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Rio Araguaia bem natural sofre com a falta de atenção Bicho Bom de Papo Arara Canindé Natureza pede Respeito Meio ambiente sofre com o lixo Dicas Conscientes Reaproveitando o Lixo Ano I ● Edição 0 ● Dezembro de 2011 R$ 6,00

Revista ação consciente

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Ação Consciente - Projeto experimental de Jornalismo Ambiental em Revista - Alvarina Patrícia Barcelos dos Santos e Áthila Chaves Rezende - Orientação: Profº. Me. Thiago Cury Luiz (2011)

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Rio Araguaia

bem natural sofre com a falta de atenção

Bicho Bom de PapoArara Canindé

Natureza pede RespeitoMeio ambiente sofre com o lixo

Dicas ConscientesReaproveitandoo Lixo

Ano I ● Edição 0 ● Dezembro de 2011R$ 6,00

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Para quem gosta do verde ou aprecia à natureza, vale a pena visitar o Viveiro de Mudas Recanto Verde.

O Viveiro de Mudas Recanto Verde é especialista no comércio e produção de mudas.

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Reportagem, Redação, Entrevista, Foto, Pesquisa e Edição:

Alvarina Patrícia B. dos SantosÁthila Chaves Rezende

Diagramação e Design Gráfico:Roni Pess

Revisão e Orientação:Professor Mestre Thiago Cury Luiz

Artigo:Alvarina Patrícia B. dos SantosNelsoney da Costa Marques

Roni Pess

Crônica:Rubem Alves

Circulação:Alto Araguaia/MT

Santa Rita do Araguaia/GO

Periodicidade:Mensal

Tiragem:10 exemplares

Impressão:Gráfica Atena

Publicidade e Assinatura:Patrícia Barcelos

([email protected])(66) 9603 – 2416Áthila Chaves

([email protected])(66) 9624 - 4776

7 Matéria de CapaRio Araguaia sofre com a falta de atenção

11 Entrevista especialAdevaldo LimaPrefeito Alcides

16 Bicho bom de PapoArara Canindé

20 Repensando o LixoDiminuindo a quantidade de lixo

26 Natureza pede RespeitoMeio ambiente é depósito de lixo

33 Dicas ConscientesManeiras de reaproveitar o lixo

38 Queimando VidasAs conseqüências das queimadas

44 Em FocoEspécies do Cerrado

ÍndiceExpediente

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Ação consciente. Duas palavras que se completam e dão nome a esta revista. Nome que define bem a nossa preocupação. Um veículo de comunicação repleto de informações jornalísticas voltadas para todas as pessoas que se interessam pelo assunto meio ambiente. Espaço para informação,

entretenimento e atividades práticas para toda a família. Ação Consciente foi uma idéia que amadureceu aos poucos, partindo principalmente da preocu-pação com a degradação do meio ambiente presente na nossa comunidade, bem como a necessidade de compartilhar com o público leitor a nossa ansiedade em fazer algo em prol daquele que há tanto tempo tem nos servido. E o que a gente tem dado em troca? Precisamos repensar nossos atos. Todas as nossas escolhas têm reflexo no futuro. Pense um pouco, será que daqui a alguns anos você não vai olhar para trás e lamentar não ter planejado melhor suas ações? Imprevistos acontecem, mas, quando temos controle sobre a própria vida, eles ajudam nas correções de rumo, estimulam a enxergar as oportunidades. Prepare hoje o seu amanhã. Sonhos se realizam com esco-lhas e atos conscientes. Foi fazendo essa reflexão que surgiu Ação Consciente. Colocar em prática aquilo que estava ao nosso alcance, mostrar às pessoas o quanto é necessária a conscientização da sociedade em preservar e conservar a natureza presente na sua comunidade, contribuindo para a vida do Planeta Terra, incentivando a prática de algumas possíveis ações para manter o meio ambiente vivo e livre da destruição. A revista irá informar, colaborar para a conscientização das pessoas, evidenciar a nossa preocupação e a que cada ser humano deve ter e colaborar para que esse problema não aumente a cada dia. No decorrer das páginas você vai se identificar com o que está sendo dito, vai encontrar aquilo que acontece na sua comunidade. Textos que registram a sua realidade, com abordagens de pessoas que vivem na mesma sociedade que você. Talvez você pense: “nossa, mas aqui acontece tudo isso mesmo?”. E nós respondemos: “acontece, sim”. Para mudar essa situação, nós precisamos contar com cada um de vocês, nosso leitor. Aceite lutar nessa causa conosco. Todos nós, juntos, podemos mudar a realidade do meio ambiente.

Seja bem-vindo a Ação Consciente. Esperamos que goste e curta a leitura.

Carta ao Leitor

Ação Consciente: Preservação, Conscientização, Reutilização

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Crônica

Por Rubem AlvesSobre rosas, formigas e tamanduás

O seu nome era Brasili-no Jardim. Brasilino

Jardim tinha jardim no nome e jar-dim no coração. Ele amava todas as coisas vivas, de plantas a urubus. A vida, para ele, era sagrada. Brasilino Jardim não ia à igreja. As pessoas religiosas temiam por sua alma e se perguntavam: “Ele não sabe que é preciso ir à igreja para estar bem com Deus? Quem não está bem com Deus corre perigo! Deus castiga!” Brasilino sorria um sorriso manso e perguntava: “Onde está dito, nas Sagradas Escrituras, que Deus fez uma igreja? Todo Poderoso, se quisesse igrejas teria feito igrejas. Todo Poderoso, ele fez o que queria. E o que é que ele fez? Plantou um jardim. E está dito que ele ‘andava pelo jardim ao vento fresco da tarde!’ Quando estou no jardim sei que estou andando no lugar que Deus ama. Deus ama a vida, o vento, o sol, a terra, a água – coisas que estão no jardim. Mas as igrejas são lugares fechados, abafados. Bichos e plantas não se sentem felizes lá dentro...” Não frequentava igrejas mas amava um santo: São Francisco. Porque São Francisco foi o homem que via Deus nas coisas da nature-za. São Francisco amava tudo o que vivia e, segundo a lenda, as coisas que viviam o entendiam, tanto que ele pregava sermões aos peixes e aos pássaros. Frequentemente os animais ouvem melhor que os seres humanos... Foi então que o Brasilino Jardim resolveu plantar um jardim em homenagem a São Francisco. Te-

ria de ser um lindo jardim, com um canteiro de rosas no meio. E assim foi. Vendo as folhas viçosas das ro-seiras, a primeira rosa que se abrira e os botões que se abririam no dia seguinte, Brasilino foi dormir con-tente. Ao acordar pensou logo no jardim. Queria ver se os botões já estavam abertos. Mas, decepção! O que ele encontrou foi devastação. Durante a noite as formigas saúvas haviam cortado todas as folhas e to-das as flores das roseiras. Brasilino ficou muito triste. Resolveu acon-selhar-se com um vizinho que tinha um lindo canteiro de rosas floridas.“O jeito é matar as formigas”, disse o vizinho. “Formigas e jardins não combinam. Para as formigas jardins são hortas, coisas para serem comi-das.” “Matar as formigas? De jei-to nenhum. São criaturas de Deus, como todos nós. Se foi Deus quem as fez, elas têm o direito de viver. Formigas têm direitos...” E com es-sas palavras deixou o vizinho falan-do sozinho. “Onde já se viu matar as formigas? São criaturas de Deus. Tem de haver outro jeito...” Pensou: “Se as formigas co-meram as roseiras, comeram porque estavam com fome. Não foi por mal-dade. Se eu der comida às formigas elas deixarão de ter fome e não co-merão as rosas”. Dito isso plantou, à volta do jardim de rosas, um anel de cenouras tenras e doces que seriam o deleite alimentar das formigas. Mas as for-migas ignoraram as cenouras. Conti-nuaram a comer as roseiras.

“Talvez elas não tenham entendido”, ele pensou. “Não per-ceberam nem que as cenouras são deliciosas e nem que são para elas. Ainda não foram educadas. Se forem educadas para gostos mais refinados não comerão as rosas. Serei um edu-cador de formigas.” E como sabia que a noite é o tempo preferido pelas formigas para cortar roseiras, Brasilino passou a dar aulas às formigas durante a noi-te, peripateticamente, no seu jardim. Queria que as formigas aprendessem a gostar gastronomicamente de ce-nouras e plasticamente de rosas. O vizinho ficou incomo-dado com aquele falatório noturno. Foi ver do que se tratava. E se es-pantou. “Brasilino, você endoidou? Pregando às formigas?” Brasilino respondeu: “São Francisco pregou aos pássaros e aos peixes. E eles en-tenderam. Pois eu vou pregar às for-migas e elas haverão de entender.” Mas as formigas não ligavam para a aula do Brasilino. Não aprenderam a lição nova. Formiga continua a ser formiga. Continuaram a cortar as ro-seiras. Diante do fracasso da peda-gogia, Brasilino se lembrou de um recurso inventado pelos humanos chamado “condomínio”. O que é um condomínio? São casas cercadas de muros de todos os lados, com o objetivo de impedir a entrada dos criminosos, que ficam do lado de fora. “Farei o mesmo com as minhas roseiras”, ele disse triunfante. Ato contínuo tomou garrafas de coca litro, cortou bicos e fundos, fez um corte vertical ao lado e usou esses ci-

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lindros ocos como cintas protetoras para os caules das roseiras. “Agora minhas roseiras estão protegidas! As formigas não entrarão!” Pobre Brasilino! Ele não conhecia a esper-teza das formigas. Elas sabem fazer túneis, escalar muralhas, passar por frestas, fazer pontes. E quando ele foi ao jardim, pela manhã, viu que as formigas haviam devorado de novo suas roseiras. Lembrou-se então Brasili-no de uma velha estória que relata o feito de um flautista que livrou uma cidade de uma praga de ratos que a infestava. O que foi que o flautista fez? Simplesmente tocou sua flauta! “Ah! A música tem poderes mági-cos! Claro, as formigas não enten-dem a linguagem pedagógica dos argumentos. Haverão de ser sensí-veis à magia da música.” Comprou uma flauta e pôs-se a tocar o Bole-ro de Ravel. As formigas reagiram imediatamente. Sentiram o poder da música. Até os bichos têm música na alma. Começaram a mastigar folhas e rosas ao ritmo da música encanta-dora. Com o fracasso da músi-ca, veio-lhe, então, uma nova idéia: “Se as formigas não podem ser nem conscientizadas pela palavra e nem sensibilizadas pela música, as rosas podem ser. Assim, vou despertar nas minhas rosas o sentimento da não-violência, da beleza da paz. O pen-samento tem poder. Se todas as rosas fizerem juntas uma corrente de pen-samentos de paz a energia positiva no ar será tão forte que as formigas se converterão...” Espalhou, pelo jardim, imagens coloridas de paz. Flores sorridentes. Pôs CDs com música sobre rosas, Strauss, Vandré e Caymi. Tudo, no espaço do jardim, sugeria paz e não violência. Quem visitasse o seu jardim sentia a energia positiva no ar. Mas parece que as formigas não eram sensíveis à energia positiva de paz. Continuaram a cortar as

rosas. Aí ele começou a ter raiva das rosas. “Não compreendo a passividade das rosas! Elas não se defendem! Tinham de se defender! Pois Deus não dotou as criaturas com o direito de defender a sua vida?” Cobriu então os galhos das roseiras com espinhos pontudos e afiados, facas e espadas que as rosas deveriam usar para se defender das formigas. Mas as rosas não sabiam se defender. Não sabiam usar armas. Eram mansas e desajeitadas por na-tureza. As formigas continuaram a subir pelos seus galhos sem ligar para os espinhos. No desespero, Brasilino re-solveu tomar uma atitude mais ra-dical, que mesmo contrariava seu sentimento de reverência pela vida: foi para o jardim munido de um mar-telo e pôs-se a martelar as formigas que se aproximavam das suas ro-seiras. Mas o número das formigas era imenso. Não paravam de chegar. Matou muitas formigas a martela-das, o que não as perturbou. E havia também o fato de que Brasilino não podia ficar martelando formigas o tempo todo. Precisava dormir. Dor-mindo, o martelo descansava. E as formigas trabalhavam. “Já sei!”, ele disse. “Ape-larei para o Papa. O Papa tem reza forte. Pedirei que ele ore para que as formigas parem de comer minhas ro-sas”. Escreveu então uma carta para o Papa, expondo o seu sofrimento, e pedindo que ele intercedesse jun-to aos santos, junto à virgem, junto a Deus... Afinal de contas, as hostes celestiais deviam ter um interesse especial na preservação do jardim, aperitivo do Paraíso. As autoridades eclesiásticas, de posse da carta de Brasilino, deram a ela a maior consideração, e a colo-caram na lista das orações pela paz que o Papa rezava diariamente: paz entre judeus e palestinos, paz entre russos e chechênios, paz entre pro-

testantes e católicos, paz na Espa-nha, paz na Colômbia, paz no Peru, paz na África... Era uma lista enor-me. O Papa orou mas nada mudou. Os homens continuaram a se matar e as formigas continuaram a cortar suas roseiras. De repente ele ouviu uma voz que o chamava. Era a voz do seu vizinho, que contemplava tudo em silêncio. “Eu tenho uma solução para o seu problema com as formi-gas, sem que você tenha de matar as formigas.” Brasilino se espantou: “Como?” O vizinho explicou: “Você acha que as formigas são criaturas de Deus. Sendo criaturas de Deus têm direito a viver. Você está em boa companhia espiritual. Homens como São Francisco, Gandhi e Schweit-zer também sentiam reverência pela vida.” Brasilino ficou feliz ao se ver colocado ao lado desses santos. Seu vizinho continuou: “Mas isso que você diz para as for-migas deve valer para todas as cria-turas. Certo?” “Certo”, concordou Brasilino. “Então, por que você não traz um tamanduá para morar no seu jardim? Tamanduás também são criaturas de Deus. E adoram comer formigas! Para isso têm uma língua fina e comprida, que entra até o fun-do dos formigueiros! Para o taman-duá, comer formiga não é pecado; é virtude!” E foi assim que o Brasilino, sem desrespeitar suas convicções es-pirituais, trouxe um tamanduá para viver no seu jardim. E o tamanduá engordou, as formigas sumiram, o jardim flores-ceu e o Brasilino sorriu...

