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universo teen Psiu, gatinha! pg. 7 O jovem pensa, deseja e luta com mais influência do que você imagina. Conheça o universo por trás das cabeças que vão garantir nosso futuro. Movimento estudantil pg. 10 h moda na es co la pg. 6 conectados pg. 8 + A B c Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Edição número 77

Reverso 77 universo teen

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universoteen

Psiu,gatinha!

pg. 7

O jovem pensa, deseja e luta com mais influência do que você imagina. Conheça o universo por trás das cabeças que vão garantir nosso futuro.

Movimento estudantil pg. 10 h

moda naescola pg. 6

conectadospg. 8+

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Edição número 77

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Acesse o Reverso Online

Coordenação EditorialJosé Péricles Diniz Robério Marcelo

Editor-chefeTássio Santos

Edição de textoLorena Soares

RedatoresAlissando LimaDrielle CostaJaqueline Suzart Lorena SoaresTássio SantosReginaldo Silva

Editoração Gráfica/ArtesTássio SantosAlissando LimaLorena BernardesSarah Sanches

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo

Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL)Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA

CEP - 44.300-000

Expedientee

Olá, galera!Esta primeira edição da Universo Teen traz uma série de novidades para você. Uma re-vista toda moldada especialmente para quem é antenado com as novas tendências que es-tão no seu dia a dia e vão definir o seu futuro.Você já pensou como vai para escola? Qual a importância da política estudantil? Da prá-tica do esporte na escola? O significado das cantadas? Te faz bem ser conectado ou já pensou em fazer estágio? Tudo isto você vai descobrir aqui, no seu Universo.Drielle Costa bateu um papo com alunas do Colégio Estadual da Cachoeira para saber o que as adolescentes costumam usar para fi-car na moda mesmo com o uniforme da es-cola. Já na matéria Fiu Fiu, Tássio Santos traz uma discussão sobre as cantadas feitas pelos meninos. Mais Conectados, Lorena Soares conversou com adolescentes de Santo Amaro e Mairi, que destacaram informações sobre o uso das redes sociais pelos adolescentes. Na matéria Juventude, Esporte e Saúde, Jaqueline Suzar-te mostra a novidade no esporte cachoeirano com o Projeto Segundo Tempo.Alissandro Lima e Reginaldo Silva entrevis-taram duas adolescentes que se destacam no mercado de trabalho com o estágio e na política estudantil, com abordagens que vão da importância de participar de movimentos sociais a como se inserir cedo no mercado de trabalho.Esperamos que você aproveite sua leitura!

Direto da redação.

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo

Expedientee

Esse tempo transitório, às vezes turbulento e meio indefinido da vida é um pe-daço de existência tão pró-prio e particular para cada pessoa, que os estudiosos do assunto poderiam criar teses científicas para cada ser humano que atravessa a adolescência. Recheada de dramas e descobertas, súbi-tos interesses e profundas mudanças físicas, é nessa fase da vida que as trans-formações e as tomadas de consciência sobre o mun-do e sobre o próprio corpo (isso quando o mundo não se torna o próprio corpo!) ocorrem e são percebidas em tempo real, da noite pro dia, na base do touch screen (ou touch skin!).Adolescentes são projetos e produtos ao mesmo tem-po. Têm a urgência ansiosa da descoberta da vida, da sexualidade, dos desafios de uma certa independên-cia, da incrível necessidade desesperada da atenção de alguém, de quem quer que seja, de qualquer um ou de todo mundo. Têm a fantás-

tica capacidade de encan-tar, de se encantarem pelo novo, pela possibilidade de fazer (de alguma forma) a diferença, de mostrarem – NÃO! – de provarem que são especiais, de sonhar e construir futuros imaginá-rios brilhantemente bem sucedidos e de acreditarem mesmo que assim será.Têm também a tripla pos-sibilidade de causar inveja nos outros: 1) os mais no-vos sonham em ser adoles-centes; 2) os mais velhos lamentam não serem mais; e 3) os próprios adolescen-tes querem ser ou parecer como alguns deles parecem ser (ou acham que são) – o universo deles é assim meio confuso mesmo.São tantas as oportunidades de crescimento e de direcio-namento da vida que um ser humano pode experimen-tar durante a adolescência, que alguns amadurecem mais rapidamente enquan-to outros tendem a não se desvencilhar por comple-to dessa fase nunca. E não se pode negar nem afirmar

