20
Responsabilidade Social Empresarial O desafio do século XXI ‘... tudo que fizermos agora é decisivo para a existência da vida na terra e com qualidade.’ EDUCAR PARA TRANSFORMAR Belo Horizonte / 2012 / Ano 01 / Nº01

Revista A voz do Povo da Rua

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Trabalho desenvolvido para o: Vicariato Episcopal para Ação Social e Política

Citation preview

Page 1: Revista A voz do Povo da Rua

Responsabilidade Social Empresarial

O desafio do século XXI

‘... tudo que fizermos agora é decisivo para a existência da vida na terra e com qualidade.’

EDUCAR PARA TRANSFORMAR

Belo

Ho

rizo

nte

/ 2

012 /

An

o 0

1 /

Nº0

1

Page 2: Revista A voz do Povo da Rua

O Fundo Social é uma iniciativa do Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte e tem como objetivo captar recursos para ajudar diversos trabalhos sociais.

Com a doação de pessoas solidárias como você, o Fundo Social beneficiará projetos importantes como a Casa de Apoio à Saúde Nossa Senhora da Conceição, que realiza atendimento de pessoas com HIV/Aids e diversos outros projetos e pastorais sociais.

A sua solidariedade pode mudar muitas vidas para melhor!

Você ajuda quando adquire os cadernos, canecas e bolsas ecológicas do fundo social. E também através de doação direta: Banco do Brasil / Agência 3494-0 / Conta 22.222-4

Mais informações: [email protected] Além Paraíba, 208 - Lagoinha - Belo Horizonte - MG

(31) 3422-6122

Page 3: Revista A voz do Povo da Rua

3

APRESENTAÇÃO Lançar a revista A Voz da Rua é um grande avanço para o Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política (VEASP). Esse novo canal sócioeducativo vem para rea-firmar nossa vocação na assistência aos menos favorecidos. Criado em dezembro de 2004, na 2ª Assem-bléia do Povo de Deus, o VEASP tem como missão organizar, integrar e animar a ação social e política da Arquidiocese de Belo Horizonte, à luz do evangelho e da opção prefe-rencial pelos pobres, sendo presen-ça profética na construção de uma sociedade justa, igualitária e plural, fortalecendo o protagonismo dos

empobrecidos. Através da ”A Voz da Rua – Educar para Transformar”, você conhecerá resultados de impactos das ações sociais que fazem a dife-rença e promovem a reinserção de pessoas. A Revista traz como dife-rencial a participação, como colabo-radores, pessoas em situação de rua na construção do editorial. Elas en-contraram aqui uma oportunidade para promover seu conhecimento e expressar suas ideias, até então sufocadas pela falta de acessibili-dade. Agora a situação se reverte e aqueles que não tinham voz agora são protagonistas de um grito que

APR

ESEN

TAÇ

ÃO

ecoa entre as montanhas de Minas e dá Voz à Rua. Além disso, a Revis-ta tem como objetivo proporcionar geração de trabalho e renda para os colaboradores a partir da venda de exemplares. Nesta edição você vai saber um pouco mais sobre a importância da prática da responsabilidade social, crescente no mundo inteiro e que vem de encontro com as necessidades da população. Além de conhecer pessoas e projetos que fazem a diferença.

Boa Leitura!

O Fundo Social é uma iniciativa do Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte e tem como objetivo captar recursos para ajudar diversos trabalhos sociais.

Com a doação de pessoas solidárias como você, o Fundo Social beneficiará projetos importantes como a Casa de Apoio à Saúde Nossa Senhora da Conceição, que realiza atendimento de pessoas com HIV/Aids e diversos outros projetos e pastorais sociais.

A sua solidariedade pode mudar muitas vidas para melhor!

Você ajuda quando adquire os cadernos, canecas e bolsas ecológicas do fundo social. E também através de doação direta: Banco do Brasil / Agência 3494-0 / Conta 22.222-4

Mais informações: [email protected] Além Paraíba, 208 - Lagoinha - Belo Horizonte - MG

(31) 3422-6122

Page 4: Revista A voz do Povo da Rua

4

EDIT

ORI

AL

EDITORIAL Agir com responsabilidade social é ter consciência que o

crescimento individual pode e deve ocorrer junto com o de tantos

outros. É perceber o pobre não como um distante, separado pela

condição financeira, pela classe social, mas como um irmão, que sofre e

precisa ser amparado.

