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DV\722286PT.doc Revisão intercalar do mandato de Hans-Gert Pöttering como Presidente do Parlamento Europeu Janeiro de 2007 - Abril de 2008 Revisão intercalar

Revisão intercalar · Europeu sobre o Tratado Reformador, exprimindo a urgência de dotar a União Europeia de instrumentos modernos para dar resposta aos novos desafios prementes

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DV\722286PT.doc

Revisão intercalar do mandato de Hans-Gert Pöttering como Presidente do Parlamento Europeu Janeiro de 2007 - Abril de 2008

Revisão intercalar

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"Defender os valores da Europa - por uma Europa dos cidadãos" "Realizar as reformas - pela democracia e um sistema parlamentar europeu" "Promover o diálogo das culturas - pela parceria e a tolerância" "Fazer as pazes com o meio ambiente - um dever de justiça para com as gerações futuras"

Excertos do discurso inaugural, Hans-Gert Pöttering, Presidente do Parlamento Europeu Estrasburgo, 13 de Fevereiro de 2007

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«Retrospectiva dos progressos alcançados... Após 15 meses de trabalho intenso, o mês de Abril de 2008 marca o início da segunda metade do mandato do Presidente do Parlamento Europeu, Dr. Hans-Gert Pöttering. É chegado o momento ideal para fazer um balanço das realizações do Presidente durante a primeira parte do seu mandato e avaliar em que medida atingiu os objectivos que ele próprio se fixou. Na sequência da sua eleição como Presidente em 16 de Janeiro de 2007, em Estrasburgo, na primeira volta e por uma maioria absoluta de 450 votos, Hans-Gert Pöttering proferiu o seu discurso inaugural no plenário em 13 de Fevereiro, na presença de todos os antigos Presidentes do Parlamento, bem como dos Presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia. Numa jornada de formação realizada pela Mesa do Parlamento em Março de 2007, o Presidente propôs um programa detalhado de mudanças administrativas a introduzir no Parlamento, que passou a ser conhecido sob a designação de “Agenda de La Hulpe”. «Não actuar, a indiferença, seria o pior erro que poderíamos cometer» Presidente Pöttering, discurso inaugural, 13 de Fevereiro de 2007 Em complemento deste programa, pouco tempo depois foi submetido à Conferência dos Presidentes, e por esta aprovado, um mandato detalhado para a reforma dos procedimentos internos e das práticas de trabalho do Parlamento, tanto a nível do plenário como das comissões. Desde então, temos tentado concentrar-nos neste objectivos.. A presente “revisão intercalar” examina os progressos realizados até à data pelo Presidente e a sua equipa na execução deste programa e na definição de novas medidas para a prossecução destes objectivos importantes, nomeadamente: - Garantir um acordo sobre um novo tratado - Lutar contra as alterações climáticas - Promover o diálogo intercultural - Definir uma componente europeia do processo de paz no Médio Oriente - Reformar o funcionamento interno do Parlamento Europeu - Fazer avançar a “Agenda de La Hulpe” tendo em vista uma melhor utilização dos recursos do Parlamento - Promover o princípio “legislar melhor”. Espero que esta revisão intercalar permita dar aos leitores uma imagem fiel dos importantes trabalhos em curso. Klaus Welle

O Presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, felicita o Presidente Pöttering.

Estrasburgo, 16 de Janeiro de 2007.

O Presidente Pöttering proferindo o seu discurso inaugural. Estrasburgo, 13 de Fevereiro de 2007

O Presidente Pöttering com a Chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente da Comissão, José

Manuel Durão Barroso, por ocasião da apresentação do programa da Presidência alemã

da UE. Estrasburgo, 17 de Janeiro de 2007.

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Índice

Preâmbulo I. Rumo a um novo Tratado: Preparar a União Europeia para o século XXI

Declaração de Berlim Promoção de um acordo sobre uma nova base para a União Europeia Plena participação do Parlamento na Conferência Intergovernamental Preservar a substância do Tratado Constitucional: um êxito conseguido Promover uma rápida ratificação e entrada em vigor do novo Tratado de Lisboa Garantir a aplicação efectiva do novo Tratado

II. Lutar Contra as Alterações Climáticas: Um Repto para uma Reconciliação com o Nosso Planeta

Por uma acção urgente a nível da União Europeia Rápida adopção do "pacote energia" da UE Dar ímpeto à luta contra as alterações climáticas A defesa da causa no mundo

III. Diálogo intercultural: Promover uma coexistência harmoniosa entre as diversas culturas

2007: Preparação para o Ano do Diálogo Intercultural 2008: Ano Europeu do Diálogo Intercultural - Actividades no PE A Assembleia Parlamentar Euromediterrânica

IV. Iniciativa para o Médio Oriente: os ensinamentos da experiência europeia

Visita oficial ao Médio Oriente em Maio de 2007 A experiência europeia de reconciliação e cooperação como fonte de inspiração Criação de um grupo de trabalho para o Médio Oriente dirigido pelo Presidente Visita de destacadas personalidades do Médio Oriente ao Parlamento Europeu

V. Reforma do Parlamento Europeu: Melhor Coordenação, Melhores Métodos de Trabalho

Criação dum Grupo de Trabalho sobre a Reforma Parlamentar Actualização do calendário parlamentar Melhoria da estrutura das sessões plenárias Promoção das prioridades políticas do Parlamento Melhoria do trabalho das comissões e das relações interinstitucionais

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VI. Agenda de ‘La Hulpe’ e mais além: Novas ferramentas para novos desafios

Modernizar a actividade Legislativa do Parlamento Europeu Sensibilizar os cidadãos para as actividades do Parlamento Europeu Projectar o Parlamento Europeu no resto do mundo Em prol de 'pré-cimeiras parlamentares' Participação no processo dos Presidentes do G-8

VII. Agenda “Legislar Melhor”: Reforçar a credibilidade da Europa VIII. Conclusão: Progressos apreciáveis realizados, mas ainda um caminho a percorrer

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I. Rumo a um novo Tratado: Preparar a União Europeia para o século XXI

Presidente Pöttering, Chanceler Merkel, Presidente Barroso e Ministro das Finanças alemão Steinbrück no 50° aniversário dos Tratados de Roma. Berlim, 25 de Março de 2007.

“Velar por que a substância do Tratado Constitucional, incluindo o capítulo consagrado aos valores, se torne uma realidade jurídica e política ... até às próximas eleições para o Parlamento Europeu” (Hans-Gert Pöttering, discurso inaugural) O Presidente deixou bem claro desde o início que a “prioridade das prioridades” consistia em contribuir para a resolução do problema criado pela rejeição do projecto de Tratado Constitucional nos dois referendos realizados em França e nos Países Baixos, respectivamente, em 2005, e promover um acordo sobre um novo texto que preveja as reformas necessárias para que a União Europeia alargada possa fazer face aos desafios do século XXI. O Parlamento Europeu, nas suas resoluções sobre a reforma institucional, reiterou sistematicamente o seu firme apoio à preservação da substância do projecto de Tratado Constitucional, nomeadamente as melhorias introduzidas no processo decisório e a expressão dos valores consagrados no documento. Representado pelo seu Presidente, o Parlamento Europeu desempenhou um papel construtivo ao longo do processo subsequente ao período de reflexão, desde as negociações sobre a Declaração de Berlim, assinada por ocasião do 50° aniversário dos Tratados de Roma, até às últimas fases da Conferência Intergovernamental do Outono de 2007, participando nos esforços para atingir uma base comum de entendimento. A cooperação intensa e baseada na confiança entre os principais intervenientes do Parlamento Europeu permitiram-lhe exprimir uma posição forte e coerente. O Presidente trabalhou em coordenação regular com o presidente e os coordenadores da Comissão dos Assuntos Constitucionais, bem como com os seus principais relatores. Os presidentes dos grupos políticos estão na origem do processo e deram o apoio necessário no âmbito da Conferência dos Presidentes. Eu próprio, na qualidade de chefe de gabinete do Presidente, e José Pacheco, do secretariado da Comissão dos Assuntos Constitucionais, participámos como “sherpas” do Parlamento Europeu na preparação de um novo acordo constitucional.

Presidente Pöttering, Presidente Barroso da Comissão e presidentes dos parlamentos dos

Estados-Membros na “Sala degli Oriazi e Curiazi” em Roma, na qual os Tratados de Roma foram

assinados em 25 de Março de 1957. Roma, 23 de Março de 2007

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Declaração de Berlim A cerimónia de assinatura da Declaração de Berlim, em 25 de Março de 2007, foi o momento culminante da celebração do 50° aniversário dos Tratados de Roma. Em nome do Parlamento Europeu, o Presidente Pöttering participou activamente nas negociações conduzidas no âmbito desta declaração, que constituiu um marco importante na via para um resultado positivo das negociações do Tratado Reformador, agora designado “Tratado de Lisboa”. «Enquanto que em 1957 os Tratados de Roma foram assinados numa reunião

de governantes e diplomatas, ... estou grato por poder representar hoje, na qualidade de Presidente do Parlamento Europeu eleito por sufrágio universal,

os cidadãos da União Europeia aqui em Berlim(…)»

Presidente Pöttering - Cerimónia de assinatura da Declaração de Berlim - 25 de Março de 2007.

O Presidente Pöttering foi um dos três presidentes das instituições da UE que assinaram esta declaração, constituindo a sua participação um sinal claro da nova percepção do Parlamento Europeu enquanto interveniente de pleno direito no sistema político europeu.

Promoção de um acordo sobre uma “nova base” para a União Europeia

Nas suas visitas oficiais aos Estados-Membros, o Presidente, bem como os membros principais da Comissão dos Assuntos Constitucionais, aproveitaram todas as ocasiões para reiterar a opinião do Parlamento Europeu sobre o Tratado Reformador, exprimindo a urgência de dotar a União Europeia de instrumentos modernos para dar resposta aos novos desafios prementes com que o nosso continente está confrontado e defendendo a necessidade de uma nova base para o nosso trabalho a nível europeu antes das eleições europeias de 2009.

«A União Europeia constitui a nossa resposta aos desafios da globalização; é um meio para encontrar soluções para o futuro.»

Presidente Pöttering Parlamento dos Países Baixos -12 de Abril de 2007

Exprimindo-se no âmbito de uma reunião conjunta das comissões europeias do Parlamento dos Países Baixos, um Estado-Membro que tinha urgentemente de encontrar um novo consenso após o insucesso do referendo, o Presidente sublinhou que se impunham soluções europeias para responder às múltiplas questões urgentes que ultrapassam o âmbito nacional, como garantir a segurança energética, lutar contra as alterações climáticas, o terrorismo e a imigração ilegal, promover a competitividade da economia europeia e melhorar a vida dos cidadãos europeus. Juntamente com os presidentes dos parlamentos dos Estados-Membros que asseguram a Presidência rotativa do Conselho de Ministros, o Presidente Pöttering convocou duas reuniões interparlamentares, que reuniram deputados do Parlamento Europeu e dos parlamentos nacionais dos 27 Estados-Membros (e dos países candidatos), a fim de imprimir um forte dinâmica à reforma dos tratados em toda a União. A primeira reunião foi realizada antes do Conselho Europeu de Junho de 2007 e a segunda pouco antes da assinatura do Tratado de Lisboa, salientando assim a importância da dimensão parlamentar deste processo.

