68
ANO 3 - Nº 11 ANO 3 - Nº 11 HERANÇA HERANÇA PRESIDENCIAL PRESIDENCIAL Gestores de RPPS analisam a diculdade do País em fazer uma reforma ampla na Previdência e apontam as principais questões no setor que Lula deixará para o seu sucessor resolver INVESTIMENTOS INVESTIMENTOS Levantamento mostra desempenho de aplicações já enquadradas na Resolução 3790 EXTERIOR EXTERIOR A fórmula do sucesso da Previdência holandesa LEGISLAÇÃO LEGISLAÇÃO Os efeitos da Portaria 345 GESTÃO GESTÃO Abipem e Apeprem vão lançar selo de qualidade

Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Citation preview

Page 1: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

ANO 3 - Nº 11

AN

O 3

- N

º 11

HERANÇA HERANÇA PRESIDENCIALPRESIDENCIALGestores de RPPS analisam a difi culdade do País em fazer uma reforma ampla na Previdência e apontam as principais questões no setor que Lula deixará para o seu sucessor resolver

INVESTIMENTOSINVESTIMENTOSLevantamento mostra desempenho de aplicações já enquadradas na Resolução 3790

EXTERIOREXTERIORA fórmula do

sucesso da Previdência

holandesa

LEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOOs efeitos da Portaria 345

GESTÃOGESTÃOAbipem e

Apeprem vão lançar selo de

qualidade

capa_certa_ed11.indd 1capa_certa_ed11.indd 1 13/4/2010 17:37:3713/4/2010 17:37:37

Page 2: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

sumario-carta-expediente.indd 2 4/13/10 5:02:20 PM

Page 3: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

sumario-carta-expediente.indd 3 4/13/10 5:02:20 PM

Page 4: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

AMPLIE SEU HORIZONTE.MULTIPLIQUE SUACOMUNICAÇÃO.

Anuncio_2010__2.indd 2 12/04/2010 17:24:43

Telefone: 11 5505.6065www.patriaeditora.com.br

A Pátria Editora conta com profi ssionais

altamente qualifi cados, prontos para atender

as expectativas da sua empresa, executando

o projeto editorial desde a concepção até a

entrega da publicação para os leitores

Anuncio_2010__2.indd 3 12/04/2010 17:24:52sumario-carta-expediente.indd 4 4/13/10 5:02:22 PM

Page 5: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

AMPLIE SEU HORIZONTE.MULTIPLIQUE SUACOMUNICAÇÃO.

Anuncio_2010__2.indd 2 12/04/2010 17:24:43

Telefone: 11 5505.6065www.patriaeditora.com.br

A Pátria Editora conta com profi ssionais

altamente qualifi cados, prontos para atender

as expectativas da sua empresa, executando

o projeto editorial desde a concepção até a

entrega da publicação para os leitores

Anuncio_2010__2.indd 3 12/04/2010 17:24:52sumario-carta-expediente.indd 5 4/13/10 5:02:23 PM

Page 6: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Sumário

Carta ao leitor

Expediente

Abipem e Apeprem preparamlançamento do selo que atestará a

atuação ética no mercado de RPPS

Governo amplia prazos para fi scalizar adequação dos regimes

próprios ao IMA, previsto na Resolução 3790

Portaria 345, que regulamenta Resolução 3790, ainda dá margens a

interpretações e confunde mercado

André Gomes, coordenadorda Abipem, explica a importância

da migração de dados para os RPPS

Holanda, que criou uma Previdência única e efi caz, enfrenta desafi o do

envelhecimento populacional

Coluna de Jorge Felix

Especialistas indicam meiospara municípios reduzirem

danos com enchentes

Empreendedorismo é opçãocada vez mais viável para

quem não quer pararapós aposentadoria

Confi ra o comportamentodas aplicações no

mercado fi nanceiro

Lista de entrevistados

Agenda

Capa 14Gestores de RPPS apontam os principais

desafi os previdenciários à espera do presidente que o Brasil elegerá neste ano

Investimentos 56A partir desta edição, nossos

leitores passam a contar com um levantamento completo das aplicações

enquadradas à Resolução 3790

678

10

28

32

34

38

4244

50

56

6466

Sumário Edição 11

6 Março/abril 2010

Ilustração de capa: Nakata

sumario-carta-expediente.indd 6 4/13/10 5:02:25 PM

Page 7: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

No começo de um ano histórico, em que os brasileiros elegerão um novo Presidente da República, a revista Previdência Nacional se antecipa e revela quais serão as grandes questões que o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará na área previdenciária. A partir do depoimento de gestores de Regimes Próprios de Previdência Social de vários Estados, mostramos problemas antigos e reivindicações que atravessam governos sem obter repercussão nas medidas direcionadas ao setor, como o caso das aposentadorias especiais, o impacto do aumento da longevidade da população e os diferentes meios para capitalizar os regimes – possibilidade de atuação no mercado de crédito, por exemplo. Esses são alguns componentes de uma herança que o novo presidente precisa destrinchar se quiser transformar a Previdên-cia Social na garantia de um futuro tranquilo para os brasileiros.

Mas, se avaliamos as perspectivas, nem por isso nos distanciamos dos temas mais importantes do presente e, por isso, já deciframos a Portaria 345, baixada nos úl-timos dias de 2009, para mostrar suas implicações no mercado de investimentos, ao regulamentar itens da Resolução 3790, do Conselho Monetário Nacional - sem dúvida a medida governamental mais marcante para o setor no ano passado.

Nosso leitores também poderão conhecer melhor como funciona o sistema previden-ciário holandês, cuja fórmula é única e tem demonstrado grandes resultados, mas pode mudar em vista dos novos padrões de envelhecimento populacional.

Mas um dos principais destaques deste número da revista é o levantamento com-pleto dos investimentos do mercado fi nanceiro já adequados às regras da Resolução 3790. Em parceria com a Somma Investimentos, passaremos a oferecer a partir des-ta edição um panorama das aplicações que possibilitará a criação de um ranking de investimentos na área de RPPS, o que acreditamos que poderá ser uma importante ferramenta na tomada de decisão dos gestores de todo o País.

Boa leitura!

Demetrius HintzPresidente da Abipem

Carta ao leitor

Previdência Nacional 7

sumario-carta-expediente.indd 7 4/13/10 5:02:26 PM

Page 8: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

8 Março/abril 2010

Expediente

Abipem (www.abipem.org.br)

DIRETORIAPresidente: Demetrius Ubiratan HintzVice-Presidente: José Maria CorrêaSecretário Geral: Wellington Costas FreitasTesoureiro: João Carlos Figueiredo

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO André Luiz GoulartValnei RodriguesMoacir SallesLuiz Gustavo Ávila MendonçaAntonio Cezar Leite Lobato

CONSELHO FISCAL Roberta Cabral MedeirosJosé de Anchieta BatistaGláucia Maria Barreto Silva

Apeprem (www.apeprem.com.br)

DIRETORIAPresidente: Lucia Helena Vieira Vice-presidente: Antônio Scamatti1ª Secretária: Kleber Vicente 2ª Secretária: Edson Andrella1º Tesoureiro: Alexander Mognon2º Tesoureiro: Onésimo Canos Silva Junior

CONSELHO ADMINISTRATIVO TitularesAndré Donizete da Silva, André Luiz da Silva Mendes, Antonio Correa, Eliane Valim dos Reis, João Carlos Figueiredo, Jonas Baldissera, Luiz Carlos dos Santos, Márcia Regina Moralez, Moacir Benedito Pereira, Paulo César Pinto de Oliveira, Paulo Vicentino, Roberto de Oliveira, Sebastião Benedito Gonçalves, Solange Maria Maximiano Pádua, Terezinha Tadeu Pires .

CONSELHO ADMINISTRATIVO SuplentesAntonio Carlos Molina, Baltazar Pereira dos Santos, Carlos Alberto da Silva, Claudia Juliana Ribeiro, Ezequiel Guimarães de Almeida, Rudnei de Paulo Silva, Vandré Lencioni de Camargo, Wilson Luiz Franco Britto

CONSELHO FISCAL TitularesEdmilson Martins, José Tomaz, Nelson Rodrigues de Mello.CONSELHO FISCAL SuplentesLuiz Roberto Lopes de Souza, Varlino Mariano de Souza.

Editora

JB Pátria Editora Ltda.

Presidente: Jaime BenutteDiretor: Iberê BenutteAdministrativo/Financeiro: Gabriela S. NascimentoComercial: Ricardo Teixeira, Rosana Gazola e Walter Torres Marketing e Circulação: Erica LujanJornalista: Kelly Souza

Previdência Nacional

Publisher: Jaime Benutte

Conselho Editorial: André Luiz Goulart, Demetrius Ubiratan Hintz, Wellington Costa Freitas (Abipem); João Carlos Figueiredo, Lúcia Helena Viera, Magadar Rosália Costa Briguet (Apeprem); Paulo Henrique Pastori (Regime Geral); Jarbas Antonio de Biagi (Previdência complementar)

Editora: Maria Alice Rosa - MTB 65-691

Projeto Gráfi co e arte: Belatrix Ltda. Diretor de Arte: Marcelo Paton Assistentes de Arte: Gabriel de Moraes Luiz, Vivian Balardin, Vanessa Hamazaki

Impressão: IBEP - Tiragem: 40.000 exemplares

Empresa fi liada à Associação Nacional dos Editores de Publicações, Anatec

A revista PREVIDÊNCIA NACIONAL é uma publicação bimestral da DB2 Editora, localizada na Rua Flórida, 1.703, 11º andar, Brooklin, CEP 04565-001, São Paulo – SP. Tel.: 11 5505-6065. www.patriaeditoria.com.brDúvidas ou sugestões: [email protected]

Os textos assinados são da responsabilidade de seus autores. Não estão autorizados a falar pela revista, bem como retirar produções, pessoas que não constem deste expediente e não possuam uma carta de referência.

A revista onde você encontra o

mais qualificado material jornalístico

sobre os Regimes Próprios de

Previdência Social.

Previdência Nacional

sumario-carta-expediente.indd 8 4/13/10 5:02:29 PM

Page 9: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

A revista onde você encontra o

mais qualificado material jornalístico

sobre os Regimes Próprios de

Previdência Social.

Previdência Nacional

sumario-carta-expediente.indd 9 4/13/10 5:02:29 PM

Page 10: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Gestão Selo

Em mais um passo na profi ssionalização dos RPPS, Abipem e Apeprem preparam o lançamento do selo que vai atestar a atuação ética nas esferas de gestão, instituições

fi nanceiras e prestadores de serviço

Kleber de Almeida

Qualidade garantida

Figueiredo: ‘O selo é, na verdade, um estímulo à boa prática no setor’

Éum processo contínuo e sem volta: a cada ano que passa, as regras que vão sendo instituídas na área dos Regimes Próprios

de Previdência Social são a um só tempo um reconhecimento do desenvolvimento e do espe-tacular potencial de mercado dos RPPS e uma exigência de preparação para explorar esse po-

tencial. Tanto na Portaria MPS 403, de 2008, que fi xou novos critérios para avaliações atuariais, ou na Resolução 3790, do ano passado, que ampliou opções de inves-timentos de risco, o que está em jogo é a demarcação responsável de um mercado com patrimônio líquido esti-mado hoje em nada menos que R$ 44 bilhões. As novas regras não deixam de ser, porém, uma consequência do

Foto

: Rau

l Jun

ior

10 Março/abril 2010

Gestao_Selo_final-II.indd 2 4/13/10 5:03:16 PM

Page 11: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 11

trabalho realizado pelo setor em todo o País, que com-provou a viabilidade dos RPPS. Agora os regimes próprios darão mais um passo na busca de profissionalização, o grande desafio por trás de todos os esforços governamen-tais e dos próprios RPPS para consolidar e expandir o mercado. Até o fim do primeiro semestre, as associações brasileira e paulista de instituições de Previdência, Abi-pem e Apeprem, vão lançar um selo de qualidade especí-fico para a área de regimes próprios. A certificação, diz a Lúcia Helena Vieira, presidente da As-sociação Paulista de Entidades de Previdência do Estado e dos Municípios (Apeprem), será uma “garantia de serie-dade e segurança” para o próprio mercado, uma espécie de atestado de que aquele agente de mercado trabalha guiado pelos valores éticos reconhecidos pelas institui-ções envolvidas com RPPS, e será desenvolvida paralela-mente ao estabelecimento do Código de Ética do setor.

O projeto começou a ser desenvolvido no começo do ano e Lúcia acredita que a etapa de criação estará concluída até maio. Por enquanto, está definido que o selo terá apli-cação nas três áreas que têm em comum as atividades no setor: os gestores (RPPS), os agentes de mercado (insti-tuições que gerenciam recursos dos regimes, como ban-cos), e os prestadores de serviço (consultorias, escritórios de contabilidade, assessorias etc). Neste universo, serão definidas regras de atuação que permitam um relaciona-mento comercial e profissional que não fira princípios éti-cos, morais e preceitos da administração pública. “O selo é, na verdade, um estímulo à boa prática no setor”, diz João Figueiredo, ex-presidente e atual tesoureiro da Abi-pem, autor da idéia de instituição do selo de qualidade.Assim como ocorreu com um dos mais conhecidos conse-lhos de autorregulamentação do País, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), o selo da Abipem e Apeprem terá seu Código de Ética legitimado pela própria adesão do mercado aos seus princípios. “Nin-guém é obrigado a aderir”, explica Figueiredo, “mas quem quiser fazer parte dessa espécie de comunidade terá de aderir e se submeter às normas. Caso contrário, não vai receber o selo”, afirma Figueiredo. Os critérios que servirão de parâmetro para avaliação,

escolha e decisão sobre quem terá o direito de ostentar o selo vão ser construídos pelo próprio mercado e com a participação de todas as par-tes interessadas. Um requisito que seguramente será levado em conta, especialmente no caso dos bancos: quem quiser o selo não poderá fa-zer nenhum acordo que envolva compensação para captar recursos. “Essa regra, com certeza, vai constar do texto do código, porque ninguém deve pagar ou receber para fazer o que tem que fazer”, diz Figueiredo.

Lúcia Vieira explica que cada uma das três par-tes envolvidas (gestores, agentes de mercado, prestadores de serviço) trabalha no levantamen-to dos requisitos necessários para estabelecer os critérios de atuação considerados éticos. Ao todo, são sete representantes, que integram uma comissão criada especialmente para ela-borar o selo de qualidade. Eles discutem quais seriam as regras que teriam de ser obedecidas para que uma determinada instituição financei-ra seja considerada uma entidade séria, correta, por exemplo. Depois desta etapa será definido o Código de Ética do setor. “Creio que, até o Congresso da Abipem, em junho, o processo terá sido concluído”, afirma Lúcia.

Ela atenta para a necessidade do selo também diante da forte capitalização que vem ocorren-do na área de regimes próprios. “Como o mon-tante de recursos dos regimes próprios cresce mensalmente no mercado financeiro, aumenta também o assédio aos gestores, que precisam

Selo de qualidade de RPPS será concedido para gestores, agentes de mercado

e prestadores de serviço

Ninguém é obrigado a aderir, mas quem

quiser o selo terá de se submeter às normas

Estados de Minas, Rio, SP, Pará, ES, RS, Paraná

e Amapá já aderiram ao projeto

Gestao_Selo_final-II.indd 3 4/13/10 5:03:16 PM

Page 12: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

ter segurança na hora de escolher os parceiros com quem irão trabalhar”, afirma. Com a certi-ficação, argumenta a presidente da Apeprem, será delineado um padrão de comportamento no trato do mercado com os regimes próprios. “Os gestores têm dificuldade para conviver com este forte assédio. Com o selo ficaremos sa-bendo quem corresponde aos nossos critérios éticos ou não”, diz. A atuação nas três áreas será regida por uma cartilha que irá orientar o comportamento de cada uma. Quem aceitar as regras contidas no regulamento aceitará tam-bém ser eventualmente punido por desrespeito às normas.Mesmo o selo não sendo obrigatório nem im-posto, a expectativa das associações é de que ele obtenha uma grande adesão no mercado. Como ocorreu em outros setores, o selo de qualidade, por atestar o enquadramento em critérios rigorosos e conhecidos, acaba por se firmar como garantia de credibilidade de seus detentores, que com ele agregam vantagem na disputa de mercado. Quem tem o selo passa a levar vantagem sobre quem não tem. Muitas

instituições de Previdência sabem disso e já estão se adiantando.

Entidades dos Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Pa-raná, Pará e Amapá já aderiam ao projeto. Espera-se, naturalmente, a adesão individual de cada banco ou prestador de serviço ou especialmente por meio de suas associações de classe. Com o selo, a escolha dos parceiros se fará com transparência. Uma escolha com isenção, critérios objetivos e técnicos. E todos terão de prestar contas dessa transparência. Logo que as regras forem estabelecidas, serão formados três comitês de gestão, para cada segmento. De cada comitê, saem dois membros para compor o quarto comitê, o que vai supervisionar os outros três e tem também sete mem-bros. O sétimo membro será um representante nacio-nal indicado pela Abipem.

Etapa de criação do selode qualidade deverá ser

concluída até maio

Lúcia Vieira: selo se tornou uma necessidade diante da forte capitalização no setor e do

assédio do mercado aos gestores

Foto

: div

ulga

ção

12 Março/abril 2010

Fone: (11) 3071 0471www.atlanticaasset.com.br

PARA NÓS, INOVAÇÃO VEM EM PRIMEIRO LUGAR

VENHA CONHECER NOSSAS PROPOSTAS INOVADORAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Não é à toa que a Atlântica foi eleita como 1º lugar no Ranking Top Asset dos mais focados em clientes fundos de pensão* e está entre as 100 maiores gestoras de recursos do Brasil, administrando um patrimônio de R$ 413 milhões*.

E o melhor: todos os fundos atendem à Resolução 3790.

*Fonte: 25º Top Asset é publicado pela revista Investidor Institucional, edição 212 de fevereiro de 2010.Fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garantidor de Créditos - FGC. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de investimento ao aplicar seus recursos.

Gestao_Selo_final-II.indd 4 4/13/10 5:03:17 PM

Page 13: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Fone: (11) 3071 0471www.atlanticaasset.com.br

PARA NÓS, INOVAÇÃO VEM EM PRIMEIRO LUGAR

VENHA CONHECER NOSSAS PROPOSTAS INOVADORAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Não é à toa que a Atlântica foi eleita como 1º lugar no Ranking Top Asset dos mais focados em clientes fundos de pensão* e está entre as 100 maiores gestoras de recursos do Brasil, administrando um patrimônio de R$ 413 milhões*.

E o melhor: todos os fundos atendem à Resolução 3790.

*Fonte: 25º Top Asset é publicado pela revista Investidor Institucional, edição 212 de fevereiro de 2010.Fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garantidor de Créditos - FGC. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de investimento ao aplicar seus recursos.

Gestao_Selo_final-II.indd 5 4/13/10 5:03:18 PM

Page 14: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

14 Março/abril 2010

Gestores de RPPS apontam as grandes questões que o vencedor das eleições

presidenciais deste ano terá de resolver para fazer o Brasil

avançar rumo a uma Previdência Social autossustentável

Carlos Vasconcellos

CapaIlu

stra

ção:

Nak

ata

Velhos desafi os para um novo

presidente

capa-6.indd 2 4/13/10 5:05:02 PM

Page 15: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 15

A campanha presidencial ainda não começou ofi-cialmente, mas pouco a pouco ela vai tomando conta do noticiário. É inevitável. Discursos in-

flamados, trocas de acusações, propostas de governo, alianças nacionais e regionais, além de propaganda eleitoral vão protagonizar o cenário brasileiro de 2010. Por enquanto, os virtuais candidatos de ponta desta eleição – o governador de São Paulo, José Serra, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff – evitam apresentar suas plataformas eleitorais. Mas quaisquer que sejam seus programas de governo, um tema terá de ser abordado: a Previdência Social. Como parte do sistema nacional de Previdência, os regimes próprios de Estados e municípios já estão de olho no futuro e têm grande expectativa de que muitos dos nós que hoje atravancam o progresso previdenciário no Brasil sejam finalmente desatados na próxima gestão. Os gestores reconhecem avanços nos últimos anos, mas também advertem para problemas muito antigos que permanecem sem solução. Do alto de um patrimônio de R$ 44 bilhões em ativos, os RPPS tomam a voz para reivindicar as mudanças que consideram fundamentais para o segmento nos próximos anos. Novas possibilidades de investimen-to, mais participação no Conselho Nacional de Previ-

dência, regulamentação para aposentadorias especiais, concessão de crédito consignado para servidores e pensionistas, agilização no pagamento de compensações previdenciárias e alteração de limites de idade para aposenta-doria são alguns dos pontos citados. A agenda é ampla. “Alguma coisa terá de avançar, obri-gatoriamente, mas só em 2011, já que em ano de eleição as propostas não andam no Con-gresso”, diz José de Anchieta Batista, diretor-presidente do Acre Previdência, instituto dos servidores do Estado do Acre.Para o cientista político Geraldo Tadeu Montei-ro, do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social, o diagnóstico é preciso. Segundo ele, o calen-dário eleitoral brasileiro e a cultura política do País não ajudam na elaboração de grandes reformas, como a fiscal, política ou previden-ciária. “Com eleições de dois em dois anos, o tempo é curto para tentar um conjunto de reformas amplo”, explica. “Há um movimento entre um nível e outro, o vereador de hoje é o candidato a deputado federal de amanhã; o prefeito se lança ao governo do Estado, um mi-nistro busca uma vaga de senador. E ninguém

Para cientista político, FHC e Lula deixaram longa agenda de reformas incompletas ou não-realizadas

capa-6.indd 3 4/13/10 5:05:02 PM

Page 16: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

16 Março/abril 2010

quer pagar o preço de reformas que têm um custo político e econômico tão alto.”No caso específico da reforma da Previdência, Geraldo Tadeu aponta algumas dificuldades adi-cionais. “O sistema é deficitário e a tendência é que esse rombo aumente: a sonegação é gran-de e as despesas vão aumentar”, diz. “Ao mes-mo tempo, é uma reforma que mexe com algo muito delicado: as aposentadorias de milhões de eleitores. É por isso que os presidentes, por mais poder político que tenham, não levam o assunto até o fim.” E mesmo que tentassem, falta con-senso parlamentar para conduzir essa e outras reformas, mesmo na base aliada do governo. Ou seja, ninguém concorda sobre a extensão e a pro-fundidade dessas mudanças. Desse modo, diz o cientista político, tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, deixam uma longa agenda de reformas incompletas ou não-realizadas. “A ten-dência é rebocar uma parede, fazer um puxadi-nho, em vez de fazer grandes reformas”, brinca.

