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A BORDO REVISTA Fundação Mamíferos Aquáticos | Patrocínio: Petrobras PROJETO VIVA O PEIXE-BOI MARINHO Projeto leva cinema a comunidades da APA da Barra do Rio Mamanguape Halophila baillonis é encontrada no litoral paraibano Fundação Mamíferos Aquáticos completa 25 anos EDIÇÃO 5 FOTO EDSON ACIOLI PROJETO VIVA O PEIXE-BOI MARINHO DIVULGA RESULTADOS PARAÍBA

Revista A Bordo - Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho - 5ª Edição

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Periódico de comunicação e pesquisa sobre o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, uma estratégia da Fundação Mamíferos Aquáticos em prol da conservação da espécie no Nordeste do Brasil. O projeto é patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

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ABORDOR E V I S T A

Fundação Mamíferos Aquáticos | Patrocínio: Petrobras

P R O J E T O V I V A O P E I X E - B O I M A R I N H O

Projeto leva cinema acomunidades da APA da Barra do Rio Mamanguape

Halophila baillonis éencontrada no litoralparaibano

Fundação Mamíferos Aquáticos completa25 anos

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PROJETO VIVA OPEIXE-BOI MARINHO DIVULGA RESULTADOS

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Há 17 anos investindo esforços em prol da conservação do peixe-boi marinho.

FOTO LUCIANO CANDISANI

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EQUIPE PROJETO VIVA O PEIXE-BOIMARINHOJoão Carlos Gomes Borges (Coordenador executivo/ Diretor-Presidente da FMA)Maria Elisa Pitanga (Coordenadora técnica)Jociery Vergara-Parente (Coordenadora científica eDiretora Vice-Presidente da FMA)Daniela Araújo (Técnica de Inclusão Social)Maíra Braga (Assessora Técnica de Inclusão Social)Gisela Sertório (Educadora Ambiental)Jaqueline Said Said (Técnica de Pesquisa)Larissa Molinari (Médica Veterinária)Karlilian Magalhães (Assessora de Comunicação)Giovanna Monteiro (Estagiária - Design Gráfico)Patrícia Menezes (Gerente Administrativa e Financeira)Genilson Geraldo (Agente de Campo)Sebastião Silva (Colaborador - Ecólogo Universitário)

REVISTA A BORDOJornalista responsável Karlilian MagalhãesDesign gráfico Giovanna MonteiroRevisão técnica João Carlos Gomes Borgese Maria Elisa Pitanga

TAMBÉM COLABORARAM PARA ESTA EDIÇÃO:

Jornalismo Raquel PassosColuna Científica Karine Matos MagalhãesDiário de Bordo e GPS Maíra Bragae Fabio AmâncioResumo Científico Gisela Sertório

CAPAProjeto Viva o Peixe-Boi Marinhodivulga resultados

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12 ESPECIALPB e SE participam do Clean Up Day

EDUCAÇÃO AMBIENTALProjeto leva cinema a comunidades da APA da Barra do Rio Mamanguape

PESQUISACapacitação de jovens como agentesambientais dentro de uma unidade deconservação no nordeste do Brasil

DIÁRIO DE BORDODaniela Araújo

FOTO REFLEXÃO

FMAFundação Mamíferos Aquáticoscompleta 25 anos

COLUNA CIENTÍFICAAs angiospermas marinhas e o trevoda sorte dos peixes-bois

GPS

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34 ILUSTRAÇÃO

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Caros leitores, estamos finalizando a primeira fase do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho – conduzido pela Fundação Mamíferos Aquáticos e patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socio-ambiental. Foram 21 meses de muito trabalho, pesquisa e dedicação em prol da conservação do mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil.

Neste período, ganhamos experiência, vivemos momentos inesquecíveis, que só nos deixaram mais fortes e mais preparados para continuarmos com o nosso grande propósito: o de promover a conservação dos ma-míferos aquáticos e seus habitats, visando a sustentabiliade socioambiental. Chegamos ao final desta primei-ra fase com resultados positivos, que alimentam a nossa expectativa para a execução de sua próxima etapa.

E tudo isso nasceu de um sonho, de uma ideia, que virou um projeto e que virou realidade. Sabemos o quan-to é difícil lutar pelo meio ambiente no nosso país. É preciso muita persistência, muita vontade, muito estu-do e muito trabalho. Trabalho em equipe, trabalho com pessoas realmente dispostas e bem-intencionadas.

Na quinta edição da Revista A Bordo, que também nasceu de uma ideia e de um pensamento bem-inten-cionado, estaremos apresentando os resultados dos esforços do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho em prol da conservação da espécie no litoral norte da Paraíba. Na coluna científica, compartilharemos uma boa nova relacionada à alimentação do peixe-boi marinho na Barra do Rio Mamanguape. Traremos, também, registros de ações eco educativas na região, como o Cine Peixe-Boi e o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, e uma matéria especial sobre os 25 anos da Fundação Mamíferos Aquáticos.

Que continuemos A Bordo de boas ideias com ventos a favor do meio ambiente.

Boa leitura e até breve!

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João Carlos Borges Gomes, Diretor-presidente da Fundação Mamíferos Aquáticos.Karlilian Magalhães, Assessora de Comunicação da Fundação Mamíferos Aquáticos.

EDITORIAL

FOTO EDSON ACIOLI

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CAPA

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PROJETO VIVA OPEIXE-BOI MARINHO DIVULGA RESULTADODE AÇõES NA PARAÍBA

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Desenvolvimento de pesquisa e tecnologia, educa-ção ambiental, sustentabilidade, promoção da cida-dania e inclusão social. Foi com essa estratégia de conservação e pesquisa que o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho – realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos e patrocinado pela PETROBRAS, através do programa Petrobras Socioambiental – iniciou suas atividades em 2013, tendo como principal ob-jetivo evitar a extinção do peixe-boi marinho no Nordeste do Brasil. O lugar escolhido para abrigar a primeira fase do Projeto foi a Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape, localizada no litoral norte da Paraíba. Passado um ano e oito meses, os resultados das ações se revelam positivos e alimentam a expectativa para a execução de sua próxima fase.