Cerimónia da assinatura da Declaração de Berlim pelos Presidentes das instituições da UE – Berlim, 25 de Março de 2007

Encontro entre o Presidente Pöttering e o Primeiro-Ministro neerlandês, Peter Balkenende – Haia, 12 de Abril de 2007

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Presidente Pöttering, Primeiro-Ministro português e Presidente em exercício, José Sócrates, Ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luis Amado, e os representantes do Parlamento Europeu na CIG, Enrique Baron Crespo, Elmar Brok e Andrew Duff, na cimeira informal da UE em Lisboa, 8 de Outubro de 2007)

O Primeiro-Ministro português e Presidente do Conselho da UE, José Sócrates, dá as boas-vindas ao Presidente Pöttering na cimeira informal da UE em Lisboa, 8 de Outubro de 2007

O Presidente Pöttering na cerimónia de assinatura do Tratado de Lisboa - Lisboa, 13 de Dezembro de 2007

A reunião realizada em Sintra (Portugal), em Maio de 2007, entre o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o Presidente Pöttering do PE, o Primeiro-Ministro português, José Sócrates, e a actual e o futuro Presidente em exercício do Conselho Europeu, a Chanceler alemã Angela Merkel e o Primeiro-Ministro esloveno, Janez Janša, constituiu uma etapa importante no sentido da conclusão de um acordo. Tanto em Sintra como, subsequentemente, na reunião do Conselho Europeu de Junho de 2007, Hans-Gert Pöttering defendeu firmemente a necessidade de preservar a substância do texto do Tratado Constitucional e, em particular, a Carta dos Direitos Fundamentais, ainda que sob outra forma. Plena participação na Conferência Intergovernamental

Em Sintra, o Presidente conseguiu igualmente garantir a plena participação do Parlamento Europeu na Conferência Intergovernamental (CIG), com três representantes de pleno direito, em vez de apenas dois observadores, como inicialmente previsto. Os representantes do Parlamento Europeu na CIG contribuíram de forma muito positiva para garantir o resultado final, e conseguiram igualmente convencer os Estados-Membros a adoptar as propostas apresentadas pelo Parlamento sobre a futura distribuição dos lugares no Parlamento Europeu (com uma pequena alteração que confere um lugar suplementar à Itália). Na sequência do trabalho frutuoso da CIG, os 27 Chefes de Estado e de Governo da UE aprovaram a versão final do novo Tratado Reformador por ocasião do Conselho Europeu realizado pela Presidência portuguesa em Lisboa, em Outubro de 2007. O Presidente do Parlamento Europeu foi convidado a participar em todos os trabalhos da Cimeira, o que constitui um reconhecimento manifesto do contributo positivo do Parlamento ao longo do processo e ilustra o reforço do papel do Parlamento no âmbito interinstitucional europeu. Preservar a substância do Tratado Constitucional: um êxito conseguido

Este resultado constitui um êxito notável para a União Europeia e, mais concretamente, para o Parlamento Europeu que conseguiu realizar o objectivo de preservar a substância do Tratado Constitucional. O novo tratado, que foi assinado em Lisboa em 13 de Dezembro de 2007, conserva as principais reformas e valores consagrados no projecto de Constituição inicial. Confere à União Europeia um novo rumo, garantindo um maior grau de democracia a todos os níveis do processo decisório. O Parlamento Europeu, a par dos cidadãos, surge como o principal beneficiário do reforço da responsabilidade democrática, que é a característica fundamental do novo tratado. A co-decisão será o processo normal para a elaboração da legislação comunitária e abrange quase todos os domínios políticos, incluindo a política agrícola comum, a política das pescas e o comércio externo. No domínio orçamental, o Parlamento Europeu está finalmente em pé de igualdade com o Conselho no que se refere à totalidade das despesas da UE.

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Além disso, a versão revista e actualizada da Carta dos Direitos Fundamentais adoptada inicialmente em 2000, que reconhece os valores comuns em que assenta a União Europeia, passará a ser juridicamente vinculativa. Como sublinhou o Presidente Pöttering no Conselho Europeu de Junho, para o Parlamento Europeu a Carta constitui um elemento essencial de qualquer acordo sobre a reforma dos tratados europeus.

«A União Europeia é uma comunidade de valores, não um clube sem objectivos. Os nossos valores estão expressos na Carta dos Direitos Fundamentais. (...) O reconhecimento juridicamente vinculativo dos valores em que a União Europeia se baseia é uma questão de amor-

próprio.» Presidente Pöttering, Discurso proferido no Conselho Europeu, 21 de Junho de 2007 Também neste aspecto, o Parlamento Europeu foi bem sucedido. Os Presidentes das três principais instituições europeias - Comissão, Conselho e Parlamento – proclamaram solenemente a Carta dos Direitos Fundamentais no hemiciclo do Parlamento Europeu em 12 de Dezembro de 2007. Esta cerimónia, proposta pelos representantes do Parlamento Europeu na CIG e aprovada pelos presidentes dos grupos políticos, tinha por objectivo reforçar a visibilidade desse documento junto da opinião pública e exprimir o forte apego dos legisladores europeus aos direitos fundamentais dos cidadãos. Por último, o novo tratado prevê que a proposta apresentada pelo Conselho Europeu sobre a escolha do Presidente da Comissão Europeia se baseará no resultado das eleições europeias. O direito de o Parlamento Europeu eleger, e não apenas confirmar, o Presidente da Comissão foi consagrado no tratado.

O Presidente Pöttering discursa perante o Parlamento na cerimónia de proclamação da Carta dos Direitos Fundamentais – Bruxelas, 12 de Dezembro de 2007

Cerimónia de assinatura da Carta dos Direitos Fundamentais, com o Presidente Hans-Gert Pöttering, o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, o Presidente em exercício do Conselho, o Primeiro-Ministro português José Sócrates, e os deputados Inigo Mendez de Vigo, Elmar Brok e Jo Leinen - Bruxelas, 12 de Dezembro de 2007

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Encontro do Presidente Pöttering com o Primeiro-Ministro polaco, Donald Tusk – Bruxelas, 4 de Dezembro de 2007

O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, com os Presidentes das três instituições da UE e o Alto Representante Javier Solana no dia da festa nacional francesa - Paris, 14 de Julho de 2007

Encontro do Presidente Pöttering com Sua Majestade a Rainha Isabel II durante a visita do Presidente ao Reino Unido (Foto: PA Photos) Londres, 27 de Fevereiro de 2008

O Presidente Pöttering e o Ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Per Stig Møller, durante a visita do Presidente à Dinamarca – Copenhaga, 2 de Abril de 2008

Promover uma rápida ratificação e entrada em vigor do novo Tratado de Lisboa

Por esta razão e muitas outras, é essencial assegurar uma rápida ratificação do Tratado de Lisboa pelos 27 Estados-Membros da União Europeia até 1 de Janeiro de 2009. O Presidente insistiu no facto de que o objectivo de garantir a entrada em vigor do novo tratado antes das eleições europeias de 2009 continuava a ser a “prioridade das prioridades”. «Não temos mais tempo a perder se queremos dar resposta aos imensos

desafios que nos esperam. Temos de restabelecer a confiança dos cidadãos na Europa.»

Presidente Pöttering Discurso programa 13 de Fevereiro de 2007

Em nome do Parlamento Europeu, o Presidente aproveitou todas as ocasiões para explicar aos cidadãos europeus as vantagens das reformas consagradas no novo Tratado de Lisboa, como elas permitirão à União Europeia obter resultados concretos em numerosos domínios políticos, e o quanto é importante velar por uma rápida ratificação pelos Estados-Membros. O Presidente reuniu-se com o novo Primeiro-Ministro polaco, Donald Tusk, e com o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, para discutir a questão da ratificação nos respectivos países. Na Primavera, efectuou visitas oficiais ao Reino Unido, à Dinamarca e à Irlanda, que foram coroadas de sucesso. Aquando dessas visitas, reuniu-se com os dirigentes do governo e da oposição e preconizou uma rápida ratificação parlamentar. Garantir a aplicação efectiva do novo Tratado

Paralelamente ao processo de ratificação, o Presidente insistiu igualmente em diversas questões relacionadas com a aplicação prática do novo tratado, dado que certas reformas exigem a adopção de novas medidas para serem concretamente aplicáveis quando o tratado entrar em vigor. O Presidente chamou a atenção do Presidente do Conselho Europeu para diversas questões urgentes que devem ser tratadas. Entre elas figuram a passagem do processo de consulta para o processo de co-decisão nos dossiers em curso, o procedimento de designação do novo Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, a criação do novo Serviço Europeu para a Acção Externa, o processo de alinhamento permanente em matéria de comitologia, o tratamento dos actos delegados, a possibilidade de um planeamento legislativo mais eficaz entre as instituições europeias, o papel do futuro Presidente do Conselho Europeu em relação ao Parlamento Europeu, as relações entre o Conselho Europeu (enquanto nova instituição da UE) e o Parlamento Europeu, bem como o novo processo de consulta tendente a determinar o candidato a Presidente da Comissão. Tendo em conta a importância destas diversas questões, o Presidente foi mandatado pela Conferência dos Presidentes para conduzir as conversações com as outras instituições sobre as questões interinstitucionais relacionadas com a aplicação do Tratado de Lisboa. Na sua missão é assistido pelos três representantes do Parlamento Europeu na CIG - Enrique Baron Crespo, Elmar Brok e Andrew Duff – bem como pelo presidente do grupo de trabalho sobre a reforma, Dagmar Roth-Behrendt.

Klaus Welle

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II. Lutar Contra as Alterações Climáticas: Um Repto para uma Reconciliação com o Nosso Planeta

«Não podemos ... falar apenas das dramáticas alterações climáticas. Temos também que tomar as medidas necessárias - conjuntamente com os nossos parceiros mundiais - e aplicá-las com determinação, antes que seja demasiado tarde” (Presidente Pöttering, Discurso Inaugural, 13 de Fevereiro de 2007) Logo no início do seu mandato, em Janeiro de 2007, o Presidente Pöttering assumiu a liderança dos esforços do Parlamento Europeu no âmbito da luta contra as alterações climáticas e em matéria de energia - tanto na União Europeia, como no mundo. O Presidente tem vindo a realçar de forma consistente o imperativo urgente de uma acção comum para fazer face ao que considera ser eventualmente o maior desafio ambiental, social, sanitário, económico e, mesmo, de segurança que, a longo prazo, a humanidade enfrentará. «No continente europeu, conseguimos criar uma paz duradoura entre

os nossos países. Temos agora que enfrentar a enorme tarefa de fazer a paz com o planeta em que vivemos. ... O aquecimento global está a

assumir proporções alarmantes: é antropogénico e está em aceleração»

Presidente Pöttering, Universidade de Keio, Japão, 13 de Fevereiro de 2007

Por uma acção urgente a nível da União Europeia Salientando a obrigação moral da actual geração para com os seus sucessores no que diz respeito a oferecer ao mundo um futuro sustentável, o Presidente tem vindo a desempenhar um papel activo no sentido da acção de combate às alterações climáticas a nível União Europeia. O presidente tem vindo a realçar consistentemente o imperativo urgente de uma acção comum para fazer face ao que considera poder vir a ser o maior desafio que a humanidade virá a enfrenta a longo prazo, dos pontos de vista ambiental, social, sanitário, económico e, mesmo, de segurança que a humanidade enfrenta. Na perspectiva do Conselho Europeu de Março de 2007, o Presidente convidou todos os comissários responsáveis em matéria de clima e energia para uma Mesa Redonda no Parlamento Europeu. Avistou-se igualmente com peritos internacionais, como Sir Nicholas Stern, autor da "Stern Review on the Economics of Climate Change", a fim de obter um máximo de conhecimentos técnicos e especializados sobre a questão. O Presidente Pöttering dialogou também em profundidade com o Dr. Rajendra Pachauri, Presidente do Painel Internacional sobre as Alterações Climáticas (IPCC), que foi laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2007, em conjunto com o Vice-Presidente dos EUA, Al Gore, pelos seus esforços de sensibilização para o problema do aquecimento global. A discussão incidiu no reduzidíssimo período disponível para tomar todas as acções globais que se impõem para acometer as mais graves consequências do aquecimento global.

Mesa Redonda sobre Energia e Clima no Parlamento Europeu Bruxelas, 1 de Março de 2007

O Presidente Pöttering dá as boas vindas a Sir Nicholas Stern ao Parlamento Europeu Bruxelas, 6 de Março de 2007

Encontro do Presidente Pöttering com Rajendra K. Pachauri, Presidente do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas Bruxelas, 26 de Março de 2008

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«O combate às alterações climáticas não é só um combate político

para os nossos dirigentes. É um imperativo moral. Não agir agora criaria um problema pelo qual as gerações futuras teriam que pagar

um elevadíssimo preço.» Presidente Pöttering Discurso perante a Cimeira da Primavera 8 de Março de 2007 O Presidente fez incidir fortemente nas alterações climáticas o discurso que proferiu perante o Conselho Europeu da Primavera de Março de 2007. Exortou a que fosse conferido carácter vinculativo à redução de 30% das emissões de gases com efeitos de estufa até 2020, bem como a uma meta de 25% no que diz respeito à parte representada pelas energias renováveis na produção de energia até à mesma data. Salientou, assim, a sua inequívoca convicção de que não é moralmente aceitável que as nossas sociedades beneficiem de ganhos económicos a curto prazo, abstraindo pura e simplesmente do elevadíssimo preço económico, sanitário e ambiental a pagar pelas gerações futuras.