Moral da estória: Quem quiser se livrar das formigas e man-ter uma consciência tranquila, que compre um tamanduá...

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Nosso bem natural está sendo usado como depósito de lixo e esgoto

O rio Araguaia (em dialeto tupi, possui várias ex-pressões: Rio do

Vale dos Papagaios, rio das Araras, rio dos Papagaios Mansos) tem duas das principais nascentes em Goiás, nas formações elevadas existentes no Parque Nacional das Emas, reser-va ecológica (área de proteção am-biental) situada na divisa dos estados de Goiás e Mato Grosso, próximo à cidade de Mineiros, e uma terceira nascente no município de Alto Ta-quari no estado de Mato grosso. Segundo informações do geógrafo Neilon Vilela, a principal nascente do rio Araguaia, que está localizada no município de Minei-ros, já sofreu muito com a falta de preservação. Ele aborda sobre o as-sunto: “Há mais ou menos uns dez anos atrás a nascente estava toda ‘arrebentada’, tinha uma voçoroca enorme ali (é um fenômeno geológi-co que consiste na formação de gran-des buracos de erosão causado pelas chuvas, em solos onde a vegetação é escassa e não protege mais o solo). Só para se ter uma idéia do tamanho, cabia um helicóptero inteiro dentro dela de tão grande que era. Mas com o trabalho desenvolvido pela Fimes de Mineiros (Faculdades Integradas de Mineiros), através dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal em parceria com o Governo estadu-al e os produtores, eles conseguiram recuperar toda essa área degradada. E o Ministério do Meio Ambiente, como forma de manter a preservação

das nascentes, fez com que os agri-cultores da região tomassem conta daquela área, porque tudo foi pro-vocado pela falta de cuidados com as margens da nascente do rio Ara-guaia, devido a agricultura ser mui-to forte, pesada nessa região a qual

acaba destruindo toda a mata ciliar do rio” lembra Neilon. Em quase toda a extensão de seu curso, apresenta, no período que vai de maio a outubro, praias de areias brancas e limpas, o que, aliado a uma fauna e flora bastante rica em

Por Patrícia Barcelos e Áthila Chaves

Cachoeira do rio Araguaia perto do Bilinão

Materia de capa

Rio Araguaia precisa de ATENÇÃO!

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espécies e volume, vem despertando a atenção do turista e dos amantes da natureza no mundo inteiro. A ati-vidade da pesca amadora reforça o poder de atração de toda a região. De acordo com a Associação Civil Cidadania DF (ACC – DF), “para proteger esse tesouro brasilei-ro, existe um projeto de lei que tem o objetivo de transformar o rio Ara-guaia num parque de preservação ambiental, o primeiro do Brasil”. Isso fará com que todas as comuni-dades assumam a responsabilidade em cuidar e preservar o rio Araguaia. E como é de conhecimento de todos, o Rio Araguaia faz parte do meio ambiente de Alto Araguaia (MT) e de Santa Rita do Araguaia (GO), e ainda mais, o esgoto do cór-rego “Mané Falado” e o de muitas casas de ambas as cidades caem di-reto no rio. Para aumentar também a falta de cuidados, lixos são jogados às margens e dentro do Araguaia, sujam a água e poluem o meio am-biente, ficando impróprio para banho e para a sobrevivência dos animais que dele precisam. A moradora de Santa Rita do Araguaia, Edite Teles, nos relata a sua preocupação a respeito da fal-ta de ações em prol do rio Araguaia: “Se você olhar as margens do Ara-guaia vai ver que está toda desprovi-da de árvores, tanto do lado de Mato Grosso quanto de Goiás, e isso é algo que os governantes já deveriam ter tomado providências há muito tem-po. Principalmente arborizar, porque a mata ciliar acabou, e eu não vejo nada ser feito para isso” afirma. Outro relato feito por dona Edite é de como o rio Araguaia era limpo e conservado na época de sua infância e adolescência: “O rio Ara-guaia era tão limpo, que agente con-seguia ver as pedrinhas lá no fundo, hoje está isso ai que estamos vendo, não podemos tomar banho no rio. Eu só o vejo ser destruído, está sofrendo as conseqüências do desmatamento,

das lavouras, com o assoreamento. E os animais, pássaros que dependem dessa mata ciliar para viver na na-tureza, de onde tiram seu alimento, estão vindo para a cidade em busca da sua sobrevivência” enfatiza. A respeito do esgoto que cai dentro do Rio Araguaia, existe um projeto sobre uma estação de trata-mento de esgoto feio pela Prefeitura de Alto Araguaia, que segundo o Se-

cretário de Meio Ambiente Jefferson Berigo, “vai tratar o esgoto de toda a cidade, tirando de vez o esgoto de dentro do Rio Araguaia e que segun-do informações trazidas pelo Pre-feito, após sua ida à Brasília, pode sair ano que vem através do PAC (Programa de Aceleração de Cres-cimento)”. Jefferson ainda ressalta que Santa Rita também é parceira

que vive próximo ao rio Araguaia e, com certeza, sofre com os lixos que são jogados na água. Esses animais, segundo o Secretário Berigo, são cuidados pelas pessoas que moram próximas da região onde elas vivem, podendo dessa forma preservar a espécie. Também é possível enxergá-las no início da noite quando saem para pastar todas juntas à beira do

de Alto Araguaia no que diz respeito ao meio ambiente, inclusive o pro-jeto de tirar os esgotos do rio é um projeto das duas cidades, “pois se as duas cidades não trabalharem juntas, de nada adianta”, afirma. Apesar de toda essa sujeira que é jogada no Rio Araguaia, ainda há aqueles que se arriscam a tomar banho nessas águas. Inclusive, tem um bando bem grande de capivaras

“Esgoto” Mané Falado que cai no rio Araguaia

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rio. O armazenamento incorreto do lixo feito pela população de Santa Rita do Araguaia e Alto Araguaia, principalmente aquelas que residem próximas ao Araguaia, mesmo sem intenção acabam levando poluição para o rio. Basta dar uma pequena olhada para dentro do Araguaia que a gente enxerga sacos plásticos, garrafas pet, potes plásticos.

Inclusive no município de Santa Rita do Araguaia, próximo à captação de água, na popular “bica”, havia pedaços de roupa, calçados velhos jogados, e o mais impressionante foi encontrar os restos do que parecia ser uma ema, jogada nas proximidades do rio. No que diz respeito à Secretaria de Meio Ambiente de

Santa Rita do Araguaia, falando com a Fiscal de Meio Ambiente do município, Niulane Rodrigues Carrijo, ela lembra alguns pontos importantes na pouca atuação da secretaria até o momento: “Nós ainda não estamos muito atuantes quando o assunto é meio ambiente, porque o município não tem secretaria formada, como se pode ver estamos utilizando uma sala dentro do

Hospital. Enquanto não estivermos instalados adequadamente, nós ficamos de ‘mãos e pés atados’ porque a secretaria também não possui fundo municipal, tudo vem através da prefeitura. Portanto, fica um pouco complicado de desenvolver mais ações, pois não podemos receber auxilio do governo sem antes estar com a Secretaria de Meio Ambiente

devidamente formada e instalada em sua sede própria”. Mas Niulane ressalta que a secretaria procura desenvolver ati-vidades em Santa Rita do Araguaia, que não necessitam de maiores in-vestimentos, ou seja, com poucos recursos. Como ela exemplifica, algumas das ações já realizadas em prol da preservação do rio Araguaia “foram desenvolvidas palestras nas escolas do município em parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) , visando à conscientização dos alunos sobre a importância da água, da não poluição do rio Ara-guaia e do meio ambiente como um todo. Outras ações com maior inves-timento só poderemos fazer quando a secretaria já estiver instalada na sua sede” reafirma a Fiscal. Algumas ações já foram de-senvolvidas no município de Alto Araguaia em prol da preservação e conservação do rio Araguaia. Como palestras nas escolas no sentido do esclarecer a importância do papel de cada cidadão, foram plantadas mudas de árvores às margens do rio Araguaia envolvendo algumas insti-tuições como os Sindicatos, o Rota-ry Club, o Rotaract, a população e os funcionários da Prefeitura. Algumas poucas ações na tentativa salvar o rio Araguaia, sabemos que são poucas, é preciso fazer bem mais, e traba-lhando nesse sentido que é possível avançar para que esse bem natural esteja sempre presente em nossas vi-das. É necessário, para que se tenha um maior cuidado, que as se-cretarias dos dois municípios desen-volvam campanhas de conscientiza-ção e preservação do Rio Araguaia, orientando a população de que forma ela deve agir, o que cada um pode fazer para que o rio não sofra mais com tanta falta de atenção. Esse é um rio que contempla quatro estados (Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Pará), é uma beleza natural tão rica

“Esgoto” Mané Falado que cai no rio Araguaia

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e que está presente na vida de cada morador, seja de Santa Rita (GO) ou de Alto Araguaia (MT). É pos-sível que cada cidadão dessas duas cidades tenha uma história, ou algo que aconteceu na sua vida que está ligado ao Rio Araguaia. Custa tanto assim cuidar um pouco mais desse bem tão precioso que está presente em nossas vidas e que proporciona belos momentos na vida dessas duas comunidades? A exemplo disso, temos o Bóia Cross, o Festival de Canoagem, que é realizado pelo município de Santa Rita do Araguaia. Não po-demos esquecer também do Fes-tival Náutico e do Carnaia, que acontecem em Alto Araguaia todos os anos. Estes não estão diretamente ligados com ativi-dades na água, mas muita gen-te aproveita esses eventos para tomar banho nas águas do Ara-guaia. É possível que ninguém goste de entrar no rio e dividir espaço com garrafas pet, sacolas plástica e até mesmo com o es-goto que é jogado. O vereador de Alto Ara-guaia, Vanderalques de Castro, coloca a sua posição quanto ao que precisa ser feito para que o rio Araguaia seja preservado e conservado: “É preciso que haja

uma política voltada para o rio Ara-guaia, e hoje isso não existe. As áre-as de preservação permanente que existem ao longo do rio Araguaia já foram destruídas, o produtor desma-tou para criar gado, para fazer lavou-ras ou desmatou para tirar a madeira. Para o rio Araguaia se manter vivo é necessário recuperar toda a mata ciliar ao longo de seu curso, retirar os esgotos que são jogados no rio a céu aberto tanto em Alto Araguaia (MT) quanto em Santa Rita (GO), essas são as primeiras ações a serem feitas”, destaca o vereador.

Ondino Lima, cidadão araguaiense, aponta outra solução possível para a conservação do rio Araguaia e deixa clara a sua preocupação sobre esse assunto: “Eu acredito que falta é a consciência do cidadão. Eu vejo que é obrigação educar os mais jovens, para que eles cresçam preocupados com a preservação do rio Araguaia. Cabe ao cidadão fazer a sua parte, não só cobrar dos nossos governantes, mas também dar a sua contribuição para a preservação e conservação do meio ambiente. Para isso a comunicação

é fundamental, a informação, a cobrança dos veículos de comunicação, realização de gincanas, palestras, concursos, que despertem a idéia de preservação e conscientização do jovem e também do adulto”. Há possibilidade de se evitar toda essa poluição através da ação humana, colocando o lixo no lugar mais adequado, ajudando a fiscalizar para ver se outras pessoas também estão colaborando, fazendo a sua parte e cobrando cada vez mais das nossas autoridades a limpeza do Rio Araguaia com a retirada dos esgotos que caem direto na água.

Lixos encontrados no rio Araguaia

Fotos: Patrícia Barcelos

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1. Qual é a sua posição quando o assunto é meio ambiente? Quando se fala em meio ambiente, é bom lembrar que essa discussão está sendo bastante polê-mica no mundo todo, e o interesse também passa a ser local, onde a po-pulação deve de certa forma não ser

conscientizada apenas. Mais do que isso: o povo deve ser o sujeito desse processo. Quando falamos em meio ambiente no sentido mais amplo, é preciso esclarecer o sentido da palavra ecologia, que é um termo mais amplo que meio ambiente. A palavra ecologia vem do gre-go “oikos” que significa casa, ou seja, habitat, e “logos” sig-nifica estudo, conhecimento. Então, a população que habita esta casa deve estar ciente, do ponto de vista do meio ambien-te local, de cuidar daquilo ao qual pertence, daquele habitat,

porque a natureza pode reagir contra o próprio homem. Como, por exem-plo, a gente vê muito nos meios de comunicação, nos noticiários, como o aquecimento global e outros su-cessivos fenômenos causados pela natureza como tsunamis, terremo-tos, deslizamentos, temporais, ala-gamentos, que estão acontecendo no mundo todo. Isso é reflexo do mau cuidado ou falta de planejamento humano na quietação da ecologia, do meio ambiente enquanto tal. É muito sério quando se dis-cute a respeito do meio ambiente, porque o homem utiliza a natureza como fornecedora de material, como o que ele precisa para construir uma casa, por exemplo, pois necessita de terra, areia, madeira, isso para citar alguns. Basta olharmos ao nosso re-dor pra vermos o quanto a natureza está transformada, e o homem não se preocupa com essa transformação porque o que está por trás, levando a essa devastação, é o poder econô-

mico, sendo ele o que orienta esse “telos” que a gente chama no senti-do moral na ação da conduta huma-na, em devastar a natureza, onde o homem baseado nas necessidades materiais e na busca pelo poder eco-nômico vai usar a terra, o solo, os minerais, os vegetais. E, assim, cada vez que o homem busca produzir al-guma coisa através das riquezas, das fontes naturais e de forma desenten-dida nessa exploração da natureza, não sabe qual a resposta que o meio ambiente vai dar. Em termos de Alto Araguaia, em específico, não é dife-rente. Basta minuciosamente obser-varmos ao nosso redor para vermos que tem muita coisa a cobrar dos go-vernantes, do Executivo local e suas secretarias para que as ações sejam mais planejadas, para que a natureza não venha entornar contra o homem, contra nós.

2. Sendo morador, cidadão de Alto Araguaia, como você vê as ações ou falta delas, por parte do Gover-no Municipal, quando o assunto é a preservação do Rio Araguaia?