“A nossa proposta veio reforçar o pensamento de que não podemos trabalhar a conservação da espé-cie de forma isolada, é preciso trabalhar com todo o ambiente ao seu redor, onde também vivem as pessoas, outros animais, as vegetações. Tudo está interligado. Vemos que o que o projeto se propôs a realizar está sendo cumprido com êxito. Estamos trazendo resultados e contribuições importantes para todos os campos de atuação previstos. De algu-ma maneira, sinto que nós estamos plantando uma semente, mas uma semante que precisa ser cultiva-da a cada dia para que possa florescer”, diz Maria Elisa Pitanga, coordenadora técnica do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho.

Nas áreas de pesquisa, a equipe do projeto contou com a parceria de estudantes e professores da Uni-versidade Federal de Pernambuco e da Universida-de Federal Rural de Pernambuco. Foram 15 meses de trabalho intenso, que envolveram reuniões estra-tégicas, saídas de campo periódicas e longas jorna-das de análises em laboratórios para obter a carac-terização das áreas de forrageio e dos impactos nos locais de alimentação dos peixes-bois marinhos e o diagnóstico dos indicadores de contaminação aquá-tica no estuário da Barra do Rio Mamanguape. Os estudos também investigaram as principais enfermi-

dades e as causas mortis dos peixes-bois marinhos no Estado da Paraíba. Estes trabalhos foram temas de teses de doutorado, monografia de graduação, e contribuíram para pesquisas acadêmicas e para am-pliação do conhecimento em torno da conservação da espécie.

“No que se refere à caracterização das áreas de alimentação do peixe-boi na Barra do Rio Maman-guape, tínhamos conhecimento de levantamento da flora de macroalgas. O Projeto então se propôs a fazer um levantamento mais detalhado dessa vege-tação, que faz parte da dieta do animal. Ao longo das nossas pesquisas, vimos que além das macroal-gas, a região apresenta inúmeras espécies vegetais que ainda não haviam sido estudadas, mas que são potenciais alimentos para a espécie. E tivemos uma boa surpresa na área científica, que foi identificar na região uma angiosperma marinha considerada rara ou extinta do litoral brasileiro e que é uma espécie potencial para alimentação do peixe-boi marinho”, ressalta Maria Elisa Pitanga.

Com relação à qualidade hídrica, as pesquisas apon-taram a presença de indicadores de contaminação aquática em alguns trechos do estuário, destacando, sobretudo, a presença de coliformes fecais, ainda que em quantidades mínimas. Também foi registra-da a presença, ainda que pequena, de metais pesa-dos, entretanto o estudo destacou que o índice está abaixo do limite estabelecido pelo Conselho Nacio-nal do Meio Ambiente (CONAMA).

Ao longo dos meses, a equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho participou de importantes cur-sos e eventos científicos, de âmbito nacional e inter-nacional, com o intuito de disseminar e promover intercâmbio de conhecimento científico e aprimora-mento profissional. Com este propósito, percorreu diversas cidades como o Recife (PE), Rio Tinto (PB), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Aracaju (SE), São Luís (Maranhão), Dunedin (Nova Zelândia) e Metepec (México).

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Na esfera tecnológica, o Projeto trabalhou no de-senvolvimento de uma tecnologia inovadora de monitoramento de sirênios, via satélite. Para tanto, contou com a parceria da equipe de engenharia da NORTRONIC – Sistemas Eletrônico do Nordeste e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O protótipo desenvolvido já se encontra em fase de testes no Rio Grande do Norte e dentro em breve será introduzido no ambiente natural dos peixes- bois marinhos na Barra de Mamanguape.

A sociedade civil também teve participação funda-mental, seja nas oficinas e ações de educação am-biental, como nas campanhas temáticas de sensi-bilização e informação sobre o peixe-boi marinho. “Durante a campanha itinerante, percebemos que ainda falta, nas comunidades, conhecimento sobre a biologoia e ecologia do animal. Nem todas as pes-soas sabiam da existência do peixe-boi na região. Vi-mos o quanto a educação ambiental é importante. As ações desta área inclusive superaram as nossas expectativas, principalmente com relação à realiza-ção das oficinas de formação”, avalia a coordenadora técnica.

Mais de 20 jovens da comunidade da Barra de Ma-manguape participaram da Oficina de Jovens Agen-tes Ambientais do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho. Como conclusão do curso, os alunos apresentaram pequenos projetos ambientais para ajudar na con-servação da natureza e melhorar a qualidade de vida das comunidades existentes na Barra do Rio Mamanguape. As temáticas propostas, que já estão sendo colocadas em prática, vão desde o enfrenta-mento à questão do lixo na região a ações de reflo-restamento e eventos eco culturais.

“Esta oficina foi muito importante pra mim, porque eu aprendi muita coisa que eu ainda não sabia. Uma das coisas mais importantes que vejo que aprendi foi como elaborar projetos. Eu não tinha ideia de como fazer. Hoje eu sei como fazer um projeto, escrever, apresentar. E na questão de preservar o meio am-biente, a oficina abriu mais a nossa mente, diz Adria-no Felipe, jovem agente ambiental, morador da co-munidade do Saco.

“Acho que o projeto como um todo trouxe me-lhorias para a comunidade, principalmente na área ambiental, porque pôde conscientizar um pouco dos moradores, promovendo alguns benefícios para todos. O projeto também ofereceu algumas oficinas que, ao meu ponto de vista, os moradores gostaram e apoiaram, porque trouxe conhecimento a todos os que participaram. A oficina que achei mais im-

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portante foi essa de agente ambiental, na qual eu aprendi muitas coisas, principalmente os aspectos dos resíduos sólidos, onde realizamos varias ativida-des visando o bem do meio ambiente e de nossa comunidade”, complementa Rosana Alves, jovem agente ambiental, moradora da Barra de Maman-guape.

Os jovens ambientais foram parceiros do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho na organização de even-tos importantes como o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias e o Forró do Peixe-Boi, ambos realiza-dos na Barra de Mamanguape. Fizeram-se presentes, também, nas ações eco educativas em datas come-morativas celebradas na comunidade por meio de sessões recreativas com as crianças e de filmes com temáticas socioambientais exibidos pelo Cine Pei-xe-Boi, um projeto de autoria dos próprios jovens, que percorre localidades da APA para sensibilizar as pessoas sobre a importância da preservação do pei-xe-boi marinho e do meio ambiente.