Cimeira da Primavera, Bruxelas, 8 de Março de 2007

Rápida adopção do "pacote energia" da UE O pacote de medidas legislativas proposto pela Comissão Europeia em 23 de Janeiro de 2008 nos domínios energético e ambiental constitui a resposta política circunstanciada ao acordo político alcançado na Cimeira de Março de 2007. Este "pacote energia" inclui medidas em matéria de redução das emissões, de energia renovável, de captura do carbono, bem como a revisão do regime de comércio de emissões.

«Adoptar o 'Pacote energia' tão rapidamente quanto possível é uma questão de credibilidade: o papel da União Europeia na luta contra as alterações climáticas não consiste só em

definir objectivos.» Presidente Pöttering, Universidade de Copenhaga 1 de Abril de 2008

No seu papel de co-legislador, o Parlamento Europeu deu já início ao exame de cada uma das propostas legislativas que compõem este pacote. A posição do Parlamento, com as suas Comissões do Ambiente e da Indústria em primeiro plano, será decerto fundamental na elaboração dos compromissos políticos essenciais no que respeita a algumas das difíceis opções que haverá que fazer. A pressão do tempo é maior do que habitualmente: é crucial, tanto para o Parlamento Europeu manifestar o seu ponto de vista antes do termo da legislatura quinquenal, em Junho de 2009, como para a União Europeia alcançar um resultado tangível antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que terá lugar em Copenhaga, em Dezembro de 2009.

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Assim, por proposta do Presidente Pöttering, os presidentes dos Grupos Políticos incumbiram as comissões de concluir as suas deliberações até Dezembro de 2008, a fim de viabilizar o tempo suficiente para negociar entre Grupos Políticos e com o Conselho, no intuito de finalizar o pacote em devido tempo, antes das eleições europeias. Dar ímpeto à luta contra as alterações climáticas

O Presidente contribuiu consideravelmente para manter a atenção centrada nas alterações climáticas e aumentar a visibilidade e a consciencialização deste crítico desafio, mercê de toda uma série de eventos, fóruns e outras actividades no Parlamento Europeu. Em 11 de Abril de 2007, o Parlamento acolheu a Gala ‘Energy Globe Award', que, transmitida internacionalmente pela televisão, apresentou projectos inovadores na área da utilização de recursos sustentáveis e fontes de energia alternativas. Foi este um evento caracterizado por uma grande visibilidade, que será repetido em Maio de 2008.

«O custo da inacção ... supera, de longe, o das mediadas agora requeridas. Lutar contra o aquecimento global é também um

imperativo de racionalidade económica. Pôr a União Europeia na via de um futuro com baixas emissões de carbono ... propicia reais oportunidades de crescimento e aumento da competitividade.»

Presidente Pöttering, Abertura da Gala "Energy Globe Award" 11 de Abril de 2007 Na sequência da constituição da Comissão Temporária para as Alterações Climáticas (CLIM) no Parlamento Europeu, em Abril de 2007, o Presidente Pöttering levou de imediato a efeito uma ampla troca de pontos de vista com os seus membros, nomeadamente para identificar as principais acções preparatórias da Conferência das Nações Unidas, a realizar em Bali, em Dezembro de 2007. No passado mês de Outubro, presidiu a uma Reunião Interparlamentar (entre membros do Parlamento Europeu e dos 27 dos parlamentos nacionais) sobre as alterações climáticas, destinada a incrementar a compreensão do problema e desenvolver uma abordagem coerente comum em toda a União. O presidente levantou também sistematicamente esta questão no quadro das suas visitas oficiais aos Estados-Membros. Deslocar-se-á brevemente à Gronelândia, em visita oficial, para que continue a ser votada atenção à aceleração do degelo nessa região. Simultaneamente, o Presidente pretendeu também dar um exemplo positivo no tocante às modalidades de redução das emissões na "nossa própria casa", tendo exortado a um amplo estudo do impacto ambiental dos edifícios e actividades do Parlamento Europeu (‘pegada de carbono’). Isto levou já o Presidente e o Secretário-Geral a subscreverem uma política ambiental oficial do Parlamento Europeu: o PE comprometeu-se a alcançar as metas voluntárias do Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS), tendo também introduzido nos edifícios do Parlamento100% de energia eléctrica produzida a partir de fontes renováveis.

O Presidente Pöttering acolhe a "Energy Globe Awards" no Parlamento Europeu Bruxelas, 11 de Abril de 2007

Degelo no Árctico (Foto: Shawn Marshall, www.nsf.org)

Aplicação de critérios ecológicos no Parlamento Europeu

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Conferência de Imprensa após a reunião dos presidentes dos parlamentos dos países do G8 em Berlim Berlim, 8 de Setembro de 2007 (Foto: Hermann J. Müller Bundestag Alemão)

Encontro do Presidente Pöttering com o Primeiro-Ministro japonês Yasuo Fukuda Tokyo, 6 de Fevereiro de 2008 O Presidente Pöttering dirige-se ao painel de discussão das Nações Unidas ‘Enfrentar o Desafio: Parcerias sobre as Alterações Climáticas’ Nova Iorque, 11 de Fevereiro de 2008 (Foto: UN Photo/Devra Berkowitz)

A partir deste mês, o Presidente testará um carro movido a hidrogénio, a fim de demonstrar as oportunidades propiciadas pelas tecnologias limpas e a sua importância fundamental na via conducente a uma economia com baixo teor de carbono. Como assinalado no seu discurso perante a Cimeira da Primavera de Março de 2007, envidar esforços sérios na promoção da eco-inovação e desenvolver novas tecnologias de energias limpas poderão propiciar reais oportunidades de crescimento e aumento da competitividade. A defesa da causa no mundo A questão do aquecimento global assume um papel central nas discussões do Presidente do Parlamento Europeu nas suas visitas internacionais e nas suas intervenções perante os fóruns internacionais.

«A União Europeia prometeu conduzir o mundo a um acordo global pós-Quioto, com metas vinculativas. O mundo terá os olhos postos em nós no

período que precede a Conferência de Copenhaga.» Presidente Pöttering, Universidade de Copenhaga 1 de Abril de 2008

Convidado a participar pela primeira vez na reunião internacional dos Presidentes dos Parlamentos do G-8 em Berlim, em Setembro de 2007, o Presidente salientou a urgência da cooperação global na luta contra as alterações climáticas. Realçou o papel positivo desempenhado pelo Parlamento Europeu nesta matéria e o seu contributo para garantir um acordo sobre metas vinculativas no Conselho Europeu de Março de 2007. O Presidente participará na próxima reunião dos presidentes dos parlamentos do G-8, que terá lugar no Japão, em 2008, e na qual esta questão será de novo debatida na perspectiva da Conferência das Nações Unidas, a realizar em Copenhaga. No mês de Fevereiro, em Tóquio, no âmbito de conversações com o Primeiro-Ministro japonês Yasuo Fukuda, o Presidente fez incidir as suas intervenções nos esforços de elaboração de uma abordagem comum por parte das maiores economias mundiais. Na semana seguinte, em Nova Iorque, o Presidente interveio num debate especial organizado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas subordinado ao tema"Acometer as Alterações Climáticas: As Nações Unidas e o Mundo em Acção. Nestas ocasiões, o Presidente Pöttering ficou impressionado com o modo como as Nações Unidas e os seus Estados membros olham a União Europeia, em geral, e o Parlamento Europeu, em particular, deles esperando que assumam a liderança mundial, garantindo, para o efeito, um amplo quadro vinculativo no período que antecede a Conferência de Copenhaga, quadro esse que incluiria, designadamente, a China, a Índia, a Rússia e os Estados Unidos.

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Como referido pelo Presidente no seu discurso à Cimeira da Primavera de 2008, para responder a tais expectativas, é fundamental que a União Europeia dê provas da sua determinação e empenho, apresentando resultados relativamente aos objectivos por si própria estabelecidos de redução das emissões e promoção das energias renováveis. «Se queremos ser capazes de convencer os nossos parceiros mundiais a

participarem num quadro global e vinculativos, teremos que mostrar resultados.»

Presidente Pöttering, Universidade de Copenhaga 1 de Abril de 2008

Num colóquio realizado no passado mês de Março na Universidade de Copenhaga - a cidade que em 2009 acolherá a crucial Conferência das Nações Unidas para um novo regime climático, o Presidente Pöttering recordou aos seus auditores ser exíguo o tempo disponível para uma acção global. É agora, salientou, que temos de agir, porquanto apenas dispomos de sete a oito anos para eliminar as consequências directas do aquecimento global. Karen Fredsgaard

Somos capazes? Bob o Construtor e o Presidente dizem: ‘Claro que sim!” Bruxelas, 13 de Junho de 2007

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III. Diálogo Intercultural: Promover uma coexistência harmoniosa entre as diversas culturas

Reunião da Mesa da Assembleia Parlamentar Euromediterrânica Túnis, 17 de Março de 2007

«O futuro da Europa depende em grande medida de uma coexistência harmoniosa entre as diversas culturas e religiões dentro da União Europeia e entre a União Europeia e os nossos vizinhos, sobretudo no mundo árabe e islâmico. [...] Temos de dar a nossa contribuição [...] para fazer do diálogo entre as diversas culturas e religiões a imagem de marca da Europa" (Presidente Pöttering, discurso inaugural, 13 de Fevereiro de 2007) 2008 foi designado Ano Europeu do Diálogo Intercultural com o objectivo de promover um entendimento recíproco mais profundo entre as culturas tão diversas hoje existentes, quer na União Europeia, quer para além das suas fronteiras. Está programada uma série de eventos e conferências ao longo do ano, a nível europeu e nos 27 Estados-Membros, num esforço conjunto para permitir um contacto mais próximo e o intercâmbio entre culturas e religiões, construindo assim uma ponte intelectual e cultural que transponha o Mediterrâneo, ligando a Europa, o Médio Oriente e o Norte de África.

«A ideia de uma confrontação entre o Islão e o Cristianismo é simplista e enganosa. O 'choque de civilizações' não é inevitável. É

certo que muitas vezes assistimos a choques de pontos de vista, mas o diálogo e o debate podem dar uma grande ajuda para ultrapassar estes

mal-entendidos.» Presidente Pöttering Assembleia Parlamentar Euromed Túnis, 17 de Março de 2007 O Presidente Pöttering fez do diálogo intercultural uma das principais prioridades do seu mandato. A Conferência dos Presidentes apoiou o Presidente na sua iniciativa de integrar o diálogo intercultural num vasto leque de actividades parlamentares durante o Ano Europeu. Contudo, o diálogo intercultural não visa ser uma iniciativa única e limitada, devendo antes ser encarado como um esforço contínuo, que terá de ser prosseguido a todos os níveis - regional, nacional, europeu e mesmo global - no futuro. Este "diálogo de culturas" continuado é essencial para encorajar a coexistência pacífica e o entendimento recíproco, tanto na União Europeia como fora dela. Ao manter um diálogo constante e regular deste tipo, podemos conhecer-nos melhor uns aos outros, respeitar a diversidade uns dos outros e - esperemos - trabalhar em conjunto como parceiros fortes e dignos de confiança.

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2007: Preparação para o Ano do Diálogo Intercultural

Durante o primeiro semestre do seu mandato, o diálogo intercultural teve um lugar de destaque nas actividades do Presidente, tanto no Parlamento Europeu como nas suas visitas ao estrangeiro. Cada visita oficial incluiu um ou vários encontros com representantes das comunidades minoritárias do país em causa. Na Itália, por exemplo, o Presidente reuniu-se com jovens imigrantes na comunidade de Sant'Egidio. Nos Países Baixos, dialogou com o Conselho Nacional para as Minorias, que representa sete grupos étnicos e tem funções de órgão consultor do governo. Na Bulgária, teve conversações com representantes dos romanichéis, enquanto na Polónia procedeu a uma troca de pontos de vista com membros da comunidade judaica. O objectivo do encontro é promover o entendimento recíproco, a confiança e o respeito, bem como discutir abordagens comuns relativamente a desafios europeus. O Presidente do Parlamento, juntamente com os presidentes do Conselho e da Comissão, conduziu o diálogo com os líderes das comunidades religiosas (católica, protestante, ortodoxa, anglicana, islâmica, judaica) da União Europeia e contribuiu para lhe dar uma nova dimensão. Esta reunião teve lugar em Maio de 2007 e passará a repetir-se anualmente, realizando-se o evento de 2008 em 5 de Maio.