que sejam estes os adultos mais felizes. O fato é que chegar à adolescência não constitui um evento indife-rente na vida de quase nin-guém. Atravessá-la envolve todo um processo pessoal e intransferível – único! E cruzar sua linha de chegada pode vir a ser bom e ruim simultaneamente. Tudo é dúbio, turbulento e confu-so, mas também pode ser muito bom (ou não!).O cineasta Domingos de Oliveira, prefaciando o livro de sua filha Maria Maria-na – Confissões de adoles-cente – compara os verbos adolescer e adoecer. Talvez porque a adolescência seja mesmo como uma espécie de febre: aquece a tempe-ratura do corpo, faz a gente delirar, pode causar um co-lapso geral no organismo e ser fatal, mas também pode passar depois de um bom banho de realidade...Lívia Milena é cantora e professora de línguas da rede pública.

Menue

Juventude, saúde e esporte

Com que roupaeu vou?

Chega de fiu-fiu!

Mais conectados

“O Brasil depende de nós estudantes“

Trabalho é uma questão de independêcia

EneditorialLívia Milena é cantora

e professora de línguas

da rede pública de

ensino.

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CACHOEIRA | BAHIA 2013www.ufrb.edu.br/reverso4 ESPORTE

Juventude, esporte e saúdeA Prefeitura Municipal da Cachoei-ra através da Secretaria de Esporte recentemente fechou parceria com a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) para integrar o projeto Segundo Tempo. Serão contemplados crianças e ado-lescentes, somando um total de 300 alunos.O projeto, segundo o Ministério do Esporte, “tem por objetivo de-mocratizar o acesso à prática e à cultura do esporte de forma a pro-mover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cida-dania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social”.Cachoeira que já foi um dos símbo-los dos esportes amadores: remo, basquete e futebol de campo. Hoje passa por um momento de ostra-cismo, está com os holofotes apa-

gados, sem grandes conquistas. O incentivo ainda é pequeno, precisa abranger a todas ou pelo menos grande parte dos esportes para vol-tar ao cenário baiano como grande potência.O projeto Segundo Tempo traz esta possibilidade de ajudar a for-mar desportistas e cidadãos, desde crianças até jovens, pois estimula a garotada a praticar uma vida sau-dável e os retira de atividades que não são boas para vida, “No mo-mento que assumimos (em setem-bro deste ano), tivemos a preocupa-ção principalmente de atingir esse público alvo, que são as crianças. A meta é o esporte amador”, afirma Alex Kaorner, secretário de esporte do município. OportunizarA prática esportiva em Cachoei-ra vive um novo momento com a chegada do Segundo Tempo. Com menos de um mês que assumiu a Secretaria de Esporte, Kaorner tem

procurado se aproximar das neces-sidades da população e trabalhar especialmente com a formação dos estudantes.O secretário afirma que a grande ideia é oportunizar. Quanto mais as crianças e a juventude tiverem envolvidos em bons projetos e algo que gostem, vão sentir mais prazer na própria vida e convivência do dia a dia.Segundo a professora de educação física Maíra Antunes, a prática do esporte “na adolescência ajuda na socialização, pois eleva a autoesti-ma e também a sua integração em um grupo, além de afastá-los do consumo de bebidas alcoólicas e drogas”. Um caso que confirma a necessida-de de oportunizar é o da estudante Leilane Estrela, 14 anos, que passou a jogar basquete por influência das amigas. Ela diz que não fazia nada, não praticava esporte nenhum. A amiga jogava basquete e percebeu

que precisava praticar algum es-porte. Atualmente ela participa dos treinos de basquete na quadra mu-nicipal, que uma é referência em es-paço para adolescentes jogarem.ProjetosO convênio da secretaria com a Sudesb vai trazer muitos benefícios aos estudantes, pois todo o territó-rio de Cachoeira vai ter o projeto. No Brasil, o Segundo Tempo tem direcionado as crianças, adolescen-tes e jovens a uma vida ligada ao esporte. Para a nova etapa iniciada em ou-tubro já chegaram materiais es-portivos, os kits e as placas. Várias modalidades serão inseridas no programa: handebol, vôlei, basque-te, futebol de campo e futsal.Na cidade há a quadra municipal, o campo da Manga e o estádio 25 de Junho. Na zona rural são mais de 20 quadras espalhadas. Todos serão espaços que vão poder ser desfruta-dos pela juventude.