Nas esferas de cidadania e inclusão social, o Projeto trabalhou inicialmente na promoção do desenvolvi-mento das mulheres da Barra de Mamanguape, por meio de planos estratégicos de fomento à Eco-Ofi-cina Peixe-Boi & Cia - uma ação de cunho socioam-biental desenvolvida, desde 1994, pela FMA junto à comunidade local com o objetivo de promover a ge-ração de renda sustentável para mulheres da região

a partir da produção de bonecos de pelúcia alusivos ao peixe-boi e outros mamíferos aquáticos. Ao longo das atividades, o projeto percebeu que para promo-ver o desenvolvimento sustentável da região, além de voltar a atenção para a Eco-Oficina, teria que estender a proposta para outros moradores locais que realizam atividades produtivas e que também necessitavam de uma orientação para a construção de um plano de negócios. As oficinas de capacita-ção previstas para as mulheres foram ampliadas para que todos pudessem participar. A primeira capacita-ção reuniu as mulheres das comunidades na ‘Oficina Mulher Empreendedora – Fortalecendo a Identida-de Feminina para os Negócios’, numa parceria com o SEBRAE da Paraíba. A segunda, intitulada ‘Ofici-na Desenvolvimento Comunitário’, foi mais longa e contou com a participação de homens e mulheres. A partir dessas oficinas, foi construído um plano de ação para o desenvolvimento comunitário da região. Atualmente, os moradores estão participando de rodas de conversa e orientação para colocar o pla-no em prática.

“O projeto tem sido de grande importância, tanto pelas pesquisas desenvolvidas para a conservação do peixe-boi, quanto pelas atividades de desenvolvi-mento comunitário, orientando a população para a utilização de forma sustentável dos recursos naturais e turísticos que lhe são disponíveis. O projeto des-pertou a população não só para a conservação do

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peixe-boi, mas também para a conservação do meio ambiente. Agora temos jovens que se capacitaram para promover e multiplicar a conscientização am-biental, através da oficina de formação de agentes ambientais. Hoje eles possuem uma forma de pen-sar diferente que se reflete em suas ações. Um dia desses, ao conversar com um amigo, que é um dos agentes ambientais, ele me disse que não consegue mais jogar papel no chão, porque sabe o problema que essa atitude pode vir a provocar. Eu vejo que não é apenas a mudança de um simples gesto de não jogar o papel no chão, mas sim a mudança de um pensamento”, diz Sé Silva, morador da Barra de Mamanguape, estudante de Ecologia e jovem agente ambiental.

“Para que um projeto inicie, ele precisa de um es-copo, mas sabemos que só durante a execução, a vivência e a dinâmica é que a gente vai conhecendo os detalhes da região, enxergando novas possibi-lidades, novas abordagens. A cada visita a uma co-munidade, a cada saída de campo, vamos vivendo experiências diferentes que propiciam o surgimento de novas percepções e ideias. Ideias, vivências e ob-servações que serão levadas em consideração para quando formos executar a próxima fase do Proje-to. Percebemos que podemos fazer muitas coisas. A APA da Barra do Rio Mamanguape é uma região com potenciais a serem trabalhados. Acredito que a primeira fase do Projeto marcou um retorno das pesquisas da Fundação Mamíferos Aquáticos à Barra. Foi um termômetro para a FMA visualizar melhor a realidade atual da região e assim poder especificar mais o desenvolvimento de ações e atividades”, en-fatiza Maria Elisa Pitanga.

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ESPECIAL

PARAÍBA E SERGIPE PARTICIPAM DO DIA MUNDIAL DE LIMPEzADE RIOS E PRAIASCom apoio de comunidades e instituições, a Fundação Mamíferos Aquáticos organizou ações de sensibilização, coleta e pesagem de lixo nos dois estados do NordesteFOTOS ACERVO FMA

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O lixo ainda representa uma grande ameaça à saúde e à vida dos peixes-bois marinhos e de vários mamí-feros aquáticos. No dia 20 de setembro, para cele-brar o Clean Up Day - Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, quando o mundo todo tem atenção especial voltada para o problema do descarte in-correto de resíduos no meio ambiente, a Fundação Mamíferos Aquáticos, por meio do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho - patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socioambiental -, organizou uma programação especial no estuário e na praia da Barra de Mamanguape, localizada na cidade de Rio Tinto (PB). Na oportunidade, foram realizadas coletas de lixo, com apoio da comunidade e de instituições locais. A ação também foi feita na praia de Atalaia, em Aracaju (SE), onde a FMA tra-balha com pesquisas e monitoramento de praias. Em algumas horas, nos pequenos percursos realizados (1,5 km na PB e 4 km em SE), foram recolhidos, respectivamente, nas duas localidades, 164,28 kg e 266 kg de lixo. Os resultados foram repassados à or-ganização nacional do evento para compor os dados mundiais da ONU.

Na Barra de Mamanguape, a mobilização contou com a participação de toda a equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, jovens agentes ambientais da região, alunos com idade entre 7 e 14 anos da Escola Estadual Presidente Nilo Peçanha (de Cravaçu) e de representantes da Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape/ ICMBio, bem como da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Rio Tinto. Os estudantes foram recebidos pela equipe do Projeto na base da FMA, onde obtiveram in-formações sobre a importância da conservação do peixe-boi marinho e do meio ambiente e sobre o impacto que o lixo provoca nos mamíferos aquáti-cos e em seus habitats. Em seguida, os voluntários seguiram em grupo para a praia e o estuário. Cerca de 50 pessoas participaram da atividade de limpe-za. Ao final da coleta, o material recolhido – com destaque para plásticos, isopores, vidros, sandálias e sapatos – foram pesados e registrados. Por volta das 12h, os participantes se confraternizaram com um lanche coletivo. E para fechar com chave de ouro a programação, os jovens agentes ambientais da Barra de Mamanguape prepararam uma surpresa para os visitantes mirins: um passeio de barco pelo estuário para conhecer de perto os peixes-bois marinhos.

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“Realizamos uma ação simbólica para marcar o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, uma maneira de conscientizar mais a comunidade so-bre a problemática do lixo na região. A gente não fez a ação pensando somente no peixe-boi ma-rinho, mas também no seu habitat, que é o mes-mo que o nosso. Se conservarmos o ambiente do peixe-boi marinho, também estaremos con-servando o nosso. A equipe ficou realmente feliz com a participação e o entusiasmo dos volun-tários nessa ação. A emoção tomou conta de todos”, disse Maria Elisa Pitanga, coordenadora técnica do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho.