«Através do diálogo podemos tentar salientar [...] o que temos em comum e realçar o conteúdo dos valores que partilhamos – acima de

tudo, a dignidade humana e os direitos humanos.» Presidente Pöttering Encontro de líderes religiosos europeus Bruxelas, 5 de Maio de 2007 O objectivo do encontro é promover o entendimento recíproco, a confiança e o respeito, bem como discutir abordagens comuns relativamente a desafios europeus. Quando o Presidente visitou a Roménia, em Outubro do ano transacto, visitou igualmente Sibiu/Hermannstadt, que foi a "Capital Europeia da Cultura 2007", e reuniu-se com líderes políticos para discutir as relações intercomunitárias. Outra visita deste tipo deverá ter lugar ainda este ano em Liverpool, que é a Capital Europeia da Cultura 2008. De acordo com os objectivos que definira no início do seu mandato, o Presidente deu prioridade aos países vizinhos árabes e muçulmanos como destinos para as suas viagens oficiais fora da União Europeia. Até à data, fez já visitas ao Egipto, Argélia, Marrocos, Tunísia, Jordânia e territórios palestinianos. Além disso, o Presidente visitou Israel, onde se dirigiu ao Knesset. Cada uma dessas visitas foi rica em actividades do âmbito intercultural, por exemplo na Argélia, onde se reuniu com o arcebispo católico e o presidente do Alto Conselho Islâmico. O Presidente aproveitou igualmente todas as oportunidades possíveis para se reunir com organizações da sociedade civil envolvidas no diálogo intercultural e na cooperação intercomunitária em Bruxelas e noutros locais dos Estados-Membros da UE. No passado mês de Novembro, por exemplo, teve um encontro no Parlamento Europeu com ONG islâmicas do Afeganistão, Tailândia, Malásia, Singapura, Indonésia e Filipinas, que apoiam projectos de cidadãos no domínio das relações intercomunitárias e da luta contra o islamismo radical.

O Presidente Pöttering encontra-se com jovens imigrantes na comunidade de Sant'Egidio Roma, 20 de Março de 2007

O Presidente Pöttering reúne-se com representantes do Conselho Nacional para as Minorias dos Países Baixos Haia, 12 de Abril de 2007

Diálogo com os líderes das comunidades religiosas Bruxelas, 5 de Maio de 2007

Visita oficial ao Egipto, conferência de imprensa com o Dr. Ahmed Fathy Sorour, Presidente da Assembleia Popular do Egipto Cairo, 24 de Fevereiro de 2008

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O Presidente Pöttering recebe a Chama da Paz Estrasburgo, 10 de Dezembro de 2007

O Presidente Pöttering e o Presidente em exercício do Conselho, o Primeiro-Ministro esloveno Janez Jansa, lançam o Ano do Diálogo Intercultural Liubliana, 8 de Janeiro de 2008

O Presidente Pöttering dá as boas-vindas ao Grande Mufti da Síria, o Xeque Ahmad Badr Al-Din Hassoun, no Parlamento Europeu Estrasburgo, 15 de Janeiro de 2008

Abertura oficial do festival de cinema europeu sobre o diálogo intercultural Bruxelas, 13 de Fevereiro de 2008

De igual modo, o Presidente apoiou uma série de iniciativas inter-religiosas na União Europeia. Em Dezembro de 2007, recebeu a "Chama da Paz", entregue por jovens escuteiros das religiões católica, protestante, judaica e muçulmana, que a tinham transportado desde Belém até ao Parlamento Europeu em Estrasburgo. A cerimónia, durante a qual foram entoados cânticos tradicionais de cada uma dessas religiões, foi uma demonstração simbólica do significado e objectivo do diálogo intercultural, poucos dias antes do lançamento oficial do Ano Europeu. 2008: Ano Europeu do Diálogo Intercultural - Actividades no PE A 8 de Janeiro de 2008, o Presidente lançou o ano do Diálogo Intercultural, em conjunto com a Comissão Europeia e a nova Presidência eslovena do Conselho, em Liubliana (Eslovénia). No discurso que proferiu nessa ocasião, o Presidente sublinhou a grande importância que o Parlamento Europeu atribui a este ano europeu do diálogo entre culturas, que deve ser visto como um compromisso político cada vez mais forte e amplo no sentido de tornar as questões interculturais parte integrante de todas as políticas da União Europeia. O Presidente Pöttering apresentou à Conferência dos Presidentes e à Mesa do Parlamento um pacote de "iniciativas estratégicas" com vista a promover uma componente parlamentar activa do Ano Europeu. A Conferência dos Presidentes acordou em que várias personalidades distintas deveriam intervir no plenário no quadro do Ano Europeu. Em Janeiro, o Grande Mufti da Síria, o Xeque Ahmad Badr Al-Din Hassoun, discursou perante o Parlamento em Estrasburgo. O Presidente de Israel, Shimon Peres, e o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, esperam visitar o Parlamento este Verão. O Dalai Lama fará uma alocução no plenário mais para o final do ano.

«Este diálogo deve basear-se na tolerância e na verdade. Tolerância não significa aceitar tudo e mais alguma coisa. Tolerância

significa respeitar as convicções e pontos de vista dos outros.» Presidente Pöttering - Abertura do Ano do Diálogo Intercultural Liubliana, 8 de Janeiro de 2008 Em 13 de Fevereiro, o Presidente inaugurou um festival de cinema sobre o diálogo intercultural que se desenrolará no Parlamento ao longo de todo o ano e apresentará uma série de filmes de toda a União Europeia que focam temas como a identidade cultural e individual, a integração, a imigração e a coexistência pacífica. Os filmes foram seleccionados pela rede de Institutos Culturais Nacionais da União Europeia (EUNIC).

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Ainda este ano, terão lugar no Parlamento Europeu semanas especiais africanas e árabes com o objectivo de promover um conhecimento mais próximo e um melhor entendimento quer dos países árabes, quer dos países da África subsariana, na sua riqueza e diversidade. Além dos tradicionais temas políticos e económicos, apresentarão cultura e as realizações das duas regiões a partir de vários ângulos - incluindo a arte, a música, a literatura, o cinema, a gastronomia e o desporto. Em paralelo com os esforços desenvolvidos ao nível do Parlamento Europeu, o Presidente dá especial destaque a iniciativas ao nível dos cidadãos. Para este efeito, propôs à Conferência dos Presidentes, que apoiou a proposta, a instituição de um "Prémio do Diálogo Intercultural" anual, que será atribuído pela primeira vez no final do Ano Europeu oficial, a fim de encorajar a participação da sociedade civil em novos projectos que fomentem o diálogo intercultural. Outro projecto de grande importância para o Presidente Pöttering é o encontro especial de juventude "EuroMedScola", que será organizado nas instalações do Parlamento Europeu ainda este ano. Pela primeira vez, o programa EuroScola, que reúne alunos dos países europeus, foi alargado de forma a incluir alunos de dez países Euromed.

«Juntos devemos [...] construir uma ponte intelectual e cultural baseada no entendimento recíproco e nos valores partilhados.»

Presidente Pöttering Abertura do Ano do Diálogo Intercultural Liubliana, 8 de Janeiro de 2008 O objectivo da iniciativa, que agora reunirá cerca de 100 jovens cristãos, judeus e muçulmanos, deverá lançar pontes de entendimento e amizade entre os futuros cidadãos, bem como contribuir para multiplicar o diálogo realizado no quadro da assembleia parlamentar euro-mediterrânica.

O Presidente Pöttering visita o templo Kiyomizu-dera em Quioto, Quioto, 7 de Fevereiro de 2008

É no futuro que temos de pensar: o EuroMedScola reunirá 100 jovens cristãos, judeus e muçulmanos no Parlamento Europeu Estrasburgo, 12 de Março de 2008

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Dimitrious Sioufas, Presidente do Parlamento Helénico e Presidente da APEM, dá as boas-vindas ao Presidente Pöttering Atenas, 28 de Fevereiro de 2008

A Assembleia Parlamentar Euromediterrânica

«A palavra diálogo refere um 'fluxo de significado', um [...] acto de comunicação recíproca entre parceiros. Esta intensiva [...] troca de

ideias deve ser o objectivo do nosso diálogo na APEM. Cada uma das nossas [...] reuniões contribui para esse diálogo: vamos construir uma

tradição de diálogo através do debate activo.» Presidente Pöttering Assembleia Parlamentar Euromediterrânica Encontro, Túnis, 17 de Março de 2007 A Assembleia Parlamentar Euromediterrânica constitui a dimensão parlamentar do Processo de Barcelona, na qual membros eleitos dos parlamentos da União Europeia, do Parlamento Europeu, dos países muçulmanos e de Israel se reúnem periodicamente para debater questões que interessam e dizem respeito a todas as partes. É o único órgão parlamentar em que palestinianos e israelitas têm assento juntos e constitui uma plataforma única para perseguir os objectivos de fomento dos laços entre culturas e religiões. O Presidente do Parlamento Europeu é Vice-Presidente da Assembleia por direito próprio e assumiu o compromisso, no início do seu mandato, de inscrever a cooperação no âmbito da APEM no cerne das suas actividades. Em 28 de Março de 2008, foi eleito presidente da Assembleia para o próximo ano. A sua eleição é um testemunho inequívoco do potencial da APEM como quadro para a cooperação entre a União Europeia e os seus vizinhos mediterrânicos. O Presidente solicitou igualmente que a Assembleia não se limitasse à "política declamatória" e se dedicasse a projectos de ordem prática, como a fundação de um instituto universitário do Mediterrâneo e a promoção da investigação académica conjunta, bem como a organização de fóruns para facilitar os intercâmbios e contactos entre pessoas da sociedade civil provenientes de diferentes meios culturais. «Todos nós, parlamentares, aqui reunidos devemos, em conjunto, [...]

promover o diálogo entre culturas, o respeito mútuo e a protecção incondicional dos direitos humanos.»

Presidente Pöttering Discurso de tomada de posse como Presidente da APEM Atenas, 28 de Março de 2008

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No discurso de tomada de posse após a sua eleição em 28 de Março, o Presidente Pöttering destacou as prioridades políticas para o seu mandato como Presidente da APEM, dando especial relevo ao diálogo intercultural e ao processo de paz no Médio Oriente. Além disso, propôs que fosse agendada uma reunião especial da APEM no Médio Oriente, no Outono, o que permitiria à Assembleia Parlamentar apresentar as suas recomendações antes da cimeira euromediterrânica que deverá ter lugar ainda este ano.

«[Não se pode] ignorar a importância da democracia e do parlamentarismo para o desenvolvimento da região. A eficiência, o Estado de direito e o desenvolvimento sustentável não podem ser

garantidos sem a democracia, sem os parlamentares.» Presidente Pöttering Conselho Europeu da Primavera Bruxelas, 13 de Março de 2008 O Presidente manifestou a sua intenção de trabalhar para conseguir uma melhor participação da APEM, com uma base jurídica reforçada, no novo "Processo de Barcelona: União para o Mediterrâneo", e um maior reconhecimento da Assembleia enquanto dimensão parlamentar legítima do Processo de Barcelona. Uma vez que a ainda recente Assembleia Parlamentar entra agora numa fase de consolidação, o Presidente alvitrou que o impacto das recomendações da APEM poderia ser maior, caso as recomendações fossem adoptadas de maneira mais sistemática antes das reuniões ministeriais no âmbito do Processo de Barcelona, e ainda que os seus recursos organizativos poderiam ser reforçados. Estes objectivos colheram um forte apoio entre os participantes da reunião da APEM em Atenas. Ciril Štokelj

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IV. Iniciativa para o Médio Oriente: os ensinamentos da experiência europeia

Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestiniana, e Presidente Pöttering Gaza, 29 de Maio de 2007

Intervenção do Presidente Pöttering no Knesset Jerusalém, 30 de Maio de 2007

Encontro do Presidente Pöttering com o Primeiro-Ministro Israelita, Ehud Olmert Jerusalém, 30 de Maio de 2007 (Foto: Moshe Milner, gabinete de imprensa do Governo de Israel)

«Constitui meu propósito visitar os Estados árabes vizinhos da União Europeia... e promover o diálogo com o Médio Oriente e (entre) Israel e o mundo árabe... Estamos convictos de que os povos de Israel e da Palestina partilham de uma mesma dignidade humana... e assiste-lhes o mesmo direito de dispor do seu próprio Estado” (Presidente Pöttering, discurso inaugural, 13 de Fevereiro de 2007) No quadro de uma diplomacia parlamentar activa e de um diálogo intercultural construtivo, o Presidente comprometeu-se firmemente a contribuir de forma positiva para o processo de paz no Médio Oriente e a reforçar o papel do Parlamento Europeu enquanto mediador entre as partes envolvidas. O Presidente Pöttering desejava que a sua primeira visita oficial fora da UE tivesse lugar no Médio Oriente, uma vez que esta região congrega de forma paradigmática algumas das prioridades fundamentais do seu mandato: fomentar a paz e a estabilidade nos países europeus vizinhos, promover os nossos valores comuns, reforçar o respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos e, sobretudo, melhorar o diálogo e o entendimento mútuo. Visita oficial ao Médio Oriente em Maio de 2007 Durante a sua visita ao Médio Oriente, o Presidente Pöttering reuniu-se com líderes, quer da Autoridade Palestiniana, incluindo o Presidente Abbas, em Gaza, apenas alguns dias antes da tomada do poder pelo Hamas, quer do Governo Israelita, incluindo o Primeiro-Ministro Olmert. «O direito internacional é vinculativo para todos nós. Não pode haver

paz sem justiça.» Presidente Pöttering Discurso perante o Knesset Jerusalém, 30 de Maio de 2007 Dirigindo-se ao Knesset, o Presidente sublinhou com satisfação a nova confiança e a cooperação bilateral reforçada ora existente entre a União Europeia e Israel. Também assinalou ser necessário garantir a segurança nas fronteiras do país, recordando, porém, a Israel que o direito internacional é vinculativo para todos e destacando os efeitos opressivos das novas medidas de segurança nas vidas das populações residentes no outro lado da fronteira.