Foto e texto por Jaqueline Suzarte

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5www.ufrb.edu.br/reverso

O secretário diz que o Segundo Tempo agora já está instruindo, para que possa dar oportunidade a esses meninos. Ele ainda con-clui: “Não tem que tão somente construir a quadra e deixar lá que as pessoas pratiquem esporte de uma maneira aleatória não. Coor-denar de uma forma mais estrutu-rada, o profissional fazendo essa coordenação e instruindo esses meninos”.A professora de educação física Poliana Lisboa diz que na adoles-cência é de grande importância no processo de calcificação óssea e no auxílio do metabolismo. O traba-lho com a garotada será feito por professores de educação física. A

Sudesb fez uma seleção, serão qua-tro profissionais que irão trabalhar coordenando os dois núcleos.

Corpo em formaA prática da educação física sem-pre foi recomendada em todas as idades. Ainda bebê, muitos já fa-zem natação, outros só desenvol-vem o hábito do esporte mais tar-de. O que todos ouvem é que faz bem se movimentar, malhar, cor-rer, nadar, andar, dançar ou jogar. Grande parte das vezes, o estimulo à educação física é para ficar com o corpo em forma, bonito ou sara-do, como alguns preferem dizer. No entanto, sua importância vai muito além. É essencial para man-

ter a saúde do corpo e da mente. A professora de educação física Maíra Antunes ressalta que a prá-tica da atividade física traz bene-fícios para todas as faixas etárias. Na adolescência auxilia no desen-volvimento, na redução dos ris-cos de doenças futuras e possui importantes efeitos psicossociais. Porém é necessário se precaver em relação aos riscos que também podem acontecer na adolescência. Ajuda também a equilibrar o peso do corpo, pois nesta fase costu-mam comer muito.O estímulo tem que ser por hábi-tos saudáveis. Não ter o esporte apenas para ficar bonito, mas para desenvolver corpo e mente. Des-

ta forma, os efeitos da prática esportiva ruim não irão fazer parte da vida dos ado-lescentes. Os projetos sociais são essenciais na contribuição des-sa formação voltada para cidadania, pois agregam a todos em suas várias modalida-des, os direcionam a uma vida melhor.

A prática do esporte “naadolescência ajuda na socialização, pois eleva aautoestima e também a sua integração em um grupo, além de afastá-los do consumo de bebidas alcoólicas e drogas”.Maíra Antunes, professora de ed. física.

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Dicas de saúde:- Aumente e diversifi-que o consumo de legu-mes, frutas e verduras;- Beba bastante água;-Evite comidas gordurosas;-Pratique esporte

Alex Kaorner - secretário de esporte de Cachoeira.

Leilane Esttrela, Tatiane Coelho e Bianca Souza - time feminino de basquete.

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Além de livros, cadernos e estojos com várias canetinhas, para ir à escola é necessário estar com uma roupa estilosa e acessó-rios legais para destacar com os colegas. Para muitos adolescen-tes é difícil ficar bonito e bonita com o fardamento escolar, prin-cipalmente para alunos de esco-las públicas da Bahia, onde os fardamentos são padronizados. Dá um up no visual da farda é sempre uma ótima forma de não cair da moda, e isso vale tanto para os meninos quanto para as meninas. E para vocês fazerem a diferen-ça, vamos dar ótimas dicas para implementar os uniformes. É im-portante se ligar no regimento da sua escola, como no caso das adventistas e militares, que não permitem o uso de joias/bijote-rias chamativas. Fomos ao Co-légio Estadual da Cachoeira pra saber como as meninas montam

o look para ir a escola. Gisele Pereira, do segundo ano, conta que os acessórios são pe-ças importantíssimas. “Todos os dias venho com uma coisa dife-rente, gosto de fazer penteados, mochila rosinha de usar boné, gosto de brincos e de colar, sigo as tendências”, confessou.As amigas Bruna e Adrihelle, que cursam o oitavo e primeiro ano, respectivamente, são quase duas personal estilo: "Não pode faltar acessório, além do meu ca-belo, que é diferente, rimel, blush e maquiagem em geral; uma mo-chila estilosa, esmalte, brinco e pulseiras usados discretamente", ensinou. Para Adrihelle, o far-damento é importante, mas re-clama que deveria ser um pouco mais moderno.Tamara Pimentel e a amiga Ana Paula, do primeiro ano, gostam de inovar e estão sempre fazen-do alguma arte na farda. Elas