Em Aracaju (SE), a FMA contou com o apoio e parceria dos alunos de Ciências Biológicas da Universidade Tiradentes, do Grupo Conduta Consciente, do Instituto de Tecnologia e Pesqui-sa (ITP), por meio do Convênio Mar e da Aca-demia da Praia e dos demais voluntários interes-sados em limpar uma das praias mais famosas e habitadas da cidade. Cerca de 60 pessoas parti-ciparam da coleta. “A praia de Atalaia recebeu o mutirão de voluntários aptos a recolher tudo o que não fosse do habitat e pudesse degradar o ambiente. Dentre os itens recolhidos: seringas, garrafas de vidro, de plástico, pedaços de ferros e muito papel. As pessoas precisam perceber a necessidade de se descartar um lixo correta-mente. Aquele ‘pequeno’ papel de bala jogado na praia influencia na saúde de diversos animais marinhos, levando-os muitas vezes à morte”, ressaltou a educadora ambiental da FMA, Mayra Oliveira.

Em Aracaju, dentre os itens reco-lhidos: seringas, garrafas de vidro, de plástico, pedaços de ferros e muito papel.

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Na Barra de Mamanguape, foram encontrados plásticos, isopores, vidros, sandálias e sapatos.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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CINE PEIXE-BOI LEVA CINEMA A COMUNIDADES DA APA DA BARRA DO RIO MAMANGUAPEPromover exibições itinerantes de filmes com temas ecológicos, culturais e socioambientais nas comuni-dades localizadas na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape (PB). Este é objetivo do Cine Peixe-Boi, uma ação criada por jovens da re-gião durante a Oficina de Agentes Ambientais do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho – patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socio-ambiental. A ideia é sensibilizar o público sobre a importância da conservação do peixe-boi marinho e do meio ambiente, levando a cultura do audiovisual a locais, distantes dos grandes centros urbanos, que não possuem acesso a cinema. O Cine Peixe-Boi está em atividade desde setembro de 2013 e, durante

suas excursões, já reuniu mais de 150 expectadores.

Retroprojetor, lona para exibição, estrutura de su-porte feita de bambu, esteiras de palha, almofadas coloridas e uma seleção de filmes e documentários pra lá de interessantes. É assim que o Cine Peixe-Boi chega às localidades. “Estamos tentando mexer com a cultura, com a sensibilidade das pessoas, através do cinema, que acho que é um método que atrai, é algo novo, não tem por aqui. Com um telão na rua, um cineminha, possivelmente alguém vai sair da sua casa, vai olhar com curiosidade e quando chegar lá vai aprender uma lição e levar para casa”, diz Adria-no Felipe, um dos idealizadores da ação. Já recebe-

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ram as sessões gratuitas de filmes do Cine Pei-xe-Boi, as comunidades de Lagoa de Praia, Barra de Mamanguape, Rio Tinto, Tramataia e Praia de Campina.

A cada público, uma reação diferente. As ses-sões destinadas às crianças - que incluem tam-bém momentos de leitura no Baú de Histórias do Peixe-Boi, exposição fotográfica, eco recre-ação e guloseimas - chamam bastante atenção da equipe. “Vê-las com o sorriso no rosto, se divertindo e interagindo, cantando a música do peixe-boi, isso não tem preço. As crianças saem maravilhadas. Para elas, tudo isso é muito novo e uma novidade muito boa por sinal. Elas estão tendo a oportunidade de aprender se divertin-do. Certa vez, no final de uma sessão, na hora do lanche, foi fantástico ver a força do Cine Pei-xe-Boi, quando uma criança chamada Gisela, que mora aqui na Barra, pegou o saco de lixo e saiu coletando os papéis do lanche que estavam no chão, pedindo para seus coleguinhas colocarem os copos no saco que ela segurava. Isso é muito gratificante”, conta Sé Silva, morador da Barra de Mamanguape, estudante de Ecologia e um dos idealizadores do Projeto Cine Peixe-Boi.

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AS ANGIOSPERMAS MARINHAS E O TREVO DA SORTE DOS PEIXES-BOIS POR KARINE MATOS MAGALHÃESBióloga, Doutora em Botânica e professora de Ecologia daUniversidade Federal Rural de Pernambuco.

COLUNA CIENTÍFICA

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FOTO ARQUIVO PESSOAL

Angiospermas marinhas, plantas que, apesar de vi-verem submersas nos mares não congelados de todo o mundo, são mais parecidas com as plantas terrestres do que com as algas marinhas por de-senvolverem flores, frutos e sementes. Elas são um dos principais itens alimentares do peixe-boi, assim, como uma das estratégias para a preservação destes animais, precisamos também conhecer e conservar seu alimento.

Por sua importância na alimentação do peixe-boi, entre as atividades desenvolvidas pelo Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, na Barra de Mamanguape (PB), está justamente o de mapear e caracterizar as áreas de alimentação dos peixes-bois marinhos, identificar seus itens alimentares e saber quanto tem disponível dessas plantas para esses animais.

Para nossa surpresa, em junho de 2013, durante uma das primeiras saídas a campo para localizar as angiospermas marinhas na região estuarina do rio Mamanguape, encontramos, além das espécies de angiospermas marinhas mais comuns no litoral bra-sileiro – que são a Halodule wrightii (capim agulha) e Halophila decipiens –, a rara espécie Halophila baillo-nis, o trevo marinho. Esta última é uma espécie con-siderada vulnerável pela IUCN por ser naturalmente rara e com populações fragmentadas, que ocorre

em apenas sete outras localidades do mundo. Sua distribuição está restrita à biorregião Atlântica Tro-pical e a população de Barra de Mamanguape é a primeira registrada para o Brasil em mais de três dé-cadas. Antes disso, ela havia sido referida apenas em 1888, na ilha de Itamaracá, Pernambuco, e na déca-da de 1980, quando foi encontrado um pedaço de planta solto em frente ao Recife, também no litoral pernambucano.

Esta planta marinha foi localizada em uma área refe-rida como sítio de alimentação de peixes-bois, indi-cando que H. baillonis é um potencial item da dieta alimentar destes animais na área, conforme já do-cumentado para outras regiões do mundo. Ela foi encontrada junto ao capim agulha, numa área pro-tegida pelos arrecifes e com sedimento constituído por uma camada superficial de seixos rolados e ma-terial advindo dos recifes, com presença de areia fina abaixo da superfície, cerca de 10cm.

As plantas foram facilmente identificadas por apre-sentarem quatro folhas semelhantes a um trevo da sorte, daí seu nome comum. Elas são pequenas com cerca de quatro a cinco centímetros, contudo, são importantes não apenas para alimentação do peixe-boi, mas por produzirem oxigênio, sequestrarem carbono, ajudarem na estabilização do sedimento e

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FOTO KARINE MAGALHÃES

aumentarem a produtividade primária e secundária das áreas onde ocorrem, entre outras funções eco-lógicas.