Para Mário Mamede, presidente do Instituto de Pre-vidência dos Servidores Municipais de Fortaleza, melhor do que tentar usar sua força política para desenterrar velhos projetos de reforma das gavetas do Congresso Nacional seria que o presidente elei-to partisse para novas iniciativas. “Muito em breve teremos uma das maiores populações de idosos do mundo a reivindicar direitos previdenciários e outros que devem ser garantidos pelo Estado”, diz. “Seria desejável que as discussões sobre reforma previden-ciária estivessem embasadas em conhecimento emi-nentemente técnico.”Já André Luiz Goulart, presidente da Amiprem, Asso-ciação Mineira dos Institutos de Previdência Munici-pal (Amiprem), tem esperança de que os legisladores tenham mais interesse no tema Previdência. “Since-ramente, seria bom que essa reportagem fosse dis-tribuída para todos os parlamentares e candidatos, para que eles pelo menos elaborassem seus proje-tos sabendo do que estão falando”, afirma. Mas se é difícil que o próximo presidente quebre esse ciclo

e promova uma reforma radical na Previdência, os gestores de RPPS esperam que pelo menos haja avanços significativos no setor. “O próximo presidente deve ter capacidade de arti-culação e diálogo institucional

com a sociedade civil, para que a Previdência se tor-ne autossustentável e se transforme efetivamente em uma política de Estado”, diz Mamede. “Na verdade, os esforços desenvolvidos recentemente pelo Minis-tério da Previdência Social são os primeiros passos nessa busca do equilíbrio previdenciário”, acrescenta. “Como trabalhamos com horizonte de prazos longos, de 30, 35 anos, tal postura deve ser contínua.”A continuidade do trabalho, naturalmente, dependerá muito do ministro que o presidente eleito escolher para ocupar a pasta da Previdência Social. O cientista polí-tico Geraldo Tadeu observa que o Ministério da Previ-dência não possui tanto peso para a barganha política, pois tem menos recursos a distribuir e sua atuação é amarrada por uma legislação estrita. “Por outro lado, se o ministro consegue melhorar um pouco que seja o atendimento, a rapidez na concessão, ele ganha pontos com um grande número de eleitores.”Sandra Garcia, presidente do Ipern, Instituto de Previ-dência dos Servidores do Rio Grande do Norte, defen-de que todos os cargos de direção do Ministério devem ser ocupados por servidores de carreira. “Isso cria um

Eleições praticamente adiam qualquer mudança de cenário para 2011

Monteiro: Em lugar de reforma, a tendência é ‘rebocar uma parede, fazer um puxadinho’

Foto

s: d

ivul

gaçã

o

capa-6.indd 4 4/13/10 5:05:02 PM

Page 17: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 17

compromisso maior com os resultados do setor”, diz. Goulart, por sua vez, espera ainda que haja mais estí-mulo para o segmento de RPPS, hoje adotado em cerca de 1,9 mil dos cerca de 5,5 mil municípios brasileiros. “O RPPS não é apenas uma declaração de independên-cia para os municípios, mas também um alívio para o regime geral da Previdência Social”, afirma. Só que estimular a adesão de mais cidades ao regime próprio de Previdência não é uma tarefa simples. Para o diretor do MSPrev, regime próprio de Previdência dos servidores do Mato Grosso do Sul, Moacyr Salles, falta cultura previdenciária ao Brasil e a proteção ao patri-mônio dos fundos deveria ser reforçada. “Muitos mu-nicípios e servidores temem aderir ao regime próprio e ficar sujeitos a abusos – que não acontecem apenas em cidades pequenas”, ressalta.Alguns temas polêmicos também estão na pauta dos gestores de RPPS. O aumento na expectativa de vida da população pressiona os insti-tutos de Previdência e cada vez mais administradores de regimes próprios pedem que haja mudan-ças no limite de idade para as aposentadorias. Grande parte dos gestores também questiona a dife-rença de cinco anos no tempo de serviço para a aposentadoria das mulheres, tendo em vista que elas estão vivendo mais do que os homens. Outro tema importante, segundo os gestores de RPPS, é a regulamentação das aposen-tadorias especiais no âmbito dos regimes próprios. Os institutos pedem que haja uma regulação federal para o tema. Pela lei atual, a regulamentação deve estar a cargo dos próprios municípios e, na ausência dessa re-gulação local, o instituto deve seguir a norma prevista para as aposentadorias do regime geral. É o que tem reforçado a Justiça nos casos que chegam aos tribu-nais, provocando prejuízos para os institutos estaduais e municipais. “Com uma norma federal teríamos um pa-râmetro para lidar com esses casos sem correr o risco de conceder aposentadorias ilegais”, defende Fagner Gonçalves, presidente da Agoprem, Associação Goiana de Previdência do Estado e Municípios.Os institutos também querem mais voz junto ao Minis-tério. Evandro Antônio da Silva, presidente da Aepre-merj, associação dos institutos municipais do Estado do Rio de Janeiro, reclama que só as capitais e os Esta-dos estão bem representados no Conselho Nacional de Previdência, o Conaprev. “A composição do conselho não leva em conta os municípios do interior”, diz. Silva

não é o único a reclamar. “Os municípios pe-quenos têm anseios e necessidades diferentes do que se vê nos regimes próprios de Estados e capitais”, afirma Gonçalves, da Agoprem. Ele cita como exemplo a unificação do banco de dados dos regimes próprios por meio do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais). “O sistema é difícil de instalar, é preciso contratar uma empresa para fazer com que a platafor-ma funcione”, afirma Gonçalves. “E isso é difícil para os municípios menores, que correspon-dem a 90% dos regimes próprios e recebem taxas de administração pequenas.”Naturalmente, medidas que aliviem o caixa dos institutos municipais ou estaduais são pon-tos importantes na pauta de reivindicações. A maioria dos gestores defende a abertura de novas possibilidades de investimento. A ex-

Manter o País na rota do equilíbrio vai depender de quem será o novo

ministro da Previdência

Mamede: melhor que desenterrar velhos planos seria o novo presidente partir para novos projetos

capa-6.indd 5 4/13/10 5:05:03 PM

Page 18: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

18 Março/abril 2010

ploração do crédito consignado a servidores, aposentados e pensionistas é defendida com unhas e dentes pelos gestores. “A proposta alia o fomento das condições sócio-econô-micas locais com a obtenção de resultados financeiros mais rentáveis e com maior se-gurança para o patrimônio desses regimes”, defende Silva, da Aepremerj. “Uma boa re-gulamentação da matéria poderia afastar al-guns temores, como influências políticas no direcionamento e concessão desses recursos; também poderíamos adotar seguros para co-brir o risco de óbito dos beneficiários desses empréstimos.”Outra reivindicação para o próximo governo é facilitar o recebimento das compensações

previdenciárias. “Seria bom encon-trar um jeito de tornar o processo mais ágil”, diz Gonçalves, da asso-ciação goiana de regimes próprios. “É mais dinheiro que entra!” Salles, do MSPrev, vai mais longe: “O novo governo poderia direcionar para os

RPPS recursos das loterias e até mesmo dar aos insti-tutos uma participação na arrecadação federal sobre bens públicos, como o petróleo do pré-sal ou a gera-ção de energia hidrelétrica”, defende. “A riqueza da União é de todos.”Mas há quem pense que o futuro do setor de RPPS não depende tanto assim do presidente da República. “É claro que algumas regulações feitas por meio do Ministério da Previdência podem ajudar, mas não vejo como o presidente pode intervir tanto assim”, diz Antô-nio Carlos Machado, diretor do instituto de Previdência dos servidores de Feira de Santana, na Bahia. “Os avan-ços têm de vir dos próprios institutos”, conclui. Confira a seguir mais detalhes sobre as mudanças esperadas pelo setor na gestão do presidente do Brasil que será eleito neste ano.

Salles: ‘Novo governo poderia direcionar recursos das loterias para os RPPS’

Gestores criticam falta de representação de municípios do

interior no Conaprev

capa-6.indd 6 4/13/10 5:05:04 PM

Page 19: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 19

Pelo direito ao mercado de crédito

instituto de Previdência dos ser-vidores de Fortaleza, concorda e acrescenta: “O Regime de Previ-dência Complementar já vem fa-zendo tais empréstimos. Somos totalmente favoráveis.” Já Fagner Gonçalves, presidente da Ago-prem, Associação Goiana de Ins-titutos de Previdência Municipal, aponta mais uma vantagem des-sa modalidade de crédito para os regimes próprios “Se for adminis-trado pelos institutos, o dinheiro fi ca no município”, diz. “E desse modo, o regime próprio cumpre seu papel como instrumento de desenvolvimento local.” Alguns gestores defendem a adoção dessa modalidade de empréstimo, mas advertem que é preciso ter cautela. “Apoio o

empréstimo consignado, desde que seja criado um fundo num banco, que também tenha res-ponsabilidade nisso”, pondera José Anchieta Batista, presi-dente do Acre Previdência, ins-tituto dos servidores estaduais do Acre. Batista lembra que o crédito consignado é um inves-timento para o RPPS e não um empréstimo social, com juros subsidiados. “Ele é uma garan-tia de paz para o futuro, não pode representar um prejuízo na comparação outros tipos de aplicação. Temo que os sin-dicatos de servidores possam pressionar excessivamente por redução nas taxas a serem co-bradas.”Evandro José da Silva, presi-

Dentre todas as reivindicações dos regimes próprios municipais e estaduais ao próximo gover-no, uma delas é praticamente unânime: o direito a operar no apetitoso segmento de crédito consignado. A grande maioria dos gestores de RPPS pede que o governo libere o empréstimo para servidores e pensionistas como forma de investimento. “No empréstimo consignado eu corro menos risco, a rentabilida-de é maior, e o servidor, que é o legítimo dono do instituto, pode pagar juros mais baixos pelo cré-dito”, enumera André Luiz Gou-lart, presidente da Ameprem, Associação Mineira dos Institu-tos de Previdência Municipal.Mário Mamede, presidente do

Regimes Próprios de Previdência Social querem aliar investimentos no mercado fi nanceiro à possibilidade de atuar no segmento de empréstimo consignado para servidores e aposentados

capa-6.indd 7 4/13/10 5:05:04 PM

Page 20: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

20 Março/abril 2010

dente da Aepremerj, associação dos institutos municipais do Es-tado do Rio de Janeiro, também defende que o próximo presi-dente libere o crédito consigna-do para os RPPS. Mas crê que o investimento precisa de uma boa regulamentação. “Se o mer-cado for bem regulado, afastará temores mais comuns, como influências po-líticas no dire-cionamento e concessão des-ses recursos; e a securitização desses emprés-timos acabaria com o risco de óbito dos beneficiários do cré-dito”, explica.Mas se há tantas vantagens e o risco é relativamente baixo para o setor, por que o governo federal não libera o emprésti-mo consignado para o RPPS? Um gestor que pede para não ser identificado especula: “Não é do interesse porque isso des-viaria recursos da renda fixa, que é atrelada a títulos públi-

cos federais e o governo precisa se financiar”.Polêmicas à parte, o emprés-timo consignado não é a única reivindicação dos institutos de Previdência municipais e estadu-ais para o próximo governo em matéria de gestão de recursos. “É preciso rever os parâmetros

e limites de in-vestimento dos recursos vincu-lados aos fun-dos e institutos de RPPS para garantir alterna-

tivas capazes de oferecer renta-bilidade compatível com a meta atuarial e as obrigações desses regimes”, diz Silva (leia mais so-bre o mercado de investimentos na página 28). Mamede, do instituto de Forta-leza, por sua vez, acredita que o portfólio de investimentos dispo-nível para os regimes próprios é suficiente para um bom gerencia-mento dos recursos. “No entanto, creio que as aplicações de curto prazo, como sobras de caixa, por

Silva, da Aepremerj: ‘Se o mercado for bem regulado, afastará temores mais comuns, como influências políticas’

Para gestores, mercadooferece menor risco

e maior rentabilidadeque as aplicações

capa-6.indd 8 4/13/10 5:05:08 PM

Page 21: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

prefeito que só sabe fazer dívi-da”, alerta. Ele conta que a as-sociação goiana de RPPS estuda uma maneira

de fazer com que os fundos invis-tam em projetos de infraestrutura com modelos de fi nanciamento via instituição bancária, com se-guro para garantir o crédito. “Para funcionar, ainda vai precisar mui-ta conversa entre os institutos de Previdência, bancos e o Ministé-rio da Previdência”, diz. E quem sabe, se a engenharia fi nanceira for realmente boa, o próximo pre-sidente da República não dá uma forcinha para essa ideia? (C.V)

exemplo, deve-riam ser permiti-das e mais bem explicitadas na regulação do se-tor”, defende.Outra proposta dos gestores ao futuro governo é permitir que os institutos de RPPS participem como cotistas de projetos de infraestrutura em Estados e municípios. “Quere-mos investir no Estado, mas sem perigo de calote”, diz Batista, do Acre Previdência. Ele conta ainda que negocia com alguns bancos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, a possibilida-de de direcionar os recursos de aplicações do instituto para em-presas e projetos no Acre. “Hoje o dinheiro fi ca nos bancos e é apli-cado em proje-tos nos grandes centros, não traz benefício direto para o Estado.”Gonçalves, da Agoprem, lembra que – para que o investimento em projetos e obras funcione – é preciso criar algumas salva-guardas. “A regra tem de ser muito bem elaborada e os projetos bem escolhidos. Tem

Gonçalves, da Agoprem: O dinheiro fi ca no município e contribui com o desenvolvimento local

Setor tambémreivindica novas regras

para investimentos no mercado fi nanceiro

Previdência Nacional 21

capa-6.indd 9 4/13/10 5:05:09 PM

Page 22: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

22 Março/abril 2010

Efeito longevidade

fugir disso. A questão da idade mínima vem sendo posta nos principais projetos de reforma previdenciária experimentados ao redor do mundo”, diz Evan-dro José da Sil-va, presidente da Aepremerj, associação dos institutos de re-gimes próprios do Estado do Rio de Janeiro. “Temos que preservar o custeio das obrigações previdenciárias em uma realidade onde a popu-lação atinge expectativas de vida cada vez mais elevadas. Não é mais admissível a concessão de benefícios sem que se considere primordialmente a idade em que

os trabalhadores irão entrar em gozo dessas prestações.”Só que mexer no limite de idade das aposentadorias – 65 anos para o homem e 60 para as mu-

lheres – não apenas tem um grande custo político, mas também outras i m p l i c a ç õ e s . Para Moacyr Salles, presiden-

te do MSPrev, instituto de Previ-dência dos servidores estaduais do Mato Grosso do Sul, simples-mente elevar a idade mínima da aposentadoria traz um efeito co-lateral negativo, ao obrigar tra-balhadores do regime geral ou servidores a fi car mais tempo na

Setenta e três anos. Essa era a expectativa de vida do brasileiro em 2008, segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE pu-blicada em outubro do ano pas-sado. Evidentemente, o número é um sinal dos avanços sociais ob-tidos nas últimas décadas, efeito das melhorias no acesso a ser-viços básicos de saúde e na dis-tribuição de renda, entre outros fatores. No entanto, os 73 anos são apenas o indicativo de que é preciso avaliar, na análise de gestores de Previdência de todo o País, a defi nição de novos pa-drões para a aposentadoria com urgência na agenda do próximo presidente da República, seja quem for o ganhador das pró-ximas eleições. “Não podemos

Regimes próprios esperam mudanças na idade mínima da aposentadoria para toda a população, como forma de compensar os custos com o aumento da expectativa de vida do brasileiro

Alguns países estudamfi xar valor de

aposentadoria conforme necessidade, sem

relação com contribuição

Efeito longevidade

capa-6.indd 10 4/13/10 5:05:10 PM

Page 23: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 23

direitos iguais aos homens, in-clusive em todas as profissões”, diz Mário Mamede, presidente do instituto dos servidores mu-nicipais da cidade de Fortaleza. “É justo que elas tenham os mes-mos direitos e as mesmas obri-gações. Direitos iguais: tempo de aposentadoria igual.” Evandro José, da Aepremerj, concorda. “Em que pese o argumento de que as mulheres sofrem com a

chamada ‘dupla jornada’, acu-mulando tare-fas de casa com suas obrigações profissionais, o custo dessa con-dição especial

de aposentadoria para o sexo feminino vem se tornando insus-tentável para os sistemas previ-denciários”, diz.De fato, a ideia da igualdade de obrigações entre homens e mulhe-res vem ganhando cada dia mais apoio na pauta de reivindicações dos gestores de regimes próprios. No entanto, ela ainda não é uma unanimidade. “Se a mulher cum-priu seus 30 anos de serviço, ou 25 se trabalhar na educação, tem a obrigação de se aposentar”, de-fende Antônio Carlos Machado, do instituto dos servidores de Feira de Santana, na Bahia. “Não acho que se deva mexer no limite da idade nem da mulher nem do homem.” E quanto aos inevitáveis déficits? “Os municípios devem repassar verbas para cobri-los.”Sandra Garcia, do Ipern, Instituto de Previdência dos Servidores Es-taduais do Rio Grande do Norte, diz que o aumento do limite de idade da mulher poder ser diluí-do pela elevação dos gastos com licenças de saúde. “Muitas mulhe-res são chefes de família, acumu-

lam papeis de mãe, pai, educado-ra. Quantas terão condições de trabalhar mais cinco anos?”, argu-menta. “O que adianta fazer com que essa trabalhadora contribua mais cinco anos se ela passar es-ses cinco anos onerando os cofres pelo outro lado?”Já para Jocelaine Moraes de Sou-za, diretora de previdência do ins-tituto dos servidores municipais de Curitiba e presidente da Associa-ção Paranaense das Entidades Pre-videnciárias, a questão é pertinen-te. “Essa conta faz muita diferença para os cofres da Previdência”. Se-gundo ela, o problema terá de ser enfrentado “da mesma forma que já enfrentamos outras questões po-lêmicas”. Ela não acredita, porém, que o próximo presidente terá von-tade política para mexer na dife-rença de idade. Para ela, o assunto vai levar muitos anos em discussão. Como se vê, são muitas – e com-plexas – as questões para ocupar a cabeça do próximo governante do País. (C.V.)

ativa. “Isso criaria uma expectati-va negativa de emprego para os mais jovens, tornaria mais difícil encaixar os recém-formados no mercado de trabalho, especial-mente num momento em que cada vez mais a tecnologia elimi-na empregos”, pondera.Consequentemente isso poderia desequilibrar a outra ponta do sistema, prejudicando a entrada de receitas e criando mais de-semprego, argu-menta Salles. “Se criarmos um sis-tema social menos oneroso para o trabalhador, pode-mos ter uma Previ-dência mais tran-qüila, porque hoje ela é voltada para custear aqueles serviços que o governo não dá”, continua. “Outros países, como Itália, Ca-nadá e Japão, estão caminhando no sentido de prover ao aposen-tado não aquilo que ele contri-buiu, mas um valor que atenda suas necessidades básicas. Mas isso só pode funcionar com uma grande rede de proteção social, senão o pensionista está ferrado se precisar recorrer a um serviço hospitalar, por exemplo.”Mas alterar o limite de idade não seria o único recurso nas mãos do próximo presidente para diminuir a chamada pressão demográfica sobre a Previdência Social. Mui-tos gestores de RPPS defendem que a idade de aposentadoria de homens e mulheres seja iguala-da. Especialmente, porque os 73 anos de expectativa média de vida escondem um fato: as brasileiras estão vivendo quase oito anos a mais do que os brasileiros. “As mulheres, estatisticamente vivem mais do que os homens. Elas reivindicam, cada vez mais,

Estender atuação dos mais velhos no

trabalho pode impedir abertura de vagas para

os mais novos Sandra, do Ipern: tempo de serviço maior pode onerar sistema de saúde

capa-6.indd 11 4/13/10 5:05:12 PM

Page 24: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

24 Março/abril 2010

Uma lei para todos

ízo. Por isso, os gestores de regi-mes próprios fazem um apelo ao próximo presidente da República: uma lei federal para as aposenta-dorias especiais, por favor!“Precisamos defi nir essa questão o mais rápido possível”, diz José Anchieta Batista, presidente do Acre Previdência, instituto dos servidores estaduais do Acre. Ele conta que vem batendo in-s i s tentemente nessa tecla nos encontros do Conselho Nacio-nal de Previdên-cia, o Conaprev. “Se a conta tem que ser paga por alguém, que seja dividida pelos outros servidores, numa espé-cie de fi nanciamento antecipa-do. Mas aí, argumentam que as aposentadorias especiais são de ‘interesse social’. Ora, se são de

interesse social, que sejam fi nan-ciadas pelo Estado!”Em linhas gerais, as aposenta-dorias especiais são pagas aos trabalhadores submetidos a si-tuação permanente de risco e implicam aumento no valor das pensões ou redução do tempo de contribuição. Trabalhadores do setor de educação também possuem direito a aposentado-

rias especiais caso cumpram alguns requisitos. “Se há um gran-de volume de de-mandas judiciais, por que não re-gu lamenta r? ” ,

pergunta Fagner Gonçalves, pre-sidente da Agoprem, associação dos regimes próprios municipais do Estado de Goiás. “Desse jeito a gente não aposentaria ninguém de modo irregular, nem correria

A obrigação é de Estados e mu-nicípios. Pela legislação vigente, cabe a eles criar as próprias re-gras para a concessão de aposen-tadorias especiais no âmbito dos regimes próprios de Previdência. Na ausência dessa legislação lo-cal, a Justiça entende que devem ser aplicadas as condições impos-tas pelo Regime Geral de Previ-dência Social. E aí é que as coisas começam a fi car difíceis para a vida dos gestores de RPPS. Seja pelo custo político de aprovar uma lei como essa nas Câmaras de Vereadores ou Assembleias Legislativas, seja pela difi culdade técnica de amarrar um texto que envolva aspectos complexos, o fato é que a imensa maioria dos Estados e municípios não tem le-gislação própria para esses casos e a cada dia mais e mais institutos de RPPS encaram derrotas nos tribunais e se afundam em preju-

Novo governo terá de desatar o nó das aposentadorias especiais, para as quais os regimes próprios defendem uma legislação federal

Aposentadorias especiais são pagas

a trabalhadores submetidos a situação permanente de risco

para todos

capa-6.indd 12 4/13/10 5:05:13 PM

Page 25: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 25

o risco de criar leis que mais tar-de poderiam ser consideradas inconstitucionais.”André Luiz Goulart, presidente da Amiprem, Associação Minei-ra dos Institutos de Previdência Municipal, defende a autonomia dos regimes próprios, mas apon-ta a necessidade de uma regra federal nesse caso. E vai além: o novo presidente da República deveria lutar pela simplificação de toda a regulamentação do setor previdenciário. “A lei para aposentadorias especiais tem de vir dentro de uma revisão g eral da legislação”, sustenta, ar-gumentando que o emaranhado legal da Previdência provoca in-segurança jurídica.Evandro José da Silva, da Ae-premerj, associação de regimes próprios municipais do Estado do Rio de Janeiro, diz que, além da regulamentação das aposentado-

Batista, do Acre Previdência: ‘Se aposentadorias especiais são de interesse social, que sejam

financiadas pelo Estado’

capa-6.indd 13 4/13/10 5:05:15 PM

Page 26: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

26 Março/abril 2010

instituidor, desti-nados a determi-nadas categorias funcionais ou vinculados a en-tidades associati-vas. “Entretanto, para que essa alternativa seja possível, deve-se primeiro rever o texto constitucio-nal, que obriga que os fundos de pensão para servidores tenham natureza pública”, diz.Já para Moacyr Salles, do MS-Prev, instituto dos servidores es-taduais do Mato Grosso do Sul, o próximo presidente da República terá de usar sua habilidade polí-

rias especiais, o governo federal deveria estudar a possibilidade de permitir que os regimes pró-prios estabeleçam regimes de Previdência complementar para agentes públicos. Mas ressalta que é preciso cautela. “Levando em conta a quantidade de partici-pantes que ingressaria nesses fun-dos, a Previdência complementar seria inviável para a maioria dos municípios brasileiros”, diz. Uma alternativa, sustenta Silva, seria a constituição de fundos multipatrocinados ou a adesão a outras entidades de Previdência complementar, como se faz nos planos complementares do tipo

tica para desatar no Congresso Na-cional o nó das aposentadorias especiais. “Defini-tivamente ela só deveria ser con-cedida para os

trabalhadores em situação de ris-co, previamente definida em lei”, defende. “Juízes que incorporam adicionais ao valor da aposen-tadoria, militares promovidos depois de reformados: tudo isso tem de acabar. Os pensionistas têm de receber de acordo com o que contribuíram”, conclui o ges-tor. (C.V.)