Eu até vejo uma polêmica muito grande porque isso advém de uma falta de planejamento, fal-ta de estrutura. Por exemplo, o rio Araguaia passa por dentro da cida-de, então ele passa a ser o esgoto da cidade, a água corrente conduz esse esgoto e estão resolvidas as ques-tões, e não é bem assim. A maior polêmica que eu vejo em Alto Ara-guaia é a falta de ação política por parte da Secretaria de Meio Ambien-te em relação a planejar ou preocu-

Adevaldo Rosa Lima, cidadão Araguaiense, Sociólogo, possui

hoje o título de Mestre em Ciências da Religião. É professor efetivo da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Alto Araguaia. E além de professor é também um incentivador de causas voltadas aos interesses da sua comunidade. Ação Consciente o questionou sobre a re-alidade ambiental de Alto Araguaia/MT, ações políticas voltadas para preservação e conscientização do meio ambiente local, focando prin-cipalmente no rio Araguaia. Acom-panhe:

Lixos encontrados no rio Araguaia

Por Patrícia Barcelos

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par-se com a devastação, poluição, e aí toda a população sofre com isso. Um exemplo disso, onde a afetação do rio Araguaia está presente no mu-nicípio, são os encanamentos irregu-lares de muitas casas que deságuam os dejetos poluentes dentro do rio. Em Alto Araguaia é preciso que haja uma ação política planeja-da para reconstruir o meio ambiente, principalmente a conservação do rio Araguaia que é uma grande riqueza que nós te-mos aqui, e isso não pode ser desconsiderado. A população deve cobrar da instância políti-ca local para que realmente ve-nha efetivar essa preservação.

3. Qual a sua opinião a res-peito dos esgotos que são jogados dentro do Rio Ara-guaia tanto do lado de Santa Rita, quanto do lado de Alto Araguaia, e a impossibili-dade da população dos dois municípios tomarem banho nas águas do rio, apesar de existirem aqueles que se ar-riscam na realização dessa práti-ca?

Eu vejo que o que resolveria em grande parte esse problema seria construção das fossas sépticas com sumidouro em todas as casas. Com isso, os dejetos não seriam jogados diretamente no rio. Mas o que deve-ria mesmo ser feito é a construção de caixas sépticas de areia onde a água do esgoto seria tratada antes de cair no rio, diminuindo os dejetos que contaminam a água. Outra forma se-ria a canalização de todo o esgoto da cidade sendo depositado em um lu-gar apropriado para tratamento que não fosse o rio. Acredito que esse projeto teria que ser uma preocupa-ção tanto de Alto Araguaia quanto de Santa Rita do Araguaia, pelo fato do rio fazer parte dos dois municípios. O rio Araguaia passa a ser

uma discussão para intervir de forma imediata, em que se faz necessária a junção das secretarias de meio ambiente dos dois municípios, dos poderes públicos e discutir como fazer. Não é difícil, é possível manter esse rio preservado, o que resta é a vontade política, porque é mais fácil culpar a população do que ter um planejamento de ação diante da

situação. O rio Araguaia está sendo prejudicado e se não houver uma forma de controle, uma ação política para impedir essas ações que vêm afetando o rio, ele pode não ter uma vida longa. É preciso encontrar uma maneira de sensibilizar a população, mostrando as áreas afetadas para que ela reaja contra aqueles que estão prejudicando o rio Araguaia, bem como cobrar do poder público ações mais eficazes.

4. Você como cidadão Araguaiense e preocupado com a preservação do meio ambiente local, qual a sua visão a respeito da administração atual em relação a ações voltadas para a preservação e conservação do meio ambiente dentro e no en-torno da cidade?

O meio ambiente, como um

todo em Alto Araguaia, eu diria que está caótico. Não está havendo um planejamento, têm lixos jogados a céu aberto, não há um local propí-cio para depositar esse lixo, porque tem objetos que precisam ter certo cuidado para que não contamine a natureza. O poder público municipal é responsável por isso, a secretaria de meio ambiente deve se preocupar

com isso, tudo através de um trabalho ambiental planejado, oferecendo um local adequa-do para o lixo, como o aterro sanitário. O que na verdade é uma falha na ação política em relação ao meio ambiente.

5. Como você deve enxergar ao andar pelas ruas de Alto Araguaia a quantidade ex-pressiva de lixos jogados, e não só nas ruas, mas também dentro e às margens do Rio Araguaia. Qual a sua preo-cupação a respeito disso?

“O lixo deve ser jogado no lixo”. A minha preocupação é

saber quando a população vai ficar ciente da relevância do seu papel na conservação do meio ambiente, pois quem vai sofrer as conseqüências é a natureza, e aqui em Alto Araguaia o rio também sofre, onde é possível a gente presenciar garrafas pet, saco-las plásticas grudadas nos galhos das árvores, e muitos outros tipos de lixo que podem ser vistos dentro do Ara-guaia. Eu acredito que se a comuni-dade souber das conseqüências que o lixo pode trazer, talvez sirva de li-ção e conscientização da população. É preciso fazer alguma coisa. Pra mim, a forma mais viável de atingir a população é através dos meios de comunicação, mostrando a realida-de impactante do meio ambiente de Alto Araguaia.

6. Algumas ações já foram feitas em prol da limpeza e conservação

“O rio Araguaia está sendo pre-judicado e se não houver uma forma de controle, uma ação

política para impedir essas ações que vêm afetando o rio, ele pode

não ter uma vida longa. É preciso encontrar uma maneira de sensi-bilizar a população, mostrando as áreas afetadas para que ela reaja contra aqueles que estão

prejudicando o rio Araguaia, bem como cobrar do poder público

ações mais eficazes”

Tirinhas

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do Rio Araguaia, mas ainda falta muito para se alcançar o ideal, e um ponto primordial no auxílio desse tipo de ação é a conscientiza-ção da população, mas infelizmen-te muito pouco é feito com relação a isso. Como você vê essa falta de ações voltadas para a orientação da comunidade local, não só de Alto Araguaia, mas de Santa Rita também para que se tenha não só o Rio Araguaia preservado, mas o meio ambiente como um todo?

É preciso ter representantes no governo engajados com programas de causas ambientais, para que todo e qualquer município possa contar com o apoio financeiro voltado para projetos ambientais na sua localidade. Falar da preservação e da conservação do meio ambiente sem recursos fica praticamente impossível qualquer ação, seja ela estadual ou municipal.

7. Você pode nos dizer de que for-

ma um rio preservado pode auxi-liar a população?

No turismo, pescarias, ape-sar de ser um rio com água de cor-renteza muito forte, lazer, promover esporte apropriado às características do rio, que não afete o curso do rio. Com o turismo vai trazer maior ren-tabilidade ao mercado local. Mas para isso ser possível é preciso antes fazer a conservação e preservação do rio Araguaia, porque sem um meio ambiente limpo e cuidado é impos-sível desenvolver o turismo.

8. Você como cidadão Araguaien-se e principal interessado em man-ter o meio ambiente local limpo e preservado, pode nos relatar de que forma tem contribuído para a preservação do rio, já que essa função não cabe apenas à política?

Quando eu dava aula na rede pública, propus uma mobilização aos alunos para que cobrássemos

das autoridades locais a preservação e conservação do meio ambiente, mas infelizmente foi barrada prela direção da escola. Isso já tem alguns anos, para se ter uma idéia de que há algum tempo eu já estava querendo atuar, levantando essa questão ligada ao meio ambiente. Agora, ações, ati-vidades voltadas à proteção e conser-vação do meio ambiente não tenho feito. Um trabalho coletivo a gente pensou. É muito difícil essa questão que envolve conscientização e práti-ca, pois conscientizar leva a refletir sobre os atos de cada um, e a popula-ção no geral não tem essa conscienti-zação. E a prática é essa que estamos vendo, de lixos nas ruas, jogados em qualquer lugar. Está havendo uma falta de conscientização por parte da população inclusive do poder pú-blico municipal, por permitir esses atos. O importante é haver uma sen-sibilização da comunidade no senti-do de mostrar que isso tudo afeta o meio ambiente, o rio, a natureza, os animais, até mesmo o homem.

Tirinhas

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1. Como se sabe o Rio Araguaia aqui nas nossas cidades, Alto Ara-guaia/MT e Santa Rita do Ara-guaia/GO, é palco de três eventos durante o ano. O Carnaia e o Fes-tival Náutico em Alto Araguaia, e o Bóia Cross/Festival de Canoa-gem em Santa Rita. Em Santa Rita do Araguaia, no local do evento anual, ainda é possível as pessoas tomarem banho no rio, mas aqui do lado de Alto Araguaia não é aconselhável, apesar de existirem aqueles que se arriscam a entrar na água, pois como podemos ver em vários pontos do rio, esgoto e lixos são jogados dentro da água. Qual a preocupação do senhor,

enquanto prefeito de Alto Araguaia ,em relação a essa questão?

Desde quando assumimos o Governo Municipal, uma das nossas grandes preocupações é o rio Araguaia, e infelizmen-te sabemos que nós somos os maiores poluidores do rio, pois jogamos grande parte do esgoto doméstico no seu leito. Assim que assumi, nos pri-meiros meses de governo, eu pedi para que fosse elaborado um projeto para que assim pu-

déssemos lutar por uma verba que possibilitasse sanear o rio Araguaia. E, felizmente, no início deste ano fomos chamados a Cuiabá, onde foi aberta a proposta para o tratamento do esgoto de Alto Araguaia. O nos-so projeto foi cadastrado no PAC 2 (Programa de Aceleração do Cresci-mento) e recomendado para Brasília. Estamos muito animados e confian-tes de que esse projeto será aprova-do e nós poderemos tratar uma boa parte do esgoto jogado no rio Ara-guaia. Queremos, até o fim do man-dato, diminuir cerca de 70 a 80% da poluição do rio. É um investimento que fará um grande bem para o rio Araguaia.

2. Desde o início da sua adminis-tração, o que o senhor juntamen-te com a Secretaria de Meio Am-biente, órgão que está diretamente ligado a assuntos relacionados à ação ambiental, já fizeram com a finalidade de preservar o Rio Ara-guaia?

Fizemos diversas ações no sentido do esclarecimento, fizemos plantações de árvores às margens do rio Araguaia envolvendo algumas instituições como os Sindicatos, o Rotary Club, o Rotaract, a popula-ção, os funcionários da Prefeitura. Fizemos boas ações para tentar sal-

var o rio Araguaia. Sabemos que são poucas, precisamos fazer mais, e trabalhando nesse sentido nós con-seguimos avançar cada vez mais.

3. O senhor deve se lembrar que, no ano de 2009, durante o Festi-val Náutico, Alto Araguaia contou com a participação do Rally Be-rohokã, evento esportivo que tem como missão chamar a atenção das autoridades para a preservação do rio Araguaia, bem como às suas belezas. E na oportunidade foi de-batido em um seminário sobre a grande quantidade de esgoto que é jogado diariamente no rio. Eu me lembro que estiveram presentes autoridades Estaduais, Federais e Municipais, da qual o senhor fez parte. Lembrando uma parte da sua fala, o senhor disse que acredi-tava que a saída para o problema seria incluir obras de saneamento básico da região no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e também esperava que o seminá-rio pudesse exercer uma pressão no Governo Federal para que essa medida fosse implementada. Gos-taria que o senhor relatasse o que foi feito a respeito de lá pra cá.

Aquela foi a primeira ação do nosso governo realizada nesse sentido. Na oportunidade, eu falei do auxilio do PAC porque o municí-pio não tem dinheiro suficiente para investir. E agora, como esperamos que o nosso projeto seja aprovado pelo PAC para tratamento do esgoto do rio Araguaia, a ação do ano de 2009 vai render os primeiros frutos. E não vamos parar por aí: precisa-mos desenvolver muitas ações, prin-cipalmente aquelas que envolvam a comunidade, que é a parte maior interessada na luta pela preservação do rio Araguaia.

4. Outro ponto que precisa ser abordado é a questão dos lixos

Alcides Batista Filho, Prefeito do município de Alto Araguaia/

MT, gestão 2009/2012 pelo PT (par-tido dos Trabalhadores). Também já foi vereador por cinco mandatos, foi funcionário da Educação no Es-tado de Mato Grosso, e Secretário de Esportes de Alto Araguaia/MT. E hoje na função de Prefeito da cida-de, Ação Consciente o questionou a respeito de ações que já foram fei-tas, estão sendo feitas, e ainda serão feitas até o final do seu mandato, voltadas para a preservação e con-servação do rio Araguaia. Confira:

Foto: Internet

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existentes tanto nas margens quanto dentro do rio Araguaia. Não estão em toda parte, mas se sabe que na época das chuvas o volume de água do rio aumenta consideravelmente, e esses lixos acabam sendo distribuídos por outros pontos e poluindo o meio ambiente em torno da cidade. O que já está sendo feito no sentido de tirar os lixos que estão jogados no rio Araguaia?

Nós temos trabalhado atra-vés da mídia pedindo à população para não jogar lixos em luga-res inadequados, pois se não houver a conscientização da comunidade de nada adianta a Prefeitura coletar os lixos de manhã e à tarde já estar tudo acumulado novamente. A nos-sa cidade só será uma cidade limpa no dia em que a popu-lação entender que é preciso fazer a sua parte também. E em relação ao rio Araguaia, é preciso que as pessoas nos aju-dem, não joguem lixo às margens do rio.

5. Não podemos deixar de falar sobre o esgoto “Mané Falado”, que infelizmente é mais um pro-blema causador de poluição ao rio Aragauaia. Por muitas vezes a co-munidade, principalmente aque-las pessoas que moram próximas a ele, reclamou através da mídia local do mau cheiro, dos lixos que são jogados lá dentro, afinal ele está a céu aberto. Essas pessoas exigem providências por parte do poder público, pois como todos sabem o “Mané Falado” é uma agressividade ao meio ambiente. O que vai ser feito para tirar esse esgoto do Rio Araguaia e para ta-pa-lo evitando o odor e o depósito de lixo?

Será feita uma canalização

no Mané Falado, além de uma esta-ção compacta de tratamento logo em seguida. Vai ser lançado no rio, mas após ser tratado, porque não outro jeito, precisa ser jogado em algum lugar. Agora, outra coisa que acon-tece é de muitos munícipes jogarem animais mortos lá dentro do Mané Falado, o que contribui muito mais para o mau odor e poluição do meio ambiente. Esperamos que com esse dinheiro do projeto através do PAC possamos fazer o tratamento do es-goto de Alto Araguaia. Caso a gente não alcance êxito com esse projeto,

nós vamos trabalhar dando o primei-ro passo para a cobertura do Mané Falado, diminuindo o mau cheiro, mas não vai resolver o problema do rio Araguaia.