No Evangelho de Mateus, Jesus traz um ensinamento capaz de

iluminar a compreensão sobre a importância do cuidado com os

pobres: “Em verdade eu vos declaro, todas as vezes que o fizestes a um

destes mais necessitados, que são meus irmãos, foi a mim que o

fizestes” (Mt 25, 40).

A Igreja Católica, a partir de seu serviço social próprio e graças à

colaboração de muitos, dá testemunho desse ensinamento de Jesus. Assim, busca mostrar, aos mais

diversos segmentos da sociedade, que os passos rumo ao Reino de Deus são marcados pelas ações

solidárias.

Hoje, algumas empresas já reconhecem nos projetos de responsabilidade social uma prioridade.

São instituições conduzidas por mentes que conseguem perceber a complexidade e as interconexões

que caracterizam o tempo em que vivemos. Sabem que o crescimento de uma instituição só se sustenta

a partir do desenvolvimento da própria sociedade.

Desta forma, dedicam atenção especial aos projetos que promovem a cidadania, a geração de

emprego e renda, entre outras iniciativas que buscam resgatar a dignidade. Estes exemplos precisam se

multiplicar sempre mais, fazendo da busca pelo crescimento um verdadeiro gesto de esperança.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

Page 5: Revista A voz do Povo da Rua

5

É preciso assegurar

que o anseio pelo progresso

hoje não comprometa o futuro

das gerações. Pensando assim,

o VEASP reafirma o compromis-

so com o desenvolvimento sus-

tentável, visando à promoção

simultânea da preservação am-

A realiza-

ção humana tam-

bém passa pelo

comprometimento

solidário em cons-

truir cidadania no

pleno resgate da

dignidade da pes-

soa humana. Esta convicção norteia o nosso

agir e inspira o Vicariato para a Ação So-

cial e Política a conduzir os acontecimentos

para a eficácia da inserção de uma parcela

social, que, desprotegida, veem sua digni-

dade violada e menosprezada.

Este instrumento que chega em suas

mãos traz o eco do clamor de muitos que,

já sem voz, conquistam através dos projetos

“Aurora e Alvorada da Rua” um pouco mais

de amor e solidariedade.

Ler A VOZ DA RUA é ser solidário

com nossos irmãos menos favorecidos e

constatar que a reinserção com dignidade é

um caminho possível.

Pe. Ademir RagazziVigário Episcopal para Ação Social e Política

Dr. Miryam Elizabeth Zárate Morais Coordenadora Social de Projetos

biental e da justiça social na perspectiva de ser instru-

mento de diálogo entre as comunidades civil e política.

Instrumento este que, de maneira eficaz, se mostra

apto para promover e inspirar atitudes de correta e fe-

cunda colaboração, favorecendo o conhecimento mú-

tuo.

Nesta perspectiva o empreendedorismo social é

um campo novo, mas com uma longa tradição no país.

Uma iniciativa inteligente, que envolve empreende-

dores sociais para concretizar o compromisso social

de uma empresa ou de uma família.

O movimento da responsabilidade social está

baseado em princípios éticos que envolvem todas

as relações humanas e de empreendedores. Este é o

ponto mais louvável, pois induz a prática da ética na

sociedade.

Page 6: Revista A voz do Povo da Rua

6

ÍND

ICE

Revista A voz da RuaUma produção do Vicariato para a Ação Social e PolíticaRua: Além Paraíba, 208 – LagoinhaBelo Horizonte / MG – CEP: 31210-120Contato: (31) [email protected]

ExpedienteDom Walmor Oliveira de AzevedoArcebispo Metropolitano de Belo Horizonte Dom Joaquim Giovani Mol GuimarãesVigário Episcopal para a Comunicação e Cultura

Pe. Ademir RagazziVigário Episcopal para a Ação Social e Política Conselho DiretorPe. Ademir RagazziPe. André Lage de AlvarengaPe. Renê LopesPe. José Geraldo de SouzaPe. Paulo César da Silva Regina Célia Melgaço Malta CostaGestora Administrativo FinanceiroAntônio Carlos MoreiraSupervisor Técnico OperacionalMiryam Zãrete Galvez Coordenadora social de projetos

