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Revista Aka Arte OM_Duplo Sentido

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Revista anual sobre nova coleção, alguns conteúdos e artigos sobre o universo e atividades AKA arte Direção: Aka Arte Design: Nuno Quaresma Colaborações: Ana Fernandes, Jorge Franco, Jorge Moreira, Ana Fina, Artur Simões Dias, Pedro Afonso Silva, Simão Carneiro, Clo Bourgard, Sara Silva, Hugo Alexandre, Elisabete Gonçalves, Tania Estrada, Mariana Adão da Fonseca, Catarina Vieira Pereira, António Maria Sousa Lara, Ricardo Raposo, Jack CJ Simmons Impressão: C.C.Alfragide Tiragem: 100 exemplares Junho 2015

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  • DUPLO SENTIDO

    A Arte no veculo que marche em sen-tido nico. Como no tem fim ou objeti-vo, move-se na direo que aprouver aos seus autores, ao sabor das suas reflexes, gestos e tambm das prprias possibilades que uma tela em branco, um pedao de barro ou pedra, ou um Mundo em aberto emancipam.Nestes caminhos no h obstculos que no possam ser transpostos, atravessa-dos ou vergados sob a fora da iniciativa criativa, mas tambm no podemos dizer que no existem rotas definidas.So as rotas dos processos lingusti-cos, da semitica das manifestaes e criaes em artes visuais, da histria dos saberes e dos fazeres. nestas rotas, sob o mote e pretexto da Mostra Duplo Sentido, que nos movimen-tamos de trs para a frente, em sentidos opostos muitas vezes, nas linguagens do desenho, da pintura e da fotografia.Fazemo-lo sem objetivos, mas de olhos postos no profundamente Humano, na Pessoa, na sua dignidade, diversidade, pluralidade e complexidade.Esperamos, secretamente, tocar e ser tocados, amar e ser amados, trocar um momento de intimidade e cumplicidade, numa rua com dois sentidos.Esta segunda publicao Aka Arte , no fundo, um mapa de roteiros para estes encontros.

    Evoca tambm outros momentos em que, enquanto coletivo de autores, mul-tiplicmos a nossa ao e movimento para os despoletarmos.A ti, leitor, agradecemos esta presena continuada e disponibilidade para par-ticipar. Como no existem livros quando no existem leitores, no h obra sem es-pectadores e Aka Arte tambm a vossa existncia e expectativa.

    FICHA TCNICA

    Direo: Aka Arte

    Design: Nuno Quaresma

    Colaboraes: Ana Fernandes, Jorge Franco, Jorge Moreira, Ana Fina, Artur Simes Dias, Pedro Afonso Silva, Simo Carneiro, Clo Bourgard, Sara Silva, Hugo Alexandre, Elisabete Gonalves, Tania Estrada, Mariana Ado da Fonseca, Cata-rina Vieira Pereira, Antnio Maria Sousa Lara, Ricardo Raposo, Jack CJ Simmons

    Impresso: C.C.Alfragide

    Tiragem: 100 exemplares

    Junho 2015

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    A Arte no vecu-lo que marche em

    sentido nico.

    TODOS OS HOMENS SE

    NUTREM MAS POUCOS

    SABEM DISTINGUIR

    OS SABORESConfcio

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  • OM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partculas do CERN, j numa poca ps Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradssima complexidade matemtica da Teoria das Cordas.No meu ntimo, no fundo da minha alma (ser que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silncio que tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte.J me explicaram que mas o conseguiria integrar se tivesse o copo menos cheio. mais fcil encher um copo vazio do que fazer entrar o que seja numa malga (amlgama!) a transbordar.A dura tarefa que tenho hoje pela frente esvaziar-me desse caudal.

    minha essa tarefa apenas porque a escolho.No sei se sou capaz, se estou altura da complexa exigncia do seu postulado.Sigo com a simplicidade, humildade e receios de uma criana (talvez at com um pouco da sua indisciplina e irreverncia).Por isso comeo por desenhar e pintar.No me levem a mal. No sou capaz de o fazer de outra forma agora.Vou pintar o que no compreendo, pintarei tudo o que me dis-tra o pensamento, para ver se a pintar desmistifico e desmistif-icando exorcizo essa fora magntica que me agarra obsessiva-mente forma das coisas.Pensando menos sentirei talvez mais. Mais perto estarei talvez do essencial, do contedo. Mais perto da verdade, quem sabe, da conscincia, do corao de Ti!

    Aka OM (Aum), no decurso de 2015, com o apoio Tailored e AKA Art Projects.

    PREFCIO

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  • LINDMUNDODedicada eterna memria de Letcia da Conceio Bicho, Grande Me e Grande Apreciadora de Arte.

    Como Lindo o Mundo, pensamos os dois enquanto debruamos em conjun-to o olhar sobre a beleza distintiva desta Vila.Nesta topografia singular, grandiosa, mais fcil entrar em contacto com a histria comum que nos une e que nos traz hoje ao MUSA.A amizade entre um Escultor e um Pintor, uma tambm ela singularidade no es-pao e no tempo, aglutinou a vontade e a oportunidade sob o auspcio e teto cul-tural no Municpio de Sintra e o resultado este: LindMundo.No Algarve dizemo-lo assim, em dialeto, e se nos perguntarem, provavelmente responderemos Lind porque Linde, no precise outras justificaes.

    Outro mestre estava a tomar ch com dois dos seus alunos quando, subitamente atir-ou o leque para um deles, dizendo o que isto? o aluno abriu-o e abanou-se. No mau, foi o seu comentrio. Agora tu., continuou, passando-o ao outro aluno, que imediatamente fechou o leque e coou o pescoo com ele. Feito isto, abriu-o nova-mente, colocou um pedao de bolo sobre ele e ofereceu-o ao mestre. Este foi consid-erado ainda melhor, porque, quando no existem nomes, o mundo deixa de estar classificado dentro de limites e frontei-ras.In O Caminho do Zen, de Alan Watts

    Esta mostra, sobretudo porque no se classifica dentro de limites ou fronteiras, est integrada na iniciativa associativa AKA OM dedicada aos temas Mudana |Movimento |Crise |Criatividade - e a ex-posio desta coleo de Obras de Jorge Moreira e Nuno Quaresma antecipa uma srie de outras atividades e iniciativas que decorrero em 2015 e que podero ser acompanhadas em www.numdiaper-feito.com .

    Num dia perfeito pinta-se, esculpe-se, alimenta-se o corpo e a alma, ama-se e ensina-se a amar.

    No te iludas. O ontem j se passou, o amanh ainda no existe. Vive, pois, a nica certeza que tens agora: este dia! Augusto Branco aka Nazareno Vieira de Souza

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  • Aum (or OM) is a mantra, or vibration, that is traditionally chanted at the beginning and end of yoga sessions. It is made up of three Sanskrit letters, aa, au and ma which, when com-bined together, make the sound Aum or Om. It is believed to be the basic sound of the world and to contain all other sounds. It is said to be the sound of the universe. What does that mean? Somehow the ancient yogis knew what scientists today are telling usthat the entire universe is moving. Nothing is ever solid or still. Everything that exists pulsates, creating a rhythmic vibration that the ancient yogis acknowledged with the sound of Aum. We may not always be aware of this sound in our daily lives, but we can hear it in the rustling of the autumn leaves, the waves on the shore, the inside of a seashell. Chanting Aum allows us to recognize our experience as a re-flection of how the whole universe movesthe setting sun, the rising moon, the ebb and flow of the tides, the beating of our hearts. As we chant Aum, it takes us for a ride on this universal movement, through our breath, our awareness, and our phys-ical energy, and we begin to sense a bigger connection that is both uplifting and soothing.

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  • MARIA JOO

    A respirao dilata-se no ar pesado do interior cores esbatidas, vidraas molhadas, sonhos que pingam beijos inaudveis, olhar no vazio, corao menos pesado hlito carnal, mos que se tocam, corpos que se fundem

    O silncio a linguagem dos amantes. No sabes o meu nome, no conheo a tua histria, no interessa quem somos.

    As fotos das crianas que fomos culminam neste momento presente; tudo este segundo que vivemos todas as gotas do oceano esto dentro destas paredes

    as rugas que ambos escondemos brilham na sua solido ns somos tudo, por saber ser nada

    acolhes-me nos teus braos como se fosse o teu nico filho recm regressado Abro-te os meus como se fosse um porto de abrigo para um navio que no navega.

    No me chegaste a dizer qual o preo Tambm no te perguntei, ser verdade

    Abri-te a porta e limitaste-te a entrar no te disse o destino, no saberamos por onde querer ir

    Encalhmos por breves momentos neste canto esquecido com vista para o nada por segundos fugazes no existimos; desaparecemos no frio da noite

    olhas-me antes de fechar a porta, no sorris, no falas olhas-me simplesmente; sei que vais partir e nunca mais me ver;

    Sinto-te a entrar nas minhas veias, a matar as minhas defesas Pouco a pouco possuir-me s, tomo a tomo

    definharei este corpo efmero e vazio de significado sucumbirei ao cheiro da doena

    finalmente pertencerei ao teu abrigo Por toda a eternidade que esta noite no pode dar.

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  • SOBRE A BELEZA E A SUA PROCURA

    Procurmo-la em tudo.Procuramos no imaterial da atmosfera, no volume leitoso das nuvens, nos contornos das montanhas e vales, nas curvas da paisagem.Procuramos nas linhas de um rosto, na textura das mos, na volumetria intrincada de uns longos cabelos.Nesta procura de conservao em imagem do belo, somos com-pelidos a congelar singularmente numa obra intemporal, o fu-gaz, o momentneo, o irrepetvel.O voo de um pssaro, o rebentar de uma onda, a queda de uma estrela, o levantar de um brao ou o dobrar de um torso.De lpis na mo procuramos assim esquiar a Liberdade, dar esboo Fora da Natureza ou um segundo corpo pictrico ao

    Amor e ao Desejo.E nas asas desse amor e desejo que por vezes geramos uma nova forma de beleza despojada, singela.Uma modalidade feita de linhas e pinceladas, claro e escuro, modelao de cor, textura grfica.Uma interpretao dimensional feita s de altura e comprimen-to, de linhas de composio, horizontais, verticais, diagonais, e um infinito conjunto de estruturas geomtricas.No meio tambm ests tu. Completa, complexa, outra em ex-istncia legtima fora de mim. s Bela porque s tu, real e nica para alm das possibilidades da minha imaginao ou pensam-ento. Assim, sem jeito, deixo a pergunta: posas para mim?

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  • JORGE MOREIRA

    Escultor, poeta visual, artista singular com uma viso fantstica, as suas obras de escul-tura, so autnticas filigranas em pedra ou madeira, onde as imagens se ligam entre si com elegncia numa fantasia musical, onde se misturam pequenos seres alados e plantas e por vezes notas musicas.

    Nasceu em 1962.Curso de Arteso do Brinquedo no Centro Cultural Roque Gameiro.Aderecista no filme para crianas Zs Trs.Criao de Decors para Vitrinismo.Colaborador de Escultura de 2005 no Centro Internacional de Escultura.Exposio coletiva de pintura e escultura no Ministrio do Trabalho e Solidariedade Social.Exposio colectiva Tightrope, Cidadela de Cascais, 2008.Participao no concurso Utopia 2 Artes Fantstica, 2010.Exposio coletiva de pintura e escultura Arte Fantstica e Surrealismo 2, Casa da Cultura de Mira Sintra, 2012.Exposio coletiva Crculo Artstico Artur Bual, Vila Alda, 2012.Exposio coletiva com Olga Alexandre, Biblioteca Jos Rgio, 2012.Exposio de Escultura ao Ar Livre, Amadora, 2013.Exposio coletiva Surrealism, Casa Museu Roque Gameiro, 2013.