6. Algumas mudas de árvores fo-ram plantadas nas margens do Rio Araguaia com o intuito de re-florestar a flora degradada. Mas sabemos que muito ainda neces-sita ser feito para ajudar na pre-servação do rio. Existem projetos no sentido de limpar e preservar o Rio Araguaia?

O outro projeto que nós po-deríamos fazer é dar continuidade à plantação de mudas, o que vai garan-tir o não assoreamento do rio, fazen-do com que ele pare de desbarrancar que é uma parte bem grave também. Outra coisa que podemos fazer é re-tirar os lixos que estão dentro do rio

Araguaia, fazendo uma limpeza co-letiva.

7. Além de limpar e preservar o rio Araguaia é preciso desenvolver projetos voltados para a conscien-tização da comunidade araguaien-se, senão todo trabalho feito será em vão. O que a prefeitura tem feito e ainda vai fazer em relação a atividades ambientais que visem conscientizar a população em cui-dar de todo o meio ambiente do município, principalmente do Rio Araguaia?

É preciso, com certeza, desenvolver mais ações no sentido de preservar o meio ambiente como um todo. Nós temos, todo ano, as caminha-das ecológicas que podem ser intensificadas, existem reuni-ões, palestras, feitas com um Gestor Ambiental, funcionário da Secretaria de Meio Ambien-te do município, que desenvol-ve, está à frente de todos esses

projetos. Principalmente as palestras nas escolas, pois é através das crian-ças que esses projetos podem seguir adiante.

“A nossa cidade só será uma cidade limpa no dia em que a

população entender que é preci-so ela fazer a sua parte também. E em relação ao rio Araguaia é preciso que as pessoas nos aju-

dem, não joguem lixo as margens do rio.”

PRESERVAR O MEIO AMBIENTE:

UM COMPROMISSO DE TODOS !

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Arara Canindé

As Araras, papagaios, periquitos, jandaias e maracanãs são re-

presentantes da família Psittacidae, que tornam o Brasil o maior país representante dessa família. Nosso país é denominado desde a época do descobrimento como a “Terra dos Papagaios”. As araras possuem um bico grande, forte e curvo para consegui-rem cortar sementes duras. De acor-do com o site do Zoológico de São Paulo, as araras possuem “línguas grossas, sensíveis e repletas de papi-las gustativas que funcionam como um órgão táctil. Costumam ingerir pedrinhas para auxiliar na trituração das sementes de Buriti, Tucum, Bo-caiúva, Carandá e Acuri, palmeiras

que fazem parte de suas dietas. Estas aves não contribuem para a disper-são destas plantas, sendo conside-radas “predadoras”, pois trituram os caroços dos cocos, destruindo as sementes”. A mais conhecida dessa es-pécie é a Arara Canindé, ou cienti-ficamente Ara ararauna, podendo atingir um tamanho que varia entre 75 e 86 cm, pesando cerca de 995g a 1, 3 kg. É admirável a beleza dessa arara, com cores fortes em que pre-domina o azul e o amarelo, mas ela também tem plumagens em verde e branco, tornando-a representante das cores da nossa bandeira, chamando a atenção por onde vai. A Ara ararauna voa em pa-res ou em até trio, em que possivel-

mente este terceiro pode ser um fi-lhote. Dormem num bando em torno de 30 aves, que durante o dia, fazem grandes deslocamentos entre a área de alimentação até o local onde dor-mem. Fazem seus ninhos em ocos de árvores, como palmeiras mortas, várzeas com buritizais, babaçuais, beira de mata, matas úmidas e na copa das árvores altas. Quando é época de reprodução costumam se separar do bando, formam apenas um casal permanecendo juntos e fi-éis até o fim da vida. Põem em media dois ovos ao final da primavera que são chocados por aproximadamente trinta dias e só reproduzem a espé-cie a cada dois anos. Seus filhotes ficam no ninho até estarem perto de completar cem dias de vida, e duran-te esse tempo são alimentados pelos seus pais que regurgitam a comida em seus bicos. Para proteção de seus ovos e de seus filhotes, as araras constroem seus ninhos em buracos bem profundos, para protegê-los dos possíveis predadores, como o tucano, por exemplo, que costuma se alimentar de aves recém-nascidas e desprotegidas. A respeito dos ninhos das araras, o site do Zoológico de São Paulo destaca a preocupação dos futuros pais: “Quando os pais encontram um ninho potencial, eles afofam o fundo do mesmo com a madeira triturada, que raspam das laterais da árvore, facilitando a secagem do fundo que ficará repleto de fezes dos filhotes. Os ovos postos são choca-

Arara Canindé no seu habitat

Por Áthila Chaves

Bicho bom de papoFoto: Internet

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dos principalmente pela fêmea que é visitada e alimentada pelo macho”. A Arara Canindé é uma es-pécie que apresenta uma ampla dis-tribuição, fazendo-se presente no Brasil, podendo ser vista no Cerrado, Pantanal e também Amazônia, além de outros países como Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana France-sa. Segundo o Médico Veteri-nário Leonardo Fraga, apesar dessa espécie estar presente em regiões es-pecíficas do Brasil, assim como em outros países, não é em toda parte que elas se apre-sentam em grande quantidade. “Arara Ca-nindé é uma espé-cie que é abundante em alguns locais e outros não. O fato de muitas saírem do seu habitat na-tural é devido ao desmatamento de florestas da região, isso faz com que muitas se deslo-quem para a zona urbana à procura de alimentos, atra-palhando também o ciclo de vida desses animais”, afirma o veterinário. A partir do Instituto Canin-dé, a maior preocupação com a Ara-ra Canindé é o tráfico ilegal, como eles relatam: “Atualmente esta espé-cie é classificada como uma espécie pouco relevante em relação à extin-ção de espécies, porém, esta arara é muito visada pelo comércio ilegal de espécies e pela perda de hábitat, e a população desta espécie em algumas localidades do Bioma Cerrado está em declínio”. Esta espécie, a dos psitacídeos, são as que mais sofrem com o tráfico de fauna silvestre, pois

possuem uma diversidade de belas cores, são capazes de imitar a voz humana quando treinadas para isso, despertando o interesse de pessoas em toda parte do muno, além é claro de movimentar muito dinheiro. Primeiro que esses animais não deveriam ser caçados, mas quando ocorre essa prática ilegal, o responsável por esse crime, além de levar esses bichos, derruba as ár-vores onde se encontram os ninhos, o que implica a redução dos locais disponíveis e adequados para sua re-produção, tendo em vista seu hábito especializado na utilização de ocos

de buritis como ninhos, prejudican-do a reprodução de várias outras es-pécies de aves que reproduzem em épocas diferentes e também utilizam o mesmo ninho. Além de serem ca-çadas para comercialização, acabam sofrendo com a destruição do seu ha-bitat. A Arara Canindé é umas das marcas registradas do cerrado, assim como o Tamanduá Bandeira, o Lobo Guará, o Tatu Canastra, entre outras espécies que também precisam que olhemos com maior atenção e cuida-do.

Ela também se faz presente no cerrado de Santa Rita do Araguaia (GO) e Alto Araguaia (MT). Suas vi-sitas a árvores frutíferas presentes na cidade se tornaram rotineiras. Isso se dá pela interferência do homem no seu habitat natural. Elas não encon-tram o alimento na sua “casa”, vêm até onde o homem habita para poder se alimentar. Roni Márcio, morador de Santa Rita do Araguaia (GO), dá sua opinião a respeito do assunto: “De-vido existir muitas árvores frutíferas e uma diversidade farta de alimento, é o que acaba chamando o interesse

desse tipo de ave para os quintais das casas. Acredito também que não são elas que vêm em busca de ali-mentos na cidade, mas o contrário, foram sim as cida-des e as constru-ções que invadiram o seu espaço. E a presença das araras são tão rotineiras que já é encarada com certa normali-dade pelas pessoas, pois é uma espécie típica da região. Eu particularmente en-

caro também com um certo ar de liberdade, pois não é em todo lugar que se pode presenciar uma ave como a Arara Canindé que vive na natureza e ao mesmo tempo é tão presente em nossas vidas, mo-radores da cidade” declara Roni. São aves extremamente des-confiadas e ariscas, ficando alertas quando notam a presença de alguém. Dão seus gritos estrondosos avisan-do o restante do grupo alçando vôo conforme a aproximação. É comum vê-las várias horas do dia pousadas em galhos comen-do frutos. O mais impressionante,

Arara Canindé - nome científico: Ara AraraunaFoto: Patrícia Barcelos

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quando elas deixam chegar um pouco mais próximo, é ficar observando a agilida-de que elas possuem. Colhem a fruta com o bico e com um pé se firmam no galho e com o outro segu-ram o fruto para en-tão com o bico tirar a casca chegando final-mente ao recheio do qual elas se alimen-tam. Quando é tempo de caju, mui-tas vêm até os quin-tais das casas para comer. Só que dessa fruta elas comem apenas a castanha, o restante é jogado fora. Enfim, elas precisam se alimentar, e como o seu espaço na natureza foi invadido, em bando elas “invadem” o espaço humano para poderem so-breviver. A maioria das pessoas não se dá conta que a presença dessa ave no meio urbano não ocorre apenas por esses dois municípios estarem rodeado de natureza, e sim porque a sociedade não está preocupada em manter o meio ambiente da região onde ela vive conservado, preserva-do e livre da degradação. Como a na-tureza por interferência humana não é mais capaz de oferecer o que preci-sam para sua sobrevivência, a Arara Canindé, assim como muitas outras espécies, entre elas, os Tucanos, Pa-pagaios, Tatu e muitos outros, procu-ram no meio urbano o que lhes falta no meio ambiente. Lavousier Machry, estudan-te de Jornalismo e recente morador de Alto Araguaia, se encanta com a beleza da Arara Canindé e principal-mente com a sua constante presença diária na cidade. “Quando cheguei a Alto Araguaia era uma novidade, e elas chamavam muito a minha aten-ção, principalmente pelas suas penas

que têm uma coloração muito boni-ta, e também refletem o quão bonita a natureza pode ser. Agora já estou acostumado com a sua presença, mas quando elas vêm para a cidade nos alertam com os seus gritos anun-ciando a sua chegada, o qual torna impossível ignorá-las. Só não nota quem não dá o devido valor, pois quem entende o significado destas aves, admira-as”, ressalta Lavousier. É gratificante poder conhecer, ver de perto uma ave como essa, de presença forte e marcante. É possível escutá-las de longe, pois seu grito de comunicação com as outras é um tanto quanto alto. O correto e o ideal seria que nós, seres humanos, quando quiséssemos observá-las, fôssemos até o local onde elas habitam, ou seja, na natureza. Mas hoje em dia a sua presença se tornou tão comum em nossas vidas que na maioria das vezes elas passam desapercebidas. Segundo o gestor ambiental Nelsoney da Costa Marques, muitas araras chegam à Secretária de Meio Ambiente machucadas. “A maioria nós conseguimos salvar, mas têm outras que por estarem muito debili-tadas não há muito que fazer. Elas re-cebem tratamento veterinário e ficam sob cuidados até estarem totalmente

recuperadas para que possam voltar à natureza. Nós ficamos muito contentes quando conseguimos sal-var os animais que chegam machuca-dos até nós. Mas o ideal seria se isso não acontecesse” enfatiza Nelsoney. A captura da arara é bastante fácil em função de seu vôo ser curto, pois esta ave tem pouco fôlego. A

natureza é perfeita em sua criação e na diversidade de espécies, mas infelizmente a mão do homem tem causado sérios danos a este equilí-brio natural. A arara é freqüentemen-te mantida em cativeiro e neste caso necessita de uma alimentação base-ada em grãos, pois está impossibili-tada de ir em busca de sua própria alimentação. Por isso, precisamos ficar o mais distante possível de seu habitat natural para que lá elas tenham tran-qüilidade para viver e possam tirar todas as substâncias necessárias para a sua existência. São aves belas, que chamam a nossa atenção, mas o lu-gar delas é na natureza para que pos-sam reproduzir e sua vida não seja ameaçada. Não há dúvidas quanto à beleza de uma arara, mas para admirá-la não é necessário que ela esteja em cativeiro. Isto pode ser visto na própria natureza. Quem gosta de estar em contato permanente com os animais deve procurar por outro tipo de bicho de estimação, principalmente aqueles que são destinados a isso. Os que são da natureza, vamos deixar lá, quietinhos no “canto” deles.