Drielle Costa

revelam que gostariam de ter um pouco de liberdade na hora de se vestir para irem à escola. ”Essa farda é muito feia gosto de mexer pra diferenciar”, desabafaram as garotas.Para finalizar Adriana e Luani-ce não vão para o colégio sem maquiagem! As gatas podem esquecer até os livros, mas o rimel, o blush e o batom não fal-tam! Mas as ga-r o t a s não re-c l a m a m do farda-mento es-colar. “Acho legal o farda-mento padroni-zado, por isso uso meus acessórios para dar um desta-que”, relatou Luani-

C m Defendido por pais e edu-

cadores, o uniforme esco-

lar está presente em grande

parte das escolas do Brasil.

A farda possibilita ao alu-

no algo fundamental: ter

as condições mínimas para

estudar, para frequentar o

processo de escolarização.

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O m M m Q m U m E m R m O m U m P m A m E m U m

O m U m V m ?

CACHOEIRA | BAHIA 2013www.ufrb.edu.br/reverso6 MODAG

Foto e texto por

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Chega de fiu, fiu!É fato que nos últimos anos as mulheres do mundo todo têm colocado os homens em seus devidos lugares. A figura mascu-lina heterossexual tem perdido espaço na hierarquia social. Com isso novos grupos acendem exi-gindo respeito. Para se ter uma noção dessa evolu-ção, o que era considerado agres-são em 2006, ano que foi sanciona-da a Lei Maria da Penha no Brasil, passa por uma ressignificação e hoje abrange outras ações, como assédios e insultos.Em agosto o blog ThinkOlga colo-cou no ar uma pesquisa elaborada pela jornalista Karin Hueck intitu-lada “Chega de fiu, fiu” para co-nhecer o perfil dessas situações de desconforto. Foram quase oito mil participantes e 99,6% delas afir-maram que já foram assediadas. Um número muito alto.

Resultados da pesquisaVárias perguntas fizeram parte do questionário. Com relação aos lugares, por exemplo, são mais comuns em ruas, vias públicas e baladas. Por serem em espaço fe-chado, as cantadas na balada ge-ralmente vem acompanhadas de agarração, passadas de mão no bumbum e xingamentos, caso o “elogio” seja ignorado. A maioria das mulheres se sentem incomodadas com esse tipo de si-tuação, 83% delas afirmaram que não é legal receber cantadas. Mas um número mais preocupante

está aqui: 73% das mulheres não costumam responder as cantadas e o principal motivo é por medo. Você pode ter acesso á todos os da-dos da pesquisa no blog Thinkol-ga.com

CachoeiranasNão diferente dessa realidade na-cional, Cachoeira segue pelo mes-mo caminho. Os relatos de mulhe-res que passam por experiências desagradáveis estão soando para todos ouvirem. Na faculdade, nas ruas, na ponte. Em todos os luga-res elas são surpreendidas com sussurros, ruídos e palavras ofen-sivas vindas dos homens.Poderia colocar o nome de todas as entrevistadas pelas ruas da ci-dade. São muitas Marias, Gabrie-las, Renatas, Suzanas com o mes-mo ponto em comum, todas elas

Arte e texto por Tássio Santos

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83%não achamlegal recebercantada

99,6%já foram

assediadas73%tem medo de responder

Universo Teen - Você falou que sempre recebe cantada dos homens. Quando isso começou?Cíntia - Foi início de minha ado-lescência. Eu ainda era bem nova e meu corpo estava começando a se desenvolver. Nessa época eu não recebia cantadas, eram mais olhadas de homens bem mais ve-lhos que me deixava constrangi-da e até com medo.

UT -Como você reage a uma cantada hoje?C- Depende da cantada. Quan-do eu não estou afim, se for um “psiu” na rua eu finjo que não escuto e sigo andando. Se for em uma festa, onde eles costu-mam passar a mão no meu cor-po e cabelo, eu mando sair de perto de mim na mesma hora.