    Participao em feiras esculpindo ao vivo:Feira Medieval de Sintra em 2011 e 2012; Feira Setecentista de Queluz em 2011 e 2012; Feira de Arte Contempornea em 2010 e 2011; Feira de Arte em Pequeno Form-ato na Casa Roque Gameiro; Feira de Artesanato da Junta de Freguesia de Venteira.

    Jorge Moreira, meu amigo e escultor, tem comigo em comum as razes ensolaradas do sul, as origens rabes ou berberes dos nativos de Silves. Ser, porventura, por isso que a sua obra se desdobra em notveis arabescos, poticos e singelos, que desafiam a aspereza dos materiais em notveis e delicadas filigranas de ma-deira ou de pedra.O escultor, munido de uma pacincia il-imitada, desbasta da pedra bruta, ou do tronco informe, num trabalho incansvel de fabulosa e laboriosa formiga, a ganga intil da matria em excesso. este o seu processo de trabalho criativo: uma im-agem oculta na mente, uma viso ideal que s tem existncia na cabea do ar-tista, que aos poucos toma forma e se desvela revelando-se paulatinamente ao nosso olhar.Eis, por fim, ao cabo de um tempo de durao indeterminada, a pea primor-osamente trabalhada, elegante no talhe, de acabamento delicado, na fragilidade da qual se entrelaam flores e peixes e estrelas, frutos de um universo plstico que feito da matria dos sonhos.Obrigado, meu amigo, pela pertincia do teu trabalho, pela tua criatividade potica, pela delicadeza da tua obra, pela humildade com que fazes do quotidiano uma pequena obra de arte.

    Antnio MoreiraVereador da Cultura da Cmara Munici-pal da Amadora

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  • MOVIMENTO, MUDANA E SUPERAO

    A vida uma constante mutao. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ou no? Quando andava na escola secundria e nas aulas de Histria a stra nos pergunta-va como estavam as coisas no perodo em anlise, independentemente de qual fosse a poca em questo, tnhamos uma colega que respondia invariavelmente: Mal, muito mal! E estava sempre correcto! (Hoje tambm o estaria.)

    H 30 anos estvamos sob alada do FMI Hoje tambm estamos.

    Antigamente os nossos jovens partiam em busca de algo melhor Hoje tambm. Nasci em Frana. Os meus pais partiram em busca daquilo que c no conseguiam ter. No conheciam a lngua, nem tinham garantias de sucesso. Vingaram, cresceram e voltaram. Conseguiram dar-nos mais do que o que tiveram, e com isso fizemos mais e mais. No se conformaram. Lutaram.

    Reclamar sempre fcil, difcil ser diferenteQuem quiser pode ser dcil e seguir na mesma em frentemas se tiver ousadia de lutar contra os moinhosSair da monotonia e abrir novos caminhos!

    Vivo no Porto. E vivo o Porto.O Porto uma cidade linda. Passear na baixa e observar as fachadas lindssimas que por c proliferam uma experincia nica Desamos mentalmente a belssima Avenida dos Aliados, passeemos na rua Mousinho da Silveira, na rua das Flores, na Ribeira. Edifcios talhados em pedra, imponentes, majestosos, coexistem com estruturas simples e frgeis, de madeira e de saibro, cujos prticos cheiram a bafio, devido hu-midade e ao caruncho. Estes por sua vez, vivem lado a lado com novas construes, coloridas e garridas, recentes e diferentes Cada poca tem a sua arquitectura, as suas influncias, acrescenta o seu contribu-to a juno de tudo isso que compe a cidade, a sociedade, a humanidade! Ousemos mudar, e aportemos tambm o nosso gro de areia!

    Elisabete Gonalves

    Lus Vaz de Cames, in SonetosO Fundo Monetrio Internacional interveio em Portugal pela primeira vez em 1977 quando Ramalho Eanes era Presidente da Repblica e Mrio Soares era primei-ro-ministro do primeiro Governo Constitucional, depois em 1983 e mais recente-mente em 2011

    Elisabete Gonalves Silva

    Autora do livro Percursos Impreci-sos, 2013, Lugar da Palavra, desco-briu na escola primria o gosto pela escrita, sendo as composies (ou redaces) os seus trabalhos de casa favoritos. Aos 12 apaixonou-se pelo Porto, onde vive desde ento.Licenciada em Lnguas e Literaturas Modernas, conta tambm com um Master em Excelncia Educativa como reforo das suas competncias didcticas e de formao, funo que desempenhou profissionalmente por diversas vezes, enquanto colabora-dora de uma das maiores empresas de telecomunicaes portuguesa, cujos quadros integra.Define-se como apaixonada pela vida, pela famlia, pela cultura, pe-los animais e pela cidade do Porto, cidade belssima que parte inte-grante da sua identidade.

    Percursos ImprecisosSinopse:

    Percurso Imprecisos conduz-nos pelo Porto, do Bonfim Ribeira, com as tropelias habituais da ad-olescncia e do primeiro namoro. Pode uma tragdia condicionar os eventos futuros de uma ou mais vidas? Carlos vive, cresce As aven-turas sucedem-se, caminhos novos cruzam-se, amores surgem Um livro a no perder!

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  • Ol!Ai, o u v e

    quero diz-er-te uma coisa

    importante. Gosto de ti, de uma manei-

    ra to especial, alis ni-ca, porque tambm s nico.

    Amo-te desde o primeiro dia da tua vida, antes talvez j te amasse... no

    sei se se pode ser amado antes de se ser completo, mas talvez j te amasse um pouco

    antes de acordares para a conscincia. J te sentia. nico, para alm de mim mesmo, legtimo, com sede

    e fome de tudo e eu com uma vontade indomvel de te ajudar a viver e a ser completo, feliz. Com uma vontade

    incontornvel de fazer tambm esse caminho conti-go, de aprender a ser feliz. Um dia de cada vez,

    de hora em hora, minuto a minuto, com o corao embalado pelos segundos. Vi-

    vos! to bom estar vivo. to bom sentir-te... Vida. O ontem j foi,

    o amanh, para alm de to-das as minhas previses,

    no sei o que ser, por isso to es-

    pecialmente bom es-

    tar

    Quis Deus que eu viesse ao Mundo humildemente traado para servir, trabalhar e para sonhar.Falo de sonho porque nele encontro a origem de todas as Uto-pias, toda elas por definio idealizadas e irrealizveis, e falo de servir e trabalhar, porque quem nelas acredita, com veemncia, sobre elas funda novos mundos, em geral melhores que os an-teriores.Era tambm considerada Utopia a Igualdade, mas apesar das diferenas e atropelos a este Valor a que muitas das culturas contemporneas no se inibem, nunca tantos estiveram to prximos em matria de gnero, interculturalidade e incluso num Globo hoje um pouco mais democratizado.Tal como a felicidade, miragem para tantos e to flagrante-mente utpica, nunca noutros tempos, que no o nosso, foi esta aspirao to valorizada e considerada. Posso falar da Utopia como uma coisa sumamente boa?Posso... ainda h algumas que muito prezo e estimo, como so a paz, o fim da fome, o fim da doena, o fim da iliteracia, um sistema de sade de qualidade acessvel a todos, a justia, o Planeta Terra ecologicamente reequilibrado...Abraar ternamente a Utopia tambm cuidar disto de sermos imperfeitos, de olhos postos no impossvel, e de no pararmos de tentar, inovar, criar, lutar, falhar, voltar a tentar, falhar nova-mente, falhar melhor.Utopia um pouco como a Viso, felizmente hoje to bem im-plementada como valor para o crescimento das Organizaes. Raramente estas se cumprem no modo e tempo esperados, mas se no tens uma, provavelmente porque ests mal posi-cionado, e quando no se v para onde se anda, tambm difcil encontrar caminho

    Nuno QuaresmaNovembro de 2011

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  • CARCERIa) Introduo

    Carceri dInvenzionePrises de inveno, prises inventadas, imaginadasAntes mesmo de iniciar uma pesquisa sobre a histria pessoal, da construo da obra ou at do contexto em que ocorreu a sua produo, recordo sobretudo o primeiro impacto, a primeira impresso que me ficou marcada na memria.Apesar de ser uma obra descoberta por sugesto directa da Professora Jacs Aorsa, contextualizada no briefing geral para este trabalho para a disciplina de Histria e Prticas do Desen-ho, o que guardo como nimo e mote para esta reflexo esta impresso sentida, investida da curiosidade dos primeiros en-contros. O que me fica sobre este conjunto extraordinrio de 30 placas de gravura, que me deixou uma forte sensao de presena no Imaginrio de Piranesi, e que so justamente intituladas Car-ceri dInvenzione, a impresso de estar a entrar num espao de intimidade. Esse espao rico e nico a qual raramente se tem acesso, tor-nou-se no mbil para todo o processo criativo, tcnico e tec-nolgico e a seguir, e em funo do briefing dado, estruturei.J em pesquisa descobri que efectivamente, este trabalho contextualizado numa magnfica juno da fantasia veneziana com a monumentalidade romana muito dentro da tradio e maneira de Tipolo, nomeadamente na luz e nos volumes.Pus-me a somar:InvenoImaginaoHistria pessoal/construo da identidadeEspao de intimidadeFantasiasMonumentalidade vs. volumeJuntamente com um projecto pessoal relacionado com a banda desenhada e a ilustrao, onde ando procura de um estilo, de uma maior classicidade e profundidade na construo simbli-ca e esttica das personagens. Foi assim que me surgiu a ideia original para esta ilustrao que servir um episdio que descreve um sonho de Nia, per-sonagem central da histria O Mundo de Shido, junto de uma narrativa visual que decorre num cenrio onde fao uma colagem de trs gravuras diferentes (Fig. 02, 03 e 04) da srie Carceri dInvenzione.Por achar pertinente fiz ainda uma homenagem Batalha de Anghiari de Leonardo da Vinci, numa luta encenada, com enfoque na descrio de emoes, atravs do desenho e com uma referncia velada aos exemplos de deformao caricatural no trabalho de Leonardo, mas tambm de Hogarth, Goya ou Daumier.

    Por outro lado, como matriz global de planeamento de todo o desenho optei por fazer um investimento de tempo na con-struo de uma composio definida essencialmente por uma diviso do plano em dois sub-planos verticais, utilizando um pilar mestre e organizando os elementos da parte inferior do enquadramento global na circunscrio de um tringulo e pelo alinhamento dos outros elementos segundo linhas diagonais para dar enfse iluso da aco e do movimento.O trabalho que aqui descrevo, e que o lugar em que procuro a consolidao da obra final, divide-se em cinco sinopses:b1 Piranesi e os Carceri dinvenzione; b2 A Batalha de Anghiari e a homenagem obra de Leonardo;b3 Estudo do enquadramento e composio; tcnica de etch-ing e da trama (cross etching).b4 Concluso

    b) Desenvolvimento

    1. Piranesi e os Carceri dInvenzione

    Esta obra inquestionavelmente uma das obras mais ampla-mente difundidas e abordadas de Piranesi e talvez uma das mais sui generis na evocao tradio literria da sua poca, ao hermetismo, s fontes e esttica do Sublime.Foram publicadas pela primeira vez em 1745, com o ttulo Invenzione Capric di Carceri), impressas por Giovanni Bouchard e reeditadas em 1760 como Carceri dInvenzione, sofrendo ligeiras alteraes e acrescidas de mais duas gravuras.Entre a primeira e a segunda tiragem, podem constatar-se algu-mas das alteraes de estilo que espelham o desenvolvimento da obra de Piranesi.Aqui, podemos identificar a influncia da tradio veneziana (das Caprici e da fantasia) e romana dos autores da poca, sobretudo na maniera de Tiepolo (como por exemplo, no tratamento das luzes e da volumetria) que na sua obra atinge o seu auge a partir de 1755 (como nota de contexto: ano do Grande Terramoto que devastou Lisboa).Com um trabalho mais complexo , rico e intrincado, nesta fase possvel perceber o horror ao vazio que faz perder a clareza das obras, dentro de uma composio balizada e ordenada pela utilizao recursiva da scena per angolo, frequente nas tip-ologias cenogrficas, teatrais, utilizadas por Bibiena, Valeriani, Marco Ricci ou Juvarra.