Arara Canindé vem até o meio urbano em busca de alimento

Foto: Patrícia Barcelos

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Tirinhas

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Reduzir, Reutilizar, Reciclar é necessário e evita a degradação ambiental

O lixo tem se tornado cada vez mais preocupante, pois ele aumenta assustadoramente

em todo o planeta. Cada brasileiro produz em média um quilo de lixo por dia, uma quantidade pequena quando comparada com os três qui-los produzidos por cada americano. Somando o lixo descartado por to-dos os cidadãos brasileiros, por dia, dá um montante de 170.000 tonela-das, e de toda essa sujeira o país rea-proveita apenas 11%. Esse acúmulo de lixo vem aumentando e trazendo conseqüências cada vez mais desas-trosas ao meio ambiente e à saúde pública. Isso porque a vida moderna, que é marcada pelo crescimento in-dustrial e a enorme concentração de pessoas principalmente em grandes cidades, trazendo junto a produção de lixo, que de tão constante e de-senfreada se tornou um problema. Acostumados a ter o serviço da prefeitura retirando o lixo ou lim-pando a cidade, grande parte da po-pulação não preocupa em jogar lixo na lixeira, pois sabe que terá alguém que o faça, como neste caso, os ga-ris. Esse é o tipo de pensamento que permeia a cabeça de muitas pessoas de vários países. A questão do lixo não diz respeito somente ao gari, que, apesar de ser pago para isso, tem o direito de trabalhar dignamen-te, mas a toda população. Esta deve exercer diariamente um comporta-mento ecologicamente correto, ou seja, dar preferência a produtos cujas

embalagens não agridam o meio am-biente e também exijam que suas comunidades façam a sua arte. Mas, para que isso ocorra, deve-se ter uma política de educação ambiental atra-vés da mídia. Por influenciar o com-portamento da população, artistas, a própria publicidade e a presidenta do país podem dar o exemplo de boa ci-dadania. A moradora de Alto Ara-guaia e também proprietária de uma locadora de vídeos, Sueila Moreira, fala da importância da coleta seletiva e da reciclagem para o meio ambien-te, e também nos relata sobre a ini-ciativa de aderir ao uso das sacolas retornáveis em seu estabelecimento: “A coleta seletiva é um pas-so importantíssimo para a recicla-gem e para nossa qualidade de vida, pois consta na separação do lixo (pa-péis, vidros, plásticos e metais) que podem ser reaproveitados. Se todos fizessem isso seria muito mais fácil aos catadores e ajudaria ainda mais o meio ambiente. Afinal, o meio am-biente e nós só teríamos a ganhar com a coleta seletiva, pois assim não poluiria tanto o nosso planeta. Porém ainda é preciso um grande trabalho com toda a população, para que as pessoas se conscientizem a respeito desse assunto tão importan-te que é a preservação ambiental. A meu ver, um meio muito eficaz de diminuir a poluição e ajudar a natu-reza seria a diminuição de matéria prima, ou seja, evitando o consu-

mismo e reutilizando materiais que podem ser reaproveitado mais vezes. Por essa razão resolvemos aderir às sacolas retornáveis. Também temos em mente alguns projetos como, por exemplo, separar o lixo da nos-sa casa e da locadora para a coleta seletiva bem como a pretensão em um futuro próximo abrirmos uma empresa de reciclagem em Alto Ara-guaia”, destaca Sueila. Aderir a práticas de con-sumo mais sustentáveis do que as convencionais é fundamental para qualquer sociedade que reconheça a importância do desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, algumas iniciativas começaram a ser tomadas para tentar controlar os prejuízos, e muitos documentos ambientais apontam três passos básicos, bati-zados de 3 R’s (Reduzir, Reutilizar, Reciclar), que devem ser seguidos na seguinte ordem: a redução da produção de lixo implica consumir menos e melhor. Exemplos: comprar produtos cuja embalagem é feita de material reciclável ou que pode ter outra função em casa; o segundo é reutilizar, explorar os vários usos de um produto antes de descartá-lo. Exemplo: doar brinquedos e roupas, em vez de jogar fora; O terceiro é a reciclagem, um método alternativo de tratamento do lixo e último ponto do ciclo da produção.

Por Patrícia Barcelos

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Reduzir - economizar de todas as formas possíveis.

O primeiro passo para di-minuir a quantidade de lixo é sem dúvida reduzir o que consumimos. Consumir não é necessariamente adquirir alimentos, e sim produtos para qualquer finalidade. Muitas ve-zes compramos coisas das quais não precisamos, e ficamos dias, meses e anos acumulando “coisas” dentro de casa, quando um belo dia decidimos renovar tudo e jogamos todas as nos-sas “coisas” fora. Então por que não pensamos um pouquinho mais quando fazemos compras, se realmente precisamos

das coisas que compramos, pois além de diminuir o lixo, muitas ve-zes estaremos economizando. Vejamos alguns exemplos:● Procurar sempre produtos mais duráveis;● Comprar o suficiente para consu-mo, evitando desperdício de produ-tos e alimentos;● Por no prato só o que realmente for comer;● Reduzir os supérfluos;● Reformar e conservar as coisas ao invés de substituí-las por outras;● Doar os objetos e roupas que não são mais necessários para quem pre-cisa;● Evitar comprar legumes, frios e carnes em bandejas de isopor, que não é reciclável.● Procurar produtos que tenham me-nos embalagens ou utilize aqueles que tenham embalagem reciclável; ● Quando for comprar presentes, evitar a utilização de embalagens em excesso; ● Controlar o uso da água: não dei-xar a torneira aberta à toa, abrir e fechar várias vezes é melhor do que deixar a água correr sem necessida-de;● Desligar a TV se não estiver re-almente assistindo e a luz do lugar onde não houver alguém.

Reutilizar - é uma forma de evitar que vá para o lixo aquilo que não é lixo. É ser

criativo, inovador, usar um produto de várias maneiras. Após pensarmos em reduzir o que consumimos podemos agora procurar reutilizar as coisas antes de jogá-las fora. Imagine se conseguir-mos usar pelo menos mais uma vez as coisas que consumimos, o quanto estaríamos diminuindo o lixo. Como

mostram alguns exemplos:● Reaproveitar vidros de geléia, maionese, massa de tomate, que po-dem servir para armazenar alimentos ou outros objetos; ● Utilizar a frente e o verso do papel para escrever; ● Oficinas de arte e artesanato com restos dos mais variados materiais podem ser feitas muitas coisas lin-das e criativas, como por exemplo, utilizar garrafas pet para fazer sofás, puffs, camas.

Algumas formas de consumo consciente seguindo os Três R’s:

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Reciclar - significa enviar novamente para o ciclo de vida útil, isto é, transformar

o material reciclável em produto útil através de processos indus-triais. Após evitar consumir coi-sas desnecessárias, reaproveitar outras, agora é hora de pensar em reciclar. Muitos materiais podem ser reciclados e cada um por uma técnica diferente. A reciclagem permite uma diminuição da ex-ploração dos recursos naturais e muitas vezes é um processo mais barato do que a produção de um material a partir da matéria-prima bruta. Se objetos como garrafas de vidro, latas, jornais e plásticos não puderem ser reutilizados, tal-vez seja possível reciclá-los, como por exemplo, o vidro é lavado em fábricas especiais, quebrado em pedacinhos e, então, derretido para fazer vidro “novo”, pronto para a fabricação de alguma outra coisa. A partir do Portal São Fran-cisco, com a reciclagem pode-se obter alguns resultados importantes como: 1º. Ambiental: a reciclagem sugere uma redução significativa dos níveis de poluição ambiental e do desperdício de recursos naturais, através da economia de energia e matérias-primas. Os maiores benefi-ciados por esse sistema são o meio ambiente e a saúde da população. A reciclagem de papéis, vidros, plás-ticos e metais, reduzem a utilização dos aterros sanitários, prolongando sua vida útil. 2º. Econômico: A coleta seletiva e reciclagem do lixo do-méstico apresentam, normalmente, um custo mais elevado do que os métodos convencionais. Iniciativas comunitárias ou empresariais podem reduzir a zero os custos da prefeitura e mesmo produzir benefícios para as entidades ou empresas. De qualquer

forma, é importante notar que o ob-jetivo da coleta seletiva não é gerar recursos, mas reduzir o volume de lixo, gerando ganhos ambientais. É um investimento no meio ambiente e na qualidade de vida. Não cabe apenas uma avaliação baseada uni-camente na equação financeira dos gastos da prefeitura com o lixo, que despreze os futuros ganhos ambien-tais, sociais e econômicos da coleti-vidade. A curto prazo, a reciclagem permite a aplicação dos recursos obtidos com a venda dos materiais em benefícios sociais e melhorias de infra-estrutura na comunidade que participa do programa. Também pode gerar empregos e integrar na economia formal trabalhadores que estavam desempregados. 3º. Políticos: Além de con-tribuir positivamente para a imagem do governo e da cidade, a coleta se-letiva exige um exercício de cidada-nia, no qual os cidadãos assumem um papel ativo em relação à admi-nistração da cidade. Além das pos-

sibilidades de aproximação entre o poder público e a população, a coleta seletiva pode estimular a or-ganização da sociedade civil. A Secretaria de Meio Am-biente de Alto Araguaia ainda não trabalha com reciclagem e nem reutilização do lixo. Mas em par-ceria com o Sindicato Rural e o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Rural (SENAR), realizou cur-sos voltados para a área ambiental, como educação ambiental, manejo florestal, recuperação de áreas de-gradas. E para o ano de 2012, será implantado no município, através desses cursos, atividades voltadas para a reciclagem e reutilização de resíduos sólidos que podem servir muitas vezes como fonte de renda para famílias carentes do municí-pio. Max Fábio, também cidadão Araguaiense, fala da necessidade de o município incluir nas ativida-des educativas, trabalhos voltados

para a preservação ambiental: “Se forem feitos trabalhos principalmente envolvendo a reci-clagem e a reutilização de materiais que são descartados diariamente pela população, que podem ganhar outra utilidade pelas mãos dos alu-nos, com certeza o meio ambiente do nosso município não terá tanta poluição. E com isso mostrar não só aos alunos, mas também à comuni-dade escolar, e à sociedade como um todo, que muitas coisas podem ser reaproveitadas na criação de objetos úteis no nosso dia-a-dia, que hoje são jogados fora e ajudam na degra-dação do meio ambiente”, enfatiza Max. Existe, ainda, um caminho longo para resolver essa questão do lixo e depende da iniciativa de mui-tos, pois são várias as dificuldades ao se lidar com o lixo. Mas é preciso que alguém dê o primeiro passo para que essas mudanças aconteçam.

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Artigo

Por Patrícia Barcelos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cerrado é uma vegeta-ção bem característica da região central do Brasil e constitui o segundo maior bioma do país, (ficando a Amazônia em primeiro lugar com 49,29% do bioma brasileiro), ocupan-

do cerca de 2 milhões de km², alcançando dez estados: da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior de Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais e norte de São Paulo. O clima típico dessa região se apresenta com duas estações bem definidas e marcantes que melhor apresentam o cerrado: uma época chuvosa, que fica entre outubro e abril, e a outra seca, entre maio e setembro, quando faz frio também, que podemos assim chamar essas estações de Cerrado Seco e Cerrado Verde, caracterizando essa típica vegetação.

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O mais interessante que pode ser enfatizado a respeito des-sas duas estações climáticas, é a vida que se faz presente em cada uma de-las. Apesar do período de forte seca, é visível o quanto a natureza é sábia e produtiva, pois é possível visualizar o colorido das flores, os animais que se divertem ao se deliciarem com os

frutos que carregam os galhos das árvores que resistem ao forte calor da estação e dão alimento, conser-vando a vida presente na natureza do cerrado. Quando é chegado o período das chuvas, tudo o que estava seco começa a se esverdear, dando vida para a vegetação que parecia estar adormecida. O cerrado com os dias chuvosos ganham outro formato. A fauna e a flora comemoram um novo período que chega. As árvores que já tinham

dado frutos, agora dividem espaço com aquelas que com o outro clima vão produzir os seus e servir de ali-mento para aqueles que buscam na natureza seu sustento diário. A fauna e a flora do cerrado são bem diversificadas e resistentes ao clima da região. A vegetação pre-dominante se constitui de espécies

do tipo tropófilas (Carvalho, No-gueira, Castanheiro, Faia, Vidoeiro, Choupo, Olmo, Tília), adaptáveis às duas estações distintas. Além disso, com características caducifólias, as quais derrubam as folhas na época da seca para dar lugar aos novos bro-tos quando se aproxima o tempo da chuva. Toda essa vida, essa beleza da sábia natureza, como as árvores do cerrado, as aves, as flores, os fru-tos, toda a vida existente nas duas estações climáticas do ano precisam

ser preservadas, cuidadas e manti-das para que sempre haja vida, uma complemente a outra e a história possa ser comemorada e vislumbra-da por todos. Um depende do outro para poder existir: a natureza, o meio ambiente, o cerrado seco, o cerrado verde e também os seres humanos. É uma troca mútua e constante.

Cerrado no período da seca Foto: Patrícia Barcelos

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O cerrado suporta uma enorme diversidade de espécies de plantas e animais. São árvores muito peculiares, com troncos tortos, co-bertos por uma camada de casca bem grossa, com folhas grandes, rígidas e resistentes, já que o solo é pobre em nutrientes, constituído por argilas e areias. Mas quando bem preparado, torna-se fértil para qualquer tipo de plantação. A preocupação com a degra-dação da natureza no Brasil precisa ser unânime entre as pessoas, inde-pendente de nível sócio-econômico, partido político, religião e nível de escolaridade. É necessário que haja cada vez mais campanhas de cons-cientização desenvolvidas desde clubes de bairros, até organizações governamentais. É preciso ter um envolvimento e preocupação de to-dos. O cerrado é um bem ambien-tal que deve estar inserido nessas campanhas de proteção, pois é uma região rica por suas espécies, árvores nativas, belezas naturais, sem contar na estação climática que se destaca fortemente. São essas diversidades

que precisam e devem ser mantidas para que não se perca a identidade de cada região do país. Todos possuem suas distinções e riquezas que neces-sitam de cuidadas para que possam ser admiradas e lembradas por todos, todos os dias. A vegetação do cerrado se apresenta de várias formas em toda sua extensão. Desde formações cam-pestres, que são os campos limpos, até a parte florestal conhecida como cerradão. Algo que nos entristece muito é o sofrimento do cerrado du-rante a época da seca. Infelizmente são causadas muitas queimadas que destroem toda a vegetação a qual pode alcançar. Apesar de todo o so-frimento causado pelo fogo, a na-tureza consegue reviver aos poucos e tornar viva as suas formas, com algumas conseqüências que não se pode evitar. Como tem a natureza que sabiamente sobrevive à des-truição, também há aquelas que não conseguem resistir à força impactan-te, e adormece para sempre. O que falta no cerrado seco, sobra no cerrado verde que é o tem-

po de muita chuva. Chuva esta que vem quase todos os dias dando vida em abundância para o cerrado que, havia alguns meses, estava ador-mecido. Entre essas vidas estão os pássaros que cantam muito, come-morando entusiasmados. Têm os filhotes que saem do seu casulo de proteção e abrem os olhos para um novo mundo, o qual para alguns é um tanto quanto cruel, mas é a lei da vida e da sobrevivência natural. Existem muitas árvores que dão fru-tos e também os rios que enchem, extrapolam suas bordas, criam pe-quenos lagos ao seu redor. Então por que a sociedade não colabora para que esses bens na-turais estejam sempre presentes em nossas vidas? É muito importante e ne-cessário o envolvimento de todos os setores da sociedade, inclusive do setor produtivo, na preservação do cerrado. Deve-se fazer o que é cor-reto para que esse cerrado e toda a vida que se faz presente continuem a existir por muito tempo e futuras gerações também possam contem-plar e usufruir de todo bem natural existente. É necessário levar em consi-deração todas as espécies, habitat e o funcionamento do ecossistema, pois uma vez interferido nas áreas rema-nescentes do cerrado a sua diversi-dade não será mais a mesma.

