em pequenasilhas de no vegetao.

  • Modelo II

    Este modelo consiste em implantar linhas de espciesno pioneiras, regularmente espaadas entre si, em picadasabertas no meio da vegetao secundria (capoeira). Naimplantao da linha de no pioneiras, pode-se distribuir asespcies ao acaso ou sistematicamente.

    Este modelo restrito atividade de enriquecimento devegetao secundria.

  • Adaptao dos modeloss reas de plantio

    Dependendo das caractersticas locais, algumassituaes tpicas exigiro medidas especficas e, em certoscasos, adaptao dos modelos propostos.

    reas cultivadas

    As reas que j vm sendo cultivadas apresentamalgumas vantagens para os plantios de recuperao de reasdegradadas, uma vez que, em geral, o solo apresenta boascondies para o desenvolvimento das plantas e nessascondies as plantas invasoras encontram-se sob controle.

    Neste caso, aproveita-se o adubo e o preparo do solo dacultura anterior. Pode-se utilizar os modelos I, II e III, sendovivel o plantio de maior nmero daquelas pioneiras que solongevas e no agressivas, pois h, nessas condies, maiorcontrole das invasoras. Nesta situao, o modelo III o maisadequado, pois compatvel com as timas condies da rea.

    O espaamento geral para todas as espcies pode ser de2,5 x 2,0m (2.000 plantas/ha) para uma rpida cobertura dosolo, ou de 3,0 x 3,0m (1.100 plantas/ha) para uma coberturamais lenta.

    reas com gramneas invasoras

    Nesta situao, deve-se utilizar um modelo de altadensidade de pioneiras agressivas e sombreadoras para recobrirrapidamente o solo, assim como controlar as gramneasinvasoras. O modelo I o mais indicado e a densidade de 2.000a 2.500 plantas/ha desejvel. Neste caso, pode-se plantar noprimeiro ano as pioneiras e no segundo as no pioneiras.

    reas de capoeira

  • Existem duas sugestes para essa situao. A primeiraser o enriquecimento, com no pioneiras, nas linhas, distantesentre si 5 metros e com 3 metros entre as plantas. A aberturada picada para o plantio deve ser a mais estreita possvel, sendodesejvel uma largura de 1 metro. Uma segunda maneira ser aimplantao do modelo em forma de cruzeiro (13 plantas) nasilhas sem vegetao, com espaamento de 2,0 x 2,0 m para ostrs grupos sucessionais de espcies.

    reas muito degradadas

    As reas muito erodidas, em que foi retirado o solo,assim com em reas pedregosas, deve-se primeiro recuperar osolo com espcies pioneiras agressivas, preferencialmenteleguminosas, com alta densidade (de 2.000 a 2.500 plantas/ha).O plantio deve ser feito em curva de nvel, com terraos quandofor o caso. O modelo I de revegetao o mais adequado paraesse caso. Deve-se efetivar o plantio inicial das pioneiras e,somente depois de recuperado e protegido o solo, entrar com asno pioneiras. Em reas de afloramento de rochas deve-seplantar gramneas, ciperceas e leguminosas herbceas(Stylosanthes sp, Indigofera sp etc.). Nos dois casos pode-seutilizar a semeadura direta, quando houver grande quantidadede sementes disponvel.

  • O cuidado permanente

    Ao dar incio atividade de revegetao em reas deflorestas de proteo, importante considerar que, atravsdeste trabalho, somente se estar fornecendo os ingredientesiniciais necessrios para o incio de um processo de restauraoda rea. A manuteno e proteo das matas, aps essa fase,dar condies para que a natureza se encarregue dacontinuidade do processo.

  • importante destacar tambm que a formao demudas, para o plantio nos moldes aqui preconizados, exige umcuidado muito especial, para que os propgulos tenhamcondies adequadas para a continuidade de crescimento edesenvolvimento da nova floresta.

    As propostas apresentadas baseiam-se em resultadosde plantio em grande escala no campo, e que tm mostrado servivel o plantio misto com espcies nativas. Essas plantaes,com o uso de pioneiras como sombreadoras, tm recoberto osolo na maioria das vezes no prazo de um ano. As pioneirascresceram at mais do que 4 metros de altura, no primeiro ano.Esses resultados alentadores motivam os pesquisadores, aomesmo tempo que mostram aos produtores ser plenamentevivel o plantio de espcies nativas.

    Nas reas de proteo com floresta perturbada, mas emque ocorrem a chegada de sementes de outros fragmentosvizinhos, aconselhvel proteger-se a rea com cerca paraevitar a entrada de animais. Para proteo contra fogo, precisoestabelecer aceiros e mant-los limpos. Deve-se tambmdesenvolver atividades de manuteno da rea, tais como aeliminao de espcies invasoras agressivas (bamb, capimcolonio etc.) e liberar as plantas jovens de cips agressivos. Oscips no pioneiros no interferem no desenvolvimento dasplantas suporte, devendo ser mantidos como parte dadiversidade.

    Finalmente, vale enfatizar que o modelo buscado aquele em que as matas ciliares e de proteo sejam corredoresde ligao das reservas mdias e grandes existentes na baciahidrogrfica do local em questo. Assim, nos programas derevegetao, a unidade de trabalho deve ser a baciahidrogrfica.No que se refere aos substratos, o mais usado terra de

  • Bibliografia consultada

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  • Maiores informaes

    Para obter maiores informaes sobre atividades de revegetao nasdiferentes regies do Estado, entre em contato com algum desses rgos:

    Fundao FlorestalRua do Horto, 931 - Horto Florestal02377-000 So Paulo - SPTel. 11-6997.5000

    IBAMAAl. Tiet, 63701417-020 So Paulo - SPTel. 11-

    Instituto FlorestalRua do Horto, 931 - Horto Florestal02377-000 So Paulo - SPTel. 11-6231.8555

    Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais - IPEFAv. Pdua Dias, 1113418-260 Piracicaba - SPTel.

    CESP - Companhia Energtica de So PauloDiretoria de Meio AmbienteAl. Ministro Rocha Azevedo, 2501410-900 So Paulo - SPTel.

    Centro de Adaptao e Transferncia de Tecnologia dePreservao dos Recursos Naturais - CATIAv. Brasil, 2340 - Jardim Brasil13073-001 Campinas - SPTel.

    IBt - Instituto de BotnicaAv. Miguel Stfano, 3687 - gua Funda04301-012 - So Paulo - SPTel.