RPPS querem direito de oferecer regimes

de Previdência complementar para

servidores

Uma liminar concedida pela Justiça no fim do ano passado ao Sindicato dos Servidores Pú-blicos do Município de Curitiba obrigou o instituto de Previ-dência da capital paranaense a aplicar as regras do regime geral para a concessão de aposenta-doria especial aos trabalhadores que se enquadrem nas condições determinadas de insalubridade e periculosidade. A decisão ainda não é definitiva, mas o impacto pode ser grande. Hoje, oito mil servidores do município rece-bem algum adicional de insalu-bridade. “Ainda vamos medir o impacto dessa liminar nos cofres do Instituto e em nosso cálculo atuarial”, diz Jocelaine Moraes de Souza, diretora de Previdên-

No PR, liminar obriga RPPS a seguir regra de regime geral na aposentadoria especial

Jocelaine: ‘Há uma enxurrada de decisões (judiciais) em favor de servidores. Seria perda de tempo lutar contra isso’

capa-6.indd 14 4/13/10 5:05:15 PM

Page 27: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Goulart: Novo presidente deveria lutar pela simplifi cação de toda a regulamentação do setor previdenciário

Previdência Nacional 27

cia do instituto e presidente da Associação Paranaense das En-tidades Previdenciárias.A decisão ainda é provisória, mas nem a prefeitura, nem o ins-tituto pretendem revertê-la. “Há uma enxurrada de decisões em favor de servidores, em casos parecidos. Seria um desgaste enorme e uma perda de tempo lutar contra isso”, justifi ca Joce-laine. A liminar veio acelerar um processo de reforma na regu-lamentação de aposentadorias especiais na capital paranaen-se, que já vinha sendo estudado pelo instituto. “Primeiro, vamos fazer um decreto regulamen-tando a situação dos servido-res que forem enquadrados por essa liminar.”

O passo seguinte seria criar uma legislação local para essa classe de aposentadoria. Essa legislação seria mais restritiva que o decreto, que teria de se-guir as regras do regime geral, diz Jocelaine. Há, no entanto, um obstáculo no caminho. “É um imbroglio jurídico. Não te-mos certeza quanto à nossa competência legal para legis-lar sobre o tema sem que haja uma lei federal a respeito.”, diz ela, que teme que Curitiba faça uma lei municipal e de-pois o instituto sofra restrições na concessão da CRP. “Uma lei complementar federal regula-mentando as aposentadorias especiais deveria estar pronta há dez anos”, conclui.

capa-6.indd 15 4/13/10 5:05:17 PM

Page 28: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

28 Março/abril 2010

Governo amplia prazo para adequação dos regimes próprios às regras de investimentos em renda fi xa previstas pela Resolução

3790, de setembro do ano passadoCarlos Vasconcellos

O tempo de calmaria para os gestores de regi-mes próprios vai acabar. Colocar os recursos na renda fi xa e esperar os rendimentos – se-

guros, ainda que baixos – não será mais tão simples. Sabendo disso, o Ministério da Previdência Social re-solveu dar uma colher de chá para os gestores que não estavam preparados para as mudanças estabe-lecidas pela Resolução 3790, de setembro passado. No apagar das luzes de 2009, o Ministério editou a Portaria 345, que na prática amplia o prazo de ade-quação dos investimentos de RPPS em fundos de renda fi xa.A Portaria regulamenta alguns pontos relativos à re-solução baixada pelo Conselho Monetário Nacional. Conforme a 3790, o CDI perderá espaço como parâ-metro de rentabilidade e para dar lugar ao IMA (Índi-ce de Mercado Andima) e seus subíndices. Pela nova regra, os RPPS terão de investir no mínimo 70% dos recursos da renda fi xa em fundos atrelados a esse indicador. De acordo com os limites previstos pela resolução, isso signifi ca que o volume atrelado aos índices Andima poderia chegar a 49% dos recursos totais de um instituto. Essa mudança deveria acon-tecer no fi m de março, mas a Portaria 345 informa aos institutos de regimes próprios que – sem anular a Resolução 3790 – o Ministério simplesmente não vai fi scalizar o cumprimento dessa norma até 1º de

Investimentos Renda Fixa

Foto

: div

ulga

ção

Mais tempo para as mudanças

Régis Abreu, diretor da Anbima: O IMA e seus subíndices são ‘um retrato da dívida pública’ do governo federal

IMA.indd 2 4/13/10 5:13:19 PM

Page 29: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 29

julho do ano que vem, quando en-tão os institutos que não estiverem enquadrados perderão o direito ao Certificado de Regularidade Previ-denciária.João Figueiredo, tesoureiro da As-sociação Brasileira dos Institutos de Previdência Estaduais e Municipais (Abipem) e con-selheiro da Associação Paulista de Entidades de Previ-dência do Estado e dos Municípios (Apeprem), diz que a extensão do prazo veio atender a uma demanda do se-tor de RPPS. “Ela reduz o risco de erros nessa transição para o novo parâmetro de rentabilidade”, diz. O econo-mista Paulo Di Blasi, professor de finanças do IBMEC-RJ, considera que a medida teve bom senso. “Esse tipo de processo tem de ser gradual, porque vamos mudar para um indicador muito mais volátil”, justifica.Mas afinal, o que é o novo indicador? Segundo Régis Abreu, diretor da Anbima, Associação Brasileira das En-tidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a criação da família de índices IMA faz parte de um esforço para criar novas referências para o mercado financeiro. “O índice é um retrato da dívida pública, uma cesta de títu-los que espelha a composição da carteira de papéis do governo, com títulos pré-fixados, pós-fixados, atrelados aos índices de inflação”, explica.

Cada subíndice, por sua vez, fica vinculado a uma dessas parcelas que compõem o perfil da dívida do Tesouro. “É uma referência voltada para o longo prazo, especialmen-te adequada para o setor previdenciário”, afirma Abreu, lembrando que dezenas de grandes fundos de pensão fechados já adotaram a família IMA como referência para renda fixa. O diretor da Anbima explica que a família IMA faz par-te de uma série de indicadores lançados pela associa-ção para criar novos parâmetros de mercado. Além do

IMA, existe o IHFA (para hedge funds, voltado para os multimercados) e será lançado o IDA (voltado para debêntures), formando, segundo Abreu, um portfólio completo de indicadores financeiros. “Na verdade, temos índices respei-táveis para o mercado acionário, mas não para o mercado de balcão, que é a realidade da ren-da fixa”, diz.Na opinião de Abreu, os juros interbancários de um dia – o CDI - são “uma bizarrice, uma excres-cência”, herança de um tempo de juros reais ex-cessivamente altos que provocava uma atrofia no sistema financeiro. “Ativos com prazo de um dia e taxa variável eram uma opção conserva-dora. O gestor tinha uma meta atuarial de INPC mais 6% e aplicava na renda fixa recebendo 10% ao ano”, diz. “Isso acabou. O juro real no Brasil ainda é alto, mas é ilusão pensar que vai ser assim para sempre. Eles vão ficar cada vez

mais próximos da meta atuarial, em torno de 6,5% ou 6,7%, ou até mesmo abaixo dela. Quem quiser ser um bom gestor previdenciário vai ter de olhar dez anos para fren-te e não dez anos para trás.”Di Blasi lembra que os RPPS de-verão utilizar o IMA geral ou os

subíndices atrelados aos indicadores de infla-ção. O IMA S, atrelado à Taxa Selic, os juros básicos da economia, é vedado aos regimes próprios. “O uso dos índices inflacionários vai casar melhor a rentabilidade do investimento com a meta atuarial dos institutos de regimes próprios”, afirma Di Blasi. Mas o economista lembra que, para lidar com o novo parâmetro de rentabilidade, os gesto-res de RPPS devem se preparar para enfren-

RPPS terão de investir no mínimo 70% dos recursos da renda fixa

em fundos atrelados ao IMA

Ministério decidiu não fiscalizar enquadramento nas regras da renda

fixa até 1º de julho de 2010

IMA.indd 3 4/13/10 5:13:19 PM

Page 30: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

30 Março/abril 2010

tar oscilações mais fortes, pois os indicadores IMA são voláteis. Ou seja, há possibilidades de mais ganhos e também de fortes perdas, espe-cialmente se houver necessidade de resgatar os recursos antes do prazo de vencimento.“No ano passado, os índices IMA tiveram um bom desempenho, mas houve alguns dias e alguns meses em que tiveram rentabilida-de negativa.”Em parte isso acontece por influên-cia indireta do CDI, explica Di Blasi. Em um subíndice IMA atrelado ao IPCA, por exemplo, o rendimento corresponde à inflação e mais um cupom, o juro real pré-fixado. “Se você vende o papel antes do vencimento e o CDI do dia for mais alto, você per-de. Se estiver mais baixo que o cupom, você ga-nha”, diz. “Nesse caso, o comportamento é similar ao dos fundos de renda fixa pré-fixados”, continua o economista. Quanto à influência do CDI, Di Bla-si acredita que ela será sentida por muito tempo, apesar dos esforços para alterar os parâmetros de rentabilidade. “É inevitável, o CDI ainda é padrão para todo o mercado financeiro e você não muda essa cultura da noite para o dia.”

Nessa nova fronteira de riscos, Figueiredo observa que os gestores que estiverem mais acostumados a fazer aplicações em renda variável terão menos dificuldade de se adaptar à volatilidade dos fundos IMA. Abreu, da Anbima, minimiza o risco desses altos e baixos. “O passi-vo atuarial também é volátil. O investimento precisa ser ajustado no longo prazo”, afirma. O diretor da Anbima acredita que a adesão dos RPPS ao parâmetro IMA é po-sitiva. Para ele, a regulação dos regimes próprios precisa avançar mais. “Tivemos grandes avanços nos regimes fe-chados, que formaram grandes fundos de pensão, mas isso ainda não aconteceu no âmbito dos RPPS”, avalia. Abreu, no entanto, ressalta que a utilização dos índices Andima pelos regimes próprios de Previdência não deve-ria ser compulsória. “O ideal seria oferecê-lo como mais uma alternativa, dar flexibilidade aos regimes próprios para que eles se ajustem de modo mais saudável”, diz. O alinhamento dos investidores seria natural. Figueiredo concorda: “Poder entrar no IMA foi bom. Ter de aderir de uma vez só é que é ruim.”Di Blasi ressalta que a possibilidade de investir em fun-dos atrelados aos índices Andima é positiva para diversi-ficar as alternativas dos gestores de RPPS. Mas observa que o risco pode ficar alto demais se o instituto seguir o teto dos investimentos indicados pela Resolução 3790. “Se o gestor aplicar o teto de 30% do total de recursos em renda variável e cumprir a determinação de um piso de 70% dos investimentos de renda fixa atrelados ao IMA, o risco pode subir muito”, alerta o economista.

Isso pode ser um problema especialmente para fundos de RPPS que operam no sistema de repartição sim-ples, como é o caso da maioria dos institutos estaduais e de muitos regimes próprios de grandes municípios, explica Figueiredo. “Esses institutos têm grande neces-sidade de fluxo de caixa”, diz o tesoureiro da Abipem. “Fica impossível cumprir a meta sem correr grande ris-co. Eventualmente pode ser melhor deixar o dinheiro parado”, avalia, lembrando que esses institutos res-pondem por um grande número de segurados em todo o País. “Em volume financeiro, o impacto sobre o setor pode ser grande.”

Fundo Novo Brasil, lançado em novembro pela CEF, já captou

cerca de R$ 500 milhões

Di Blasi: ‘Processo tem de ser gradual, porque vamos mudar para um indicador muito mais volátil’

Foto

: re

pro

duç

ão

IMA.indd 4 4/13/10 5:13:20 PM

Page 31: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 31

“Esse piso de 70% é alto demais e trava as opções do gestor”, avalia Di Blasi. Por isso, o economista recomen-da que uma estratégia mais prudente seria carregar os papéis atrelados ao IMA até a data do vencimento. “Isso diluiria a volatilidade do investimento”, diz ele. “Também é recomendável não usar esses recursos como capital de giro.” Já Figueiredo observa que os institutos de Pre-vidência de regimes próprios também devem se valer de sua imunidade tributária para se adaptar à nova reali-dade. “Como nossos investimentos não estão sujeitos a impostos como o IOF, nossa rentabilidade bruta é igual à líquida, o que facilita na hora de entrar e sair desses investimentos”, explica o tesoureiro da Abipem.

Por enquanto, os institutos de Previdência de Estados e municípios ainda estudam suas estratégias para a adesão aos índices Andima. Segundo o gerente de in-vestimentos do Bradesco Aldo José da Silva, a migra-ção ainda está no começo. “Poucos institutos de RPPS aderiram até agora”, diz. Ele observa que esse ritmo de adesão ao IMA vai ser ditado pelos institutos e não pelos bancos. Às instituições financeiras caberia apenas ofere-cer os produtos que se enquadrem na Resolução 3790. “Nosso dever é dar informações, esclarecer o cliente. Na prática, quem define quando entrar na nova modalidade é o gestor do regime próprio, porque não posso proibir o instituto de aplicar em outra modalidade de renda fixa atrelada ao CDI, por exemplo”, afirma.Já Celso Zanin, superintendente nacional de ativos de terceiros da Caixa Econômica Federal, conta que o fundo Novo Brasil, lançado em novembro para atender à de-manda pela renda fixa vinculada ao IMA, já captou cerca de R$ 500 milhões. Ele especula que se trate de recur-sos novos do RPPS. “A procura por fundos adequados à Resolução 3790 já começou”, diz, ressaltando que a prorrogação do prazo pela Portaria 345 pode fazer com que muitos institutos optem por aguardar o melhor mo-mento da migração.Do outro lado do balcão, os institutos esperam mais mo-vimentação dos bancos para a criação de novos fundos. “São quase oito mil fundos de renda fixa no segmento de RPPS e apenas 40 estão vinculados ao IMA até agora”, afirma Di Blasi. Figueiredo, da Abipem, lembra que, com

poucas opções, fica difícil para os gestores com-parar o desempenho dos fundos disponíveis. “Com menos de seis meses não se pode nem mostrar um histórico de rentabilidade. Se não esticassem o prazo de adaptação até o ano que vem, os institutos seriam desenquadrados por falta de opção de investimento”, afirma. Zanin, da Caixa, conta que o banco planeja lan-çar ainda no primeiro semestre, mais dois fun-dos ligados ao IMA. Um será ligado ao IMA B e indexado ao IPCA, como o Novo Brasil; e ou-tro será atrelado ao IRF-M, indexado aos títulos públicos pré-fixados. Os fundos de renda fixa

tradicionais serão mantidos para os clientes que prefe-rem aguardar mais tempo. O executivo não acredita que a renda fixa de curto prazo seja deixada totalmente de lado. “Os gestores vão que-rer usar esse limite de 30%

para administrar a necessidade de fluxo rápido de caixa.” Pelo sim, pelo não, é bom os gestores de RPPS ficarem atentos e aproveitarem bem o prazo generoso do Ministério da Previdência, para não se arrependerem em 2011.

São quase 8 mil fundos de renda fixa no segmento de RPPS e apenas 40

estão vinculados ao IMA, diz economista

Figueiredo: ‘Poder entrar no IMA foi bom. Ter de aderir de uma vez só é que é ruim’

Foto

: Rau

l Jun

ior

IMA.indd 5 4/13/10 5:13:20 PM

Page 32: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

32 Março/abril 2010

Portaria do Ministério da Previdência que regulamenta itensrelativos à Resolução 3790 ainda dá margens a interpretações

e deixa mercado confuso

A Portaria 345 do Ministério da Previdência foi editada nos últimos dias de 2009 para esclarecer alguns pontos da Resolução

3790, baixada pelo Conselho Monetário Nacional em setembro, que aumentou o limite de exposição dos regimes próprios a investimentos de risco. Uma das principais medidas da portaria foi estender o prazo de adequação dos investimentos dos RPPS em fundos de renda fi xa. Na verdade, o prazo de 180 dias para que os regimes tenham 70% de suas aplicações de renda fi xa aplicados em fundos atre-lados ao Índice de Mercado Andima (IMA) e seus subíndices foi mantido e vence em março, mas o Ministério só irá fi scalizar o cumprimento da regra a partir do dia 1º de julho de 2011 (ver reportagem na pág. 28). Quem descumprir a norma perderá o direito ao Certifi cado de Regularidade Previden-ciária (CRP). Até aí, tudo bem. A prorrogação era uma reivindicação do setor. Só que a Portaria 345 é dirigida aos institutos de Previdência e não aos bancos, que em tese deveriam cumprir o prazo pre-visto para março deste ano. “No nosso entendimento, a portaria não tem al-cance para se sobrepor à resolução”, diz o gerente de investimentos do Bradesco, Aldo José da Silva. O executivo afi rma que o banco tem obrigação de seguir a norma do CMN. “Vamos oferecer as op-ções que se enquadrem na 3790 e deixar o gestor do RPPS escolher.” Silva acrescenta que a postura dos Tribunais de Contas de Estados e municípios é ainda uma incógnita. “Qual prazo eles vão levar em conta na hora de fi scalizar os institutos de Previ-dência: o da portaria ou o da resolução do CMN?”, pergunta. Para o advogado tributarista Cleuton Sanches, da Sanches e Associados Consultoria, é de fato questionável se o Ministério tem compe-tência ou não para autorizar o descumprimento de uma norma do CMN. “É certo que a lei que criou o

Conselho Monetário Nacional não estabelece penalidades para os gestores públicos responsáveis pelas aplicações fi -nanceiras de seus respectivos entes”, pondera. “Assim, em tese, a manutenção de investimentos em desa-cordo com as normas da Resolução 3790 importaria mes-mo apenas em afronta à regularidade previdenciária para efeitos da emissão da CRP”, diz o advogado. “O mesmo não se pode dizer das instituições fi nanceiras (e seus res-pectivos administradores) que permitirem a manutenção de recursos em fundos de investimentos não enquadrados nas normas do Conselho.”