Cerrado no período chuvoso

Nem tudo que é torto

é errado: vide pernas do garRincha e

as árvores do cerrado.

Nikolaus Von Behr

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Natureza pede respeito

O Meio Ambiente virou

Precisamos reverter essa situação e respeitar a natureza

C hamamos “lixo” uma grande di-versidade de re-síduos sólidos de

diferentes procedências, dentre eles o resíduo sólido urbano gerado em nossas residências. O lixo faz parte da história do homem, já que a sua produção é inevitável. O LIXO tem se tornado uma preocupação crescente nos últimos anos, e como decorrência disso fala-se muito mais em conscientização e educação ambiental, justamente porque o acúmulo de lixo vem aumentando e trazendo conseqüências cada vez mais desastrosas ao meio ambiente e à saúde pública. O lixo também é um gran-de problema no meio ambiente de Alto Araguaia. São sacos cheios de garrafa pet, roupas, calçados, fios de energia, vasilhas plásticas, car-caças de vaca, latas de refrigerante, sacolas plásticas, papel, entulhos de construção, garrafas de vidro. Isso pra citar apenas alguns dos objetos que são descartados por pessoas que, infelizmente, não devem ter preocupação alguma em preservar

o meio ambiente do município, sem contar que a maioria desses lixos são depósitos de água que podem criar mosquito transmissor de dengue. Nas ruas da cidade por onde passamos é possível observar, na frente de algumas casas, comércio, a presença de latões que podem ser usados pelas pessoas para se colocar o lixo, lugar mais adequado na verdade. Só que muitas pessoas não têm essa preocupação, ou até mesmo por um descuido acabam largando papéis, sacolas, latas de refrigerante, tocos de cigarro, uma infinidade de lixo, nas ruas, calçadas, em terrenos baldios, deixando aquele rastro de sujeira por onde passam. Ai é preciso o serviço dos garis, os varredores de rua limpar a sujeira deixada por outras pessoas. De acordo com o gari Antônio Batista, integrante da equipe que cuida da limpeza da Avenida Carlos Hugueney de Alto Araguaia, eles fazem a limpeza todos os dias, e nes-

sa época de chuva a sujeira aumenta. “Como nós varremos todo dia não dá tempo de acumular muito lixo, mais é terra, mas sempre tem uma lata jogada, garrafa pet, sacola plás-tica, mas não é muito. Nessa época de chuva a sujeira aumenta porque

depósito de lixo

Por Patrícia Barcelos

Foto: Patrícia Barcelos

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a água da chuva acaba trazendo li-xos de outros lugares, e também na segunda-feira encontramos um nú-mero maior de sujeira e lixo na ave-nida, porque fica o final de semana sem limpar, ai acaba acumulando um pouco mais, mas cuidando e limpan-do todos os dias fica fácil de manter as ruas limpas”. Não custa nada largar o seu lixo dentro de um latão ou de uma lixeira. Não custa nada para aquelas pessoas, que vão até as estradas de terra descartar o seu lixo no meio ambiente, irem até o lixão, que, cla-ro, também não está adequado como a lei exige, mas é o mais certo a se fazer, pelo fato de lá ser um depó-sito de lixo de toda a cidade. Meio ambiente não é local de jogar lixo, lá vivem animais, pássaros que neces-sitam de uma natureza limpa e bem cuidada para poderem sobreviver, ti-rar o seu alimento que satisfaz a sua fome, e a água que sacia a sua sede precisa estar limpa. O lixo jogado lá no seu habitat contamina o seu meio

de sobrevivência. Outra coisa que contribui para sujeira nas ruas é que as pessoas não colocam o lixo na porta de casa, só no dia em que o caminhão reco-lhe. Assim, o lixo vai acumulando. E quanto mais consumimos, mais lixo produzimos. Em conversa com o Secretário de Meio Ambiente de Alto Araguaia, Jefferson Berigo, ele afirmou que, a respeito desses lixos jogados dentro da cidade, a secretaria tem uma parceria com a Vigilância Ambiental e a Vigilância Sanitária. É um trabalho desenvolvido em conjunto, inclusive com a secretaria de Infra-Estrutura do município. “Quando nos deparamos com esses lixos, nós notificamos os proprietários dos terrenos. Isso quando a gente acha, porque o maior problema desses terrenos baldios é o de não achar os donos, aí a própria prefeitura acaba fazendo a limpeza. Quando achamos, nós notificamos e damos um prazo curto para que faça

a limpeza do terreno e a pre-feitura possa recolher o lixo, para evitar problemas com o meio ambiente, também evi-tar problemas de saúde, como a dengue. Quando o dono não limpa, acionamos o Ministé-rio Público que, num prazo de cinco dias, notifica a pes-soa para limpar o terreno sob pena de R$ 100,00 de multa por dia”. A respeito dos lixos joga-dos nas estradas de terra, aos arredores da cidade, a se-cretaria precisa do apoio da população, da denúncia da-queles que por acaso vêem as pessoas que naquele lo-cal descartam o seu lixo. Se não for dessa forma não tem como a secretaria ficar saben-do ou conseguir identificar quem usa o meio ambiente

como depósito de lixo. Na sua fala, o secretário aborda a questão da se-guinte forma: “Isso é um problema sério porque a gente já tem o lixão, que também é bastante agressivo ao meio ambiente, é conveniente jogar somente naquele lugar. Com isso, nós propusemos para algumas pessoas, que flagramos jogando lixo na beira dessas estradas, que levas-sem o seu lixo para o lixão. E com a ajuda de outras pessoas, através da denúncia conseguimos identifi-car outras que estavam descartando lixo no meio ambiente. Fomos lá, notificamos, dando um prazo para a limpeza do local e, posteriormente, respondeu por crime ambiental pe-rante a justiça”. Quando não é possível identificar aqueles que jogam lixo nas estradas, o caminhão da prefei-tura, além de fazer a coleta do lixo dentro da cidade, precisa se deslo-car aos arredores do município jun-tando uma grande quantidade de lixo que fica depositada nas beiras de estradas. Isso ocorre, segundo Berigo, de dois em dois meses. Enquanto isso, a natureza fica sofrendo com a degradação, afi-nal, lá é descartado, como foi dito antes, todo e qualquer tipo de lixo. Os restos de ossadas de vaca servem de alimento para muitos outros ani-mais, os quais podem acabar mor-rendo contaminados. Essas carcaças ficam lá, jogadas, vários e vários dias debaixo de sol, apodrecendo, e o animal que comer esses restos estragados pode passar mal e não resistir. Se o lixo fosse jogado no lugar mais apropriado, porque infe-lizmente ainda não temos no muni-cípio um local adequado para isso, os outros bichos que vivem no meio ambiente não precisariam conviver com o descaso e tantos restos do ho-mem. Realizar campanhas de conscientização da população é

Lixo doméstico descartado próximo ao rio Araguaia

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imprescindível para que muitos te-nham noção do mal que fazem ao meio ambiente se não cuidarem dele como deve ser cuidado. Campanhas nas escolas, como foi citado pelo se-cretário, ajudam, mas o mais impor-tante é mobilizar toda a comunida-de araguaiense. Para isso, é preciso usar todos os meios de comunicação a que se possa ter acesso. E como sabemos, Alto Araguaia tem mui-tos meios que podem ser utilizados como a TV, o rádio, sites, jornais. Então, por que não buscar o apoio de todos esses veículos? Afinal, essa é uma causa e um dever de todo e qualquer cidadão: lutar pela preser-vação e conservação do meio am-biente. No entanto, a grande quan-tidade de lixo prejudica o meio am-biente, porque dependendo do ob-jeto, a decomposição pode demorar muitos anos. O vidro, por exemplo,

demora um milhão de anos. Temos de prestar atenção se jogamos lixo no chão no nosso dia a dia. Se fazemos isso, precisamos pa-rar. É melhor segurarmos o lixo até acharmos uma lixeira. O morador de Alto Araguaia, José Carlos F. Bue-no, nos relata a sua preocupação a respeito dos lixos em Alto Araguaia: “Se o lixo é tudo aquilo que não nos serve mais, não tem mais utilidade, é preciso ter muito cuidado, pois tudo o que fizermos hoje irá refletir no nosso futuro. E se não tivermos a preocupação com o nosso lixo do-méstico, em separá-lo para ser cole-tado e levado para o lugar mais ade-quado que é o lixão, e ao invés disso jogarmos em qualquer lugar, esse lixo vai parar no meio ambiente, muitas vezes no rio Araguaia, preju-dicando a natureza do nosso municí-pio”. José Carlos ainda ressalta

que só a educação pode reverter essa situação: “A educação familiar, ou a educação de ‘berço’, aquilo que é passado e ensinado pelos pais é o que faz a diferença na vida de qualquer cidadão. Mas inicialmen-te essa mudança deve acontecer no âmbito familiar, a conscientização dos pais, desde que esses pais tam-bém pratiquem essa ação de mudar o seu modo de viver para poder en-sinar os seus filhos, porque não irá resolver nada se os pais não agirem corretamente, conscientemente e quiserem ensinar aos seus filhos a prática correta. É preciso ter edu-cação de preservação, de como se deve tratar o meio ambiente para que tenhamos um mundo melhor, mais limpo para oferecer aos nos-sos filhos e aos nossos netos”. A natureza vem sendo transformada pelo homem que destrói e contribui, na maioria das vezes, com a extinção de espécies animais e vegetais existentes no planeta. Também colabora através de práticas inconseqüentes para a poluição do ar, do solo e principal-mente da água. Nossa saúde está integrada ao meio ambiente, por isso se este estiver sendo negligenciado, pense que com ele está sendo destruída principalmente a vida que inclui o nosso bem estar e o de todos os seres vivos, conseqüentemente, o futuro deste planeta. Há milhares de anos o ho-mem vem degradando a natureza, passo a passo, através de agressões como as queimadas, as derrubadas de florestas, o desenvolvimento in-dustrial que se tornou o principal responsável pela degradação da na-tureza e do meio ambiente. É importante mencionar que toda a população tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, que contribui em mui-to na qualidade de vida. Além dis-so, o poder público tem como obri-

Lixo de todo tipo jogado nas estradas periféricas de Alto Araguaia

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gação proteger o meio ambiente. A população deve cobrar dos agentes públicos, mas também fazer a sua parte para a preservação do meio ambiente. A preocupação com o meio ambiente deve fazer parte da vida de cada cidadão e dos governantes. Todos devem tornar as cidades em que vivemos lugares prazerosos e saudáveis. O tratamento de esgoto, a fiscalização das indústrias, a cria-ção de parques e praças com muito verde, a fiscalização das áreas de preservação ambiental são algumas das atribuições que os governantes e cidadãos têm por obri-gação zelar. Devemos contribuir para diminuir a poluição fazendo a nossa parte, depositan-do o lixo em lugares adequados, não sujando as ruas e lugares públi-cos, não jogando lixo nas encostas e rios, evi-tando usar materiais que agridem o meio ambien-te.

O radialista de Alto Araguaia Carlos André coloca a sua opinião sobre ações que devem ser pra-ticadas pela popula-ção araguaiense: “Eu acredito que é preciso desenvolver um traba-lho de conscientização com a população, mos-trando a realidade do nosso município e as conseqüências que es-ses lixos podem trazer para o meio ambiente. Também é necessário que o cidadão contri-

bua fazendo a sua parte. Deve sim cobrar do poder público, mas deve também contribuir para a preserva-ção do meio ambiente, e dessa forma os mais jovens, as crianças não ve-nham sofrer com as conseqüências dos nossos atos”. Para cada problema existe uma solução possível, o ideal é evi-tar que os problemas aconteçam. É melhor agirmos com precaução em todas as nossas ações. Devemos nos conscientizar de que fazemos parte da natureza assim, quando a desres-peitamos, estamos nos desrespeitan-do também.

Acostamentos de estradas de terra são usados como depósito de lixo

Um crime a céu aberto

Lixos descartados sem nenhum controle

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SUPERMERCADOSUPER PONTOBOM RETIRO

Taí um jeito fácil

de economizar!

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Sacolas RetornáveisPreserve a Natureza

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Artigo

O Preço a ser Pago

Por Nelsoney da Costa Marques/Gestor Ambiental

O desenvolvimento econômico da região sul de Mato Gros-so, especificamente de Alto Araguaia, se deu por volta

dos anos 70, com a influência da produção de arroz, milho e soja. A pecuária cresceu rapidamente acom-panhando a agricultura no alavan-camento definitivo na economia da região. Hoje, já se pode afirmar que esta região é definitivamente reco-nhecida como grande produtora na produção agrícola e pecuária. Vale salientar que onde o desenvolvimen-to se estabelece, junto vem as conse-

qüências, danos e prejuízos ao meio ambiente. Estou me referindo às nas-centes do rio Araguaia, Boiadeiro, Gordura, Sapo- Ariranha, Taquari, Garças, Itiquira, Ribeirão Claro e Araguainha. Todos estão compro-metidos em função da produção agrícola, garimpo e pecuária. Os

desmatamentos desordenados che-gam às margens dos referidos rios, tornando-os vulneráveis à ação pre-datória do homem. Como se não bastasse, as águas diminuem sensivelmente a cada ano que passa, afetando seu curso normal, impedindo o processo natural da piracema. A biodiversida-de aquática é dizimada em função da diminuição do volume de água. Mesmo porque a falta de mata ci-liar compromete a cadeia alimentar dos peixes e animais aquáticos. O que mais prejudica a vida animal e vegetal de nossa região é o plan-

tio de algodão e cana-de-açúcar, devido ao gran-de volume dos biocidas que são diariamente pul-verizados. C o m o se trata de re-

gião do bioma cerrado, predomina em grande maioria a terra arenosa, facilitando a formação de erosões e voçorocas (formação de grandes bu-racos de erosão causados pela chuva e intempéries, em solos onde a vege-tação é escassa e não mais protege o solo, que fica cascalhento e susce-tível de carregamento por enxurra-das), conseqüentemente assoreando nossos rios. O córrego Boiadeiro é quem mais vem sofrendo agressões por parte do descarte final dos resí-duos sólidos urbano, que estão sen-do jogados próximos à sua cabecei-ra. Sem contar que o lençol freático ao seu entorno certamente está con-taminado. É bom que as autoridades araguaienses fiquem alerta quanto à nascente do córrego Gordura. O pro-prietário das terras onde o mesmo é formado já apresentou indícios de degradação. Por se tratar do córrego que nos fornece água pura, temos o dever e obrigação de mantê-lo con-servado para essas e futuras gera-ções.