Projeto Gráfico Diagramação: Walquiria KascherFotos: Mary Lane Vaz e Sheila FigueiredoColaboradores: Alex Maciel, Fernando Luiz Linhares, Luiz Carlos Marques, Marcos Rosa, Nanci Gonçalves, Valdeci BrigidaJornalista Responsável: Hugo Pirez MTb: 12.105/MGTiragem: 4.000 exemplaresImpressão: Gráfica e editora O Lutador

Expediente

Apresentação .............................................................................................................. 3

Editorial .......................................................................................................................... 4

Lançamento .................................................................................................................. 7

Café com Prosa ............................................................................................. 8

Brilho da Aurora ................................................................................................... 9

Notícias: Responsabilidade Social Empresarial .............................................. 10

Cidadania ................................................................................................................... 12

Vida Transformada ........................................................................................ 13

Meio Ambiente ................................................................................................. 14

Minha Vida ............................................................................................................... 16

Eduacar para Transformar ..................................................................... 17

Política Pública .................................................................................................... 18

Comer Bem ........................................................................................................... 19

Índice

Page 7: Revista A voz do Povo da Rua

7

Um sonho se transformou em realidade e deu Voz à Rua

Um canal de comunicação a favor da inclusão social e da promoção humana

Lançada no dia 21

de março, a revista “A Voz

da Rua – Educar para trans-

formar” surge no cenário mi-

neiro para ser um canal de

comunicação voltado para

a promoção de pessoas em

situação de rua e em vulnera-

bilidade social, apontando ini-

ciativas que visam promover a

inclusão a partir do desenvolvi-

mento humano.

A Revista surgiu a par-

tir de oficinas literárias para a

população de rua, dentro do

projeto Alvorada da Rua. Alex

Maciel, Luiz Carlos Marques, Luiz

Fernando Linhares, Nanci Gon-

çalves, Marcos Rosa e Valdeci

Brigida, colocaram em prática

o conhecimento adquirido nas

oficinas literárias atuando na

produção de conteúdo para a

Revista número zero. Eles deram

Voz à Rua e foram os grandes

homenageados na noite de lan-

çamento.

Durante a solenidade o

bispo auxiliar da arquidiocese

de Belo Horizonte, Dom Luiz

Gonzaga Fechio ressaltou a im-

portância da revista para a

Sociedade. “É uma vitória e

nós não podemos diante dela

dar um fim nessa caminha-

da. É apenas o início do que

vem acontecendo há muito

tempo. O fato de essas cinco

pessoas chegarem aqui quer

dizer que muitos outros podem”.

Para o presidente do

VEASP, padre Ademir Ragazzi, o

lançamento da Revista reafirma

o compromisso da igreja com

os menos favorecidos. “Vivemos

em um mundo onde o ser hu-

mano é excluído por diversos

mecanismos e o VEASP dentro

da pedagogia de Jesus propõe a

sociedade relações mais justas”.

LAN

ÇA

MEN

TO

Page 8: Revista A voz do Povo da Rua

8

Tecnologia social de comunicação popular e mobilização social em redes para o desenvolvimento local sustentável.

C

AFÉ

CO

M P

ROSA Tecendo Redes para a Sustentabilidade

Com dois anos de

atuação na comunidade do

bairro da Lagoinha / Bonfim o

Café com Prosa já conquistou

melhorias para o bairro e as

ações não param de acontecer.

A reunião que abriu as

atividades deste ano trouxe

como tema Segurança Públi-

ca em um novo paradigma de

abordagem intersetorial e mul-

tidisciplinar para o desenvolvi-

mento humano e social, que

visam a conjugar as dimensões

de paz, ausência de conflito,

construção da cidadania, saúde

e educação. Juntamente com a

Polícia Militar, os donos de co-

mércio de antiquários imple-

mentaram a Rede de Comer-

ciantes Protegidos, programa

desenvolvido pela PM para for-

mar redes de monitoramento.