    Destas influncias, distingue-se a de Juvarra na referncia Neo Quinhentista, Utpica e Anti Clssica.Na sua obra so ainda distintivos aspectos como a censura Cidade Barroca, mas em simultneo tradicional antinomia da Roma antiga e tambm ao organicismo, distoro da per-spectiva (comum na Cenografia Tardo Barroca), composio assente em planimetrias, interligaes de supra estruturas, libertao da forma, perda de valor do centro compositivo, a

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  • metamorfose das formas (que muito explorei nesta minha in-terpretao pessoal), desarticulao, distoro e o espao rep-resentado segundo o ideal Humanista.Todo este processo formal conduz o espectador a uma per-cepo psicolgica e esttica que muito me interessou e que autores como Edmund Burke, entre outros, categorizam como Sublime. Um Sublime que pretere a perfeio e a clareza da esttica pelo valor dos contedos emotivos, colocando o re-curso da imaginao tambm nas mos do espectador que obrigado a desconstruir e a voltar a construir a imagem nas suas mltiplas dimenses.

    Indo beber a toda esta percepo e abordagem na maniera prpria de Piranesi, intitulei a obra como Sonho de Nia. Ou seja, sonhar na perspectiva e ideia comum na poca do Homem como actor impotente, num teatro que j no o seu combinado com o fascnio pelos crceres com o seu sig-nificado simblico de prises da mente (como em Coleridge ou Thomas De Quincer) acessveis sobretudo atravs do onrico.

    2. A Batalha de Anghiari e a homenagem obra de Leonardo

    A escolha pela opo de dulpa homenagem neste exerccio, sur-giu-me na sequncia de toda a leitura por uma ptica emotiva, das Carceri dInvenzione de Piranesi.Uma das muitas reflexes que esta srie de gravura me convo-cou foi a abordagem, por assim dizer, sublime das 5 Emoes hoje descritas, para alm dos mltiplos Sentimentos, como Emoes Bsicas: o Medo, a Raiva, a Tristeza, a Alegria e o Amor. O paralelismo, apesar de numa abordagem bastante diferente, com o trabalho sobre expresses e emoes na obra de Leon-ardo pareceu-me possvel e pertinente e como na minha liber-dade interpretativa j tinha introduzido na minha composio

    inicial alguns elementos figurativos, escolhi ento dar nfase a esta leitura com um tributo Batalha de Anghiari e sua dinmica compositiva e expressiva.

    A Batalha de Anghiari no mais do que um grupo mon-umental de soldados a cavalo numa imagem condensada e intemporal do furor blico que achei que poderia ser um ex-celente contraponto, irreverente e antagnico, ideia de im-potncia gerada pelo ambiente global das Carceri- Prises.Um novo conjunto figurativo e evocativo de uma luta interior, no contexto de uma Carceri de onde no h salvao, seno na fora e liberdade da vontade da alma humana.

    Para melhor contextualizar A Batalha de Anghiari, este estu-do inicial em carto e fresco inacabado, surge na obra de Leon-ardo por solicitao da cidade de Florena, com a finalidade de decorar, na tcnica do fresco a Sala de Conselho do Palazzo Vecchio. O seu tema central a vitria florentina sobre o exr-cito milans.A pintura nunca foi finalizada, tendo ficado como esplio pro-duzido apenas um carto em tamanho natural ( escala) que sobreviveu mais de um sculo aps a sua produo, perodo em que gozou de uma enorme fama.Hoje, apenas o conhecemos atravs de cpias de Artistas poste-riores a Leonardo, em particular na cpia segundo o original, re-alizada por Peter Paul Rubens em 1605 e actualmente patente no Museu do Louvre, em Paris.

    3. Estudo do enquadramento e composio; tcnica de etch-ing e da trama (cross etching)

    A primeira abordagem que fiz a este exerccio foi efectivamente, e numa tradio talvez mais pictrica, a abordagem segundo

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  • uma colagem idealizada num enquadramento que julguei co-erente com o conjunto global das gravuras de Piranesi, sobre o qual construi uma composio (e repito) definida essencial-mente por uma diviso do plano em dois sub-planos verticais, utilizando um pilar mestre e organizando os elementos da parte inferior do enquadramento global na circunscrio de um trin-gulo e pelo alinhamento. S ento comecei a fazer um trabalho de trama e trama cruzada, enquanto fazia uma leitura prtica e simulada da tcnica designada por Etching em Gravura e que passo a descrever:

    Origem | contexto histricos e descrio:

    A tcnica qumica de gravura foi desenvolvida na idade mdia por artesos, fabricantes de armaduras, rabes como uma for-ma de aplicao na decorao para armas. Floresceu no sculo XV, no sul da Alemanha, onde as primeiras impresses gravadas em papel foram impressas no final do sculo.Durante as primeiras dcadas do sculo XVII, artistas holandeses como Van de Velde, Jan van de Velde II e Willem Buytewech experimentaram esta tcnica. Eles estavam procura de criar um efeito atmosfrico na suas paisagens impressas, e na tenta-tiva conseguiram desenvolver um mtodo que rompia com as linhas de contorno longas transformando-as em curtos traos e pontos.Hercules Segers por sua vez, experimentou esta transformao e adaptao por um motivo diferente: a necessidade de criar um efeito pictrico na impresso em papel colorido ou tela, tra-balhando-as posteriormente com um pincel de cor, tornando assim cada impresso numa pea nica.Rembrandt levou a tcnica ao extremo, superando todos os seus antecessores. Nas suas mos, a gravura tornou-se um meio pleno e maduro de que se ocupou em perodos longos para o resto da sua vida. A tcnica que utilizei neste desenho referente a Piranesi filia-se muito no exemplo de Rembrandt que, por conhecer melhor, reconheo ter tido grande influncia na abordagem pessoal e estilstica que escolhi.As Gravuras so impresses, normalmente em papel, de de-senhos ou modelos construdos pelos artistas, em suportes di-versos, com recurso s tcnicas do desenho, pintura ou corte. Estes suportes podem se um bloco de madeira, uma placa de metal ou uma tela de seda. Em Piranesi (assim como em Rembrandt) o suporte uma chapa fina de cobre. Esta ento coberta com uma mistura re-sistente aos cidos conhecida como base de gravura, composta de betume judaico, resina e cera. Nesse revestimento fino ento produzido o desenho directa-mente com uma agulha de gravura, que penetra esta fina pelc-ula deixando exposta, nestas ranhuras, a placa de cobre.A placa colocada, em seguida, num banho de cido diludo. As partes expostas, que deixaram de estar protegidas contra o cido pela base de gravura, ficam gravadas, em sulcos criados na superfcie do metal. Quanto mais tempo a placa deixada no banho, mais profun-dos esses sulcos se tornam. Posteriormente esta base de gravura removida e a placa limpa e finalizada com uma almofada de tinta ou com um rolo. Ela ento limpa manualmente para que a placa fique inteira-mente despojada de tinta, excepo dos sulcos. O passo seguinte a fixao de uma folha de papel hmida na chapa seguindo-se a compresso de ambos atravs de rolos de imprensa. O papel absorve assim a tinta dos sulcos, produzin-do-se uma impresso invertida do design realizado na chapa. O desenho que aqui realizei com esta abordagem tcnica e tecnolgica sempre em perspectiva, manteve a fidelidade ao princpio de execuo que norteia esta modalidade de criao artstica e deixou-me efectivamente curioso e interessado na prossecuo de uma experincia em placa que penso que me poderia esclarecer alguns outros efeitos que pude observar nas reprodues mas que de alguma forma no soube reproduzir

    atravs do uso da trama

    4. Concluso

    Cerca TrovaDetalhe no topo do fresco da Batalha de Marciano de Giorgio Vasari, 1563 (pintado sobre o fresco original de Leonardo, a Batalha de Anghiari)S quem procura, encontrar, Evangelho

    Depois de algumas semanas de trabalho, pesquisa e justifi-cao, sem me alargar noutras concluses seno a mais humil-de e verdadeira a que consegui chegar: S quem procura, poder encontrarA assero , de longe, pouco pacfica. Pablo Picasso afirmava por exemplo Eu no procuro, encontro e quantos no so os que em todas as reas do Saber se encontraram fortuitamente, por obra da sorte ou destino, com as solues que nem sabiam procurar.Contudo, e seguindo o raciocnio de Vasari, Cerca Trova, no desenho efectivamente as coisas funcionam assim.O Desenho uma das grandes formas e instrumentos do pen-sar. um pensar com o corpo, com a mo, com o olhar.Nesta obra que decidi intitular como o Sonho de Nia confesso que pela primeira vez, circunstancialmente, procurei conhecer Giovanni Batista Piranesi. No sei se o encontrei completa-mente, mas confesso que senti como nunca a inquietao que as raras preciosidades despertam... um no conseguir ou saber ficar indiferente ao apelo daquele mundo vagamente mimtico.... Mas em simultneo hermtico, magntico, misterioso e ao mesmo tempo, familiar... Humano...

    Cerca Trova!Nuno QuaresmaJaneiro de 2012

    Nuno Quaresma (1975, Lisboa)Artista Plstico, Ilustrador, Designer (Fundao Salesianos), Ed-ucador pela Arte (Fundao afid Diferena entre 1998 e 2010, Oficinas de S. Jos entre 2010 e 2012 e POP- Projeto Oficina de Pintura ainda em funcionamento) com Projeto de Empreende-dorismo Social e Artstico filiado no grupo de Autores AKA Arte e no Coletivo de Artesos intitulado Tailored.Vogal Suplente para o Conselho Fiscal da ANACED - Associao Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficin-cia com uma participao voluntria e no remunerada na con-struo de um Projeto Social e Cultural que h mais de 20 anos que cuida, respeita e defende Autores com Necessidades Espe-ciais e a sua Obra no contexto da Cultura e auto representao cvica e social. - Meno Honrosa em Pintura, Prmio Professor Reynaldo dos Santos - Arte Jovem 1997- Meno Honrosa em Pintura, Prmio de Pintura e Escultura - D. Fernando II 6 edio - 2002- Meno Honrosa em Pintura, Prmio de Pintura e Escultura Artur Bual, 3 edio 2007Web:www.behance.net/NunoQuaresmapt.linkedin.com/in/nunoquaresma

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  • UM COMBOIOCHAMADODESEJOUm comboio chamado desejo ou o Amor tambm se encontra a 120km por hora diferente da verso que provavelmente con-heces Um eltrico chamado Desejo - A Streetcar Named Desire, de Elia Kazan com Marlon Brando e Vivien Leigh, de 1951.Nesta minha, improvisada entre as escalas dos autocarros frente aos Prazeres (onde curiosamente passam muitos eltri-cos :), oscila entre a profundidade e a superficialidade, entre o Amor, o verdadeiro, e a lascvia entre o importante e o rela-tivizvel.