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Fazendo votos pela manutenção de um diálogo no futuro, o Presidente aludiu à Assembleia Parlamentar Euro-mediterrânica (APEM), deixando claro que esta não constituía uma espécie de “clube Euro-Árabe". Exortou Israel a desempenhar o seu papel e a exercer as suas responsabilidades enquanto membro de pleno direito desta instituição parlamentar. A parte final da visita ao Médio Oriente foi consagrada à Jordânia, onde o Presidente se reuniu com o Rei Abdullah, que desempenha um papel fundamental no processo de paz, como mediador aceite pelas nações árabes e Israel. De um modo global, a visita do Presidente deixou-lhe a convicção firme de que o Parlamento Europeu dispõe de uma verdadeira oportunidade – e também de uma responsabilidade - de contribuir para o processo de paz e de desenvolvimento no Médio Oriente. Foi crescente a convicção de que as instituições europeias poderiam legitimamente desempenhar um papel mais destacado na procura de uma solução, sendo que a componente parlamentar poderia prestar um contributo especialmente importante neste sentido, colmatando o vazio deixado pela diplomacia tradicional entre governos. A visita do Presidente à região inscreve-se num processo em curso que este tem vindo a desenvolver a todos os níveis ao longo dos últimos quinze meses, incluindo uma série de reuniões bilaterais com interlocutores fundamentais, não apenas de Israel e da Autoridade Palestiniana, mas também com a Liga Árabe, as Nações Unidas, o Quarteto e outros. Estes encontros articulam-se também com os trabalhos que desenvolve no seio da Assembleia Parlamentar Euro-mediterrânica, da qual foi eleito Presidente, em Março de 2008 A experiência europeia de reconciliação e cooperação como fonte de inspiração O Presidente está convicto de que, enquanto europeus, podemos tirar ensinamentos da nossa própria experiência europeia de reconciliação na sequência da segunda guerra mundial. O êxito do projecto de unificação europeia, através do qual antigos inimigos puderam aproximar-se uns dos outros e aprenderam a viver e a trabalhar em conjunto criando relações económicas mais estreitas e fomentando um desenvolvimento conjunto, assume naturalmente relevância para a região. Uma forma decisiva de promover a paz consistiria em ajudar as partes no terreno a criar um maior grau de interdependência e a forjar um destino comum.

«Após vários séculos marcados pela guerra,...os antigos inimigos escolheram a via do direito, não a da força; um caminho de

reconciliação, respeito mútuo e cooperação. Em suma, os 50 anos de integração europeia permitiram-nos redefinir o conceito de

segurança…entendida não como segurança contra o outro, mas sim com o outro.»

Presidente Pöttering Discurso perante o Knesset Jerusalém, 30 de Maio de 2007 Na sequência da sua visita, o Presidente submeteu à apreciação da Conferência dos Presidentes do Parlamento Europeu um conjunto de "iniciativas estratégicas para o Médio Oriente" destinadas a intensificar a participação do Parlamento Europeu nos processos de paz e de desenvolvimento.

Visita do Presidente Pöttering a uma escola no campo de refugiados de Qalandia Cisjordânia, 28 de Maio de 2007

O Presidente Pöttering caminha ao longo do muro no campo de refugiados de Qalandia Cisjordânia, 28 de Maio de 2007

A assinatura dos Tratados de Roma permitiu à Europa avançar rumo a um futuro pacífico e próspero Roma, 25 de Março de 1957

Presidente Pöttering no Memorial Yad Vashem Jerusalém, 29 de Maio de 2007

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Presidente Pöttering, Javier Solana e Martin Schulz, Presidente do Grupo do PSE, na reunião extraordinária da Conferência dos Presidentes sobre o Médio Oriente Bruxelas, 20 de Novembro de 2007

Ministro norueguês dos Negócios Estrangeiros, Jonas Gahr Store, Presidente Pöttering, Secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus, Jean-Pierre Jouyet, e Representante Especial do Quarteto, Tony Blair Bruxelas, 25 de Março 2008

O Parlamento poderia propiciar um novo fórum de discussão com a participação de um leque tão vasto quanto possível de partes interessadas e permitir o desenvolvimento de um novo conceito político sobre estratégias de reconciliação, desenvolvimento económico e de promoção da democracia. Esta abordagem foi aprovada em Outubro de 2007. No quadro desta estratégia pró-activa, o Presidente Pöttering convocou uma reunião extraordinária da Conferência dos Presidentes em Novembro de 2007, para debater o contributo europeu para o processo de paz no Médio Oriente, com o objectivo de fazer o balanço da situação antes da Conferência Internacional de Annapolis e de contribuir para o desenvolvimento de uma abordagem comum das instituições da UE. O Presidente convidou o Alto Representante para a PESC, Javier Solana, e a Comissária para as Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner, para este debate conjunto com os líderes dos grupos políticos. Pela primeira vez, as instituições europeias envidaram consideráveis esforços para preparar de forma conjunta uma grande conferência de politica externa. Criação de um grupo de trabalho para o Médio Oriente dirigido pelo Presidente

«O 'Processo de Annapolis' não deve simplesmente dar cobertura à

continuação da política de colonatos...Sem livre circulação em Gaza e na Cisjordânia... a criação de um Estado Palestiniano estável é

inconcebível. A segurança não tem apenas uma dimensão militar; a segurança apenas será viável quando existir respeito mútuo entre os

povos de Israel e da Palestina. A segurança começa pala reconciliação.»

Presidente Pöttering Declaração em sessão plenária do PE sobre a situação no Médio Oriente Estrasburgo, 10 de Março de 2008 Por proposta do Presidente, foi criado um novo grupo de trabalho no Parlamento Europeu para o Médio Oriente, responsável perante a Conferência dos Presidentes e a Comissão dos Assuntos Externos, o qual reúne os principais responsáveis por esta questão no seio do Parlamento, com o objectivo de pôr em prática a abordagem nova e mais abrangente em relação à região. Liderado pelo Presidente, o grupo de trabalho de 24 membros deu início às suas actividades em Fevereiro de 2008. Em 25 Março de 2008, o novo grupo de trabalho para o Médio Oriente encontrou-se com o grupo de seguimento da Conferência Internacional de Paris de Dadores para o Estado Palestiniano. O representante especial do Quarteto, o antigo Primeiro-Ministro britânico Tony Blair, bem como os representantes dos governos francês e norueguês e da Comissão Europeia, mantiveram um debate aprofundado sobre a forma de garantir que a ajuda europeia chegue às pessoas que dela necessitam no terreno, bem como sobre as várias questões de âmbito mais vasto relativas às perspectivas da região.

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«Enquanto ramo da autoridade orçamental, o Parlamento Europeu adoptará medidas para assegurar que os recursos consagrados à

região não sejam simplesmente desperdiçados. Todas as partes devem compreender que a União Europeia não tolerará que as acções

militares destruam os resultados da sua solidariedade financeira.» Presidente Pöttering Conselho Europeu da Primavera Bruxelas, 13 de Março de 2008 Paralelamente, por ocasião do Conselho Europeu da Primavera de 2008, o Presidente Pöttering teve oportunidade de destacar o considerável contributo financeiro e a participação acrescida da União Europeia no Médio Oriente. Neste sentido, sublinhou ser indispensável que o Parlamento Europeu, enquanto ramo da autoridade orçamental da UE, desse provas de um mais firme empenho politico a longo prazo em relação à região e adoptasse as medidas que se impõem para que a finalidade das suas generosas ajudas financeiras fosse claramente definida e para que estas tivessem um impacto tangível no terreno. Na sequência desta reunião, o Presidente anunciou que o Parlamento acolheria uma conferência internacional sobre cooperação transfronteiriça na região do Médio Oriente, no Outono de 2008. A iniciativa constituirá o primeiro de uma série de passos, pequenos mas tangíveis, destinados a realizar projectos concretos para melhorar a situação na região e, em particular, a vida quotidiana da população da Palestina.

Presidente Pöttering e representante especial do Quarteto, Tony Blair, presidindo à reunião do grupo de trabalho para o Médio Oriente Bruxelas, 25 de Março de 2008

Visita de destacadas personalidades do Médio Oriente ao Parlamento Europeu Ao contributo do grupo de trabalho vêm juntar-se os convites endereçados a eminentes personalidades do Médio Oriente para intervirem em sessão plenária do Parlamento. Na sequência da visita do Rei da Jordânia, em Dezembro de 2007, o Presidente propôs, com a anuência da Conferência dos Presidentes, que, entre as personalidades a convidar em 2008, deveriam figurar, quer o Presidente de Israel, Shimon Peres, quer o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. «Um empenho activo da nossa parte e um apelo permanente ao diálogo

abrirão caminho a um processo de paz formal.» Presidente Pöttering Reunião extraordinária da Conferência dos Presidentes sobre o Médio Oriente Bruxelas, 20 de Novembro de 2007 Estas várias iniciativas inscrevem-se no quadro de uma nova abordagem do Parlamento Europeu em relação ao Médio Oriente. Nada garante que os resultados sejam imediatos, sendo que estas iniciativas constituem parte integrante de uma estratégia a mais longo prazo alicerçada no contributo ímpar que uma perspectiva europeia e parlamentar poderá propiciar. Embora requeiram muita paciência e perseverança, estas iniciativas poderão contribuir para a paz nos anos vindouros. Alexandre Stutzmann

Visita do Rei Abdullah II bin Al Hussein do Reino Hachemita da Jordânia ao Parlamento Europeu Estrasburgo, 12 de Dezembro de 2007

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V. Reforma do Parlamento Europeu: Melhor Coordenação, Melhores Métodos de Trabalho

Edifício principal do Parlamento Europeu em Estrasburgo

deputada Dagmar Roth-Behrendt e o Presidente Pöttering numa conferência de imprensa em Estrasburgo, 16 de Janeiro de 2008

«Pela nossa parte, enquanto Parlamento Europeu, temos que estar igualmente dispostos a operar reformas internas. (…) Neste aspecto, ainda há muito por fazer. É por esta razão que (…) apresentarei aos presidentes dos grupos políticos uma proposta de reforma global das actividades do Parlamento Europeu." (Presidente Pöttering, Discurso inaugural, 13 de Fevereiro de 2007) O aumento progressivo dos poderes do Parlamento Europeu desde 1979 – de um órgão principalmente consultivo para uma instituição legislativa de pleno direito – tem implicações significativas tanto para a organização interna do PE como para o seu modo de funcionamento. Actualmente, o PE partilha poderes de decisão com o Conselho de Ministros em mais de três quartos dos domínios políticos da União Europeia, percentagem que aumentará para cerca de 95% graças ao novo Tratado de Lisboa. O PE também obterá um estatuto de co-igualdade efectiva com o Conselho em todos os domínios de despesas da UE e, finalmente, terá o direito de veto – de uma forma ou de outra – sobre quase todos os acordos internacionais celebrados pela UE com países terceiros. Criação dum Grupo de Trabalho sobre a Reforma Parlamentar O novo Presidente do Parlamento Europeu indicou no início do seu mandato que – para poder cumprir as suas responsabilidades crescentes enquanto co-legislador e um dos ramos da autoridade orçamental – seria desejável e necessária uma actualização do modo de funcionamento da actividade parlamentar. Consequentemente, ele colocou a reforma interna do PE no topo da agenda do seu mandato. Em Fevereiro de 2007, o Presidente Pöttering – após uma discussão intensa com os grupos políticos – propôs um mandato de reforma com o objectivo global de aumentar a coerência, eficiência e visibilidade das actividades do Parlamento nos próximos anos. Com base nesta proposta, a Conferência de Presidentes instituiu um Grupo de Trabalho sobre a Reforma Parlamentar. Sendo composto por um representante pessoal de cada líder de grupo político e presidido pela deputada Dagmar Roth Behrendt, este órgão reúne-se pelo menos uma vez por mês para apreciar propostas concretas para melhorar as práticas de trabalho do Parlamento, tanto a nível de plenário como de comissão. O Grupo de Trabalho sobre a Reforma Parlamentar desenvolveu uma agenda de reformas que está a ser apreciada em três fases. Em termos gerais, estas visam: i) assegurar sessões plenárias mais bem estruturadas e mais vivas; ii) aumentar a eficácia do trabalho das comissões, conseguindo progressos na tarefa de legislar melhor e melhorar as relações interinstitucionais; iii) abordar uma vasta gama de questões "pós-2009" – por exemplo, o número de comissões, a duração dos mandatos dos deputados em diversas estruturas e o papel futuro da Conferência de Presidentes e da Mesa.