Quanto à ampliação do prazo, Sanches se pergunta se ela é boa ou ruim para os regimes próprios. Por um lado, pondera o advogado, ela pode desestimular a adequação ao novo parâmetro IMA, “o que traria prejuízo à rentabi-lidade daqueles fundos previdenciários que apresentam metas atuariais elevadas”, argumenta. No entanto, pode permitir melhor avaliação dos riscos, mediante a análi-se do histórico desses novos fundos ao longo do ano de 2010 e do primeiro semestre de 2011. “Só o tempo e a realidade de cada fundo é que poderão demonstrar qual o melhor caminho. Daí a importância de uma boa análise de riscos e da melhoria constante dos dados considera-dos no estudo atuarial.”A Portaria 345 traz outras medidas importantes. Ela es-tende, para 30 de junho do ano que vem, o prazo de cer-tifi cação dos gestores de institutos com até R$ 5 milhões em recursos aplicados até 31 de dezembro de 2007. Também estabelece uma série de controles e procedi-mentos para gestores e empresas do mercado fi nanceiro

Legislação Portaria 345

Regras imprecisas

Prazo de enquadramentovai até março, mas fi scalização

só começa em julho

portaria 345.indd 2 4/13/10 5:14:45 PM

Page 33: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 33

que operam recursos dos regimes próprios. “A Portaria 345 estabelece uma série de políticas que já estão – ou deveriam estar – sendo executadas no âmbito dos RPPS, como o estímulo à capacitação dos gestores”, elogia Al-berto Donizete Correa, gerente-executivo da BB Previdên-cia. “Creio que o papel dessas medidas é muito mais de esclarecer alguns pontos da Resolução 3790 do que pro-vocar grande impacto no setor.”Dois outros pontos da portaria causaram estranheza no se-tor. Primeiro, o parágrafo quatro do artigo dois: ele diz que cabe ao gestor “zelar pela promoção de elevados padrões éticos na condução das operações relativas a aplicações dos recursos operados pelo regime próprio”. E o parágrafo seis do mesmo artigo, por sua vez, diz que cabe ao gestor “assegurar-se do desempenho positivo de qualquer enti-dade que mantiver relação de prestação de serviços e ou consultoria ao RPPS em operações de investimentos”. O texto causou perplexidade em Silva, do Bradesco. “Eu não posso nem falar nem escrever em parte alguma, para fundo algum, que a rentabilidade será sempre positi-va. Esse parágrafo é muito mal formulado”, aponta. “Isso é proibido pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado financeiro).” Os “elevados padrões éticos” também são alvo de críticas. “Isso é completamente vago”, diz Silva. “Definir o que é um ‘elevado padrão ético’ é algo muito pessoal. Vamos seguir as regras que a lei estabelece.” Correa, da BB Previdência, considera o texto um pouco subjetivo, mas entende que, por elevados padrões éticos, o que se exige do gestor é a busca de entidades financeiras que cumpram boas prá-ticas de mercado. E mostra que, se não dá para saber o que é o padrão ético elevado, é possível pelo menos saber o que “não” é. “Tem empresas de asset management que oferecem papéis dizendo que são do banco xis, quando o

banco xis é só o custodiante. Já vi casos assim, que acabaram em prejuízo para o RPPS.”João Figueiredo, tesoureiro da Abipem, acredita que nesse caso a Portaria 345 traz apenas uma recomendação, semelhante ao selo de boas práti-cas financeiras que a Abipem está elaborando (ver página 10), em parceria com instituições financei-ras e prestadores de serviços para os RPPS. Ele concorda que é ilegal exigir resultados positivos na gestão de investimentos, mas pensa que se trata de uma forma de interpretar o texto: “Penso que o que querem dizer com ‘assegurar-se do resultado positivo’ é que o gestor deve ter certeza de que o banco estará comprometido em entregar aquilo que ele se comprometeu a fazer, dentro do pa-râmetro contratado, mesmo que eventualmente a rentabilidade seja negativa.”

Confira as principais alterações da Portaria 345

• Na prática, a Portaria amplia para 1º de julho de 2011 o prazo de adequação dos fundos de renda fixa ao parâmetro IMA. Antes disso, o Ministério da Previdência não irá fiscali-zar o cumprimento da norma. Os institutos terão de aplicar no mínimo 70% dos recursos da renda fixa de acordo com esse padrão, sob pena de não receber a CRP

• O prazo para certificação dos gestores de institutos com até R$ 5 milhões investidos até 31/12/2007 foi prorrogado até 30 de junho de 2011

• O gestor deve elaborar relatórios trimestrais sobre os inves-timentos e submetê-los a instâncias de controle

• O gestor deve tornar disponíveis as informações da políti-

ca de investimentos para segurados e pensionis-tas em até 30 dias depois da aprovação pelas instâncias superiores

• Os institutos devem realizar processo seletivo quando realizarem suas aplicações por meio de entidade credenciada. A aplicação em fundos de investimento é considerada gestão própria e dis-pensa a concorrência

• Fica vedado qualquer pagamento de taxa de per-formance se o resultado for inferior ao valor no-minal da aplicação ou inferior ao valor do investi-mento na última data de cobrança.

Correa: ‘Papel da portaria é muito mais de esclarecer alguns pontos da Resolução 3790 do que provocar grande impacto no setor’

portaria 345.indd 3 4/13/10 5:14:47 PM

Page 34: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

34 Março/abril 2010

Em busca doautorretrato

Uma radiografi a é sempre mais que uma radiografi a. Ela mostra mais do que objetivamente mostra. Ao retratar os pontos fortes e fracos do objeto ‘fotogra-

fado’, acaba por indicar, inevitavelmente, o que necessita ser mantido ou melhorado. Quanto mais detalhada, mais indicações ela oferece. No entanto, é preciso saber ler essa radiografi a para tomar as decisões corretas. Na área de Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), essa ra-diografi a ainda não existe. O setor carece de um banco de dados detalhado e completo, algo que só pode ser obtido com a ajuda de sistemas tecnológicos. No entanto, dispor de tecnologia não é sufi ciente. É necessário saber selecio-nar e processar esses dados, saber ler a radiografi a, para que as informações sirvam de instrumentos de gestão. A busca desse autorretrato do setor é uma bandeira defen-dida há anos pelo coordenador da Associação Brasileira das Instituições de Previdência Estaduais e Municipais (Abi-pem) e gerente-consultor da CM Soluções - TotalPrev, André Figueiredo Gomes. Com 20 anos de experiência na área previdenciária, o analista de sistema certifi cado em PMP e MBA em Previdência pretende reforçar nos eventos da Abi-pem deste ano uma campanha em defesa da “migração de dados”, a formação de um banco de dados dentro de um padrão capaz de oferecer um quadro preciso do setor, como ele explica na seguinte entrevista: PN – Como o senhor avalia a atual situação da capta-ção, processamento e uso de dados relativos aos contri-buintes nos Regimes Próprios de Previdência Social?

André Figueiredo Gomes – Percebemos que existe a neces-sidade de os regimes próprios terem um sistema de informa-ção que permita lidar com os dados e fazer a gestão da melhor maneira possível. O que vemos é que, dentro do universo atu-al, que é de cerca de 1900 RPPS, há necessidade de soluções, das mais simples às mais complexas. Há uma diversidade de situações. Por exemplo, há desde trabalho restrito ao uso de

Entrevista André Figueiredo Gomes

Gomes: Processo de migração de dados atinge outras esferas e acaba chegando à sociedade

Foto

s: d

ivul

gaçã

o/A

bipe

m

entrevista.indd 2 4/13/10 5:16:58 PM

Page 35: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 35

uma planilha eletrônica até a criação de um banco de da-dos mais profissional, de custo mais elevado.

PN – Mas pode-se dizer que todos os regimes ado-tam hoje algum sistema?

AG – Todos eles têm algum tipo de solução. Mas diria que ainda não são soluções adequadas para as neces-sidades.

PN – Quais são as deficiências?

AG – De maneira geral a deficiência está em (os regimes) não conseguirem ter os dados guardados em um único banco de dados. A informação vive espalhada, inclusive em outros setores do município, muitas vezes na Secre-taria de Administração. Então existe a possibilidade de a informação estar duplicada, triplicada, e isso é ruim. Eles muitas vezes não têm a informação com a caracte-rística previdenciária – ela tem mais a característica de recursos humanos, ou seja, é mais voltada para paga-mento de folha. O maior problema, portanto, é a falta de qualidade e integridade da informação.

PN – Esses dados são preservados por meio de al-gum sistema tecnológico mesmo nos regimes com estrutura limitada?

AG – Acredito que mesmo aqueles que realizam este traba-lho manualmente ainda tenham uma parcela do processo em meio eletrônico. O problema é que muitas vezes esses dados não estão organizados. Às vezes as informações são colocadas em uma planilha eletrônica, por exemplo, mas o uso que se faz dessas informações não é adequado.

PN – Que tipo de dados o RPPS precisa ter para que as informações tenham característica previdenciária e não de RH, por exemplo?

AG – Como exemplo, posso citar um controle mais espe-cífico em questão de data de nascimento, controle dos beneficiários – pessoas ligadas ao funcionário público que teriam direito a receber algum tipo de benefício, caso de esposa, filhos etc. Normalmente o RH (recursos humanos) não necessita dessas informações, então mui-tas vezes ou o RPPS não tem esses dados ou eles estão

desatualizados. Na área de Previdência você tem de ter informações sempre atualizadas para poder verificar a elegibilidade do beneficiário.

PN – A formação de um banco de dados den-tro deste padrão de qualidade exige a capaci-tação de gestores?

AG – A questão não seria tanto o gestor ser ca-pacitado, mas ter ou uma equipe ou pessoas li-gadas à gestão com entendimento - e até algum nível de capacitação - tanto na área previdenciá-ria quanto na operacionalização dos sistemas.

PN – Quer dizer, não basta entender apenas de tecnologia...

AG – Não. Existe a parte tecnológica, há a questão do conhecimento do setor de Previdên-cia e ainda tem um aspecto muito importante também, que é o político. Porque muitas vezes parte destas informações está nos poderes Le-gislativo ou Judiciário e há dificuldade em obter esses dados. O Executivo normalmente libera essas informações com mais facilidade. Mas nos demais Poderes existe uma forte tendência a não liberar informações porque os dados são geralmente relacionados aos salários das pesso-as. Então há uma necessidade também de que, politicamente, o governador ou o prefeito en-tendam a necessidade do regime próprio de ter essas informações para que a Previdência possa ser gerida adequadamente. Em geral eles pas-sam dados do tipo: “Olha, nós temos uma folha de pagamento que é tanto”. Mas o regime pre-cisa das informações detalhadas, não em bloco, porque é com base em informações individuais que ele definirá a formação de suas reservas e sua estratégia de capitalização para obter recur-sos necessários para pagamentos futuros.

PN – O senhor acha que a instituição do CNIS-RPSS vai acabar ‘obrigando’ alguns regimes a aperfeiçoarem seus sistemas de informação?

AG – Com certeza. O próprio Siprev (Sistema In-

entrevista.indd 3 4/13/10 5:16:58 PM

Page 36: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

SAGRES D.T.V.M ltda.Tel.: (55 11) 3815.3900 / Fax: 3032.9324

E-mail: [email protected] | www.sagresdtvm.com.brRua Eugênio de Medeiros, 242 – Térreo – Pinheiros – CEP 05425-000

São Paulo – BR

SOLUÇÕES EM INVESTIMENTOS

APLICAÇÕES DIRETAS EM TÍTULOS PÚBLICOS

36 Março/abril 2010

tegrado de Informações Previdenciárias) é uma iniciativa do governo federal de promover uma integração com todos os municípios e Estados para ter esses dados armazenados e poder até ajudar em relação à gestão. Com essas informa-ções atuariais, estatísticas, será possível chegar a soluções de gestão. Tudo caminha para isso. A normatização do setor exige que os entes se atualizem em relação aos sistemas de informa-ção. Com isso, será possível diminuir muito os problemas de recadastramento, de benefícios indevidos. Hoje há inclusive muitos benefícios pagos pela área previdenciária que não são pre-videnciários. Muitas vezes as pessoas pedem benefícios aos quais não têm direito. Com os dados, você tem como separar o que compe-te à área previdenciária ou não e ver qual é o tamanho de reserva necessário para cobrir os passivos no pagamento de benefícios.

PN – O senhor percebe uma procura significati-va dos regimes próprios pelo sistema que o go-verno federal oferece gratuitamente, o Siprev?

AG – O Siprev hoje tem um nível de atendimen-to que ainda não é suficiente para as operações do dia a dia da grande maioria dos regimes. O governo está procurando melhorar este sistema. Por enquanto, ele ainda não atende, principal-mente, os médios e grandes, por causa da com-plexidade que exigem. Mas também podemos considerar que o Siprev também não atende os pequenos. É preciso ter processos que envol-vam concessão de benefícios, manutenção de benefícios, a parte de gestão de investimentos... Então, o que você tem hoje são empresas no mercado que estão se capacitando...

PN – Empresas especializadas em gestão previden-ciária...

AG – Essa questão é importante porque há um perfil que se deve buscar nessas empresas. É preciso que elas desenvolvam não só sistemas tecnológicos para a área de Previdência, mas tenham expertise na área de regi-mes próprios. Existem empresas que oferecem tanto sistemas de gestão – e aí envolve contabilidade, atuá-ria, a parte específica de Previdência, de investimentos – como consultores que possam ajudar os entes previ-denciários a entender do negócio.

PN – Como o regime próprio pode verificar se a em-presa é confiável?

AG – No setor público normalmente se atua através de licitações. São feitos levantamentos do mercado e aí é feita uma licitação, que tem de ter um laudo técnico, onde você determina o que precisa e vai ao mercado procurar. Há uma expressiva evolução nesse segmento, até porque a legislação está cada vez mais exigente e as empresas passam a ter isso em mente: não se faz o sis-tema e acabou. É preciso estar em constante evolução, oferecer uma constante manutenção...

PN – Não é recomendável ter uma equipe no RPPS para este tipo de trabalho?

AG – Há cerca de 20 anos, na Previdência complemen-tar, os fundos de pensão possuíam equipes próprias que desenvolviam seus sistemas. Tinham uma equipe de informática que acabava conhecendo a Previdência e mantinha os sistemas. Com o passar do tempo, foi fi-cando evidente que isso ficava muito caro porque não era uma equipe relacionada diretamente ao negócio. A partir daí, essas equipes começaram a ser desfeitas, foi mantida uma quantidade menor de funcionários e foram contratados serviços externos. Foi uma solução mista que acabou reduzindo as despesas.

PN – A Abipem quer reforçar para o setor a impor-tância da migração de dados. O que vocês planejam exatamente para esta campanha?

AG – Nossa idéia é, a princípio, levantar a discussão so-bre o assunto no Congresso do setor neste ano. A ques-tão da migração de dados é justamente você sair de um ambiente diversificado, com as informações distribuídas onde você não tem uma unicidade, e conseguir criar um

entrevista.indd 4 4/13/10 5:16:59 PM

Page 37: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

SAGRES D.T.V.M ltda.Tel.: (55 11) 3815.3900 / Fax: 3032.9324

E-mail: [email protected] | www.sagresdtvm.com.brRua Eugênio de Medeiros, 242 – Térreo – Pinheiros – CEP 05425-000

São Paulo – BR

SOLUÇÕES EM INVESTIMENTOS

APLICAÇÕES DIRETAS EM TÍTULOS PÚBLICOS

ambiente com qualidade e integridade. Isso é o que cha-mamos de “migração de dados”. A ideia é levar esse con-texto para ser discutido ou num fórum ou no Congresso e mostrar os caminhos que você tem para fazer isso, as questões com as quais você tem que lidar no seu dia a dia e com a empresa que você está contratando, e a capacidade que você tem de fazer isso dentro de um tempo razoável. Como a informática é muito rápida, as pessoas também extrapolam em relação ao tempo de implementar essas mudanças. Querem essas soluções muito rapidamente. E as empresas, para poder concor-rer, aceitam esses prazos, que normalmente acabam se perdendo, tanto pela parte do ente previdenciário quan-to da empresa prestadora de serviços. Acaba acontecen-do que nenhum dos dois consegue cumprir. E eles têm que trabalhar em conjunto. É mais ou menos por aí que vamos começar. A idéia é levar as informações sobre o que é possível ser feito, e ter um sentimento de como é possível fazer isso sem colocar a carroça na frente dos bois, por exemplo.

PN – O senhor acredita que essa radiografia dos RPPS possa ter impacto em âmbito nacional?

AG – O processo de migração, inevitavelmente, acaba atingindo as outras esferas. É um castelo de cartas, acaba chegando à sociedade. Afinal, é a sociedade que paga essa Previdência através dos impostos. Então, se você consegue fazer uma ges-tão melhor você consegue diminuir os impactos. Vamos supor o caso de dados que, por exemplo, não estavam bem qualificados e por isso indica-vam valor maior que o realmente devido, eles vão servir para reduzir despesas e os recursos poderão ser redirecionados para outros setores do serviço público, atendendo mais a população.

PN – Como deve proceder o regime que deci-dir iniciar uma migração de dados? Qual se-ria o primeiro passo?

AG – A princípio, a Abipem pode dar um suporte, orientar na parte mais genérica. Na parte de con-tratação de sistemas, podemos dar uma idéia geral de mercado e aí o ente previdenciário precisará en-tão fazer uma licitação e buscar o que for melhor para ele. Podemos dar uma visão geral.

entrevista.indd 5 4/13/10 5:16:59 PM

Page 38: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

38 Março/abril 2010

País que criou uma Previdência única, de cobertura universal, estuda meios de enfrentar o envelhecimento populacional sem

perder ou reduzir as garantias conquistadasCarlos Vasconcellos

A fórmula holandesa

InternacionalIlu

stra

ção:

Nak

ata

holanda.indd 2 4/13/10 5:19:34 PM

Page 39: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 39

Um sistema de Previdência financeiramente equilibra-do entre contribuições de trabalhadores, empresas e governo, com cobertura universal. Para os brasilei-

ros, às voltas com um déficit bilionário e um alto índice de informalidade na economia, a descrição parece um sonho distante. Já para os holandeses trata-se de um retrato fiel da Previdência no país, um sistema baseado em três pilares sólidos: uma Previdência pública e universal; um sistema su-plementar privado financiado por trabalhadores e empre-sas; e uma Previdência suplementar individual e voluntária, oferecida por seguradoras privadas.

A Previdência pública, (Old Age Pensions Act, também co-nhecida como AOW, na sigla em holandês) fornece prote-ção social básica vinculada ao salário mínimo. “Qualquer pessoa que tenha vivido os últimos 50 anos na Holanda está 100% coberta, com ajustes para aqueles que viveram no país por períodos mais curtos”, explica Theo Nijman, professor da Universidade Tilburg e presidente do conselho da rede de pesquisas Netspar, especializada em fundos de pensão, Previdência e aposentadoria. A idade mínima para receber a aposentadoria pelo AOW é de 65 anos e o siste-ma é solidário, ou seja, as pensões são financiadas pelos trabalhadores ativos.Mas ao contrário de outros países europeus, o fundo esta-tal é apenas uma parte limitada do setor previdenciário. O segundo – e não menos importante – pilar da Previdência holandesa é o sistema privado, financiado por contribui-ções de empresas e trabalhadores, cuja adesão não é obri-gatória, mas abrange mais de 90% dos trabalhadores do setor privado. “A ideia é fornecer uma pensão vinculada ao nível salarial do contribuinte no momento da aposentado-

Sistema compreende 3 pilares: a Previdência pública, a privada e a suplementar

holanda.indd 3 4/13/10 5:19:35 PM

Page 40: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

40 Março/abril 2010

ria”, diz Nijman. O terceiro e último pilar que sustenta a Previdência no país é o sistema de contribuições suple-mentares, criado para complementar as necessidades individuais de cada trabalhador. “É um sistema voluntá-rio, especialmente importante para os que estão fora do segundo pilar, ou seja, os trabalhadores autônomos.” A Previdência suplementar é 100% privada e conta com um índice de adesão superior a 90% entre os trabalha-dores holandeses ativos.

Toda essa engenharia previdenciária é garantida pela Lei de Pensões, que estabelece o marco institucional do setor. “A Lei de Pensões é vital”, diz Nijman. Uma das principais garantias da legislação holandesa é a que de-termina que o fundo de pensão seja uma entidade cons-tituída em separado da empresa patrocinadora. Ou seja, a empresa deve optar por criar um fundo independente ou aderir a um dos vários fundos coletivos voltados para uma indústria ou categoria profi ssional específi ca. A ou-tra alternativa é contratar os serviços de uma segurado-ra especializada em Previdência. A separação evita que os recursos dos pensionistas sejam desviados para cre-dores em caso de falência do empregador. “Isso signifi ca que – pelo menos a princípio – todas as obrigações do fundo de pensão devem estar cobertas por ativos.”Nijman acrescenta que a lei holandesa obriga as en-tidades previdenciárias a manter reservas adicionais para cobrir investimentos de risco, especialmente no mercado imobiliário. “Se esse ‘colchão’ não for sufi cien-te, os fundos têm de cobrar contribuições adicionais ou reduzir a exposição ao risco”, diz. Mas também há uma terceira alternativa. “E isso é tipicamente holandês”, comenta o professor. Trata-se do chamado mecanismo de indexação condicional. O nome esconde uma mano-bra contábil que permite aos fundos fazer descontos no reajuste anual das pensões pela infl ação – ou mesmo cancelar o aumento –, caso a proteção ao risco esteja num nível muito baixo.O mecanismo pode servir para atenuar os momentos de crise. Depois do terremoto fi nanceiro global iniciado no último trimestre de 2008, os fundos de pensão da Ho-landa tiveram grandes perdas. “Eles são fortemente ala-vancados no mercado de ações, por isso não é surpresa

Legislação estabelece fundo de pensão separado de empresa patrocinadora

Previdência holandesa em números

2 milhõesde aposentados por idade

700fundos de pensão em operação

97%dos trabalhadores holandeses contribuem para Previdência

suplementar coletiva ou individual

90%dos trabalhadores participam de

planos de benefício defi nido

78%do total de contribuições é pago

pelos empregadores

65 anosé a idade fi xada para a aposentadoria

550 bilhõesde euros é o montante em ativos da

Previdência holandesa

holanda.indd 4 4/13/10 5:19:35 PM

Page 41: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 41

que o valor dos ativos tenha caído tanto”, avalia Nijman. A relação entre o valor dos ativos e o valor dos passivos, que era de cerca de 140%, chegou a cair para 90%. O limite mínimo legal é de 105% e se a taxa cai abaixo de 100% isso quer dizer que o fundo não tem ativos para cobrir as pensões. Por isso, os fundos de Previdência holandeses têm de apresentar planos de recuperação, onde devem mostrar o que pretendem fazer para mudar essa situação, num prazo legal de cinco anos.E o trabalho de reconstrução já começou. “A relação ati-vos/passivos já subiu para 110% novamente”, conta Nij-man. E ao contrário do que aconteceu em outros países, as pensões dos aposentados não foram atingidas pela crise, graças ao sistema de benefícios definidos utilizado na Holanda, que representa cerca de 90% do total de contribuições. Já os aumentos... “Quase ninguém rece-beu no ano passado, por causa do baixo nível de reser-vas dos fundos.”