Atualmente, a equipe de pesquisa do projeto está monitorando a espécie e seu registro oficial na Barra de Mamanguape, que representa a população mais ao sul do mundo, está em processo de publicação na revista Anais da Academia Brasileira de Ciências. Pela área de ocorrência da planta estar inserida na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Ma-manguape (Decreto no 924, de 10 de Setembro de 1993), protegida pela importância ecológica da área e por ser considerada um dos principais locais de ocorrência do peixe-boi marinho (Trichechus mana-tus manatus) no Brasil, espera-se que os esforços de conservação desta espécie sejam efetivos e que te-nhamos este item alimentar sempre disponível para o peixe-boi marinho.

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Meu primeiro contato com este mundo dos ma-míferos aquáticos foi em 1998, quando tinha uma empresa de organização de eventos e organizei a 8RT em Pernambuco. Após vários anos, de forma inusitada fui convidada a coordenar o Eco-Parque Peixe-Boi & Cia, parque temático que a Fundação Mamíferos Aquáticos executava em Itamaracá. Por seis anos, vivi intensamente ao lado de uma equipe maravilhosa o dia a dia do trabalho incessante e in-cansável pela conservação do peixe-boi. Aprendía-mos diariamente a amá-los.

O peixe-boi sempre me propiciou várias reflexões... seu modo de vida, seus hábitos e sua capacidade de angariar tanta empatia dos que o conhecem. Acre-dito que a luta pela sobrevivência no Planeta Terra passa pelo esforço diário em mantê-lo assim dócil, pacato e ingênuo e que igualmente ao nosso planeta sofre com a falta de lucidez do homem, seu único predador.

A Barra de Mamanguape e seu entorno é um pa-raíso, onde a natureza é soberana e o relógio tem um outro compasso. Este compasso de tempo tem um único sentido, o da natureza. A todo momento, quero estar lá, já que me divido em atividades no

Recife e na Barra. Chegar para compor a equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho como Técnica de Inclusão Social, foi vivenciar e fortalecer a relação que a Fundação já apoia e defende há vinte e cinco anos, quando ali nasceu.

A participação e a colaboração das comunidades onde ocorre o peixe-boi marinho são fundamen-tais para que todo este trabalho faça sentido. Ao longo deste Projeto investimos não só no esforço em aumentar a renda das mulheres da Associação que fabricam os bonecos de peixe-boi, mas também sensibilizar outros atores locais para que de forma articulada possam se movimentar em rede e gerar renda de forma sustentável. Poder participar desta iniciativa desde sua concepção, tem sido nossa maior satisfação.

O respeito e cuidado são nossos valores principais nesta atividade e lhes confesso, tem rendido vários frutos!!! Nosso desafio é alimentar a esperança nes-tes atores com quem estamos trabalhando, de que comércio, geração de renda, cultura, meio ambiente, solidariedade, comunidade, podem falar uma mes-ma língua de forma sustentável para o bem comum.

POR DANIELA ARAÚJO DE OLIVEIRATécnica de Inclusão Social do PVPBMRelações Públicas, especialista em Gestão no Terceiro Setor

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A cada edição, a Revista A Bordo trará artigos e resumos científicos relacionados à conservação do peixe-boi marinho e seus habitats. Confira agora o resumo científico elaborado por Gisela Sertório, edu-cadora ambiental do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, graduada em Oceanografia pela Universidade Federal do Paraná.

Autores: Gisela Sertório¹ ([email protected]); João Carlos Gomes Borges¹ ([email protected]); Maria Elisa Pitanga¹ ([email protected]); Larissa Molinari Jung¹([email protected]).¹Fundação Mamíferos Aquáticos. Av. 17 de Agosto, 2001 – 1º Andar, Casa Forte- Recife/PE, Brazil. CEP: 52061-540Palavras-Chaves: jovens ambientais; área de proteção ambiental; peixe-boi marinho.

PESQUISA

CAPACITAÇÃO DE JOVENS COMO AGENTES AMBIENTAIS DENTRO DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO NO NORDESTE DO BRASIL

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INTRODUÇÃOEntende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilida-des, atitudes e competências voltadas para a con-servação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, e essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).

Desde a Conferência Intergovernamental de Tbilli-si, na Georgia, a Educação Ambiental está orientada como uma proposição que abandona a tradicional fragmentação do conhecimento, numa perspectiva interdisciplinar. Trata-se de uma educação que visa a participação dos cidadãos nas discussões e decisões sobre a questão ambiental, num processo educativo que não separa a arte da ciência (MORIN, 2000).

Nesta trama, autores como Medina (1994) avan-çam no conceito de Educação Ambiental em uma concepção que se enquadra na vertente socioam-biental “o processo de reconhecimento de valores e elucidação de conceitos que levam a desenvolver as habilidades e atitudes necessárias para entender e

apreciar as inter-relações entre pessoas, suas cultu-ras e seus meio-físicos”. A Educação Ambiental tam-bém envolve a prática para as tomadas de decisões e para as auto formulações de comportamentos so-bre os temas relacionados com a qualidade do meio ambiente.

Diante deste contexto, o presente estudo teve como objetivo relatar as estratégias de mobilização e capacitação de jovens das comunidades inseridas na Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape, descrevendo alguns aspectos fun-damentais para promoção de uma construção co-letiva integrando a sustentabilidade socioambiental junto aos esforços para a conservação do peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) em seu habi-tat natural.

METODOLOGIAA proposta da oficina de formação dos agentes am-bientais, sendo esta uma das ações realizadas pelo Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, teve seu início com o convite, através da divulgação com cartaz e indicações dos moradores locais, para jovens na faixa

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etária de 14 a 25 anos, moradores da APA da Barra do Rio Mamanguape. Foram realizados 16 encon-tros, com carga horaria de três horas cada, totalizan-do 48 horas.

Nestes encontros foram abordados, através do pla-nejamento pedagógico da equipe técnica, temas rela-cionados com: a questão ambiental, desenvolvimento sustentável, noções gerais sobre Unidades de Conser-vação e legislação ambiental, importância da conser-vação da biodiversidade (fauna e flora), informações e orientações sobre o peixe-boi marinho, problemáti-cas relacionadas aos resíduos sólidos e contextualiza-ção das possibilidades de ações dos agentes ambien-tais na APA da Barra do Rio Mamanguape.