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Actualização do calendário parlamentar A iniciativa de reforma parlamentar do Presidente já produziu algumas mudanças importantes no modo de funcionamento da actividade parlamentar. Algumas reformas importantes já foram aplicadas. Um passo precoce mas importante neste processo foi a adopção duma nova estrutura para o calendário anual do PE pelos líderes dos grupos políticos na Conferência de Presidentes no verão passado. Com isto pretende-se optimizar a utilização do tempo disponível e coordenar melhor o trabalho da sessão plenária, das comissões e dos grupos políticos. O novo calendário está a ser usado desde o início de 2008. Ele permite convocar reuniões adicionais das comissões no início e final das semanas de reunião dos grupos políticos, enquanto que o número de semanas reservadas ao trabalho nas circunscrições aumentou de 4 para 7. As novas semanas "turquesa" dão mais tempo aos deputados para contactos directos com os cidadãos na sua região natal e/ou para viagens de trabalho. Melhoria da estrutura das sessões plenárias

O Grupo de Trabalho passou depois à questão essencial da reforma das sessões plenárias do PE, identificando melhorias destinadas a, nos termos do mandato, "promover debates mais vivos e interessantes (e) aumentar o interesse dos media pelos debates e decisões do PE e o seu impacto" «Com estas mudanças cruciais, a primeira fase do processo de reforma

parlamentar foi concluída com êxito. As sessões plenárias do Parlamento devem ser melhor estruturadas - e os nossos debates mais

vivos e interessantes. Tanto os deputados como os cidadãos beneficiarão, em breve, destas mudanças importantes no

funcionamento da nossa instituição.» Presidente Pöttering, Parlamento Europeu, Bruxelas, 25 de Outubro de 2007

Em 25 de Outubro de 2007, os líderes dos grupos políticos adoptaram por unanimidade um conjunto exaustivo de propostas apresentado pelo Grupo de Trabalho para a reorganização dos períodos de sessão do PE, as quais entraram em vigor no início de 2008. Desde Janeiro os períodos de sessão do PE em Estrasburgo passaram a ser divididos em diversas faixas horárias claramente definidas para "debates prioritários". A discussão de legislação mais importante ocorre agora normalmente nas manhãs e tardes de terça-feira, enquanto que os debates políticos mais importantes têm lugar nas manhãs de quarta-feira e a discussão de questões actuais tem lugar nas tardes de quarta-feira. As votações de legislação mais importante ou outras decisões que exijam uma maioria absoluta têm lugar à terça e quarta-feira às 12 horas.

Tony Blair visita o Presidente Pöttering na sua circunscrição de Osnabrück, 25 de Março de 2007

Fazer o seu trabalho: o Parlamento está a reestruturar as suas sessões plenárias

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José Manuel Durão Barroso apresenta a Estratégia Política Anual da Comissão ao Parlamento Europeu

Para melhorar a ligação entre os debates e as votações – e tornar os actos do PE mais favoráveis aos media – os debates sobre questões importantes são agora marcados, na medida do possível, para as faixas horárias imediatamente anteriores à votação pertinente. Um bom exemplo disto foi o debate e votação do Tratado de Lisboa na mesma manhã. Uma inovação importante foi a criação dum programa trimestral rotativo de temas para debates prioritários em plenário. Este é actualizado mensalmente pela Conferência de Presidentes. Agora também há um período de "arrefecimento", ou reflexão, de pelo menos um mês entre a votação de qualquer relatório de co-decisão em comissão (em 1ª leitura) e a sua votação em plenário. Isto dá aos grupos políticos mais tempo para rever os resultados do trabalho em comissão e preparar devidamente a apreciação do relatório na sessão plenária. Reserva-se mais tempo de intervenção aos relatores para que possam responder a pontos de ordem ou encerrar o debate. Os deputados também têm maiores oportunidades para pedirem a palavra ao Presidente nos debates. Está a ser promovida uma nova abordagem relativamente ao Período de Perguntas, a fim de tornar este exercício mais vivo e eficaz, aumentando assim a responsabilização tanto do Conselho como da Comissão perante o Parlamento. Estão em curso discussões com o Conselho sobre a definição de temas para estes confrontos mensais. A Comissão – em resposta à estratégia de reforma do PE – já adoptou ela própria orientações internas revistas para estimular respostas mais sucintas no Período de Perguntas e declarações mais breves em plenário. Actualmente a Comissão dos Assuntos Constitucionais está a elaborar orientações destinadas às perguntas escritas à Comissão e ao Conselho. Promoção das prioridades políticas do Parlamento

Para aumentar a coerência e visibilidade das prioridades políticas do PE – e melhorar o planeamento legislativo entre as instituições da UE – é necessário dedicar mais tempo em plenário ao ciclo de programação política anual da Comissão. Dois novos debates importantes têm agora lugar todos os anos: o primeiro na Primavera, sobre a Estratégia Política Anual (EPA) da Comissão, e o segundo no início do Outono, antes da publicação do Programa Legislativo e de Trabalho (LWP) da Comissão. Estes debates em Março e Setembro têm lugar em complemento do debate anual post-hoc já existente em Dezembro sobre o LWP, na sequência da sua publicação pela Comissão.

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Uma comissão parlamentar em funcionamento

Melhoria do trabalho das comissões e das relações interinstitucionais Após assegurar estas mudanças importantes, o Grupo de Trabalho sobre a Reforma Parlamentar passou à fase de trabalho seguinte – procurar melhorar o modo de funcionamento das comissões parlamentares, o desempenho do PE enquanto co-legislador juntamente com o Conselho e como fazer avançar toda uma gama de questões do domínio "Legislar Melhor". Devido ao reforço dos poderes do PE, é importante que a instituição concentre os seus esforços no seu papel de co-legislador com o Conselho. Daqui decorre que o trabalho nos relatórios de iniciativa tem de se concentrar melhor para assegurar o máximo efeito. Por isso, o Grupo de Trabalho propôs um conjunto de categorias claramente definidas de relatórios de iniciativa e relatórios não legislativos. As suas propostas pormenorizadas foram aprovadas pela Conferência de Presidentes em 12 de Dezembro de 2007.

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Um objectivo comum: aumentar a eficácia do nosso trabalho parlamentar

Doravante haverá cinco categorias desses relatórios, cada uma delas com critérios de autorização distintos: i) relatórios de iniciativa legislativos; ii) relatórios estratégicos; iii) relatórios de iniciativa não legislativos; iv) relatórios de actividade e controlo anuais; e v) relatórios de execução. As normas de quotas aplicáveis a esses relatórios foram revistas de acordo com as necessidades. Os últimos três tipos de relatório seriam subordinados ao processo simplificado de apreciação em plenário e poderiam ser alterados quer pelos grupos políticos, quer por 40 deputados que apresentem resoluções alternativas. A Comissão dos Assuntos Constitucionais está a elaborar as alterações adequadas às normas. O Grupo de Trabalho está agora a rever o papel de co-legislador do PE, o qual está a ganhar importância devido à prevista entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Uma das questões abordadas é a necessidade de dar às comissões orientações mais claras sobre a forma de conduzirem as negociações com o Conselho antes da 1ª leitura. O aumento enorme dos chamados "acordos de 1ª leitura" – que são agora o método mais frequente de acordar legislação entre o Conselho e o PE – tornam este tema muito oportuno. O Grupo de Trabalho também se debruça sobre questões do domínio "Legislar Melhor" (ver Parte VII abaixo). O seu objectivo consiste em assegurar que se conseguem progressos reais em questões interinstitucionais – como a simplificação, a comitologia, as avaliações de impacto e o direito indicativo (soft law) – numa era em que o PE pode e deve participar em todas as fases da legislação, desde o início à execução. Em termos gerais, as reformas já adoptadas na estruturação das sessões plenárias – juntamente com as mudanças iniciais no trabalho das comissões – representam um progresso importante na concretização da agenda de reformas do Presidente. Em breve o destaque avançará para outras matérias, quando for publicado o próximo relatório do Grupo de Trabalho. Anthony Teasdale

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VI. Agenda de ‘La Hulpe’ e mais além: Novas ferramentas para novos desafios «Necessitamos de um novo pacto entre os cidadãos europeus e as respectivas instituições políticas na União Europeia. A 'Europa dos Cidadãos' e a credibilidade das instituições europeias condicionam-se mutuamente” (Presidente Pöttering, Alocução inaugural, 13 de Fevereiro de 2007) Desde a sua primeira eleição por sufrágio universal directo em 1979, o Parlamento Europeu viu a sua influência aumentar constantemente. A entrada em vigor do Tratado de Lisboa vai ainda ampliar a sua influência política e legislativa. O considerável défice democrático na União Europeia será assim superado, mas essa influência implica uma pesada responsabilidade que terá de ser assumida pela instituição e pelos seus membros. Para fazer jus a essa responsabilidade acrescida é essencial que o Parlamento Europeu racionalize as suas actividades e encontre soluções economicamente optimizadas que lhe permitam satisfazer os desafios práticos e organizacionais de hoje e de amanhã. Dispondo de um orçamento de cerca de 1,5 mil milhões de euros e um quadro de pessoal com mais 5000 efectivos, o Parlamento deve adoptar um funcionamento moderno e profissional, cumprindo os mais elevados padrões de uma administração pública. O objectivo da chamada 'Agenda de la Hulpe’ consiste em determinar como fazer corresponder da melhor forma as capacidades organizativas às expectativas dos deputados e dos cidadãos e maximizar o nosso impacto nos processos político e legislativo. O Presidente Pöttering atribui grande importância a essa agenda que visa utilizar da melhor forma os recursos humanos e financeiros do Parlamento. Convocou uma sessão de reflexão da Mesa do Parlamento, composta pelos Vice-Presidentes e os Questores, em La Hulpe, em Março de 2007, a fim de discutir as orientações políticas capazes de melhor cumprir estes objectivos. Foram identificadas três orientações essenciais como prioridades para as melhorias futuras, e em todos esses três domínios prioritários se realizaram progressos durante a primeira metade do mandato do Presidente.

«Modernizar a afectação dos recursos humanos e financeiros do Parlamento, para que nos tornemos uma administração de nível

internacional ao serviço dos deputados e dos cidadãos.» Presidente Pöttering Alocução inaugural Estrasburgo, 13 de Fevereiro de 2007 Modernizar a actividade Legislativa do Parlamento Europeu

Já hoje o Parlamento Europeu desempenha um papel político essencial na elaboração da legislação europeia. Cada vez mais é o local onde se obtêm para esse efeito compromissos políticos decisivos em domínios que são abrangidos pelo processo de co-decisão. Para aumentar ainda a capacidade de dar forma à legislação e melhorar o seu desempenho no processo legislativo foi decidido desenvolver os serviços de apoio à disposição dos deputados do Parlamento para esse efeito.