Enquanto junta os cacos da crise, a Previdência holan-desa debate o que fazer diante do implacável envelheci-mento da população. Hoje, há cerca de dois milhões de aposentados na Holanda, número que deve dobrar nas próximas décadas. O aumento da expectativa de vida implica um aumento substancial no custo das contribui-ções, ao mesmo tempo em que as taxas de juros estão num nível historicamente baixo. “Para o segundo pilar do sistema, os fundos de pensão patrocinados pelos empregadores, o Bureau de Planejamento Central prevê um aumento de 13% para 19% entre 2010 e 2030, no custo das contribuições”, diz Nijman.A grande pergunta – que preocupa especialmente os sin-dicatos de trabalhadores holandeses – é como manter a universalidade e a eficiência do sistema público. Eles temem que a pressão demográfica destrua o pacto de so-lidariedade entre as gerações e ameace a proteção social. “O debate não se limita à Holanda, muitos países estão enfrentando o mesmo problema”, diz Nijman. O governo se preocupa com esse aumento de gastos, que pode tirar a competitividade da economia do país. Por isso, tenta re-duzir seu próprio endividamento para fazer frente a esses custos e toma medidas para aumentar a base de contri-

buição, tentando elevar a participação dos tra-balhadores na faixa entre 55 e 65 anos de idade para 50% das contribuições em 2020. Para isso, retirou facilidades fiscais para os trabalhadores que se aposentam precocemente. Mesmo assim, medidas mais radicais podem ser necessárias. “Tanto para o AOW, como para o sis-tema privado, creio que vai ser inevitável subir o limite de idade da aposentadoria para além dos 65 anos”, avalia. “Isso vai motivar os trabalhado-res a se aposentarem mais tarde. Claro que eles ainda terão o direito de se retirar no prazo atual, mas aí veriam sua renda reduzida de acordo com uma tabela atuarial”, conclui o professor.

Número de aposentados na Holanda deve dobrar para

4 milhões nas próximas décadas

Theo Nijman: “Creio que será inevitável elevar o limite de idade da aposentadoria”

Foto

: div

ulga

ção

holanda.indd 5 4/13/10 5:19:38 PM

Page 42: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Coluna Jorge Felix

Há poucos motivos de preocupação com os idosos brasileiros de hoje. Dita de sopetão, a frase choca e

causa até reação: Como assim? A afi rmação soa como um argumento contra as políticas públicas favoráveis a este segmento da po-pulação. Mas a frase é verdadeira. Embora de forma desigual, os idosos – atualmente 11,1% da população brasileira - vivem bem. A aposentadoria ou benefício da Lei de As-sistência Social (Loas) cobre quase a totali-dade dos brasileiros com mais de 60 anos. Eles desfrutam de um importante suporte familiar, co-habitando com fi lhos e netos, ou são eles mesmos os chefes de família, situação de 45%. Neste caso, 53% assu-mem mais da metade da renda familiar. Os maiores problemas dos idosos de hoje são as doenças crônicas do País: educação bai-xa e atendimento médico insatisfatório para aqueles que só dispõem do sistema público de saúde. Ou seja, é sempre bom repetir: de forma desigual, os idosos de hoje vivem bem. Por quê? Porque foram benefi ciados pela re-dução da mortalidade materna, da mortali-dade na meia-idade e nas idades adultas e avançadas. São os grandes benefi ciários dos avanços tecnológicos da medicina. Sobrevi-veram às elevadas taxas de mortalidade por doenças infecto-contagiosas na primeira in-fância. Também experimentaram, como des-taca a economista Ana Amélia Camarano, do Ipea, um período de expansão econômi-ca duradouro, de emprego estável e formal e do Sistema Financeiro de Habitação. Esse arcabouço, se por um lado acentuou a desi-gualdade, também colocou a pobreza como foco de ação. As relações afetivas também foram mais estáveis: casaram e fi caram ca-sados. A fecundidade era elevada e o papel da mulher era o de cuidadora dos fi lhos. O homem, o provedor.

Logo, é lícito concluir que a realidade que vivemos é resultado de um outro modelo social e econômico. Ao analisarmos a situ-ação do idoso de hoje, são visíveis e facil-mente identifi cadas as pegadas do Estado nesta trilha rumo ao bem-estar. Desde a década de 1990, porém, avançou um mo-vimento totalmente contrário a este mo-delo que garantiu o quadro atual. Assim cabe questionar: o bem-estar e o desen-volvimento futuro, dentro do cenário de envelhecimento populacional, dependeria mais de reformas isoladas – que podem até mostrar-se fundamentais e indispensá-veis dentro de um ajuste macroeconômico mais complexo – ou a sustentação de um novo perfi l da população brasileira que se avizinha para os próximos 20 anos caberia melhor em uma economia que ainda está por ser construída? Nas duas últimas décadas, o que se veri-fi cou foi um aumento da informalidade, portanto, uma “descobertura” da segurida-de social da população economicamente ativa; uma subordinação da economia ao poderio das fi nanças, fazendo com que boa parte da renda do trabalhador fosse desti-nada ao pagamento de juros com bens de consumo e ainda uma transferência para a renda do trabalhador das despesas que deveriam ser atribuições do Estado (educa-ção, saúde, transporte e segurança). Tudo isso contribui para comprometer o bem-estar do idoso do futuro.É preciso estar claro que todos os ajustes são necessários para adequar, por exemplo, a Previdência às demandas futuras, como vem ocorrendo com o sistema público ou os regimes próprios. Mas o alvo para garantir a sustentação do idoso de amanhã precisa ser menos a Previdência e muito mais as condições atuais da população ativa.

Jorge Felix, 42 anos, é jornalista e Mestre em Economia Política pela PUC-SP, onde integra o Núcleo de Pesquisas para o Desenvolvimento Humano (PDH)

Os idosos brasileiros do futuro

Foto

: Div

ulga

ção

42 Janeiro/fevereiro 2010

Artigo.indd 2 4/13/10 5:20:59 PM

Page 43: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Artigo.indd 3 4/13/10 5:20:59 PM

Page 44: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

44 Março/abril 2010

Especialistas são unânimes em dizer que não há obra capaz de impedir completamente a ocorrência de enchentes e alagamentos, mas as cidades dispõem de meios para reduzir bastante os danos

Bruno Pisani

Contra a corrente

O cenário é de destruição, não muito dife-rente das imagens que o mundo inteiro viu da tragédia provocada pelo terremo-

to no Haiti. Mas a cena em questão ocorreu antes do tremor na ilha caribenha, e em solo brasileiro: São Luiz do Paraitinga, cidade do interior paulista no Vale do Paraíba, a cerca de 180 quilômetros de São Paulo, começou 2010 embaixo d’água. O Rio Paraitinga transbordou e encobriu imóveis com cerca de 10 metros de altura, arrastou carros, der-rubou a Igreja Matriz e a Capela Nossa Senhora

das Mercês e deixou o centro da cidade em ruínas. Os casarões ali constituíam um dos maiores conjuntos ar-quitetônicos tombados no Estado e a estimativa é de que o custo para a reconstrução dos imóveis históricos chegue a R$ 30 milhões.Mas a pequena cidade paulista não foi a única vítima das enchentes. A capital São Paulo sofreu com ruas alagadas dia após dia em 2010 – janeiro deste ano foi o mais chu-voso desde 1995, quando o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) iniciou suas medições. De 1º a 26 de janeiro, 62 pessoas morreram em decorrência das

Gestão Municípios

Praça das Corujas, em SP: sistema de drenagem dobrou a capacidade de absorção de água do solo

enchentes.indd 2 4/14/10 9:56:35 AM

Page 45: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 45

chuvas no Estado. No Rio de Janeiro, casas e ruas fo-ram tomadas pela água, e mortes causadas pelas cheias também ocorreram no Rio Grande do Sul, em Minas Ge-rais e no Espírito Santo. Afinal, é possível resolver de vez a questão das enchentes?A resposta de especialistas é um sonoro “não”. De acor-do com eles, não há obra milagrosa que acabe definiti-vamente com o problema. Foi o homem quem invadiu o espaço dos rios, cujas inundações são um fenômeno na-tural, inevitável. “Transbordamentos nas cabeceiras são naturais. Nós nunca poderíamos ter ocupado as áreas de alagamento, o próprio rio é quem coordena isso”, diz o professor do Instituto de Geociência da Universidade de São Paulo (USP) e ex-presidente da Associação Brasi-leira de Águas Subterrâneas, Uriel Duarte. “Não foi o rio que invadiu essas áreas. Foi a ocupação humana que, ao desconhecer a dinâmica dos rios, tomou áreas que na-turalmente pertencem a eles”, corrobora a doutora do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Itajaí (SC), Beate Frank. Resolver não dá, mas, nas palavras dos especialistas, com obras é possível diminuir significativa-mente as consequências.Basicamente, duas linhas de pensamento fundamentam os projetos que têm o objetivo de conter as inundações. A

primeira delas prega que a água das chuvas deve ser escoada o mais rápido possível da área urbana. Pen-sando nisso é que foram feitas obras para canalizar córregos e retificar o curso dos rios. O problema é quando o rio onde os córregos deságuam não suporta um volume tão grande de água num curto período de tempo, superando sua capacidade de vazão. Além disso, mais dois agravantes podem ser con-siderados: a intensa impermeabilização do solo nas cidades e o encurtamento dos rios devido à retificação. Imagine um rio sinuoso, em forma de “S”: ao transformar o leito numa linha reta, ele perde parte de sua área e, consequentemente, espaço para a água. “As retificações de rios e os cortes de meandros certamente têm o efeito mais negativo sobre a proteção contra enchen-tes porque invariavelmente aumentam o risco em trechos a jusante (local para onde a água corre)”, afirma Beate Frank, que trabalha há mais de 20 anos na área. “O caso mais polêmico é o da cidade catarinense de Brusque, que no passado recente executou uma obra para facilitar o escoamento do Rio Itajaí Mirim, o que muito provavelmente foi a causa da inundação sem igual da cidade de Itajaí, em novembro de 2008.”São Paulo passou por obras semelhantes e, de acordo com Uriel Duarte, obteve sucesso em con-ter enchentes no Rio Tietê, que teve sua base alar-gada de 22 para 46 metros e o leito aprofundado em 2,5 metros. Segundo ele, assim como alegou a Prefeitura, as cheias formadas pelas águas acumu-ladas na região do rio em janeiro deste ano foram causadas principalmente pela falha no sistema de bombas hidráulicas, responsáveis por retirar o volume acumulado das pistas da Marginal Tietê e

Beate Frank: ‘Não foram os rios que invadiram a cidade. Foi a ocupação humana que tomou áreas que pertenciam a eles’

enchentes.indd 3 4/14/10 9:56:36 AM

Page 46: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

46 Março/abril 2010

transportá-lo para o leito do rio. “O que aconteceu não foi enchente. Foi alagamento, porque a água, em razão do grande volume de chuva, não conse-guiu penetrar no leito do Tietê, impossibilitando o escoamento. Enchente é a extravasão do próprio rio. É diferente”, explica.Para ele, o sistema de bombeamento das águas do Rio Pinheiros para a Represa Billings também é ne-cessário para retirar a água em excesso das Margi-nais. Essas obras inverteram o curso do rio Pinheiros para que a água fosse bombeada até a represa e caísse por 750 metros em tubulações até a Usina Henry Borden, em Cubatão, que produziria energia elétrica. No entanto, essa operação foi proibida em 1989 porque a água poluída vinda do rio ameaça-va o abastecimento na cidade. O fluxo do Pinheiros, então, voltou para o interior. De acordo com Duarte, a alternativa para São Paulo seria construir um tú-nel que escoasse toda a água em excesso da região metropolitana para o litoral. Ele afirma que, estando cerca de 700 metros acima do nível do mar, esse processo poderia até gerar energia. “Mas já imagi-nou o custo disso?”, questiona. Se o escoamento não resolve o problema, talvez reter a água da chuva no local onde ela cai seja uma solução. Assim, uma segunda linha de pensa-mento entre os especialistas defende maneiras de fazer com que a água demore a chegar ao rio, evi-tando sobrecarregar a jusante (local para onde a água escorre). “Em vez de descer correndo, a água tem que ficar um tempo retida para que seja par-cialmente absorvida no local de origem e chegue em volume menor aos rios”, diz Cecilia Polacow Herzog, coordenadora do Departamento de Pla-nejamento e Design da Paisagem na Universidade Veiga Filho, no Rio de Janeiro.

Um exemplo de aplicação des-te conceito é a Praça Dolores Ibarruri, também conhecida como Praça das Corujas, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. A ideia foi construir um sistema de drenagem na-tural das águas que escorrem de quatro ruas da região para o Córrego das Corujas. A água passa por canais de caracterís-ticas drenantes, chamados de biovaletas, antes de chegar ao córrego. O piso é feito de palha

de coco, presa por uma fina rede de náilon e de pedras e plantas típicas de regiões alagadiças – espécies que ain-da ajudam a tratar a água. “O objetivo aqui é aumentar o tempo de escoamento da água e dobrar a capacidade de absorção pelo solo”, explica o coordenador do LabVerde, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, profes-sor Paulo Pellegrino.

De acordo com ele, o projeto previu que a praça toda pudesse absorver água da chuva. Os caminhos para os pedestres são feitos com brita coberta por uma camada de pedriscos permeáveis e as biovaletas em declive con-têm escadarias hidráulicas, barreiras que diminuem a velocidade da água. Durante suas caminhadas pela Pra-ça das Corujas, Pellegrino ainda atira galhos caídos das árvores nas biovaletas. “Quanto mais obstáculos, mais a água demora para chegar ao córrego.” Segundo Pellegrino, o hábito de jogar lixo na rua é incor-reto, mas também não é certo dizer que esta é “a causa” das enchentes urbanas. “O problema das enchentes não é esse. O sofá que o cidadão joga fora ajuda a segurar a água”, afirma. Segundo ele, a praça tem o mesmo princí-pio dos piscinões: reter a água. Um dos resultados é que a paisagem fica mais agradável. “O que tentamos fazer aqui é mimetizar a natureza. Os rios têm essa capacida-de de reter e absorver a água e, copiando os processos da natureza, temos um sistema mais eficiente, que cria uma área de bem-estar para a população. Ou você acha que as pessoas vão querer morar perto de um piscinão em vez de uma praça?”

Parque de Educação da Paisagem da Universidade de Ciências Aplicadas de Erfurt, na Alemanha: projeto inovador

SP começou 2010 com enchentes que causaram 62

mortes em menos de um mês

enchentes.indd 4 4/14/10 9:56:37 AM

Page 47: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 47

“Mimetizar” parece ser a palavra-chave dos paisagistas ao pensar em projetos contra as inundações. “A engenharia do século 20 tentou domesticar o meio ambiente e não deu certo. No Mississipi, os norte-americanos procuravam com várias obras dominar as águas do rio, sem sucesso”, conta Cecilia Herzog, da Universidade Veiga Filho. “O ho-mem achou que daria conta disso com a tecnologia. E agora estamos olhando para trás e vemos que houve uma desconexão muito grande do homem com a natureza.” Sob essa perspectiva, muitos países têm investido na re-vitalização de rios para evitar enchentes. Na cidade de Erfurt, na Alemanha, se encontra a Landscape Educa-tion Park University, uma espécie de parque de educa-ção da paisagem, da Universidade de Ciências Aplicadas de Erfurt. Cecília conta que parte da área é destinada a estudos com espécie de plantas ornamentais e parte para pesquisas de materiais drenantes. Por conta des-te trabalho, a prefeitura contratou a universidade para aplicar os estudos na cidade, nos canteiros e nas ruas. Segundo Cecília, a universidade criou outras maneiras de a água ocupar espaço em épocas de chuva e estudou qual material teria melhor desempenho na drenagem da água. O Rio Gera, que antes corria por entre canais de concreto, hoje passa por entre margens “renaturaliza-das”, alargadas e com a substituição de plantas exóticas por espécies típicas daquela região. “Está acontecendo lá uma mudança de paradigma”, diz a especialista.

O novo paradigma ao qual ela se refere é o conceito de “infraestrutura verde”. E é o que a organização Inverde, da qual Cecilia faz parte, pretende desenvolver no Rio de Janeiro, no Rio dos Macacos, zona sul da capital flumi-nense. De acordo com a professora, esse rio foi o esco-lhido porque a situação em que ele e a região se encon-tram se repete por toda a cidade: lá pode ser registrada ocupação irregular tanto por famílias de baixa renda, na beira do rio, quando por moradores de alto poder aquisitivo, nas encostas; na região está um dos patrimô-nios da cidade, o Jardim Botânico; o Rio dos Macacos é canalizado até a Lagoa Rodrigo de Freitas; e também existem áreas impermeabilizadas que contribuem para frequentes inundações.

Primeiramente, o plano prevê bacias de retenção em áreas altas, por meio de lagoas secas (que ala-gam na época de chuva). O intuito é retardar a descida da água em direção à Lagoa Rodrigo de Freitas. “Hoje, do jeito que está impermeabilizada a região, o sistema não dá conta de escoar todo o volume que desce das encostas. Além disso, é uma região de aterro, que foi feito em cima do lençol freático. A água não tem por onde escoar e ime-diatamente sobe para as ruas”, afirma. No Jóquei Clube também está previsto um espaço alagado, que inclusive trataria a água por meio de plantas típicas de regiões inundadas. “Hoje é possível até tratar esgoto com plantas”, conta. O rio não mais seria canalizado: ele correria por biovaletas até a lagoa. Nas margens está prevista a construção de espaços para pedestres e ciclovia. “A ideia é organizar o ambiente urbano. É um projeto multifuncional”, explica. A proposta prevê ainda can-teiros pluviais nas ruas, que são nada mais que jar-dins rebaixados em relação ao nível do asfalto, por onde a água da chuva pode escorrer; tetos verdes em maior número de casas possíveis – o morador seria estimulado pelo governo municipal a ter um jardim ou uma horta na laje de sua casa – e aumen-to de áreas permeáveis, com adoção de materiais drenantes em estacionamentos e calçadas.Ao falar sobre o processo de contenção das águas, é impossível deixar de mencionar as barragens e hidrelétricas. Embora a maioria não tenha sido

Projetos se dividem entre os que defendem escoar água da área urbana ou retê-la para parte ser absorvida no local

Pellegrino: ‘Quanto mais obstáculos, mais a água demora

para chegar ao córrego’

enchentes.indd 5 4/14/10 9:56:38 AM

Page 48: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

48 Março/abril 2010

Sistema de alerta de cheias ajuda a reduzir danos

A impossibilidade de impedir a ocorrência de inun-dações por completo levou cientistas a desenvolve-rem um sistema que pode salvar vidas em caso de enchentes. Após as cheias de 1983 que arrasaram Blumenau, em Santa Catarina, a universidade do mu-nicípio criou um grupo formado por profissionais de diversas áreas para estudar o fenômeno. Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisas Ambientais da entidade, Dirceu Severo, no ano seguinte o antigo Departamento Nacional de Águas e Energia Elétri-ca (DNAEE), hoje Agência Nacional de Águas (ANA), instalou o sistema de alerta de cheias da Bacia do Rio Itajaí e a Universidade de Blumenau (Furb) ficou responsável por sua operação. São 16 estações telemétricas que constituem uma rede automática de coleta de dados de chuva e de

nível dos rios da bacia. Uma central instalada na universida-de, chamada de Centro de Operações do Sistema de Alerta (CEOPS), recebe os dados das estações via telefonia celular e monta uma previsão do nível do rio para a cidade de Blu-menau com até 8 horas de antecedência. O alerta, então, chega à Defesa Civil, responsável por colocar em ação um plano de emergência. O sistema de alerta só tem eficácia, porém, se estiver as-sociado aos tomadores de decisão. “Os resultados depen-dem muito da organização da sociedade e do poder público porque a informação do Sistema de Alerta por si só não é útil. É necessário que os tomadores de decisão utilizem esta informação para minimizar os prejuízos das inundações”, ressalta Severo. De acordo com ele, esse sistema passou constantemente por modernizações, mas só futuramente será levado para outras cidades do Vale do Itajaí. Projetos semelhantes, conta o professor, também são desenvolvidos nas bacias do Rio das Velhas e do Rio Doce, em Minas Ge-rais, além da capital paulista.Solução imediata e definitiva não há. Mas, seja com obras complicadas ou locais, a população reivindica ação dos go-vernos para que nenhuma família passe pelo sofrimento de ver sua casa e seus bens inundados - para não mencionar vítimas causadas pelas enchentes. No entanto, diz Beate Frank, doutora do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hi-drográfica do Itajaí (SC), a natureza também dá o seu reca-do: “O homem precisa aprender a conviver com os rios e sua dinâmica”, afirma. “Se as funções ecológicas de uma bacia hidrográfica são obedecidas, a sociedade pode tirar delas melhor proveito, de forma mais sustentável.”