O processo de capacitação dos jovens ambientais foi fomentado através da ferramenta de arte educação ambiental, utilizando linguagens artísticas, atividades integradoras de sensibilização ambiental, palestras educativas, atividade de limpeza de praia, caminha-das ecológicas, oficinas de reciclagem, vídeos ecoló-gicos e pesquisas coletivas, tendo um foco multidis-ciplinar e interdisciplinar na construção da proposta pedagógica.

Todas as atividades foram realizadas em espaços na comunidade da Barra de Mamanguape, a partir de parcerias estabelecidas com a Colônia de Pescado-res, a Eco-Oficina Peixe-Boi & Cia e a APA da Barra do Rio Mamanguape/ICMBio.

RESULTADOS E DISCUSSÕESA oficina contou com a presença de 23 jovens, com idade de 14 a 30 anos, moradores das comunidades de Tanques, Tavares, Sítio Saco, Praia de Campina e Barra de Mamanguape, dos quais frequentaram e se formaram 21 agentes ambientais.

O grupo de jovens capacitados através do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho foi estimulado com o in-tuito de atuar como agentes multiplicadores da edu-cação ambiental em espaços sociais, desenvolvendo suas habilidades a partir de ações de estratégias so-cioambientais. Segundo Rabello (2002), protagonis-mo é a atuação dos jovens através de uma partici-pação construtiva, exercitada a partir da percepção das questões socioambientais de forma global e fa-vorecendo para a participação ativa nas questões e problemáticas locais.

De acordo com Quadros (2007), “para sentir-se parte integrante do meio natural, necessitando viver em equilíbrio e respeito com o mesmo, e ao mes-mo tempo ser social, atuante, sujeito da sua própria história, é necessária a prática e construção da cida-dania solidária, assumindo o direcionamento de sua própria vida e suas escolhas”. A oficina de capaci-tação de agentes ambientais, que foi estruturada a partir da vertente socioambiental da educação am-biental, teve como resultado inicial o planejamento de três projetos socioambientais comunitários, ide-

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alizados coletivamente dentro do contexto da pro-blemática ambiental local.

Diante deste cenário, os agentes ambientais se pro-puseram a atuar no desenvolvimento das seguintes propostas socioeducativas:1. Projeto Ambiental Comunitário do Cine Peixe-Boi: propõe a realização de um cinema itinerante ambiental para as comunidades da APA da Barra do Rio Mamanguape.2. Projeto Ambiental Comunitário dos Resíduos Sólidos: visa informar à comunidade sobre a proble-mática do lixo e criar estratégias para minimizar o problema, buscando parcerias com o terceiro setor e o poder público, já que as comunidades da APA da Barra de Mamanguape não possuem coleta de lixo periódica.3. Projeto Ambiental Comunitário de Refloresta-mento do Rio Manimbu: jovens da comunidade de Tavares propôem o reflorestamento das margens do Rio Manimbu (contribuinte do Rio Maman-guape), com a criação de um viveiro de mudas no local e sensibilização ecológica da comunidade.

CONCLUSÃOEmbora ainda recente e com um caminho de pos-sibilidades a ser construído através das ações do Projeto Viva o Peixe-boi Marinho, as estratégias adotadas para a capacitação dos agentes ambientais possibilitaram o empoderamento dos jovens am-bientais, favorecendo a percepção dos problemas locais e o desenvolvimento de atitudes que ampliem as tomadas de decisões em prol da sustentabilidade socioambiental da região.

AGRADECIMENTOSEsta iniciativa é resultado dos esforços do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, patrocinado pela PETRO-BRAS, através do Programa Petrobras Socioambien-tal.

Este resumo científico foi apresentado no II Encon-tro de Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRO-DEMA/UFPE.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBRASIL. 1999. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: http://planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao.htm; Acesso em 27 abril, 2014

MEDINA, N.M. 1994. Amazônia- Uma proposta Interdisciplinar de Edu-cação Ambiental. Documentos Metodológicos. MMA/IBAMA. Brasilia.

MORIN, Edgar. 2000. A cabeça Bem-Feita. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

QUADROS, A. 2007. Educação Ambiental: iniciativas populares e cidada-nia. Universidade Federal de Santa Maria: monografia de especialização. Março, 2007.

RABELLO, M.E.D.L. 2002. O que é protagonismo juvenil? Disponível em: <http://www.cedeca.org.br/PDF/protagonismo_juvenil_eleonora_ra-bello.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2014

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TRAJETóRIA DA FUNDAÇÃO MAMÍFEROS AQUÁTICOS é PAUTADA NA PERSEVERANÇA E COMPROMISSO AMBIENTAL

FMA 25 ANOS

POR RAQUEL PASSOS

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Para que uma história se firme na parede da me-mória, é preciso ao menos personagem, tempo e espaço. Uma instituição, quando consolidada, tam-bém adquire cronologia do tempo, tornando-se res-ponsável por seus ideais, rumos e conquistas. Para a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) alcançar seu atual marco de 25 anos de conservação ambiental no Brasil foi necessária uma vida de dedicação e per-severança. Uma não, várias vidas.

À frente dos projetos da organização da sociedade civil sem fins lucrativos sempre estiveram pessoas generosas e batalhadoras, que desde então reco-nheciam a importância dos cuidados com o Meio Ambiente e suas espécies, e batalhavam em cumprir esta missão dia a dia, incansavelmente. Eram qua-tro jovens estudiosos que, juntos, impulsionaram a criação da FMA no Brasil, em 1989. Mas não foi tão prático assim. Sem estrutura, à época a instituição ainda se restringia em executar o Projeto Peixe-Boi, nascido em 1980, na Barra de Mamanguape (PB).

Naquele tempo, tudo era muito difícil e para garan-tir o desenvolvimento de ações em prol da conser-vação do peixe-boi marinho no Brasil, os pesquisa-dores que estavam à frente desta iniciativa criaram, em 1989, a Fundação Mamíferos Marinhos – organi-zação da sociedade civil, sem fins lucrativos, que em 2001 passou a ser chamada de Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA). Naturalmente, a Fundação co-meçou a criar cada vez mais legitimidade e passou a abrir espaço para outros projetos, criou asas e alçou voos rasantes em Pernambuco, Sergipe e Paraíba, que respingaram em várias cidades do nordeste e sudeste brasileiro. Embora sua área de abrangên-cia seja definida como todo o território nacional, a FMA, sediada no Recife (PE), tem hoje uma atuação destacada e consolidada no litoral brasileiro, tendo realizado trabalhos em diversos estados do Nor-deste e região amazônica, sempre em parceria com outras instituições.