UT- Medo de quê?C- Medo de que eles pu-dessem me agarrar. Sem-pre tive busto grande e isso chamava atenção. Eu senti vergonha dos meus seios durante muito tem-po. Não usava decote e procurava roupas que desviassem o olhar dessa região.

já receberam cantadas desagradá-veis.A garota que irei chamar de Cín-tia preferiu não ter seu nome ver-dadeiro revelado por questão de privacidade. Ao contar as expe-riências que já vivenciou da uni-versidade, percebe-se uma nítida aura de indignação e raiva. Seu agressor também é estudante.Apesar de ter me contado sem re-ceios, Cíntia pediu para que seu relato mais traumático não fosse divulgado. Mas as outras situa-ções serão divulgadas com o con-sentimento da entrevistada.

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5COMPORTAMENTOwww.ufrb.edu.br/reversoCACHOEIRA | BAHIA 2013

www.ufrb.edu.br/reverso 7G

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Com o avanço tecnológico, o sur-gimento de Lan Houses e a popu-larização do uso de celulares mo-dernos, é cada vez maior o número de adolescentes que acessam a in-ternet no país. Alguns utilizam para pesquisa, porém a maioria entra na rede para lazer e entretenimento.O acesso às Redes Sociais vem to-mando proporções ainda maiores. O Instagran que é um aplicativo gratuito para compartilhamento de fotos, é a sensação entre os adoles-centes, porém nem todos celulares têm acesso, pois apenas androids, iphones e tablets são compatíveis com o programa. Através do Ins-tagran pessoas postam fotos e co-locam hashtags (#), símbolos que servem para identificar imagens de assuntos semelhantes e que po-dem ser vistos por qualquer pessoa que tenha um perfil nessa rede, in-dependente de serem amigos. Para a estudante Nathália Soares, 15 anos: “No Instagran as fotos postadas vão direto para o Twitter ou para o Facebook se a pessoa quiser, quanto mais hashtags tiver a foto, mais curtidas pode ter”, disse.O twitter não é tão utilizado por ado-lescentes, é mais uma maneira de divulgação de artistas e fã clubes, mas há jornalistas e outras pessoas que se destacam na mídia e que fazem um maior uso da rede. Ou-tra rede social de destaque para os

adolescentes é o Facebook, criado desde 2004, mas que se popula-rizou no Brasil há mais ou menos dois anos, com mais recursos e sem limites para adicionar pessoas, aos poucos foi tomando o lugar do Orkut (Rede Social bastante popu-lar no Brasil) por muitos usuários. O Face traz recursos mais avançados e é utilizado também pelos adoles-centes para resolver atividades es-colares e se manterem informados.Para Nathália Soares: “Minha sala tem um grupo fecha-do no Face em que a gen-te resolve tudo: atividades, trabalhos... Outro dia ia ter manifestação, a gente ficou sem saber se teria aula ou não. Nós ficamos sabendo pelo grupo que não have-ria”, disse. Já para a estudante Verônica Portugal o acesso ao Fa-cebook é algo garantido todas as noites, a garota entra na rede social para se informar e para “se divertir”, afirmou.

No YoutubeAlém do Facebook, estudantes usam o Youtube e outros sites para entretenimento e para ilustrarem trabalhos escolares. Alguns fazem download de séries televisivas, filmes e outras coisas, conforme os interessem. A estudante Fábia

Conectados Mais

CACHOEIRA | BAHIA 2013www.ufrb.edu.br/reverso8 TECNOLOGIAG

Foto e texto por Lorena Soares

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9Kelly Cerqueira, 14 anos disse: “O youtube é muito bom! Sempre pesquiso vídeos para trabalhos. Os jovens atuais usam para ver cli-pes, ouvir músicas... É uma excelente ferramenta! Au-xilia nas atividades escola-res também. Meus amigos e colegas sempre utilizam para assistir Vídeo-aulas”.Para a estudante Ana Clara de Carvalho, 16 anos: “Uso mais a internet à tarde e a noite, mas não muito porque eu tenho mais coisas para fazer. Antigamente eu usava muito mais. Uso também para lazer, para estudar, assistir seriados, vídeos e documentá-rios...” disse.