    No tenciono extrair daqui generalizaes ou frmulas. Falo disto porque a verdade. J me aconteceu; encontrar o amor a 120km hora.A esta velocidade, se espirras, andas aproximadamente 30 met-ros com os olhos fechados, entregue ao destino, sem conscin-cia ou controle sobre o que se passa em frente dos teus olhos.So 30 metros s escuras.Procurar amar a 120 Km hora como dar um salto de f numa furna escura de onde o mar se percebe apenas a sua voz e chei-ro. E de repente, bater na gua com fora, tocar com os ps na areia e abrir os olhos para uma superfcie em efervescncia.Encontrar o amor assim deixa marca, entre a dor e o prazer, e pouco tempo ou espao para escolhas.Num amor encontrado assim, h um misto de religiosidade e trauma. um acontecimento escala planetria, como uma coliso, na fora da trajetria, entre Vnus e Marte.Contudo, se aprecias as viagens de comboio, sabes que esta ve-

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  • locidade desenfreada sentida num estado de relativa imobilidade. Vive-se, alis, viaja-se no maior dos confortos e tranquilidade mas, infelizmente, tristemente ss.Quando damos conta, neste comboio chamado desejo, quando acordas da torpeza desse sono de viajante, ests apenas s.Olha! Parece que estou a chegar estao!Espreito pela janela e vejo as paredes azuis de uma luz mesclada que s conheo de Lisboa.Mais um bocadinho e estou tua porta!Por essa estrada, nessa rua, tua portaViajo num comboio chamado Desejo mas tu s a minha Casa

    Procurar amar a 120 Km hora como dar um salto de f numa furna escura de onde o mar se percebe apenas a sua voz e cheiro.

    E de repente, bater na gua com fora, tocar com os ps na areia e abrir os olhos para uma superfcie em efervescncia.

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  • Desenhar como quem respira, natural-mente ou compulsivamente, para mui-tos uma funo orgnica. A prpria fisionomia e fisiologia concor-rem para esta atividade regular do Corpo, da Mo, da Mente, na sua relao com o Mundo e com o Prximo. Eu pessoalmente sou um apologista do respeito pela Diferena, num mundo de Iguais. Acolho a normalizao apenas na medida da sua pertinncia e utilidade no servio Justia, Liberdades e Igualdade. Nas coisas grandes entendo realmente o val-or da norma. Um farol para quem navega vista. Tudo o resto aprecio fora dos intevalos estritos das normas, cnones, regras... Fascina-me o que feito medida de cada um, com os cuidados e mimos que cada Corpo e Mente precisam.

    TAILORED FOR FEITO MEDIDA DE

    Olha para trs

    Olha l!

    Quando era gaiato, distrado, a navegar na gndola dos meus sonhos, gotas, se-mentes, ensaiava o ofcio de hoje sem me lembrar sequer de olhar para o lado.Era ali e naquele momento, como hoje, aqui e agora: o poder da Criatividade!No olho muito para trs; as vezes necessrias.

    Olho para a frente, para o horizonte, para os ps, para ver a medida a que estou do cho, e penso no qu, como nunca, com uma hora de atraso e minha volta,

    Encanta-me a simpatia de quem conseg-ue realmente olhar para dentro da pes-soa que est sua frente... Comove-me quem o faz com o respeito e reverncia de quem contempla o sagra-do, e a coragem da empatia de se colocar no seu lugar. Encantam-me as Costureiras e Alfaiates :) Os Tailored so feitos para Mulheres e Homens assim. Os blocos de desenhos so extenses do seu corpo; h que construir sketchbooks que se ajustem personalizadamente, como luvas, jeans, sapatos, jaquetas ou outros acessrios assim. O Tailored feito mo, todo cosidinho, s para ti! diferente nas medidas, tcnicas, por vezes no construtor. A norma a predileo pela reciclagem, a qualidade e resistncia do papel, capa

    quando regresso, no se v j ningum na rua.

    Tailored fazer hora certa, na medida certa, a contemplar tudo o que est volta.

    Tailored cozer os retalhos soltos, os desejos que ficaram por cumprir

    Tailored trabalho individual, trabalho coletivo, uma construo feita de soli-dariedade, colegialidade, amizade!... at conjugabilidade :)

    Tailored Crena no Mundo e nos Out-ros!

    Produzimos cadernos tipo sketchbook, cozidos mo, personalizados, feitos medida e para durar.

    e costuras e a garantia de que ters um caderno para a vida. Lifetime Sketchbooks! Para Artistas a Srio ;)

    h que construir sketchbooks que se

    ajustem personal-izadamente, como luvas, jeans, sapa-

    tos, jaquetas

    Mas todas as outras modalidades de criao artstica e cultural so bom mote para a transgresso, transcendncia, ir-reverncia.

    O nosso negcio a construo de cad-ernos de excelncia, mas no hesites em contatar-nos para ilustrao, design, micro &social branding e organizao de eventos e mostras em Artes Plsticas.

    Faz-mo-lo com gosto!... tailored for you!

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  • O que pode um homem simples dizer ou fazer no Mundo agora?No sou, semelhana da maioria dos homens e mulheres dos nossos tempos, especialista em economia ou finanas, mas como comum entre comuns sin-to hoje mais desconfiana e receio em relao ao futuro.Pelo menos em relao a este futuro, a dois tempos, em que alguns enriquecem e muitos empobrecem.

    No penso assim por despotismo.Passo a vida a desejar o melhor para quem o procura, para quem luta por mais e melhor.Alegra-me a viso da abundncia no re-gao de quem for.Celebro a fertilidade por si s e regalo os olhos quando vejo a Terra cheia de tudo e do bom.

    Por isso no consigo deixar de indagar porque que neste Mundo onde h excesso e abundncia de tudo, vemos fome, desemprego, doena, desproteo na sade e na velhice?Porque pagam os homens e as mulheres do nosso tempo os caprichos da doutrina do Capitalismo desenfreado?

    Porque malha o peso da quimera do lu-cro pelo lucro sobre a nica procura que deveria nortear o Homem: a construo do Humano?Porque permitimos ns, comunidades de Gente, que outros mais cegos ou febris pela abundncia, nos enterrem e es-maguem pela sua ganncia, obsesso e controlo?E quem regula este capital que nos reg-ula? A quem pertence a responsabilidade de lutar, nas formas pacficas que a re-sponsabilidade tambm obriga, contra esta falta de empatia, piedade, racional-idade?

    Quem tapa a boca a esta criatura voraz?

    Hoje pinto para lhe tapar a boca.

    Amanh, quando tiver um negcio, serei ntegro, justo e regulado para lhe tapar a boca.Amanh, talvez lhe d com um pau, bem me apetecia s para que a sua goela mngue e o seu apetite se mitigue sem que lhe no falte po para a boca.

    N.Q.

    E quem regula este capital que nos

    regula?

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  • SERVE PARA QU?

    Se, por um lado, os poderes do homem, o animal sbio, nos enchem de admirao, por outro lado, no podemos deixar de nos espantar com a lentido da sua aprendizagem. E o maior de todos os obstculos a essa aprendizagem a quantidade de aprendizagem acumulada que com as suas iluses de conheci-mento ele foi juntado

    In os Pensadores captulo 21 Francis Bacon e a viso dos velhos dolos e dos novos domnios, de Daniel J. Boorstin.

    Sinto-me assim, num novo renascimento da conscincia de que o que sei atrapalha mais o que desejo saber, e que no pos-so escapar dessa condio animal, orgnica, que me liga ao Real e s Coisas.

    Sou um homem e sinto, comovo-me, amo, odeio, alegro-me, zango-me, sinto prazer, dor, desconforto, comicho, ccegas.No sou apenas este corpo, em transformao, em constante recurso, reconstruo autopoitica, mas dele dependo para a perceo e interao com o que me rodeia.Pois o que me acontece que aps 40 anos de acumulao de informao, no meio de tanta sensao, intuio e emoo, j com dificuldade que me consigo posicionar para ver com clariv-idncia o Universo minha volta.Quem sou, de onde venho, para onde vou?Alis, j me custa at pensar nestas questes do de onde vimos, para onde vamos, quem somos.Em verdade, as questes j nem me aparecem como porqus mas antes como um simples para que serve?

    Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscincia?

    Hoje, no meio de uma tarde prazenteira, ensolarada, brinco no jardim com os meus Filhos e s amide me distraio, das suas gargalhadas e tropelias, pela brisa temperada que me passa pe-los cabelos.

    um estado de graa que agradeo a Deus, aos Deuses, ao Cos-mos.

    Por cima de mim navegam nuvens enormes, voluptuosas, num lento vrtice que me d a sensao que antes a Terra que se move.E o azul enche-me. E a sua luz enche os meus Filhos de Sol, e nos seus sorrisos sinto sade, vejo o Amor e as promessas do futuro.Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscincia?O meu Pai tem andado doente, o pecnio que recebo pela minha prestao no trabalho no me chega para pagar as con-tas e o desemprego ameaa ou afeta metade dos meus Amigos.O tempo mngua de tal forma que j quase no consigo pintar. E o Mundo ainda est cheio de fome, doena, injustia e guerra.Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscincia?Paro.Paro por um bocado.Olho para todo este fluxo imparvel, incomensurvel de infor-mao que se me atravessa pela frente e procuro despertar.Acordo e paro e fico s atento, a olhar, a ouvir, a sentir, a chei-rarParo e despojo-me das vestes, andrajos, com que me tenho en-feitadoServem a minha liberdade, serve a liberdade dos meus Meni-nos.Servem o meu desejo de viver.Servem a minha felicidade.Servem a minha ligao ao Real, ao Mundo e ao Outro, sem subverses ou subjugao.Servem-me de coragem para esvaziar o copo quando preci-so, para abrir as janelas da mente, para que a alma se me no cristalize ou coagule, no pare nem no tempo nem no espao.Ao mesmo tempo, no servem para nada por isso as procuro, as escolho.NQ, Abril 2014

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  • 15 CNTIMOS

    Trs moedas pretas e finas dentro da minha carteira furada; ser a sua cr um eufemismo para o seu valor, ou tento ig-norar que no terei hiptese neste mundo to irreal quanto desigual?

    Votado ao insucesso, no apanharei boleia de avio algum; no verei terras distantes, no comprarei um gelado, nem oferecerei rosas.Sou moldado pelo silncio numa caminhada sem destino; um movimento de sobrevivncia apenas aparentemente ar-ticulado.

    A vida colorida e criativa escorre-me pelos poros, mas o Mundo s quer ver suor e sangue.Pegarei ento nas minhas lgrimas e com elas encherei um oceano; arrancarei as minhas veias e com elas farei fortes cordas; a minha pele servir de graciosas velas e com os meus ossos construirei um robusto navio.

    Poderei ser destino e justificao, capito sem tripulao, mas nunca serei rapaz sem corao.Zarparei em direco ao Sol, esse que a todos ilumina por igual, sem distino de cr, forma, destino.Aqui, no encontro nada para mim, a no ser um mundo de trocas, de interaces desequilibradas. Por lhe sermos pertena, nada podemos dar ao nosso criador; esse no de-ver contudo ser motivo de impedimento para questionar, imaginar, criar.

    Entretenham-se nas vossas danas desenfreadas, nestes corpos que nos escapam a todos, enquanto embarcarei na penumbra da noite;escrevo o meu nome na campa da minha finitude com a minha vivncia.