Com o propósito de

reavivar a rua Itapecerica, du-

rante o encontro foi definida a

realização do evento “Passarela

Retrô”, que aconteceu no dia

14 de abril. Milhares de pessoas

participaram das atividades de

cultura, lazer e cidadania. A ini-

ciativa foi colocada pelos pró-

prios comerciantes e moradores,

que estão incomodados com a

degradação do local, que como

consequência tem atraído cada

vez mais a ação de contraven-

tores e pessoas vítimas do crack.

Em decorrência disso, as vendas

chegaram a cair em até 90%. A

iniciativa chega para os comer-

ciantes como uma possibilidade

de dar visibilidade ao comercio

de antiguidades e promover

aquela que já foi o se-gundo

centro comercial de Belo Hori-

zonte.

Page 9: Revista A voz do Povo da Rua

9

Inteligência emocional de pessoas em vulnerabilidade social

BRIL

HO

DA

AU

RORA

Manutenção preventiva do estado psicológico e emocional das pessoas em situação de rua no bairro Lagoinha

As pessoas em situa-

ção de Rua são crianças, ado-

lescentes, adultos e idosos. O

que leva essas pessoas a vive-

rem nas ruas são as consequên-

cias ou uma opção? Elas estão

nas ruas por inúmeros motivos:

abandono familiar ou até falta

da família, desemprego, desa-

juste social e trans-

tornos psicológicos.

A forma

que estas pessoas

enxergam a vida é

bastante comple-

xa. Pautam-se no

hoje, muitas vezes

não têm sonhos,

nem perspectiva de

mudanças. Em uma situação

de fome precisam conseguir o

que comer, não importa como:

mendigando, comprando ou até

roubando. Quanto ao vestuário,

geralmente só têm o que estão

vestindo, e na maioria das ve-

zes, também estão em péssimo

estado. Sem ter onde guardar

os pertences usam apenas uma

sacola velha ou um saco para

carregar o pouco que têm. A

proteção à noite é feita através

de papelões e plásticos sujos e

rasgados.

Uma das características

biológicas mais importantes dos

seres vivos é preservada nas pes-

soas em situação de rua:

a adaptação ao meio em

que vivem. Moradores

de rua são seres hu-

manos que vivem fora

do contexto social e a

pobreza é um dos fa-

tores que mais contribui

para o desequilíbrio so-

cial.

Page 10: Revista A voz do Povo da Rua

10

Responsabilidade Social Empresarial: O desafio do século XXI

Not

ícia

s

As atitudes que tomarmos agora serão decisivas para a vida no planeta com qualidade

As transformações socioeconômicas

dos últimos 20 anos têm afetado profundamente

o comportamento de empresas, até então acos-

tumadas à pura e exclusiva maximização do lucro.

Mas os impactos devido ao aumento da lucrati-

vidade tem dado destaque a ações de sustenta-

bilidade. Na história da humanidade, sempre que

algo não vai bem, a sociedade se organiza de

forma a enfrentar e minimizar seus problemas.

Mas, com o passar do tempo as pessoas foram

perdendo a noção de responsabilidade. Tudo se

tonou possível, permitido, facilitado. O resultado

disso vemos em grandes desastres ambientais e

na escassez de recursos naturais.

Page 11: Revista A voz do Povo da Rua

A ideia de responsa-

bilidade social incorporada aos

negócios é, portanto, relativa-

mente recente. Com o surgimen-

to de novas demandas e maior

pressão por transparência nos

negócios, empresas começam

a adotar uma postura mais res-

ponsável em suas ações. Não

existem indicadores que mos-

trem o crescimento em termos

de ações nem de volume de em-

presas envolvidas, mas sabemos

que é um movimento sem volta.

A gestão empresarial esta em

transição, seja pelas mudanças

legais, seja por responsabilidade

voluntaria, mas o fato é que

quanto mais exigentes forem

os consumidores, mais atentas

serão as empresas.

Assumir a prática da res-

ponsabilidade social trata-se

de uma escolha que somente a

raça humana é capaz de fazer.