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“A criação da FMA foi um marco, de fato, devido à forma idealizadora que a Fundação surgiu no ano de 89, pois em termos de desenvolvimento e de orga-nizações ambientais ainda era um momento tímido e a FMA surge de forma inovadora. A princípio, um sonho de quatro pesquisadores que foi ganhando corpo e em escala inicialmente local (na Paraíba), foi pouco a pouco ampliando suas ações e ao longo do tempo tem tido interface de diversos estados do litoral brasileiro bem como iniciativas na região nor-te do Brasil – basicamente estruturadas a partir ou de projetos ou de programas que vão tendo suas reconexões, readaptações e modificações naturais”, relembra o diretor-presidente da FMA, João Carlos Gomes.

A FMA conta com um conselho deliberativo que aju-da a definir a estratégia e caminhos da organização, dando o devido crescimento e maturidade adquirida pela organização ao longo dos anos. “Este grupo, in-clusive, auxiliou a diretoria da FMA na luta em conti-nuar com a FMA, enquanto vivenciava os momentos de crise nos anos de 2008 e 2009, ao precisar se

desligar oficialmente do Projeto Peixe-boi”, pontua a atual diretora vice-presidente da FMA e coordena-dora técnico-científica do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Jociery Vergara-Parente.

Assim, criada em 1989, a Fundação é uma organi-zação da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nacional e reconhecida como consolidada instituição de pesquisa, defesa, preservação e con-servação do meio ambiente e promoção do desen-volvimento sustentável. A FMA tem a missão diária de promover a conservação dos mamíferos aquáti-cos e seus habitats, visando a sustentabilidade socio-ambiental.

DIFUSÃO DE CONHECIMENTOA cada atividade desses programas e projetos de-senvolvida, a Fundação passou a fomentar a pesquisa científica e ampliar seu território de atuação conco-mitantemente. Portanto, seu papel de desenvolver o senso crítico na sociedade a partir dos resultados obtidos com as atividades de campo realizadas pela FMA, passava a ser o maior objetivo alcançado pela

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instituição. Só de produção científica, nos dias atuais já ultrapassam 90 trabalhos publicados com a parti-cipação da instituição.

Aliás, a Fundação estabeleceu a difusão de conheci-mento técnico e científico como uma de suas metas institucionais. Por isso, atualmente mantém convê-nios com 15 instituições de ensino superior em todo o Brasil, apoia e desenvolve pesquisas científicas, exercendo importante papel para a formação de profissionais na área de conservação marinha.

Dessa forma, parcerias acadêmicas começaram a ter destaque na rotina da Fundação. Somente em Aracaju (SE), onde está situada a base administrativa de Sergipe, a Faculdade Pio Décimo, Universidade Tiradentes, Universidade Federal de Sergipe e Fun-dação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe fazem parte do leque de investimento científico. O Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), referência no Nordeste que promove a Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio da Pesquisa e Desenvolvimen-to e da Prestação de Serviços Técnicos, trouxe uma nova realidade à FMA no início de 2014, ao firmar compromisso de cooperação técnica, científica e fi-nanceira.

Desta parceria surgiu o selo MAR para unificar a lin-guagem e esforços do trabalho em conjunto do ITP e FMA. Todas as atividades que relacionem as duas consolidadas instituições, passaram a ter caráter único: o de fomento à pesquisa e conservação dos mamíferos aquáticos e seus habitats. Assim acontece com as atividades de monitoramento de praias e de biota que a Fundação realiza – com o know-how tec-nológico do ITP e técnico da FMA.

As demais instituições conveniadas com a Fundação, são: Universidade Luterana do Brasil, Universidade do Vale do Itajaí, Universidade Estadual Paulista Jú-lio de Mesquita, Fundação de Ensino Superior de Bragança Paulista, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambu-co, Universidade Estadual de Londrina, Universida-de Federal de Goiás, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Universidade Estadual de Maringá, Uni-versidade Federal de Alagoas e Universidade Fede-ral do Paraná.

ATUAÇÃOA FMA trabalha para a conservação dos mamíferos aquáticos e seus habitats, envolvendo o manejo e a pesquisa científica, estudando os efeitos antropogê-nicos nos recursos marinhos, promovendo parcerias e ações colaborativas que promovam mudanças no contexto sócio-econômico-ambiental, apoiando a construção e execução de políticas públicas e mar-cos regulatórios, e fomentando a participação das mulheres no desenvolvimento da comunidade da Barra de Mamanguape (PB).

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ARQUIVO FMAVinte e cinco anos de história na luta pela conservação dos mamíferos aquáticos e seus habitats, visando a sustentabilidade socioambiental

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Em sua estrutura organizacional, a Fundação apre-senta sede nacional no Recife (PE), onde funcionam os serviços técnicos administrativos e supervisão das atividades dos projetos situados em Barra de Ma-manguape (PB), com o objetivo de conservar os ma-míferos aquáticos e seus habitats, visando a sustenta-bilidade socioambiental e objetivando a informação técnica especializada, execução e apoio a projetos relevantes à pesquisa e conservação desses animais.

Já em Aracaju (SE), a FMA possui o Núcleo de Pes-quisa (Nupesq), o setor de Comunicação Social, a diretoria administrativa financeira e o Núcleo de Estudos dos Efeitos Antropogênicos nos Recursos Marinhos (NEARM), que desenvolve pesquisas que analisam a relação existente entre os animais aquáti-cos e a interferência do homem no ambiente. Nesse sentido, atua em programas de monitoramento da biota por meio de censo aéreo, observação de biota embarcado, monitoramento de praia, radioteleme-tria, resgate, soltura e reabilitação da fauna aquática.

Em suas pesquisas, analisa ainda a dieta e a ingestão de lixo pelos animais, realiza genotipagem de micro-organismos em mamíferos aquáticos e identifica os impactos gerados pela pesca e embarcações sobre os animais. Promove cursos de capacitação para es-tudantes e profissionais das áreas de biologia, ecolo-gia, veterinária e afins.