Severo: sistema só tem eficácia se bem aproveitado pelos governantes

construída com esse propósito, sem elas muitos municípios passaria grande parte da época chu-vosa embaixo d’água. As barragens do Vale do Itajaí, em território catarinense, são um exemplo. Lá, as barragens de contenção foram construídas pelo governo federal entre as décadas de 1960 e 90, todas no Alto Vale do Itajaí, nos municípios de Ituporanga, Taió e José Boiteux, com o objetivo de proteger as cidades de Rio do Sul e Blumenau. Nessa segunda foram adotados ainda diques com comportas para evitar a entrada da cheias do Rio Itajaí-Açu nos leitos de pequenos afluentes. No entanto, o sistema não obteve total sucesso, se-gundo Beate Frank. “Todo projeto, toda obra tem um objetivo, que de certa forma é cumprido por todas essas medidas. Mas cumprir o objetivo não

é sinônimo de resolver o problema, principalmente num sistema tão interligado como é um rio.”As barragens conseguiram reter a água, mas deram pre-juízos aos municípios onde foram instaladas, ocupando terras produtivas e áreas indígenas, o que causou várias e longas disputas judiciais. Além disso, explica Beate Frank, como o padrão de uso do solo nas regiões das barragens é basicamente agrícola e florestal, o que ocor-re é um acúmulo de entulhos nas estruturas, com alto custo de manutenção. A respeito dos diques, a profes-sora doutora diz que eles têm eficiência “limitada”. “Sem-pre que a chuva intensa ocorre na bacia de drenagem do ribeirão que ela pretende proteger, seu efeito é nulo. Foi isso que ocorreu no evento de novembro de 2008”, explica, se referindo à última grande enchente no Vale do Itajaí, que deixou ao menos 128 vítimas.

enchentes.indd 6 4/14/10 9:56:39 AM

Page 49: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 67

enchentes.indd 7 4/14/10 9:56:41 AM

Page 50: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

50 Março/abril 2010

Por necessidade ou vocação, empreendedorismo é uma opção cada vez mais viável para servidores que não querem fi car inativos

ou buscam um aumento da renda após a aposentadoria

Gente que faz

OBrasil possui cerca de 15 milhões de empreendedores. É o terceiro país em número de jovens de 18 a 24 anos com

negócio próprio e o 13º em volume total de em-preendedores entre 42 países que compõem a última pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor, que foi realizada em 2008 e considera empreendimentos em estágio inicial - com até 42 meses de atividade. Do total de brasileiros, 5%, em média, tem entre 55 e 64 anos. É nesta faixa de idade observada pela pesquisa GEM - um levantamento internacional, com abrangên-

cia em mais de 70 países, que no Brasil é coordenado pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) – que se encontram os aposentados. O número é pequeno. Entre os 42 países, o Brasil é o 40º em em-preendedores com este perfi l etário. Neste universo, po-rém, a perspectiva de crescimento é muito grande. Cada vez mais brasileiros encontram no empreendedorismo um meio de elevar os rendimentos após a aposentado-ria ou simplesmente apostar em suas vocações pessoais por meio de uma nova atividade, como demonstram os casos revelados nesta reportagem.“Com o aumento da expectativa de vida, acredito que

Gente Empreendedorismo

Materia-gente3.indd 2 4/13/10 5:25:32 PM

Page 51: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 51

haverá um aumento gradativo no número de empreen-dedores nesta faixa etária (de 55 a 64 anos)”, afirma Paulo Alberto Bastos Júnior, integrante da equipe da pesquisa GEM no Brasil. Ele prevê um cenário cada vez mais parecido com o de países desenvolvidos, com, en-tre outras mudanças, a redução na faixa de jovens no empreendedorismo. “Deve crescer a quantidade de jo-vens que primeiro conclui uma universidade e só então parte para outras iniciativas, lá pelos 23, 24 anos.” Hoje, o maior número de empreendedores está na faixa de 25 a 34 anos, perfazendo a média de 34,4% do total. Em relação à população onde se encontram os aposenta-dos, uma característica que chama a atenção, segundo Bastos, é o fato de a motivação principal para abrir um negócio próprio ser a necessidade, não a oportunidade. “Os dados indicam que o empreendedorismo foi prova-velmente a alternativa encontrada para complementar a renda ou a aposentadoria”, diz.A pesquisa faz uma distinção entre os empreendedores de acordo com a motivação: aqueles que abrem um ne-gócio por necessidade – geralmente os trabalhadores que perderam o emprego ou se aposentaram e não con-seguiram se recolocar no mercado de trabalho – ou por

oportunidade, aqueles que têm oportunidades de emprego mas buscam um aumento da ren-da ou apenas decidem seguir uma vocação. São situações que vêm impulsionando nos últimos anos a procura por cursos de empreendedo-rismo em todo o País. “Em alguns cursos, só o fato de você ter sido aprovada para participar já demonstra se você tem ou não talento empre-endedor”, afirma Celina Sobral Alves da Cunha, que se prepara para a abrir uma empresa. Ela se refere ao Empretec, um dos mais renoma-dos cursos de empreendedorismo do Brasil, de metodologia concebida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e aplicada no Brasil pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empre-sas (Sebrae). Foi este também um dos principais cursos feitos pelo aposentado e hoje também empresário Lincoln Cesar do Amaral Filho. A his-tória dos dois você confere a seguir.

Brasil possui cerca de 15 milhões de empreendedores, 5% dos quais com idade

entre 55 e 64 anos

Foto

: Nel

son

Alm

eida

/Luz

Foto

s: d

ivul

gaçã

o

Empretec, do Sebrae, um dos mais renomados cursos de empreendedorismo do País: parece ‘reality show’

Bastos: cada vez mais semelhanças com países desenvolvidos

Materia-gente3.indd 3 4/13/10 5:25:32 PM

Page 52: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

52 Março/abril 2010

De síndico a empresário

ção de botar pijamas”, afirma. Na época, ele não sabia, porém, o que iria fazer. Isso foi há dez anos. Hoje ele é um dos sócios-funda-dores da Superlógica, uma micro-empresa que desenvolve software para administração de imóveis e condomínios, presente em 25 Es-tados, por meio de cerca de 800 contratos e aproximadamente 10 mil condomínios administrados. A mudança não foi exatamente uma decisão tomada pelo servi-

Quando entrou na reta final para a aposentadoria, o então geren-te do Centro de Processamento de Dados do Banco do Brasil em Campinas (SP), Lincoln Cesar do Amaral Filho, já tinha a convicção de que não ficaria parado após deixar o banco. Pudera: após mais de 30 anos dedicados ao serviço público, Amaral Filho contava apenas 49 anos de idade quando adquiriu o direito à aposentado-ria. “Não tinha nenhuma condi-

dor, mas uma oportunidade que ele viu surgir no meio do caminho e não deixou escapar.

Ao tentar se aprimorarna função de síndico,Lincoln descobriu um

nicho de mercado

O empreendedorismo começou a surgir para Lincoln Amaral logo depois da aposentadoria, ainda disfarçado de uma simples ajuda

As dificuldades encontradas na administração de um condomínio acabaram por fazer do funcionário público aposentado Lincoln Amaral Filho um bem-sucedido empresário no ramo de software para o setor

Lincoln Amaral Filho, que se aposentou aos 49 anos: ‘Não tinha a menor condição de botar pijamas’

Materia-gente3.indd 4 4/13/10 5:25:34 PM

Page 53: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 53

ele define como “um treinamen-to de imersão, com duração de praticamente uma semana, muito tenso, muito forte”. No curso, onde o talento e a ca-pacidade empreendedora são postos à prova, Amaral Filho en-controu Carlos Henrique Cêra, então um jovem de 22 anos para quem a linguagem da informática nunca exigiu tradução. Começa-ram a trocar idéias e Carlos se ofereceu para desenvolver um software sob encomenda para a administradora que Amaral iria fundar. Acontece que, no meio do caminho, veio um insight: “Que abrir administradora coisa nenhu-ma. Vamos comercializar o sof-tware”, relembra Amaral Filho. Ali começou a nascer a empresa de Lincoln Amaral e os irmãos Cêra, Carlos e Luis Fernando. No começo da empresa, o plane-jamento e as definições estratégi-cas foram fundamentais para que o negócio desse certo, segundo Amaral Filho. “Um exemplo: de-cidimos que não seríamos uma ‘software house’, uma fábrica de vários tipos de software. Nosso software seria especializado em condomínio. Foi a decisão certa, pois a dedicação exclusiva fez com que nosso produto avanças-se muito e conseguíssemos aten-der à demanda de vários clientes com muita agilidade”, explica. Apesar de o produto não ter exi-gido investimento inicial em má-quinas, equipamentos ou mesmo em equipe, já que um dos sócios desenvolveu o software com a ajuda de seu próprio computa-dor, foi necessário que os sócios tivessem paciência e persistência - características essenciais para quem quer ser empreendedor – até que começassem a aparecer os resultados.

aos vizinhos do prédio em que morava, por volta de 1999/2000. Por ter experiência no banco, ele foi convidado a fazer parte do Conselho Fiscal do condomínio, onde havia comprado um apar-tamento, em Campinas. Um pou-co a contragosto, aceitou e co-meçou a fazer um levantamento da situação administrativa. Foi quando descobriu uma série de deficiências que atrapalhavam o trabalho nos condomínios: havia muito retrabalho, um sistema de dados pobre e ineficaz e a impossibilidade, naquelas con-dições, de elaborar relatórios detalhados e consistentes sobre a situação administrativa, apesar da boa-vontade com que todos trabalhavam.

Em um curso sobreempreendedorismo,

Lincoln conheceu Carlos,que hoje é seu sócio

“Percebi que todo aquele siste-ma poderia ser melhorado com poucas mudanças. Então decidi ser síndico”, conta. A nova fun-ção o fez percorrer várias admi-nistradoras de condomínios, na tentativa de aperfeiçoar o próprio trabalho. Só que esta experiência revelou que todas as empresas trabalhavam praticamente nas mesmas condições. A dificulda-de fez Amaral Filho dar mais um passo: decidiu criar uma adminis-tradora e começou a anotar quais seriam os recursos que precisaria para conseguir montar um banco de dados eficiente, capaz de aju-dar no planejamento e na admi-nistração dos recursos dos con-domínios. A idéia o levou a um curso do Sebrae em São Paulo, o Brasil Empreendedores, e logo depois a outro, o Empretec, que

Nos primeiros três anos da Su-perlógica simplesmente não houve lucro, pois todo o ganho era reinvestido, conta Amaral. A partir do quarto ano, porém, a empresa deslanchou. “Hoje a gente consegue dar a atenção necessária à nossa galinha dos ovos de ouro e ao mesmo tem-po temos equipes trabalhando para desenvolver software para outros nichos de mercado, como o da educação, por exemplo”, afirma. O ganho, entretanto, vai muito além da contabilidade da empresa. Dentre todos, o mais importante para Lincoln é hoje poder fazer com que seu filho – ele é casado e tem um casal de filhos adultos –, portador de uma necessidade especial, tenha um trabalho no qual se sinta útil e realizado. No fundo, diz Lin-coln, a origem toda da iniciativa empreendedora está na vontade de proporcionar um futuro ativo e seguro para o filho.

Empresa fornece software para 10 mil

condomínios, em 25 Estados

Também no aspecto meramente profissional houve uma realização que Lincoln nem previa quan-do criou a Superlógica. “Aprendi muito com minha experiência no banco, que foi fundamental para abrir e tocar a empresa, mas o banco cria seus funcionários como passarinhos: alimenta, deixa você bem forte, mas não te deixa voar. Pessoas com extrema potenciali-dade profissional são mantidas o tempo todo naquela gaiola. Ago-ra, com a minha empresa, man-tenho a responsabilidade, os pés no chão, mas consigo dar asas à minha imaginação.”

Materia-gente3.indd 5 4/13/10 5:25:34 PM

Page 54: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

54 Março/abril 2010

Uma empresa em gestação

como palestras, seminários, encon-tros ou workshops voltados exclusi-vamente para temas ou atividades relacionadas a aspectos interiores das pessoas. “A idéia é mexer com o emocional do público. As pessoas estão precisando se fortalecer, valo-rizar a si próprias, porque senão a vida vem e atropela.” São eventos, explica, do tipo comportamental. “O que é feito para a pessoa ‘sentir’ ela não esquece nunca”, defi ne.

Empresa promoverá eventos com foco nos aspectos emocionais

do público

Celina conta que nunca viu uma em-presa exatamente com este perfi l. Na verdade, a empresa ainda sem nome não é fruto apenas de uma idéia, um plano. Vem sendo prepara-da há muito tempo com a junção da experiência de vida e o empenho em aprender de sua criadora.Divorciada e mãe de dois fi lhos jo-

Celina Sobral Alves da Cunha é uma mulher prevenida. Aos 51 anos, 32 deles como funcionária da Petro-bras, onde exerce hoje a função de técnica da Administração e Controle sênior, ela já está pavimentando o caminho para fazer da sua aposenta-doria uma oportunidade para novas experiências de trabalho. Acostuma-da a não fi car parada – “sou ligada no 220” –, ela vem fazendo vários cursos nos últimos anos para aplicar todo o aprendizado na criação de uma empresa, que planeja inaugurar assim que se aposentar, daqui a dois anos. “Sempre preciso ter algo para fazer. Tanto que, na Petrobras, há muitos anos comecei a organizar os eventos com os colegas, como festas de fi m de ano, e faço isso até hoje”, conta Celina. Até bem pouco tempo atrás, porém, ela não podia supor que justamente esta experiência com eventos seria a base para seu projeto de empreendedorismo.Celina prepara a criação de uma empresa de promoção de eventos

vens, Celina já perdeu a conta de quantos cursos fez nos últimos anos, seja na área de empreendedorismo ou em muitas outras, como estudos sobre depressão, aulas de dança e seminários sobre autoconhecimen-to. Aliás, o gosto pelo aprendizado permanente começou quando a Petrobras a estimulou a fazer cursos de organização de eventos. Além disto, ela participa como voluntária de muitas apresentações destina-das a entidades sociais, asilos, hos-pitais, escolas. O fato é que esta ex-periência a credenciou a ministrar ela própria os cursos, seminários e palestras que sua empresa promo-verá. Ela sabe, no entanto, que mes-mo que tivesse todo esse conheci-mento, poderia não ter talento para ser empreendedora. Mas, antes de se lançar no projeto pós-aposenta-doria, ela verifi cou isso também.

Uma variedade de cursose o trabalho voluntárioformaram a experiência

que será a base da empresa

“Em alguns cursos, o fato de você concluir as tarefas já demonstra que você tem capacidade para en-frentar a realidade do empreende-dorismo”, ensina Celina. Um destes cursos, ela recorda, foi feito no Se-brae, em março do ano passado. Era o Empretec, no qual somente são admitidos alunos aprovados após uma entrevista em que os re-presentantes do Sebrae verifi cam se a pessoa tem talento e condição emocional para participar. “Pare-ce aquele programa de televisão, ‘O Aprendiz’”, afi rma, referindo-se ao programa que era apresentado

Aos 51 anos, a funcionária pública Celina Alves da Cunha se prepara para virar uma empreendedora assim que se aposentar, daqui a dois anos

Celina: ‘Em alguns cursos, o fato de você concluir as tarefas já demonstra que você tem capacidade para enfrentar a realidade do empreendedorismo’

Materia-gente3.indd 6 4/13/10 5:25:36 PM

Page 55: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 55

É preciso ter perfil de empreendedor para abrir negócio

Não basta ter capital no banco e uma idéia na cabeça para abrir um negócio de sucesso. “Comprar, produzir e vender não faz um empreendimento. O que faz disso um verdadeiro negócio é o que você planeja durante o pro-cesso”, afirma José de Arimatea Dantas, consultor finan-ceiro do Sebrae-SP. A experiência pode envolver dificul-dades para as quais o candidato a empresário não está preparado. “Além de estar preparada para correr riscos, a pessoa precisa ter noção dos riscos que virão pela frente para poder diminuir seus efeitos”, diz. Nos cursos minis-trados por todo o País, os alunos descobrem que, ou pos-suem um perfil empreendedor, ou terão de desenvolver o quanto puderem características sem as quais um projeto dificilmente vai progredir.Segundo o consultor do Sebrae, esse perfil é composto de 10 mandamentos. O primeiro é a iniciativa na busca de oportunidades. “Não adianta você passar sempre no mesmo lugar e dizer: aqui seria bom abrir uma padaria, e só. Um dia você passa no mesmo lugar e está lá a nova padaria, que você não teve a iniciativa de abrir”. O se-gundo aspecto é a capacidade de correr riscos calculados – estudar mesmo a probabilidade de dificuldades e se preparar para enfrentá-las. A terceira característica de um empreendedor é a persistência. “O persistente é aquele que, quando algo dá errado, procura descobrir onde esta-

va o erro para poder evitá-lo, e segue em frente. É diferen-te do teimoso, que não reconhece o erro e continua sem mudar nada”, diz Dantas.Há também a necessidade de comprometimento - “é pre-ciso entrar de cabeça para assumir e defender o que quer fazer” – e objetividade no estabelecimento de metas. Tam-bém é preciso ter capacidade para planejar e monitorar o próprio negócio. “Aprender o que é custo, se organizar, estabelecer um leque de fornecedores para não depen-der de um ou outro, cercar-se de pessoas capacitadas e acompanhar de perto o empreendimento em todas as suas etapas”, recomenda o consultor. No sétimo mandamento aparece a “capacidade para buscar informações” - o que não termina na fase de pre-paração, quando se estuda a área de atuação, período em que também são feitos os cursos preparatórios, mas se mantém durante o andamento do negócio como meio de conhecer melhor o mercado e se desenvolver dentro dele. A oitava regra é “persuasão e redes de contatos”, as-pecto decisivo para obter sucesso nas negociações. “Não adianta saber vender se, em caso de não pagamento, não souber cobrar, por exemplo”, afirma Dantas.A nona característica é “independência e autoconfiança”. “Se a pessoa for esperar o tempo ficar bom, a economia melhorar, a política melhorar, as pessoas mudarem, não vai fazer nada nunca. Vai ficar parada. É preciso agir com independência e confiar no que se faz”, explica Dantas. O décimo mandamento é “exigência de qualidade”, sem a qual o trabalho ou o produto pode não ser requisita-do uma segunda vez. Tudo isso, esclarece Dantas, dentro de um detalhado plano de negócios, onde o candidato a empreendedor define o que pretende fazer, estuda como funciona esta área, estima os custos, riscos e retorno en-volvidos no negócio. “Quando abre uma empresa, ou o empreendedor atua em todas as funções - marketing, fi-nanças, produção, atendimento – ou ele escolhe pessoas de confiança para estas áreas. O importante é ele ter no-ção de que tudo isso é importante”, afirma Dantas.

Dantas: os 10 mandamentos do empreendedor

pelo empresário Roberto Justus no SBT, em que vários candidatos eram desafiados a cumprir tarefas relacionadas a gestão empresarial. O curso durou nove dias.Hoje, faltando dois anos para se aposentar, Celina se dedica a ela-

borar, com ajuda de um amigo, seu plano de negócios, aplicando o que aprendeu nos cursos. Ela sabe que precisará de capital para investir em um local e nos equipamentos da em-presa, então definiu um planejamen-to de poupança e vendeu dois terre-

nos. Também agenda novos cursos, como o de vendas, por exemplo, para o tempo que falta até a aposen-tadoria. “Meu foco principal não é o dinheiro. Quero fazer algo útil para não dizer que passei minha vida em brancas nuvens.”

Materia-gente3.indd 7 4/13/10 5:25:37 PM

Page 56: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

56 Março/abril 2010

Confi ra o comportamento das aplicações

A partir desta edição, os leitores da Re-vista Previdência Nacional passarão a contar com um amplo levantamento de desempenho, efi ciência e volatilidade dos produtos do mercado fi nanceiro já adequados à Resolução 3790/2009, que dispõe sobre as aplicações dos re-cursos em moeda corrente dos Regimes Próprios de Previdência Social instituí-dos pela União, Estados, Distrito Fede-

ral e Municípios. Diversas foram as novidades introduzidas pela norma previdenciária, sendo que o segmento de renda fi xa foi o que apre-sentou maiores mudanças em razão principal-mente da necessidade de os RPPS passarem a ter produtos atrelados ao IMA (Índice de Mercado Andima), enquanto nos segmentos de renda variável e imóveis, embora também tenham sofrido alterações e acréscimo de no-vas modalidades, não houve necessidade de

Ranking de Fundos

REFERENCIADOSNome Classifi cação

AnbidBenchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

2/26/2010 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

BTG PACTUAL YIELD FI REFERENCIADO DI CRÉDITO PRIVADO Referenciado DI CDI 10/2/95 R$ 3,111,852,825.00 0.61% 9.66% 10.15% 3.74 0.08%

UNIBANCO INSTITUCIONAL FI REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 11/16/95 R$ 722,417,320.80 0.60% 9.65% 10.18% 3.08 0.09%

CAIXA FI REFERENCIADO DI CRÉDITO PRIVADO LP Referenciado DI CDI 7/15/09 R$ 72,485,372.46 0.60% 0.96 0.09%

HSBC REGIMES PRÓPRIOS FI REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 7/5/07 R$ 23,489,133.94 0.59% 9.23% 9.78%

CAIXA BRASIL FI REFERENCIADO DI LP Referenciado DI CDI 7/5/06 R$ 1,006,439,311.37 0.58% 9.42% 9.98% -1.24 0.08%

ITAÚ SOBERANO FI REFERENCIADO DI LP Referenciado DI Selic 12/29/04 R$ 5,777,844,881.63 0.58% 9.22% 9.78% -1.19 0.09%

SAFRA SOBERANO REGIME PRÓPRIO FIC REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 4/17/09 R$ 360,330,409.04 0.58%

BCSUL VERAX ESTRELA FI REFERENCIADO DI LP Referenciado DI CDI 12/13/02 R$ 41,997,699.91 0.57% 9.19% 9.79% -1.33 0.08%

VOTORANTIM FEDERAL FIC REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 9/13/07 R$ 126,886,266.57 0.57% 9.09% 9.65% -2.75 0.08%

HSBC TÍTULOS PÚBLICOS FI REFERENCIADO DI LP Referenciado DI CDI 4/1/97 R$ 1,356,142,484.28 0.57% 9.09% 9.65% -2.73 0.08%

SAFRA SOBERANO INSTITUCIONAL FIC REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 9/3/07 R$ 326,254,757.94 0.57% 9.02% 9.59% -3.46 0.08%

BTG PACTUAL FI REFERENCIADO IPCA Referenciado Outros

IPCA 12/14/05 R$ 220,907,829.03 1.49% 14.18% 15.19% 2.19 1.77%

CAIXA RS FI REFERENCIADO IPCA CRÉDITO PRIVADO LP Referenciado Outros

IPCA 8/13/09 R$ 119,892,273.51 1.21%

CDI 0.59% 9.33% 9.88% 0.00 0.08%

IPCA 0.66% 4.80% 4.31% -37.11 0.13%

ranking-pn11-A.indd 2 4/13/10 5:27:53 PM

Page 57: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 57

muitos ajustes, uma vez que os produtos já estavam enquadrados à regra.O estudo resulta de uma parceria entre a Revista Previdência Nacional e a Somma In-vestimentos, que elaborou o levantamento. Neste sentido, a fim de dar consistência ao trabalho e ao mesmo tempo promover uma ampla visão dos fundos existentes, a meto-dologia utilizada prevê a divulgação de da-dos relativos ao patrimônio líquido, rentabi-lidade, volatilidade e índice de Sharpe dos últimos 12 (doze) e 6 (seis) meses e, embora o ordenamento para publicação tenha toma-do por base o melhor retorno por categoria, ressaltamos que não se trata ainda de um rankeamento, uma vez que os novos fundos IMA não possuem histórico suficiente para

tal, pois muitos foram criados no mês de dezembro passado. Para fazer um ranking seria necessário analisar as in-formações conjuntamente e confrontá-las num intervalo de tempo maior, a fim de se obter um resultado confiável. Em relação à Portaria 345/2009 , publica-da em 28.12.2009, eventuais produtos inseridos na sua abrangência não foram incorporados à pesquisa em razão do prazo de coleta de dados ter encerrado no inicio de janeiro/2010. Esperamos, com este trabalho, proporcionar aos RPPS uma visão geral do comportamen-to das aplicações, oferecendo assim uma importante ferramenta na tomada de decisões dos gestores de RPPS.