Dia D “amigos do rio Boiadeiro”

Encontro do córrego Gordura e do córrego Boiadeiro

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Bolsa de papel reciclado

Fazer uma bolsa de pa-pel reciclado tem custo quase que nulo, e dependendo de sua criati-vidade poderá ficar muito bonita. É preciso usar páginas com tamanhos iguais. Portanto opte por usar as páginas de um único livro, ou somente páginas de uma revista. Materiais:

► Livros, revistas antigas ► Tesoura ► Fita adesiva ► Durex

Passo-a-passo:

Retire as páginas da revista. Dobre-as em três, seguindo a altura ou o padrão vertical. Cole ao longo da dobra que ficar solta, de maneira a conseguir uma tira de papel. Faça sete tiras. Numa superfície, cole um pedaço de fita-cola ou durex, seguin-do uma linha horizontal maior que o tamanho de todas as tiras juntas. Faça a colagem de uma pe-quena borda das tiras nesta linha horizontal de durex, mas organizan-do-as de maneira que fiquem bem certinhas uma ao lado da outra e na mesma altura. Confeccione outro conjunto de sete tiras. Agora comece a tecer o papel. Vai entrelaçar as tiras, se-guindo uma linha horizontal nas que estão coladas de forma vertical. Para

entrelaçar, siga a seqüência, enfian-do por cima e por baixo das que es-tão presas. Depois que entrelaçar tudo, cubra toda a tecelagem com fita ade-siva transparente. Cole uma fita ao lado da outra, formando uma capa. Vire e cole-a nas costas também. Corte os pedaços de fita ade-siva que excedem o papel e encape as bordas com a fita adesiva também, para que fique com um acabamento bem feito. Repita o procedimento até que tenha feito os cinco lados da bolsa. Não esqueça que o fundo e as laterais são menores. Junte as tiras de papel para identificar qual o tamanho que quer. Normalmente usa-se três tiras para o fundo e para as laterais. Reúna os cinco lados em cima de uma superfície, formando

um sinal de mais. Ainda com a fita adesiva, cole todas as bordas que se encontram com a tecela-gem que está no centro. Dobre os lados para cima, dando o forma-to de bolsa, sendo que a colagem das dobras fica no interior. Verifique se os tamanhos e a altura estão corretos. Em seguida, cole todos os lados, mas pela parte de dentro. Para fazer a alça, faça mais três tiras, cole uma contra a outra e encape com a fita transparente. Com um estilete, faça um corte central próximo às bordas superiores da sacola. Passe as pontas da tira de fora para den-tro até alcançar um tamanho su-ficiente para passar a fita adesiva colando as pontas da tira pela

parte interna da alça. Cole pela parte de dentro nas laterais.

Por Patrícia Barcelos e Áthila ChavesFoto: Patrícia Barcelos

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Cadeira com garrafas PET

Material necessário: ► Garrafas plásticas de dois litros (85 a 100 para a cadeira) ► Tesoura ► Fita adesiva larga Etapas:

1 – Montando a peça de resistên-cia:

1.1 Separe uma garrafa limpa, vazia e sem rótulo. Vamos chamá-la de peça “a”: 1.2 Pegue uma garrafa e corte-a ao meio. Vamos chamar a parte de baixo de peça “b” e a de cima de peça “c”:

1.3 Corte outra garrafa ao meio. Vamos chamar a parte de baixo de peça “d” e a de cima de peça “e”:

1.4 Encaixe a peça “c” dentro da peça “b”: Dica: use uma chave de fen-da para ajudar a encaixar as peças.

1.5 Encaixe a peça “a” dentro da peça “b+c”:

1.6 Encaixe a peça “d” por cima da peça “a+b+c”:

2– Montando o assento da cadeira: 2-1. Faça 16 peças de resis-

tência e prenda-as, duas a duas, com fita adesiva, formando oito duplas: 2-2. Junte novamente os

conjuntos de dois em dois, formando quatro grupos de quatro peças de re-

sistência: 2-3. Mais uma vez, amarre

de dois em dois, formando dois gru-pos de oito peças de resistência: 2-4. Amarre os dois grupos

de oito peças de resistência para for-mar o assento da cadeira:

3 – Montando o encosto da cadeira: 3-1. Encaixe três peças

“b+c” por cima da peça de resistên-

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cia, formando um tubo. Faça dois tu-bos dessa maneira.

3-2. Faça mais dois tubos, dessa vez encaixando quatro peças “b+c” sobre a peça de resistência. Amarre os quatro tubos com fita ade-siva para formar o encosto da cadei-ra:

3-3. Faça mais dois tubos, dessa vez encaixando quatro peças “b+c” sobre a peça de resistência. Amarre os quatro tubos com fita ade-siva para formar o encosto da cadei-ra

3-4. Junte o encosto ao as-sento com várias voltas de fita adesi-

va para ficar bem firme.

Está pronta a cadeira!

Latas e potes de plásticos podem servir como porta-

treco

É só usar um papel co-lorido, passar cola no frasco e colar o papel. Se preferir, pode usar papel contact (que já é um tipo de adesivo colorido), co-lar no pote ou na lata e deco-rar como quiser. É só usar a criatividade.

Vaso de flores feito com latinhas

Veja como reciclar uma lata e fazer um vaso de flores, ideal para enfeitar qualquer espaço da sua casa.

Materiais: ► 1 lata de alumínio ► 1 martelo e 1 prego ► Pincel ► Cola ► Papel colorido ► Terra e uma planta

Passo-a-passo: Coloque a lata virada para baixo, e com o martelo e o prego faça alguns furos na parte de baixo da lata, pois é por eles que a água irá escoar depois. Agora, coloque a lata sobre o papel, para medir quanto papel você vai precisar para cobrir toda a lata. Recorte o papel. Usando o pincel, unte toda a lata com cola, e com muito cuida-do, cole o papel na lata. Cuide para cobrir bem toda a superfície exterior da lata. Deixe que a cola seque e depois coloque um pouco de terra dentro da lata. Plante o que você de-sejar. Neste caso, temos belas flores.

Foto: Patrícia BarcelosFo

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Garrafas de vidro recicladas

Se você gosta de reciclagem, certamente despertará interesse pela oportunidade de reciclar uma garrafa de vidro, pois saberá que o tempo de deterioração do vidro, na natureza, pode chegar a milhares de anos. Este é um artesanato que permitirá que você ajude a natureza e enfeite elegantemente a sua sala. Trata-se de um lindo centro de mesa que é muito simples de fazer.

Materiais necessários: ► Uma corda fina ► Álcool ► Uma garrafa de vidro ► Um balde com água.

Passo-a-passo: Por baixo do bico da garrafa enrole a corda várias vezes; feito isso, molhe-a com álcool e acenda-a com um isqueiro. Muito cuidado! Deixe que a corda queime por um espaço de 20 ou 30 segundos e depois, rapidamente e sem vaci-lar, enfie-a no balde com água. Com este processo você poderá quebrar o bico com um golpe leve. O corte será completamente limpo, sem pontas nem partes afiadas. Você poderá brincar com os tipos de garrafas, com as cores e com todas as variantes que quiser, e en-feitar muito bem a sua casa.

Horta Suspensa

Materiais: ► Garrafas PET de dois li-tros (vazias e limpas); ► Tesoura; ► Corda de varal, cordoa-lha, barbante ou arame; ► Arruelas (somente para quem optar por cordoalhas ou ara-mes); ► Terra e muda de planta.

Como fazer: A primeira tarefa a ser rea-lizada é o corte das garrafas. Todas elas devem ser cortadas da mesma forma, com uma espécie de janela, que será a abertura por onde a planta irá crescer. A distância entre a parte debaixo da garrafa e a abertura pode ser de “três dedos”; na parte de cima pode ser contado um palmo até o corte. Dois furos devem ser fei-tos na garrafa na região próxima às aberturas, superior e inferior. Será por este espaço que o cordão que se-gura as garrafas irá passar. O ideal é que todas tenham marcações em distâncias equivalentes, para manter a simetria quando forem penduradas na parede. O fundo de todas as gar-rafas deve ter furos, que permita a saída do excesso de água na terra.

Dois fios, que passam pelas extremidades das garrafas, as man-têm presas. Por isso, as arruelas são utilizadas. Quem optar pelo uso dos arames deve colocar as arruelas logo abaixo das garrafas, para servirem como “calço”, para que elas não escorreguem. O barbante e a corda de varal não precisam disso. Nesses casos, basta dar um nó na altura em que a garrafa deverá ficar.

Com as garrafas devidamen-te presas e alinhadas, basta colocar a terra, a semente e cuidar para que as plantas cresçam saudáveis.

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Potes de vidro podem ser reutilizados como porta

retratos e como enfeites. Divertido e original

Bloco de notas

Se você é dessas pessoas que gosta de levar tudo anotadinho, é preciso ter sempre por perto lápis e papel. O que você acha de criar seu próprio bloco de notas? Este artesa-nato com papel é muito simples de fazer e você poderá deixá-lo muito legal, usando fotos. Veja só o passo--a-passo.

Materiais: ► 2 fotos de 10x15cm ► Papel ► Estilete ► Dois grampos de papel ► Cola ► Livros pesados (opcio-nal)

Passo-a-passo: Pegue seus papeis e corte-os na medida das suas fotografias (10x15cm). Corte a quantidade de papeis necessários para que a grossura do bloco fique do seu agrado. Arrume os papeis bem ali-nhados. Use os grampos de papel para deixá-los no seu lugar. Cubra com cola a borda que os une. Dei-

xe que a cola seque durante uns 15 minutos. Depois dê uma segunda camada de cola na mesma borda. Deixe pousar até que a cola volte a secar. Coloque uma fotografia por cima dos papeis e outra por trás e segure-as com os grampos de papel. Agora, recorte uma tira de papel decorativo de 10x2cm de lar-gura. Aplique-lhe uma camada bem fina de cola, cobrindo toda a super-fície. Depois cole a tira de papel so-bre a borda dos papeis, alisando com seus dedos. Se houver algum exces-so de cola, retire-o com um paninho.Coloque vários livros pesados por cima do bloco e deixe-o secar com-pletamente. Se ao invés de usar cola para unir os papéis, você pode levar o bloquinho até um local que faça en-cardenações e pedir para colocar um espiral.

Potes e garrafas de vidro reutilizados

como vasos de flores

Óleo de cozinha

Muitas pessoas ainda jogam os óleos de cozinha na pia, em terrenos baldios ou no lixo, sem se darem conta do quanto é prejudicial ao meio ambiente. A sensibilização da população quanto ao des-tino adequado do óleo usado é muito importante, pois é uma questão de cidadania.

Existem algumas pos-sibilidades de reciclagem do óleo vegetal, dentre elas: biodisel, resinas para tin-tas, ração para animais, gli-cerina, sabão e detergente.

Saiba como fazer: Sabãoh t t p : / / i s suu . c om/p re f e i -tu rade lo rena/docs/como_aproveitar_o__leo_de_cozinha_usado

CUIDADO...

Foto: Patrícia Barcelos

Foto: Patrícia Barcelos

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Queimando vidas

Acabamos de sair de uma época bem crítica para quem vive na região Centro-Oeste (maio a setembro), que são as queimadas, um grave

crime ambiental, de acordo com a Lei Federal n° 9.605, de 12/02/1998, que afirma, no artigo 54, ser crime “cau-sar poluição de qualquer natureza, em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde huma-na ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”. Isso acontece por es-tarmos num período de seca e de altas temperaturas, com baixa umidade do ar, o que acaba tornando co-mum ocorrer muitos focos de incêndio nessa região. Este hábito tão rotineiro acaba causan-do enormes impactos negativos ao meio am-biente e à saúde das pessoas. Muitos ain-da consideram o fogo como uma solução rápi-da e eficiente para a lim-peza de pastos, quintais e até mesmo lixo. Infelizmen-te, por falta de informação, as queimadas ainda estão presentes em nossas vidas. Em Alto Araguaia/MT, de acordo com informações da Secretaria de Meio Am-biente, a média diária de queimadas durante o período de estiagem (maio a setembro), saltou de 35 em 2010, para 106 em 2011, ou seja, um salto três vezes maior que no ano anterior. Um dado preocupante que chama a atenção. Ainda com informações obtidas através da Se-cretaria de Meio Ambiente de Alto Araguaia, aqui no município os processos envolvendo queimadas normal-mente passam num primeiro momento pela Fundação

Estadual de Meio Ambiente (FEMA) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Só depois de ser feito o proces-so por um destes dois órgãos, e a pessoa notificada não cumprir com o que foi proposto pelos órgãos compe-tentes, aí sim, o processo é passado para o Ministério Público. Além disso, o Ministério Público só trabalha em cima de denúncias que tenham total fundamenta-ção. “Você pode queimar o mundo, não tendo prova que te condene, não tem como o Ministério agir”, enfatiza

o Gestor Ambiental Nelsoney da Costa Marques.

Segundo a Divisão de Processamento de Imagens

(DPI), que faz parte da Coordenação Geral de

Observação da Terra (OBT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), “a queima da vegetação no cerrado,

principalmente como prática de manejo

para a criação de gado, é a principal atividade

associada ao fogo nesta região. Ela faz uso de extensas

áreas para pastagem natural nas formas de cerrado mais abertas, como campo

limpo e campo sujo. No período seco, que se estende por três a cinco meses (maio a setembro), na região central do cerrado brasileiro, o gado sofre com a falta de palatabilidade da vegetação, ocorrendo, neste período, perda de peso e redução na produção de leite. Por isto, a queima do cerrado, na segunda metade do período seco (agosto-setembro), constitui-se na prática de manejo mais econômica utilizada pelos fazendeiros, uma vez que, poucos dias após ter sido queimada, a vegetação

Realizar queimadas é prejudicial ao meio ambiente e ao ser humano.Fazer queimada também é crime, vamos apagar essa idéia

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Queimando vidasRealizar queimadas é prejudicial ao meio ambiente e ao ser humano.