“Tem coisas que ficam mais difí-ceis de achar em livros como fí-sica, matemática, questões para resolver... Mas tem coisas que na internet a gente não acha, por exemplo, a gente precisou fazer um trabalho sobre Nestor de Oli-veira (poeta de Santo Amaro) e na internet não tinha nada, só nos li-vros”, completou. Apesar dos avanços tecnológicos, da quantidade de livros que podem ser baixados, lidos e compartilha-dos pelo computador, o uso das Redes Sociais não substituíram os livros e nem os encontros de perto. Há lugares, principalmente em pequenas cidades, em que o acesso à internet não chega a ser tão popular, seja pela qualidade do sinal ou pelo custo financei-ro, as rodas de amigos ainda são constantes e o uso da biblioteca como fonte de pesquisa, recorren-te. Entretanto, algumas escolas já vêm desenvolvendo o uso de sa-las de informática para incentivar os alunos a utilizarem a internet e as tecnologias como ferramen-tas para o aprimoramento de seus trabalhos. x

www.ufrb.edu.br/reverso

CACHOEIRA | BAHIA 2013www.ufrb.edu.br/reverso 9G

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ENTREVISTA10

“O Brasil depende de ós estudantes”Foto e texto por Reginaldo Silva

A estudante e membro do Fórum de Estudantes do Recôncavo, diz que a participação adolescentes nos movimentos político-sociais precisa ser estimulada.

Ingrid Souza Santos assumiu desde 2011 uma cadeira no Fórum de Estudantes do Re-côncavo e a partir de então iniciou um trabalho de representação dos interesses dos adolescentes que ingressam nas escolas da Rede Estadual de Ensino na região, ao lado de outros adolescentes que se comprometeram com o Movimento Estudantil Secunda-rista. Além da busca por melhorias estruturais físicas e no âmbito pedagógico, ela tem trabalhado com o objetivo de estimular a retomada dos grêmios estudantis e a conse-qüente participação de novos estudantes nos movimentos representativos das escolas.

Universo Teen. – Quando foi a primeira vez que você sentiu a necessidade ou o estímulo para participar do M.E.?

Ingred Souza – Eu acho que eu nasci com esse desejo. Mas quando eu entrei no Ensino Fundamental e fui conhecer o que eram líder, vice-líder, representantes de turma eu vi a oportunidade para progredir no meu dese-jo. Eu fui primeiro aprender qual era minha responsabili-dade de assumir esse cargo de representante de turma e desde então eu fui sendo es-timulada por meus profes-sores e meus pais também a continuar e depois que eu me tornei representante de classe desde a quinta série, em todas as turmas de todas as escolas eu assumi o cargo.

UT – Como foi em casa essa relação com os movimen-tos políticos e sociais? Seus

pais conversavam sobre es-sas questões? IS – Conversavam sim. Quando eu falei para eles da representação de classe eles ficaram um pouco cho-cados, pois acharam que eu ia assumir muita responsa-bilidade, mas eu conversei e disse que era um desejo meu e que estava disposta a assumir aquela responsabi-lidade. Então eles foram ao colégio saber como seria, foi um processo longo, e acaba-ram me dando apoio.

UT – Como representante do Fórum de Estudantes você também mantém uma relação com estudantes de outras escolas da região. O que isso tem te trazido de benefícios?

IS – Há pouco tempo acabou de acontecer a segunda reu-nião do Fórum de Estudan-tes e é um momento muito

legal porque a gente vê as diferenças e a realidade de cada colégio em si. E através desses contatos com essas diferenças a gente tenta unir forças para lançar objetivos e metas para melhorar tanto no colégio quanto na nossa vida cotidiana.

UT – Você falou de aliena-ção. E na adolescência as pessoas estão muito pro-pensas a isso. O que na sua vida faz com que você não se deixe levar pela aliena-ção?

IS – Meu conhecimento. Os meus estudos, alguns ami-gos que tenho e o conheci-mento que busca no dia a dia, a formação que eu te-nho, a forma de lidar com as pessoas e buscar vários pontos de vista. Então, isso não permite que eu seja alie-nada. Temos que procurar saber os porquês.

UT – Na sua observação qual a visão dos estudantes acerca da política instituída como poder público?

IS – Pelo que eu observo os estudantes avaliam que não vai mudar nada, tudo vai se repetir, então não vai fazer diferença em que irão votar. Eles acham que são propostas que são lançadas, mas que não serão em bene-fício de ninguém. O que eu observo são esses tipos de comentários e que os estu-dantes não buscam se apro-fundar para poder socializar e mobilizar os outros estu-dantes.

UT – Você falou de voto.

Essa participação dos ado-lescentes nos movimentos sociais, o quanto contribui para uma melhor decisão na hora das eleições?