    Hugo Alexandre, Setembro de 2014

    PARA ONDE

    Distriburam-se os sonhos em classes: afinal, haveria a ne-cessidade de haver uns mais iguais que outros. Assim, uns construiriam castelos, carregando as pedras uma a uma; out-ros esperariam na janela por notcias, envoltos em delicadas sedas.Para desastre dos homens de paixes, as mulheres mais bonitas nem sempre se encontrariam nas torres; objectos brilhantes toldariam a sua razo, a geografia sua nascena destinaria as suas probabilidades e estariam amaldioados a acreditar que o seu Deus deveria ser o nico a tudo explicar, logo a existir.A propriedade raras vezes estaria associada sensatez; ter querer manter e expandir. Sabendo que o tempo um bem no recupervel s uma estirpe gastar tempo em tal cam-panha: chamar-lhe- investimento e nomear-se- lder.O poder disfara-se ento de autoridade que tudo tenta controlar mas que nada se esfora por intimamente com-preender. Vidas ao servio da moeda e da coroa: oportuni-dades desperdiadas, estilhaos de sensatez; os tolos batem palmas enquanto aguardam por migalhas.As fronteiras j no requerem espadas, agora usam-se can-etas. As igualdades ilusrias amenizam as lutas internas; a posse paradoxalmente serena as externas.Quem revolucionar o mundo, confortvel em sofs de ce-tim?

    Hugo Alexandre, Setembro de 2014

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  • MOVIMENTO MUDANA

    H quem diga que Sucesso Movimien-to, h quem diga que moti vao mov-

    imento...E a sociedade mostra que os Movimen-

    tos Art sti cos infl uenciam directa ou indi-rectamente as mudanas Culturais.

    Na vida todo movimento j seja fi sico, social, espiritual, em grupo ou individ-

    ual leva com ele as mudanas internas e externas de forma que todos pos-

    samos transformar o cansao em En-ergia, parece to simples verdade?!...

    mas sabemos que para que movimento e mudana aconteam em equilbrio e

    evoluo temos que actuar com per-sistncia, com empreendedorismo e faz-

    er da inovao a mudana vital para uma melhor viso de futuro.

    Gostava de refl ecti r um pouco sobre os principais movimentos art sti cos do

    Sculo XVIII at ao Sculo XXI, cheios de contradies e complexidades. possvel

    encontrar um caminho para a criao de novos conceitos no campo das artes, por

    isso em algumas culturas, o desenvolver da educao pela Arte parece ser o mo-

    tor da mudana interna no que se refere ao nosso senti r e a criar smbolos fortes

    que ajudam a fl exibilizar a rigidez de al-gumas escolas tradicionais. Smbolos

    fortes como a sensibilidade, cooperao e o prazer de trabalhar em equipa.

    Sabemos que os movimentos e as mu-danas, tendncias art sti cas, tais como

    o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubis-mo, o Movimento Barroco, o Renascent-

    ismo , o Futurismo, o Abstracionismo, o Dadasmo, o Surrealismo, a Op-art e a

    Pop-art expressam, de um modo ou de outro, a perplexidade do homem con-

    temporneo, a cultura pop tambm na msica como na dana mostram o seu

    movimiento buscando expressar o mun-do do inconsciente a parti r dos sonhos

    e desejos de liberdade, e de auto-afi r-mao..... Auto-afi rmao de qu?!!

    Interessante foi o ano em que surge o Expressionismo ele aparece como uma

    reao ao Impressionismo, foi um ano de mudanas positi vas, pois no primei-

    ro, a preocupao est em expressar as emoes humanas, transparecendo em

    linhas e cores vibrantes os senti mentos e angsti as do homem moderno. En-

    quanto que no Impressionismo, o enfo-que resumia-se na busca pela sensao

    de luz e sombra, passamos da tcnica ilustrao das emoes.

    O movimento Barroco teve seu incio na Itlia, no fi nal do sculo XVI, incio

    do sculo XVIII a palavra barroco, de origem portuguesa, signifi ca uma pedra

    preciosa imperfeita, com os seus forma-

    tos irregulares.Uma das ideias do fenmeno do Barroco

    era de fazer a juno dos dois elementos, f e cincia. O primeiro, resgatado pela

    contrarreforma e o segundo se expandia com a modernidade. A parti r disso, sur-

    giu uma vertente encontrada no Barroco, que era o fusionismo. O Barroco teve

    grandes infl uncias na arquitetura de alguns dos pases da Europa e tambm

    da Amrica Lati na. As construes no costumam seguir padres geomtricos,

    muito menos simtricos. O escritor bra-sileiro, Paulo Coelho, publicou um livro,

    O Dirio de um Mago, onde nos conta da infl uncia da poca Barroca.

    Os Renascenti stas baseavam-se em con-ceitos fi losfi cos e antropolgicos. O

    Humanismo um dos segmentos do Re-nascimento e trabalha com o uso total da

    razo por meio de experimentos.Com o desenvolvimento do Renasci-

    mento, as caractersti cas mudaram, a espiritualidade foi deixada de lado e

    abriu-se caminho para um senti mento oti mista, que desfruta do mundo mate-

    rial. Comearam a observar a vida como um ciclo e a acreditar que o homem no

    tem o controle sobre suas emoes, mui-to menos sobre seu tempo de vida. Curi-

    osamente em Portugal o renascenti smo teve pouca infl uncia, talvez esta aus-

    ncia tenha contribudo para um menor oti misto senti do na sociedade portugue-

    sa?!

    Senti no Cubismo uma despreocupao em representar realisti camente as for-

    mas de um objeto, porm aqui,a in-teno era representar um mesmo ob-

    jeto visto de vrios ngulos num nico plano. Com o tempo, o Cubismo evoluiu

    em dois grandes movimentos e mu-danas chamados Cubismo Analti co e

    Cubismo Sintti co. Podemos dizer que o cubismo nasceu como um movimento no

    ano 1908, consti tudo em Montmartre (Rue Ravignon 13), onde viviam Picasso,

    Max Jacob e Juan Gris. O grupo Bateau Lavoir organizou uma homenagem ao

    Rousseau, durante a comemorao Pi-casso em tom de muito entusiamso dis-

    se: Voc e eu somos os pintores actuais. Eu em esti lo moderno, e voc em esti lo

    egipcio.

    Cubismo analti co (1908-1911) desen-volvido por Picasso e Braque: Seu es-

    ti lo era a uti lizao de poucas cores, a defi nio de um tema apresentado em

    todos os ngulos. A Perda da realidade, sendo impossvel reconhecer as fi guras.

    Cubismo sintti co: Fugia dessa perda de realidade, mas procurava retrat-la de

    vrias formas. Foi chamado, tambm, de colagem, porque eles colocavam tudo o

    que podiam, como letras, nmeros, vi-dros, etc., com o intuito de criar novos

    efeitos e despertar a ateno. O abstracionismo a arte que se ope

    arte fi gurati va ou objeti va. A principal caractersti ca da pintura abstrata a

    ausncia de relao imediata entre suas formas e cores e as formas e cores de

    um ser. A pintura abstrata uma mani-festao art sti ca que despreza complet-

    amente a simples cpia das formas natu-rais, interessante como este movimento

    pode infl uenciar esti los e infl uenciadores no mundo das artes, e a forma de ver

    nosso talento. No impressionismo, esti lo marcado por

    cores fortes e brilhantes, texturas e linhas harmnicas, prevalecem as pais-

    agens, os grupos de pessoas e as formas humanas. Neste movimento aparece

    uma mudana no talento e na paixo no que refere moti vao dos Arti stas.

    Os estudos de Freud sobre psicanalismo e a polti ca mostravam a complexidade

    da sociedade moderna. Em crti ca cul-tura europeia, surgiram:

    O Futurismo: O futurismo um esti lo

    Psicoterapeuta, Formadora, Organizao, Moderao e Concreti zao do 1 Con-gresso Internacional de Anorexia e Bu-limia, em Portugal :htt p://ciab.insti tutotaniaestrada.pt htt p://www.insti tutotaniaestrada.pt

    Especialidade de Anorexia e Bulimia. Es-tudos de investi gao do metabolismo da Seratonina nos casos de Anorexia e Bulimia. Estudos de desenvolvimento do Teste de Rorschach no Sndrome de Bran-ca de Neve. Coordenao Pedaggica.

    O Insti tuto Tania Estrada, tem dinam-izado vrias especialidades na rea da Sade Pblica e Privada, promovendo o conceito Ser Tcnico da Sade e Ser Pessoa. uma forma de marcar a dif-erena encontrando um brilho pessoal, com resultados positi vos na proximi-dade com Utentes e Clientes. Construir a auto-esti ma na Investi gao da Sade Mental dos casos de Anorexia, Bulimia e outras doenas do Comportamento alimentar e assim expandir a noo das suas prprias possibilidades.Prmio de Estudo Cient fi co Dr. Sandra

    Torres, Prmio Jornalisti co - Teresa Botel-heiro - Reencontro no Espelho.Capacitacin y Desarrollo Profesional, Educacin por el arte, Capacitacin y De-sarrollo Profesional, Pedagoga, Forma-dora de Gesto de Recursos Humanos, Consultora Independente, Gesto de Talentos e Recursos, Gesto de Carrei-ras, Professora de Investi gao de temas como Anorexia e Bulimia (Universidade Lusfona), Recursos Humanos em diver-sas organizaes nacionais e internacio-nais.

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  • MOVIMENTO MUDANA

    H quem diga que Sucesso Movimien-to, h quem diga que moti vao mov-

    imento...E a sociedade mostra que os Movimen-

    tos Art sti cos infl uenciam directa ou indi-rectamente as mudanas Culturais.

    Na vida todo movimento j seja fi sico, social, espiritual, em grupo ou individ-

    ual leva com ele as mudanas internas e externas de forma que todos pos-

    samos transformar o cansao em En-ergia, parece to simples verdade?!...

    mas sabemos que para que movimento e mudana aconteam em equilbrio e

    evoluo temos que actuar com per-sistncia, com empreendedorismo e faz-

    er da inovao a mudana vital para uma melhor viso de futuro.

    Gostava de refl ecti r um pouco sobre os principais movimentos art sti cos do

    Sculo XVIII at ao Sculo XXI, cheios de contradies e complexidades. possvel

    encontrar um caminho para a criao de novos conceitos no campo das artes, por

    isso em algumas culturas, o desenvolver da educao pela Arte parece ser o mo-

    tor da mudana interna no que se refere ao nosso senti r e a criar smbolos fortes

    que ajudam a fl exibilizar a rigidez de al-gumas escolas tradicionais. Smbolos

    fortes como a sensibilidade, cooperao e o prazer de trabalhar em equipa.

    Sabemos que os movimentos e as mu-danas, tendncias art sti cas, tais como

    o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubis-mo, o Movimento Barroco, o Renascent-

    ismo , o Futurismo, o Abstracionismo, o Dadasmo, o Surrealismo, a Op-art e a

    Pop-art expressam, de um modo ou de outro, a perplexidade do homem con-

    temporneo, a cultura pop tambm na msica como na dana mostram o seu

    movimiento buscando expressar o mun-do do inconsciente a parti r dos sonhos

    e desejos de liberdade, e de auto-afi r-mao..... Auto-afi rmao de qu?!!

    Interessante foi o ano em que surge o Expressionismo ele aparece como uma

    reao ao Impressionismo, foi um ano de mudanas positi vas, pois no primei-

    ro, a preocupao est em expressar as emoes humanas, transparecendo em

    linhas e cores vibrantes os senti mentos e angsti as do homem moderno. En-

    quanto que no Impressionismo, o enfo-que resumia-se na busca pela sensao

    de luz e sombra, passamos da tcnica ilustrao das emoes.