O NEARM funcionou por três anos no Hospital Veterinário da Faculdade Pio Décimo, onde possui convênio firmado, desde 2010, de cooperação e in-tercâmbio pedagógico, científico e cultural para a re-

alização de projetos conjuntos de pesquisa, extensão e de desenvolvimento tecnológico e cultural.

Em abril de 2014, a FMA inaugurou sua base ad-ministrativa na capital sergipana, localizada no bairro Farolândia, e é nesta atual estrutura que o NEARM está situado. No escritório localizado no Hospital Veterinário da Faculdade Pio Décimo, equipes téc-nicas permanecem e se revezam entre as atividades desenvolvidas pelo Núcleo, utilizando estruturas como o laboratório de necropsia e os centros cirúr-gico e radiográfico.

POLÍTICAS PÚBLICASA Fundação também entende que para a efetiva-ção de suas ações é importante trabalhar no cam-po estratégico das articulações institucionais e das políticas públicas para a conservação. Neste senti-do, atualmente a FMA é membro de cinco fóruns ambientais: o Conselho Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (Consema), o Conselho Gestor da APA da Barra de Mamanguape e da Área de Rele-vante Interesse Ecológico dos Manguezais da Foz do Rio Mamanguape, o Conselho Consultivo da APA Costa dos Corais, o Fórum Estadual de Mudanças Climáticas (PE) e a Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (Remane).

RESULTADOS INSTITUCIONAISAo longo dos 25 anos de atuação, a Fundação con-seguiu promover o desenvolvimento de tecnologias e técnicas inovadoras para a conservação, pesquisa e manejo dos mamíferos aquáticos. O conhecimen-to científico sobre o peixe-boi a serviço da conser-

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vação, capacitação de profissionais especializados, através de estágios e atuação profissional, conscien-tização e sensibilização das comunidades litorâneas, com crescente envolvimento e conhecimento sobre os peixes-bois também fazem parte dos resultados alcançados.

O desenvolvimento de comunidades locais em áre-as de atuação dos projetos, inclusive com ações de geração de renda, valorização social e turística dos peixes-bois, com difusão de informações e imagem carismática do animal, e sensibilização para a con-servação, com gradativa redução da caça, foi possí-vel com o trabalho incessante da FMA e instituições parceiras.

Também neste período de atividades, a Fundação gerou contribuições efetivas no processo de cria-ção e manejo de Unidades de Conservação fede-rais, como as APAs da Costa dos Corais (AL-PE), da Barra de Mamanguape (PB) e do Delta do Parnaíba (PI-MA).

Houve ainda a criação, junto com outras organiza-ções, da Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (REMANE), desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas, com cerca de 90 trabalhos científicos publicados com a participação de inte-grantes da Fundação e contribuição efetiva para as seguintes publicações em livros, que são algumas

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das referências para a área de mamíferos aquáticos: “Projeto Peixe-Boi – a história da conservação de um mamífero brasileiro”, “Protocolo de Conduta para Encalhes de Mamíferos Aquáticos da REMA-NE”, “Atlântico Sul: Um Santuário de Baleias” e “Protocolo de Reintrodução de Peixe-Boi-Marinho”.A FMA permanece no cenário da conservação ma-rinha e seus habitats por conta da sensibilidade e compromisso ambiental inerente à postura da or-ganização, bem como esforço de uma iniciativa sis-têmica que tenta ampliar, cada vez mais, sua atuação para contribuir com a conservação e sustentabilida-de socioambiental.

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GPS

A obra traz 90 crônicas do biólogo Ricardo Braga, publicadas na coluna Foco Ambiental, que mantém desde 2007, inicialmente no JC Online e depois no Portal NE10, ambos do Sistema Jornal do Commercio. Elas estão agrupadas em duas partes: “ecologia e sociedade” e “livre pensar”. A partir de suas vivências e visões de mundo, o autor retrata seus sentimentos sobre a natureza, com pitadas sutis de informações técnicas e reflexões criticamente construtivas, mas também com poesia e leveza. Autor: Ricardo Braga

Com cobertura de temas atuais e tendências emergentes, o livro traz uma nova referência na gestão de zoológicos e no tratamen-to de doenças de animais selvagens. Num formato atualizado de terapia, enfatiza os mais recentes avanços na área, incluindo nutri-ção, diagnóstico e protocolos de tratamento. Inclui temas como o conceito “One Medicine”, a cirurgia laparoscópica em elefantes e rinocerontes, doenças virais de anfíbios, e avaliação de tecnologia e qualidade de água em zoológicos. Os autores promovem uma filosofia de conservação animal, fazendo a ponte entre a medicina de animais silvestres em cativeiro e em vida livre com capítulos que contam com a contribuição de mais de 100 especialistas in-ternacionais.Autores: R. Eric Miller e Murray E. Fowler

ECOLOGIA DO COTIDIANO

FOWLER’S ZOO AND WILD ANIMAL MEDICINE CURRENT THERAPY

INDICAÇÕES

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IV CONGRESSO BRASILEIRODE OCEANOGRAFIA (CBO)Data: 25 a 29 de outubro de 2014Local: Itajaí (SC)www.cbo2014.com/site

A CONFERÊNCIA DA TERRA: FÓRUMINTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTEData: 12 a 15 de novembro de 2014Local: João Pessoa (PB)www.conferenciadaterra.com

IV CONGRESSO COLOMBIANODE ZOOLOGIAData: 01 a 05 de dezembro de 2014Local: Colômbiawww.congresocolombianozoologia.org/

1º CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITODO MARData: 03 a 05 de dezembro de 2014Local: Faculdade de Direito da Universidade de São Paulowww.direitointernacional.org

Programe-se para os eventos técnico-científicos previstos para 2014 nas áreas de Medi-cina Veterinária, Biologia, Ciências Biológicas, Ecologia e campos afins.

EVENTOS

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ILUSTRAÇÃO

A cada edição, a Revista A Bordo traz ilustrações que abordem o universo do peixe-boi marinho e de seu habitat, como forma de reflexão sobre a importância da conservação do meio ambiente. Aproveite!

Angiospermas marinhaspor Giovanna Monteiro

Halophila decipiens

Halophila baillonis

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Que a reflexão sobre a conservação do meio ambiente seja lembrada e vivida todos os dias, por meio de nossas atitudes de respeito à natureza e a todos os seres que habitam este planeta. Na foto, um peixe-boi marinho registrado em seu ambiente natural pelo fotógrafo Enrico Marcovaldi.

FOTO REFLEXÃO

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Para saber mais sobre o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, acesse:www.vivaopeixeboimarinho.org

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