A reunião de reflexão da Mesa do Parlamento em La Hulpe Março de 2007

O Parlamento Europeu tem de racionalizar as suas actividades para poder funcionar como uma organização moderna e profissional

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Mais interpretação, mais informação para os deputados do Parlamento Europeu

Colocar o cidadão no coração das nossas actividades: uma definição moderna da missão dos gabinetes de informação externa

A qualidade da legislação depende, em parte, das possibilidades oferecidas aos deputados de aceder a análises políticas de elevada qualidade que possam ajudá-los a assumir as suas responsabilidades legislativas e as actividades parlamentares quotidianas. Na Primavera do ano passado, a Mesa aprovou o princípio consistente em desenvolver o potencial da Biblioteca do Parlamento e aumentar as suas capacidades em matéria de análise e investigação sobre as questões políticas, mediante a criação de um novo serviço de análise. O orçamento deste ano prevê os fundos necessários para essa iniciativa e a execução do projecto terá início em Abril de 2008. A Mesa do Parlamento decidiu igualmente oferecer aos deputados serviços de interpretação suplementares para reuniões ad-hoc no âmbito dos processos legislativos e orçamentais, para que possam comunicar melhor fora do quadro formal das reuniões das comissões. Foram inscritas dotações na reserva para esse efeito, e em Maio 2008 será lançado um projecto-piloto. Paralelamente a estes esforços tendentes a melhorar o processo legislativo no seio do Parlamento Europeu, o Presidente Pöttering colocou uma tónica particular no reforço das relações com os parlamentos nacionais dos 27 Estados-Membros, tal como aliás também com os países vizinhos. Uma maior cooperação é preciosa para debater em conjunto os problemas políticos, proceder à troca de boas práticas e contribuir para assegurar uma aplicação coerente da legislação europeia a nível nacional. Quase todos os parlamentos nacionais dispõem agora de um gabinete de representação no Parlamento Europeu, para facilitar uma rápida troca de informações nos dois sentidos. O Presidente atribui grande importância ao desenvolvimento de reuniões interparlamentares sobre certas questões chave, e as comissões abrem caminho a um diálogo reforçado que toma diversas formas. Esta cooperação é apoiada por recursos orçamentais suplementares aprovados em Outubro passado. Sensibilizar os cidadãos para as actividades do Parlamento Europeu

Uma comunicação eficaz do Parlamento dirigida aos cidadãos, nomeadamente na perspectiva das eleições europeias 2009, reveste uma importância particular. A esse respeito é indispensável que o Parlamento utilize da melhor forma as ferramentas de que dispõe e proceda à criação de algumas outras. A Mesa tem tentado reforçar o papel dos Gabinetes de Informação externos situados nos Estados-Membros e sintonizar as novas ferramentas de comunicação. A definição dos gabinetes de informações foi revista no primeiro semestre de 2007, com o objectivo de colocar o cidadão no coração das suas actividades. A ideia subjacente a essa revisão consistia em aumentar a visibilidade das actividades do Parlamento e melhorar a acessibilidade desses gabinetes, através da escolha dos edifícios, de horários de abertura melhor adaptados às necessidades dos cidadãos e, também, da afirmação de uma identidade distinta do Parlamento Europeu relativamente à Comissão Europeia quando as duas instituições ocupam os mesmos edifícios. Além disso, os deputados de cada país serão mais implicadas nas actividades dos gabinetes enquanto multiplicadores, particularmente no que diz respeito à estratégia adoptada para a campanha eleitoral. Alguns grandes projectos de comunicação estão em curso, como uma cadeia de televisão na Internet, novos meios audiovisuais e um novo Centro de Visitantes de Bruxelas. O Comité Académico deste último, garante das mais elevadas normas académicas e científicas no que diz respeito ao programa de exposições do Centro de Visitantes, reuniu-se pela primeira vez em Junho de 2008. Estas novas ferramentas deverão estar operacionais antes das eleições europeias de Junho de 2009.

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De entre estas ferramentas, o projecto de cadeia de televisão na Internet reveste uma importância capital, na medida em que oferecerá a um número crescente de internautas acesso a um vasto leque de informações sobre o Parlamento Europeu, seus deputados e suas actividades. Oferecerá também transmissões ao vivo e mini-documentários. Após a apresentação de um protótipo em Fevereiro de 2008, o projecto foi aprovado e dotado dos fundos necessários. Actualmente em fase experimental, o projecto deverá estar plenamente operacional no Verão 2008. Com o fito de incentivar as iniciativas que promovem os valores e a integração europeus, a Mesa aprovou igualmente a criação de diversos novos prémios para recompensar actividades de excepção - realizadas pelos cidadãos em geral e pelos jovens em particular - com um forte conteúdo de cooperação europeia e transfronteiriça. Um Prémio do Parlamento Europeu para os Jornalistas destacará as contribuições eminentes que favorecem uma melhor compreensão das questões e das instituições europeias, enquanto que o Prémio do Cidadão Europeu distinguirá contribuições que emanam da sociedade civil. O empenhamento europeu dos jovens é da máxima importância, dado representar o futuro do nosso continente. O Presidente propôs à Fundação Internacional 'Prémio Carlos Magno', de Aquisgrana, que criasse o Prémio Europeu Carlos Magno para a Juventude, que deve recompensar uma iniciativa excepcional de jovens. Esta proposta foi aceite e o primeiro concurso foi lançado em Janeiro de 2008. Em todos os Estados-Membros são constituídos júris nacionais que designam, cada um, o seu laureado nacional e depois o júri europeu designa o laureado europeu. O/A finalista receberá o primeiro Prémio Carlos Magno para a Juventude numa cerimónia a realizar em Aquisgrana, em 29 de Abril. «Gostaria de sugerir um local em que se conjuguem memória e futuro,

onde possa frutificar o ideal europeu.» Presidente Pöttering Alocução inaugural Estrasburgo, 13 Fevereiro 2007 Outro projecto inovador destinado a melhor dar a conhecer ao grande público o Parlamento Europeu, bem como as raízes e valores europeus é a 'Casa da História Europeia', proposta pelo Presidente Pöttering no seu discurso inaugural de Fevereiro 2007. A Casa da História Europeia está concebida como um local onde os cidadãos poderão conhecer, de maneira convivial, a história da integração europeia e requintar a sua consciência dos valores e das ideias comuns que nos vinculam. Serviria de centro de exposições, de informação e de documentação - moderno, interactivo e multilingue. Para o Presidente é primordial velar pela sua independência política, que é uma condição indispensável para garantir a credibilidade académica da Casa da História Europeia e uma boa aceitação por parte do público. No início de Março 2008, o comité independente de peritos reuniu-se em Bruxelas para debater e começar a preparar um conceito detalhado para este projecto. A decisão final deverá ser tomada no início de 2009, com o objectivo de que a Casa esteja operacional antes das eleições europeias de 2014.

O Presidente Pöttering com participantes no Model European Parliament na Bulgária Sofia, 20 de Abril de 2007

Reunião Constitutiva do Comité Independente de Peritos para a Casa da História Europeia Bruxelas, 3 de Março de 2008

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Projectar o Parlamento Europeu no resto do mundo

Paralelamente à extensão dos seus poderes legislativos, o papel e o perfil do Parlamento Europeu evoluíram consideravelmente no domínio das relações externas. Hoje, o Parlamento desempenha um papel central na defesa dos valores dos direitos humanos e da democracia no mundo inteiro e é considerado, cada vez mais, como um importante e precioso parceiro nos quatro cantos do mundo. «Qualquer passo na via de uma cooperação supraregional reforçada

apenas é possível com base em decisões parlamentares adoptadas democraticamente... uma democracia viva não pode prescindir de

controlos e contrapesos.» Presidente Pöttering Cimeira UE-África 8 de Dezembro de 2007 Na sequência das conclusões formuladas no âmbito do dia de formação de La Hulpe, o Presidente Pöttering colocou a tónica na importância de promover uma dimensão parlamentar intensificada nas relações internacionais e de favorecer uma cooperação mais estreita entre o Parlamento e os representes democráticos dos países parceiros do mundo inteiro. Entre as medidas essenciais para trilhar essa via figuram a introdução de ‘pré-cimeiras parlamentares' antes da realização das Cimeiras da UE com parceiros internacionais e a participação do Presidente Pöttering nas reuniões dos presidentes dos parlamentos dos países do G-8. Em prol de 'pré-cimeiras parlamentares’

A iniciativa do Presidente Pöttering de avançar para a organização de 'pré-cimeiras parlamentares' constitui uma componente central de entre as prioridades gerais do Presidente de promoção da dimensão parlamentar como parte integrante das relações externas da União Europeia. Com as 'pré-cimeiras' visa-se o objectivo de definir uma posição parlamentar e dar um real contributo no período que precede as Cimeiras dos Chefes de Estado e do Governo com os seus homólogos doutros países e regiões do mundo. «Qualquer passo na via de uma cooperação supraregional reforçada

apenas é possível com base em decisões parlamentares adoptadas democraticamente... uma democracia viva não pode prescindir de

controlos e contrapesos.» Presidente Pöttering Cimeira UE-África 8 de Dezembro de 2007 O Presidente tem a profunda convicção de que o desenvolvimento da cooperação parlamentar com representantes eleitos de países terceiros é essencial à nossa acção visando favorecer uma melhor compreensão mútua entre as nações e promover os valores da democracia e dos direitos do Homem. Nesse sentido, a dimensão parlamentar vem completar as actividades realizadas aos níveis executivo e governamental.

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Encontrou pela primeira vez aplicação prática nas vésperas da Cimeira UE-África de Dezembro de 2007 em Lisboa. O Presidente Pöttering e a Presidente do Parlamento Pan-Africano, Gertrude Mongella, co-presidiram a primeira pré-cimeira parlamentar em 7 de Dezembro, um dia antes da cimeira de alto nível na mesma cidade. No seu discurso de abertura, o Presidente sublinhou a necessidade de uma estratégia comum entre os povos da Europa e de África assente em estruturas democráticas e parlamentares.

«Não se pode alcançar a eficácia, o respeito do estado de direito e o desenvolvimento sustentável sem a democracia, sem os deputados.»

Presidente Pöttering Conselho Europeu de Primavera 13 Março 2008 Preconizou, por conseguinte, uma participação institucional de pleno direito do Parlamento Pan-Africano, do Parlamento Europeu e dos parlamentos nacionais e regionais no âmbito de uma estreita pareceria. A pré-cimeira concluiu-se por uma declaração conjunta que foi apresentada no dia seguinte pelos dois presidentes à Cimeira UE-África, a qual colocava a tónica nas orientações políticas a adoptar para responder em conjunto aos desafios de amanhã. «Plantemos hoje a árvore da democracia e sejamos os porta-vozes dos nossos

povos na cooperação entre os governos.» Presidente Pöttering Cimeira UE-África Dezembro de 2007 Convidado igualmente a dirigir a palavra à Cimeira UE-África, o Presidente mostrou urgência em oferecer aos parlamentos nacionais africanos, bem como ao Parlamento Pan-Africano o apoio financeiro logístico necessário para o pleno cumprimento da sua missão num sistema democrático. A organização desta primeira pré-cimeira demonstrou a sua eficácia; doravante, está previsto reiterar esta experiência antes das Cimeiras da UE com os países terceiros e os blocos regionais. Sempre com o objectivo de desenvolver a dimensão parlamentar das relações externas do Parlamento Europeu, o Presidente Pöttering tomou a iniciativa de acolher uma Reunião Inter-parlamentar sobre os Balcãs Ocidentais. Esta reunião, programada para 26 e 27 de Maio de 2008, reunirá membros dos parlamentos nacionais dos 27 Estados-Membros da UE e todos os países dos Balcãs Ocidentais. Deverão igualmente tomar parte os Presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia. Participação no processo dos Presidentes do G-8

«A cooperação entre vós, os vossos Parlamentos e o Parlamento Europeu é absolutamente vital e é do nosso interesse comum. É muito mais do que uma

questão de protocolo.» Presidente Pöttering Cimeira dos Presidentes dos Parlamentos do G-8 Berlim, Setembro de 2007 Foi pela primeira vez em Setembro de 2007 que o Presidente do Parlamento Europeu foi convidado a participar na reunião anual dos presidentes dos parlamentos dos países do G-8, as nações industrializadas e mais ricas do mundo. Nessa ocasião, ficou decidido convidar o Parlamento Europeu para todas as reuniões e actividades futuras.