Segundo Marisa Rio Seoane,

coordenadora do Núcleo de

Responsabilidade social da

Fiemg, a sustentabilidade é um

fator que alavanca a gestão

empresarial. “As empresas

socialmente responsáveis têm

algo mais a ganhar, além do

lucro necessário. As razões

por trás desse paradigma não

interessam apenas ao bem so-

cial, envolve também a melhor

performance nos negócios e

consequentemente maior lucra-

tividade”.

O desenvolvimento in-

dustrial trouxe conforto, am-

pliou as possibilidades de co-

municação. Juntamente com o

desenvolvimento veio também o

esgotamento dos recursos natu-

rais, o tecnicismo que afasta as

pessoas das famílias, a pobreza

e miséria de muitos e a riqueza

excessiva de poucos.

Assumir responsabili-

dades tão complexas é sempre

um grande desafio. Para o sécu-

lo XXI é ainda mais porque tudo

que fizermos agora é decisivo

para a existência da vida na terra

e com qualidade.

Page 12: Revista A voz do Povo da Rua

12

CID

AD

AN

IAÉ brincando que

famílias de comuni-dade têm fortalecido

o vínculo familiar e social, proporcio-nando aos jovens do bairro do Jatobá IV, um futuro melhor.

Construindo a esperança com crianças e adolescentes

Arte, cultura, lazer, es-

porte, turismo socioeducativo e

atividades de integração fami-

liar são modalidades utilizadas

como ferramentas de desen-

volvimento humano, social e se-

gurança pública no bairro Jatobá

IV, na região do Barreiro.

Desde o ano 2000, foram

beneficiadas 15.000 pessoas da

comunidade. No ano passado,

1.353 pessoas participaram do

programa sendo beneficiadas

com ações do programa so-

cioeducativo Oratório Festivo

Arquidiocesano. Os bons re-

sultados vêm sendo possível

através do Projeto Construíndo

a Esperança com Crianças e

Adolescentes, desenvolvido pelo

Vicariato Episcopal para Ação

Social e Política da Arquidiocese,

por meio de dois convênios com

a Secretaria Municipal Adjunta

de Assistência Social (SMAAS) e

parceria com Secretaria Estadual

de Cultura.

O Oratório Festivo busca

reduzir a desigualdade social

vivida por crianças e adoles-

centes, promovendo a seguran-

ça pública através da psicologia

da Comunicação e tecnologia

da informação. Os resultados

dessa iniciativa são percebidos

nas conquistas profissionais, na

melhoria do rendimento esco-

lar, na diminuição do índicie de

crianças envolvidas no tráfico de

drogas, na conscientização fa-

miliar, na responsabilidade social

e no crescente índice de jovens

que conquistaram o primeiro

emprego.

Page 13: Revista A voz do Povo da Rua

13

VID

A T

RAN

SFO

RMA

DA

Vida TransformadaA construção de uma carreira incentivada pelo projeto Construindo a Esperança com Crianças e Adolescentes

Meu nome é Cléria

Araújo Souza, tenho 26 anos, e

em 1994 comecei a participar

das atividades do Oratório Fes-

tivo. Naquele ambiente senti que

sonhos, esperança e perspectiva

para as famílias do bairro Jatobá

IV, onde moro, eram construídos

e valorizados. Essa descoberta

foi muito importante para a mi-

nha formação de cidadã.

O tempo passou e a con-

vivência no Oratório Festivo des-

pertou em mim a vocação para

educar. Toda a vivência em um

ambiente que transformou a rea-

lidade da comunidade em que

estou inserida colaborou muito

para a construção do meu perfil

profissional. O magistério

e a pedagogia me incen-

tivaram a ser colabora-

dora na formação de ou-

tras pessoas. Ensinando

recordo-me dos tempos

em que eu participava do

projeto Curumim.

A busca inces-

sante pelo conhecimento,

a valorização do aprendi-

zado e o compromisso

com a educação, que

aprendi com os educa-

dores que passaram pelo

meu caminho, faz de mim

uma profissional realiza-

da e compromissada com

minha missão. Cléria Araújo Souza é educadora infantil da Unidade Municipal de educação

Infantil (UMEI) Jatobá IV

Page 14: Revista A voz do Povo da Rua

14

MEI

O A

MBI

ENTE Reciclar é preciso

Cuide bem do planeta. Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje

Reduzir, Reciclar e Reutilizar. Essas são as palavras chave da atualidade.