REFERENCIADOSNome Classificação

AnbidBenchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

2/26/2010 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

BTG PACTUAL YIELD FI REFERENCIADO DI CRÉDITO PRIVADO Referenciado DI CDI 10/2/95 R$ 3,111,852,825.00 0.61% 9.66% 10.15% 3.74 0.08%

UNIBANCO INSTITUCIONAL FI REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 11/16/95 R$ 722,417,320.80 0.60% 9.65% 10.18% 3.08 0.09%

CAIXA FI REFERENCIADO DI CRÉDITO PRIVADO LP Referenciado DI CDI 7/15/09 R$ 72,485,372.46 0.60% 0.96 0.09%

HSBC REGIMES PRÓPRIOS FI REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 7/5/07 R$ 23,489,133.94 0.59% 9.23% 9.78%

CAIXA BRASIL FI REFERENCIADO DI LP Referenciado DI CDI 7/5/06 R$ 1,006,439,311.37 0.58% 9.42% 9.98% -1.24 0.08%

ITAÚ SOBERANO FI REFERENCIADO DI LP Referenciado DI Selic 12/29/04 R$ 5,777,844,881.63 0.58% 9.22% 9.78% -1.19 0.09%

SAFRA SOBERANO REGIME PRÓPRIO FIC REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 4/17/09 R$ 360,330,409.04 0.58%

BCSUL VERAX ESTRELA FI REFERENCIADO DI LP Referenciado DI CDI 12/13/02 R$ 41,997,699.91 0.57% 9.19% 9.79% -1.33 0.08%

VOTORANTIM FEDERAL FIC REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 9/13/07 R$ 126,886,266.57 0.57% 9.09% 9.65% -2.75 0.08%

HSBC TÍTULOS PÚBLICOS FI REFERENCIADO DI LP Referenciado DI CDI 4/1/97 R$ 1,356,142,484.28 0.57% 9.09% 9.65% -2.73 0.08%

SAFRA SOBERANO INSTITUCIONAL FIC REFERENCIADO DI Referenciado DI CDI 9/3/07 R$ 326,254,757.94 0.57% 9.02% 9.59% -3.46 0.08%

BTG PACTUAL FI REFERENCIADO IPCA Referenciado Outros

IPCA 12/14/05 R$ 220,907,829.03 1.49% 14.18% 15.19% 2.19 1.77%

CAIXA RS FI REFERENCIADO IPCA CRÉDITO PRIVADO LP Referenciado Outros

IPCA 8/13/09 R$ 119,892,273.51 1.21%

CDI 0.59% 9.33% 9.88% 0.00 0.08%

IPCA 0.66% 4.80% 4.31% -37.11 0.13%

ranking-pn11-A.indd 3 4/13/10 5:27:53 PM

Page 58: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

58 Março/abril 2010

AÇÕESNome Classificação Anbid Benchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 26/02/2010 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

HSBC DIVIDENDOS FI AÇÕES Ações Dividendos Não definido 10/6/97 R$ 87,032,097.76 0.72% 45.92% 62.34% 1.38 22.72%

MARLIM FI AÇÕES Ações Dividendos Ibovespa 6/30/08 R$ 29,647,941.94 0.21% 42.27% 43.61% 2.04 13.33%

BTG PACTUAL INSTITUCIONAL DIVIDENDOS FI AÇÕES Ações Dividendos Não Infor-mado

3/10/08 R$ 53,904,140.61 -0.17% 33.83% 48.02% 1.40 15.25%

SUL AMÉRICA DIVIDENDOS FI AÇÕES Ações Dividendos Não definido 8/20/09 R$ 13,086,888.05 -0.53%

SAFRA ACOES FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 6/24/69 R$ 77,826,600.22 3.51% 82.22% 84.93% 1.90 29.22%

HSBC AÇÕES PLUS FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 7/20/98 R$ 87,368,391.45 2.44% 75.54% 82.17% 1.86 27.45%

ITAÚ INSTITUCIONAL IBOVESPA ATIVO FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 5/2/97 R$ 17,057,602.73 1.68% 67.17% 76.47% 1.73 26.62%

VOTORANTIM FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 8/3/92 R$ 19,956,646.88 1.63% 78.45% 84.81% 1.98 26.52%

SANTANDER INSTITUCIONAL FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 3/24/97 R$ 105,451,241.90 1.31% 67.60% 79.80% 1.67 27.88%

BRADESCO PRIVATE ALAVANCADO IBOVESPA FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Não definido 3/16/95 R$ 44,386,609.93 1.13% 71.11% 87.95% 1.84 26.30%

ITAÚ RPI IBOVESPA FIC AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 4/25/08 R$ 286,539,362.37 1.10% 90.06% 98.74% 2.45 23.79%

BANRISUL ÍNDICE FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 10/1/97 R$ 19,540,455.06 0.95% 57.77% 64.70% 1.51 26.55%

FATOR INSTITUCIONAL FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 1/27/97 R$ 134,957,370.32 0.60% 72.83% 82.44% 1.89 26.76%

J. MALUCELLI AÇÕES FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 12/4/01 R$ 10,129,776.33 0.26% 73.99% 78.12% 2.70 17.79%

BRADESCO PLUS IBOVESPA FI AÇÕES Ações Ibovespa indexado Ibovespa 10/25/99 R$ 162,856,826.65 1.66% 70.65% 81.34% 1.74 27.79%

SAFRA INDICIAL FI AÇÕES Ações Ibovespa indexado Ibovespa 4/16/97 R$ 23,205,389.18 1.56% 67.77% 77.68% 1.69 27.57%

HSBC TOP FI AÇÕES Ações Ibovespa indexado Ibovespa 1/1/80 R$ 185,607,582.24 1.55% 66.55% 76.66% 1.68 27.30%

BRADESCO INDEXADO IBOVESPA FIC AÇÕES Ações Ibovespa indexado Ibovespa 3/1/94 R$ 183,138,225.27 1.41% 64.80% 75.22% 1.62 27.80%

SAFRA LARGE CAP FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 5/3/04 R$ 35,087,694.34 3.29% 65.81% 74.57% 1.65 27.55%

BANRISUL PERFORMANCE FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 7/4/94 R$ 28,978,168.98 2.46% 58.00% 64.30% 1.60 25.03%

BANRISUL AÇÕES FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 11/3/71 R$ 45,714,012.24 2.44% 76.67% 77.25% 2.40 20.97%

BTG PACTUAL DINÂMICO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo Não definido 5/18/98 R$ 189,380,305.21 1.85% 56.82% 67.99% 1.44 27.62%

BANRISUL INFRA-ESTRUTURA FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 10/2/97 R$ 65,994,021.85 1.44% 63.71% 77.10% 1.79 24.27%

CAIXA BRASIL IBX 50 FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 50 2/18/08 R$ 120,965,769.50 1.41% 57.57% 67.75% 1.46 27.55%

VOTORANTIM IBRX FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 50 11/10/06 R$ 32,126,673.88 1.37% 67.65% 78.28% 1.71 27.15%

SANTANDER INSTITUCIONAL IBRX ATIVO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 8/15/97 R$ 13,025,438.15 1.27% 57.90% 68.98% 1.47 27.49%

ITAÚ INSTITUCIONAL IBRX ATIVO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 12/18/97 R$ 95,453,889.00 1.26% 62.93% 71.93% 1.65 26.24%

BRADESCO INSTITUTIONAL IBX ATIVO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo Não definido 11/4/99 R$ 276,053,484.37 1.22% 63.43% 75.40% 1.65 26.59%

SCHRODER IBRX 50 FI AÇÕES PREVIDENCIÁRIO Ações IBrX Ativo IBX 50 5/12/06 R$ 163,675,258.99 1.17% 58.78% 70.92% 1.52 26.92%

SUL AMÉRICA PENSION IBRX ATIVO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 50 7/3/07 R$ 18,559,633.07 1.00% 60.09% 70.07% 1.53 27.35%

BNP PARIBAS ACE FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 4/2/01 R$ 108,944,952.86 0.94% 62.81% 73.03% 1.66 26.12%

SAFRA CONSTRUÇÃO CIVIL FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 5/8/08 R$ 59,436,033.86 7.51% 192.87% 195.19% 2.76 38.36%

SAFRA EQUITY PORTFÓLIO FI AÇÕES Ações Livre CDI 12/26/08 R$ 10,068,664.58 4.05% 53.71% 52.84% 1.89 19.02%

SAFRA EXPORTAÇÃO FI AÇÕES Ações Livre Não definido 8/23/04 R$ 57,047,718.47 2.52% 63.25% 79.73% 1.46 30.72%

BNP PARIBAS GRAND PRIX FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 2/11/04 R$ 63,760,794.54 1.00% 71.28% 80.88% 1.81 26.77%

MERCATTO GESTÃO FUNDAMENTALISTA FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 4/25/03 R$ 137,235,742.89 0.72% 148.40% 149.24% 3.39 25.15%

MERCATTO ESTRATÉGIA FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 11/18/98 R$ 152,776,379.19 -0.08% 139.68% 143.13% 3.19 25.70%

GWI CLASSIC FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 2/12/07 R$ 78,915,275.14 -1.17% 90.71% 112.59% 3.26 17.59%

SAFRA SETORIAL ENERGIA FI AÇÕES Ações setoriais energia IEE 10/1/97 R$ 41,940,707.31 0.67% 52.15% 59.43% 1.71 20.61%

SAFRA INFRAESTRUTURA FI AÇÕES Ações Setoriais Livre Ibovespa 1/30/07 R$ 47,373,133.76 1.17% 77.28% 73.30% 2.02 25.61%

SAFRA SETORIAL BANCOS FI AÇÕES Ações Setoriais Livre Não definido 10/1/97 R$ 174,175,450.01 -1.58% 66.90% 63.37% 1.58 29.50%

SAFRA SMALL CAP FI AÇÕES Ações Small Caps Não definido 9/11/03 R$ 250,226,875.22 1.85% 114.28% 122.03% 2.74 25.80%

J. MALUCELLI SMALL CAPS FI AÇÕES Ações Small Caps Ibovespa 6/30/08 R$ 5,575,059.21 1.20% 98.65% 97.01% 3.68 16.63%

BB REGIME PRÓPRIO GOVERNANCA FI AÇÕES PREVIDENCIÁRIO

Ações Sustentabilidade/Governança

Ibovespa 6/10/09 R$ 137,363,783.52 1.05%

ranking-pn11-A.indd 4 4/13/10 5:27:54 PM

Page 59: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 59

AÇÕESNome Classificação Anbid Benchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 26/02/2010 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

HSBC DIVIDENDOS FI AÇÕES Ações Dividendos Não definido 10/6/97 R$ 87,032,097.76 0.72% 45.92% 62.34% 1.38 22.72%

MARLIM FI AÇÕES Ações Dividendos Ibovespa 6/30/08 R$ 29,647,941.94 0.21% 42.27% 43.61% 2.04 13.33%

BTG PACTUAL INSTITUCIONAL DIVIDENDOS FI AÇÕES Ações Dividendos Não Infor-mado

3/10/08 R$ 53,904,140.61 -0.17% 33.83% 48.02% 1.40 15.25%

SUL AMÉRICA DIVIDENDOS FI AÇÕES Ações Dividendos Não definido 8/20/09 R$ 13,086,888.05 -0.53%

SAFRA ACOES FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 6/24/69 R$ 77,826,600.22 3.51% 82.22% 84.93% 1.90 29.22%

HSBC AÇÕES PLUS FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 7/20/98 R$ 87,368,391.45 2.44% 75.54% 82.17% 1.86 27.45%

ITAÚ INSTITUCIONAL IBOVESPA ATIVO FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 5/2/97 R$ 17,057,602.73 1.68% 67.17% 76.47% 1.73 26.62%

VOTORANTIM FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 8/3/92 R$ 19,956,646.88 1.63% 78.45% 84.81% 1.98 26.52%

SANTANDER INSTITUCIONAL FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 3/24/97 R$ 105,451,241.90 1.31% 67.60% 79.80% 1.67 27.88%

BRADESCO PRIVATE ALAVANCADO IBOVESPA FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Não definido 3/16/95 R$ 44,386,609.93 1.13% 71.11% 87.95% 1.84 26.30%

ITAÚ RPI IBOVESPA FIC AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 4/25/08 R$ 286,539,362.37 1.10% 90.06% 98.74% 2.45 23.79%

BANRISUL ÍNDICE FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 10/1/97 R$ 19,540,455.06 0.95% 57.77% 64.70% 1.51 26.55%

FATOR INSTITUCIONAL FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 1/27/97 R$ 134,957,370.32 0.60% 72.83% 82.44% 1.89 26.76%

J. MALUCELLI AÇÕES FI AÇÕES Ações Ibovespa ativo Ibovespa 12/4/01 R$ 10,129,776.33 0.26% 73.99% 78.12% 2.70 17.79%

BRADESCO PLUS IBOVESPA FI AÇÕES Ações Ibovespa indexado Ibovespa 10/25/99 R$ 162,856,826.65 1.66% 70.65% 81.34% 1.74 27.79%

SAFRA INDICIAL FI AÇÕES Ações Ibovespa indexado Ibovespa 4/16/97 R$ 23,205,389.18 1.56% 67.77% 77.68% 1.69 27.57%

HSBC TOP FI AÇÕES Ações Ibovespa indexado Ibovespa 1/1/80 R$ 185,607,582.24 1.55% 66.55% 76.66% 1.68 27.30%

BRADESCO INDEXADO IBOVESPA FIC AÇÕES Ações Ibovespa indexado Ibovespa 3/1/94 R$ 183,138,225.27 1.41% 64.80% 75.22% 1.62 27.80%

SAFRA LARGE CAP FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 5/3/04 R$ 35,087,694.34 3.29% 65.81% 74.57% 1.65 27.55%

BANRISUL PERFORMANCE FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 7/4/94 R$ 28,978,168.98 2.46% 58.00% 64.30% 1.60 25.03%

BANRISUL AÇÕES FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 11/3/71 R$ 45,714,012.24 2.44% 76.67% 77.25% 2.40 20.97%

BTG PACTUAL DINÂMICO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo Não definido 5/18/98 R$ 189,380,305.21 1.85% 56.82% 67.99% 1.44 27.62%

BANRISUL INFRA-ESTRUTURA FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 10/2/97 R$ 65,994,021.85 1.44% 63.71% 77.10% 1.79 24.27%

CAIXA BRASIL IBX 50 FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 50 2/18/08 R$ 120,965,769.50 1.41% 57.57% 67.75% 1.46 27.55%

VOTORANTIM IBRX FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 50 11/10/06 R$ 32,126,673.88 1.37% 67.65% 78.28% 1.71 27.15%

SANTANDER INSTITUCIONAL IBRX ATIVO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 8/15/97 R$ 13,025,438.15 1.27% 57.90% 68.98% 1.47 27.49%

ITAÚ INSTITUCIONAL IBRX ATIVO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 12/18/97 R$ 95,453,889.00 1.26% 62.93% 71.93% 1.65 26.24%

BRADESCO INSTITUTIONAL IBX ATIVO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo Não definido 11/4/99 R$ 276,053,484.37 1.22% 63.43% 75.40% 1.65 26.59%

SCHRODER IBRX 50 FI AÇÕES PREVIDENCIÁRIO Ações IBrX Ativo IBX 50 5/12/06 R$ 163,675,258.99 1.17% 58.78% 70.92% 1.52 26.92%

SUL AMÉRICA PENSION IBRX ATIVO FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 50 7/3/07 R$ 18,559,633.07 1.00% 60.09% 70.07% 1.53 27.35%

BNP PARIBAS ACE FI AÇÕES Ações IBrX Ativo IBX 4/2/01 R$ 108,944,952.86 0.94% 62.81% 73.03% 1.66 26.12%

SAFRA CONSTRUÇÃO CIVIL FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 5/8/08 R$ 59,436,033.86 7.51% 192.87% 195.19% 2.76 38.36%

SAFRA EQUITY PORTFÓLIO FI AÇÕES Ações Livre CDI 12/26/08 R$ 10,068,664.58 4.05% 53.71% 52.84% 1.89 19.02%

SAFRA EXPORTAÇÃO FI AÇÕES Ações Livre Não definido 8/23/04 R$ 57,047,718.47 2.52% 63.25% 79.73% 1.46 30.72%

BNP PARIBAS GRAND PRIX FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 2/11/04 R$ 63,760,794.54 1.00% 71.28% 80.88% 1.81 26.77%

MERCATTO GESTÃO FUNDAMENTALISTA FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 4/25/03 R$ 137,235,742.89 0.72% 148.40% 149.24% 3.39 25.15%

MERCATTO ESTRATÉGIA FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 11/18/98 R$ 152,776,379.19 -0.08% 139.68% 143.13% 3.19 25.70%

GWI CLASSIC FI AÇÕES Ações Livre Ibovespa 2/12/07 R$ 78,915,275.14 -1.17% 90.71% 112.59% 3.26 17.59%

SAFRA SETORIAL ENERGIA FI AÇÕES Ações setoriais energia IEE 10/1/97 R$ 41,940,707.31 0.67% 52.15% 59.43% 1.71 20.61%

SAFRA INFRAESTRUTURA FI AÇÕES Ações Setoriais Livre Ibovespa 1/30/07 R$ 47,373,133.76 1.17% 77.28% 73.30% 2.02 25.61%

SAFRA SETORIAL BANCOS FI AÇÕES Ações Setoriais Livre Não definido 10/1/97 R$ 174,175,450.01 -1.58% 66.90% 63.37% 1.58 29.50%

SAFRA SMALL CAP FI AÇÕES Ações Small Caps Não definido 9/11/03 R$ 250,226,875.22 1.85% 114.28% 122.03% 2.74 25.80%

J. MALUCELLI SMALL CAPS FI AÇÕES Ações Small Caps Ibovespa 6/30/08 R$ 5,575,059.21 1.20% 98.65% 97.01% 3.68 16.63%

BB REGIME PRÓPRIO GOVERNANCA FI AÇÕES PREVIDENCIÁRIO

Ações Sustentabilidade/Governança

Ibovespa 6/10/09 R$ 137,363,783.52 1.05%

ranking-pn11-A.indd 5 4/13/10 5:27:54 PM

Page 60: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

60 Março/abril 2010

Ações (continuação)

Nome Classificação Anbid Benchmark Início do fundo

Patrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 26/02/2010 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

SAFRA ISE FI AÇÕES Ações Sustentabilidade/Governança

Não definido 1/23/06 R$ 4,886,898.07 -1.89% 65.45% 63.06% 1.74 25.67%

SANTANDER PIBBS IBRX 50 FI AÇÕES PIBB Cota de PIBB 9/12/05 R$ 115,139,480.50 0.48% 60.20% 70.70% 1.47 28.75%

Ibovespa 1.68% 71.78% 82.66% 1.76 27.82%

IBX 1.14% 62.17% 72.84% 1.61 26.80%

IBX-50 1.29% 60.48% 72.41% 1.51 27.93%

RENDA FIXANome Classificação

AnbidBenchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 26/02/2010 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

BB RPPS ATUARIAL MODERADO FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO

Referenciado DI IMA-B 3/9/06 R$ 1,550,551,082.78 0.89% 9.74% 9.92% 2.75 0.13%

BB RPPS ATUARIAL CONSERVADOR FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO

Referenciado DI IMA-B 6/24/05 R$ 5,241,659,900.80 0.86% 9.51% 9.73% 1.28 0.13%

BTG PACTUAL IMA B FI RENDA FIXA Renda Fixa Não Informado 7/23/08 R$ 19,820,707.79 1.90% 16.71% 18.78% 2.12 3.10%

BNP PARIBAS INFLAÇÃO FI RENDA FIXA Renda Fixa Índice de preços

10/7/02 R$ 51,120,130.65 1.78% 16.47% 18.75% 1.99 3.20%

BRADESCO IMA B FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 1/7/08 R$ 500,408,367.19 1.68% 15.97% 18.01% 1.99 2.99%

ITAÚ INSTITUCIONAL INFLAÇÃO FIC RENDA FIXA Renda Fixa CDI 11/26/09 R$ 23,589,481.54 1.68%

SANTANDER RPPS TÍTULOS PÚBLICOS FIC RENDA FIXA Renda Fixa CDI 12/9/09 R$ 521,864,361.50 1.60%

SUL AMÉRICA INFLATIE FI RENDA FIXA LP Renda Fixa Índice de preços

7/11/08 R$ 68,582,828.91 1.59% 15.80% 18.50% 1.78 3.25%

CAIXA NOVO BRASIL FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP Renda Fixa Não Informado 10/27/09 R$ 1,202,192,729.58 1.40%

UNIBANCO ÍNDICE DE PREÇOS FI RENDA FIXA Renda Fixa CDI 10/17/02 R$ 28,652,197.95 1.39% 12.25% 12.27% 1.29 2.06%

BRADESCO IMA GERAL FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 4/30/07 R$ 349,472,206.47 1.06% 12.88% 13.79% 2.49 1.29%

SAFRA INDEX 10 FIC RENDA FIXA Renda Fixa Índice de preços

7/1/02 R$ 64,427,018.19 1.03% 10.86% 12.10% 1.05 1.33%

BNP PARIBAS SPIN FI RENDA FIXA LP Renda Fixa IMA Geral 9/1/06 R$ 188,363,157.98 1.02% 11.89% 12.70% 1.54 1.51%

BB RPPS LIQUIDEZ FIC RENDA FIXA Renda Fixa IRF-M 12/8/09 R$ 613,196,877.71 0.90%

ITAÚ INSTITUCIONAL PRÉ-FIXADO FIC RENDA FIXA LP Renda Fixa CDI 11/26/09 R$ 29,139,553.08 0.88%

BB RPPS CONSERVADOR FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO Renda Fixa IRF-M 12/8/04 R$ 1,562,609,403.15 0.85% 9.44% 9.47% 0.32 0.32%

BTG PACTUAL FIX FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 12/1/00 R$ 20,823,610.44 0.84% 10.25% 11.14% 0.52 1.62%

PARANÁ EXECUTIVO FI RENDA FIXA Renda Fixa CDI 2/21/00 R$ 61,429,531.48 0.75% 9.60% 9.91% 0.52 0.47%

BANRISUL PREVIDÊNCIA MUNICIPAL FI RENDA FIXA LP Renda Fixa IMA Geral 9/3/07 R$ 240,406,450.78 0.72% 9.87% 10.22% 7.94 0.06%

BANRISUL PATRIMONIAL FI RENDA FIXA LP Renda Fixa IMA Geral 6/3/02 R$ 608,590,802.22 0.70% 10.30% 11.48% 1.97 0.45%