    O movimento Barroco teve seu incio na Itlia, no fi nal do sculo XVI, incio

    do sculo XVIII a palavra barroco, de origem portuguesa, signifi ca uma pedra

    preciosa imperfeita, com os seus forma-

    tos irregulares.Uma das ideias do fenmeno do Barroco

    era de fazer a juno dos dois elementos, f e cincia. O primeiro, resgatado pela

    contrarreforma e o segundo se expandia com a modernidade. A parti r disso, sur-

    giu uma vertente encontrada no Barroco, que era o fusionismo. O Barroco teve

    grandes infl uncias na arquitetura de alguns dos pases da Europa e tambm

    da Amrica Lati na. As construes no costumam seguir padres geomtricos,

    muito menos simtricos. O escritor bra-sileiro, Paulo Coelho, publicou um livro,

    O Dirio de um Mago, onde nos conta da infl uncia da poca Barroca.

    Os Renascenti stas baseavam-se em con-ceitos fi losfi cos e antropolgicos. O

    Humanismo um dos segmentos do Re-nascimento e trabalha com o uso total da

    razo por meio de experimentos.Com o desenvolvimento do Renasci-

    mento, as caractersti cas mudaram, a espiritualidade foi deixada de lado e

    abriu-se caminho para um senti mento oti mista, que desfruta do mundo mate-

    rial. Comearam a observar a vida como um ciclo e a acreditar que o homem no

    tem o controle sobre suas emoes, mui-to menos sobre seu tempo de vida. Curi-

    osamente em Portugal o renascenti smo teve pouca infl uncia, talvez esta aus-

    ncia tenha contribudo para um menor oti misto senti do na sociedade portugue-

    sa?!

    Senti no Cubismo uma despreocupao em representar realisti camente as for-

    mas de um objeto, porm aqui,a in-teno era representar um mesmo ob-

    jeto visto de vrios ngulos num nico plano. Com o tempo, o Cubismo evoluiu

    em dois grandes movimentos e mu-danas chamados Cubismo Analti co e

    Cubismo Sintti co. Podemos dizer que o cubismo nasceu como um movimento no

    ano 1908, consti tudo em Montmartre (Rue Ravignon 13), onde viviam Picasso,

    Max Jacob e Juan Gris. O grupo Bateau Lavoir organizou uma homenagem ao

    Rousseau, durante a comemorao Pi-casso em tom de muito entusiamso dis-

    se: Voc e eu somos os pintores actuais. Eu em esti lo moderno, e voc em esti lo

    egipcio.

    Cubismo analti co (1908-1911) desen-volvido por Picasso e Braque: Seu es-

    ti lo era a uti lizao de poucas cores, a defi nio de um tema apresentado em

    todos os ngulos. A Perda da realidade, sendo impossvel reconhecer as fi guras.

    Cubismo sintti co: Fugia dessa perda de realidade, mas procurava retrat-la de

    vrias formas. Foi chamado, tambm, de colagem, porque eles colocavam tudo o

    que podiam, como letras, nmeros, vi-dros, etc., com o intuito de criar novos

    efeitos e despertar a ateno. O abstracionismo a arte que se ope

    arte fi gurati va ou objeti va. A principal caractersti ca da pintura abstrata a

    ausncia de relao imediata entre suas formas e cores e as formas e cores de

    um ser. A pintura abstrata uma mani-festao art sti ca que despreza complet-

    amente a simples cpia das formas natu-rais, interessante como este movimento

    pode infl uenciar esti los e infl uenciadores no mundo das artes, e a forma de ver

    nosso talento. No impressionismo, esti lo marcado por

    cores fortes e brilhantes, texturas e linhas harmnicas, prevalecem as pais-

    agens, os grupos de pessoas e as formas humanas. Neste movimento aparece

    uma mudana no talento e na paixo no que refere moti vao dos Arti stas.

    Os estudos de Freud sobre psicanalismo e a polti ca mostravam a complexidade

    da sociedade moderna. Em crti ca cul-tura europeia, surgiram:

    O Futurismo: O futurismo um esti lo

    infl uenciado pelo movimento literrio Manifesto Furista, criado por Filippo

    Tommaso Marinetti , em 1909 um poeta e escritor italiano que sugeriu s pinturas

    a velocidade das mquinas e a exaltao do futuro para os pintores desse esti -

    lo, os arti stas no ti nham essa viso de futuro! INTERESSANTE! Os estudos de

    Freud sobre psicanalismo em Cultura polti ca mostravam a complexidade da

    sociedade moderna. Em crti ca cultura europeia surge a

    Pintura Metaf sica uma pintura que mostrava a falta de senti do da sociedade

    contempornea: mistrio, luzes, obje-tos, sombras e cores intrigantes ti nha

    como principal arti sta, Giorgio De Chirico (1888-1979), um pintor italiano, com

    suas obras O Enigma da Chegada e O Regresso do Poeta.

    Outros Movimentos do Sculo XXI Curiosidades : O steampunk (subgnero

    da fi co cient fi ca que trata de evolues tecnolgicas que acontecem em pocas

    anteriores s que ocorreram na reali-dade) tambm tem sua parcela de arte

    nica. O idealismo steampunk usa o con-ceito de ressuscitar tecnologias anti gas,

    aqui vejo claramente o conceito do Criati vo contrariar o banal. Este movi-

    mento o steampunk fez que meu pensa-mento viajasse a minhas leituras de cri-

    ana da obras de Jlio Verne.

    A Educao pela Arte, para mim um movimento transformador com mu-

    danas positi vas na educao e Cultura do Pas, como estamos vendo acconte-

    cer no movimento Eco-Art. O mesmo rene obras sobre ecologia e

    preservao da natureza, buscando as linhas de aproximao entre Arte e Meio

    Ambiente. Nos processos de Mudanas em que muitas insti tuiees do Brasil

    hoje se vem envolvidas, tm j por base a capacidade de realizar o Movimento da

    Pedagogia do Desejo. Desejo que Portu-gal caminhe no Desejo de algumas Mu-

    danas na conquista de novas ati tudes, onde fi gure a Parti lha a Dois, as boas

    Perguntas, o Questi onar, a Cultura da Responsabilidade, a Sensibilidade para

    olhar para o nosso lado, a autoconfi ana de que fazemos nosso melhor sem com-

    paraes. O movimento de Educao pela Arte a verdadeira transformao

    do senti r actual, em que cada um de nos possa converter o Cansano em Energia

    pelo prazer das coisas boas que fazemos.Diferentemente do que pensamos:

    No somos ilhas isoladas, e sim partes de uma mesma clula disti ntos, porm

    interligados.

    Que seja o Movimento pela Arte nossa Energia

    na Mudana!

    Tania Estrada Morales

    E a sociedade mostra que os M

    ovimentos Art sti cos in uenciam

    directa ou indirectamente as m

    udanas Culturais.

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  • Ana Fernandes, 43 anos(19-02-1971), me de trs filhos...a minha maior obra!Poetisa ou pseudo-poetisa.Ler e escrever, escrever e ler sempre foi algo que me fascinou e me deixa fe-liz. Escrever algo de estonteante, uma viagem extraordinria. Onde posso ser eu...onde posso ser ...mais algum.Por incrvel que parea, gosto de es-crever poesia mas no sou uma leitura assdua deste gnero de literatura. Poe-sia, o parente pobre no meio editorial...Quando escrevo, confio a minha escrita no leitor. Espero que gostem de me ler, pois os meus poemas esto impregnados de sentimento. O meu sentimento...h revolta, amor, raiva, desencanto, prazeres

    e sentidos apurados. A importncia da amizade e da afectividade, o meu desejo de ser descoberta e entendida, a procu-ra da verdade, da pureza e tambm do sonho.

    DANA DAS FADAS

    No compasso do amor eu sou a cano que toca a melodia da vida...O meu canto viaja alm dos mundos...Posto que com a alma entoo a msica do corao,Alcanando a todos os seresE eis que ao ouvir a voz do meu cantoFadas encantadas bailam delicadamenteBalanando as folhas e floresTrazendo felicidade e sorrisosCelebrando a plenitude da existnciaTo gentilmente nos doadaEm meio a voos rasantes espalham sua poderosa essncia a magia no ar contagiando a tudo e a todosE a msica ainda est tocandoE ainda encantaE ainda iluminaE tudo se torna um misto de xtase e alegria

    No compasso do amor eu sou a

    cano que toca a melodia da vida...

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  • INCOMPATVEL

    Quantos contos de fadas so precisos para escrever um fi nal felizNenhuma maquilhagem capaz de es-conder do corao uma cicatrizQuantas verdades se perdem no meio da escuridoE quantos passos so dados no caminho da solidoDe quantas iluses preciso se inventar para sobreviverApenas uma, mas esta iluso capaz de me fortalecerEssa iluso s TU

    Quanto barulho cabe no silncio de um corao apaixonadoQuanta esperana morre em cada aman-

    hecer de mais uma noite acordadoQuanta saudade some na poeira de uma estrada sem fi mQuantos beija- fl ores cercam a mais bela fl or do jardimDe quantos sonhos preciso desisti r para no sofrerApenas de um, mas este um o maior sonho que se pode terEsse sonho s TU

    Quantas apostas so precisas para se ganhar um coraoQuantos inocentes morrem presos dessa prisoQuantos gigantes caem por subesti mar a fora do oponente

    Quantas lutas so vencidas sem desferir um golpe somenteDe quantos verbos eu preciso para falar e algum entenderQue por mais incompat vel que possa parecer O meu amor s TU

    hecer de mais uma noite acordadoQuanta saudade some na poeira de uma estrada sem fi mQuantos beija- fl ores cercam a mais bela fl or do jardimDe quantos sonhos preciso desisti r para

    Apenas de um, mas este um o maior sonho que se pode ter

    Quantas lutas so vencidas sem desferir um golpe somenteDe quantos verbos eu preciso para falar e algum entenderQue por mais incompat vel que possa parecer

    Quantas apos-tas so precisas para se ganhar um corao...

    Quanta esper-ana morre em

    cada amanhecer de mais uma noite

    acordado...