Fazer queimada também é crime, vamos apagar essa idéia

rebrota, tornando-se mais palatável para os animais, além de rica em proteínas, celulose e sais minerais”. O Pecuarista de Alto Araguaia/MT, Heraido R. de Rezende, diz nunca ter feito queimadas por ser um crime ambiental e por medo das conseqüências que poderia sofrer por praticar esse tipo de crime. Mesmo sabendo que queimada é um crime ambiental e pode ocasionar danos para quem pratica, e também para o meio ambiente, ele não se posiciona contra essa ação. “A queimada praticada com responsabilidade é útil e necessária, até porque melhora o solo que servirá de ali-mento para o gado, pois o boi só come o capim se ele estiver novinho. Na pastagem nativa, que serve de pasto para a criação de bovinos, deveria ser queimada uma vez a cada dois anos, pois se um dia vier a acontecer um incêndio criminoso a destruição poderá ser bem maior. Agora aquelas pessoas que provocam queimadas na época da seca e sem necessidade, principalmente sem autorização dos órgãos competentes, devem ser punidas

e pagarem pelo crime cometido” declara seu Heraido. Outro ponto que justifica a prática de queima-das está relacionada à expansão agrícola, devido às terras do cerrado ter um baixo custo, oferecendo assim condições bem mais favoráveis à produção de cereais. Com isso, grandes extensões de vegetação do cerrado são roçadas e queimadas ao final do período seco, que vai de agosto a setembro, e transformadas em novas áre-as agrícolas. Além disso, há também o descaso e o descui-do que provocam queimadas, como um simples cigarro aceso jogado da janela de um automóvel na beira de uma estrada ou, ainda, a criminosa prática de “soltar ba-lões”, principalmente durante a época das secas. Existe um dado preocupante ligado ao estado de Mato Grosso em relação às queimadas. A Editora Envolverde publicou no seu site uma nota, no dia 13 de setembro de 2011, que deve colocar os nossos gover-nantes em alerta para que seja possível evitar que mais

Por Patrícia Barcelos e Áthila Chaves

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atos como este aconteçam. “O Mato Grosso junta ao seu título de o maior desmatador do país o de recordista em número de queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O monitora-mento mostra que dos 59.757 focos registrados de 1º de janeiro a 12 de setembro no país, 8.348 estavam nesse Estado. Apesar da liderança do Mato Grosso em 2011, dados oficiais apontam uma redução de 64% nos focos registrados de janeiro a setembro, em comparação com igual período do ano anterior” (13/09/2011, site http://envolverde.com.br/rse/campeao-em-incendios/ ). Para que esses atos criminosos diminuam é preciso convencer as pessoas dos inúmeros malefícios que essa prática causa para muitas espécies e principalmente para nós, seres humanos. Para isso, são necessárias muitas mudanças de atitudes e consciência ambiental. Pois são os próprios donos de terrenos, de campos, os responsáveis por colocar fogo em seu patrimônio, cometendo um erro atrás do outro. Eles são responsáveis civil e criminalmente por colocarem em risco a integridade física e o patrimônio público e privado. As pessoas vizinhas a esses locais incendiados respiram fumaça e partículas que podem causar câncer, asma, bronquite. Elas têm seus gastos aumentados com consultas, medicamentos, internações e são obrigadas a faltar no trabalho, sem contar no cheiro de queimado que persiste por vários dias. Uma queimada fora de controle transforma-se em incêndio catastrófico, atingindo o patrimônio público e privado como cercas, linhas de transmissão de energia e telefonia, casas, indústrias,

galpões. Em busca dessa mudança a Secretaria de Meio Ambiente de Santa Rita do Araguaia/GO, através do Secretário Raimundo Miranda, realizou uma palestra tratando da prevenção de queimadas em comunidades rurais do município. O secretário busca orientar os mo-radores a respeito de técnicas para proteger o local de queimadas, assim como formas para amenizar o alas-tramento do fogo em casos de queimadas já existentes, além de destacar os efeitos para a saúde e do prejuízo para o meio ambiente. É necessário ressaltar a importância da respon-sabilidade de cada produtor rural, individualmente, po-liciar sua propriedade e região. Isto é fundamental, pois sem a ajuda deles, as autoridades pouco podem fazer para conter o avanço da devastação. Existem algumas providências simples que podem ajudar na prevenção de acidentes que acarretem grandes queimadas e incên-dios. Há uma crença de que as queimadas são boas para o solo, isso porque o produtor realmente tem um ou dois anos de boa produtividade, já que o processo acaba concentrando alguns nutrientes importantes para a plantação, como o fósforo. Mas nos anos seguintes fica constatada uma perda excessiva dos nutrientes. Uma pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental mostra que em sete anos são perdidos 96% de nitrogênio, 76% de enxofre, 47% de fósforo, 48% de potássio, 35% de cálcio e 40% de magnésio. E devido a essa perda de nutrientes, com o pas-

Após queimadas o cerrado começa a se regenerar Foto

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sar dos anos, o produtor tem que utilizar mais adubos e fertilizantes, aumentando o custo da produção, sem contar que o uso indiscriminado de fertilizantes contri-bui muito para o desequilíbrio ambiental. Além de tudo isso, as queimadas podem provo-car prejuízos à fauna e à flora, fugir do controle e destruir casas e instalações, matar animais e gerar desequilíbrios ambientais. Elas também constituem um fator de mor-tes para os animais silvestres. Muitos morrem carbo-nizados, sufocados pela fumaça, ou por atropelamento nas rodovias tentando fugir do fogo. Apesar de ser uma prática comum que é exercida por pessoas conscientes e inconscientes, portanto, orientar e informar sobre as conseqüências aos desconhecedores do assunto e impor práticas mais duras para os criminosos conscientes, que

estão afetando a vida da natureza e como conseqüência a de todos os seres vivos. Em Santa Rita do Araguaia/GO, segundo o ve-reador João Batista Gomes, o Poder Legislativo tem feito cobranças no sentido de se aplicar no município o Código de Postura, o qual proíbe as queimadas tanto urbanas quanto rurais. Para conter essa ação é preciso agir aplicando multas que venham coibir a prática desse crime ambiental em Santa Rita. Ele destaca essa ação durante o ano de 2011: “Este ano tivemos queimadas

urbanas, queimadas rurais, mas felizmente não foram alarmantes, foram focos bem aleatórios, até porque, como nós vivenciamos, o período de seca este ano foi bem menor em relação ao ano passado” afirma o verea-dor. Diante de tantos impactos é preciso pensar bem antes de fazer uso dessa prática tão perigosa. A conscientização das pessoas é um importante passo à prevenção e pode ser feita nas escolas, imprensa, insti-tuições sociais. Para isso, é importante aproveitar cada oportunidade e prejuízos causados pelo fogo para de-senvolver projetos em prol da conscientização. Os danos causados pelas queimadas são infini-tos. Por isso, a forma de evitar que esta prática ocorra é tomando atitudes básicas, mas que fazem toda a di-ferença como, por exemplo: não queimar lixo em lo-cais onde haja uma área de vegetação perto, não jogar “bitucas” de cigarro em áreas secas, não soltar balões com fogo, não acender fogueiras durante a época de es-tiagem, utilizar formas alternativas de manejo de pas-tagens evitando colocar fogo, e, em caso de dúvidas, o mais correto a se fazer é procurar informações nos órgãos da sua cidade, entre muitas outras formas de evi-tar maiores danos. Medidas que estão ao nosso alcance e que ajudam a preservar esse bioma tão rico da nossa região que é o cerrado.

queimada é c r i m e . FISCALIZE!

Queimadas urbanas

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Artigo

QUEIMADAS URBANAS Por Nelsoney da Costa Marques/Gestor Ambiental

Queimadas urbanas são um problema crônico, em inúmeras cidades brasileiras. Em Alto Araguaia - MT, tais queimadas são endêmicas e represen-tam importante fonte antrópica da poluição atmosférica e do solo urbano e suburbano (ação do homem na poluição do ar, e também das cidades, bairros e periferias). Na área urbana de Alto Araguaia, a média diária de queimadas, durante o período de estiagem (maio a setembro), saltou de 35 em 2010, para 106 em 2011. Não obstante, as queimadas são executadas em número absur-do nas quatro estações do ano. Queima-se de tudo, em todos os quadrantes da cidade (inclusive na área central), por pessoas de todos os extratos socioeconômicos e culturais, em propriedades públicas ou privadas (terrenos, quintais, hortas, chácaras, fa-zendas urbanas, áreas abandonadas, pátios/garagens, caçambas, tambores, churrasqueiras, praças, ruas, calçadas, sarjetas, bueiros, canteiros centrais e acostamentos de vias públicas, encostas, pastos, margens de córregos, lixões e lixinhos clandestinos, ferro, recicladores, sucatões, etc). Considerando que a poluição gerada pelas queimadas é o componente de mais fácil controle pela população, podendo repercutir de imediato na saú-de e bem estar geral, decidimos, há cerca de sete anos, empreender ações legais e legítimas, visando reduzir e/ou coibir essa prática nociva e criminosa, em diversas áreas de Alto Araguaia. A Associação Cultural Ecológica Nascentes do Araguaia e Taquari (ACE-NA) tem feito trabalho em todos os bairros da cidade, escolas da rede muni-cipal e estadual, falando com o objetivo de mostrar os danos que a queimada pode provocar à saúde das pessoas. Esperamos, com este trabalho, que as queimadas cessem e que resultados positivos aconteçam e que os infratores percebam que alguém está exercendo vigilância, aliada à conscientização.

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Artigo

Em pouco menos de uma década a evo-lução tecnológica da microeletrônica entrou nas nossas vidas para mudar nosso cotidiano. São tantos aparelhos eletrônicos que nos dão comodidade e

segurança que não podemos imaginar a vida mo-derna sem esses equipamentos. No entanto, quando vamos às lojas e com-pramos um novo eletroeletrônico para nossa casa a fim de substituirmos um com defeito ou mesmo velho, é quando aparece o problema. O que fazer com esse equipamento velho? Alguns vão guardar

Um grave problema ambiental decorrente da evolução tecnológica

em casa como um “elefante branco” até descartar como lixo comum. Outros fazem o pior: descar-tam na natureza, mal eles sabem o prejuízo que isso causará ao meio ambiente e a saúde pública. Esse mal tem nome, é o lixo eletrônico, também chamado de e-lixo. Quando descartamos aparelhos como ce-lulares, lâmpadas florescentes, TVs, equipamen-tos de informática, baterias, pilhas, entre outros eletrônicos, estamos jogando resíduos altamente tóxicos no meio ambiente. Esses resíduos conta-minam os recursos hídricos, o ar, a atmosfera e o

Por Roni Pess - Eletrotécnico/Computação

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Um grave problema ambiental decorrente da evolução tecnológica

solo. Com um melhor poder aquisitivo dos brasi-leiros e o capitalismo induzindo ao consumo exa-cerbado de novos produtos, que muitas vezes é por um simples novo designer ou então alguma nova funcionalidade, faz com que a produção de lixo eletrônico tenha um crescimento acelerado. Entretanto, não estamos aqui debatendo para fre-armos o desenvolvimento e a evolução tecnológi-ca, mas sim usar desse próprio avanço da tecno-logia para dar o fim correto aos resíduos de sua fabricação e seus produtos, assim como conscien-tizar os consumidores sobre o destino apropriado do e-lixo. Estimativas apontam que 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são descartados anu-almente em todo mundo. No Brasil, de acordo com relatório do Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente (Pnuma), só em computadores são abandonados 96 mil tone-ladas por ano, o que leva o país ao topo do índice

de produção desse resíduo entre nações em de-senvolvimento. Parece distante da realidade de Alto Ara-guaia/MT e Santa Rita do Araguaia/GO o proble-ma do lixo eletrônico, que, sim, tem outros pro-blemas mais urgentes para resolver, mas com planejamento e ação antecipadas vão amenizar um problema que está muito perto. Nos dois municípios as Secretarias de Meio Ambiente não possuem estatísticas relacio-nadas ao problema do e-lixo. Mas andando pelas ruas das cidades nos deparamos com descartes desses resíduos em locais inapropriados, o que torna mais crítica a situação, pois as cidades são ribeirinhas ao rio Araguaia onde todas as águas das chuvas levam até ele. E sabe-se que o descar-te inapropriado de lixo eletrônico como em lixões e arroios vai levar elementos contaminados (metais pesados) para rios e lagos de onde é captada a água para o consumo local. Por isso, além desse grave problema ambiental, gera também grande

Cabos elétricos descartados em estrada secundária em Alto Araguaia/MT Placas de equipamentos eletrônicos

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parte dos casos de saúde pública. Na tabela a seguir podemos ver os elementos presentes no e-lixo e suas conseqüências a saúde humana.

Em nível nacional um passo importante para o problema do e-lixo é o Projeto de Lei nº 203/1991 sancionada pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em agosto de 2010. Essa lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que estabelece a “responsabilidade com-partilhada” entre governo, indústria, comércio e consumidor final, no gerenciamento e na gestão dos resíduos sólidos e institui a “logística reversa”,

obrigando fabricantes, importadores, distribuidores de eletroeletrônicos a coletar e descartar correta-mente os seus produtos, uma vez rejeitados pelos consumidores. A meta é de que até 2014 todos esses re-síduos tenham sua destinação corretamente re-alizada, mas na prática vai depender de Acordos Setoriais que começaram ser elaborados no início deste ano.

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Tirinhas

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Para RefLetir Wilson Paim

Quando não ouvirmos mais o cantar de um passarinho.Por não encontrar sementes, nem galhos pra fazer ninhos.

Quando silenciarem os rios, mortos pela poluiçãoA própria raça humana estará em extinção!

O homem não se dá conta dos males que causa a terraEm plena era 2000 ainda fazemos guerra.

O amor pelo semelhante está cada vez mais raroPela ganância e cobiça vamos pagar muito caro!

A natureza pergunta enquanto o óleo derrama,Quem pagará pelas mortes causadas pelo Bahamas?

Agonizando suplica a Baía da GuanabaraNa esperança que alguns homens tenham idéias mais claras!

Quisera eu, nestes versos, falar só de coisas boasMas, como vou navegar se está furada a canoa?

Precisamos acordar, fruto não dá sem raizZelar por nosso planeta para um futuro feliz!

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