BANRISUL PREVIDÊNCIA MUNICIPAL II FI RENDA FIXA LP Renda Fixa IMA Geral 8/29/08 R$ 77,072,826.56 0.70% 9.74% 10.11% 6.04 0.06%

CAIXA BRASIL TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 2/10/06 R$ 5,362,989,367.42 0.66% 9.70% 10.18% 2.10 0.16%

CAIXA ALIANÇA FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 11/1/05 R$ 1,739,992,346.90 0.66% 9.70% 10.16% 2.19 0.15%

CAIXA RS FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 7/18/05 R$ 1,012,309,578.00 0.65% 9.72% 10.18% 2.27 0.16%

SUL AMÉRICA EXCELLENCE FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO Renda Fixa CDI 6/21/02 R$ 292,657,039.60 0.62% 9.83% 10.35% 4.22 0.11%

ITAÚ SOBERANO MULTI ÍNDICES FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 9/6/07 R$ 212,647,977.58 0.61% 9.64% 10.41% 2.31 0.12%

MERCATTO TOP FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP Renda Fixa Médio e Alto Risco

CDI 8/31/01 R$ 123,616,154.62 0.58% 10.57% 10.98% 6.98 0.16%

CDI 0.59% 9.33% 9.88% 0.00 0.06%

IGP-M 1.18% 0.30% -1.71% -22.24 0.39%

IMA Geral 1.09% 12.16% 12.90% 2.18 1.18%

IRF-M 0.90% 11.81% 12.47% 1.41 1.60%

ranking-pn11-A.indd 6 4/13/10 5:27:54 PM

Page 61: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 61

Ações (continuação)

Nome Classificação Anbid Benchmark Início do fundo

Patrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 26/02/2010 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

SAFRA ISE FI AÇÕES Ações Sustentabilidade/Governança

Não definido 1/23/06 R$ 4,886,898.07 -1.89% 65.45% 63.06% 1.74 25.67%

SANTANDER PIBBS IBRX 50 FI AÇÕES PIBB Cota de PIBB 9/12/05 R$ 115,139,480.50 0.48% 60.20% 70.70% 1.47 28.75%

Ibovespa 1.68% 71.78% 82.66% 1.76 27.82%

IBX 1.14% 62.17% 72.84% 1.61 26.80%

IBX-50 1.29% 60.48% 72.41% 1.51 27.93%

RENDA FIXANome Classificação

AnbidBenchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 26/02/2010 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

BB RPPS ATUARIAL MODERADO FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO

Referenciado DI IMA-B 3/9/06 R$ 1,550,551,082.78 0.89% 9.74% 9.92% 2.75 0.13%

BB RPPS ATUARIAL CONSERVADOR FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO

Referenciado DI IMA-B 6/24/05 R$ 5,241,659,900.80 0.86% 9.51% 9.73% 1.28 0.13%

BTG PACTUAL IMA B FI RENDA FIXA Renda Fixa Não Informado 7/23/08 R$ 19,820,707.79 1.90% 16.71% 18.78% 2.12 3.10%

BNP PARIBAS INFLAÇÃO FI RENDA FIXA Renda Fixa Índice de preços

10/7/02 R$ 51,120,130.65 1.78% 16.47% 18.75% 1.99 3.20%

BRADESCO IMA B FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 1/7/08 R$ 500,408,367.19 1.68% 15.97% 18.01% 1.99 2.99%

ITAÚ INSTITUCIONAL INFLAÇÃO FIC RENDA FIXA Renda Fixa CDI 11/26/09 R$ 23,589,481.54 1.68%

SANTANDER RPPS TÍTULOS PÚBLICOS FIC RENDA FIXA Renda Fixa CDI 12/9/09 R$ 521,864,361.50 1.60%

SUL AMÉRICA INFLATIE FI RENDA FIXA LP Renda Fixa Índice de preços

7/11/08 R$ 68,582,828.91 1.59% 15.80% 18.50% 1.78 3.25%

CAIXA NOVO BRASIL FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP Renda Fixa Não Informado 10/27/09 R$ 1,202,192,729.58 1.40%

UNIBANCO ÍNDICE DE PREÇOS FI RENDA FIXA Renda Fixa CDI 10/17/02 R$ 28,652,197.95 1.39% 12.25% 12.27% 1.29 2.06%

BRADESCO IMA GERAL FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 4/30/07 R$ 349,472,206.47 1.06% 12.88% 13.79% 2.49 1.29%

SAFRA INDEX 10 FIC RENDA FIXA Renda Fixa Índice de preços

7/1/02 R$ 64,427,018.19 1.03% 10.86% 12.10% 1.05 1.33%

BNP PARIBAS SPIN FI RENDA FIXA LP Renda Fixa IMA Geral 9/1/06 R$ 188,363,157.98 1.02% 11.89% 12.70% 1.54 1.51%

BB RPPS LIQUIDEZ FIC RENDA FIXA Renda Fixa IRF-M 12/8/09 R$ 613,196,877.71 0.90%

ITAÚ INSTITUCIONAL PRÉ-FIXADO FIC RENDA FIXA LP Renda Fixa CDI 11/26/09 R$ 29,139,553.08 0.88%

BB RPPS CONSERVADOR FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO Renda Fixa IRF-M 12/8/04 R$ 1,562,609,403.15 0.85% 9.44% 9.47% 0.32 0.32%

BTG PACTUAL FIX FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 12/1/00 R$ 20,823,610.44 0.84% 10.25% 11.14% 0.52 1.62%

PARANÁ EXECUTIVO FI RENDA FIXA Renda Fixa CDI 2/21/00 R$ 61,429,531.48 0.75% 9.60% 9.91% 0.52 0.47%

BANRISUL PREVIDÊNCIA MUNICIPAL FI RENDA FIXA LP Renda Fixa IMA Geral 9/3/07 R$ 240,406,450.78 0.72% 9.87% 10.22% 7.94 0.06%

BANRISUL PATRIMONIAL FI RENDA FIXA LP Renda Fixa IMA Geral 6/3/02 R$ 608,590,802.22 0.70% 10.30% 11.48% 1.97 0.45%

BANRISUL PREVIDÊNCIA MUNICIPAL II FI RENDA FIXA LP Renda Fixa IMA Geral 8/29/08 R$ 77,072,826.56 0.70% 9.74% 10.11% 6.04 0.06%

CAIXA BRASIL TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 2/10/06 R$ 5,362,989,367.42 0.66% 9.70% 10.18% 2.10 0.16%

CAIXA ALIANÇA FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 11/1/05 R$ 1,739,992,346.90 0.66% 9.70% 10.16% 2.19 0.15%

CAIXA RS FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 7/18/05 R$ 1,012,309,578.00 0.65% 9.72% 10.18% 2.27 0.16%

SUL AMÉRICA EXCELLENCE FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO Renda Fixa CDI 6/21/02 R$ 292,657,039.60 0.62% 9.83% 10.35% 4.22 0.11%

ITAÚ SOBERANO MULTI ÍNDICES FI RENDA FIXA Renda Fixa Não definido 9/6/07 R$ 212,647,977.58 0.61% 9.64% 10.41% 2.31 0.12%

MERCATTO TOP FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP Renda Fixa Médio e Alto Risco

CDI 8/31/01 R$ 123,616,154.62 0.58% 10.57% 10.98% 6.98 0.16%

CDI 0.59% 9.33% 9.88% 0.00 0.06%

IGP-M 1.18% 0.30% -1.71% -22.24 0.39%

IMA Geral 1.09% 12.16% 12.90% 2.18 1.18%

IRF-M 0.90% 11.81% 12.47% 1.41 1.60%

ranking-pn11-A.indd 7 4/13/10 5:27:54 PM

Page 62: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

62 Março/abril 2010

FIDCsNome Classificação

AnbidBenchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 31/12/2009 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

MASTER PANAMERICANO CDC VEÍCULOS FIDC SÊNIOR Direitos Creditórios Não definido 10/13/03 R$ 1,088,051,124.00 0.66% 10.52% 11.15% 14.86 0.07%

BCSUL VERAX CPP ABERTO 360 FIDC Direitos Creditórios 110% do CDI 8/4/04 R$ 294,115,923.04 0.65% 10.33% 10.94% 12.64 0.07%

RURAL FIDC PREMIUM SÊNIOR Direitos Creditórios Não definido 12/11/03 R$ 44,865,423.66 0.64% 10.13% 10.73% 11.35 0.07%

BCSUL VERAX CPP 180 ABERTO FIDC SÊNIOR Direitos Creditórios 107% do CDI 8/5/04 R$ 111,815,984.03 0.63% 10.03% 10.62% 9.16 0.07%

BV FINANCEIRA I FIDC SÊNIOR Direitos Creditórios CDI 6/28/06 R$ 317,842,066.00 0.60% 9.44% 10.00% 1.57 0.07%

CDI 0.59% 9.33% 9.88% 0.00 0.06%

MULTIMERCADOSNome Classificação

AnbidBenchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 31/12/2009 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

BRADESCO GOLDEN PROFIT DINÂMICO FIC MULTIMERCADO Balanceados Não definido 7/1/97 R$ 216,497,062.42 0.77% 19.85% 22.48% 1.22 7.75%

BRADESCO GOLDEN PROFIT MODERADO FIC MULTIMERCADO

Balanceados Não definido 7/8/97 R$ 164,205,492.70 0.63% 14.25% 16.06% 0.96 4.67%

BRADESCO GOLDEN PROFIT CONSERVADOR FIC MULTIMERCADO

Balanceados Não definido 11/28/96 R$ 81,555,050.06 0.54% 11.48% 12.86% 0.64 3.12%

CAIXA BRASIL LONG SHORT FIC MULTIMERCADO Long and Short Neutro Não Informado 1/6/09 R$ 16,600,864.50 0.55% 9.89% 0.64 0.80%

VOTORANTIM EAGLE FI MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO Multimercados Juros e Moedas

CDI 10/16/95 R$ 87,541,770.22 0.71% 10.87% 11.36% 5.84 0.24%

IB INSTITUTIONAL ACTIVE FIX FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas

CDI 1/9/02 R$ 827,579,058.51 0.69% 10.07% 10.80% 5.06 0.13%

BRADESCO PLUS I FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas

Não definido 11/3/99 R$ 119,296,069.52 0.66% 10.09% 10.70% 1.82 0.38%

BTG PACTUAL INSTITUCIONAL DINÂMICO FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas

Não definido 7/19/99 R$ 282,215,853.54 0.62% 9.40% 9.92% 0.49 0.13%

SUL AMÉRICA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Macro

CDI 6/17/05 R$ 40,695,080.29 0.68% 9.55% 10.21% 0.25 0.84%

SAFRA CARTEIRA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

CDI 1/31/07 R$ 587,563,594.50 1.09% 11.70% 11.79% 2.44 0.88%

VOTORANTIM DINÂMICO FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

CDI 1/4/96 R$ 78,733,536.84 0.64% 10.93% 11.86% 1.76 0.83%

BB REGIME PRÓPRIO FI MULTIMERCADO PREVIDENCIÁRIO LP Multimercados Multiestratégia

CDI 3/2/09 R$ 28,699,478.35 0.63%

BTG PACTUAL HEDGE INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

Não definido 7/1/03 R$ 59,267,156.36 0.62% 9.81% 10.35% 1.30 0.33%

BTG PACTUAL LOCAL INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

Não definido 10/1/02 R$ 38,097,270.39 0.51% 12.05% 12.78% 1.71 1.44%

MERCATTO DIFERENCIAL INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia

CDI 9/3/02 R$ 416,640,310.33 0.48% 11.70% 13.34% 2.33 0.92%

BNP PARIBAS SMART FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

CDI 9/14/98 R$ 86,116,910.45 0.48% 10.64% 10.83% 0.75 1.61%

GRAU SAVANA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

CDI 3/3/97 R$ 24,111,641.92 0.38% 10.18% 12.16% 0.79 0.99%

MERCATTO DIFERENCIAL FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia

CDI 9/23/98 R$ 76,971,657.30 0.38% 14.36% 16.21% 3.43 1.32%

MERCATTO DIFERENCIAL 30 FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia

CDI 8/7/07 R$ 155,888,159.36 0.32% 21.22% 24.85% 4.19 2.47%

HSBC MULTIFUNDOS FIC MULTIMERCADO Multimercados Multigestor

CDI 9/15/05 R$ 75,039,194.01 0.56% 8.98% 9.88% -0.70 0.46%

CDI 0.59% 9.33% 9.88% 0.00 0.06%

As informações foram obtidas a partir de fontes públicas ou privadas consideradas confiáveis, cuja responsabilidade pela correção e veracidade não é assumida pela QUANTUM, pelo titular desta marca ou por qualquer das empresas de seu grupo empresarial. As informações disponíveis, não devem ser entendidas como colocação, distribuição ou oferta de fundo de investimento ou qualquer outro valor mobiliário. Fundos de investimento não contam com a garantia do Administrador do fundo, Gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garantidor de Créditos � FGC.

ranking-pn11-A.indd 8 4/13/10 5:27:55 PM

Page 63: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Previdência Nacional 63

FIDCsNome Classificação

AnbidBenchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 31/12/2009 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

MASTER PANAMERICANO CDC VEÍCULOS FIDC SÊNIOR Direitos Creditórios Não definido 10/13/03 R$ 1,088,051,124.00 0.66% 10.52% 11.15% 14.86 0.07%

BCSUL VERAX CPP ABERTO 360 FIDC Direitos Creditórios 110% do CDI 8/4/04 R$ 294,115,923.04 0.65% 10.33% 10.94% 12.64 0.07%

RURAL FIDC PREMIUM SÊNIOR Direitos Creditórios Não definido 12/11/03 R$ 44,865,423.66 0.64% 10.13% 10.73% 11.35 0.07%

BCSUL VERAX CPP 180 ABERTO FIDC SÊNIOR Direitos Creditórios 107% do CDI 8/5/04 R$ 111,815,984.03 0.63% 10.03% 10.62% 9.16 0.07%

BV FINANCEIRA I FIDC SÊNIOR Direitos Creditórios CDI 6/28/06 R$ 317,842,066.00 0.60% 9.44% 10.00% 1.57 0.07%

CDI 0.59% 9.33% 9.88% 0.00 0.06%

MULTIMERCADOSNome Classificação

AnbidBenchmark Início do

fundoPatrimônio Líquido Retorno Sharpe Volatilidade

no dia 31/12/2009 No mêsFevereiro - 2010

12 meses 2009 nos últimos 12 meses nos últimos 12 meses

BRADESCO GOLDEN PROFIT DINÂMICO FIC MULTIMERCADO Balanceados Não definido 7/1/97 R$ 216,497,062.42 0.77% 19.85% 22.48% 1.22 7.75%

BRADESCO GOLDEN PROFIT MODERADO FIC MULTIMERCADO

Balanceados Não definido 7/8/97 R$ 164,205,492.70 0.63% 14.25% 16.06% 0.96 4.67%

BRADESCO GOLDEN PROFIT CONSERVADOR FIC MULTIMERCADO

Balanceados Não definido 11/28/96 R$ 81,555,050.06 0.54% 11.48% 12.86% 0.64 3.12%

CAIXA BRASIL LONG SHORT FIC MULTIMERCADO Long and Short Neutro Não Informado 1/6/09 R$ 16,600,864.50 0.55% 9.89% 0.64 0.80%

VOTORANTIM EAGLE FI MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO Multimercados Juros e Moedas

CDI 10/16/95 R$ 87,541,770.22 0.71% 10.87% 11.36% 5.84 0.24%

IB INSTITUTIONAL ACTIVE FIX FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas

CDI 1/9/02 R$ 827,579,058.51 0.69% 10.07% 10.80% 5.06 0.13%

BRADESCO PLUS I FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas

Não definido 11/3/99 R$ 119,296,069.52 0.66% 10.09% 10.70% 1.82 0.38%

BTG PACTUAL INSTITUCIONAL DINÂMICO FI MULTIMERCADO Multimercados Juros e Moedas

Não definido 7/19/99 R$ 282,215,853.54 0.62% 9.40% 9.92% 0.49 0.13%

SUL AMÉRICA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Macro

CDI 6/17/05 R$ 40,695,080.29 0.68% 9.55% 10.21% 0.25 0.84%

SAFRA CARTEIRA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

CDI 1/31/07 R$ 587,563,594.50 1.09% 11.70% 11.79% 2.44 0.88%

VOTORANTIM DINÂMICO FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

CDI 1/4/96 R$ 78,733,536.84 0.64% 10.93% 11.86% 1.76 0.83%

BB REGIME PRÓPRIO FI MULTIMERCADO PREVIDENCIÁRIO LP Multimercados Multiestratégia

CDI 3/2/09 R$ 28,699,478.35 0.63%

BTG PACTUAL HEDGE INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

Não definido 7/1/03 R$ 59,267,156.36 0.62% 9.81% 10.35% 1.30 0.33%

BTG PACTUAL LOCAL INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

Não definido 10/1/02 R$ 38,097,270.39 0.51% 12.05% 12.78% 1.71 1.44%

MERCATTO DIFERENCIAL INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia

CDI 9/3/02 R$ 416,640,310.33 0.48% 11.70% 13.34% 2.33 0.92%

BNP PARIBAS SMART FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

CDI 9/14/98 R$ 86,116,910.45 0.48% 10.64% 10.83% 0.75 1.61%

GRAU SAVANA INSTITUCIONAL FI MULTIMERCADO Multimercados Multiestratégia

CDI 3/3/97 R$ 24,111,641.92 0.38% 10.18% 12.16% 0.79 0.99%

MERCATTO DIFERENCIAL FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia

CDI 9/23/98 R$ 76,971,657.30 0.38% 14.36% 16.21% 3.43 1.32%

MERCATTO DIFERENCIAL 30 FI MULTIMERCADO LP Multimercados Multiestratégia

CDI 8/7/07 R$ 155,888,159.36 0.32% 21.22% 24.85% 4.19 2.47%

HSBC MULTIFUNDOS FIC MULTIMERCADO Multimercados Multigestor

CDI 9/15/05 R$ 75,039,194.01 0.56% 8.98% 9.88% -0.70 0.46%

CDI 0.59% 9.33% 9.88% 0.00 0.06%

Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e regulamento do fundo de investimento. Os valores exibidos estão em Real (BRL). Fonte: Quantum Axis.

ranking-pn11-A.indd 9 4/13/10 5:27:55 PM

Page 64: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

Alberto Donizete Correa(Página 31)Banco do BrasilTelefone:(61) 3310-1866 Aldo José da Silva(Página 17)BradescoTelefone:(11) 2178-6540e-mail: [email protected] André Figueiredo Gomes(Página 34)AbipemTelefone:(21) 2108-6150

André Luiz Goulart(Página 14)AmipremTelefone:(34) 3214-8898

Antônio Machado(Página 14)Inst.Prev. Feira de Santana-BA

Telefone:(075) 3623-5991

Beate Frank(Página 44)IPA/FurbTelefone:(47) 3334-1030

Cecilia Herzog(Página 44)Universidade Veiga FilhoTelefone:(21) 2226-0236

Celso Zanin(Página 28)Caixa Econômica FederalTelefone:(11) 3555-6466

Cleuton de Oliveira Sanches(Página 31)Sanches e Associados ConsultoriaTelefone:(19) 3885-2183

Dirceu Severo(Página 44)

Furb Telefone:(47) 3321-0553

Evandro Antônio da Silva(Página 14)AepremerjTelefone:(24) 9279-5639

Fagner dos Santos Gonçalves(Página 14)AgopremTelefone:(064) 2101-7100

Geraldo Tadeu Monteiro(Página 14)Instituto Brasileiro de Pesquisa SocialTelefone:(021) 3553-9120

João Figueiredo(Páginas 10, 28)Abipem, Apeprem e IprejunTelefones:(11) 4589-8497 ou (11) 6644-0547

Serviço Lista de entrevistados

Eis os dados para contato com as pessoas entrevistadas nas reportagens desta edição de Previdência Nacional. Se encontrar

alguma difi culdade, por favor entre em contato conosco:

55-11-5505-6065 [email protected]

64 Março/abril 2010

FONTES-2.indd 2 4/13/10 5:30:01 PM

Page 65: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

e-mail: joaofi [email protected]

Jocelaine Moraes de Souza(Página 14) Apeprev e IPMC Telefone: (041) 3350-3666

José de Arimatea Dantas(Página 50)Sebrae-SPTelefone:0800 570 08000

José Anchieta Batista(Página 14)Acre PrevidênciaTelefone:(68) 3212-7700 Lucia Helena Vieira(Página 10)Apeprem e IpredTelefone:(011) 4125-7614

Mário Mamede(Página 14)

IPM FortalezaTelefone:(85) 3255-8406

Moacyr Salles(Página 14)MSPrevTelefone:(67) 3318-1421 Paulo Alberto Bastos Júnior(Página 44)IBQPTelefone:(41) 3264-2246

Paulo Di Blasi(Páginas 28)IbmecTelefone: (21) 2503-3483

Paulo Pellegrino(Página 44)FAU/USPTelefone:(11) 3091-4544

Regis Abreu(Página 28)

AnbimaTelefone:(11) 3032-3838

Sandra Guedes(Página 14)IpernTelefone:(84) 3232-1901

Theo Nijman(Página 38)NetsparTelefone:31-13-4662109P.O. Box 90153 5000 LE Tilburg The Netherlands www.netspar.nl

Uriel Duarte(Página 44)Instituto de Geociências - USPTelefone:(11) 3091-4226

Previdência Nacional 65

FONTES-2.indd 3 4/13/10 5:30:03 PM

Page 66: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

82

Agenda

66 Março/abril 2010

Agenda de eventos da Abipem e da Apeprem

A

E

CD

B

MARÇOA) 3º Seminário Sudeste Abipem De 3 a 5Belo Horizonte - MG

ABRILB) 4 º Seminário Norte AbipemDe 28 a 30Palmas - TO

C) 6º Congresso Estadual de Previdência MunicipaI – ApepremDe 12 a 14 Campinas – SP

MAIOD) 24° Encontro Regional da ApepremDe 20 a 21Catanduva - SP

JUNHOE) 44º Congresso Nacional AbipemDe 16 a 18Salvador - BA

agenda.indd 2 4/13/10 5:30:28 PM

Page 67: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

agenda.indd 3 4/13/10 5:30:57 PM

Page 68: Revista ABIPEM - Março/Abril-2010

agenda.indd 4 4/13/10 5:30:58 PM