O aumento do consumismo fez aumentar também a geração de resíduos. Na

perspectiva de chamar a atenção dos consumidores, as empresas têm investido,

cada vez mais, em embalagens que enchem os olhos e também as lixeiras. Mas

os resíduos que não utilizamos pode se tornar útil e gerar trabalho e renda para

muitas famílias que vivem da coleta seletiva. Se aderirmos a consciência da reci-

clagem poderemos utilizar cada vez menos os recursos naturais da Terra.

Page 15: Revista A voz do Povo da Rua

15

Conhecer e conscientizar• Cada ser humano produz em

média 5 kg de lixo por dia;

• No Brasil, todos os dias são

produzidas 24 mil toneladas de

lixo;

• Uma garrafa de plástico pode

levar até um milhão de anos

para se decompor;

• 12 árvores são cortadas para

fazer uma tonelada de papel;

• Pilhas e baterias demoram de

100 a 500 anos para se degradar;

• Para produzir 50Kg de alumínio,

são necessário extrair 5000Kg de

minério bauxita.

Esses são poucos dos mi-

lhares de impactos causados pela

falta de reciclagem do lixo. Agora

que você já sabe um pouco mais so-

bre a importância de ser ecologica-

mente correto, comece a praticar!

Separar o lixo é o primeiro

passo nesse processo.

Procure também progra-

mas organizados de coleta de lixo

em sua cidade e escolha um lugar

adequado para guardar os materiais

recicláveis até a hora da coleta.

Pratique essas iniciativas

para que elas se tornem hábito em

sua vida. Isso vai melhorar, muito, o

ambiente que você vive.

CURIOSIDADE

Apenas 2% do lixo no país é reciclado. O processo de reci-clagem ainda é15 vezes mais caro do que depositar os lixos em aterros. Mas algumas me-didas aqui no Brasil podem reduzir essa diferença como redução ou até mesmo isen-ção fiscal sobre as empresas de reciclagem ou que utilizam

produtos reciclados.

Fonte: curiofisica.com.br

Page 16: Revista A voz do Povo da Rua

16

MIN

HA

VID

A

O primeiro dia de um morador de ruaA Saga do caminhar por uma estrada cheia de obstáculos

O primeiro dia na rua é como a dor de um parto. É como o primeiro dia de aula, só que sem

os pais, sem professores. Ficamos literalmente só.

Sai da Argentina e segui para Salvador/BA, onde trabalhei como músico. Durante dois anos

obtive sucesso, mas depois fiquei doente de dengue. Impossibilitado de trabalhar em decorrência da

doença, aos poucos fui vendendo minhas coisas e baixando o nível de minhas moradias. Sem força e

disposição fui me tornando um fantasma de mim.

Decidi reiniciar minha vida e vim para Belo Horizonte. Sem moradia fui morar nas ruas. Senti

medo, vergonha e fome tinha a impressão que todos sabiam o que eu estava sentindo. Dormi em ban-

cos de praças e debaixo de marquises. Com exceção dos meus sonhos, não tinha mais nada a perder.

Aos poucos fui conhecendo gente, padrinhos, mestres e a arte de se virar.

Viver nas ruas tem um código de ética. Procuramos dormir em conjunto para estarmos protegidos,

partilhamos o pouco que temos – quem não compartilha fica só e vulnerável a todos os riscos que a rua

pode oferecer. Fui muito bem

acolhido. Ofereciam-me comida,

me davam dicas de como me

proteger. O tempo passou e a

vida nas ruas ficou rotineira e

comecei a sentir o maior prazer

que a rua oferece, a liberdade.

Autor: Aldo

Page 17: Revista A voz do Povo da Rua

17

Desafios mal herdados ao longo da vida podem ser derivados de repressões e distanciamento familiar e provocar a ruptura

A doença de exclusão na infância

EDU

CA

R PA

RA T

RAN

SFO

RAM

AR

É no lar que a crian-

ça deve receber as primei-

ras estratégias para lidar com

as oscilações da vida. Deve-

se aproveitar os estados de

emoções das crianças para en-

siná-las como lidar com as diver-

sidades do cotidiano. Entende-

se que o desenvolvimento da

Inteligência Emocional deve ini-

ciar-se na infância e ser lapidada

dentro do contexto social que

circunda o individuo para que se

forme melhores e mais prepara-

dos profissionais na fase adulta.