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  • Na mitologia grega, Pasfae ou Pasfaa (em grego: , Pasiph) uma das filhas de Hlio, deus do sol, e de Per-seis (ou Perseida), que geraram alm dela Eetes, rei da Clquida, e a feiticeira Circe. Perseis era a primognita das ocenidas.Assim como Circe e como sua sobrinha Media, filha de Eetes, Pasifae tambm tinha poderes mgicos.Casou-se com Minos, filho de Zeus e da princesa fencia Europa, com quem teve os filhos Androgeu (ou Eurigies), Ariadne, Deucalio, Fedra, Glauco de Creta, Ca-treu e Acacalis.Pasifae era muito ciumenta e, para impe-dir que o marido se unisse a outras mul-heres, lanou sobre ele uma maldio: as mulheres que o amassem morreriam de-voradas por serpentes, escorpies e cen-topeias que seriam ejaculados por ele. A princesa ateniense Prcris livrou-o do feitio oferecendo-lhe uma erva mgica que recebera de Circe. Depois deitou-se com ele em troca de dois presentes: um dardo que jamais errava o alvo e um co do qual nenhuma caa escapava. Esses dois presentes mgicos pertenciam a Eu-ropa, me de Minos, que os recebera de

    Zeus.Quando a princesa Europa voltou da sua aventura com Zeus no Olimpo, casou-se com Asterion (ou Asterios), rei de Creta, filho e sucessor de Tctamo e de uma fil-ha de Creteo. Asterios no queria filhos, mas educou como pai os trs filhos de Europa.Ao morrer, legou o seu trono a Minos, o primognito. Inconformados com essa deciso, os dois irmos preteridos, Sarpedo e Radamanto, passaram a dis-putar o poder. Minos, para provar que Creta lhe pertencia por vontade dos de-uses, afirmou que os imortais lhe con-cederiam qualquer coisa que desejasse. Como prova, pediu a Posdon (ou Posei-don- deus dos mares) que fizesse sair um touro do mar Egeu. Fez-lhe a promessa de que, depois, sacrificar-lhe-ia o touro em holocausto. Posdon mandou um magnfico touro branco de grandes chi-fres dourados. Diante dessa prova de le-gitimidade, enviada pelo deus supremo dos mares, os irmos de Minos recon-heceram-no como soberano da ilha.Minos, no entanto, levou o belo touro para fazer parte de seu rebanho e sac-

    rificou, em vez dele, um animal comum. Como punio pelo no cumprimento da promessa, Posdon transformou o touro num animal indomvel, furioso, que pas-sou a atacar os habitantes da ilha. Alm disso, pediu a Afrodite, deusa do amor, que fizesse com que Pasfae se apaix-onasse pelo touro.Para concretizar sua paixo, Pasfae pediu ao inventor Ddalo (pai de caro) que construsse uma vaca de madeira to perfeita que enganasse o touro. Ela escondeu-se dentro da vaca e assim con-seguiu o seu intento. Dessa unio nasceu o Minotauro, um ser monstruoso, meta-de touro, metade homem.Envergonhado pela prova da traio da sua esposa, Minos encerrou o monstro num labirinto que Ddalo construiu junto ao seu palcio, em Cnossos.Domar o touro de Creta foi dos 12 tra-balhos de Hrcules.Na verso arcaica, pr-olmpica (um mito minoico), o touro por quem Pasfae se apaixonou era o prprio Posdon, dis-farado. Na verso grega, realmente um animal, o que reduz a importncia da paixo, transformando-a em mera

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  • perverso carnal, em vez de sentimento divino, sobre-humano. (fonte: wikipdia, a 12 de junho de 2015)A obra que ilustra estas pginas, a par com uma representao isolada da inves-tida de um touro, elege como motivo um momento noturno, no quarto de Minos e Pasifae, em que Pasifae sonha com o magnfico touro branco, sob o olhar de Minos que intui toda a tenso emocion-al e sexual onde incontornavelmente tambm se envolve e participa.Os temas so o cime, o medo, o poder, a sua ausncia, o grotesco e o irracional.Pasifae sonha um sonho inoculado pela deusa Afrodite, com a angustiante en-ergia de uma compulso a arquear-lhe o corpo enfeitiado pelo animal mgico, enquanto Minos o confronta com o ol-har, em competio feroz, perdida mo-mentaneamente num limbo voyeurista e numa admirao pelo poder e liberdade que o touro tambm representa.Pasifae vtima e Minos especta-dor, no s da cena representada, mas tambm da perda interior das certezas e do controle, qui entregues a um al-terego que tambm encontra reflexo e

    identificao na figura do touro.Nesta obra so o medo e o desejo que se confundem e conjugam para impor uma sentena e uma fratura.A sentena corporizada pelo Minotauro, o castigo do grotesco, fora de destruio que fruto desta consumao mitolgi-ca entre o touro e a rainha, e a fratura porfim imposta na identidade do rei que v a sua integridade como personalidade de fora e inteligncia pulverizada entre as pulses mais bsicas da natureza hu-mana, de volta ao caos primordial onde nasce e morre toda a existncia.No h discurso moral nesta obra, s o reconhecimento de um ciclo, de um pa-dro.E por via desse (re)conhecimento que se d o postulado da possibilidade de escolha, no das personagens, mas do espectador.As histrias da literatura mitolgica, na sua narrativa fechada, ensinam exata-mente a necessidade de fazer escolhas na narrativa aberta que a vida. Porque quando no se age ou escolhe, os ciclos repetem-se e esse touro incontrolvel em vez de ficar pacificamente e con-

    scientemente integrado no nosso ser, fica indomvel, furioso, a fitar e a amedron-tar os nossos espaos mais ntimos.No integrar esse touro arriscar ser colhido por ele, em qualquer uma des-sas praas onde se desvela e concretiza o eterno ciclo da vida.

    Nuno Quaresma,Junho de 2015

    No integrar esse touro arriscar ser colhido por ele, em qualquer uma des-sas praas onde se desvela e concretiza o eterno ciclo da vida.

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  • Saber ver um pintor, saber ver a pin-tura, no que ela tem de radical e incon-tornvel.

    Acto transformador, ou talvez to s alegria que o homem d a si mes-mo(Marx), o produto artstico nunca en-viesa, quando genuno, o solo de aonde nasce.

    A pintura de Nuno Quaresma est pre-cisamente a, sem nada a no ser ela prpria que a sustenha.

    Mesmo que a influncia de muitos con-temporneos seja marcante, nomead-amente Lucien Freud ou Paula Rego, aquela no fecha o pintor no redondel da repetio, neo-comercialismo enfeudado s reas do tempo. Nuno Quaresma, pinta a realidade, afirmando-a como Kir-kegaard, a saber a mais dura das catego-rias.

    Mas a essa dureza, no dirige olhar al-gum que a aliene de si mesma.

    O que nos fica ento uma pintura aonde a doura romntica ou surreal, cai como vu, fazendo que o nu ou a figurao do banal equivoque o sujeito escondido. ento o excesso que nos fica, sempre um excesso, e que Nuno Quaresma urge em pintar.

    Mas s um talento invulgar que comunga a dor de ser, pode fazer com que na tela ou no papel, o sujeito desejante se fale pelo efeito cromtico-figurativo.

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  • A pintura de Nuno Quaresma, convoca portanto um Nietzsche, o filsofo da Au-rora ou do Humano demasiado Huma-no.

    O pegar ou largar este demasiado, a mais valia que no nos deixa indiferentes face a esta pintura, retrato tambm ela, de que o desassombro est chegando.

    Carlos Amaral Dias, Fevereiro de 2000

    01 Artmis Implacvel02 Monday morning03 A luta04 Minos e Pasifae05 Alegoria para a Pintura06 Ana e o sapato07 Ecce Homo

    08 Caim e Abel09 Natrureza morta com trofu10 Mixed Thoughts11 Menino fora da caixa12 Natrureza morta com bule de ch13 Vnus deitada

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  • Eras um par de sapatos cor-de-rosasalto alto que realavas a elegncia do movimento dos ps enlatadospor acaso no deixaste a tua dona ficar malnunca sei l, um buraco, um salto e l se foi o taco! Foste velho, tiveste arrumado, mas tambm no eram assim to velho de deitar fora, mas eras velho. Um PAR que foste posto num canto em modo de hibernao. Queria saber se eras velho de deitar fora ou velho e de no querer deitar fora. De uma BD com vontade de saltar fora do armrio, decidiu mostrar a sua histria porque tambm era um velho antigo, quis realmente fazer parte desta histria. Grande prmio para quem conseguir saltar dez carros Po-dia ser de Patinete como o tio patinhas propsMas consegues saltar? Com salto ou sem salto, at podes ex-perimentar de patinete, mas fica aqui o desafio, cala os sapa-tos e salta de salto, movimenta-te de que maneira for.

    DEPOIS DE TI, VEIO O BRANCO

    As paredes voltaram a ser brancas sem os quadros que pintava, as folhas por es-crever perderam a utilidade; os sonhos verteram os contornos, a forma, o des-tino.Escrevi-lhe cartas de amor e de perda, cartas de partilha e de esperana. Mas a sua morada j era outra.Procurei-a ento no topo dos penhascos, no fundo dos mares; procurei-a nos ol-hos do futuro, na arca do passado. Mas ela j no se deixava encontrar.Enquanto contemplava os amarelos do Sol, este arrefecia no meu corao; du-rante o tempo que estudei as molculas, estas morriam sem reproduo. Eu defin-hava sem remdio.Como gotculas de gua que saltam para o precipcio vindas de uma mo sem in-teno fugia-me por de entre os cabelos outrora pretos e fortes.No pude evitar (embora batalhasse), que o tempo fizesse o seu trabalho de es-batimento; a cada batida a sua memria perdia pormenores. Eu enlouquecia sem prognstico.Assisti ao entendimento de que quando julgamos percepcionar, no a realidade que tocamos, mas apenas uma repre-sentao auto-renomeada, uma falsa or-dem de grandeza a que nos agarramos; precisamos afinal de fazer a vida funcio-nar, independentemente de entender-mos ou no qual a funo.O abismo no o vazio, nem o desconhe-cido, mas o tdio.H quem tenha; h quem seja. Eu no tenho, no sou. Tudo bem.Foi na ausncia que a perdi.E foi assim... no silncio ...que te encon-trei. Nesta linguagem comum, desistir deix-

    ar de existir;um corpo sem um propsito um corpo sem essncia, uma mera cpsula que dis-trai, mas no estimula. Talvez por isso me deste o que eu no sabia que queria mas que sabia que precisava.S aps abandonar o jogo do tempo en-contrei a disponibilidade para a razo; s depois de abandonar os limites do ego encontrei a vastido da contemplao.Foi quando deixei de chorar a natureza inevitvel da juventude que depreendi que nunca a saborearia neste trajecto superficialmente mundano, intrinseca-mente insano e genuinamente simples. Foi talvez por nem raspar o exterior da sua compreenso, que ela me tenha abandonado to rpido.No me interessa particularmente se a folha onde escrevo uma unidade, ou um nmero incontvel de tomos unidos por leis de atraco. Interessa-me o que fao com ela: escreverei a minha histria com a minha prpria mo, ou a folha cair no esquecimento sem glria?Richard Feynman dissera que o que no conseguia criar no conseguia com-preender; pois digo que no consigo criar se no conseguir compreender; e compreender no dissecar, nem disser-tar, mas to somente... aceitar. Aceitar que sou uno na imensido das minhas possibilidades, que no preciso de muito mais que a verdade absoluta e de um pouco de alimento, talvez um carinho sem apego de vez em quando...O branco cobre agora as montanhas que compem a minha histria; o Mundo no me deu um nome, deu-me um propsito; sou parte dele e cumpro a sua funo.No h determinismo da espcie.H existncia.

    Hugo Alexandre, Setembro de 2014

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  • Tenho a convico de que a percepo apenas a porta de entrada para um con-hecimento maior que o entendimento em si mesmo.Sem o erro da expectativa, e a es-colha no assumida de que o vazio necessrio, talvez seja a perda o desper-tar necessrio para a obrigatoriedade sempre voluntria de abandonar o pou-co em detrimento do tudo, pois o que criamos ser sempre pouco quando com-parado com o que foi criado e acumulado antes de ns.Poder at nem ser este o caminho da redeno, mas perder o mapa faz-nos perceber que o acumular de informao no nos torna mais sbios;cada estrada uma incgnita at a per-corrermos por ns mesmos; sabendo que nunca as percorreremos todas, isso s nos d mais tempo para apreciarmos cada uma delas;encaro a limitao temporal como a maior ddiva que a vida nos pode dar; a verdadeira superioridade face aos de-mais seres;NS SABEMOS que um dia mudaremos de estado; no interessa o como, o para qu, nem mesmo o quando; apenas sabemos que sendo talvez a nica ver-dade universal, ir acontecer.Talvez no final as suspeitas sejam con-firmadas, e s exista a solido e uma in-esgotvel e intrnseca cega vontade de acreditar que somos peas de um quadro maior que ns mesmos.Talvez nem assim a vida faa sentido.Talvez s exista um corpo que caminha para o cansao e para o envelhecimento.Mas no a maior tragdia de todas, j nos termos encontrado e ainda assim continuarmos perdidos? Yesterday is history, tomorrow is a mys-tery, today is a gift () Bill Keane

    Grita comigo;

    D-me todas as palavras de dio e dor acumuladas at ficares vazioAponta-me o dedo, cerra os dentes, fran-ze as sobrancelhas, e acusa-me mesmo que o raciocnio no faa sentidoAmaldioa-me pelas tuas escolhas er-radas, deseja-me penitncias sofridas e eternas pelos teus pecadosEu nada direi; atravs da minha imperfeio que te reconheo como parte de mim e te que-ro ver voar para longe desta lama que te torna pesadoOuvir-te-ei como quem tem a disponibili-dade que s a eternidade possuie se me permitires, segurar-te-ei com a mesma dedicao que um ramo segura a sua ltima folhaTodas as nuvens passam; mesmo as que cobrem o Sol por muito tempo; a inevitabilidade da mudana; Por isso d-me tudo quanto tens dentro de ti;Porque quando te ds, s. Isso Deus. Isso esperana.