IS – Para quem faz parte de qualquer movimento, isso é de grande ajuda porque vai mostrando a realidade e faz com que busquemos mais ao fundo aquilo que o candida-to quer mostrar para as pes-soas. A gente observa que a maioria dos jovens hoje vota por votar, por causa da gra-ça, mas os membros dos mo-vimentos já têm outra visão. x

CACHOEIRA | BAHIA 2013www.ufrb.edu.br/reverso10 POLÍTICAG

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independênciaTrabalho é uma questão de

Universo Teen - Como você se in-seriu no mercado de trabalho?

Luana Souza - Comecei na vida pro-fissional desde muito cedo, com oito anos de idade trabalhava de forma autônoma, sempre vendendo algu-ma coisa. Primeiro eu aprendi a fa-zer peças hips, artesanatos, brincos, colares e pulseiras, tudo para tentar conseguir um dinheirinho. Mas não deu muito certo, só conseguia ven-der em época de festa e ainda assim era muito difícil. Ai, fui aprender a costurar, aprendi bordar, mas tam-bém não deu certo, não levava jeito para a coisa.

UT - Para você qual a importância de se inserir jovem no mercado de trabalho?

LS - Para mim foi uma questão de

independência, eu sempre vi o mer-cado de trabalho como a única saí-da para melhorar a vida. Como eu nunca tive um apoio familiar sem-pre trabalhei para bancar meus cur-sos. Também tem a sociedade que dita as regras e nos forçam a tomar decisões muito cedo.

UT - Depois dessas experiências, quais foram os caminhos escolhi-dos para se manter no mercado de trabalho?

LS - Fui apelar para o curso de ma-nutenção em microcomputadores, porque em Cachoeira não tinha mulheres que trabalhavam nessa área, e deu certo. Fiquei trabalhan-do nesse meio durante um ano e meio, fazendo consertos de compu-tadores e notebooks. Ganhava um dinheiro legal todo final de semana,

tinha uma média de 200 reais. Ou-tro curso que me abriu várias portas foi o de Empreendedorismo Étnico, que resultou na criação de uma mi-niempresa estudantil. A partir dele ganhei muito também, até hoje sou procurada por empresários para dar dicas de investimentos. Mas o que eu queria mesmo era uma coisa fixa que tivesse um salário fixo, por pouco que fosse.

UT - E conseguiu esta estabilidade?

LS - Sim, no ano passado a UFRB abriu uma seleção de estagiário para estudantes de ensino médio, com bolsa de meio salário. Como sou muito antenada para as oportunida-

des, tentei e hoje estou aqui, como assistente administrativa, apesar de não ser minha praia. Mas era uma oportunidade muito boa.

UT - Quais são os planos para o fu-turo?

LS - Meu contrato de estágio tem duração de um ano, pode ser reno-vado por mais um e espero que seja, assim terei tempo para me qualifi-car ainda mais, pois o mercado de trabalho de Cachoeira não oferece muitas oportunidades. Também es-tão nos meus planos os concursos públicos e a graduação em jornalis-mo, que é meu grande sonho.

TRABALHOwww.ufrb.edu.br/reversoCACHOEIRA | BAHIA 2013

www.ufrb.edu.br/reverso 11G

Foto e texto por Alissando Lima

Assistente administrativa, empre-

endedora, artesã e técnica em computadores Luana Souza, de 17

anos, conta como se inseriu no mer-cado de trabalho e os desafios que su-perou para se manter e progredir pro-fissionalmente. Luana ingressou no mercado de trabalho com oito anos

de idade vendendo peças hips, produzidas por ela e pelo ir-

mão de 11 anos.

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O Brasil que queremos no futuro é...

...o país que precisamos investir agora! Investir na juventude é planejar um país melhor. O mercado de trabalho está cada vez mais dependente da mão-de-obra jovem, seja pra lidar com as novas tecnologias, seja pra manter a ordem de empre-gabilidade. Pensando nisso, a Universo Teen preparou um infográfico com várias dicas de como se comportar na busca do primeiro emprego. Confira abaixo:

ENTREVISTA CACHOEIRA | BAHIA 2013www.ufrb.edu.br/reverso12 SE LIGUE!G

universoteen

Revista laboratorial do curso de Comunicação Social com habili-tação em Jornalismo, coordenado pelo professor José Péricles Diniz.

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LivreEditora