O Presidente Pöttering e a Presidente do Parlamento Pan-Africano, Gertrude Mongella, na pré-cimeira parlamentar Lisboa, 7 de Dezembro de 2007

Foto de família da Cimeira UE-África Lisboa, 8 de Dezembro de 2007

Cimeira dos presidentes dos parlamentos G-8 Berlim, Setembro de 2007 (Photo: Deutscher Bundestag by Hermann J. Müller)

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Embora o papel internacional da União Europeia tenha sido reconhecido a partir de 1981, como prova a participação dos presidentes da Comissão Europeia do Conselho Europeu, nas cimeiras de nível executivo do então G-7, o Parlamento Europeu não estava representado. O Presidente, argumentou com sucesso que, desde os anos 70, o Parlamento se tinha tornado uma instituição directamente eleita que adquiriu progressivamente poderes legislativos consideráveis. Muitas questões internacionais abordadas pelo G-8 referem-se a domínios políticos em que o Parlamento Europeu pesa tanto como os parlamentos nacionais. Garantir a participação do Parlamento Europeu no processo do G-8 foi um grande êxito, conquistado pelo Presidente, para a visibilidade do Parlamento e o seu papel na cena internacional. O Presidente tenciona participar na reunião deste ano, que se realizará em Setembro no Japão. Thomas Subelack

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VII. Agenda “Legislar Melhor”: Reforçar a credibilidade da Europa

Elaboração de políticas célere e eficiente: assinatura do regulamento relativo ao roaming pelo Presidente Pöttering e pela Chanceler alemã e Presidente em exercício do Conselho, Angela Merkel, na presença do relator Paul Rübig, DPE, da Comissária Viviane Reding, do Presidente da Comissão José Manuel Durão Barroso e da Presidente da Comissão da Indústria, Angela Niebler, DPE, em Bruxelas, em 27 de Junho de 2007

«A agenda “Legislar Melhor” pode prestar um contributo para alcançar [credibilidade, garantindo] mais supervisão democrática, transparência e fiabilidade na transposição para o direito nacional, [...] em avaliações de impacto e na simplificação de actos legislativos” (Presidente Pöttering, discurso inaugural, 13 de Fevereiro 2007) Desde o início do seu mandato, o Presidente do Parlamento Europeu foi incumbido de dar seguimento a uma agenda para “Legislar Melhor” na União Europeia. O Presidente considera que as melhorias introduzidas na agenda “Legislar Melhor” têm uma importância crucial na aproximação da Europa aos cidadãos e na consecução dos compromissos acordados no âmbito da Estratégia de Lisboa para o Crescimento e o Emprego.

«Legislar melhor é crucial para aproximar a Europa aos cidadãos e concretizar a Estratégia de Lisboa.»

Presidente Pöttering Conselho Europeu da Primavera 8 de Março de 2007 Parlamento Europeu dedica agora, e a justo título, maior atenção à apreciação de todo o processo legislativo, de “montante” a “jusante”. O mesmo é dizer que se reforçou a concentração em mais questões, como a melhoria da planificação legislativa, consultas prévias adequadas, recurso mais sistemático a avaliações de impacto, prioridade à simplificação, maior controlo democrático do procedimento de comitologia e mais celeridade e consistência na transposição, aplicação e cumprimento da legislação comunitária. O Presidente convidou o Grupo de Trabalho sobre a Reforma Parlamentar a considerar formas inovadoras de prosseguir a agenda "Legislar Melhor". O Presidente Pöttering instou, com êxito, a Mesa do Parlamento a afectar mais recursos financeiros e humanos a estas questões, nomeadamente mediante o aumento do número de funcionários e dos orçamentos destinados à contratação de peritos para as avaliações de impacto, no intuito de permitir às comissões parlamentares analisar as implicações de alterações fundamentais a projectos legislativos. Em matéria de simplificação, o Presidente envidou todos os esforços para garantir o acordo da Comissão Europeia em que a "reformulação" dos actos jurídicos passará a ser a regra sempre que apresentar novas propostas legislativas. Tal equivale ao aditamento de qualquer nova proposta ao corpo legislativo existente no mesmo domínio, em nome da clareza. Caso seja impossível alcançar sempre este objectivo, seis meses depois, o corpo legislativo existente é “codificado” (ou seja, congregado num único diploma legislativo). A Comissão está finalmente a desenvolver esforços para assinalar atempadamente na sua Estratégia de Política Anual (EPA), em Fevereiro, os seus planos prospectivos de simplificação.

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Em matéria de comitologia, o Presidente prestou o seu contributo para garantir o aval da Comissão, e recentemente do Conselho, com vista à alteração de todos os actos aprovados em co-decisão, num complexo exercício de "harmonização". O objectivo é garantir que os novos direitos de controlo do Parlamento em matéria de comitologia sejam agora aplicados não só a toda a nova legislação, mas também a cerca de 250 actos legislativos que já estão em vigor. Em matéria de transposição, implementação e cumprimento da legislação comunitária, o Presidente está a exercer uma forte pressão sobre os Estados Membros, à semelhança do que havia feito no Conselho Europeu da Primavera, de Março de 2007, para que publicassem “tabelas de correspondência” que definam as várias obrigações previstas em directivas e em disposições nacionais que estejam a ser adoptadas para as executar.

«Legislar Melhor requer uma forma de repensar a elaboração de políticas da UE.»

Presidente Pöttering Conselho Europeu da Primavera 8 de Março de 2007 A agenda “Legislar Melhor” implica uma alteração fundamental do funcionamento da União Europeia, o que poderá ser concretizado da melhor forma através de medidas cumulativas que, num cenário ideal, impliquem a colaboração de todas as instituições europeias. A grande oportunidade seguinte surge com a importância reforçada que a planificação legislativa é passível de assumir por ocasião da entrada em vigor do novo Tratado de Lisboa. No entender do Presidente, podemos e devemos construir uma nova relação de confiança entre o Parlamento e o Conselho para pôr em prática a ideia de planificação legislativa coordenada, compromisso assumido pelo Conselho, há cinco anos, no âmbito do Acordo Interinstitucional “Legislar Melhor”. Antonio Preto

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VIII. Conclusão: Progressos apreciáveis realizados, mas ainda um caminho a percorrer

Comemoração do cinquentenário do Parlamento Europeu Estrasburgo, em 12 de Março de 2008

Construir uma vida melhor para as gerações futuras Estrasburgo, 12 de Março de 2008

A comemoração do cinquentenário do Parlamento Europeu, em Março de 2008, constituiu uma ocasião oportuna para fazer o ponto da situação dos êxitos obtidos pelo Parlamento Europeu no desenvolvimento da democracia europeia ao longo de cinquenta anos, desde a primeira sessão da então Assembleia Parlamentar, realizada na Casa da Europa, em Estrasburgo, em Março de 1958. O Parlamento Europeu foi adquirindo um poder de influência crescente ao longo dos anos, sendo agora o cerne de uma genuína democracia parlamentar europeia, algo impensável em 1979, aquando das primeiras eleições por sufrágio directo. Esta efeméride foi um evento simbólico importante para salientar o papel do Parlamento enquanto voz dos cidadãos europeus. O programa de acção apresentado por Hans-Gert Pöttering, no início do seu mandato como Presidente do Parlamento Europeu, foi concebido para aproximar os cidadãos dos seus representantes eleitos por sufrágio directo, no centro das decisões políticas europeias, e para conceder aos procedimentos democráticos e de controlo um lugar adequado no quadro institucional da UE. Cumpridos 50 anos de existência do projecto, não restam dúvidas de que o Presidente Pöttering fez progressos substanciais na promoção das várias prioridades que a si próprio estabeleceu. O Parlamento Europeu tem vindo a reforçar o seu papel de componente democrática do quadro institucional da União Europeia e a sua capacidade de levar a debate temas fundamentais da agenda política, nomeadamente em matéria de alterações climáticas e diálogo intercultural. Embora o caminho a percorrer para satisfazer os objectivos do Presidente ainda seja longo, o trabalho dos últimos 15 meses constitui uma base sólida para tomar mais medidas nos meses que se avizinham. Este balanço intercalar constitui um momento adequado para aguardar com expectativa os desafios futuros. Pouco antes do final do mandato de dois anos e meio do Presidente Pöttering, os cidadãos europeus irão eleger um novo Parlamento Europeu. As eleições europeias de 2009 vão ser o teste de força da democracia à actividade do Parlamento. Importa visar garantias de que os avanços e o progresso registado nos últimos quinze meses, bem como o empenho e a energia que ainda há que dedicar à segunda parte do seu mandato, tragam dividendos no que diz respeito ao aumento da comparência às urnas por parte do eleitorado e a um maior reconhecimento do papel e dos poderes da única componente eleita por sufrágio directo no sistema político emergente da UE.

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A União Europeia enfrenta muitos desafios, alguns dos quais são prementes: alterações climáticas, segurança energética, terrorismo e extremismo, pobreza global e reforma económica. A necessidade de acção a nível comunitário, relativamente a estas e outras questões, nunca foi tão grande. Por seu turno, o novo Tratado de Lisboa reforça a capacidade do Parlamento Europeu de contribuir para encontrar soluções. O Parlamento tem de demonstrar que está à altura da oportunidade e do desafio. A tarefa consiste em demonstrar que a União Europeia é capaz de medidas concretas que proporcionam um nítido valor acrescentado às vidas diárias do cidadão comum. É nosso dever provar que o trabalho do Parlamento pode e melhora a qualidade de vida dos cidadãos e contribui para construir uma vida melhor para as gerações futuras. Se conseguirmos levar por diante esta tarefa nos meses que aproximam, há fortes probabilidades de que as eleições europeias de 2009 constituam um ponto de viragem, incluindo maior participação e centralidade do Parlamento Europeu nas escolhas e nos debates políticos que têm lugar em toda a União Europeia.

Astrid Worum

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O Gabinete

Chefe de Gabinete: Klaus WELLE

Assistente: Christine KUHNERT

Chefe de Gabinete-Adjunto: Ciril ŠTOKELJ

Assistente: Rosa-Maria LICOP CABO

Gabinete Particular do Presidente Assistente do Presidente: Marie-Jeanne SMEETS

Assistente: Nina SJÖBERG

Conselheiro: Johann Friedrich COLSMAN

Assistente: Bettina STURM

Assistente de Protocolo: Lilian PHILLIPS

Assistente: Alexander KOTTMANN

Conselheiro Especial: Gerard BOKANOWSKI

Assistente: Clara GONIN

Órgãos Estratégicos e Políticos: Chefe de Equipa: Anthony TEASDALE

Assistente: Claire MEYER

Conselheira: Astrid WORUM

Assistente: Monique BRASSEUR

Conselheiro: Thomas SUBELACK

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Políticas internas Chefe de Equipa: Antonio PRETO

Assistente: Cristina MUDU

Conselheiro: Johann Friedrich COLSMAN

Assistente: Bettina STURM

Conselheiro: Eschel ALPERMANN

Assistente: Janeta DUFFY

Conselheira: Karen FREDSGAARD

Políticas Externas Chefe de Equipa: Ciril ŠTOKELJ

Assistente: Rosa-Maria LICOP CABO

Assistente: Alexandre STUTZMANN

Assistente: Malin LUNDBERG

Assistente: Ana FERNÁNDEZ PERLES

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Imprensa Chefe de Equipa: Katrin RUHRMANN

Assistente: Daniela BÜHRIG

Conselheiro: Jesús GÓMEZ

Conselheiro: Robert GOLANSKI

Conselheiro: Jörg-Dietrich NACKMAYR

Assistente: Sławomir ROGOWSKI

Conselheiro: Fearghas Ó BÉARA

Organização Interna Chefe de Equipa: Sjef COOLEGEM

Assistente: Clara GONIN

Contínuo: Walter DOLL

Contínuo: Jakub KAMINSKI

Contínuo: David SINNOTT

Contínua: Agnieszka STALEWSKA

Motorista Peter JAGER

Motorista: Marinus van GREUNINGEN

Publicação do Gabinete do Presidente do Parlamento Europeu Responsável pelo conteúdo: Klaus Welle, Chefe de Gabinete

Edição: Astrid Worum Todas as fotografias, salvo indicação em contrário: Serviço Audiovisual do Parlamento Europeu