    Easier?

    Pedaos essenciais de entendimento en-contram-se nos locais e nas pessoas mais improvveis.Estiveram eles sempre ali espera de ser descobertos?Quem os criou, e sua interpretao?Como nos sentirmos gratos pela ddiva, independentemente da sua forma e do seu contedo?E se o entendimento uma construo cultural, como poderei apagar todos os valores e comear de novo?Olho volta; sou o apogeu mximo da minha prpria existncia;sou os sonhos por realizar dos meus pais;sou capaz de descrever o Mundo, ou de o aniquilar.Sou to poderoso quanto os mosquitos que vejo no pra-brisas.

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  • Simo Mota Carneiro

    Artista plstico nascido em 1989 vive e trabalha em Lisboa, desde cedo que estabeleceu a sua paixo pelas Artes. For-mou-se em Produo Artstica na Escola Antnio Arroio com especializao em cermica e mais tarde frequentou o Insti-tuto de Artes Visuas IADE onde se licenciou e obteve o seu mestrado em Design e Cultura Visual.Desenho e pintura so as suas principais reas de interesse no entanto afirma que no deixa outras linguagens excludas no querendo ficar limitado pela tcnica para produzir uma pea.

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  • Antnio Maria Sousa Lara

    nasceu em Lisboa, Maio 1984, e actual-mente vive e trabalha no Estoril. Em 2010 termina a sua Mestrado em Artes Plsticas - Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Antnio Sousa Lara mantm um trabalho pictrico activo desde 1998 com obras nas mais diversas categorias como Pin-tura, Retrato, Gravura, Fotografia, Arte Digital e Ilustrao.

    Foi aluno de prestigiados Mestres Artis-tas e participou em j vrias exposies colectivas e individuais. De momento tra-balha como Professor, Retratista, Game Designer e Actor. Visitou diferentes pases e culturas procurando sempre novos caminhos e novas experincias no mundo artstico.

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  • Catarina Vieira Pereira nasceu a 25 de Fevereiro de 1989, em S. Miguel, Aores. Utiliza como nome artstico Vieira Pereira.

    Licenciada em Artes Plsticas e Novos Media, na Escola Superior de Artes e De-sign das Caldas da Rainha (2008-2011). Possui tambm o mestrado de Artes Plsticas, no mesmo estabelecimento de ensino superior (2011-2013). Tema da defesa pblica: Pintura Fotogrfica efemeridade, metamorfose e aco num percurso plstico. Na sua pesquisa questiona os limites da pintura, colocan-do a questo se o seu trabalho poder

    estar no campo expandido da pintura, tal como a crtica de arte Rosalind Krauss props para a escultura.

    Web:- www.behance.net/cat_pekena- www.flowartconnection. com/artists/view/17 - www.tumblr.com/blog/vieirapereira - www.tumblr.com/blog/dispositivos-pin-tura- www.facebook.com/pages/Vieira-Perei-ra/110449015757458

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  • Estes vdeos mostram a realidade de uma pintura em aco, em meio aquoso, d-nos a ver a metamorfose pela qual a pintura passa. Enquanto a metamorfose est a ocorrer, as cores alter-am-se, novos efeitos e tonalidades so gerados, acerca destas modificaes Jos Gil afirma:O amarelo passar imperceptivelmente a vermelho, o verde a azul, de tal maneira que entre eles surgir uma multido de tonalidades quase indiscernveis: outros tantos feixes de pe-quenas percepes. por toda a parte do visvel que nos ban-hamos em pequenas percepes.. (GIL, Jos, A imagem-nua e as pequenas percepes: Esttica e Metafenomenologia, Lis-boa, Relgio D gua, 2. Edio: Fevereiro de 2005, p. 311.)Toda a movimentao passada no meio aquoso mostra ao es-

    pectador a realidade de um acontecimento pictrico, a forma como a metamorfose se manifesta, e a sua mudana de formas e de cores quase hipnotizam o nosso olhar. Este processo for-ma-se dentro de um tanque de vidro com lquido, e resulta da fuso entre certos materiais tradicionais de pintura, tais como: acrlicos, aguarelas, ecolines, guaches, e materiais no associa-dos pintura, como por exemplo: molhos culinrios, detergen-tes e bebidas. Para registar toda a aco que se desenvolve no meio aquoso de forma espontnea e natural, recorro foto-grafia e ao vdeo, estes registam a fuso do processo qumico (dos pigmentos com o meio aquoso) que ocorre e que gera a metamorfose.

    Pedro Afonso Silva

    Nasceu no Porto (1958). Vive e trabalha no Concelho de Cascais.

    Formao:Licenciatura em Design (IADE)Curso de Desenho (Sociedade Nacional de Belas Artes)Curso de Iniciao Pintura (Arte Ilim-itada)

    Percurso Profissional:Entre 1984 e 1997 trabalhou em edit-oras e agncias de publicidade como designer e criativo (Pltano Editora, Ci-nevoz, Comunicar, BMB&B, Neovox).A partir de 1998 estabelece-se como freelancer, trabalhando basicamente em ilustrao. Publicou ilustraes no jornal Record, Jornal de Notcias, Se-manrio Econmico, entre outros. Tem vrios livros editados como autor (7) e como ilustrador (22).Desde 1998 tem exercido uma atividade de artista plstico tendo participado em cerca de vinte exposies individuais e coletivas.

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  • O PEQUENO DETALHE

    Alguns podem dizer que sou pintora, outros que sou artista, ou at nenhuma destas duas. Mas, se me perguntassem, acho que a resposta mais acertada seria: Sou exploradora do mundo. Desta forma procuro sentir, experimen-tar, respirar, sonhar e viver o descon-hecido e o diferente. Quero praticar a intuio, a audcia, a candura, o de-spropsito, o magnnimo, o estrambli-co, o arrumadinho e o absurdo. Procuro viver o momento. Quero desvendar o mundo que j vi, e o mundo que ainda espera ser desvendado. Quero viver o original, o vulgar, o fictcio e o verdadeiro, tudo de uma s vez. E assim, numa s exploso, num s in-stante, quero s-lo continuamente para sempre, e resumir-me inteiramente num simples ponto, estendido no infinito.

    E assim, para comear a minha caminha-da,O PEQUENO DETALHE nasce:

    Uma coleo inspirada na arte abstrata e no expressionismo, constituida por 9 peas nicas. Cada pea representa um detalhe que s tu consegues ler. Esse de-talhe varia de pessoa para pessoa, umas vezes coincidindo com o detalhe de uns, outras vezes com o de outros. Mas sem te aperceberes, cada uma destas peas ter um pequeno detalhe que existe no tu de agora, no tu do pas-sado ou no tu do futuro.A pea transforma-se no teu espelho, pois tudo o que vires, tudo o que sen-tires, faz parte de ti.

    Sim, um espelho.Basta olhares, e dizeres-me o que vs- Mana

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  • Clo BourgardWas born in Lisbon 1970 and since very soon deticated her life to art, attended to Antnio Arroio Artistic Shcool, graduated in History at the University Lusiada com-plemented with the free course of Art History at the Autonomous University of Lisbon, she took Course of Drawing and and painting at the artistic school of Rui T. Gomes,also took Course of Sculpture by the hand of Mestre Joo de Brito,and the Course of Technical and Ethical Conser-vation of the Portuguese Heritage in the National Cultural Centre. .Course of Ce-ramics Restoration Pomar dos Artistas at the Lisbon Institute for Conservation and Restoration ofPainting SchoolIn peri-od of 4 years, devoted to teaching at the Academy of Sciences of Lisbon in the area of Restoration Painting. Course nextart artistic installation.She has participated in many different expositions across the country, including inter.atrium Galery in Porto and Azo Gallery in Lisbon. Lately she received 1 Honerable mention of the completion Com.arte 2013, with Wil-son Galvo. Currently she is developing in sculptures featuring with Wilson Galvo, that approaches the relationships that the human being establishes with him-self, with people and with the reality that involves him. The artist developed an elaborate chromatic content, his work is neo-Expressionist with content in terms of concepts and humor Social interaction with relevant into people. Her work confronts us with the stereotypes of so-ciety today and the sophistry that same reality. Fernando Trancoso Inter-Atrium Gallery Director Management and Cura-torship CB concept art gallery with exhi-bitions of many Portuguese and interna-tional artists.

    wilson galvoThe nature of their work varies over time, but always through a very strong formal approach . Lover of the materials diver-sity, their different quirks, and through this transformation express his creativ-ity in each piece. Born in Paris-France (1967) lived in Loul and later came to Lisbon-Portugal where he concluded in equipment and decoration of Visual Arts Antonio Arroyo School that complements with a sculpture course in ar.co - center of art and visual communication. He grad-uated in architecture from the Universi-ty ULHT Lisbon. Worked as an architect in several offices in Lisbon and Cascais, where highlights Atelier Costa Pesseg-ueiro - Gonalo Andrade, CPU Architects and Urban Planners and Opera projects, currently form the partnership, Zwa.Arquitectos, Associated Architects with his own office in Torres Vedras. As pro-

    fessional enrichment has participated in several actions, having recently done the course of artistic installation in Nex-tart - artistic formation center. Within the projects elaboration has developed cur-riculum in the areas of housing buildings, villa, school buildings, health buildings to geriatrics, industrial and religious build-ings, built in different locations of Portu-gal. Also participates in many projects of equipment design, having executed sev-eral pieces of furniture in different ma-terials with which participates in various exhibitions in several countries. As a set designer made several creations where he had the opportunity to collaborate with choreographers whose work visited several world stage. Currently is develop-ing in partnership with artist Clo Bour-gard a sculptural work that addresses the complex relationships weft that humans establish with yourself, with others and with the reality that surrounds him.

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  • Entredia (1) by Jack CJ Simmons (2)Matadouro n1, Lisboa, 15:46 UTCEsta monotonia do abate e desmanche de carcaas s costumava ser interromp-ida pela presena sempre hilariante do Sr. Mendes, mas hoje dia de reunies, pode no passar por c. Mesmo assim, o dia tem sido diferente, ora pela chuva que cai forte l fora, ora pelos troves que se ouvem ao longe. Aqui os humanos reagem sempre ao som dos troves. Eu no. Primeiro reajo luz, e depois sim, ao som, mesmo quando esto mais prx-imos. Mas normal, com a quantidade de sensores de luz que tenho activos, a mnima alterao da intensidade da luz aqui dentro detectada. Mesmo assim, interessante ver as reaces deles, surpreendem sempre um pouco. No deixam de espa