Os desafios encontrados

pelas pessoas em situação de

rua são inúmeros e herdados de

um período em que, segundo

relatos, podem derivar de refe-

rências imaturas vivida dentro

do núcleo familiar.

Vale lembrar que a difi-

culdade de reinserção de uma

pessoa nessas condições é dire-

tamente proporcional ao tempo

em que ela vive na rua. A rua vicia.

Ao mesmo tempo em que retira

a dignidade da pessoa, traz uma

sensação de liberdade: não há

convenções a seguir, obrigações

ou compromissos. Sair dela é

uma ruptura, da mesma forma

que entrar nela. Assim, quanto

antes for feito um trabalho para

a saída da rua, maiores serão as

possibilidades de que essa pes-

soa reconstrua sua ressociali-

zação e, com ela, novas relações

de apoio e reconhecimento.

Caros leitores, chama-

mos a atenção de vocês para

uma questão que possa não ser

apenas um problema daqueles

que estão em situação de rua,

mas que talvez esteja ocorrendo

dentro da família de cada um

dos que estão lendo esta ma-

téria neste momento. Uma vida

numa família que não permite

que seus filhos possam expres-

sar suas emoções, seus senti-

mentos e que repreendem em

excesso achando que estão edu-

cando não tem sentido. Família

significa confiança, carinho,

apoio, proteção, entre tantos

outros atributos.

Miryam Elizabeth Zárate Morais – Doutora em

Neuropsicologia

Page 18: Revista A voz do Povo da Rua

18

POLÍ

TIC

A P

ÚBL

ICA Salvador sedia o 1º Congresso Nacional

do Movimento da População de RuaDurante o evento o governador Jacques Wagner lançou o programa Bahia Acolhe para dar subsídio à população de rua

Pessoas em situação

de rua de dez estados bra-

sileiros se reuniram entre os dias

18 e 21 do mês de março, em

Salvador/BA para o primeiro

Congresso Nacional do Movi-

mento da População de

Rua. O evento propor-

cionou a discussão de

diretrizes para políticas

públicas para pessoas em

situação de rua.

Durante o con-

gresso o governador do

Estado, Jacques Wagner,

lançou o programa Bahia

Acolhe, criado para dar

subsidio à população de rua nas

áreas de saúde, educação, abri-

gamento, acolhimento e trata-

mento de dependentes quími-

cos.

Para a ministra da Se-

cretaria Especial dos Direitos

Humanos da Presidência da

República, Maria do Rosário

Nunes, o Programa serve como

referência para o Brasil. “Esta-

mos nos dedicando para que ele

possa se integrar aos

esforços dos Governos

Federal e Estadual em

transformar o Brasil em

um país rico, com todas

as pessoas valorizadas,

enfrentando a miséria

extrema e assegurando

os direitos humanos a

toda a população”.

Page 19: Revista A voz do Povo da Rua

19

CO

MER

BEM

Tenha uma boa alimentação e evite o desperdício

Bolinho de talo de brócolisIngredientes:

1 unidade de cebola média,

picada

6 colheres (sopa) de farinha de

trigo

2 unidades de ovos

A gosto de sal

2 xícaras (chá)

de talos de bró-

colis cozidas

óleo para fritar

Modo de preparo

Bata no liquidificador os talos de brócolis

cozidos juntamente com os ovos. Retire e misture os ingredientes

restantes. Frite as colheradas em óleo quente.

Sarah Mansur Zeilah SilvérioNutricionista

O brócolis é um vegetal cujas folhas, flores e ta-los são comestíveis. É um alimento rico em cál-cio (importante para a for mação e manutenção dos ossos e dentes).Uma boa fonte de vitam inas A e C, que são antioxidantes, e também apre-senta ácido fólico, selênio e potássio (minerais

essenciais para o organismo).

Page 20: Revista A voz do Povo da Rua

Apoio:

EDUCAR PARA TRANSFORMAR

Realização